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2018 Semana 271 3___ 1 7a g o
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Curso Enem
B
io.
Bio.
Professor: Rubens Oda
Alexandre Bandeira
Monitor: Julio Junior
B
io.
Digestão comparada 13/17
ago
RESUMO
A digestão é o processo que quebra compostos grandes em tamanhos menores, para que possa ocorrer a
absorção dos nutrientes. O sistema digestivo pode ser classificado como completo (apresenta boca e ânus) ou incompleto
(apresenta uma única abertura com dupla função). Considerando os grupos animais, temos:
• Poríferos: não possuem tubo digestivo e sua digestão é intracelular
• Cnidários e Platelmintos: tubo digestivo incompleto, com digestão extracelular e intracelular
• Nematelmintos, Anelídeos, Moluscos, Artrópodes, Equinodermas e Cordados tubo digestivo
completo e digestão extracelular
Dentre os vertebrados, podemos destacar algumas variações no trato digestivo: • Herbívoros: Possui um intestino mais longo para absorção de nutrientes
• Carnívoros: Possui um estômago mais desenvolvido para digestão de proteínas
• Aves: As aves possuem algumas especializações em seu trato digestivo: ele se inicia com o bico, e
o alimento segue pelo esôfago, ao papo, onde os alimentos podem ser estocados e amolecem; o
proventrículo é chamado de estômago químico, pois é onde ocorre a digestão por enzimas, e a
moela é o estômago mecânico, com digestão por trituração. A cloaca é um orifício por onde as
fezes são liberadas, que une as terminações do sistema digestório, excretor e reprodutor.
B
io.
• Ruminantes: Estômago dividido em quatro cavidades, com diferentes funções; O rúmen, ou pança,
é onde se encontram bactérias que, em mutualismo, digerem a celulose; o barrete, ou retículo, é a
2a cavidade e de onde irá ocorrer a regurgitação; após uma nova mastigação, o alimento retorna ao
folhoso, ou omaso, onde há absorção de água; por fim, o alimento vai para o coagulador, ou
abomaso, onde ocorre a digestão de proteínas.
EXERCÍCIOS
1. as principais atividades econômicas são a agricultura e a pecuária. Na pecuária, destaca-se a criação
de gado bovino, o qual alimenta-se de material de origem vegetal rico em celulose. Como estes
herbívoros ruminantes não produzem a celulase, enzima que hidrolisa a celulose, a digestão de seu
alimento ocorre com o auxílio de microorganismos que vivem em seu sistema digestório. As figuras
a
As câmaras identificadas nas figuras pelas letras A, B, C e D representam, respectivamente,
a) rúmen, retículo, abomaso e omaso.
b) retículo, rúmen, abomaso e omaso.
c) retículo, rúmen, omaso e abomaso.
d) rúmen, retículo, omaso e abomaso.
e) rúmen, omaso, abomaso e retículo.
B
io.
2. Os cavalos têm um longo apêndice cecal, colonizado por microbiota composta, entre outros
microrganismos, de bactérias produtoras de celulase. Comparativamente aos ruminantes, o cavalo
ingere uma maior quantidade de capim e perde, pelas fezes, uma maior quantidade de nutrientes. Tal
fato se deve
a) à ação desenvolvida pelas bactérias que, ao produzirem celulase, impedem a absorção da glicose.
b) ao baixo aproveitamento do material digerido, pois a digestão ocorre em região terminal do
intestino.
c) à existência, nos cavalos, de um estômago com quatro câmaras, desprovido de microbiota
produtora de celulase.
d) ao hábito dos cavalos não ingerirem parte de suas próprias fezes para recompor a microbiota
intestinal.
e) à competição pelo alimento e à impermeabilização do apêndice cecal exercidas pelas bactérias
3. Quando comparamos o aparelho digestivo de animais ruminantes com o de carnívoros, podemos
encontrar diferenças e semelhanças. Assinale a opção que evidencia corretamente tais aspectos:
a) No estômago dos ruminantes, um de seus compartimentos, a pança, abriga bactérias e
protozoários capazes de digerir a celulose. O estômago dos carnívoros é diferente, possui somente
o compartimento envolvido na digestão química dos alimentos pelo suco gástrico.
b) No intestino dos carnívoros o ceco é bastante desenvolvido, servindo para alojar microorganismos
capazes de digerir a celulose. A celulose é digerida de forma semelhante no folhoso dos
ruminantes.
c) O coagulador é o estômago químico dos ruminantes, produzindo HC e pepsina, constituintes do
suco gástrico que participam da digestão química dos alimentos. O estômago dos carnívoros é
diferente por ser incapaz de produzir HC e pepsina.
d) Os estômagos de ambos os animais são semelhantes. As diferenças são encontradas nos intestinos.
O intestino dos carnívoros é muito maior que o dos ruminantes.
4. No esquema a seguir, estão representados 4 tubos de ensaio com os seus componentes. O material
retirado de determinado órgão do rato foi adicionado aos tubos de ensaio e após 1 hora, a 38 ºC,
verificou-se que apenas no tubo III ocorreu digestão de gordura.
Assinale a alternativa que indica, respectivamente, de qual órgão do rato foi retirado o material
adicionado aos tubos e qual enzima digestiva participou no processo.
a) Intestino delgado e tripsina.
b) Vesícula biliar e lipase.
c) Intestino delgado e quimiotripsina.
d) Vesícula biliar e amilase.
e) Intestino delgado e pepsina.
5. Um camundongo foi alimentado com uma ração contendo proteínas marcadas com um isótopo
radioativo. Depois de certo tempo, constatou-se a presença de hemoglobina radioativa no sangue do
animal. Isso aconteceu porque as proteínas do alimento foram
B
io.
a) absorvidas pelas células sanguíneas.
b) absorvidas pelo plasma sanguíneo.
c) digeridas e os aminoácidos marcados foram utilizados na síntese de carboidratos.
d) digeridas e os aminoácidos marcados foram utilizados na síntese de lipídios.
e) digeridas e os aminoácidos marcados foram utilizados na síntese de proteínas.
6. A nomenclatura enzimática se baseia no nome do substrato, substância química sobre a qual ela atua,
acrescido da terminação ase. Os herbívoros têm a capacidade de digerir importante e abundante
componente da parede celular dos vegetais. Podemos, então, afirmar que os ruminantes abrigam na
sua pança microrganismos que produzem:
a) amilase
b) celulase
c) peptidase
d) lipase
7. O processo final e o mais importante da digestão dos mamíferos ocorre no duodeno, em pH básico.
Esse processo é denominado qualificação e depende da ação conjunta:
a) dos sucos pancreático e intestinal.
b) do suco pancreático e da bile.
c) da ptialina e do ácido clorídrico.
d) dos sucos pancreático, intestinal e de bile.
e) do ácido clorídrico e do suco pancreático.
8. Responda esta questão com base no texto abaixo.
Durante a digestão dos animais ruminantes ocorre a formação do gás metano (constituído pelos
elementos carbono e hidrogênio) que é eliminado pelo arroto do animal. Os ruminantes possuem o
estômago dividido em quatro compartimentos, dois dos quais possuem as bactérias cujo metabolismo
libera o gás metano.
O capim ingerido por um boi primeiramente sofre atuação:
a) Das bactérias, que são em seguida digeridas durante as mastigações.
b) Do suco gástrico, que deixa o capim adequado para as bactérias.
c) De amilases pancreáticas e depois das secreções do duodeno.
d) Do suco gástrico que é posteriormente regurgitado para a atuação das bactérias.
e) Das bactérias que, posteriormente, são digeridas com a ação do suco gástrico.
9. Assinale a afirmação correta a respeito do sistema digestório dos vertebrados.
a) Nas aves, o papo, segmento do esôfago, é responsável pela trituração do alimento.
b) Nos humanos, a digestão da celulose auxilia a eliminação do bolo fecal.
o do intestino.
d) Nos ruminantes, o intestino delgado é dividido em quatro compartimentos que otimizam a absorção
de celulose.
e) Nos humanos, o fígado é o órgão responsável pela produção da bile, que atua na digestão de
carboidratos.
10. O fígado é uma glândula encontrada nos mamíferos com diversas características e funções. Assinale a
opção na qual não encontramos uma função ou característica deste órgão.
a) É responsável pela detoxificação do sangue.
b) É um dos responsáveis pela destruição de hemácias velhas.
c) Produz bile, que auxilia na emulsão das gorduras.
d) Está associada à reserva de glicogênio.
e) Secreta o hormônio insulina.
QUESTÃO CONTEXTO
B
io.
Estresse é tão prejudicial para o sistema digestivo como dieta gordurosa
Os pesquisadores encontraram diferenças entre os gêneros: ratos machos na dieta com alto teor de gordura
exibiram mais ansiedade do que as fêmeas. Além disso, os machos com alto teor de gordura mostraram
atividade diminuída em resposta ao estresse. No entanto, foi apenas em camundongos fêmeas que o estresse
alterou a composição da flora intestinal como se os animais estivessem em uma dieta rica em gordura. (fonte: https://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2017/11/16/estresse-e-tao-prejudicial-para-o-sistema-digestivo-
como-dieta-gordurosa.htm)
Sabemos que a dieta rica em gorduras pode levar a ter complicações como a obesidade. No processo de
digestão a gordura, qual enzima participa no seu processo e qual o órgão que secreta esta enzima?
B
io.
GABARITO
Exercícios
1. d
o estômago dos ruminantes são divididos em 4 cavidades, sendo o rúmen ou pança, retículo ou barrete,
omaso ou folhoso e abomaso ou coagulador.
2. b
diferentemente dos ruminantes, onde a digestão ocorre no estômago, onde o alimente pode percorrer
todo o trato intestinal para a absorção de substâncias, os herbívoros não ruminantes possuem o apêndice
cecal desenvolvido e a absorção de nutrientes ocorre somente na parte final do intestino, assim são
menos efetivos.
3. a
no estômago de ruminantes com 4 cavidades, somente na pança ocorre a digestão da celulose. Já no
estômago dos carnívoros, o estômago possui apenas um compartimento que secreta enzimas para a
digestão de proteínas.
4. b
Como em todos os tubos possuem gordura, a vesícula biliar que secreta a bile que emulsifica gorduras e
a lipase produzida no suco pancreático contém a enzima lipase que digere a gordura. Assim, somente
no tubo III pode haver a digestão da gordura.
5. e
os aminoácidos marcados foram digeridos serviram para constituir a proteína da hemoglobina.
6. b
A celulase é a enzima que irá digerir a celulose, que é abundante nas células vegetais.
7. d
o suco pancreático e intestinal vão conter enzimas capazes de digerir glicídios, lipídios e proteínas. A
bile ajudará na digestão emulsificando gorduras, aumentando a superfície de contato para a ação da
lipase pancreática.
8. b
as bactérias presentes na pança, que é o primeiro compartimento estomacal, realizam a digestão da
celulose produzindo o gás metano. Após isso ocorre digestão pelo suco gástrico com ação das enzimas
digestivas no coagulador.
9. c
O piloro é uma constrição musculosa na porção terminal do estômago que regula a passagem do quimo
semi-digerido deste para o duodeno.
10. e
a insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas.
Questão Contexto
A enzima que participa no processo de digestão a gordura é a lipase e é secretada pelo pâncreas.
B
io.
Bio.
Professore: Alexandre Bandeira
Rubens Oda
Monitor: Carolina Matucci
B
io.
Animalia: vermes e verminoses 13/17
ago
RESUMO
Platelmintos São vermes achatados, com simetria bilateral. Podem ter vida livre (como planárias) ou parasitas.
http://4.bp.blogspot.com/-XHu5BKH8lIo/UEdiyEEST-I/AAAAAAAAAMk/7yOiiUq_tKg/s1600/planaria-742878.jpg
São triblásticos (possuem ectoderma, mesoderma e endoderma) e acelomados (sem celoma)
Sistemas Possuem sistema digestório incompleto ou ausente.
A excreção é feita por células-flama (ou solenócitos). São amoniotélicos (secretam amônia)
http://files.biologiasoberana.webnode.com.br/200000448-d4d50d5cef/c%C3%A9lulas%20flama.png
B
io.
São os primeiros animais com um sistema nervoso central
http://slideplayer.com.br/slide/2907480/10/images/7/Sistema+nervoso.jpg
A maioria é hermafrodita e alguns se reproduzem por partenogênese.
Respiração cutânea
Sistema circulatório ausente.
Exemplos:
Planária
Taenia solium
Schisitosoma mansoni
Doenças:
• Teníase e Cisticercose
• Esquistossomose
Teníase e Cisticercose Duas espécies de platelmintos são capazes de causar a teníase: Taenia solium e Taenia saginata. A
primeira tem como hospedeiro intermediário o porco e a segunda, o gado. Classicamente, o hospedeiro
definitivo é o homem. A contaminação se dá pela ingestão de carnes mal cozidas contendo cisticercos, que
são cistos formados principalmente na musculatura desses animais, após terem ingerido os ovos de tênia. No
tubo digestivo do homem, esses cisticercos formarão tênias adultas, que passarão a secretar novos ovos.
A cisticercose ocorre quando há a ingestão de ovos, mas somente da Taenia solium. Os cisticercos
podem ser formados no próprio homem, na musculatura e no SNC. Nesse caso, o homem faz o papel de
hospedeiro intermediário, mas o ciclo é interrompido (pois não há a ingestão de carne humana contendo
cisticercos por outro indivíduo).
http://www.saudedescomplicada.com/wp-content/uploads/2016/06/Teniase-Taenia-Solium-Saginata.jpeg
B
io.
http://www.sobiologia.com.br/figuras/Reinos2/teniase2.jpg
https://lh5.googleusercontent.com/-O569bBQGafE/UDgdBiAiztI/AAAAAAAACd0/8v3IYCdx_ok/s510/teniase-verminose.jpg
B
io.
Esquistossomose
http://www.sobiologia.com.br/figuras/Reinos2/esquistossomose4.jpg
https://vignette2.wikia.nocookie.net/infomedica/images/1/1a/Esquistossomose_3.jpg.jpg/revision/latest/scale-to-width-
down/180?cb=20121128210041&path-prefix=pt-br
http://www.coladaweb.com/wp-content/uploads/esquistossomose-ciclo.jpg
B
io.
Para o ciclo ocorrer, é necessário que ovos presentes nas fezes de humanos cheguem à água contendo
caramujos do gênero biomphalaria, o hospedeiro intermediário. Miracídios eclodem dos ovos e penetram
nesses caramujos, saindo posteriormente na forma de cercárias, que são capazes de penetrar na pele de
indivíduos em contato com a água. A forma adulta se estabelece nos vasos mesentéricos, responsáveis por
nutrir o intestino. Os ovos são liberados, perfuram pequenos vasos e caem no interior do intestino para serem
eliminados nas fezes. A maior característica da esquistossomose é o aumento do volume abdominal causado
pela migração inadvertida dos ovos para o fígado e provocando o aumento da pressão venosa na região.
Nematelmintos: São vermes cilíndricos. Há animais de vida livre e parasitas.
São triblásticos, pseudocelomados e protostômios.
Sistemas: Sistema digestório completo, com boca e ânus.
A distribuição de substâncias se faz por difusão no pseudoceloma
A excreção se dá pelos tubos em "H".
Possuem sexos separados, com fecundação interna). Há o dimorfismo sexual em algumas espécies sendo o
macho menor que a fêmea
Não possuem sistema circulatório, também não há órgãos respiratórios.
B
io.
Ciclo da Ascaridíase
http://brasilescola.uol.com.br/upload/e/ascaristexto.jpg
Ciclo do Amarelão
http://interna.coceducacao.com.br/ebook/content/pictures/2002-21-142-14-i003.jpg
B
io.
EXERCÍCIOS
1. Os platelmintos pertencem ao primeiro grupo de animais a possuir um sistema excretor. Este é bastante
primitivo, formado por células-flama. A principal função dessas células é:
a) remover o excesso de água e os resíduos nitrogenados do sangue e lançá-los para o intestino.
b) remover o excesso de água e os resíduos nitrogenados do sistema circulatório e lançá-los para o
exterior.
c) remover o excesso de água e os resíduos nitrogenados do tecido epitelial e lançá-los para o
intestino.
d) remover o excesso de água e os resíduos nitrogenados do ectoderma e lançá-los para os túbulos
de Malpighi.
e) remover o excesso de água e os resíduos nitrogenados do mesoderma e lançá-los para o exterior.
2.
Na tira de quadrinhos, faz-se referência a um verme parasita. Sobre ele, foram feitas cinco
afirmações. Assinale a única CORRETA.
a) Trata-se de um nematelminto hermafrodita.
b) Apresenta simetria bilateral, corpo cilíndrico e amplo celoma.
c) Várias espécies desse verme, que utilizam o ser humano como hospedeiro definitivo, têm o
porco como hospedeiro intermediário.
d) É o verme causador da esquistossomose no ser humano.
e) Ao ingerir ovos do parasita, o ser humano passa a ser seu hospedeiro intermediário, podendo
apresentar cisticercose.
3. Representantes do Filo Nematoda são encontrados parasitando o tubo digestivo e outros órgãos do
homem. Das espécies a seguir, indique a que não pertence ao referido filo:
a) Ascaris lumbricoides.
b) Necator americanus.
c) Ancylostoma duodenale.
d) Taenia saginata.
e) Wuchereria bancrofti.
4. Estudando-se o ciclo de vida de um verme parasita do ser humano, obtiveram-se os seguintes dados:
• os ovos do verme são eleiminados com as fezes do hospedeiro;
• os ovos eclodem sobre a terra úmida, liberando larvas que penetram ativamente na pele do ser
humano;
• as formas adultas desse verme vivem no intestino delgado do ser humano.
Esses dados indicam tratar-se da espécie:
a) Taenia saginata.
b) Ascaris lumbricoides.
c) Enterobius vermicularis.
d) Schistosoma mansoni.
e) Ancylostoma duodenodale.
B
io.
5. O doente que apresenta cisticercose:
a) foi picado por triatoma;
b) nadou em água com caramujo contaminado;
c) ingeriu ovos de tênia;
d) comeu carne de porco ou de vaca com larvas de tênia;
e) andou descalço em terras contaminadas.
6.
a) Plasmodium vivax;
b) Trypanossoma cruzi;
c) Schistosoma mansoni;
d) Taenia solium;
e) Ancylostoma duodenalis.
7. Os platelmintos parasitas Schistosoma mansoni (esquistossomo) e Taenia solium (Tênia) apresentam:
a) A espécie humana como hospedeiro intermediário;
b) Um invertebrado como hospedeiro intermediário;
c) Dois tipos de hospedeiro, um intermediário e um definitivo;
d) Dois tipos de hospedeiro, ambos vertebrados;
e) Um único tipo de hospedeiro, que pode ser um vertebrado ou um invertebrado.
8. Ao abrir o envelo
abaixo não deve ter sido observada por Jequinha na sua vida diária.
a) Comer carne de porco ou de boi inspecionada e bem cozida.
b) Lavar bem as mãos e os alimentos antes das refeições.
c) Andar calçado para que a larva não penetre pelos pés.
d) Colocar telas nas janelas para impedir a entrada do mosquito Culex.
e) Não nadar em lagoas que tenham o caramujo Biomphalaria.
9. A elefantíase é uma verminose provocada por um nematódeo, e seu principal sintoma é o inchaço de
pés e pernas. Esse inchaço é provocado:
a) Pelo acúmulo de vermes nos vasos linfáticos, impedindo a reabsorção de linfa, que se acumula nos
espaços intercelulares.
b) Pelo entupimento de vasos sanguíneos, causado pela coagulação do sangue na tentativa de
expulsar os vermes.
c) Pelo aumento no número de vermes nas células musculares das regiões infectadas.
d) Pelo acúmulo de vermes nos capilares sanguíneos, dificultando o retorno do sangue.
e) Pela reação do sistema imunológico à presença dos vermes.
10. Os animais apresentam as mais variadas formas de realizar trocas gasosas com o meio. Algumas
espécies, como é caso do homem, realizam respiração pulmonar. Marque a alternativa que indica
como é realizada a respiração dos nematódeos.
a) Pulmonar.
b) Cutânea.
c) Traqueal.
d) Branquial.
B
io.
GABARITO
Exercícios
1. e
As células-flama não removem água e resíduos do sangue, mas do corpo e também não as lançam ao
intestino; elas não removem no tecido epitelial e não participam do sistema circulatório; os
platelmintos não possuem túbulos de Malpighi.
2. e
A tênia é um platelminto que possui o corpo achatado e sem celoma; apenas duas espécies desse
verme utilizam o ser humano como hospedeiro definitivo;o verme causador da esquistossomose é
o Schistosoma mansoni; quando o homem ingere os ovos do parasita (e não a larva) ele passa a ser o
hospedeiro intermediário com possibilidade de apresentar cisticercose.
3. d
O único dos parasitas citados que não pertence ao Filo Nemátoda é a Taenia saginata, que é um
platelminto.
4. e
No amarelão (parasita Ancylostoma duodenodale), a larva penetra na pele da perna do indivíduo e
depois vai para a corrente sanguínea. Ela fixa-se no intestino delgado e seus ovos são eliminados com
as fezes do hospedeiro.
5. c
O triatoma é um inseto que transmite o protozoário da Doença de Chagas; quando ovos da tênia são
ingeridos a doença que ocorre é a cisticercose; quando as larvas são ingeridas ocorre a teníase; não se
pega cisticercose em terras, mas sim pela alimentação.
6. c
O Plasmodium vivaxe é um protozoário; o Trypanossoma cruzi; é um protozoário; a Taenia solium é
ingerida por carnes mal cozidas; o Ancylostoma duodenalis é encontrado no solo;
o Schistosoma mansoni causa a doença chamada de esquistossomose. Ocorre quando a larva penetra
nas mucosa e pele humanas se desenvolvendo lá, por isso essa frase é tão usada.
7. c
Os hospedeiros intermediários das tênias podem ser o porco e o boi, e o hospedeiro intermediário
do Schistosoma mansoni é o caramujo. O hospedeiro definitivo de ambos é o homem.
8. b
Pode ocorrer da pessoa estar com a mão suja de ovos de Ascaris lumbricoides e colocá-la na boca,
também há a possibilidade de alimentos como a alface conter ovos. Por causa disso, é recomendado
que se lave bem as mãos e os alimentos antes das refeições.
9. a
A elefantíase, também chamada de filariose, é causada por Wuchereria brancofti, cujos vermes adultos,
com comprimento entre 4 e 8 cm vivem em vasos linfáticos dos braços, das mamas, do saco escrotal e,
principalmente, das pernas, causando grandes inchaços.
10. b
A respiração dos nematódeos é cutânea, sendo que os gases são absorvidos e eliminados por difusão.
F
il.
Fil.
Professor: Larissa Rocha
Gui de Franco
Monitor: Debora Andrade
F
il.
Schopenhauer 17
ago
RESUMO
Arthur Schopenhauer
Arthur Schopenhauer (1788 - 1860) foi um grande filósofo alemão, conhecido principalmente por sua
Kierkegaard, Freud, Jung, e artistas como Jorge Luis Borges, Rilke, entre outros. Schopenhauer se apropria
de elementos do budismo e de alguns aspectos da filosofia kantiana para construir uma ética da
compaixão. Segundo ele, a filosofia tradicional errou em não dar à compaixão o valor que era devido. Um dos aspectos que o filósofo alemão vai recuperar da filosofia kantiana é a ideia de que nós não
podemos conhecer as coisas em si mesmas, ou seja, não podemos conhecê-las exatamente como são,
restando-nos conhecê-las a partir de representações. Portanto, o que conhecemos são os fenômenos - as
coisas tais como aparecem para nós - mas não a realidade em si mesma. Já o conceito de vontade diz respeito
a uma vontade cega e irracional que move todos os seres vivos. Assim, todos os seres, em última análise,
lutam pela sua própria vida a partir de uma vontade que é egoísta e voltada para a subsistência. Com base nessas ideias de vontade e representação, Schopenhauer vai criticar confiança exagerada
na razão - presente, por exemplo, em filósofos como Descartes e Kant - pois o homem, segundo ele, não
possui o controle racional sobre as coisas e nem sobre si próprio, pois há um desejo cego e incontrolável
que os afeta. Assim, é uma ilusão suposto controle racional defendido pela metafísica tradicional, o que nos
leva para um visão pessimista sobre a realidade. O mundo é marcado, seguindo esse ponto de vista, pela dor e pelo sofrimento, pois o homem nunca
pode satisfazer completamente o seu desejo. A ética da compaixão e da caridade oferece um contraponto
ao egoísmo. Enquanto o egoísmo parte da ideia de que somos o centro do mundo e, nessa mesma medida,
acaba por separar os homens, o exercício da compaixão pode, inversamente, unir os homens naquilo que
eles têm em comum. Assim, percebemos que todas as coisas estão unidas quando estabelecemos uma
relação de compaixão com elas.
EXERCÍCIOS
1. Sentimos que toda satisfação de nossos desejos advinda do mundo assemelha-se à esmola que
mantém hoje o mendigo vivo, porém prolonga amanhã a sua fome. A resignação, ao contrário,
assemelha-se à fortuna herdada: livra o herdeiro para sempre de todas as preocupações. SCHOPENHAUER, A. Aforismo para a sabedoria da vida. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
O trecho destaca uma ideia remanescente de uma tradição filosófica ocidental, segundo a qual a
felicidade se mostra indissociavelmente ligada à
a) a consagração de relacionamentos afetivos. b) administração da independência interior. c) fugacidade do conhecimento empírico. d) liberdade de expressão religiosa. e) busca de prazeres efêmeros.
F
il.
2. Crepúsculo dos ídolos. Tais
golpes são dirigidos, em particular, ao(s)
a) conceitos filosóficos e valores morais, pois eles são os instrumentos eficientes para a compreensão
e o norteamento da humanidade.
b) existencialismo, ao anticristo, ao realismo ante a sexualidade, ao materialismo, à abordagem
psicológica de artistas e pensadores, bem como ao antigermanismo.
c) compositores do século XIX, como, por exemplo, Wolfgang Amadeus Mozart, compositor de uma
ó
d) conceitos de razão e moralidade preponderantes nas doutrinas filosóficas dos vários pensadores
que o antecederam e seus compatriotas e/ou contemporâneos Kant, Hegel e Schopenhauer.
3. Aristóteles, por exemplo, falava da tragédia como catarse, pela qual a arte nos capacita a lidar com
emoções universais por nos confrontar com elas e, em certo sentido, nos fazer purgá-las, ao assistirmos
a um drama. Hsun Tzu achava que, de certa forma, a música reflete a harmonia da ordem divina, de
modo que sabermos apreciar a música de maneira adequada nos leva a um certo insight [iluminação]
da realidade última. Schopenhauer acreditava que a arte é um insight do aspecto fundamental da
realidade: a vontade, isto é, o poder por trás de toda atividade do universo.
Considere as seguintes afirmações:
I. Para Aristóteles, a arte tem uma função preponderantemente expressiva.
II. Para Hsun Tzu, a música tem uma função preponderantemente expressiva.
III. Para Schopenhauer, a arte tem uma função preponderantemente expressiva.
Está(ão) correta(s)
a) apenas I. b) apenas II. c) apenas III. d) apenas I e II. e) apenas II e III.
F
il.
GABARITO
Exercícios 1. b
Ao criticar a satisfação de nossos desejos, Schopenhauer retoma uma concepção filosófica de tradição
estoica, segundo a qual a felicidade se dá através do controle das paixões.
2. d
O indivíduo soberano, diz Nietzsche, deve livrar-se da moralidade, das coerções sociais. Um indivíduo
assim se move de acordo com o seu instinto e sua natureza; ele não se submete à consciência que reprime
seus impulsos desiderativos. O soberano se livra da consciência destruindo sua memória e alcança a
liberdade através do esquecimento. Com marteladas, a ética pode ser fundada com o esquecimento do
moralismo.
3. a
Podemos dizer que somente Aristóteles possui uma definição de arte com relação à função expressiva.
Enquanto Hsun Tzu e Schopenhauer concebiam a arte como insight, Aristóteles a enxergava como
catarse, ou seja, como expressão humana (apesar de alguns autores considerarem que a função
pedagógica seja a predominante na concepção aristotélica de arte).
F
ís.
Fís.
Professor: Leonardo Gomes
Monitor: João Carlos
F
ís.
Curto-circuito (medidores elétricos) 13/15
ago
RESUMO
Um curto-circuito ocorre quando a resistência elétrica em um circuito é muito pequena e a corrente
Os curto-circuitos são assim chamados porque representam o caminho mais curto que a corrente
elétrica pode realizar em um circuito. Para compreender melhor esse fenômeno, faremos uma análise
detalhada de como ocorre um curto-circuito.
O circuito elétrico é o caminho que a corrente percorre entre os dois terminais de uma fonte de tensão.
Normalmente ele é composto por um gerador de eletricidade e resistências elétricas, de forma que, quando
o circuito é fechado, estabelece-se uma corrente elétrica entre os seus terminais. Observe a figura a seguir:
Um exemplo de curto-circuito, que acidentalmente é comum em residências, ocorre quando se coloca as
extremidades de um fio metálico nos orifícios de uma tomada. Geralmente os curto-circuitos provocam
reações violentas devido à dissipação instantânea de energia, tais como: explosões, calor e faíscas. É uma
das principais causas de incêndios em instalações elétricas mal conservadas ou com erros de
dimensionamento.
Considere um fio com um resistor de resistência R percorrido por corrente i devida a diferença de potencial
entre A e B.
Um curto circuito ocorre quando dois pontos de diferentes potenciais elétricos são unidos por outro fio (de
resistência desprezível). Assim os pontos assumem o mesmo potencial.
A diferença de potencial agora é zero. Assim na fórmula U = Ri temos Ri =zero
Se R.i =0 temos R = 0 ou i = 0
No resistor a resistência R é diferente de zero, logo sua corrente é nula. No fio a resistência é nula logo a
corrente é diferente de zero. A corrente vai pelo fio sem resistência.
Esse aumento na corrente elétrica causa uma grande liberação de energia e, consequentemente, um
superaquecimento dos condutores. Essa liberação de calor pode ser obtida matematicamente.
F
ís.
Primeiro utilizamos a Lei de Ohm para relacionar a corrente (i) com a tensão elétrica (V) e a resistência (R) de
um circuito:
𝑖 =𝑉
𝑅
Em seguida, calculamos a potência dissipada no resistor, que representa a quantidade de energia que é
transformada em calor por efeito Joule, com a expressão:
𝑃 = 𝑉. 𝑖
Substituindo i, temos:
𝑃 =𝑈2
𝑅
A partir da equação obtida, podemos concluir que a potência dissipada é inversamente proporcional ao valor
da resistência. Assim, quanto menor a resistência, maior é a dissipação de energia elétrica no condutor. Note
que, na equação acima, se R tende a zero
A dissipação instantânea de energia que ocorre em um curto-circuito pode gerar faíscas e explosões,
ocasionando vários danos nos circuitos elétricos, além de poder originar incêndios devastadores em
residências e indústrias. Para evitar esse tipo de acidente, são utilizados os fusíveis e os disjuntores, que são
dispositivos que detectam a alteração da corrente elétrica e interrompem sua passagem automaticamente.
Instrumentos de Medida Amperímetros e voltímetros são aparelhos usados para medir, respectivamente, intensidade de corrente
elétrica e diferença de potencial entre dois pontos.
Esses aparelhos funcionam como se fossem resistências para o circuito e assim conseguem fazer as
medidas.
Amperímetro: Deve ser ligado em série no circuito.
Em um amperímetro ideal sua resistência interna deve ser nula (tende a zero).
Voltímetro: Deve ser ligado em paralelo.
Em um voltímetro ideal sua resistência interna deve ser infinita (tende a infinito).
O voltímetro deve ter seu polo positivo ligado ao maior potencial e o polo negativo no menor potencial.
Caso contrário, a leitura do voltímetro será um valor negativo.
Quando ligados de forma errada o amperímetro (em paralelo) produz curto circuito e o voltímetro (em
série) reduz a corrente a zero e marca a força eletromotriz da bateria.
F
ís.
EXERCÍCIOS
1. No circuito a seguir o valor da resistência equivalente entre os pontos A e B é:
a) 3R/4
b) 4R/3
c) 5R/2
d) 2R/5
e) R
2. Um eletricista analisa o diagrama de uma instalação elétrica residencial para planejar medições de
tensão e corrente em uma cozinha. Nesse ambiente existem uma geladeira (G), uma tomada (T) e uma
lâmpada (L), conforme a figura. O eletricista deseja medir a tensão elétrica aplicada à geladeira, a
corrente total e a corrente na lâmpada. Para isso, ele dispõe de um voltímetro (V) e dois amperímetros
(A).
Para realizar essas medidas, o esquema da ligação desses instrumentos está representado em:
a)
b)
c)
d)
e)
F
ís.
3. Medir temperatura é fundamental em muitas aplicações, e apresentar a leitura em mostradores digitais
é bastante prático. O seu funcionamento é baseado na correspondência entre valores de temperatura
e de diferença de potencial elétrico. Por exemplo, podemos usar o circuito elétrico apresentado, no
qual o elemento sensor de temperatura ocupa um dos braços do circuito e a dependência da
resistência com a temperatura é conhecida.
Para um valor de temperatura em que a leitura apresentada pelo voltímetro será de
a) +6,2V.
b) +1,7V.
c) +0,3V.
d) 0,3V.
e) 6,2V.
4. A resistência equivalente entre os pontos A e B é, em ohms:
a) 1
b) 2
c) 3
d) 5
e) 9
5. Um voltímetro representado pela letra V e um amperímetro representado pela letra A, ambos ideais,
são utilizados para medir a ddp e a intensidade de corrente elétrica num resistor R. Assinale a opção
que indica uma maneira correta de usar esses instrumentos.
a)
b)
c)
d)
e)
F
ís.
6. No circuito esquematizado na figura, o voltímetro e o amperímetro são ideais. O amperímetro indica
2,0 A. Calcule a indicação do voltímetro.
a) 6 V
b) 12 V
c) 36 V
d) 48 V
e) 60 V
7. Um circuito é formado por uma bateria ideal, que mantém em seus terminais uma diferença de
potencial V, um amperímetro ideal A, uma chave e três resistores idênticos, de resistência R cada um,
dispostos como indica a figura. Com a chave fechada, o amperímetro registra a corrente I. Com a
chave aberta, o amperímetro registra a corrente I':
a) Calcule a razão I'/ I.
b) Se esses três resistores fossem usados para aquecimento da água de um chuveiro elétrico, indique
se teríamos água mais quente com a chave aberta ou fechada. Justifique sua resposta.
8. No circuito esquematizado na figura, os fios AK e BJ têm resistências desprezíveis (quando comparadas
a) Calcule a resistência equivalente entre A e B.
b) Calcule as intensidades das correntes nos fios AK e BJ.
9. Cinco resistores de mesma resistência R estão conectados à bateria ideal E de um automóvel,
conforme mostra o esquema:
F
ís.
Inicialmente, a bateria fornece ao circuito uma potência PI. Ao estabelecer um curto-circuito entre os
pontos M e N, a potência fornecida é igual a PF.
A razão é dada por:
a) 7/9
b) 14/15
c) 1
d) 7/6
e) 8/3
10. Considere que um determinado estudante, utilizando resistores disponíveis no laboratório da sua
escola, montou os circuitos apresentados abaixo.
Querendo fazer algumas medidas elétricas, usou um voltímetro (V) para medir a tensão e um
amperímetro (A) para medir a intensidade da corrente elétrica. Considerando todos os elementos
envolvidos como sendo ideais, os valores medidos pelo voltímetro (situação 1) e pelo amperímetro
(situação 2) foram, respectivamente:
a) 2 V e 1,2 A
b) 4 V e 1,2 A
c) 2 V e 2,4 A
d) 4 V e 2,4 A
e) 6 V e 1,2 A
QUESTÃO CONTEXTO
Quanto vale a resistência equivalente entre os pontos P e Q a seguir?
a) 5R/3
b) 5R/2
c) 3R/5
d) 3R/2
e) 4R
F
ís.
GABARITO
Exercícios
1. b
Temos que:
Então, a Req = R/3 + R = 4R/3
2. e
3. d
F
ís.
4. a
Temos que:
Percebe-se, então, que como os resistores estão submetidos a mesma diferença de potencial AB, trata-
se de uma associação em paralelo. Portanto, podemos fazer:
Req = R/n = 3/3 = 1 Ω
5. c
Amperímetro deve ser ligado em série ao ramo o qual quer se medir a intensidade de corrente elétrica
que por ali circula e o voltímetro deve ser ligado em paralelo ao ramo o qual quer se medir a tensão
elétrica que ali o alimenta.
6. c
Analisando, primeiramente, os dois ramos em paralelo, sabe-se que eles estão submetidos a mesma
diferença de potencial, isto, é chamando o ramo da esquerda de 1 e o da direita de 2, podemos fazer:
𝑈1 = 𝑈2 (𝑅. 𝑖)1 = (𝑅. 𝑖)2 6. 𝑖1 = 3.2 → 𝑖1 = 1 𝐴
Portando, a intensidade da corrente elétrica total será de 1 + 2 = 3 A. E assim, já podemos lançar mão da
lei de Ohm para calcularmos a tensão que alimenta o circuito todo já que onde o voltímetro foi colocado
é o que de fato ele medirá.
𝑈𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑅𝑒𝑞 . 𝑖𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑈𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = (8 + [6.3
6 + 3] + 2) . 3 = 12.3 = 36 𝑉
7. a) Faremos o seguinte:
𝑖′
𝑖=
𝑈2𝑅⁄
𝑈3𝑅/2⁄
=𝑈
2𝑅.3𝑅
2𝑈=
3
4= 0,75
b) Chave Fechada, onde a resistência equivalente é menor, dissipando maior potência e aquecendo mais
a água.
8. a) Temos que:
A fim de calcular a Req, pode ser melhor redesenhar e então teremos algo assim:
F
ís.
Ou seja, Req = 12/2 = 4 Ω
b) Já para verificar a intensidade da corrente elétrica nos ramos do circuito pedido, a primeira figura
evidencia que para ambos os ramos temos o a valor de 2 A.
9. d
𝑃𝐼 =𝐸2
𝑅𝑒𝑞𝐼
, 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑞𝐼 = 𝑅 +𝑅
3+ 𝑅 =
7𝑅
3→ 𝑃𝐼 =
𝐸2
7𝑅3⁄
=3𝐸2
7𝑅
𝑃𝐹 =𝐸2
𝑅𝑒𝑞𝐹
, 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑞𝐹 = 𝑅 + 𝑅 = 2𝑅 → 𝑃𝐹 =𝐸2
2𝑅
𝑃𝐹
𝑃𝐼
=𝐸²
2𝑅.
7𝑅
3𝐸²=
7
6
10. b
Questão Contexto
c
Temos que:
F
ís.
Note que o nó identificado pela letra S está em um potencial diferente dos potenciais dos nós P e Q, porque
nenhum fio ideal liga S a P ou a Q.
Os resistores que têm a mesma letra nos dois terminais devem ser retirados da associação: eles não
e potencial.
Remontando o circuito, vem:
Temos 2R em paralelo com 2R, o que equivale a R, e R em paralelo com R, o que equivale a R/2.
Então:
Req = 3R/5
F
ís.
Fís.
Professor: Leonardo Gomes
Monitor: João Carlos
F
ís.
Exercícios de eletrodinâmica 13/15
ago
EXERCÍCIOS
1. O gráfico abaixo indica o comportamento da corrente elétrica em função do tempo em um condutor.
A carga elétrica, em coulombs, que passa por uma seção transversal desse condutor em 15 s é igual a
a) 450
b) 600
c) 750
d) 900
2. Suponha uma bateria ideal que é capaz de manter uma diferença de potencial constante entre seus
terminais independentemente das resistências conectadas a ela, e considere três resistores idênticos,
cada um com uma resistência R. Podem ser feitas as diferentes montagens mostradas na figura abaixo,
usando um, dois ou três desses resistores.
F
ís.
aquecer a água do recipiente.
Qual das montagens produzirá o aquecimento mais rápido da água?
a) V
b) IV
c) I
d) II
e) III
3. Há alguns anos a iluminação residencial era predominantemente feita por meio de lâmpadas
incandescentes. Atualmente, dando-se atenção à política de preservação de bens naturais, estas
lâmpadas estão sendo trocadas por outros tipos de lâmpadas muito mais econômicas, como as
fluorescentes compactas e de LED.
Numa residência usavam-se 10 lâmpadas incandescentes de 100 W que ficavam ligadas em média 5
horas por dia. Estas lâmpadas foram substituídas por 10 lâmpadas fluorescentes compactas que
consomem 20 W cada uma e também ficam ligadas em média 5 horas por dia.
Adotando o valor R$ 0,40 para o preço do quilowatt-hora, a economia que esta troca proporciona em
um mês de trinta dias é de
a) R$ 18,00
b) R$ 48,00
c) R$ 60,00
d) R$ 120,00
e) R$ 248,00
4. Em algumas residências, cercas eletrificadas são utilizadas com o objetivo de afastar possíveis
invasores. Uma cerca eletrificada funciona com uma diferença de potencial elétrico de
aproximadamente 10000V. Para que não seja letal, a corrente que pode ser transmitida através de uma
pessoa não deve ser maior do que 0,01 A. Já a resistência elétrica corporal entre as mãos e os pés de
uma pessoa é da ordem de 1000 Ω.
F
ís.
Para que a corrente não seja letal a uma pessoa que toca a cerca eletrificada, o gerador de tensão deve
possuir uma resistência interna que, em relação à do corpo humano, é
a) praticamente nula.
b) aproximadamente igual.
c) milhares de vezes maior.
d) da ordem de 10 vezes maior.
e) da ordem de 10 vezes menor.
5. Considere um fio condutor, fabricado com uma liga metálica que confere uma determinada resistência
elétrica proporcional ao comprimento do fio e com pouca variação em função da temperatura (±1).
A configuração que produz a mesma resistência equivalente a uma peça de 2 m de fio é
a) 2 peças de 4 m ligadas em paralelo.
b) 2 peças de 4 m ligadas em série.
c) 4 peças de 2 m ligadas em paralelo.
d) 4 peças de 2 m ligadas em série.
6. vias, de farol baixo aceso
para um carro elétrico. Nesse veículo, o motorista liga lâmpadas resistivas e o motor simultaneamente,
evitando, assim, uma infração de trânsito de gravidade média na qual ele estaria sujeito, ainda, ao
pagamento de multa no valor de R$ 85,13. Das seguintes alternativas, qual permite ligar
simultaneamente o motor e as lâmpadas na condição de máxima potência de funcionamento do
sistema?
F
ís.
7. O arranjo de resistores da figura se chama Ponte de Wheatstone. Escolhendo o resistor R
adequadamente, podemos fazer com que não passe nenhuma corrente no resistor de resistência 5,0
Ω.
Determine, em Ω, qual é o valor da resistência R para que a corrente no resistor de 5,0 Ω seja nula.
a) 2,0
b) 3,0
c) 4,0
d) 5,0
e) 6,0
8. Tecnologias móveis como celulares e tablets têm tempo de autonomia limitada pela carga armazenada
em suas baterias. O gráfico abaixo apresenta, de forma simplificada, a corrente de recarga de uma
célula de bateria de íon de lítio, em função do tempo.
Considere uma célula de bateria inicialmente descarregada e que é carregada seguindo essa curva de
corrente. A sua carga no final da recarga é de
a) 3,3 C
b) 11880 C
c) 1200 C
d) 3300 C
9. Em uma disciplina de circuitos elétricos da FATEC, o professor de Física pede aos alunos que
determinem o valor da resistência elétrica de um dispositivo com comportamento inicial ôhmico, ou
seja, que obedece à primeira lei de Ohm. Para isso, os alunos utilizam um multímetro ideal de precisão
e submetem o dispositivo a uma variação na diferença de potencial elétrico anotando os respectivos
valores das correntes elétricas observadas. Dessa forma, eles decidem construir um gráfico contendo
a curva característica do dispositivo resistivo, apresentada na figura.
F
ís.
Com os dados obtidos pelos alunos, e considerando apenas o trecho com comportamento ôhmico,
podemos afirmar que o valor encontrado para a resistência elétrica foi, em kΩ, de
a) 3,0
b) 1,5
c) 0,8
d) 0,3
e) 0,1
10. Sejam dois resistores ôhmicos RX e RY associados em paralelo e ligados a uma bateria ideal de 12 V. A
figura abaixo mostra as curvas que caracterizam esses resistores.
A intensidade de corrente elétrica em ampères, fornecida pelo gerador ao circuito, é:
a) 16
b) 0,8
c) 8
d) 1,6
11. Uma lâmpada incandescente foi submetida a voltagens crescentes e verificaram-se as correntes
elétricas correspondentes, mostradas no gráfico a seguir.
F
ís.
Sobre o comportamento elétrico dessa lâmpada, três estudantes fizeram as seguintes afirmações:
Elias afirmou que a resistência elétrica dessa lâmpada cresce com o aumento da voltagem a ela
aplicada.
Felipe disse que, quando a d.d.p. sobre a lâmpada for de 4 volt, a sua resistência vale cerca de 20 ohm.
Glória acha que, nesse tipo de gráfico, a resistência elétrica do dispositivo é calculada pela inclinação
da tangente no ponto.
Do ponto de vista da Física, apenas:
a) Elias fez uma afirmação correta.
b) Glória fez uma afirmação correta.
c) Elias e Felipe fizeram afirmações corretas.
d) Felipe e Glória fizeram afirmações corretas.
12. Um aparelho continha as seguintes especificações de trabalho: Entrada 9 V 500 mA. A única fonte
para ligar o aparelho era de 12 V. Um cidadão fez a seguinte ligação para não danificar o aparelho ligado
à fonte:
Considerando a corrente do circuito igual a 500 mA, qual deve ser o valor da resistência R, em Ω, para
que o aparelho não seja danificado?
a) 4
b) 5
c) 6
d) 7
13. O choque elétrico é sensação provocada pela passagem de corrente elétrica pelo corpo. As
consequências de um choque vão desde um simples susto até a morte. A circulação das cargas
elétricas depende da resistência do material. Para o corpo humano, essa resistência varia de 1000 Ω,
quando a pele está molhada, até 100000 Ω, quando a pele está seca. Uma pessoa descalça, lavando
sua casa com água, molhou os pés e, acidentalmente, pisou em um fio desencapado, sofrendo uma
descarga elétrica em uma tensão de 120 V.
Qual a intensidade máxima de corrente elétrica que passou pelo corpo da pessoa?
a) 1,2 mA
b) 120 mA
c) 8,3 A
d) 833 A
e) 120 kA
14. Em uma aula de Física, o professor apresenta para seus alunos três lâmpadas com as seguintes
especificações: L1 : 20 W 120 V, L2 40 W 120 V e L3 : 15 W 120 V. Em seguida faz duas ligações com
as lâmpadas, montando os circuitos A e B, como mostram as figuras abaixo.
F
ís.
Com base nas informações, responda as seguintes questões:
a) Calcule a resistência equivalente de cada circuito.
b) Qual a lâmpada terá o maior brilho em cada circuito? Justifique sua resposta.
c) Alimentando os circuitos com V = 120 V, qual a corrente em cada um dos circuitos no caso de a
lâmpada L1 se queimar? Justifique sua resposta.
QUESTÃO CONTEXTO
A medida da condutividade térmica de um fluido pode ser realizada com a técnica do fio quente. Nessa
técnica, um fio de platina é esticado e imerso num reservatório com fluido. As extremidades do fio são
conectadas a uma fonte de tensão autoajustável, para manter uma corrente constante circulando no circuito,
e a um voltímetro em paralelo, conforme ilustra a figura a seguir. Quando a corrente passa pelo fio, a
temperatura do fluido aumenta em razão do efeito joule. Sabendo-se que a resistência do fio aumenta
linearmente com a temperatura, qual é a equação que descreve o comportamento da tensão V, em função
do tempo t, medido quando o sistema está em equilíbrio térmico com o ambiente?
Considere que as dimensões do reservatório são muito maiores que as dimensões do fio.
F
ís.
GABARITO
Exercícios
1. a
2. a
3. b
F
ís.
4. c
5. a
6. b
7. b
F
ís.
8. b
9. a
10. d
11. c
F
ís.
12. c
13. b
F
ís.
14.
Questão Contexto
c
1
Ge
o.
Geo.
Professor: Claudio Hansen
Monitora: Vinicius Brean
2
G
eo
.
Nordeste: Sertão e Meio Norte 13/15
ago
RESUMO
Nordeste Brasileiro
Quando pensamos na ocupação do território brasileiro, o nordeste foi o primeiro pólo e grande
centro do país. A capital, começando a análise a partir da colonização, era Salvador onde se concentrava a
gestão e o poder político do país, mantendo também a relação direta com a Europa. Quando saímos do ciclo
extrativista do Pau Brasil entrou-se no do açúcar que era muito forte no nordeste, como também o algodão
e o fumo. Existe então um destaque político pela capital e pelo cenário, ou seja, pelo ciclo açucareiro e
comércio direto com a Europa.
Naturalmente o primeiro grande centro político vai virar também o primeiro grande centro
populacional. A parte com mais dinamismo, vista como centro começa a formar a maior ocupação
populacional no início. O nordeste passou por novas configurações do território começando a vivenciar
então as perdas. Estudamos muito a crise do açúcar, que ocorreu paralelamente com outras atividades que
começam a ganhar poder como a mineração em Minas Gerais e o café no Vale do Paraíba do Rio de Janeiro
se expandindo para o oeste paulista e noroeste do Paraná.
A capital sai de Salvador e passa pro Rio de Janeiro. Isso quer dizer que o grande polo econômico e
político é assumido pelo Sudeste o que estimula uma migração para essa região. Paralelo ao processo de
industrialização do sudeste, criando empregos e atrativos, podemos reparar o perfil da grande massa
migratória do nordeste para o sudeste. O perfil do migrante gerou alguns problemas para o nordeste. Pelas
estatísticas, o homem adulto principalmente é o perfil que mais migra buscando melhores condições. As
mulheres, os idosos e as crianças ficavam no nordeste e as crianças tinham que ajudar em casa, reduzindo o
número de crianças na escola. Essa inserção do migrante no sudeste também não se dá de formas fáceis e
criam as vezes no urbano uma grande mão de obra desempregada e pobre.
Os nordestinos também migraram para o Centro Oeste na construção de Brasília nesse momento de
desvalorização. Ele ocorreu porque estavam se criando novos polos como o primeiro de Salvador para atrair
investimentos e gerar a população urbana. Na década de 90 e atualmente há um movimento de migração de
retorno pois o nordeste volta a apresentar um crescimento econômico significativo, até maior do que o do
Brasil. Isso foi apoiado no crescimento físico e estrutural da região nordeste com projetos de estradas e
ferrovias, portos e aeroportos. Esse crescimento estrutural permite maior chegada e saída de pessoas e
produtos. O nordeste passa nesse período a crescer de forma rápida e vertiginosa, passando também por
problemas de energia como apagões que afasta investimentos. Mas rapidamente conquista projetos de
produção de energia, recebendo investimento em eletricidade e transporte, equipando as cidades e voltando
a atrair empresários que não conseguem investir com tanta facilidade e tanto lucro nas áreas mais ocupadas
do país.
O sudeste hoje perde investimento pro nordeste por conta de seu alto custo, trânsito, falta de incentivo
fiscais, etc. O nordeste nesse momento em que Rio de Janeiro e Brasília já estavam com inchaço urbano e
concentração de investimentos se apresenta como uma opção mais barata atraindo investimentos,
aumentando empregos e gerando centros formadores de mão de obra, o que integrou cada vez mais o setor
nordeste na economia novamente. A quantidade de senadores eleitos dessa região também a destacam no
quesito político.
Existem ainda quatro subdivisões regionais do Nordeste.
Zona da mata - zona litorânea até o planalto da borborema, planície costeira nordestina estreita e perto do
litoral. Zona muito importante de mata atlântica. Clima chuvoso quente, importante pro contexto de praias.
Zona mais ocupada transformada e desmatada de todas. Passou por grandes perdas de área. O crescimento
urbano industrial foi de sucesso nesta zona tendo também as grandes praias para o turismo. Atraiu migrantes
do interior para o litoral criando cidades superlotadas como Salvador, Maceió, João Pessoa e Fortaleza por
exemplo. Atividades se concentram no setor secundário e terciário da economia.
3
G
eo
.
Agreste - Complementa as atividades da zona da mata. Tem como característica o desenvolvimento da
policultura no setor primário, que é o desenvolvimento de diferentes gêneros agrícolas abastecendo a zona
da mata. Essa prática faz subir alguns índices sociais, ganhando status e polos importantes como Campina
Grande na Paraíba. Isso também atrai cada vez mais atividades de caráter urbano. As características culturais
também atraem turismo. Em termos de geografia física, temos uma mata de transição ou ecótono,
demarcando passagem ou transição de características de variação de clima, entre o sertão com a caatinga e
a mata atlântica do litoral. Também apresenta diferentes formas de relevo e temperatura.
Sertão - Representando mais da metade de seu território, com um clima semi-árido e índices pluviométricos
baixos quando comparado ao restante do país, o associamos comumente a seca e a fome. Sua vegetação é
de caatinga e tem a pecuária extensiva como principal atividade das grandes propriedades. O Rio São
Francisco é utilizado como principal fonte de água para as populações de suas margens e também é usado
para irrigação e para produção de energia com hidrelétricas como a de Sobradinho (BA). O Nordeste é uma
região de alta pressão, com correntes de ar que transferem calor para latitudes maiores, favorecendo a
estabilidade do tempo e a ausência de chuvas.
Meio Norte - O Meio Norte é encontrado no território dos estados do Maranhão e parte do Piauí. É uma faixa
de transição entre o semiárido nordestino e a região amazônica. Apresenta clima tropical com muitas chuvas
no verão, e índices pluviométricos maiores a oeste, principalmente por estar mais próximo a região
amazônica. A vegetação natural dessa área é a mata de cocais, carnaúbas e babaçus.
EXERCÍCIOS
1. Problemas econômicos e sociais são responsáveis por deslocamentos populacionais na região
Nordeste. Os mais comuns podem ser designados como:
a) pendulares.
b) sertanejos.
c) sazonais.
d) paroaras.
e) bóias-frias.
2. O litoral nordestino foi economicamente explorado desde a chegada dos primeiros portugueses ao
Brasil. Durante o período colonial a principal atividade econômica nordestina foi:
a) a policultura da cana-de-açúcar e do algodão que se estenderam do Rio Grande do Norte até a
Bahia.
b) a monocultura da cana-de-açúcar que se estendeu do Rio Grande do Norte até a Bahia.
c) a indústria artesanal e os moinhos de café que se estenderam do Ceará até Sergipe.
d) a criação de gado leiteiro que se estendeu do Piauí até a Bahia.
3.
4
G
eo
.
De acordo com as figuras, a intensidade de intemperismo de grau muito fraco é característica de qual
tipo climático?
a) Tropical.
b) Litorâneo.
c) Equatorial.
d) Semiárido.
e) Subtropical.
4. Ent o, a travessia das veredas sertanejas mais exaustiva que a de uma estepe nua. Nesta, ao menos,
o viajante tem o desafogo de um horizonte largo e a perspectiva das planuras francas. Ao passo que a
outra o afoga; abrevia-lhe o olhar; agride-o e estonteia-o; enla a-o na trama espinescente e n o o atrai;
repulsa-o com as folhas urticantes, com o espinho, com os gravetos estalados em lan as, e desdobra-
se-lhe na frente l guas e l guas, imut vel no aspecto desolado; rvore sem folhas, de galhos estorcidos
e secos, revoltos, entrecruzados, apontando rijamente no espa o ou estirando-se flexuosos pelo solo,
lembrando um bracejar imenso, de tortura, da flora agonizante... CUNHA, E. Os sert es. Dispon vel em: http://pt.scribd.com. Acesso em: 2 jun. 2012.
Os elementos da paisagem descritos no texto correspondem a aspectos biogeogr ficos presentes na
a) composi o de vegeta o xer fila.
b) forma o de florestas latifoliadas.
c) transi o para mata de grande porte.
d) adapta o elevada salinidade.
e) homogeneiza o da cobertura perenif lia.
5.
Sobradinho
O homem chega, já desfaz a natureza
Tira gente, põe represa, diz que tudo vai mudar
O São Francisco lá pra cima da Bahia
Diz que dia menos dia vai subir bem devagar
E passo a passo vai cumprindo a profecia do beato que
dizia que o Sertão ia alagar.
SÁ E GUARABYRA. Disco Pirão de peixe com pimenta. Som Livre, 1977 (adaptado).
5
G
eo
.
O trecho da música faz referência a uma importante obra na região do rio São Francisco. Uma
consequência socioespacial dessa construção foi:
a) a migração forçada da população ribeirinha.
b) o rebaixamento do nível do lençol freático local.
c) a preservação da memória histórica da região.
d) a ampliação das áreas de clima árido.
e) a redução das áreas de agricultura irrigada
6. Leia com atenção: Um novo, desconhecido e próspero Nordeste, uma nova fronteira agrícola que se
consolida ano a ano com a produção de grãos no oeste da Bahia, sul do Maranhão e sudeste do Piauí.
É esta a nova aposta da Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN) para tirar do papel o secular projeto
da Transnordestina. Com investimentos de R$ 4,5 bilhões em reforma ou ampliação de 1.860
quilômetros de trilhos, o governo federal planeja interligar as áreas produtoras de soja, milho e algodão
aos Portos de Suape, em Pernambuco, e de Pecém, no Ceará..
(Jornal do Comércio. Nova fronteira agrícola aguarda a Transnordestina. 14/05/2006).
Sobre essa nova realidade nordestina, é correto afirmar que
a) os grãos mais produzidos nessa área são o milho e o algodão, por serem lavouras que se adaptam
melhor ao cerrado do que a soja.
b) o progresso agrícola na região mencionada é uma demonstração da adaptação das lavouras
modernas às regiões de caatinga e à seca.
c) os investimentos na ferrovia serão bem-vindos, mas não precisarão ser muito grandes em razão da
proximidade das áreas de plantio em relação ao litoral.
d) no cerrado nordestino as chuvas são regulares, em especial nas chapadas; os terrenos são planos
e facilitam a mecanização das lavouras. Essas são virtudes importantes da área.
e) embora a ferrovia seja um bom investimento por garantir um acesso direto a portos marítimos dos
produtos agrícolas, a região já está bem assistida por rodovias federais
7. Leia o texto a seguir e assinale a alternativa INCORRETA sobre o Nordeste semiárido brasileiro:
a região Guajira, na Venezuela e
Colômbia; a diagonal seca do Cone Sul que envolve muitas nuances de aridez ao longo da Argentina,
Chile e Equador; e, por fim, o Nordeste Seco do Brasil. Das velhas e repetitivas noções do ensino
médio herdadas um pouco por todos nós restaram observações pontuais e desconexas sobre o
universo físico e ecológico do Nordest Eco Brasil, mai. 1992.)
a) O semiárido nordestino caracteriza-se por baixos níveis de umidade, escassez de chuvas anuais e
irregularidades no ritmo das precipitações ao longo dos anos.
b) Um dos fatores marcantes da região é a inexistência de rios perenes e caudalosos. Essa drenagem
intermitente inviabiliza projetos de irrigação na área.
c) Apesar de predominantemente seco, no semiárido, encontram-se algumas áreas de mata úmida,
alimentadas por chuvas
d)
território predominam depressões interplanálticas, situadas entre maciços antigos e chapadas
localizadas.
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8.
A participação relativa das regiões Nordeste e Sudeste no total da população brasileira, durante o
período mencionado, modificou-se, principalmente, em função do seguinte indicador demográfico:
a) migração
b) natalidade
c) mortalidade
d) nupcialidade
9. -árido em uma região aparentemente sem história,
dada a permanência e imutabilidade dos problemas. Como se com o decorrer das décadas nada tivesse
se alterado e o presente fosse um eterno passado. A cada seca, e mesmo no intervalo entre uma e
outra, milhares de nordestinos foram abandonando a região. Sem esperança de mudar a história das
suas cidades, buscaram em outras paragens a solução para a sobrevivência das suas famílias. Foi nos
sertões que permaneceu inalterado o poder pessoal dos coronéis, petrificado durante o populismo e
(VILLA, Marco Antonio. Vida e morte no sertão: história das secas no Nordeste nos séculos XIX e XX.
São Paulo: Ática, 2000, p. 252).
Com base no trecho acima, é possível concluir que:
borracha ocorrido na década de 1970;
a) as secas nordestinas não podem ser historicamente explicadas, já que decorrem de fenômenos
estritamente geográficos;
b)
estimulando sua industrialização em inícios do século XX;
c) as secas do Nordeste, resultando na multiplicação de fortes correntes migratórias, transformaram
o homem nordestino em sinônimo exclusivo de flagelado;
d) a grande mobilidade dos nordestinos, mais que uma decorrência das secas, foi fruto de um
sistema de dominação baseado na propriedade da terra que marginalizava homens livres e pobres.
7
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.
10. O processo de industrialização do Nordeste iniciou-se na segunda metade do século XIX. No início do
século XX, sofreu a implantação de indústrias diferentes das até então existentes.
A SUDENE reanimou o desenvolvimento industrial nordestino. Assinale a alternativa correta que se
relaciona às afirmações anteriores.
a) a SUDENE criando novas indústrias nas décadas de 1960 e 1970 aumentou sensivelmente o número
de empregos nas capitais nordestinas e reduziu as migrações para essas capitais.
b) a SUDENE conseguiu reanimar as indústrias tradicionais, na primeira metade do século XX,
incentivando a implantação de fábricas de extração de óleo de sementes de algodão, de mamona
e de oiticica que não sendo automatizadas resolveram, em boa parte, a questão do emprego.
c) a implantação de usinas de açúcar e de fábricas de tecidos ligadas à produção do algodão, do
agave e caroá foram iniciadas apenas após a criação da SUDENE, na década de 1950.
d) apesar da SUDENE provocar um certo desenvolvimento industrial, não houve uma diversificação
nos tipos de indústrias do Nordeste, após a década de 1950, permanecendo a mesma estrutura
industrial, baseada na manufatura de produtos agrícolas.
e) incentivos fiscais contribuíram para a implantação de novas indústrias e a modernização de algumas
das antigas, no entanto, a SUDENE investindo mais em áreas que já apresentavam um certo
dinamismo econômico, não minimizou a pobreza nordestina e as migrações para as grandes
cidades.
11. Segundo a análise do Prof. Paulo Canedo de Magalhães, do Laboratório de Hidrologia da COPPE,
UFRJ, o projeto de transposição das águas do Rio São Francisco envolve uma vazão de água modesta
e não representa nenhum perigo para o Velho Chico, mas pode beneficiar milhões de pessoas. No
entanto, o sucesso do empreendimento dependerá do aprimoramento da capacidade de gestão das
águas nas regiões doadora e receptora, bem como no exercício cotidiano de operar e manter o sistema
transportador.
Embora não seja contestado que o reforço hídrico poderá beneficiar o interior do Nordeste, um grupo
de cientistas e técnicos, a convite da SBPC, numa análise isenta, aponta algumas incertezas no projeto
de transposição das águas do Rio São Francisco. Afirma também que a água por si só não gera
desenvolvimento e será preciso implantar sistemas de escoamento de produção, capacitar e educar
pessoas, entre outras ações. (Adaptado. Ciência Hoje , volume 37, número 217, julho de 2005)
Os diferentes pontos de vista sobre o megaprojeto de transposição das águas do Rio São Francisco
quando confrontados indicam que
a) as perspectivas de sucesso dependem integralmente do desenvolvimento tecnológico prévio da
região do semiárido nordestino.
b) o desenvolvimento sustentado da região receptora com a implantação do megaprojeto independe
de ações sociais já existentes.
c) o projeto deve limitar-se às infra-estruturas de transporte de água e evitar induzir ou incentivar a
gestão participativa dos recursos hídricos.
d) o projeto deve ir além do aumento de recursos hídricos e remeter a um conjunto de ações para o
desenvolvimento das regiões afetadas.
e) as perspectivas claras de insucesso do megaprojeto inviabilizam a sua aplicação, apesar da
necessidade hídrica do semi-árido.
12. No século XXI, a participação do Produto Interno Bruto (PIB) do Nordeste no PIB brasileiro vem
aumentando paulatinamente, o que indica que a região passa por um ciclo de crescimento econômico.
Os principais fatores responsáveis por esse fenômeno são:
8
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.
a) investimentos de grandes empresas em empreendimentos voltados para a promoção de economias
solidárias e para o desenvolvimento de atividades de pequenos produtores agroextrativistas.
b) investimentos públicos em infraestrutura, concessões estatais de créditos e incentivos fiscais a
empresas, e o aumento do consumo da população mais pobre, que passa a ter acesso ao crédito.
c) investimentos de bancos privados em grandes obras de infraestrutura direcionadas para a
transposição do Rio São Francisco e para a melhoria dos sistemas de transporte rodoviário e
ferroviário da região.
d) investimentos de bancos estrangeiros em empreendimentos voltados para a aquisição de grandes
extensões de terras e para a instalação de rede hoteleira nas áreas litorâneas da região.
13. Relacione as colunas considerando as sub-regiões do Nordeste brasileiro.
1. Meio Norte
2. Sertão
3. Agreste
4. Zona da Mata
( ) Maior extensão, predomínio do clima semi-árido e vegetação de caatinga; tem pecuária extensiva
e agricultura tradicional.
( ) Clima úmido e quente, vegetação de mata de cocais; tem base econômica no extrativismo vegetal
e agricultura comercial.
( ) Características ambientais de transição, predomina a policultura comercial e pecuária leiteira.
( ) Clima quente e úmido litorâneo, predominam as monoculturas comerciais, concentração
econômica e demográfica.
Assinale a sequência CORRETA encontrada:
a) 4 - 3 - 1 - 2
b) 1 - 2 - 3 - 4
c) 2 - 1 - 3 - 4
d) 1 - 2 - 4 - 3
e) 2 - 1 - 4 - 3
14. Nordeste - O Caminho das Águas O Projeto de Transposição das Águas do Rio São Francisco vem
provocando discussões polêmicas em muitos setores da sociedade brasileira. De acordo com a sua
proposta, serão construídos 720 Km de canais de concreto para levar a água do rio à região do semi-
árido dos seguintes estados: Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte.
Em todas as afirmativas a seguir são apontados aspectos negativos desse projeto, EXCETO:
a) A construção dos reservatórios e da galeria poderá deteriorar o patrimônio históricocultural da
região.
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b) Na área indicada no projeto deverão ocorrer: a perda de hectares de terras com potencial agrícola
e o desmatamento de áreas cobertas com vegetação nativa.
c) Ao início das obras, muitas áreas serão desapropriadas, promovendo a redução de vários
empregos diretos no interior nordestino.
d) Após a construção das estações de bombeamento, a água captada deverá ser utilizada pela
população urbana, pelo setor industrial e pelas áreas de produção agrícola.
15. Em relação ao Nordeste brasileiro, pode-se afirmar verdadeiramente que:
a) O fenômeno da desertificação afeta, indistintamente, toda a região
b) Historicamente essa Região vem sendo utilizada desde o século XVIII pela agricultura comercial e
pela pecuária intensiva, intensificando os efeitos da degradação ambiental
c) Sob o ponto de vista geoambiental e ecológico, o Nordeste é a mais diversificada dentre as
Grandes Regiões brasileiras
d) Nas serras úmidas e no agreste com melhores potencialidades de recursos naturais, a estrutura
fundiária tem predominância de latifúndios.
QUESTÃO CONTEXTO
País tem 917 municípios em crise hídrica; maioria está no Nordeste
O Brasil tem 917 municípios em crise hídrica, informou o ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho,
ao participar do 8° Fórum Mundial da Água. Esse número corresponde aos municípios que estão em situação
de emergência por seca ou estiagem até o dia 13 de março.
O ministro destacou que a crise hídrica não é mais um problema somente do Nordeste, onde estão a maioria
das cidades. Do total de municípios, 211 estão na Bahia, 196 na Paraíba, 153 no Rio Grande do Norte, 123 em
Pernambuco, 94 no Ceará, 40 em Minas Gerais, 38 em Alagoas, 18 no Rio de Janeiro, 17 do Rio Grande do
Sul, além de registros em outros estados.
Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2018-03/pais-tem-917-municipios-em-crise-hidrica-maioria-esta-no-
nordeste - retirado 20/03/2018 20h55
Relacione o conteúdo da notícia com as questões sociais da região nordeste e a industria da seca.
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GABARITO
Exercícios
1. c
Deslocamentos sazonais são movimentos de migrações que ocorrem em determinadas épocas do ano.
Portanto, as migrações sazonais na região nordeste do Brasil, ocorrem devido aos períodos de seca.
2. b
Durante grande parte do período colonial, na região nordeste do país, predominou o cultivo na cana de
açúcar.
3. d
O intemperismo químico é o processo de desgaste das rochas e dos minerais pela ação da água;
portanto, os baixos índices de intemperismo químico são explicados pelos longos períodos de estiagem
característicos do clima semiárido.
4. a
Os elementos da paisagem descritos no texto correspondem aos aspectos da vegetação presentes na
caatinga. Tal composição botânica é formada por vegetação xerófila, ou seja, adaptada a locais com
menor presença de água, como o Sertão nordestino, onde prevalece a formação em questão e que está
sob a influência do clima semiárido, quente e com chuvas escassas e irregulares. A presença de espinhos
sertanejo.
5. a
Com a construção de represas para a construção de usinas hidrelétricas, há o alagamento das áreas
circunvizinhas, afetando diretamente a vida das populações que vivem nas margens dos rios da região.
6. d
A predominância do relevo propício à mecanização, as características do solo, o regime favorável de
chuvas e o uso de técnicas mais modernas de produtividade constituem os principais fatores para o
crescimento da produção de grãos... - Veja mais em https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-
disciplinas/atualidades/mapitoba-conheca-a-ultima-fronteira-agricola-do-
brasil.htm?cmpid=copiaecola
7. b
O Rio São Francisco é um exemplo da existência de rios perenes e caudalosos na região, o que viabiliza
sim a existência de projetos de irrigação.
8. a
A estagnação econômica do Nordeste em relação às outras regiões, além dos períodos de seca que
assolavam a população, determinaram o início do processo migratório para outras regiões do país.
9. e
A migração nordestina foi causada, principalmente, pela falta de políticas públicas que promovessem o
desenvolvimento nordestino, apesar da seca, do que pela seca propriamente dita.
10. e
Foi na década de 1960 que foi criado a SUDENE ( Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste,
atual Agência de Desenvolvimento do Nordeste), cuja estratégia deu ênfase à industrialização, com
11
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base em recursos obtidos através de incentivos fiscais e financeiros e também por investimento que
visavan ampliar a infra-estrutura viária e energética da região.
11. d
A transposição do rio São Francisco irá , além de proporcionando água para suprir as necessidades
humanas, vai impulsionar o desenvolvimento de atividades econômicas.
12. b
A aceleração da expansão da economia do Nordeste a política de elevação real dos salários mínimos, os
programas de inclusão social e a retomada dos investimentos em infraestrutura social (com destaque
para saneamento e mobilidade urbana) e infraestrtura produtiva.
13. c
O Meio-norte é a região de transição entre o sertão semiárido e a Amazônia. As principais atividades
econômicas desenvolvidas na região são o extrativismo vegetal e a agricultura.O Sertão
nordestino, que é a região entre o Meio-norte e o Agreste, apresenta clima semiárido e a Caatinga
como vegetação. As principais atividades econômicas desenvolvidas são a pecuária extensiva e de
corte e o cultivo de frutas, flores, cana-de-açúcar, milho, feijão, algodão de fibra longa (no Vale do
Cariri, Ceará) e extração de sal, no litoral. O Agreste está entre o Sertão e a Zona da Mata e nele
predominam as pequenas propriedades rurais, que apresentam produção de policultura e pecuária
semi-intensiva para abastecer o mercado regional.A Zona da Mata foi a primeira área a ser colonizada
no Brasil e atualmente é a sub-região mais urbanizada e populosa do Nordeste.
14. d
O único aspecto postivo das proposições é a construção das estações de bombeamento, a água
captada deverá ser utilizada pela população urbana, pelo setor industrial e pelas áreas de produção
agrícola
15. a
Desertificação é o fenômeno que consiste no empobrecimento e diminuição da umidade em solos
arenosos, localizados em regiões de clima subúmido, árido e semiárido.
Questão contexto
Podemos chamar de indústria da seca para designar a estratégia de alguns políticos que aproveitam a
questão da seca na região nordeste
calamidade para conseguir mais verbas, incentivos fiscais, concessões de crédito e perdão de dívidas
valendo-se da propaganda de que o povo está morrendo de fome.
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Geo.
Professor: Claudio Hansen
Monitor: Rhanna Leoncio
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Nordeste: Zona da Mata e Agreste 13/15
ago
RESUMO
A região Nordeste é uma porção do espaço geográfico brasileiro muito controversa, pois, ao mesmo
tempo em que apresenta aspectos fundamentais na formação do nosso território, também está ligada ao
ideário de ser uma região que apresenta grandes problemas estruturais. Associada historicamente à ideia de
pobreza, e com características naturais distintas, o Nordeste tem mudado o panorama econômico, tudo
fruto do processo de descentralização industrial, que vem ocorrendo desde o início dos anos 90. Não
podemos deixar de destacar que o aspecto físico é muito importante na região.
O nordeste é dividido em quatro sub-regiões: Meio Norte, Agreste, Zona da Mata e Sertão.
AGRESTE
O Agreste é uma faixa de transição entre a Zona da Mata e o Sertão nordestino. Apesar do domínio
climático ser também o do semiárido, como no Sertão, o Agreste apresenta índices de chuva maiores que
os sertanejos. Sua principal atividade econômica é a pecuária extensiva, apesar de que, nas partes mais
úmidas, podem ser encontradas práticas como a agricultura de subsistência, que desenvolve uma
policultura que serve de abastecimento para a Zona da Mata, e a pecuária leiteira.
O Agreste é o nome dado a uma região estreita, no nordeste do Brasil, que se encontra entre a Zona da
Mata (litoral nordestino) e o Sertão, paralela à costa do Oceano Atlântico e exatamente por estar em uma
zona de transição, possui tanto o bioma Mata Atlântica quanto a caatinga (predominante). Lembrando que
o bioma caatinga é marcado pela presença de arbustos com galhos retorcidos, além de bromélias e cactos.
O Agreste abrange uma área que vai do Rio Grande do Norte até a Bahia, englobando também os estados
da Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Clima O clima predominante da região é o semiárido, porém,
é possível encontrar pequenas áreas úmida e brejos, locais onda são desenvolvidas atividades agrícolas.
Relevo Geologicamente o agreste se encontra principalmente no Planalto da Borborema, entre altitudes
que variam entre 500 e 800 metros sendo o local de maior altitude do nordeste brasileiro. Por se tratar de
uma região mais elevada em relação às áreas vizinhas, as massas de ar úmidas provindas do Oceano
Atlântico perdem força e causam chuva intensas em parte do Agreste e em toda a Zona da Mata essas
chuvas, por possuírem interferência direta do relevo, são chamadas de chuvas orográficas. Essas chuvas são
responsáveis pela presença de rios temporários. A seca no sertão, e também em parte do Agreste, também
é causada pela interferência do relevo. São destaques no Agreste as cidades de: Caruaru e Garanhuns
Pernambuco; Campina Grande Paraíba; Itabaiana Sergipe; Arapiraca Alagoas. Economia Embora a
agricultura seja presente em propriedades rurais de pequeno e médio porte, com predominância da
agricultura familiar e da rotação de culturas (principalmente para o algodão, café e sisal) e em regiões mais
próximas da Zona da Mata, onde a umidade é maior, as principais atividades econômicas da região são
focadas no artesanato e no turismo.
ZONA DA MATA
Encontra-se no litoral continental da região Nordeste, compreendendo uma faixa de 200 quilômetros,
desde o sul da Bahia até o Rio Grande do Norte. Esta área apresenta estações climáticas bem definidas,
com um verão seco e inverno chuvoso, e é nela que se encontram as maiores aglomerações urbanas da
região nordeste, além das cidades mais desenvolvidas e das principais capitais nordestinas.
Na época colonial, instalou-se nesta área o empreendimento açucareiro escravista. As condições
ecológicas são ideais para o cultivo da cana: os solos, férteis e escuros, conhecidos como massapê,
região apresenta um grande índice de desenvolvimento industrial.
A Zona da Mata nordestina configura uma das sub-regiões do Nordeste brasileiro, e também é conhecida
como litoral oriental do Nordeste e Costa do Descobrimento, isso porque o histórico de ocupação e
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exploração dos recursos naturais ocorre desde o período da colonização. Sua extensão compreende os
estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.
Clima:
as precipitações anuais na Zona da Mata estão entre 1800 a 2200 mm em determinadas áreas, e ocorrem
entre os meses de abril e julho. A temperatura média ao longo do ano varia entre 24 º C e 26 º C.
Relevo e Vegetação: O relevo na Zona da Mata é caracterizado pela presença de planícies, que segundo a
classificação de Jurandyr Ross, são áreas fundamentalmente planas e que foram formadas pela deposição
de sedimentos de origem marinha, lacustre (lagos) ou fluvial (rios), do período Quaternário (1,6 milhões de
anos), sendo os depósitos mais recentes da época do Holoceno (10 mil anos). Há também a presença de
praias, que são formadas pela variação do nível do mar, e tabuleiros que são podem ser entendidos como
uma forma muito parecida com o planalto, com altitude variando entre 20 e 50 metros, porém o seu limite
termina de forma repentina. Estas feições são formadas pela ação da erosão de águas marinhas. No passado
a Mata Atlântica era a principal forma de vegetação encontrada nessa área, entretanto as atividades de
extração, ocupação humana, expansão do cultivo de cana-de-açúcar e a produção do açúcar, foram
responsáveis pelo desmatamento de praticamente toda esta forma de vegetação, o que representa uma
perda significativa para a biodiversidade do local.
Economia: Se no passado a principal atividade de extração era a madeira do pau-brasil, atualmente, a cana-
de-açúcar é a atividade econômica predominante, caracterizada pela presença de latifúndios, que são
grandes propriedades onde se cultiva apenas uma variedade agrícola, e por isso são monoculturas. Há a
presença de usinas para a produção de açúcar e álcool. No Recôncavo Baiano há a produção de tabaco,
cacau, criação de gado, extração de lenha e exploração de petróleo.
EXERCÍCIOS
1. A região destacada no mapa a seguir caracteriza-se entre outros fatores por:
a) apresentar uma estrutura agrária exclusivamente de latifúndios dedicados à lavoura de cana-de-
açúcar.
b) dedica-se à pecuária extensiva, lembrança da principal atividade desenvolvida no período colonial.
c) aproveitar suas terras mais úmidas para a fruticultura, não necessitando, desta forma, de irrigação.
d) englobar a maior produção de arroz de toda a região nordestina.
e) fornecer mão de obra temporária para as plantações de cana-de-açúcar da Zona da Mata.
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2. Considere as seguintes descrições de sub-regiões nordestinas:
I. Considerada a área de transição entre o sertão semiárido e a Amazônia úmida, possui sua economia
baseada no extrativismo vegetal e na agricultura, destacando-se como área de modernização o
complexo que integra o porto de Itaqui à Serra de Carajás.
II. Área em que predomina uma estrutura baseada em minifúndios. A policultura e a pecuária semi-
intensiva contribuem para o abastecimento do mercado regional.
III. É a sub-região mais povoada e a mais industrializada. Foi considerada a principal região econômica
do país durante o Brasil colonial.
Pode-se afirmar corretamente que as descrições I, II e III acima correspondem respectivamente a:
a) Cerrado, Sertão e Zona da Mata.
b) Meio-norte, Zona da Mata e Sertão.
c) Cerrado, Agreste e Meio-norte.
d) Meio-norte, Agreste e Zona da Mata.
3. ssoal via nós com o matulão nas costas já sabia: é corumba. Era tempo que chegava o
empreiteiro da usina açucareira, o cabo, e chamava aquelas turmas, 10, 12, até 20 trabalhadores de uma
nguém segura o trabalhador do agreste nas trovoadas de janeiro, aquilo
(Tereza Sales. Agreste, Agrestes.)
O texto reproduz palavras de um agricultor que:
a) se dedica à pecuária e migra sazonalmente para o Sertão.
b) se dedica a culturas de mercado e migra definitivamente para a Zona da Mata.
c) se dedica à agroindústria e migra sazonalmente do Agreste para o Sertão.
d) se dedica a culturas de exportação e migra da zona rural para a zona urbana.
e) se dedica a culturas de subsistência e migra sazonalmente para a Zona da Mata.
4. "Ao entrar no Recife,
não pensem que entro só.
Entra comigo a gente
que comigo abaixou
por essa velha estrada
que vem do interior;
(...)
e também retirantes
em quem só o suor não secou." MELO NETO, João Cabral de. "O Rio." In: Morte e Vida Severina e Outros Poemas em Voz Alta.
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Esses versos permitem identificar um movimento migratório
a) do Nordeste brasileiro para outras regiões do país.
b) de Recife para a Zona da Mata.
c) da Zona da Mata para o Sertão do Nordeste brasileiro.
d) do Sertão para a Zona da Mata do Nordeste brasileiro.
e) de nordestinos que retomam de outras regiões brasileiras.
5. A Região Nordeste apresenta aspectos bem diferenciados no
a) Agreste, zona localizada entre a Zona da Mata e o meio norte, que é uma área de transição com
elevada densidade demográfica e grande urbanização.
b) A Zona da Mata que apresenta devastação florestal, entretanto, o intenso reflorestamento impede
a degradação da floresta original.
c) O Sertão, área pobre, seca, tem baixas densidades demográficas, mas com intensa mecanização na
agricultura, que é sua principal atividade.
d) A faixa litorânea, área mais importante da região, onde estão os principais centros urbanos,
aglomerados industriais e zonas portuárias.
e) Meio-norte que engloba Maranhão e Piauí, área de latifúndios, pastagens naturais e intensa
atividade agrícola.
6. A sub-região nordestina que se estende do Rio Grande do Norte até o sul da Bahia, localizada entre o
litoral úmido e o semiárido é chamada de:
a) Sertão
b) Zona da Mata
c) Agreste
d) Meio Norte
e) Recôncavo Baiano
7. A partir dos anos 70, impõe-se um movimento de desconcentração da produção industrial, uma das
manifestações do desdobramento da divisão territorial do trabalho no Brasil. A produção industrial
torna-se mais complexa, estendendo-se, sobretudo, para novas áreas do Sul e para alguns pontos do
Centro-Oeste, do Nordeste e do Norte. SANTOS, M.; SILVEIRA, M. L. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2002 (fragmento).
Um fator geográfico que contribui para o tipo de alteração da configuração territorial descrito no texto
é:
a) Obsolescência dos portos.
b) Estatização de empresas.
c) Eliminação de incentivos fiscais.
d) Ampliação de políticas protecionistas.
e) Desenvolvimento dos meios de comunicação.
8. Sabe-se o que era a mata do Nordeste, antes da monocultura da cana: um arvoredo tanto e tamanho
e tão basto e de tantas prumagens que não podia homem dar conta. O canavial desvirginou todo esse
mato grosso do modo mais cru: pela queimada. A fogo é que foram se abrindo no mato virgem os
claros por onde se estendeu o canavial civilizador, mas ao mesmo tempo devastador. FREYRE, G. Nordeste. São Paulo: Global, 2004 (adaptado).
Analisando os desdobramentos da atividade canavieira sobre o meio físico, o autor salienta um
paradoxo, caracterizado pelo(a)
a) demanda de trabalho, que favorecia a escravidão.
b) modelo civilizatório, que acarretou danos ambientais.
c) rudimento das técnicas produtivas, que eram ineficientes.
d) natureza da atividade econômica, que concentrou riqueza.
e) predomínio da monocultura, que era voltada para exportação.
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9.
As trajetórias de participação das regiões Sudeste e Nordeste, apresentadas no mapa, estão,
respectivamente, associadas ao(à)
a) redução da renda média e à flexibilização das leis ambientais.
b) encarecimento da mão de obra e à política de incentivos fiscais.
c) expansão da malha rodoviária e à instalação de grandes projetos hidrelétricos.
d) diminuição da participação do setor de serviços e à ampliação do agronegócio.
e) aumento do fluxo migratório inter-regional e à descoberta de novas jazidas de carvão mineral.
10.
Disponível em: http://img0.cptec.inpe.br. Acesso em: 25 ago. 2014 (adaptado).
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Disponível em: http://imagens.climatempo.com.br. Acesso em: 25 ago. 2014 (adaptado).
No dia em que foram colhidos os dados meteorológicos apresentados, qual fator climático foi
determinante para explicar os índices de umidade relativa do ar nas regiões Nordeste e Sul?
a) Altitude, que forma barreiras naturais.
b) Vegetação, que afeta a incidência solar.
c) Massas de ar, que provocam precipitações.
d) Correntes marítimas, que atuam na troca de calor.
e) Continentalidade, que influencia na amplitude da temperatura.
G
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GABARITO
Exercícios 1. e
A região representada pelo mapa é o Agreste nordestino, que é muito marcado por fornecer mão de
obra para a Zona da Mata em épocas de corte da cana-de-açúcar nessa região, atividade que demanda
uma grande quantidade de funcionários.
2. d
O Nordeste pode ser dividido em quatro regiões: Meio-norte, Sertão, Agreste e Zona da Mata.
- O Meio-norte é a região de transição entre o sertão semiárido e a Amazônia. As principais atividades
econômicas desenvolvidas na região são o extrativismo vegetal e a agricultura.
- O Sertão nordestino, que é a região entre o Meio-norte e o Agreste, apresenta clima semiárido e a
Caatinga como vegetação. As principais atividades econômicas desenvolvidas são a pecuária extensiva
e de corte e o cultivo de frutas, flores, cana-de-açúcar, milho, feijão, algodão de fibra longa (no Vale
do Cariri, Ceará) e extração de sal, no litoral.
- O Agreste está entre o Sertão e a Zona da Mata e nele predominam as pequenas propriedades rurais,
que apresentam produção de policultura e pecuária semi-intensiva para abastecer o mercado regional.
- A Zona da Mata foi a primeira área a ser colonizada no Brasil e atualmente é a sub-região mais
urbanizada e populosa do Nordeste.
3. e
O Nordeste brasileiro é subdividido em 4 regiões, Meio-norte, Sertão, Agreste e Zona da Mata. Cada
uma dessas sub-regiões apresenta distintas características socioeconômicas, algumas destas
destacadas no texto em que aponta o deslocamento de trabalhadores do Agreste, onde há a
predominância de minifúndios associados à subsistência, para a Zona da Mata, área litorânea,
densamente ocupada e com forte atividade turística, em busca recursos financeiros para investir em
sua terra.
4. d
Os versos apontam o deslocamento intraregional nordestino em que há a migração de indivíduos
(retirantes) da sub-região Sertão para a Zona da Mata (a cidade de Recife está localizada no litoral, e,
portanto, nesta sub-região nordestina).
5. d
A faixa litorânea da região Nordeste é conhecida como Zona da Mata. É a sub-região mais
urbanizada, povoada e industrializada. É onde se concentra a maior parte da população e o maior
número de indústrias do Nordeste, com destaque para o Polo Petroquímico de Camaçari.
6. c
O Agreste nordestino está localizado entre o Sertão e a Zona da Mata. Na face leste do Agreste, mais
próximo à Zona da Mata, o clima é mais úmido. À medida que se avança para o interior,
aproximando-se do Sertão, o clima fica cada vez mais seco, e a paisagem mais árida.
7. e
O avanço das comunicações e dos meios de transporte possibilitou a fragmentação das empresas, que
permaneceram com suas sedes nos grandes centros no Sudeste, sobretudo, mas suas unidades de
produção foram deslocadas para outras regiões brasileiras com o objetivo de obter isenções fiscais,
mão de obra mais barata, entre outros.
8. b
A questão diz respeito a mata atlântica, o bioma mais desmatado, de maneira mais rápida no Brasil.
Esse desmatamento começou desde o período colonial com a ocupação litorânea. Assim, a alternativa
G
eo
.
que mais se encaixa com a questão trazida no texto é que fala do modelo civilizatório que já começou
por ocupar e danificar o bioma ali presente com a monocultura da cana.
9. b
Para resolver a questão, é necessário fazer a leitura do mapa que indica que a participação da região
nordeste no PIB do país cresceu de 2002 para 2010, enquanto que na região sudeste esse índice
diminuiu. Os principais problemas que o sudeste sofre que podem explicar essa redução estão
associadas ao inchaço urbano e o encarecimento de terras e de mão de obra. Enquanto na região
nordeste uma série de incentivos fiscais são colocados a fim de estimular o fluxo das empresas para
região, essa medida ao mesmo tempo resolve o problema de concentração da valorização na região
sudeste.
10. c
A questão pedia para comparar as condições climáticas das Regiões Sul e Nordeste. Observa-se que o
Sul apresenta baixa temperatura e alta umidade, e o Nordeste, alta temperatura e alta umidade. O fator
do clima responsável por essas características é a ação das massas de ar. Nesse sentido, massas que
nascem no oceano são úmidas e influenciam o clima por onde passam. O Nordeste e o Sul do país são
influenciados por essas massas, o que explica a umidade nessas regiões.
H
is.
His.
Professor: Renato Pellizzari
João Daniel
Monitor: Natasha Piedras
H
is.
A Guerra Conceitos e Periodização 15/13
ago
RESUMO
A Guerra Fria é entendida como uma disputa ideológica entre o comunismo e o capitalismo, representados,
respectivamente pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e pelos Estados Unidos. Esta
conflagração teve início após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e ficou assim conhecida porque ambos
os países nunca se enfrentaram diretamente num conflito em seus territórios. O fim da Guerra Fria ocorreu
em 1991, quando houve desmantelamento da URSS e marcou-se a vitória do bloco capitalista.
(Charge ironizando o mundo bipolar)
Durante as duas mais de quatro décadas de duração, Estados Unidos e URSS buscavam aumentar sua área
de influência, tanto por meios materiais através da economia e do poder bélico quanto por suas distintas
ideologias. Procurando se afirmar como maior potência global, ambos iniciaram uma corrida armamentista:
eles tentavam sempre superar o poder bélico de seu oponente e avançar em criações tecnológicas voltadas
à guerra. A corrida armamentista tornou-se também nuclear: os Estados Unidos possuíam a tecnologia desde
1945, e a URSS realizou seus primeiros testes em 1949.
Outro meio em que a disputa ocorreu de modo muito claro foi no espaço: a conhecida corrida espacial. Os
soviéticos contaram com algumas vitórias iniciais: lançaram o primeiro satélite artificial (1957), o primeiro
foguete tripulado com um ser vivo (1960) e mesmo o primeiro voo espacial tripulado por um humano (1961).
Entretanto, a chegada do homem à lua, realizada pelos Estados Unidos em 1969, foi o ápice dessa corrida.
Um dos maiores símbolos da Guerra Fria foi o muro de Berlim. Após a derrota na II Guerra Mundial, a
Alemanha foi dividida entre quatro vencedores: França, Inglaterra, Estados Unidos e URSS. Os países
capitalistas fizeram uma nova aliança e estabeleceram seu domínio sobre a Alemanha Ocidental. A URSS não
aderiu à aliança e passou a ter influência direta sobre a Alemanha Oriental. Em 1961, foi erguido um muro
separando as duas partes da cidade em capitalista e socialista: o muro de Berlim, que somente seria
desmantelado ao final do conflito.
momento, houve conflitos na periferia do sistema que contaram com a influência dos EUA e da URSS. A
Guerra da Coreia, do Vietnã e do Afeganistão são alguns dos exemplos mais conhecidos, onde ocorreu o
enfrentamento indireto entre as duas superpotências em disputa.
H
is.
EXERCÍCIOS
1. Harry Truman, presidente dos Estados Unidos, afirmou em 1947:
-se pelas instituições livres, pelo
O segundo modo de vida baseia-se na vontade de uma minoria, imposta pela força à maioria (...).
Acredito que a política dos Estados Unidos deve ser a de apoiar os povos livres que estão resistindo à
(Harold Syrett, Documentos históricos dos Estados Unidos)
-americano se refere é o:
a) comunista.
b) neoliberal.
c) fundamentalista.
d) capitalista.
e) anarquista.
2. Quando entramos em contato com a Segunda Guerra Mundial, a primeira lembrança que vem à mente
é a de perplexidade e horror, tanto em função da experiência nazifascista como em razão das bombas
nucleares lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki.
Acerca do quadro apresentado pelo mundo após o fim da Segunda Guerra Mundial (1946-50), é correto
afirmar que:
a) a URSS, isolada em relação à política mundial, procurou consolidar as posições conquistadas
durante o conflito, estimulando e patrocinando a expansão do sistema socialista em escala
mundial;
b) os países do Terceiro Mundo, fortalecidos pela redefinição do quadro econômico mundial,
garantiram a sua participação como membros efetivos do Conselho de Segurança da Organização
das Nações Unidas (ONU);
c) os Estados Unidos da América asseguraram a sua hegemonia econômica e política sobre a Europa,
compensando a perda de sua influência na América Latina, seduzida pela ideologia comunista da
União Soviética;
d) a Europa devastada em termos de vidas e de bens materiais experimentava uma profunda crise
ideológica e moral. O apoio norte-americano, por meio do Plano Marshall, foi essencial no
processo de reconstrução europeia.
3. Os 45 anos que vão do lançamento das bombas atômicas até o fim da União Soviética não foram um
período homogêneo único na história do mundo. [...] Dividem-se em duas metades, tendo como
divisor de águas o início da década de 70. Apesar disso, a história deste período foi reunida sob um
padrão único pela situação.
O período citado no texto e conhecido por Guerra Fria pode ser definido como aquele momento
histórico em que houve:
a) corrida armamentista entre as potências imperialistas europeias ocasionando a Primeira Guerra
Mundial.
b) domínio dos países socialistas do Sul do globo pelos países capitalistas do Norte.
c) choque ideológico entre a Alemanha Nazista/União Soviética Stalinista, durante os anos 1930.
d) disputa pela supremacia da economia mundial entre o Ocidente e as potências orientais, como a
China e o Japão.
e) constante confronto das duas superpotências que emergiram da Segunda Guerra Mundial.
H
is.
4. Entre 1955 e 1973, um grupo de líderes internacionais tentou criar as bases daquilo que ficou
conhecido como "movimento dos não-alinhados". A esse respeito é correto afirmar:
a) O movimento procurava estabelecer uma política diplomática independente dos EUA e da União
Soviética, as duas superpotências da época.
b) Tratava-se de um movimento de países do Terceiro Mundo, que reunia apenas líderes que não
estivessem comprometidos com os interesses da União Soviética.
c) Tratava-se de um movimento que tentava elaborar uma alternativa política à social-democracia
europeia e ao comunismo da China e dos países do Leste europeu.
d) Os princípios do movimento, definidos na Conferência de Bandung, em 1955, indicavam o
alinhamento dos países do Terceiro Mundo com as chamadas potências desenvolvidas.
e) A Conferência de Belgrado, em 1961, condenou a instauração do regime comunista em Cuba,
liderado por Fidel Castro.
5. Duas grandes guerras e uma depressão mundial de permeio debilitaram o sistema em quase toda
parte, exceto nos Estado
Essa mensagem, do presidente H. S. Truman (1947), pode ser considerada como um manifesto para:
a) neutralizar a opinião pública com relação à gravidade da crise de 1929.
b) convencer o Congresso a ajudar os países sem capitalismo.
c) justificar o início da política da Guerra Fria.
d) obter o apoio dos eleitores para mudar a Constituição.
e) alertar sobre os perigos enfrentados pelo capitalismo no país.
6. "A construção de uma nova ordem mundial, após a Segunda Guerra Mundial, contou com a
participação da União Soviética, cuja importância estendeu-se até sua desintegração em 1991". Sobre
o período mencionado no texto, pode-se afirmar corretamente que
a) o desaparecimento de Joseph Stálin (1953), acompanhado da ascensão de Malenkov, conduziu a
um recrudescimento da Guerra Fria, instigando a participação soviética em disputas por áreas
como a Letônia e o Vietnã.
b) o Governo de Kruschev (1955-64) correspondeu a uma época de críticas às práticas políticas do
Stalinismo e à negação, por parte da URSS, da inevitabilidade da Guerra com os países capitalistas
do Ocidente.
c) a ruptura das relações entre os Partidos Comunistas da URSS e da China (1959) consagrou a
liderança política internacional russa submetendo a China a seus interesses e autoridades.
d) a chegada de Brejnev ao poder favoreceu o estouro de um movimento de reformas liberalizantes,
que reestruturam o Estado Soviético extinguindo a censura interna e abrindo o país aos
estrangeiros.
e) a administração de Andropov (1982-84) provocou um endurecimento do regime com a volta das
perseguições políticas, prisões em massa e a revitalização das forças armadas russas.
7. uerra Fria fosse o confronto militar e uma corrida armamentista
não foram usadas, o caro material tecnológico da competição entre superpotências provou-se
indecisivo. A constante ameaça de guerra produziu movimentos internacionais pela paz,
essencialmente dirigidos contra as armas nucleares, que de tempos em tempos tornavam-se
movimentos de massa em partes da Europa e eram considerados pelos Cruzados da Guerra Fria como
HOBSBAWN, E. A era dos extremos. São Paulo : Companhia das Letras, 1994.
H
is.
Sobre o contexto da Guerra Fria e considerando o texto acima, é correto afirmar:
a) A Guerra Fria foi um confronto militar de consequências trágicas, que aconteceu ao mesmo tempo
que a Segunda Grande Guerra.
b) Uma das características mais evidentes da Guerra Fria foi a corrida armamentista, em que cada
bloco de países procurava superar o outro no poderio bélico.
c) Uma política de coexistência pacífica, capaz de amenizar as tensões da Guerra Fria, sempre foi
combatida pelos líderes soviéticos, inclusive com a recusa de estabelecer relações diplomáticas
com os países da Europa Ocidental.
d)
autocráticos, reunidos no bloco militar do Pacto de Varsóvia.
e) A Guerra Fria foi responsável pelo surgimento de movimentos pacifistas no Ocidente,
direcionados a favor das armas nucleares e denunciados como manobras comunistas pelos
estrategistas norte-americanos.
8. Embora o terreno ideal do socialismo e do comunismo tenha desmoronado, os problemas que ele
pretendeu resolver permanecem: o uso descarado da vantagem social e o desordenado poder do
dinheiro, que muitas vezes dirige o curso mesmo dos acontecimentos. E se a lição global do século
XX não servir como uma vacina curativa, o imenso turbilhão vermelho pode repetir-se em sua
totalidade. (A. Soljenitsin. The New York Times, 28.11.1993.)
Do texto, depreende-se uma
a) crítica ao neoliberalismo e a crença na história como um campo aberto de possibilidades.
b) admiração pelo socialismo e a convicção de que o futuro histórico pertence ao comunismo.
c) hostilidade para com o socialismo e uma visão otimista quanto ao futuro do capitalismo.
d) incompreensão com relação ao capitalismo e ao socialismo e cegueira com relação ao futuro.
e) aceitação do capitalismo e a aceitação conformista da tese que sustenta o fim da história.
9. Sobre a queda do muro de Berlim, no dia 10 de novembro de 1989, é correto afirmar que
a) o fato acirrou as tensões entre Oriente e Ocidente, manifestas na permanência da divisão da
Alemanha.
b) resultou de uma longa disputa diplomática, que culminou com a entrada da Alemanha no Pacto
de Varsóvia.
c) expressou os esforços da ONU que, por meio de acordos bilaterais, colaborou para reunificar a
cidade, dividida pelos aliados.
d) constituiu-se num dos marcos do final da Guerra Fria, política que dominou as relações
internacionais após a Segunda Guerra Mundial.
e) marcou a vitória dos princípios liberais e democráticos contra o absolutismo prussiano e
conservador.
10. "A primeira coisa, portanto, é dizer-vos a vós mesmos: Não aceitarei mais o papel de escravo. Não
obedecerei às ordens como tais, mas desobedecerei quando estiverem em conflito com a minha
consciência. O assim chamado patrão poderá sussurrar-vos e tentar forçar-vos a servi-lo. Direis: Não,
não vos servirei por vosso dinheiro ou sob ameaça. Isso poderá implicar sofrimentos. Vossa prontidão
em sofrer acenderá a tocha da liberdade que não pode jamais ser apagada." (Mahatma Gandhi) In: MOTA, Myriam; BRAICK, Patrícia. História das cavernas ao Terceiro Milênio. São Paulo: Moderna, 2005. p.615.
H
is.
(1869-1948) que, no contexto da Guerra Fria, inspiraram movimentos como:
a) o acirramento da disputa por armamentos nucleares entre os EUA e a URSS, objetivando a
utilização do arsenal nuclear como instrumento de dissuasão e amenização das disputas.
b) a reação dos países colonialistas europeus visando a diminuir o poder da Assembleia Geral da ONU
e reforçar o poder do Secretário-Geral e do Conselho de Segurança.
c) as concessões unilaterais de independência às colônias que concordassem em formar alianças
econômicas, políticas e estratégicas com suas antigas metrópoles, como a Comunidade Britânica
de Nações e a União Francófona.
d)
condená-lo à prisão perpétua, procurou expandir a segregação racial para os países vizinhos, como
a Rodésia e a Namíbia.
e) o não alinhamento político, econômico e militar aos EUA ou à URSS, decisão tomada pelos países
do Terceiro Mundo reunidos na Conferência de Bandung, na Indonésia.
QUESTÃO CONTEXTO
A charge do jornal australiano resgata para os nossos dias o clima existente no período conhecido como
Guerra Fria. Aponte dois aspectos da conjuntura política mundial no final da década de 1940 que contribuíram
para o início da Guerra Fria. Em seguida, identifique uma consequência da ordem mundial estabelecida pela
Guerra Fria que se relacione à existência de arsenais nucleares.
H
is.
GABARITO
Exercícios 1. a
O presidente norte americano está se opondo ao comunismo soviético. Seu principal intuito é
desqualificar este regime, fortalecendo o que ele considera serem qualidades do capitalismo.
2. d
O Plano Marshall, um aprofundamento da Doutrina Truman, conhecido oficialmente como Programa de
Recuperação Europeia, foi o principal plano dos Estados Unidos para a reconstrução dos países aliados
da Europa nos anos seguintes à Segunda Guerra Mundial.
3. e
Com o término da Segunda Guerra Mundial, Estados Unidos (capitalista) e União Soviética (socialista)
tentaram ampliar suas áreas de influência, pois os dois países se apresentavam como as superpotências
mundiais. Esse período de disputas ideológicas e indiretas em vários campos - ficou conhecido como
Guerra Fria
4. a
Esses países objetivavam escapar da polarização ideológica, sem se posicionar a favor de nenhuma das
duas superpotências em disputa.
5. c
Ele se refere implicitamente a União Soviética acusando-a de não possuir livre iniciativa e colocando o
Regime Soviético como uma ameaça aos valores democráticos. Com essas colocações, justifica o início
da disputa ideológica que vai ficar conhecida como Guerra Fria.
6. b
Kruschov denunciou os crimes que, Stálin, seu antecessor, teria cometido durante as décadas de sua
gestão à frente da URSS. Segundo o dirigente, os expurgos, os gulags, os campos de trabalho forçado,
a fome e as execuções sumárias somadas teriam provocado a morte de milhões (cifras variam de 5 a 20
milhões de indivíduos) de cidadãos soviéticos. Esse processo liderado por Kruschov ficou conhecido
7. b
Com intuito de proteger os territórios de suas influências e alcançar novas áreas para dispersar suas
ideologias, as duas maiores superpotências (Estados Unidos e União das Repúblicas Soviéticas
Socialistas) partiram para um crescimento militar de grandes precedentes, desencadeando a corrida
armamentista.
8. a
A vitória do bloco capitalista na Guerra Fria não pôs fim as contradições desse sistema.
9. d
A queda do muro marca o fim do mundo bipolar, com a vitória do Estados Unidos e do bloco capitalista.
10. e
A luta pela descolonização e pela independência dos países africanos e asiáticos resultou também na
oposição às políticas imperialistas tanto dos EUA quanto da URSS, dando origem ao chamado movimento
dos Países Não Alinhados, que envolvia o chamado Terceiro Mundo.
H
is.
Questão Contexto
Dois dos aspectos:
-asiática
Uma das consequências:
uilíbrio mundial pelo terror
a Revolução Chinesa
H
is.
His.
Professor: Renato Pellizzari
João Daniel
Monitor: Octavio Correa
H
is.
Guerra Fria Montagem da Bipolaridade 15/13
ago
RESUMO
O mundo bipolar surge depois da segunda guerra, as potências vencedoras e com poucos danos ao seu
território despontaram no cenário mundial, a queda das velhas potências imperialistas deu espaço para a
consolidação de dois gigantes industriais, os Estados Unidos como representante dos capitalistas e a União
Soviética como líder dos socialistas. De um lado os Estados Unidos têm a sua indústria fortalecida com a
guerra, de outro a União Soviética que teve uma industrialização relâmpago durante os planos quinquenais,
não sofreu com a crise e agora detinha uma boa parte do Leste Europeu.
A Sociedade.
A guerra mudou muito além das linhas da geopolítica e os cenários de destruição, as mudanças na sociedade
foram tão profundas que ditou uma boa parte do comportamento das pessoas e das instituições a partir de
então. Uma das mudanças mais profundas foi a afirmação da mulher no mercado de trabalho, a maioria dos
exércitos já aceitava mulheres em seus quadros administrativos e como enfermeiras, com a exceção da União
Soviética que já admitia o alistamento de mulheres para postos militares desde a guerra civil (1917-1921).
No entanto os postos de combate nos outros países do conflito eram somente masculinos, assim nas cidades
e campos do mundo, mas especialmente nas Américas, as mulheres exerciam postos de trabalho que antes
eram ocupados tradicionalmente por homens, assim, a presença feminina nas fábricas, plantações e
escritórios aumentou contribuindo para a busca de igualdade de gênero. As maiores mudanças, no entanto,
foram demográfica, a perda de milhares de vidas nos campos de batalha e nas cidades europeias, asiáticas e
africanas foi o maior impacto da guerra, principalmente no que tange a nação judaica, que fora a maior vítima
do fascismo alemão da época, na máquina de morte nazista matou mais de seis milhões de judeus na Europa.
Já havia acontecido muitos genocídios contra diferentes etnias no mundo, e de certo modo ainda há, porém,
o holocausto foi o mais industrializado até então, o avanço do domínio da química, física e engenharia do
mundo ocidental contribuiu para uma taxa de mortalidade inédita, contudo o holocausto judaico foi o que
mais chocou a humanidade devido a frieza e o modo industrializado de como ele se sucedeu. Após a guerra,
na ocupação da Alemanha e nos territórios ocupados por ela começou um tenso processo social e político
de remoção da ideologia nazista do cotidiano das pessoas. Para isso cartazes de conscientização antinazista
foram fixados nas cidades com fotos dos campos de concentração para alertar as pessoas do que havia
acontecido, já que uma boa parte do povo alemão não tinha a noção da amplitude da campanha genocida
de Adolf Hitler, ocorreu também a destituição do poder da nação de todas as instituições nazistas. Os
principais militares e chefes de governos nazistas foram julgados no Tribunal de Nuremberg o que levou doze
nazistas a pena capital e outros a prisão perpetua.
Porém o lado aliado contou com uma significativa contribuição no número de baixas civis, tanto na Europa
quanto na Ásia, especialmente no Japão onde a guerra no Pacífico destruiu milhares de vidas no país e nos
territórios ocupados. Além do lançamento das duas bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki os Estados
Unidos causaram centenas de baixas nos bombardeios constantes no território japonês que perdeu todos os
territórios adquiridos no sudeste asiático e na China, assim o imperialismo estadunidense se estende para a
política, mas também para a cultura, principalmente a japonesa que começa a incluir hábitos e linguagens
dos estadunidenses e da cultura ocicental.
Acertos Políticos.
Terminada a guerra, os aliados (URSS, França, Estados Unidos e Reino Unido) dividiram a Alemanha em quatro
zonas de ocupação, o lado leste ficaria com a União Soviética, e o Oeste ficaria com as potências capitalistas.
Mas antes mesmo do término oficial da guerra os aliados se reuniram no Cairo, capital do Egito em 1943 e
acertaram as redefinições do território europeu e asiático. Nas conferências que se seguiram os aliados
H
is.
tiraram da Alemanha trinta e sete por cento do território anterior a guerra que foram devolvidos para outras
nações, principais siderúrgicas e indústrias de base passaram para o Conselho de Controle Aliado, o eixo
com exceção da Itália foi obrigado a pagar indenizações de guerra aos países aliados.
A Ásia e África passaram por diversas mudanças territoriais também, a Coréia que estava sob o comando do
Japão desde antes da guerra reconquistou sua independência, e as colônias voltaram para seus antigos
donos. O mundo estava prestes a presenciar uma polarização gigantesca entre os países, os soviéticos em
sua marcha para Berlim anexaram todos os países que passaram sendo reconhecidos por Churchill e Roosvelt,
o aumento do território lhe conferiu mais mão obra e recursos materiais. No outro lado do mundo os Estados
Unidos despontavam como a liderança dos países capitalistas, assim, a maior parte dos países da América
Latina acabou entrando na esfera de influência dos Estados Unidos durante a guerra já que muitos países
declararam guerra contra o eixo.
Para evitar mais um conflito desse tamanho os aliados formaram em São Francisco em 24 de outubro de 1945
a ONU Organização das Nações Unidas, inicialmente assinaram a Carta das Nações Unidas cinquenta países,
os pertencentes ao Eixo assinaram a carta mais tarde, a organização tinha objetivo de evitar as guerras por
meios pacíficos como negociações diplomáticas baseadas no direito internacional, mas principalmente
atrocidades como o holocausto garantindo os Direitos Humanos, com a criação da ONU outros órgãos foram
iniciados, o mais importante é a Assembleia Geral que se reúne uma vez por ano e conta com os discursos
dos presidentes de todos os países membros, há o Secretariado que é presidido pelo Secretário Geral da
ONU sendo responsável pela administração da organização, o Conselho de Segurança formado
permanentemente União Soviética (atual Rússia), França, Estados Unidos, Inglaterra e China e dez membros
provisórios, o Conselho Social e Econômico tem o objetivo de promover o desenvolvimento e a economia
humana, estão a ele associados a UNICEF e a Organização Mundial do Comércio, por último temos a Corte
Internacional de Justiça que ficou com as funções de julgamento dos crimes internacionais contra os direitos
humanos com sede em Haia na Holanda.
Apesar do caráter imparcial da instituição houve um domínio maior da União Soviética e dos Estados Unidos
já que a polarização mundial se refletia na instituição principalmente por causa do fato do Conselho de
Segurança contar com esses países como membros permanentes, muitos conflitos foram mal resolvidos na
organização e culminaram em guerras mais locais, porém as maiores missões de sucesso da ONU são as
assistências humanitárias por meio de tropas de intervenção como no conflito em Ruanda em 1994 e
assistência as crianças de todo o mundo com a UNICEF.
Economia de Recuperação.
Além do pagamento de restituições da dívida de guerra pelos alemães, os países europeus contaram com
uma grande ajuda estadunidense, com o destaque dos soviéticos no cenário mundial os Estados Unidos
tinham que demonstrar a sua força, tanto militarmente quanto nos campos econômicos, culturais etc. A força
militar foi demonstrada com as bombas atômicas lançadas no Japão, e sua força econômica seria
demonstrada no Plano Marshall. A guerra por sua destruição geraria uma crise econômica, que por sua vez
geraria descontentamento das massas e assim fomentaria movimentos de esquerda que por sua vez seriam
apoiados pela União Soviética, nessa suposição, os países que se tornassem socialistas seriam ou anexados
pelos soviéticos ou ficariam sob sua esfera de influência.
Portanto o Programa de Recuperação Europeia (nome original do Plano Marshall) tinha a intenção de
recuperar a economia dos países devastados pela Segunda Guerra, como a Alemanha, França e Itália que
tinham os partidos comunistas alinhados com a União Soviética e era bem representativo entre os
trabalhadores urbanos e rurais, desse modo o plano que durou de 1947 á 1951 entregou aos europeus cerca
de 18 milhões de dólares pela Administração da Cooperação Econômica, formada por grandes capitalistas e
pelo governo dos Estados Unidos que estava sob a administração de Henry Truman e seu Secretário de Estado
Catllet Marshall, ajudou os países auxiliados a comprar alimentos, combustível e produtos industrializados e
agrícolas dos Estados Unidos por meio de empréstimos ou doações econômicas mantendo nesses países um
regime capitalista alinhado com os Estados Unidos.
Se a guerra fortaleceu a polarização política o Plano Marshall fortaleceu a polarização da parte economia
colocando uma boa parte do mundo sob as asas dos estadunidenses, Moscou não aceitou a ajuda dos
capitalistas em seus domínios e tocou sua própria recuperação econômica e industrialização dos países novos
dentro da União sendo igualmente bem-sucedida. Do outro lado, em 1948 surgiu também a Organização
H
is.
Europeia de Organização Economica que iria administrar os recursos vindos dos Estados Unidos, essa
instituição viria a ser o embrião da União Europeia.
O plano foi um dos responsáveis por instituir como padrão econômico nos países afetados pela guerra a
política do Estado Bem Estar Social, essa vertente política social democrata fazia frente a liberalismo
desenfreado que existia nos países ocidentais antes da crise de 1929, apesar de alguns muitos países seguirem
essa linha somente depois da guerra, a ideia de que o estado teria que oferecer os serviços básicos como
saúde, educação, seguro desemprego e transporte entre outros se tornou universal, assim os países
capitalistas fizeram frente ao comunismo oferecendo serviços básicos e necessários a população o que
geraria menos revoltas de contestação ao sistema acalmando os ânimos dos partidos comunistas e do
proletariado.
EXERCÍCIOS
1. Leia atentamente:
-se da catástrofe mais concentrada que já se abateu sobre os homens.
Numa passagem de seu diário, o dr. Hachiya [que testemunhou o fato] pensa em Pompéia. Mas nem
mesmo esta oferece termo de comparação. Sobre Hiroshima se abateu uma catástrofe que foi
Canetti, Elias. A Consciência das Palavras. SP: Companhia das Letras, 1990.
O texto refere-se à explosão atômica:
a) Com a qual os EUA conseguiram a capitulação dos japoneses, último núcleo de resistência do Eixo,
ao fim do conflito mundial ocorrido entre 1939-45.
b) Que funcionou como demonstração do poder militar americano, para intimidar a China que havia
aderido ao bloco comunista no fim da Segunda Guerra.
c) Cujo objetivo foi colocar fim ao conflito dos EUA com o Vietnã, onde os guerrilheiros locais
impunham derrotas sistemáticas aos soldados americanos.
d) Que resultou de acidente aéreo envolvendo caças americanos e soviéticos, quando realizavam
operações conjuntas com arsenal nuclear no Oceano Pacífico.
e) Resultante do bombardeio promovido pelos EUA, durante o Segundo Conflito Mundial, a Pearl
Harbour, base militar japonesa onde era desenvolvida a bomba de hidrogênio.
2. A fim de assegurar pronta e eficaz ação por parte das Nações Unidas, seus Membros conferem ao
Conselho de Segurança a principal responsabilidade da manutenção da paz e da segurança
internacionais e concordam em que no cumprimento dos deveres impostos por essa responsabilidade
o Conselho de Segurança aja em nome deles. CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS, cap. 5, art. 24, § 1. Disponível em: < http://www.onu-brasil.org.br.doc3.php > Acesso em: 14
maio 2005.
Sobre o Conselho de Segurança das Nações Unidas, é CORRETO afirmar:
a) As Nações Unidas surgiram em consequência direta da Guerra Fria. Isso explica por que, dos cincos
membros permanentes do Conselho de Segurança, três eram capitalistas e apenas dois eram
comunistas.
b) Pode-se afirmar que o principal critério de escolha dos membros permanentes do Conselho de
Segurança foi econômico, pois todos faziam parte do chamado G7.
c) O Conselho de Segurança respeita as correlações de forças entre os estados, pois um dos motivos
do fracasso da Liga das Nações foi o de garantir a todos os países membros o direito de voto nas
questões decisivas.
d) O esforço do Brasil em tornar-se um membro permanente no Conselho de Segurança foi
recompensado pelo apoio explícito e unânime de todos os países da América Latina,
reconhecendo finalmente o país como potência bélica de primeira grandeza.
e) O Conselho de Segurança não conseguiu evitar conflitos bélicos na Ásia e na África; em
contrapartida, ele foi responsável pela inexistência de guerras na Europa depois da Segunda
Guerra Mundial.
3. Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
H
is.
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh! não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
Os belíssimos versos do poeta Vinícius de Moraes inspiraram-se em um dos mais trágicos
acontecimentos da história do século XX. É correto afirmar, a respeito desse acontecimento, que:
a) marcou o começo da expansão nazista no Pacífico, da mesma forma que a invasão da Polônia
assinalara o início da dominação na Europa.
b) teve como resultado a destruição de um dos mais importantes arsenais militares do Japão, o que
obrigou o imperador japonês a desistir da ideia de se aliar a Hitler e a Mussolini.
c) deu inicio à ofensiva dos Aliados, sob o comando do general Eisenhower, que conseguiu anular as
forças do Eixo e permitiu, assim, o desembarque aliado na Normandia (o conhecido dia D).
d) provocou a imediata retaliação por parte do Japão, empreendida contra a base naval norte-
americana de Pearl Harbor, em dezembro de 1941, garantindo à marinha japonesa o controle sobre
o Pacífico.
e) assinalou os últimos momentos de um conflito mundial que, longe de resolver as disputas
ideológicas e políticas entre os países, conduziu a um cenário internacional marcado pela
polarização e pela ameaça de um confronto nuclear.
4. A Segunda Guerra Mundial mal terminara quando a humanidade mergulhou no que se pode encarar,
razoavelmente, como uma Terceira Guerra Mundial, embora uma guerra muito peculiar (...). Gerações
inteiras se criaram à sombra de batalhas nucleares globais que, acreditava-se firmemente, podiam
estourar a qualquer momento e devastar a humanidade. (Eric Hobsbawm, Era dos extremos: o breve século XX)
a) o apoio soviético à República da China, chefiada por Chiang Kai-shek.
b) a divisão da Coréia, ficando o Norte sob influência dos EUA e o Sul, da URSS.
c) a independência da Índia do domínio britânico, com apoio norte-americano.
d) a crise em Berlim, quando Stalin decretou o bloqueio da parte ocidental da cidade.
e) o envolvimento direto de tropas americanas e soviéticas na Guerra da Argélia.
5. Na frente ocidental, a Segunda Guerra Mundial chegou ao final com a capitulação dos alemães, no dia
8 de maio de 1945, perante os norte-americanos e no dia seguinte perante os soviéticos. Em julho do
mesmo ano foi firmado o acordo de Potsdam. (Elza Nadai. História Geral Moderna e Contemporânea)
O Tratado de Potsdam estabelecia:
a) a criação da Organização das Nações Unidas ONU;
b) que a União Soviética incorporaria os países bálticos: Lituânia, Letônia e Estônia;
c) que a União Soviética participaria do ataque aliado ao Japão;
d) a criação da Organização do Tratado do Atlântico Norte OTAN;
e) a divisão da Alemanha e de Berlim, em zonas de ocupação: inglesa, francesa, norte-americana e
soviética.
H
is.
6. A Conferência Monetária e Financeira reuniu representantes dos 44 países aliados na Segunda Guerra
Mundial, em julho de 1944. Buscou-se prevenir e evitar situações análogas ao caos monetário, ao
desastre financeiro entre guerras e à Grande Depressão.
Sobre o Acordo de Bretton Woods (Bretton Woods Agreement), assinado durante a Conferência, é
correto afirmar que:
a) Buscou regulamentar a política econômica internacional, o que provocou desvalorizações
monetárias repentinas e altas flutuações das taxas cambiais.
b) Reforçou os objetivos dos Estados Unidos para a economia pós-guerra, abolindo o direito das
nações a iguais oportunidades no comércio internacional.
c) Reforçou a política do liberalismo clássico de não intervencionismo estatal na economia, como
forma de preservação do sistema capitalista de produção e o desenvolvimento econômico.
d) Desencorajou medidas de incentivo governamental para aumento do emprego e garantia de
mercado.
e) Estabeleceu o dólar como moeda padrão para o mercado mundial e instituiu organismos
internacionais como o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial.
7. Considere os dois trechos abaixo
Em 11 de janeiro de 1948, um
Em 15 de março de 2005, no Museu do Holocausto, em Jerusalém, o primeiro ministro francês Jean-
Adaptado de JUDT, Tony. Pós-guerra. Uma história da Europa desde 1945. Rio de Janeiro: Editora
Objetiva, 2008.
A reavaliação do passado feita por Jean-Pierre Raffarin é perceptível ao contrapormos os dois trechos.
Com base nessa reavaliação é CORRETO afirmar que existiu
a) a colaboração de cidadãos franceses com os alemães na captura e envio de judeus para os campos
de concentração.
b) a colaboração francesa com o exército alemão durante a invasão da Bélgica em 1939.
c) um acordo militar secreto de não agressão entre o governo francês e a Itália fascista no começo
de 1938, o que impediu que os exércitos franceses entrassem prontamente na guerra.
d) apoio militar e logístico francês ao exército alemão durante a invasão da União Soviética em 1943.
e) participação francesa no extermínio de judeus nos campos de concentração localizados na
Espanha.
8. andar de bonde, [...] ficavam proibidos de dirigir automóveis. [...] só podiam fazer compras das três às
-se às
FRANK, Anne. Diário de uma jovem. São Paulo: Editora Mérito S. A., 1958, p. 14, 3ª edição.
Esse trecho, que foi retirado do diário de uma adolescente judia prisioneira num campo de
concentração, na Alemanha, onde morreu em 1945, revela
a) poucas e distorcidas informações para se compreender o que foi a 2ª Guerra Mundial.
b) detalhes das perseguições sofridas pelos judeus na Alemanha, durante a 1ª Guerra Mundial.
c) ideias falsas, pois os alemães não podiam abrir mão do dinheiro que os judeus gastavam em locais
como cinemas e teatros.
d) aspectos importantes para nossa compreensão acerca das perseguições sofridas pelos judeus,
desde a 2ª Guerra Mundial até os anos de 1960, com o fim do apartheid.
e) a importância desse diário como documento histórico que registrou, para a posteridade, a
perseguição sofrida pelos judeus durante a 2ª Guerra Mundial.
9. Telefonista
H
is.
[...] A profissão que empregou milhares de mulheres no Brasil durante a primeira metade do século XX
surgiu nos Estados Unidos em 1876; no início eram homens que faziam a conexão para as conversas [...]
Depois a função passou a ser predominantemente feminina. Além de terem a voz suave, facilmente
reconhecível nas chamadas ainda cheias de ruídos, as damas eram consideradas mais educadas e
her começava a entrar no mercado de trabalho, ser
telefonista não trazia muitos problemas em casa, já que o expediente tinha horário fixo e a tarefa era
executada em espaço fechado, junto a outras moças. Durante a segunda guerra (1939-1945),
telefonistas do mundo inteiro trabalharam dia e noite para transmitir recados urgentes, que poderiam
salvar vidas. (MELO, Alice. Havia Vagas: telefonista. Série profissões. Revista de História da Biblioteca Nacional. Ano 8, nº86, 2012.p.74).
No contexto da Segunda Guerra Mundial (1939- 1945), no que tange ao impacto provocado pelas
mudanças introduzidas nos meios de comunicação, o texto revela que:
a) o processo de estabelecimento de novas formas de organização de trabalho foi marcado por
contratos sociais que mantiveram as mulheres em funções que não exigiam formação nem
especialização técnica, pois deste modo elas eram mantidas em ambientes fechados e controladas
pelos homens, transformando o ambiente de trabalho numa extensão do ambiente doméstico.
b) as exigências técnicas para os profissionais da comunicação e das repartições públicas obrigaram
os trabalhadores a se especializarem em funções que aos poucos se tornaram específicas para as
mulheres, pois se tratavam de trabalhos mais delicados que demandavam paciência e atenção,
habilidades ligadas à natureza da mulher, que já as desenvolvia no ambiente doméstico.
c) as mudanças na comunicação foram acompanhadas pelas transformações no comportamento das
mulheres, que a partir da fundação das companhias de telefonia e da valorização das secretárias
de administração pública, foram deslocadas de funções antes exercidas pelos homens em fábricas
de tecelagem para os trabalhos predominantemente femininos como de datilógrafa e de
telefonista.
d) as companhias de telefonia agregaram valores culturais historicamente atribuídos à mulher ao perfil
exercício da função nos papéis e lugares de gênero definidos pela tradição patriarcal, a saber, que
problemas domésticos.
e) as mulheres foram sendo admitidas no mercado de trabalho durante a segunda guerra mundial,
especialmente nos serviços de comunicação, telefonia e redação de jornais, por motivos atribuídos
à natureza feminina, razão pela qual as funções antes exercidas por homens em lugares públicos e
abertos tornaram-se majoritariamente femininas transferindo-se para lugares fechados e privados,
garantindo o bom desempenho da função.
10. Em 24 de abril de 1945, as tropas soviéticas cercaram Berlim. Hitler, que se refugiava numa fortaleza
o bunker cometeu suicídio no dia 30 de abril. Em 2 de maio, Berlim capitulou e as tropas alemães
renderam-se aos aliados.
O texto acima retrata o final da Segunda Guerra Mundial, um trágico acontecimento que marcou
profundamente a história dos povos no século XX. Sobre a Segunda Guerra Mundial e suas
consequências, assinale a alternativa correta.
a) O conflito teve início em 1º de setembro de 1939, quando as tropas nazistas invadiram a Inglaterra.
b) A Segunda Guerra Mundial foi a expressão da luta entre as democracias ocidentais e o socialismo
soviético.
c) Após a Guerra, em 1945, foi criada a ONU, organismo voltado para promover a paz mundial.
d) A Alemanha derrotada teve seu território dividido entre norte-americanos e franceses, situação que
perdura até os dias atuais.
e) Entre as consequências imediatas da Guerra está a derrocada da hegemonia econômica e bélica
dos Estados Unidos
QUESTÃO CONTEXTO
H
is.
Com o fim da Alemanha e de seus companheiros do eixo acontece um vácuo de poder no mundo, assim
emergem duas potencias econômicas e militares que tiveram poucos ou nenhum dano para o seu território,
Estados Unidos e União Soviética começam os seus enfrentamentos indiretos que irão durar até 1991 com a
dissolução do regime socialista.
Explique um fator dominante para o surgimento desses países como potências mundiais.
H
is.
GABARITO
Exercícios
1. a
as destruições causadas pelas bombas de Hiroshima e Nagasaki foi um ataque sem proporções não
deixando nenhuma chance para a continuidade na guerra.
2. e
a disputa de interesses entre os blocos socialistas e capitalistas provocou uma enorme instabilidade na
África e Ásia em seus processos de libertação colonial.
3. e
apesar de ter derrotado o eixo o mundo não estava em paz, com o surgimento de duas potências
mundiais e suas disputas por áreas de influência jogaram o mundo a beira da destruição nuclear.
4. d
como a crise citada o mundo se viu perto da destruição completa ou de uma nova guerra de proporções
mundiais no melhor dos cenários, como na Crise dos Mísseis de Cuba em 1962.
5. e
o acordo tendia a dominar a Alemanha até que a guerra e a ideologia nazista fossem superadas pela
população, no fim da década de 1940 nascem a Alemanha Ocidental e Alemanha Oriental.
6. a
o acordo citado foi um passo adiante na integração internacional dos mercados e da economia em geral,
como sempre, a relação é benéfica para uns, mas nem tanto para outros.
7. a
durante a guerra diversos cidadãos ou eram forçados ou colaboravam por serem antissemitas, assim o
primeiro ministro pediu desculpa pela colaboração no genocídio nazista.
8. e
os documentos históricos podem vir de diversas fontes, o diário de Anne Frank é um exemplo de um
relato histórico de uma fonte não-governamental e foi importantíssimo para a reconstrução de um
passado doloroso.
9. d
como tudo na sociedade até aquele período foi feito de acordo com a lógica patriarcal, com a
participação das mulheres em outros postos tradicionalmente ocupados por homens durante a Segunda
Guerra, esses paradigmas começam a serem quebrados.
10. c
a criação da ONU conseguiu, apesar da instabilidade política mundial, manter uma relativa paz entre as
grandes potências mundiais o que evitou um conflito das proporções dos anteriores.
Questão Contexto Podemos dizer que no caso estadunidense a inexistência de danos ao seu território foi um fator determinante
no seu protagonismo mundial, esse fator alinhado com a possibilidade de assistência aos países mais afetados
no Plano Marshall garantiu a formação de um bloco capitalista. No caso da União Soviética a tomada dos
países no caminho até Berlim lhe conferiu mais recursos e mão de obra a serviço da União que poucos anos
depois da guerra encontrava-se plenamente recuperada.
Lit
.
Lit.
Professor: Diogo Mendes
Monitor: Caroline Tostes
Bruna Saad
Lit
.
Carlos Drummond de Andrade 15/17
ago
RESUMO
Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira, Minas Gerais, no ano de 1902. Passou a infância nas
fazendas de sua família, que foi exploradora da região. Após realizar o curso universitário em Belo Horizonte
(se formou em farmácia), começou a participar dos eventos culturais modernistas. Co-fundador de A Revista,
importante canal de divulgação do Modernismo de Minas Gerais, em 1930 publicou Alguma Poesia, que ,
com Brejo das almas (1934), seu segundo livro, melhor realizou a integração entre a poesia de 1922 e a de
1930.
Em 1933, passou a morar no Rio de Janeiro, onde trabalhou como funcionário público e escreveu
diariamente para jornais, ao longo de 50 anos. Nesta cidade, veio a falecer em 1987, aos 85 anos.
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/pt/9/99/Carlos-drummond-de-andrade.jpg
Considerado a mais viva expressão da unidade entre a geração de 1922 e a de 1930, Carlos Drummond
de Andrade começou escrevendo sobre temas cotidianos, em linguagem coloquial e concisa, no estilo dos
poemas-piadas que iniciaram o Modernismo.
Desde Alguma Poesia (1930), a primeira obra publicada, sua travessia poética pode ser vista a partir de
um impasse entre o homem e o mundo, a realidade interior e a realidade exterior. Na condição de homem,
de início sente-se um gauche - um desajeitado - e expressa sua inadequação ironicamente, com um humor
que lemb
Diante do impasse homem-mundo, a poesia de Carlos Drummond de Andrade primeiro tende a se
concentrar no homem, sem entretanto jamais optar pelo lirismo escapista. Contra ele, o poeta lança mão de
suas armas bem conhecidas: a ironia sarcástica, o humor que não faz rir.
A consciência da solidão e da falta de opções marca a segunda fase da travessia poética de Drummond:
o coração, que se julgava maior que o mundo, iguala-se a ele; ambos se equivalem, porque para o poeta a
-
perc
poeta.
A maturidade humana e poética de Carlos Drummond de Andrade, que corresponde à terceira fase de
sua poesia - - explode em A rosa do povo,
de 1945, ano em que termina a Segunda Guerra Mundial.
Lit
.
Além da poesia de temas cotidianos, dos poemas-piadas e itabiranos, e também da poesia social - por
alguns denominada poesia pública, ideológica - destacam-se na obra de Drummond mais dois tipos de
experiência poética: a poesia filosófica, mitopoética, metafísica e a poesia de mergulho no universo da
linguagem
http://mileumaletras2.zip.net/images/estatua_copacabana.jpg
Textos de Apoio
Texto 1
No Meio do Caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
Texto 2
Cota Zero
Stop.
A vida parou
ou foi o automóvel?
Texto 3
Cidadezinha qualquer
Casas entre bananeiras
mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar... as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus.
Texto 4
Quadrilha
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava
Lili
que não amava ninguém.
João foi para o Estados Unidos, Teresa para o
convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para
tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto
Fernandes
que não tinha entrado na história.
Texto 5
Hino Nacional
Precisamos descobrir o Brasil!
Escondido atrás as florestas,
com a água dos rios no meio,
o Brasil está dormindo, coitado.
Precisamos colonizar o Brasil.
O que faremos importando francesas
muito louras, de pele macia,
alemãs gordas, russas nostálgicas para
garçonettes dos restaurantes noturnos.
E virão sírias fidelíssimas.
Não convém desprezar as japonesas...
Lit
.
Precisamos educar o Brasil.
Compraremos professores e livros,
assimilaremos finas culturas,
abriremos dancings e subvencionaremos as elites.
Cada brasileiro terá sua casa
com fogão e aquecedor elétricos, piscina,
salão para conferências científicas.
E cuidaremos do Estado Técnico.
Precisamos louvar o Brasil.
Não é só um país sem igual.
Nossas revoluções são bem maiores
do que quaisquer outras; nossos erros também.
E nossas virtudes? A terra das sublimes paixões...
os Amazonas inenarráveis... os incríveis João-
Pessoas...
Precisamos adorar o Brasil!
Se bem que seja difícil compreender o que
querem esses homens,
por que motivo eles se ajuntaram e qual a razão
de seus sofrimentos.
Precisamos, precisamos esquecer o Brasil!
Tão majestoso, tão sem limites, tão
despropositado,
ele quer repousar de nossos terríveis carinhos.
O Brasil não nos quer! Está farto de nós!
Nosso Brasil é no outro mundo. Este não é o
Brasil.
Nenhum Brasil existe. E acaso existirão os
brasileiros?
Eduardo Alves da Costa
Quanto a mim, sonharei com Portugal
Às vezes, quando
estou triste e há silêncio
nos corredores e nas veias,
vem-me um desejo de voltar
a Portugal. Nunca lá estive,
é certo, como também
é certo meu coração, em dias tais,
ser um deserto.
Texto 6
Os Ombros Suportam o Mundo
Chega um tempo em que não se diz mais: meu
Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem
enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos
edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.
Texto 7
A noite dissolve os homens
A noite desceu. Que noite!
Já não enxergo meus irmãos.
E nem tão pouco os rumores que outrora me
perturbavam.
A noite desceu.
Nas casas, nas ruas onde se combate,
nos campos desfalecidos, a noite espalhou o
medo e a total incompreensão.
A noite caiu. Tremenda, sem esperança...
Os suspiros acusam a presença negra que paralisa
os guerreiros.
E o amor não abre caminho na noite.
A noite é mortal, completa, sem reticências,
a noite dissolve os homens, diz que é inútil sofrer,
a noite dissolve as pátrias, apagou os almirantes
cintilantes! nas suas fardas.
A noite anoiteceu tudo... O mundo não tem
remédio...
Os suicidas tinham razão.
Aurora, entretanto eu te diviso,
ainda tímida, inexperiente das luzes que vais
ascender
e dos bens que repartirás com todos os homens.
Sob o úmido véu de raivas, queixas e
humilhações,
adivinho-te que sobes,
vapor róseo, expulsando a treva noturna.
O triste mundo fascista se decompõe ao contato
de teus dedos,
teus dedos frios, que ainda se não modelaram
mas que avançam na escuridão
como um sinal verde e peremptório.
Minha fadiga encontrará em ti o seu termo,
minha carne estremece na certeza de tua vinda.
O suor é um óleo suave, as mãos dos
sobreviventes se enlaçam,
os corpos hirtos adquirem uma fluidez, uma
inocência, um perdão simples e macio...
Havemos de amanhecer.
O mundo se tinge com as tintas da antemanhã
Lit
.
e o sangue que escorre é doce, de tão necessário
para colorir tuas pálidas faces, aurora.
Texto 8
Operário do mar
Na rua passa um operário. Como vai firme! Não
tem blusa. No conto, no drama, no discurso
político, a dor do operário está na blusa azul, de
pano grosso, nas mãos grossas, nos pés enormes,
nos desconfortos enormes. Esse é um homem
comum, apenas mais escuro que os outros, e com
uma significação estranha no corpo, que carrega
desígnios e segredos. Para onde vai ele, pisando
assim tão firme? Não sei. A fábrica ficou lá atrás.
Adiante é só o campo, com algumas árvores, o
grande anúncio de gasolina americana e os fios, os
fios, os fios. O operário não lhe sobra tempo de
perceber que eles levam e trazem mensagens, que
contam da Rússia, do Araguaia, dos Estados
Unidos. Não ouve, na Câmara dos Deputados, o
líder oposicionista vociferando. Caminha no
campo e apenas repara que ali corre água, que
mais adiante faz calor. Para onde vai o operário?
Teria vergonha de chamá-lo meu irmão. Ele sabe
que não é, nunca foi meu irmão, que não nos
entenderemos nunca. E me despreza... Ou talvez
seja eu próprio que me despreze a seus olhos.
Tenho vergonha e vontade de encará-lo: uma
fascinação quase me obriga a pular a janela, a cair
em frente dele, sustar-lhe a marcha, pelo menos
implorar lhe que suste a marcha. Agora está
caminhando no mar. Eu pensava que isso fosse
privilégio de alguns santos e de navios. Mas não há
nenhuma santidade no operário, e não vejo rodas
nem hélices no seu corpo, aparentemente banal.
Sinto que o mar se acovardou e deixou-o passar.
Onde estão nossos exércitos que não impediram o
milagre? Mas agora vejo que o operário está
cansado e que se molhou, não muito, mas se
molhou, e peixes escorrem de suas mãos. Vejo-o
que se volta e me dirige um sorriso úmido. A
palidez e confusão do seu rosto são a própria tarde
que se decompõe. Daqui a um minuto será noite e
estaremos irremediavelmente separados pelas
circunstâncias atmosféricas, eu em terra firme, ele
no meio do mar. Único e precário agente de
ligação entre nós, seu sorriso cada vez mais frio
atravessa as grandes massas líquidas, choca-se
contra as formações salinas, as fortalezas da costa,
as medusas, atravessa tudo e vem beijar-me o
rosto, trazer-me uma esperança de compreensão.
Sim, quem sabe se um dia o compreenderei?
Texto 9
Nosso Tempo
I
Esse é tempo de partido,
tempo de homens partidos.
Em vão percorremos volumes,
viajamos e nos colorimos.
A hora pressentida esmigalha-se em pó na rua.
Os homens pedem carne. Fogo. Sapatos.
As leis não bastam. Os lírios não nascem
da lei. Meu nome é tumulto, e escreve-se
na pedra.
Visito os fatos, não te encontro.
Onde te ocultas, precária síntese,
penhor de meu sono, luz
dormindo acesa na varanda?
Miúdas certezas de empréstimos, nenhum beijo
sobe ao ombro para contar-me
a cidade dos homens completos.
Calo-me, espero, decifro.
As coisas talvez melhorem.
São tão fortes as coisas!
Mas eu não sou as coisas e me revolto.
Tenho palavras em mim buscando canal,
são roucas e duras,
irritadas, enérgicas,
comprimidas há tanto tempo,
perderam o sentido, apenas querem explodir.
Texto 10
Morte do Leiteiro
Há pouco leite no país,
é preciso entregá-lo cedo.
Há muita sede no país,
é preciso entregá-lo cedo.
Há no país uma legenda,
que ladrão se mata com tiro.
Então o moço que é leiteiro
de madrugada com sua lata
sai correndo e distribuindo
leite bom para gente ruim.
Sua lata, suas garrafas
e seus sapatos de borracha
vão dizendo aos homens no sono
que alguém acordou cedinho
e veio do último subúrbio
trazer o leite mais frio
e mais alvo da melhor vaca
para todos criarem força
na luta brava da cidade.
Na mão a garrafa branca
não tem tempo de dizer
as coisas que lhe atribuo
nem o moço leiteiro ignaro.
morador na Rua Namur,
empregado no entreposto
Com 21 anos de idade,
sabe lá o que seja impulso
de humana compreensão.
E já que tem pressa, o corpo
vai deixando à beira das casas
uma apenas mercadoria.
Lit
.
E como a porta dos fundos
também escondesse gente
que aspira ao pouco de leite
disponível em nosso tempo,
avancemos por esse beco,
peguemos o corredor,
Sem fazer barulho, é claro,
que barulho nada resolve.
Meu leiteiro tão sutil
de passo maneiro e leve,
antes desliza que marcha.
É certo que algum rumor
sempre se faz: passo errado,
vaso de flor no caminho,
cão latindo por princípio,
ou um gato quizilento.
E há sempre um senhor que acorda,
resmunga e torna a dormir.
Mas este entrou em pânico
(ladrões infestam o bairro),
não quis saber de mais nada.
O revólver da gaveta
saltou para sua mão.
Ladrão? se pega com tiro.
Os tiros na madrugada
liquidaram meu leiteiro.
Se era noivo, se era virgem,
se era alegre, se era bom,
não sei,
é tarde para saber.
Mas o homem perdeu o sono
de todo, e foge pra rua.
Meu Deus, matei um inocente.
Bala que mata gatuno
também serve pra furtar
a vida de nosso irmão.
Quem quiser que chame médico,
polícia não bota a mão
neste filho de meu pai.
Está salva a propriedade.
A noite geral prossegue,
a manhã custa a chegar,
mas o leiteiro
estatelado, ao relento,
perdeu a pressa que tinha.
Da garrafa estilhaçada.
no ladrilho já sereno
escorre uma coisa espessa
Por entre objetos confusos,
mal redimidos da noite,
duas cores se procuram,
suavemente se tocam,
amorosamente se enlaçam,
formando um terceiro tom
a que chamamos aurora.
Texto 11
Um boi vê os homens
Tão delicados (mais que um arbusto) e correm e
correm de um para o outro lado, sempre
esquecidos de alguma coisa. Certamente falta-
lhes não sei que atributo essencial, posto se
apresentem nobres e graves, por vezes.
Ah, espantosamente graves, até sinistros.
Coitados, dir-se-ia que não escutam nem o canto
do ar nem os segredos do feno,
como também parecem não enxergar o que é
visível
e comum a cada um de nós, no espaço.
E ficam tristes e no rasto da tristeza chegam à
crueldade.
Toda a expressão deles mora nos olhos -
e perde-se a um simples baixar de cílios, a uma
sombra.
Nada nos pêlos, nos extremos de inconcebível
fragilidade, e como neles há pouca montanha, e
que secura e que reentrâncias e que
impossibilidade de se organizarem em formas
calmas, permanentes e necessárias.
Têm, talvez, certa graça melancólica (um minuto)
e com isto se fazem
perdoar a agitação incômoda e o translúcido
vazio interior que os torna tão pobres e carecidos
de emitir sons absurdos e agônicos: desejo, amor,
ciúme
(que sabemos nós), sons que se despedaçam e
tombam no campo
como pedras aflitas e queimam a erva e a água,
e difícil, depois disto, é ruminarmos nossa
verdade.
Texto 12
Boitempo
Entardece na roça
de modo diferente.
A sombra vem nos cascos,
no mugido da vaca
separada da cria.
O gado é que anoitece
e na luz que a vidraça
da casa fazendeira
derrama no curral
surge multiplicada
sua estátua de sal,
escultura da noite.
Os chifres delimitam
o sono privativo
de cada rês e tecem
de curva em curva a ilha
do sono universal.
No gado é que dormimos
Lit
.
e nele que acordamos.
Amanhece na roça
de modo diferente.
A luz chega no leite,
morno esguicho das tetas
e o dia é um pasto azul
que o gado reconquista.
Texto 13
O frívolo cronista
Um leitor de Mato Grosso do Norte (sic) escreve
deplorando a frivolidade que é marca registrada
desta coluna. Hoje não estou para brincadeira, e
retruco-lhe nada menos que com a palavra de um
sábio antigo, reproduzida por Goethe em
Italianische Reisen. Vai o título em alemão, para
maior força do enunciado. Os que não sabemos
alemão temos o maior respeito por essa língua. A
frase é esta, em português trivial: "Quem não se
sentir com tutano suficiente para o necessário e
útil, que se reserve em boa hora para o
desnecessário e inútil". É o que faço, respaldado
pela sentença de um mestre, endossada por outro.
E vou mais longe. O inútil tem sua forma particular
de utilidade. É a pausa, o descanso, o refrigério, no
desmedido afã de racionalizar todos os atos de
nossa vida (e a do próximo) sob o critério exclusivo
de eficiência, produtividade, rentabilidade e tal e
coisa. Tão compensatória é essa pausa que o inútil
acaba por se tornar da maior utilidade, exagero
que não hesito em combater, como nocivo ao
equilíbrio moral. Não devemos cultivar o ócio ou a
frivolidade como valores utilitários de contrapeso,
mas pelo simples e puro deleite de fruí-los também
como expressões de vida.
No caso mínimo da crônica, o auto-
reconhecimento da minha ineficácia social de
cronista deixa-me perfeitamente tranqüilo. O
jornal não me chamou para esclarecer problemas,
orientar leitores, advertir governantes, pressionar
o Poder Legislativo, ditar normas aos senhores do
mundo. O jornal sabia-me incompetente para o
desempenho destas altas missões. Contratou-me,
e não vejo erro nisto, por minha incompetência e
desembaraço em exercê-la.
De fato, tenho certa prática em frivoleiras
matutinas, a serem consumidas com o primeiro
café. Este café costuma ser amargo, pois sobre ele
desabam todas as aflições do mundo, em 54
páginas ou mais. É preciso que no meio dessa
catadupa de desastres venha de roldão alguma
coisa insignificante em si, mas que adquira
significado pelo contraste com a monstruosidade
dos desastres. Pode ser um pé de chinelo, uma
pétala de flor, duas conchinhas da praia, o salto de
um gafanhoto, uma caricatura, o rebolado da
corista, o assobio do rapaz da lavanderia. Pode ser
um verso, que não seja épico ; uma citação
literária, isenta de pedantismo ou fingindo de
pedante, mas brincando com a erudição; uma
receita de doce incomível, em que figurem
cantabiles de Haydn misturados com aletria e
orvalho da floresta da Tijuca. Pode ser tanta coisa
! Sem dosagem certa. Nunca porém em doses
cavalares. Respeitemos e amemos esse nobre
animal, evitando o excesso de graça. Até a
frivolidade carece ter medida, linha sutil que
medeia entre o sorriso e o tédio pelo excesso de
tintas ou pela repetição do efeito.
Não pretendo fazer aqui a apologia do cronista,
em proveito próprio. Reivindico apenas o seu
direito ao espaço descompromissado, onde o
jogo não visa ao triunfo, à reputação, à medalha; o
jogo esgota-se em si, para recomeçar no dia
seguinte, sem obrigação de seqüência. A
informação apurada, correta, a análise de
fenômenos sociais, a avaliação crítica, tarefas
essenciais do jornal digno deste nome, não
invalidam a presença de um canto de página que
tem alguma coisa de ilha visitável, sem
acomodações de residência. Como você tem em
sua casa um cômodo ou parte de cômodo, ou
simplesmente gaveta, ou menos ainda, caixa de
plástico ou papelão, onde guarda pequeninas
coisas sem utilidade aparente, mas em que os
dedos e os olhos gostam de reparar de vez em
quando: os nadas de uma existência atulhada de
objetos imprescindíveis e, ao cabo, indiferentes,
quando não fatigantes.
Meu leitor (ou ex-leitor) mato-grossense-do-norte
(sic), não me queira mal porque não alimento a sua
fome de conceitos graves, eu que me cansei de
gravidade, espontânea ou imposta, e pratico o
meu número sem pretensão de contribuir para o
restauro do mundo. O sábio citado por Goethe me
justifica, absolve e até premia. Eu disse no começo
que não estou para brincadeira? Mentira; foi outra
frivolidade.
Ciao.
L
it.
EXERCÍCIOS
1. Sobre Carlos Drummond de Andrade, é correto afirmar:
a) Escritor cuja obra pertence à segunda geração modernista, quatro fases podem ser identificadas
b) Sua obra está inserida na segunda geração modernista e sua principal característica é a poesia
surrealista inspirada no cristianismo e no experimentalismo linguístico.
c) Sua poesia denuncia a condição de exploração e marginalização dos negros em nosso país e
também apresenta grande enfoque nos temas religiosos.
d) Um dos grandes nomes da poesia da segunda geração modernista, sua obra é marcada pela
preocupação religiosa e pela angústia existencial diante da condição humana.
2. Fazendeiro de cana
Minha terra tem palmeiras? Não. Minha terra tem engenhocas de rapadura e cachaça e açúcar marrom, tiquinho, para o gasto. [...] Tem cana caiana e cana crioula, cana-pitu, cana rajada, cana-do-governo e muitas outras canas de garapas, e bagaço para os porcos em assembleia grunhidora diante da moenda movida gravemente pela junta de bois de sólida tristeza e resignação. As fazendas misturam dor e consolo em caldo verde-garrafa e sessenta mil-réis de imposto fazendeiro.
(Carlos Drummond de Andrade)
Assinale a alternativa incorreta: Carlos Drummond de Andrade, neste poema, valendo-se das linguagens desenvolvidas pelo
Modernismo: a) retoma a linguagem do poema romântico, de maneira simétrica e linear, apontando a ideologia
nele subjacente.
b) retoma parodisticamente um importante poema do Romantismo brasileiro.
c) faz, em relação ao romântico, uma ruptura ao nível da consciência e ao nível da linguagem.
d) satiriza o sentimento ufanista, comum aos poetas românticos.
e) desmistifica a visão ingênua dos românticos, operando uma leitura crítica da realidade.
3. Verbo ser
QUE VAI SER quando crescer? Vivem perguntando em redor. Que é ser? É ter um corpo, um jeito, um
nome? Tenho os três. E sou? Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito? Ou a
gente só principia a ser quando cresce? É terrível, ser? Dói? É bom? É triste? Ser: pronunciado tão
depressa, e cabe tantas coisas? Repito: ser, ser, ser. Er. R. Que vou ser quando crescer? Sou obrigado
a? Posso escolher? Não dá para entender. Não vou ser. Não quero ser. Vou crescer assim mesmo. Sem
ser. Esquecer. ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992.
A inquietação existencial do autor com a autoimagem corporal e a sua corporeidade se desdobra em
questões existenciais que têm origem a) no conflito do padrão corporal imposto contra as convicções de ser autêntico e singular. b) na aceitação das imposições da sociedade seguindo a influência de outros. c) na confiança no futuro, ofuscada pelas tradições e culturas familiares. d) no anseio de divulgar hábitos enraizados, negligenciados por seus antepassados. e) na certeza da exclusão, revelada pela indiferença de seus pares.
L
it.
4. Confidência do Itabirano
Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e
[comunicação.
A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e
[sem horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança itabirana.
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:
esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil,
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa...
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói! ANDRADE, C. D. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003.
Carlos Drummond de Andrade é um dos expoentes do movimento modernista brasileiro. Com seus
poemas, penetrou fundo na alma do Brasil e trabalhou poeticamente as inquietudes e os dilemas
humanos. Sua poesia é feita de uma relação tensa entre o universal e o particular, como se percebe
claramente na construção do poema Confidência do Itabirano. Tendo em vista os procedimentos de
construção do texto literário e as concepções artísticas modernistas, conclui-se que o poema acima
a) representa a fase heroica do modernismo, devido ao tom contestatório e à utilização de expressões
e usos linguísticos típicos da oralidade.
b) apresenta uma característica importante do gênero lírico, que é a apresentação objetiva de fatos e
dados históricos.
c)
representam a forma como a sociedade e o mundo colaboram para a constituição do indivíduo.
d) critica, por meio de um discurso irônico, a posição de inutilidade do poeta e da poesia em
comparação com as prendas resgatadas de Itabira.
e) apresenta influências românticas, uma vez que trata da individualidade, da saudade da infância e
do amor pela terra natal, por meio de recursos retóricos pomposos.
5.
L
it.
O poema narra uma cena comum na ficção científica: o encontro de um ser humano com um
marciano. Entretanto, o poeta dá à cena um caráter inesperado, resultante de um procedimento de
construção poética que consiste na combinação de elementos distintos.
Em Science Fiction, esses elementos distintos são:
a) inclusão de frase interrogativa - menção ao cenário da rua
b) ênfase na temática existencial - presença do personagem extraterrestre
c) postura indagadora do eu poético - ocorrência de um desfecho imprevisível
d) interlocução no interior do poema - desaparecimento fantasioso do alienígena
6. Igual Desigual
Eu desconfiava: todas as histórias em quadrinho são iguais. Todos os filmes norte-americanos são iguais. Todos os filmes de todos os países são iguais. Todos os best-sellers são iguais Todos os campeonatos nacionais e internacionais de futebol são iguais. Todos os partidos políticos são iguais. Todas as mulheres que andam na moda são iguais. Todos os sonetos, gazéis, virelais, sextinas e rondós são iguais e todos, todos os poemas em verso livre são enfadonhamente iguais.
Todas as guerras do mundo são iguais. Todas as fomes são iguais. Todos os amores, iguais iguais iguais. Iguais todos os rompimentos. A morte é igualíssima. Todas as criações da natureza são iguais. Todas as acções, cruéis, piedosas ou indiferentes, são iguais. Contudo, o homem não é igual a nenhum outro homem, bicho ou [coisa. Ninguém é igual a ninguém. Todo o ser humano é um estranho ímpar.
(Carlos Drummond de Andrade)
O poema de Carlos Drummond de Andrade se caracteriza por uma repetição considerada estilística,
porque é claramente feita para produzir um sentido. Pode-se dizer que a repetição da expressão são iguais é empregada para reforçar o sentido de: a) afirmação da igualdade no mundo de hoje b) subversão da igualdade pelo raciocínio lógico c) valorização da igualdade das experiências vividas d) constatação da igualdade entre fenômenos diversos
7. Todos os amores, iguais iguais iguais. (v. 19)
A intensificação da repetição do termo iguais no mesmo verso, relacionado a amores, enfatiza
determinada crítica que o poeta pretende fazer.
A crítica de Drummond se dirige às relações amorosas, no que diz respeito ao seguinte aspecto: a) exagero b) padronização c) desvalorização d) superficialidade
L
it.
8. Infância
Meu pai montava a cavalo, ia para o campo. Minha mãe ficava sentada cosendo. Meu irmão pequeno dormia. Eu sozinho menino entre mangueiras lia a história de Robinson Crusoé comprida história que não acaba mais.
No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu a ninar nos longes da senzala - e nunca se esqueceu chamava para o café. Café preto que nem a preta velha café gostoso café bom.
Minha mãe ficava sentada cosendo olhando para mim: - Psiu... Não acorde o menino. Para o berço onde pousou um mosquito. E dava um suspiro... que fundo!
Lá longe meu pai campeava no mato sem fim da fazenda. E eu não sabia que minha história era mais bonita que a de Robinson Crusoé.
(Carlos Drummond de Andrade)
Identifique, na estrofe acima, dois traços característicos da estética modernista, um relacionado à
linguagem e outro à forma do poema. Cite também um exemplo para cada um desses traços.
9. Cidadezinha Qualquer
Casas entre bananeiras mulheres entre laranjeiras pomar amor cantar. Um homem vai devagar. Um cachorro vai devagar. Um burro vai devagar. Devagar... as janelas olham. Eta vida besta, meu Deus.
(Carlos Drummond de Andrade)
Todas as características modernistas citadas abaixo podem ser identificadas no poema de
Drummond, exceto: a) Reaproveitamento do popular e do coloquial, uso de uma linguagem simples, fácil, próxima da
expressão oral.
b) Concepção do poético como um texto aberto; um discurso que oferece multiplicidade de
sentidos e interpretações.
c) Crítica ao mundo rural, ao universo primitivo, distante do progresso, da civilização mecânica e
industrial.
d) Exploração do imprevisível, do inesperado; o corte brusco, a fragmentação de ideias possibilita o
surgimento do humor.
e) Interesse pelo homem comum, ordem social e pela vida cotidiana.
L
it.
10. Aula de português
A
linguagem na ponta
da língua tão fácil
de falar e de
entender. A
linguagem na
superfície estrelada de letras, sabe lá o
que quer dizer? Professor
Carlos Gois, ele é quem sabe, e vai
desmatando o
amazonas de minha ignorância. Figuras
de gramática, esquipáticas, atropelam-me,
aturdem-me, sequestram-me. Já
esqueci a língua em que comia, em que
pedia para ir lá fora, em que
levava e dava pontapé, a língua,
breve língua entrecortada do namoro
com a priminha. O
português são dois; o outro, mistério. Carlos Drummond de Andrade.
Esquecer para lembrar. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979.
Explorando a função emotiva da linguagem, o poeta expressa o contraste entre marcas de variação
de usos da linguagem em a) situações formais e informais. b) diferentes regiões do país. c) escolas literárias distintas. d) textos técnicos e poéticos. e) diferentes épocas.
L
it.
11. Cidade grande
Que beleza, Montes
Claros. Como cresceu Montes
Claros. Quanta indústria em
Montes Claros. Montes Claros cresceu
tanto, ficou urbe tão
notória, prima-rica do Rio de
Janeiro, que já tem cinco
favelas por enquanto, e mais
promete. (Carlos Drummond de Andrade)
Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a a) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria linguagem. b) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos. c) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção crítica. d) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e objetivo. e) prosopopéia, que consiste em personificar coisas inanimadas, atribuindo-lhes vida.
QUESTÃO CONTEXTO
Agora, ó José
É teu destino, ó José,
a esta hora da tarde,
se encostar na parede,
as mãos para trás.
Teu paletó abotoado
de outro frio te guarda,
enfeita com três botões
tua paciência dura.
A mulher que tens, tão histérica,
tão histórica, desanima.
Mas, ó José, o que fazes?
Passeias no quarteirão
o teu passeio maneiro
e olhas assim e pensas,
o modo de olhar tão pálido.
Por improvável não conta
O que tu sentes, José?
O que te salva da vida
é a vida mesma, ó José,
e o que sobre ela está escrito
a rogo de tua fé:
A pedra, ó José, a pedra.
Resiste, ó José. Deita, José,
Dorme com tua mulher,
gira a aldraba de ferro pesadíssima.
O reino do céu é semelhante a um homem
como você, José.
(Adélia Prado. Bagagem. São Paulo: Siciliano, 1993. p. 34)
Para compreender
Drummond de Andrade:
L
it.
José
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?
E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio e agora?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morres
Mas você não morre,
você é duro, José!
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?
(Carlos Drummond de Andrade In Poesias Ed. José Olympio, 1942)
(fonte: https://literaliza.com/2016/05/27/intertextualidade-na-poesia/)
O texto de Adélia Prado dialoga diretamente com Drummond. Analise-os comparando suas temáticas
de modo a apontar as semelhanças e diferenças entre eles.
L
it.
GABARITO
Exercícios
1. a
Castro Alves era conhecido como poeta dos escravos, a obra de Drummond não é marcada pela
religiosidade.
2. a
Não há características românticas no poema, que é releitura/paráfrase de Canção do Exílio.
3. a
Interpretação do texto. Há conflito entre o que é realmente SER. Marcas de incerteza e insegurança e
contraste entre o ter e o ser.
4. c
Em todos os momentos do poema, o eu-lírico se define e se justifica utilizando seu lugar de origem.
5. b
o toque inesperado ao texto, já que o conflito interno e existencial é
engatilhado pela reação do marciano ao homem.
6. d
Elemento comparativo que exalta a semelhança entre as experiências vividas.
7. b
Todos os amores se repetem, são imutáveis, sempre os mesmos.
8. (UERJ) O poema "Infância" é construído segundo os princípios da estética modernista - estética norteada
pelo grande desejo de expressão livre. A linguagem do poema é coloquial, com utilização de frases
nominais, bem como ausência de pontuação; quanto à forma do poema, os versos são livres e a poesia
aproxima-se do ritmo da prosa. Todos esses traços confirmam a liberdade de criação e expressão da
estética modernista.
9. c
A alternativa se sustenta por não aparecer em nenhum momento na temática do texto.
10. a
O título do poema já deixa abertura para a interpretação de que observaremos ocorrências coloquiais e
formais.
11. c
cidadãos que vivem à margem da sociedade.
Questão Contexto
Além de parafrasear Drummond, Adélia Prado ressignifica José, que perde o tom melancólico e sem
esperança e passa a ser um ser que resiste apesar de.
M
at.
Mat.
Professor: Luanna Ramos
Gabriel Miranda
Monitor: Rodrigo Molinari
M
at.
Determinantes: Ordem 2 e ordem 3 16
ago
RESUMO
1) Definição:
É um número associado a uma matriz quadrada, ou seja, é uma característica da matriz.
2) Como calcular:
2.1) Matriz quadrada de ordem 1: é o valor único da matriz.
A = [a11] → det A = a11
2.2) Matriz quadrada de ordem 2: é a diferença entre o produto dos termos das diagonais principal e
secundária.
a b
c dA
=
→ det A = a b
c dad bc= −
Exemplo:
A= 1 1
3 2
, detA= 2.1-3.1=2-3=-1
2.3) Matriz quadrada de ordem 3: usamos a regra de Sarrus.
Det A = aei + bfg + cdh ceg afh bdi
Exemplo:
A=
1 3 4
0 0 1
1 1 2
, Pela regra de Sarrus:
1 3 4 1 3
0 0 1 0 0
1 1 2 1 1
,
det A= (1.0.2)+(3.1.1)+(4.0.1)-(4.0.1)-(1.1.1)-(3.0.2) = 0+3+0-0-1-0=2
M
at.
EXERCÍCIOS
1. É dada a matriz A=a b
b a
−
, onde a e b são números reais. Se 0 1 a 2
.3 5 b 22
=
, então o
determinante de A é igual a:
a) 3b + 4a.
b) 2b² + a².
c) b² + 5.
d) 5a + 2.
e) 5a.
2. Sendo x 1
81 x
= , o valor positivo de x é:
a) um múltiplo de 4
b) um divisor de 10
c) o mínimo múltiplo comum de 3 e 5
d) o máximo divisor comum de 6 e 9
3. Uma matriz é dita singular quando seu determinante é nulo. Então os valores de c que tornam singular
a matriz
1 1 1
1 9 c
1 c 3
são:
a) 1 e 3.
b) 0 e 9.
c) 2 e 4.
d) 3 e 5.
e) 9 e 3.
4. Dadas as matrizes A = ij 3x3
(a ) tal que ij
ij
a 10,se i j
a 0,se i j
= =
= e B =
ij 3x3(b ) tal que
ij
ij
b 3,se i j
b 0,se i j
= =
= , o
valor de det(AB) é:
a) 27 x 10³.
b) 9 x 10³.
c) 27 x 10².
d) 32 x 10².
e) 27 x 104.
5. Se 1
A−
é a matriz inversa de A = 1 0
1 2
−
e M = A + 1
A−
, então o determinante da matriz M é:
a) 5.
b) 4.
c) 3.
d) 2.
e) 1.
M
at.
6. Seja A matriz
102
2 0
Sabe-se que n
A = A · A · A ... · A (n vezes). Então, o determinante da matriz
11= + + + + é igual a:
a) 1.
b) 31.
c) 875.
d) 11.
7. O valor do determinante abaixo:
cos x sen x
sen x cos x
−
é:
a) 1.
b) cos 2x.
c) sen 2x.
d) tg 2x.
e) cos² x sen²x
8. Dadas as matrizes A = x 2
1 1
e B = 1 x
1 2
−
a diferença entre os valores de x, tais que det(A · B) =
3x, pode ser igual a:
a) 3.
b) 2.
c) 5.
d) 4.
e) 1.
9. Considerando-se log2 = 0,3, o valor do determinante
abaixo é igual a:
2 2 2
1 1 1
log4 log16 log400
(log2) (log4) (log20)
a) 0,36.
b) 0.
c) 3.
d) 0,74.
e) 0,42.
10. Sejam as matrizes A = ij 3x2
(a ) , tal que ij
a = 2i 3j e B = jy 2x3
(b ) , tal que jy
b = y j. O determinante da
matriz A . B é igual a:
a) 12.
b) 6.
c) 0.
d) 6.
e) 12.
M
at.
11. Dadas as matrizes A = 3 4
1 2
e B = 8 7
1 1
2B = 0, det 1
M−
vale:
a) 2.
b) 1
2.
c) 4.
d) 1
4.
e) 1.
12. Se o determinante da matriz A =
x 2 1
1 1 1
2x 1 3
− −
é nulo, então:
a) x = 3.
b) x = 7
4− .
c) x = 1.
d) x = 0.
e) x = 7
4.
13. Calcule o valor de x que resolva a equação:
8 4 16log x log x log x3
1 1 12
1 2 2
= −
a) 128
b) 64
c) 32
d) 16
e) 256
14. Considere a matriz:
-3 0
4 5M
=
Os valores de K que tornam nulo o determinante da matriz M K.I, sendo I a matriz identidade, são:
a) 0 e 4
b) 4 e 5
c) -3 e 5
d) -3 e 4
e) 0 e 5
15. Sendo
x y6
1 1=
, o valor de
3x 1 8
3y 1 8
+
+é:
a) 6.
b) 8.
c) 24.
d) 128.
e) 144
M
at.
PUZZLE
Em uma igreja havia 4 velas. Entraram 2 ladrões e cada um levou uma vela. Quantas velas ficaram?
a) 1
b) 2
c) 4
d) 6
M
at.
GABARITO
Exercícios
1. e
0 1 a 2.
3 5 b 22
b 2
3a 5b 22
b 2
3a 5.2 22
3a 12
a 4
=
=
+
=
+ =
=
=
a b 4 2A
b a 2 4
DetA 20 5a
= =
− −
= =
2. d
x 18
1 x
x ' 3
x " 3
=
− =
=
=
= −
Como deseja-se o valor positivo, x=3 que é o mdc entre 6 e 9
3. d
Calculando-se o determinante pela regra de Sarrus e igualando a 0:
c ' 3
c " 5
+ + − − − =
− + + =
− − =
= −
=
4. a
Usando as leis de formação A=
10 0 0
0 10 0
0 0 10
e B=
3 0 0
0 3 0
0 0 3
, logo A.B=
30 0 0
0 30 0
0 0 30
Calculando o Det(AB)=30³=(3.10)³=3³.10³=27.10³
5. a
Como vale A . 1
A−
= 2
I . Seja 1
a bA
c d
− =
, logo1 0 a b 1 0
.1 2 c d 0 1
=
−
M
at.
a b 1 0
a 2c b 2d 0 1
a 1
b 0
1a 2c 0 c2
1b 2d 1 d2
=
− + − +
=
=
− + = → =
− + = → =
Logo,
11 0
A1 12 2
2 01 01 0M
51 1 11 22 2 2 2
− =
= + =
−−
Det M = 5 1
2. 0. 52 2
− − =
6. d
Efetuando as 4 primeiras potências temos
4
102A
2 0
1 10 0 1 02 2
0 12 0 2 0
1 10 01 02 2
0 1 2 0 2 0
1 10 0 1 02 2
0 12 0 2 0
=
= =
= = = =
= = = =
Conclusão: Os termos com expoente par é igual a identidade de ordem 2 e os de ordem impar é igual a
matriz A. De 1 a 11 tem 6 números ímpares e 5 números pares. Portanto, 11
10 1 0 5 32S 6. 5.
0 1 12 52 0
Det S 25 36 11
= + + + +
= + =
= − = −
7. a
Calculando o determinante temos cos²x-(-sen²x)=cos²x+sen²x=1 (relação fundamental da trigonometria
8. c
Efetuando o produto de A.B = 0 x 2
− +
+ . Como Det (A.B)=3x,
M
at.
x ' 1
x " 4
x ' x " 4 ( 1) 5
− =
− − =
= −
=
− = − − =
9. e
Usando as propriedades de log, temos
2 2 2
2 2 2
1 1 1
2log2 4log2 log2 2log10
(log2) (2log2) (log2 log10)
1 1 1
2.0,3 4.0,3 0,3 2
(0,3) (2.0,3) (0,3 1)
1 1 1
0,6 1,2 2,3
0,09 0,36 1,69
+ +
+ +
Assim o determinante será:
1 1 1
0,6 1,2 2,3 0,42
0,09 0,36 1,69
=
10. c
Usando as leis de formação:
1 40 1 2
A 1 2 e B=1 0 1
3 0
− −
= − −
4 1 6
A.B 2 1 0
0 3 6
− −
=
Assim, Det (A.B)=
4 1 6 4 1
2 1 0 2 1 24 36 12 0
0 3 6 0 3
− − −
→ − + =
11. b
Se M.A-2B=0 então M.A=2B. Seja M=a b
c d
, assim:
M
at.
a b 3 4 16 14.
c d 1 2 2 2
3a b 4a 2b 16 14
3c d 4c 2d 2 2
a 9
b 11
c 1
d 1
=
+ + =
+ +
=
= −
=
=
Seja 1
x yM
z w
− =
1
1
9 11 x y 1 0.
1 1 z w 0 1
1 11
2 9M
1 2
2 9
1 2 11 1 1Det M . .
2 9 9 2 2
−
−
− =
−
= −
= − − − =
12. e
Aplicando a regra de Sarrus temos
3x 4x 1 2x x 6 0
7x
4
− + − + + − =
=
13. b
Aplicando a regra de Sarrus temos,
8 4 16 16 8 4
4 16
2 2
2
2
6
32log x log x 2log x log x 2log x 2log x
2
3log x log x
2
1 1 3log x log x
2 4 2
log x 6
log x 6
x 2 64
+ + − − − = −
− + = −
− + = −
− = −
=
= =
M
at.
14. c
Seja I a identidade de ordem 2
1 0 K 0K.I K
0 1 0 K
3 K 0M K.I
4 5 K
= =
− − − =
−
Para Det (M-K.I)=0
-3-k=0 ou 5-k=0
Logo k=-3 ou k=5
15. e
Questão Contexto
d
Ficaram 6 velas. O texto diz que os ladrões LEVARAM uma vela cada, e não ROUBARAM.
x y6 x y 6
1 1
3x 1 824x 8 24y 8 24(x y) 24.6 144
3y 1 8
= → − =
+→ + − − = − = =
+
M
at.
Mat.
Professor: Luanna Ramos
Gabriel Miranda
Monitor: Rodrigo Molinari
M
at.
Determinantes: Propriedades 16
ago
RESUMO
Propriedades dos determinantes
1) Matriz transposta:
Det At = det A
2) Casos em que o determinante é nulo:
- Quando todos os elementos de uma fila ( linha ou coluna) são nulos, o determinante dessa matriz é nulo.
2 0 3
1 0 4
3 0 5
= 0
- Se duas filas de uma matriz são iguais, então seu determinante é nulo.
7 0 8
1 2 3 0
1 2 3
=
- Se duas filas paralelas de uma matriz são proporcionais, então seu determinante é nulo.
2 1 3
4 2 6 0
5 1 4
=
- Se os elementos de uma fila de uma matriz são combinações lineares dos elementos correspondentes de
filas paralelas, então seu determinante é nulo.
a b 2a + 3b
c d 2c + 3d 0
e f 2e + 3f
=
3) Troca de fileiras:
Ao trocarmos duas fileiras de uma matriz quadrada, seu determinante fica multiplicado por -1.
a b c
d e f
g h i
K=
d e f
a b c
g h i
K= −
4) Multiplicação de uma fila por uma constante:
Multiplicando toda uma fileira por uma constante real, o determinante dessa matriz fica multiplicado pela
mesma constante.
a b
c dK=
a b
c dK
=
Já se multiplicarmos todos os elementos da matriz por uma constante real α, temos que:
det (αA) = αn . det A
em que n é a ordem da matriz.
5) det (A.B) = det A . det B
6) det (An) = (det A)n
7) det A-1 = (det A)-1
Ou seja, o determinante da matriz inversa é o inverso do determinante da matriz.
Sendo assim, fica fácil reparar que, se uma determinada matriz tiver determinante valendo 0, então ela não é
inversível.
M
at.
EXERCÍCIOS
1. Sejam A, B e C matrizes reais 3x3, tais que A.B = C-1, B = 2A e det C = 8. Então, |det A| vale:
a) 1
16
b) 1
8
c) 1
d) 8
e) 16
2. Considere as matrizes:
2 1
-3 4A
=
e 3 -1
-2 2B
=
É correto afirmar que o determinante da matriz A.B é
a) 32
b) 44
c) 51
d) 63
3. Se A é uma matriz quadrada de ordem 3 com det(A) = 3 e se k é um número real tal que det(kA) = 192,
então o valor de k é:
a) 4
b) 8
c) 32
d) 64
e) 96
4. Considere a matriz A =
cos 2 sen
3 1 3
sen 0 cos
−
.Sabendo-se que sen cos = − , em que
0 2 , o determinante da matriz inversa de A, indicado por Det 1
A−
, vale:
a) 1.
b) 0.
c) 1.
d) 2.
e) 5.
5. M é uma matriz quadrada de ordem 3, e seu determinante é det M = 2.
O valor da expressão det M + det (2M) + det (3M) é:
a) 12
b) 15
c) 36
d) 54
e) 72
M
at.
6. Sejam A e B matrizes 3 × 3 tais que detA = 3 e detB = 4. Então det(A.2B) é igual a:
a) 32.
b) 48.
c) 64.
d) 80.
e) 96.
7. Seja A uma matriz quadrada de ordem 2 com determinante maior que zero e 1
A−
a sua inversa. Se 1
16.Det A Det (2A)− = , então o determinante de A vale:
a) 4.
b) 6.
c) 8.
d) 2.
e) 16.
8. A Sendo A uma matriz real quadrada de ordem 3, cujo determinante é igual a 6, qual o valor de x na
equação 1
det(2A.A ) 4x− = ?
a) 72
b) 18
c) 12
d) 2
e) 1
2
9. A é uma matriz quadrada de ordem 2 e det(A) = 7. Nessas condições, det(3A) e det(1
A−
) valem,
respectivamente:
a) 7 e 7.
b) 21 e 1/7.
c) 21 e 7.
d) 63 e 7.
e) 63 e 1/7.
10. Considere a matriz quadrada de ordem 3,
cos x 0 senx
A 0 1 0
senx 0 cos x
−
=
, onde x é um número real.
Podemos afirmar que:
a) A não é invertível para nenhum valor de x.
b) A é invertível para um único valor de x.
c) A é invertível para exatamente dois valores de x.
d) A é invertível para todos os valores de x.
PUZZLE
Em uma igreja havia 4 velas. Entraram 2 ladrões e cada um levou uma vela. Quantas velas ficaram?
a) 1
b) 2
c) 4
d) 6
M
at.
GABARITO
Exercícios
1. b
Se B = 2A, então Det B = Det 2A.
Como A é de ordem 3, então 3
Det 2A 2 Det A=8Det A= , logo B=8Det A
Se Det C = 8, então 1 1
Det C8
− = .
Se A.B= 1
C−
, então 1
1
Det(A.B) Det C
Det A.Det B=Det C
1Det A.8Det A
8
1
64
1 1Det A
64 8
−
−
=
=
=
= =
Como se deseja |det A|= 1
8.
2. b
Det(A.B) Det A.Det B=
Det A= 11, Det B = 4
Det (A.B)=11.4=44
3. a
3
k 4
= = =
=
=
4. c
Calculando o determinante pela Regra de Sarrus:
1
sen cos
1 6sen 6sen 1
1DetA 1
DetA
−
= − + + −
= −
+ =
+ − =
= =
5. e
Det M 2
54 16 2 72
=
= =
= =
+ + =
M
at.
6. e
( ) Det A.Det 2B
3.
Det A.2B
.4=96
=
7. d
Sabendo que 1 1
Det ADet A
− =
116.Det A Det (2A)
1
Det A
Det A 2
− =
=
=
=
8. d
1
1
det(2A.A ) 4x
det 2A. det A 4x
1
6
8 4x
x 2
−
−
=
=
=
=
=
9. e
1
DetA 7
1 1Det A
Det A 7
−
=
= =
= =
10. d
Calculando o determinante pela regra de Sarrus
cosx 0 senx cosx 0
0 1 0 0 1
senx 0 cosx senx 0
−
+ + + + + =
Como DetA 0 , para todos os valores de x, logo é invertível para todos os valores de x.
Puzzle D. Ficaram 6 velas. O texto diz que os ladrões LEVARAM uma vela cada, e não ROUBARAM.
1
Ma
t.
Mat.
Professor: Luanna Ramos
Alex Amaral
Monitor: Roberta Teixeira
2
M
at.
Troncos 15/17
ago
RESUMO
• Tronco de pirâmide Considere uma pirâmide e uma secção transversal paralela à base. Denominamos tronco de pirâmide à
parte da pirâmide limitada pela base e pela secção transversal.
Elementos:
H1-> altura total da pirâmide
H2->altura da pirâmide menor
A1->área da base maior do tronco
A2->área da base menor do tronco
L1-> aresta da base
L2->aresta da secção transversal
Observando a figura podemos estabelecer as seguintes relações:
e
Apótema do tronco de uma pirâmide:
1. As faces laterais do tronco de pirâmide são trapézios isósceles congruentes.
2. O apótema do tronco é a altura do trapézio.
3
M
at.
• Volume do tronco de pirâmide O volume de tronco de pirâmide é a diferença entre o volume original e o volume da pirâmide
determinada pela secção transversal.
E pode ser calculado pela expressão:
• Tronco de cone circular reto: Considere um cone circular e uma secção transversal qualquer. Denominamos tronco de cone à parte
do cone limitada pela base e por essa secção transversal.
g->geratriz
h->altura
R->Raio maior
r->raio menor
• Volume do tronco de cone:
expressão:
4
M
at.
EXERCÍCIOS
1. Uma cozinheira, especialista em fazer bolos, utiliza uma forma no formato representado na figura:
Nela identifica-se a representação de duas figuras geométricas tridimensionais. Essas figuras são
a) um tronco de cone e um cilindro.
b) um cone e um cilindro.
c) um tronco de pirâmide e um cilindro.
d) dois troncos de cone.
e) dois cilindros.
2. Uma fábrica produz velas de parafina em forma de pirâmide quadrangular regular com 19 cm de altura
e 6 cm de aresta da base. Essas velas são formadas por 4 blocos de mesma altura 3 troncos de
pirâmide de bases paralelas e 1 pirâmide na parte superior , espaçados de 1 cm entre eles, sendo que
a base superior de cada bloco é igual à base inferior do bloco sobreposto, com uma haste de ferro
passando pelo centro de cada bloco, unindo-os, conforme a figura.
Se o dono da fábrica resolver diversificar o modelo, retirando a pirâmide da parte superior, que tem
1,5 cm de aresta na base, mas mantendo o mesmo molde, quanto ele passará a gastar com parafina
para fabricar uma vela?
a) 156 cm³ .
b) 189 cm³ .
c) 192 cm³ .
d) 216 cm³ .
e) 540 cm³ .
3. Uma caixa de um perfume tem o formato de um tronco de pirâmide quadrangular regular fechado.
Para embrulhá-la, Pedro tirou as seguintes medidas: aresta lateral 5 cm e arestas das bases 8 cm e 2 cm
A quantidade total de papel para embrulhar esta caixa, supondo que não haja desperdício é nem
sobreposição de material, foi de:
a) 88 cm²
b) 168 cm²
c) 8m cm ²
d) 68 cm²
e) 148 cm²
5
M
at.
4. Considere um balde para colocação de gelo no formato de um tronco de cone circular reto
apresentando as medidas indicadas na figura a seguir.
Considerando que esse balde esteja com 25% de sua capacidade ocupada com gelo derretido (água)
e, consequentemente, com um volume de águ
base maior R?
a) 8,5
b) 9
c) 8
d) 7,5
5. O volume do sólido gerado pela rotação completa da figura a seguir, em torno do eixo e é, em cm³:
a)
b)
c)
d)
e)
6. Uma indústria de bebidas criou um brinde para seus clientes com a forma exata da garrafa de um de
seus produtos, mas com medidas reduzidas a 20% das originais. Se em cada garrafinha brinde cabem
7 ml de bebida, podemos concluir que a capacidade da garrafa original é de:
a) 875 ml
b) 938 ml
c) 742 ml
d) 693 ml
e) 567 ml
6
M
at.
7. Considerando um lustre de formato cônico com altura e raio da base igual a 0,25m, a distância do chão
(H) em que se deve pendurá-lo para obter um lugar iluminado em forma de ,
é de
a) 12m.
b) 10m.
c) 8m.
d) 6m.
e) 5m.
8. Considere um cone de altura 4cm e um tronco deste cone de altura 3cm. Sabendo-se que este tronco
tem volume 21cm³, qual o volume do cone?
a) 53/3
b) 30
c) 64/3
d) 21
e) 33/3
9. Uma pirâmide de 6cm de altura tem a base com 144cm² de área. A área da secção plana paralela à base
e distante 5cm do vértice é:
a) 100/3
b) 100
c) 120
d) 24
e) nda
10. A Marinha do Brasil comprou um reservatório para armazenar combustível com o formato de um tronco
de cone conforme figura abaixo. Qual é a capacidade em litros desse reservatório?
a) 40
10²3
b) 519
102
c) 49
103
d) 449
103
e) 19
10³3
7
M
at.
11. Na figura abaixo tem-se, apoiado no plano α, um cone circular reto cuja altura mede 8cm e cujo raio
da base mede 4cm. O plano β é paralelo a α e a distância entre os dois planos é de 6cm.
O volume do cone que está apoiado no plano β
a)
b)
c)
d)
e)
12. Nas empresas em geral, são utilizados dois tipos de copos plásticos descartáveis, ambos com a forma
de troncos de cones circulares retos:
- copos pequenos, para a ingestão de café: raios das bases iguais a 2,4cm e 1,8cm e altura igual a 3,6cm;
- copos grandes, para a ingestão de água: raios das bases iguais a 3,6cm e 2,4cm e altura igual a 8,0cm.
Uma dessas empresas resolve substituir os dois modelos de copos descartáveis, fornecendo para cada
um de seus funcionários canecas com a forma de um cilindro circular reto de altura igual a 6cm e raio
da base de comprimento igual a y centímetros. Tais canecas serão usadas tanto para beber café como
para beber água.
Sabe-se que o volume de um tronco de cone circular reto, cujos raios das bases são respectivamente
iguais a R e r e a altura é h, é dado pela expressão:
O raio y da base dessas canecas deve ser tal que y² seja, no mínimo, igual a
a) 2,664 cm.
b) 7,412 cm.
c) 12,160 cm.
d) 14,824 cm.
e) 19,840cm.
13. Considere uma pirâmide regular, de altura 25m e base quadrada de lado 10m. Seccionando essa
pirâmide por um plano paralelo à base, à distância de 5m desta, obtém-se um tronco cujo volume, em
m³, é:
a) 200/3
b) 500
c) 1220/3
d) 1280/3
e) 1220
14. Se a geratriz, a altura e o raio menor de um tronco de cone reto são, respectivamente, √13 cm, 3 cm e
3 cm, então o volume do cone original é:
a
8
M
at.
15. Considere o tronco de uma pirâmide regular de bases quadradas representado na figura a seguir.
Se as diagonais das bases medem e , a área total desse tronco, em centímetros
quadrados, é
a) 168
b) 186
c) 258
d) 266
e) 284
PUZZLE
Um automóvel comporta dois passageiros no banco da frente e três no banco de trás. calcule o número de
alternativas distintas para lotar o automóvel utilizando 7 pessoas, de modo que uma dessas pessoas nunca
ocupe um lugar nos bancos da frente.
9
M
at.
GABARITO
Exercícios
1. d
É fácil ver que o sólido da figura é constituído por dois troncos de cone.
2. c
Observe:
3. e
Observe
10
M
at.
4. c
Observe:
5. e
Esse é o volume do tronco com um volume cilíndrico "oco" no meio
Neste caso
h = 6 cm (altura do trapézio)
R = 3 + 3 = 6 cm (distância entre o eixo e o polígono + base maior)
r = 3 + 2 = 5 cm (distância entre o eixo e o polígono + base menor)
Vt = pi*
O volume "oco" é o de um cilindro
Vc = pi*s²*h
h = 6 cm (altura do trapézio)
s = 3 cm (distância do eixo ao polígono)
O volume pedido é o volume do tronco menos a parte "oca"
-
6. a
Seja c a capacidade da garrafa original, em mililitros. Como os sólidos são semelhantes, tem-se que:
7. e
Isso conclui-se que o raio do chão é 5
Portanto:
0,25/5 = 0,25/h
0,25h= 1,25
H= 5 metros
8. c
Volume do cone acima do tronco = V1
Volume do tronco = V2
Volume total: V1 + V2
Sendo h1 = 1 e h2 = 3 e a razão de semelhança k = 1/4, temos:
11
M
at.
1³
1 2
1 1
1 21 64
64 1 1 21
21 11
63 3
Portanto, o volume total é:
1 641 2 21
3 3
Vk
V V
V
V
V V
V
V V
=+
=+
= +
= =
+ = + =
9. b
A pirâmide grande e a pequena são semelhantes. A grande possui altura h = 6 e área da base Sb = 144.
Sabemos que a pirâmide pequena tem h = 5 e queremos calcular a área da base. Assim, por semelhança,
temos:
5( )²6 144
100
x
x
=
=
10. d
Observe:
12
M
at.
11. c
Veja a figura:
Reparei que o triângulo maior é semelhante ao triângulo menor. Assim, podemos reparar que a altura do
triângulo maior é 4 vezes maior a altura do triângulo menos. Por semelhança, temos que a base do
triângulo menor é 4 vezes menos do que a base do maior. Ou seja, x = 1.
Agora, precisamos calcular o volume de um cone cujo raio da base é r = 1 e a altura é h = 2:
² 1².2 2
3 3 3
R HV
= = =
12. c
Supondo que o raio da base das canecas deve ser tal que a capacidade de uma caneca seja maior do que
ou igual à capacidade de um copo grande, temos
Observação: Se o raio das canecas estiver expresso em centímetros, então 2 y será expresso em
centímetros quadrados.
13. c
Seja x o lado da base da pirâmide menor.
No triângulo formado pela altura h, a apótema a da pirâmide e a apótema da base, que é a metade do
lado, L/2 = 5 é semelhante ao triângulo análogo da pirâmide menor.
Por tanto: 25/ 5 = 20/(x/2). Logo x= 2 x 20/5 = 8.
O volume da pirâmide maior é
V1 =
O volume da pirâmide menor é
E o volume do tronco
V = V2 V1 = 2500/3 1280/3 = 1220/3
14. d
Observe:
13
M
at.
15. e
Sejam:
L: lado da base maior
l: lado da base menor
a: apótema do tronco
L = 10 cm
l = 4 cm
Sejam O e O' os centros das base menor e maior
Seja OP a base menor do trapézio ---> OP = l/2 ---> OP = 2
Seja O'Q a base maior do trapézio ---> O'Q = 10/2 ---> O'Q = 5
Seja H o pé da perpendicular de P sobre O'H = OP ---> O'H = 2
Trace PH formando o triângulo retângulo PHQ
HQ = O'Q - O'H ---> HQ = 5 - 2 ---> HQ = 3 é o cateto menor do triângulo retângulo
a é a hipotenusa do triângulo: cos60º = 3/a ---> 1/2 = 3/a ---> a = 6
área total -> área da base maior + área da base menor + 4*área do trapézio
St = 199 + 16 + 4* [ (10 + 4 )*6/2 ] = 116 + 168 = 284 cm²
Puzzle
São 7 pessoas, sendo que uma nunca pode ir num banco da frente.
Vamos chamar essa pessoa de João, por exemplo.
Então primeiro vamos calcular o número de maneiras de lotar o automóvel SEM o João, usando apenas as
outras seis pessoas:
Como temos 6 pessoas e 5 lugares no carro então calculamos o arranjo de 6 elementos, tomados 5 a 5:
A6,5= 720
Agora vamos calcular o número de maneiras de lotar o automóvel COM o João.
Sabemos que o João não pode estar nos bancos da frente, portanto ele deve estar em um dos três bancos
de trás.
Então fixamos o João em um dos lugares traseiros (então sobram 4 lugares no carro), e depois calculamos o
número de maneiras de colocar as outras 6 pessoas nesses 4 lugares, ou seja, um arranjo de 6 elementos,
tomados 4 a 4:
A6,4= 360
14
M
at.
O João pode estar em qualquer um dos três bancos de trás, portanto devemos multiplicar esse resultado por
3:
3 x A6,4= 3 x 360 = 1080
O número total de maneiras de lotar o automóvel é a soma dos dois arranjos (COM João e SEM João).
Portanto número total é 720+1080 = 1800 maneiras!
P
or.
Por.
Professor: Raphael Hormes
Fernanda Vicente
Monitor: Caroline Tostes
Bruna Basile
P
or.
Figuras de Linguagem (sintáticas) 14/16
ago
RESUMO
Figuras de pensamento
Ironia: Consiste em dizer o oposto do que se pretende falar.
Exemplo: Ela não sabe escrever Tirou 1000 na redação!
Gradação: Enumeração gradativa (que aumenta ou diminui pouco a pouco) dentro de uma mesma ideia.
Exemplo: De repente o problema se tornou menos alarmante, ficou menor, um grão, um cisco, um quase nada.
Sinestesia: É caracterizada pela combinação e mistura de diferentes sensações, provenientes de diferentes
sentidos (visão, tato, olfato, paladar e audição).
Exemplo: O cheiro doce e verde do campo lembra a minha infância.
Personificação (prosopopeia): É a atribuição de características de seres animados a seres não humanos.
Exemplo: Hoje, ao abrir a janela, o sol sorriu para mim.
Hipérbole: É um exagero de ideias.
10 mil anos atrás
Raul Seixas
Antítese: É a utilização de termos que se opõem quanto ao seu sentido, ou seja, são palavras de sentidos
opostos.
Exemplo: O calor e o frio vivem em meu peito.
Paradoxo: É a utilização de termos que se opõem contraditoriamente.
arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente Luís de Camões
Eufemismo: É a suavização de uma ideia, de um fato.
Exemplo: O governo procederá ao reajuste de taxas. (em vez de aumento)
Figuras de construção
Elipse: É a omissão de um termo que o contexto ou a situação permitem facilmente suprimir.
Exemplo: Deste lado da estrada, montanhas e daquele, rios.
Zeugma: Essa figura de construção é uma das formas da elipse. Entretanto, consiste em participar de dois
ou mais enunciados um termo apresentado em apenas um deles.
Exemplo: Fui ao shopping e comprei uma blusa e também um casaco.
Pleonasmo: É a repetição desnecessária de palavras para enunciar uma ideia.
Exemplo: Entre já para dentro!
A protagonista principal
Hipérbato: É a inversão da ordem direta das palavras na oração, ou da ordem das orações no período, com
finalidade expressiva.
P
or.
Ordem direta: Você ainda tem muito a aprender.
Polissíndeto: É o emprego repetitivo de conjunções coordenativas, especialmente das aditivas.
Diferentemente do assíndeto, que é um processo de encadeamento de palavras sem conjunções.
Exemplos:
"Falta-lhe o solo aos pés: recua e corre, vacila e grita, luta e ensanguenta, e rola, e tomba, e se espedaça, e morre." - Polissíndeto.
Olavo Bilac
"Vim, vi, venci." - Assíndeto. Júlio César
Silepse: É a concordância que se faz não com a forma gramatical das palavras, mas com o seu sentido, ou
seja, com as ideias que elas expressam.
Gênero: Vossa excelência parece chateado.
Número: O grupo não gostou da bronca, reagiram imediatamente.
Pessoa: Os brasileiros somos lutadores.
Anáfora: Ocorre quando uma mesma palavra ou várias, são repetidas sucessivamente, no começo de
orações, períodos, ou em versos.
Exemplo:
não tinha nada, eu quis
Quando tudo era ausência, esperei
Quando tive frio, tremi
Quando
(...) À primeira vista - Daniela Mercury
EXERCÍCIOS DE AULA
1.
Sempre desconfiei
Sempre desconfiei de narrativas de sonhos. Se já nos é difícil recordar o que vimos despertos e de
olhos bem abertos, imagine-se o que não será das coisas que vimos dormindo e de olhos fechados...
Com esse pouco que nos resta, fazemos reconstituições suspeitamente lógicas e pomos enredo, sem
querer, nas ocasionais variações de um calidoscópio. Me lembro de que, quando menino, minha gente
acusava-me de inventar os sonhos. O que me deixava indignado.
Hoje creio que ambas as partes tínhamos razão.
Por outro lado, o que mais espantoso há nos sonhos é que não nos espantamos de nada. Sonhas, por
exemplo, que estás a conversar com o tio Juca. De repente, te lembras de que ele já morreu. E daí? A
conversa
continua.
Com toda a naturalidade.
P
or.
Já imaginaste que bom se pudesses manter essa imperturbável serenidade na vida propriamente dita? (Mario Quintana, A vaca e o hipogrifo.São Paulo: Globo,1995)
está corretamente explicada em
a) silepse, por haver uma concordância verbal ideológica.
b) elipse, por haver a omissão do objeto direto.
c) anacoluto, por haver uma ruptura na estrutura sintática da frase.
e) hipérbato, por haver uma inversão da ordem natural e direta dos termos da oração.
2. Amor é um fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se e contente;
É um cuidar que ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor? Luís de Camões
O poema tem, como característica, a figura de linguagem denominada antítese, relação de oposição
de palavras ou ideias. Assinale a opção em que essa oposição se faz claramente presente.
3. ema
sobre sua relação com as pequenas e grandes cidades.
BICHO URBANO
Se disser que prefiro morar em Pirapemas
ou em outra qualquer pequena cidade do país
estou mentindo
ainda que lá se possa de manhã
lavar o rosto no orvalho
e o pão preserve aquele branco
sabor de alvorada.
A natureza me assusta.
Com seus matos sombrios suas águas
suas aves que são como aparições
me assusta quase tanto quanto
esse abismo
P
or.
de gases e de estrelas
aberto sob minha cabeça. (GULLAR, Ferreira. Toda poesia. Rio de Janeiro, José Olympio Editora, 1991.)
Embora não opte por viver numa pequena cidade, o poeta reconhece elementos de valor no cotidiano
das pequenas comunidades. Para expressar a relação do homem com alguns desses elementos, ele
recorre à sinestesia, construção de linguagem em que se mesclam impressões sensoriais diversas.
Assinale a opção em que se observa esse recurso.
c)
4.
No diálogo transcrito anteriormente anteriormente, constata-se:
a) Pleonasmo vicioso, pois associa-se aprendizagem com óbvia facilidade.
b) Redundância, pois explicita-se a sinceridade com um comentário repetitivo e desnecessário.
c) Paradoxo, pois contrapõem-se duas ideias antagônicas: fingimento e sinceramente.
d) Ironia, pois desdenha-se a falta de conhecimento do padre sobre o sucesso e liderança.
e) Eufemismo, pois suaviza-se a resposta ante uma pergunta tão ingênua.
5.
Nostalgia do futuro
Em uma fazenda americana, nos anos 60, o garoto Frank Walker (Thomas Robinson) persegue o sonho
de inventar uma engenhoca capaz de fazê-lo voar. O pai lhe dá uma bronca por perder tempo com tal
sandice. Seu primeiro teste revela-se um dolor
garganta do espectador ao fim de Tomorrowland (Estados Unidos, 2015). Na produção da Disney em
cartaz no país, o personagem sonhador surge, já adulto, na pele de George Clooney, para narrar os
estranhos fatos que se seguiram à apresentação de sua máquina na Feira Mundial de Nova York, em
1964. Na ocasião, o garoto é humilhado pelo chefe da comissão de novas invenções do evento, Nix
(Hugh Laurie). Mas a enigmática menina Athena (Raffey Cassidy) vê tudo e percebe que está diante de
alguém especial. O rumo da vida de Frank muda quando ela lhe dá de presente um item prosaico um
broche com a letra T. Ao passear em um brinquedo que parece saído dos parques de diversões da
Disney, ele atravessa o portal para outra dimensão: na Tomorrowland do título, os cidadãos voam em
versões modernosas de seu propulsor e aerotrens cruzam os ares em meio à selva de edifícios high-
tech. Corta para o começo dos anos 2000. Filha de um engenheiro da Nasa ameaçado de perder o
emprego com o ocaso da indústria espacial, a adolescente Casey Newton (Britt Robertson) vai para a
cadeia após invadir a base de Cabo Canaveral, na Flórida. Por vias misteriosas, um broche como o de
Frank cai em suas mãos. Da mesma forma que ocorrera com o garoto décadas antes, o artefato a
transportará para a cidade
futurista. Com um empurrão da mesma menina enigmática, Casey se conecta ao adulto Frank, ao lado
de quem tentará impedir um cataclismo relacionado àquele mundo paralelo.
Tomorrowland deriva da ala futurista homônima que se pode visitar em vários parques da Disney cujo
espírito também está na base do Epcot, em Orlando. A ideia de um futuro de arquitetura sinuosa e
modalidades flamantes de transporte era fixação do fundador da companhia, Walt Disney (1901-1966).
P
or.
No momento em que seu primeiro parque está para completar sessenta anos, é curioso notar como
envelheceu aquela noção de futuro assim como tantas outras desde os livros do francês Júlio Verne,
que descreviam, com as lentes do século XIX, um mundo por vir. Apesar do frenesi de videogame,
Tomorrowland cheira a um compêndio de design retrô, com seus robôs e naves malucas. Como fica
explícito em sua ode à era da corrida espacial, o filme expressa um paradoxo: a nostalgia do futuro.
Até porque o futurismo dos parques da Disney foi assimilado na arquitetura pós-moderna de cidades
como Dubai, Xangai ou Las Vegas. Disney, enfim, ajudou a moldar o mundo de hoje só que, no
processo, seu futurismo virou item de museu.
Na verdade, o componente nostálgico é um fator de empatia do filme. O deslize está em outro detalhe:
a indecisão existencial. Tomorrowland fica a meio caminho entre a aventura juvenil e a distopia
tecnológica à la Matrix. Para os jovens, a pirotecnia não compensará o enfado com tanto papo-cabeça
o que talvez explique por que a produção de 180 milhões de dólares decepcionou nas bilheterias
americanas. Para os adultos, a causa da frustração será diversa: sob a casca futurista, há um artigo
requentadíssimo a mensagem edificante de que as pessoas não devem se deixar anestesiar diante da
ameaça do aquecimento global e das guerras. Com essa conversa para robô dormir, nem os cabelos
grisalhos de George Clooney fariam algum filme ter futuro. Marcelo Marthe. Veja, ed. 2429, ano 48, nº 23, 10 de jun. 2015. p. 110-111. Adaptado.
paradoxo (ou contradição) também é assinalado fortemente pelo autor no trecho:
-
6.
chocante. Na crônica, o autor enfatiza o aspecto negativo dos eufemismos, que serviriam para
distorcer a realidade.
De acordo com o autor, o eufemismo camufla a desigualdade social no seguinte exemplo:
P
or.
a) fracasso é crise (l. 8) b) peste é pandemia (l. 11) c) magricela é anoréxica (l. 11) d) rico é corrupto (l. 18)
7.
Considerando-se a análise dos pressupostos e subentendidos relacionados com os elementos verbais
e não verbais desse cartum, é correto afirmar que nele está presente um recurso estilístico
denominado: a) comparação, cotejando os valores e o lugar dos sujeitos em uma sociedade excludente.
b) paradoxo, sugerindo uma incompatibilidade ideológica referente aos que representam a força e
a fraqueza.
c) oxímoro, explicitando, através de conceitos contrários, elementos que se complementam no
contexto público.
d) antítese, denunciando, por meio de figuras e vocábulos antagônicos, a desigualdade, a opressão
e a exploração social.
e) metonímia, substituindo os indivíduos e suas classes sociais por nomes que apresentam entre si
ideias contraditórias.
8.
Os conceitos a vestiram como uma segunda pele, O vocábulo a é comumente utilizado para substituir termos já enunciados. No texto, entretanto, ele
tem um uso incomum, já que permite subentender um termo não enunciado. Esse uso indica um recurso assim denominado: a) elipse b) catáfora c) designação d) modalização
9.
P
or.
A tirinha denota a postura assumida por seu produtor frente ao uso social da tecnologia para fins de
interação e de informação. Tal posicionamento é expresso, de forma argumentativa, por meio de uma
atitude a) crítica, expressa pelas ironias. b) resignada, expressa pelas enumerações. c) indignada, expressa pelos discursos diretos. d) agressiva, expressa pela contra-argumentação. e) alienada, expressa pela negação da realidade.
10. Então começou a minha vida de milionário. Deixei bem depressa a casa de Madame Marques 1que,
desde que me sabia rico, me tratava todos os dias a arroz-doce, 2e ela mesma me servia, com o seu
vestido de seda dos domingos. Comprei, habitei o palacete amarelo, ao Loreto: as magnificências da
minha instalação são bem conhecidas pelas gravuras indiscretas da Ilustração Francesa. Tornou-se
famoso na Europa o meu leito, de um gosto exuberante e bárbaro, com a barra recoberta de lâminas
de ouro lavrado e cortinado de um raro brocado negro onde ondeiam, bordados a pérolas, versos
eróticos de Catulo; uma lâmpada, suspensa no interior, 5derrama ali a claridade láctea e amorosa de
um luar de Verão.
[...] Entretanto Lisboa rojava-se aos meus pés. O pátio do palacete estava constantemente invadido por
uma turba: 3olhando-a enfastiado das janelas da galeria, eu via lá branquejar os peitilhos da Aristocracia,
negrejar a sotaina do Clero, e luzir o suor da Plebe: todos vinham suplicar, de lábio abjeto, a honra do
meu sorriso e uma participação no meu ouro. Às vezes consentia em receber algum velho de título
histórico: ele adiantava-se pela sala, quase roçando o tapete com os cabelos brancos, tartamudeando
adulações; e imediatamente, espalmando sobre o peito a mão de fortes veias onde corria um sangue
de três séculos, oferecia-me uma filha bem-amada para esposa ou para concubina. Todos os cidadãos me traziam presentes como a um ídolo sobre o altar uns odes votivas, outros o
meu monograma bordado a cabelo, alguns chinelas ou boquilhas, cada um a sua consciência. Se o
meu olhar amortecido fixava, por acaso, na rua, uma mulher 4era logo ao outro dia uma carta em que
a criatura, esposa ou prostituta, me ofertava a sua nudez, o seu amor, e todas as complacências da
lascívia. Os jornalistas esporeavam a imaginação para achar adjetivos dignos da minha grandeza; fui o sublime
Sr. Teodoro, cheguei a ser o celeste Sr. Teodoro; então, desvairada, a Gazeta das Locais chamou-me
o extraceleste Sr. Teodoro! Diante de mim, nenhuma cabeça ficou jamais coberta ou usasse a coroa
ou o coco. Todos os dias me era oferecida uma presidência de Ministério ou uma direção de confraria.
Recusei sempre, com nojo. (Eça de Queirós. O mandarim, s/d.)
sublime
Sr. Teodoro, cheguei a ser o celeste Sr. Teodoro; então, desvairada, a Gazeta das Locais chamou-me
o extraceleste Sr. Teodoro
Nesta passagem do último parágrafo, identifica-se uma:
P
or.
a) hipérbole, por meio da qual o narrador enfatiza a intensidade de atenção recebida da imprensa
portuguesa.
b) gradação, por meio da qual o narrador reforça a ideia de bajulação posta em prática pelos jornais
portugueses.
c) ironia, por meio da qual o narrador refuta o tratamento que lhe dispensavam os jornalistas
portugueses.
d) redundância, por meio da qual o narrador deixa entrever o modo como as pessoas lhe especulavam
a vida.
e) antítese, por meio da qual o narrador explica as contradições dos jornais portugueses ao tomarem-
no como assunto.
11. Pastora de nuvens, fui posta a serviço
por uma campina tão desamparada que não principia nem também termina, e onde nunca é noite e nunca madrugada.
(Pastores da terra, vós tendes sossego, que olhais para o sol e encontrais direção. Sabeis quando é tarde, sabeis quando é cedo. Eu, não.)
Esse trecho faz parte de um poema de Cecília Meireles, intitulado Destino, uma espécie de profissão
de fé da autora. No último verso da 2ª- estrofe Eu, não. está presente a figura chamada de a) ironia. b) metáfora. c) pleonasmo. d) sinestesia. e) zeugma.
12. Soneto de separação
De repente do riso fez-se o pranto Silencioso e branco como a bruma E das bocas unidas fez-se a espuma E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento Que dos olhos desfez a última chama E da paixão fez-se o pressentimento E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente Fez-se de triste o que se fez amante E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante Fez-se da vida uma aventura errante De repente, não mais que de repente.
Vinícius de Morais
chamamos: a) silepse b) anacoluto c) polissíndeto d) metonímia e) elipse
P
or.
13.
No diálogo das personagens da tira, há mais de uma ocorrência de paradoxo, ou seja, uma combinação
de termos ou expressões que se contradizem. O melhor exemplo de paradoxo presente na fala de
Joana é: a) espaço virtual b) só se eu falhar c) rede antissocial d) opiniões sem noção
QUESTÃO CONTEXTO
Indique o recurso linguístico utilizado para dar humor à imagem.
P
or.
GABARITO
Exercícios
1. a
oração.
2. b
Um contentamento não pode ser descontente, são ideias opostas.
3. a
4. c
Entende-se que sinceridade é algo que justamente não pode ser falso.
5. e
Normalmente, tem-se nostalgia de algo que já aconteceu e não vai acontecer. Logo, sentir nostalgia do
futuro ou o futurismo ser coisa de museu (local conhecido por conter coisas antigas) é contraditório.
6. d
O autor diz que as palavras são distorcidas para que a realidade permaneça como está e cita o exemplo
da alternativa.
7. d
aqueles chamados de
8. a
9. a
As ações dos personagens contrastam com o texto escrito da tirinha.
10. b
Há uma enumeração gradativa das alcunhas recebidas pelo narrador.
11. e
12. c
A repetição de conjunções é conhecida como polissíndeto, porque síndeto é o mesmo que conjunção.
13. c
encontro a esse propósito.
Questão Contexto Há um paradoxo entre a afirmação de o personagem ser ateu e logo em seguida utilizar uma interjeição
P
or.
Por.
Professor: Raphael Hormes
Eduardo Valladares
Monitor: Caroline Tostes
P
or.
Figuras de Linguagem (sonoras) 14/16
ago
RESUMO
As figuras de linguagens sonoras combinam elementos sonoros porque estão relacionadas aos aspectos
fonéticos e fonológicos da linguagem. Seus objetivos são o de explorar musicalidades possíveis com as
combinações das palavras e produzir efeitos sinestésicos.
Na língua portuguesa, são elas: aliteração, assonância, paronomásia e onomatopeia.
Aliteração
É a repetição de fonemas idênticos ou semelhantes para sugerir acusticamente algum elemento, ato,
fenômeno. Aparece como efeito estilístico em prosas poéticas ou poesias.
Exemplo:
Rato que rói a roupa
Que rói a rapa do rei do morro
Que rói a roda do carro
Que rói o carro, que rói o ferro
Que rói o barro, rói o morro
Rato que rói o rato
Ra-rato, ra-rato
Roto que ri do roto
Que rói o farrapo
Do esfarra-rapado
Que mete a ripa, arranca rabo
Rato ruim
Rato que rói a rosa
Rói o riso da moça
E ruma rua arriba
(Chico Buarque)
Assonância
Segue o mesmo princípio que a aliteração, mas nesse caso as repetições sonoras são de fonemas vocálicos
idênticos ou semelhantes.
Exemplo:
Moqueca, pititinga, caruru
Mingau de puba, e vinho de caju
(Gregório de Matos)
Paronomásia
É a combinação e/ou o uso de palavras que apresentam semelhança fônica ou mórfica, mas possuem sentidos
diferentes.
Exemplo:
Pelo desterro
Berro por seu berro
Pelo seu erro
Quero que você ganhe
Que você me apanhe.
Sou o seu bezerro
(Caetano Veloso)
P
or.
Onomatopeia
É uma figura de linguagem que busca reproduzir de forma aproximada palavras que representem um som
natural.
Exemplo:
Passa, tempo, tic-tac
Tic-tac, passa, hora
Chega logo, tic-tac
Tic-tac, e vai-te embora
Passa, tempo
Bem depressa
Não atrasa
Não demora
Que já estou
Muito cansado
Já perdi
Toda a alegria
De fazer
Meu tic-tac
Dia e noite
Noite e dia
Tic-tac
Tic-tac
Dia e noite
Noite e dia. (Vinicius de Moraes)
EXERCÍCIOS
1. AS COUSAS DO MUNDO
Neste mundo é mais rico o que mais rapa:
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa;
Com sua língua, ao nobre o vil decepa:
O velhaco maior sempre tem capa.
Mostra o patife da nobreza o mapa:
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;
Quem menos falar pode, mais increpa:
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.
A flor baixa se inculca por tulipa;
Bengala hoje na mão, ontem garlopa,
Mais isento se mostra o que mais chupa.
Para a tropa do trapo vazo a tripa
E mais não digo, porque a Musa topa
Em apa, epa, ipa, opa, upa. (Gregório de Matos Guerra, Seleção de Obras Poéticas)
-se constatar que o poeta teve grande cuidado com a
seleção e disposição das palavras que compõem a sonoridade do verso, para salientar certos fonemas
diferenciam por mudanças fonéticas mínimas (tropa/trapo/tripa). Os recursos estilísticos empregados
aí foram
a) personificação e alusão.
b) paralelismo e comparação.
c) aliteração e paronomásia.
d) assonância e preterição.
e) metáfora e metonímia.
P
or.
2. A MENINA E A CANTIGA
... trarilarára... traríla...
A meninota esganiçada magriça com a sáia voejando por cima dos joelhos em nó vinha meia dansando
cantando no crepúsculo escuro. Batia compasso com a varinha na poeira da calçada.
... trarilarára... traríla...
De repente voltou-se prá negra velha que vinha trôpega atrás, enorme trouxa de roupas na cabeça:
- Qué mi dá, vó?
- Naão.
... trarilarára... traríla... Mário de Andrade
De repente voltou-se prá negra velha que vinha trôpega atrás, enorme trouxa de roupas na cabeça.
O fragmento acima apresenta:
a) aliteração expressiva, que intensifica o modo de andar da personagem.
b) antítese na caracterização da negra velha.
c) eufemismo na caracterização de trouxa de roupas.
d) uso de expressão irreverente na caracterização da avó.
e) tempo e modo verbais que expressam ações contínuas no passado.
3. É CARNAVAL
E então chegava o Carnaval, registrando-se grandes comemorações ao Festival de Besteira. Em Goiânia
o folião Cândido Teixeira de Lima brincava fantasiado de Papa Paulo VI e provava no salão que não é
tão cândido assim, pois aproveitava o mote da marcha Máscara Negra e beijava tudo que era mulher
que passasse dando sopa.
Um padre local, por volta da meia-noite, recebeu uma denúncia e foi para o baile, exigindo da Polícia
ado grave.
O caso morreu aí e nunca mais se soube o que era mais blasfêmia: um cidadão se fantasiar de Papa ou
o piedoso sacerdote encanar o Sumo Pontífice.
E enquanto todos pulavam no salão, o dólar pulava no câmbio. Há coisas inexplicáveis! Até hoje não
se sabe por que foi durante o Carnaval que o Governo aumentou o dólar, fazendo muito rico ficar mais
rico. E, porque o Ministro do Planejamento e seus cúmplices, aliás, digo, seus auxiliares, aumentaram
o dólar e desvalorizaram o cruzeiro em pleno Carnaval, passaram a ser conhecidos por Acadêmicos do
Cruzeiro - numa homenagem também aos salgueirenses que, no Carnaval de 1967, entraram pelo cano. (PRETA, Stanislaw Ponte.FEBEAPÁ 2 - 2º- Festival de Besteira que Assola o País. 9ª- edição. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1993, p. 32)
Observe o enunciado: E enquanto todos pulavam no salão, o dólar pulava no câmbio.
o sentido é
a) antítese, porque, no enunciado, há ideias contrárias relacionadas aos seres representados.
b) eufemismo, porque, no enunciado, há ideias diminuídas relacionadas aos seres representados.
c) prosopopeia, porque, no enunciado, há a personificação de seres inanimados.
d) metonímia, porque, no enunciado, há relações de contiguidade entre os seres representados.
e) onomatopeia, porque, no enunciado, imitam-se as vozes dos seres representados.
4. O meu fim evidente era atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência. Pois, senhor,
não consegui recompor o que foi nem o que fui. Em tudo, se o rosto é igual, a fisionomia é diferente.
Se só me faltassem os outros, vá; um homem consola-se mais ou menos das pessoas que perde; mas
falto eu mesmo, e esta lacuna é tudo. O que aqui está é, mal comparando, semelhante à pintura que
se põe na barba e nos cabelos, e que apenas conserva o hábito externo, como se diz nas autópsias; o
interno não aguenta tinta. Uma certidão que me desse vinte anos de idade poderia enganar os
estranhos, como todos os documentos falsos, mas não a mim. Os amigos que me restam são de data
recente; todos os antigos foram estudar a geologia dos campos santos. Quanto às amigas, algumas
datam de quinze anos, outras de menos, e quase todas creem na mocidade. Duas ou três fariam crer
nela aos outros, mas a língua que falam obriga muita vez a consultar os dicionários, e tal frequência é
cansativa.
P
or.
Entretanto, vida diferente não quer dizer vida pior; é outra coisa. A certos respeitos, aquela vida antiga
aparece-me despida de muitos encantos que lhe achei; mas é também exato que perdeu muito espinho
que a fez molesta, e, de memória, conservo alguma recordação doce e feiticeira. Em verdade, pouco
apareço e menos falo. Distrações raras. O mais do tempo é gasto em hortar, jardinar e ler; como bem
e não durmo mal.
Ora, como tudo cansa, esta monotonia acabou por exaurir-me também. Quis variar, e lembrou-me
escrever um livro. Jurisprudência, filosofia e política acudiram-me, mas não me acudiram as forças
necessárias. Depois, pensei em fazer uma História dos Subúrbios menos seca que as memórias do padre
Luís Gonçalves dos Santos relativas à cidade; era obra modesta, mas exigia documentos e datas como
preliminares, tudo árido e longo. Foi então que os bustos pintados nas paredes entraram a falar-me e
a dizer-me que, uma vez que eles não alcançavam reconstituir-me os tempos idos, pegasse da pena e
contasse alguns. Talvez a narração me desse a ilusão, e as sombras viessem perpassar ligeiras, como
ao poeta, não o do trem, mas o do Fausto: Aí vindes outra vez, inquietas sombras ?... ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. Capítulo II, Rio de Janeiro: José Aguilar, 1971, v. 1,p. 810-11.
Assinale a opção em que os elementos grifados no texto exemplificam a figura de linguagem
apresentada.
a) Paronomásia é o emprego de palavras semelhantes no som, porém de sentido diferente./
b) Eufemismo é uma substituição de um termo, pela qual se pode evitar usar expressões mais diretas
ou chocantes, para referir-
c) Anáfora é a repetição de uma ou mais palavras no princípio de duas ou mais frases, de membros
exaurir-me também. Quis variar, e lembrou-
d) Metonímia é a designação de um objeto por palavra designativa de outro objeto que tem com o
barba e nos cabelos, e que apenas conserva o hábito externo, como se diz nas autópsias; o interno
e) Onomatopeia é o emprego de palavra cuja pronúncia imita o som natural da coisa significada. /
-me e a dizer-me que, uma vez que
eles não alcançavam reconstituir-
5. DIONISOS DENDRITES
Seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
Ramos nascem de seu peito
Pés percutem a pedra enegrecida
Cantos ecoam tambores gritos mantos desatados.
Acorre o vento ao círculo demente
O vinho espuma nas taças incendiadas.
Acena o deus ao bando: Mar de alvos braços
Seios rompendo as túnicas gargantas dilatadas
E o vaticínio do tumulto à Noite
Chegada do inverno aos lares
Fim de guerra em campos estrangeiros.
As bocas mordem colos e flancos desnudados:
À sombra mergulham faces convulsivas
Corpos se avizinham à vida fria dos valados
Trêmulas tíades presas ao peito de Dionisos trácio.
Sussurra a Noite e os risos de ébrios dançarinos
Mergulham no vórtice da festa consagrada.
E quando o Sol o ingênuo olhar acende
Um secreto murmúrio ata num só feixe
O louro trigo nascido das encostas. SILVA, Dora Ferreira da. Hídrias. São Paulo: Odysseus, 2004. p. 42-43.
P
or.
Considerando a leitura do poema e o uso dos recursos expressivos, em Dionisos Dendrites,
a) Pés percutem a pedra enegrecida
tambores do verso subsequente.
b)
opulência do ritual.
c) a meto seu olhar verde penetra a Noite entre tochas acesas
estabelecido entre a vida e a morte.
d) o vinho espuma nas taças incendiadas
sentimento de enfado dos presentes em relação ao ritual.
6. Em qual das opções há erro de identificação das figuras?
a) "Um dia hei de ir embora / Adormecer no derradeiro sono." (eufemismo)
b) "A neblina, roçando o chão, cicia, em prece. (prosopopeia)
c) Já não são tão frequentes os passeios noturnos na violenta Rio de Janeiro. (silepse de número)
d) "E fria, fluente, frouxa claridade / Flutua..." (aliteração)
e) "Oh sonora audição colorida do aroma." (sinestesia).
7. O fragmento transcrito que possui um exemplo de onomatopeia é:
É mesmo? respondeu ele.
Clic
8. Canção do vento e da minha vida
O vento varria as folhas,
O vento varria os frutos,
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De frutos, de flores, de folhas.
O vento varria os sonhos
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De afetos e de mulheres.
O vento varria os meses
O vento varria tudo!
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De tudo. BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1967.
Na estruturação do texto, destaca-se
a) a construção de oposições semânticas.
b) a apresentação de ideias de forma objetiva.
c) o emprego recorrente de figuras de linguagem, como o eufemismo.
d) a repetição de sons e de construções sintáticas semelhantes.
e) a inversão da ordem sintática das palavras.
P
or.
9. (Fau - Santos) - Nos versos:
Pomba atômica da paz
A repetição de determinados elementos fônicos é um recurso estilístico denominado:
a) hiperbibasmo
b) sinédoque
c) metonímia
d) aliteração
e) metáfora
10. Determine a figura de linguagem presente nas frases abaixo:
a) Vozes veladas, veludosas vozes Volúpia de violões, vozes veladas
b)
c)
d) Tic-tac, Tic tac.
e)
QUESTÃO CONTEXTO
Leia:
(A fé solúvel, O Teatro Mágico)
É, me esqueci da luz da cozinha acesa
de fechar a geladeira
De limpar os pés,
Me esqueci Jesus!
De anotar os recados
Todas janelas abertas,
onde eu guardei a fé... em nós
Meu café em pó solúvel
Minha fé deu nó
Minha fé em pó solúvel
É... meu computador
Apagou minha memória
Meus textos da madrugada
Tudo o que eu já salvei
E o tanto que eu vou salvar
Das conversas sem pressa
Das mais bonitas mentiras
Hoje eu não vivo só... em paz
Hoje eu vivo em paz sozinho
Muitos passarão
Outros tantos passarinho
Que o teu afeto me afetou é fato
Agora faça-me um favor
Um favor... por favor
A razão é como uma equação
De matemática... tira a prática
De sermos... um pouco mais de nós!
Que o teu afeto me afetou é fato
Agora faça-me um favor
Um favor... por favor
Identifique um exemplo de aliteração na música acima.
P
or.
GABARITO
Exercícios 1. c
A aliteração é a repetição de sons consonantais iguais ou semelhantes e a paronomásia é a combinação
de palavras com sons e grafias parecidas.
2. a
Repetição de fonemas consonantais.
3. c
4. b
A alternativa apresenta a justificativa.
5. a
A aliteração é uma figura sonora em que um som consonantal é repetido. Isso ocorre no verso destacado
por meio da ocorrência de /p/.
6. c
Não há concordância apenas com o plural ou com o singular de alguma palavra da oração.
7. c
8. d
por meio
construções sintáticas são as essenciais que compõem a oração: sujeito, verbo e complemento.
9. d
10. a) Aliteração
b) Assonância
c) Paronomásia
d) Onomatopeia
e) Assonância
f) Aliteração
Questão Contexto Que o teu afeto me afetou é fato, agora faça-me o favor".
Q
uí.
Quí.
Professor: Abner Camargo
Allan Rodrigues
Monitor: João Castro
Q
uí.
Aspectos qualitativos de eletrólise 14
ago
RESUMO
Eletrólise, em primeira análise, é o processo que decompõe um eletrólito através da eletricidade. O
composto químico pela água), em pirólise (decomposição de um composto químico pelo fogo ou altas
temperaturas), em hemólise (quebra ou ruptura da hemácia), etc.
OPA, eletrólito?
Não se lembra? Aqueles compostos que conduzem eletricidade quando fundidos (no caso dos
compostos iônicos) ou em solução aquosa (no caso de compostos iônicos e de ácidos, que se ionizam
em água, mesmo sendo covalentes), por gerarem íons.
A eletrólise consiste no processo eletroquímico que, ao contrário da pilha, converte energia elétrica em
energia química. Como assim? Simples, usa-se a eletricidade corrente elétrica para promover uma reação
de oxirredução, por meio da qual se produzem substâncias químicas a partir de outras. Vejamos suas
principais características:
Ocorre em sistemas líquidos: eletrólitos fundidos, quando for eletrólise ígnea, ou em solução aquosa,
quando for eletrólise aquosa.
Ao contrário da pilha novamente, ocorre de maneira não espontânea, ou seja, é necessário um gerador
(pilha) para forçar a reação redox a ocorrer, forçar as espécies envolvidas a reduzirem ou oxidarem. Isso
já nos diz algo muito importante: se a espécie que se reduz não o faz naturalmente, é porque seu
potencial de redução não é superior ao da outra; da mesma maneira, se a espécie que se oxida não o faz
naturalmente, é porque seu potencial de oxidação não é superior ao da outra. Logo, na eletrólise:
red + E°oxi Resulta
red menor E°red maior em
Onde:
E°red = potencial de redução de quem reduziu;
E°oxi = potencial de oxidação de quem oxidou;
E°red menor = potencial de redução de quem reduziu, pois, na eletrólise, quem reduz é quem tem menor
potencial de redução;
E°red maior = potencial de redução de quem oxidou, pois, na eletrólise, quem oxida é quem tem maior
potencial de redução.
Sendo assim, o fluxo de elétrons é inverso na eletrólise, isto é, vai do polo positivo para o polo negativo,
também ao contrário do que ocorre na pilha.
Os eletrodos são inertes, isto é, não reagem, não fazem parte da reação redox, não oxidam nem
reduzem. Estão ali apenas para fazerem a transferência de elétrons do agente redutor para o agente
oxidante. Geralmente as substâncias usadas como eletrodos são platina e grafita (tipo de carvão).
O cátodo é onde ocorre a redução dos cátions, ou seja, os cátions recebem elétrons e ficam neutros
(NOX = 0); o ânodo é onde ocorre a oxidação dos ânions, ou seja, os ânions perdem elétrons e ficam
neutros (NOX = 0). Sendo assim, vemos que o fluxo de elétrons, também na eletrólise, vai do que oxida
para o que reduz, do ânodo para o cátodo. Então, como vimos que também ocorre do polo positivo para
ΔE° < 0 → ddp sempre é negativa.
Q
uí.
o negativo, concluímos que o ânodo será o polo positivo (de onde os elétrons partem) e o cátodo será
o polo negativo (para onde os elétrons vão), o que é oposto à pilha. Olha só:
Fonte: http://www.profpc.com.br/eletroquímica.htm
I. Eletrólise ígnea
O esquema exposto acima representa com perfeição uma eletrólise ígnea, em que sempre o ânion do
eletrólito (B ) sofre oxidação e o cátion do eletrólito (A+) sofre redução. Mas por quê? Porque nesse tipo de
eletrólise o eletrólito se encontra fundido e não dissolvido em água; o sistema é um líquido puro. Assim, os
únicos íons possíveis nesse tipo de sistema são os que compõem a molécula do eletrólito.
Exemplo: eletrólise ígnea do cloreto de sódio (NaCl).
Ao fundir-se o eletrólito, os íons se dissociam, segundo a reação:
NaCl (l) → Na+ (l) + Cl (l)
Ao ligarmos um gerador associado ao fio externo que conecta os eletrodos inertes, o fluxo de elétrons
se inicia, do polo positivo ao polo negativo, oxidando o ânion Cl e reduzindo o cátion Na+, o que
produz as formas neutras de cada um desses íons (Cl2° (g) e Na° (s)), seguindo as equações:
Com isso, vê-se a borbulhação desse sistema nas proximidades do ânodo inerte, porquanto há gás
cloro sendo formado, ao mesmo tempo em que o sódio metálico vai ficando aderido ao cátodo inerte.
II. Eletrólise aquosa
Aqui, nem sempre os íons do eletrólito sofrem a reação redox, uma vez que ele está dissolvido em água
solução aquosa , a qual sofre autoionização, gerando cátions H+ e ânions OH , lembra? Dessa forma, a
solução conterá os cátions H+ e os do soluto (A+) e os ânions OH e os do soluto (B ). Então, quem sofre
oxidação e redução?
Caminho dos elétrons
(Polo +) (Polo –)
(Ânion) (Cátion)
Δ
Q
uí.
Experimentos mostraram aos químicos que, na concorrência entre os cátions pela redução, há uma
prioridade de descarga entre eles. Mostraram também que o mesmo ocorre com os ânions, na concorrência
pela oxidação, e mostraram, ainda, que as prioridades são de acordo com a seta:
Exemplo: eletrólise aquosa do cloreto de sódio (NaCl).
Ao dissolvermos o NaCl em água, ocorrem a dissociação do eletrólito e a autoionização da água,
segundo as reações:
NaCl (aq) → Na+ (aq) + Cl (aq)
H2O (l) → H+ (aq) + OH (aq)
Ao ligarmos o gerador, o fluxo de elétrons se inicia, mais uma vez do polo positivo ao polo negativo,
induzindo a reação redox.
Entre os cátions dissolvidos, é o H+ que ganha a competição pela redução, já que tem prioridade de
descarga sobre o Na+, que pertence à família IA da tabel
pirâmide. Sua semirreação de redução ocorre assim:
2 H+ (aq) + 2 e → H2° (g)
Entre os ânions dissolvidos, é o Cl que ganha a competição pela oxidação, já que tem prioridade de
descarga sobre o OH , pois, por se
já conhecemos, pelos exemplos anteriores.
Assim, somamos todas as equações químicas para chegarmos à global:
Demais metais
H+
Metais alcalinos (IA+), metais alcalinos terrosos
(IIA2+) e Al3+
Cátions
Demais ânions
OH-
Oxigenados
e F-
Ânions
Pri
ori
dad
e c
resc
en
te
de
de
scar
ga
MAIOR PRIORIDADE
MENOR PRIORIDADE
Q
uí.
Com isso, vê-se a borbulhação desse sistema nas proximidades do ânodo inerte, porquanto há gás
cloro sendo formado, e também nas proximidades do cátodo inerte, porquanto há gás oxigênio sendo
formado.
Exemplo 2: eletrólise aquosa do sulfato de cobre (CuSO4).
Ao dissolvermos o NaCl em água, ocorrem a dissociação do eletrólito e a autoionização da água,
segundo as reações:
CuSO4 (aq) → Cu2+ (aq) + SO42 (aq)
H2O (l) → H+ (aq) + OH (aq)
Ao ligarmos o gerador, o fluxo de elétrons se inicia, mais uma vez do polo positivo ao polo negativo,
induzindo a reação redox.
Entre os cátions dissolvidos, é o Cu+ que ganha a competição pela redução, já que tem prioridade de
descarga sobre o H+
semirreação de redução ocorre assim:
Cu2+ (aq) + 2 e → Cu° (s)
Entre os ânions dissolvidos, é o OH que ganha a competição pela oxidação, já que tem prioridade de
descarga sobre o SO42
oxidação ocorre assim:
2 OH (aq) → H2O (l) + ½ O2 (g) + 2 e
Assim, somamos todas as equações químicas para chegarmos à global:
Com isso, vê-se a borbulhação desse sistema nas proximidades do ânodo inerte, porquanto há gás
oxigênio sendo formado, ao mesmo tempo em que o cobre metálico vai ficando aderido ao cátodo
inerte.
EXERCÍCIOS
1. Um dos métodos de obtenção de sódio metálico é a eletrólise ígnea de cloreto de sódio. Nesse
processo, com a fusão do sal, os íons:
cedem elétrons aos íons Na+, neutralizando as cargas elétricas.
ganham prótons e se liberam como gás cloro. são atraídos para o cátodo e nele ganham elétrons.
d) Na+ são atraídos para o ânodo e nele perdem elétrons.
e) Na+ ganham elétrons e transformam-se em Na°.
Q
uí.
2. Metais como sódio e magnésio possuem baixos potenciais de redução. O meio mais econômico de
obtê- los é fundir seus sais e, a seguir, provocar a reação de oxirredução do sal fundido. Nesse
processo, há grande consumo de energia: a) mecânica e elétrica.
b) térmica e elétrica.
c) solar e mecânica.
d) nuclear e solar.
e) nuclear e térmica
3. Durante grande parte do século passado, o alumínio, devido ao alto custo dos métodos de obtenção,
era considerado um metal precioso. Com a descoberta, em 1886, do método eletrolítico para a
2O3), a produção mundial de alumínio aumentou,
com consequente redução do preço, popularizando o uso desse material. Sobre a produção de
alumínio, pode-se afirmar que:
a) ocorre oxidação do alumínio no cátodo.
b) ocorre desprendimento de hidrogênio.
c) a formação de alumínio ocorre no ânodo.
d) ocorre redução de alumínio no cátodo.
e) ocorre liberação de O2 no ânodo e H2 no cátodo.
4. Três erres
A produção industrial e a própria sobrevivência humana na Terra estão baseados no desenvolvimento
da forma academicamente conhecida como os três erres: Redução, Reaproveitamento e Reciclagem.
Redução é a introdução de novas tecnologias na exploração, no transporte e no armazenamento das
matérias primas para reduzir ou, se possível, eliminar o desperdício dos recursos retirados do planeta.
Reaproveitamento é a reintrodução, no processo produtivo, de produtos não mais aproveitáveis para
o consumo, visando a sua recuperação e recolocação no mercado, evitando assim o seu
encaminhamento para o lixo. Reciclagem consiste na reintrodução dos resíduos sólidos, líquidos ou
gasosos já usados para que possam ser reelaborados, gerando um novo produto. (Banas Ambiental, dezembro de 1999, p.32.)
A produção de alumínio consome uma quantidade enorme de energia elétrica - para produzir 1 kg de
alumínio, consome-se 15 vezes mais energia do que para 1 kg de aço. A solução está na reciclagem
do alumínio. O alumínio é refundido e reaproveitado, com uma economia de cerca de 90% de
energia. Dentre as proposições abaixo, assinale a FALSA:
a) 2O3, obtemos alumínio no anodo, e oxigênio no catodo.
b) O principal minério de alumínio é a bauxita.
c) O alumínio reage com o ácido sulfúrico produzindo sulfato de alumínio e gás hidrogênio
segundo a reação: 2SO4 4)3 + 3H2
d) Fios de alumínio são bons condutores de corrente elétrica, e papel alumínio é usado em
embalagens e isolamento térmico.
e) Na prática, o alumínio é menos reativo que o previsto e este fato se deve ao fenômeno
denominado apassivação, isto é, formação de uma película que o isola do ataque de muitos
agentes agressivos.
5. Um método industrial utilizado para preparar sódio metálico é a eletrólise de cloreto de sódio puro
fundido. Com relação à preparação de sódio metálico, é incorreto afirmar que:
a) a formação de sódio metálico ocorre no eletrodo negativo.
b) a eletrólise é uma reação espontânea.
2) formada é menor que a de sódio metálico.
d) a quantidade de sódio metálico obtido é proporcional à carga elétrica utilizada.
6. 2O3, uma das reações envolvidas é:
Q
uí.
2O3 3+
a) (x) hidrólise, (y) solvatação
b) (x) eletrólise, (y) redução
c) (x) decomposição térmica, (y) oxidação
d) (x) pirólise, (y) oxidação
e) (x) eletrólise, (y) hidratação
7. 2, obtiveram-se cloro no ânodo e cálcio no cátodo. Para representar apenas
o processo de oxidação que ocorreu nessa eletrólise, escreve-se:
8. No cátodo de uma célula de eletrólise sempre ocorre:
a) Deposição de metais.
b) Uma semirreação de redução.
c) Produção de corrente elétrica.
d) Desprendimento de gás hidrogênio.
e) Corrosão química.
9. A aparelhagem do desenho abaixo pode ser usada para realizar a eletrólise ígnea do fluoreto de
potássio, industrialmente empregada para produzir gás flúor.
Reproduza o desenho em seu caderno e, a seguir, indique nele:
a) o polo positivo e o polo negativo da cela eletrolítica;
b) o cátodo e o ânodo da cela eletrolítica;
c) o sentido de movimentação de elétrons no fio;
d) o sentido de movimentação dos cátions e dos ânions;
e) Equacione as semi-reações e a reação global.
10. Os principais fenômenos estudados pela eletroquímica são a produção de corrente elétrica, através de
uma reação química (pilha), e a ocorrência de uma reação química, pela passagem de corrente elétrica
(eletrólise). Com relação a esses fenômenos, analise as proposições abaixo.
I. As pilhas comuns são dispositivos que aproveitam a transferência de elétrons em uma reação de
oxirredução, produzindo uma corrente elétrica, através de um condutor.
II. Em uma pilha a energia elétrica é convertida em energia química.
III. O fenômeno da eletrólise é basicamente contrário ao da pilha, pois enquanto na pilha o processo
-
Q
uí.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente a proposição II é verdadeira.
b) Somente as proposições I e II são verdadeiras.
c) Somente as proposições I e III são verdadeiras.
d) Somente a proposição I é verdadeira.
e) Todas as proposições são verdadeiras.
QUESTÃO CONTEXTO
Como foi possível perceber, os examinadores gostam bastante de utilizar o cloreto de sódio é o óxido de
alumínio em questões de eletrólise. Visto isso, monte um esquema de uma cuba eletrolítica onde ocorre a
eletrólise ígnea do cloreto de sódio, indique o cátodo, ânodo, e a direção do fluxo de elétrons.
Q
uí.
GABARITO
Exercícios
1. e
2. b
Na eletrólise ígnea há consumo de energia térmica para fundir o sal e depois há consumo de energia
elétrica para provocar a reação de oxirredução
3. d
4. a
5. b (eletrólise é um processo não espontâneo).
6. b
7. d
Q
uí.
8. b
No cátodo de uma célula de eletrólise sempre ocorre uma reação de redução do cátion.
9.
10. c
I. As pilhas comuns são dispositivos que aproveitam a transferência de elétrons em uma reação de
oxirredução, produzindo uma corrente elétrica, através de um condutor. Verdadeiro.
II. Em uma pilha a energia elétrica é convertida em energia química. Falso. Em uma pilha a energia química
é convertida em energia elétrica.
III. O fenômeno da eletrólise é basicamente contrário ao da pilha, pois enquanto na pilha o processo
químico é espontâneo ( E°>0), o da eletrólise é não-
Questão Contexto
Q
uí.
Quí.
Professor: Abner Camargo
Allan Rodrigues
Monitor: João Castro
Q
uí.
Eletroquímica: aspectos
quantitativos de eletrólise
14
ago
RESUMO
Aspectos quantitativos
Essa parte nos permite calcular a quantidade de matéria das espécies oxidadas e reduzidas em uma célula
eletrolítica a partir da quantidade de elétrons que são transferidos, e vice-versa. Permite-nos, também,
calcular o tempo de funcionamento do processo, a quantidade de carga envolvida e a quantidade de
corrente elétrica envolvida, tudo isso em relação à transferência de elétrons na reação redox.
Sabemos que a quantidade de elétrons sendo transferida do ânodo para o cátodo, pelo fio externo, é
somente a necessária para tornar os ânions e cátions do sistema em espécies neutras.
Exemplo: na eletrólise de solução de nitrato de prata (AgNO3), o cátion Ag+ sofre redução, havendo
deposição de Ag° metálico (prata), segundo a semirreação de redução seguinte.
1 Ag+ (aq) + 1 e → 1 Ag° (s), então:
1 mol Ag+ ------------- 1 mol e ------------ 1 mol Ag°
Aqui, 1 mol de elétrons provoca a deposição de 1 mol de prata (Ag°). Pela tabela periódica e usando a
estequiometria, sabemos que 1 mol de Ag corresponde a 108 gramas do metal.
Como aprendemos em física, um elétron possui uma carga de 1,6.10 19 C (coulombs), e, havendo vários
elétrons, a carga total (Q) é a carga de um elétron (e) multiplicada pela quantidade de elétrons (n).
Q = n . e
Dessa forma, se um mol de elétrons corresponde a 6,02.1023 elétrons, a quantidade de carga
transportada pela transferência de um mol de elétrons será
1,6.10 19 C x 6,02.1023 = 9,65.104 C ou 96500 C
e n Q
A este valor, foi dado o nome de constante de Faraday (uma vez que esses estudos foram realizados
por Michael Faraday), e simplificado pela unidade faraday (1 F).
1 F = 96500 C = carga transferida por 1 mol de elétrons
Como a carga de um circuito elétrico (Q) está relacionada com a intensidade da corrente (i) contendo
espécies carregadas durante o tempo (t) em que o tal circuito fica ligado, utilizamos a fórmula:
Q = i . t
Onde:
Q = carga expressa em coulomb (C)
i = intensidade de corrente expressa em ampère (A)
t = tempo expresso em segundos (s)
Exemplo: Eletrodeposição de cobre em um fio metálico a partir de solução de sulfato de cobre (CuSO4). A
intensidade de corrente envolvida no processo foi de 0,536 A. Calcular a massa de cobre depositada sobre a
placa em 30min do processo.
Q
uí.
(Massa atômica do cobre = 63,5 g/mol)
1 min --------- 60 s
30 min -------- 1800 s
Q = i x t
Q = 0,536 A x 1800 s
Q = 965 C
CuSO4 (aq) → Cu2+ (aq) + SO4
2 (aq) (reação de dissolução)
Cu2+ + 2 e → Cu° (semirreação de redução)
2 mols e -------- 1 mol Cu°
2 x (96500 C) --- 63,5 g Cu°
965 C ------------- X
X = 965 x 63,5 / 2 x 96500
X = 0,3175 g = 3,175.10 1 g de Cu
OPA, eletrodeposição?
É a deposição de metais sobre alguma superfície a partir do processo eletrolítico da solução de um eletrólito
que contenha o cátion do metal. Serve para revestimento, seja de joias, placas metálicas, etc. A
eletrodeposição de alguns metais receberam nomes específicos: cromação, prateação, banho de ouro,
banho de estanho, niquelação, entre outros.
EXERCÍCIOS
1. A carga elétrica necessária para transformar, por eletrólise, 2 mols de íons Cu2+ em cobre metálico é
igual a:
a) 1 Faraday.
b) 2 Faradays.
c) 3 Faradays.
d) 4 Faradays.
e) 5 Faradays.
2. 19.300 C são utilizados na eletrólise do cloreto de sódio fundido. A massa de sódio produzida será igual
a:
a) 1,15 g
b) 2,30 g
c) 3,60 g
d) 4,60 g
e) 5,20 g
Q
uí.
3. Considere a célula eletrolítica abaixo.
Eletrolisando-se, durante 5 minutos, a solução de CuSO4 com uma corrente elétrica de 1,93 ampère,
verificou-se que a massa de cobre metálico depositada no cátodo foi de 0,18 g. Em função dos
valores apresentados acima, o rendimento do processo foi igual a:
Dado: Cu = 63,5 u.
a) 94,5%
b) 96,3%
c) 97,2%
d) 98,5%
4. Duas cubas eletrolíticas dotadas de eletrodos inertes, ligadas em série, contêm, respectivamente,
solução aquosa de AgNO3 e solução aquosa de Kl. Certa quantidade de eletricidade acarreta a
deposição de 108 g de prata na primeira cuba. Em relação às quantidades e à natureza das substâncias
liberadas, respectivamente, no cátodo e no ânodo da segunda cuba, pode-se dizer
(massas atômicas (u): H = 1; O = 16; K = 39; Ag = 108; I = 127)
a) 39 g de K e 8 g de O2
b) 11,2 L (CNTP) H2 e 127 g de I2
c) 11,2 L (CNTP) H2 e 5,6 g de O2
d) 39 g de K e 127 g de I2
e) 1 g de H2 e 254 g de I2
5. A quantidade de metal depositado pela passagem de 0,4 Faraday através de uma solução de um sal de
zinco é igual a: Dado: Zn = 65
a) 13 g
b) 43 g
c) 74 g
d) 26 g
e) 3,6 g
6. Admita que o cátodo de uma pilha A seja uma barra de chumbo mergulhada em solução de Pb(NO3)2.
Quando o aumento de massa for de 2,07g, isso significa que circulou pelo fio:
Dado Pb = 207 u
a) 0,01 mol de elétrons.
b) 0,02 mol de elétrons.
c) 0,03 mol de elétrons.
d) 0,04 mol de elétrons.
e) 0,05 mol de elétrons.
7. Numa célula eletrolítica contendo solução aquosa de nitrato de prata flui uma corrente elétrica de 5,0
A durante 9.650 s. Nessa experiência, quantos gramas de prata metálica são obtidos? Ag = 108 u.
a) 108
b) 100
c) 54,0
d) 50,0
e) 10,0
Q
uí.
8. Na eletrólise aquosa, com eletrodos inertes, de uma base de metal alcalino, obtêm-se 8,00 g de O2(g)
no ânodo. Qual é o volume de H2(g), medido nas CNTP, liberado no cátodo?
(Dados: MH = 1,00 g/mol; MO = 16,00 g/mol; volume molar = 22,4 L)
a) 22,4 L
b) 5,6 L
c) 11,2 L
d) 33,6 L
e) 7,50 L
9. O magnésio é um metal leve, prateado e maleável. Dentre as diversas aplicações desse metal,
destacam-se as ligas metálicas leves para a aviação, rodas de magnésio para automóveis e como metal
de sacrifício em cascos de navios e tubulações de aço. Industrialmente, o magnésio é obtido por
2 fundido. Qual a massa de magnésio metálico produzida quando uma corrente
elétrica de 48.250 A atravessa uma cuba eletrolítica contendo cloreto de magnésio fundido durante 5
horas de operação em kg?
Dados: Mg2+ + 2e-
massa molar do Mg = 24 g/mol
96.500 C = carga elétrica transportada por um mol de elétrons
1 coulomb (C) = 1 ampère (A) x 1 segundo (s)
a) 108,0
b) 81,0
c) 30,0
d) 22,5
e) 12,0
10. Na composição química da célula estão presentes sais minerais que desempenham importantes papéis.
As espécies Na+ e K+ , por exemplo, respondem pelas cargas elétricas que provocam o potencial de
ação responsável pelo impulso nervoso, como ocorre com os neurônios. Para a espécie Na+ ganhar 1
mol de elétrons e se reduzir a Na°, a quantidade de eletricidade, em coulomb, será aproximadamente
igual a:
(Dado: carga do elétron = 1,602 x 10-19 C)
a) 19.300
b) 38.600
c) 57.900
d) 77.200
e) 96.500
QUESTÃO CONTEXTO
Um processo bem comum envolvendo a eletrólise é a eletrodeposição de prata sobre peças metálicas. Para
isso, a peça é imersa em uma solução de nitrato de prata e nessa cuba ocorre a passagem de corrente elétrica.
Suponha que neste meio circulou 2,3 A durante 7 minutos, determine a massa de prata que foi depositada
sobre a peça.
Q
uí.
GABARITO
Exercícios 1. d
2. d
3. a
4. b
Q
uí.
5. a
6. b
7. c
8. c
Q
uí.
9. a
10. e
Questão Contexto
1
Re
d.
Red.
Professor: Eduardo Valladares
Rafael Cunha
Monitor: Pamela Puglieri
2
R
ed
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Eixo temático: política - conceitos 14
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RESUMO
Política é um tema caro ao ENEM. Nos últimos anos, diversas discussões relacionadas a isso passaram
pelos vestibulares e, principalmente, pelo Exame. Vamos dar uma olhada em alguns temas já cobrados, antes
de começarmos a nossa aula?
- ENEM 1999: Cidadania e participação social
- ENEM 2002: O direito de votar: como fazer dessa conquista um meio para promover as
transformações sociais que o Brasil necessita?
- ENEM 2009: O indivíduo frente à ética nacional
É fácil perceber a importância deste eixo nos seus estudos para o ENEM, né? Dito isso, vamos às
questões? Olho nas referências!
EXERCÍCIOS
1. Em sua origem, a palavra democracia, que significa "governo do povo", tinha uma acepção diversa da
que a caracteriza hoje. Nos dias atuais, a ideia de representatividade é inerente ao ideal democrático.
Qual o problema original dessa representação?
2. A palavra política possui atualmente diversas acepções, todas derivadas da ideia de administrar a polis
(cidade). Explique os principais usos desse termo, relacionando-os ao sentido de cidadania.
3. "A corrupção é um comportamento simultaneamente imoral e antiético." Explique essa ideia, buscando
diferenciar, em linhas gerais, ética de moral.
4. Uma expressão bastante utilizada atualmente quando nos referimos a desmandos cometidos por
políticos é o chamado abuso de autoridade. Esse comportamento, tipicamente brasileiro, tem raízes
históricas e pode ser explicado sob uma perspectiva antropológica. Comente.
5. Elabore um argumento demonstrando por que a consciência política do brasileiro está diretamente
associada ao panorama de falência das utopias no mundo contemporâneo.
6. "O grande problema do nosso sistema democrático é que ele permite fazer coisas nada democráticas
democraticamente." Com essa frase, José Saramago elucidou um pensamento crítico sobre o ideal
democrático. Explique.
7. Segundo o ex-presidente norte-americano Bill Clinton, "a corrupção no Brasil é um problema
endêmico". a) O que isso significa? Essa visão parece apropriada ou trata-se de uma estereotipação típica de
quem está distante da nossa realidade?
b) Relacione a afirmação de Clinton à frase "As canções que falam de política e corrupção mantêm-
se sempre atuais", se Gabriel, o Pensador.
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8. O realismo e o idealismo são duas grandes correntes históricas em que se dividem as relações entre os
países no plano internacional. Comente essa distinção, enfatizando o papel do Brasil na conjuntura
mundial.
9.
A simulação de votos, para as eleições presidenciais de 2014, divulgada pelo jornal gaúcho Zero Hora,
denunciam um grande problema dos dias atuais: a crise de representatividade política no Brasil. Tem sido
difícil, no meio eleitoreiro, destacar grandes nomes para próximas eleições, o que preocupa a sociedade, já
que os mesmos políticos de sempre - muitos deles mergulhados em esquemas de corrupção - continuam
liderando as intenções de voto.
a) Quais são as possíveis causas dessa crise, hoje, no Brasil? Escolhe-se, aqui, o "menos pior", na hora de
votar?
b) Sabe-se que esse problema não é só nosso. Mostre como, no mundo, essa crise de representatividade
política tem acontecido.
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Agora que discutimos diversas ideias sobre a questão política no Brasil e no mundo, chegou a hora de ler,
entender e debater uma proposta - antes de, é claro, interpretarmos uma redação exemplar. Vamos juntos?
Planeje - sozinho e, mais tarde, com o seu monitor - um texto sobre o tema a seguir:
O partido dos que não votam
algumas cidades, a superar os votos recebidos pelo vencedor somados às abstenções, aos votos nulos e em
branco. É apenas um gesto de desgosto com a política ou algo mais? Até onde vai o desencanto e onde
começa o protesto?
É democrático porque está previsto em lei. É também um voto útil? Talvez não. Ou melhor, é útil para
os candidatos que disputam a eleição, especialmente para o que lidera a disputa. Segundo o jurista formado
em O Globo. Não existe, portanto, segundo ele, a possibilidade de lavar as mãos, porque quem não vota
também está votando. É só isso ou existe algo mais profundo no atual abandono do voto por parte de milhões
de brasileiros? De quem é a culpa por esse paradoxo de que não votar é votar em quem vai ganhar? É um
problema grave para a democracia. Sem dúvida, a culpa não é do eleitor desiludido com a política, mas do
sistema de democracia representativa atual.
A solução seria uma mudança radical na lei eleitoral, começando para que o voto, no Brasil e na grande
maioria das democracias do planeta, seja livre e não obrigatório. As leis deveriam permitir que viessem para
a política aqueles que realmente querem se empenhar no bem da sociedade e não em chegar ao poder com
todos os privilégios que isso implica. Hoje existe quase uma casta de candidatos, às vezes clãs familiares, que
são aqueles que acabam disputando e vencendo as eleições. No final, a chave da corrupção política está aí,
pois hoje em dia as campanhas eleitorais são caríssimas. Ninguém se elege sem muito dinheiro à disposição.
Como mudar isso?
É verdade que segundo a lei, como afirma o jurista brasileiro, o eleitor acaba sendo culpado pelo
resultado da eleição votando ou não. No entanto, neste momento acredito que o protesto que implica não
votar ou anular o voto vai mais longe. É tão grande que, mesmo ainda não influenciando o resultado final, é
um aviso para a classe política. O que aconteceria se num país como este, em que o voto é obrigatório, 80%
dos eleitores deixassem de votar? E se ninguém votasse?
O interesse em participar da vida pública é sinal de uma democracia viva e consciente. Da mesma
forma, o desprezo pelo voto, o desinteresse pela coisa pública, a rejeição daqueles que se candidatam para
serem eleitos, são o pior alerta de que algo não funciona. Uma democracia que aparece sequestrada por
interesses bastardos de políticos cada vez mais comprometidos com o crime e mais distantes da realidade
viva das pessoas carrega em seu seio os germes do fascismo.
O partido do não voto parece querer lançar um alerta no Brasil que os políticos deveriam ouvir. E 2018
está aí. Uma data que poderia decidir e comprometer o futuro do país. Serão as presidenciais do pós-
impeachment e do pós-Lava Jato. Os brasileiros terão um candidato realmente ficha limpa a quem confiar a
esperança e o bem-estar deles e de seus filhos?
Juan Arias
Disponível em: http://brasil.elpais.com/brasil/2016/10/25/opinion/1477430164_717014.html
Os texto de Juan Arias, colunista da versão brasileira do jornal ElPaís, reflete sobre um problema que parece
fazer parte não só do Brasil, mas também de diversas outras nações: a crise de representatividade política.
Considerando as suas experi ncias cotidianas e leituras a respeito do assunto, produza um texto dissertativo-
argumentativo de até 25 linhas trazendo fatos e explicações que fundamentem seu ponto de vista acerca da
reflexão. D um t tulo ao seu texto.
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GABARITO
Exercícios
Respostas pessoais
Veja uma redação exemplar sobre o tema da crise de representatividade política, produzida pela nossa
querida Bruna Saad:
Sedentarismo político
Democracia é a forma de governo na qual a soberania é exercida pelo povo. Esse sistema, tão
almejado por muitos povos, tem como principal característica a oportunidade de participação popular nas
decisões políticas, principalmente, por meio do voto. Percebe-se, porém, desde as últimas décadas do
século XX, que a representatividade política encontra-se em grave crise, evidenciada na relação entre os
representantes e a população.
Primeiramente, podemos analisar o cenário das últimas eleições presidenciais do Brasil. O elevado
número de votos brancos, nulos e de abstenções torna evidente a falta de identificação entre o povo e seus
possíveis representantes. A partir disso, é possível considerar, até mesmo, essa situação como forma de
protesto. É importante, também, ressaltar as manifestações populares ocorridas tanto nas ruas quanto na
internet, nas quais o povo revelou um evidente descontentamento com a situação em que nos encontramos.
Em contrapartida, mas ainda como indicador da falta de representatividade, há, também, o grupo de
pessoas alienadas politicamente. Esses indivíduos não demonstram interesse em participar da vida pública,
alegando não acreditar em mudanças e, principalmente, admitindo a sensação de não se sentirem
representados por nenhum partido. Podemos atribuir como uma das causas desse cenário de insatisfação o
comportamento dos nossos representantes e, principalmente, o sistema de corrupção que se instaurou no
país. É possível, também, levantar como causa a fragmentação social, que divide a sociedade em grupos que
lutam pelos próprios interesses, sem reivindicar projetos que abranjam os interesses de toda a população.
Fica claro, portanto, que a crise na representação política não favorece o poder popular. Dessa forma,
a situação só tende a piorar, aumentando o poder de políticos que não correspondem às expectativas da
população. Para que ocorram mudanças, as pessoas devem se conscientizar da importância da sua
participação pública e colocar em prática o conceito de democracia.
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Soc.
Professor: Larissa Rocha
Gui de Franco
Monitor: Debora Andrade
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Partidos políticos e tipos de eleição e voto 10/17
ago
RESUMO
Partidos Políticos
Diferente do que se pode imaginar à primeira vista, a existência de partidos políticos não é um fato
natural e eterno, existente em toda e qualquer ordem política. Ao contrário, este é um fenômeno
relativamente recente, surgido junto com o processo de constituição das democracias modernas, no século
XVIII. De fato, foi a partir das grandes revoluções liberais modernas (a Revolução Gloriosa britânica, a Guerra
de Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa) que instaurou-se definitivamente a ideia de
soberania popular, isto é, de que o poder deriva da vontade do povo. Com isso, a antiga ideia de súdito foi
substituída pela de cidadão e os governantes passaram a ser vistos como simples representantes do povo,
eleitos pela população e subordinados ao seu consentimento. Naturalmente, neste contexto, começaram a
se construir grupos políticos formais e organizados que tinham como objetivo representar parcelas do povo,
disputar o apoio da opinião pública, ganhar as eleições, enfim, alcançar o poder no interior da democracia.
Divididos por ideologias e interesses opostos, os membros desses grupos passaram a constituir os chamados
partidos políticos.
Como se sabe, os partidos políticos são desde sua origem tradicionalmente classificados em duas grandes
tendências opostas: os partidos de direita e os partidos de esquerda. Tal classificação surgiu na
Assembléia Nacional da Revolução Francesa. Nessa Assembléia, os jacobinos, aqueles que queriam
radicalizar a revolução, levando-a a consequências ainda mais drásticas, sentavam-se à esquerda. Por sua vez,
os girondinos, que queriam moderar a revolução e fazê-la dar um passo atrás, sentavam-se à direita.
Rapidamente, no entanto, essa classificação extrapolou o âmbito da França e passou a ser aplicada a todas
as disputas políticas do século XIX. De modo geral, Direita e Esquerda passaram a designar duas posições
opostas diante daquela série de mudanças porque passou a Europa no século XVIII, seja no campo das ideias
(Iluminismo), seja no campo político (Revolução Francesa), seja no campo econômico (Revolução
Industrial). Em síntese, foram considerados de direita todos aqueles que, apesar de simpáticos às mudanças
que se passavam pela Europa naquele momento, tinham um espírito de moderação. Ou seja, eram os
defensores dos ideias iluministas, liberais e industriais, que, no entanto, queriam que as grandes mudanças
parassem por ali. Por outro lado, eram considerados de esquerda todos os que, apesar de defensores de
todas aquelas mudanças revolucionárias, as consideravam insuficientes, que desejavam uma radicalização
ainda maior das transformações sociais e visavam a construção de um novo tipo de sociedade, inteiramente
justa e igualitária. Trata-se, em suma, de uma oposição entre conservadores e progressistas, moderados e
radicais.
Na atualidade, todas as democracias sólidas contam com um grande partido mais à direita e um grande
partido mais à esquerda (na Inglaterra, o Partido Conservador e o Partido Trabalhista; na França, o
Republicanos e o Partido Socialista; na Espanha, o Partido Popular e o Partido Socialista Operário Espanhol;
Alemanha, a União Democrata-Cristã e o Partido Social-Democrata; nos EUA, o Partido Republicano e o
Partido Democrata; no Brasil, o PSDB, que originalmente era um partido de esquerda, e o PT; etc.). Sendo
os mais fortes, tais partidos catalizam o debate público criticando fortemente seus adversários. No entanto,
em circunstâncias eleitorais, tendem a moderar seu discurso e se aproximar de posições mais centristas, a
fim de conquistar o eleitor comum, que raramente se move por grandes questões ideológicas. Por sua vez,
contextos de grave crise política e social tendem a enfraquecer os partidos tradicionais e fortalecer partidos
extremistas, tanto à direita quanto à esquerda.
Sistemas Eleitorais
Tal como os partidos políticos, as eleições periódicas, às quais eles estão diretamente ligados, não
são um fato universal e a-histórico, mas sim um fruto direto do processo de formação e consolidação da
democracia moderna. Seu papel também está ligado ao ideal de soberania popular, uma vez que consiste
garantir que o povo expresse regularmente a sua vontade, seja mantendo no cargo os governantes que são
de seu agrado, seja substituindo aqueles que não cumprem bem a sua função.
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Pode-se dizer, sinteticamente, que há quatro tipos principais de sistemas eleitorais: o voto
majoritário, o voto distrital, a lista fechada e o voto proporcional.
O sistema de voto majoritário é o mais fácil de entender. Usado ao redor do mundo tanto para
eleições do executivo quando do legislativo, nele simplesmente há uma votação e aquele(s) que tem(têm)
mais votos ganha(m). O único detalhe é que, a fim de garantir que o primeiro colocado tenha mais de 50%
dos votos, tal votação pode se dar não em um turno, mas em dois, com os dois primeiros colocados da
rodada inicial. No Brasil, por exemplo, esse sistema é usado na eleição de presidente, governador, prefeito
e senador.
O sistema de voto distrital é usado em vários países do mundo. Nele, o território do país é dividido
em vários pequenas regiões eleitorais (os distritos) e ocorrem eleições majoritárias locais, com cada distrito
elegendo apenas um parlamentar. Perceba que este modelo não se confunde com as eleições que existem
no Brasil para prefeito, uma vez que o voto distrital diz respeito apenas à eleição de cargos legislativos e nele
cada município possuiria vários distritos. Há quem defenda a implantação do voto distrital no Brasil dizendo
que ele é um sistema que causa maior aproximação entre governantes e governados, além de promover
campanhas mais baratas, o que inibe a corrupção. Um ponto negativo seria o fato de prejudicar candidatos
que não têm seus votos concentrados em uma ou outra localidade específica, como figuras ligadas a
sindicatos, por exemplo.
O sistema de voto em lista fechada também é usado apenas em eleições legislativas. Ele é aquele no
qual o eleitor vota não em um candidato específico, mas sim no partido. Assim, cada partido político ganharia
um número de vagas no parlamento proporcional ao número de votos que recebeu na eleição. Os indivíduos
que preencheriam essas vagas, por sua vez, seriam determinados pelo partido através de uma lista montada
inteiramente por sua direção, sem qualquer interferência popular - daí o nome do sistema. Há quem defenda
a implantação deste modelo no Brasil. Tanto o seu ponto positivo quanto o negativo (a depender do ponto
de vista) seria o enorme fortalecimento dos partidos políticos.
Por fim, há o sistema de voto proporcional, que, tal como o voto distrital e a lista fechada, é exclusivo
de eleições legislativas. Este modelo é usado no Brasil nas eleições para vereador, deputado estadual e
deputado federal. Como seu funcionamento é o mais díficil de entender, vejamos isso calmamente. Em
primeiro lugar, não há divisão por distritos e o voto é em indivíduos (não em uma lista partidária), no entanto,
há um número matematicamente calculado que é o suficiente para um sujeito ser eleito, chamado coeficiente
eleitoral. A partir do momento em que um candidato obtém os votos correspondentes a esse coeficiente
eleitoral, ele está automaticamente eleito e os seus votos excedentes são transferidos para o segundo lugar
de seu partido ou coligação (aliança de partidos em época de eleição) que não atingiu o coeficiente eleitoral,
e assim por diante. Assim, neste sistema, é perfeitamente possível (e frequentemente acontece) que um
candidato com menos votos seja eleito e um com mais votos não, desde que o primeiro seja beneficiado por
um candidato do mesmo partido que tenha sido muito bem votado e tenha excedido o coeficiente eleitoral.
Assim, cada candidato se elege não apenas por ser próprios votos, mas pela proporção de votos obtidos por
seu partido -
políticos, sem, no entanto, excluir o voto em indivíduos específicos. Quem o critica, por sua vez (e ele tem
sido fortemente criticado no Brasil), o acusa de ser injusto, ao eleger candidatos com poucos votos próprios,
além de dificílimo de se entender, o que seria um obstáculo ao próprio funcionamento da democracia e da
soberania popular.
EXERCÍCIOS
1. Atualmente, no sistema eleitoral brasileiro, o mandato político do poder legislativo eleito pelo voto
majoritário é o de
a) Vereador.
b) Governador.
c) Senador.
d) Deputado Federal.
e) Deputado Estadual.
2. De acordo com alguns analistas políticos, o populismo ressurgiu na América Latina, nos anos 2000,
com as eleições de Hugo Chaves, na Venezuela, e Evo Morales, na Bolívia. O mesmo tipo de argumento
foi utilizado por ocasião da realização do segundo turno das eleições para prefeito em Londrina.
Segundo o jornalista: "Londrina reelege (um prefeito) pela quarta vez, após uma depuração
surpreendente na Câmara Municipal em aberta simetria com a pressão da sociedade, o que apresenta
um contraponto, mas não é. Populistas viscerais têm uma resistência surpreendente". (Folha de Londrina, 28 out. 2008, p. 4.)
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Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema populismo, assinale a alternativa correta.
a) O discurso populista se apoia, efetivamente, em uma elaboração teórica orgânica e sistemática,
direcionado às elites locais, que formam sua base de existência.
b) É fundamental para a prática populista clássica resgatar a compreensão, no eleitor, de que a
sociedade está dividida em classes sociais e, portanto, o conflito entre elas é inevitável.
c) O populismo é a forma mais avançada de realização da política partidária, uma vez que mobiliza as
massas, infundindo-Ihes clareza de consciência sobre o que é o fundo público.
d) Diferentemente das práticas nazistas e fascistas, o populismo encontra no povo um elemento real
para a efetivação do combate contra os interesses defendidos pelas elites locais.
e) Dois princípios fundamentais das práticas populistas são a ideia de supremacia da vontade do povo
e a existência de uma relação direta entre este e o líder.
3. Leia o texto a seguir:
opõem à democracia. Em todo o mundo árabe houve uma única eleição livre: a de janeiro de 2006, na
Palestina.
Todos estão de acordo que foram livres e justas. Mas, do ponto de vista americano e israelense,
ganharam as pessoas erradas. Como nos Estados Unidos a classe dirigente e os intelectuais desprezam
a democracia, eles reagiram junto com Israel, castigando a população. Não foi só com o Hamas na
Palestina, vamos pegar o exemplo da Venezuela: podem ter a opinião que quiserem sobre Chávez, mas
a questão é o que pensam os venezuelanos. E os estudos de Latinobarometro (consultoria chilena) dos
últimos anos indicam a Venezuela no primeiro ou segundo lugar em aprovação do próprio governo e
da democracia. É isso que pensam as pessoas. E como reagem os Estados Unidos? Respaldam um
golpe militar, sansões, demonizam o presidente... O mesmo com a Bolívia. Novamente, cada um pode
opinar como quiser, mas houve eleições notavelmente democráticas em dezembro de 2005, quando
a maioria indígena pôde, pela primeira vez, eleger um de seus pares, Evo Morales. Isso é democracia.
Quando os Estados Unidos tentam solapá-la refletem sua visão: está tudo bem, desde que seja da nossa
maneira. (Entrevista exclusiva de Noam Chomsky. Le Monde Diplomatique Brasil. Ano 2, n. 15, out. 2008, p. 11.)
Com base no texto, assinale a alternativa correta.
a) rupos
contrários aos interesses das populações historicamente dominadas.
b) A democracia é um valor universal, mas respeitada na prática por um leque exclusivo de países, os
economicamente mais fortes.
c) Os Estados Unidos têm representado um papel fundamental no sentido de evitar desvios ditatoriais
na América Latina, sendo exemplos os casos da Venezuela e Bolívia.
d) Os anos 2000 marcaram o declínio do espírito imperialista, inclusive aquele de caráter basicamente
cultural.
e) A exemplo do que aconteceu na história norte-americana, o fortalecimento da democracia na
América Latina passa por um distanciamento das questões étnicas, como a questão dos indígenas.
4. Tomando por base os conceitos essenciais da Sociologia, caracterizamos a cidadania como
a) condição através da qual o indivíduo tem consciência de seus direitos, deveres e de que participa
ativamente de todas as questões da sociedade.
b) a ação de contestação da democracia.
c) a rede de solidariedade entre os diversos membros de um grupo social específico.
d) a equivalência social da tirania política.
e) a aplicação do orçamento participativo nos governos teocráticos.
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5. Em todos os modelos, as eleições se decidem por maioria de votos. Nesse sentido, as eleições podem
ser de vários tipos: simples, relativo e absoluto. Conforme o tipo adotado, ganha o candidato que
obtiver mais votos, com qualquer número, ou é estabelecido um quorum, uma quantidade mínima de
votos, para que haja vencedor, e a eleição seja validada, ou, ainda, é exigido metade mais um dos votos
válidos. MARTINEZ, P. Forma de Governo. São Paulo: Moderna, 1992 (adaptado).
No Brasil, já foram praticados, desde a colônia, vários sistemas eleitorais. Nesta perspectiva
I. no tempo da colônia, os nobres podiam eleger, entre eles, representantes dos conselhos locais.
II. na República Velha, a riqueza deixou de ser requisito para votar e ser votado.
III. a Constituição de 1946 manteve a proibição de voto dos analfabetos e das mulheres.
IV. o golpe militar de 1964 e a ditadura que se seguiu puseram fim às eleições diretas para presidente.
V. a Constituição de 1988 transformou o Brasil numa democracia de massa: eleger seus representantes
tornou-se um direito de todos.
Estão CORRETAS
a) apenas as afirmativas I e IV.
b) apenas as afirmativas I, II e V.
c) apenas as afirmativas I, II, IV e V.
d) apenas as afirmativas III e IV.
e) todas.
6. Os filósofos contratualistas elaboraram suas teorias sobre os fundamentos ou origens do poder do
Estado a partir de alguns conceitos fundamentais tais como, a soberania, o estado de natureza, o
estado civil, o estado de guerra, o pacto social etc.
Com base em seus conhecimentos e no texto a seguir, assinale a alternativa correta, segundo
Hobbes.
[...] a condição dos homens fora da sociedade civil (condição esta que podemos adequadamente
chamar de estado de natureza) nada mais é do que uma simples guerra de todos contra todos na qual
todos os homens têm igual direito a todas as coisas; [...] e que todos os homens, tão cedo chegam a
compreender essa odiosa condição, desejam [...] libertar-se de tal miséria. HOBBES, Thomas. Do Cidadão, São Paulo: Ed. Martins Fontes, 1992.
a) O estado de natureza não se confunde com o estado de guerra, pois este é apenas circunstancial
ao passo que o estado de natureza é uma condição da existência humana.
b) A condição de miséria a que se refere o texto é o estado de natureza ou, tal como se pode
compreender, o estado de guerra.
c) O direito dos homens a todas as coisas não tem como consequência necessária a guerra de
todos contra todos.
d) A origem do poder nada tem a ver com as noções de estado de guerra e estado de natureza.
7. A relação entre democracia e direitos humanos é visceral, pois trata-se de realidades intimamente
correlacionadas. Sem democracia, os direitos humanos, notadamente os econômicos e sociais, nunca
são adequadamente respeitados, porque a realização de tais direitos implica a redução substancial do
poder da minoria rica que domina o País. Como ninguém pode desconhecer, sem erradicar a pobreza
e a marginalização social, com a concomitante redução das desigualdades sociais e regionais, como
manda a Constituição (art. 3º, III), é impossível fazer funcionar regularmente o regime democrático,
pois a maioria pobre é continuamente esmagada pela minoria rica. Revista Carta Capital, ano XVI, nº 627, dez. 2010, p. 60.)
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Com base no texto, é correto afirmar que o regime verdadeiramente democrático está estruturado a
partir da:
a) omissão em relação aos direitos humanos.
b) valorização exclusiva dos direitos econômicos.
c) manutenção das desigualdades sociais.
d) reprodução do privilégio da minoria rica e dominante.
e) erradicação da pobreza e marginalização social.
8. Sobre os sistemas eleitorais para votação de deputados e vereadores que estão sendo discutidos pelo
Congresso Nacional no contexto da Reforma Política, leia as seguintes afirmações:
I. No sistema distrital, os estados e as cidades são divididos em distritos, e cada candidato pode
receber votos apenas no distrito em que nasceu.
II. No sistema proporcional, as cadeiras são divididas de acordo com a votação dos partidos e das
coligações.
III. No sistema de lista partidária, o eleitor vota apenas nos partidos, que estabelecem uma lista
preordenada de seus candidatos.
Está correto o que se afirma em
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) II, apenas.
e) I, II e III.
9. Considerando que a Declaração Universal dos Direitos Humanos completou 60 anos em 2008 e
que for correto.
(01) Os artigos que integram a Declaração Universal dos Direitos Humanos expressam a vontade de
assegurar os valores de justiça, solidariedade, igualdade e tolerância a todos os povos.
(02) A existência de regimes democráticos é, em si, uma garantia de que a cidadania pode ser
amplamente exercida e os direitos humanos assegurados aos diferentes grupos sociais.
(04) Há uma relação direta entre grau de instrução e garantia de direitos sociais, civis e políticos; por
isso, a luta por educação pública, gratuita e de qualidade é uma bandeira permanente para
diversos movimentos sociais.
(08) Em países nos quais uma pequena parcela da população concentra a riqueza nacional, a grande
maioria não tem acesso a bens de cidadania como saúde, educação e habitação.
(16) No Brasil, durante o regime militar, a luta pela afirmação dos direitos civis e políticos foi duramente
reprimida por um Estado que, mesmo autoritário, criou instituições que asseguraram, por
exemplo, o direito social à aposentadoria.
SOMA: ( )
10. Leia o texto:
ndo falamos que há corrupção num Estado, convém analisar se é no Estado como um
todo, no conjunto das suas instituições e em toda a sua população, ou se essa corrupção está restrita
a alguma das partes, seja da forma, seja da matéria. Como regra, a corrupção nunca atinge todo o
corpo político e todas as instituições de uma vez, sempre há alguma parte que resiste e ainda não foi
contaminada, pois é impossível que um Estado corrompido em todas as suas partes ainda consiga
(MARTINS, José Antônio. Corrupção. Rio de Janeiro: Editora Globo, 2008, p.38.)
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a(s) alternativa(s) correta(s).
(01) A existência de partidos políticos é, por si só, expressão da corrupção do Estado, pois representa
a fragmentação de seu poder em partes em constante luta.
(02) A principal tarefa dos membros do Poder Legislativo é elaborar leis e normas que regem a
sociedade. Leis mal formuladas ou a ausência delas podem levar à corrupção, uma vez que
acarretam a possibilidade de que condutas consideradas erradas fiquem impunes.
(04) Práticas de favorecimento e tráfico de influência podem ser consideradas algumas das formas de
corrupção na administração pública.
(08) A divulgação de casos de corrupção pela imprensa pode ser vista como sinal de vitalidade política,
pois é efeito de uma maior fiscalização da sociedade sobre os agentes públicos.
(16) Quanto menos pessoas ficam sabendo das decisões, menores são as chances de corrupção no
espaço público, pois um grupo restrito e homogêneo consegue criar formas mais eficientes de
controle da coisa pública.
SOMA: ( )
QUESTÃO CONTEXTO
O famoso técnico de vôlei Bernardinho tem sido cotejado, nos últimos tempos, como possível
candidato a governador do Estado do Rio de Janeiro nas próximas eleições. Reforçando, inclusive, esta
expectativa, a grande imprensa noticiou recentemente a sua migração do PSDB, ao qual era filiado, para o
Partido Novo, recém-fundado. Leia um trecho de reportagem a respeito do tema, publicada pelo site do
jornal O Globo (A reportagem na íntegra está em https://oglobo.globo.com/brasil/bernardinho-troca-psdb-
pelo-partido-novo-21237707):
O partido pelo qual Bernardinho se filiou, o Novo, foi fundado em fevereiro de 2011. Em julho de 2014,
seus fundadores solicitaram registro definitivo da legenda, o qual foi deferido pelo Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), em 15 setembro de 2015 data em que, então, foi autorizado a ter filiados e lançar candidatos.
O Novo, em seu site, define-se como "um movimento" que começou por meio de "cidadãos
insatisfeitos com o montante dos impostos pagos e a qualidade dos serviços recebidos". A legenda
acrescenta ainda que "esse grupo de pessoas nunca havia se candidatado a nenhum cargo eletivo". É o caso
de Bernardinho, que se encaixa nesse perfil.
A legenda tem caráter liberal. Defende redução de áreas de atuação do Estado, diminuição da carga
tributária e melhoria na qualidade de serviços essenciais, como saúde, educação e segurança.
Na última eleição (2016), a única que participou até o momento, o Novo elegeu quatro
representantes: Leandro Lyra (Rio de Janeiro), Janaina Lima (São Paulo), Mateus Simões (Belo Horizonte) e
Felipe Camozzato (Porto Alegre).
Tendo em vista a reportagem e seus conhecimentos sobre o tema, explique qual é o papel dos partidos
políticos e porque é impossível uma democracia moderna sem partidos.
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GABARITO
Exercícios
1. c
Eleições majoritárias são aquelas em que se elege o candidato com o maior número de votos e não com
a maior proporção de votos. São eleitos majoritariamente o presidente da república, os senadores e os
governadores de estados e do distrito federal. Este último cargo (de governador), porém, não é um
mandato legislativo.
2. e
O populismo surgiu no Brasil na época do governo de Getúlio Vargas. Getúlio chegou a receber o
apelido de "pai dos pobres" tal a aproximação que buscava alcançar em relação ao povo para ter
sustentação política. O discurso populista se direciona ao povo e não às elites, é pouco racional,
voltando-se a aspectos emotivos e necessidades imediatistas. Não busca demonstrar como realmente é
a realidade, mas manter a massa de eleitores sob dominação ideológica como se tudo estivesse bem e
eles estivessem decidindo. Destrói a política partidária, ao criar no povo expectativas com relação a
pessoas e não a partidos. É uma maneira democrática (ainda que de uma democracia duvidosa) de criar
um culto a personalidades.
3. a
A afirmativa A está correta, as "democracias exportadas" consideram apenas a visão de
democracia de certos grupos, geralmente os contrários ao interesse popular, e garantem a vitória de
líderes que esses grupos aceitam e aprovam ; a afirmativa B está errada porque existem muitos países
pobres que conseguiram consolidar suas democracias; a afirmativa C está errada porque, ao contrário,
os Estados Unidos tiveram (e ainda tem) um papel importante na construção de diversas ditaduras na
América Latina; D está errada porque o imperialismo, entre eles o cultural, continua a existir fortemente;
por fim, E está errada porque não existe consolidação democrática sem inclusão das questões étnicas na
pauta de discussões de um país.
4. a
A cidadania, na concepção moderna, surge a partir das lutas liberais por direitos civis frente ao Estado.
Está intimamente ligada ao Estado democrático e de direito. Em um sistema constitucional, significa
também o pleno exercício do direito político, ou seja, de interferir nas decisões políticas do Estado
votando, sendo votado, propondo ações populares etc.
5. c
O voto dos analfabetos só foi permitido em 1985, com a Emenda Constitucional número 25, mas o
sufrágio feminino foi incluído na Lei Eleitoral de 1932, durante a primeira presidência de Getúlio Vargas,
o que exclui III.
6. b
A afirmativa A está incorreta, porque o estado de natureza não é uma condição da existência humana,
apenas um momento dela. Além disso, no pensamento de Hobbes o estado de natureza se confunde
com o estado de guerra, pois viver em natureza significa viver em guerra. A afirmativa C está incorreta,
pois contraria o entendimento de Hobbes, segundo o qual ter direito a todas as coisas significa estar
sempre em guerra por elas. A afirmativa D está incorreta, porque, para Hobbes, o poder estatal absoluto
surge justamente para se sobrepor ao estado de natureza, pacificando-o em uma vontade comum.
7. e
De acordo com o texto, "sem erradicar a pobreza e a marginalização social [...], é impossível fazer
funcionar regularmente o regime democrático". Isso significa, em outras palavras, abolir as desigualdades
sociais (o que elimina C), de modo a distribuir os direitos econômicos e sociais a todos os grupos, sem
distinção (o que exclui B). Isso fortaleceria a cidadania e a democracia do país e, consequentemente, o
S
oc
.
respeito aos direitos humanos, tanto pela sociedade civil como pelo seu governo (o que elimina A). Tal
forma de pensar romperia, então, com a reprodução dos privilégios das minorias (o que exclui D).
8. c
Dentre as afirmativas, apenas I está incorreta. No sistema distrital, também chamado de sistema eleitoral
de maioria simples, todo o país é divido em distritos, com número de eleitores semelhantes entre si. Nas
eleições, esses distritos votam nos seus respectivos candidatos, os quais concorrem individualmente
diferente do que acontece, por exemplo, no sistema proporcional. Sendo II e III corretas, a resposta é C.
9. 01 + 04 + 08 + 16 = 29
A afirmativa 02 está errada, pois a existência de regimes democráticos não garante o amplo exercício da
cidadania e dos direitos humanos. A democracia é um processo que se constrói na própria sociedade, na
esfera das relações sociais e culturais. Deve ser assimilada, não bastando apenas instituí-la por
ordenamento legal.
10. 02 + 04 + 08 = 14
A afirmativa 01 está errada, pois os partidos políticos são elementos necessários ao processo
democrático. É por meio deles que são feitas as discussões (e ações) para se obter o poder estata. A
sua não existência culminaria em um processo ditatorial, pela falta de visões divergentes com direito a
expressão política.
A afirmativa 16 também está errada. A publicidade é a garantia de maior efetividade do controle político,
sendo alçada a categoria de princípio administrativo no Brasil. Quanto mais pessoas estiverem
acompanhando um assunto, mais difícil se torna cometer um ato ilegal sem que ninguém saiba ou
impeça.
Questão Contexto
Surgidos no contexto de constituição da própria democracia moderna, no século XVIII, os partidos políticos
têm, como seu próprio nome indica, o propósito de representar partes ou parcelas da população,
mobilizando a opinião pública e disputando cargos eletivos a fim de assumir o poder. Tais instituições, mesmo
com todos os seus problemas, são essenciais em um regime político como o nosso, uma vez que garantem
o pluralismo de ideias, o combate ao pensamento único, a representação efetiva dos diversos segmentos da
sociedades, a alternância de poder e uma necessária e saudável concorrência eleitoral.