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impressão Pedagógica [ 3 ]
[ editorial ]
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AndrAndrAndrAndrAndrea Gonçalves Santos ea Gonçalves Santos ea Gonçalves Santos ea Gonçalves Santos ea Gonçalves Santos (Mtb 9355/19/195)(Mtb 9355/19/195)(Mtb 9355/19/195)(Mtb 9355/19/195)(Mtb 9355/19/195)Alessandra PAlessandra PAlessandra PAlessandra PAlessandra Potamianos otamianos otamianos otamianos otamianos (Mtb 4469/18/109)(Mtb 4469/18/109)(Mtb 4469/18/109)(Mtb 4469/18/109)(Mtb 4469/18/109)
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Impressão Pedagógica é uma publicação semestral,de circulação nacional, dirigida a diretores de escolas,
coordenadores e professores, sendo distribuída por mailingpersonalizado. Não nos responsabilizamos por opiniões
expressas nos artigos assinados.Todos os direitos reservados.
[ expediente ][ 04 ] Entrevista Hamilton Werneck
[ 08 ] O que muda no EnsinoFundamental de 9 anos
[ 10 ] Aproveite as eleições paratrabalhar a cidadania
[ 14 ] Aprendizado fora da sala de aula
[ 20 ] Alfabetização com muita diversão
[ 24 ] A importância dos projetoseducacionais
[ 28 ] Filosofia e Sociologia de volta aoscurrículos escolares
[ Ìndice ]
Armindo AngererDiretor-Geral
Grupo Educacional Expoente
Tu finges, ele fingeHamilton Werneck viaja o país, falando sobrea pedagogia do fingimento e as dificuldadesda carreira do educador
[ entrevista ]
[ 4 ] impressão Pedagógica
Você já deve ter se deparado com aquele professor que finge que ensina ou
com o aluno que finge que aprende. A situação é comum e, infelizmente,
ainda não tem prazo para acabar. Por mais que o educador se aperfeiçoe,
constantemente, a pedagogia do fingimento tem espaço em uma ou outra
instituição. O professor, consultor e escritor Hamilton Werneck até publicou
um livro sobre esse assunto. Segundo ele, ensinar
e exigir que os alunos aprendam por
aprender, sem incentivar o ato de
pensar, é um indício da
pedagogia do fingimento. Mas o
magistério, claro, não se resume
ao fingimento de alguns
professores e alunos. É
importante manter-se atualizado e
interessado pela função social do
educador. E, para isso acontecer deve-
se investir na educação permanente.
Confira esse e outros assuntos na
entrevista que Hamilton Werneck
concedeu à Impressão
Pedagógica.
[ 4 ] impressão Pedagógica
Impressão Pedagógica– Em seu
livro Se Você Finge que Ensina,
Eu Finjo que Aprendo, é defendida
a idéia de que professores e
alunos estão envolvidos numa
farsa. Você pode enumerar
algumas situações para
exemplificar essa idéia?
Hamilton Werneck – Se o trabalho
em grupo, nas aulas, torna-se uma
conversa fiada, então, não há um
fato pedagógico relevante. Trata-se
de fingimento consentido de ambas
as partes. Depois, quando os traba-
lhos são feitos e assinados, poden-
do ter sido trabalho de um só, a
nota vai para todos, sem o profes-
sor saber quem, de fato, sabe. Tra-
ta-se de uma ilusão. Ensinar o que
não é atual e útil, outra ilusão. Ensi-
nar e exigir que os alunos aprendam
o que não leva ao hábito de pensar
por si só é outra farsa. Exigir, nos
dias de internet, que os alunos de-
corem, outra perda de tempo. Ensi-
nar conceitos livrescos quando es-
tão cheios de erros, como as defini-
ções de ilha e triângulo, a explica-
ção da órbita da Terra.
impressão Pedagógica [ 5 ]
em relação ao Sol, tudo uma gran-
de perda de tempo. Mas por que
isso ocorre? Muito simples: os pro-
fessores são “pilotos de livros didá-
ticos”, e não agentes de transforma-
ção.
IP – Quais motivos levam um
professor a adotar a Pedagogia do
Fingimento com seus alunos?
Hamilton Werneck – Muitos
professores, escolas e sistemas
estão trabalhando mecanicamente,
sem pensar no que estão fazendo.
Trabalham e, por vezes, trabalham
muito, porém fazem o que o
programa manda, sem levar em
conta o contexto dos alunos. O
fingimento não é pensado, nem
acatado, nem se trata de uma
forma de ação consciente. Trata-se
de uma ação involuntária, quase
que automática, de pessoas que
refletem pouco. Ou seja: não
pensam o próprio
pensar.
IP – Você costuma dizer que a
educação permanente e a
conexão são duas tendências em
nossa sociedade. O que isso
significa?
Hamilton Werneck – Assim como
você não compra um produto num
supermercado com data de
validade vencida, os alunos
também não gostam de assistir a
aulas com professores
desatualizados. Para se manter
atualizado, só por meio de uma
formação permanente, que poderá,
até mesmo, ser administrada pelo
próprio professor, por leituras e
debates com seus próprios
colegas. A questão é que, muitos,
no magistério, sempre esperam que
os dirigentes organizem a formação
permanente. Deveriam, sim,
organizá-la. No entanto, se eles não
a organizam, nada impede que o
próprio interessado, o professor,
procure se organizar tendo em vista
essa formação. Sem isso, não se
vai adiante a lugar algum e a
profissão alguma. O segundo
tópico da pergunta fala de conexão.
Pois bem, no mundo atual, com os
assumem, de fato, essa postura
política, fazendo disso uma
bandeira e levando essa
“politicagem” a sério?
Hamilton Werneck – Buscando
recurso em Pierre Bourdier,
afirmamos que não há escola
neutra. Pode não existir uma escola
partidária (político-partidária), mas,
na macropolítica, as escolas são
políticas. Como se desenvolve o
conceito de poder nas escolas? A
meios de comunicação que
existem, é importante estarmos
conectados. Conectar-se com os
colegas de colégio, de série e de
turma; conectar-se pela internet,
por vários tipos de
correspondência. Essa conexão
visa, antes de mais nada, à troca de
informações e de conhecimento.
Quanto maior a rede de conexões,
maiores as oportunidades de
formação permanente.
IP – Ainda que não apóiem ou
banquem campanhas políticas
nem se envolvam com partidos,
você afirma que todas as escolas
são políticas, pois permitem e
incentivam os trabalhos em
equipe, promovem o diálogo e se
organizam. Mas as escolas
escola busca a legitimidade
árquica, télica, tectônica ou tópica
do poder, relembrando os capítulos
finais de meu livro Ensinamos
Demais, Aprendemos de Menos?
As relações de submissão, a
começar pela do próprio corpo, às
normas disciplinares existentes e à
metodologia das aulas indicam
pistas para a democracia ou
autocracia? A escola é uma
representação da sociedade,
podendo não ser sua fiel
reprodutora, embora Louis
Althusser, no livro Ideologia e
Aparelhos Ideológicos de Estado,
afirme que as escolas são
aparelhos reprodutores. Ao
reproduzir, a escola faz política no
sentido macro, não no sentido
“Muitos professores, escolas e sistemas
estão trabalhando mecanicamente, sem
pensar no que estão fazendo. Trabalham
e, por vezes, trabalham muito, porém
fazem o que o programa manda.”
[ 6 ] impressão Pedagógica
micro. Existem grêmios estudantis
ou representação dos estudantes
para dialogar com os educadores?
Existindo ou não, em ambas as
práticas, está embutido um
conceito político. Nesse sentido,
toda escola faz política.
IP – O que é o conteúdo oculto?
Hamilton Werneck – Chamamos de
conteúdo oculto o que os alunos
percebem no ato educador, que, no
entanto, não aparece nos
programas, nos objetivos e nos
conteúdos. Ele está presente nas
atitudes, no modo de fazer o
trabalho, nas relações entre
educandos e educadores. Paulo
Freire diz que deveríamos chegar a
um momento em nossa vida
profissional em que “nossa fala
deveria ser a nossa prática”. Se as
ações educativas ocorrem nessa
visão freiriana, o conteúdo será
manifesto. No entanto, se as ações
são veladas, despercebidas, então,
o conteúdo é oculto, e o educando
acaba por concluir na direção que
a cultura deseja, sem ter sido
aconselhado para tirar tais
conclusões.
IP – A avaliação é uma das
ferramentas pedagógicas. Você
acredita que corrigir uma prova
apenas analisando as respostas
é um método falho?
Hamilton Werneck – Quando um
professor corrige as questões de
uma prova pela resposta final, está
deixando em segundo plano a
análise do processo. Marshall
McLuhan, em 1963, no livro Meios
de Comunicação como Extensão da
Pessoa Humana, lembra que “a
queda é mais importante que a
contusão”. Isso significa que o
processo, o caminho seguido é o
mais importante para avaliar o que
um aluno, de fato, sabe. O
acompanhamento do
desenvolvimento de uma resposta
permitirá uma análise mais acurada
dos erros e o professor saberá
quais domínios o seu aluno tem ou
precisa adquirir. A uma conclusão,
portanto, chega-se: professores mal
pagos, saturados de trabalho, e que
necessitam atender a todas as
exigências burocráticas das provas
e notas do bimestre não terão bom
desempenho como avaliadores e
educadores. Serão muito mais
“pilotos de livro didático” que
“agentes de transformação”.
IP – O professor é também uma
das vítimas da péssima qualidade
de ensino que ainda existe em
algumas instituições que tratam a
educação sem lhe dar o devido
valor. O professor, ao seu ver,
continua passivo frente a essa
situação?
Hamilton Werneck – O professor,
mesmo não aderindo à
“vitimologia”, pode ser vítima do
processo que atinge a educação.
São salários baixos, desvios de
verbas, desconsiderações por parte
da sociedade. Muitas vezes, dele
tudo se exige e pouco se oferece. O
Brasil desenvolve, ainda, a
educação da quantidade em
detrimento da qualidade. Não se
pode negar que a educação do
passado, mesmo nas escolas
públicas, era muito boa. No
entanto, é preciso avaliar melhor
essa questão, porque não era a
grande massa da população que
estudava nessas escolas; eram,
exatamente, os membros das elites
rurais e urbanas. Havia qualidade,
mas para um grupo muito reduzido
de pessoas. Hoje, desenvolve-se a
quantidade: quase todas as
crianças estão nas escolas, mas as
escolas ensinam o que não se
precisa aprender, descuidam do
pensar e do sentir, não se prendem
ao “aprender a aprender”. Isso
significa que podemos desenvolver,
facilmente, uma pedagogia para o
pobre continuar pobre. E ser
agente pedagógico de uma
situação dessas é uma lástima que
desencanta qualquer mestre
responsável que tenha o mínimo de
discernimento em relação as suas
ações profissionais.
“Algumas provas trazem um espaço
retangular ou quadrado abaixo das questões
para as respostas. O professor muito
atarefado ganha tempo ao corrigir, porém
não sabe da evolução de seus alunos.”
impressão Pedagógica [ 7 ]
O papel pedagógicodo conflito
[ artigo ]
Em qualquer ambiente social e,
como não poderia ser diferente, no
ambiente escolar, as relações
interpessoais são envolvidas por
afetividade que também pode
compreender situações de
desavenças no cotidiano. Ver como
naturais essas manifestações e
compreender que são
oportunidades de aprendizagem
representa um desafio para nós
professores. Os conflitos podem
ter contextos construtivos ou
destrutivos, dependendo da postura
que temos, pois mesmo não
fazendo nada transmitimos uma
mensagem. Em qualquer relação
educativa, haverá crises ou atritos
que podemos considerar como
ocorrências naturais nas relações
humanas. Considerando-as como
parte do processo de
desenvolvimento do ser humano,
penso que podemos planejar
intervenções que favoreçam a
construção autônoma das crianças,
ou adolescentes, na resolução dos
conflitos.Há uma grande tendência emgastarmos tempo e energia paraprevenir ou evitar conflitos.Pensando que quanto maiscooperativas forem as criançasmais conflitos surgirão, podemosplanejar situações deaprendizagem que as envolvam.
Por exemplo, discutindo as
conseqüências da “fofoca”,pode-se
pedir para que os envolvidos
discorram sobre como se sentiram.
Situações de mentira são ótimas
oportunidades para refletir sobre a
necessidade da veracidade. Em
circunstâncias de agressões físicas
e verbais, possibilitar que os alunos
reconheçam os sentimentos dos
outros e resolvam as desavenças
por meio do diálogo. Isso amplia a
consciência do certo e do errado,
do bem e do mal e torna os
indivíduos solidários e competentes
para manter relacionamentos
saudáveis. Expressar os
sentimentos sem causar danos nos
outros é uma ótima experiência
para controlar explosões de raiva.
Isso envolve a descentração e a
reciprocidade, condições
necessárias para considerar as
perspectivas e os sentimentos dos
outros. Os pequenos furtos podem
servir para as crianças aprenderem
o significado de emprestar e não
pegar o que não lhes pertence semautorização. Crianças precisamaprender a lidar com a frustração, atristeza, a perda, a raiva ecompreender que isso faz parte dossentimentos humanos.Geralmente nós, professores,tendemos a resolver os conflitosentre as crianças, retirando-as do
processo e não lhes
proporcionando a oportunidade de
aprenderem com o conflito. O fato
de não solucionar por elas não é
sinônimo de largá-las à própria
sorte. A intervenção do professor
acontece à medida em que ele
explicita o problema de tal forma
que as crianças possam entendê-lo,
ajuda-as a verbalizar seus
sentimentos e desejos, promove
uma interação, auxilia-as a se
escutarem e convida-as a
colocarem sugestões e proporem
soluções. O professor promove o
autoconhecimento quando ajuda a
criança a refletir sobre seus
sentimentos e tendência de
reações.
Acreditemos que as crianças são
capazes de resolver seus conflitos,
mas lembremos, também, que
nossa postura e mediação são
parte do processo de
aprendizagem.
Maria Luiza Pick,graduada em Pedagogia epÛs-graduada emModalidades de IntervenÁ„o noProcesso Ensino/Aprendizagem, pela PUC/PR.Coordenadora, da EducaÁ„oInfantil ‡ 4™ sÈrie, do Expoente.
impressão Pedagógica [ 7 ]
por Maria Luiza Pick
[ 8 ] impressão Pedagógica
O Ensino Fundamental de 9 anos já
é uma realidade em muitos
municípios brasileiros. O que o
Ministério da Educação quer fazer,
até 2010, é uniformizar esse nível de
ensino em todo o país, atualizando
o currículo escolar dos estudantes,
a exemplo do que acontece em
MEC quer uniformizar EF em todoo Brasil até 2010
Mudanças no EnsinoFundamental
todos os outros países da América
Latina. O MEC orientou que cada
Conselho Estadual da Educação
defina em sua região quando o
Ensino Fundamental de 9 anos
deve ser incorporado à realidade
das escolas, tendo o ano de 2010
como prazo máximo para isso. Em
São Paulo, o Conselho
Estadual de Educação
definiu que o EF de 9
anos deve ser
implantado até 2010.
Um dos objetivos
dessa padronização é
permitir que mais
crianças comecem a
freqüentar as escolas
(com o EF de 9 anos,
o pai é obrigado – por
lei – a matricular seu
filho com 6 anos e não
mais com 7). O
conteúdo escolar não
sofrerá grandes
mudanças. Apesar de
ingressar no Ensino
Fundamental com 6
anos, o período de
desenvolvimento da
O Ministério da Educação eCultura (MEC), disponibilizouem seu site(www.mec.gov.br) um FAQde perguntas maisfreqüentes sobre o EnsinoFundamental de 9 anos.Você pode ter acesso àsperguntas e respostas noPortal Escola Interativa(www.escolainterativa.com.br).
criança deverá ser respeitado. As
atividades ainda serão alusivas ao
mundo infantil e os pequenos
ingressarão no ciclo de
alfabetização. “A criança de 6 anos
ainda é aquela que brinca e as
atividades são mais infantis. Logo,
ela não terá o mesmo conteúdo
(pedagógico) da criança com 7
anos”, explica Francisco das
Chagas Fernandes, secretário da
Educação Básica do MEC.
Adaptando-se plenamente à nova
realidade, o Sistema de Ensino
Expoente manterá até 2010 todos
os seus materiais didáticos
atualizados, tanto para o Ensino
Fundamental de 8 anos, como para
o de 9 anos.
[ 8 ] impressão Pedagógica
[ 10 ] impressão Pedagógica
Cidadania seaprende na escola
Aproveite as eleições para desenvolver aconsciência política em seus alunos
PMDB tem o maior número de candidatos;
Heloísa Helena trabalhou como bóia-fria; Lula
considera aceitar o convite para debate elei-
toral; Apoio de Aécio a Alckmin não deve ser
tão enfático. As frases acima foram retiradas
das manchetes de alguns jornais no dia 3 de
agosto de 2006. Mas, se você está se per-
guntando o que isso tem a ver com a rotina
escolar, a resposta é simples: tudo. Afinal, as
eleições de 2006 são um ótimo momento para
se trabalhar o tema cidadania e mostrar aos
seus alunos que o voto consciente é sim ca-
paz de mudar a sociedade.
“Alguns alunos vêem os políticos como de-
sonestos, negligentes, corruptos, que visam
apenas ao lado financeiro e egocêntrico e dei-
xando o interesse maior pelo bem comum da
sociedade. Por outro lado, temos estudantes
que, depois das nossas discussões em sala
de aula, adquirem uma visão mais ampla, le-
vando em conta que a política não pode ser
vista somente como algo negativo, mas sim
como a solução dos problemas da socieda-
de”, analisa Alessandro Luis Mombach, pro-
fessor de Filosofia do Colégio Expoente.
Mas, para chegarem às próprias conclusões,
os alunos precisam de estímulo. O professor
Alessandro, por exemplo, trabalha com muita
leitura, reflexão de grupo e discussões.
“Conscientizo os adolescentes da realidade
[ 10 ] impressão Pedagógica
impressão Pedagógica [ 11 ]
social e política de nossa sociedade
mostrando que um bom futuro de-
pende de boas atitudes no presen-
te, sobretudo, de que o voto cons-
ciente é a única forma de tornar-
mos nosso país mais justo e hu-
mano”, diz.
Cuidado,porém, para não lembrar da
cidadania apenas em época de elei-
ção. É importante exercitá-la diaria-
mente. “Parto do princípio que a sala
de aula é uma célula desse imenso
corpo que é a sociedade, por isso é
preciso viver a cidadania, respeitan-
do os direitos e deveres do aluno
na sala de aula e no espaço esco-
lar”, defende o professor, lembran-
do que o exercício da cidadania não
tem idade.
É possível trabalhar, de acordo com
a faixa etária de cada turma, valores
como honestidade e respeito por
todos e tudo que está a nossa volta.
“Acredita-se que não nascemos seres
humanos, mas sim, tornamo-nos
seres humanos por meio de
experiência e convivência com o
outro. Devemos desenvolver nos
alunos o espírito solidário, visando
mais ao bem comum e altruísta do
que a um bem individual e egoísta”,
conclui o ensinador.
Estudantes vão às urnasNa escola Vivendo o Verde, em São Bernardo do Campo (SP), votar é
um dever de todos, não importa a idade. A primeira experiência dos
estudantes, do maternal à 8a. série do Ensino Fundamental, diante das
“urnas” foi no referendo popular sobre a comercializaçã o de armas no
país, em 2005. O projeto empolgou tanto os pequenos cidadãos que a
instituição vai repetir a dose para as eleições de 2006.
Na época do referendo, as turmas de 6a. série dividiram-se em dois grupos.
Um, a favor da comercialização das armas e outro, contra. Os alunos
ficaram responsáveis pelas campanhas. Para isso, pesquisaram em detalhes
o tema, realizaram, todas as semanas, o “horário eleitoral” – quando
passavam em todas as classes defendendo seu ponto de vista e informando
os colegas – e colaram cartazes por toda a escola.
Já a 7a. série fez o papel do Tribunal Regional Eleitoral e o Tribunal Superior
Eleitoral ficou por conta da a 8a.. As turmas mostraram o que era permitido
e proibido nas campanhas, confeccionaram títulos de eleitor para todos
os alunos e dividiram a escola em seções eleitorais para o tão esperado
momento da votação.
“Percebemos que, antes do trabalho, os alunos não se envolviam. Depois,
passaram a ser mais críticos e entenderam a importância de ter opinião
própria, baseada no conhecimento”, conta Kátia Navarro Alves, professora
de Filosofia do Ensino Fundamental II (5a. a 8a. série).
Em 2006, os trabalhos na Vivendo o Verde já começaram. As turmas de 7a.
e 8a. séries do Ensino Fundamental fazem novamente as vezes de TRE e
TSE. Já a 6a. série continua responsável pelas campanhas, mas para não
ter que representar um candidato, a instituição decidiu que os alunos
votariam melhorias para a escola. Os grupos se dividiram e defendem,
entre outros benefícios, a pintura do muro e a construção de uma pista
de corrida. “O tema é aproveitado em todas as disciplinas. Em Matemática,
foram trabalhados gráficos de pesquisas, e, em História, os professores
mostraram como era o processo eleitoral antigamente”, conta .
Quem vencerá as eleições escolares? Isso não importa, os alunos do
Vivendo o Verde já saíram ganhando quando entenderam o valor do voto.
impressão Pedagógica [ 11 ]
[ 12 ] impressão Pedagógica
Como vive oprofessor brasileiroDificuldades são muitas, mas docentesnão pensam em desistir
O salário de um professor, na
Educação Infantil, é cerca de vinte
vezes menor que o de um juiz. Para
garantir o próprio sustento, 25%
dos docentes trabalham mais de 40
horas semanais e acabam sem
tempo de preparar aulas criativas e
inovadoras. A infra-estrutura também
deixa a desejar: 80% das escolas
brasileiras não contam com
laboratórios de ciências e 45% não
têm nem bibliotecas. É difícil ser
professor no Brasil, mas, mesmo
com números tão decepcionantes,
a arte de ensinar continua
encantando e reunindo cada vez
mais adeptos. Atualmente, existem
2,6 milhões de docentes no país,
responsáveis pela educação de 57,7
milhões de alunos. E, nos últimos
anos, o número de ingressos nos
cursos de graduação que oferecem
licenciatura mais que dobrou,
passando de 166 mil, em 1991, para
362 mil, em 2002.
Segundo a pesquisa O Perfil dos
Professores Brasileiros: o que fazem,
o que pensam, o que almejam,
realizada pela Unesco, em parceria
com o Instituto Paulo Montenegro,
com o Instituto Nacional de Estudos
e Pesquisas Educacionais (Inep) e
com o Ministério da Educação,
apenas 10% dos docentes declara-
ram o desejo de largar a profissão,
enquanto 72,2% enxergam a
educação como principal maneira
para formar cidadãos conscientes.
Além disso 60,5% ainda sonham em
desenvolver a criatividade e o
espírito crítico de seus alunos.
Confira a história de dois
professores que deixam de lado as
dificuldades e vivem a experiência
da educação com muito orgulho.
Existem cerca de 2,6 milhıes deprofessores no Brasil
15% dos professores brasileirosest„o na �rea rural
80% dos docentes de EducaÁ„oInfantil, Ensino Fundamental eMÈdio atuam na rede p˙blica
impressão Pedagógica [ 13 ]
Exemplos de dedicação“Meu pai era advogado havia 42 anos; tinha uma carreira brilhante,
e quando fui escolher minha profissão, eu era muito indeciso. Me
sentia pressionado a seguir os passos dele, pois todos diziam que
seria mais fácil, que eu já começaria a carreira com a garantia de
ter clientes e um nome no mercado. Enfim, me deixei influenciar.
Resultado: fiz Direito e me formei, mesmo sabendo que não estava
feliz. Como já dava aulas de Inglês, aproveitei e resolvi fazer Letras
na Universidade Federal do Paraná. Ensinar já era a minha paixão
e decidi investir.
Tive a oportunidade de fazer um curso em Londres e me encantei
pela história da Língua Inglesa. Em seguida, fui para Edimburgo,
fiquei lá por um tempo e quando voltei ao Brasil fiz pós-graduação em Língua Inglesa – Introdução e
Metodologia de Ensino.
Como adoro cantar tango, também aprendi o Espanhol sozinho e, para aperfeiçoar, fiz muitos cursos de
especialização. Tenho muitos amigos argentinos e aproveitava as férias para ficar um tempo mais longo em
Buenos Aires, praticando o idioma.
O que mais me fascina é passar o meu conhecimento e ver que isso pode transformar outras pessoas. Para
a minha família não foi fácil, sei que os decepcionei, até porque a área educacional não é muito
valorizada no Brasil. Mas valeu a pena, poderia ser muito mais rico hoje, mas com certeza não seria tão
feliz. Acredito que o homem deve pôr seu coração em tudo o que faz. Se fizer isso com certeza terá
sucesso.”
“Sou professora há 24 anos e acredito que educação se faz com
amor, paciência e comprometimento. Para garantir bons
resultados com a turma, faço questão de falar baixo com eles.
Não é preciso gritar para impor respeito, converso sempre e
explico tudo. Tem o caso de um aluno que nenhum professor
queria por problemas de comportamento. Percebi que era
dificuldade de aprendizado, consegui que ele freqüente uma aula
de apoio com menos alunos e está progredindo bastante. Isso é
gratificante!
Esse ano assumi pela primeira vez uma turma de inclusão. Minha
primeira reação foi o receio, mas decidi superar meu medo e
correr atrás do assunto. Fiz muita leitura, troquei idéia com outros
profissionais e busquei orientação junto à APAE. Agora estou confiante e adorando o trabalho.”
Alexandre Bastos Penteado, professor deInglês e Espanhol, no Expoente.
Luzia Rosana da Silva Lima, professora da4ª série do Ensino Fundamental, nomunicípio de Paranaguá, no Paraná.
Ensino além da escolaCom aulas-passeio, o aluno vivencia
o que aprende em sala
Giz e apagador e quadro-de-giz.
Essas são suas únicas ferramentas
para dar aula, ao lado do material
didático? Muitos professores já
descobriram que o mundo todo é
uma sala de aula. O ambiente
externo propicia enriquecimento e
permite que os alunos vivam e
experienciem o que existe no
material didático. Levar o aluno
para um passeio é uma
metodologia cada vez mais (bem)
empregada por docentes, da
Educação Infantil ao Ensino
Superior.
O pedagogo francês Célestin
Freinet é um dos precursores das
aulas-passeio, ou estudos de
campo, como também é conhecida
essa prática didática. Ele integrou o
movimento da Escola Nova, na
década de 20, e propagou a idéia
de que o conhecimento do aluno
se forma à medida em que ele
experimenta o que aprende em sala
e é estimulado a criar suas próprias
hipóteses e conclusões.
A aula-passeio que o professor
Edivan Coelho Kremer idealizou, no
Expoente em Florianópolis (SC),
não será esquecida tão cedo pelos
seus alunos do Ensino Médio. A
disciplina de Geografia tornou-se
mais compreensível quando os
estudantes fizeram uma trilha
ecológica da Praia do Santinho à
Ponta das Aranhas, no litoral
catarinense. “Divertir-se
aprendendo e conhecendo novos
ambientes é didaticamente perfeito
para o desenvolvimento do aluno”,
afirma o professor Edivan.
Graças à interdisciplinariedade, os
alunos do professor Edivan
conheceram não só os aspectos
geográficos da região onde a trilha
foi realizada, como também
incorporaram o ideal de vida
saudável, disseminado nas aulas
de Educação Física. “Hoje
vivemos no mundo da
informação. As informações
por si só são recebidas e
compreendidas por várias
áreas do conhecimento. Nesse
sentido, já que a intenção é a
aprendizagem, não existe nada
melhor que vários profissionais,
das mais variedades áreas do
conhecimento, falarem e
trabalharem em conjunto.
O aprendizado, assim, torna-se
coeso e pleno”,explicou Edivan.
ì Toda a atividadeextraclasse È
bem-vinda, n„o sÛpara o aluno como
para a prÛpria escola.î
[ 14 ] impressão Pedagógica
impressão Pedagógica [ 15 ]
As crianças estavam com a vida à
deriva e prestes a ingressar em um
mundo pouco produtivo. Ouviam
funk e adotavam
posturas rebeldes.
Sem usar de
opressão, mas com
muita arte e cultura, o
Centro Educacional
Souza Poletti
apresentou um novo
caminho a elas e,
mais, proporcionou o surgimento de
pequenos grandes fãs de Vinicius
de Moraes, o Poetinha. “Os alunos
estavam envolvidos com rebeldes,
ouviam músicas sem muito sentido
e buscamos nos trabalhos do
Vinicius de Moraes uma forma de
mudar isso”, conta Fabiane Poletti,
coordenadora pedagógica da
instituição, que fica em Nova
Friburgo (RJ). A partir daí, as
reuniões com professores tornaram-
se o ponto de encontro para que se
definissem as características do
projeto, que se chamou Vinicius de
Moraes: para criança e gente
grande. Resistência houve, mas foi
contornada com muita informação a
respeito do compositor carioca,
símbolo da geração bossa nova no
Brasil. “Alguns professores e
Poetinha inspiraprojeto pedagógicono Rio de Janeiro
[ conveniadas ]
alunos não queriam e nem conhe-
ciam os trabalhos do Vinicius de
Moraes, mas dis-ponibilizamos a
eles cds e dvds, e as
pesquisas na internet
ajudaram a fazer com
que todos aderissem à
idéia”, lembra a
coordenadora.
As atividades foram
interdisciplinares,
envolvendo todas as
disciplinas do colégio, que oferece
ensino da Educação Infantil à 2a.
série do Ensino Fundamental. As
crianças foram incentivadas a
utilizar as diferentes linguagens
(verbal, gráfica, plástica, corporal,
etc.) e conheceram a história e as
participações sociais e políticas da
sociedade, na época da bossa
nova, nas décadas de 50 e 60.
Como resultado das experiências
viabilizadas pelo projeto, os alunos
do Souza Poletti, criaram livros de
poesias, murais, desenvolveram
coreografias e incluíram a arte de
Vinícius no cotidiano escolar. “Na
aula de cozinha experimental, as
crianças prepararam pão de mel,
em função de uma poesia que fala
sobre as abelhas”. Em Ciências, as
crianças estudaram o hábitat e as
características dos animais que
compõem a clássica obra Arca de
Noé. Na disciplina de Língua
Portuguesa, elas fizeram um estudo
sobre poemas e desenvolveram o
prazer pela leitura.
Com tanta mobilização em torno do
projeto pedagógico, os pais também
tiveram sua participação.
“Colocávamos bilhetinhos na
agenda dos alunos, para que os
pais pudessem acompanhar o
projeto. Muitos pais se envolveram,
pediram C Ds emprestados para
conhecer melhor o Vinicius”,
conta a coordenadora.
O projeto foi concluído com uma
apresentação no teatro SESC, de
Friburgo, quando cerca de 300
pessoas prestigiaram as
apresentações culturais, incluindo o
coral de professores. “A
participação de todos foi
surpreendente.
Os alunos compreenderam a
verdadeira
função
da Arte em
nossas vidas”,
comentou,
satisfeita, a
coordenadora
Fabiane.
[ 16 ] impressão Pedagógica
Os alunos continuam sendo a priori-
dade, mas no colégio Cermac, em
São Paulo, a educação também é
para toda a família. Foi pensando
em melhorar a relação entre pais e
filhos que a instituição está promo-
vendo, de agosto e outubro, dez
ciclos de debate com temas impor-
tantes para manter o bom relacio-
namento entre adultos, crianças e
adolescentes.
“A parceria entre a escola e a famí-
lia é fundamental para o trabalho
ter um resultado positivo. Os pais
também precisam de ajuda, pois
muitas vezes se sentem perdidos.
Essa proximidade é importante,
Educação paratoda a família
[ conveniadas ]
Escola aproxima pais e filhos, comciclo de palestras
pois para dar uma educação
de qualidade, a escola e os
responsáveis devem falar a
mesma língua”, explica
Lilian Siqueira, coordena-
dora pedagógica do Ensi-
no Fundamental II e do
Ensino Médio.
Durante esses eventos, rea-
lizados todas as quartas-
feiras pela Escola de Pais do
Brasil, são discutidos assuntos
como Amor e Segurança; Sexualida-
de Humana, Educar Hoje e Mãe,
Esposa e Mulher. Além de ouvir os
palestrantes, os familiares presentes
ainda podem trocar experiências,
compartilhar dúvidas e preocupa-
ções. “É importante, pois eles perce-
bem que outras famílias também
passam pelas mesmas dificuldades e
sentem-se mais seguros”, analisa a
coordenadora.
A Escola de Pais do Brasil é uma
sociedade civil, sem fins lucrativos,
que atua na educação de pais em
todos os estados. Formada por vo-
luntários, tem como objetivo
conscientizar os responsáveis do
seu papel na educação e promover
uma maior aproximação entre a
família e a escola na perspectiva de
uma educação integral do ser hu-
mano.
CERMAC COMPLETA 30 ANOS
O colégio Cermac em São Paulo,
começou como Escola de Edu-
cação Infantil Abelhinha, em 1976.
Hoje, a instituição atende alunos
do maternal ao Ensino Médio e
tornou-se referência na região.
Tendo como proposta pedagógica
o sociointeracionismo, o Cermac
acredita que o processo de ensino-
aprendizagem tem início no nasci-
mento da pessoa e é interminável.
O Cermac e o Expoente são
parceiros há 14 anos.
“Acompanhamos todo o processo
de atualização e aperfeiçoamento
do material didático do Expoente
e, desde 2000, utilizamos os
volumes da Educação Infantil ao
Ensino Médio. A continuidade do
uso se deve à confiança que
temos na equipe do Centro de
Excelência em Educação Expoente
(CEEE)”, diz Rosa Maria Castanho,
diretora do Cermac.
impressão Pedagógica [ 17 ]
Pequenosgrandes poetasAlunos recitam poemas em evento queenvolve toda a comunidade
[ conveniadas ]
A primeira edição do projeto Poetizando, na escola
Novo Espaço, em Guaratuba (PR), foi realizada com
um certo receio. A educadora Rosana Wachoholz
lembra que alunos, e até mesmo professores, achavam
que a poesia não seria muito bem aceita, por conta do
tabu que existe em relação a essa forma de linguagem.
Mas o evento, que neste ano chegou à terceira edição,
mostrou um outro lado desse “verso”. A cada edição
do Poetizando, o interesse das crianças aumenta e o
resultado prático é visível. Por conta do projeto, a
escola, que trabalha com Educação Infantil e Ensino
Fundamental, passou a respirar poesia. Os pequenos
da Educação Infantil trabalham com a linguagem
figurada, gravuras e leitura de imagens. Os alunos
maiores produzem seus próprios textos e os recitam na
entrada de aula e no recreio. “Os alunos passaram a dar
vida aos poemas. Eles não os falam em voz alta
apenas, eles recitam. A vergonha de se expor que
tinham na primeira edição não existe mais. Hoje eles
entendem que, recitar um poema, envolve
movimentação, gestos, a fisionomia do rosto muda”,
conta Rosana, diretora da instituição.
Mas o Poetizando não pára nessa estrofe. Os
estudantes e professores se envolvem na cenografia,
coreografia e sonorização e sempre acontece uma
grande apresentação, aberta ao público que, inclusive,
atrai a atenção de alunos de outras instituições. O III
Poetizando aconteceu no primeiro semestre desta ano
e houve até torcida organizada para os pequenos
artistas, que recebem medalhas e certificados de
Encontros TemáticosOs Encontros que o Expoente realizou neste
ano com as escolas conveniadas ofereceram
palestras e oficinas de capacitação a treze
cidades brasileiras. As fotos dos eventos estão
disponíveis no Portal Escola Interativa
w w w.escolainterativa.com.br
participação como reconhecimento. “O local neste ano
lotou. Havia, com certeza, mais de 200 pessoas no
evento”, diz Rosana, contente com o rumo que o
projeto tomou.
Uma ferramenta e tantoA poesia é um recurso pedagógico muito utilizado nas
escolas. Não só os professores de Língua Portuguesa
e Literatura usufruem dessa linguagem com crianças e
adolescentes. É possível incorporá-la em diversos
temas, promovendo uma interdisciplinaridade
proveitosa. No ensino de Ciências, História, Geografia,
Artes e até mesmo de Matemática é possível apresentar
aos alunos os grandes nomes da poesia brasileira.
Ganha o aluno, que não só aprende o conteúdo
curricular, mas também expande seu conhecimento, e
ganha a instituição, que imedie uma imagem
comprometida com a valorização da arte e da cultura
brasileira.
impressão Pedagógica [ 17 ]
[ 18 ] impressão Pedagógica
Buscando melhorias para a sociedade
[ conveniadas ]
Há 23 anos no mercado, a escola
O Pequeno Polegar, em São José
dos Pinhais, Região Metropolitana
de Curitiba (PR), sempre se preocu-
pou em contribuir para a melhoria
da sociedade. Justamente por bus-
car resultados que beneficiem a
todos, a instituição recebeu, em
junho de 2006, os prêmios Top Of
Mind, realizado pelo Instituto
Brasileiro de Pesquisa e Opinião
Pública (Inbrap); e o Expoente da
Grande Curitiba, votado pela Câma-
ra dos Vereadores de Curitiba, am-
bos na categoria Educação Infantil e
Pré-escola. “Ficamos muito felizes
de ver que o nosso trabalho é reco-
nhecido por todos e com isso a
gente percebe que está no caminho
certo”, orgulha-se a diretora da es-
cola, Terezinha de Fátima
Andriguetto, mais conhecida como
Tia Lula. Como na instituição a pre-
ocupação com o futuro dos alunos
começa cedo, no primeiro semes-
tre de 2006, os estudantes da Edu-
cação Infantil trabalharam o projeto
Contos de Fadas. Cada turma tra-
tou de uma história infantil e de um
valor referente a ela; como por
exemplo, os temas respeito pelos
animais e pela natureza, com a
peça A Arca de Noé; a importância
da família, com os Três Porquinhos;
e a amizade, com A Branca de
Neve. No final do período, os alu-
nos apresentaram
os projetos para os pais e
familiares. “A escola é a principal
responsável pela leitura e nós
trazemos os pais justamente para
que eles entendam a importância
do trabalho e possam dar
continuidade e estimular seus filhos
em casa”, conta a diretora.
Projeto orienta escolha profissionalDecidir qual carreira seguir é um dos momentos mais difíceis na vida de um estudante. Ao perceber que esse
período estava gerando ainda mais sofrimento e ansiedade aos adolescentes por causa da falta de informação, os
educadores do Colégio Criativo, em Natal (RN), decidiram agir e, em 2006, colocaram em prática o projeto Profissões.
“Percebemos que, mesmo com tantos veículos à disposição, os estudantes não têm a menor idéia de como é a rotina
nas mais variadas profissões”, conta a coordenadora pedagógica da instituição, Maria Zildete Nunes Aires.
Como informação nunca é demais, os professores decidiram incluir todos os estudantes no
projeto. Cada turma, da 1a. série do Ensino Fundamental ao 3o. ano do Ensino Médio, ficou
responsável por uma profissão. “É claro que cada classe está trabalhando dentro da sua
capacidade de compreensão. Mas achamos importante incluir os pequenos, pois assim
eles já vão se familiarizando com as carreiras. O projeto tem despertado o interesse
de todos”, orgulha-se a coordenadora.
Num primeiro momento as turmas fizeram pesquisas sobre as mais variadas
profissões. A 6a. série ficou responsável pela Ciência da Computação e a 2a. série
do Ensino Fundamental por Letras. Depois, cada classe recebeu um profissional
da sua área de estudo para uma palestra e visitou ambientes reais de trabalho. A
conclusão do projeto será realizada em novembro quando as turmas organizarão
uma grande feira para expor seus trabalhos e trocar informações.
impressão Pedagógica [ 19 ]
Um dos diferenciais do Material
Didático Expoente é a capa
temática que, a cada ano, estampa
um assunto sugerido para ser
trabalhado de, maneira
contextualizada, pelos educadores
que utilizam o Sistema de Ensino
Expoente. Em 2007, o tema
proposto é a Pluralidade Cultural.
A sugestão é que seja feita a
abordagem das diferenças entre os
povos dos quatro cantos do
mundo, quebrando barreiras,
diminuindo preconceitos e
preparando crianças e adolescentes
para viver e conviver com o que é
novo,com o que é diferente. “A
globalização permitiu que muitas
fronteiras se extinguissem.
Como hoje temos acesso a
culturas distintas, precisamos
incentivar os alunos a respeitar as
diferenças e a conviver com
elas”, justifica Rosalina Soares,
gerente do Centro de Excelência
em Educação Expoente (CEEE),
responsável pela elaboração
Pluralidade culturalAssunto é o tema do
Material Didático Expoente em 2007
do Material Didático Expoente.
Por meio das capacitações e das
assessorias pedagógicas, a equipe
do CEEE apresentará formas de se
trabalhar a pluralidade cultural,
que será dividida em tópicos como
dança, artesanato,
esporte, etnia,
música,
brinquedo, arte e
cidade. O material
didático de cada
bimestre terá como
capa um desses
assuntos. A equipe de
assessoria pedagógica
ainda dará suportes às
escolas conveniadas
para que a pluralidade
cultural possa ser o tema
de um grande projeto
anual, envolvendo diversas
disciplinas. “A pluralidade é um
tema transversal e muito
enriquecedor. Ao trabalhar com
valores e diferenças entre culturas, a
instituição que adota o Sistema de
Ensino Expoente estará
contribuindo para que os
estudantes se preparem para o
futuro, quando as distâncias entre
as culturas serão ainda menores”,
comenta Rosalina. A pluralidade
consta no Plano
Nacional de Educação como um
tema essencial para a atualidade
do currículo escolar, possibilitando
a interdisciplinaridade.
Além do material didático, as
capas de agenda do aluno e do
professor também trarão
imagens referentes à pluralidade
cultural nas capas.
[ 20 ] impressão Pedagógica[ 20 ] impressão Pedagógica
impressão Pedagógica [ 21 ]
Esqueça aquela famosa cena da
professora listando o alfabeto no
quadro-de-giz e dos alunos apenas
repetindo as letras. Parece chato, e
é. Para estimular os pequenos a
construir sua própria leitura de
mundo, é fundamental mantê-los
interessados e sempre com sede
de aprender. Brincadeiras,
atividades com músicas, revistas,
placas e até anúncios são
fundamentais hoje no processo de
alfabetização.
“É importante que o professor em
sala de aula continue propiciando
o acesso a diferentes estilos de
textos. O espaço não precisa se
tornar um depósito, mas sim um
lugar onde todo o material que se
tenha esteja ao alcance das mãos
das crianças”, explica Simone
Kleina Machado, que trabalha com
Educação Infantil há 21 anos e é
professora do Infantil III do
Expoente.
Deixar o aluno criar é fundamental
para que ele desenvolva a leitura e
a escrita, sem medo de errar.
“Propor inúmeras atividades onde a
criança possa ‘ler’ e ‘escrever’,
mesmo que não de forma
requer respeito, paciênciae muito estímulo
convencional e admitir resultados
que não sejam exatamente
corretos do ponto de vista do
adulto, permitindo que o aluno
levante hipóteses e faça suas
tentativas, são atitudes que
estimulam muito o aprendizado”,
analisa Simone.
Para sentir o gosto pelo aprender,
a criança precisa se divertir. “A
criança hoje aprende por meio do
brincar. O professor é o mediador
das possibilidades do aprender e
ajuda na construção dos
conhecimentos e da prática destes
no cotidiano dos alunos”, explica a
pedagoga
Déborah de Araújo Maia.
Mas, como a maioria das
crianças já tem contato com o
mundo da letras antes mesmo
de entrar na escola, esse
processo de alfabetização
começa no início da Educação
Infantil, sem cobranças e com
muita naturalidade. “O trabalho é
feito de modo acolhedor pelo
professor que oferece à criança
a possibilidade de apropriar-se
do mundo da escrita por
meio do lúdico”, diz Déborah.
É importante lembrar, no entanto,
que, para o processo de
aprendizagem ser eficaz e sem
traumas, a escola deve respeitar o
ritmo de cada estudante. “O
professor precisa ter um olhar
diferenciado para cada aluno e
tem que considerar que os alunos
têm tempos, ritmos e formas
diferentes de aprender. A cobrança
exagerada só atrapalha a
compreensão desse complexo
processo que é ler e escrever”,
justifica a professora.
Alfabetizar é um degrau importante
no aprendizado, mas está longe de
ser o último. Portanto, é
fundamental que seja firme para
que os alunos sintam-se seguros
para seguir adiante. “É necessário
que todos os conceitos sejam
mediados, respeitando o tempo de
cada aluno e que tenham
significados para ele. Caso
contrário, a alfabetização corre um
sério risco de ser momentânea e,
aos poucos, o estudante
apresentará dificuldades de
aprendizagem no decorrer de sua
vida escolar”, conclui a
pedagoga.
Alfabetizar
impressão Pedagógica [ 21 ]
[ 22 ] impressão Pedagógica
Bê-a-bádo professor
star em sala de aula é um aprendizado diário também
para o professor. Aproveite as dicas abaixo para repensar
algumas ações e trazer novidades para os alunos.
Substitua o ato de falar pelo ato de conversar.
Descubra opiniões, idéias e desejos dos seus alunos;
dê voz a eles.
Faça da sala de aula um lugar estimulante. Proponha
jogos, lance desafios, invente brincadeiras e passeios.
O registro escrito de vivências significativas é sempre
mais rico.
Leve seus alunos à biblioteca, fale com entusiasmo
dos livros que leu e que eles também poderão ler.
Leia e releia as histórias favoritas das crianças, afinal
elas adoram repetições.
Nunca deixe faltar material para que escrevam muito.
Encoraje-os a dominar as tarefas e desenvolvê-las
bem, mas saiba compreender suas limitações.
Acredite que a criança é única e que o tempo
rapidamente rouba-a de você.
Dica de atividadeA professora Simone Kleina Machado ensina o
trabalho de Produção Textual em Duplas.
A atividade desenvolve a leitura, a escrita e ainda
possibilita a socialização entre os alunos. Confira:
O primeiro passo é distribuir textos para
os alunos divididos em duplas. Em seguida,
deixe que leiam individualmente e, em seguida,
que discutam a narrativa, troquem idéias
e tomem decisões. Depois, peça para que
respondam algumas perguntas, um supervisionando
a escrita do outro, executando assim a tarefa
de revisão, de identificação de dúvidas e de
correção. “Partilhar as tarefas de escrita ajuda a
melhorar a produção e, sem dúvida, será um
excelente recurso para a aprendizagem
interativa”, conclui a professora.
[ 22 ] impressão Pedagógica
impressão Pedagógica [ 23 ]
LivrosA pedagoga Déborah de Araújo Maia sugere algumas
leituras complementares para quem trabalha com a
alfabetização.
Alfabetização eLetramentoO analfabetismo no Brasil permanece um tema de
dolorosa atualidade. Mas, quais as verdadeiras causas
do fracasso do processo de alfabetização no Brasil?
Por que nossas estatísticas sobre o analfabetismo - e
sobre o baixo desempenho escolar nos primeiros
ciclos do ensino fundamental - insistem em nos revelar
números tão incômodos? Qual a verdadeira
responsabilidade que cabe ao educador, aos métodos,
aos materiais didáticos, à escola e à própria sociedade
em relação a isso? Na obra, Magda Soares, uma das
maiores especialistas brasileiras em alfabetização,
propõe algumas possibilidades de resposta para tais
perguntas e impõe novas provocações.
Enfoque Globalizador ePensamento ComplexoO livro de Antoni Zabala trata-se de um instrumento
extremamente útil para tornar a prática educativa eficaz
e para dotar as crianças de estratégias e atitudes que
lhes permitam enfrentar problemas e encontrar soluções
para estes.
Ler e Escrever na EscolaO real, o possível e onecessário
No livro, Delia Lerner testemunha um esforço para
analisar as mudanças nas práticas docentes e teoriza
sobre as ações necessárias para que tais mudanças
ocorram.
“Partilhar as tarefasde escrita
ajuda a melhorara produção.”
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[ 24 ] impressão Pedagógica
Eles não queremEles não queremEles não queremEles não queremEles não queremsaber de nada?saber de nada?saber de nada?saber de nada?saber de nada?
Cena: os alunos estão sentados nas carteiras,
desleixados. Uns mandam bilhetinhos e ficam
conversando com os colegas do lado ou que se
sentam atrás. O professor percebe, mas continua
ministrando a aula e completa o quadro-de-giz com as
informações restantes, para finalizar o conteúdo até
bater o sinal. Esse cenário é comum em muitas escolas
ele demonstra a falta de motivação em aprender por
parte dos alunos e a ausência de ânimo dos
professores para reverter a situação de desinteresse.
Que tal, então, trabalhar com a pedagogia de projetos
A pedagogia de projetos pode devolver ointeresse dos alunos pelas aulas
e incentivar crianças e adolescentes a encontrarem as
soluções e as informações do conteúdo escolar por
meio de atividades mais interativas? A idéia já vem
sendo adotada por muitos professores. Mas não pense
que, com essa metodologia, são só os alunos que
colocam a “mão na massa”. “Trabalhar com projetos
não é somente uma questão de boa vontade, mas
também de muito estudo, de muita leitura por parte do
professor. Não basta ser um professor ousado que
goste de trabalhar de formas inovadoras. É necessário
o empenho na questão teórica”, afirma a professora
Juslaine Dallegrave, que trabalha com essa
metodologia na disciplina de Língua Portuguesa com
seus alunos do Ensino Fundamental no Expoente. Não
há faixa etária específica para se trabalhar com projetos
pedagógicos. Da Educação Infantil ao Ensino Médio,
os alunos, bem orientados por um professor bem
preparado, podem não só desenvolver o projeto, como
definir o tema e avaliar o aprendizado que adquiriram.
Tudo na pedagogia de projetos é compartilhado entre
professor e aluno. O primeiro passo para obter sucesso
com essa metodologia é manter um canal aberto com
os estudantes. Saber ouvir o que eles pensam e
querem é primordial. “O projeto deve nascer na sala de
aula, dos interesses e das propostas dos alunos e não
somente do professor, que precisa ter mente aberta o
suficiente para aceitar as propostas dos alunos,
ajudando-os a encaminhar seus trabalhos”, orienta
Juslaine.
[ 24 ] impressão Pedagógica
impressão Pedagógica [ 25 ]
InterdisciplinaridadeNão é um requisito indispensável, mas aliar diferentes
disciplinas é uma alternativa muito atraente. De acordo
com Denise Bigaiski, professora de Ciências, do
Expoente, trabalhar em parceria com outra disciplina
proporciona um enriquecimento das informações e
ainda estimula o trabalho em equipe.
“O projeto pode ser trabalhado além de uma
visão fragmentada do conteúdo, lecionado, na
maioria das vezes, de forma estanque pelas
escolas”, diz Denise. Mas, para se trabalhar
com outra disciplina, é preciso buscar parceria
com o professor da outra matéria. Você e o outro
educador servirão de exemplo para que os alunos
entendam o que é operar em equipe e
em sincronia. “Todos os professores envolvidos
devem ‘falar a mesma língua’, ter conhecimento de
todos os passos atingidos ou por atingir.
A cooperação e o conhecimento de tudo o que
se refere ao projeto deve ser compartilhado
entre os professores, que geralmente o
fazem por e-mail, já que nem sempre podem ou
conseguem conversar. Essa prática passa
confiança e segurança aos alunos”,
defende Juslaine.
AvaliaçãoPor fim, como a instituição de ensino necessita de
meios para avaliar o rendimento e o aprendizado do
aluno, com a pedagogia de projetos não poderia ser
diferente. Neste ponto, a avaliação deve ser mais
cuidadosa. “O trabalho por projetos requer uma
avaliação contínua, no qual os critérios devem ser
previamente definidos e passados para os alunos.
O professor pode fazer uma avaliação formal,
contanto que ela esteja no contexto desenvolvido”,
explica Denise. “O cuidado reside em analisar
cada aluno como um todo e o seu progresso,
o seu interesse, o seu desempenho, de forma
que não há dificuldade alguma em apresentar à
coordenação pedagógica o acompanhamento feito
pelo professor”, complementa Juslaine.
Para trabalhar com a pedagogia de projetos em
sua turma, siga os passos sugeridos pela professora
Denise Bigaiski.
1º – investigar qual é o tema de interesse
de seus alunos.
2º – sensibilizá–los com técnicas diversas,
como: vídeos, transparências, visitas, entre
outras para conhecerem melhor o tema em
questão.
3º – orientar a organização das equipes
por afinidades, temas comuns, que não
devem ser impostos mas orientados.
Erros que professores despreparados podem
cometer ao trabalhar com a pedagogia de projetos.
Impor temas para serem estudados pelos
alunos, pois o projeto deve ser construído junto
com eles, portanto o assunto deve ser comum
(ao professor e aos alunos).
O professor idealizar todas as atividades,
padronizando o resultado que quer obter.
Delimitar datas muito rígidas, com um
cronograma que não permita flexibilidade.
[ 26 ] impressão Pedagógica
È um espaço propício para que as
crianças soltem a imaginação e
coloquem a sua criatividade em
prática. A brinquedoteca já perdeu
o status de “sala da bagunça” e
hoje se transformou em um
ambiente tão importante quanto a
sala de aula tradicional. De fato, as
crianças associam-no à diversão,
mas, para o educador, o espaço
tem uma função ainda maior. Nesse
ambiente, o brinquedo é um
intermediário, responsável por
proporcionar aprendizado
e desenvolvimento. Um
jogo de encaixe, na
brinquedoteca, é mais
que isso. É uma
ferramenta de ensino que
propicia a incorporação
de conceitos geométricos
e matemáticos. Uma casa
de bonecas é mais que
isso. É um meio pelo qual
a criança aprende,
mesmo que sem saber, a
organizar, dividir e alocar
objetos conforme o
Um playgroundde aprendizagemBrinquedoteca assume função pedagógicae é cada vez mais valorizada
espaço disponível. Enfim, esse é um
ambiente socializador com função
pedagógica. Nela, a criança
aprende a conviver em grupo e, por
isso, divide seus recursos, se
expressa, adquire autonomia e, por
último, mas não menos importante,
a brinquedoteca permite que a
criança vivencie experiências e
descobertas para o seu
desenvolvimento. “Com a
brinquedoteca, a escola promove
uma interação entre as crianças por
meio de brinquedos simples, como
aqueles com os quais brincávamos
na infância. Isso possibilita a troca,
a criatividade e, principalmente, o
nascimento do respeito de um pelo
outro. Trabalha-se, ainda, a
importância da organização como
parte do brincar. No Expoente,
aplicamos um conceito básico que
é ‘tudo o que eu retiro do lugar eu
guardo no lugar depois da
brincadeira’, sempre de maneira
muito didática”, explica Angela
[ 26 ] impressão Pedagógica
impressão Pedagógica [ 27 ]
Basso, analista de desenvolvimento
do Material Didático.
Ainda que possa ser utilizada
em outros níveis de ensino, a
brinquedoteca é referência quando
se fala das séries iniciais, aquelas
em que o aluno começa a sua
alfabetização. “A função da
Educação Infantil é, entre outras,
aflorar a autonomia, a criatividade
e a socialização. A brinquedoteca
é onde tudo isso se encontra e
ainda associa o lúdico, importante
para a faixa etária desse nível de
ensino”, diz Ângela.
O espaço de brincar precisa ser
montado com critérios para que
o não perca sua função peda-
gógica. Jogos, brinquedos
A história dabrinquedotecaEm 1934, o dono de uma loja infantil em Los Angeles
constatou que seus produtos estavam sumindo e, junto ao
diretor de uma escola municipal, teve a idéia de alugar os
brinquedos para que as crianças pudessem ter acesso aos
objetos sem precisar furtá-los.
No Brasil, os primeiros modelos de ludoteca surgiram na
década de 20, quando se começou a utilizar os brinquedos
como recurso pedagógico, mas precisava-se de um
ambiente específico para as atividades lúdicas.
Durante os anos 60, a Unesco passou a divulgar o ideal das
brinquedotecas pelo mundo e não só as escolas passaram
a incorporá-las, hospitais, centros comunitários, clubes,
ônibus e universidades também aderiram à idéia.
Hoje, a Associação Brasileira das Brinquedotecas faz um
trabalho de divulgação e conscientização das
brinquedotecas (ou ludotecas), prestando apoio àqueles
que querem trabalhar como brinquedistas. O site da
entidade é www.brinquedoteca.org.brFonte: Brinquedoteca ñ O l˙dico em diferentes contextos. Santa Marli Pires dos Santos (org.). ñPetrÛpolis, RJ: Vozes,1997 e AssociaÁ„o Brasileira de Brinquedotecas (ABRI)
plásticos de encaixe, objetos
de madeira, brinquedos simples,
com os quais as crianças possam
explorar a criatividade e a
imaginação, são algumas das
opções para compor seu acervo.
Também é importante dar prioridade
aos brinquedos que as próprias
crianças podem confeccionar,
com sucatas, por exemplo.
“Os brinquedos que temos no
Expoente são, em geral, simples.
Procurarmos não colocar no
espaço aqueles eletrônicos, que
fazem tudo sozinhos, sem precisar
da interação da criança e sem
permitir que ela use a imaginação
para brincar”, justifica a analista
Ângela.
impressão Pedagógica [ 27]
Q
[ 28 ] impressão Pedagógica
Filosofia desenvolveautonomia e sensocríticoDisciplina, acompanhada da Sociologia,volta aos currículos em 2007
A palavra Filosofia é derivada do grego e significa
“amor pela sabedoria”. É justamente a vontade a
alegria no ato de aprender que os professores da
disciplina querem estimular em seus alunos para
que, os adolescentes possam elaborar uma reflexão
sobre o mundo, sobre si mesmos, de forma a
possibilitar-lhes a conquista de uma autonomia
crescente no seu pensar e agir.
“É cada vez maior a necessidade de que os
indivíduos sejam sujeitos de si mesmos,
conscientes de sua história. Por isso, a nossa
principal preocupação é com a formação de um
cidadão crítico e responsável socialmente pelos
seus atos”, explica a professora Alice Ferrúa dos
Santos, que dá aulas de Filosofia e Sociologia, na
unidade do Expoente em Florianópolis.
Fundamental para a formação dos estudantes, as
disciplinas voltam a ser obrigatórias para os nove
milhões de alunos do Ensino Médio de todo o país,
a partir de 2007. No Expoente, onde as matérias
nunca saíram do currículo escolar, a professora
garante que o segredo para estimular o interesse
dos estudantes é trazer os conteúdos para o seu
cotidiano. “Não se pode trabalhar de modo
tradicional, acadêmico. É necessário embasar a
teoria com a realidade deles, pois somos seres
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Expoente preparado paraa nova lei
O Conselho Nacional de Educação aprovou, no mês de julho, uma
resolução que torna obrigatória a inclusão das disciplinas de
Filosofia e Sociologia no currículo escolar do Ensino Médio em todo
o país. A medida começa a valer a partir de 2007 e o Expoente já
está preparado para cumpri-la. Confira os materiais oferecidos sobre
o assunto.
Ensino FundamentalOs currículos de Filosofia e Sociologia estão distribuídos de acordo
com a matriz curricular, nos volumes de todas as séries de 1a. a 8a.
série.
Ensino MédioSociologia – Dois volumes são direcionados ao Ensino Médio.
Utilizando linguagem extremamente acessível e didática, tornam-se
um importante instrumento para o aprendizado da Sociologia,
auxiliando professores e alunos a desenvolver habilidades e
competências.
Filosofia – Dois volumes são direcionados ao Ensino Médio. O
conteúdo de cada volume é dividido em quatro unidades, cada uma
delas complementada por atividades afins.
basicamente dogmáticos,
observamos e compreendemos a
vida tal qual ela é. É um caminho
difícil, porém necessário”, analisa.
Para obter esse resultado, ela
propõe atividades variadas, pois
dessa forma as disciplinas não
caem na mesmice e podem sempre
surpreender os estudantes. Leitura
de reportagens, entrevistas,
pesquisas, produção textual e
análise de obras de arte e músicas
são apenas alguns dos trunfos de
Alice. “Quando falamos do
nascimento da Filosofia, por
exemplo, peço que cada aluno
traga sua própria certidão de nas-
cimento, para que, a partir do
próprio nascimento possam
estabelecer pontos a serem
discutidos sobre a importância de
conhecermos nossa própria história.
Já em Sociologia, peço que
fotografem situações do cotidiano e
identifiquem os elementos culturais
presentes”, enumera.Tantas ativi-
dades e estímulos à reflexão são
fundamentais para que as disci-
plinas possam atingir seu principal
objetivo que é o despertar do senso
crítico do educando. “Por meio de
temas que cercam o seu cotidiano,
o aluno se sentirá encorajado a
discutir e fazer valer a sua opinião.
Justamente na discussão de ques-
tões polêmicas, a família, a
sociedade, a escola e os meios de
comunicação tornam-se o centro
dos holofotes de interpretação
histórica. Nesse ponto, o critério de
discernimento do aluno será
fundamental no sentido de reavaliar
a sua postura enquanto cidadão
atuante e formador de opiniões”,
filosofa a professora.
“A arte de ensinar éa arte de acordar acuriosidade naturalnas mentes jovens,com o propósito de
serem satisfeitas maistarde.”
Anatole France, escritor francês
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Novidades na Gráfica Expoente
[ notas ]
O Grupo Expoente está investindo,
no 2o. semestre de 2006, mais de
1 milhão de reais em
equipamentos gráficos. Dos
Estados Unidos, virá uma
máquina coladeira para livros
e uma alceadora para
cadernos. Como essa última
é equipada com um sensor
automático de medição da
espessura de cada um dos
cadernos, a falha na montagem será eliminada em 100%.
Outra máquina, vinda da Alemanha, chegará em outubro e
fará dobras, cortes e vincos nos materiais da Editora
Gráfica Expoente.
Um mundo de conhecimento
Armindo Angerer, diretor geral do Grupo Expoente, e José Luiz
Amálio de Souza, diretor das unidades de ensino, acompanharam a
realidade alemã das escolas de educação infantil, ensino
fundamental e ensino superior no primeiro semestre de 2006. Eles
visitaram as instituições de Berlim, Frankfurt, Wiesbaden e Bonn. A
diretoria do Expoente já conhece a situação educacional dos
Estados Unidos, Espanha e Inglaterra. “É um dos compromissos do
Expoente estar sempre na vanguarda do que acontece na educação
no mundo para que, no desenvolvimento de nossos projetos,
possamos transferir o máximo de novidades que agreguem valor às
nossas escolas conveniadas”, afirma Armindo Angerer.
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Materialatualizado
Quem é parceiro do Expoente está
sempre atualizado. No final de
agosto, cientistas reunidos em
Praga, na República Tcheca,
decidiram que Plutão deixaria de ser
um planeta. A novidade, muito
importante para
os estudantes e
que deixou o
Sistema Solar com
apenas oito planetas, já
estará nas páginas do
Material Didático em
2007.