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Projeto de Engenharia – Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos de Iguatemi
Entre Rios Tecnologia Ltda. - ME Responsável Técnico:
_______________________________ Engenheiro Mecânico: Reginaldo de A. Silva
Responsável Técnico:
______________________________ Engenheiro Ambiental: Rodrigo Camilo
Responsável Técnico:
________________________________ Engenheiro Agrônomo: Valentim Massocato
1. APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 2
1.1 EMPREENDIMENTO ...................................................................................................................... 2 1.2 EMPREENDEDOR ........................................................................................................................... 3 1.3 REQUERENTE ................................................................................................................................. 3 1.4 IMAGEM DO LOCAL DO EMPREENDIMENTO .......................................................................... 4 1.5 EQUIPE TÉCNICA ........................................................................................................................... 4
2. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 6
2.1 PLANEJAMENTO GERAL DO ATERRO ....................................................................................... 9 2.1.1 Localização Geográfica ............................................................................................................ 9 2.1.2 Histórico e Situação Sócio-econômica ................................................................................... 10 2.1.3 Previsão de Crescimento Demográfico ................................................................................... 11 2.1.4 Estrutura Fiduciária ............................................................................................................... 12
2.2 CARACTERIZAÇÃO QUALI-QUANTITATIVA DOS RESÍDUOS ............................................ 14 2.3 A GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO MUNICÍPIO DE IGUATEMI – PR ... 17
3. PROJETO DE ENGENHARIA .......................................................................................................... 18
3.1 ESTRATÉGIA TECNOLOGICA VIÁVEL .................................................................................... 18 3.2 USINA DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES (UTRSD) ................. 19
3.2.1 Implantação da UTRSD .......................................................................................................... 23 3.2.2 Resíduos que podem ir para UTRSD ...................................................................................... 24 3.2.3 Concepção do projeto de uma UTRSD ................................................................................... 24 3.2.4 Escolha da área ....................................................................................................................... 28 3.2.5 Operação da UTRSD .............................................................................................................. 29
3.3 PROJETO DO ATERRO DE REJEITOS ........................................................................................ 32 3.3.1 Aterro Sanitário....................................................................................................................... 32 3.3.2 Dimensionamento das Trincheiras ......................................................................................... 33 3.3.4 Planejamento de ocupação da área ........................................................................................ 38 3.3.5 Implantação ............................................................................................................................. 40 3.3.5. Operação ................................................................................................................................ 47 3.3.6 Análise de Custos .................................................................................................................... 49 3.3.7 Monitoramento ........................................................................................................................ 51 3.3.8 Alternativa para uso futuro do aterro ..................................................................................... 53 3.3.9 Integração com o sistema de coleta seletiva ........................................................................... 54
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................... 55
5. BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................................. 57
6. ANEXOS ............................................................................................................................................... 59
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1. APRESENTAÇÃO
1.1 EMPREENDIMENTO
Denominação: Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos Domiciliares de Iguatemi
no Mato Grosso do Sul, a fim de proporcionar o tratamento seguro dos resíduos sólidos
urbanos do município.
O empreendimento consta de uma Usina para Tratamento de Resíduos Sólidos
Domiciliares (classe II-A e assemelhados) gerados no município de Iguatemi – MS.
Entende-se por resíduos sólidos domiciliares e semelhantes, aqueles enquadrados
como Classe II A, segundo a ABNT (NBR-10.004/2004), com destaque aos seguintes
resíduos, conforme a sua origem:
Resíduos domiciliares, propriamente ditos;
Resíduos comerciais, oriundos de restaurantes, lojas, mercados e supermercados,
escritórios, hotéis, etc.;
Resíduos de serviços municipais, resultantes de manutenção de jardins, praças
públicas, áreas de recreação, varrição de ruas, limpezas de feiras, bocas de lobos etc.;
Resíduos industriais semelhantes aos domiciliares, gerados nas áreas de
administração, refeitórios das indústrias etc.;
Resíduos institucionais, originados em escolas e demais instituições
governamentais e;
Resíduos de serviços de saúde previamente tratados (cinzas, escórias ou aqueles
submetidos à desinfecção).
A implantação do empreendimento será realizada numa área de aproximadamente
4,4 hectares situada a nordeste da malha urbana do município, saindo da área urbana
sentido MS-295, com acesso pelo corredor municipal, Km 1,5.
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1.2 EMPREENDEDOR
Nome: Município de Iguatemi - MS
Endereço/sede: Av. Laudelino José Peixoto, 871
Bairro: Centro
CEP: 79960-000
Fone/Fax: (67) 3471-1130
E-mail: [email protected]
CNPJ: 03.568.318/0001-61
JOSÉ ROBERTO FELIPPE ARCOVERDE
Prefeito Municipal de Iguatemi
1.3 REQUERENTE
Razão Social: ENTRE RIOS TECNOLOGIA LTDA - ME
CNPJ: 09.004.399/0002-34
Endereço: CORREDOR DE ACESSO A RECICLAGEM, CHACARA 303, S/N
Bairro: ZONA RURAL
Telefones: (44) 3624 6578
Município: IGUATEMI
CEP: 79960-000
E-mail: [email protected]
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1.4 IMAGEM DO LOCAL DO EMPREENDIMENTO
Figura 1: Imagem do Local do Aterro
Fonte: Google Eath, acessado em 15 de julho de 2011
1.5 EQUIPE TÉCNICA
Equipe: Reginaldo de Araujo Silva
Engenheiro Mecânico pela Universidade Estadual de Maringá
Especialista em Automação Industrial pela Universidade Estadual de Maringá
CREA PR-95345/D
Equipe: Rodrigo Camilo
Engenheiro Ambiental pela Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná
Especialista em Meio Ambiente com ênfase em Química Ambiental
Mestre em Engenharia Química pela Universidade Estadual de Maringá
CREA PR-92835/D
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Equipe: Valentim Massocatto
Engenheiro Agrônomo pela Fundação Faculdade de Agronomia “Luiz Miguel”
Especialista em manejo e fertilidade do solo pela Universidade Estadual
do Oeste do Paraná
PR-15070/D
Equipe: Simone de Lima Bazana
Tecnóloga Ambiental pela Universidade Estadual de Maringá
Especialista em Meio Ambiente com ênfase em Química Ambiental
CRQ 09902671
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2. INTRODUÇÃO
O gerenciamento de resíduos sólidos domiciliares envolve a integração de várias
etapas que, mesmo admitindo um nível de excelência nos processos de redução,
reutilização e reciclagem, serão necessariamente finalizadas com o tratamento e a
disposição final. A diretriz preconizada idealmente é a “resíduo zero” (zero waste).
A problemática passa necessariamente pelo tratamento e destinação final
ambientalmente adequada dos resíduos sólidos domiciliares gerados em atividades
domésticas e comerciais. Nesse sentido, tem-se que a disposição final tem posição
garantida e destacada nas estratégias de gerenciamento de resíduos sólidos, e em
especial para os resíduos domiciliares.
Uma das técnicas de disposição final de resíduos sólidos domiciliares considerada
adequada pelos órgãos ambientais é o aterro sanitário. No aterro sanitário, o lixo é
disposto para que o solo absorva e decomponha seu conteúdo. Este é o destino mais
comum para o lixo de coleta indiferenciada, pois não necessita de cuidados especiais e é
uma forma de esgotar rapidamente a enorme quantidade de lixo gerado nas cidades. No
entanto, vale lembrar que, a implantação de aterros sanitários não deve ser tomada como
uma solução definitiva em si mesma.
Outra solução seria a incineração, porém esta apresenta muitos problemas, pois
necessita de um rigoroso controle de suas emissões, além de ser um processo caro e
lento. Já as maiorias das unidades de tratamento de resíduos, têm o objetivo único de
reaproveitar as embalagens, papel e similares num processo de limpeza e segregação.
A destinação final ambientalmente adequada de resíduos inclui a reutilização, a
reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético; o consumo
consciente e a reciclagem devem ser cada vez mais incentivados e avaliados, tendo em
vista a importância para a redução das quantidades de resíduos, ainda hoje, destinadas a
aterros sanitários.
Contudo, a nova legislação ambiental para tratamento de resíduos sólidos
inaugurada no ano de 2010 estimula a adoção, desenvolvimento e aprimoramento de
tecnologias limpas como forma de minimizar impactos ambientais. Frente a isto, a
Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos Domiciliares para Desidratação do Lixo
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Urbano, desenvolvida pela empresa Entre Rios Tecnologia Ltda, é a solução para
resolver o problema dos resíduos sólidos e comunidades de pequeno, médio e grande
porte. A Imagem 1 mostra a Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos Domiciliares.
Figura 2: Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos Domiciliares
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=Y5xMsWQS2a4
Essa tecnologia atua dentro dos objetivos propostos na Política Nacional de
Resíduos Sólidos visando a não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento
dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.
Portanto, a justificativa do empreendimento deve constar, obrigatoriamente, do
conteúdo dos estudos destinados ao licenciamento ambiental, de forma a atender ao que
estabelece a Lei n° 12.305 de agosto de 2010, a qual dispõe sobre as diretrizes relativas
à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às
responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos
aplicáveis.
A Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos Domiciliares aqui proposta possui a
tecnologia de:
secagem dos Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD);
não geração de gás metano;
eliminação de maus odores;
segregação dos recicláveis;
trabalho salubre;
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esterilização parcial;
geração de créditos de carbono;
aumento considerável da vida útil do aterro sanitário;
e geração de emprego.
Essa tecnologia é aplicada aos aspectos principais preconizados nessa justificativa: a
atual situação do gerenciamento dos resíduos sólidos nesse município, a necessidade de
instalação de um empreendimento para tratamento de resíduos, a escolha da alternativa
tecnológica, em função da avaliação do desempenho técnico, ambiental e econômico,
além da seleção de uma tecnologia, levando em conta os múltiplos critérios envolvidos
na questão.
Em geral, a adoção da tecnologia abordado neste trabalho não está, necessariamente,
associada a um investimento elevado ou custos proibitivos à nossa realidade econômica.
As vantagens da Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos Domiciliares são:
baixo consumo de energia;
aproveitamento dos resíduos orgânicos como matéria prima para compostagem;
operação simplificada;
baixo custo por tonelada tratada; geração de composto orgânico;
aplicável para pequenos, médios e grandes municípios.
O objetivo da Implantação da Usina de Tratamento de Resíduos Domiciliares é
solucionar definitivamente os problemas gerados com a destinação final dos resíduos
sólidos gerados no município de Iguatemi. É importante destacar, que a presença de um
sistema ambientalmente correto para tratamento de resíduos sólidos urbanos tende a
contribuir positivamente para a população das cidades, de maneira que não venha
acarretar potenciais problemas de saúde pública.
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2.1 PLANEJAMENTO GERAL DO ATERRO
2.1.1 Localização Geográfica
O município de Iguatemi localiza-se ao sul do Mato Grosso do Sul, na micro-região
homogênea nº 344, em Campos de Vacaria e Mata de Dourados com uma área total de
2.946,52 Km², limitando-se com os seguintes municípios: Juti, Amambai, Naviraí,
Itaquiraí, Eldourado, Tacuru e Sete Quedas. Seu posicionamento conforme as
coordenadas geográficas são:
Altitude: 342 metros
Longitude 23º 40’ 48”S
Latitude 54º 33’ 39” W-GR
Figura 3: Localização geográfica do município de Iguatemi
Figura 3: Localização geográfica do município de Iguatemi
Fonte: IBGE, 2010.
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2.1.2 Histórico e Situação Sócio-econômica
Em 11 de Novembro de 1963 Iguatemi torna-se município através da lei estadual
número 1951.
O município de Iguatemi representa atualmente 1,2% da área do Estado do Mato
Grosso do Sul. A região já teve um dos maiores territórios, cuja área que era de
aproximadamente 7.513 km², reduziu-se a 2.946,52 km² com os desmembramentos dos
Distritos de Eldorado, Mundo Novo em 13 de Maio de 1981. A distância entre Iguatemi
e a Capital do estado Campo Grande é 464 km.
A cidade de Iguatemi, foi edificada urbanisticamente com traço prévio pelo projeto
Rondon, foi pouco a pouco, no decorrer dos anos, se estendendo em todas as direções.
As primeiras casas construídas eram de taipas cobertas de capim. Essas casas
pertenciam em sua maioria, a pioneiros, índios e aos primeiros povoadores que aqui
chegaram. As ruas do município em sua quase totalidade são largas, retas, paralelas e
arborizadas.
Atualmente o município possui os seguintes indicadores:
População Urbana: 11.006 habitantes
População Rural: 3.869 habitantes
População Beneficiada: 14.875 habitantes
Área Beneficiada: 2.946,52 Km²
PIB Municipal: R$ 193.293.460,00
PIB per capita: R$ 12.994,72
Participação no PIB Municipal:
Agropecuária: 25,78 %
Indústria: 20,98 %
Serviços: 42,57 %
Impostos: 10,67%
Sua economia é formada por pecuária, agricultura, indústria e extrativismo vegetal.
Segundo dados do IBGE 2009 o numero de alunos existentes no município é de
3.281 divididos da seguinte forma:
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Ensino Fundamental = 2.772
Ensino Médio = 50
O Sistema de saúde busca constante aprimoramento, tendo em vista que atualmente
é composto por nove estabelecimentos públicos de saúde para atendimento a população,
sendo que os atendimentos dos postos de saúde são para ocorrências de baixa
complexidade.
2.1.3 Previsão de Crescimento Demográfico
Sua população é bem diversificada, sendo composta por paranaenses, catarinenses,
rio-grandenses, índios, paraguaios e outros. A população de Iguatemi já atingiu cerca de
18.000 habitantes, o que representava 6,3 habitantes por quilômetro quadrado.
Ocorrendo uma distribuição da seguinte forma: na zona urbana havia 12.000 e na zona
rural 6.000 habitantes.
Tabela 1: População Censitária Segundo Tipo de Domicílio e Sexo - 2010
TIPO DE
DOMICÍLIO
MASCULINO FEMININO TOTAL
Urbano 5.338 5.668 11.006
Rural 2.089 1.780 3.869
TOTAL 7.427 7.448 14.785
FONTE: IBGE 2010.
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Imagem 3: Crescimento Populacional do Município Iguatemi
2.1.4 Estrutura Fiduciária
Os municípios, com população total de 227.351, do CONSAD Iguatemi possuem
infra-estrutura econômica e social como energia elétrica com total de 66.511
consumidores, saneamento num total de 52.909 ligações reais, unidades de correios,
telefonia fixa e móvel, escolas públicas e privadas em número que atente a população
local.
O município de Iguatemi conta com um programa de coleta seletiva que vem
apresentando resultados alguns resultados positivos, tanto no aspecto social, gerando
renda a algumas famílias, como também no aspecto ambiental, permitindo a redução de
volume de lixo destinado ao Aterro Municipal e aumentando a sua utilização.
O serviço de coleta, transporte e destinação do lixo, são no atual momento,
gerenciados pela Prefeitura Municipal, a qual acondiciona de forma adequada os
recicláveis recolhidos diariamente e vendem os materiais periodicamente.
Tabela 2: Dados sobre coleta de lixo no município de Iguatemi.
MUNICÍPIO COLETA OUTRO DESTINO
IGUATEMI 2.395 950
Fonte: IBGE, 2006
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Tabela 3: Dados sobre o abastecimento de água no município de Iguatemi.
MUNICÍPIO Nº DE
DOMICÍLIOS
REDE
GERAL
POÇO OU
NASCENTE
OUTRAS
FORMAS
IGUATEMI 3.345 2.464 857 24
Fonte: IBGE, 2006
Tabela 4: Dados sobre o consumo de energia elétrica no município de Iguatemi.
IGUATEMI Consumo (Mwh)
Residencial 4.584
Industrial 2.730
Comercial 1.770
Rural 2.515
Poder Público 569
Iluminação Pública 791
Serviço Público 332
Próprio 24
Total 13.315
Fonte: IBGE, 2006
Tabela 5: Dados sobre os consumidores de energia elétrica no município de Iguatemi.
IGUATEMI Consumidores
(Mwh)
Residencial 3.114
Industrial 26
Comercial 318
Rural 806
Poder Público 56
Iluminação Pública 10
Serviço Público 6
Próprio 1
Total 4.337
Fonte: IBGE, 2006
Tabela 6: Dados sobre o sistema de esgoto no município de Iguatemi.
Iguatemi
Vol. Produzido (m3) 528.392
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Vol. Consumido (m3) 422.726
Volume Faturado (m3) 513.726
Ligações Reais 3.718
Economias Reais 3.845
Extensão Rede (m) 58.265
Fonte: IBGE, 2006
2.2 CARACTERIZAÇÃO QUALI-QUANTITATIVA DOS RESÍDUOS
Os resíduos sólidos a serem dispostos no aterro sanitário de Iguatemi são, em sua
maioria, de origem domiciliar de diferentes padrões sócio-econômicos e culturais. Cabe
mencionar que uma parcela destes resíduos pode ser considerada perigosa, conforme a
norma ABNT NBR 10.004 (2004) e que, portanto, devem ser coletados e destinados
segundo a legislação específica.
Geralmente a determinação da quantidade de resíduos é feita com o auxilio de um a
balança, onde é pesado o caminhão de coleta vazio e cheio – após a realização da coleta.
Na ausência de dados mais precisos, a geração per capita pode ser estimada através do
Quadro 1 apresentado a seguir.
Quadro 1 – Estimativa de geração per capita de acordo com o tamanho da cidade e
população.
FAIXAS MAIS UTILIZADAS EM ESTIMATIVA DE GERAÇÃO PER CAPITA
TAMANHO DA
CIDADE
POPULAÇÃO URBANA
(habitantes)
GERAÇÃO PER CAPITA
(kg/hab./dia)
Pequena Até 30.000 0,50
Média De 30 mil a 500 mil De 0,50 a 0,80
Grande De 500 mil a 5 milhões De 0,80 a 1,00
Megalópole Acima de 5 milhões Acima de 1,00
Fonte: MONTEIRO et al (2001) apud KROETZ (2003).
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No município de Iguatemi, a pesagem do caminhão de coleta não pode ser realizada,
devido à impossibilidade de alocar uma balança, num tempo muito curto, para efetuar
esse procedimento. Porém, de acordo IPT/CEMPRE (2000), em caso de impossibilidade
de fazer a pesagem dos resíduos, pode-se adotar, para uma abordagem estimativa, um
valor genérico de geração de lixo equivalente até 800 g/hab.dia.
Pesquisas bibliográficas recentes, de acordo com CEMPRE (2010), confirmam que
esse valor de geração de lixo aumentou, assim, para o município de Iguatemi foi
adotado o valor de geração de lixo de 1,0 kg/hab.dia.
Conforme índices do IBGE CENSO, a população urbana registrada para o
município de Iguatemi em 2010 é de 11.006 habitantes.
O volume diário de geração (Vd) foi obtido por meio da equação 1.
NPPdia
kgV pcd ..
(1)
Em que:
P = População Urbana Inicial
Ppc = População Per Capita Inicial
N = Abrangência do Serviço de Coleta
Assim, o volume diário de ocupação calculado por meio da equação (1) foi de:
diakgVd /99059,0.0,1.006.11
Portanto, o município de Iguatemi gera atualmente uma média de 10 toneladas de
resíduos sólidos domiciliares por dia. Os períodos de pico da geração de resíduos
ocorrem nos meses de janeiro e dezembro, a exemplo das demais cidades brasileiras, em
decorrência das festividades da época. Durante a semana, o dia mais crítico é a segunda-
feira, em função dos finais de semana e da ausência do serviço de coleta aos domingos.
A determinação da composição gravimétrica se dá segundo a metodologia do
quarteamento, conforme as normas ABNT NBR 10007 (2004), onde os resíduos do
caminhão de coleta foram descarregados em cima de uma lona plástica, depois esses
resíduos são continuamente separados até obter uma amostra de aproximadamente 200
kg. O resultado da determinação da composição gravimétrica nos permite fazer uma
aferição do porcentual de resíduos sólidos reciclados para um município.
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De acordo com IPT/CEMPRE (2000) podem-se adotar valores estimativos de
composição gravimétrica, representativos para maioria dos municípios brasileiros, em
caso de impossibilidade de fazer esse procedimento a campo num curto espaço de
tempo.
Os materiais encontrados em maior volume no lixo, durante a análise da composição
gravimétrica são: material orgânico, plástico, papel papelão, vidro, metal ferroso, panos,
trapo, couro e borracha, madeira, contaminante biológico, terra e cerâmica.
Os resultados estimados para caracterização dos resíduos sólidos domiciliares do
município de Iguatemi são apresentados na Figura 1.
Material Orgânico 40% Plástico 16% Papel, Papelão 10%
Vidro 3% Metal Ferroso 3% Panos, Trapos 3%
Madeira 3% Terra e Cerâmica 4% Outros 18%
Figura 4 – Resultado estimado da composição gravimétrica.
A partir desta Figura pode-se inferir que:
Cerca de 80% do total de resíduos sólidos são passíveis de reaproveitamento,
seja via reciclagem 40% ou de compostagem 40%;
Com relação ao metal observa-se uma baixa representatividade na quantidade
global, devido principalmente ao mercado existente para este tipo de resíduo.
Desta forma, estes resíduos são desviados dos locais de destinação final tanto
pela coleta seletiva existente no município quanto pela ação dos catadores
autônomos;
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Na projeção foram considerados apenas alguns componentes. Esse tipo de
composição simplificada, embora possa ser usada para uma análise estimativa, não se
presta, por exemplo, a um estudo preciso de reciclagem ou de coleta seletiva.
Portanto, dos 10.000 kg de resíduos coletados diariamente na área urbana do
município de Iguatemi, 8.000 kg podem ser reaproveitados.
2.3 A GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO MUNICÍPIO DE
IGUATEMI – PR
No município de Iguatemi uma das soluções para o problema da geração de resíduos
será a implantação de uma Usina para Tratamento de Resíduos Sólidos Domiciliares.
Por meio desse sistema a população pode coletar, separar e tratar os materiais de uma
forma ordenada, com vistas para reciclagem. Isso quer dizer que uma parte do lixo pode
ser reaproveitada, deixando de se tornar uma fonte de degradação para o meio-ambiente
e tornando-se uma solução econômica e social.
O sucesso do Sistema para Tratamento de Resíduos Sólidos está diretamente
associado aos investimentos feitos para sensibilização e conscientização da população.
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3. PROJETO DE ENGENHARIA
3.1 ESTRATÉGIA TECNOLOGICA VIÁVEL
Considerando-se as alternativas tecnológicas, a opção pelo destino dos resíduos
sólidos domiciliares do município de Iguatemi para tratamento em Usina de Tratamento
de Resíduos Sólidos Domiciliares, visa atender um panorama dos programas municipais
de coleta seletiva de materiais recicláveis, compostagem, e de fomento à redução na
geração de resíduos sólidos domiciliares.
Nos últimos tempos, tem ocorrido uma visível evolução tecnológica na concepção
dos sistemas de tratamento e disposição de resíduos sólidos, sempre com o objetivo de
melhorar sua eficiência em termos de proteção ambiental. Entretanto, deve-se destacar
que essa evolução está mais concentrada na melhoria das performances das tecnologias
já conhecidas do que no desenvolvimento de novas técnicas e procedimentos.
Atualmente, a preocupação da comunidade científica engajada nesse ramo é a de
desenvolver mecanismos que induzam a redução da geração dos resíduos sólidos e
promovam o máximo reaproveitamento por meio de processos de reciclagem ou, pelo
menos, a redução de agressividade ambiental daqueles que ainda sobrarem. Estes
procedimentos, facilitando o gerenciamento, tendem a reduzir os chamados passivos
ambientais. Nos países, que se adiantaram sobre o tema, essa tem sido uma preocupação
comum, pois passivos ambientais associados a um determinado setor podem resultar em
sérios prejuízos econômicos. Dessa forma, tem-se solicitado da comunidade científica o
desenvolvimento de novas técnicas que permitam a redução dos fatores de
periculosidade dos seus subprodutos. Como resposta, desencadeou-se a busca da
melhoria das condições de gerenciamento dos resíduos de origem urbana, de forma que
eles não provoquem impactos adversos para a qualidade ambiental e não se
transformem em passivos ambientais.
A dificuldade em trazer novas tecnologias do exterior, evidentemente não se baseia
apenas nos aspectos ambientais, mas, principalmente, nos custos de capital e operação
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envolvidos, que acabam por se traduzir em preços não competitivos perante as
tecnologias tradicionais.
A disposição de resíduos urbanos diretamente no solo, sem qualquer tipo de
proteção para evitar o contato dos resíduos com o solo e as águas superficiais e
subterrâneas, popularmente denominada de “lixão” e enquadrada pela CETESB como
“inadequado”, foi e infelizmente continua sendo em muitas localidades a forma de
destinação mais usual do país.
Melhor informados sobre os danos ambientais causados por esse tipo de
procedimento, os órgãos ambientais passaram a exercer um esforço no sentido de
obrigarem as municipalidades a melhorar essa péssima condição sanitária. Sem verbas
suficientes para investir no setor, parte dessas municipalidades optou por medidas
paliativas de melhorias em seus vazadouros, transformando-os em “aterros
controlados”, enquadrados pela CETESB como “com condições controladas”. Assim,
através de nova conformação dos taludes do maciço de lixo, da instalação de drenos de
líquidos percolados, de coletores de gases e do recobrimento diário da frente de
descarga, conseguiram minimizar parte dos impactos ambientais.
Portanto, atendo-se apenas à tecnologia de Usina de Tratamento de Resíduos
Sólidos Domiciliares. Considerando-se o empreendimento, ora em discussão, e as
vantagens relacionadas na justificativa, cabe salientar que, apesar de aparentar um
processo de fácil execução, o gerenciamento de uma Usina de Tratamento de Resíduos
Sólidos Domiciliares requer grande seriedade e responsabilidade para assegurar a
preservação da qualidade ambiental preconizada em projeto.
Assim, após essa breve avaliação conceitual, pode-se concluir que a alternativa
“Usina para Tratamento de Resíduos Sólidos Domiciliares” apresenta viabilidade
técnico-econômica, sem perder de vista a preservação ambiental da área sob sua
influência.
3.2 USINA DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES
(UTRSD)
A UTRSD é usada para o tratamento e posterior separação das matérias recicláveis
do lixo proveniente da coleta e transporte usual. Conjuntamente com a UTRSD, é
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comum existir a “compostagem” da fração orgânica do lixo, que consiste basicamente
na hidrólise química forçada e posterior secagem gerando um composto orgânico.
A UTRSD oferece uma maneira de reduzir significativamente a quantidade de
resíduos enviados ao aterro, atingindo taxas de reaproveitamento de resíduos maiores
que 90%, quando bem gerenciadas. A Figura 5 mostra a representação esquemática de
uma UTRSD.
Figura 5: Representação esquemática de um Usina para Tratamento de
Resíduos Sólidos Domiciliares
Alguns pontos positivos de uma UTRSD são:
Não requer alteração do sistema convencional de coleta, apenas a mudança no
destino do caminhão que passa a parar em uma Usina de Tratamento e Triagem,
ao invés de seguir direto para o lixão ou aterro sanitário.
Possibilita o aproveitamento da fração orgânica do lixo, pela sua hidrólise e
formação de composto.
A qualidade dos materiais separados da “fração orgânica” e potencialmente
recicláveis é tão boa quanto à coleta seletiva convencional, pois após o processo
de desidratação os resíduos apresentam-se secos podendo ser facilmente
segregados.
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Municípios que produzem quantidade muito pequena de lixo devem associar-se a
outros, vizinhos, para a melhor utilização de uma UTRSD.
As instalações de uma UTRSD natural podem ser agrupadas em seis setores:
recepção e expedição; desidratação dos resíduos; triagem; pátio de secagem;
beneficiamento e armazenagem de composto; aterro de rejeitos.
Recepção e Expedição
É o setor que compreende as instalações e os equipamentos de controle dos fluxos
de entrada (resíduos, insumos, etc.) e saída (composto, recicláveis, rejeitos). A UTRSD
contém os equipamentos, descritos a seguir, para permitir o manuseio inicial do lixo,
antes da triagem:
Pátio de recepção – Para descarregar o lixo, os caminhões coletores necessitam de um
pátio para manobras e descarga. Esse pátio funciona, também, como “pulmão”,
recebendo a descarga do lixo quando houver interrupção temporária do funcionamento
da usina.
Unidade de Desidratação e Desodorização -
Os resíduos ao passarem pela unidade, ocorrerá o abrimento de sacolas por um
dispositivo mecânico, permitindo a vaporização de líquidos e a desodorização por meio
de ar aquecido com biomassa.
Triagem
Esse é o local onde se faz a separação das diversas frações do resíduo. O
equipamento principal é a esteira de triagem, revestida com borracha, que desliza por
roletes, movimentando o lixo de uma extremidade à outra permitindo, assim, a retirada
dos materiais recicláveis. A fração orgânica segue para um triturador, que em seguida
entra em um reator de hidrólise química, acelerando a degradação do material orgânico.
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Pátio de Secagem (Compostagem)
O pátio de secagem - é a área onde a fração orgânica do lixo hidrolisada segue para
secagem, transformando-se em composto. Deve ser impermeabilizado e dotado de
sistema de captação e drenagem. As águas pluviais devem ser captadas e desviadas para
o seu sistema correspondente.
Beneficiamento e Armazenagem
O beneficiamento do composto curado consiste em peneirá-lo retirando-se materiais
indesejáveis (cacos de vidro, etc.), dando-lhe granulometria e tornando-o manuseável
para o agricultor.
O beneficiamento dos materiais recicláveis consiste em prensá-los e enfardá-los para
facilitar seu manuseio e transporte. A armazenagem dos produtos beneficiados é feita
em local protegido de intempéries.
Aterros de Rejeitos
Os materiais volumosos e os rejeitos da seleção do lixo e do beneficiamento do
composto são encaminhados a um aterro sanitário. Esse aterro deve ser compatível com
as características do rejeito e ter sua localização aprovada por órgãos responsáveis pelo
meio ambiente.
Sistemas de Tratamento de Efluentes
Devido ao processo de hidrólise da matéria orgânica a geração de efluentes é
inexistente, pois reutiliza o liquido para a próxima batelada.
Outras Instalações
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Além das instalações mencionadas, outras são necessárias para permitir o
funcionamento adequado da usina, como, por exemplo:
instalação elétrica;
sanitários;
escritório administrativo;
galpão, para beneficiamento e armazenamento de fardos de papel e papelão;
3.2.1 Implantação da UTRSD
A implantação física do empreendimento implica no desenvolvimento de duas
frentes de trabalho, uma restrita ao parque industrial com edificação de obras civis e
instalações dos equipamentos produtivos, com previsão de 120 dias para a sua
conclusão, e a outra voltada exclusivamente para o setor de coleta, separação,
classificação e processamento dos materiais reciclados. O cronograma implantação da
uma unidade industrial de desidratação e desodorização de lixo urbano com capacidade
de produção máxima de 20 toneladas/dia por turno trabalhado se dará da seguinte
forma:
Adequação do local 45 dias
Adaptação do barracão 90 dias
Montagem/instalação/start up 120 dias
Treinamento mão-de-obra operacional 45 dias
As principais edificações serão as estruturas de barracões, bacia de contenção,
escritório, refeitório, sanitários, balança, entre outros, sendo que a área industrial será
projetada sempre otimizando a topografia do terreno original de modo a alterar o
mínimo possível às características locais e uma menor movimentação de solo do local.
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3.2.2 Resíduos que podem ir para UTRSD
A UTRSD pode processar o lixo domiciliar e comercial (restaurantes, lojas e
centros comerciais), conforme mostra a Figura 6. Eventualmente, pode processar podas
de jardim, desde que devidamente trituradas. Não devem processar os resíduos de
serviços de saúde, sendo estes destinados ao aterro e a tratamento ambientalmente
seguro, respectivamente
Fonte: Acervo Entre Rios Tecnologia Ltda - ME
Figura 6 – Resíduos de restaurantes que podem ser processados na UTRSD
O restante constitui-se de materiais que podem ser reaproveitados - os
recicláveis - como vidros, plásticos, metais ferrosos e não-ferrosos (alumínio. cobre,
zinco), trapos e couros e, também, outros que podem não ter valor comercial, como
louças, madeiras, pedras, pneus, tijolos quebrados, etc. Esses constituem o chamado
refugo ou rejeito dos resíduos e devem, conforme sua separação, ser destinados a um
aterro sanitário ou de rejeitos (CEMPRE, 2010).
3.2.3 Concepção do projeto de uma UTRSD
Recepção
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Deverá ser instalada uma balança rodoviária. Em caso de impossibilidade da
instalação de uma balança, os resíduos deverão ser pesados periodicamente em alguma
balança rodoviária próxima ao local da usina.
Haverá um pátio pavimentado para recepção. A via de acesso ao pátio de recepção
deverá ser cascalhada, principalmente para evitar a formação de poeiras em dias
ensolarados e também para facilitar o deslocamento de veículos de carga em dias
chuvosos.
O local de descarga dos resíduos deverá ser coberto a fim de evitar a formação de
líquidos percolados que pode acontecer por meio do contato da água da chuva com a
matéria orgânica antes do processo de desidratação.
A esteira que conduzirá os resíduos a unidade de secagem e desodorização terá
paredes verticais e movimentação mecanizada, conforme a figura 7.
Figura 7: Esteira de condução do material reciclável
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=Y5xMsWQS2a4
Secagem e desodorização dos RSD
Na unidade de secagem e desodorização, conforme mostra a figura 8, será feito o
aquecimento da massa dos resíduos a uma temperatura controlada. Nessa temperatura
irá acontecer a desidratação da matéria orgânica carbonácea, porém serão conservadas
as características dos demais resíduos ali presentes.
A unidade a ser instalada no município de Iguatemi apresenta as seguintes
especificações técnicas:
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capacidade de tratamento de 2 toneladas de resíduos por hora;
mão-de-obra de 10 catadores de materiais recicláveis;
02 técnicos responsáveis;
potência instalada será de 54 KW;
consumo de biomassa de 100 kg/hora;
área mínima do barracão de 1000 m²;
Figura 8: Unidade de secagem e desodorização com capacidade de 20 ton/dia.
Triagem
A esteira por onde passarão os resíduos que serão segregados será movida por
motores elétricos e componentes mecânicos a prova de pó.
A esteira terá largura útil de um metro e velocidade de 6 a 12 m/min, com variador
de velocidade, conforme mostra a figura 9.
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Figura 9: Esteira para segregação de materiais recicláveis
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=Y5xMsWQS2a4
Pátio de Secagem
O tempo de secagem irá variar de acordo com as características da matéria-prima e
do clima da região em geral. Por outro lado, por se tratar de matéria orgânica
previamente desidratada, conforme mostra a Figura 10, acredita-se que o tempo de
secagem seja bem menor. Poderão ser utilizadas enzimas a fim de acelerar o processo
de compostagem, essas enzimas servem como catalisadores naturais acelerando o
processo de biodegradação da matéria orgânica.
Figura 10: Material orgânico desidratado que passará por processo de beneficiamento
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Beneficiamento
Para o beneficiamento do composto serão usadas peneiras rotativas de seção
hexagonal, com duas malhas, para produzir dois tipos de composto, sendo uma peneira
com abertura grossa (20 mm) e outra fina (4 mm).
Os fardos contendo materiais recicláveis deverão ter no máximo 40 kg e ser
guardados ao abrigo de chuva.
Outras Instalações
As outras instalações existentes (administração, instalações de utilidades) deverão
situar-se em posição adequada para facilitar acesso e evitar problemas de perda e
contaminação.
Os equipamentos e instalações serão executados por empresa qualificada, que
utilizará materiais adequados. A utilização de técnicas e práticas adequadas pela
empresa Entre Rios Tecnologia Ltda, maximizam o rendimento do processo.
3.2.4 Escolha da área
De acordo com CEMPRE (2010) foram consideradas as seguintes informações na
escolha da área para instalação da Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos
Domiciliares.
alternativas de localização;
enquadramento do local em área de interesse ambiental;
vias e meios de acesso ao empreendimento;
existência de corpos de água na área de influência;
uso e ocupação do solo nas áreas vizinhas;
dados sobre a predominância e direção dos ventos;
problemas possíveis decorrentes da instalação do empreendimento, como
desvalorização imobiliária e intensificação do trafego na área;
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elaboração de mapas da região da instalação, indicando as informações
relacionadas.
Os estudos realizados para escolha da área, bem como os demais estudos ambientais
exigidos para o licenciamento do empreendimento, foram apresentados ao órgão
ambiental de acordo com exigências legais preestabelecidas.
3.2.5 Operação da UTRSD
Quadro 1 – Recomendações de operação para UTRSD de acordo com CEMPRE (2011)
Recepção Deverão ser pesados os caminhões cheios e vazios. Deverão ser
processados exclusivamente resíduos sólidos domiciliares. Retirar os
materiais volumosos para evitar o entupimento das instalações. Não
deixar os resíduos sólidos parados mais que o tempo mínimo
necessário.
Triagem Executar a limpeza e manutenção semanal. Catadores em lados
opostos preferencialmente devem estar intercalados. Não colocar dois
operadores consecutivos selecionando o mesmo material. Treinar
cada funcionário na seleção de mais de um material. Caso haja
funcionários em treinamento, usar velocidade baixa da esteira.
Garantir remoção de pilhas, metais e inertes.
Pátio de
Secagem
Revirar as leiras com a periodicidade requerida. Fazer o controle da
umidade. Manter placas com identificação e dados sobre as leiras.
Monitorar o processo e providenciar correções necessárias.
Beneficiamento Separar e acondicionar recicláveis em função do mercado. Peneirar
sempre o composto para sua comercialização.
Outras
Instalações
Almoxarifado deve manter estoque de principais peças de reposição.
O aterro de rejeitos deve ser operado e monitorado segundo técnicas
recomendadas.
Recursos humanos
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A mão-de-obra influi no custo operacional de uma usina. No setor de triagem deverá
ser usado um funcionário por metro de esteira.
Quadro 2: Distribuição de funcionários para uma usina que processa até 20 t/dia com
uma esteira única de comprimento de 15 metros.
Gerente 1
Administrativo 1
Operador de máquina 1
Catadores de material reciclável 10
Monitoração
Por ser um processo natural de compostagem não haverá monitoração do nível de
aeração, pois esta ocorre apenas por difusão e convecção natural, que pode ser
conseguido por meio do revolvimento dos resíduos.
Deverá ser avaliada semanalmente a umidade do material por meio de secagem em
estufa. Quanto à temperatura, essa deverá ser medida com termômetro de haste longa
que permite leitura no mínimo a cerca de 40 cm da superfície da leira.
Gerenciamento da Usina
Quadro 3: Atividades designadas ao gerente de uma Usina de acordo com CEMPRE
2010.
Treinamento dos
funcionários
Explanação do processo para atendimento da importância de cada
etapa para o resultado final e do processo como um todo para a
sociedade e o meio ambiente; noções de saúde e higiene; riscos e
equipamentos de proteção individual;
Motivação de Estabelecimento de metas de produtividade e recompensas pelo
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funcionários seu atendimento; reuniões periódicas para discussão de
resultados, mecanismos incentivadores de sugestões para
melhoria de procedimentos e resultados;
Acompanhamento e
desenvolvimento de
mercados
Atividades envolvendo acompanhamento da evolução regional e,
mais geral, de preços de compostos e recicláveis; contatos com
compradores para avaliação do grau de satisfação com os
produtos e sugestões sobre possíveis alterações que os tornem
mais atrativos; contatos com clientes potenciais para avaliação de
perspectivas de expansão, especificações e competitividade do
mercado;
Atividades
promocionais
As atividades promocionais visam divulgar/melhorar a imagem
da usina perante a população, envolvendo campanhas de
esclarecimento, vídeos, folhetos, revistas promocionais, sobre
aproveitamento do composto orgânico e dos recicláveis, bem
como a utilização do composto orgânico pela Prefeitura em
praças, jardins, viveiros de mudas; campanhas de incentivo à
coleta seletiva; programas de visitas de escolas e instituições, etc.
Composto Orgânico
As características dos materiais comercializados como fertilizantes irão obedecer às
especificações da Legislação Brasileira, do Ministério da Agricultura. O Decreto-Lei nº
86.955, de 18/2/82, a Portaria MA 84, de 29/3/82, e a Portaria nº 01, da Secretaria de
Fiscalização Agropecuária do Ministério da Agricultura, de 4/3/83, que dispõem sobre a
inspeção e a fiscalização da produção e comércio de fertilizantes e corretivos agrícolas e
aprovam normas sobre especificações, garantias e tolerâncias.
Benefício da UTRSD
O potencial de contaminação de solos e águas subterrâneas pelos materiais
descartados pela UTRSD é consideravelmente menor que aquele dos resíduos brutos,
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devido ao fato de serem constituídos, principalmente, por rejeitos inertes da triagem e
rejeitos inertes ou bioestabilizados do peneiramento ao final do processo de
compostagem. Dessa forma, aterros desses materiais não requerem os mesmos rigores
de operação que os receptores de resíduos brutos, pois fica quase eliminada a produção
de chorume. Daí decorre, portanto, certa redução do custo por tonelada aterrada, tanto
na implantação, quanto na operação, ou, no mínimo, uma solução ambientalmente mais
segura.
3.3 PROJETO DO ATERRO DE REJEITOS
3.3.1 Aterro Sanitário
O método adotado para a disposição da pequena parcela de resíduos sólidos
inservíveis em Iguatemi foi o de aterro em trincheiras, e esta escolha foi atribuída à
necessidade de se adequar a operação diária de destinação final de uma pequena
quantidade de resíduos sólidos, em condições técnico-econômicas e ambientais
aceitáveis. Os critérios utilizados para concepção do projeto estão de acordo com as
normas da ABNT NBR 13896/97, 8419/92, 8849/85 e 13030/93.
O volume diário de ocupação (Vd) foi obtido por meio da equação 1.
QiFD
NPP
dia
mV c
pc
d ....3
(1)
Em que:
P = População Urbana Inicial
Ppc = População Per Capita Inicial
N = Abrangência do Serviço de Coleta
Fc = Fator de material de cobertura
D = Densidade
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O volume mensal de resíduos (Vm) é obtido por meio da equação 2.
diasVmês
mV dm 30.
3
(2)
O volume da trincheira (Vt) é obtido por meio da equação 3.
mesesVmV mt 24.3 (3)
A capacidade volumétrico total do aterro sanitário (Cv) é obtido por meio da
equação 4.
nVmCv t .3 (4)
Em que:
n = número de valas
O comprimento da trincheira (L) foi obtido por meio da equação 5.
A
VmL t (5)
Em que:
A = área da secção transversal
3.3.2 Dimensionamento das Trincheiras
Segue abaixo calculo considerando que todo resíduo sólido seria enterrado na
trincheira, ao final apresenta-se o ganho com a tecnologia a ser implantada em
Iguatemi-MS.
Considerou-se para projeção de geração de resíduos sólidos urbanos para o
município de Iguatemi os seguintes parâmetros: a produção per-capita, a produção
diária de resíduos, sua população, o percentual da população atendida pelo serviço de
coleta, a taxa de crescimento populacional, o ano de início da implantação do aterro.
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Os parâmetros de entrada para o dimensionamento das trincheiras são apresentados
na Quadro 7.
Quadro 7 – Parâmetros de entrada para o dimensionamento das trincheiras.
Ano Inicial 2008
População urbana inicial (habitantes) – P* 11.006
Taxa de Crescimento Populacional Anual – tp (%)* 1,6
Per capita inicial (kg/hab.dia)* - Ppc 1,0
Densidade do Resíduo (kg/m³) – D* 0,50
Fator de material de cobertura (%)** – tc 25
Abrangência do serviço de coleta (%) – η 90
Quantidade de Inservíveis (%) – Qi 20
FONTE: * Estudos preliminares para execução.
** Porcentagem, em volume, ocupada pelo material de cobertura.
Calculou-se o volume diário de resíduos gerados, acrescido do volume ocupado pelo
material de cobertura. O cálculo encontra-se exemplificado a seguir:
O volume diário de ocupação foi calculado por meio da equação 1:
dia
mVd
3
0,52,0.25,1.500
9,0.0,1.11006
O volume mensal de resíduos foi calculado por meio da equação 2:
mês
mdiasVm
3
150300,5
O volume de trincheira foi calculado por meio da equação 3:
33
240015016 mmês
mmesesVt
A capacidade volumétrica total do aterro sanitário foi calculado por meio da
equação 4:
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35
33 480022400 mvalasmCv
As dimensões da trincheira serão estabelecidas a partir do equipamento disponível
para a escavação (retro escavadeira). Foi adotado um formato trapezoidal com (h) de 4,0
m, base maior (ba) de 9 m e base menor (be) de 6m e a partir daí, estabeleceu-se o
comprimento da trincheira.
O comprimento foi calculado por meio da equação 5:
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m
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mL 160
42
)69(
4800 3
Foi adotado o comprimento médio L = 80 m
Para estas dimensões, calculou-se a vida útil do aterro por meio da área superficial ocupada por cada trincheira.
A área superficial foi calculada por meio da equação abaixo:
2720980 mmmAs
3.3.4 Planejamento de ocupação da área
Com a adoção da tecnologia, não haverá mais orgânicos para serem disposto na trincheira, que zeraria a produção de chorume nesta vala, e
somente uma pequena fração de rejeitos será conduzida a trincheira, aumentando a vida útil em pelo menos 10 vezes, ou seja para o cálculo
anteriormente realizado, essa mesma trincheira será para pelo menos 240 meses.
Na Figura 6 encontra-se a planta de ocupação do aterro, com a disposição das trincheiras no terreno, a qual se buscou fazer em sentido oposto
as curvas de nível a fim de aproveitar a declividade do terreno para o escoamento do chorume. Também se encontram locadas as unidades.
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Figura 11 – layout de ocupação mostrando como foram locadas as trincheiras no terreno.
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3.3.5 Implantação
Na fase de implantação, será avaliado um conjunto de informações para servir de
subsídio à obtenção de parâmetros e outros dados relacionados à operação do aterro. As
técnicas construtivas e operacionais deverão ser monitoradas e avaliadas durante a
execução do próprio aterro. Após a mobilização dos equipamentos necessários para o
início das obras de construção do aterro, iniciara às seguintes atividades paralelas:
Limpeza do terreno e construção das vias de acesso interno, na área da usina até
e início das construções de infra-estrutura;
Construção dos sistemas auxiliares – plantio de árvores, em fileiras, em todo o
perímetro da área da usina;
Limpeza da área da usina propriamente dita;
Construção do sistema de drenagem superficial para a captação de águas
pluviais, precipitadas nas áreas adjacentes do aterro, de forma a não prejudicarem as
etapas de implantação do empreendimento;
Em projeto está previsto a construção da lagoa de contenção de águas pluviais;
Escavação da trincheira de disposição do aterro, projetada conforme a Figura 6;
Preparo da base de fundo – instalação da manta de PEAD e de sua cobertura
com solo visando à manutenção de sua integridade;
Instalação do sistema de drenagem de líquidos originários de águas pluviais;
Em projeto está previsto a construção do sistema de coletores de gases;
Construção de lagoas de contenção e instalação do sistema de bombeamento do
líquido;
Impermeabilização com geomembrana das trincheiras e da lagoa de contenção
de líquido;
Monitoramento das águas superficiais e subterrâneas.
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Infra-estrutura de controle
Serão realizadas melhorias nos acessos para permitir o trânsito livre de veículos de
cargas pesadas (inclusive no período chuvoso), desde as áreas de coleta de resíduo
urbano até a frente de trabalho do aterro. Serão realizados ensaios em campo durante a
construção do aterro, onde o controle topográfico será realizado de forma sistemática e
intensiva por meio de nivelamento topográfico da área em diversos pontos internos,
facilitando o trânsito de veículos. Nos trechos que apresentavam maior declividade será
feito revestimento com cascalho.
A remoção da cobertura vegetal e dos horizontes superficiais do solo será realizada
adotando-se medidas preventivas, com a implantação de sistemas de drenagem
superficial tipo canaleta triangular em grama, mesmo que temporários, visando
disciplinar o escoamento das águas superficiais e conduzi-las para locais convenientes.
A área do aterro, como mencionado anteriormente, é composta por vegetação rasteira
tipo gramíneas, portanto durante o processo de implantação do aterro sanitário nenhuma
espécie nativa será retirada.
Será realizado o isolamento da área, envolvendo todo local de operação do aterro
com características tais que impeça a entrada indevida de pessoas não autorizadas,
animais e catadores (é terminantemente proibida a entrada de pessoas estranhas, animais
e catadores na área destinada ao aterro sanitário).. O portão de entrada será feito de tela
de arame galvanizado.
Será implantada uma faixa de isolamento, de 2 metros de largura, composta por
árvores que impedem a visualização constante do aterro. Nessa faixa de isolamento será
plantado eucalipto. Esse isolamento tem como função evitar o surgimento de
reclamações por parte de moradores da circunvizinhança, motivadas pela visualização
constante das frentes de operação.
A pesagem é importante para o controle da quantidade de resíduo. A pesagem,
deverá ser feita por pelo menos 7 dias seguidos (uma semana) para garantir uma
amostra representativa.
O responsável técnico pelo aterro sanitário deverá ser treinado para controlar a
entrada e a saída de veículos na área do aterro, assim como dos materiais a serem
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aterrados, especialmente de resíduos que poderiam prejudicar a adequada operação do
aterro, colocar em risco a saúde dos operadores, ou causar danos ao meio ambiente,
como por exemplo: lodos tóxicos, materiais graxos ou oleosos e líquidos em geral.
Sistema de drenagem e escoamento de águas superficiais
Os processos erosivos estão diretamente relacionados à dinâmica de escoamento das
águas superficiais. Os procedimentos construtivos e os cuidados no controle do
escoamento das águas superficiais constituem as principais medidas preventivas à
ocorrência destes processos. Durante a implantação do aterro serão executados sistemas
de drenagem superficial, alguns temporários, visando disciplinar o escoamento das
águas superficiais e proteger as superfícies expostas das escavações e do maciço
acabado. Essas canaletas serão feitas de maneira simples por meio de escavações no
solo feitas com trator e arado.
Para evitar o escoamento superficial desordenado das águas pluviais, poderão ser
feitas canaletas de drenagem escavadas no entorno da trincheira em seções
semicirculares, contudo, por meio de observações feitas em outros aterros sanitários já
executados, verificou-se a deficiência desse sistema, pois a movimentação das máquinas
para construção das trincheiras obstruiu essas canaletas. Contudo, deverá ser feita a
inclinação do terreno nas laterais da trincheira, com declividade de 1%, de forma que as
águas superficiais foram direcionadas com segurança para fora da área de serviço.
Em projeto, poderão ser dimensionadas canaletas de concreto em todo perímetro da
área do aterro para garantir que as águas superficiais sejam conduzidas para locais
convenientes, devidamente protegidos, garantindo a sua descarga sem propiciar a
formação de processos erosivos. Porém, há a possibilidade, de não haver a necessidade
de implantação dessas canaletas, visto que as águas de drenagem superficial podem ser
contidas contidas nas curvas de nível que deverão ser construídas no local.
Será feito um levantamento topográfico por uma equipe da prefeitura onde serão
definidas as dimensões dessas curvas de nível. Poderá ser feito terraceamento de toda
área, com elevação das curvas de nível cerca de 1 m acima do nível do terreno. Uma
medida essencial tomada para evitar a ocorrência de processos erosivos será à adoção de
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um mecanismo de recobrimento vegetal definitivo em toda a área de intervenção. Será
feito o plantio de gramíneas, visando à proteção do solo contra o impacto direto das
águas pluviais e a conseqüente desagregação das partículas.
Para evitar a infiltração das águas da chuva na massa de lixo, ainda não compactado,
está previsto em projeto a colocação de uma lona plástica sobre a massa de resíduos.
Sistema de cobertura de resíduos
O dimensionamento da trincheira no aterro sanitário será feito atentando para alguns
parâmetros e critérios de segurança e estabilidade. No que diz respeito à segurança, para
prevenir a contaminação do lençol freático, além de impermeabilização do fundo da
trincheira, correta drenagem e sistema de tratamento, será preciso atentar para a
distância mínima normatizada do fundo da trincheira em relação ao lençol freático que
deve ser de 3,0 metros.
A execução da trincheita seguirá a seqüência estabelecida em projeto, em ordem
crescente da trincheira nº 1 até a última trincheira projetada. A escavação da primeira
trincheira será feita por equipamento mecânico, ao todo serão escavados 80 metros de
comprimento de vala de uma única vez. Para escavação pode ser utilizado praticamente
qualquer um dos equipamentos que têm essa capacidade. Essa operação será
condicionada aos limites de capacidade desse equipamento. Entretanto, pode-se buscar
apoio para viabilizar um equipamento mais eficiente no processo de escavação junto a
empresas na região, tipo usinas de etanol e açúcar.
O equipamento de escavação (retroescavadeira) será posicionado sobre a trincheira a
ser escavada, na direção de sua maior dimensão (comprimento). A retroescavadeira irá
retirar o solo e depositar ao lado da trincheira. O solo será removido por uma pá
carregadeira e colocado numa leira vertical no mesmo sentido da dimensão maior da
trincheira. Acredita-se que praticamente todo solo removido na escavação seja utilizado
futuramente para servir de material de cobertura na própria trincheira. É de
responsabilidade da prefeitura, a garantia de permanência de solo em quantidade
suficiente à cobertura dos resíduos.
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Concluída a escavação será feito à limpeza da trincheira que consiste em retirar o
solo solto das paredes laterais e de nivelar a base da célula. A trincheira construída
apresenta profundidade de 4 metros.
Quanto à determinação das dimensões das trincheiras, estas foram feitas levando em
consideração a estabilidade dos taludes. A largura da trincheira na base é de 6 metros,
enquanto a largura no topo é de 9 metros. O comprimento de trincheira adotado foi de
aproximadamente 80 metros.
Quanto à inclinação dos taludes das trincheiras, é difícil propor qualquer tipo de
relação otimizada ou simplificação, pois se trata de uma questão complicada e qualquer
simplificação pode gerar conclusões equivocadas. Em princípio não foi possível afirmar
se um determinado tipo de solo (classificado, por exemplo, por meio de ensaios táteis e
visuais) poderá ser escavado com uma inclinação pré-determinada e genérica. Além dos
parâmetros de resistência do solo em questão (esses demandam em princípio a
realização de ensaios laboratoriais bem mais completos que uma simples identificação
visual).
O preenchimento das trincheiras com rejeitos será de jusante para montante no
terreno como forma de favorecer a drenagem de fundo. Seguindo este procedimento a
operação será realizada de maneira manter a frente de serviço sempre seca. Os rejeitos
serão descarregados pelo lado livre das trincheiras, sem o ingresso dos veículos no seu
interior, iniciando-se por uma das extremidades da mesma. O solo local do aterro,
proveniente da escavação das trincheiras, será utilizado para confecção da camada de
cobertura. Os rejeitos serão cobertos com solo quando a massa de lixo depositado no
interior da trincheira alcançar a superfície natural do terreno. A camada de cobertura
diária terá 20 cm de espessura, já a camada de cobertura final, para preenchimento das
trincheiras, terá espessura de 60 cm. A revegetação da área escavada pelas obras de
implantação será realizada com espécies de gramíneas adequadas à diminuição do
escoamento superficial. Destaca-se aqui o caráter preventivo das medidas apresentadas.
Impermeabilização da trincheira
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A trincheira será instalada de modo a causar o mínimo dano ambiental, isto é, serão
tomadas as medidas para evitar contaminação do solo e, por conseguinte de corpos
hídricos através do uso de geomembrana de PEAD. A geomembrana instalada terá
espessura de 1 mm, cobrindo inteiramente a base e as paredes laterais da trincheira,
impermeabilizando a trincheira por inteiro.
A geomembrana de PEAD é acondicionada em rolos de 5,0 m de largura e de
comprimento variado de acordo com a quantidade pedida. Inicia-se o trabalho,
desenrolando a geomembrana e fazendo o corte com as medidas especificadas. A
soldagem da geomembrana será realizada por um técnico especializado, que para isso
fará uso de uma “máquina robô”, que aquece as extremidades que serão coladas a uma
temperatura de 380°C. Nessa temperatura inicia-se na superfície da película um
processo de fusão e sob pressão a colagem é efetuada em dois pontos, ou seja, as
“lâminas” de geomembrana são unidas através de uma dupla linha de colagem
oferecendo, uma garantia extra, evitando a possibilidade de um vazamento devido a
uma colagem efetuada de modo inadequado.
Simultaneamente à impermeabilização da célula, irá ser realizada a ancoragem que é
o processo de fixação da geomembrana no terreno, de modo a não se soltar no momento
de enchimento com o lixo ou devido ao seu próprio peso. Ela será executada a 1,0 m da
borda da célula, isto é, um metro depois da beirada da célula onde é efetuada uma
escavação de 0,60m de largura por 0,30m de profundidade. A extremidade da manta de
PEAD será então soterrada nesta canaleta, que cerca a célula, fixando a geomembrana
no solo, fazendo com que a geomembrana suporte o próprio peso e posteriormente o do
lixo sem que escorregue para o interior da célula.
Logo após a impermeabilização com a geomembrana, será construído o sistema de
drenagem em PVC que vai recolher o líquido transferindo-o da trincheira para o poço de
acumulação. As conexões da trincheira ao tubo de drenagem serão reforçadas,
recebendo uma segunda camada de geomembrana além de braçadeira, visando eliminar
qualquer possibilidade de vazamentos de líquidos.
A base da célula, depois da construção do dreno de recolhimento de percolado
receberá uma camada de solo de aproximadamente 15 cm de espessura, com o objetivo
de evitar cortes ou perfurações na geomembrana causados por materiais presentes na
massa de resíduos.
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É obrigatória a impermeabilização das valas e da lagoa de contenção de possíveis
líquidos contaminantes com geomembrana de PEAD, visto que o município (o
contratante) pode ser penalizado, em caso de lançamento, em corpos hídricos
superficiais e subterrâneos.
Sistema de drenagem e tratamento de líquidos
O sistema de drenagem de líquidos deve coletar e conduzir o efluente, reduzindo as
pressões destes sobre a massa de lixo e, também, minimizando o potencial de migração
para o subsolo. Outro motivo para se drenar o líquido é impedir que ele ataque as
estruturas do aterro (camada de impermeabilização de base, por exemplo).
O dreno de coleta consiste de uma canaleta de 60 de largura e de 40 cm de
profundidade com inclinação de 1%, preenchida com pedra seixo quartzoso na base da
trincheira. Os drenos são ligados ao poço de acumulação por meio de tubos de PVC de
150 mm de diâmetro. É de grande importância que, os materiais utilizados não sejam
atacados pelos percolados, por isso os seixos quartzosos são mais indicados que as
britas.
Para garantir a estanqueidade do sistema, será implantada uma lagoa de contenção
dimensionada com capacidade para comportar a geração de líquidos, na condição mais
crítica. Essa lagoa será impermeabilizada com manta PEAD. A tubulação de conexão a
lagoa será reforçada de forma a garantir a resistência a pressões elevadas. A lagoa de
contenção tem 20 metros de comprimento por 20 metros de largura e 4 metros de
profundidade. Essa lagoa não tem ligação direta com o sistema de drenagem das águas
superficiais servirá para o acúmulo de líquidos.
O líquido será captado e seguirá em direção a um poço de acumulação localizada
num ponto baixo, de onde deverá ser enviado novamente as valas, por meio de um
sistema de recirculação, de acordo com o esquema mostrado na Figura 7. O processo de
recirculação possibilitará a sua evaporação. O método de execução utilizado será o
lançamento em superfície por bombeamento, fazendo com que haja a aspersão dos
líquidos na massa resíduos, mantendo-se em processo de circulação fechado, não sendo
possível o lançamento do efluente em corpo hídrico. O sistema de recirculação terá uma
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bomba a Diesel 10 CV para vazão máxima de 32m³/h e tubulação para a interligação
com a vala a qual se pretende injetar o líquido. Para o controle do processo de
recirculação será feita a inspeção visual no poço de acumulação, verificando-se o nível e
a necessidade de efetuar o processo de recirculação. Será necessário que um funcionário
treinado faça a inspeção da lagoa de acumulação, especialmente em dias chuvosos.
Figura 12 – Recirculação
Sistema de drenagem de gases
Não haverá necessidade de implantação de drenagem de gases, devido a não
disposição de matéria orgânica na trincheira.
3.3.5. Operação
Uma vez concluídas as obras de implantação e obtida licença de operação, pode-se
dar inicio efetivo ao recebimento das cargas de rejeitos no aterro, que deverá obedecer a
um plano operacional previamente elaborado. Esse plano deve ser simples,
contemplando todas as atividades operacionais rotineiras em um aterro e garantindo
operação segura e ininterrupta.
A escolha e o dimensionamento dos equipamentos a serem utilizados no aterro
dependem de seu porte e de outras variáveis, tais como a quantidade e tipologia dos
resíduos, o volume e distância das jazidas de material de cobertura, o grau de
compactação indicado no projeto, etc. Em aterros sustentáveis, utiliza-se normalmente a
pá carregadeira e o caminhão basculante para transporte de material retirado das
trincheiras.
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É importante ressaltar que é expressamente proibido o recebimento de resíduos
sólidos Classe I e Classe II B, no aterro sanitário. Assim como, também é proibido o
lançamento de efluente líquido, tipo chorume, em corpos hídricos.
É obrigatório a impermeabilização das valas com geomembrana de PEAD, visto que
o município (o contratante) pode ser penalizado, em caso de lançamento de efluente
líquido final, em corpos hídricos superficiais e subterrâneos.
Tabela 10 – Rotina operacional definida para o aterro
Etapas Forma de execução
1. Escavação Escava-se a trincheira com o auxilio de uma pá carregadeira
ou retro escavadeira;
2. Descarga do
Resíduo
Descarrega-se o resíduo do caminhão para dentro da
trincheira.
3.
Compactação do
Resíduo
O próprio tráfego de veículos coletores compacta o resíduo.
4.
Recobrimento
(com cobertura
intermediária)
Lança-se uma camada do material de cobertura solo, com 20
cm de espessura, fechando-se a célula ao final de cada jornada de
trabalho;
Após a cobertura diária com terra deverá ser estendida uma
lona plástica sobre a parte da vala já ocupada pelos resíduos afim
evitar eventual contato com água das chuvas;
A camada de cobertura final deve ser de aproximadamente 60
cm, recoberta de terra fértil, sobre a qual pode-se semear
gramíneas.
5. Recirculação Para a recirculação do percolado, será necessário que um
funcionário treinado faça a inspeção visual no poço de coleta de
líquido ou lagoa de acumulação, especialmente em dias
chuvosos, a fim de bombear o líquido acumulado sobre a
trincheira;
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A quantidade de trabalhadores que estarão disponíveis para a operacionalização do
aterro é de 3 colaboradores, sendo:
1 (um) encarregado que permanecerá no aterro durante todo período de
operacionalização;
1 (um) operador de pá carregadeira que fará o recobrimento com os dos rejeitos
com solo três vezes por semana;
1 (um) operador que fará a recirculação do líquido;
Vale salientar equipe de trabalho do aterro deve receber treinamento adequado para
garantir uma operação adequada e também que sejam cumpridas as determinações de
projeto executivo. Outro ponto importante a ser enfatizado é quanto aos equipamentos e
procedimentos para segurança do trabalho.
Todo pessoal deve portar equipamentos de segurança individual adequados,
incluindo macacão, mascara, luva e botina, além de serem vacinados contra hepatite A,
B e tétano.
3.3.6 Análise de Custos
Na avaliação econômica são incorporados os diversos custos envolvidos em todas as
etapas do aterro (projeto, implantação, operação e monitoramento). Dada a diversidade
dos aspectos específicos de cada projeto, é difícil definir valores comparativos que
incluem a extensa gama de variáveis envolvidas, tais como serviços de terraplenagem,
obras de drenagem e infra-estrutura, custos de materiais empregados, custos
operacionais dos equipamentos mecânicos, mão de obra e custos de manutenção das
instalações como um todo. Além disso, é importante salientar que o custo depende
também do local onde se realiza o empreendimento.
A estimativa de custos mediantes modelos gerais, formatos e dados não
relacionados a um local específico é apropriada para o planejamento geral e para a
estimativa do intervalo de magnitudes potenciais de construção e de todos os outros
custos associados com o projeto e a operação do aterro sanitário. Este método de análise
de custos é útil para tomar decisões iniciais ou conceituais do projeto e comparar
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diversas opções de disposição final. A falta de uma avaliação compreensiva da estrutura
de custos e das instalações de disposição final pode resultar em impedimentos
inesperados na tomada de decisão relacionada à implementação de um programa de
gerenciamento de resíduos (Kroetz, 2003).
Os elementos de custo para a viabilização de um aterro sanitário foram classificados
segundo as fases mais significativas do ciclo de vida destas instalações. A utilização
desta classificação justifica-se em virtude da necessidade dos tomadores de decisão
conhecer, não somente os gastos totais com a implantação do aterro, mas
principalmente, a previsão de desembolso referente a cada etapa ao longo da vida útil do
mesmo. Os custos referentes à etapa de planejamento são: estudos para escolhas de
áreas, levantamentos para projeto, projetos, EAP (Estudo Prévio Ambiental),
licenciamento ambiental e aquisição do local. Os custos referentes à etapa de construção
são: recuperação da área, adequação do local, implantação do aterro e equipamentos.
Do ponto de vista econômico, os investimentos iniciais em escolhas de áreas serão
compensados com economia em etapas futuras do aterro sanitário, sobretudo nas etapas
de construção e operação. A estimativa de gastos com essa fase de projeto é em torno de
3% total do investimento. Vale lembrar que nessa prévia estimativa já são considerados
os gastos com o processo de licenciamento ambiental do sistema.
Os próximos elementos envolvidos da análise de custos do aterro sustentável são
aqueles referentes a etapa de implantação. Nesses custos foram considerados as
atividades de limpeza da área, construção de estruturas de apoio, melhoria de vias de
acesso, terraplenagem, construção de trincheiras, sistemas de drenagem superficial,
impermeabilização de fundo e laterais, poços de monitoramento e obras de infra-
estrutura.
Finalmente, foram considerados os serviços de operação diária do sistema e de
encerramento pós-finalização de uso da área. A etapa de operação compreende o
período entre o aterramento da primeira carga de resíduos até o esgotamento da vida útil
do aterro, anos mais tarde. Os elementos de custos são: mão-de-obra, equipamentos,
despesas gerais, serviços de engenharia. A etapa de fechamento compreende ao período
entre o fechamento do aterro (esgotamento da vida útil). Os elementos de custos de
fechamento são os seguintes: engenharia para preparação e plano de fechamento,
cobertura final, nivelação final, cobertura vegetal, controle de sedimentação e erosão.
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3.3.7 Monitoramento
Deverá ser realizado o estudo preliminar das águas superficiais que poderão estar
recebendo influência de algum tipo de poluição, sendo analisados os seguintes
parâmetros indicadores de contaminação: cádmio, chumbo, DBO5, DQO, mercúrio,
óleos e graxas, pH e zinco. Foram escolhidos três locais de amostragem: três nascentes
de água próximas ao aterro e em nível inferior ao mesmo.
Convém frisar que a metodologia de coleta, preservação e análises deve seguir
rigorosamente às recomendações do Standard Methods for Examination of Water and
Wastewater, sempre a última edição. A classificação e os valores máximos permissíveis
(VMP), o enquadramento dessas águas foi fundamentado nas recomendações do
Decreto Estadual 8768/76 Art. 11 e da Resolução CONAMA No. 357, do Ministério do
Meio Ambiente, de 17 de março de 2005.
Relatório de Monitoramento das águas superficiais
É importante monitorar as águas superficiais nos cursos localizados nas bacias de
drenagens onde se situam aterros sanitários, visando detectar possíveis cargas
poluidoras que, inadvertidamente possam alcançar essas águas, principalmente aquelas
decorrentes dos sistemas de drenagens superficiais (pluviais) e dos sistemas
subsuperficiais (percolados), além de possíveis alterações decorrentes das atividades
antrópicas, desenvolvidas na bacia de drenagem onde se localiza um aterro.
Para a correta avaliação das modificações ambientais introduzidas no ambiente
local, o órgão ambiental atuante solicita um relatório de monitoramento das águas
superficiais. O relatório de monitoramento das águas do corpo hídrico (nascente), por
determinação do órgão ambiental, contém os seguintes parâmetros: DBO, DQO, pH,
Óleos e Graxas, Cádmio, Chumbo, Mercúrio e Zinco.
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Relatório de Monitoramento das águas subterrâneas
O monitoramento das águas subterrâneas, na área de influência do aterro, será
realizado desde o início de operação do aterro e seu principal objetivo é detectar
variações na qualidade dessas águas, relacionadas com as atividades do aterro, tais
como infiltrações de águas pluviais oriundas da drenagem superficial do aterro,
propagação de eventuais plumas de líquidos percolados formadas na degradação da
matéria orgânica presente nos resíduos aterrados, além de outras, relacionadas às
atividades antrópicas, desenvolvidas na área de influência do aterro, que possam
contaminar as águas subterrâneas na bacia de drenagem onde se localiza o
empreendimento.
O aterro sanitário, contará com 3 (três) poços de monitoramento das águas
subterrâneas na área de influência do Aterro, a ser construído no início da operação do
aterro, sendo 1 (um) poço situado a montante da área de disposição, e 2 (dois) poços
situados a jusante da área de disposição, todos construídos de acordo com a NBR –
13895/97 e posicionados de acordo com a direção do fluxo do lençol freático.
Após a implantação da usina de Iguatemi, o monitoramento das águas subterrâneas,
na área de influência do aterro, será realizado, seguindo a seguinte metodologia: uma
análise completa, com freqüência anual contemplando os seguintes parâmetros:
• Características Físicas e Organolépticas: Condutividade Elétrica, Sólidos totais
dissolvidos, Dureza total, pH, Óleos e Graxas, Cor aparente e Turbidez;
• Componentes Inorgânicos: Alumínio, Bário, Cádmio, Cobre, Chumbo, Cloretos,
Cromo total, Ferro total, Fosfato total, Magnésio, Manganês total, Mercúrio, Nitrogênio
Nitrito, Nitrogênio Nitrato, Nitrogênio Kjeldahl, Potássio, Selênio, Sódio e Zinco;
• Componentes Orgânicos: BTX, Fenol, Diclorometano, Tricloetileno, Cloreto de
metileno e Cloreto de vinila;
• Bacteriológicos: Bactérias Heterotróficas, Coliformes totais, Escherichia coli,
Pseudomonas aeruginosos e Salmonella.
Outros parâmetros poderão ser incorporados, na listagem anual, caso assim
determinem os órgãos de controle da poluição ambiental.
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Convém frisar que a metodologia de coleta, preservação e análises devem seguir
rigorosamente às recomendações do Standard Methods for Examination of Water and
Wastewater, última edição. A classificação e os valores máximos permissíveis (VMP),
para enquadramento dessas águas devem ser fundamentados nas recomendações da
Portaria 518, de março de 2004, do Ministério da Saúde e na Resolução Nº 396, de abril
de 2008, do Ministério do Meio Ambiente.
3.3.8 Alternativa para uso futuro do aterro
De uma forma geral as áreas onde existe aterro sanitário devem ser transformadas
em jardins, parques, praças esportivas, áreas de lazer ou áreas reflorestadas.
Em revisão bibliográfica, foi constatado que as posturas acima descritas são as
classicamente adotadas. Trabalhos mais recentes, no entanto, admitem a possibilidade
de plantar árvores sobre células do aterro, desde que certas condições sejam atendidas
no plano de encerramento. Um deles é o trabalho de MATA e ANDRADE, que
desenvolveram um trabalho experimental realizado no aterro de Santo Amaro em São
Paulo onde foram plantadas 2416 mudas pertencentes a 23 espécies arbóreas e
arbustivas com microsimbiontes e avaliadas em aspectos iniciais de estabelecimento e
desenvolvimento. Dentro das conclusões obtidas com relação ao cultivo vegetal,
algumas espécies apresentaram-se capazes de vegetar no local apesar dos fatores
desfavoráveis que o solo do aterro sanitário proporciona tais como alta temperatura e
toxicidade por metais pesados e gases.
Na área onde está sendo projetado o Aterro Sanitário de Iguatemi, após o término da
vida útil e encerramento, será feita a revegetação com mudas de espécies arbóreas e
arbustivas. As mudas poderão ser produzidas no viveiro de mudas do município.
Monitoramento
Os planos de monitoramento das águas superficiais e subterrâneas estão descritos
nos itens 3.7.1 e 3.7.2, respectivamente. Após o encerramento das atividades de
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operação do aterro, o monitoramento continuará feito nos mesmos pontos já citados
anteriormente.
3.3.9 Integração com o sistema de coleta seletiva
Os serviços de coleta e disposição devem ser feitos com qualidade e produtividade,
a mínimo custo.
O planejamento do transporte está sendo feito rota por rota no município de
Iguatemi, sendo determinadas as condições de operação e os custos para situação atual,
isso pode ser utilizado como uma referencia básica de comparação ao analisarem-se
posteriormente outras alternativas.
No planejamento do sistema de coleta e disposição no município, as questões
ambientais estão sendo consideradas. Verifica-se um grande estímulo a programas e
procedimentos para atender metas de desenvolvimento econômico, uso adequado dos
recursos, melhoria e bem-estar da população de Iguatemi.
Vale lembrar que um bom gerenciamento desses serviços, que estão entre os de
maior visibilidade, apresenta boa aceitação da administração municipal por parte da
comunidade. Adicionalmente, a sua otimização leva a uma economia significativa dos
recursos públicos.
A coleta e disposição ambientalmente adequada do lixo são ações do serviço público
municipal, de grande visibilidade para população. Essas ações impedem o
desenvolvimento de vetores transmissores de doenças que encontram alimento e abrigo
no lixo.
Os resíduos sólidos estão sendo transportados mecanicamente do ponto de coleta ao
destino final. Cabe aos cidadãos apenas acondiciona-los adequadamente e apresenta-los
em dias, locais e horários preestabelecidos. Esses procedimentos estão de acordo com a
NBR-12980, que define os diferentes tipos de coleta de lixo.
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Convém registrar algumas recomendações para a equipe de gestores responsáveis
pela instalação, operação e encerramento do aterro sanitário proposto:
Deverá o município de Iguatemi dar início e manter, de forma continuada, a um
extenso programa de treinamento dos funcionários, inclusive os de carreira, lotados no
setor responsável pela gestão e pelo o gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos do
município;
Os gestores do empreendimento deverão seguir rigorosamente todas as
especificações técnicas, para a limpeza da área, preparo da camada de
impermeabilizante da base do aterro, com a construção e declividades adequadas das
estruturas drenantes;
Durante a operação do aterro, a cobertura das células diárias de resíduos deverá
ser levada a efeito, dificultando assim a atração e propagação de vetores capazes de por
em risco a saúde pública, propagação de odores e espalhamento de materiais leves pela
ação do vento, e evitar a formação excessiva de líquidos percolados;
Construir os taludes externos com as declividades em torno de 50%, evitando
assim, a formação de processos erosivos e de ravinagens;
Cumprir, desde o início da operação do aterro o programa de monitoramento das
águas superficiais;
Caso seja constatada a necessidade pelo órgão ambiental competente deve-se
fazer o monitoramento das águas subterrâneas, o monitoramento da qualidade dos
líquidos percolados e da concentração de gases, submetendo os resultados aos órgãos
ambientais para eventuais correções e/ou adição de novos parâmetros de controle;
Cumprir rigorosamente as rotinas de inspeções para a verificação de recalques
diferenciais, integridade das estruturas drenantes e de coleta de gases, vegetação do
maciço, principalmente após períodos de chuvas intensas e aproveitar o período de
estiagem para realizar manutenção nas lagoas de acumulação e infiltração de águas
pluviais e de acumulação de líquidos percolados, além da manutenção das vias de
acesso. Essas rotinas deverão se estender por um período de pelo menos 20 anos após o
encerramento de disposição de resíduos no aterro sanitário;
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Manter a população devidamente informada sobre o desempenho da usina,
mesmo os resultados considerados adversos, para que a sociedade, de forma organizada
possa exercer o controle social da gestão e do gerenciamento dos resíduos sólidos no
município, em todas as fases do processo;
Em todas as instalações de apoio da usina, deverão constar em locais visíveis o
nome e contato das pessoas responsáveis pela gestão e gerenciamento do
empreendimento para que, em caso de dúvidas ou acidentes, essas pessoas sejam
facilmente contatadas. O mesmo é válido para os veículos coletores, principalmente
àqueles que transportam resíduos de serviços de saúde, pois em caso de acidente o
mesmo deverá contatar imediatamente o gerente do setor e o órgão ambiental regional
competente;
Qualquer que seja a modalidade dos prestadores de serviços, na área de resíduos
sejam eles públicos ou privados, o corpo técnico encarregado pela fiscalização deverá
ser adequadamente treinado e, de preferência, portadores de diploma de nível superior
especialmente os que ocuparão cargos de chefia. A fiscalização deverá ser rigorosa e
envolver todas as etapas relacionadas ao gerenciamento de resíduos, do manejo à
disposição final. O desempenho e as ocorrências diárias deverão constar em registros
para posterior avaliação de desempenho e reorganização de metas.
Conclui-se, assim, que é economicamente viável e ambientalmente seguro utilizar a
tecnologia de Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos Domiciliares.
_______________________ _______________________
Rodrigo Camilo Reginaldo de Araujo Silva
Engenheiro Ambiental Engenheiro Mecânico
CREA PR-92835/D CREA PR-95345/D
______________________
Valentim Massocatto
Engenheiro Agrônomo
CREA PR-15070/D
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5. BIBLIOGRAFIA
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ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10004 – Resíduos sólidos:
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Acesso em 20.06.2010( 3 p.)
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Estado de São Paulo. São Paulo, 1997.
MATA E ANDRADE, J. C. Vegetação em aterros sanitários de resíduos sólidos
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de Mestrado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2000.
NBR 13896. Aterros de Resíduos não-perigosos – Critérios para projeto,
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NBR 8419. Apresentação de Projetos de Aterros Sanitários de Resíduos Sólidos
Urbanos. Rio de Janeiro: ABNT, 1992.
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6. ANEXOS