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“A ÚNICA MANEIRA DE NÃO COMETER ERROS É FAZENDO NADA. Este, no entan- to, é certamente um dos maiores erros que se poderia cometer em toda uma existência”. A frase do filóso- fo chinês Confúcio reflete um dos maiores medos do ser humano: errar. Pode parecer clichê, mas falhar realmente é preciso, faz parte da vida. Todos os dias somos colocados em situações que nos permitem acertar ou errar, consertar ou mudar de rumo, aprender Quem foi que disse que não se pode errar? Foi assim que o físico Albert Einstein e o cineasta Walt Disney, por exemplo, conseguiram encontrar o caminho para chegar onde chegaram TEXTO E ENTREVISTAS Nathália Piccoli/Colaboradora DESIGN Rafael Nakaoka com os erros ou se lamentar. Quem nunca ouviu esses ditados popu- lares em momentos de consolo: “há males que vêm para o bem”, “não adianta chorar pelo leite derramado”, “é errando que se aprende” e “Deus escreve certo por linhas tortas”? Toda essa sabedoria popular pode ser verdadeira, só depende de você. Você é a única pessoa que pode compreender que os seres humanos não são perfeitos, que errar traz perdas, consequências, lágrimas, mas que é necessário “levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima”. É errando que se ESTÁ TUDO BEM! 22 Viva Bem

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Page 1: É errando que se - ALD CONSULTORIAaldconsultoria.com/2017/wp-content/uploads/2017/06/... · Quem nunca ouviu esses ditados popu-lares em momentos de consolo: “há males que vêm

“A ÚNICA MANEIRA DE NÃO COMETER ERROS É FAZENDO NADA. Este, no entan-to, é certamente um

dos maiores erros que se poderia cometer em toda uma existência”. A frase do filóso-fo chinês Confúcio reflete um dos maiores medos do ser humano: errar. Pode parecer clichê, mas falhar realmente é preciso, faz parte da vida. Todos os dias somos colocados em situações que nos permitem acertar ou errar, consertar ou mudar de rumo, aprender

Quem foi que disse que não se pode errar? Foi assim que o físico Albert Einstein e o cineasta Walt Disney,

por exemplo, conseguiram encontrar o caminho para chegar onde chegaram

TEXTO E ENTREVISTAS Nathália Piccoli/Colaboradora DESIGN Rafael Nakaoka

com os erros ou se lamentar. Quem nunca ouviu esses ditados popu-

lares em momentos de consolo: “há males que vêm para o bem”, “não adianta chorar pelo leite derramado”, “é errando que se aprende” e “Deus escreve certo por linhas tortas”? Toda essa sabedoria popular pode ser verdadeira, só depende de você. Você é a única pessoa que pode compreender que os seres humanos não são perfeitos, que errar traz perdas, consequências, lágrimas, mas que é necessário “levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima”.

É errando que se

ESTÁ TUDO BEM!

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APRENDER COM O ERRO“O erro é parte constituinte do pro-

cesso de aprendizado, sendo assim, a sua importância é permitir alcançar novos co-nhecimentos. Em contextos criativos, o erro novo é um acerto”, descreve o consultor de carreira André Luiz Dametto. Uma falha pode – e deve – ser vista como uma opor-tunidade para tomar decisões melhores no futuro, mudar alguma atitude ou repensar suas escolhas e metas. Para a life coach Vivian Wolff, antes de alcançarmos nosso objetivo, é normal que existam tentativas que resultem em falhas. “O lado positivo que errar nos traz é a reflexão e os ajustes necessários sobre o que não deu certo para posteriormente alcançarmos o sucesso desejado”, elucida.

UMA ARTE PARA POUCOSApesar de sempre ouvirmos que errar é

ruim, a maneira com que olhamos para essa situação pode mudar tudo. “Aprender a lidar com nossos erros e encontrar maneiras para superá-los é o que vai nos fazer seguir adiante”, ilustra Wolff.

O ser humano erra para aprender, para tentar de novo, para melhorar a forma como faz as coisas. A vida pode ser vista como uma borracha, por exemplo. Esse objeto tem o significado de refazer, de apagar uma palavra ou uma frase escrita de maneira errada ou equivocada. Dá a chance de reescrevê-la da maneira que a considera correta ou mais coerente. É um processo natural de erros e acertos, que leva ao aprendizado na vida. Wolff considera que o fracasso e o sucesso estão na mesma rota, a diferença é que, durante o trajeto, você encontrará mais vezes

OS BENEFÍCIOS DE ERRARSaber errar é aceitar que somos vul-

neráveis às circunstâncias da situação, mas que mesmo assim estamos dis-postos a ir adiante. “A possibilidade do fracasso está ali, mas não vai nos impedir de fazer algo interessante ou de avançar em direção a um território desconhecido que pode nos trazer ótimas surpresas e resultados”, ressalta a coach Vivian Wolff.

com o fracasso. O sucesso fica mais no fim da estrada e para vivenciá-lo devemos estar dispostos a aceitar que podemos cometer erros durante o caminho.

Fomos educados para acertar, mas quem disse que na vida conseguimos sempre essa façanha? Muitos gênios erraram. E foi a partir dessas falhas que encontraram o acerto. Tal-vez se tivessem punido a si mesmos, caíssem em depressão ou não se perdoassem por errar, não teriam chegado onde chegaram!

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CONSULTORIAS

André Luiz Dametto, consultor de carreiras e gestão e professor de pós-graduação em gestão estratégica de pessoas na escola de engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ);

Vivian Wolff, life coach formada pelo ICI (Integrated Coaching Institute) – personal and executive coach de São Paulo.

LIDANDO COM OS ERROSMuitas pessoas gastam tempo demais

se punindo e isso gera um ciclo vicioso que só aumenta a chance de errarmos mais ainda. Sendo assim, a coach Vivian Wolff deu seis dicas de como conseguir encarar as falhas da melhor maneira possível.

1. Aceite o erro;

2. Entenda que o erro não é você e, sim, apenas uma decisão equivocada que você tomou;

3. Analise qual parte do erro está sob o seu alcance para mudar/consertar;

4. Defina ações que você pode tomar para consertá-lo ou fazer melhor em uma próxima vez;

5. Realize as ações definidas;

6. Respire fundo e siga adiante. Você tentou o seu melhor.

O LADO CIENTÍFICOUm artigo publicado na revista Psycholo-

gical Science, em 2011, afirma que a atitude de uma pessoa frente a um erro pode dizer como esse influenciará em tentativas futu-ras. Cientistas da Michigan State University realizaram testes simples – e repetitivos – de atenção com alguns voluntários.

Os pesquisadores chegaram à conclusão de que a inteligência poderia ser desenvol-vida melhor com quem pensava e acreditava no aprendizado extraído dos erros – ou seja, de imediato buscava maneiras de como corrigi-los –, tinha maior facilidade nos próximos testes e, assim, apresentava um índice de acertos bem maior.

DEPOIS DA CHUVA, VEM O ARCO ÍRIS É claro que cometer um erro e não se

cobrar é muito difícil, mas não se pode deixar acreditar que nunca mais será capaz de avançar, acertar ou conseguir o que quer. Pensamentos como esses podem levar o indivíduo à depressão. “O bloqueio chega a ser total, a autocrítica toma conta de seus pensamentos e a pessoa não con-segue enxergar nada além do fato de se considerar um completo fracasso”, observa Vivian Wolff.

É preciso, então, entender que errar é um dos componentes fundamentais no processo de construção do conhecimento. A falha impulsiona a pessoa a procurar novos caminhos para a resolução de problemas. Ao reparar um erro, a sensação de “eu posso”, “eu sou capaz”, “posso conseguir mais vezes” e “quero continuar crescendo” fica na memória e impulsiona para novas conquistas, em novos obstáculos. “A ener-gia gasta na cobrança pelo erro pode ser usada no aprendizado de lições para evitar os mesmos no futuro”, lembra o consultor de carreira André Dametto.

ESTÁ TUDO BEM!

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