1-introducao e historico da construcao naval e offshore no brasil
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INTRODUÇÃO À
ENGENHARIA NAVAL Disciplina ME 588
Curso de Engenharia Naval e Oceânica
Universidade Federal de Pernambuco
2011
Introdução à Engenharia Naval
Curso de Engenharia Naval e Oceânica
Universidade Federal de Pernambuco
• Durante todo período colonial a manufatura no Brasil era quase inexistente, limitando-se a
pequenas atividades de fabrico de alimentos e utensílios domésticos. Esta situação
começou a se reverter somente com a chegada da Família Real e a abertura dos portos,
ambas em 1808, que aceleraram a acumulação do capital mercantil nas principais cidades
portuárias. Mesmo assim, as condições herdadas do passado, que eram sempre repostas,
impediam de darmos saltos produtivos.
• O aumento do fluxo mercantil nos portos brasileiros gerou demandas para realizarem
consertos e manutenção nos navios que atracavam nos vários trapiches espalhados nas
cidades portuárias. Esta nova situação exigiu mais esforços dos arsenais e possibilitou o
surgimento de novos estaleiros para reparos e construção de navios.
• No início do século XIX, em Salvador, havia 42 pequenos estaleiros, e no Rio de Janeiro, ao
longo da Rua da Saúde e na Prainha, 16 pequenos estaleiros, que além de fazerem reparos
também construíam embarcações para atender as demandas locais.
Introdução:
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• Com a Independência em 1822, a construção de navios para a Marinha tornou-se a atividade motriz da nascente indústria da construção naval, localizada no Rio de Janeiro, onde formou-se um aglomerado inter-relacionado de estaleiros navais.
• No final dos anos de 1840, dos estaleiros localizados na Prainha havia dois tipos de estaleiros, o que fazia reparos, chamado de “estaleiro de fabrico”, e o de “construção de navios”.
• No entanto, o maior estaleiro fundado foi em Niterói, por Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, no ano de 1846, o Estabelecimento de Fundição e Estaleiro Ponta da Areia, que se tornou num símbolo da “indústria nacional” no Império.
• Ao longo dos trinta anos que Mauá esteve à frente do estaleiro, foram construídos 72 navios, sendo doze encomendados pela Marinha, empregando em torno de mil trabalhadores assalariados.
• Ao lado do AMC (Arsenal de Marinha da Corte, atual AMRJ), o Estaleiro Ponta da Areia cumpriu o papel de “indústria motriz” de segunda ordem, no aglomerado de estaleiros localizado no Rio de Janeiro e Niterói durante o Segundo Reinado. Afinal, durante o Império, enquanto o AMC construiu 44 embarcações, o Estaleiro Ponta da Areia construiu 72.
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Ano Total do Arsenal Construção
naval
Orçamento do
AMC/AMRJ
Participação sobre o total do
Ministério da Marinha (em %)
1833 1.389 333 301:199160 19,64
1847 1.526 658:479$380 18,89
1851 1.401 304 534:400$950 17,01
1859 1.654 761:685$514 12,81
1862 1.966 590 939:801$124 12,49
1867 1.867 590 977:851$690 12,26
1872 2.394 590 1.002:972$804 11,00
1877 2.612 1.053 2.013:280$000 17,34
1881 2.339 1.927:076$275 18,01
1885 2.190 903 1.912:597$275 17,07
1890 2.119 996 1.944:888$975 16,91
1903 1.088 515 2.205:935$350 8,26
1911 1.275 441 3.223:740$000 6,70
1916 843 300 2.052:760$000 5,85
1920 977 400 2.521:440$000 4,81
Número de “trabalhadores” no AMC/AMRJ e vinculados à Diretoria das Construções Navais e a
participação no orçamento geral do Ministério da Marinha 1833-1920
Fonte: Brasil – Orçamentos das receitas e despesas do Império e do Ministério da Marinha, vários anos.
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• A construção naval brasileira nos primeiros anos da República enfrentou dificuldades estruturais, dada a incapacidade de o país incorporar os adventos da Segunda Revolução Industrial: aço, química, grande indústria pesada e capital financeiro.
• As bases da indústria naval sofreram mudanças radicais com a introdução do aço e de componentes elétricos, ambos inexistentes na incipiente indústria brasileira. O padrão de acumulação brasileiro era o capital agrário mercantil exportador, centrado no processo de produção e distribuição dos complexos regionais.
• No Rio de Janeiro os pequenos e médios estaleiros ainda operavam, mas eram incapazes de dar saltos diante das dificuldades técnicas e financeiras da economia brasileira. O aumento da frota mercante nacional respondia positivamente nos estaleiros cariocas, mas, por outro lado, com o aumento no volume de carga transportada, os navios não encontravam suporte técnico junto aos estaleiros que, na sua grande maioria, eram carentes de equipamentos pesados.
• Com a expansão urbana na capital da República, os estaleiros situados na Saúde foram sendo deslocados para o bairro do Caju, como o de Felismino, Soares & Cia, Sociedade Anônima de Construções Navais e Vicente dos Santos Caneco, e em Niterói ficaram concentrados na Ponta da Areia nas ruas Barão do Amazonas e Barão de Mauá.
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Introdução:
• O bom desempenho da indústria da construção naval está associado ao desenvolvimento
da marinha mercante, que por sua vez está condicionada ao fluxo mercantil gerado pelo
sistema nacional de economia.
• O aumento na participação da frota mercante nacional no longo curso e a constante
modernização da frota destinada à cabotagem rebatia no aumento das encomendas junto
aos estaleiros. Este foi o mecanismo, amparado pelas políticas públicas de proteção e
financiamento, que possibilitou ao Brasil chegar aos anos de 1980 como umas das maiores
potências da indústria naval do mundo.
• Porém, as condições materiais que possibilitaram ao país fazer esta escolha e dar
saltos, iniciado em 1958, foram forjadas no século XIX e início do XX. O aglomerado de
estaleiros navais presente desde o início do século XIX nas cidades do Rio de Janeiro e
Niterói, construindo e reparando embarcações, criou um sistema propício para o
fortalecimento e a integração inter-setorial entre estabelecimentos comerciais, pequenas
fundições e estaleiros.
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Introdução:
• Mauá e Lage, empreendedores privados, assumiram iniciativas pioneiras e ousadas na navegação e na construção naval.
• Na Fábrica de Ponta d’Areia, adquirida pelo Barão de Mauá, em 1847, foram construídos, até 1857, 72 navios. A fábrica representou a mais importante indústria pesada e de bens de capital no Brasil e na América Latina.
• Em 1917, foi instalado o Estaleiro da Ilha do Viana por Henrique Lage, na época o maior e mais bem equipado centro de construção e reparos navais em toda a América do Sul, com oficinas de processamento de chapas, máquinas ferramentas, fundição, eletricidade, fábricas de oxigênio e acetileno, usina termelétrica, além de carreiras e diques secos para construção e reparos.
• Somente, em 1956, o problema marítimo foi devidamente atacado de maneira integrada com a Construção Naval e a Marinha Mercante inseridas em um plano estratégico nacional de desenvolvimento, inclusive com a provisão de recursos de sustentação.
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• Mesmo com a presença de vários pequenos estaleiros na capital e em Niterói, o aglomerado começou a se concentrar em torno de estaleiros de maior porte, como o da Companhia Nacional de Navegação Costeira, fundado em 1895, localizado na Ilha do Viana.
• Outro destaque foi o estaleiro de Vicente dos Santos Caneco, fundado em 1886, localizado no Caju. A Companhia Comércio e Navegação, em 1905, adquiriu as antigas instalações do Barão de Mauá, e fundou na Ponta da Areia o Estaleiro Mauá.
• A Companhia Comércio e Navegação, fundada em 1905, adquiriu as instalações do antigo Estaleiro Mauá, onde construiu o dique Lahmeyer, inaugurado em 1911, na época o maior da América Latina. Ocupando uma área de 24.000m², dispunha de equipamentos modernos para construção de embarcações. O Estaleiro Mauá também foi um dos pilares da indústria da construção naval pesada pós-1960.
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Estaleiro Área disponível
(m²)
Capital (contos de réis) Trabalhadores
Companhia Nacional de Navegação Costeira 226.000 11.000 1.800
Lloyd Brasileiro 133.600 60.000 2.141
Companhia Comércio e Navegação 39.000 15.000 333
Vicente de Souza Caneco & Cia 32.040 350 150
M. S. Lino 31.100 2.500 200
Prado Peixoto & Cia 12.000 200 661
SA Estaleiro Guanabara 7.500 5.000 444
SA Construções Navais 3.600 600
Panorama geral dos principais estaleiros localizados no Rio de Janeiro e Niterói em 1927. Fonte: FLEMING, 1927, p. 133.
Nome da embarcação Deslocamento (t) Base do casco Ano
Presidente Wenceslau 802 Madeira 1910
Barca Farol Bragança 592 Madeira 1918
Rebocador Ipiranga 300 Ferro
Iate Tenente Rosa 160 Madeira 1910
Barca de Vigia Sattamini 160 Madeira
Rebocador Mocanguê 80 Ferro 1908
Embarcações construídas pelo Estaleiro Vicente dos Santos Caneco & Cia até 1925 Fonte: Fleming, 1927
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• Na década de 1930 ainda era impossível a construção naval pesada dar saltos no país,
uma vez que grande parte da matéria-prima e componentes eram importados. Num cálculo
realizado por Branconnot em 1936, podemos ver a dimensão da “dependência” da indústria
naval brasileira dos importados:
• Madeira: tudo nacional;
• Aço laminado: 90% importado;
• Aço e ferro fundido: tudo nacional, exceto as partes integrantes das máquinas;
• Bronze, ligas, tintas e vernizes: tudo nacional;
• Material para instalação elétrica: 20% importado;
• Máquinas: 80% importado
• Aparelhos e equipamentos: 90% importado
•
• O acelerado processo de industrialização pesada pós-1956 encarregou-se de eliminar estes
gargalos para a formação de um parque industrial naval pesado. O aglomerado inter-
relacionado de estaleiros navais, que havia arrefecido nas primeiras décadas do século XX,
a partir do Plano de Metas, ganhou força e novas indústrias assumiram o comando do papel
de indústria motriz.
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Ano
Companhia de Navegação
Lloyd Brasileiro
Companhia Nacional de
Navegação Costeira
Companhia Comércio e
Navegação
1905 29 11
1910 67 18 13
1916 57 20 19
1920 98 21 19
1925 92 22 16
1930 82 24
1935 74 25
1940 81
Frota mercante da Companhia Comércio e Navegação e da Companhia Nacional de Navegação Costeira 1905-1927
Fonte: Relatórios do Ministério da Indústria, Viação e Obras Públicas, vários anos. Relatórios da Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro, vários anos.
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• A indústria da construção naval pesada foi instalada no Brasil no bojo do Plano de Metas, dentro da
Meta 28 no governo JK, a partir da vinda do Estaleiro Ishibrás, de origem japonesa, e do Estaleiro
Verolme, de origem holandesa.
• O financiamento da Meta 28 foi possível mediante a aprovação da Lei 3.381 de 24 de abril de 1958,
que criou o Fundo da Marinha Mercante (FMM) e a Taxa de Renovação da Marinha Mercante
(TRMM). Os recursos destas duas fontes arrecadadores, depositadas no Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico (BNDE), eram administrados pela Comissão da Marinha Mercante
(CMM), que arquitetou os planos de estímulo à construção naval.
• Outro fator determinante foi a disponibilidade no mercado nacional de aço e componentes elétricos,
ofertados pelas recém-inauguradas siderúrgicas estatais e pela indústria eletro-metal-mecânica.
• Junto com as duas multinacionais também foram incluídos nos planos de estímulo à
construção naval pesada o Estaleiro Só, fundado em 1850, o Estaleiro Caneco, 1886, o Estaleiro
Mauá, 1907, e o Estaleiro EMAQ, 1914. Todos de capital nacional, sendo que o primeiro localizava-
se no Rio Grande do Sul e os demais no Rio de Janeiro.
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• O Plano de Metas do Governo Juscelino Kubitschek contemplou entre outras:
• – Renovação da Marinha Mercante
• – Implantação da Construção Naval
• Lei 3381, instituindo o Fundo de Marinha Mercante e a Taxa de Renovação da Marinha Mercante.
• Os objetivos específicos foram definidos pelo GEICON – Grupo Executivo da Indústria de Construção Naval para alavancar a implantação industrial dos estaleiros no País.
• Foram aprovados pelo GEICON os projetos de instalação dos estaleiros da CCN, da ISHIBRÁS, da EMAQ, da VEROLME , do SÓ e do CANECO.
• Simultaneamente, foram implantados os Cursos de Engenharia Naval na USP e na UFRJ, estabelecendo um grande diferencial em relação às tentativas anteriores de capacitação tecnológica, dotando o país de centros de formação de recursos humanos.
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• Houve grande empenho por parte da Marinha do Brasil, atuando diretamente na implantação do curso de engenharia naval USP e na criação do tanque de provas do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em São Paulo, em 1956, além de intensa colaboração de seus engenheiros navais, nos cursos em São Paulo e no Rio de Janeiro.
• Em março de 1963, foi fundada a SOBENA – Sociedade Brasileira de Engenharia Naval, tendo como membros fundadores um grande contingente de engenheiros navais já formados no país.
• Em 1961 foram entregues os primeiros navios construídos dentro do Plano de Metas do Governo JK – o Ponta d’Areia pela CCN e o Volta Redonda pela ISHIBRÁS, iniciando a trajetória progressiva de capacitação tecnológica na construção e na concepção e elaboração de projeto.
• Nessa fase da construção naval brasileira, participaram Engenheiros Navais da Marinha e recém-formados das Universidades de São Paulo e do Rio de Janeiro, além de engenheiros mecânicos e eletricistas, nas atividades multidisciplinares do projeto, da produção, da inspeção e do suprimento nos estaleiros CCN, ISHIBRÁS, EMAQ, VEROLME, CANECO e SÓ.
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Introdução:
• Simultaneamente, as sociedades classificadoras, os armadores e fabricantes, também,
passaram a admitir engenheiros e técnicos formados no país, em função da demanda do
novo mercado.
• Sucessivos saltos tecnológicos proporcionados pelos desafios nos projetos sob aspectos
como hidrodinâmico, estrutural, propulsivo, de manobrabilidade, de comunicação, de
carregamento e de severas condições de segurança e de proteção ambiental conferiram à
engenharia naval brasileira conceito e confiablilidade, projetando-a no cenário técnico
nacional e internacional.
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Histórico da Construção Naval no Brasil
• Alguns fatos relevantes:
• 1964 - Navios de 12.700 tpb de carga geral exportados para a TMM Transportacion Marítima Mexicana, inserindo a construção naval brasileira no mercado internacional e familiarizando-nos com fiscalização da construção por inspetores europeus a serviço dos armadores.
• 1968 - Em sintonia com o empenho dos engenheiros dos estaleiros na padronização de componentes navais, a ABNT instituí o CB 7 - Comitê Brasileiro de Construção Naval, visando principalmente a compatibilização dos padrões adotados pela origem de procedência de equipamentos e acessórios importados e os adotados por empresas nacionais e estrangeiras que se instalaram no Brasil.
• Construção do primeiro conjunto empurrador-barcaça de longo curso, entregue pela ISHIBRÁS para a NORSUL.
•
• É projetado e construído pela ISHIBRAS para a MARINHA DO BRASIL o petroleiro de esquadra Marajó de 10.500 tpb, ensejando a familiarização de nossos engenheiros com os requisitos de navios militares e com a montagem e operação do complexo sistema de transferência de óleo no mar fornecido pela Marinha Americana.
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• 1969 - Consciente da necessidade de desenvolver tecnologia própria a EMAQ cria o seu escritório de projetos, a PROJEMAR, para que seja criado um núcleo de desenvolvimento e capacitação tecnológica do estaleiro. A EMAQ, nessa época, é o primeiro estaleiro a utilizar programas de computador no projeto do navio, utilizando um computador IBM 1130 (na época, com a fantástica memória de 16 kbytes!).
•
• 1970 - Construção de 24 navios de carga geral, do tipo liner de alta velocidade, pelos estaleiros CCN, ISHIBRÁS e VEROLME, viabilizando o empenho do Governo no posicionamento mais significativo de nossa marinha mercante nas conferências de frete.
• 1971 - A EMAQ inicia a construção para o Lloyd Brasileiro do primeiro liner de 8000 TDW inteiramente projetado no Brasil pela PROJEMAR, sem nenhuma assistência técnica ou projeto básico estrangeiro. A ISHITEC desenvolve no país o projeto do primeiro petroleiro de esquadra para a MARINHA DO BRASIL, construído pela ISHIBRAS.
•
• 1973 - A CCN entrega o Serra Verde, primeiro de uma série de 42 cargueiros de 14.500 / 15.000 tpb, projeto SD-14, a maior quantidade já comercializada por estaleiros nacionais, proporcionando condições excepcionais de eficiência gestora, de produtividade industrial e de lucratividade
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Histórico da Construção Naval no Brasil
• 1974 - O Brasil atinge o 2º lugar na estatística mundial com uma carteira de
encomendas de 3.272.380 tpb de navios contratados, incluindo parcela significativa para
exportação.
• O CANECO constrói 2 navios frigoríficos de 10.195 m³ de capacidade com equipamentos e
porões frigorificados obedecendo padrões exigentes de precisão e isolamento.
• 1975 - Em plena vigência do 2º PCN e severa diligência do CDI – Conselho de
Desenvolvimento Industrial, o índice de nacionalização na construção de navios
superou a marca de 90%. Significativos investimentos foram realizados pelos estaleiros e
indústria subsidiária.
•
• ISHIBRAS, e VILLARES ampliaram capacidade em Máquinas marítimas e na fabricação de
eixos propulsores. LIPS e HELISTONE instalaram fábricas de hélices no Rio de Janeiro.
CCN iniciou a produção de escotilhas e equipamentos de convés na CEC, em Niterói. CBC,
em Varginha, passou a produzir caldeiras. ALFA LAVAL, SEMCO e SULZER, aumentaram a
capacidade de fabricação e de nacionalização de purificadores e bombas de uso naval.
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Histórico da Construção Naval no Brasil
• 1976 - A ISHIBRAS cria o Departamento dos Novos Projetos, estimulando a fabricação de
novos produtos e o aumento do índice de nacionalização de equipamentos, além do
licenciamento para fabricação de motores diesel marítimos de última geração.
• A EMAQ inicia a utilização de máquinas de oxi-corte de controle numérico utilizando
sistemas de CAD/CAM totalmente desenvolvidos no Brasil pela PROJEMAR.
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Histórico da Construção Naval no Brasil
• 1978 - Construídos uma série de minero-petroleiros de 130.000 e 135.000 tpb para a
DOCENAVE e para a PETROBRAS, inserindo, na ocasião, o Brasil entre os poucos países
capazes de construir navios de grande porte.
• O VEROLME instalou um pórtico de 660 t, o CANECO instalou linha de panelização, O
EMAQ instalou pórticos para movimentação de blocos, a ISHIBRAS desenvolveu processo
de one-side welding para chapas grossas, instalou sistema de posicionamento para
fabricação de perfilados de abas desiguais e implantou as unidades de trabalho móveis em
substituição aos andaimes estáticos.
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Histórico da Construção Naval no Brasil
• 1978 - O estaleiro EBIN adquiriu as instalações fabris do Estaleiro SÓ, de Porto Alegre RS. O estaleiro CORENA, em Itajaí SC, adotou o sistema “synchro-lift” de movimentação de blocos e lançamento, proporcionando ao engenheiro brasileiro a familiarização com mais uma alternativa de planejamento e de produção de navios. O estaleiro CANECO inicia o seu primeiro projeto totalmente desenvolvido no Brasil, sem nenhuma assistência técnica ou projeto básico estrangeiro, o navio multipurpose de 18.000 TPB “VARICARGO”, com o qual foram construídos três navios para armadores gregos.
• Construídos 4 navios petroleiros VLCC – Very Large Crude Carriers de 277.000 tpb, para a PETROBRAS, com particularidade de propulsão por turbina a vapor, requerendo o aprendizado de segurança e severidade na tolerância de fabricação e montagem de equipamentos, acessórios e tubulação para vapor superaquecido.
• Normas administrativas e sistemas de controle e de segurança no trabalho foram adequadas ao efeito de escala dimensional. As usinas siderúrgicas passaram a laminar chapas de aço de maiores dimensões, em parte restringida pelo problema logístico de transporte ferroviário.
• 1979 - Entrega recorde de navios pelos estaleiros brasileiros, totalizando 1.394.980 tpb no ano, registrando o avançado estágio de projeto, em sincronia com as etapas de aquisição e de produção alcançadas.
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Histórico da Construção Naval no Brasil
• 1980 - EMAQ recebe o maior prêmio de tecnologia daquela época no Brasil, o Prêmio
Tecnologia pelo Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo como reconhecimento pelo
pioneirismo no desenvolvimento e na aplicação de sistemas CAD-CAM na indústria
nacional.
• CCN entrega, no ano, 13 navios: 6 graneleiros projeto PRI 26/15 de 26.500 tpb, 3 navios
de carga geral PRI 121 de 14500/14.900 tpb e 5 de projeto SD 14.
•
• Construção do petroleiro Aframax de 80.600 tpb, Brazil Glory, de uma série de 3 exportados
pela ISHIBRAS e o projeto aprovado para a construção da série Bicas de 3 petroleiros
Aframax de 83.300 tpb para a PETROBRAS. O mesmo projeto foi negociado pela
INTERBRÁS, trading da Petrobrás, para a exportação de uma série desses navios para a
PDVSA.
• 1983 - EMAQ vence concorrência internacional e exporta sistema de CAD/CAM para
processamento de aço, desenvolvidos pela PROJEMAR, comprovando o alto nível da
tecnologia de projeto naval desenvolvida no Brasil.
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Histórico da Construção Naval no Brasil
• 1986 - Construídos os mínero-petroleiros
ULOO - Ultra Large Ore-Oil de 305.000
tpb Docefjord e o Tijuca pela ISHIBRÁS
para a WILSEA – joint-venture
WILLIAMSEN (Noruega) e SEAMAR –
braço internacional da DOCENAVE.
• 1991 - O estaleiro CANECO entrega o
Intrépido navio de 17.000 tpb, o primeiro
Ro-Ro/Lo-Lo construído no país, para a
TRANSROLL. Este navio foi considerado
como um dos “Significant Ships” de 1991
pelo “Royal Institution of Naval Architects
(UK)”.
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Histórico da Construção Naval no Brasil
• 1991 - A ISHIBRAS constrói o petroleiro de esquadra Gastão Moutinho de 6.160 TPB para a MARINHA DO BRASIL, já com a experiência adquirida no Marajó.
• 1992 - Construídas as corvetas Júlio de Noronha e Frontin com projeto básico desenvolvido pela Diretoria de Engenharia Naval da MARINHA DO BRASIL, familiarizando a nossa engenharia com os severos requisitos e duplicidade de sistemas exigidos nos navios militares.
• O estaleiro VEROLME para capacitar-se à construção dessas corvetas investiu em um estaleiro militar com ponte rolante de 50 t, sistema de “load-out” e dique flutuante com controle de lastro computarizado.
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• 1992 - Construídos os navios Ro-Ro/Lo-Lo
Betelgeuse e o Belatrix de 33.600 tpb pela
EMAQ para a TRANSROLL, com projeto
PROJEMAR, considerados como um dos
“Significant Ships” de 1992 pelo “Royal
Institution of Naval Architects (UK)”.
• A instalação de rampas de acesso e bow
thruster, dimensionamento para alta
concentração de carga e amplo vão livre
constituíram-se, entre outros, em altos
desafios de projeto e de produção.
• Entregue o navio petroleiro Suezmax James
N. Sullivan, o primeiro de uma série de oito
navios exportados para a CHEVRON CORP.
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• 1994 - Evidência da atualidade,
confiabilidade e qualidade de nossos projetos
foi a reversão da escolha pelo armador
HAMBURG-SUD do projeto de graneleiro
Panamax da BURMEISTER & WAIN, em
destaque na mídia internacional, pelo projeto
brasileiro da PROJEMAR, mais atual,
moderno, econômico e eficiente para as
exigências severas do cliente alemão.
• O navio multipurpose container de 660 TEU,
FROTABELEM, construído pela EMAQ para
a FROTA AMAZÔNICA é considerado como
um dos “Significant Ships” de 1994 pelo
“Royal Institution of Naval Architects ”.
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Histórico da Construção Naval no Brasil
• 1996 - O navio container de 1250 TEU, FROTASANTOS, construído pela VEROLME para a FROTA OCEÂNICA, com projeto PROJEMAR, foi considerado como um dos “Significant Ships” de 1996 pelo “Royal Institution of Naval Architects (UK)” e como um dos “Great Ships” de 1996 pela conceituada revista especializada americana “Maritime Report and Engineering News”.
• 2000 - É entregue o Metaltanque III, primeiro navio para transporte de gás liquefeito construído no Brasil, destinado ao transporte de etileno a -104ºC, construído pelo estaleiro ITAJAÍ, com projeto da PROJEMAR, incorporando tecnologia e processos de fabricação e montagem com a participação efetiva de nossos engenheiros e técnicos.
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Histórico da Construção Naval no Brasil
• 2003 - Construído pelo estaleiro EISA para a
NORSUL o empurrador Norsul Caravelas de
4.000 kw e a barcaça Norsul II de 5.200 tpb,
iniciando uma série de conjuntos integrados
empurrador-barcaça para o transporte
oceânico de madeira, de celulose e de bobinas
de aço.
• O projeto totalmente desenvolvido no Brasil
pela PROJEMAR incorpora diversos
aperfeiçoamentos e recursos para a barcaça,
como bow thruster, O acoplamento para
empurrador-barcaça requer severo controle de
qualidade e precisão de montagem e enseja a
familiarização com o sistema operacional
conjugado.
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• O Promef foi lançado em 2004. O programa revitaliza a indústria naval, tornando os
estaleiros brasileiros internacionalmente competitivos. Ao assegurar sustentabilidade para o
setor, o Promef faz o Brasil retomar o seu papel de player mundial na construção de navios
de grande porte. O Plano foi dividido em duas fases:
• Promef 1 - Na primeira fase do Programa de Modernização e Expansão da Frota estão
sendo construídos os seguintes navios, pelas empresas ganhadoras do processo licitatório:
• • Estaleiro Atlântico Sul (PE): 10 Suezmax, Preço global: US$ 1,2 bilhão
• • Estaleiro Atlântico Sul (PE): 5 Aframax, Preço global: US$ 693 milhões
• • Estaleiro Ilha S.A. (Eisa) (RJ): 4 Panamax, Preço global: US$ 468 milhões
• • Estaleiro Mauá (RJ): 4 de Produtos, Preço global: US$ 277 milhões
Introdução à Engenharia Naval
Curso de Engenharia Naval e Oceânica
Universidade Federal de Pernambuco
Histórico da Construção Naval no Brasil
• Promef 2 - Na segunda fase do Programa de Modernização e Expansão da Frota serão
construídos os seguintes navios, pelas empresas ganhadoras do processo licitatório:
• • Estaleiro Atlântico Sul (PE): 4 Suezmax DP (Aliviadores de Posicionamento Dinâmico),
Preço global: US$ 746 milhões
• • Estaleiro Atlântico Sul (PE): 5 Aframax DP (Aliviadores de Posicionamento Dinâmico),
Preço global: US$ 477 milhões
• • Estaleiro Promar (PE): 8 navios Gaseiros , Preço global: US$ 536 milhões
• • Estaleiro Superpesa (RJ): 3 navios de Bunker , Preço global: US$ 46,5 milhões
•
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Histórico da Construção Naval no Brasil
• Em 2010, foram lançados três navios, sendo um construído no estado de Pernambuco e
dois no Rio de Janeiro. Batizados com nomes relevantes da história brasileira, as
embarcações homenagearam João Cândido, Celso Furtado e Sérgio Buarque de Holanda.
Para 2011, está prevista a entrega de cinco navios e o lançamento ao mar de outros seis
para acabamentos finais.
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Histórico da Construção Offshore no Brasil
• A engenharia naval brasileira, consolidada nos projetos e na construção de navios mercantes de vários tipos, ampliou com mérito seu universo de atuação no projeto e construção de plataformas auto-eleváveis marítimas para a construção civil e para offshore, barcos de apoio para serviços no mar, plataformas semi-submersíveis e outras estruturas fixas e móveis para exploração e produção de petróleo em águas rasas e profundas.
• Em comportamento idêntico ao da construção naval, nossas universidades, também, estenderam a abrangência de seu currículo à engenharia oceânica e, posteriormente, o novo e promissor mercado offshore atraiu os estaleiros JURONG e KEPPEL FELS, ambos de Cingapura, que se instalaram nos canteiros do MAUÁ, em Niterói, e da IVI, em Angra dos Reis.
• Fatos relevantes:
• 1972 - A ISHIBRÁS constrói, simultaneamente, em seu dique seco, segundo projeto IHC, 3 plataformas flutuantes auto-eleváveis operadas pela ECEX na construção da ponte Presidente Costa e Silva.
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Histórico da Construção Offshore no Brasil
• 1982 - Entregue o primeiro de uma série
de 8 plataformas auto-eleváveis, 6
construídas pelo VEROLME dos quais 2
para PETROBRAS e 4 exportados para
ARAMCO e 2 construídas pela ISHIBRAS
para MONTREAL e para PETROBRAS
com transferência de tecnologia pela
LEVINGSTON dos EUA.
• 1997 - Entra em operação na Bacia de
Campos a FPU P-19 com o primeiro
sistema de ancoragem no mundo
utilizando cabos de poliéster e
configuração “taut-leg”, em 800 m de
lâmina d’água.
PETROBRAS-19
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Histórico da Construção Offshore no Brasil
• 1997 - Entra em operação na Bacia de Campos o
FPSO P-34, que bateu naquela época o recorde de
lamina d’água (840 m) com o maior sistema de
ancoragem do tipo “turret” instalado no mundo (34
risers), apesar de ser o primeiro FPSO com “turret”
interno a ser instalado no Brasil.
• 2000 - Entra em operação na Bacia de Campos
o FPSO P-37 com o maior sistema de
ancoragem do tipo “turret” já construído no
mundo (44 risers).
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Histórico da Construção Offshore no Brasil
• 2001 - Entra em operação na Bacia de
Campos a FPU P-40, que nessa época bateu
o recorde mundial de lamina d’água para uma
plataforma semi-submersível (1.080 m).
• O transporte da FPU P-40 de Cingapura para
o Brasil foi naquela época a maior operação
de “dry-tow” realizada no mundo (42.000 t).
• No dia 15 de março de 2001 ocorreu o pior
acidente da história da Petrobrás que
culminou com o óbito de onze
trabalhadores e com o afundamento da
plataforma P-36, no dia no dia 20 de
março, em uma profundidade de 1200
metros e com estimados 1500 toneladas de
óleo ainda a bordo.
Acidente da
Plataforma P-36
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Histórico da Construção Offshore no Brasil
• 2004 - Entra em operação na Bacia de Campos o FPSO P-43, a primeira instalação de um sistema de ancoragem do tipo DICAS em unidade de produção permanente (820 m).
• A concepção do Sistema Híbrido de Ancoragem (HYPO) é apresentada na “Deep Offshore Technology Conference” pela PROJEMAR.
• 2007 - Entram em operação a P-52 e a P54, esta última construída a partir da conversão do navio Barão de Mauá, pertencente à frota da Petrobras, a P-54 tem capacidade para comprimir 6 milhões de metros cúbicos por dia de gás e estocar até 2 milhões de barris de óleo.
FPSO PETROBRAS-43
FPSO PETROBRAS-54
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Histórico da Construção Offshore no Brasil
• 2006 - Elaboração do projeto básico
FEED – Front End Engineering Design da
plataforma P-57. Cerca de 100
profissionais do CENPES - Centro de
Pesquisas da Petrobrás e das empresas
brasileiras CHEMTECH e KROMAV e a
norueguesa AKER KVAERNER, através
de sua divisão brasileira AKER
KVAERNER ENGINEERING &
TECHNOLOGY BRASIL desenvolvem
projeto pioneiro de uma das maiores
FPSOs –unidades flutuantes de
produção, estocagem, processamento e
transbordo de petróleo no mundo. Entrou
em operação em 2010.
FPSO PETROBRAS-57
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Histórico da Construção Offshore no Brasil
• 2009 – Entra em operação a FPU P-53, na Bacia de
Campos, utilizando pela primeira vez o conceito do
sistema de ancoragem do tipo “Very Large Turret”
(75 risers).
• 2010 – Entra em operação a P-57, constrída pela
Brasfels. Essa unidade inaugura uma nova
geração de plataformas, concebidas e montadas
a partir do conceito de engenharia que privilegia
a simplificação de projetos e a padronização de
equipamentos. Um modelo que será referência
para as futuras plataformas da Petrobras, como
a P-58 e P-62.
FPSO PETROBRAS-53
FPSO PETROBRAS-57
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Histórico da Construção Offshore no Brasil
• 2011 – Previsão de entrega do Casco da P-55,
construído pelo EAS que irá receber os módulos do
convés no Rio Grande – RS e da P56, construída pela
Brasfels