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Outubro de 2009 Tecnologias de informação e comunicação Núcleo Gerador: Cultura, Comunicação e Media Formadora: Carla Carvalho

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Tecnologias de informação e comunicaçãoNúcleo Gerador: Cultura, Comunicação e Media

Formadora: Carla Carvalho

Outubro de 2009

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Índice

O que são as Tecnologias de Informação e comunicação? 3Principais características. 3A Internet e a Cultura. O museu virtual e a memória colectiva. 4Redefinição da arte através da Internet 5As TIC a Formação e o Trabalho 6A evolução da utilização das TIC 6A evolução da utilização das TIC nas Empresas ................................................................................ 8

Vantagens das TIC no colectivo profissional..................................................................................... 9

As Novas Tecnologias de Informação e Comunicação ao serviço da ergonomia do trabalho ............. 11

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O que são as Tecnologias de Informação e Comunicação?

Chamam-se de Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTICs) às tecnologias e métodos para comunicar surgidas no contexto da Revolução Informacional, "Revolução Telemática" ou Terceira Revolução Industrial, desenvolvidas gradativamente desde a segunda metade da década de 1970 e, principalmente, nos anos 1990. A imensa maioria delas caracteriza-se por agilizar, horizontalizar e tornar menos palpável (fisicamente manipulável) o conteúdo da comunicação, por meio da digitalização e da comunicação em redes (mediada ou não por computadores) para a captação, transmissão e distribuição das informações (texto, imagem, estática, vídeo e som). (in Wikipédia)

Principais características.

As TIC resultam da aproximação de três domínio distintos: a informática, que favoreceu a interactividade, o audiovisual, em que o som e a imagem estão disponíveis para uso doméstico e profissional (multimédia), e as telecomunicações que permitem o estabelecimento do contacto e da comunicação dos homens entre si, assim como a circulação de dados, de informações e das linguagens, superando o espaço. A junção destes três domínios fazem das TIC um meio de aquisição, produção, armazenamento, tratamento, comunicação, registo e apresentação de informações de forma rápida e em grande quantidade, em forma de voz, imagens, de dados contidos em sinais de natureza acústica, óptica ou electromagnética.

Informática

(robótica, bases de dados, hipertexto)

Audiovisual(video)

Telecomunicações(telemóvel, satélite)

Multimédia(realidade virtual, videojogos,

DVD)

Mass Media(TV, jornais on-line)

Telemática (Internet, GPS)

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Estas tecnologias têm características distintivas:

Instantaneidade – rompe barreiras espaço/temporais do mundo real facilitando a rapidez de conexões, de acesso, de consultas e de intercâmbio de informação.

Digitalização – sob a codificação numérica de toda a informação analógica permite a produção, armazenamento, mistura e transmissão de todo o tipo de informação pelos mesmos canais, assim como a reformulação de conteúdos, possibilitando a reinterpretação da realidade. (alta definição e realidade virtual)

Imaterialidade – os textos aparecem em formato digital (hipertexto), abdicando do suporte material da informação (por exemplo o papel)

Interactividade – relação entre o Homem e a máquina, assim como o indivíduo e os outros membros da sociedade. As TIC vêm gerando novas formas de interactividade donde resultam novos grupos, novas ligações sociais e nomeadamente novas comunidades virtuais.

Papel activo do utilizador no que respeita a sua busca de informação.

Para além de detentoras de todas estas características distintivas, as TIC estão a contribuir de uma forma fundamental para a transformação da organização espacial e temporal da vida social carregando um potencial para o impacto socioeconómico para que possa aludir a uma revolução comunicacional assim como para uma revolução cultural.

A Internet e a Cultura. O museu virtual e a memória colectiva.

Outro elemento característico das TIC é permitir que a sociedade se torne mais justa, na medida em que permite um acesso comunitário e igualitário a qualquer tipo de informação. Neste campo podemos incluir o contacto com a cultura.

As TIC revelaram-se um meio eficaz de permitir que a colecção de arte de um determinado museu que está a quilómetros de distância nos deslumbre com um simples clique, ultrapassando todas as barreiras espacio/temporais. Ao navegarmos no ciberespaço somos invadidos por uma quantidade infinita de sites de museus que utilizam a internet para

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poderem expor as suas colecções permitindo o acesso mais igualitário a bens culturais. Este tipo de divulgação da Arte e da memória colectiva, ou seja, do património de um povo ou de uma sociedade adquiriu a

designação de Museu Virtual. O Património tem um papel preponderante na comunidade local onde se insere. Esta pode ser um elo de fortalecimento da identidade dessa comunidade e um factor de

desenvolvimento local, económico, social, turístico e cultural. Sendo assim, torna-se necessário proteger e divulgar o património.As instituições que gerem o património cultural em geral estão a apostar nas TIC (nomeadamente a Internet) como um meio seguro, fácil e económico e de grande impacto para a difusão das suas colecções e das suas iniciativas.

hh

Redefinição da arte através da Internet.

Museus

+Internet

Potencial informativo; Democratiza o acesso à informação e a determinados tipos de bens culturais; Facilita a comunicação entre as pessoas e as instituições; Universaliza as oportunidades, eliminado barreiras espaciais, geográficas e temporais; Massiva, rápida, imediata, económica; Facilidade de actualização da informação; Potencial interactivo que facilita uma relação activa entre o utilizador e a instituição; O espectador deixa de ser passivo e converte-se num sujeito activo, sendo o protagonista

do seu processo de aprendizagem.

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A inserção das TIC em todas as dimensões da vida social trouxe modificações também no campo da ARTE:

Novas formas de criação e percepção da Arte;

Redefinição da noção de autor, observador, objecto de arte e originalidade, isto é, a possibilidade de constantes melhoramentos de uma determinada obra de arte por vários participantes, fazendo com que este se torne de domínio público.

A troca de saberes em rede promove um “faça você mesmo” que reforça uma inteligência colectiva.

Inversão de direitos autorais pelo Copyleft (≠ de Copyright ©) - É uma forma de usar a legislação de protecção dos direitos de autor com o objectivo de retirar barreiras à utilização, difusão e modificação de uma obra criativa devido à aplicação das normas de propriedade intelectual, sendo assim do domínio público. Uma das razões mais fortes para os autores e criadores aplicarem o copyleft aos seus trabalhos é criarem condições para que as pessoas se sintam livres para contribuir com melhoramentos e alterações a essa obra num processo continuado. (in

Wikipédia) A aliança da Arte com as novas tecnologias de informação e

comunicação tem como objectivo principal a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. É uma premissa fundamental para a prática democrática, incluindo um direito cultural que preserva o acesso aos bens e também promove a potencialização da sua capacidade inventiva que pressupõe uma liberdade criativa.

As TIC a Formação e o Trabalho

Visto que a transversalidade é algo característico das TIC, e visto que estamos numa sociedade da informação e do conhecimento, elas trouxeram uma necessidade urgente de constante actualização de conhecimentos, quer a nível pessoal mas também a nível profissional. Tal como refere Roberto Carneiro no editorial da revista electrónica “e-Learningpapers”: “A transformação recorrente tanto da actividade como dos postos de trabalho faz com que sejam necessárias novas competências, mudanças organizacionais nas empresas e reciclagem de conhecimentos.” Desta forma, é necessário, para podermos atingir esse fim, que a formação ganhe um papel importante nesta área. Sendo assim a educação e formação passam a desempenhar um papel determinante enquanto factores de integração social.

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A evolução da utilização das TIC nos agregados domésticos

As TIC têm evoluído muito ao longo dos anos tendo havido um grande avanço desde os anos 90, quer ao nível do nº de utilizadores, quer ao nível da facha etária e sexo. Aqui estão alguns dados do INE que nos permitem perceber mais aprofundadamente a importância das TIC na nossa sociedade quer no que respeita o uso doméstico quer no uso empresarial.

2004 2005 2006 2007 2008

41.3 42.545.6

48.3 49.8

26.2

31.535.2

39.6

46

12.3

19.7

24

30.4

39.3

Computador Internet Banda Larga

1

No primeiro trimestre de 2008 aproximadamente metade dos agregados domésticos tinham acesso a computador e 46% dispunha de ligação à internet em casa. Em relação a 2004 observa-se um aumento médio anual de 35,2% no que se refere à ligação por banda larga, de 16,4% na ligação à internet e de 5,9% no acesso a computador a partir de casa.Visto que a evolução da utilização das TIC pelo agregado doméstico de está a tornar cada vez maior, será necessário focar as vantagens das TIC na gestão do recursos domésticos. Sendo assim, e tendo como base as TIC, estas possibilitam actividades nos seguintes níveis:

Correio electrónico (e-mail) – encomendar pela internet: Comida / artigos para a casa Filmes, música, livros, revistas, jornais, materiais de e-learning Roupas/ equipamentos desportivos Hardware informático Software informático

1 Dados do Instituto Nacional de Estatística (Abril de 2009)

TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO AGREGADO DOMÉSTICO (%)

1

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Equipamentos electrónicos Aquisição de acções da bolsa Viagens e alojamento Bilhetes de espectáculos/eventos Lotarias e apostas

Utilização das redes de multibanco Carregamentos de telemóvel Pagamentos efectuados através de internet Pagamento de encomendas Pagamento de serviços Transferências Compra de bilhetes de espectáculo

Actividades de comunicação e de partilha e obtenção de conteúdo audiovisual na internet e actividades realizadas no telemóvel

Telefonar Fazer chamadas de vídeo Colocar mensagens em chats Comunicar através de mensagens escritas em tempo real (ex:

Messenger) Ler blogs Ouvir rádio ou televisão Fazer download e ouvir músicas Utilizar programas de partilha de ficheiros para trocar filmes,

música ou ficheiros de vídeo Utilizar o serviço de podcast Jogar em rede com outras pessoas Colocar conteúdo num website partilhado

Actividades realizadas no telemóvel Enviar fotos ou ficheiros de vídeo Transferir fotografias Navegar na internet Fazer download ou ver televisão ou vídeo Pesquisar locais ou moradas

Compra e venda de bens e serviços Efectuar serviços bancários através da internet (Homebanking) Pagamento de serviços

Ligação a organismos e serviços públicos Obter informações através de sites dos organismos da

Administração Pública Fazer download de impressos ou formulários fiscais Preencher e enviar formulários on-line

Educação e formação

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Desenvolver actividades de educação formal Realizar cursos de educação pós-formal

A evolução da utilização das TIC nas Empresas

10 a 49 fun-

cionários

50 a 249 funciOnários

mais de 250 funcionários

80

92100

67

8798

22

43

69

Computador Internet Website

2

2 Dados do Instituto Nacional de Estatística (2004)

TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NAS EMPRESAS SEGUNDO O Nº DE FUNCIONÁRIOS (%) - 2008

TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NAS EMPRESAS SEGUNDO O Nº DE FUNCIONÁRIOS (%) - 2004

2

9

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10 a 40 funcionários 50 a 249 funcinários mais de 250 funcionários

95.4 99.5 100

90.698.9 100

42.2

68.8

92.2

8997.1 100

computador internet website uitliza e-mail

3

A análise dos gráficos representados permite-nos tirar uma conclusão muito clara: as TIC ganharam grande importância no funcionamento das empresas, visto que a quase totalidade as utiliza como parte vital para o funcionamento das mesmas. O correio electrónico provou ser uma meio fácil, rápido e económico de comunicação e até mesmo de realização de negócios, pois é através desta forma de comunicar que se fazem trocas de documentação de grande importância para a realização destes.

Vantagens trazidas pela evolução das TIC no colectivo profissional

“No contexto de mundialização das actividades económicas, a inovação tem um papel determinante na eficiência económica. As novas ideias em termos de produtos, organização de processos e formas de comercialização, a par dos recursos técnicos, são factores que induzem ao desenvolvimento (...). A capacidade de aprender determina o sucesso económico não apenas das empresas e actividades mas também das regiões e países. A aprendizagem é um processo interactivo socialmente enraizado a sua eficiência depende da configuração institucional do sistema de inovação social (...).

As TIC, ao permitirem reduzir o atrito a distância para os contactos entre pessoas e organizações e instituições (...) e ao diminuir o factor de complexidade do tratamento e troca de informação desempenha um papel fundamental para a ocorrência de interacções e apoiar os processos de inovação (...).

O desenvolvimento impõe igualmente condições de igualdade e oportunidade, quer em termos individuais, quer no que respeita às organizações e instituições. 3 Dados do Instituto Nacional de Estatística (2008)

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As TIC, ao permitirem estar em rede, com benefícios de interacção e de acesso à informação que daí advém, possuem um potencial de melhoria dos padrões de competitividade económica. As TIC devem estar disponíveis a todos os indivíduos e organizações com uma qualidade mínima (...). As reduzidas oportunidades para trocar e usar informação estão igualmente associadas (...) aos rendimentos, à capacidade de criar redes sociais e económicas (...) e às preferências culturais dos indivíduos.”4

No que respeita os vários tipos de Empresas em Portugal torna-se necessário intervir em várias áreas para que estas (maioritariamente PMEs) possam competir em pé de igualdade com as empresas estrangeiras:

Desenvolvimento de novas redes de cooperaçãoUtilização intensivo das TIC no “upgrade” tecnológico de produtos e serviçosReforçar a competitividade, ligação aos mercados e consumidores Promoção de produtos e empresasCriar postos de trabalho de elevada qualificação

Para além das mudanças necessárias, as TIC trazem muitas vantagens:

Acesso a novas oportunidades tal como maior exposição do produto (através do uso de sites)Cartão-de-visita das empresasAumento da rapidez da comunicação quer a nível exterior como interior (intranet) dotando-a de rapidez e eficácia dentro a própria empresa.Facilita a administração em geralPermite o armazenamento de toda a informação relativa à empresa (tornando os arquivos mais fáceis e sempre disponíveis para consulta).

Armazenamento de dados: Toda empresa cria uma grande quantidade de dados cruciais que precisam ser armazenados em backup. Isso significa que são guardados num local de fácil acesso e podem ser recuperados. Nos negócios, nunca se sabe o que poderá ocorrer. Todos estão sujeitos a cortes de energia, incêndios, roubos, inundações e danos acidentais. Se houver não tiver backup de dados vitais, os efeitos poderão ser desastrosos. A recuperação poderá ser muito cara. Torna-se necessário fazer um backup regular das informações, em disco (CD). Outra solução é o armazenamento em rede. Este automatiza muitas tarefas de backup regular e facilita sua execução. Ele oferece uma enorme capacidade de armazenamento, recursos de pesquisa instantâneos e imediatos e grande flexibilidade para adicionar dispositivos que podem entrar nos seus arquivos em qualquer local.

Recuperação de dados: visto que as empresas procedem ao constante armazenamento de toda a informação respeitante à sua actividade, correm o risco de perderem essa mesma informação. Para isso existem programas e técnicos especializados em

4 In, As TIC para um país competente (2005)

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recuperação de dados. Esta pode ser efectuada a partir de qualquer suporte de armazenamento: disco rígido, CD, pendrive, DVD, etc.

As Novas Tecnologias de Informação e Comunicação ao serviço da ergonomia do trabalho

A introdução das Novas Tecnologias Informatizadas (NTI) nas unidades produtivas , permite :

reduzir o tempo de trabalho, com a incorporação das novas tecnologias informatizadas, em cada unidade de produção;

racionalizar e optimizar os processos de trabalho; reduzir os custos de produção; integrar as distintas áreas funcionais da empresa; flexibilizar a produção, de modo a permitir uma adequação rápida e

constante às exigências do mercado; incrementar a produtividade no trabalho; controlar os processos de trabalho.

Estes são exemplos habituais do que as Novas Tecnologias Informatizadas proporcionam no mundo do trabalho actual. Por tudo isto, as diversas modalidades de automatização disponíveis na micro-informática, constituem hoje, uma ferramenta insubstituível na modernização do mundo laboral.Há que levar em consideração que a implementação das NTI no mundo do trabalho vai implicar inquestionavelmente outras inovações de carácter organizacional, tanto ao nível do próprio posto de trabalho, como ao nível da organização de todo o processo produtivo e da gestão de recursos humanos.O "símbolo" das NTI é, sem dúvida, o computador. Este é uma máquina electrónica programada para processar informação digital. Pode-se dizer, que o computador prolonga o cérebro humano, no que se refere ao raciocínio lógico, e que o completa, pela sua grande velocidade de tratamento da informação, traduzindo-se pela possibilidade de poder realizar milhões de operações por segundo, e pela extraordinária capacidade da sua potente memória, poder armazenar e restituir informação de uma forma rápida e eficaz.Vive-se numa sociedade informatizada e em constante evolução tecnológica, com reflexos nos hábitos das pessoas, na sua forma de viver, de trabalhar e de relacionamento com os outros.É a era da Informática que exige um contínuo esforço de adaptação à nova realidade. Há que aproveitar as vantagens da informática nas mais variadas esferas da actividade económica e social (no lar, na empresa, na escola, na administração pública, etc.), e utilizá-la no progresso da sociedade e na satisfação das necessidades da população. A informática é, então, a ciência do tratamento racional, nomeadamente, através de máquinas automáticas e da informação considerada como suporte de conhecimento e de comunicação, nos domínios técnico, económico e social. Resumidamente, define-se informática como sendo um conjunto de técnicas e métodos mediante os quais se trata a informação, com a ajuda dos meios automáticos.Interacções do Homem com as Novas Tecnologias Não só em situações de lazer, mas principalmente em situação de trabalho, o homem interage com as novas tecnologias.

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São muitas as situações, nas quais o computador, é um meio privilegiado para desenvolver um determinado tipo de trabalho, mas também são inúmeros os riscos, a que o trabalhador está sujeito, por utilizar um computador durante longos períodos de tempo.Por este motivo, faz todo o sentido que a Ergonomia tenha criado um campo de intervenção, na área das NTI e que se tenha servido delas para intervir em outras áreas.Assim, distinguem-se três fases de evolução até à mais recente aplicação da Ergonomia ao software:Fase 1)na sua origem, esta disciplina preocupava-se com:

a postura do utilizador e o melhoria do equipamento (écrans, teclados, rato, etc.);

a antropometria dos postos de trabalho informatizado (implantação, dimensões do posto, cadeiras, etc.);

o envolvimento (iluminação, disposição, cor, etc.); a organização do trabalho (tarefas, circuitos de informação, horários,

formação de pessoal).Estes domínios são os mais conhecidos do grande público e os resultados são ainda correntemente integrados na concepção de equipamento profissional (equipamento e material de escritório, computador, etc.).Fase 2) de seguida, a Ergonomia interessou-se:

pela disposição espacial de toda a informação no écran; pelas cores; pela sua fixação; pela análise de melhores condições de iluminação e de contraste, etc.

Esta segunda fase não é, no fundo, mais do que a aplicação particular da investigação aos écrans dos computadores, para um melhor conforto fisiológico.A passagem do equipamento para o software, isto é da 1ª para a 2ª fase, carrega, nada mais, do que a semente do fundamento da Ergonomia moderna. Pois esta mudança coloca o problema da qualidade da interacção Homem-Computador, um termo cuja origem remonta somente a duas décadas atrás. A imagem da Ergonomia, para os informáticos, está ainda ligada a essa época, mas o problema da apresentação da informação no écran não é mais a questão essencial.Fase 3)a terceira fase da Ergonomia resulta da experiência adquirida através dos estudos da interacção Homem-Computador, que fizeram surgir dois pontos fundamentais:

a aparência dos écrans modifica pouco a natureza dos problemas, pois as principais dificuldades do utilizador têm origem na estrutura interna do software;

a efectiva melhoria das qualidades ergonómicas do software, requer uma tomada de consciência, desde as primeiras fases de concepção do equipamento, do funcionamento intelectual das pessoas e dos hábitos de trabalho.

Assim, a melhoria da interacção do "diálogo" entre o Homem e a máquina (o computador) impõe um melhor conhecimento dos processos cognitivos do trabalhador e dos seus modos operatórios aquando na realização do trabalho, ou seja, a sua actividade propriamente dita.Entretanto a Ergonomia conserva uma abordagem global e pluridisciplinar, que se debruça no estudo dos mais variados aspectos, relativos à introdução da informática no mundo laboral, tais como:

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elaboração da organização dos processos de trabalho; adaptação das funcionalidades da ferramenta às necessidades reais do

utilizador; adaptação do diálogo Homem-Computador às características individuais

dos utilizadores; concepção, especificação e realização do software; redacção de documentos e de manuais destinados ao utilizador ou às

equipas de manutenção; organização dos diferentes postos de trabalho adaptado às tarefas

específicas de cada utilizador. Uma intervenção ergonómica, seja ela ou não, numa situação de trabalho informatizado, permite evidenciar e considerar as dificuldades ou exigências dos utilizadores. As proposições são formuladas e as soluções aplicadas. Os resultados práticos de tal procedimento são a melhoria das condições de trabalho e, simultaneamente, o ganho de qualidade e eficácia, reduzindo os custos do funcionamento.A Ergonomia é uma resposta adaptada aos problemas específicos do terreno e não, a aplicação estandardizada de receitas pré-estabelecidas. Consequentemente, dizer que determinado utensílio ou processo é ergonómico, não é suficiente. Para avaliar tal qualidade, é necessário avaliar esse utensílio / processo, em função de quem o vai utilizar e com que objectivo.É de salientar que adaptar o trabalho ao homem, representa uma outra forma de conceber / corrigir uma determinada situação de trabalho. Ao servir-se do conhecimento sobre o funcionamento humano e dos métodos que melhor permitem aprender a realidade das situações de trabalho, a Ergonomia pode contribuir para a evolução dos métodos de análise de todo o processo de informatização.As principais componentes a serem analisadas num sistema caracterizado por um processo de informatização ou pelo estudo de determinada situação individual de trabalho informatizado, deve incluir sempre os subsistemas:  O estudo da interacção entre as várias componentes ou subsistemas de uma situação de trabalho, mostra uma abordagem global dos problemas. Assim, cada situação de trabalho representa uma união às múltiplas dimensões de uma empresa.Os domínios de aplicação da Ergonomia dividem-se em áreas, nos diferentes contextos do trabalho informatizado.Podem-se, então, classificar em quatro, as grandes áreas de aplicação da Ergonomia informática ou Ergonomia do trabalho informatizado, de acordo com o âmbito de estudo específico de cada uma. São elas:

a Ergonomia dos materiais e dos postos de trabalho; a Ergonomia da programação; a Ergonomia dos processos de informatização; a Ergonomia do software.

 Passemos, de seguida, a caracterizar cada uma destas áreas.

ERGONOMIA DOS MATERIAIS E DOS POSTOS DE TRABALHOEstá centrada, essencialmente, nos equipamentos que constituem o posto de trabalho informatizado e áreas que lhe são adjacentes, nomeadamente, ao nível:

dos periféricos (monitor, teclado, écran, rato, impressora, etc.);

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de todo o meio de trabalho (iluminação, ruído, temperatura, etc.); do layout (disposição física de todo o equipamento de trabalho).

Foi, e ainda é, a este nível que se situam os estudos mais vastos e em maior número, assim como, a maioria dos pedidos de intervenção ergonómica, dado que é também a este nível que surgem as queixas mais facilmente perceptíveis. 

ERGONOMIA DA PROGRAMAÇÃOEsta área da Ergonomia centra-se ao nível da construção de novos programas e da manutenção informática, no que diz respeito às linguagens de programação e à sua inteligibilidade, ou seja, propõe a facilitação da escrita e da leitura de programas, conduzindo a uma utilização posterior, igualmente facilitada.  

ERGONOMIA DOS PROCESSOS DE INFORMATIZAÇÃOEstá centrada no processo de informatização de serviços, cujo objectivo principal consiste, não apenas em informatizar mas, em distinguir o que deve efectivamente ser informatizado, visando uma melhor eficácia das futuras instalações. Tenta salvaguardar, na medida do possível, todos os aspectos positivos dos hábitos dos trabalhadores que estes desejem conservar.

ERGONOMIA DO SOFTWAREEstá centrada nos utilizadores dos sistemas informáticos e na adequação do software às necessidades das tarefas e simultaneamente, às capacidades do utilizador. Os problemas são inúmeros e crescentes, dada a especificidade das tarefas. Estes colocam-se, essencialmente, a dois níveis :

visualização do écran, no que se refere à formatação da imagem, à codificação, à estruturação dos campos, à escolha do vocabulário e às abreviações mais significativas;

linguagens de comando, relativamente à estrutura dos diálogos e à sintaxe da linguagem.

 A linguagem de software tem por objectivo, facilitar os processos cognitivos de percepção e tratamento de informação por meio de um diálogo mais intuitivo, entre o Homem e o computador.O diálogo entre o Homem e o computador, tem o objectivo de mascarar o funcionamento técnico do software para libertar o trabalhador dos problemas ligados à manipulação do utensílio. O seu papel é de facilitar a comunicação entre os dois sistemas que assentam em modelos diferentes:

O Homem é vivo, criativo, "adaptável", raciocina por analogia em associação de ideias e constrói os seus modelos mentais, no decurso da sua actividade.

O computador é algorítmico, sequencial e a sua programação é fixa. Estes dois mundos são estranhos um ao outro e o interface deve servir de intérprete para facilitar as trocas de informação entre dois sistemas. Do ponto de vista ergonómico, a vocação principal do diálogo é, portanto, a adaptação a todos os casos, para tornar simples o manuseamento do utensílio informático.Muitos conceptores de sistemas de software, acabam por perceber que o sistema que estão a criar é algo mais do que apenas o software, e que o âmbito e o objectivo do sistema é mais vasto do que a funcionalidade proporcionada pelo software.

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Esta é, apenas, uma componente de um amplo sistema e fornece uma parte da funcionalidade pretendida. Este amplo sistema inclui, pelo menos, outros utilizadores e outros sistemas de software. 5

 

5 In, www.ruijose.com

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