0 2 r$ 0,35 governo fhc arrebenta com agricultura...

8
20milexeplares, mensalmente, nasbancasde Curitiba e Região Metropolitana Folha Curitiba, Agosto 1995 Em luta por uma nova sociedade ANO I N 0 2 R$ 0,35 ty ftj Publicação de responsabilidade da Orgpnização -^apmhal e do Cefuria 0 Jornal de Curitiba e Região Metropolitana Saúde Alternativa O chimarrão e as er- vas medicinais indicadas para problemas de pressão baixa são temas da consulta ao médico Sílvio Miranda. Página 5. Painel do mundo do Trabalho. '* Empregabilidade; de- semprego em Curitiba, Construção de fábricas da Pepsi e da Kaiser no Paraná e aumento de demissões no comércio na Grande Curitiba. Página 4. Conjuntura Econômica laran, eiíono- mista do Dieese, comen- ta a Medida Provisória da Desindexação dos Salários. Página 4. Direitos do Trabalhador Brasil é o novo cam- peão Mundial de desi- gualdade social. Cláu- dio Ribeiro analisa o Ju- diciário brasileiro como instrumento dentro da política geral de concen- tração de renda. Página 3. De Baliza à Baliza Ana Maria Pinheiro fala sobre os profissio- nais de rádio que incen- tivam o futebol amador da Grande Curitiba. Página 8. Comunidades e Associações Associações de Mora- dores, Comunidades Eclesiais de Base, Movi- mento Estudantil e Seicho-no-Ie. Página 7. Governo FHC arrebenta com agricultura familiar A falta de uma política justa de preços, que concilie o poder aquisitivo da população e a so- brevivência dos pequenos pro- dutores rurais, está levando à falência a agricultura familiar no Brasil. Os preços dos produ- tos agrícolas representam uma das principais âncoras do Pla- no Real, a chamada "âncora verde". Essa expressão vem do fato do Plano Real estar centrado, principalmente, sobre os produtos da cesta básica. produzidos, na sua maior par- te, pelos pequenos agricultores. Enquanto grande número de pequenas propriedades rurais são colocadas à venda, o go- verno FHC importa produtos da cesta básica com alíquotas , -A Casas sendo desmanchadas para relocação das famílias da "ocupação chamada "Vila Rose" (CIC) Tratamento não chega até doentes de hanseníase Em Pitanga, município loca- lizado a 356 km de Curitiba, muitos portadores de hansenía- se não conseguem ter acesso ao serviço de saúde. Morando em comunidades rurais distantes até 60 km do único posto de saúde que oferece o tratamento para a doença, acaba prevalecendo entre os pequenos agricultores a desinformação, o preconcei- to, a vergonha e o medo. O posto de saúde da Comu- nidade de Cachoeirinha (loca- lizada no interior do município) foi construído dois anos, es- teve fechado nos últimos 4 me- ses e nunca teve a medicação contra a hanseníase. Chegar até o posto de saúde do centro da cidade custa, pelo menos, 15 reais de transporte e alimentação, pois o único ôni- bus sai cedo da comunidade e Marlon Brando volta às telas emDonJuan DeMarco O filme está nos cinemas a partir de 04 de agosto. Veja o comentário na seção de Cultura & Lazer. Página 8. volta no final da tarde. Como a maioria é muito pobre acaba não indo até lá. O Paraná, com uma média de 15 portadores de hanseníase para cada 10.000 habitantes, é o estado com a maior preva- lência da doença na região sul do País. Além disso, apenas 58,3% dos portadores estão em tratamento. Página 5. Professores desistem da profissão Os professores da rede es- tadual de ensino estão desistin- do da profissão desestimulados com os baixos salários e condi- ções precárias de trabalho. Convocados pela APP-Sindi- cato, farão uma assembléia no dia 30 de agosto, quando po- derá ser deflagrada greve. Página 6. Fila de espera nas creches municipais chega a dez mil crianças A Organização Xapinhal está reivindicando a construção de mais creches municipais na pe- riferia de Curitiba. Segundo um levantamento feito pela entida- de, a fila de espera em algumas creches chega a ter 800 crian- ças. A Secretária Municipal da Criança informou que serão construídas 10 ou 12 novas cre- ches em 1996. Página 7. reduzidas e longos prazos de pagamento,o que coloca o Bra- sil na posição de 2 o importador mundial de produtos básicos como o arroz, feijão, milho, al- godão e trigo. Assim, nenhum produto da cesta básica alcan- çou o preço mínimo tabelado pelo govemo.Outroproblema da agricultura familiar é a falta de incentivos para obtenção de competitividade em relação aos outros países do Mercosul. Página 4. Problema da moradia preocupa os curitibanos Cerca de 20% da população de Curitiba está passando por problemas com a moradia. Além das 43.041 famílias ins- critas na fila da Cohab à espera de uma oportunidade para ad- quirir um imóvel, existem 21.509 famílias morando em áreas irregulares no municí- pio de Curitiba. Das 145 áreas de "ocupação irregular, 40 estão com pedido de reintegração de posse trami- tando na Justiça. E, destas, 8 tem despejo autorizado. Página 6. União São Carlos E. C. - Força total do Módulo Amarelo. . O timão está com pinta de campeão. Folha Popular iros bastidores do futebol amador Edson Milbratz, dirigente do E. C. Olímpico, é homenageado por Edemar Baroni pela populari- dade que goza no contexto do futebol amador. Página 8. Classe e inteligência Agora você tem uma opção de classe, com leitores inteligentes, para anunciar o seu produto. O Jornal Folha Popular circula em Curitiba e Região Metropolitana, com uma tiragem mensal de 20 mil exemplares e distribuição em Paróquias, Comunidades e Associações de Moradores. Para anunciar basta ligar para o telefone 322-8487 e solicitar a presença de um vendedor Folha Popular a nossa folha

Upload: hoangdang

Post on 18-Nov-2018

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: 0 2 R$ 0,35 Governo FHC arrebenta com agricultura familiarcpvsp.org.br/upload/periodicos/pdf/PFOPOPR081995002.pdf · do centro da cidade custa, pelo menos, 15 reais de transporte

20milexeplares, mensalmente, nasbancasde

Curitiba e Região Metropolitana Folha

Curitiba, Agosto • 1995 ■ Em luta por uma nova sociedade • ANO I • N0 2 ■ R$ 0,35

ty ftj Publicação de responsabilidade da Orgpnização -^apmhal e

do Cefuria

0 Jornal de Curitiba e Região Metropolitana

Saúde Alternativa O chimarrão e as er-

vas medicinais indicadas para problemas de pressão baixa são temas da consulta ao médico Sílvio Miranda.

Página 5.

Painel do mundo do Trabalho. '* —

Empregabilidade; de- semprego em Curitiba, Construção de fábricas da Pepsi e da Kaiser no Paraná e aumento de demissões no comércio na Grande Curitiba.

Página 4.

Conjuntura Econômica

laran, eiíono- mista do Dieese, comen- ta a Medida Provisória da Desindexação dos Salários.

Página 4.

Direitos do Trabalhador

Brasil é o novo cam- peão Mundial de desi- gualdade social. Cláu- dio Ribeiro analisa o Ju- diciário brasileiro como instrumento dentro da política geral de concen- tração de renda.

Página 3.

De Baliza à Baliza

Ana Maria Pinheiro fala sobre os profissio- nais de rádio que incen- tivam o futebol amador da Grande Curitiba.

Página 8.

Comunidades e Associações Associações de Mora-

dores, Comunidades Eclesiais de Base, Movi- mento Estudantil e Seicho-no-Ie.

Página 7.

Governo FHC arrebenta com agricultura familiar

A falta de uma política justa de preços, que concilie o poder aquisitivo da população e a so- brevivência dos pequenos pro- dutores rurais, está levando à falência a agricultura familiar no Brasil. Os preços dos produ-

tos agrícolas representam uma das principais âncoras do Pla- no Real, a chamada "âncora verde". Essa expressão vem do fato do Plano Real estar centrado, principalmente, sobre os produtos da cesta básica.

produzidos, na sua maior par- te, pelos pequenos agricultores.

Enquanto grande número de pequenas propriedades rurais são colocadas à venda, o go- verno FHC importa produtos da cesta básica com alíquotas

, -A

Casas sendo desmanchadas para relocação das famílias da "ocupação chamada "Vila Rose" (CIC)

Tratamento não chega até doentes de hanseníase

Em Pitanga, município loca- lizado a 356 km de Curitiba, muitos portadores de hansenía- se não conseguem ter acesso ao serviço de saúde. Morando em comunidades rurais distantes até 60 km do único posto de saúde que oferece o tratamento para a doença, acaba prevalecendo entre os pequenos agricultores a desinformação, o preconcei- to, a vergonha e o medo.

O posto de saúde da Comu- nidade de Cachoeirinha (loca- lizada no interior do município) foi construído há dois anos, es- teve fechado nos últimos 4 me- ses e nunca teve a medicação contra a hanseníase.

Chegar até o posto de saúde do centro da cidade custa, pelo menos, 15 reais de transporte e alimentação, pois o único ôni- bus sai cedo da comunidade e

Marlon Brando volta às telas emDonJuan

DeMarco O filme está nos cinemas a partir de 04 de agosto. Veja o

comentário na seção de Cultura & Lazer. Página 8.

só volta no final da tarde. Como a maioria é muito pobre acaba não indo até lá.

O Paraná, com uma média de 15 portadores de hanseníase para cada 10.000 habitantes, é o estado com a maior preva- lência da doença na região sul do País. Além disso, apenas 58,3% dos portadores estão em tratamento.

Página 5.

Professores desistem da

profissão Os professores da rede es-

tadual de ensino estão desistin- do da profissão desestimulados com os baixos salários e condi- ções precárias de trabalho. Convocados pela APP-Sindi- cato, farão uma assembléia no dia 30 de agosto, quando po- derá ser deflagrada greve.

Página 6.

Fila de espera nas

creches municipais chega a dez mil crianças

A Organização Xapinhal está reivindicando a construção de mais creches municipais na pe- riferia de Curitiba. Segundo um levantamento feito pela entida- de, a fila de espera em algumas creches chega a ter 800 crian- ças. A Secretária Municipal da Criança informou que serão construídas 10 ou 12 novas cre- ches em 1996.

Página 7.

reduzidas e longos prazos de pagamento,o que coloca o Bra- sil na posição de 2o importador mundial de produtos básicos como o arroz, feijão, milho, al- godão e trigo. Assim, nenhum produto da cesta básica alcan-

çou o preço mínimo tabelado pelo govemo.Outroproblema da agricultura familiar é a falta de incentivos para obtenção de competitividade em relação aos outros países do Mercosul.

Página 4.

Problema da moradia

preocupa os curitibanos

Cerca de 20% da população de Curitiba está passando por problemas com a moradia. Além das 43.041 famílias ins- critas na fila da Cohab à espera de uma oportunidade para ad- quirir um imóvel, existem 21.509 famílias morando em

áreas irregulares só no municí- pio de Curitiba.

Das 145 áreas de "ocupação irregular, 40 estão com pedido de reintegração de posse trami- tando na Justiça. E, destas, 8 já tem despejo autorizado.

Página 6.

União São Carlos E. C. - Força total do Módulo Amarelo. . O timão está com pinta de campeão.

Folha Popular iros bastidores do

futebol amador Edson Milbratz, dirigente do E. C. Olímpico, é

homenageado por Edemar Baroni pela populari- dade que goza no contexto do futebol amador.

Página 8.

Classe e inteligência Agora você tem uma opção

de classe, com leitores inteligentes, para anunciar o seu produto.

O Jornal Folha Popular circula em Curitiba e Região Metropolitana,

com uma tiragem mensal de 20 mil exemplares e distribuição em Paróquias,

Comunidades e Associações de Moradores.

Para anunciar basta ligar para o telefone 322-8487 e solicitar a presença de

um vendedor

Folha Popular a nossa folha

Page 2: 0 2 R$ 0,35 Governo FHC arrebenta com agricultura familiarcpvsp.org.br/upload/periodicos/pdf/PFOPOPR081995002.pdf · do centro da cidade custa, pelo menos, 15 reais de transporte

Folha Popular Página 2 - Ano I - n0 2- Agosto/95

O Folha Popular

pínião Debater problemas e soluções

O Brasil é o pior país do mundo em distribuição de renda. É o campeão em desigualdade social. Enquanto os 10% mais ricos da população ficam com 51,3% de toda a renda nacional, para os 20% mais pobres sobram apenas 2,1 % da renda.

Mas, o leitor pode se perguntar: neste relatório divulgado agora, o Banco Mundial (Bird) traba- lhou com dados de 1988 e 1989; depois do Plano Real a situação não estaria melhor?

Infelizmente não. Um estudo feito pela Target, empresa de

consultoria especializada em marketing, e divulgado pela Folha de São Paulo no dia 11 de abril, apontou como projeção para o ano de 1995 a seguinte situação:

As classes A (mais de 30 salários mínimos) e B (entre 10 e 30 s.m.), embora representem apenas 20,2% da população, serão responsáveis por 64% do consumo total de bens e serviços neste ano no Brasil. Na outra ponta da pirâmide, a classe D (entre 2 e 4 s.m.) com 38,6% da população consumirá 10,1 %, e a classe E (até 2 s.m.), representando 15% da nação, comprará apenas 1,9% dos bens e serviços produzidos pelo país em 1995.

Em outras palavras, isso significa exclusão social, problema da moradia, problema na saúde, calote nas dívidas, desemprego, meninos e meninas na rua, pequenos produtores rurais falidos perdendo as terras e vindo para a periferia das cidades.

O Paraná (e, dentro dele Curitiba) faz parte desta realidade. A Folha Popular, nesta edição, traz dois problemas que atingem milhares de famílias curitibanas: a falta de moradia e a falta de vagas nas creches municipais. Neste ponto, é importante sempre lembrar que trazer para a sociedade a reflexão e o debate das situações vividas pelas pessoas que não vêem respeitados os seus direitos de cidadania não significa gostar menos de Curitiba ou do Paraná. Muito pelo contrário, significa a defesa da vida, da qualidade de vida dos seres humanos, daquilo que deveria ser a razão maior de todo planejamento e administração das cidades.

Os problemas são muitos e difíceis de resolver. O debate de opiniões, propostas e alternativas de soluções para eles deve se dar com a participação dos diversos setores da sociedade.

Para ficar só nos dois casos citados, a criação do Conselho Municipal de Habitação, com participação paritária de entidades governamentais e não-govemamentais, deveria ser viabilizada tal como propõe o documento "Habitação e Cidadania", da Associação Brasileira de COHABs. Da mesma forma, é urgente a eleição do Conselho Municipal da Criança e Adolescente (COMT1B A), para a qual as entidades votantes foram cadastradas no mês de março e até o fechamento desta edição ainda não tinham sido convocadas para a assembléia de eleição dos conselheiros.

Auditoria Ambiental: um novo caminho de participação

Tereza Urban*

Um grupo de Associações ligadas ao Fórum das Entidadades Ambientalistas da Região Metropolitana de Curitiba começou, em julho, a primeira auditoria ambiental realizada no Brasil para um programa de governo financiado pelo Banco Mundial. É um projeto pioneiro, porque as organizações não-govemamentais são diretamente responsáveis pela execução da auditoria, que é um cuidadoso exame sobre os projetos e as obras, para verificar se estão cumprindo verdadeiramente seus objetivos fundamentais e, portanto, de interesse de toda a sociedade. Na prática, essa auditoria garante a fiscalização técnica de um programa governamental por organizações da sociedade civil.

A auditoria está sendo realizada sobre o Programa de Saneamento Ambiental da Região Metropolitana de Curitiba -o PROSAM, que vai investir 245 milhões de dólares para assegurar a qualidade e a quantidade de água no manancial do Alto Iguaçu, de onde vem a água que abastece grande parte dos municípios da Região Metropolitana de Curitiba.

O PROSAM é financiado, em grande parte, pelo Banco Mundial (BIRD) e, como geralmente acontece nesses casos, os projetos são resolvidos entre o governo e os bancos, deixando de lado a comunidade local onde vai ser executado. São muitos os exemplos de conflitos provocados pela implantação de grandes projetos pelo Banco Mundial sem qualquer discussão com a população. No caso do Prosam, a situação é ainda mais grave porque o programa só vai dar certo se a população não estiver participando diretamente da sua implantação. Um bom exemplo disso é a recuperação das margens dos rios: para proteger a água dos rios, evitar a poluição e os deslizamentos de terra para a água, é preciso manter uma faixa de mata nas margens. O Prosam tem um projeto especial para fazer o plantio. Mas quem vai cuidar das mudas recém plantadas e impedir que sejam arrancadas ou destruídas? Só

mesmo os moradores das redondezas, se estiverem convencidos na necessidade de manter as plantas no local. Se isso não acontecer, é dinheiro público jogado fora.

Esse é apenas um exemplo, entre muitos outros que poderiam ser dados, pois o Prosam se propõe a melhorar as condições de ocupação e de uso de uma grande área, abrangendo oito municípios (Almirante Tamandaré, Araucária, Campina Grande do Sul, Colombo, Curitiba, Piraquara, Quatro Barras, São José dos Pinhais), por onde passam os rios mais importantes para o abastecimento de água de toda a região.

A Auditoria Ambiental deve funcionar como os olhos da sociedade apra o Prosam. Deve acompanhar os projetos e estar atenta para os problemas que podem estar ocorrendo durante a sua implantação. Para poder cumprir bem o seu papel, a auditoria precisa funcionar em duas direções: coletar informações sobre a implantação dos projetos com a população e levar para a população os resultados dos estudos e investigações realizadas. Do mesmo modo, deve levar para as autoridades resposáveis pela execução do Prosan, as informações, reclamações, denúncias trazidas pela população e apresentar os resultados da auditoria, procurando previnir problemas ou corrigir erros já cometidos.

A Auditoria Ambiental Não Governamental ao Prosam está aberta a toda população interessada. Para obter maiores informações, entre em contato com: Fórum das Entidades Ambientalistas da Região Metropolitana de Curitiba Rua Desembargador Westphalen, 15,16° andar Caixa Postal 81, CEP 80001 -970 Fone: (041) 234-2228 Curitiba-PR

* Tereza Urban é jornalista e Coordenadora do Fórum das Entidades Ambientalistas de Curitiba e RM.

^

Assine a Folha Popular e receba diretamente em sua casa, todos os meses, a nossa folha.

Preencha o cupom abaixo e envie para Folha Popular, Al. Dr. Murici, 542 - 9Ô andar sala 906 - Centro Curitiba-PR ■ CEP 80.010-120

I Uma assinatura semestral por R$ 3,00

LJ Uma assinatura de APOIO semestral por R$ 10,00

U Assinatura Coletiva de 50 exemplares, semestral por R$ 150,00

y.

NOME: ENDEREÇO: CIDADE: CEP:

FONE:

.ESTADO: BAIRRO:

OMBUDSMAN Coletivo

O maior desafio da Folha Popular é conseguir ser um espaço realmente de co- municação popular. Para isso, antes de qualquer outra coisa, é preciso que ela seja atraente e compreensível (na forma e no conteúdo) aos olhos daqueles que são a maioria de seus leitores: os moradores da periferia de Curitiba e da Região Metropolitana Ou seja, não basta falar dos assuntos que envolvem a maior parte da população. Precisa ser gostosa de ler e fácil de entender.

Este foi o ponto mais comentado na reunião de avaliação da primeira edição da Folha Popular, realizada no Xaxim (na sede do Cecoma- Centro Comunitário de Manutenção), no dia 31 de julho, com a presença de 5 pessoas de diferentes vilas da região. Publicamos, a seguir, com autorização do grupo, alguns trechos da discussão:

-"Começando pela capa, não foi uma grande idéia colocar a CUT na manchete. O pessoal batia o olho e achava que era um jornal sindicai. Além disso, a matéria sobre o fim da correção automática de salários ficou técnica demais. Várias pessoas não entenderam quase nada. O assunto poderia ter aparecido de um jeito mais mastigado".

-"Quem não tem um mínimo de convívio com o movimento popular ou sindical não entendeu muita coisa do jornal. Deu para sentir que, nesta edição, o jornal está dire- cionado para quem tem participação em algum mo- vimento ou grupo organizado, para as pessoas que já têm uma visão política um pouco aguçada".

-"Para popularizar mais o jornal é bom que ele traga mais quadrinhos ou caricaturas. Não do tipo desta onde aparece o FHC rasgando o IPC-r. O trabalhador que é da base mesmo não entende o que é IPC-r".

-"O título "Denunciada a prostituição infantil em Curitiba" foi muito ruim. A matéria fala muito mais do problema de Foz do Iguaçu e da CPI do que da prostituição infantil em Curitiba Um jornal sério não pode fazer isso".

-"A foto da matéria de Almirante Tamandaré, sobre a moradia está muito boa lembra os morros do Rio de Janeiro. Três pessoas perguntaram "mas isso existe por aqui?". Quanto mais fotos assim da realidade forem publicadas, melhor vai ficar o jornal".

-"Na capa deve sair só texto bem curto. Poucas palavras só para a pessoa ter uma idéia do assunto e procurar dentro a matéria. Deixar a capa mais com fotos e títulos grandes".

-"Muito positiva a parte de esporte. Todo mundo gostou e comentou".

O "ombudsman" tem a função de criticar ò

jornal a partir do ponto de vista dos leitores.

Na Folha Popular essa tarefa é realizada

com a colaboração voluntária de grupos de leitores de no mínimo 4

e no máximo 8 ou 10 pessoas. Os leitores que desejarem participar do

"ombudsman coletivoMda Foilha Popular devem se inscrever juntoà direção do jornal,

oportunidade em que será marcado o dia,

horário e local para a reunião em seu bairro.

Outra forma de dar a sua opinião sobre a

proposta do jornal ou sobre os temas tratados

em cada edição, é através do envio de cartas para: Rua Dr.

Murici, 542,9o andar, sala 906.

CEP: 80.010-120.

Se você deseja fazer qualquer comentário sobre o jornal, escreva, telefone, mande um fax! Estamos aguardando.

Cartas do Leitor

Amigos da Folha Popular,

Parabéns! Esta inciativa vem preencher uma lacuna que sempre causa pavor: o proble- ma da imprensa elitizada e bur- guesa. É prova de que o movi- mento popular está moderno e preparado para discutir as questões propostas pela com- plexa sociedade em que vivemos

JELSON OLIVEIRA, Secretário da CPT/PR:

Terror no Campo Na beira do lago do Itaipu, os

pequenos e médio agricultores estão desesperados pela falta de segurança. Além de rouba-rem as máquinas, as casas são bombardeadas com armas pe- sadas e as famílias são amea çadas de morte se denunciarem estes crimes.

Os agricultores dizem que o que pode resolver é a patrulha por água (lanchas) e existem duas lanchas blindadas em Foz do Iguaçu, mas estão sem uso Os colonos estão abandonados tanto pelo poder municipal quan- to estadual, e algumas famílias estão abandonando suas pro- priedades -o inocente foge e o bandido fica.

MARIA ANA DE OLIVEIRA, Organização Xapinhal

Transporte Coletivo Que o transporte coletivo de

Curitiba é o melhor não há dúvida, só que não é em toda a cidade. Um exemplo é o que acontece no Siriema e Vila Rio Negro.

A partir da realidade local, a Associação de Moradores da Vila Rio Negro pediu que a URBS desviasse a linha de ônibus Futurama ou Pinheirinho pela rua Arapongas subindo pela rua Marialva e tomando o seu itinerário normal. A resposta da URBS foi negativa, e o que assusta os moradores é o fato de a URBS preferir passar com seis linhas de ônibus no meio do campo e não servir aos mora dores de uma área loteada. O desvio de uma única linha não atrapalhará em nada aos donos das terras ociosas que continuarão sendo servidas por cinco linhas. DIRETORIA DA ASSOCIAÇÃO DÉ

MORADORES Comunidade Irati da

Vila Rio Negro

(As cartas para esta coluna não devem ultrapassar 10 linhas

e devem ser acompanhadas do nome e endereço do remetente.)

Sendo você Filho de Deus, já lhe foi dado

tudo que é bom. Acredite e ore: "Já recebi o que desejo,

muito obrigado". Verá como surgirá em sua

vida aquilo que desejou, tal como

surgem na tela do seu aparelho televisor as

cenas transmitidas pela emissora de TV de sua

escolha, Masaharu Taniguchl

EXPEDIENTE

Folha Popular é um jornal de responsabilidade da Orga- nização XAPINHAL e do Centro de Formação Irmã Araújo-Cefuria Rua Dr. Murici, 542,Mandar, sala 906 Centro - Curitiba. Telefone (041)225-5211 CEP: 80.010-120 CGC/MF:76.660.844/0001 -20 Inscrição Estadual: Isento Jornalista Responsável: Roberto Elias Salomão Tiragem desta edição: 20 mil exemplares.

Equipe executiva: Maria Lúcia Becker, Saman- tha Lihs Hoffinann Shiraishi, Joaquim Pereira-Niko, Edmar Pereira dos Santos.

Conselho Editorial: Ana Maria da Cruz, Amadeu Bonato, Benjamim Bogo.César Sanson, Carlos Augusto de Jesus, Darli de Fátima Sampaio,Elvira Casto Silva, Everlindo Henklein, Gilberto Carvalhojldo Perondi, Joaquim Pereira-Niko, José Aide Alberto, José Dari Krein, Joelson Juk, Luiz Carlos Cotrea Soares, Márcio Rojânio da Pon- te Sales, Maria do Carmo Albu- querque de Carvalho, Maria Lúcia Becker, Milena Maria Costa Martinez, Silvio Miran- da, Pe. Miguel Romero, Paula Broeders, Pelegrin Felipe Cava- sin, Valmir de Souza, Pedro Paulo Costa, Rubens íunkovis- ki,, Rodolfo Santos Silva, Fotolito e Impressão: Editora Helvética Ltda - Fonefax: (041) 232-0634.

As matérias assinadas não refletem, necessariamente, a opinião deste jornal

í

Page 3: 0 2 R$ 0,35 Governo FHC arrebenta com agricultura familiarcpvsp.org.br/upload/periodicos/pdf/PFOPOPR081995002.pdf · do centro da cidade custa, pelo menos, 15 reais de transporte

Página 3 - Ano I - n0 2 - Agosío/95 Fuüia Popiuai

Folha Popular

Sindical Comerciários querem proteção

aos salários mais baixos

CUT faz avaliação do governo Lerner

O presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Curitiba, AltairDezonet Athayde, defende que a nova lei de políti- ca salarial traga em seu conteúdo um dispositivo que proteja os tra- balhadores com remuneração de até 10 salários mínimos. Outra medida importante, segundo o sindicalista, é fazer com que es- tes salários tenham assegurado a

correção da inflação a partir do mês de julho de 95 até a data- base, tendo em vista a extinção do IPC-r.

Quanto às alterações ocorri- das na reedição da medida pro- visória 1053, que resultou na MP-1079, as mesmas já eram esperadas, pois já tinham sido consideradas inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal.

Servidores municipais querem piso de R$ 250,00

Os servidores públicos muni- cipais de Curitiba, em campanha salarial desde maio, continuam buscando negociações com a Prefeitura. Com salários varian- do entre R$ 139,19 (menor salá- rio) e R$593,00 (para quem tem curso superior), os servidores rei- vindicam piso equivalente a R$250,00. Na proposta do Sin- dicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (SISMUC) os demais salários deverão ser ajustados a partir do piso de 250 reais.

: O SISMUC está propondo também a reposição mensal da inflação e o auxílio alimentação no valor de uma refeição por dia de trabalho. Outra reivindicação dos servidores é a melhoria das condições de trabalho: proteção individual para o trabalhador (máscaras e uniforme); material de consumo de qualidade e quan- tidade suficiente; e, equipe com-

pleta de profissionais. Segundo Mário Casassa

Neto, presidente do SISMUC, outro problema da categoria - que afetará diretamente a popu- lação- é o fim da estabilidade no emprego. "Para nós, o fim da es- tabilidade representa a destruição do próprio serviço, comprome- tendo ainda mais a qualidade do serviço prestado à população", afirma

Ana Maria da Cruz, presidente da CUT-Paraná

Mário Casassa, do Sismuc

ERRAMOS O SISMMAC (Sindicato dos Servidores no Magistério Municipal

de Curitiba), informa que não louva o livro "Lições Curitibanas", tal como foi publicado na matéria "Curitiba tem muito que aprender" (Fo- lha Popular - Julho/95). A frase "louvamos o livro", no texto de Ivete Maria Zanette, referià-Sfe ao livro em caráter geral, a exemplo do "Lou- vor ao Estudo", feito pelo poeta Berthold Brecht

DIREITOS DO TRABALHADOR

Brasil ganha da Botsuana. E o novo campeão mundial da desigualdade social.

Cláudio Antônio Ribeiro* No mês de junho o Banco principalmente a Justiça do

Mundial (BIRD) concluiu, em seu Trabalho que possuindo três Relatório de Desenvolvimento, instâncias, funciona como um que o Brasil é o País campeão da funil. Os direitos que são exer- pior distribuição de renda do cidos na primeira instância vão mundo e portanto Campeão sendo eliminados até que so- MundialdaDesigualdade Social, bre um restinho vazando na

A direção estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT- PR) diz, no documento prepara- tório da 7o Plenária Estadual da entidade, que o governo Lerner segue a mesma linha de Fernando Hemique Cardoso (FHC) na aplicação do projeto neoliberal. "À medida que a ges- tão Lerner avança, aumentam suas investidas contra os traba- lhadores e contra a população", afirma a Tese Unificada da Dire- ção Estadual.

Educação Citando o exemplo da área da

educação, o documento critica a substituição dos funcionários das escolas - admitidos através de teste seletivo - por mão-de-obra contratada de empresas. Critica também a contratação de profes- sores pelas Associações de Pais e Mestres (APMs), onde o Es- tado paga as horas trabalhadas e as APMs são responsáveis pelos encargos sociais.

"É a aplicação concreta da política de flexibilização dos di- reitos trabalhistas, defendida por FHC", ressalta a tese da CUT.

Segundo a direção da CUT, a campanha de arrecadação de doações e donativos para a re-

forma das escolas, feita pelas agências do Banestado, é outra medida que pretende retirar a responsabilidade do Estado so- bre a prestação dos serviços pú- blicos.

"Enquanto as verbas orça- mentárias para a educação dimi- nuem a cada ano que passa, a sociedade é chamada a arcar com os custos da não priorização do setor", explica.

Reforma agrária Quanto às iniciativas de Lerner

para a área rural, a CUT diz que as Vilas Rurais manterão os bói- as-frias na mesma situação pois "continuarão a trabalhar por míseros pagamentos para os grandes proprietários de terras, sem qualquer direito trabalhista assegurado".

O texto lembra que o Paraná tem cerca de um milhão de bói- as-frías e que, além da proposta de Lerner não atingir a maioria deles, o tamanho dos lotes distribuídos não permite mais do que o plantio para subsistência, "não podendo de forma alguma ser considerado um projeto de reforma agrária, como Lerner tenta divulgar", afirma

Para a direção da CUT, a cri-

ação da guarda rural "não passa de um disfarce para a oficiali- zação das atividades de espio- nagem das lutas do campo, prin- cipalmente dos sem-terras, e objetiva proteger as proprieda- des particulares improdutivas".

Em relação às cooperativas de bóias-frias, propostas pela Secretaria do Emprego e Rela- ções de Trabalho, a tese da CUT reconhece que têm o mé- rito de sugerir uma forma de or- ganização do setor.

Ressalva, no entanto, que da forma como está sendo apresen- tada a proposta ela auxilia os grandes produtores rurais e os "gatos", pois "sem uma regula- mentação objetiva e clara, são eles que estão 'organizando' as cooperativas de trabalhadores. Assim, se livram das poucas obrigações trabalhistas que têm - quando cumpridas - em decor- rência da contratação de bóias- frias", conclui.

Servidores Para Ana Maria da Cruz, pre-

sidente da CUT-PR, a propos- ta de reajuste salarial anunciada por Lerner não apresenta para os servidores nenhuma perspec- tiva de reposição das perdas salariais acumuladas.

"Os salários estão tão defa- sados que, hoje, 10% de rea- juste não significa nada", afirma Ana destacando que a CUT es- pera do governo mais respeito com os representantes do Sin- dicatos dos Servidores e aber- tura imediata de um "canal de ne- gociação".

Além dos salários, a presiden- te da CUT lembra que é neces- sário discutir as alterações no Estatuto dos Servidores estadu- ais que está em vigor desde 1970.

Segundo Ana a proposta da CUT é a negociação através de uma comissão paritária (com- posta por representantes do go- verno e do Fórum das Entida- des Sindicais dos Servidores).

A tese da direção da Central

propõe uma "política de resistên- cia e enfrentamentos" com o go- verno Lemer.

"Esta política deve estar centrada em posições históricas da CUT, como: a Reforma Agrá- ria; defesa de um serviço públi- co universal, gratuito e de quali- dade; uma ampla reforma urba- na, ligada à defesa do direito de terra para morar; defesa do Banestado como banco público com papel social, contra a sua privatização ou seu uso para fins privados; pelo direito dos servi- dores à recomposição de suas perdas salariais, o resgate da data-base e seu direito à estabi- lidade no emprego".

Entenda meihor Flexibilização das

relações de trabalho

Flexibilizar significa tornar (-se) flexível. Segundo o di- cionário Aurélio, flexível é, entre outras coisas, aquilo "que se pode dobrar ou cur- var", aquilo que é "fácil de manejar;maleável, domável; dócil, complacen- te, brando, suave, submisso".

A proposta de flexi- bilização das relações de trabalho tem o objetivo de fazer com que os direitos trabalhistas sejam negocia- dos entre empregados e pa- trões. Em outras palavras: significa deixar mais espaço para o patrão controlar o trabalho, diminuir ou retirar direitos já assegurados em lei. Exemplo disso é a pro- posta de jornada anual de trabalho, onde o patrão di- vide o tempo de trabalho du- rante o ano conforme os "pi- cos" de sua produção; assim, numa semana o trabalhador poderá trabalhar 60 horas e noutra, que tem pouco ser- viço, trabalha 20 horas.

A notícia foi publicada pelo jornal "Folha de São Paulo" do dia 28 de julho, sexta-feira.

Os números são assustadores: no Relatório de 1994 relativo aos anos de 1986/87, 63% da renda do País estavam nas mãos dos 20% mais ricos. Nes- te ano, os 20% tornaram-se mais ricos passando a abocanhar notadamente do Estado empre

boca do funil a conta-gotas. A maioria dos Juizes Trabalhis- tas, principalmente dirigentes sindicais que ingressam na es- trutura como Juí-zes Classistas, adota nos Tribunais a regra de que ali estão não para realizar a justiça, mas para retirar das condenações empresariais e

Secretários explicam ações do governo

67,5% da renda nacional Segundo os dados relatados,

51,3% da renda está concentra- da em 10% da população.

No extremo oposto, os 20% mais pobres percebem apenas 2,1% da renda nacional.

Nos Países mais desenvolvi- dos do mundo como Suécia, Noruega, Finlândia, Espanha e Holanda, a renda dos 10% mais ricos fica em tomo de 21 %

E a Hungria é o país mais igual no seu artigo 3o o dever de cada porque os 10% mais ricos têm cidadão brasileiro, inclusive

gador tudo o que qualquer tru- que jurídico permitir.

É evidente que há alguns Juizes no campo das exceções, mas estes não conseguem im- por à estrutura do Judiciário Trabalhista outro comporta- mento.

E não há dúvidas de que essa maioria age contra os prin- cipais artigos da Constituição Federal de 1988 que consagra

20,8% da renda e os 20% mais pobres ficam com 10,9%.

Se a renda brasileira é esti- mada em cerca de 500 bilhões de dólares, isto significa dizer gualdades

dos que integram o Judiciário, de construir uma sociedade mais igualitária, erradicando a miséria e eliminando as desi-

que os 20% mais ricos embolsam 337,5 bilhões e aos 2,1% mais pobres sobram 10,5 bihões e para muitos não sobra nada

Como chegamos a isto? Se- guindo a receita do FMI em per- feita combinação com os suces- sivos Governos Federais e a elite brasileira que não reconhecem no trabalhador um cidadão com di- reitos e garantias.

Para consegui-lo há instru- mentos básicos entre os quais figura o Judiciário Brasileiro e

Se as decisões trabalhistas contribuem para a concentra- ção de renda -e a sua contri- buição para isto é exacerbada- com certeza não está a Justiça do Trabalho a serviço dos princípios constitucionais.

A lei vale muito pouco quan- do navega contra os interesses da elite brasiliera. Quem qui- ser ser advogado da classe tra- balhadora tem que compreen- der estas relações e enfrentar a maré.

"Cláudio Ribeiro é advogado.

A pedido da Folha Popular, os secretários estaduais da Educa- ção, da Política Habitacional, da Segurança e da Administração, comentaram algumas das ações do governo Lemer criticadas pela Central Única dos Trabalha- dores (CUT) no documento dis- cutido na 7o Plenária Estadual da entidade.

Ramiro Wahrhaftig, Secretá- rio da Educação, disse que não existem professores concursados a serem chamados e em função de cursos profissionalizantes cri- ados no governo anterior sem o embasamento de estudo, tam- bém há falta de professores para disciplinas específicas em áreas técnicas como enfermagem, con- tabilidade, eletrotécnica e prótese.

"Somados aspectos como es- ses ao fato de que a Constitui- ção (artigo 37, II) não permite ao governo do Estado contratar pela CLT, depois de simples tes- tes seletivos, a Secretaria da Edu- cação teve que se valer de con- vênios temporários com associ- ações, até que sejam efetivados os concursos públicos, o que está previsto para outubro", dis- se Wahrhaftig.

Vilas Rurais Sobre as Vilas Rurais, Rafael

Dely, Secretário Especial da Po-

lítica Habitacional e presidente da Cohapar, explicou que o progra- ma é o que melhor equaciona a questão da melhoria da qualida- de de vida dos homens do cam- po e a única medida que pode atender a 27% dos trabalhado- res rurais do Paraná, que são bóais-frias.

Dely lembrou que o Paraná registra o maior êxodo rural do mundo e deu alguns números do problema: "De 70 a 91 o Paraná viu a sua população rural cair pela metade, 2 milhões e 175 mil pes- soas foram emboraEm todo o perí- odo dos úl- timos 25 anos não houve ne- nhuma ten- tativa global de minimi- zar esse bm- tal esvazia- mento do campo e prevenir a ocupação desordenada das cida- des", expli- cou.

Ressal- tando que as Vilas Ru-

"Cabe lembrar que o Paraná registra o maior

êxodo rural do mundo. De 70 a 91 o Paraná viu a

sua população rural cair pela metade: 2 milhões e

175 mil pessoas foram embora. Foi a maior

migração no mais curto espaço de tempo da

história do Brasil. Em todo o período de 25 anos

não houve nenhuma tentativa global de

minimizar esse brutal esvaziamento do campo e

prevenir a ocupação desordenada das

cidades".

rais foram concebidas para pre- venir esse êxodo, Dely afirmou que o programa é desenvolvido "sempre com a intenção de criar para os trabalhadores e suas fa- mílias um sentido de vida com maior dignidade, cidadania e qua- lidade". Segundo o secretário, já são mais de 200 os municípios integrados no programa Vilas Rurais, que está sendo implanta- do preferencialmente em regiões com grande concentração de mão-de-obra rural temporária.

O secretário de Segurança, Cândido Martins de Oliveira, co-

mentou sobre as Patrulhas Rurais que trata-se de um policia- mento dife- renciado vi- sando dimi- nuir o índice de criminali- dade em pro- priedades ru- rais, coope- rativas agrí- colas e entre- postos, os al- vos preferi- dos dos as- saltantes que atuam no campo. Ten- do passado por um perí-

odo de treinamento especial, os integrantes das patrulhas Rurais "fazem levantamento e cadastramento das cooperativas agrícolas, entrepostos e propri- edades e também das pessoas ou grupos que já cometeram assal- tos", explica Oliveira.

"Serão fiscalizados os veícu- los e os implementos agríco- las.Visitas regulares fazem parte da rotina das patrulhas, que divu- lgarão os telefones para os ca- sos de emergência. Aos propri- etários rurais e dirigentes de co- operativas são prestadas asses- soria e orientação sobre a estru- tura e segurança de suas instala- ções, sempre no sentido de pre- venir futuras ações de delinqüen- tes", completou o secretário.

Servidores Sobre a defasagem salarial

dos servidores estaduais, Rei- nhold Stephanes Júnior, Secre- tário da Administração, explicou que o Governo está buscando au- mentar a arrecadação de impos- tos. "Apesar das dificuldades, o governador Jaime Lemer cumpre a promessa de recuperar gradativamente os salários. Para garantir melhores salários aos servidores e investir em obras sociais, o Governo do Paraná lançou a campanha "Cidadão Nota 10", destinada a aumentar a arrecadação.

Page 4: 0 2 R$ 0,35 Governo FHC arrebenta com agricultura familiarcpvsp.org.br/upload/periodicos/pdf/PFOPOPR081995002.pdf · do centro da cidade custa, pelo menos, 15 reais de transporte

Folha Popular Kdgliid 4 - Afiu 1'ÚfiZ • /kgOaiu/95

E Folha Popular m conomia PAINEL DO MUNDO 00 TRABALHO

Cepat*

Empregabilidade

No dia 20 de junho realizou-se o debate sobre as tranformações do Mundo do Trabalho. Neste debate foram discutidas as transformações do capitalismo no final do século vinte. O próximo debate será no dia 15 de agosto, na sede da APP.

A revolução tecnológica nas áre- as de informática e teleco- municações, que vêm com a globalização da economia, impôs grandes mudanças no mercado de trabalho. Se a mão-de-obra, a par- tir de agora, tem de ser mais bem qualificada e polivalente, as empre- sas por sua vez, têm que mudar seus critérios de contratação e de remuneração.

Companhias mais arrojadas, que conseguem antecipar tendências, já começam a discutr este assunto que recebeu o nome bizarro de "empregabilidade" (do inglês employability). Este conceito, na verdade, introduz um novo perfil de emprego.

Desemprego em Curitiba

, No mês de junho a taxa de de- semprego foi de 10,3%, segundo dados do IPARDES. Isto signifi- ca que existem 100 mil pessoas desempregadas na capital e ci- dades vizinhas. O desemprego foi mais elevado nos municípios de Pinhais, Campo Largo, Araucária e Almirante Tamandaré.

Pepsi anuncia construção de fábrica em Londrina

O Presidente da Pepsi anunciou no final de junho a construção de mais duas fábricas no Brasil, em Belo Horizonte e Londrina. Estas construções fazem parte da guer- ra aberta há sete meses, no Brasil, pela Pepsi contra a Coca-Cola. As duas fábricas deverão operar até o final do ano.

Encontrar um emprego: cada vez mais difícil

Hoje, para crescentes camadas da população, encontrar um em- prego é tarefa cada vez mais difí- cil e, paradoxalmente, muitas empressatêm dificuldades em en- contrar um empregado que res- ponda às suas necessidades.

A criação de emnpregos está cada vez mais atrelada à preocu- pação da empregabilidade, cujo objetivo é dar condições ao indi- víduo de manter seu currículo na linha de frente. "Um trabalhador com mais perspectivas, mais se- guro quanto ao seu futuro, sabe responder de forma mais positiva às necessidades da organização", observa um dirigente da Rhodia do Brasil.

Para as empresas, investir em empregabilidade é incentivar a pro- dutividade afirma este mesmo di- retor. Empregabilidade é a condi- ção daquele que, mesmo com as mudanças do mundo do trabalho, continua apto a nele permanecer.

Kaiser em Ponta Grossa

A Cervejaria Kaiser vai inves- tir US$ 70 milhões na instalação, em Ponta Grossa, de uma fábrica com capacidade para 18 milhões de litros de cerveja ao ano. A fá- brica vai empregar 250 trabalha- dores e deverá entrar em funcio- namento no segundo semestre de 1996.

Sindcom anuncia aumento de demissões

O Sindicato dos Comerciários de Curitiba denunciou que só no primeiro semestre deste ano houve 7.288 demissões contra 4.254 no mesmo período do ano passado. Isso eqüivale a uma ele- vação de 71 % no total de demi- tidos.

Esta coluna é de responsabilidade do Cepat (Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores) -fonefax: (041) 349-5343

fONIUNTURA ECONÔMICA

Desindexando salários Nelson C. Karan*

O novo lance do governo na tentativa de segurar a "qualquer custo" as baixas taxas de infla- ção foi a medida provisória que trata da desindexação dos salá- rios. O que é isto e como funcio- na? Vamos explicar isto.

Para que as altas taxas de in- flação não voltem mais, o gover- no avalia que é necessário dar um freio nos salários. Já que a fór- mula mágica de controlar os pre- ços importando tudo de lá de fora encontrou limites (pois gera de- sempregos, déficts), a saída por um tempo passou a ser o desa- quecimento da economia. Se o crédito falta, o juro sobe e as em- presas vendem menos... os salá- rios tendem a cair.

A fim de facilitar a queda dos salários e dar um empunãozinho, o governo FHC editou uma MP (Medida Provisória) que desin- dexa os salários, ou em outras palavras, fixou regras que não re- põe mais automaticamente o re- passe da inflação passada aos salários. É verdade que nos paí- ses onde a inflação é baixa não há garantia de repasse da infla- ção aos salários. É por aí que devemos caminhar? Sim, mas antes de termos regras salariais do Primeiro Mundo precisamos de garantias de Primeiro Mundo.

Quando o Governo editou a MP da desindexação pensou só em cortar o cordão umbilical da inflação nos salários. Não desin- dexou os impostos, os aluguéis, as mensalidades escolares, as moedas financeiras.

A primeira garantia que deve- mos cobrar é, portanto, que a desindexação seja plena e não pegue apenas os salários.

A segunda garantia é a do crescimento econômico. Fica muito difícil livre negociar os sa- lários numa economia em recessão, pois as filas do de-

semprego derrubam o valor real dos salários.

Terceiro, é preciso garantir uma política de crescimento do salário mínimo, com regras cla- ras e objetivas a fim de tomá-lo o melhor instrumento de prote- ção à renda dos setores menos organizados e mais frágeis da so- ciedade. Não se pode aceitar passivamente a proposta da MP de se corrigir o salário mínimo só em maio do ano que vem e, ainda, por regras não definidas.

A quarta garantia diz respeito às regras que regulamentam a chamada livre-negociação. Para que as partes envolvidas num processo de negociação (em- pregados e empregadores) dia- loguem em condições menos desiguais é necessário que os tra- balhadores tenham leis: l)queos protejam da demissão motivada, 2)que ampliem e regulamentem o direito de greve e 3)que per- mitam e estimulem a organização sindical no local de trabalho e 4) que garantam o acesso dos tra- balhadores às informações eco- nômicas das empresas.

Finalmente, a MP fala todo tempo em livre negociação, mas a todo instante diz como ela deve ser, ou seja, faz o mesmo que propor casamento a qual- quer mulher da cidade desde que ela se chame Patrícia. A "li- vre negociação" do governo FHC propõe a mediação pelo Ministério do Trabalho, amplia o efeito suspensivo, restringe o ganho da produtividade, supri- me a incorporação aos contra- tos individuais de trabalho as cláusulas de acordos, conven- ções e contratos coletivos, en- tre outras restrições.

* Nelson C. Karam (economista do DIEESE-Departamento

Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos)

Real prejudica o campo A camada "âncora verde" do plano real está contribuindo para a exclusão social dos agriultores familiares

\

À esq. Antônio Zarantonello, presidente da Fetaep.

Thea Tavares*

"O processo recessivo sem- pre atinge com mais força aque- les que não têm mecanismos de defesa contra a crise". Essa afirmação é do diretor de polí- tica agrícola da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Paraná (Fetaep), Pedro Le- mos dos Santos. Para ele, a agricultura familiar sustenta, hoje, o plano real.

Os preços dos produtos agrí- colas representam uma das prin- cipais âncoras do plano FHC, a chamada "âncora verde". Essa

expressão vem do fato do pla- no real estar centrado, prin- cipalmente, sobre produtos da cesta bási- ca, produzidos, em especial, por pequenos agricultores. Outro apoio do plano é re- presentado pelos valores das tarifas pú- blicas (água, energia elétri- ca), pratica- mente conge-

lados desde o início do Plano.

Importação O pior, no entanto, é a total

inexistência de uma políticajusta de preços, que concilie o poder aquisitivo da população e a so- brevivência dos setores mais sa- crificados da agricultura. O que se vê, pelo contrário, é a impor- tação de produtos da cesta bá- sica com alíquotas muito reduzi- das e longos prazos de pagamen- to, o que coloca o Brasil na po- sição de 2° importador mundial de produtos básicos, como o ar- roz, o feijão, o milho, o algodão e, na maior parte, o trigo.

O motivo dessas importações que estrangulam o pequeno agri- cultor pode ser considerado, no mínimo, curioso. A produção de grãos que vem sendo colhida no país (safra 94/95) está estimada em 81 milhões de toneladas, 7% a mais que a safra do ano anterior.

Como se não bastasse, 20 milhões de toneladas de grãos se encontram estocadas nos arma- zéns brasileiros. Por essa soma de razões, nenhum produto da cesta básica alcançou o preço mínimo tabelado pelo governo federal. No início deste ano, por exemplo, o milho argentino e o uruguaio entravam no Paraná a R$ 4,00 a saca de 60Kg, en- quanto o preço mínimo da saca mantinha-se congelado, desde julho/94, em R$ 6,32. Em Cantagalo, região Centro do Es- tado, o produto foi vendido até por R$2,50!

Enquanto a agricultura famili- ar enfrenta todos esses proble- mas, os empresários do setor aguardam, com tranqüilidade, o melhor momento para compra- rem produtos agrícolas.

É contraditório constatar que os custos dos serviços aumenta- ram em grande escala nesse mes- mo período. O custo de vida também está mais alto. Os pre- ços praticados no Brasil são de Io Mundo, enquanto os salários

são de 3o. Como fruto dessa discrepância,

cresceu o número de proprieda- des rurais à vendaem todo o Paraná. A TV Manchete divulgou a informação de que 200 peque- nas propriedades estào à venda só no município de Pato Branco, na região Sudoeste do Estado.

Competitividade E o Mercosul traz uma pers-

pectiva de competitividade que vem apavorando os agricultores brasileiros, desamparados de quaisquer incentivos. Segundo a Assessoar, que atende aos pe- quenos agricultores da região de Francisco Beltrão, uma vaca na Argentina, por exemplo, produz de 15 a 20 litros de leite por dia. No Brasil, as cotas diárias vari- am de 3 a 5 litros de leite por ani- mal

"Num mundo parao qual o fe- nômeno da fome traz desastro- sas conseqüências, não dá mais para a sociedade ignorar os pro- blemas da agricultura familiar", comentou o Presidente da Fetaep, Antônio Lúcio Zaran- tonello. Zarantonello afirma que "a viabilização da agricultura fa- miliar significa garantia de se- gurança alimentar, de geração de empregos e de arrecadação de impostos, e, principalmente, de contenção do êxodo rural".

Sem-terras dão exemplo de organização Cinco mil sem-terras participaram de Congresso em Brasília. Eles protestaram e entregaram ao

Presidente da República sua proposta de Reforma Agrária

tica agrícola da Federação dos Thea Tavares*

Trabalhadores rurais sem-terras fazem manifestação em Brasília.

Mais de cinco mil trabalha- Inácio Lula da Silva, presiden- ano; com juros para financiamen- te nacional do PT, Vicente Pau dores rurais sem-terra partici-

param do III Congresso Nacio- nal, que aconteceu de 24 a 27 de julho, em Brasília. O Paraná enviou 15 ônibus para a capital federal. Vários protestos foram realizados durante a programa- ção, além disso, os sem-terra entregaram a FHC, dia 27 de ju- lho, sua pauta de reivindicações, que nada mais era que uma pro- posta concreta de viabilização da reforma agrária.

Além das delegações dos 22 estados em que o Movimento Sem Terra (MST) atua, partici- param, também, representantes de movimentos de trabalhado- res e organizações sindicais de vários países, bem como auto- ridades convidadas, como Luiz

Io da Silva, o Vicentinho, pre- sidente da CUT, o Bispo de São Félix do Araguaia, D. Casaldáliga; D. Orlando Dotti, Presidente Nacional da Comis- são Pastoral da Terra, e Luiz Carlos Guedes, presidente da Associação Brasileira de Re- forma Agrária (ABRA), entre outros.

Reivindicações Entre as principais reivindi-

cações estavam: um programa de Reforma Agrária, que contemple o assentamento de 100 mil famí- lias; liberação do programa de crédito especial para assenta- mentos (Procera), na ordem de 180 milhões de reais, para este

to de 12% ao ano, sem TJLP e com subsídios de 50%. Os sem- terra levaram ao Presidente da República, no dia 27 de julho, leiro contra a possibilidade da

Conquistas Para o membro da Coorde-

nação Estadual do MST, Carlos Finkler, o III Congresso foi "uma injeção de ânimo" nos traba- lhadores. Além do saldo políti- co positivo, eles obtiveram do Presidente algumas respostas bastante favoráveis ao Movi- mento. Entre estas, o compro- misso público de cumprir sua promessa de campanha, que vi- sava assentar, até 30 de novem- bro, 40 mil famílias. Além dis- so, ficou garantida a liberação do Procera conforme a propos- ta do movimento.

Protesto na Embaixada Mostrando à sociedade um

bom exemplo de organização e alto nível de conscientização, os sem-terra realizaram, no dia 26 de julho, um prostesto contra a Lei de Patentes diante da embaixada americana. Foi queimado um bo- neco que simbolizava o imperia- lismo norte-americano e o proje- to neo-liberal do govemo brasi-

>ugestões de arrecadação de ter- "as baseadas nos seguintes cri- érios: que o govemo não pague >elas terras adquiridas mais que >s valores declarados pelos pro- •rietários no pagamento do Im- posto Territorial Rural e que 'riorizem as terras de devedo- 2s do Banco do Brasil. Para >so, os manifestantes apresen- tam publicamente a lista com omes dos dez maiores aloteiros de cada estado.

adoção pelo Brasil de uma lei de propriedade intelectual. Isto inviabilizaria o acesso dos peque- nos agricultores às novas tecno- logias e variedades de sementes.

A imprensa nacional definiu o ato promovido pelos sem-terra como sendo a maior manifesta- ção popular já realizada em fren- te à Embaixada dos Estados Uni- dos, em Brasília

*Thea Tavares é jornalista e assessora de imprensa da Fetaep.

IMPRESSOS EM GERAL

O Melhor preço e a rapidez que você precisa Fale com Jaime Fone 234-4273

Tecnibombas Serviços de Bombas

Injetoras Ltda

BR 116 KM 5 Vila São Pedro Pínheirinho

S 246-5650

LAGES CADORE Industria e Comércio de Lages e Matérias de Construção

Cláudio Cadore LAJES PRÉ-MOLDADAS - MEIO FIO - LAJOTAS PARA

CALÇADAS

Rua Celeste Tortato Gabardo, 268 - Vila rio Negro (349-3576

AUTO ESCOLA CLUB E DESPACHANTE Instrutores credenciados pelo DETRAN «Aulas práticas de 30 minutos «Aulas teóricas gratuitas •Testes simulados gratuitos • Marcação de exames por nossa conta

DESPACHANTE • Transferência de veículos • Licenciamento • Primeiro emplacamento • Registros de outro estado • Enfim . todo serviço relacionado com trânsito

RUA IZAAC F. CRUZ, 2661 Sírio CtRCAdo 8 ?49'7676

DANIEL GODOY JÚNIOR ADVOCACIA

Trabalhista e Civil Rua XV de Novembro, 270 - 5o.andar

Fone: 234-6957

Page 5: 0 2 R$ 0,35 Governo FHC arrebenta com agricultura familiarcpvsp.org.br/upload/periodicos/pdf/PFOPOPR081995002.pdf · do centro da cidade custa, pelo menos, 15 reais de transporte

Página 5 - Ano i - n0 2 - Agosto/95 Folha Popular

^» Folha Popular, i

especial Incoerência da

Discriminação, sofrimento

Prefeitura de Curitiba Fórum Popular de Saúde

Com um discurso avançado de fazer inscrições e eleger como defesa da cidadania, represen- delegados somente entidades re- tantes da Prefeitura e da Secre- presentantes de usuários que taria Municipal de Saúde, pas- apoiam incondicionalmente a sam por cima do regulamento da atual administração, independen- III Conferência Municipal de Saúde, que determina a relização das Conferências Regionais como espaço aberto à população, de elaboração e definição de políticas de saúde para a regio- nal, além de contribuições para a III Conferência Municipal e eleição e homologação de seus delegados. Com exceção do Cajuru, nenhuma das outras seis garantiu à população o direito de voto, a não ser que estivessem antecipadamente inscritas atra- vés de alguma entidade para par- ticipar da Conferência Municipal.Pior que isto, a Con- ferência foi limitada pela falta de divulgação, extensas falas, ina- cessíveis para os usuários, do pessoal da Secretaria de Saúde, tempo insuficiente para os traba- lhos de grupo e pela postura das gerentes regionais e técnicos da Prefeitura de não aceitar ou ou- vir críticas da população, dando respostas imediatas e não dei- xando falar, como se todas fos- sem sem fundamento.

te se esta apresenta ou não polí- ticas públicas que sejam do in- teresse da maioria da população.

Na Regional do Portão bus- cou todos os "seus" usuários em veículos oficiais, levou-os para uma churrascaria e garantiu as- sim a maioria na Conferência. Na Regional do Boqueirão mu- dou o horário da Conferência e não avisou todos os usuários. No Pinheirinho, o Administrador Regional ameaçou tirar benefí- cios das Associações que votas- sem contra a chapa da Prefeitu- ra.

Tudo isto para chegar com a maioria na Conferência Munici- pal e dar uma rasteira nos repre- sentante sdo atual Conselho Mu- nicipal de Saúde, que têm se co- locado numa postura crítica às propostas apresentadas pela Se- cretaria Municipal de Saúde, no sentido de melhorá-las, ampliá- las e cumprir efetivamente o pa- pel de controle social.

Este conselho não tem se co- locado na oposição sistemática

A política de saúde pode ter às políticas de saúde da Prefei- até melhorado em alguns aspec- tura, mas tem contribuído para tos, no entanto ainda tem muitos problemas a serem resolvidos, que foram camufladas nestas eta- pas preparatórias das regionais, que de modo algum cumpriram o papel de Conferências Regio- nais como estavam determina- das.

A Prefeitura colocou carros e funcionários para seletivamente

viabilizar a implantação do SUS em Curitiba.

A postura da Prefeitura diante das "Pré-Conferências" demons- trou um interesse em eleger na III Conferência Municipal de Saúde um conselho que apoie sem questionar todas as políti- cas de saúde apresentadas pela Secretaria Municipal.

Conferências Municipal e Estadual de Saúde A Conferências de Saúde é

uma das formas de controle social dos SUS (Sistema Único de Saúde). É um momento de consulta ampliada à sociedade, por isso, cabe à cada cidadão controlar e fiscalizar o serviço que foi custeado com o dinheiro público.

Curitiba realizará a Conferência

Municipal de Saúde nos dias 25 a 27 de agosto no Colégio Estadual do Paraná. E a 2» Conferêncie Estadual de Saúde será nos dias 12 a 14 de outubro no Centro de Convenções de Curitiba.

A população e as entidades interessadas podem solicitar informações na 22» e 23' Regiond Saúde pelo telefone 322-2299.

SAÚDE ALTERNATIVA

Chimarrão faz mal a saúde? Silvio Miranda*

Como foi dito emnosso primei- ro número, a coluna de saúde da Folha Popular objetiva responder as dúvidas de seus leitores.

Desta vez vamos responder à pergunta da dona Edinei Mendes da Silva, da Vila Rio Negro: "Mi- nha mãe, Maria José, tem 71 anos recebeu recomendação de seu médico para evitar tomar chimarrão por causa do seu pro- blema depressão baixa. Eu gos- taria de saber se há alguma planta que resolva o problema da pressão baixa e se realmente o chimarrão faz mal para quem tem este problema".

O chimanão é um costume mui- to comum em nosso meio, já fa- zendo parte de nossa tradição. Como é gostoso participar de uma roda de chimanão com a família e os amigos! Mas será que o chi- marrão provoca pressão baixa mesmo?

Olha, os sintomas da pressão babea tais como tontura, fraqueza, suor frio, podem acontecer por di- versas razões que não a pressão baixa. Embora o chimarrão possa fazer urinar bastante, no geral ele não abaixa a pressão arterial.

O mate tem muita cafeína, até mais que o café, e provoca excita- ção nos nervos, o que pode ser in- terpretado erroneamente como pressão baixa

Muitas pessoas notam que ao tomar chimarrão sentem-se mais animadas, dispostas, e que se exa- gerarem podem até ficar nervosas, irritadas, trêmulas e ter insônia.

Assim, volto a dizer, normal- mente o chimarrão não provoca

pressão baixa.Mas se, inversa- mente do comum, para alguma pessoa a pressão abaixe (e isto comprovado, medindo a pressão arterial antes e depois de tomar al- gumas cuias), este efeito pode ser combatido adicionando à cuia as seguintes ervas: alecrim, canela, cravo, aveia, agrião e lima Prefe- rencialmente usar apenas uma ou outra destas plantas indicadas para a pressão babea.

Volto a dizer o que muitas ve- zes chamamos de pressão baixa não é pressão baixa mesmo, e sim fraqueza, anemia, depressão, hipoglicemia (baixo teor de açú- car no sangue, que muitas vezes acontece numjejum prolongado), fediga, stress.

Agora, para a verdadeira pres- são babea o melhor remédio é co- mer algo salgado (sopa, tomate com sal) ou por um pouco de sai na língua

É bom lembrar que se o chi- marrão não provoca pressão bai- xa, pode provocar em algumas pessoas gastrite, úlceras, feridaí na boca, no esôfago que poden ate complicar.

Isto não contra-indica o uso de chimarrão, o que deve ser evitade é seu consumo exagerado e o use da água muito quente. Se você ti ver alguma dor ou sintoma dife rente por causa do chimarrão, aconselhável procurar o médico

Quero terminar dizendo que chimarrão usado com equilíbrio muito rico para a nossa saúde importante como elemento d união e amizade entre as pessoa

*Silvio Miranda é médico.

e morte em Pitanga

Posto de Saúde da Comunidade Cachoeírinha

25 de julho, manhã de terça- feira. O poeirão levantado pelo carro vai encobrindo pinheiros, erva-mate, cabritos, plantações de aveia e muita terra sem nada. Dia do Agricultor. Passados 12 km, no distrito de BoaVentura - município de Pitanga - um ho- mem com dois sacos de com- pras nas costas pede carona e nos informa que é preciso an- dar mais 18 km, na mesma estradinha de terra, para chegar na Comunidade de Cachoeírinha.

Na comunidade, a primeira conversa já nos dá uma visão do problema:

- "Ninguém fala sobre isso aqui. A gente vê que muita gen- te tem essa doença mas escon- de, disfarça enquanto pode. Es- conde até da própria família ... sente vergonha, medo. Tem mui- ta discriminação aqui...", diz Luciane de Freitas, funcionária recém contratada do posto de saúde.

O mini-posto de saúde foi construído há dois anos, ficou fechado nos últimos quatro meses, nunca teve medicamen- tos para o tratamento da hanseníase, e, agora, não tem nem álcool para fazer curativos. O médico vem só nas quartas- feiras, das 14 às 15:30 horas, quando não está chovendo e o carro pode chegar até o local.

O pai de Luciane, Antônio de Freitas, pequeno produtor rural e morador da Cachoeírinha há 40 anos, conta que a comunida-

de tem cerca de 300 famílias. Em menos de 15 minutos de conver- sa, Antônio cita seis famílias com portadores de hanseníase.

Sua esposa, Ana de Freitas, dá um exemplo da situação: "No Bairro dos Roberto (Comunida- de próxima da Cochoeirinha), morreu um rapaz, faz pouco tem- po, num estado de calamidade, tinha até criado bicho tudo... on- de ele dormia parecia que fos- se um porco, ali sangrava, ali ficava feito barro das feridas dele, foi indo, foi indo, até que morreu. Ele também recebia a pensão, vivia sozinho, foi meu primo que cuidou dele, velou o corpo e fez o enterro", conta.

Hanseníase não é uma pala- vra conhecida na região. Para não dizer lepra ou leproso, as alternativas usadas são "essa doença" ou "a doença feia". Menos conhecida ainda é a for- ma de tratamento, a facilidade da cura e o fato da doença dei- xar de ser transmissível após a primeira dose do medicamento.

Tratamento Não foi difícil descobrir por-

que um grande número de por- tadores de hanseníase das co- munidades rurais não faz trata- mento: São 60 km, metade na terra e metade no asfalto, de Cachoeírinha até o posto de saú- de no centro da cidade (único local de atendimento para os portadores da doença).

O ônibus sai da Cachoeírinha

Elidia Jauer e Osmar Francisco Pereira, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pitanga

Doença tem maior prevalência no Paraná

Com uma média de 15 por- tadores de hanseníase para cada 10.000 habitantes, o Paraná é o estado com a maior prevalência da doença na região sul do país. Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, em 1993 fo- ram registrados 975 novos casos, e, em 1994 foram 874.

Quanto ao controle da doença, as informações da Secretaria dão conta de que apenas 58,3% dos portadores estão em tratamento, não se sabendo, portanto, se nos demais 41,7% a hanseníase con- tinua transmissível.

O Brasil é o 2o país no mun- do em quantidade de casos de hanseníase, "perdendo" apenas para a índia. Nas Américas, o Brasil ocupa o 1° lugar.

Em 1991, durante a 44° As- sembléia Mundial de Saúde (Genebra), os países participan- tes comprometeram-se a elimi- nar a hanseníase até o ano 2.000.

No dia 25 de maio deste ano, os estados brasileiros assumi- ram o mesmo compromisso através da Declaração de Brasí- lia. Esta "Declaração" foi assi- nada numa reunião promovida pelo Ministério da Saúde e Or- ganização Mundial da Saúde e firma o compromisso de cola- boração de todos no sentido de eliminar a hanseníase como pro- blema de saúde pública no país, chegando a menos de um doen- te para cada 10.000 habitantes. Segundo o documento isso deve acontecer até o ano 2.000.

às 6 horas da manhã, só retoma às 18 horas e custa R$ 4,00 cada passagem. Tendo que passar o dia inteiro na cidade, a pessoa precisa levar o dinheiro também para o lanche e/ou almoço, ou seja, deve sair de casa com pelo menos R$ 15,00 - dinheiro equi- valente à dois sacos de milho.

No posto de Pitanga são ofe- recidas apenas 6 consultas mé- dicas por dia para portadores de hanseníase. Assim, muitas vezes, é preciso voltar no outro dia.

Estando na cidade e caindo uma chuva, o ônibus de volta deixa o passageiro no asfalto, ele tem que ir a pé os 30 km restantes até a Cachoeírinha e outros tantos para a frente de- pendendo da localização de sua moradia (isso leva entre 3 e 4 horas, com o passo bem contro- lado, segundo os moradores).

Discriminação Além da dificuldade de aces-

so ao serviço de saúde, os por- tadores de hanseníase sofrem com a discriminação e a falta de informação. A discriminação começa dentro do próprio pos- to de saúde: existe apenas um funcionário para atender os pa- cientes de hanseníase e esse atendimento é feito numa sala exclusiva para portadores da doença, com porta na parede lateral do posto. Entre os vári- os cartazes pregados na entrada principal deste posto não existe um único com informações so- bre hanseníase. O rádio só é

.;.-,

Antônio de Freitas, trabalhador rural em Cachoeírinha

Secretária da Saúde não vê

maiores problemas

"A hanseníase existe em Pitanga? Existe, como existe nes- tes municípios todos da região. Eu não acredito que aqui seja um número muito maior, acho que a proporção é igual. Eu não sei por que eles estão pintando todo esse quadro... Até agora eu não en- tendi", disse Tânia Dequech Ferreira, Secretária Municipal de Saúde de Pitanga.

Segundo Tânia, 230 pessoas estão fazendo tratamento de hanseníase no posto de central de Pitanga, que tem um agente de saúde, um médico responsável pelo programa e, recentemente, foi contratado um enfermeiro "com o compromisso de andar nas comunidades, fazer palestras pelo interior afora", explica.

Quanto ao fato dos mini-pos- tos das comunidades não possu- írem medicamentos, Tânia disse que agora é que foi feito o con- curso público para contratação de funcionários, "agora é que vai ser começado a montar o esque- ma normal dos programas dos postos de saúde", disse.

Em relação ao atendimento dos portadores de hanseníase ser feito só no posto do centro da cidade, a Secretária declarou: "De fato, de fato, isso é assim mesmo que acontece, é só aqui a medicação".

usado para chamar, pelo nome, os pacientes que deixaram de freqüentar o serviço de saúde durante o tratamento anuncian- do que devem comparecer "para resolver assuntos de seu interesse".

Para Osmar Francisco Perei- ra, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pitanga, os profissionais de saúde deviam fazer visitas nas casas. "Com a evolução da do- ença, o pessoal não tem nem condições de chegar até o pos- to da comunidade, quanto mais vir até a cidade". Osmar fala que nos últimos anos não me- lhorou em nada o atendimento dos portadores de hanseníase em Pitanga: "o que a gente vê é cada vez mais queixas do pes- soal".

Segundo Elidia Jauer, secre- tária do sindicato, o número de portadores de hanseníase é mui- to grande em Pitanga. "Aqui no sindicato passa, em média, qua- tro ou cinco pessoas por sema- na. Por que eu sei? Porque está deformando a mão. porque está deformando o nariz... aí eu vejo, diz Elidia.

Doença errada Muitas vezes, mesmo que o

portador de hanseníase procu- re o serviço médico, o tratamen- to da doença não acontece em Pitanga. É o caso de Natal ia Karolus, 51, residente na Vila Planalto. Com as pernas incha- das e doloridas, ela procurou o médico üm ano atrás. O diag-

nóstico e o trata- mento, durante um ano, foi de erisipela.

- "Então eu pedi que ele me passasse com outro médico, já que ele não esta- va dando conta. Ele mandou fazer daí o exame de pele e dis- se que era essa do- ença. Quando che- guei no posto de saúde a moça me le- vou lá por fora, as- sim pelos fundos ... lá eu consultei só duas vezes. Daí eu

pedi que ele me passasse para Curitiba", conta Natália.

Entenda melhor Hanseníase

É uma doença causada por uma infecção pelo bacilo da Microbacterium de Hansen. Envolve principalmente os nervos periféricos.

A palavra hanseníase foi adotada pelo Brasil em 1976, em homenagem ao descobri- dor do bacilo da doença, Dr. Gerhard A. Hansen. Até en- tão era chamada de "lepra".

O tratamento é feito atra- vés da poliquimioterapia e pode ser dado em postos de saúde. Pode levar 6 meses ou 2 anos, conforme o tipo da do- ença: a paubacilares (nesse caso a pessoa infectada é re- sistente à doença, não é contagiante e a cura se dá em 6 meses) e a multibacilares (o doente não tem defesa, é con- tagiosa após longo período de contato e a cura é feita em 2 anos).

Primeiros sintomas: apare- cimento de manchas na pele e alteração da sensibilidade.

É uma doença pouco con- tagiosa. O organismo da mai- oria das pessoas pode matar sozinho o micróbio da doen- ça. O principal modo de transmissão se dá através da respiração, tosse ou fala de alguns doentes contagiantes.

Os doentes de hanseníase podem evitar as mutilações através de técnicas aplicadas pelo Programa de Prevenção de Incapacidades Físicas.

i

Page 6: 0 2 R$ 0,35 Governo FHC arrebenta com agricultura familiarcpvsp.org.br/upload/periodicos/pdf/PFOPOPR081995002.pdf · do centro da cidade custa, pelo menos, 15 reais de transporte

Folha Popular Geral Página 6 - Ano I - n0 2- Agosto/95

Problema da moradia atinge 7 da população de Curitiba

Três fatos estão trazendo de volta o debate público sobre o problema da moradia em Curiti- ba: a divulgação da "Relação de Imóveis Invadidos com Autori- zação para Emprego de Tropa", feita pelo Comando da Polícia Militar do Paraná; a relocação de famílias para a Vila Verde 4, na Cidade Industrial; e, a prepa- ração do Encontro Paranaense para a Habitat-II - Segunda Con- ferência das Nações Unidas so- bre Assentamentos Humanos.

"Guerra de nervos" Das 145 áreas de "ocupação"

sem regularização em Curitiba, 40 estão com ação judicial, onde os proprietários pedem a reinte- gração de posse. Destas áreas, 8 já tem decisão judicial determi- nando a desocupação.

Como os moradores não acei- taram deixar os locais, a Secre- taria Estadual de Segurança Pú- blica autorizou a ação da Polí- cia Militar (PM) para a realiza- ção dos despejos.

Além destas 8, estão na rela- ção do Comando da PM, uma área de Rio Branco do Sul e uma de São José dos Pinhais, esta com 1.600 pessoas.

As datas das autorizações para "emprego de tropa" variam de área para área e vão desde 18 de maio até 14 de julho. Pressi- onados, os moradores tentam en- contrar alternativas de solução do problema através de negoci- ação com a Cohab.

Terezinha Fernandes, a presi- dente da Associação de Mora- dores Unidos do Umbará ("Vila Tripa"), explica que cadastrou as 380 famílias do local e entregou na Cohab no ano passado. "Na época, a Cohab disse que podí- amos ficar tranqüilos que ia ser feita uma negociação com o pro- prietário. Agora diz que não tem como negociar", conta Terezinha

Na opinião de Márcio Rojânio da Ponte Salles, presi-dente do Xapinhal (entidade que reúne associações do moradores dos bairros Xaxim, Pinheirinho, Alto Boqueirão e Sítio Cercado), o que está havendo é uma "guerra de nervos, de forma a forçar os moradores a negociarem indivi- dualmente sua relocação para áreas distantes e em péssimas condições", afirma.

Vila Rose A negociação individual

aconteceu com a maioria dos moradores da Vila Rose (área que não estava com pedido de reintegração de posse, onde a Cohab iniciou a relocação de 78 famílias no dia 25 de julho).

Como várias famílias apre- sentavam resistência à proposta de relocação para a Vila Verde 4, Dr. Ivo Mendes Lima, presi- dente da Cohab, visitou pesso- almente os moradores argumen- tando que aquela área apresen- tava risco de vida para os seus ocupantes e a relocação tinha

Vila Verde 4, loteamento da Cohab na Cidade Industriai de Curitiba

Os números Curitiba tem 43.041 famíli-

as inscritas na "fila da Cohab". Tirando deste número uns 10% que são moradores de municí- pios da Região Metropolitana, ficam 38.737 famílias curitiba- nas em busca de moradia

Somando-se a este número as 21.509 famílias que atualmente moram nas 145 áreas de "ocu- pação" irregular ( e que estão, portanto, inseguras quanto à sua situação de moradia) tem se um total de 60.246 famílias.

Multiplicando este total por 4,3 (média de pessoas por fa- mília nos bairros de periferia) o resultado é 259.057 pesso as, ou seja cerca de 20% da população da cidade.

Pré-Escola

GENTE NOVA

aMaternalDJardimDPré Fone: 346-6836

Rua Ornar Raimundo Píchet, 613- Xaxim

FÁTIMA CABELEIREIRA

UNISSEX Corte masculino R$ 2,50 e feminino, R$ 3,00 .. ..

Manicure e Pedicure Com Hora Marcada

(Próximo ao CECOMA - Xaxim) 8 346-7103

KOMBI DE ALUGUEL

Carreto, Mudanças e

Viagens

8 270-0567 Anuncie e venda mais

O Jornal Folha Popular circula cm Curitiba e Região Metropolitana,

com uma tiragem mensal de 20 mil exemplares.

Fará anunciar basta Ugar para o telefone 3a2-»*3T e solicitar a presença de

um vendedor

Folha Popular

que ser feita. sas. "Me deram só uma lona para Osvalmir Fernandes Tomáz, colocar meus filhos debaixo",

presidente da Associação de diz Maria Aparecida Caetano da Moradores da Vila Rose, por seu Silva, diarista, mãe de duas cri- lado, protestou contra o fato da Cohab colocar, como única al- ternativa, a ida das famílias para o loteamento chamado Vila Ver- de 4. (A reportagem da Folha Popular visitou o loteamento e constatou que não havia rede de água nem de luz, que os lotes ti- nham poças de água mesmo de- pois de vários dias sem chuvas na cidade e que um canal, cons- truído no leito de um afluente do Rio Barigüi, acumulava água e esgotos ao lado das casas).

Outro motivo da revolta dos moradores é a não indenização, por parte da Cohab, do material destruído no desmanche das ca-

Conselho de Política Urbana não tem

participação popular O Conselho Estadual de Po-

lítica Urbana - CEPU, criado pelo governador Jaime Lemer através do decreto n0 993, de 12.07.95, não tem vaga para representantes dos usuários dos programas de habitação popu- lar. Com caráter deliberativo, o Conselho tem a finalidade de tratar da aplicação dos re- cursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

Segundo o decreto, consti- tuem o Conselho os seguintes membros:

l)Secretário de Estado do

Planejamento, na qualidade de presidente; 2)Secretário do Desenvolvimento Urbano; 3)Secretário Especial de Polí- tica Habitacional; ^Associa- ção Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupan- ça-ABECIP; 5)Sindicato da In- dústria da Construção Civil; 6)Conselho Regional de Enge- nharia e Arquitetura-CREA; 7)Prefeitura de Curitiba; 8)As- sociação dos Municípios do Paraná; 9)representante das Se- cretarias Municipais, com atu- ação na área de saneamento.

Calendário de Mobilização dos Professores para agosto/95

De Io a 9:asssembléias e reuniões com professores Dia 10:debates nas escolas sobre à situação do Magistério na Educação, LDB, Carga Horária e o Ato Nacional dos Estudantes, marcado para 11/08. Dia lliparticipação dos professores no Ato Nacional promovido pela UNE e UBES Dia 15:aulas somente até o recreio. Depois, debates entre professores, funcionários, pais e alunos sobre a situação da educação. DIA NACIONAL DE LUTA PELAEDUCAÇÃO Irá uma caravana à Brasília,

participar da manifestação nacional. Redução das aulas para duas por turno. No complemento da man- hã, realizar panfletagem na região da escola, esclarecendo a popula- ção. A tarde, assembléia com pro- fessores do município ou região. À noite, reunião com pais. Duran- te o dia, será promovido o ato Es- cola na Rua com painéis no cen- tro da cidade informando a popu- lação sobre a situação dos profes- sores e a possibilidade de greve. Dia 30: Assembléia Estadual dos professores, em Curitiba, para decidir se a categoria entra ou não em greve.

CABELEIREIRO UNISSEX

Claudínei e Marli Rua mandirituba, 1058

Xapinhal Fone: 241-8636

Horário: das 9 às 20 hs de segunda a sábado

ENCADERNAÇÕES EM GERAI

ligue: 200-1233 bip:410-2120

fale com Nilson Vieira

Enxovais para Bebês

miamo Sacolas, saquinhos, colchas, forro de

carrinho, mantas, fraudas, bordados, tip- top

Tudo feito em matelassè e bordado. Rua Francisco Derosso, 4910 (Jardim Paranaense)

ARTESANATO DE VIME AVENIDA

• Cesteiras em Vime • Cadeiras de palha e de vime e balanço • Cana da índia e Vazos de Cerâmica Rua Cristiano Strobel, 1.791

Xaxim-F: 276-0527

ancas, uma de 3 anos e outra de um ano de dois meses. "Eu de- morei um ano para construir a casa e, de repente, a gente vê tudo destruído, as telhas, madeiras e móveis quebrados, dá uma dor no coração", contou.

Ato público O Movimento de Luta pela

Moradia e Reforma Urbana marcou para o dia 29/08 um Ato Público. Segundo a Coordenação do Movimento, este será o Dia de Luta Contra os Despejos e pela Regularização das Áreas.

A decisão de realizar o Ato foi tomada na plenária que acon-

teceu no dia 03/08 e contou com a participação de cerca de 200 representantes das várias áreas de "ocupação" de Curitiba e Re- gião Metropolitana.

Habitat-II Os problemas com a falta de

moradia, com a subabitação, ocupações irregulares, infia-es- trutura, meio-ambiente, qualida- de de vida e outros relacionados com "assentamentos humanos", estão sendo discutidos no pro- cesso preparatório da Habitat-II - Segunda Conferência das Na- ções Unidas sobre Assentamen- tos Humanos.

No Paraná a instalação do Fórum Habitat-II se dará no dia 14 de agosto, no Plenarinho da Assembléia Legislativa.

Cohab atendeu 21.245 famílias em dois anos Segundo informações da as-

sessoria de imprensa da Cohab (Companhia de Habi- tação Popular de Curitiba), os programas visando resolver o problema da moradia já aten- deram 21.245 famílias. Veja os números:

Programa Lote Fácil 8.823 unidades produzidas

na atual administração (janei- ro/93 a maio/95)

Programa Casa Fácil Atendeu 1.234 famílias

desde janeiro/93

Programa Lote Legal 10.181 famílias foram

beneficiadas através da regularização de áreas ou

relocação

Vila de Ofícios 21 unidades entregues e 279

em execução

Programa Convencional 980 apartamentos entregues

na atual administração

Programa Cooperativo Une cooperativismo e consórcio. Atendeu 6

famílias até o momento.

A "fila da Cohab,, tem -

mil

famílias inscritas

Nas áreas de "ocupação" moram

21,5 mil

famílias curitibanas

No município de Curitiba são

145 as áreas irregulares

A reintegração de posse foi pedida em

40 áreas de Curitiba e mais

11 na Região Metropolitana

Os juizes já decidiram que

8 áreas serão despejadas em Curitiba e mais 2 na Região Metropolitana

Está autorizado o uso de tropas sobre

6,5 mil

pessoas em Curitiba e Região Metropolitana

Baixos salários fazem professor desistir da profissão

Você, como pai de aluno, já reparou se a escola de seu fi- lho está oferecendo todas as disciplinas normalmente? É possível que não, pois estão faltando professores na rede pública estadual. Só em abril foram duzentos que pediram exoneração do cargo. Desisti- ram do magistério para tentar a vida de outra forma, desestimulados com os baixos salários e com a falta de con- dições de trabalho.

Se, por exemplo, um profes- sor com 20 horas semanais para sete turmas deixa de lecionar, são cerca de 250 alunos que ficam sem assistir aula desta disciplina. A falta de quatro professores pode prejudicar o aprendizado de cerca de mil alunos.

Convênios Diante de um quadro tão gra-

ve, as providências tomadas pelo governo são poucas. Como alternativa, a Secretaria de Educação lançou a idéia de um convênio para que as As-- sociações de Pais e Mestres

APP-Sindicato*

pocurem e contratem profes- sores provisoriamente até o fm do ano. Esta proposta não etá surtindo efeito porque as /PM's estão receosas, pois cm o convênio são elas que dverão assumir possíveis pen- dncias jurídicas -o governo lya as mãos.

Stlários Já a APP-Sindicato (que re-

pssenta os professores do Es- táo) acha que se não houver ireresse do governo em pagar bns salários, pouco efeito sur- tia qualquer medida para me- Ibrar a qualidade do ensino. Aqueles professores que es-

pravam que a situação melho- ráse com a mudança de gover- n já estão se decepcionando. S, durante a campanha eleito- n, Jaime Lemer prometia re- pr as perdas salariais ocorri- ds nos últimos oito anos (des- dio governo Álvaro Dias), na adiência com a diretoria da AP-Sindicato, ocorrida no dia 2 de julho, ele sequer admitiu í&r sobre o assunto.

Lemer disse que a política

salarial do governo é vincular os reajustes ao aumento da re- ceita. Funciona assim: ao final de cada ano o governo repassa para o funcionalismo o equiva- lente a 50% do que aumentar de arrecadação. "Se for possí- vel", ressaltou Lemer, ele an- tecipa uma parcela deste mon- tante a cada três meses.

Migalha Devido ao crescente descon-

tentamento, o governo divulgou o índice de 10% para agosto. Esta antecipação poderá ser descontada no final do ano, de- pendendo do desempenho da receita. Com este índice, o piso salarial vai para R$149,62. A hora-aula de um professor, no auge da carreira, com licenci- atura plena sobe de R$3,07 para R$3,35.

Portanto, para os professo- res da rede estadual, agosto será um mês de mobilização que culminará na Assembléia da categoria, marcada para o dia 30, quando poderá ser deflagrada greve.

* Associação dos Professores Estaduais do Paraná.

Page 7: 0 2 R$ 0,35 Governo FHC arrebenta com agricultura familiarcpvsp.org.br/upload/periodicos/pdf/PFOPOPR081995002.pdf · do centro da cidade custa, pelo menos, 15 reais de transporte

Página 7 • Ano l - n0 2 • Agosto/95 Folha Popular

Comunidade ^ez m^ crianÇas esperam vaga nas creches de Curitiba Associações de

Moradores Nossa Luta 05/08: festa na associação do grupo Ka-Naombo, a partir das 18h

Teve início dia 23/07, a pesquisa promovida pela Associação junto às famílias, para conhecer os problemas que mais afetam os moradores e buscar soluções para resolvê-los. Moradias 23 de agosto Grande Festa do 4o aniversário da conquista da terra para morar 19/08: Baile com Os Serritanos 20/08: Almoço com churrasco, às 13h30 bingo, às 18h missa com a chegada de N. Sra. dos Migrantes, seguida de fogos e bailão até às 24h. Vitória Em agosto haverá Assembléia com

moradores e associados para rever o estatuto da associação Moradias Pantanal

Em reunião com os moradores na Rua da Cidadania, o prefeito Rafael Greca garantiu que vai regulamentara área do local não atingido pelas enchentes. Definiu-se a relocação para o Jardim da Ordem de 50 famílias atingidas pela enchente. A Associação está em negociação com a Prefeitura e aCohab. Xaxim Obras concluídas: agência Banestado da Vila São Pedro, asfalto na rua Io

de Maio, anti-pó nas ruas secundárias, pontes de acesso Vila São Pedro, semáforo atual da BR-116, Projeto Tudo Limpo, entre outras. Obrasaseiran feitas: contorno (boisão) da BR-116, sinalização e lonbadas na rua lfide Maio, asfalto definitivo narua Cid Marcondes de Albuquerque, tubo do iigeirinho entre o Conj. Parigot de Souzaea Vila Acordes.

Estas são conquistas do povo organizado. Certamente aparecerão, como já apareceram, pessoas oportunistas dizendo ser suas essas conquistas, desrespeitando a organização do povo.

Comunidades Eclesiais de Base

Nossa Senhora A uxiliadora 20/08: setor 7 de pastoral avalia sua caminhada, a partir das 14h na Paróquia São José das Famílias 20/08: gincana vocacional na comunidade Vitória a partir 13h São José Operário 19/08: Jantar das Comunidades, no Salão Paroquial, a partir das 19h. São Pedro Apóstolo 19 e 20/08: Retiro dos animadores das comunidades do setor São Pedro e Monte Carmelo, no Cepat 11 Interclesial do Paraná Lema: CEB's do Paraná, sal e fermento na massa. Acontecerá durante o carnaval de 96.Contato: Susana. São Lucas 13/08: festa na Vista Alegre 13/08: festa na Atalaia

Estudantil UNESPI

No dia 25/05 os estudantes de Pinhais realizaram o Io Congresso da União dos Estudantes de Pinhais, UNESPI. Nesta ocasião em foi fundada e eleita sua diretoria.

Seicho-no-Ie 12/08: Mini-Seminário na Asso- ciação Centro, na Praça Tiraden- tes, 346,22andar. fone 356-1414. 4" feiras, reunião da Prospe- ridade seguida de jantar para os participantes. Na Sede Regional, Av. Erasto Gaertner, 1833. fone: 356-1414. 28/10: Grande Conferência, das I3h às 19h30, no Centro de Con- venções Curitiba. Informações: 356-1414 Temas: Unificação das Religiões, Harmonia Conjugai, Importância da Gratidão, Leis da Prosperidade.

Cefuria comemora 14 anos O Ceíliria, Centro de Forma-

ção Irmã Araújo, completa 14 anos em agosto. Seu trabalho sur- giu da necessidade de um ponto de referência para a capacitação das pessoas e a união e articula- ção dos trabalhos dos movimen- tos populares.

Em sua definição como órgão, esta entidade homenageou Irmã Araújo adotando seu nome, que é reflexo da luta por melhorias na condição de vida e de cida- dania da população de Curitiba e Região Metropolitana. Assim, o Cefuria iniciou em 1981 seu trabalho de oferta de apoio e infra-estrutura para os movimen- tos populares, para formação e articulação destes movimentos nas bases em que eles atuam.

"Movimento de Mulheres, As- sociações de Moradores, Pasto-

rais, CEBs, grupos que se reuni- ram com o objetivo de mudar al- guma coisa no "status quo" sem- pre tiveram espaço e apoio no Cefuria", conta Paula Broeders, presidente da organização. "A contribuição que pretendemos dar é principalmente a de auto- sustentação e de animação para os movimentos".

E é contando com o envolvi- mento de todos os movimentos que acontecerá a comemoração dos 14 anos do Cefuria, numa grande festa durante toda a tarde do dia 13 de agosto, na Paróquia São Pedro, no Xaxim. Haverá barraquinhas com comidas e be- bidas, futebol, apresentações ar- tísticas e o bingo dos movimen- tos, numa grande confraterniza- ção social. "Todos estão convi- dados", afirma Paula.

LíDER COMUNITáRIO

Orlando Bonete, 33 anos, é o novo Presidente da Associação de Moradores da Vila Juvenal da Cruz, no bairro Gralha Azul, em Fazenda Rio Grande.

Sua eleição é coroação de um trabalho incansável na luta pelos direitos de cidadania. Filho de agricultores, Terézio e Maria, Bonete deixou Mafra (SC), sua cidade natal, em 1985 para iniciar uma nova vida em Curitiba.

Trabalhou inicialmente numa fábrica de papel, mas logo entrou na área que lhe faria descobrir sua real aptidão: as lutas sindicais. A área era a do transporte coletivo, na Auto Viação Redentor, onde trabalhou como cobrador, auxiliar de manutenção, manobrista e motorista. E foi nesta função que ele começou sua trajetória sindical, sendo o mais votado na CIPA (Comissão Interna de Prevenção aos Acidentes), foi presidente da Associação de Funcionários da empresa e delegado da Federação dos Trabalhadores do do Transporte do Estado do Paraná. No sindicalismo rodoviário, Bone-

te liderou a oposição ao sindicato da classe e foi um dos fundadores da APTR, Associação Profissional dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Curitiba e Região Metropolitana. Hoje ele trabalha no SindiServidores, continuando sua história de lutas sindicais.

Seu trabalho pela comunidade de Fazenda Rio Grande começou em

92, com sua mudança para aquele município. Em dois meses lá, Bonete foi eleito presidente da APM da Escola Antônio Baldan, naVilaJuve- nal. Percebendo que a Associação de Moradores não atuava o suficien- te, Bonete liderou um "Movimento em Defesa dos Moradores do Bairro Gralha Azul". Eleições foram abertas e a chapa de Bonete foi eleita com 175 dos 276 votos.

A nova diretoria da Associação tem muitos planos, entre eles o manilhamento do esgoto, instalação de luz e água na ocupação que há na vila, instalação de telefone comunitário, etc. Bonete deseja organizar com os moradores um plano de ações que cumpram seu lema de campanha: "Unidade e Luta", ou seja, a unidade do povo na luta pela melhoria das condições de vida.

Fila de inscrição para vagas na A organização Xapinhal (en-

tidade que congrega Associa- ções de Moradores dos Bair- ros Xaxim, Pinheirinho, Alto Boqueirão e Sítio Cercado) está reivindicando da Secreta- ria Municipal da Criança a construção de mais creches na periferia. A reivindicação, já antiga nas Associações de Mo- radores, foi reforçada a partir de um levantamento do núme- ro de crianças inscritas na fila de espera das creches. Reali-

Creche Tia Chiquita, inaugurada zada em maio de 95, a pesqui- sa revelou que a fila de espera chega a 360 crianças na Cre- che Ostemak, por exemplo. Já na Creche Pirineus/Xapinhal o número de crianças que preci- sam de vaga chega a 800.

O problema atinge toda pe- riferia da cidade. Em uma das creches do Bolsão Sabará (CIC), a fila de espera tem 90 crianças. A situação mais gra- ve, no entanto, vivem as vilas onde ainda não exste creche:

no Bairro Novo no dia 28/07/95. "na Vila Pompéia a creche está prometida há dois anos, mas até agora a construção nem co- meçou", conta Irmã Narcisa Basetto, explicando que a mai- oria das mães precisam traba- lhar.

Qualidade Em entrevista à Folha Po-

pular, a Secretária Municipal da Criança, Maria Helena Maciel Silveira, afirmou que existem dez mil crianças à espera de va-

gas nas creches de Curitiba. "No padrão que é a nossa creche, se você abrir uma por semana, vai continuar tendo uma fila muito alta, até da classe média", disse Maria Helena argumentando que a demanda fica maior quanto me- lhor fica o serviço. "O trabalho feito pelas creches comprova que a educação tem que ser igual para todos, não tem educação'' para aqueles menos e para aquele mais, a crança tem uma condi- ção natural dela, é só estimular, ter um bom tratamento e uma boa alimentação", explicou Maria ' Helena. A Secretária informou que para o ano de 96 está confir- mada a construção de dez ou doze creches oficiais, mais a re- forma e ampliação de algumas já existentes. Assim, o número de creches construídas entre 1990 e 95, contando com aquelas pre- vistas para o ano de 95, é de 18.

Número de creches e de cri- anças (0 a 6 anos) atendidas em Curitiba, dados da Secretaria Municipal da Criança.

Tipo Creche Criança

Oficiais 121 13.759

Comunitárias 91 7.562

FOTAL 212 21.321

Carisma da Paróquia Anunciação Ençenhadano trabalho de união

ao redor da Igreja para o progresso de todos os seus membros, a Paró- quia daAnunciação, no Pinheirinho, é exemplo de trabalho e luta.

Mesmo tendo iniciado seus tra- balhos, em 1975, sob a orientação dos padres missionários combo- nianos, a Paróquia da Anunciação sempre demonstrou sua vocação para a evangelização, que é a mar- ca da comunidade. "Padre Hermes, assim como seus antecessores Pa- dre Amálio e Padre Estanislau Mo- deski, primava mais pela espiritua- lidade", conta o atual pároco. Pa- dre Francisco Miguel.

Ele louva o trabalho de seu antecessor, que deixou esta marca carismática na comunidade, o que para ele "tem muita coisa boa, des- de que a pessoa não fique só no louvor, mas também se engaje e participe da comunidade."

Comunhão participativa Em seu trabalho junto à Paró-

quia, iniciado quando era ainda seminarista, Padre Francisco Miguel busca que os participantes lutem pela comunidade dentro da sociedade.

Ele comenta que neste período com o grupo, chamou-lhe atenção o esforço que há para uma forma- ção de lideranças para o trabalho social, enaltecendo a criação neste ano, da Escola de Evangelização. "Este interesse que há de se criar

Padre Francisco Miguel

uma consciência de que as pesso- as não devem só ir à missa e voltar para casa, mas também que elas , têm de arregaçar as mangas, se engajar e lutar dentro da comuni- dade." !;

li

Padre Francisco Miguel acres- li centa.que "dentro do Sínodo se feia da comunhão participativa, é a for- mação, então nós estamos lutando para que haja esta formação den- tro da comunidade".

Esta luta tem rendido bons fru- j tos. O trabalho da Pastoral da Saú- de, exercido por Dona Madalena que ensina a usar as ervas medici- nais, e os alcochoados feitos pelas "Senhoras do Chá" são apenas uma pequenaamostrado potencial deste! grupo. Apesar de narrar com or- gulho os feitos de sua comunidade,. Padre Francisco Miguel admite que "ainda há um trabalho muito grande pela fiente para chegar no trabalho social desejado".

Grito dos Excluídos O Grito dos Excluídos, mar-

cado para o dia sete de setem- bro, vai tomando forma e con- sistência em todo Brasil. Em de- fesa da vida e da cidadania, a CNBB convoca a realização do Grito dos Excluídos. É o mo- mento de lançarmos juntos um grito que fará sacudir as estrutu- ras injustas que oprimem o povo.

O evento busca combater as formas de exclusão que no Bra- sil se traduzem com salário mí- nimo, expulsão da terra, desem- prego, fome e miséria. O movi- mento pastoral tem como objeti- vo anunciar a vida em primeiro lugar, ser um grito pela cidada- nia, lutar por uma sociedade ra- dicalmente democrática, criar laços de solidariedade e forta- lecer a esperança. Propõe a de- mocratização da propriedade e do uso da terra, distribuição da riqueza e da renda nacional, uma economia que gere emprego e que atenda às necessidades da população, políticas públicas que garantam saúde, educação, moradia e boas condições de vida para todos, e um projeto de sociedade que garanta a partici- pação popular na construção da cidadania e da democracia.

Todas as pastorais, as entida- des sindicais e populares estão engajadas na realização do Gri- to, dos Excluídos e convocadas a divulgar e a colaborar neste

Paula Broeders* projeto.

Um grito que nasce do âmago de nossa consciência de cristãos e brasileiros. Um grito que que- remos erguer com fé, expressar com firmeza e sustentar com tei- mosia para que em nossa Pátria não haja mais excluídos e todos possam ter a alegria de viver, na dignidade de filhos de Deus e na solidariedade de irmãos que se aceitam e se ajudam.

Para o dia 7 de setembro em Curitiba e Região Metropolita- na temos o nosso Grito que vai se realizar no Xapinhal - Nossa Luta.

Concentração às 5h 10 no Ter- minal Sítio Cercado com a ca- minhada até o local da celebra- ção com o Grito ao meio-dia.

E também há desde já à dis- posição dos interessados:

- cartazes e panfletos das ati- vidades de Curitiba e Região Metropolitana

- Sugestões para a apresenta- ção nas comunidades, uma vigí- lia ou celebração da palavra.

ARMARINHOS D' ÁVILA GRANDE VARIEDADE EM ARMARINHOS, PAPELARIA E

PRESENTES PARA O DIA DOS PAIS - CURSO DE ARTESANATO. Promoção: JUNTE SUAS NOTAS NO VALOR DE r$ 10,00 E

CONCORRA A UMA BICICLETA Rua Ornar Raimundo Pichet, 716 - Xaxim

9 346-6531

Livraria e Papelaria

MILEN A Temos também: Xerox, Material Escolar, Artigos

Religiosos, Vídeos e Muito Mais. VENHA CONFERIR NOSSAS PROMOçõES ESPECIAIS

Av. República Argentina, 3172 (Próx.Igreja do Portão)

345-1915

MIERCIEAmA

POEMA O LUGAR CERTO PARA COMPRAR

Venha conferir

De Toninho Porceno e Família

Rua Manoel Ribeiro Macedo, 356 Vila Jardim Natal

Para obter mais informações sobre o Grito, ligue para: 224-7433 Pastoral Operária 224-3921 Cúria Metropolitana 322-8487 Cefuria 224-3921 CEB's 225-7706 Ação Social do

Paraná

*Paula Broeders é presidente do CEFURIA

CRUZEIRO DO SUL FOTOGRAFIA E VÍDEO

Rua Nova Esperança, 105 - Sta. Joana - Sítio Cercado

S 349-4496

I l

Page 8: 0 2 R$ 0,35 Governo FHC arrebenta com agricultura familiarcpvsp.org.br/upload/periodicos/pdf/PFOPOPR081995002.pdf · do centro da cidade custa, pelo menos, 15 reais de transporte

Folha Popular Página 8- Ano i - n0 i - Julho/95

Folha Popular

Esporte amador DE BALIZA A BALIZA

Força ao futebol suburbano Ana Maria Pinheiro*

O cronista esportivo Leô- nidas Dias, titular do festeja- do programa A Voz do Amadorismo, é por índole e vocação, esportista em toda extensão do vocábulo. Com- prova-o seu presente e seu pas- sado. Há mais de três décadas, comanda inúmeras competi- ções de alto nível: folha de Almirante Tamandaré, Cobrinhas e Feminino. Carrei- ra pontilhada de honestidade e competência comprovada. Divide suas atividades com o leal e velho guerreiro: o Marion. Ainda, Elcio Santos, valor de habilidade compro- vada. Ao Leônidas e sua pato- ta, nosso festejado aplauso.

***

Todo clube amador tem inte- resses vitais relacionados com o sentido fundamental de or- dem e progresso expressos particularmente nos anseios do patrimônio. Para a alegria ge- ral, dois grandes clubes segui- rão os exemplos de outros co- irmãos, iluminando seus mag- níficos estádios: Vila Hauer E. C. e União Nova Orleans. Su- burbana gigante e imbatível! Nota dez.

***

A Rádio Atalaia de Curitiba forma à linha de frente do es-

Liberdade de Opinião porte paranaense. Em suas fi- leiras despontam os mais no- táveis radialistas de todos os tempos: Jair Júnior, Durval Leal, Rogério Fernandes, Edemar Barone, Leônidas Dias, Pereirinha, Algaci Túlio, Altair Ferreira, Jota Agustinho, César Silvério, Márcio Gama, Wilson Gomes, Milton Fantuchi e Luiz Augusto Guamieri, e o mais completo quadro de colaboradores. Au- diência prá ninguém botar de- feito! É como afirma o meu companheiro Barone: "Ouvir, conferir e aplaudir".

***

Vivemos o melhor futebol do Brasil, sob o regime de or- ganização, embora imperfeito em termos de regulamento, mas preferível a qualquer ou- tro, sobretudo pelos clubes filiados à Entidade "mater", que se organizam e valorizam os campeonatos anuais. Basta apenas dar um ou outro reto- que ao regulamento.

***

Três emissoras conceitua díssimas dão cobertura total ao esporte amador: Atalaia, Cultura e Iguaçu. Um trio que dá vida ao futebol suburbano.

* Ana Maria Pinheiro é jornalista e comentarista esportivo.

Sob a ação de trabalho que, muitas vezes, definimos superfi- cialmente e que merece uma ava- liação mais profunda, a história do futebol amador continua em sua brilhante tragetória, avançan- do através do tempo. Evoluindo, assim, seus dirigentes e atletas tomando transparente o trabalho de organização e sacrifício digno em todos os sentidos, condicio- nado pelo vaticínio que exprime o próprio vocábulo: progresso acima de qualquer outro ideal.

O futebol amador apresenta-se, no momento atual, ideologicamen- te compacto em tomo da gente hu- milde: trabalho e sacrifício. De

Edemar um lado, as idéias alicerçadas nos ensinamentos que repoduziram o fino do ideal dos clubes, consusbistanciado na garra, que se baseia em forças espirituais e morais. Pressupondo liberdade de ação que, por sua vez, exige responsabilidade, livre das peias do descrédito, características de alguns clubes chefiados por pa- trões que engolem interesses excusos, só a consciência moral formada à luz dos valores espiri- tuais e morais, dará ao verdadei- ro dirigente a responsabilidade necessária ao bom uso de traba- lho e liberdade. A falta de com- preensão dessa verdade vem co-

Baroni* locando alguns clubes amadores, em Curitiba, em grave impasse, sujeitos ao desaparecimento.

No mundo da bola, em tomo da verdade, ninguém tem o direi- to de sobreviver sugando os pou- cos reais que caem na máquina registradora. Exemplo típico e inconteste: Vasco da Gama F.C., do bairro do Pilarzinho, exploran- do o estádio Erondi Silvério e uma sede social de primeira linha Um Vasco que continua na U.T.I., sem eira, sem beira, pela falta de res- ponsabilidade de um presidente sacou o clube das competições amadorísticas. Um presidente aco- modado que só enterrou o clube ao

Tedechí, goleiro que atua pelas cores do tradicional Vila Hauer

EC.

longo de vários anos. É dose para mamute. Aí arazão do trabalho su- perficial de quem realmente não tem garrafes para vender.

Ele é o maior!

Edson Milbratz, energia a gerar os destinos do E. C. Olímpico.

Edemar

Edson Milbratz não esconde o jogo. Confessa que procura na prece e no recolhimento a inspi- ração para os seus ideais no tra- balho e no esporte. Na verdade, o ilustre desportista é um dos grandes vultos, que se projeta na história do E. C. Olímpico como dirigente padrão, competente, in- teligente, trabalhador, objetivo, enérgico, habilidoso. Tem fre- qüentemente acentuado, por for- ça de sua própria evidência, a popularidade de que goza em todo o contexto do fiitebol subur- bano. E é impelido pela consi- deração dos inestimáveis bene-

Baroni* fícios decorrentes da generaliza- da simpatia de que se vê cerca- do entre nós que compomos os meios de comunicação, que to- mamos, freqüentemente também, a liberdade de lembrar aos que se nos afiguram ser os mais lú- cidos e eminentes dirigentes do mundo da bola, a exemplo do nosso enfocado. Ele preserva o prestígio, junto ao desporto paranaense, da massa a que per- tence.

Que admirável lição esta de Edson Milbratz! E que admirá- vel lição esta, representada pela simpatia e amizade do país do

futebol às suas admiráveis qua- lidades! Reflitamos, todos, sobre ele, nós que sabemos apreciar o dirigente vervadeiro, e ele, Ed- son Milbratz, que, cultuando os caminhos da bola, recebe, pelo cumprimento do dever, a paga mais dignificante. Que jamais se afaste dessa rota luminosa o ve- lho amigo Edson -eis os nossos votos. Pois esse é, na verdade, o caminho do prestígio, e do pres- tígio de Edson Milbratz depen- de a força esportiva do gigantes- co E. C. Olímpico do Xaxim.

*Edemar Barone é jornalista e radialista do futebol paranaense.

Cultura & Lazer Ka-Naombo é "coisa de negro" Don Juan retorna ao cinema

Paulinho Lamarca*

A região do Xapinhal, em Curitiba, uma das mais ca- rentes da cidade é também uma das mais ricas no exem- plo de lutas e conquistas de uma comunidade organizada.

E é lá, na Vila Nossa Luta, que se o encontra o grupo cul- tural Ka-Naombo. Tão im- portante quanto as demais or- ganizações da região, e ten- do em comum com aquelas as grandes dificuldades, o Ka-Naombo tem como eixo de luta o resgate da história do negro, no Paraná e no Bra- sil.

Ligado à Associação Cul- tural de Negritude e Ação Po- pular, o Ka-Naombo reúne 50 crianças e 20 adultos, ne- gros e brancos, identificados com a luta contra a discrimi- nação e a exploração do povo em geral.

Criado há quase cinco anos, o Ka-Naombo, que quer dizer, "coisa de negro", vem promovendo diversas ativi- dades como reuniões, deba- tes e filmes. Porém, a princi- pal atividade do grupo é li- gada aos espetáculos de dan- ça, música e teatro.

U"" i:. * li

__

U^àW' INtf W v' 1

L

As crianças do Ka-Naombo em apresentação.

Coordenado por Vera Lú- ensaiar seus espetáculos, em cia de Paulo Paixão, hoje Ka- especial os de dança nos Naombo acumula um reper- tório de encenações nas quais denunciam as diversas for- mas de preconceitos e injus- tiças sofridos pela popula- ção, principalmente aquela excluída dos seus direitos de cidadão, como exemplo, a

quais adultos e crianças sur- preendem na riqueza de rit- mos e coreografias harmoni- osas, nas quais se destacam crianças de baixa renda.

E é da preocupação com essas crianças que está nas- cendo o projeto mais ambici-

Um jovem ameaça atirar- se do beirai de um edifício, a cerca de quinze metros aci- ma da rua. Mascarado, usan- do uma capa e empunhando uma espada, ele proclama ser Don Juan DeMarco, o maior amante do mundo, sedutor de mais de mil mu- lheres.

Devastado pela perda de seu único verdadeiro amor e convencido de que não há mais razão para viver, Don Juan está a beira do suicí- dio.

Os policiais que acorrem ao local, certos de estarem tratando com um tipo com-

pletamente insano, chamam um psicanalista capaz de convencê-lo a desistir da proesa.

Dr. Jack Mickler (Marion Brando), um médico alta- mente reputado, já em fase de se aposentar, acaba por ter o jovem sob sua respon- sabilidade, durante o prazo de dez dias, para avaliar a óbvia desilusãodo paciente, oferecer um diagnóstico e re- comendar o tratamento apro- priado ao caso.

Durante esses dias, nas sessões com o analista Don Juan recorda sua fantástica odisséia de 21 anos, cheios

de aventuras e romances. Acaba não apenas por con- vencer Dr. Jack Mickler de estar perfeitamente são, como leva o médico a en- contrar a velha chama da paixão em sua própria vida.

Marion Brando, duas ve- zes ganhador do Oscar de Melhor Ator, vive o perso- nagem do Dr. Jack Mickler. E Johnny Depp, bastante conhecido do público por vários filmes de sucesso, como "Edward Mãos de Te- soura", faz o personagem de Don Juan DeMarco. Serviço: Don Juan DeMarco estará nos cinemas a partir do dia 04/08.

peça "Meninos e Meninas de oso do grupo, a criação de uma Rua", a mais solicitada para escola alternativa, exatamente apresentações, que mostra a dura realidade de crianças abandonadas nas grandes ci- dades de nosso país.

O grupo se reúne nos fi- nais de semana para criar e

para suprir as deficiências des- tes meninos e meninas, visan- do uma formação baseada na realidade em que vivem.

^Paulinho Lamarca é ator profissional.

Marion Brando e Faye Dunaway em cena do filme "Don Juan DeMarco

Rosy Cabeleireiros e Estética

lua Sen. Alencar Guimarães, 245 Centro

fif 233-0334 (com hora marcada)

FARMÁCIA SANTA RITA A sua Saúde com Economia

Rua Dr. Pedrosa, 116 , Centro próximo à Praça Rui Barbosa

fone:234-0790

£iisft dos ^Cestos Tudo para todas as festas 6 lojas para bem servir

9 224 0088 Rua XV de novembro 852

Ginásio de Esporte Sítio Cercado

Aluga horário para prática de Futebol de Salão (Próximo ao

Terminal do Sítio Cercado)

Rua Isaac Ferreira da Cruz, 3886

Fone: 349-2484

PAPELARIA

REDIVAL Há mais de 15 anos no bairro

Material escolar completo, fitas virgens e material eletrônico

fío retomo às aulas, muitas ofertas Rua Agudos do Sul, 51, ao lado

do Correio - Sítio Cercado

Um jornal que vende O Jornal Folha Popular cm apenas

um mês de cirulação já atingiu a soma de 1900 assinantes. E olhe que são 20 mil exemplares mensais.

Para anunciar basta llaar para o telefone 322-8487 e solicitar a presença de

um vendedor

Folha Popular <\ nossa foUic\ ^^^■■^V