1. apresentaÇÃo 2 2. introduÇÃo 6 3. projeto de … · 3.2.3 concepção do projeto de uma...

57
Projeto de Engenharia Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico: _______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva Responsável Técnico: ______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo Responsável Técnico: ________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato 1. APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 2 1.1 EMPREENDIMENTO ...................................................................................................................... 2 1.2 EMPREENDEDOR ........................................................................................................................... 3 1.3 REQUERENTE ................................................................................................................................. 3 1.4 IMAGEM DO LOCAL DO EMPREENDIMENTO .......................................................................... 4 1.5 EQUIPE TÉCNICA ........................................................................................................................... 4 2. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 6 2.1 PLANEJAMENTO GERAL DO ATERRO ....................................................................................... 9 2.1.1 Localização Geográfica ............................................................................................................ 9 2.1.2 Histórico e Situação Sócio-econômica ................................................................................... 10 2.1.3 Previsão de Crescimento Demográfico................................................................................... 11 2.1.4 Estrutura Fiduciária ............................................................................................................... 12 2.2 CARACTERIZAÇÃO QUALI-QUANTITATIVA DOS RESÍDUOS ............................................ 14 2.3 A GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO MUNICÍPIO DE IGUATEMI PR ... 17 3. PROJETO DE ENGENHARIA .......................................................................................................... 18 3.1 ESTRATÉGIA TECNOLOGICA VIÁVEL .................................................................................... 18 3.2 USINA DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES (UTRSD) ................. 19 3.2.1 Implantação da UTRSD .......................................................................................................... 23 3.2.2 Resíduos que podem ir para UTRSD ...................................................................................... 24 3.2.3 Concepção do projeto de uma UTRSD ................................................................................... 24 3.2.4 Escolha da área ....................................................................................................................... 28 3.2.5 Operação da UTRSD .............................................................................................................. 29 3.3 PROJETO DO ATERRO DE REJEITOS ........................................................................................ 32 3.3.1 Aterro Sanitário....................................................................................................................... 32 3.3.2 Dimensionamento das Trincheiras ......................................................................................... 33 3.3.4 Planejamento de ocupação da área ........................................................................................ 38 3.3.5 Implantação............................................................................................................................. 40 3.3.5. Operação ................................................................................................................................ 47 3.3.6 Análise de Custos .................................................................................................................... 49 3.3.7 Monitoramento ........................................................................................................................ 51 3.3.8 Alternativa para uso futuro do aterro ..................................................................................... 53 3.3.9 Integração com o sistema de coleta seletiva ........................................................................... 54 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................... 55 5. BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................................. 57 6. ANEXOS ............................................................................................................................................... 59

Upload: dinhdung

Post on 10-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

1. APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 2

1.1 EMPREENDIMENTO ...................................................................................................................... 2 1.2 EMPREENDEDOR ........................................................................................................................... 3 1.3 REQUERENTE ................................................................................................................................. 3 1.4 IMAGEM DO LOCAL DO EMPREENDIMENTO .......................................................................... 4 1.5 EQUIPE TÉCNICA ........................................................................................................................... 4

2. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 6

2.1 PLANEJAMENTO GERAL DO ATERRO ....................................................................................... 9 2.1.1 Localização Geográfica ............................................................................................................ 9 2.1.2 Histórico e Situação Sócio-econômica ................................................................................... 10 2.1.3 Previsão de Crescimento Demográfico ................................................................................... 11 2.1.4 Estrutura Fiduciária ............................................................................................................... 12

2.2 CARACTERIZAÇÃO QUALI-QUANTITATIVA DOS RESÍDUOS ............................................ 14 2.3 A GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO MUNICÍPIO DE IGUATEMI – PR ... 17

3. PROJETO DE ENGENHARIA .......................................................................................................... 18

3.1 ESTRATÉGIA TECNOLOGICA VIÁVEL .................................................................................... 18 3.2 USINA DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES (UTRSD) ................. 19

3.2.1 Implantação da UTRSD .......................................................................................................... 23 3.2.2 Resíduos que podem ir para UTRSD ...................................................................................... 24 3.2.3 Concepção do projeto de uma UTRSD ................................................................................... 24 3.2.4 Escolha da área ....................................................................................................................... 28 3.2.5 Operação da UTRSD .............................................................................................................. 29

3.3 PROJETO DO ATERRO DE REJEITOS ........................................................................................ 32 3.3.1 Aterro Sanitário....................................................................................................................... 32 3.3.2 Dimensionamento das Trincheiras ......................................................................................... 33 3.3.4 Planejamento de ocupação da área ........................................................................................ 38 3.3.5 Implantação ............................................................................................................................. 40 3.3.5. Operação ................................................................................................................................ 47 3.3.6 Análise de Custos .................................................................................................................... 49 3.3.7 Monitoramento ........................................................................................................................ 51 3.3.8 Alternativa para uso futuro do aterro ..................................................................................... 53 3.3.9 Integração com o sistema de coleta seletiva ........................................................................... 54

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................... 55

5. BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................................. 57

6. ANEXOS ............................................................................................................................................... 59

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

2

1. APRESENTAÇÃO

1.1 EMPREENDIMENTO

Denominação: Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos Domiciliares de Iguatemi

no Mato Grosso do Sul, a fim de proporcionar o tratamento seguro dos resíduos sólidos

urbanos do município.

O empreendimento consta de uma Usina para Tratamento de Resíduos Sólidos

Domiciliares (classe II-A e assemelhados) gerados no município de Iguatemi – MS.

Entende-se por resíduos sólidos domiciliares e semelhantes, aqueles enquadrados

como Classe II A, segundo a ABNT (NBR-10.004/2004), com destaque aos seguintes

resíduos, conforme a sua origem:

Resíduos domiciliares, propriamente ditos;

Resíduos comerciais, oriundos de restaurantes, lojas, mercados e supermercados,

escritórios, hotéis, etc.;

Resíduos de serviços municipais, resultantes de manutenção de jardins, praças

públicas, áreas de recreação, varrição de ruas, limpezas de feiras, bocas de lobos etc.;

Resíduos industriais semelhantes aos domiciliares, gerados nas áreas de

administração, refeitórios das indústrias etc.;

Resíduos institucionais, originados em escolas e demais instituições

governamentais e;

Resíduos de serviços de saúde previamente tratados (cinzas, escórias ou aqueles

submetidos à desinfecção).

A implantação do empreendimento será realizada numa área de aproximadamente

4,4 hectares situada a nordeste da malha urbana do município, saindo da área urbana

sentido MS-295, com acesso pelo corredor municipal, Km 1,5.

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

3

1.2 EMPREENDEDOR

Nome: Município de Iguatemi - MS

Endereço/sede: Av. Laudelino José Peixoto, 871

Bairro: Centro

CEP: 79960-000

Fone/Fax: (67) 3471-1130

E-mail: [email protected]

CNPJ: 03.568.318/0001-61

JOSÉ ROBERTO FELIPPE ARCOVERDE

Prefeito Municipal de Iguatemi

1.3 REQUERENTE

Razão Social: ENTRE RIOS TECNOLOGIA LTDA - ME

CNPJ: 09.004.399/0002-34

Endereço: CORREDOR DE ACESSO A RECICLAGEM, CHACARA 303, S/N

Bairro: ZONA RURAL

Telefones: (44) 3624 6578

Município: IGUATEMI

CEP: 79960-000

E-mail: [email protected]

[email protected]

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

4

1.4 IMAGEM DO LOCAL DO EMPREENDIMENTO

Figura 1: Imagem do Local do Aterro

Fonte: Google Eath, acessado em 15 de julho de 2011

1.5 EQUIPE TÉCNICA

Equipe: Reginaldo de Araujo Silva

Engenheiro Mecânico pela Universidade Estadual de Maringá

Especialista em Automação Industrial pela Universidade Estadual de Maringá

CREA PR-95345/D

Equipe: Rodrigo Camilo

Engenheiro Ambiental pela Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná

Especialista em Meio Ambiente com ênfase em Química Ambiental

Mestre em Engenharia Química pela Universidade Estadual de Maringá

CREA PR-92835/D

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

5

Equipe: Valentim Massocatto

Engenheiro Agrônomo pela Fundação Faculdade de Agronomia “Luiz Miguel”

Especialista em manejo e fertilidade do solo pela Universidade Estadual

do Oeste do Paraná

PR-15070/D

Equipe: Simone de Lima Bazana

Tecnóloga Ambiental pela Universidade Estadual de Maringá

Especialista em Meio Ambiente com ênfase em Química Ambiental

CRQ 09902671

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

6

2. INTRODUÇÃO

O gerenciamento de resíduos sólidos domiciliares envolve a integração de várias

etapas que, mesmo admitindo um nível de excelência nos processos de redução,

reutilização e reciclagem, serão necessariamente finalizadas com o tratamento e a

disposição final. A diretriz preconizada idealmente é a “resíduo zero” (zero waste).

A problemática passa necessariamente pelo tratamento e destinação final

ambientalmente adequada dos resíduos sólidos domiciliares gerados em atividades

domésticas e comerciais. Nesse sentido, tem-se que a disposição final tem posição

garantida e destacada nas estratégias de gerenciamento de resíduos sólidos, e em

especial para os resíduos domiciliares.

Uma das técnicas de disposição final de resíduos sólidos domiciliares considerada

adequada pelos órgãos ambientais é o aterro sanitário. No aterro sanitário, o lixo é

disposto para que o solo absorva e decomponha seu conteúdo. Este é o destino mais

comum para o lixo de coleta indiferenciada, pois não necessita de cuidados especiais e é

uma forma de esgotar rapidamente a enorme quantidade de lixo gerado nas cidades. No

entanto, vale lembrar que, a implantação de aterros sanitários não deve ser tomada como

uma solução definitiva em si mesma.

Outra solução seria a incineração, porém esta apresenta muitos problemas, pois

necessita de um rigoroso controle de suas emissões, além de ser um processo caro e

lento. Já as maiorias das unidades de tratamento de resíduos, têm o objetivo único de

reaproveitar as embalagens, papel e similares num processo de limpeza e segregação.

A destinação final ambientalmente adequada de resíduos inclui a reutilização, a

reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético; o consumo

consciente e a reciclagem devem ser cada vez mais incentivados e avaliados, tendo em

vista a importância para a redução das quantidades de resíduos, ainda hoje, destinadas a

aterros sanitários.

Contudo, a nova legislação ambiental para tratamento de resíduos sólidos

inaugurada no ano de 2010 estimula a adoção, desenvolvimento e aprimoramento de

tecnologias limpas como forma de minimizar impactos ambientais. Frente a isto, a

Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos Domiciliares para Desidratação do Lixo

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

7

Urbano, desenvolvida pela empresa Entre Rios Tecnologia Ltda, é a solução para

resolver o problema dos resíduos sólidos e comunidades de pequeno, médio e grande

porte. A Imagem 1 mostra a Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos Domiciliares.

Figura 2: Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos Domiciliares

Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=Y5xMsWQS2a4

Essa tecnologia atua dentro dos objetivos propostos na Política Nacional de

Resíduos Sólidos visando a não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento

dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

Portanto, a justificativa do empreendimento deve constar, obrigatoriamente, do

conteúdo dos estudos destinados ao licenciamento ambiental, de forma a atender ao que

estabelece a Lei n° 12.305 de agosto de 2010, a qual dispõe sobre as diretrizes relativas

à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às

responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos

aplicáveis.

A Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos Domiciliares aqui proposta possui a

tecnologia de:

secagem dos Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD);

não geração de gás metano;

eliminação de maus odores;

segregação dos recicláveis;

trabalho salubre;

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

8

esterilização parcial;

geração de créditos de carbono;

aumento considerável da vida útil do aterro sanitário;

e geração de emprego.

Essa tecnologia é aplicada aos aspectos principais preconizados nessa justificativa: a

atual situação do gerenciamento dos resíduos sólidos nesse município, a necessidade de

instalação de um empreendimento para tratamento de resíduos, a escolha da alternativa

tecnológica, em função da avaliação do desempenho técnico, ambiental e econômico,

além da seleção de uma tecnologia, levando em conta os múltiplos critérios envolvidos

na questão.

Em geral, a adoção da tecnologia abordado neste trabalho não está, necessariamente,

associada a um investimento elevado ou custos proibitivos à nossa realidade econômica.

As vantagens da Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos Domiciliares são:

baixo consumo de energia;

aproveitamento dos resíduos orgânicos como matéria prima para compostagem;

operação simplificada;

baixo custo por tonelada tratada; geração de composto orgânico;

aplicável para pequenos, médios e grandes municípios.

O objetivo da Implantação da Usina de Tratamento de Resíduos Domiciliares é

solucionar definitivamente os problemas gerados com a destinação final dos resíduos

sólidos gerados no município de Iguatemi. É importante destacar, que a presença de um

sistema ambientalmente correto para tratamento de resíduos sólidos urbanos tende a

contribuir positivamente para a população das cidades, de maneira que não venha

acarretar potenciais problemas de saúde pública.

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

9

2.1 PLANEJAMENTO GERAL DO ATERRO

2.1.1 Localização Geográfica

O município de Iguatemi localiza-se ao sul do Mato Grosso do Sul, na micro-região

homogênea nº 344, em Campos de Vacaria e Mata de Dourados com uma área total de

2.946,52 Km², limitando-se com os seguintes municípios: Juti, Amambai, Naviraí,

Itaquiraí, Eldourado, Tacuru e Sete Quedas. Seu posicionamento conforme as

coordenadas geográficas são:

Altitude: 342 metros

Longitude 23º 40’ 48”S

Latitude 54º 33’ 39” W-GR

Figura 3: Localização geográfica do município de Iguatemi

Figura 3: Localização geográfica do município de Iguatemi

Fonte: IBGE, 2010.

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

10

2.1.2 Histórico e Situação Sócio-econômica

Em 11 de Novembro de 1963 Iguatemi torna-se município através da lei estadual

número 1951.

O município de Iguatemi representa atualmente 1,2% da área do Estado do Mato

Grosso do Sul. A região já teve um dos maiores territórios, cuja área que era de

aproximadamente 7.513 km², reduziu-se a 2.946,52 km² com os desmembramentos dos

Distritos de Eldorado, Mundo Novo em 13 de Maio de 1981. A distância entre Iguatemi

e a Capital do estado Campo Grande é 464 km.

A cidade de Iguatemi, foi edificada urbanisticamente com traço prévio pelo projeto

Rondon, foi pouco a pouco, no decorrer dos anos, se estendendo em todas as direções.

As primeiras casas construídas eram de taipas cobertas de capim. Essas casas

pertenciam em sua maioria, a pioneiros, índios e aos primeiros povoadores que aqui

chegaram. As ruas do município em sua quase totalidade são largas, retas, paralelas e

arborizadas.

Atualmente o município possui os seguintes indicadores:

População Urbana: 11.006 habitantes

População Rural: 3.869 habitantes

População Beneficiada: 14.875 habitantes

Área Beneficiada: 2.946,52 Km²

PIB Municipal: R$ 193.293.460,00

PIB per capita: R$ 12.994,72

Participação no PIB Municipal:

Agropecuária: 25,78 %

Indústria: 20,98 %

Serviços: 42,57 %

Impostos: 10,67%

Sua economia é formada por pecuária, agricultura, indústria e extrativismo vegetal.

Segundo dados do IBGE 2009 o numero de alunos existentes no município é de

3.281 divididos da seguinte forma:

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

11

Ensino Fundamental = 2.772

Ensino Médio = 50

O Sistema de saúde busca constante aprimoramento, tendo em vista que atualmente

é composto por nove estabelecimentos públicos de saúde para atendimento a população,

sendo que os atendimentos dos postos de saúde são para ocorrências de baixa

complexidade.

2.1.3 Previsão de Crescimento Demográfico

Sua população é bem diversificada, sendo composta por paranaenses, catarinenses,

rio-grandenses, índios, paraguaios e outros. A população de Iguatemi já atingiu cerca de

18.000 habitantes, o que representava 6,3 habitantes por quilômetro quadrado.

Ocorrendo uma distribuição da seguinte forma: na zona urbana havia 12.000 e na zona

rural 6.000 habitantes.

Tabela 1: População Censitária Segundo Tipo de Domicílio e Sexo - 2010

TIPO DE

DOMICÍLIO

MASCULINO FEMININO TOTAL

Urbano 5.338 5.668 11.006

Rural 2.089 1.780 3.869

TOTAL 7.427 7.448 14.785

FONTE: IBGE 2010.

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

12

Imagem 3: Crescimento Populacional do Município Iguatemi

2.1.4 Estrutura Fiduciária

Os municípios, com população total de 227.351, do CONSAD Iguatemi possuem

infra-estrutura econômica e social como energia elétrica com total de 66.511

consumidores, saneamento num total de 52.909 ligações reais, unidades de correios,

telefonia fixa e móvel, escolas públicas e privadas em número que atente a população

local.

O município de Iguatemi conta com um programa de coleta seletiva que vem

apresentando resultados alguns resultados positivos, tanto no aspecto social, gerando

renda a algumas famílias, como também no aspecto ambiental, permitindo a redução de

volume de lixo destinado ao Aterro Municipal e aumentando a sua utilização.

O serviço de coleta, transporte e destinação do lixo, são no atual momento,

gerenciados pela Prefeitura Municipal, a qual acondiciona de forma adequada os

recicláveis recolhidos diariamente e vendem os materiais periodicamente.

Tabela 2: Dados sobre coleta de lixo no município de Iguatemi.

MUNICÍPIO COLETA OUTRO DESTINO

IGUATEMI 2.395 950

Fonte: IBGE, 2006

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

13

Tabela 3: Dados sobre o abastecimento de água no município de Iguatemi.

MUNICÍPIO Nº DE

DOMICÍLIOS

REDE

GERAL

POÇO OU

NASCENTE

OUTRAS

FORMAS

IGUATEMI 3.345 2.464 857 24

Fonte: IBGE, 2006

Tabela 4: Dados sobre o consumo de energia elétrica no município de Iguatemi.

IGUATEMI Consumo (Mwh)

Residencial 4.584

Industrial 2.730

Comercial 1.770

Rural 2.515

Poder Público 569

Iluminação Pública 791

Serviço Público 332

Próprio 24

Total 13.315

Fonte: IBGE, 2006

Tabela 5: Dados sobre os consumidores de energia elétrica no município de Iguatemi.

IGUATEMI Consumidores

(Mwh)

Residencial 3.114

Industrial 26

Comercial 318

Rural 806

Poder Público 56

Iluminação Pública 10

Serviço Público 6

Próprio 1

Total 4.337

Fonte: IBGE, 2006

Tabela 6: Dados sobre o sistema de esgoto no município de Iguatemi.

Iguatemi

Vol. Produzido (m3) 528.392

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

14

Vol. Consumido (m3) 422.726

Volume Faturado (m3) 513.726

Ligações Reais 3.718

Economias Reais 3.845

Extensão Rede (m) 58.265

Fonte: IBGE, 2006

2.2 CARACTERIZAÇÃO QUALI-QUANTITATIVA DOS RESÍDUOS

Os resíduos sólidos a serem dispostos no aterro sanitário de Iguatemi são, em sua

maioria, de origem domiciliar de diferentes padrões sócio-econômicos e culturais. Cabe

mencionar que uma parcela destes resíduos pode ser considerada perigosa, conforme a

norma ABNT NBR 10.004 (2004) e que, portanto, devem ser coletados e destinados

segundo a legislação específica.

Geralmente a determinação da quantidade de resíduos é feita com o auxilio de um a

balança, onde é pesado o caminhão de coleta vazio e cheio – após a realização da coleta.

Na ausência de dados mais precisos, a geração per capita pode ser estimada através do

Quadro 1 apresentado a seguir.

Quadro 1 – Estimativa de geração per capita de acordo com o tamanho da cidade e

população.

FAIXAS MAIS UTILIZADAS EM ESTIMATIVA DE GERAÇÃO PER CAPITA

TAMANHO DA

CIDADE

POPULAÇÃO URBANA

(habitantes)

GERAÇÃO PER CAPITA

(kg/hab./dia)

Pequena Até 30.000 0,50

Média De 30 mil a 500 mil De 0,50 a 0,80

Grande De 500 mil a 5 milhões De 0,80 a 1,00

Megalópole Acima de 5 milhões Acima de 1,00

Fonte: MONTEIRO et al (2001) apud KROETZ (2003).

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

15

No município de Iguatemi, a pesagem do caminhão de coleta não pode ser realizada,

devido à impossibilidade de alocar uma balança, num tempo muito curto, para efetuar

esse procedimento. Porém, de acordo IPT/CEMPRE (2000), em caso de impossibilidade

de fazer a pesagem dos resíduos, pode-se adotar, para uma abordagem estimativa, um

valor genérico de geração de lixo equivalente até 800 g/hab.dia.

Pesquisas bibliográficas recentes, de acordo com CEMPRE (2010), confirmam que

esse valor de geração de lixo aumentou, assim, para o município de Iguatemi foi

adotado o valor de geração de lixo de 1,0 kg/hab.dia.

Conforme índices do IBGE CENSO, a população urbana registrada para o

município de Iguatemi em 2010 é de 11.006 habitantes.

O volume diário de geração (Vd) foi obtido por meio da equação 1.

NPPdia

kgV pcd ..

(1)

Em que:

P = População Urbana Inicial

Ppc = População Per Capita Inicial

N = Abrangência do Serviço de Coleta

Assim, o volume diário de ocupação calculado por meio da equação (1) foi de:

diakgVd /99059,0.0,1.006.11

Portanto, o município de Iguatemi gera atualmente uma média de 10 toneladas de

resíduos sólidos domiciliares por dia. Os períodos de pico da geração de resíduos

ocorrem nos meses de janeiro e dezembro, a exemplo das demais cidades brasileiras, em

decorrência das festividades da época. Durante a semana, o dia mais crítico é a segunda-

feira, em função dos finais de semana e da ausência do serviço de coleta aos domingos.

A determinação da composição gravimétrica se dá segundo a metodologia do

quarteamento, conforme as normas ABNT NBR 10007 (2004), onde os resíduos do

caminhão de coleta foram descarregados em cima de uma lona plástica, depois esses

resíduos são continuamente separados até obter uma amostra de aproximadamente 200

kg. O resultado da determinação da composição gravimétrica nos permite fazer uma

aferição do porcentual de resíduos sólidos reciclados para um município.

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

16

De acordo com IPT/CEMPRE (2000) podem-se adotar valores estimativos de

composição gravimétrica, representativos para maioria dos municípios brasileiros, em

caso de impossibilidade de fazer esse procedimento a campo num curto espaço de

tempo.

Os materiais encontrados em maior volume no lixo, durante a análise da composição

gravimétrica são: material orgânico, plástico, papel papelão, vidro, metal ferroso, panos,

trapo, couro e borracha, madeira, contaminante biológico, terra e cerâmica.

Os resultados estimados para caracterização dos resíduos sólidos domiciliares do

município de Iguatemi são apresentados na Figura 1.

Material Orgânico 40% Plástico 16% Papel, Papelão 10%

Vidro 3% Metal Ferroso 3% Panos, Trapos 3%

Madeira 3% Terra e Cerâmica 4% Outros 18%

Figura 4 – Resultado estimado da composição gravimétrica.

A partir desta Figura pode-se inferir que:

Cerca de 80% do total de resíduos sólidos são passíveis de reaproveitamento,

seja via reciclagem 40% ou de compostagem 40%;

Com relação ao metal observa-se uma baixa representatividade na quantidade

global, devido principalmente ao mercado existente para este tipo de resíduo.

Desta forma, estes resíduos são desviados dos locais de destinação final tanto

pela coleta seletiva existente no município quanto pela ação dos catadores

autônomos;

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

17

Na projeção foram considerados apenas alguns componentes. Esse tipo de

composição simplificada, embora possa ser usada para uma análise estimativa, não se

presta, por exemplo, a um estudo preciso de reciclagem ou de coleta seletiva.

Portanto, dos 10.000 kg de resíduos coletados diariamente na área urbana do

município de Iguatemi, 8.000 kg podem ser reaproveitados.

2.3 A GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO MUNICÍPIO DE

IGUATEMI – PR

No município de Iguatemi uma das soluções para o problema da geração de resíduos

será a implantação de uma Usina para Tratamento de Resíduos Sólidos Domiciliares.

Por meio desse sistema a população pode coletar, separar e tratar os materiais de uma

forma ordenada, com vistas para reciclagem. Isso quer dizer que uma parte do lixo pode

ser reaproveitada, deixando de se tornar uma fonte de degradação para o meio-ambiente

e tornando-se uma solução econômica e social.

O sucesso do Sistema para Tratamento de Resíduos Sólidos está diretamente

associado aos investimentos feitos para sensibilização e conscientização da população.

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

18

3. PROJETO DE ENGENHARIA

3.1 ESTRATÉGIA TECNOLOGICA VIÁVEL

Considerando-se as alternativas tecnológicas, a opção pelo destino dos resíduos

sólidos domiciliares do município de Iguatemi para tratamento em Usina de Tratamento

de Resíduos Sólidos Domiciliares, visa atender um panorama dos programas municipais

de coleta seletiva de materiais recicláveis, compostagem, e de fomento à redução na

geração de resíduos sólidos domiciliares.

Nos últimos tempos, tem ocorrido uma visível evolução tecnológica na concepção

dos sistemas de tratamento e disposição de resíduos sólidos, sempre com o objetivo de

melhorar sua eficiência em termos de proteção ambiental. Entretanto, deve-se destacar

que essa evolução está mais concentrada na melhoria das performances das tecnologias

já conhecidas do que no desenvolvimento de novas técnicas e procedimentos.

Atualmente, a preocupação da comunidade científica engajada nesse ramo é a de

desenvolver mecanismos que induzam a redução da geração dos resíduos sólidos e

promovam o máximo reaproveitamento por meio de processos de reciclagem ou, pelo

menos, a redução de agressividade ambiental daqueles que ainda sobrarem. Estes

procedimentos, facilitando o gerenciamento, tendem a reduzir os chamados passivos

ambientais. Nos países, que se adiantaram sobre o tema, essa tem sido uma preocupação

comum, pois passivos ambientais associados a um determinado setor podem resultar em

sérios prejuízos econômicos. Dessa forma, tem-se solicitado da comunidade científica o

desenvolvimento de novas técnicas que permitam a redução dos fatores de

periculosidade dos seus subprodutos. Como resposta, desencadeou-se a busca da

melhoria das condições de gerenciamento dos resíduos de origem urbana, de forma que

eles não provoquem impactos adversos para a qualidade ambiental e não se

transformem em passivos ambientais.

A dificuldade em trazer novas tecnologias do exterior, evidentemente não se baseia

apenas nos aspectos ambientais, mas, principalmente, nos custos de capital e operação

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

19

envolvidos, que acabam por se traduzir em preços não competitivos perante as

tecnologias tradicionais.

A disposição de resíduos urbanos diretamente no solo, sem qualquer tipo de

proteção para evitar o contato dos resíduos com o solo e as águas superficiais e

subterrâneas, popularmente denominada de “lixão” e enquadrada pela CETESB como

“inadequado”, foi e infelizmente continua sendo em muitas localidades a forma de

destinação mais usual do país.

Melhor informados sobre os danos ambientais causados por esse tipo de

procedimento, os órgãos ambientais passaram a exercer um esforço no sentido de

obrigarem as municipalidades a melhorar essa péssima condição sanitária. Sem verbas

suficientes para investir no setor, parte dessas municipalidades optou por medidas

paliativas de melhorias em seus vazadouros, transformando-os em “aterros

controlados”, enquadrados pela CETESB como “com condições controladas”. Assim,

através de nova conformação dos taludes do maciço de lixo, da instalação de drenos de

líquidos percolados, de coletores de gases e do recobrimento diário da frente de

descarga, conseguiram minimizar parte dos impactos ambientais.

Portanto, atendo-se apenas à tecnologia de Usina de Tratamento de Resíduos

Sólidos Domiciliares. Considerando-se o empreendimento, ora em discussão, e as

vantagens relacionadas na justificativa, cabe salientar que, apesar de aparentar um

processo de fácil execução, o gerenciamento de uma Usina de Tratamento de Resíduos

Sólidos Domiciliares requer grande seriedade e responsabilidade para assegurar a

preservação da qualidade ambiental preconizada em projeto.

Assim, após essa breve avaliação conceitual, pode-se concluir que a alternativa

“Usina para Tratamento de Resíduos Sólidos Domiciliares” apresenta viabilidade

técnico-econômica, sem perder de vista a preservação ambiental da área sob sua

influência.

3.2 USINA DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES

(UTRSD)

A UTRSD é usada para o tratamento e posterior separação das matérias recicláveis

do lixo proveniente da coleta e transporte usual. Conjuntamente com a UTRSD, é

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

20

comum existir a “compostagem” da fração orgânica do lixo, que consiste basicamente

na hidrólise química forçada e posterior secagem gerando um composto orgânico.

A UTRSD oferece uma maneira de reduzir significativamente a quantidade de

resíduos enviados ao aterro, atingindo taxas de reaproveitamento de resíduos maiores

que 90%, quando bem gerenciadas. A Figura 5 mostra a representação esquemática de

uma UTRSD.

Figura 5: Representação esquemática de um Usina para Tratamento de

Resíduos Sólidos Domiciliares

Alguns pontos positivos de uma UTRSD são:

Não requer alteração do sistema convencional de coleta, apenas a mudança no

destino do caminhão que passa a parar em uma Usina de Tratamento e Triagem,

ao invés de seguir direto para o lixão ou aterro sanitário.

Possibilita o aproveitamento da fração orgânica do lixo, pela sua hidrólise e

formação de composto.

A qualidade dos materiais separados da “fração orgânica” e potencialmente

recicláveis é tão boa quanto à coleta seletiva convencional, pois após o processo

de desidratação os resíduos apresentam-se secos podendo ser facilmente

segregados.

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

21

Municípios que produzem quantidade muito pequena de lixo devem associar-se a

outros, vizinhos, para a melhor utilização de uma UTRSD.

As instalações de uma UTRSD natural podem ser agrupadas em seis setores:

recepção e expedição; desidratação dos resíduos; triagem; pátio de secagem;

beneficiamento e armazenagem de composto; aterro de rejeitos.

Recepção e Expedição

É o setor que compreende as instalações e os equipamentos de controle dos fluxos

de entrada (resíduos, insumos, etc.) e saída (composto, recicláveis, rejeitos). A UTRSD

contém os equipamentos, descritos a seguir, para permitir o manuseio inicial do lixo,

antes da triagem:

Pátio de recepção – Para descarregar o lixo, os caminhões coletores necessitam de um

pátio para manobras e descarga. Esse pátio funciona, também, como “pulmão”,

recebendo a descarga do lixo quando houver interrupção temporária do funcionamento

da usina.

Unidade de Desidratação e Desodorização -

Os resíduos ao passarem pela unidade, ocorrerá o abrimento de sacolas por um

dispositivo mecânico, permitindo a vaporização de líquidos e a desodorização por meio

de ar aquecido com biomassa.

Triagem

Esse é o local onde se faz a separação das diversas frações do resíduo. O

equipamento principal é a esteira de triagem, revestida com borracha, que desliza por

roletes, movimentando o lixo de uma extremidade à outra permitindo, assim, a retirada

dos materiais recicláveis. A fração orgânica segue para um triturador, que em seguida

entra em um reator de hidrólise química, acelerando a degradação do material orgânico.

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

22

Pátio de Secagem (Compostagem)

O pátio de secagem - é a área onde a fração orgânica do lixo hidrolisada segue para

secagem, transformando-se em composto. Deve ser impermeabilizado e dotado de

sistema de captação e drenagem. As águas pluviais devem ser captadas e desviadas para

o seu sistema correspondente.

Beneficiamento e Armazenagem

O beneficiamento do composto curado consiste em peneirá-lo retirando-se materiais

indesejáveis (cacos de vidro, etc.), dando-lhe granulometria e tornando-o manuseável

para o agricultor.

O beneficiamento dos materiais recicláveis consiste em prensá-los e enfardá-los para

facilitar seu manuseio e transporte. A armazenagem dos produtos beneficiados é feita

em local protegido de intempéries.

Aterros de Rejeitos

Os materiais volumosos e os rejeitos da seleção do lixo e do beneficiamento do

composto são encaminhados a um aterro sanitário. Esse aterro deve ser compatível com

as características do rejeito e ter sua localização aprovada por órgãos responsáveis pelo

meio ambiente.

Sistemas de Tratamento de Efluentes

Devido ao processo de hidrólise da matéria orgânica a geração de efluentes é

inexistente, pois reutiliza o liquido para a próxima batelada.

Outras Instalações

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

23

Além das instalações mencionadas, outras são necessárias para permitir o

funcionamento adequado da usina, como, por exemplo:

instalação elétrica;

sanitários;

escritório administrativo;

galpão, para beneficiamento e armazenamento de fardos de papel e papelão;

3.2.1 Implantação da UTRSD

A implantação física do empreendimento implica no desenvolvimento de duas

frentes de trabalho, uma restrita ao parque industrial com edificação de obras civis e

instalações dos equipamentos produtivos, com previsão de 120 dias para a sua

conclusão, e a outra voltada exclusivamente para o setor de coleta, separação,

classificação e processamento dos materiais reciclados. O cronograma implantação da

uma unidade industrial de desidratação e desodorização de lixo urbano com capacidade

de produção máxima de 20 toneladas/dia por turno trabalhado se dará da seguinte

forma:

Adequação do local 45 dias

Adaptação do barracão 90 dias

Montagem/instalação/start up 120 dias

Treinamento mão-de-obra operacional 45 dias

As principais edificações serão as estruturas de barracões, bacia de contenção,

escritório, refeitório, sanitários, balança, entre outros, sendo que a área industrial será

projetada sempre otimizando a topografia do terreno original de modo a alterar o

mínimo possível às características locais e uma menor movimentação de solo do local.

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

24

3.2.2 Resíduos que podem ir para UTRSD

A UTRSD pode processar o lixo domiciliar e comercial (restaurantes, lojas e

centros comerciais), conforme mostra a Figura 6. Eventualmente, pode processar podas

de jardim, desde que devidamente trituradas. Não devem processar os resíduos de

serviços de saúde, sendo estes destinados ao aterro e a tratamento ambientalmente

seguro, respectivamente

Fonte: Acervo Entre Rios Tecnologia Ltda - ME

Figura 6 – Resíduos de restaurantes que podem ser processados na UTRSD

O restante constitui-se de materiais que podem ser reaproveitados - os

recicláveis - como vidros, plásticos, metais ferrosos e não-ferrosos (alumínio. cobre,

zinco), trapos e couros e, também, outros que podem não ter valor comercial, como

louças, madeiras, pedras, pneus, tijolos quebrados, etc. Esses constituem o chamado

refugo ou rejeito dos resíduos e devem, conforme sua separação, ser destinados a um

aterro sanitário ou de rejeitos (CEMPRE, 2010).

3.2.3 Concepção do projeto de uma UTRSD

Recepção

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

25

Deverá ser instalada uma balança rodoviária. Em caso de impossibilidade da

instalação de uma balança, os resíduos deverão ser pesados periodicamente em alguma

balança rodoviária próxima ao local da usina.

Haverá um pátio pavimentado para recepção. A via de acesso ao pátio de recepção

deverá ser cascalhada, principalmente para evitar a formação de poeiras em dias

ensolarados e também para facilitar o deslocamento de veículos de carga em dias

chuvosos.

O local de descarga dos resíduos deverá ser coberto a fim de evitar a formação de

líquidos percolados que pode acontecer por meio do contato da água da chuva com a

matéria orgânica antes do processo de desidratação.

A esteira que conduzirá os resíduos a unidade de secagem e desodorização terá

paredes verticais e movimentação mecanizada, conforme a figura 7.

Figura 7: Esteira de condução do material reciclável

Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=Y5xMsWQS2a4

Secagem e desodorização dos RSD

Na unidade de secagem e desodorização, conforme mostra a figura 8, será feito o

aquecimento da massa dos resíduos a uma temperatura controlada. Nessa temperatura

irá acontecer a desidratação da matéria orgânica carbonácea, porém serão conservadas

as características dos demais resíduos ali presentes.

A unidade a ser instalada no município de Iguatemi apresenta as seguintes

especificações técnicas:

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

26

capacidade de tratamento de 2 toneladas de resíduos por hora;

mão-de-obra de 10 catadores de materiais recicláveis;

02 técnicos responsáveis;

potência instalada será de 54 KW;

consumo de biomassa de 100 kg/hora;

área mínima do barracão de 1000 m²;

Figura 8: Unidade de secagem e desodorização com capacidade de 20 ton/dia.

Triagem

A esteira por onde passarão os resíduos que serão segregados será movida por

motores elétricos e componentes mecânicos a prova de pó.

A esteira terá largura útil de um metro e velocidade de 6 a 12 m/min, com variador

de velocidade, conforme mostra a figura 9.

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

27

Figura 9: Esteira para segregação de materiais recicláveis

Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=Y5xMsWQS2a4

Pátio de Secagem

O tempo de secagem irá variar de acordo com as características da matéria-prima e

do clima da região em geral. Por outro lado, por se tratar de matéria orgânica

previamente desidratada, conforme mostra a Figura 10, acredita-se que o tempo de

secagem seja bem menor. Poderão ser utilizadas enzimas a fim de acelerar o processo

de compostagem, essas enzimas servem como catalisadores naturais acelerando o

processo de biodegradação da matéria orgânica.

Figura 10: Material orgânico desidratado que passará por processo de beneficiamento

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

28

Beneficiamento

Para o beneficiamento do composto serão usadas peneiras rotativas de seção

hexagonal, com duas malhas, para produzir dois tipos de composto, sendo uma peneira

com abertura grossa (20 mm) e outra fina (4 mm).

Os fardos contendo materiais recicláveis deverão ter no máximo 40 kg e ser

guardados ao abrigo de chuva.

Outras Instalações

As outras instalações existentes (administração, instalações de utilidades) deverão

situar-se em posição adequada para facilitar acesso e evitar problemas de perda e

contaminação.

Os equipamentos e instalações serão executados por empresa qualificada, que

utilizará materiais adequados. A utilização de técnicas e práticas adequadas pela

empresa Entre Rios Tecnologia Ltda, maximizam o rendimento do processo.

3.2.4 Escolha da área

De acordo com CEMPRE (2010) foram consideradas as seguintes informações na

escolha da área para instalação da Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos

Domiciliares.

alternativas de localização;

enquadramento do local em área de interesse ambiental;

vias e meios de acesso ao empreendimento;

existência de corpos de água na área de influência;

uso e ocupação do solo nas áreas vizinhas;

dados sobre a predominância e direção dos ventos;

problemas possíveis decorrentes da instalação do empreendimento, como

desvalorização imobiliária e intensificação do trafego na área;

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

29

elaboração de mapas da região da instalação, indicando as informações

relacionadas.

Os estudos realizados para escolha da área, bem como os demais estudos ambientais

exigidos para o licenciamento do empreendimento, foram apresentados ao órgão

ambiental de acordo com exigências legais preestabelecidas.

3.2.5 Operação da UTRSD

Quadro 1 – Recomendações de operação para UTRSD de acordo com CEMPRE (2011)

Recepção Deverão ser pesados os caminhões cheios e vazios. Deverão ser

processados exclusivamente resíduos sólidos domiciliares. Retirar os

materiais volumosos para evitar o entupimento das instalações. Não

deixar os resíduos sólidos parados mais que o tempo mínimo

necessário.

Triagem Executar a limpeza e manutenção semanal. Catadores em lados

opostos preferencialmente devem estar intercalados. Não colocar dois

operadores consecutivos selecionando o mesmo material. Treinar

cada funcionário na seleção de mais de um material. Caso haja

funcionários em treinamento, usar velocidade baixa da esteira.

Garantir remoção de pilhas, metais e inertes.

Pátio de

Secagem

Revirar as leiras com a periodicidade requerida. Fazer o controle da

umidade. Manter placas com identificação e dados sobre as leiras.

Monitorar o processo e providenciar correções necessárias.

Beneficiamento Separar e acondicionar recicláveis em função do mercado. Peneirar

sempre o composto para sua comercialização.

Outras

Instalações

Almoxarifado deve manter estoque de principais peças de reposição.

O aterro de rejeitos deve ser operado e monitorado segundo técnicas

recomendadas.

Recursos humanos

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

30

A mão-de-obra influi no custo operacional de uma usina. No setor de triagem deverá

ser usado um funcionário por metro de esteira.

Quadro 2: Distribuição de funcionários para uma usina que processa até 20 t/dia com

uma esteira única de comprimento de 15 metros.

Gerente 1

Administrativo 1

Operador de máquina 1

Catadores de material reciclável 10

Monitoração

Por ser um processo natural de compostagem não haverá monitoração do nível de

aeração, pois esta ocorre apenas por difusão e convecção natural, que pode ser

conseguido por meio do revolvimento dos resíduos.

Deverá ser avaliada semanalmente a umidade do material por meio de secagem em

estufa. Quanto à temperatura, essa deverá ser medida com termômetro de haste longa

que permite leitura no mínimo a cerca de 40 cm da superfície da leira.

Gerenciamento da Usina

Quadro 3: Atividades designadas ao gerente de uma Usina de acordo com CEMPRE

2010.

Treinamento dos

funcionários

Explanação do processo para atendimento da importância de cada

etapa para o resultado final e do processo como um todo para a

sociedade e o meio ambiente; noções de saúde e higiene; riscos e

equipamentos de proteção individual;

Motivação de Estabelecimento de metas de produtividade e recompensas pelo

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

31

funcionários seu atendimento; reuniões periódicas para discussão de

resultados, mecanismos incentivadores de sugestões para

melhoria de procedimentos e resultados;

Acompanhamento e

desenvolvimento de

mercados

Atividades envolvendo acompanhamento da evolução regional e,

mais geral, de preços de compostos e recicláveis; contatos com

compradores para avaliação do grau de satisfação com os

produtos e sugestões sobre possíveis alterações que os tornem

mais atrativos; contatos com clientes potenciais para avaliação de

perspectivas de expansão, especificações e competitividade do

mercado;

Atividades

promocionais

As atividades promocionais visam divulgar/melhorar a imagem

da usina perante a população, envolvendo campanhas de

esclarecimento, vídeos, folhetos, revistas promocionais, sobre

aproveitamento do composto orgânico e dos recicláveis, bem

como a utilização do composto orgânico pela Prefeitura em

praças, jardins, viveiros de mudas; campanhas de incentivo à

coleta seletiva; programas de visitas de escolas e instituições, etc.

Composto Orgânico

As características dos materiais comercializados como fertilizantes irão obedecer às

especificações da Legislação Brasileira, do Ministério da Agricultura. O Decreto-Lei nº

86.955, de 18/2/82, a Portaria MA 84, de 29/3/82, e a Portaria nº 01, da Secretaria de

Fiscalização Agropecuária do Ministério da Agricultura, de 4/3/83, que dispõem sobre a

inspeção e a fiscalização da produção e comércio de fertilizantes e corretivos agrícolas e

aprovam normas sobre especificações, garantias e tolerâncias.

Benefício da UTRSD

O potencial de contaminação de solos e águas subterrâneas pelos materiais

descartados pela UTRSD é consideravelmente menor que aquele dos resíduos brutos,

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

32

devido ao fato de serem constituídos, principalmente, por rejeitos inertes da triagem e

rejeitos inertes ou bioestabilizados do peneiramento ao final do processo de

compostagem. Dessa forma, aterros desses materiais não requerem os mesmos rigores

de operação que os receptores de resíduos brutos, pois fica quase eliminada a produção

de chorume. Daí decorre, portanto, certa redução do custo por tonelada aterrada, tanto

na implantação, quanto na operação, ou, no mínimo, uma solução ambientalmente mais

segura.

3.3 PROJETO DO ATERRO DE REJEITOS

3.3.1 Aterro Sanitário

O método adotado para a disposição da pequena parcela de resíduos sólidos

inservíveis em Iguatemi foi o de aterro em trincheiras, e esta escolha foi atribuída à

necessidade de se adequar a operação diária de destinação final de uma pequena

quantidade de resíduos sólidos, em condições técnico-econômicas e ambientais

aceitáveis. Os critérios utilizados para concepção do projeto estão de acordo com as

normas da ABNT NBR 13896/97, 8419/92, 8849/85 e 13030/93.

O volume diário de ocupação (Vd) foi obtido por meio da equação 1.

QiFD

NPP

dia

mV c

pc

d ....3

(1)

Em que:

P = População Urbana Inicial

Ppc = População Per Capita Inicial

N = Abrangência do Serviço de Coleta

Fc = Fator de material de cobertura

D = Densidade

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

33

O volume mensal de resíduos (Vm) é obtido por meio da equação 2.

diasVmês

mV dm 30.

3

(2)

O volume da trincheira (Vt) é obtido por meio da equação 3.

mesesVmV mt 24.3 (3)

A capacidade volumétrico total do aterro sanitário (Cv) é obtido por meio da

equação 4.

nVmCv t .3 (4)

Em que:

n = número de valas

O comprimento da trincheira (L) foi obtido por meio da equação 5.

A

VmL t (5)

Em que:

A = área da secção transversal

3.3.2 Dimensionamento das Trincheiras

Segue abaixo calculo considerando que todo resíduo sólido seria enterrado na

trincheira, ao final apresenta-se o ganho com a tecnologia a ser implantada em

Iguatemi-MS.

Considerou-se para projeção de geração de resíduos sólidos urbanos para o

município de Iguatemi os seguintes parâmetros: a produção per-capita, a produção

diária de resíduos, sua população, o percentual da população atendida pelo serviço de

coleta, a taxa de crescimento populacional, o ano de início da implantação do aterro.

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

34

Os parâmetros de entrada para o dimensionamento das trincheiras são apresentados

na Quadro 7.

Quadro 7 – Parâmetros de entrada para o dimensionamento das trincheiras.

Ano Inicial 2008

População urbana inicial (habitantes) – P* 11.006

Taxa de Crescimento Populacional Anual – tp (%)* 1,6

Per capita inicial (kg/hab.dia)* - Ppc 1,0

Densidade do Resíduo (kg/m³) – D* 0,50

Fator de material de cobertura (%)** – tc 25

Abrangência do serviço de coleta (%) – η 90

Quantidade de Inservíveis (%) – Qi 20

FONTE: * Estudos preliminares para execução.

** Porcentagem, em volume, ocupada pelo material de cobertura.

Calculou-se o volume diário de resíduos gerados, acrescido do volume ocupado pelo

material de cobertura. O cálculo encontra-se exemplificado a seguir:

O volume diário de ocupação foi calculado por meio da equação 1:

dia

mVd

3

0,52,0.25,1.500

9,0.0,1.11006

O volume mensal de resíduos foi calculado por meio da equação 2:

mês

mdiasVm

3

150300,5

O volume de trincheira foi calculado por meio da equação 3:

33

240015016 mmês

mmesesVt

A capacidade volumétrica total do aterro sanitário foi calculado por meio da

equação 4:

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

35

33 480022400 mvalasmCv

As dimensões da trincheira serão estabelecidas a partir do equipamento disponível

para a escavação (retro escavadeira). Foi adotado um formato trapezoidal com (h) de 4,0

m, base maior (ba) de 9 m e base menor (be) de 6m e a partir daí, estabeleceu-se o

comprimento da trincheira.

O comprimento foi calculado por meio da equação 5:

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

m

mmm

mL 160

42

)69(

4800 3

Foi adotado o comprimento médio L = 80 m

Para estas dimensões, calculou-se a vida útil do aterro por meio da área superficial ocupada por cada trincheira.

A área superficial foi calculada por meio da equação abaixo:

2720980 mmmAs

3.3.4 Planejamento de ocupação da área

Com a adoção da tecnologia, não haverá mais orgânicos para serem disposto na trincheira, que zeraria a produção de chorume nesta vala, e

somente uma pequena fração de rejeitos será conduzida a trincheira, aumentando a vida útil em pelo menos 10 vezes, ou seja para o cálculo

anteriormente realizado, essa mesma trincheira será para pelo menos 240 meses.

Na Figura 6 encontra-se a planta de ocupação do aterro, com a disposição das trincheiras no terreno, a qual se buscou fazer em sentido oposto

as curvas de nível a fim de aproveitar a declividade do terreno para o escoamento do chorume. Também se encontram locadas as unidades.

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

39

Figura 11 – layout de ocupação mostrando como foram locadas as trincheiras no terreno.

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

40

3.3.5 Implantação

Na fase de implantação, será avaliado um conjunto de informações para servir de

subsídio à obtenção de parâmetros e outros dados relacionados à operação do aterro. As

técnicas construtivas e operacionais deverão ser monitoradas e avaliadas durante a

execução do próprio aterro. Após a mobilização dos equipamentos necessários para o

início das obras de construção do aterro, iniciara às seguintes atividades paralelas:

Limpeza do terreno e construção das vias de acesso interno, na área da usina até

e início das construções de infra-estrutura;

Construção dos sistemas auxiliares – plantio de árvores, em fileiras, em todo o

perímetro da área da usina;

Limpeza da área da usina propriamente dita;

Construção do sistema de drenagem superficial para a captação de águas

pluviais, precipitadas nas áreas adjacentes do aterro, de forma a não prejudicarem as

etapas de implantação do empreendimento;

Em projeto está previsto a construção da lagoa de contenção de águas pluviais;

Escavação da trincheira de disposição do aterro, projetada conforme a Figura 6;

Preparo da base de fundo – instalação da manta de PEAD e de sua cobertura

com solo visando à manutenção de sua integridade;

Instalação do sistema de drenagem de líquidos originários de águas pluviais;

Em projeto está previsto a construção do sistema de coletores de gases;

Construção de lagoas de contenção e instalação do sistema de bombeamento do

líquido;

Impermeabilização com geomembrana das trincheiras e da lagoa de contenção

de líquido;

Monitoramento das águas superficiais e subterrâneas.

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

41

Infra-estrutura de controle

Serão realizadas melhorias nos acessos para permitir o trânsito livre de veículos de

cargas pesadas (inclusive no período chuvoso), desde as áreas de coleta de resíduo

urbano até a frente de trabalho do aterro. Serão realizados ensaios em campo durante a

construção do aterro, onde o controle topográfico será realizado de forma sistemática e

intensiva por meio de nivelamento topográfico da área em diversos pontos internos,

facilitando o trânsito de veículos. Nos trechos que apresentavam maior declividade será

feito revestimento com cascalho.

A remoção da cobertura vegetal e dos horizontes superficiais do solo será realizada

adotando-se medidas preventivas, com a implantação de sistemas de drenagem

superficial tipo canaleta triangular em grama, mesmo que temporários, visando

disciplinar o escoamento das águas superficiais e conduzi-las para locais convenientes.

A área do aterro, como mencionado anteriormente, é composta por vegetação rasteira

tipo gramíneas, portanto durante o processo de implantação do aterro sanitário nenhuma

espécie nativa será retirada.

Será realizado o isolamento da área, envolvendo todo local de operação do aterro

com características tais que impeça a entrada indevida de pessoas não autorizadas,

animais e catadores (é terminantemente proibida a entrada de pessoas estranhas, animais

e catadores na área destinada ao aterro sanitário).. O portão de entrada será feito de tela

de arame galvanizado.

Será implantada uma faixa de isolamento, de 2 metros de largura, composta por

árvores que impedem a visualização constante do aterro. Nessa faixa de isolamento será

plantado eucalipto. Esse isolamento tem como função evitar o surgimento de

reclamações por parte de moradores da circunvizinhança, motivadas pela visualização

constante das frentes de operação.

A pesagem é importante para o controle da quantidade de resíduo. A pesagem,

deverá ser feita por pelo menos 7 dias seguidos (uma semana) para garantir uma

amostra representativa.

O responsável técnico pelo aterro sanitário deverá ser treinado para controlar a

entrada e a saída de veículos na área do aterro, assim como dos materiais a serem

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

42

aterrados, especialmente de resíduos que poderiam prejudicar a adequada operação do

aterro, colocar em risco a saúde dos operadores, ou causar danos ao meio ambiente,

como por exemplo: lodos tóxicos, materiais graxos ou oleosos e líquidos em geral.

Sistema de drenagem e escoamento de águas superficiais

Os processos erosivos estão diretamente relacionados à dinâmica de escoamento das

águas superficiais. Os procedimentos construtivos e os cuidados no controle do

escoamento das águas superficiais constituem as principais medidas preventivas à

ocorrência destes processos. Durante a implantação do aterro serão executados sistemas

de drenagem superficial, alguns temporários, visando disciplinar o escoamento das

águas superficiais e proteger as superfícies expostas das escavações e do maciço

acabado. Essas canaletas serão feitas de maneira simples por meio de escavações no

solo feitas com trator e arado.

Para evitar o escoamento superficial desordenado das águas pluviais, poderão ser

feitas canaletas de drenagem escavadas no entorno da trincheira em seções

semicirculares, contudo, por meio de observações feitas em outros aterros sanitários já

executados, verificou-se a deficiência desse sistema, pois a movimentação das máquinas

para construção das trincheiras obstruiu essas canaletas. Contudo, deverá ser feita a

inclinação do terreno nas laterais da trincheira, com declividade de 1%, de forma que as

águas superficiais foram direcionadas com segurança para fora da área de serviço.

Em projeto, poderão ser dimensionadas canaletas de concreto em todo perímetro da

área do aterro para garantir que as águas superficiais sejam conduzidas para locais

convenientes, devidamente protegidos, garantindo a sua descarga sem propiciar a

formação de processos erosivos. Porém, há a possibilidade, de não haver a necessidade

de implantação dessas canaletas, visto que as águas de drenagem superficial podem ser

contidas contidas nas curvas de nível que deverão ser construídas no local.

Será feito um levantamento topográfico por uma equipe da prefeitura onde serão

definidas as dimensões dessas curvas de nível. Poderá ser feito terraceamento de toda

área, com elevação das curvas de nível cerca de 1 m acima do nível do terreno. Uma

medida essencial tomada para evitar a ocorrência de processos erosivos será à adoção de

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

43

um mecanismo de recobrimento vegetal definitivo em toda a área de intervenção. Será

feito o plantio de gramíneas, visando à proteção do solo contra o impacto direto das

águas pluviais e a conseqüente desagregação das partículas.

Para evitar a infiltração das águas da chuva na massa de lixo, ainda não compactado,

está previsto em projeto a colocação de uma lona plástica sobre a massa de resíduos.

Sistema de cobertura de resíduos

O dimensionamento da trincheira no aterro sanitário será feito atentando para alguns

parâmetros e critérios de segurança e estabilidade. No que diz respeito à segurança, para

prevenir a contaminação do lençol freático, além de impermeabilização do fundo da

trincheira, correta drenagem e sistema de tratamento, será preciso atentar para a

distância mínima normatizada do fundo da trincheira em relação ao lençol freático que

deve ser de 3,0 metros.

A execução da trincheita seguirá a seqüência estabelecida em projeto, em ordem

crescente da trincheira nº 1 até a última trincheira projetada. A escavação da primeira

trincheira será feita por equipamento mecânico, ao todo serão escavados 80 metros de

comprimento de vala de uma única vez. Para escavação pode ser utilizado praticamente

qualquer um dos equipamentos que têm essa capacidade. Essa operação será

condicionada aos limites de capacidade desse equipamento. Entretanto, pode-se buscar

apoio para viabilizar um equipamento mais eficiente no processo de escavação junto a

empresas na região, tipo usinas de etanol e açúcar.

O equipamento de escavação (retroescavadeira) será posicionado sobre a trincheira a

ser escavada, na direção de sua maior dimensão (comprimento). A retroescavadeira irá

retirar o solo e depositar ao lado da trincheira. O solo será removido por uma pá

carregadeira e colocado numa leira vertical no mesmo sentido da dimensão maior da

trincheira. Acredita-se que praticamente todo solo removido na escavação seja utilizado

futuramente para servir de material de cobertura na própria trincheira. É de

responsabilidade da prefeitura, a garantia de permanência de solo em quantidade

suficiente à cobertura dos resíduos.

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

44

Concluída a escavação será feito à limpeza da trincheira que consiste em retirar o

solo solto das paredes laterais e de nivelar a base da célula. A trincheira construída

apresenta profundidade de 4 metros.

Quanto à determinação das dimensões das trincheiras, estas foram feitas levando em

consideração a estabilidade dos taludes. A largura da trincheira na base é de 6 metros,

enquanto a largura no topo é de 9 metros. O comprimento de trincheira adotado foi de

aproximadamente 80 metros.

Quanto à inclinação dos taludes das trincheiras, é difícil propor qualquer tipo de

relação otimizada ou simplificação, pois se trata de uma questão complicada e qualquer

simplificação pode gerar conclusões equivocadas. Em princípio não foi possível afirmar

se um determinado tipo de solo (classificado, por exemplo, por meio de ensaios táteis e

visuais) poderá ser escavado com uma inclinação pré-determinada e genérica. Além dos

parâmetros de resistência do solo em questão (esses demandam em princípio a

realização de ensaios laboratoriais bem mais completos que uma simples identificação

visual).

O preenchimento das trincheiras com rejeitos será de jusante para montante no

terreno como forma de favorecer a drenagem de fundo. Seguindo este procedimento a

operação será realizada de maneira manter a frente de serviço sempre seca. Os rejeitos

serão descarregados pelo lado livre das trincheiras, sem o ingresso dos veículos no seu

interior, iniciando-se por uma das extremidades da mesma. O solo local do aterro,

proveniente da escavação das trincheiras, será utilizado para confecção da camada de

cobertura. Os rejeitos serão cobertos com solo quando a massa de lixo depositado no

interior da trincheira alcançar a superfície natural do terreno. A camada de cobertura

diária terá 20 cm de espessura, já a camada de cobertura final, para preenchimento das

trincheiras, terá espessura de 60 cm. A revegetação da área escavada pelas obras de

implantação será realizada com espécies de gramíneas adequadas à diminuição do

escoamento superficial. Destaca-se aqui o caráter preventivo das medidas apresentadas.

Impermeabilização da trincheira

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

45

A trincheira será instalada de modo a causar o mínimo dano ambiental, isto é, serão

tomadas as medidas para evitar contaminação do solo e, por conseguinte de corpos

hídricos através do uso de geomembrana de PEAD. A geomembrana instalada terá

espessura de 1 mm, cobrindo inteiramente a base e as paredes laterais da trincheira,

impermeabilizando a trincheira por inteiro.

A geomembrana de PEAD é acondicionada em rolos de 5,0 m de largura e de

comprimento variado de acordo com a quantidade pedida. Inicia-se o trabalho,

desenrolando a geomembrana e fazendo o corte com as medidas especificadas. A

soldagem da geomembrana será realizada por um técnico especializado, que para isso

fará uso de uma “máquina robô”, que aquece as extremidades que serão coladas a uma

temperatura de 380°C. Nessa temperatura inicia-se na superfície da película um

processo de fusão e sob pressão a colagem é efetuada em dois pontos, ou seja, as

“lâminas” de geomembrana são unidas através de uma dupla linha de colagem

oferecendo, uma garantia extra, evitando a possibilidade de um vazamento devido a

uma colagem efetuada de modo inadequado.

Simultaneamente à impermeabilização da célula, irá ser realizada a ancoragem que é

o processo de fixação da geomembrana no terreno, de modo a não se soltar no momento

de enchimento com o lixo ou devido ao seu próprio peso. Ela será executada a 1,0 m da

borda da célula, isto é, um metro depois da beirada da célula onde é efetuada uma

escavação de 0,60m de largura por 0,30m de profundidade. A extremidade da manta de

PEAD será então soterrada nesta canaleta, que cerca a célula, fixando a geomembrana

no solo, fazendo com que a geomembrana suporte o próprio peso e posteriormente o do

lixo sem que escorregue para o interior da célula.

Logo após a impermeabilização com a geomembrana, será construído o sistema de

drenagem em PVC que vai recolher o líquido transferindo-o da trincheira para o poço de

acumulação. As conexões da trincheira ao tubo de drenagem serão reforçadas,

recebendo uma segunda camada de geomembrana além de braçadeira, visando eliminar

qualquer possibilidade de vazamentos de líquidos.

A base da célula, depois da construção do dreno de recolhimento de percolado

receberá uma camada de solo de aproximadamente 15 cm de espessura, com o objetivo

de evitar cortes ou perfurações na geomembrana causados por materiais presentes na

massa de resíduos.

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

46

É obrigatória a impermeabilização das valas e da lagoa de contenção de possíveis

líquidos contaminantes com geomembrana de PEAD, visto que o município (o

contratante) pode ser penalizado, em caso de lançamento, em corpos hídricos

superficiais e subterrâneos.

Sistema de drenagem e tratamento de líquidos

O sistema de drenagem de líquidos deve coletar e conduzir o efluente, reduzindo as

pressões destes sobre a massa de lixo e, também, minimizando o potencial de migração

para o subsolo. Outro motivo para se drenar o líquido é impedir que ele ataque as

estruturas do aterro (camada de impermeabilização de base, por exemplo).

O dreno de coleta consiste de uma canaleta de 60 de largura e de 40 cm de

profundidade com inclinação de 1%, preenchida com pedra seixo quartzoso na base da

trincheira. Os drenos são ligados ao poço de acumulação por meio de tubos de PVC de

150 mm de diâmetro. É de grande importância que, os materiais utilizados não sejam

atacados pelos percolados, por isso os seixos quartzosos são mais indicados que as

britas.

Para garantir a estanqueidade do sistema, será implantada uma lagoa de contenção

dimensionada com capacidade para comportar a geração de líquidos, na condição mais

crítica. Essa lagoa será impermeabilizada com manta PEAD. A tubulação de conexão a

lagoa será reforçada de forma a garantir a resistência a pressões elevadas. A lagoa de

contenção tem 20 metros de comprimento por 20 metros de largura e 4 metros de

profundidade. Essa lagoa não tem ligação direta com o sistema de drenagem das águas

superficiais servirá para o acúmulo de líquidos.

O líquido será captado e seguirá em direção a um poço de acumulação localizada

num ponto baixo, de onde deverá ser enviado novamente as valas, por meio de um

sistema de recirculação, de acordo com o esquema mostrado na Figura 7. O processo de

recirculação possibilitará a sua evaporação. O método de execução utilizado será o

lançamento em superfície por bombeamento, fazendo com que haja a aspersão dos

líquidos na massa resíduos, mantendo-se em processo de circulação fechado, não sendo

possível o lançamento do efluente em corpo hídrico. O sistema de recirculação terá uma

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

47

bomba a Diesel 10 CV para vazão máxima de 32m³/h e tubulação para a interligação

com a vala a qual se pretende injetar o líquido. Para o controle do processo de

recirculação será feita a inspeção visual no poço de acumulação, verificando-se o nível e

a necessidade de efetuar o processo de recirculação. Será necessário que um funcionário

treinado faça a inspeção da lagoa de acumulação, especialmente em dias chuvosos.

Figura 12 – Recirculação

Sistema de drenagem de gases

Não haverá necessidade de implantação de drenagem de gases, devido a não

disposição de matéria orgânica na trincheira.

3.3.5. Operação

Uma vez concluídas as obras de implantação e obtida licença de operação, pode-se

dar inicio efetivo ao recebimento das cargas de rejeitos no aterro, que deverá obedecer a

um plano operacional previamente elaborado. Esse plano deve ser simples,

contemplando todas as atividades operacionais rotineiras em um aterro e garantindo

operação segura e ininterrupta.

A escolha e o dimensionamento dos equipamentos a serem utilizados no aterro

dependem de seu porte e de outras variáveis, tais como a quantidade e tipologia dos

resíduos, o volume e distância das jazidas de material de cobertura, o grau de

compactação indicado no projeto, etc. Em aterros sustentáveis, utiliza-se normalmente a

pá carregadeira e o caminhão basculante para transporte de material retirado das

trincheiras.

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

48

É importante ressaltar que é expressamente proibido o recebimento de resíduos

sólidos Classe I e Classe II B, no aterro sanitário. Assim como, também é proibido o

lançamento de efluente líquido, tipo chorume, em corpos hídricos.

É obrigatório a impermeabilização das valas com geomembrana de PEAD, visto que

o município (o contratante) pode ser penalizado, em caso de lançamento de efluente

líquido final, em corpos hídricos superficiais e subterrâneos.

Tabela 10 – Rotina operacional definida para o aterro

Etapas Forma de execução

1. Escavação Escava-se a trincheira com o auxilio de uma pá carregadeira

ou retro escavadeira;

2. Descarga do

Resíduo

Descarrega-se o resíduo do caminhão para dentro da

trincheira.

3.

Compactação do

Resíduo

O próprio tráfego de veículos coletores compacta o resíduo.

4.

Recobrimento

(com cobertura

intermediária)

Lança-se uma camada do material de cobertura solo, com 20

cm de espessura, fechando-se a célula ao final de cada jornada de

trabalho;

Após a cobertura diária com terra deverá ser estendida uma

lona plástica sobre a parte da vala já ocupada pelos resíduos afim

evitar eventual contato com água das chuvas;

A camada de cobertura final deve ser de aproximadamente 60

cm, recoberta de terra fértil, sobre a qual pode-se semear

gramíneas.

5. Recirculação Para a recirculação do percolado, será necessário que um

funcionário treinado faça a inspeção visual no poço de coleta de

líquido ou lagoa de acumulação, especialmente em dias

chuvosos, a fim de bombear o líquido acumulado sobre a

trincheira;

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

49

A quantidade de trabalhadores que estarão disponíveis para a operacionalização do

aterro é de 3 colaboradores, sendo:

1 (um) encarregado que permanecerá no aterro durante todo período de

operacionalização;

1 (um) operador de pá carregadeira que fará o recobrimento com os dos rejeitos

com solo três vezes por semana;

1 (um) operador que fará a recirculação do líquido;

Vale salientar equipe de trabalho do aterro deve receber treinamento adequado para

garantir uma operação adequada e também que sejam cumpridas as determinações de

projeto executivo. Outro ponto importante a ser enfatizado é quanto aos equipamentos e

procedimentos para segurança do trabalho.

Todo pessoal deve portar equipamentos de segurança individual adequados,

incluindo macacão, mascara, luva e botina, além de serem vacinados contra hepatite A,

B e tétano.

3.3.6 Análise de Custos

Na avaliação econômica são incorporados os diversos custos envolvidos em todas as

etapas do aterro (projeto, implantação, operação e monitoramento). Dada a diversidade

dos aspectos específicos de cada projeto, é difícil definir valores comparativos que

incluem a extensa gama de variáveis envolvidas, tais como serviços de terraplenagem,

obras de drenagem e infra-estrutura, custos de materiais empregados, custos

operacionais dos equipamentos mecânicos, mão de obra e custos de manutenção das

instalações como um todo. Além disso, é importante salientar que o custo depende

também do local onde se realiza o empreendimento.

A estimativa de custos mediantes modelos gerais, formatos e dados não

relacionados a um local específico é apropriada para o planejamento geral e para a

estimativa do intervalo de magnitudes potenciais de construção e de todos os outros

custos associados com o projeto e a operação do aterro sanitário. Este método de análise

de custos é útil para tomar decisões iniciais ou conceituais do projeto e comparar

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

50

diversas opções de disposição final. A falta de uma avaliação compreensiva da estrutura

de custos e das instalações de disposição final pode resultar em impedimentos

inesperados na tomada de decisão relacionada à implementação de um programa de

gerenciamento de resíduos (Kroetz, 2003).

Os elementos de custo para a viabilização de um aterro sanitário foram classificados

segundo as fases mais significativas do ciclo de vida destas instalações. A utilização

desta classificação justifica-se em virtude da necessidade dos tomadores de decisão

conhecer, não somente os gastos totais com a implantação do aterro, mas

principalmente, a previsão de desembolso referente a cada etapa ao longo da vida útil do

mesmo. Os custos referentes à etapa de planejamento são: estudos para escolhas de

áreas, levantamentos para projeto, projetos, EAP (Estudo Prévio Ambiental),

licenciamento ambiental e aquisição do local. Os custos referentes à etapa de construção

são: recuperação da área, adequação do local, implantação do aterro e equipamentos.

Do ponto de vista econômico, os investimentos iniciais em escolhas de áreas serão

compensados com economia em etapas futuras do aterro sanitário, sobretudo nas etapas

de construção e operação. A estimativa de gastos com essa fase de projeto é em torno de

3% total do investimento. Vale lembrar que nessa prévia estimativa já são considerados

os gastos com o processo de licenciamento ambiental do sistema.

Os próximos elementos envolvidos da análise de custos do aterro sustentável são

aqueles referentes a etapa de implantação. Nesses custos foram considerados as

atividades de limpeza da área, construção de estruturas de apoio, melhoria de vias de

acesso, terraplenagem, construção de trincheiras, sistemas de drenagem superficial,

impermeabilização de fundo e laterais, poços de monitoramento e obras de infra-

estrutura.

Finalmente, foram considerados os serviços de operação diária do sistema e de

encerramento pós-finalização de uso da área. A etapa de operação compreende o

período entre o aterramento da primeira carga de resíduos até o esgotamento da vida útil

do aterro, anos mais tarde. Os elementos de custos são: mão-de-obra, equipamentos,

despesas gerais, serviços de engenharia. A etapa de fechamento compreende ao período

entre o fechamento do aterro (esgotamento da vida útil). Os elementos de custos de

fechamento são os seguintes: engenharia para preparação e plano de fechamento,

cobertura final, nivelação final, cobertura vegetal, controle de sedimentação e erosão.

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

51

3.3.7 Monitoramento

Deverá ser realizado o estudo preliminar das águas superficiais que poderão estar

recebendo influência de algum tipo de poluição, sendo analisados os seguintes

parâmetros indicadores de contaminação: cádmio, chumbo, DBO5, DQO, mercúrio,

óleos e graxas, pH e zinco. Foram escolhidos três locais de amostragem: três nascentes

de água próximas ao aterro e em nível inferior ao mesmo.

Convém frisar que a metodologia de coleta, preservação e análises deve seguir

rigorosamente às recomendações do Standard Methods for Examination of Water and

Wastewater, sempre a última edição. A classificação e os valores máximos permissíveis

(VMP), o enquadramento dessas águas foi fundamentado nas recomendações do

Decreto Estadual 8768/76 Art. 11 e da Resolução CONAMA No. 357, do Ministério do

Meio Ambiente, de 17 de março de 2005.

Relatório de Monitoramento das águas superficiais

É importante monitorar as águas superficiais nos cursos localizados nas bacias de

drenagens onde se situam aterros sanitários, visando detectar possíveis cargas

poluidoras que, inadvertidamente possam alcançar essas águas, principalmente aquelas

decorrentes dos sistemas de drenagens superficiais (pluviais) e dos sistemas

subsuperficiais (percolados), além de possíveis alterações decorrentes das atividades

antrópicas, desenvolvidas na bacia de drenagem onde se localiza um aterro.

Para a correta avaliação das modificações ambientais introduzidas no ambiente

local, o órgão ambiental atuante solicita um relatório de monitoramento das águas

superficiais. O relatório de monitoramento das águas do corpo hídrico (nascente), por

determinação do órgão ambiental, contém os seguintes parâmetros: DBO, DQO, pH,

Óleos e Graxas, Cádmio, Chumbo, Mercúrio e Zinco.

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

52

Relatório de Monitoramento das águas subterrâneas

O monitoramento das águas subterrâneas, na área de influência do aterro, será

realizado desde o início de operação do aterro e seu principal objetivo é detectar

variações na qualidade dessas águas, relacionadas com as atividades do aterro, tais

como infiltrações de águas pluviais oriundas da drenagem superficial do aterro,

propagação de eventuais plumas de líquidos percolados formadas na degradação da

matéria orgânica presente nos resíduos aterrados, além de outras, relacionadas às

atividades antrópicas, desenvolvidas na área de influência do aterro, que possam

contaminar as águas subterrâneas na bacia de drenagem onde se localiza o

empreendimento.

O aterro sanitário, contará com 3 (três) poços de monitoramento das águas

subterrâneas na área de influência do Aterro, a ser construído no início da operação do

aterro, sendo 1 (um) poço situado a montante da área de disposição, e 2 (dois) poços

situados a jusante da área de disposição, todos construídos de acordo com a NBR –

13895/97 e posicionados de acordo com a direção do fluxo do lençol freático.

Após a implantação da usina de Iguatemi, o monitoramento das águas subterrâneas,

na área de influência do aterro, será realizado, seguindo a seguinte metodologia: uma

análise completa, com freqüência anual contemplando os seguintes parâmetros:

• Características Físicas e Organolépticas: Condutividade Elétrica, Sólidos totais

dissolvidos, Dureza total, pH, Óleos e Graxas, Cor aparente e Turbidez;

• Componentes Inorgânicos: Alumínio, Bário, Cádmio, Cobre, Chumbo, Cloretos,

Cromo total, Ferro total, Fosfato total, Magnésio, Manganês total, Mercúrio, Nitrogênio

Nitrito, Nitrogênio Nitrato, Nitrogênio Kjeldahl, Potássio, Selênio, Sódio e Zinco;

• Componentes Orgânicos: BTX, Fenol, Diclorometano, Tricloetileno, Cloreto de

metileno e Cloreto de vinila;

• Bacteriológicos: Bactérias Heterotróficas, Coliformes totais, Escherichia coli,

Pseudomonas aeruginosos e Salmonella.

Outros parâmetros poderão ser incorporados, na listagem anual, caso assim

determinem os órgãos de controle da poluição ambiental.

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

53

Convém frisar que a metodologia de coleta, preservação e análises devem seguir

rigorosamente às recomendações do Standard Methods for Examination of Water and

Wastewater, última edição. A classificação e os valores máximos permissíveis (VMP),

para enquadramento dessas águas devem ser fundamentados nas recomendações da

Portaria 518, de março de 2004, do Ministério da Saúde e na Resolução Nº 396, de abril

de 2008, do Ministério do Meio Ambiente.

3.3.8 Alternativa para uso futuro do aterro

De uma forma geral as áreas onde existe aterro sanitário devem ser transformadas

em jardins, parques, praças esportivas, áreas de lazer ou áreas reflorestadas.

Em revisão bibliográfica, foi constatado que as posturas acima descritas são as

classicamente adotadas. Trabalhos mais recentes, no entanto, admitem a possibilidade

de plantar árvores sobre células do aterro, desde que certas condições sejam atendidas

no plano de encerramento. Um deles é o trabalho de MATA e ANDRADE, que

desenvolveram um trabalho experimental realizado no aterro de Santo Amaro em São

Paulo onde foram plantadas 2416 mudas pertencentes a 23 espécies arbóreas e

arbustivas com microsimbiontes e avaliadas em aspectos iniciais de estabelecimento e

desenvolvimento. Dentro das conclusões obtidas com relação ao cultivo vegetal,

algumas espécies apresentaram-se capazes de vegetar no local apesar dos fatores

desfavoráveis que o solo do aterro sanitário proporciona tais como alta temperatura e

toxicidade por metais pesados e gases.

Na área onde está sendo projetado o Aterro Sanitário de Iguatemi, após o término da

vida útil e encerramento, será feita a revegetação com mudas de espécies arbóreas e

arbustivas. As mudas poderão ser produzidas no viveiro de mudas do município.

Monitoramento

Os planos de monitoramento das águas superficiais e subterrâneas estão descritos

nos itens 3.7.1 e 3.7.2, respectivamente. Após o encerramento das atividades de

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

54

operação do aterro, o monitoramento continuará feito nos mesmos pontos já citados

anteriormente.

3.3.9 Integração com o sistema de coleta seletiva

Os serviços de coleta e disposição devem ser feitos com qualidade e produtividade,

a mínimo custo.

O planejamento do transporte está sendo feito rota por rota no município de

Iguatemi, sendo determinadas as condições de operação e os custos para situação atual,

isso pode ser utilizado como uma referencia básica de comparação ao analisarem-se

posteriormente outras alternativas.

No planejamento do sistema de coleta e disposição no município, as questões

ambientais estão sendo consideradas. Verifica-se um grande estímulo a programas e

procedimentos para atender metas de desenvolvimento econômico, uso adequado dos

recursos, melhoria e bem-estar da população de Iguatemi.

Vale lembrar que um bom gerenciamento desses serviços, que estão entre os de

maior visibilidade, apresenta boa aceitação da administração municipal por parte da

comunidade. Adicionalmente, a sua otimização leva a uma economia significativa dos

recursos públicos.

A coleta e disposição ambientalmente adequada do lixo são ações do serviço público

municipal, de grande visibilidade para população. Essas ações impedem o

desenvolvimento de vetores transmissores de doenças que encontram alimento e abrigo

no lixo.

Os resíduos sólidos estão sendo transportados mecanicamente do ponto de coleta ao

destino final. Cabe aos cidadãos apenas acondiciona-los adequadamente e apresenta-los

em dias, locais e horários preestabelecidos. Esses procedimentos estão de acordo com a

NBR-12980, que define os diferentes tipos de coleta de lixo.

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

55

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Convém registrar algumas recomendações para a equipe de gestores responsáveis

pela instalação, operação e encerramento do aterro sanitário proposto:

Deverá o município de Iguatemi dar início e manter, de forma continuada, a um

extenso programa de treinamento dos funcionários, inclusive os de carreira, lotados no

setor responsável pela gestão e pelo o gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos do

município;

Os gestores do empreendimento deverão seguir rigorosamente todas as

especificações técnicas, para a limpeza da área, preparo da camada de

impermeabilizante da base do aterro, com a construção e declividades adequadas das

estruturas drenantes;

Durante a operação do aterro, a cobertura das células diárias de resíduos deverá

ser levada a efeito, dificultando assim a atração e propagação de vetores capazes de por

em risco a saúde pública, propagação de odores e espalhamento de materiais leves pela

ação do vento, e evitar a formação excessiva de líquidos percolados;

Construir os taludes externos com as declividades em torno de 50%, evitando

assim, a formação de processos erosivos e de ravinagens;

Cumprir, desde o início da operação do aterro o programa de monitoramento das

águas superficiais;

Caso seja constatada a necessidade pelo órgão ambiental competente deve-se

fazer o monitoramento das águas subterrâneas, o monitoramento da qualidade dos

líquidos percolados e da concentração de gases, submetendo os resultados aos órgãos

ambientais para eventuais correções e/ou adição de novos parâmetros de controle;

Cumprir rigorosamente as rotinas de inspeções para a verificação de recalques

diferenciais, integridade das estruturas drenantes e de coleta de gases, vegetação do

maciço, principalmente após períodos de chuvas intensas e aproveitar o período de

estiagem para realizar manutenção nas lagoas de acumulação e infiltração de águas

pluviais e de acumulação de líquidos percolados, além da manutenção das vias de

acesso. Essas rotinas deverão se estender por um período de pelo menos 20 anos após o

encerramento de disposição de resíduos no aterro sanitário;

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

56

Manter a população devidamente informada sobre o desempenho da usina,

mesmo os resultados considerados adversos, para que a sociedade, de forma organizada

possa exercer o controle social da gestão e do gerenciamento dos resíduos sólidos no

município, em todas as fases do processo;

Em todas as instalações de apoio da usina, deverão constar em locais visíveis o

nome e contato das pessoas responsáveis pela gestão e gerenciamento do

empreendimento para que, em caso de dúvidas ou acidentes, essas pessoas sejam

facilmente contatadas. O mesmo é válido para os veículos coletores, principalmente

àqueles que transportam resíduos de serviços de saúde, pois em caso de acidente o

mesmo deverá contatar imediatamente o gerente do setor e o órgão ambiental regional

competente;

Qualquer que seja a modalidade dos prestadores de serviços, na área de resíduos

sejam eles públicos ou privados, o corpo técnico encarregado pela fiscalização deverá

ser adequadamente treinado e, de preferência, portadores de diploma de nível superior

especialmente os que ocuparão cargos de chefia. A fiscalização deverá ser rigorosa e

envolver todas as etapas relacionadas ao gerenciamento de resíduos, do manejo à

disposição final. O desempenho e as ocorrências diárias deverão constar em registros

para posterior avaliação de desempenho e reorganização de metas.

Conclui-se, assim, que é economicamente viável e ambientalmente seguro utilizar a

tecnologia de Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos Domiciliares.

_______________________ _______________________

Rodrigo Camilo Reginaldo de Araujo Silva

Engenheiro Ambiental Engenheiro Mecânico

CREA PR-92835/D CREA PR-95345/D

______________________

Valentim Massocatto

Engenheiro Agrônomo

CREA PR-15070/D

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

57

5. BIBLIOGRAFIA

ABES. Aterros Sanitários: Projeto, Construção, Operação e Gerenciamento. Bauru

– SP, 1999.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. Classificação de

resíduos, NBR 10004. Rio de Janeiro, 2004 a.

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10004 – Resíduos sólidos:

classificação, 2ª ed., 2004.

BLEY JR, Cícero. As usinas de processamento de lixo no Brasil. Disponível em

Ecoltec .com-Publicações Técnicas http://www.ecoltec.com.br/publicaçõestécnicas.htm.

Acesso em 20.06.2010( 3 p.)

BRAGA, B et al. Introdução a Engenharia Ambiental. São Paulo: Prentice Hall,

2002.

BIDONE, F, R. A; POVINELLI, J. (1999). Conceitos Básicos de Resíduos Sólidos.

São Carlos: EEC/ESP.

CAMILO, R. (2008). Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Cafezal do

Sul – PR. P. M. Cafezal do Sul.

CASTILHOS JUNIOR, A. B., LANGE, L. C., GOMES, L. P., PESSIN, N. Resíduos

sólidos urbanos: aterro sustentável para municípios de pequeno porte. Rio de

Janeiro: ABES, 2003.

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

58

CHERNICHARO, C. L. Princípios do tratamento biológico de águas residuárias.

Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental – UFMG, 1997.

CEMPRE. (2000). Lixo Municipal: Manual de Gerenciamento Integrado. São

Paulo: IPT/CEMPRE.

COLLINS, C.H.; KENNEDY, D.A. The microbiological hazards of municipal and

clinical wastes. Journal of Applied Bacteriology, v.1, n.13, p.1-6,1992.

COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL - CETESB.

Aterros Sanitários em Valas. Apostilas Ambientais. Secretaria do Meio Ambiente do

Estado de São Paulo. São Paulo, 1997.

MATA E ANDRADE, J. C. Vegetação em aterros sanitários de resíduos sólidos

urbanos: Estudo do caso do aterro sanitário Santo Amaro, São Paulo. Dissertação

de Mestrado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2000.

NBR 13896. Aterros de Resíduos não-perigosos – Critérios para projeto,

implantação e operação. Rio de Janeiro: ABNT, 1997.

NBR 8419. Apresentação de Projetos de Aterros Sanitários de Resíduos Sólidos

Urbanos. Rio de Janeiro: ABNT, 1992.

PHILIPP Jr, A. Saneamento, Saúde e ambiente: fundamentos para o

desenvolvimento sustentável. São Paulo: Manole, 2005.

Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi

Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:

_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva

Responsável Técnico:

______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo

Responsável Técnico:

________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato

59

6. ANEXOS