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AMBIENTE FLUVIAL Rio Columbia Interpretação Fotogeológica Prof a . Ariane da Silveira

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AMBIENTE FLUVIAL

Rio Columbia

Interpretação Fotogeológica

Profa. Ariane da Silveira

Page 2: 03 Fluvial

Drenagens/Rios

Introdução

A rede de drenagem é muito sensível:

ao substrato rochoso (maior ou menor

permeabilidade); e

à estruturação geológica (localização de

falhas, fraturas, disposição espacial das

camadas e dobras, entre outras feições).

Rio Columbia

Page 3: 03 Fluvial

Tipos de drenagem:

Endorréica (fechada): o rio corre para dentro do

continente (rios Negro, Purus, Paraná, Iguaçu e

Tietê);

Exorréica (aberta): rio corre para fora do

continente (rios Amazonas, São Francisco,

Tocantins, Parnaíba);

Arréica (difusa): rio não possui direção certa,

desaparece por evaporação ou infiltração);

Criptorréica: rios subterrâneos, áreas calcáreas.

Interpretação Fotogeológica

Rio Catán-Lil

Page 4: 03 Fluvial

As principais feições mensuráveis são:

a) densidade de drenagem;

b) ordem do rio;

c) índice de comprimento;

d) índice de bifurcação;

e) orientação;

f) grau de controle;

g) angularidade.

Rio Neuquén

Page 5: 03 Fluvial

A densidade de drenagem (km/km²) (Dd) é calculada pela divisão do Comprimento total de todos os segmentos (L) pela área da bacia em quilômetros (A).

Pode variar de 0,5 km/km² (bacias mal drenadas devido a elevada permeabilidade ou precipitação escassa) a 3,5 km/km² (bacias bem drenadas ocorrendo em áreas com elevada precipitação ou muito impermeáveis).

muito baixa – baixa - média – alta - muito alta

Dd = L/A

a) Densidade de Drenagem (número de cursos de água por área)

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b) Ordem do Rio

A ordem dos rios é uma classificação que reflete o grau de ramificação ou bifurcação de uma bacia hidrográfica. Representa-se através de um mapa bem detalhado, no qual são incluídos todos os canais, quer sejam perenes, intermitentes ou efêmeros (Strahler, 1952).

Page 7: 03 Fluvial

c) Índice de Comprimento

Representa a distância média percorrida pelo

escoamento concentrado até encontrar um canal

permanente

d) Índice de Bifurcação

B = relação de bifurcação

)1( NwNwB

Nw = número de canais de determinada ordem

Nw + 1 = número total de canais de ordem

superior

Page 8: 03 Fluvial

e) Orientação

As direções dos cursos d’água de uma rede definem a orientação

de drenagem da bacia. Um padrão de drenagem pode

apresentar uma ou mais direções, ou não apresentar nenhuma.

A orientação da bacia define a direção geral para qual a

declividade está exposta. Assim, uma bacia de orientação sul

drena para sul (Resck, 1992).

f) Grau de controle

Corresponde ao controle relativo de determinados cursos d’água em relação a outros sem direção preferencial. Diz-se que uma área possui alto grau de controle quando há uma direção predominante no padrão de drenagem e vice-versa (Resck, 1992).

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g) Angularidade

À mudanças bruscas de direções dos cursos d’água são características da angularidade da bacia. Define-se bacia com alta angularidade como uma mudança evidente e forte dos cursos d’água e baixa angularidade é a mudança pouco evidente e geralmente gradual e suave. Esta característica pode ocorrer num único rio, ou em todos que fazem parte do padrão de drenagem (Resck, 1992).

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Classificação genética dos rios:

(cursos d´água em relação à inclinação das camadas

geológicas):

Rio consequente: inclinação do terreno e coincide

com o mergulho das camadas – curso retilíneo e

paralelo;

Rio subsequente: controlado pela estrutura

rochosa e acompanha as linhas de fraqueza

(falha, fratura, diáclase). Nas áreas sedimentares

ocorre perpendicular à inclinação das camadas;

Rio obsequente: curso d´água se dirige em

sentido contrário ao do mergulho das camadas,

descendo das escarpas até o rio subsequente;Rio Catán Lil

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Rio ressequente: ocorre na mesma direção dos rios

consequentes, porém nasce em nível topográfico mais

baixo, no reverso das escarpas, e desemboca em rio

subsequente;

Rio insequente: ocorre de acordo com a morfologia do

terreno e em direção variada, sem nenhum controle

geológico aparente.

Rio Catán Lil

Page 12: 03 Fluvial

1 - Rio consequente

2 - Rio subsequente

3 - Rio obsequente

4 - Rio ressequente

5 - Rio insequente

Adaptado de Bigarella et al., 1979)

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Padrões básicos de drenagem em contexto erosivo

-Dendrítico;

- Pinado;

-Retangular-dendrítico;

-Retangular – angular;

-Paralelo;

-Treliça;

-Radial;

-Centrípedo;

-Anelar.

Andacollo AR

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Padrão dendrítico – rios com aspecto similar aos ramos de uma árvore indicando ausência de controle estrutural, com um substrato inconsolidado ou rochoso caracterizado por uma resistência uniforme à erosão.

Iêmen

Utah

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Padrão pinado Padrão pinado – trata-se de uma variedade – trata-se de uma variedade da drenagem dentrítica, sendo a maioria dos da drenagem dentrítica, sendo a maioria dos rios controlados pelo declive topográfico.rios controlados pelo declive topográfico.

Utah

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Padrão retangular – dentrítico: forma-se sobre maciços rochosos cortados por sistemas de fraturas onde os rios principais são controlados pelos planos de fraqueza e os afluentes menores dispostos nos blocos deslocados pelas falhas.

Rio Branco do Sul - Pr

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Retangular (angular): caracteriza-se por cursos de água retilíneos, comumente interrompidos por curvas acentuadas e interseções em ângulo, indicando forte controle estrutural (falhas ou fraturas)

Camarões - África

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Paralelo: Paralelo: cursos de água aproximadamente paralelos entre cursos de água aproximadamente paralelos entre si normalmente associado a declives unidirecionais si normalmente associado a declives unidirecionais extensos extensos

Quênia- África

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Padrão em Treliça: caracteriza-se por afluentes principais alongados e retilíneos, paralelos entre si e ao curso principal. Os cursos tributários secundários chegam aos principais formando ângulos retos.

Apalaches

Rio Paraná

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Padrão radial: os cursos d’ água irradiam de os cursos d’ água irradiam de uma área central, normalmente com relevo uma área central, normalmente com relevo circular ou oval (vulcões, domos)circular ou oval (vulcões, domos)

Vulcano Bromo - Indonésia

Futago Mountain – Kyushu - Japão

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Padrão centrípedo:Padrão centrípedo: é uma variação do modelo radial é uma variação do modelo radial que se verifica em declives internos de crateras e que se verifica em declives internos de crateras e caldeiras, depressões e bacias sinclinais.caldeiras, depressões e bacias sinclinais.

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Padrão anelar:Padrão anelar: rede de drenagem circular e rede de drenagem circular e concêntrica ligados por poucos troncos radiais. concêntrica ligados por poucos troncos radiais. Comumente associados a domos estruturais e Comumente associados a domos estruturais e anticlinais erodidos até um estágio maduro ou senil. anticlinais erodidos até um estágio maduro ou senil. Freqüentemente este modelo evolui a partir de um Freqüentemente este modelo evolui a partir de um padrão radial. A presença de um pequeno trecho padrão radial. A presença de um pequeno trecho arqueado de curso d´água já sugere uma estrutura arqueado de curso d´água já sugere uma estrutura oculta.oculta.

Page 23: 03 Fluvial

I

I

II

III

IV

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Leque aluvial Entrelaçado (braided) Meandrante

(meandering) Anastomosado

(anastomosing) Retilíneo (straight)

Padrões básicos de drenagem em contexto deposicional

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Leque aluvial

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Leque aluvial

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Padrões de canais e tipos de carga sedimentar

Tração Carga Mixta Suspensão

Modificado de Schumm (1991)

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Relação largura/profundidade

Tipo Morfologia Razão Largura/Profundidade

Retilíneo Canais simples com barras longitudinais

< 40

Entrelaçado

Dois ou mais canais com barras e pequenas ilhas

Normalmente >40; comumente >300

Meandrante

Canais simples <40

Anastomosado

Dois ou mais canais com ilhas largas e estáveis

Normalmente <10Modificado de Rust (1978)

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Entrelaçado (braided)

- Abundância de carga de fundo. Grande variabilidade na descarga sedimentar provocando a formação de ramificações ou múltiplos canais separados por barras arenosas, muitas vezes ilhas assimétricas;

- O perfil transversal do canal é largo e raso, com uma tendência a ser simétrico. A razão largura/profundidade do canal é > 40, comumente excede 300. Apresenta ainda pontos elevados (barras ou ilhas) e depressões (talvegue);

- Normalmente associados a gradientes relativamente altos com contraste topográfico acentuado.

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Entrelaçado (braided)

Page 31: 03 Fluvial

Entrelaçado (braided)

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Entrelaçado (braided)

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Entrelaçado (braided)

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Meandrante (Meandering)

- Ocorrem geralmente em áreas de baixo gradientes com fluxos contínuos e regulares. A razão largura/profundidade < 40, com predomínio de transporte de carga em suspensão. A migração lateral ocorre com erosão na parte côncava e deposição na parte convexa;

- Presença de barras em pontal, planície de inundação bem desenvolvida. Decrescência ascendenteda granulometria e do porte das estruturas sedimentares;

- Típicos de áreas úmidas cobertas por vegetação ciliar.

Canais com alta sinuosidade

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Meandrante (meandering)

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Rio Guajará-Mirim, Rondônia

Meandrante (Meandering)

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Anastomosado (anastomosing)- Múltiplos canais de baixa energia, interconectados formando várias ilhas alongadas com extensa vegetação, e pequena migração lateral;

-Canais com baixa razão largura/profundidade do canal, podendo ser inferior a 10.

- Ocorrem em áreas de baixo gradiente e estão geralmente presentes em regiões mais úmidas.

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Anastomosado (anastomosing)

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Anastomosado(anastomosing)

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Retilíneo (straight)

- Canais controlados por linhas tectônicas (falhamentos, fraturas, faixas de cisalhamento);

- Canais limitados por cordões arenosos em planícies deltaicas;

-Geralmente associados a um leito rochoso homogêneo que oferece igualdade de resistência à erosão fluvial;

- Formação de depressões e barras ao longo do perfil longitudinal do leito. Ou seja, mesmo o canal sendo retilíneo, ele pode apresentar feições de canais sinuosos, porque seu talvegue não segue uma linha reta.

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Retilíneo (straight)

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Retilíneo (straight)

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Retilíneo (straight)

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Livro

Rio Neuquén