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Capítulo 1Do Pós-Impressionismo ao Expressionismo 2
Volume 1
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Nas últimas décadas do século XIX, o Impressio-nismo havia inaugurado uma nova maneira de retratar o mundo, usando pinceladas mais soltas e cores puras.
Sem romper totalmente com essas ideias, alguns artistas levaram os conceitos desse movimento esté-tico para outras direções. Por isso, foram chamados de pós-impressionistas. Nesse contexto, originou-se o movimento expressionista no início do século XX, na Europa, principalmente na Alemanha.
Do Pós- -Impressionismo ao Expressionismo
1
• Artistas do Pós-Impressionismo
• Dança no Pós-Impressionismo e danças de salão
• Expressionismo na pintura, no cinema, na música e no teatro
• Influências do Expressionismo na arte contemporânea
o que vocêvai conhecer?
©VAN GOGH, Vincent. As oliveiras. 1889. 1 óleo sobre tela, color., 72,6 cm × 91,4 cm. Museu de Arte Moderna, Nova Iorque, EUA.
©Museu de Arte Moderna, Nova Iorque, EUA
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CÉZANNE, Paul. Floresta. [ca. 1890]. 1 óleo sobre tela, color., 72 cm × 92 cm. Casa Branca, EUA.
Cézanne aplicava camadas finas de tinta com pinceladas direcionadas, alternando planos de cores frias e de quentes.
Arte
Artes visuais no Pós-Impressionismo
O “Pós-Impressionismo” é um termo utilizado para definir obras de artistas que produ-
ziram suas pinturas posteriormente ao Impressionismo. Em 1910, as obras desses artistas
foram reunidas em uma exposição de arte intitulada Manet e os pós-impressionistas, em
Londres. A partir daí, o termo passou a ser utilizado.
De forma inovadora, os pós-impressionistas exploraram os elementos formais das artes
visuais – como a cor, a linha e a composição – para expressar suas emoções. Com o uso livre e
antinaturalista de cores vivas, pinceladas expressivas e camadas grossas de tinta, esses artis-
tas falavam de temas ligados ao cotidiano. Eles evitaram tanto a ilusão tridimensional, que
já havia sido dominada pela fotografia, quanto a construção de narrativas visuais, deixadas
para o terreno da literatura.
Os pintores mais conhecidos desse período foram: Paul Cézanne, Paul Gauguin, Vincent
van Gogh e Henri de Toulouse-Lautrec.
• Compreender o conceito de Pós-Impressionismo.
• Conhecer o contexto de criação e o trabalho desenvolvido pelos artistas pós-impressio- nistas.
• Identificar as reverberações do Pós-Impressionismo na dança e pesquisar as danças de salão.
• Trabalhar noções de volume, luz e sombra.
• Reconhecer o Expressionismo na pintura, no cinema, na música e no teatro.
objetivos do capítulo
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GALERIA
Aprecie algumas obras de artistas pós-impressionistas. Depois, converse com seus colegas sobre as características comuns que você enxerga nelas.
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CÉZANNE, Paul. Menina com boneca. 1904. 1 óleo sobre tela, color., 73 cm × 60 cm. Coleção particular.
VAN GOGH, Vincent. Cadeira de Paul Gauguin. 1888. 1 óleo sobre tela, color., 90,5 cm × 72,5 cm. Museu Van Gogh, Amsterdã, Holanda.
TOULOUSE-LAUTREC, Henri de. A dança no Moulin Rouge. 1890. 1 óleo sobre tela, color., 115,5 cm × 150 cm. Museu de Arte da Filadélfia, EUA.
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GAUGUIN, Paul. O pintor de girassóis. 1888. 1 óleo sobre tela, color., 73 cm × 91 cm. Museu Van Gogh, Amsterdã, Holanda.
trabalhando
Arte
Cézanne
Paul Cézanne (1839-1906) foi um pintor francês que redescobriu as formas e abriu no-vos caminhos para a pintura moderna. Nos dois anos em que estudou com o impressionista Camille Pissarro, o artista aprendeu a valorizar a observação direta e os efeitos da luz e da cor.
Sua forma de pintar caracterizou-se pela busca da essência das formas, pela vibração dos corpos da natureza, pelo privilégio de formas geométricas e pela temática de paisagens, ba-nhistas e naturezas-mortas. Cézanne não corrigia seus desenhos e privilegiava o efeito total em suas obras, não os detalhes.
Sua técnica acentua a intensidade emotiva das criações, dando origem a um estilo incon-fundível. Por todos esses aspectos, suas obras influenciaram muitos outros artistas, como Pablo Picasso.
Para se afastar do naturalismo com que os impressionistas retratavam o mundo físico, os artistas pós-impressionistas se expressavam com pinceladas vigorosas e grossas camadas de tinta. Cézanne enfatizava as formas geométricas que observava na natureza, e suas obras traduzem a ousadia de seu olhar e o apuro de sua técnica.
Na natureza-morta a seguir, podem ser observados os de-talhes da representação geométrica, os volumes das frutas, as marcas das pinceladas deixadas pelo artista, o uso de cores, os volumes evidenciados por luzes e sombras.
CÉZANNE, Paul. Fruteira, taça e maçãs. 1880. 1 óleo sobre tela, color., 46 cm × 55 cm. Coleção particular.
©Coleção particular
natureza-morta: gênero de pintura em que se representam coisas ou seres inanimados.
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atividades
Inspire-se na pintura de Cézanne e crie a sua própria versão. Se preferir, monte uma mesa com ma-çãs e uma taça para fazer a observação direta. Note como seu olhar percebe as formas, as cores e a incidência da luz.
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Arte
Gauguin
Paul Gauguin (1848-1903) é um pintor francês que iniciou sua carreira tardiamente. Ca-
sado, pai de cinco filhos, ele trabalhava na bolsa de valores de Paris quando começou a pintar
como um passatempo. Após a quebra da bolsa, sua vida mudou, e ele resolveu se dedicar
integralmente à pintura, abandonando a família e passando a levar uma vida de viagens e
boemia.
As obras do início de sua carreira têm características impressionistas. Somente mais tar-
de, influenciado pelos simbolistas, começou a mudar sua forma de pintar, adotando cores
quentes e criando contornos com cores mais escuras, para delimitar as áreas da pintura.
Junto a Van Gogh, foi estudar na cidade de Arles, no interior da França, mas os dois se
desentenderam e Gauguin mudou-se para as ilhas tropicais, fixando-se no Taiti.
No Taiti, o artista buscou viver a intensidade das emoções, expressando-as em suas
obras. Inspirou-se nos cenários paradisíacos e no modo de vida dos nativos para criar pintu-
ras em que aspectos primitivos e da vida cotidiana compunham a representação simbólica
da natureza. O uso de cores chapadas, a memória, a imaginação e a emoção também eram
importantes no processo criativo do artista.
A obra de Gauguin também tem influência do Primitivismo – tendência artística que
enaltece a cultura de países da América do Sul, África, Ásia e Oceania. O pintor retratou
imagens utilizando áreas planas de cor, mesclando realidade e sonho.
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GAUGUIN, Paul. O que há de novo? 1892. 1 óleo sobre tela, color., 67 cm × 92 cm. Galeria Neue Meister, Dresden, Alemanha.
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VAN GOGH, Vincent. Noite estrelada. 1889. 1 óleo sobre tela, color., 73,7 cm × 92,1 cm. Museu de Arte Moderna, Nova Iorque, EUA.
Na obra, as pinceladas em espiral dão movimento ao céu.
Van Gogh
Vincent Willem van Gogh (1853-1890) nasceu em Zundert, na Holanda. Trabalhou em ga-
lerias de cidades como Londres e Paris, e seu irmão Theo o apresentou aos impressionistas.
Sua carreira, marcada por crises psiquiátricas, durou menos de uma década, tempo sufi-
ciente para o artista pintar cerca de 900 quadros, entre eles Noite estrelada, de 1889, uma
de suas obras mais famosas.
A característica mais marcante das obras de Van Gogh são as pinceladas nítidas, ondu-
ladas e ritmadas conforme seu entusiasmo. Elas estruturam os desenhos em cores contras-
tantes, dando formas aos seus sentimentos, sem a preocupação de imitar com exatidão a
natureza. A distorção, afinal, era uma forma de expressar suas emoções nas pinturas.
©Museu de Arte Moderna, Nova Iorque, EUA
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Arte
atividades
Pesquise outras obras de Van Gogh e, inspirando-se nelas, crie uma pintura que explore uma ou mais características marcantes da obra do artista.
Gauguin e Van Gogh foram artistas impetuosos e de tem-peramento forte. Os dois resolveram sair de Paris, onde se sentiam reprimidos pelas exigências do estilo impressionista, em busca de novas inspirações para suas obras.
Em Arles, cidade do interior da França, após uma briga entre os dois artistas, Van Gogh sofreu um colapso mental e mutilou sua orelha esquerda.
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VAN GOGH, Vincent. Autorretrato com a orelha enfaixada. 1889. 1 óleo sobre tela, color., 60,5 cm × 50 cm. Instituto de Arte Courtauld, Londres, Inglaterra.
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Neste ano, você e seus colegas vão produzir muita arte, em várias linguagens: artes
visuais, dança, música, teatro e outras. Essa rica experiência se completa quando há com
quem compartilhar, seja com o público que aprecia as obras criadas, seja com outros ar-
tistas que criam junto com você.
Prepare-se para participar do Artes em festa, um encontro em torno das artes, no
fim do ano letivo! As turmas participarão do planejamento desse evento. Para que tudo
corra bem no dia do encontro, aqui vão algumas dicas:
definam uma data para o Artes em festa, lembrando que ele deverá acontecer no
último bimestre do ano letivo, com a prévia autorização da direção da escola;
escolham os locais da escola onde o evento vai acontecer, pensando em cada lin-
guagem da Arte – Artes Visuais, Dança, Música e Teatro. Por exemplo: para uma apre-
sentação de teatro, encontrem um espaço onde os alunos-atores possam vestir seus
figurinos e se preparar, como um camarim.
E há outras decisões que deverão ser tomadas ao longo do ano:
como o evento vai precisar de divulgação, será necessário criar um material para
chamar o pessoal da escola e convocar a comunidade.
artistas locais podem ser convidados para ministrar oficinas, bater papo sobre a car-
reira e as obras deles, apresentar-se ao público, entre outras atividades;
os familiares também podem ser convidados a participar ativamente do evento, pro-
duzindo arte com vocês ou, ainda, mostrando talentos artísticos.
Você e seus colegas serão os curadores do Artes em festa. Devem cuidar de todo o
processo de organização do evento. Para isso, vocês vão planejar, produzir e conservar
as obras de arte. Depois, vão escolher as obras que serão expostas no evento e montar
as exposições em espaços apropriados da escola, lembrando-se de fazer a divulgação. No
dia do evento, façam fotos e filmagens das produções e de todo o encontro.
Foque a preparação e use a criatividade para organizar, com sua turma, o Artes em festa!
Artes em festa
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COTTET, Charles. As trilhas da Bretanha. 1906. 1 tinta sobre papel, color., 40 cm × 49,5 cm. Museu de Belas Artes de Córdoba, Espanha.
Arte
Luz, sombra e volume
A luz e a sombra são elementos capazes de criar um efeito de volume nos objetos representados.
É a luz que nos permite ver as formas e cores dos seres e objetos. Em qualquer objeto, pode-se perceber a luz refletida, ainda que sutilmente. Nos desenhos, o efeito de luz é geral-mente obtido deixando-se uma parte em branco.
A sombra é o espaço ou a região que se forma pela ausência de luz. É produzida quando um corpo obstrui totalmente a passagem da luz, deixando a região escura. Se a luz for blo-queada parcialmente, tem-se a penumbra.
Observe a luz e a sombra abaixo, na obra de Charles Cottet.©Museu de Belas Artes de Córdoba, Espanha
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Dimensões da sombraA luz proveniente de fonte natural (como a do Sol) ou artificial (como a de uma vela ou
lâmpada) pode formar ângulos diversos com o chão, projetando sombra de dimensões variá-veis. O posicionamento dos objetos em relação à fonte de luz cria efeitos de contraste entre as áreas iluminadas e as de sombra.
VolumeVolume é o espaço tridimensional ocupado por um sólido.
Observe, na imagem, que as frutas são facilmente percebidas como formas tridimen-sionais. Isso ocorre porque a luz e a sombra evidenciam diferentes tonalidades e cores, do laranja ao cinza-escuro.
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As diferentes tonalidades que podem ser percebidas em função da incidência de luz dão a sensação de tridimensionalidade da imagem.
Quando aproximamos um objeto (em sentido reto) de uma fonte de luz fixa, como uma lâmpada, percebemos que, quanto mais perto da luz ele estiver, maior será sua sombra, e quanto mais longe ele estiver, menor ela será.
Porém, quando o objeto permane-ce fixo, sem nada à sua volta, e o ângulo da luz varia em relação a ele, notamos que a luz posicionada lateralmente pro-duz uma sombra maior que a de uma luz superior.
Você já percebeu que isso ocorre com a luz do meio-dia e a do poente em relação, por exemplo, a um guarda-sol na praia?
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Arte
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atividades
A sombra pode ser desenhada de diferentes formas e com diversos valores tonais (tons), depen-dendo do material e da técnica. Observe o esquema.
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Carvão
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Nanquim
Sombra própria
Reflexo
Observe algumas técnicas normalmente utilizadas para dar sensação de volume aos desenhos.
Identifique as técnicas utilizadas, relacionando seu número à respectiva letra de cada esfera.
Sombra própria
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Observe as sombras e luzes feitas com cor na pintura de Józef Pankiewicz, pós-impres-sionista polonês.
Na imagem, o pintor cria sombras coloridas, trabalhando tonalidades mais escuras ou mais claras da cor para estabelecer contrastes, como Van Gogh também fazia.
PANKIEWICZ, Józef. Porto de Concarneau. 1908. 1 óleo sobre papelão, color., 27 cm × 35 cm. Museu Nacional de Cracóvia, Polônia.
VAN GOGH, Vincent. Os comedores de batata. 1885. 1 óleo sobre tela, color., 82 cm × 114 cm. Museu Van Gogh, Amsterdã, Holanda.
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Arte
Agora, como você faria o efeito de luz e sombra usando grafite? Utilize as diversas ma-neiras que estudou e experimente transformar as linhas iniciais da figura seguinte.
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TOULOUSE-LAUTREC, Henri de. Marcelle Lender dançando o bolero em Chilperic. [1895-1896]. 1 óleo sobre tela, color., 145 cm × 149 cm. Galeria Nacional de Arte, EUA.
Graças à arte de Toulouse-Lautrec, muitas dançarinas da época têm seu nome lembrado até hoje.
Toulouse-Lautrec
Henri de Toulouse-Lautrec (1864-1901) foi um pintor francês com especial interesse em
retratar aqueles que estavam à margem da sociedade, pessoas que trabalhavam em cafés e
casas noturnas de Paris.
Como forte característica em sua obra, notam-se as pinceladas rápidas, o uso de grandes
blocos de cor, o movimento espontâneo das pessoas e a produção de desenhos para cartazes.
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TOULOUSE-LAUTREC, Henri de. Moulin Rouge: la Goulue. 1891. 1 litografia, color., 194 cm × 122 cm. Museu Toulouse-Lautrec, Albi, França.
Primeiro cartaz feito por Toulouse--Lautrec para o Moulin Rouge, em 1891
Arte
Toulouse-Lautrec explorou também materiais e suportes di-
versos, como cartazes e programas de espetáculos. Em 1891, criou
seu primeiro cartaz, Moulin Rouge: la Goulue, mostrando dança-
rinas de cancã dessa casa noturna e outros personagens da noite
parisiense da época.
Com um desenho simplifi-
cado, o artista brincava com a
proporção das figuras e com a
perspectiva. Os traços rápidos e
as cores intensas de suas obras
transmitem a alegria e o ritmo da
dança.
atividades
Observe, nas obras de Toulouse-Lautrec, as cores intensas, os contornos de uma só cor, a simplifi-cação do desenho, o jogo com as leis da perspectiva, as combinações rítmicas, que criam efeitos de
movimento, e os personagens da vida noturna parisiense. Em grupo, criem, em uma cartolina, um cartaz para a divulgação de um espetáculo. Inspirem-se nos cartazes de Toulouse-Lautrec.
cancã: dança francesa caracterizada por movimentos em que as pernas das bailarinas são levantadas ao alto.
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Dança no Pós-Impressionismo
O cancã surgiu na França, no início do século XX, como uma variação da quadrilha, dança
muito popular naquele período. Por sua vez, a quadrilha derivava da contradança francesa,
que se inspirou na dança campestre inglesa.
Retratado muitas vezes nas obras de Toulouse-Lautrec, o cancã trazia movimentos isola-
dos de cabeça, braços e pernas, como chutes para o alto.
quadrilha: tipo de contradança que foi praticada nos salões europeus por um conjunto de pares de dançarinos, que executavam movimentos coreografados, com andamentos (tempos) variados.
contradança: dança campestre que se difundiu na Europa e que era praticada por, no mínimo, quatro pares de dançarinos.
Em 1880, o cancã tornou-se popular nos espetá-
culos de cabarés franceses, como o Moulin Rouge.
Essa dança está presente em Moulin Rouge!, filme
produzido em 2001 que tem o mesmo nome do fa-
moso cabaré.
Há outro filme homônimo, produzido em 1952,
que narra a história de Toulouse-Lautrec quando o
artista foi contratado para desenhar cartazes para
o estabelecimento.
conectado
homônimo: com o mesmo nome.
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Cartaz do filme Moulin Rouge!, produzido em 2001.
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Dança de salão
A dança de salão teve sua origem no século XIV, praticada exclusivamente pela aris-tocracia. Sua popularização começou no século XVII, com o minueto, que se caracteriza por passos curtos, deslizes, arcos e reverências.
No início do século XIX, a valsa apareceu nos salões de baile. Originada do termo alemão walzen (dar voltas), era executada por pessoas simples do campo até início do século XVIII; depois, difundiu-se nas cortes europeias.
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Atualmente a valsa é muito dançada em rituais sociais de passagem, como bailes de debutante e casamentos.
No Brasil, a valsa passou a ser executada com frequên-cia por volta do século XIX. Nesse período, destacam-se com-positores como Carlos Gomes, Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga e Anacleto de Medeiros. Já no século XX, os ritmos que se destacaram nos salões brasileiros foram: samba, salsa, merengue, samba de gafieira, foxtrote, forró, country, hully--gully, zouk, bolero e tango.
arte brasileira
©Acervo: Iconographia
Chiquinha Gonzaga é uma importante compositora brasileira que criou músicas em gêneros variados como
polca, valsa, lundu, maxixe, choro e mazurca.
polca: dança originária da Boêmia, região histórica da Europa Central, apresenta dois tempos: um pulso forte e um fraco, sucessivamente.
tango: dança que nasceu nos subúrbios de Buenos Aires, capital da Argentina, para ser dançada em par, com acompanhamento do ritmo musical de mesmo nome.
foxtrote: dança estadunidense que combina passos lentos e rápidos, em quatro tempos.
No começo do século XX, ritmos como a polca, o tango e o foxtrote passaram a fazer parte da dança de salão.
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Para conhecer mais a diversidade de ritmos existentes, reúnam-se em duplas e escolham um dos listados abaixo para pesquisar. Busquem imagens dos dançarinos, as músicas mais famosas e os principais passos do ritmo escolhido. Depois, organizem uma apresentação desse material aos colegas.
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Passistas de frevo dançando com a sombrinha
MUNCH, Edvard. A dança da vida. 1900. 1 óleo sobre tela, color., 129 cm × 191 cm. Galeria Nacional de Oslo, Noruega. Detalhe.
Bolero: dança de origem espanhola acompanhada de canto e marcada por batidas de castanholas, além de guitarras e tamborim. Com a criação de discos, difundiu-se por toda a América Latina.
Tango: ritmo tradicional da argentina e originário da Andaluzia (Espanha), onde havia uma dança com o mesmo nome no século XIX. Geralmente ao som de um bandoneón acompanhado de demais instrumentos, o homem conduz a mulher em uma coreografia elaborada, que conta com passos tanto ensaiados quanto improvisados.
Xote: de origem germânica (Schottische), essa dança tem elementos da polca, mas é mais lenta. Difundiu-se na Europa em meados do século XIX e, por volta de 1850, chegou ao Brasil, onde alcançou bastante popularidade. Tem diferentes variações conforme a região do país, sendo comumente dançada ao som da sanfona.
Frevo: dança do fim do século XIX, hoje comum no Carnaval de Recife, tanto nas ruas quanto nos salões. Os dançarinos realizam frenéticos movimentos de pernas, com um guarda-chuva à mão acompanhando suas evoluções.
Baião: dança popular geralmente acompanhada de zabumba, sanfona e outros instrumentos, presente na Região Nordeste do Brasil. Sua divulgação no país ocorreu em meados da década de 1940, com o músico Luiz Gonzaga, autor de clássicos desse gênero, como Asa branca.
Chá-chá-chá: dança enérgica, de origem cubana, que esteve em voga na década de 1950. Mistura ritmos de rumba e mambo.
Iê-iê-iê: adaptação do inglês yeah, yeah, yeah (sim, sim, sim), refrão popularizado pelos Beatles. Tornou-se a versão brasileira do rock internacional na década de 1960 e representou a juventude da época. Separou completamente os pares.
Twist: também originada do rock, além do jazz e outros ritmos, nasceu na década de 1960, nos Estados Unidos, e se caracterizou pela rotação dos quadris e das pernas.
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Arte
Arte expressionista
As primeiras manifestações do Expressionismo datam do início do século XX, na Europa, mas a sua influência nas diversas linguagens artísticas estendeu-se até meados da década de 1920, um período marcado pela industrialização, pelo materialismo e pela objetivida-de da vida moderna, bem como pelo sofrimento ocasionado pela Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
Na pintura, os artistas passaram a utilizar o mundo interior como fonte de criação, re-velando angústias, medos, solidão e outros estados da alma, ou seja, a realidade sentida de forma muito particular pelas pessoas.
Nesse movimento, os pintores desenvolveram novas possibilidades de explorar a forma e a cor. As distorções, a cor pura e o desequilíbrio eram necessários para dar materialidade às emoções e aos conflitos vividos nesse período turbulento da história da humanidade.
MUNCH, Edvard. Melancolia da noite I. 1896. 1 xilogravura, color., 41,1 cm × 55,7 cm. Museu Munch, Oslo, Noruega.
A sensação de angústia e o ambiente pesado são as características mais marcantes da obra de Edvard Munch.
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Entre os pintores desse período, destacam-se Edvard Munch, Ernst Ludwig Kirchner, Oskar Kokoschka, Paul Klee, Wassily Kandinsky, August Macke e Franz Marc.
Munch
O pintor norueguês Edvard Munch (1863-1944) teve a vida marcada por tragédias, e isso se refletiu em suas telas, muitas delas centradas em temáticas de medo, dor, doença e angústia.
Uma de suas pinturas mais conhecidas é O grito (1893). Embora essa obra seja um pouco anterior ao Expressionismo, ela é considerada uma das precursoras desse movimento, pela força dramática com que expressa as emoções do personagem em primeiro plano.
O personagem retratado reage ao grito da natureza de forma angustiada, tapando os ouvidos. A pintura transmite a ansiedade do ser humano diante das forças da natureza, que podem ser compreendidas como reais ou psicológicas.
O pintor tenta capturar, por meio de suas pinceladas enérgicas de cores primárias, a emoção de um momento.
MUNCH, Edvard. O grito. 1893. 1 óleo e pastel sobre cartão, color., 91 cm × 73 cm. Galeria Nacional, Oslo, Noruega.
Observe como tudo na obra – planos, linhas e fundo – se confundem em tortuosidades que parecem acompanhar o ecoar do grito.
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Arte
Kirchner
No início do século XX, o jovem Ernst Ludwig Kirchner (1880-1938) visitou uma expo-sição de pintura alemã contemporânea e ficou frustrado com o que viu. Para ele, as obras eram “borrões anêmicos, sem sangue e sem vida”. Então, ele reuniu mais três amigos, cole-gas de faculdade, e criou o grupo Die Brücke (A ponte). O nome do grupo é baseado na ideia do filósofo Friedrich Nietzsche de que a vida deveria ser uma ponte para um mundo melhor. Para isso, esses novos artistas capitaneados por Kirchner decidiram que deveriam inventar uma nova arte.
O artista tornou-se gravurista e pintor, e sua atuação foi muito importante para que o Expressionismo passasse a fazer parte do meio artístico no século XX.
Com influências do Cubismo e do Fauvismo, esse pintor alemão usou de contrastes agres-sivos, formas geométricas e cores brilhantes e vivas para manifestar sua visão da realidade.
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KIRCHNER, Ernst L. Artista mulher. 1910. 1 óleo sobre tela, color., 101 cm × 76 cm. Museu Brücke, Berlim, Alemanha.
Com cores brilhantes e pinceladas rápidas, Kirchner criou uma arte viva.
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Kokoschka
Oskar Kokoschka (1886-1980) foi um pintor, poeta e dramaturgo austríaco, mais conhe-cido por seus intensos retratos e paisagens expressionistas. Como muitos expressionistas, o artista evitava os efeitos harmoniosos da cor e da forma, criando, assim, composições com cores conflitantes e ângulos contorcidos, para dar maior intensidade emocional às suas obras.
Entre os expressionistas, Kokoschka foi o único que se interessou por pintar retratos e autorretratos. Porém, diferentemente da maioria dos retratistas, ele não se preocupava em retratar as características físicas de forma realística, mas, sim, mostrar o “eu” interior, por meio de traços e pinceladas exagerados.
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KOKOSCHKA, Oskar. Retrato de uma garota. 1913. 1 óleo sobre tela, color., 67,7 cm × 54 cm. Museu de Arte Moderna Rupertinum, Salzburgo, Áustria.
O retrato da garota, com forte expressão em sua face, revela a intensidade subjetiva vislumbrada pelo artista.
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Arte
atividades
Inspirado na ideia de retratar o “eu” interior, observada na arte de Kokoschka, use o espaço abaixo para criar um autorretrato, mostrando quem você é por dentro, como você percebe a sua essência.
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No Brasil, diversos artistas criaram obras com elementos expressionistas para reve-lar, de modo subjetivo, a realidade social, cultural e política do nosso país. Entre eles, destacam-se Candido Portinari, Anita Malfatti e Lasar Segall. Observe as obras seguintes.
arte brasileira
Pesquise outras obras de artistas brasileiros influenciados pelo Expressionismo europeu e organize uma exposição com a turma, em um espaço da escola.
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PORTINARI, Candido. Menino sentado. 1945. 1 óleo sobre tela, color., 46 cm × 38,5 cm. Coleção particular.
MALFATTI, Anita. O homem amarelo. 1917. 1 óleo sobre tela, color., 61 cm × 51 cm. Acervo do
Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo, Brasil.
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Arte
Expressionismo ontem e hoje
No decorrer do tempo, o Expressionismo influenciou diversos estilos e movimentos que surgiram na arte, e suas raízes estão presentes em estéticas que expressam as angústias de nosso tempo, como no Neoexpressionismo, tendência pictórica originada na Alemanha com Georg Baselitz (1938), Anselm Kiefer (1945) e A. R. Penck (1939-2017), entre outros.
O Expressionismo também foi a semente do Expressionismo Abstrato, movimento criado por um grupo de artistas estadunidenses que se destacou nas décadas de 1940 e 1950, com tendências como a action painting (pintura de ação). Essas tendências resgataram do Expres-sionismo as pinceladas vigorosas de tinta, a gestualidade do movimento e a expressão violen-ta das emoções.
Entre os representantes do Expressionismo Abstrato, podemos citar Jackson Pollock (1912-1956). Geralmente, o artista pintava com a tela estendida no chão, deixando que a tinta se derramasse, ou por meio de pinceladas “atiradas” em movimentos bruscos.
conectado
atividades
Que tal fazer uma obra inspirada pelo estilo de Pollock? Estenda uma tela, um papel ou um tecido no chão (devidamente separado para esse fim) e crie uma pintura utilizando a action painting.
POLLOCK, Jackson. Mastros azuis: número 11. 1952. Óleo, esmalte e tinta de alumínio com fragmentos de vidro sobre tela, color., 2,13 m × 4,89 m. Galeria Nacional da Austrália, Camberra, Austrália.
Na obra, Pollock, tão conhecido pelo uso de tons pastel, aposta em uma paleta mais aberta e vibrante.
©National Gallery of Australia, Austrália
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Pesquise os trabalhos de Robert Rauschenberg (1925-2008), influente artista dos Estados Unidos que teve papel fundamental na transição do Expressionismo Abstrato para os movimentos mais contemporâneos das artes visuais. Em suas obras, ele explorou imagens e objetos do mundo real, extrapolando a tradicional divisão entre pintura e escultura. Depois, crie sua própria obra.
Na internet, em jornais ou revistas, pesquise eventos atuais que tenham envolvido a socie-dade de um modo geral (local, nacional ou mundial). Imprima ou recorte as imagens desses eventos.
Elabore uma composição sobre os temas pesquisados, combinando colagem e técnicas de pintura, para expressar as emoções das pessoas envolvidas.
Empregue elementos e princípios dessas novas tendências do Expressionismo na criação dessa composição.
pesquisa
©Robert Rauschenberg Foundation
RAUSCHENBERG, Robert. Mirthday man [anagrama (a pun)]. 1997. Jato de tinta e transferência de pigmentos em polilaminado, 314 cm × 459,1 cm. Fundação Faurschou, Copenhague, Dinamarca.
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Arte
Teatro expressionista
O teatro expressionista desenvolveu-se com força entre as décadas de 1910 e 1920, e
caracterizou-se por criar novas formas, valorizar a subjetividade, subverter regras e romper
com os modos de fazer teatro do passado. Aprofundou o valor do gestual, os movimentos,
o silêncio, as exaltações e a mímica. Elementos da cenografia, luz, sombra, cor e música tam-
bém eram tratados de forma simbólica.
O primeiro autor do teatro expressionista foi Frank Wedekind (1864-1918). Suas peças
defendem a ideia do teatro como um espaço de imaginação, liberado da necessidade de imi-
tação do mundo real. Nesse sentido, os personagens não têm a profundidade das dimensões
humanas, pois são tipos que representam características universais, e não individuais.
É um teatro que foi testemunha de um momento histórico, mas não teve força de
influenciar as gerações posteriores.
Teatro épico
No início do século XX, surgiu uma das personalidades mais importantes do teatro
mundial: o dramaturgo alemão Bertolt Brecht (1898-1956), que desenvolveu o teatro
épico, importante teoria da história do teatro.
Bertolt Brecht nasceu em Augsburg, Alemanha. Estudou Medicina, mas abandonou o
curso para servir como enfermeiro durante a Primeira Guerra Mundial.
Na primeira fase de sua obra, as peças Na selva das cidades e Tambores da noite,
produzidas em 1922, carregam características do Expressionismo. Revolucionou a arte
teatral no século XX, utilizando-a como instrumento de transformação social e reflexão
crítica.
Bertolt Brecht
A teoria e a prática de Brecht redimensionaram o
papel do espectador no teatro, rompendo a ilusão e,
consequentemente, a passividade. Entre os procedi-
mentos que adotava para isso, havia o distanciamento
entre ator e personagem, de modo que o público não
se iludisse de que via somente o segundo.
Outro ponto era a exacerbação da teatralidade,
com uso de instrumentos musicais, projeções, etc.,
tudo pensado para que o público não se envolvesse
emocionalmente, a ponto de esquecer que estava no
teatro, e não perdesse seu julgamento crítico.
©adoc-photos/Co
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O dramaturgo alemão Bertolt Brecht
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Além disso, suas peças visavam à
conscientização do povo para questões
de sua realidade política, social e econô-
mica. Uma de suas obras mais importan-
tes é Mãe Coragem e seus filhos, de 1939,
na qual mostra as relações entre a guer-
ra e o capitalismo, por meio de uma per-
sonagem contraditória, que precisa da
continuidade da guerra para sobreviver
financeiramente, mas acaba perdendo
os filhos no conflito. Destacam-se, ainda,
peças como A vida de Galileu e A ópera
dos três vinténs.
Bertolt Brecht influenciou artistas de todo o mundo. No Brasil, a partir dos anos 90,
diversas companhias dedicaram-se a retomar suas ideias, como a Companhia do Latão, o
Teatro Ágora, o Teatro de Vertigem, a Companhia Parlapatões, entre outras.
Esses grupos teatrais, es-
pecialmente na cidade de São
Paulo, procuraram fazer, em
suas peças, uma reflexão críti-
ca sobre a sociedade atual.
A Companhia do Latão
é uma das mais importantes
no desenvolvimento de um
teatro à maneira de Brecht.
Ela ganhou inclusive reconhe-
cimento internacional e seu
diretor Sérgio de Carvalho
foi convidado a realizar uma
conferência na Casa Brecht
de Berlim sobre a experiência
brasileira em teatro dialético.
arte brasileira
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Bertolt Brecht (centro) ensaia sua peça Mãe Coragem e seus filhos, com sua esposa Helene Weigel (esquerda),
no papel principal, em Berlim Oriental, 1951
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A Companhia Parlapatões é uma das que buscam inspiração no teatro épico de Bertolt Brecht para a construção de seu repertório e forma de encenação.
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Arte
Música expressionista
Na música, o Expressionismo surgiu como uma reação aos padrões acadêmicos e ao sen-timentalismo do romantismo tardio, dominantes no fim do século XIX. Essa tendência foi reforçada pelas teorias sobre o subconsciente formuladas pelo médico austríaco Sigmund Freud (1856-1939), pelos romances do escritor russo Fiódor Dostoiévski (1821-1881) e pelas ideias do filósofo alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900).
A música passou a ser compreendida como o resultado de um profundo mergulho no interior do compositor, que assim expressava suas angústias. As composições refletiam esta-dos emocionais e se caracterizavam por melodias ásperas, distorções e acordes dissonantes. As melodias são formadas por saltos, contrastes, explosões de sons, e os instrumentos são tocados, muitas vezes, de forma áspera, explorando os extremos de seu registro sonoro.
Entre os compositores da época que melhor representaram a tendência expressionista, estão os austríacos Arnold Schoenberg (1874-1951), Anton Webern (1883-1945) e Alban Berg (1885-1935).
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Caw
énCAWÉN, Alvar. O músico cego. 1922. 1 óleo sobre tela, color., 64 cm × 44 cm.
Nessa obra de Alvar Cawén, pintor finlandês envolvido com grupos cubistas e expressionistas, nota-se o uso de texturas e cores ásperas na representação subjetiva de um violinista cego ao lado de uma garota.
dissonantes: quando um conjunto harmonioso é perturbado por sons de conjuntos diferentes, desfazendo a unidade sonora e criando tensão.
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Expressionismo no cinema
O Expressionismo teve grande influência no cinema, principalmente no de origem ale-mã, em que temas como morte, terror, medo e alucinações dominavam a cena.
Essas características foram a expressão de uma sociedade marcada pelos horrores da guerra e a base para o surgimento de diversas escolas de cinema. Entre as obras expressionis-tas mais importantes, estão os filmes: O gabinete do doutor Caligari (1920), de Robert Wiene; Nosferatu, uma sinfonia do horror (1922), dirigido por Friedrich W. Murnau; M, o vampiro de Dusseldorf (1931), A morte cansada (1921) e Metrópolis (1927), dirigidos por Fritz Lang.
Como está a organização do evento Artes em festa?
As pesquisas e as criações realizadas com base nos estudos do Pós-Impressionismo e do Expressionismo podem ser apresentadas.
Para isso, é importante pensar na conservação das obras. Onde podem ser guarda-dos cartazes, pinturas e telas? Como podem ser registradas as produções de teatro, dan-ça e música?
Utilize os recursos tecnológicos para fotografar e fazer vídeos e áudios que podem ser utilizados durante a curadoria, como também podem ser levados para exposição ao público, no dia do evento.
©DECLA-BIOSKOP/Album/Album/Fotoarena
Cena do filme O gabinete do doutor Caligari, de 1920
©Everett/Fotoarena
Cena do filme Nosferatu, uma sinfonia do horror, de 1922
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Arte
atividades
Agora que você observou exemplos e características de obras expressionistas em diferentes linguagens artísticas, inspire-se nessa estética para criar com seus colegas uma performance expressionista.
1 Pesquisem uma música expressionista para servir de trilha sonora para a cena que será criada.
2 Inspirem-se em obras do teatro ou do cinema expressionista para criar uma cena com as caracterís-ticas desse movimento.
3 Definam os elementos que vão ser utilizados na cena: cenário, figurino, adereços, iluminação.
4 Ensaiem a cena com todos os elementos.
5 Criem um cartaz de divulgação da performance.
6 Apresentem a seus colegas ou outras turmas.
Utilize o espaço abaixo para esboçar ideias para essa produção artística.
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1 O que foi o Pós-Impressionismo? Quando ele se iniciou?
2 O que os artistas pós-impressionistas buscavam?
3 Observe as obras de Toulouse-Lautrec e indique as cores que predominam em suas criações.
4 A linguagem visual tem um código próprio formado por vários elementos, entre eles o volume. Como o volume pode ser definido?
5 A popularização da dança de salão começou no século XVII, com o minueto. Quais são as caracterís-ticas dessa dança?
6 O gravurista e pintor alemão Ernst Ludwig Kirchner foi um dos fundadores de um grupo de artistas expressionistas. Que grupo era esse?
7 Assinale com um X a afirmação correta sobre a obra O grito, de Edvard Munch.
a) É uma obra que retrata alegria.
b) Trata-se de uma obra que retrata a angústia do personagem representado.
c) Tem traços realistas.
d) A pintura é uma obra surreal.
8 No Expressionismo, a música surgiu como uma reação aos padrões acadêmicos e ao sentimentalismo
do romantismo tardio, passando, então, a ser compreendida de forma diferente. Que forma era essa?
9 O teatro épico do dramaturgo alemão Bertolt Brecht tinha um novo propósito. Que propósito era esse?
10 Fritz Lang foi um importante diretor de cinema expressionista. Cite dois filmes dirigidos por ele.
o que já conquistei
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