10-09-2012portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/arsnorte/conteúdos… · 10-09-2012 1....
TRANSCRIPT
10-09-2012
Revista de Imprensa10-09-2012
1. (PT) - Diário de Notícias, 08/09/2012, DGS prevê que crise faça crescer doenças mentais 1
2. (PT) - Jornal de Notícias, 10/09/2012, INEM evita cerca de 500 tentativas de suicídio 2
3. (PT) - Público, 10/09/2012, A ideia de que quem quer cometer suicídio não o expressa é um mito 4
4. (PT) - Público, 10/09/2012, Pode vir a ser possível prever a evolução de uma Psicose 5
5. (PT) - Diário do Minho, 08/09/2012, Hospital de Braga recebeu ação de sensibilização sobre paralisiacerebral
7
6. (PT) - Correio da Manhã, 08/09/2012, Médicos e Governo sem acordo 8
7. (PT) - Expresso, 08/09/2012, Até quando? 9
8. (PT) - Diário do Minho, 09/09/2012, Enfermeiros insuficientes para as necessidades 10
9. (PT) - Diário de Notícias, 09/09/2012, Compras de milhões do banco de células sem registo 11
10. (PT) - Jornal de Notícias, 08/09/2012, Tabaco responsável por 33% das mortes até aos 59 anos 13
11. (PT) - Diário de Notícias, 09/09/2012, Subir o preço do tabaco para reduzir consumo 14
12. (PT) - Jornal de Notícias, 08/09/2012, Doentes oncológicos tratados lá fora 15
13. (PT) - Correio da Manhã, 10/09/2012, Campanha conta linfoma 16
14. (PT) - i, 10/09/2012, Especialistas alertam para riscos de lesões pré-cancerígenas 17
15. (PT) - Jornal de Notícias, 08/09/2012, Serviço de Fisioterapia do Santa Maria aberto ao público 18
16. (PT) - Expresso - Saúde Pública, 08/09/2012, 9 mil portugueses sofrem de Alzheimer 19
17. (PT) - Expresso - Saúde Pública, 08/09/2012, Cancro da próstata é segunda causa de morte em Portugal 21
18. (PT) - Expresso - Saúde Pública, 08/09/2012, Medicina personalizada "não é uma miragem, é umarealidade"
25
19. (PT) - Expresso - Saúde Pública, 08/09/2012, O sol e a sua influência na pele 26
20. (PT) - Expresso - Saúde Pública, 08/09/2012, Prevenir e erradicar doenças pela vacinação 27
A1
Tiragem: 47808
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 17
Cores: Cor
Área: 15,56 x 24,25 cm²
Corte: 1 de 1ID: 43657762 08-09-2012
Página 1
A2
Tiragem: 101637
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 8
Cores: Cor
Área: 27,36 x 32,70 cm²
Corte: 1 de 2ID: 43674644 10-09-2012
Página 2
Tiragem: 101637
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 1
Cores: Cor
Área: 5,07 x 2,53 cm²
Corte: 2 de 2ID: 43674644 10-09-2012
Página 3
A4
Tiragem: 44837
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 8
Cores: Cor
Área: 27,57 x 31,46 cm²
Corte: 1 de 1ID: 43674219 10-09-2012
NELSON GARRIDO
A ideia de que quem quer cometer suicídio não o expressa é um mito
Disse muitas vezes que se ia matar. E
matou-se. Aquela ideia de que quem
quer cometer suicídio não o expressa
não passa de um mito, dizem os es-
pecialistas em saúde mental. Quem
se quer matar dá sinais. Maria (nome
fi ctício), de 28 anos, sabe-o. O irmão
suicidou-se recentemente, mesmo
tendo sido acompanhado pela fa-
mília, por psiquiatras e psicólogos.
“Achei que o nosso amor o ia salvar,
mas vai muito para além disso”, diz.
Como se pode prevenir o suicídio?
O fenómeno é complexo – des-
conhecem-se os números reais do
suicídio – e as respostas preventivas
também. Exigem profi ssionais de
saúde mais treinados, diagnósticos
precoces, terapêuticas adequadas;
familiares, vizinhos e amigos aten-
tos; restrições no acesso a meios
letais como pesticidas; vizinhos,
professores, polícias, padres e bom-
beiros sensibilizados. “É preciso ter
uma noção sistémica da prevenção
do suicídio”, diz Carlos Braz Saraiva,
da Sociedade Portuguesa de Suici-
dologia.
Álvaro Carvalho, coordenador
do Plano Nacional de Prevenção
do Suicídio – que será apresentado
até ao fi nal do ano –, garante que o
programa também tem como objec-
tivo sensibilizar as pessoas, para que
saibam que a depressão – que afecta
grande parte dos suicidas – “é uma
doença tratável”. O plano pretende
ainda “capacitar mais os clínicos ge-
rais para o diagnóstico precoce e te-
rapêutica adequada” de problemas
de saúde mental.
Desde os 18 anos que o irmão de
Maria começou a ter pensamentos
obsessivos. Desde então, a família
nunca baixou a guarda e ele foi sem-
pre acompanhado por psicólogos
e psiquiatras. Foi internado, medi-
cado, embora Maria considere que
se recorre demasiado a fármacos
e menos ao contacto humano. Fi-
zeram-lhe diferentes diagnósticos:
perturbação obsessivo-compulsiva,
doença do foro do humor, bipolari-
dade, depressão com surto psicótico
isolado, esquizofrenia afectiva.
Foi durante o último internamen-
to que se atirou de uma janela no no-
no andar do Centro Hospitalar Uni-
versitário de Coimbra. O director do
importantes, despede-se de forma
mais afectuosa do que o costume,
mostra agressividade, consome mui-
to álcool, tem alterações do sono,
isola-se, descuida o aspecto físico,
a higiene, entre outros. Carlos Braz
Saraiva confi rma que três em quatro
pessoas que se matam dão sinais.
Apesar de se desconhecerem os
reais números do suicídio em Por-
tugal (ver caixa), conhece-se o per-
fi l do suicida. De acordo com um
texto publicado no blogue de Carlos
Braz Saraiva, é homem, tem mais
de 50 anos, vive na Grande Lisboa,
Alentejo ou Algarve e, entre outros
aspectos, está separado ou é viúvo,
desempregado ou reformado, tem
rendimentos escassos, e baixos ní-
veis de instrução. Está socialmente
isolado, não tem práticas religiosas,
está deprimido, é alcoólico. Tem
uma perturbação da personalida-
de, por vezes associada a doença
crónica dolorosa ou incapacitante.
Põe termo à vida por método violen-
to como o enforcamento, arma de
fogo, pesticidas, precipitação, afo-
gamento, na Primavera ou no Verão.
Além de defender legislação mais
rígida sobre a aquisição de pestici-
das e armas de fogo, o psiquiatra
considera que devia haver restrições
no acesso a sítios altos, como pontes
ou falésias, através de barreiras ou
redes. Nesses locais devia haver car-
tazes com frases ou imagens como
uma mãe com uma criança ao colo,
uma criança a passear um cão, e in-
formação de contactos SOS.
E a crise pode potenciar o suicí-
dio? “Absolutamente. Particular-
mente no sexo masculino e acima
dos 50 anos. As mulheres têm outras
estratégias para lidar com o sofri-
mento: aproximam-se dos fi lhos,
dos netos, da igreja. Os homens
isolam-se mais, consomem mais ál-
cool, sentem o que se chama falha
narcísica, ou seja, sentem muitas
vezes os fracassos como uma der-
rota pessoal.”
Fernando Castro Couto concorda
que a conjuntura económica “abre
caminho para a depressão”: “A falta
de perspectivas pode ser terrível,
pode fazer perder a esperança.” Ál-
varo Carvalho acrescenta ainda que
a Organização Mundial de Saúde de-
fende uma “atenção especial” aos
jovens, por estarem sujeitos a taxas
de desemprego “particularmente
violentas”.
serviço de psiquiatria, António Reis
Marques, diz ao PÚBLICO, por cor-
reio electrónico, que a prevenção
do suicídio é uma preocupação do
hospital e defende que a instituição
evita o estigma, o que constitui um
“ganho civilizacional”, “pese embo-
ra os riscos” que acarreta. Justifi ca
que “não é desejável ver um hos-
pital gradeado ou com medidas de
segurança excessivas para impedir
este tipo de actos” e que “há sem-
pre uma maneira de concretizar um
suicídio”.
Homem, mais de 50 anosA Escutar – Associação de Estu-
dos e Prevenção do Suicídio tem o
serviço Voz de Apoio, que atende
por carta, email, telefone (225 506
070) ou chat, duas mil a 2500 pes-
soas por ano com ideação suicida. O
presidente da instituição, Fernando
Castro Couto, explica que, embora
o suicídio possa ser cometido num
momento excepcional de stress, a
regra é que mais de 90% tem depen-
dências e patologias, estão doentes e
mais de metade com depressão.
A que sinais se deve então estar
atento? Alguém que verbaliza in-
tenção de pôr fi m à vida altera há-
bitos, come mal, desfaz-se de bens
Especialistas dizem que três em cada quatro pessoas que se matam dão sinais
A prevenção do suicídio passa por todos. É preciso não desvalorizar nenhum sinal e capacitar mais os médicos de família para um diagnóstico. Hoje é dia mundial da prevenção do suicídio
SaúdeMaria João Lopes
Números são desconhecidos
Sistema de informação de certificado de óbito vai permitir identificar os casos de suicídio
Até ao final do mês deverá entrar em funcionamento no Hospital da Universidade de Coimbra, e depois
no do Funchal, o sistema de informação de certificado de óbito (Sico). Espera-se que permita conhecer o número real de suicídios em Portugal. Se a experiência for positiva, a partir de 1 de Janeiro, será alargado ao resto do país.
Ao melhorar a informação sobre a causa da mortalidade, o sistema vai permitir identificar muitos casos de suicídio que são hoje codificados como mortes por causa indeterminada. Quando, entre 2002 e 2004, a Direcção-Geral da Saúde levou a cabo uma revisão dos casos de óbito codificados com causa de morte indeterminada, o resultado foi a quase duplicação
da taxa de suicídio e a redução da morte indeterminada.
Apesar de sub-representados, os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística, de 2010, apontam para dez mil suicídios por cem mil habitantes. Nesse ano, aconteceram 1098 suicídios, contra os 1014 do ano anterior. Apesar deste ligeiro aumento, Álvaro Carvalho defende que não se pode garantir que o suicídio vá aumentar com a crise, sendo preciso esperar cinco anos para fazer essa avaliação.
Segundo a OMS, todos os anos cerca de um milhão de pessoas comete suicídio em todo o mundo, o que dá uma taxa global de 16 por 100.000 e uma morte a cada 40 segundos. Nos últimos 45 anos, a taxa de suicídio aumentou cerca de 60% a nível mundial. M.J.L.
Página 4
A5
Tiragem: 44837
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 24
Cores: Cor
Área: 27,41 x 31,82 cm²
Corte: 1 de 2ID: 43674343 10-09-2012
PsicoseAs novas técnicas de imagiologia que permitem visualizar as ligações nervosas no cérebro humano estão a indicar o caminho para o desenvolvimento de um teste de prognóstico clínico em caso de surto psicótico. O psiquiatra e investigador português Tiago Reis Marques faz parte de uma equipa que enfrenta este desafi o
Um rapaz de vinte e
poucos anos dá en-
trada no hospital.
Queixa-se de que
ouve vozes, tem vi-
sões estranhas e de-
lira: acha que está a
ser perseguido ou
que é Deus ou que
tem superpoderes
ou que o mundo vai acabar. Até on-
tem, a sua vida corria normalmente,
mas hoje tudo mudou e o jovem é
internado em pleno “primeiro surto
psicótico”. Ser-lhe-á receitado um
tratamento antipsicótico, mas nin-
guém é capaz de prever como irá
responder à terapêutica. Será que,
graças aos medicamentos, o jovem
vai poder voltar à normalidade – à
sua família, ao seu emprego – pas-
sados uns dias, ou que vai ter de
permanecer hospitalizado durante
meses?
“Hoje, os doentes entram nas en-
fermarias com um primeiro surto
psicótico e nós damos-lhes um me-
dicamento. E a probabilidade de
responderem ao medicamento é de
50%”, disse ao PÚBLICO Tiago Reis
Marques, psiquiatra e investigador
português de 35 anos a trabalhar há
sete no King’s College de Londres. “E
o resultado é completamente aleató-
rio. Uns respondem ao medicamen-
to e outros não e nós não sabemos
porquê.”
Tiago Reis Marques acredita que,
em particular graças às mais recentes
técnicas de visualização do cérebro,
um dia vai ser possível prever o efeito
dos tratamentos nos doentes psicó-
ticos – tal como já acontece com os
doentes com cancro – e conseguir
adaptá-los.
Claro que as psicoses – a princi-
pal das quais é a esquizofrenia – re-
presentam toda uma constelação
de doenças muito complexas, com
uma componente genética e varia-
das componentes ambientais, que
vão dos traumas e abusos sexuais na
infância até ao consumo de drogas.
Mas uma coisa que tem começado a
emergir nos últimos anos é que, ao
bro e obter aquelas espectaculares
imagens, semelhantes a coloridas
cabeleiras, que têm vindo a surgir
cada vez mais frequentemente nas
publicações científi cas (e não só). E
os seus mais recentes resultados, que
já foram submetidos para publicação
no American Journal of Psychiatry (“o
artigo ainda não foi aceite, estamos
em fase de revisão”), mostram não
apenas que a gravidade dos danos
sofridos pelas fi bras nervosas está
relacionada com a resposta do do-
ente ao tratamento antipsicótico mas
sugerem também que os antipsicóti-
cos funcionam em parte ajudando a
reparar esses danos.
As fi bras nervosas estão revestidas
por uma película de isolamento, feita
de mielina, que minimiza a perda de
energia durante a transmissão dos
impulsos nervosos. E, ao que tudo in-
dica, a deterioração dessa bainha de
mielina está implicada nas psicoses.
Não são estragos tão extensos como
os que se verifi cam na esclerose múl-
tipla, onde as lesões na mielina são
facilmente visíveis nas imagens ce-
rebrais, mas alterações “muito mais
subtis”, diz Tiago Reis Marques.
“O nosso objectivo era ver se, atra-
vés do estado dos fi os de ligação,
conseguíamos prever se o doente
psicótico ia responder ou não ao tra-
tamento”, explica Tiago Reis Mar-
ques. “E conseguimos demonstrar
que sim, que realmente aqueles com
mais alterações nos fi os de ligação
respondem menos à terapêutica an-
tipsicótica, enquanto aqueles com
os fi os de ligação menos alterados
respondem melhor à medicação.”
Para mais, os danos parecem dimi-
nuir ao longo do tempo, sugerindo
de facto uma recuperação da mie-
lina.
Doze minutos na máquina Durante os cinco anos que durou o
seu doutoramento (que agora ter-
minou), o investigador estudou por
DTI o cérebro de centenas de do-
entes que deram entrada nos hos-
pitais associados ao King’s College.
“Ao longo destes anos, captámos a
maior base de dados de doentes com
um primeiro surto psicótico”, diz.
“Temos centenas de doentes e um
Ana Gerschenfeldnível do cérebro, certas alterações
que se verifi cam no funcionamento
das ligações entre os neurónios de-
sempenham um papel importante
no aparecimento de sintomas psi-
cóticos – e infl uenciam a efi cácia do
tratamento.
Até agora, os neurocientistas
tinham-se focado principalmente
nos próprios neurónios – na maté-
ria cinzenta do cérebro. “É a parte
que pensa, a parte bonita do cére-
bro”, salienta o investigador, que
falou com o PÚBLICO de passagem
por Lisboa. Mas na realidade, 50%
do cérebro é matéria branca; fi os de
ligação, os axónios, as extensões que
os neurónios projectam para outros
neurónios e que permitem a trans-
missão dos impulsos nervosos. “O
cérebro contém 150 mil quilómetros
de fi os de ligação. É muito, muito,
fi o”, frisa.
Tiago Reis Marques e os seus co-
legas têm utilizado um tipo de téc-
nica de imagem por ressonância
magnética, chamada DTI (diff usion
tension imaging), que permite visu-
alizar as ligações nervosas no cére-
Pode vir a ser possível prever a evolução de uma
Página 5
Tiragem: 44837
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 25
Cores: Cor
Área: 27,41 x 31,96 cm²
Corte: 2 de 2ID: 43674343 10-09-2012
nética e, ao fi m de várias ba-
talhas, eu obtive 12 minutos desse
tempo de máquina para fazer o meu
DTI”, diz-nos com um sorriso o inves-
tigador. Mas onde e como no cérebro
procurou ver alterações da mielina
nas fi bras cerebrais? “Infelizmen-
te”, responde, “a resolução actual
de uma máquina de ressonância não
nos permite ver fi o a fi o, ver os mi-
croscópicos axónios individuais.” Só
permite ver os feixes formados por
milhões de fi os, que constituem ver-
dadeiras “auto-estradas” da informa-
ção dentro do cérebro. “Olhei especi-
fi camente para zonas que possam ser
importantes nas doenças psicóticas.”
Uma delas é o corpo caloso, o maior
tracto cerebral, que liga o hemisfério
direito ao hemisfério esquerdo do cé-
rebro. E mais duas estruturas, uma
chamada fórnix e outra uncinado. O
fórnix liga diferentes componentes
do sistema límbico, que se sabe estar
implicado na esquizofrenia – nomea-
damente a amígdala, responsável pe-
las nossas emoções, e o hipocampo,
responsável pelas nossas memórias.
O uncinado,
por seu lado,
liga o córtex pré-
frontal, a parte res-
ponsável pelas funções cognitivas
superiores, ao lobo temporal, uma
área do cérebro que se sabe há mui-
to tempo estar também implicada
na esquizofrenia. “O que nós mos-
trámos foi que essas auto-estradas,
esses feixes, estão alterados” nos do-
entes psicóticos.
Como se sabe que é de facto a mie-
lina que está danifi cada? “Embora
não seja possível fazer uma análise
directa, porque para isso seria pre-
ciso abrir o cérebro, segundo o que
indirectamente pudemos apurar, as
alterações são efectivamente altera-
ções da mielina”, explica o cientista.
A DTI faz vibrar as moléculas de água
nos tecidos e, quando fi zeram vibrar
essas moléculas dentro dos feixes
de ligação, constataram que elas se
moviam de mais. Ora, se estivessem
compartimentadas dentro de uma
bainha bem revestida de mielina, as
moléculas de água não se moveriam
tanto. “Há ali alguma coisa que faz
com que a mielina que reveste os
axónios não seja, para dizer as coi-
sas de forma muito simplifi cada, to-
talmente impermeável”, diz Tiago
Reis Marques. Tudo os “leva a crer
que a produção da mielina está de
alguma forma afectada” nos doen-
tes com surtos psicóticos.
Um teste clínicoO projecto deverá passar em bre-
ve para a fase seguinte, que irá de-
correr em parte na Universidade da
Califórnia, no Laboratory of Neuro
Imaging (LONI), que lidera o Projec-
to do Conectoma Humano (que visa
o mapeamento de todas as ligações
cerebrais). Tiago Reis Marques aca-
ba de obter uma bolsa para jovens
investigadores, atribuída pela Brain
& Behaviour Research Foundation –
entidade norte-americana de apoio
à investigação em psiquiatria –, e
deverá passar uns tempos em Los
Angeles já a partir do início do pró-
ximo ano.
“O objectivo que eu propus quan-
do concorri a este prémio/bolsa foi
fazer um trabalho integrativo”, ex-
plica. “Não há nada que tenha uma
única causa, não há um único gene
que explique uma doença como a
asma, a diabetes ou uma doença
mental. São doenças multifacto-
riais.”
Com a ajuda de software desen-
volvido no LONI, a equipa do King’s
College tenciona agora conseguir
integrar todos os dados – de ima-
gem, genética e outros – numa úni-
ca ferramenta. “Nós vamos provi-
denciar toda a nossa base de dados,
não só de imagens, mas também de
genética e de factores sociais, e eles
o software de análise de imagem
que permite integrar os diferentes
dados de imagem, para além de ou-
tras ferramentas integrativas, prin-
cipalmente com a genética”, diz o
cientista. A ideia é ver se é possível
obter um teste cujo valor preditivo
seja sufi ciente para ser utilizado na
clínica. “Uma pessoa entra no hos-
pital com um primeiro surto psicó-
tico, fazemos-lhe uma fotografi a ao
cérebro e imediatamente podemos
dizer que medicamento terá de to-
mar conforme a gravidade da do-
ença. Tenho a certeza de que isso
um dia irá acontecer – num prazo
de cinco, dez anos.”
E o prognóstico dos doentes a
longo prazo, também seria pos-
sível? “Ainda não temos resposta
para isso”, diz Tiago Reis Marques.
“Um doente que entra na enferma-
ria pode seguir vários percursos:
um percurso estável, ou um percur-
so de remissão/recaída, remissão/
recaída, sempre a entrar e a sair
do hospital. É o que acontece com
muitos dos nossos doentes e este
segundo percurso acarreta uma
deterioração cognitiva e funcional.
Mas para fazer um estudo de longo
prazo precisamos de anos de segui-
mento, o que ainda não temos.”
JOSÉ FERNANDES
O cérebro contém 150 mil quilómetros de fios de ligação. É muito, muito fio.Tiago Reis MarquesInvestigador
Imagem das ligações nervosas do corpo caloso (ao lado) que liga os dois hemisférios cerebrais e que foi uma das regiões estudadas por Tiago Reis Marques (em baixo)
conjunto de pessoas normais para
fazer comparações. Fazemos uma
fotografi a ao cérebro quando eles
entram na enfermaria, mas também
três meses depois e um ano depois.
Portanto, conseguimos acompanhar
os doentes para ver como é que o
seu cérebro se vai alterando ao longo
do tempo.” Além disso, os cientistas
também recolhem amostras de san-
gue para análises genéticas e uma sé-
rie de dados pessoais dos doentes.
“O doente fi ca uma hora dentro de
uma máquina de ressonância mag-
Página 6
A7
Tiragem: 8500
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Regional
Pág: 6
Cores: Preto e Branco
Área: 17,45 x 18,83 cm²
Corte: 1 de 1ID: 43665613 08-09-2012
DR
Hospital de Braga recebeu ação de sensibilizaçãosobre paralisia cerebral
Quatro técnicas da Asso-ciação de Paralisia Cere-bral de Braga desenvolve-ram, no Dia Mundial da Pa-ralisia Cerebral, uma ação de sensibilização junto de profissionais e utentes do Hospital de Braga.
Sob o lema “Muda o meu dia num minuto”, a Asso-ciação de Paralisia Cere-bral de Braga foi a enti-dade nacional escolhida para assinalar, pela pri-meira vez, no dia 4 de se-tembro, o Dia Mundial da Paralisia Cerebral nas ruas da cidade de Braga e no Hospital de Braga.
Técnicas da institui-ção bracarense distribu-íram na entrada da con-sulta externa e na entra-da principal do hospital folhetos informativos e fi-tas, com o intuito de di-vulgar e sensibilizar cola-boradores, utentes e seus familiares sobre a parali-sia cerebral.
O convite para a rea-
lização da ação de sensi-bilização na unidade hos-pitalar surgiu do Hospital de Braga, que a associa-ção aceitou, de forma a poder atingir o maior nú-mero de pessoas.
Depois da ação de rua, até 30 de setembro, todos podem dar sugestões de ideias que possam mudar a vida de todas as pesso-
as com paralisia cerebral, no site www.worldcpday.org, em formato vídeo o texto, com o máximo de um minuto.
As pessoas podem vo-tar nas ideias que acham que terá mais impacto na vida das pessoas com pa-ralisia cerebral. As melho-res ideias serão escolhidas e lançadas no Dia Mundial
da Paralisia Cerebral do próximo ano.
A Associação de Para-lisia Cerebral de Braga é uma instituição particu-lar de solidariedade so-cial, sem fins lucrativos. De acordo com o presi-dente, a instituição faz uma média de 1600 aten-dimentos por mês, a crian-ças e adultos.
Quatro técnicas da Associação de Paralisia Cerebral de Braga estiveram no Hospital
Página 7
A8
Tiragem: 168291
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 19
Cores: Cor
Área: 21,41 x 14,95 cm²
Corte: 1 de 1ID: 43658153 08-09-2012
Página 8
A9
Tiragem: 120200
País: Portugal
Period.: Semanal
Âmbito: Informação Geral
Pág: 22
Cores: Cor
Área: 29,47 x 9,06 cm²
Corte: 1 de 1ID: 43658017 08-09-2012
Página 9
A10
Tiragem: 8500
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Regional
Pág: 30
Cores: Cor
Área: 8,40 x 10,68 cm²
Corte: 1 de 1ID: 43668557 09-09-2012
Enfermeiros insuficientespara as necessidades
O bastonário da Ordem dos Enfermeiros reconheceu ontem que a formação em enfermagem em Portugal é «excessiva» perante à «contratação real», mas assegurou que o país precisa de mais licenciados nesta área.
«Os cidadãos não estão a receber os cuidados neces-sários por falta de enfermeiros nos hospitais e centros de saúde, no entanto, e paradoxalmente, continuam a não ser contratados os enfermeiros necessários», assistindo-se à formação de licenciados como há 10 e 15 anos atrás, afirmou Germano Couto.
Em declarações à agência Lusa em Ponta Delgada, à margem da cerimónia de entrega dos títulos profissionais a 67 novos enfermeiros formados nas ilhas, o bastonário sublinhou que o Governo terá de tomar medidas para pôr termo a uma situação de que resulta o desemprego ou a emigração. «Portugal tem de decidir de uma vez por todas o que é que quer: se quer realmente continuar a formar enfermeiros a este ritmo, não os contratando, ou se quer manter a formação como está, mas contratando tendo em conta as reais necessidades da população», alegou.
Página 10
A11
Tiragem: 47808
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 13
Cores: Cor
Área: 26,65 x 32,69 cm²
Corte: 1 de 2ID: 43665950 09-09-2012
Página 11
Tiragem: 47808
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 1
Cores: Cor
Área: 5,77 x 3,83 cm²
Corte: 2 de 2ID: 43665950 09-09-2012
Página 12
A13
Tiragem: 101637
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 10
Cores: Cor
Área: 17,67 x 18,62 cm²
Corte: 1 de 1ID: 43657429 08-09-2012
Página 13
A14
Tiragem: 47808
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 15
Cores: Cor
Área: 10,80 x 8,06 cm²
Corte: 1 de 1ID: 43665974 09-09-2012
Página 14
A15
Tiragem: 101637
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 10
Cores: Cor
Área: 8,76 x 18,62 cm²
Corte: 1 de 1ID: 43657432 08-09-2012
Página 15
A16
Tiragem: 168291
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 23
Cores: Cor
Área: 3,83 x 9,37 cm²
Corte: 1 de 1ID: 43675325 10-09-2012
Página 16
A17
Tiragem: 27259
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 8
Cores: Cor
Área: 14,13 x 16,34 cm²
Corte: 1 de 1ID: 43674787 10-09-2012
Página 17
A18
Tiragem: 101637
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 20
Cores: Cor
Área: 17,60 x 7,18 cm²
Corte: 1 de 1ID: 43657491 08-09-2012
Página 18
A19
Tiragem: 120200
País: Portugal
Period.: Mensal
Âmbito: Informação Geral
Pág: 3
Cores: Cor
Área: 25,09 x 26,60 cm²
Corte: 1 de 2ID: 43658942 08-09-2012 | Saúde Pública
Página 19
Tiragem: 120200
País: Portugal
Period.: Mensal
Âmbito: Informação Geral
Pág: 1
Cores: Cor
Área: 6,14 x 4,68 cm²
Corte: 2 de 2ID: 43658942 08-09-2012 | Saúde Pública
Página 20
A21
Tiragem: 120200
País: Portugal
Period.: Mensal
Âmbito: Informação Geral
Pág: 4
Cores: Cor
Área: 12,84 x 30,37 cm²
Corte: 1 de 4ID: 43658933 08-09-2012 | Saúde Pública
Página 21
Tiragem: 120200
País: Portugal
Period.: Mensal
Âmbito: Informação Geral
Pág: 5
Cores: Cor
Área: 19,30 x 29,49 cm²
Corte: 2 de 4ID: 43658933 08-09-2012 | Saúde Pública
Página 22
Tiragem: 120200
País: Portugal
Period.: Mensal
Âmbito: Informação Geral
Pág: 6
Cores: Cor
Área: 24,71 x 30,32 cm²
Corte: 3 de 4ID: 43658933 08-09-2012 | Saúde Pública
Página 23
Tiragem: 120200
País: Portugal
Period.: Mensal
Âmbito: Informação Geral
Pág: 1
Cores: Cor
Área: 17,87 x 16,67 cm²
Corte: 4 de 4ID: 43658933 08-09-2012 | Saúde Pública
Página 24
A25
Tiragem: 120200
País: Portugal
Period.: Mensal
Âmbito: Informação Geral
Pág: 7
Cores: Cor
Área: 25,05 x 30,56 cm²
Corte: 1 de 1ID: 43658954 08-09-2012 | Saúde Pública
Página 25
A26
Tiragem: 120200
País: Portugal
Period.: Mensal
Âmbito: Informação Geral
Pág: 4
Cores: Cor
Área: 12,24 x 25,09 cm²
Corte: 1 de 1ID: 43658948 08-09-2012 | Saúde Pública
Página 26
A27
Tiragem: 120200
País: Portugal
Period.: Mensal
Âmbito: Informação Geral
Pág: 8
Cores: Preto e Branco
Área: 24,64 x 26,45 cm²
Corte: 1 de 2ID: 43658964 08-09-2012 | Saúde Pública
Página 27
Tiragem: 120200
País: Portugal
Period.: Mensal
Âmbito: Informação Geral
Pág: 1
Cores: Cor
Área: 5,94 x 5,20 cm²
Corte: 2 de 2ID: 43658964 08-09-2012 | Saúde Pública
Página 28