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Discussão e Conclusão
Dos grandes fragmentos de Mata Atlântica existentes em Pernambuco, a
reserva de Gurjaú ainda está entre as mais conservadas em relação à
vegetação e flora pernambucana. É grande o número de áreas com beleza
sênica do conjunto água, vegetação, flora e fauna, que precisam ser
conservadas para as gerações futuras.
A proteção da flora existente na área requer urgência, já que existe uma
comunidade habitando a área e retirando para o sustento os materiais da
floresta para uso na alimentação, construção de moradias, artesanato, etc. O
que concorre para a degradação do ecossistema ali existente.
Devido aos endemismos a alta ocorrência de espécies raras de árvores
(Micropholis gardneriana (DC) Warb, prejuí), arbustos (Psychotria sp.
possivelmente espécie nova) ervas ornamentais de grande porte (Costus sp.) e
ervas de valor medicinal incontestável precisam ser estudadas antes que se
acabem.
Por essas evidências, salienta-se a importância da preservação da área pela
biodiversidade sugerindo a criação de uma Unidade de Conservação para as
Matas de Gurjaú.
124
Figura 37 - Heliconia psittacorum Sw.(paquevira) espécie abundante nas matas de Gurjaú. Abril de 2003.
Figura 38 – Centropogon cornutus (L) Druce observado na borda da Mata do Cuxió, Gurjaú, em abril de 2003.
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Figura 39– Cayaponia tayuya Cogn. (Cucurbitaceae) observada na Mata do Mané do Doce, Gurjaú, em abril de 2003.
Figura 40 – Calathaea sp (Marantaceae) observada na borda da Mata do Mané do Doce, Gurjaú, em abril de 2003.
126
4.2.6 Ecologia da vegetação arbórea
Introdução
Por ser um ecossistema complexo, a floresta tropical sempre é um desafio para
a ciência florestal. O conhecimento desse recurso é uma necessidade, visto
que, a cada momento, intervenções sucessivas acontecem, sem a mínima
preocupação com a conservação desse recurso natural. O entendimento da
complexa dinâmica que envolve as florestas tropicais inicia-se pelo
levantamento da florística e fitossociologia. A identidade das espécies e o
comportamento das mesmas em comunidades florestais são o começo de todo
processo para a compreensão deste ecossistema. Com o conhecimento de
parâmetros básicos da vegetação, as técnicas de manejo surgem como uma
forma de conservação e preservação da diversidade das espécies e, até
mesmo de subsidiar a recuperação de fragmentos florestais, em processo de
degradação Marangon (1999).
Os trabalhos em florestas nativas, embora de importância crescente, sofrem
grandes limitações, motivadas pela falta de informações das espécies. Além do
desconhecimento das espécies existentes, se desconhece também os
fenômenos que ocorrem nas florestas ou em espécies isoladas, mesmo os
mais simples como floração, mudança foliar e frutificação.
Por outro lado, atualmente, uma má utilização do solo e da água e a forma de
utilização dos recursos florestais têm proporcionado sérios danos a esses
recursos, comprometendo seriamente a biodiversidade. No momento, a
cobertura vegetal da região Nordeste se apresenta muito fragmentada e em
mal estado de conservação, principalmente, as áreas, anteriormente ocupadas
por contínuos florestais. Esses remanescentes necessitam urgentemente de
pesquisas básicas, no sentido de subsidiar ações de conservação, preservação
e recuperação dessas áreas.
Desde o início da colonização do Estado de Pernambuco, a vegetação da mata
atlântica vem sendo explorada para diversos fins, o que causou a
descaracterização da paisagem natural e do clima regional, gerando perdas de
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biodiversidade local e alterações da dinâmica das populações e comunidades
vegetais e animais. Somente na última década tem crescido o interesse em
resgatar as informações sobre a vegetação de mata atlântica no Estado,
especialmente a florística e a fitossociologia (Ferraz et al. 2002). Desta forma, a
compreensão da dinâmica de sucessão e crescimento das florestas tendem a
contribuir para a utilização racional desses recursos, por meio de técnicas
adequadas de manejo. Segundo Rolim (1997), a discussão em torno da
sustentabilidade das florestas tropicais é de extrema importância para a
aplicação de técnicas de manejo. Nesse sentido, Jardim et al. (1993) afirmam
que os vários sistemas silviculturais aplicáveis ao manejo da floresta,
objetivando o rendimento sustentável, ainda exigem conhecimentos básicos
sobre a dinâmica de crescimento e recomposição da floresta nativa original,
para que possam ser aplicados com sucesso, sem comprometer a estabilidade,
a renovabilidade e a sustentabilidade desse recurso.
Lamprecht (1964), afirma que o estudo da estrutura da floresta secundária
produz análises importantes sobre a dinâmica e as tendências do
desenvolvimento futuro da floresta. Nesse sentido, os estudos fitossociológicos
se tornam imprescindíveis, pois estabelecem as bases para a dinâmica de
florestas naturais.
A fitossociologia envolve o estudo das interrelações de espécies vegetais
dentro de uma dada comunidade vegetal, no caso em questão, comunidades
vegetais arbóreas. Tal estudo se refere ao conhecimento quantitativo da
composição, estrutura, funcionamento, dinâmica, história, distribuição e
relações ambientais da comunidade vegetal.
A taxonomia vegetal, fitogeografia e as ciências florestais servem de base para
a fitossociologia que se apóia nessas áreas e possui estreitas relações com as
mesmas. Sendo assim pretende-se analisar o estado atual de conservação da
vegetação arbórea da reserva de Gurjaú.
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MATERIAL E METODOS
Levantamento Fitossociológico
Nas matas Mané do Doce, Cuxio, Passarinho e Prejuí foram lançadas um total
de 40 parcelas de 10 x 25 m (250 m²), distanciadas entre si 25 m. Em cada
mata, instalaram-se 10 parcelas sistematizadas no sentido do maior
comprimento da área de estudo. Nas parcelas foi mensurado e identificado
todo vegetal arbóreo, com circunferência à altura do peito (CAP) maior ou igual
a 15,0 cm, a 1,30 m do solo, conforme Marangon (1999).
PARÂMETROS FITOSSOCIOLÓGICOS
Na análise fitossociológica foram usadas estimativas dos parâmetros da
estrutura horizontal que envolve a freqüência, a densidade e a dominância.
Tais parâmetros, quando reunidos em uma única expressão, determinam o
valor de importância e o valor de cobertura que proporcionará o conhecimento
da importância de cada espécie na comunidade florestal estudada. A
distribuição diamétrica foi analisada por meio da distribuição do número de
árvores por classes de diâmetro com intervalos de 5,0 cm, a partir de um CAP
(circunferência à altura do peito) mínimo de 15,0 cm, que equivale a um DAP
(diâmetro a altura do peito) de 4,77 cm.
Diversidade Florística
Para a análise da heterogeneidade, calcularam-se os índices de diversidade
de Shannon (H'), conforme Mueller-Dombois & EllenberG (1974).
Regeneração Natural
A regeneração natural das espécies será baseada na metodologia empregada
por Finol (1971) e modificada por Volpato (1994).
Nas unidades amostrais implantadas para o estudo fitossociológico foram
locadas sub-unidades de 5 m x 5 m (25 m²). A classe 1 contemplou indivíduos
com altura mínima de 1,0 a 2,0 m; a classe 2, com indivíduos de 2,0 m a 3,0 m
129
e a classe 3, com indivíduos superiores a 3,0 m e CAP (circunferência à altura
do peito) menor que 15,0 cm. Para cada espécie foram estimados os
parâmetros: freqüência e densidade absoluta e relativa em cada classe de
altura pré estabelecida.
RESULTADOS
Mata Mané Do Doce
FITOSSOCIOLOGIA
Em uma área amostrada de 2500 m2 (0,25 ha), equivalente a 10 parcelas de 10
m x 25 m, foram encontrados 296 indivíduos arbóreos, com 18 indivíduos
mortos. A maior altura foi detectada em um indivíduo de Simarouba amara
(Simarubaceae) com 35 m e o maior diâmetro encontrado foi em um segundo
indivíduo da mesma espécie com 70,03 cm. Nesta mata foram amostradas 23
famílias, 49 gêneros, 55 espécies e um índice de diversidade de SHANNON e
WEAVER (H') 3,52 nats/espécies. Quando se estima o número de indivíduos
por hectare, que é de 1180 indivíduos, é um número baixo para Floresta
Atlântica. Ferraz (2002), em estudo realizado na zona da Mata Norte, município
de São Vicente Férrer, Pernambuco, encontrou 1521 indivíduos por hectare. Fica
evidente, e os dados irão mostrar isto, que a mata Mane do Doce sofreu um
corte seletivo bastante intenso nos últimos anos. Os parâmetros fitossociológicos
(Tabela 18) mostram a estrutura da mata com as espécies mais presentes na
área com ênfase em Densidade Relativa, Freqüência Relativa e Dominância
Relativa.
Tabela 18 – Parâmetros fitossociológicos da Mata Mané do Doce, onde DR = Densidade Relativa, FR = Freqüência Relativa, DOR = Dominância Relativa e VI = Valor de Importância
Nome científico DR(%) FR(%) DOR(%) VI
Simarouba amara 3,72 3,31 16,68 23,70 Annona glabra 9,46 6,62 4,84 20,92 Brosimum discolor 10,81 4,64 4,54 19,99 Caraipa densifolia 3,38 3,97 8,90 16,25 Diplotropis purpurea var. brasiliensis 2,36 1,99 11,12 15,48 Pogonophora schomburkiana 4,73 3,97 6,07 14,78
130
Eschweilera ovata 4,73 3,31 3,54 11,58 Mabea occidentalis 4,39 3,31 3,15 10,85 Tapirira guianensis 3,72 2,65 3,86 10,22 Schefflera morototoni 2,03 2,65 3,93 8,61 Thyrsodium schomburgkianum 2,36 3,31 2,36 8,04 Brosimum conduru 2,70 2,65 2,37 7,72 Euphorbiaceae 1,35 1,99 2,95 6,29 Protium giganteum 2,70 2,65 0,87 6,23 Ocotea opifera 2,70 1,99 0,90 5,59 Dialium guianensis 1,69 2,65 1,05 5,39 Manilkara salzmanii 1,69 1,99 1,39 5,06 Maprounea guianensis 2,36 1,99 0,61 4,96 Guatteria schlechtendaliana 2,70 1,99 0,27 4,96 Pera ferruginea 0,68 1,32 2,52 4,52 Pourouma guianensis 1,69 1,99 0,61 4,28 Sttyphnodendron pulcherrimum 0,68 0,66 2,87 4,20 Psychotria sessilis 1,69 1,99 0,33 4,01 Macrosamanea pedicellaris 0,68 1,32 1,84 3,84 Aspidosperma discolor 1,01 1,99 0,66 3,66 Cupania racemosa 1,35 1,99 0,30 3,64 Bowdichia virgilioides 0,68 1,32 1,57 3,57 Lecythes pisonis 0,68 1,32 1,34 3,34 Himatanthus bracteatus 1,35 1,32 0,51 3,19 Myrcia fallax 1,01 1,99 0,11 3,11 Cecropia glaziovi 1,35 0,66 0,80 2,82 Trichilia silvatica 1,01 1,32 0,19 2,52 Psychotria cartaginensis 1,35 0,66 0,49 2,51 Rheedia gardineriana 1,01 1,32 0,15 2,49 Miconia albicans 0,68 1,32 0,34 2,34 Nectandra cuspidata 0,68 1,32 0,17 2,17 Pouteria grandiflora 0,68 1,32 0,17 2,17 Ocotea glomerata 0,68 1,32 0,14 2,14 Helicostylis tomentosa 0,68 1,32 0,11 2,11 Byrsonima sericea 0,34 0,66 0,35 1,35 Inga thibaudiana 0,34 0,66 0,24 1,24 bucho de viado 0,34 0,66 0,21 1,21 Virola gardneri 0,34 0,66 0,04 1,04 Casearia arborea 0,34 0,66 0,03 1,03 Peltophorum dubium 0,34 0,66 0,03 1,03 Sorocea hilarii 0,34 0,66 0,03 1,03 Amaioua guianensis 0,34 0,66 0,02 1,02 Guapira oposita 0,34 0,66 0,02 1,02 Psychotria martiana 0,34 0,66 0,02 1,02
As espécies de maior VI (Valor de Importância) foram: Simarouba amara,
Annona glabra, Brosimum discolor, Caraipa densifolia, Diplotropis purpurea var.
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brasiliensis, Pogonophora schomburkiana, Eschweilera ovata, Mabea
occidentalis, Tapirira guianensis e Schefflera morototoni. Em relação ao total de
espécies amostradas, as famílias mais presentes foram Euphorbiaceae e
Moraceae, com 9,09 % cada. Leguminosae Mimosoideae, com 7,27 %,
Lauraceae e Rubiaceae, com 5,45 % cada. Anacardiaceae, Annonaceae,
Apocynaceae, Lecythidaceae, Leguminosae Caesalpinioideae e Leguminosae
Papilionoideae, com 3,63 % cada.
DISTRIBUIÇÃO DIAMÉTRICA
Quando se analisa a distribuição diamétrica (Figura 40) na Mata Mané do
Doce, verifica-se, na primeira classe de diâmetro (0,0 – 5,0 cm) 13 indivíduos.
Na segunda classe (5,1 – 10, 0 cm) há um aumento expressivo no número de
indivíduos que sobe para 115. Nas classes subseqüentes ocorre uma queda
gradativa até a ultima Classe, que é a décima quinta (15). No caso das
primeiras classes, devido ao fato de existir um corte seletivo na área, há uma
regeneração natural nas clareiras, provocada pelas derrubadas, que vem
recompondo a mata. Esta dinâmica ocorre em função da ação antrópica na
área que induz a distribuição diamétrica na forma de “J” invertido, o que é
esperado para uma floresta ineqüiânea secundária.
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Mata Mané do Doce
13
102325
1
16
1011
18
30
69
115
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Classes de diâmetro
Nú
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Figura 41– Distribuição diamétrica dos indivíduos arbóreos da Mata Mané do Doce em Classes de diâmetros com intervalo entre classes de 5,0 cm.
Da quarta classe (15,1 – 20,0 cm) até a oitava (35,1 – 40,0 cm) há uma
tendência das espécies se distribuírem de forma mais balanceada na
comunidade florestal ali instalada. Nestas classes, as espécies predominantes
são as secundárias iniciais e tardias, apesar da distribuição diamétrica
caracterizar um estágio de sucessão ainda inicial. Este comportamento prova
mais uma vez que o corte seletivo vem provocando este comportamento na
comunidade. As demais classes apresentam indivíduos remanescentes que
sobreviveram aos cortes seletivos e se destacam em relação à comunidade
como um todo (Figura 41). Indivíduos de Diplotropis purpúrea var.brasiliensia
60,80 cm de DAP, Caraipa densifolia, com 64,94 cm de DAP e Simaruba
amara com 70,03 cm de DAP caracterizam bem estes remanescentes na Mata
Mané do Doce.
A presença de espécies com declínio no número de indivíduos nas classes
diamétricas de valores intermediários e mais altos pode estar comprometida na
evolução dos estágios sucessionais, visto que, nesse caso, pode não estar
sendo eficiente o seu processo de regeneração ou, até mesmo, por se tratarem
de espécies pioneiras, que em condições normais não toleram competição e à
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medida que os diâmetros vão aumentando essas espécies vão desaparecendo.
Por outro lado, a presença de espécie em várias classes de diâmetros,
apresentando uma distribuição mais uniforme, tendendo a um balanceamento,
neste caso indica um estágio sucessional mais avançado com estratos melhores
definidos. A presença das espécies que compõem estes estratos, nas três
classes de alturas em regeneração indica a garantia das mesmas na tipologia
florestal da área estudada.
REGENERAÇÃO NATURAL
Nas dez sub-parcelas amostradas encontraram-se 205 indivíduos,
pertencentes a 27 famílias, e 38 espécies no levantamento da regeneração
natural da Mata Mané do Doce. As estimativas dos parâmetros
fitossociológicos da regeneração natural encontram-se na Tabela 19 a seguir.
Tabela 19 – Parâmetros fitossociológicos de regeneração natural da Mata Mané do Doce, onde DR = Densidade Relativa, FR = Freqüência Relativa , DOR = Dominância Relativa e VI = Valor de.Importância.
Nome científico DR(%) FR(%) DOR(%) VI
Annona glabra 18,14 8,60 13,79 40,53 Protium giganteum 8,82 6,45 23,82 39,10 Pogonophora schomburkiana 4,41 5,38 22,96 32,75 Nectandra cuspidata 8,82 4,30 6,49 19,61
Eschweilera ovata 5,88 5,38 4,36 15,62 Siparuna guianensis 4,41 3,23 3,80 11,44 Gratteria schlechtendaliana 5,88 2,15 2,78 10,82 Brosimum discolor 3,92 4,30 2,57 10,79 Brosimum conduru 4,41 5,38 0,76 10,55 Myrcia rostrata 2,94 5,38 0,61 8,93 Miconia albicans 1,96 4,30 2,01 8,27 Maprounea guianensis 2,45 2,15 1,85 6,45 Caraipa densifolia 2,45 2,15 1,22 5,83 Pouteria grandiflora 1,47 3,23 0,86 5,56 Psychotria sessilis 2,45 2,15 0,91 5,51 Cordia nodosa 1,47 3,23 0,26 4,96 Campomanesia xanthocarpa 1,47 3,23 0,23 4,93 Mabea occidentalis 1,96 2,15 0,50 4,61 Sorocea hilarii 1,47 2,15 0,66 4,28 Rheedia gardneriana 1,47 2,15 0,51 4,14 Ficus gomeleira 1,96 1,08 1,08 4,11 Simarouba amara 0,98 2,15 0,86 3,99
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Dialium guianensis 0,98 1,08 1,72 3,78 Indeterminada 0,98 2,15 0,33 3,46 Eugenia sp 0,98 2,15 0,18 3,31 Cestrum megalophyllum 1,47 1,08 0,34 2,89 Manilkara salzmanii 0,49 1,08 1,19 2,76 Pourouma guianensis 0,49 1,08 1,19 2,76 Trichilia silvatica 0,98 1,08 0,66 2,72 Pera ferruginea 0,49 1,08 0,53 2,10 Thyrsodium schomburgkianum 0,49 1,08 0,38 1,95 Ocotea opifera 0,49 1,08 0,13 1,70 Allophylus sericeus 0,49 1,08 0,13 1,70 Agonandra sp 0,49 1,08 0,08 1,65 Casearia arbórea 0,49 1,08 0,06 1,63 Erythroxylum squamatum 0,49 1,08 0,06 1,63 Swartza pickelii 0,49 1,08 0,05 1,61 Aspidosperma discolor 0,49 1,08 0,03 1,60
As dez espécies mais presentes na regeneração natural que mais se
destacaram em todos os parâmetros fitossociológicos estudados foram:
Annona glabra, Protium giganteum, Pogonophora schomburkiana, Eschweilera
ovata, Siparuna guianensis, Gratteria schlechtendaliana, Brosimum discolor,
Brosimum conduru, Myrcia rostrata e Miconia albicans.
Ao se comparar com as adultas, verifica-se que a maioria encontrada na
regeneração possui representantes desenvolvendo-se normalmente na Mata
Mané do Doce. Analisando a composição da vegetação arbórea da Mata Mané
do Doce verifica-se que as espécies com grande número de indivíduos nas
classes menores de diâmetro tendem a estar presentes na floresta futura
daquele local. Essa afirmativa é constatada quando se observam na
regeneração os resultados e se verifica a presença dessas espécies em
destaque no povoamento. Fica evidente, no entanto, que a Mata Mané do Doce
está desenvolvendo seu processo sucessional de forma eficiente e garantindo
a fitofisionomia da região, ou seja, a Floresta Ombrófila Densa de Encosta.
Citiadini-Zanette (1995), afirma que as espécies que ocorrem em todas as
classes de altura teoricamente possuiriam maior potencial para participar da
composição futura da floresta, ou seja, são as que melhor conseguem
estabelecer-se na floresta futura.
135
O destaque fica para Annona glabra, com 38 indivíduos. É uma espécie
secundária inicial, que normalmente possui altura média de 12 m e diâmetro
em torno de no máximo 25,0 cm. Essa espécie é seguida por Protim giganteum
com 18 indivíduos amostrados. É também uma espécie secundária inicial cujas
dimensões estão próximas da Annona glabra.
Mata do Cuxio
FITOSSOCIOLOGIA
Em uma área amostrada de 2500 m2 (0,25 ha), equivalente a 10 parcelas de 10
m x 25 m, foram encontrados 274 indivíduos arbóreos, com 13 indivíduos
mortos. A maior altura foi detectada em indivíduos de Esclerolobium
densifolium e Parkia pendula, ambas com 35 m, os maiores diâmetros
encontrados foram das espécies citadas, com respectivamente 72,75 cm e
80,85 cm. Foram amostradas 22 famílias, 44 gêneros, 50 espécies e um índice
de diversidade de SHANNON e WEAVER (H') 3,50 nats/espécies. O número
de indivíduos estimado por hectare é de 1096. Resultado muito próximo da
Mata do Mané do Doce com 1180 indivíduos. Os parâmetros fitossociológicos
(Tabela 20) mostram a estrutura da mata com as espécies mais presentes na
área com ênfase em Densidade Relativa, Freqüência Relativa e Dominância
Relativa.
As espécies de maior VI (Valor de Importância) foram: Caraipa densifolia,
Manilkara salzmanii, Diplotropis purpurea var. brasiliensis, Euphorbiaceae,
Brosimum discolor, Annona salzmanii, Protium heptaphyllum, Thyrsodium
schomburgkianum, Pogonophora schomburkiana e Parkia pendula estas
espécies são as de maior destaque na Mata do Cuxio. Em relação ao total de
espécies amostradas, as famílias mais presentes foram Euphorbiaceae com
9,09 %, Lauraceae e Myrtaceae com 5,45 % cada, Anacardiaceae,
Apocynaceae, Burseraceae, Lecythidaceae, Leguminosae Caesalpinioideae,
Moraceae, Rubiaceae e Sapotaceae com 3,63 % cada.
136
Tabela 20 – Parâmetros fitossociológicos da Mata do Cuxio, onde DR = Densidade Relativa, FR = Freqüência Relativa , DOR = Dominância Relativa e VI = Valor de Importância.
Nome científico DR(%) FR(%) DoR(%) VI
Caraipa densifolia 4,03 2,58 16,88 23,49 Manilkara salzmanii 9,89 6,45 4,22 20,56 Diplotropis purpurea var. brasiliensis 2,56 3,23 10,16 15,95 Euphorbiaceae 4,40 3,23 6,66 14,28 Brosimum discolor 6,96 3,87 2,59 13,42 Annona salzmanii 5,49 3,87 3,50 12,87 Protium heptaphyllum 5,49 5,16 2,20 12,86 Thyrsodium schomburgkianum 5,49 3,87 3,24 12,60 Pogonophora schomburkiana 4,03 5,16 2,51 11,70 Parkia pendula 1,47 2,58 6,58 10,63 Sclerolobium densiflorum 1,10 1,29 8,05 10,44 Protium giganteum 2,93 3,87 2,97 9,78 Guatteria schlechtendaliana 4,40 3,87 1,06 9,33 Brosimum conduru 3,30 2,58 2,36 8,24 Nectandra cuspidata 3,30 3,23 0,46 6,98 Pouteria grandiflora 2,56 2,58 1,79 6,93 Aspidosperma discolor 2,93 1,94 1,86 6,72 Eschweilera apiculata 1,83 2,58 1,98 6,39 indeterminada 1,47 1,94 2,13 5,53 Eugenia sp 2,20 2,58 0,41 5,19 Himathantus bracteatus 1,47 2,58 1,02 5,06 Tapirira miriantha 0,73 1,29 3,01 5,03 Eschweilera ovata 1,47 1,94 1,37 4,77 Dialium guianensis 1,47 1,94 1,26 4,66 Pourouma guianensis 1,47 1,94 1,24 4,64 Schefflera morototoni 1,47 1,94 0,64 4,04 Rheedia gardneriana 1,47 1,94 0,41 3,81 Cecropia glaziovi 1,47 1,29 1,03 3,79 Virola gardineri 1,10 1,94 0,72 3,76 Psychotria sessilis 1,47 1,94 0,18 3,58 Bowdichia virgilioides 0,37 0,65 2,45 3,46 Mabea occidentalis 1,10 1,29 0,66 3,05 Calipthrantes sp 1,47 0,65 0,48 2,59 Pera ferruginea 0,73 1,29 0,47 2,50 Miconia calvescens 0,37 0,65 1,18 2,19 Simarouba amara 0,73 0,65 0,71 2,09 Ocotea opifera 0,73 1,29 0,05 2,08 Zanthoxyllum rhoifolium 0,37 0,65 0,51 1,53 Lonchocarpus guilleminianus 0,73 0,65 0,08 1,45 Bucho de veado 0,37 0,65 0,39 1,41 Hyeronima alchorneoides 0,37 0,65 0,09 1,10 Cupania racemosa 0,37 0,65 0,08 1,09 Annona glabra 0,37 0,65 0,07 1,08
137
Maytenus ilicifolia 0,37 0,65 0,06 1,07 Psychotria cartaginensis 0,37 0,65 0,06 1,07 Trichilia silvatica 0,37 0,65 0,04 1,06 Mapronea guianesis 0,37 0,65 0,04 1,05 Myrcia rostrata 0,37 0,65 0,04 1,05 Ocotea odorifera 0,37 0,65 0,02 1,04 Vismia guianesis 0,37 0,65 0,02 1,03
DISTRIBUIÇÃO DIAMÉTRICA
A distribuição diamétrica (Figura 41) na Mata do Cuxio é bastante semelhante à
Mata do Mane do Doce. Verifica-se na primeira classe de diâmetro (0,0 – 5,0
cm) 19. Na segunda classe (5,1 – 10, 0 cm) há um aumento expressivo no
número de indivíduos que sobe para 124 indivíduos. Nas classes subseqüentes
ocorre uma queda gradativa até a ultima Classe que é a décima sexta (16). No
caso das primeiras classes, a situação é semelhante à Mata Mane do Doce,
existe corte seletivo na área, há uma regeneração natural nas clareiras,
provocadas pelas derrubadas, que vêm recompondo a mata. Esta dinâmica
ocorre em função da ação antrópica na área o que provoca, com mais
intensidade, uma distribuição diamétrica na forma de “J” invertido o que,
normalmente, é esperado para uma floresta ineqüiânea secundária.
Da terceira classe (10,0 - 15,1 cm) até a oitava (60,1 - 65 cm) há uma
tendência das espécies se distribuírem de forma decrescente e gradativa na
comunidade florestal ali instalada. Quando se compara com a Mata Mané do
Doce, o que se verifica é a presença de um corte seletivo ainda mais intenso.
Nestas classes as espécies predominantes são as secundárias iniciais e
tardias. As demais classes apresentam indivíduos remanescentes que
sobreviveram aos cortes seletivos e se destacam em relação à comunidade
como um todo. Indivíduos de Esclerolobim densiflorum com 72,75 cm de DAP,
e Parkia pendula com 80, 85 cm de DAP são os representantes destes
remanescentes.
138
Mata do Cuxio
19
124
41
2722
11 105 5
2 3 2 10 1 1
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Classess de Diâmetro
Nú
mer
o d
e In
div
ídu
os
Figura 42 – Distribuição diamétrica dos indivíduos arbóreos da Mata do Cuxio em Classes de diâmetros com intervalo entre classes de 5,0 cm.
REGENERAÇÃO NATURAL
Nas dez sub-parcelas amostradas encontraram-se 228 indivíduos pertencentes
a 20 famílias e 34 espécies no levantamento da regeneração natural da Mata
do Cuxio. As estimativas dos parâmetros fitossociológicos da regeneração
natural encontram-se na Tabela 21 a seguir.
Tabela 21 – Parâmetros fitossociológicos de regeneração natural da Mata do Cuxio, onde DR = Densidade Relativa, FR = Freqüência Relativa , DOR = Dominância Relativa e VI = Valor de Importância.
Nome científico DR(%) FR(%) DoR(%) VI
Myrcia rostrata 21,49 6,80 7,37 35,66 Manilkara salzmanii 4,82 5,83 17,02 27,67 Protium giganteum 1,75 2,91 18,09 22,76 Mabea occidentalis 10,53 3,88 3,81 18,22 Pouteria scytalophora 7,89 7,77 0,27 15,93 Euphorbiaceae 5,70 5,83 1,50 13,03 Miconia calvescens 2,19 3,88 5,05 11,13 Rheedia gardneriana 3,95 4,85 2,30 11,10 Ingá tibaudiana 3,51 6,80 0,40 10,71 Brosimum conduru 2,63 3,88 3,47 9,99 Siparuna guianensis 1,32 2,91 5,69 9,92 Psychotria sessilis 4,82 2,91 1,92 9,66 Annona glabra 0,88 0,97 7,06 8,91 Nectandra cuspidata 2,19 3,88 1,81 7,88
139
Miconia albicans 3,51 3,88 0,27 7,66 Thyrsodium schomburgkianum 2,63 2,91 2,03 7,57 Eschweilera apiculata 2,19 3,88 1,26 7,33 Pogonophora schomburkiana 1,75 2,91 1,72 6,39 Brosimum discolor 0,44 0,97 4,97 6,38 Ixora sp 2,63 2,91 0,40 5,95 Swartza pickelii 3,07 1,94 0,27 5,28 Rheedia sp 1,75 2,91 0,14 4,81 Cupania racemosa 1,32 1,94 1,32 4,58 Parkia pendula 0,88 0,97 2,40 4,25 Eschweilera ovata 0,44 0,97 2,83 4,24 Simaruba amara 1,75 1,94 0,30 4,00 Campomanesia xanthocarpa 0,44 0,97 2,40 3,81 Protium heptaphyllum 0,88 1,94 0,68 3,50 Cordia nodosa 0,44 0,97 1,72 3,13 Pouteria grandiflora 0,44 0,97 1,03 2,44 Schefflera morototoni 0,44 0,97 0,20 1,61 Miconia sp 0,44 0,97 0,15 1,56 Zanthoxylum roifolium 0,44 0,97 0,10 1,51 Diplotropis purpurea var. brasiliensis 0,44 0,97 0,04 1,45
As dez espécies mais presentes na regeneração natural que mais se
destacaram em todos os parâmetros fitossociológicos estudados foram: Myrcia
rostrata, Manilkara salzmanii, Protium giganteum, Mabea occidentalis, Pouteria
scytalophora, Euphorbiaceae, Rheedia gardneriana, Inga tibaudiana e
Brosimum conduru.
Quando se compara com as adultas, verifica-se que a maioria encontrada em
regeneração possui representantes desenvolvendo-se normalmente na Mata
do Cuxio. A situação da comunidade é a mesma da Mata Mané do Doce, ou
seja, a composição da vegetação arbórea da Mata do Cuxio apresenta as
espécies com grande número de indivíduos nas classes menores de diâmetro
tendendo a estarem presentes na floresta futura desta comunidade.
O destaque fica para Myrcia rostrata que apresenta características de
secundária inicial, também em destaque Manilkara salzmanii e Protium
giganteum. São espécies que possuem características de tardia e secundária
inicial, respectivamente. Muito provavelmente estarão na floresta futura.
140
Mata do Piriquito
FITOSSOCIOLOGIA
Em uma área amostrada de 2500 m2 (0,25 ha ), equivalente a 10 parcelas de
10 m x 25 m, foram encontrados 251 indivíduos arbóreos, com 7 indivíduos
mortos. A maior altura foi detectada em indivíduos de Taprira guianensis e
Boudichia virgilioides. A primeira, com 66,53 cm de diâmetro e 35 m de altura. A
segunda, com 62,71 cm de diâmetro e 38 m de altura. Foram amostrados 19
famílias, 43 gêneros, 48 espécies e um índice de diversidade de SHANNON e
WEAVER (H') 3,47 nats/espécies. O número de indivíduos estimado por hectare
é de 1004, muito próximo da Mata do Cuxio, que foi de 1096, e menor da Mata
Mané do Doce, com 1180 indivíduos. Os parâmetros fitossociológicos (Tabela
22) mostram a estrutura da mata com as espécies mais presentes na área, com
ênfase em Densidade Relativa, Freqüência Relativa e Dominância Relativa.
As espécies de maior VI (Valor de Importância) foram: Pera ferruginea,
Thyrsodium schomburgkianum, Eugenia sp, Protium heptaphyllum, Helicostylis
tomentosa, Nectandra cuspidata, Annona glabra, Ocotea opifera, Bowdichia
virgilioides e Eschweilera ovata. Em relação ao total de espécies amostradas
as famílias mais presentes foram Moraceae 8,33 %, Euphorbiaceae,
Leguminosae papilionoideae e Sapotaceae com 6,25 % cada e.
Anacardiaceae, Burseraceae, Lauraceae, Lecythidaceae, Leguminosae
Mimosoideae com 4,16 % cada.
Tabela 22 – Parâmetros fitossociológicos da Mata do Periquito, onde DR = Densidade Relativa, FR = Freqüência Relativa, DOR = Dominância Relativa e VI = Valor de Importância.
Nome científico DR(%) FR(%) DOR(%) VIPera ferruginea 1,71 1,42 20,02 23,15 Thyrsodium schomburgkianum 11,11 4,96 0,02 16,10 Eugenia sp 1,28 1,42 12,40 15,10 Protium heptaphyllum 8,12 4,96 0,53 13,61 Helicostylis tomentosa 7,26 4,96 0,56 12,79 Nectandra cuspidata 5,98 4,96 1,51 12,46 Annona glabra 0,43 4,96 6,06 11,45 Ocotea opifera 2,56 3,55 5,05 11,16 Bowdichia virgilioides
4,27 3,55 2,04 9,86 Eschweilera ovata 4,27 4,26 0,44 8,97 Casearia arborea 0,85 1,42 5,97 8,24 Erythroxylum squamatum 0,85 1,42 5,74 8,02
141
Euphorbiaceae 2,56 2,13 3,20 7,89 Myrcia fallax 4,70 2,84 0,18 7,72 Tapirira guianensis 2,99 4,26 0,03 7,28 Schefflera morototoni 2,56 3,55 1,14 7,25 Pogonophora schomburkiana 0,43 0,71 5,64 6,78 Lonchocarpus guilleminianus 1,71 2,13 2,82 6,65 Parkia pendula 2,14 2,84 1,54 6,52 Aspidosperma sp 3,85 2,13 0,22 6,20 Maclura sp 2,99 2,84 0,31 6,13 Miconia bentaniana 2,99 2,84 0,24 6,07 Himathantus bracteatus 1,28 2,13 2,60 6,01 Simarouba amara 2,99 2,84 0,17 6,00 Caraipa densifolia 1,28 1,42 3,13 5,83 Trichilia silvatica 0,85 1,42 3,31 5,59 Myrcia rostrata 1,28 1,42 2,43 5,13 Prunus sellowii 1,71 2,13 0,60 4,44 Eschweilera apiculata 1,28 2,13 1,01 4,42 Siparuna guianensis 2,14 2,13 0,04 4,31 Mapronea guianensis 0,85 0,71 2,50 4,07 Inga thibaudiana 1,71 2,13 0,16 4,00 Miconia albicans 1,28 2,13 0,50 3,90 Diplotropis purpurea var. brasiliensis 0,43 0,71 2,55 3,68 Protium giganteum 0,85 1,42 0,47 2,75 Manilkara salzmanii 1,28 0,71 0,74 2,73 Ideterminada 0,43 0,71 1,04 2,18 Artocarpus integrifólia 0,43 1,42 0,12 1,97 Pouteria grandiflora 0,43 0,71 0,82 1,96 Chrysophyllum gonocarpum 0,43 0,71 0,65 1,78 Sloanea obtusifolia 0,43 0,71 0,58 1,71 Sebastiana sp 0,85 0,71 0,02 1,59 Couepia rufa 0,43 0,71 0,35 1,48 Tapirira miriantha 0,43 0,71 0,19 1,33 Ficus gomeleira 0,43 0,71 0,18 1,32 Sorocea hilarii 0,43 0,71 0,13 1,27 Pourouma guianensis 0,43 0,71 0,04 1,18
DISTRIBUIÇÃO DIAMÉTRICA
A distribuição diamétrica (Figura 42) na Mata do Periquito é bastante
semelhante à Mata do Cuxio. Verificam-se, na primeira classe de diâmetro (0,0
– 5,0 cm), 6 indivíduos. Na segunda classe (5,1 – 10, 0 cm) há um aumento
expressivo no número de indivíduos, que sobe para 109. Nas classes
subseqüentes ocorre uma queda gradativa até a ultima Classe que é a décima
quarta (14). No caso das primeiras classes, a situação é semelhante à Mata do
142
Cuxio. Há corte seletivo na área, o que promove uma regeneração natural nas
clareiras, provocadas pelas derrubadas, e conseqüentemente um número
grande de indivíduos jovens no local. Esta dinâmica ocorre em função da ação
antrópica na área onde a distribuição diamétrica apresenta-se na forma de “J”
invertido, o esperado para uma floresta ineqüiânea secundária.
Mata do Piriquito
21323356
10
20
30
51
109
6
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Classes de diâmetro
Nú
mer
o d
e in
div
ídu
os
Figura 43 – Distribuição diamétrica dos indivíduos arbóreos da Mata do Piriquito em Classes de diâmetros com intervalo entre classes de 5,0 cm.
Da terceira classe (10,1 - 15,0 cm) até a oitava (60,1 - 65 cm) há uma
tendência das espécies se distribuírem de forma decrescente e gradativa na
comunidade florestal do local. Situação muito semelhante à Mata do Cuxio,
descrita anteriormente. As demais classes apresentam indivíduos
remanescentes que sobreviveram aos cortes seletivos e se destacam em
relação à comunidade como um todo. Indivíduos de Taprira guianensis e
Boudichia virgilioides são, sem dúvidas, representantes autênticos destes
remanescentes com, respectivamente, 66,53 cm de diâmetro e 35 m de altura
e 62,71 cm de diâmetro e 38 m de altura.
143
REGENERAÇÃO NATURAL
Das dez sub-parcelas amostradas encontraram-se 193 indivíduos pertencentes
a 18 famílias e 35 espécies no levantamento da regeneração natural da Mata
do Piriquito. As estimativas dos parâmetros fitossociológicos da regeneração
natural encontram-se na Tabela 22, a seguir.
Tabela 22 – Parâmetros fitossociológicos da regeneração natural da Mata do Piriquito, onde DR = Densidade Relativa, FR = Freqüência Relativa , DOR = Dominância Relativa e VI = Valor de Importância.
Nome científico DR(%) FR(%) DoR(%) VISiparuna guianensis 16,06 7,79 14,37 38,23
Helicostylis tomentosa 10,88 6,49 14,81 32,19 Eschweilera ovata 11,92 5,19 10,79 27,90 Protium giganteum 4,66 9,09 9,03 22,78 Annona glabra 6,22 7,79 5,66 19,67 Cordia nodosa 8,29 5,19 3,04 16,52 Protium heptaphyllum 6,74 5,19 2,70 14,64 Thyrsodium schomburgkianum 4,15 3,90 5,84 13,88 Inga blancheitiana 3,11 1,30 9,23 13,64 Sorocea hilarii 3,63 6,49 0,71 10,83 Brosimum discolor 1,04 2,60 3,93 7,56 Pouteria grandiflora 2,59 2,60 1,41 6,59 Myrcia rostrata 2,07 1,30 3,17 6,54 Brosimum conduru 2,07 2,60 1,85 6,52 Miconia albicans 2,59 2,60 0,98 6,17 Nectandra cuspidata 0,52 1,30 3,80 5,62 Eschweilera apiculata 1,55 2,60 0,69 4,84 Psychotria sessilis 1,55 2,60 0,23 4,38 Myrcia fallax 1,04 2,60 0,37 4,00 Parkia pendula 0,52 1,30 2,03 3,85 Cestrum megalophyllum 1,04 1,30 0,64 2,97 Macrosamanea pedicellaris 1,04 1,30 0,56 2,90 Ocotea opifera 0,52 1,30 0,95 2,77 Cupania racemosa 0,52 1,30 0,68 2,50 Aspidosperma sp 0,52 1,30 0,46 2,27 Eugenea sp 0,52 1,30 0,36 2,18 Miconia bentaniana 0,52 1,30 0,36 2,18 Caraipa densifolia 0,52 1,30 0,28 2,09 Maclura sp 0,52 1,30 0,28 2,09 Campomanesia xanthocarpa 0,52 1,30 0,20 2,02 Pogonophora schomburkiana 0,52 1,30 0,20 2,02 Casearia arborea 0,52 1,30 0,14 1,96 Cecropia glaziovi Snethlage 0,52 1,30 0,09 1,91 Inga thibaudiana 0,52 1,30 0,09 1,91
144
Manilkara salzmanii 0,52 1,30 0,09 1,91
As dez espécies mais presentes na regeneração com destaque em todos os
parâmetros fitossociológicos estudados foram: Siparuna guianensis,
Helicostylis tomentosa, Eschweilera ovata, Protium giganteum, Annona glabra,
Cordia nodosa, Protium heptaphyllum, Thyrsodium schomburgkianum , Inga
blancheitiana e Sorocea hilarii.
Comparadas com as adultas, verifica-se que a maioria encontrada em
regeneração possui representantes desenvolvendo-se normalmente na Mata
do Periquito. A situação da comunidade é a mesma das Matas até então
estudadas, ou seja, a composição da vegetação arbórea da Mata do Periquito
apresenta as espécies com grande número de indivíduos nas classes menores
de diâmetro tendendo a estarem presentes na floresta futura desta
comunidade.
O destaque fica para Siparuna guianensis, uma espécie secundária bem
característica das florestas Estacionais Semidecíduas e das Florestas
Ombrófilas Densas. Também se destaca Helicostylis tomentosa e Eschweilera
ovata. Possuem características de secundária inicial e tardia, respectivamente.
São espécies garantidas na fitofisionomia futura.
Mata do Prejuí
FITOSSOCIOLOGIA
Na área de amostral de 2500 m2 (0,25 ha ), equivalente a 10 parcelas de 10 m x
25 m, foram encontrados 256 indivíduos arbóreos, com 10 indivíduos mortos. A
maior altura foi detectada em um indivíduo de Pera ferruginea com 35 m e o
maior diâmetro em um indivíduo de Parkia pendula com 89,45 cm. Foram
amostrados 24 famílias, 53 gêneros, 58 espécies e um índice de diversidade de
SHANNON e WEAVER (H') 1,59 nats/espécies. Quando se estima o número de
indivíduos por hectare, é de 1024. Número próximo da Mata do Piriquito, que foi
de 1004, difere um pouco da Mata do Cuxio, de 1096, e menor que a Mata Mané
do Doce, com 1180 indivíduos. Os parâmetros fitossociológicos (Tabela 23)
145
mostram a estrutura da mata com as espécies mais presentes na área com
ênfase em Densidade Relativa, Freqüência Relativa e Dominância Relativa.
Tabela 23 – Parâmetros fitossociológicos da Mata do Prejuí, onde DR = Densidade Relativa,
FR = Freqüência Relativa, DOR = Dominância Relativa e VI = Valor de Importância.
Nome científico DR(%) FR(%) DoR VI
Pera ferruginea 1,95 1,41 77,96 81,33 Annona glabra 11,72 7,04 2,04 20,80 Guatteria schelchtendaliana 8,20 2,82 0,67 11,69 Thyrsodium schomburgkianum 5,47 4,93 0,66 11,06 Nectandra cupidata 3,91 4,93 1,31 10,15 Parkia pendula 1,56 2,11 4,29 7,97 Brosimum discolor 3,52 3,52 0,51 7,55 Euphorbiaceae 3,91 2,82 0,78 7,51 Diplotropis purpurea var. brasiliensis 3,13 2,11 2,27 7,50 Eschweilera ovata 3,91 2,82 0,55 7,27
Helicostylis tomentosa 3,13 2,82 0,35 6,29 Protium heptaphyllum 3,13 2,82 0,32 6,26 Tapirira guianensi 2,73 2,11 1,40 6,25 Pouteria grandiflora 3,13 2,82 0,22 6,16 Protium giganteum 2,34 3,52 0,11 5,97 Miconia albicans 1,95 2,82 0,63 5,40 Dialium guianensis 1,95 2,82 0,51 5,28 Myrcia rostrata 1,56 2,82 0,04 4,42 Mabea occidentalis 2,34 1,41 0,39 4,14 Simaruba amara 1,56 2,11 0,24 3,92 Rheedia gardneriana 1,56 2,11 0,08 3,76 Ezembeckia sp 2,73 0,70 0,31 3,75 Pogonophora schomburgkiana 1,95 1,41 0,27 3,64 Pourouma guianensis 1,17 2,11 0,12 3,40 Schefflera morototoni 1,17 2,11 0,06 3,35 Pouteria scytalophora 1,56 1,41 0,30 3,27 Bowdichia virgilioides 1,17 1,41 0,59 3,17 Clusia nemorosa 1,17 1,41 0,20 2,78 Byrsonia sericea 0,78 1,41 0,53 2,72 Rubiaceae 1,17 1,41 0,08 2,66 Erythoxilum scamatum 1,17 1,41 0,04 2,62 Indeterminada 0,78 1,41 0,20 2,39 Croton gladulosum 0,78 1,41 0,19 2,38 Virola gardneri 0,78 1,41 0,08 2,27 Cordia selloriana 0,78 1,41 0,06 2,25 Ocotea odorifera 0,78 1,41 0,03 2,22 Cupania racemosa 1,17 0,70 0,02 1,90
146
Ocotea opifera 0,39 0,70 0,34 1,43 Sttyphnodendron pulcherrimum 0,39 0,70 0,28 1,37 Maclura sp 0,39 0,70 0,18 1,27 Piptocarpa sp 0,39 0,70 0,16 1,26 Annona glabra 0,39 0,70 0,13 1,22 Manilkara salzmanii 0,39 0,70 0,08 1,18 Hirtella racemosa 0,39 0,70 0,08 1,17 Caraipa densifolia 0,39 0,70 0,07 1,16 Rudgea erythrocarpa 0,39 0,70 0,06 1,16 Aspidosperma sp 0,39 0,70 0,06 1,16 Brosimum conduru 0,39 0,70 0,05 1,15 Sloanea obtusifolia 0,39 0,70 0,03 1,12 Gomidesia blanchetiana 0,39 0,70 0,02 1,11 Sebastiana sp 0,39 0,70 0,01 1,11 Psyconthria cartaginensis 0,39 0,70 0,01 1,10 Sorocea hilarii 0,39 0,70 0,01 1,10
Ouratea castanaefolia 0,39 0,70 0,01 1,10 Swartza pickelii 0,39 0,70 0,01 1,10 Eschwelera apiculata 0,39 0,70 0,00 1,10 Lonchocarpus guilleminianus 0,39 0,70 0,00 1,10 Symphonia globulifera 0,39 0,70 0,00 1,10
As espécies de maior VI (Valor de Importância) foram: Pera ferruginea, Annona
glabra Guatteria schlchtendaliana, Thyrsodium schomburgkianum, Nectandra
cuspidata, Parkia pendula, Brosimum discolor, Euphorbiaceae, Diplotropis
purpurea var. brasiliensis e Eschweilera ovata., as de maior destaque na Mata
do Prejuí. Em relação ao total de espécies amostradas, as famílias mais
presentes foram Euphorbiaceae 10,34 %, Moraceae 6,89 %, Annonaceae e
Sapotaceae 5,17 % cada, Anacardiaceae, burseraceae, Guttiferae, Lauraceae,
Lecythidaceae, Leguminosae Mimosoideae, Leguminosae Papilionoideae e
Myrtaceae 3,44 % cada.
DISTRIBUIÇÃO DIAMÉTRICA
A distribuição diamétrica (Figura 43) na Mata do Prejuí é semelhante à Mata do
Cuxio e do Piriquito. Verifica-se na primeira classe de diâmetro (0,0 – 5,0 cm)
147
19 indivíduos. Na segunda classe (5,1 – 10, 0 cm) há um aumento expressivo
no número de indivíduos que sobe para 97. Nas classes subseqüentes ocorre
uma queda gradativa até a sétima classe (30,1 – 35,0). No caso das primeiras
classes, a situação é semelhante às Matas até aqui analisadas. Há corte
seletivo na área, promovendo uma regeneração natural nas clareiras
provocadas pelas derrubadas, e conseqüentemente, um número grande de
indivíduos jovens no local, recompondo a mata. Esta dinâmica ocorre em
função da ação antrópica na área que induz ainda mais a distribuição
diamétrica na forma de “J” invertido, o esperado para uma floresta ineqüiânea
secundária.
Da terceira classe (10,1 - 15,0 cm) até a sétima (35,1 – 40,0 cm) há uma
tendência das espécies se distribuírem de forma decrescente e gradativa na
comunidade florestal ali instalada. Situação muito semelhante ás matas
anteriormente descritas. As demais classes apresentam indivíduos
remanescentes que sobreviveram aos cortes seletivos e se destacam em
relação à comunidade como um todo. Indivíduos de Parkia pendula e Pera
ferruginea são representantes autênticos destes remanescentes com,
respectivamente, 89,45 cm de diâmetro e 25 m de altura e 35,33 cm de
diâmetro e 35 m de altura.
148
Mata do Prejuí
110111211
75
12
18
33
42
97
19
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Classes de Diâmetro
Nú
mer
o d
e In
div
ídu
o
Figura 44– Distribuição diamétrica dos indivíduos arbóreos da Mata do Prejuí em Classes de diâmetros com intervalo entre classes de 5,0 cm.
REGENERAÇÃO NATURAL
Nas dez sub-parcelas amostradas encontraram-se 217 indivíduos pertencentes
a 23 famílias e 43 espécies no levantamento da regeneração natural da Mata
do Prejuí. As estimativas dos parâmetros fitossociológicos da regeneração
natural encontram-se na Tabela 24 a seguir.
Tabela 24 – Parâmetros fitossociológicos da regeneração natural da Mata do Prejui, onde DR = Densidade Relativa, FR = Freqüência Relativa , DOR = Dominância Relativa e VI = Valor de Importância.
Nome científico DoR DR FR VI
Annona glabra 10,37 12,44 8,65 31,46 Guatteria schlechtendaliana 6,08 13,36 3,85 23,29 Pouteria grandiflora 10,01 5,53 4,81 20,35 Brosimum discolor 6,84 6,45 5,77 19,06 Protium giganteum 8,87 4,15 5,77 18,79 Brosimum conduru 5,28 4,61 4,81 14,69 Siparuna guianensis 5,25 5,07 3,85 14,16 Protium heptaphyllum 8,30 1,84 2,88 13,03 Eschweilera ovata 0,91 5,07 6,73 12,71 Helicostylis tomentosa 6,85 3,69 1,92 12,46 Mabea occidentalis 7,80 1,84 0,96 10,61
149
Rheedia gardineriana 3,72 2,30 3,85 9,87 Myrcia sylvática 2,55 1,38 2,88 6,81 Psychotria sessilis 2,01 1,84 2,88 6,74 Miconia albicans 1,11 2,30 2,88 6,30 Nectandra cuspidata 1,46 1,84 2,88 6,19 Eugenia sp 1,34 1,84 2,88 6,07 Thyrsodium schomburgkianum 1,03 1,84 2,88 5,76 Pouteria scythalophora 1,09 2,30 1,92 5,32 Licania rigida 1,57 2,30 0,96 4,83 Cassia ferruginea 3,05 0,46 0,96 4,47 Eschweilera apiculata 0,72 1,38 1,92 4,03 Simaruba amara 0,25 1,38 1,92 3,56 Erythroxyllum scamatum 0,70 1,38 0,96 3,04 Campomanesia Xanthocarpa 0,10 1,84 0,96 2,90 Sorocea hilarii 0,26 1,38 0,96 2,60 Cordia nodosa 0,42 0,92 0,96 2,31 Swatza pickelii 0,38 0,92 0,96 2,26 Allophyllus edulis 0,28 0,92 0,96 2,16 Psychotria carthaginensis 0,53 0,46 0,96 1,95 Allophyllus sericeus 0,08 0,46 0,96 1,51 Cordia sellowiana 0,08 0,46 0,96 1,51 Erythroxyllum squamatum 0,08 0,46 0,96 1,51 Macrosamanea pedicellaris 0,08 0,46 0,96 1,51 Ocotea glomerata 0,08 0,46 0,96 1,51 Pogonophoraschomburgkiana 0,08 0,46 0,96 1,51 Pouruma guianensis 0,08 0,46 0,96 1,51 Symphonia globulifera 0,08 0,46 0,96 1,51 Casearia arborea 0,05 0,46 0,96 1,47 Inga thibaudiana 0,05 0,46 0,96 1,47 Prunus selowii 0,04 0,46 0,96 1,46 Dialiuim guianensis 0,02 0,46 0,96 1,44 Inga thibaudiana 0,02 0,46 0,96 1,44 Psychotria sessilis 0,01 0,46 0,96 1,44 indeterminada 0,01 0,46 0,96 1,43
As dez espécies mais presentes na regeneração natural que se destacaram em
todos os parâmetros fitossociológicos estudados foram: Annona glabra,
Guatteria schlechtendaliana, Pouteria grandiflora, Brosimum discolor, Protium
150
giganteum, Brosimum conduru Protium heptaphyllum, Siparuna guianensis
Protium heptaphyllum, Eschweilera ovata, e Helicostylis tomentosa.
Se comparadas com as adultas, verifica-se que a maioria encontrada em
regeneração possui representantes desenvolvendo-se normalmente na Mata
do Prejuí. A comunidade encontra-se com a mesma tendência, em termos de
estrutura, das matas até então estudadas, ou seja, a composição da vegetação
arbórea da Mata do Prejuí apresenta espécies com grande número de
indivíduos nas classes menores de diâmetro tendendo a estarem presentes na
floresta futura da comunidade arbórea estudada.
O destaque fica para Annona glabra., espécie secundária característica da
Floresta Ombrófila Densa. Destaca-se ainda Guatteria schlechtendaliana e
Pouteria grandiflora, espécies que possuem características de secundária
inicial, sendo que as mesmas estariam garantidas na floresta futura.
Análise da Reserva de Gurjaú
FITOSSOCIOLOGIA
Na área amostrada de 1,0 hectare, equivalente a 40 parcelas de 10 m x 25 m
(250 m2), correspondendo às quatro matas estudadas, foram encontrados 1075
indivíduos arbóreos, com 48 indivíduos mortos. A maior altura foi detectada em
um indivíduo de Pera ferruginea com 35 m e o maior diâmetro em um indivíduo
de Parkia pendula (Figura 44) com 89,45 cm. Foram amostrados 36 famílias, 81
gêneros, 104 espécies e um índice de diversidade de SHANNON e WEAVER
(H') 3,97 nats/espécies. Ferraz (2002) encontrou 1521 indivíduos arbóreos em
1,0 ha, pertencentes a 58 famílias, 96 gêneros e 151 espécies arbóreas em
estudo realizado no município de São Vicente Férrer – PE.
151
Figura 45 – Exemplar de Parquia pendula com 89,45 cm de diâmetro e 25,0 m de altura, mostrando a exuberância de remanescentes presentes nas matas da Reserva de Gurjaú.
Segundo Martins (1991), o índice de diversidade de SHANNON é influenciado
pela amostragem, oferecendo uma boa indicação da diversidade específica e
possibilitando comparar florestas em locais distintos. Estudos em Mata Atlântica
realizados por Melo & Matovani (1994), na ilha do Cardoso-SP apresentaram
valor de 3,64; Citadini-Zanette (1995), em Orleans-SC e Negrelle (1995), em
Itapoá-SC, mostram, respectivamente, valores de 3,81 e 3,62.
Nota-se uma grande variação nos valores de índice de diversidade
apresentados mesmo dentro de uma mesma região fitogeográfica. Isso se
deve, principalmente, às diferenças nos estágios de sucessão somados às
discrepâncias das metodologias diferenciadas de amostragem, níveis de
inclusão, esforços de identificações taxonômicas além, obviamente, das
dissimilaridades florísticas que as diferentes comunidades apresentam.
O número de indivíduos (1075) para Mata Atlântica não é dos melhores. Isto se
deve tão somente ao corte seletivo na área, ocorrendo em tempos passados
com mais intensidade que nos dias atuais, porém, ainda continua nas matas da
Reserva de Gurjaú.
152
Espécies com maiores valores de VI das Matas da Reserva de Gurjaú:
Simarouba amara, Annona glabra, Brosimum discolor, Caraipa densifolia,
Diplotropis purpurea var. brasiliensis, Pogonophora schomburkiana,
Eschweilera ovata, Mabea occidentalis, Tapirira guianensis, Schefflera
morototoni, Manilkara salzmannii,, Euphorbiacea, Annona salzmannii, Protium
heptaphyllum, Thyrsodium schomburgkianum, Parkia pendula, Pera ferruginea,
Eugenia sp, Helicostylis tomentosa, Nectandra cuspidata, Ocotea opifera,
Bowdichia virgilioides e Guatteria schlechtendaliana.
Famílias mais presentes nas matas da Reserva de Gurjaú: Anacardiaceae,
Annonaceae, Apocynaceae Burseraceae, Euphorbiaceae, Guttiferae, Lauraceae,
Lecythidaceae, Leguminosae Caesalpinioideae, Leguminosae Mimosoideae,
Leguminosae Papilionoideae, Moraceae, Myrtaceae, Sapotaceae e Rubiaceae.
DISTRIBUIÇÃO DIAMÉTRICA
Quando se analisa a área como um todo, verifica-se que, nas três primeiras
classes de diâmetro (0,0 – 5,0 cm de 5,1 – 10,0 cm e 10,1 – 15,0 cm),
encontra-se o maior número de indivíduos da comunidade em questão, ou seja,
697 (Figura 46). As demais apresentam uma diminuição no número de
indivíduos à medida que o diâmetro aumenta. Isso é esperado para uma
floresta inequiânea secundária em estágio inicial de sucessão, que apresenta
uma curva em forma de “J” invertido na sua distribuição diamétrica. As matas
que constituem a Reserva de Gurjaú possuem características de floresta
natural inequiânea, (Figura 45) conforme conceito dado por François De
Lioucourt, em 1898, segundo Meyer et al. (1952), citados por Mariscal Flores
(1993).
153
Figura 46 – Detalhe da distribuição diamétrica de indivíduos das espécies arbóreas na Reserva de Gurjaú.
O número muito grande de indivíduos nas classes iniciais mostra que esta
comunidade é jovem. Essa característica em classes de diâmetro menores
significa que a regeneração está eficiente, garantindo a formação da tipologia
florestal da região. Para Silva-Júnior (1984), um maior número de indivíduos
nas classes mais baixas mostra que a comunidade está em fase inicial de
desenvolvimento. Afirmação semelhante faz Martins (1991) ao estudar a Mata
da Capetinga, no Estado de São Paulo. Segundo o referido autor, o excesso de
classes baixas, em detrimento das médias, indica que a população arbórea
dessa mata ainda está em crescimento, sendo constituída na maioria por
jovens (Figura 46).
154
Figura 47 – Distribuição diamétrica de indivíduos arbóreos da Reserva de Gurjaú, por classes diamétricas, cujo intervalo entre classes é de 5,0 cm.
Na realidade, a reserva de Gurjaú sofre corte seletivo em toda a sua extensão.
Tais cortes, clandestinos, geram grandes clareiras e o processo de sucessão
naquele local se reinicia. Por serem várias em toda área, as predominâncias de
indivíduos jovens na mata é sempre incrementado, o que sugere um estágio
sucessional ainda inicial, mesmo com indivíduos remanescentes que escapam
do corte seletivo, e são, na maioria das vezes, de porte considerável. Isto ficou
bem claro quando destacamos por mata as espécies de maior porte para cada
área específica.
Reserva de Gurjaú
12123510812
15
313846
78
126
197
444
56
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Classes de diâmetro
Nú
mer
o d
e in
div
ídu
os
155
REGENERAÇÃO NATURAL
Nas 40 subparcelas, de 5,0 x 5,0 m, lançadas para estudo de regeneração,
foram amostrados 843 indivíduos, evidenciando uma excelente capacidade de
regeneração das espécies arbóreas na área de estudo. Ao se comparar com as
adultas, verifica-se que a maioria das espécies encontradas em regeneração
possui indivíduos adultos desenvolvendo normalmente na área de estudo.
Analisando a composição da vegetação arbórea do local, verifica-se que as
espécies com grande número de indivíduos nas classes menores de diâmetro
tendem a estar presentes na floresta futura do local. Essa afirmativa é
constatada quando se observa na regeneração os resultados e se verifica a
presença dessas espécies em destaque no povoamento. Fica evidente, no
entanto, que a vegetação arbórea estudada vem desenvolvendo seu processo
sucessional de forma eficiente, garantindo a fitofisionomia da região. Citadini-
Zanette (1995) afirma que as espécies que ocorrem em todas as classes de
altura da regeneração teoricamente possuíriam maior potencial para participar
da composição futura da floresta, ou seja, são as que melhor conseguem
estabelecer-se na floresta futura.
Na Figura 47 pode se verificar o desempenho da regeneração na área
estudada, que apresenta em sua dinâmica tendências diferenciadas,
principalmente quanto ao número de indivíduos por parcela. Para cada local,
ao longo da amostragem, ficaram claras as mudanças neste sentido, em
função basicamente do dossel mais fechado (Figura 48) ou mais aberto e
ambiente com mais umidade ou com menos.
Espécies que mais se destacaram na regeneração em termos de parâmetros
fitossociológicos das matas da Reserva de Gurjaú são: Annona glabra,
Guatteria schlechtendaliana, Pouteria grandiflora, Brosimum discolor, Protium
giganteum, Brosimum conduru, Protium heptaphyllum, Siparuna guianensis,
Eschweilera ovata, Helicostylis tomentosa, Cordia nodosa, Thyrsodium
schomburgkianum, Inga blancheitiana, Sorocea hilarii, Myrcia rostrata,
Manilkara salzmannii, Mabea occidentalis, Pouteria scytalophora,
Euphorbiaceae, Rheedia gardneriana, Inga tibaudiana, Pogonophora
156
schomburkiana e Miconia albicans. Estas espécies, além de possuírem
representantes adultos, aparecem nas três classes de altura de regeneração.
Neste caso as mesmas estarão garantidas na floresta futura e, sem dúvidas,
farão parte da fitofisionomia da região.
Figura 48 – Detalhe da regeneração nas matas da Reserva de Gurjaú, em local de dossel mais aberto, apresentando uma grande densidade.
Figura 49 - Detalhe do dossel mais fechado da área de estudo, com tronco de Macrosamanea pedicellaris, em primeiro plano.
157
Introdução
O fim do século XX e a passagem do segundo para o terceiro milênio
trouxeram algumas preocupações e novos desafios. O “ano 2000” tem sido
ligado com freqüência à denominação de iniciativas internacionais que
consideram um planejamento a longo prazo para as atividades de natureza
global. São exemplos: a Agenda 21, Educação 2000+, Botânica 2000, espécies
2000, Agenda Sistemática 2000. Entretanto, novos paradigmas sobre a
mudança global, diversidade e sustentabilidade emergem como resultado de
um aumento crescente na escala de percepção e de compreensão do mundo.
Eles refletem também uma maior consciência do poder da humanidade para
influenciar seu ambiente de forma dramática, chegando a modificar o curso de
sua própria evolução.
Além disso, as questões que emanam da diversidade biológica, mudança
global e desenvolvimento sustentável constituem a tríade sobre a qual se
baseou a Conferência Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento,
realizada em 1992, no Rio de Janeiro (ECO 92). A Convenção sobre a
Diversidade Biológica, assinada nessa época por mais de 162 países, foi
ratificada. Esta Convenção representa uma importante conquista, visando frear
a destruição das espécies, habitats e ecossistemas, considerando a
biodiversidade um recurso para a construção do desenvolvimento.
A biodiversidade pode ser entendida de duas formas: pode ser vista como um
recurso e/ou como uma propriedade da vida. A percepção pública da
biodiversidade evoluiu rapidamente de um estágio dominado pelo medo da
perda de certas espécies carismáticas da fauna e flora, para aquele da
Convenção, no qual a biodiversidade é percebida como um recurso precioso
que devemos conservar e manejar para benefício de gerações humanas
presentes e futuras.
Há pouco mais de dez anos, pouca importância era dada ao conceito de
diversidade biológica, surgindo o termo biodiversidade aproximadamente em
1986. Geralmente os taxonomistas tratam os grupos florísticos e faunísticos
4.2.7 Biologia da Conservação
158
como organizações em mosaicos de espécies. A descrição e os índices de
diversidade biológica tratam apenas do número de espécies que integram as
comunidades, ecossistemas e paisagens. Por outro lado, os biólogos
moleculares, os geneticistas e os biólogos do desenvolvimento se centram,
sobretudo, em demonstrar a unidade da vida, mais que explicar qual o
significado da biodiversidade (Dobson 1995; Younès 2001).
A biologia da conservação é uma ciência multidisciplinar que foi desenvolvida
como resposta à crise com a qual a diversidade biológica se confronta
atualmente (Soulé 1985).
A biologia da conservação tem dois objetivos: primeiro, entender os efeitos da
atividade humana nas espécies, comunidades e ecossistemas, e, segundo,
desenvolver abordagens práticas para prevenir a extinção de espécies e, se
possível, reintegrar as espécies ameaçadas ao seu ecossistema funcional
(Primack e Rodrigues 2001).
Diante da necessidade de tratar as sérias ameaças à diversidade biológica,
não solucionada pelas disciplinas tradicionais aplicadas, é que surgiu a biologia
da conservação.
A biologia da agricultura, silvicultura, do gerenciamento da vida silvestre e da
piscicultura ocupam-se basicamente com o desenvolvimento de métodos para
gerenciar umas poucas espécies para fins mercadológicos e de recreação.
Geralmente estas disciplinas não tratam da proteção de todas as espécies
existentes nas comunidades, e caso as tratem, o fazem como um assunto
secundário (Primack e Rodrigues op cit).
A biologia da conservação complementa as disciplinas aplicadas fornecendo
uma abordagem mais teórica e geral para a proteção da diversidade biológica;
ela se difere das demais disciplinas porque leva em consideração, em primeiro
lugar, a preservação a longo prazo de todas as comunidades biológicas, e
coloca os fatores econômicos em segundo plano (Primack e Rodrigues op cit).
As disciplinas de biologia populacional, taxonomia, ecologia e genética
constituem o centro da biologia da conservação e muitos profissionais
procedem dessas áreas.
159
Uma vez que grande parte da crise da biodiversidade tem origem na pressão
exercida pelo homem, a biologia da conservação também incorpora idéias e
especificidade de várias outras áreas, além da biologia. Por exemplo, a
legislação e a política ambiental dão sustentação à proteção governamental de
espécies raras e ameaçadas e de habitats em situação crítica. A ética
ambiental oferece fundamento lógico para a preservação das espécies. As
ciências sociais, tais como antropologia, sociologia e geografia fornecem a
percepção de como as pessoas podem ser encorajadas e educadas para
proteger as espécies encontradas em seu ambiente imediato. Os economistas
ambientais analisam o valor econômico da diversidade biológica para sustentar
argumentos em favor da preservação. Ecologistas e climatologistas de
ecossistemas monitoram as características físicas e biológicas do meio
ambiente e desenvolvem modelos para prever as respostas para os distúrbios.
Sob vários aspectos a biologia da conservação é uma disciplina de crise. As
decisões sobre assuntos relativos à conservação são tomadas diariamente,
muitas vezes com informação limitada, e com forte pressão do tempo. A
biologia da conservação tenta fornecer respostas a questões específicas
aplicáveis a situações reais. Tais questões são levantadas no intuito de
determinar as melhores estratégias para proteger as espécies raras, conceber
reservas naturais, iniciar programas de reprodução para manter a variação
genética de pequenas populações e harmonizar as preocupações
conservacionistas com as necessidades do povo e governo locais.
As funções ambientais de regulação, suporte, produção e informação são
atribuídas, sobretudo, às áreas naturais. A Biologia da Conservação tem por
finalidade proteger essas áreas naturais, promover a qualidade de vida, e
conseqüentemente viabilizar o desenvolvimento sustentado. Dessa forma, a
Biologia da Conservação busca assegurar que as populações possam
continuar a responder as variações ambientais de uma forma adaptativa. A
Reserva de Gurjaú constitui uma dessas áreas naturais de Pernambuco.
A Reserva de Gurjaú encontra-se inserida na porção Sul da região
metropolitana do Recife, precisamente na divisa dos municípios de Jaboatão
dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho e Moreno. Está situada a Noroeste
160
da usina Bom Jesus, entre os engenhos São Salvador, São Brás e São João
Rochas Velhas, com cerca de 744,47 ha inserida no município do Cabo de
Santo Agostinho, 157,44 ha em Jaboatão dos Guararapes e 157,19 ha em
Moreno, totalizando 1.077,10 ha. A reserva foi criada através do Decreto
Estadual no 9.985 de 13 de janeiro de 1987.
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) criado pela Lei
Federal no 9.985 de 18 de junho de 200 não contempla a categoria de Reserva
Ecológica, daí a necessidade da recategorização em área de proteção integral
ou de uso sustentado, no entanto, a legislação estabeleceu cerca de dois anos
para enquadramento sem que o Estado tomasse qualquer decisão sobre suas
reservas, dentre elas a Reserva Ecológica de Gurjaú.
Por outro lado, Gurjaú, que apresenta mais de 1000 ha, enquadra-se em um
tamanho mínimo necessário para torna-se viável como unidade de
conservação segundo alguns autores. Dessa forma, pretende-se caracterizar
os moradores da Reserva de Gurjaú, quanto ao uso do solo, relação com o
meio ambiente e percepção ambiental. Associando essa diagnose os
resultados dos levantamentos da biodiversidade, para elaboração de um
zoneamento da área e proposição de uma unidade, segundo critérios
estabelecidos pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação.
METODOLOGIA
Foi realizado um reconhecimento de toda a área da Reserva, servindo-se de
mapas, evidenciando-se os marcos topográficos, assim como com a ajuda de
um morador de Gurjaú.
Para um melhor aproveitamento das visitas de campo e a título de metodologia
de trabalho, a Reserva Gurjaú foi dividida em dois subconjuntos, sendo o
primeiro (Área 1) compreendido por: Rua da Capela, Rua da Cachoeira, Rua
dos Ventos, Porteira Preta, Sítio Porteira Preta, Jaqueira e Sítio dos Periquitos
e o segundo (Área 2), por São Salvador. Primeiramente os trabalhos de
Biologia da Conservação foram aqueles relacionados à área 1. A segunda
etapa foi a área 2, localizada em São Salvador, onde foi encontrado o maior
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adensamento populacional de posseiros com atividades agrícolas de
subsistência e comercial, assim como pecuária. Assim, a Área 1 foi aquela que
constituiu a primeira etapa dos levantamentos. Dando-se continuidade a de
São Salvador, a Área 2, foi trabalhada por um período mais longo por tratar-se
de uma área onde foi observado um maior adensamento populacional de
posseiros com atividades agrícolas de subsistência e comercial e também de
pecuária de pequeno porte (Fig. 49). Para um melhor reconhecimento das
áreas recenseadas, foram confeccionados croquis dividindo a reserva em
setores – em São Salvador, setores de A a L - tendo-se o cuidado de
georeferenciar cada casa.
Questionários foram aplicados entre os posseiros/moradores da reserva de
Gurjaú com o objetivo de aferir a forma de uso do solo, conflitos, relação com o
meio ambiente e percepção ambiental na área da reserva, avaliar o tipo de
atividade agrícola, relação do posseiro com a reserva (forma de uso),
perspectivas com a implantação de uma unidade de conservação, dentre
outras, conforme modelo em anexo.
Os questionários sócio-econômico-ambientais foram aplicados durante seis
dias por mês no período do levantamento. Por ocasião da diagnose, foram
anotadas as coordenadas geográficas de todas as posses.
Ao final do levantamento foram associados os resultados obtidos na diagnose
sócio-econômica-ambiental com aqueles da biodiversidade resultando na
proposta de zoneamento da unidade, assim como a sugestão da sua forma de
uso.
Resultados
Uma vez conhecida a área da Reserva Gurjaú, foi dado início o levantamento
para o estudo da Biologia da Conservação. Ao total, foram aplicados 284
questionários entre os posseiros da reserva de Gurjaú. Menos de 5% desse
total não foram entrevistados, uma vez que as casas encontravam-se fechadas
ou desocupadas. Nestes casos foram feitas outras tentativas no intuito de
encontrar os moradores, mas não houve sucesso. Mesmo assim, as casas
foram georeferenciadas. Este percentual foi encontrado em São Salvador.