1 avaliação bioengenharia 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO Bioengenharia Profa. Dra. Glória Bandeira

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Bioengenharia UFMA

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Page 1: 1 Avaliação Bioengenharia 2015

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

Bioengenharia

Profa. Dra. Glória Bandeira

Page 2: 1 Avaliação Bioengenharia 2015

• Introdução

• Microbiologia é o estudo dos microrganismos, um grande grupo de seres vivos capazes de existirem como células únicas ou em agrupamentos em que cada célula é um indivíduo (Barbosa e Torres, 1998).

• Os micróbios são minúsculos seres vivos, individualmente

muitos pequenos para serem vistos a olho nu. O grupo inclui bactérias, fungos (bolores e leveduras), protozoários e algas microscópicas. Também inclui vírus, os quais são entidades acelulares, muitas vezes considerados como sendo o limite entre os seres vivos e não-vivos (Tortora, Funke e Case, 2000).

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• Cada célula microbiana é independente quanto a seus processos vitais de obtenção de energia, crescimento e reprodução.

• Com exceção dos vírus, todos os microrganismos apresentam estrutura celular.

• Por falta de estrutura celular os vírus são incapazes de nutrição, metabolismo e crescimento; para sua multiplicação utilizam e dependem de células vivas.

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• A maioria dos microrganismos fornece contribuições cruciais para o bem estar dos habitantes do mundo, através da manutenção do equilíbrio entre os organismos vivos e os compostos químicos do nosso ambiente:

• Os mos. marinhos e de água doce constituem a base da

cadeia alimentar nos oceanos, nos lagos e nos rios; • Os mos. do solo auxiliam na degradação de detritos e na

incorporação do nitrogênio da atmosfera em compostos orgânicos, reciclando desse modo, elementos químicos do solo, da água e do ar;

• Certas bactérias e algas possuem um papel fundamental na

fotossíntese um processo gerador de alimento e energia que é crucial para a vida na Terra;

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• Os seres humanos e muitos outros animais dependem das bactérias em seus intestinos para a digestão e a síntese das muitas vitaminas de que seus corpos necessitam, incluindo algumas vitaminas B, para o metabolismo, e vitamina K para o sangue;

• Os mos. também possuem muitas aplicações comerciais. Eles

são utilizados na síntese de produtos químicos, tais como acetona, os ácidos orgânicos, as enzimas, os álcoois e muitas drogas;

• Através da engenharia genética, as bactérias e outros micróbios podem produzir substâncias terapêuticas importantes, tais como insulina, hormônio do crescimento humano.

• A indústria de alimentos também inclui os micróbios na

produção de vinagre, picles, bebidas alcoólicas, queijos, iogurtes e pães;

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PRINCÍPIOS GERAIS DA MICROBIOLOGIA DE ALIMENTOS

• Três áreas

AUMENTAR:

o valor nutritivo;

propriedades organolépticas (cor, odor, flavour, textura, etc.);

vida de prateleira dos alimentos.

CONTROLE DE DETERIORAÇÃO:

por redução ou eliminação dos microrganismos;

para evitar a multiplicação dos microrganismos.

SEGURANÇA ALIMENTAR:

bactérias patogênicas.

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• CLASSIFICAÇÃO DOS MICRORGANISMOS PELA SUA IMPORTÂNCIA PARA A MICROBIOLOGIA DE ALIMENTOS

• Microrganismos úteis industrialmente

• Microrganismos deterioradores

• Microrganismos patogênicos

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Fatores que afetam a multiplicação de microrganismos em alimentos

Fatores intrínsecos

Atividade de água (Aa)

Conceito

O valor absoluto de Aa fornece uma indicação segura do teor de água livre do alimento, sendo esta a única forma de água passível de utilização por parte dos

microrganismos Numericamente a Aa varia de 0 a 1

VALORES DE AA EM ALGUNS TIPOS DE ALIMENTOS

Valores de Aa Tipos de alimentos

> 0,98 Carnes e pescados frescos, leite e outras bebidas,

frutas e hortaliças frescas, hortaliças em salmoura

enlatadas e frutas em calda enlatadas.

< 0,98 a 0,93 Leite evaporado, concentrados de tomate, carnes e

pescados curados, sucos de frutas, queijos, pão e

embutidos.

< 0,93 a 0,85 Leite condensado, salame, queijos duros, produtos

de confeitaria, marmeladas.

< 0,85 a 0,60 Geleias, farinhas, frutas secas, caramelo, goiabada,

coco seco ralado, pescado muito salgado e extrato de

carne.

< 0,60 Doces, chocolate, mel, macarrões, batatas fritas, verduras desidratadas ovos e leite em pó.

Fonte: Christian, 1980

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VVAALLOORREESS MMÍÍNNIIMMOOSS DDEE AAaa PPEERRMMIITT IIDDOO AA MMUULLTTIIPPLLIICCAAÇÇÃÃOO

MMIICCRROOBBIIAANNAA Grupo microbiano Aa mínima

Maioria das bactérias 0,91-0,88

Maioria das leveduras 0,88

Maioria dos bolores 0,80

Bactérias halófilas 0,75

Bolores xerotolerantes 0,71

Bol. xerófilos e leveduras osmófilas 0,62-0,60 Fonte: Farkas,1997

VVAALLOORREESS MMÍÍNNIIMMOOSS DDEE AAaa PPAARRAA MMUULLTTIIPPLLIICCAAÇÇÃÃOO DDEE PPAATTÓÓGGEENNOOSS

Microrganismos Aa mínima

Aeromonas hydrophila 0,97

Bacillus cereus 0,92-0,95

Campylobacter jejuni 0,97-0,98

Clostridium perfringens 0,95-0,97

Escherichia coli 0157:H7 0,95

Salmonella spp 0,94-0,95

Staphylococcus aureus

Multiplicação

Produção de enterotoxina (alimentos)

0,83-0,90

0,93-0,95

Vibrio parahaemolyticus 0,93-0,95

Yersinia enterocolitica 0,95-0,97

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pH

Conceito

O pH mede a concentração de H+ de um alimento ou solução

pH = -log. [H+]

VALOR DE pH APROXIMADO DE ALGUNS ALIMENTOS

Alimentos/ pH aproximado

Carnes pH

Frangos 5,4-6,2

Presunto 5,9-6,1

Salsichas Frankfurt 5,7-6,2

Bovina ( moída) 5,2-6,2

Pescados pH

Atum 5,2-6,1

Peixe fresco (maioria) 6,6-6,8

Salmão 6,1-6,3

Fonte:Jay,1992 e ICMSF,1980.

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FAIXAS DE pH DE MULTIPLICAÇÃO DOS MICRORGANISMOS

pH > 4,5 4,0 < pH < 4,5 pH < 4,0

Bactérias patogênicas

Alguns esporulados

Bactérias lácticas

Bactérias esporuladas

Bactérias lácticas Bactérias acéticas

Bactérias lácticas

Bactérias acéticas

Bolores

Bactérias acéticas

Bolores Leveduras

Bolores Leveduras

Leveduras

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Potencial de óxido-redução (O/R, Eh)

Conceito

Potencial de óxido-redução de um substrato pode ser definido como sendo a facilidade de um determinado

substrato perder ou ganhar elétrons

Cu Cu+ + e

- Cu + O2 2CuO

Oxidação

Redução

Oxidação

Redução

Page 13: 1 Avaliação Bioengenharia 2015

FFaattoorreess eexxttrríínnsseeccooss

TTeemmppeerraattuurraa

CLASSIFICAÇÃO DOS MICRORGANISMOS EM

RELAÇÃO À TEMPERATURA

Temperatura (C) Grupo mínima ótima máxima

termófilos 40-45 55-75 60-90

mesófilos 5 - 15 30-45 35-47

psicrófilos -5 -+5 12-15 15-20

psicrotróficos -5 -+5 25-30 30-35

Fonte: ICMSF, 1980.

UUmmiiddaaddee rreellaattiivvaa

PPrreesseennççaa ddee ggaasseess nnoo mmeeiioo DDiióóxxiiddoo ddee ccaarrbboonnoo ((CCOO22)) Aplicação: conservação de alimentos (frutas, carnes,

pescado, etc)

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• Nutrientes

• Fonte de energia(açúcar, álcool e aminoácidos, carboidratos complexos, gorduras);

• Fonte de nitrogênio (aminoácidos, peptídios e proteínas);

• Vitaminas;

• Minerais.

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Teoria dos obstáculos

Conceito

Interações entre os fatores intrínsecos e extrínsecos para

impedir a multiplicação de microrganismos deterioradores e patogênicos, melhorando a estabilidade

e a qualidade de alimento, tornando-os mais estáveis, de prolongada vida-de-prateleira, e seguros

à saúde dos consumidores.

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Reprodução e curva de crescimento bacteriano

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• Esporos

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Gram

Cora em púrpura Cora em púrpura

Cora em vermelho Permanece púrpura

Contratingir com Safranina

BACTÉRIAS GRAM-POSITIVAS

BACTÉRIAS GRAM-NEGATIVAS

Células fixadas à lâmina

Corante principal cristal violeta

Mordente: solução de iodo

Permanece púrpura Permanece púrpura

Permanece púrpura

Descorar com: álcool ou acetona

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• CONTROLE MICROBIANO

• Importância do controle microbiano:

• Prevenir a transmissão de doenças e infecção;

• Prevenir a contaminação ou crescimento de mos. nocivos;

• Prevenir a deterioração e dano de materiais por microrganismos.

Os micróbios podem ser removidos, inibidos ou

mortos.

Page 20: 1 Avaliação Bioengenharia 2015

• Esterilização: processo de destruição de todas as formas de vida microscópica.

• Desinfetante: é um agente, normalmente químico, que mata as formas vegetativas, mas não necessariamente, as formas esporuladas.

• Antisséptico: é uma substância que previne o crescimento

ou ação de mos., pela destruição dos mesmos ou pela inibição de seu crescimento ou atividade.

• Saneador: é um agente que reduz a população microbiana até níveis consideráveis, de acordo com as exigências da saúde pública. Normalmente é um agente químico que mata 99,9% das células vegetativas.

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• Germicida (microbicida): é um agente que mata as formas vegetativas, mas não, necessariamente, as formas esporuladas dos germes.

• Bactericida: é um agente que mata as bactérias. De modo similar, os termos fungicida, viricida e esporocida se referem a agentes que matam os fungos, vírus e esporos, respectivamente.

• Bacteriostático: é uma condição na qual se previne o crescimento de bactérias.

• Agente antimicrobiano: é aquele que interfere com o crescimento ou atividade dos micróbios.

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CONDIÇÕES QUE INFLUENCIAM A AÇÃO ANTIMICROBIANA

• Temperatura: o aumento da temperatura, quando usado em combinação como uma substância química, apressa a destruição dos microrganismos.

• Tipo de microrganismo: os esporos bacterianos são mais resistentes que qualquer outro organismo vivo em sua capacidade de sobreviver sob condições fisicas ou químicas adversas.

• Estado fisiológico das células: células jovens, metabolicamente ativas são mais facilmente destruídas que as células velhas ou em latência.

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• Condições ambientais: as propriedades físicas e químicas do meio ou das substâncias que sustentam os microrganismos, têm profunda influência sobre o ritmo, assim como sobre a eficácia da destruição microbiana.

• Tamanho da população microbiana: populações maiores levam mais tempo para morrer do que populações menores;

• Intensidade ou concentração do agente microbicida: quanto menor a intensidade ou concentração, mais tempo leva para destruir uma população microbiana;

• Tempo de exposição ao agente microbicida: quanto maior o tempo de exposição maior será o número de células mortas;

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Matéria orgânica + desinfetante pode resultar: • Combinação do desinfetante com a matéria

orgânica, com formação de produto não-microbicida;

• Combinação do desinfetante com a matéria

orgânica para formar um precipitado, o que afasta o desinfetante de uma possível combinação com os microrganismos;

• Acúmulo de matéria orgânica na superfície da célula

microbiana, formando uma capa que impede o contato com o desinfetante.

Page 25: 1 Avaliação Bioengenharia 2015

• Modo de ação dos agentes antimicrobianos:

• Lesão da parede celular;

• Alteração da permeabilidade celular;

• Alteração das moléculas de proteínas e de ácido nucléico;

• Inibição da ação enzimática;

• Antimetabolitos.

• Mecanismo de destruição das células microbianas:

• Alteração do estado físico do citoplasma;

• inativação de enzimas;

• rompimento da membrana ou parede celular.

Page 26: 1 Avaliação Bioengenharia 2015

“As atividades metabólicas de um organismo são a soma de todas as reações químicas e, sendo estas influenciadas pela temperatura, conclui-se que os processos vitais são por ela afetadas. Do mesmo modo, todos os microrganismos são dependentes da água, a maior parte de sua massa é constituída pela água e todas as suas atividades são desenvolvidas em ambiente aquoso”.

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Agentes Físicos

Altas temperaturas:

• Calor úmido (vapor d´água, água fervente, pasteurização, esterilização);

• Calor seco (estufa, incineração);

Baixas temperaturas: (refrigeração e congelação);

Radiações ionizantes: (raios gama e raios X);

Page 28: 1 Avaliação Bioengenharia 2015

• Radiações não ionizantes: radiações UV;

• Filtração: memb. Filtrante;

• Dessecação.

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Calor Úmido Causas da inativação térmica de bactérias pelo calor úmido

• Coagulação de proteínas; • Inativação de enzimas; • Desorganização dos lipídios celulares; • Desorganização do aparelho genético; • ruptura do DNA.

A morte da célula é exponencial. Possíveis pontos de ação do calor sobre as células: parede celular,

memb. citoplasmática, os ribossomos, RNA, DNA e as proteínas estruturais e funcionais.

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Calor Úmido

Vapor d´água sob pressão permite:

• Temperaturas elevadas;

• Aquecimento rápido;

• Maior penetrabilidade e grande umidade.

Água fervente:

• Efetivo contra as células vegetativas

Pasteurização:

• 62,8˚C/30min.

• 72,5˚C/15s

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• Esterilização do Equipamento

Esterilização: Deve destruir e/ou inativar enzima(s) envolvida(s)

em processos vitais para o microrganismo.

Dificuldades: a heterogeneidade da população microbiana;

possibilidade de existência de mos. com capacidade de utilizar outras “rotas metabólicas” para vencer o bloqueio estabelecido;

dificuldade do agente em atingir um alvo muito específico

Page 32: 1 Avaliação Bioengenharia 2015

Mecanismo de Esterilização

• O mecanismo pelo qual é conseguido varia conforme o agente empregado;

Desnaturação de Proteínas

• Calor úmido; • Alteração estrutural da molécula e perda da atividade

biológica.

• População Microbiana

• Considerar as características dos mos. (cel. vegetativas ou esporos) presentes no equipamento

Page 33: 1 Avaliação Bioengenharia 2015

Natureza do Equipamento a ser Esterilizado

• Ideal: o nível de contaminação, os tipos de mos., características fisiológicas e a resistência da população microbiana contaminante.

• É impossível a obtenção de todos esses dados.

• É comum fazer-se o cálculo de esterilização

considerando-se como se toda a

população fosse constituída de

esporos.

Page 34: 1 Avaliação Bioengenharia 2015

Calor Seco • Ar Quente: Estufa: 180˚C/2h.

• Oxidação da proteína microbiana;

• Resistência: endurecimento da camada externa da célula

por meio da coagulação das proteínas dificultando a penetração do calor;

• Quesnel et al. (1967), a ação letal resulta da transmissão de calor do material em contato com os microrganismos e não do ar aquecido em volta das células.

Incineração: • Efetivo contra as células vegetativas

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Baixas Temperaturas

• Cessa o metabolismo e o crescimento;

• Bactérias e vírus : -20˚C e -70˚C;

-196˚C preservação.

• Não podem ser indicadas para a

desinfecção ou esterilização.

Page 36: 1 Avaliação Bioengenharia 2015

Radiações ionizantes: (raios gama e raios X) são chamadas dessa forma porque possuem suficiente

energia para retirar elétrons de moléculas, ionizando-as e criam hidrogênio livre, radicais hidroxila e alguns peróxidos.

Radiações não ionizantes: radiações UV • Centros cirúrgicos, • Câmaras assépticas em ind. farmacêutica; • Superfície contaminada em ind. alimentos; • Tem pequena capacidade de penetração; • 2600-2700A

• Filtração: (materiais termossensíveis) • Soro, enzimas, algumas vitaminas ou antibióticos; • memb. Filtrante (150µm de espessura e • 0,01 a 10µm de diâmetro).

Page 37: 1 Avaliação Bioengenharia 2015

Dessecação: causa uma parada na atividade metabólica da célula:

• O tipo de microrganismo;

• O material no qual os microrganismos são dessecados;

• A intensidade do processo de dessecação;

• As condições físicas as quais são expostos os organismos dessecados (luz,temperatura, umidade).

• Os microrganismos dessecados continuam

• viáveis por muitos anos.

Page 38: 1 Avaliação Bioengenharia 2015

Esterilização do Equipamento

Esterilizar um equipamento significa eliminar todas as

formas de vida de seu interior ou superfície.

Em alguns processos biotecnológicos industriais, a

eliminação parcial da população microbiana dos

equipamentos é suficiente para garantir a qualidade que se

deseja no produto.

Exemplo: processos onde inibidores de crescimento são

produzidos e o teor do inibidor impede em maior ou menor

grau o crescimento de vários microrganismos.

Inibidores de crescimento: fermentação alcoólica,

produção de vinagre / ácido acético, ácido lático, antibióticos,

biocidas, etc.

Page 39: 1 Avaliação Bioengenharia 2015

A esterilização dos equipamentos é realizada por:

1) Métodos físicos: calor seco, calor úmido, radiação

ultravioleta, radiação com partículas ionizantes (gama) e

ultra-som;

2) Métodos químicos: limpeza do equipamento com líquidos

ou gases que matam ou danificam irreversivelmente sua

capacidade reprodutiva – hipoclorito, fenóis, formaldeído,

óxido de etileno, ozônio, dióxido de enxofre, etc.

Reatores bioquímicos e tubulações são, geralmente,

esterilizados pela aplicação de calor úmido (vapor saturado).

Page 40: 1 Avaliação Bioengenharia 2015

Equipamentos destinados ao processamento de produtos

de fermentação (bomba, filtros, centrífugas, misturadores,

separadores, colunas cromatográficas, homogeneizadores,

etc.) são esterilizados preferencialmente por calor úmido.

Material de laboratório utilizado no processo é

esterilizado por vapor úmido (autoclave), seco (fornos) e por

radiação ultravioleta.

Embalagens são em geral esterilizadas por radiação

gama, calor úmido ou por lavagem com produtos químicos

apropriados.

Page 41: 1 Avaliação Bioengenharia 2015

Tabela - Principais termos técnicos utilizados em processos de assepsia e

seus significados

TERMO SIGNIFICADO

Esterilização Remoção de todas as formas de vida de um objeto ou material.

Desinfecção Remoção ou destruição dos organismos vivos capazes de causar

danos ou infecções.

Desinfectante ou germicida Agente químico capaz de promover desinfecção.

Antisséptico Agente químico aplicável em pessoas ou animais, com capacidade de

eliminar microrganismos patogênicos.

Assepsia Remoção de microrganismos patogênicos ou indesejados

Pasteurização Tratamento térmico (62°C por 30 min, seguido de resfriamento brusco)

para redução drástica no n° de microrganismos.

Tindalização Processo de esterilização capaz de eliminar esporos altamente

resistentes ao calor. Consiste em manter o material a 100°C por vários

minutos, resfriá-lo a T ambiente e incubá-lo por cerca de 24 h. O

procedimento é repetido por várias vezes. Durante a incubação os

esporos passam à forma vegetativa, onde são susceptíveis à

destruição durante o aquecimento seguinte.

Biocidas Agentes capazes de causar a morte de microrganismos.

Biostáticos Agentes capazes de impedir a reprodução de microrganismos, sem

necessariamente matá-los.

Page 42: 1 Avaliação Bioengenharia 2015

Modo de ação dos agentes esterilizantes

Os agentes esterilizantes podem induzir, por

diferentes mecanismos, a formação de substâncias químicas

letais no interior das células e/ou alterações em moléculas

essenciais para a manutenção e sobrevivência celular,

levando à morte do microrganismo.

A morte celular pode ser causada por uma ou mais

lesões. Na célula viva normal existem inúmeros alvos

possíveis de lesão celular, tais como:

Enzimas, responsáveis pelos processos metabólicos;

Page 43: 1 Avaliação Bioengenharia 2015

Membrana citoplasmática, que mantém a integridade do

conteúdo celular, controlando o transporte de substâncias

entre a célula e seu meio externo, além de ser também o local

de algumas reações enzimáticas;

Parede celular, que proporciona rigidez e resistência

mecânica aos microrganismos e participa de alguns

processos fisiológicos;

Dano genético, responsável pela codificação de alguma

enzima essencial.

Uma lesão em qualquer um desses níveis pode

desencadear alterações que levam a morte do

microrganismo.

Page 44: 1 Avaliação Bioengenharia 2015

Esterilização por Agentes Físicos

Os principais agentes físicos esterilizantes são:

calor seco,

calor úmido,

radiação ultravioleta e

radiação gama.

Cada um deles encontra aplicação em diferentes partes do

processo de assepsia.

Esterilização por calor úmido

O agente de uso mais freqüente é o calor úmido, fornecido

por vapor de água saturado. O calor é obtido em caldeiras e

distribuído por dutos de aço galvanizado ou inoxidável, isolados

termicamente. Pelas altas temperaturas e pressões na caldeira o

vapor é considerado estéril.

Page 45: 1 Avaliação Bioengenharia 2015

Esterilização de reatores vazios

Consiste em injetar vapor diretamente no seu interior

e promover a expulsão do ar presente. Após a saída do ar, o

reator é fechado e injeta-se vapor até que a temperatura e

pressão internas sejam adequadas, normalmente 121°C e 1

atm.

Novas injeções de vapor são realizadas para manter o

processo de esterilização.

Terminada a esterilização, a entrada de vapor é

fechada e a entrada de ar estéril aberta para que durante o

resfriamento não se crie vácuo, o que poderia gerar danos no

equipamento ou promover a entrada de ar externo

contaminado.

Page 46: 1 Avaliação Bioengenharia 2015

Agentes Químicos

“Nenhum agente químico antimicrobiano único é melhor ou ideal para qualquer ou todas as finalidades”.

• Esterilizante: é um composto químico que realiza uma esterilização.

• Desinfetante: substância química que mata as formas vegetativas mas não

necessariamente as esporuladas.

Page 47: 1 Avaliação Bioengenharia 2015

• Características de um agente químico ideal

• Atividade antimicrobiana: deve ter amplo espectro, isto é, deve inibir ou matar muitos tipos diferentes de mos.

• Solubilidade: ser solúvel em água ou em outros solventes (álcool) em quantidade necessária ao seu uso efetivo.

• Estabilidade: não deve haver perda significativa de ação antimicrobiana durante

o seu armazenamento.

Page 48: 1 Avaliação Bioengenharia 2015

• Ausência de toxicidade: não deve prejudicar o homem ou os animais.

• Homogeneidade: as preparações devem ser uniformes em sua composição de modo que os componentes ativos estejam presentes em cada aplicação.

• Inibição mínima por material estranho: alguns compostos químicos antimicrobianos combinam-se facilmente com proteínas ou outros materiais orgânicos encontrados no material que está sendo tratado. Isto diminui a quantidade de substâncias química

disponível para agir contra os mos.

Page 49: 1 Avaliação Bioengenharia 2015

• Ausência de poderes corrosivos e tintoriais: os compostos não devem corroer ou desfigurar metais nem corar ou danificar os tecidos.

• Poder desodorizante: o desinfetante ideal deve ser inodoro ou apresentar odor agradável.

• Capacidade detergente: ser capaz de remover mecanicamente os mos. da superfície que está sendo tratado.

• Disponibilidade e baixo custo: ser facilmente empregado e de baixo custo.

Page 50: 1 Avaliação Bioengenharia 2015

• Escolha do Agente Químico Antimicrobiano

• Natureza do material a ser tratado

• Tipos de microrganismos (gram-positivos e gram-negativos).

• Condições ambientais (temperatura, pH, tempo, concentração e presença

de material orgânico).

Page 51: 1 Avaliação Bioengenharia 2015

Principais grupos de agentes químicos • Fenol e compostos fenólicos • Álcoois • Halogênios • Metais pesados e seus compostos • Corantes • Detergentes • Compostos quaternários de amônio • Ácidos e Álcalis • Glutaraldeído • Esterilizantes químicos gasosos (óxido de etileno, β-propiolactona, formaldeído).

Page 52: 1 Avaliação Bioengenharia 2015

Fenol (ácido carbólico, ácido fênico) e compostos fenólicos

• Desnaturam as proteínas e causam danos a membrana

celular;.

• Podem ser bactericida ou bacteriostático;

• Esporos bacterianos e vírus são mais resistentes;

• Alguns compostos são altamente fungicida;

• Sua ação é inibida em pH alcalino e na presença de material orgânico;

Page 53: 1 Avaliação Bioengenharia 2015

Álcoois • Álcool etílico (CH3CH2OH): concentrações de 50-70% efetivo

células vegetativas;

• Não é agente esterilizante;

• Saõ agentes desnaturantes e solventes de lipídios (lesam a membrana citoplasmática);

• Concentrações > 60% são ativas contra os vírus

• Álcool metílico menos efetivo que o etílico e altamente venenoso.

• Álcoois propílico, amílico, butílico são mais germicidas que o etílico.

Page 54: 1 Avaliação Bioengenharia 2015

Halogênios (iodo) • Pouco solúvel em água e solúvel em álcool; • Altamente germicida (bactérias, esporos, fungicida e vírus).

Cloro e Compostos Clorados

• Hipoclorito: Ca(OCl)2 e NaOCl • Tratamento de água, restaurantes, laticínios. • Cloraminas: são mais estáveis que os hipocloritos;

• São usados como desinfetantes, agentes de sanificação ou

antisséptico

De maneira similar os hipocloritos e as cloraminas sofrem hidrólise com a formação do ácido hipocloroso.

Page 55: 1 Avaliação Bioengenharia 2015

Cl2 + H2O → HCl + HClO (ác. hipocloroso)

HClO → HCl + O

• O O2 é o agente oxidante leva os mos. a morte.

• A destruição dos germes pelo cloro e pelos seus derivados é devida em parte a combinação do cloro com proteínas da memb. citoplasmática e com as enzimas.

Page 56: 1 Avaliação Bioengenharia 2015

Detergentes sintéticos

• Não se precipitam em águas ácidas e nem alcalinas;

• Classificam-se em detergentes aniônicos (ionizam com a propriedade detergente no ânion) e detergentes catiônicos (ionizam com a propriedade detergente no cátion);

• Os detergentes catiônicos são mais

germicidas que os aniônicos.

Page 57: 1 Avaliação Bioengenharia 2015

Compostos quaternários de amônio • Poder bactericida elevado contra os germes gram-

negativos;

• Tem poder bacteriostático, bactericida e fungicida;;

• Sua ação inclui a inibição enzimática, a desnaturação protéica e a lesão da memb. citoplamática com vazamento dos constituintes celulares.

“É provável que uma verdadeira associação do mecanismos cause a inibição ou a morte

das células”.