13 março - pÚblico
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Exportações recuperam mas queda dos preços ameaça a economiaVendas para o exterior subiram 5,6% em Janeiro e afastaram o cenário negativo do último trimestre de 2012. Mas a taxa de infl ação caiu para um valor abaixo de zero, o que fez regressar fantasma da defl ação Economia, 16/18
Quadros de topo do banco só souberam da denúncia à Autoridade da Concorrência depois de a instituição ter sido alvo de buscas p17
Tribunal Constitucional confi rma perda de mandato. Autarca vai recorrer, mas não suspende a pena p2/3
Fiscalização sucessiva de normas do Orçamento na recta fi nal. Incerteza sobre a decisão não deve atrasar avaliação da troika p4
Barclays Portugal ignorava denúncia feita por Londres
Macário esgota recursos para evitar perda de mandato
Fiscalização do OE no Constitucional não perturba troika
OSSERVATORE ROMANO/REUTERS
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Barcelona goleia Milan e mantém-se firme na luta pela Champions p41QUA 13 MAR 2013EDIÇÃO LISBOA
Ano XXIV | n.º 8372 | 1,10€ | Directora: Bárbara Reis | Directores adjuntos: Nuno Pacheco, Manuel Carvalho, Miguel Gaspar | Directora executiva Online: Simone Duarte | Directora de Arte: Sónia Matos
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SUPERTELESCÓPIO ALMAA TERRA DE OLHOS NO CÉU EM BUSCA DA ORIGEM DO UNIVERSO Ciência, 30/31
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CONCLAVE, DIA 2MILHARES EM S. PEDRO À ESPERA DE UM PAPA PROFETASofia Lorena, em RomaMundo, 22/23
2 | DESTAQUE | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013
Esgotaram-se os recursos para travar perda de mandatoAutarca de Faro anunciou que, apesar de mais uma decisão adversa do Tribunal Constitucional (TC), continuará em funções. Tem na manga novo recurso. O TC acusa-o de recorrer a expedientes dilatórios para se manter no cargo
O Tribunal Constitucional res-
pondeu a 7 de Março a um
pedido de “aclaração” de
Macário Correia confi rman-
do a perda do seu mandato
de presidente da Câmara de
Faro. Com esta diligência, o autarca
esgotou os recursos para travar a deci-
são proferida pelo Supremo Tribunal
Administrativo (STA) no Verão pas-
sado. Quando esta decisão transitar
em julgado, o que deverá suceder
dentro de meses, Macário deixará
de poder exercer funções autárqui-
cas, sob pena de os actos que prati-
car serem considerados inválidos.
O social-democrata não se dá, po-
rém, por vencido. “Ao abrigo da lei,
continuarei a exercer as funções para
que fui eleito”, anunciou ontem num
comunicado em que dá conta de ter
sido notifi cado da terceira e derra-
deira decisão do Tribunal Constitu-
cional sobre a sua perda de mandato.
O comunicado do autarca, que pre-
side à Comunidade Intermunicipal
do Algarve, termina com uma pro-
messa: “Aguardarei e cumprirei com
serenidade a última decisão do STA,
qualquer que ela seja e no momento
que venha a ser conhecida”.
Condenado por ter violado leis do
ordenamento e urbanismo em 2006,
quando era presidente da Câmara
de Tavira, Macário prepara-se para
entregar um recurso extraordinário,
alegando que o STA proferiu no pas-
sado, num qualquer caso idêntico
ao seu, uma decisão diametralmente
oposta. Mas este tipo de recurso só
pode ser entregue depois de o acór-
dão que o condena transitar em jul-
gado, ou seja, após perder o manda-
to. E os recursos extraordinários não
O comunicado de Macário Correia
deixa entrever que a via que escolheu
não será, de resto, esta, “O processo
regressa ao STA, onde já se solicitou a
correcção de erros materiais do acór-
dão. Isto porque o mesmo assentou
sobre sete situações, das quais se
sabe agora que três não existem na
realidade. Das outras, quatro soube-
se que não foram, até ao momento,
consideradas ilegais em ações ad-
ministrativas especiais”, diz o seu
comunicado.
Na Justiça, porém, a sucessão de
recursos merece críticas aos magis-
trados. No seu mais recente acórdão,
datado de 7 de Março, os conselhei-
ros do Constitucional consideram
que o requerimento do autarca do
PSD pedindo a “aclaração” da sen-
tença que haviam proferido em Ja-
neiro, e que já confi rmava uma de-
cisão sumária de Outubro de 2012,
não é senão uma manobra destinada
a adiar o inevitável: “Revela que ape-
nas pretende obstar ao trânsito em
julgado do acórdão”. Já no acórdão
de 6 de Fevereiro passado o mesmo
tribunal dissera “só por mero lap-
so” ou por “uma leitura desatenta
do respectivo conteúdo” da senten-
ça Macário Correia pode ter alegado
no seu recurso contradição entre a
decisão proferida e os respectivos
fundamentos.
Piscinas na RENO autarca foi condenado por aprovar,
contra o parecer emitido pelos técni-
cos, a construção de duas piscinas,
duas moradias e a reconstrução de
duas casas antigas em zonas classi-
fi cadas de Reserva Ecológica Nacio-
nal. “Eu também sou arquitecto e
engenheiro e conheço o território”.
Assim justifi cara, no passado mês de
Janeiro, os actos que violaram o Pla-
no Director Municipal. A emissão dos
alvarás, alegou o autarca, foi supor-
tada pelas “razões ponderosas” – um
poder discricionário que o Plano de
Ordenamento (Prot/Algarve) conferia
aos autarcas.
Por outro lado, os Projectos de Po-
tencial Interesse Nacional aprovados
pela administração central multipli-
caram-se pelas falésias e outras zonas
sensíveis. A Comissão de Coordena-
ção e Desenvolvimento Regional, há
cerca de seis anos, quando avaliou a
entrada do novo Prot, concluiu que
na faixa dos 500 metros junto ao mar
já só estava por ocupar 1,3% da área
disponível para construção. Assim,
a um interior cada vez mais deserto,
impôs-se um litoral de prédios enca-
valitados – e, actualmente, muitos
deles abandonados.
Talvez com base nesta percepção
dos desequilíbrios entre a serra e o li-
toral algarvio, do ponto de vista públi-
co as ilegalidades praticadas por Ma-
cário Correia ainda não mereceram
reprovação. “Sou contra o abandono
e a desertifi cação da serra algarvia.
Esta é uma causa da qual não abdi-
co”, tem vindo a afi rmar o presiden-
te da Câmara de Faro, sublinhando
que só “prendeu ajudar as pessoas”.
O presidente da comissão política
local do PS, Luís Graça, resume todo
o caso numa palavra: “Isaltinices”. Ao
autarca, diz, “faltam condições para
exerce o cargo. Não está a dignifi car
o poder local”, sublinha. Graça con-
sidera que o “mais grave” na conduta
do autarca é ele “ter desrespeitado os
pareces técnicos, foi avisado e não
quis saber de nada”. Ao persistir no
cargo, sublinha, “dá uma imagem pú-
blica de que há uma Justiça para os
grandes, outra para os pequenos”.
Já no que toca aos actos praticados,
admite, “situações de outros autarcas
que falharam, mas tiveram a humil-
dade de reconhecer o erro”.
MACÁRIO CORREIA
Idálio Reveze Ana Henriques
suspendem a pena, explica o consti-
tucionalista José Fontes. “Se lhe for
dada razão nesta questão isso pode
suceder depois do mandato já ter
terminado”, refere. Quando, daqui
a algum tempo, perder o mandato, o
social-democrata terá de abandonar
a Câmara de Faro. “Não pode conti-
nuar num serviço público sem ter um
título jurídico que o habilite a tal”,
refere o mesmo especialista.
“É como se estivesse impedido de
exercer funções”, corrobora o admi-
nistrativista da Universidade Católica
do Porto Mário Aroso de Almeida,
que se mostra surpreendido com as
declarações do autarca de que pre-
tende continuar a exercer o cargo.
“Não estou a ver como”, observa.
Se insistir em continuar à frente da
Câmara de Faro, Macário Correia de-
pois de o acórdão do STA transitar
em julgado, “estará a usurpar fun-
ções”. Uma vez declarada a perda de
mandato, não se torna necessário fa-
zer novas eleições. “O seu substituto
legal é o vice-presidente da câmara”,
esclarece Mário Aroso de Almeida.
O caso poderá, no entanto, ainda
voltar uma quarta vez ao Tribunal
Constitucional, equaciona o advoga-
do Artur Marques, que em 2003 não
conseguiu evitar a ida para a prisão
do presidente da Câmara de Vila Ver-
de. “Macário Correia pode evocar a
inconstitucionalidade da norma que
diz que os recursos extraordinários
não têm efeitos suspensivos. E essa
diligência já tem efeitos suspensivos”
da perda de mandato, faz notar. Mas
José Fontes não acredita que os juízes
do Tribunal Constitucional, que já
acusaram o autarca de recorrer a ex-
pedientes dilatórios para se manter
em funções, vão nisso. Pensa que dei-
xarão a perda de mandato efectivar-
se antes de se pronunciarem sobre
uma eventual alegação deste tipo.
PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | DESTAQUE | 3
PEDRO CUNHA/ARQUIVOQuando esta decisão transitar em julgado, Macário deixará de poder exercer funções, sob pena de os actos que praticar serem considerados inválidos
Há alguma comparação entre
o caso de Macário Correia
e o do major Valentim
Loureiro? “Não. São pro-
cessos que não são compa-
ráveis”, afi rma convicto o
advogado do presidente da Câmara
de Gondomar, Amílcar Fernandes.
Tal como o autarca algarvio, ou como
Isaltino Morais, Valentim foi conde-
nado à perda de mandato, mas nos
códigos processuais parece haver
muita margem para evitar a concre-
tização das penas aplicadas.
Apesar de serem “processos di-
ferentes” e de “consubstanciarem
questões técnicas diferentes”, ale-
gadamente, há um aspecto que é co-
mum aos dois presidentes: ambos
foram acusados de “infracção” a “re-
gras de conduta dos autarcas”, o que
tem como consequência a perda de
mandato. Tal como Macário Correia,
também Valentim Loureiro viu o Tri-
bunal de Gondomar aplicar-lhe essa
pena no acórdão do processo Apito
Dourado sobre eventual corrupção
na arbitragem e no futebol profi ssio-
nal que começou em 2003.
Depois de conhecerem a sentença,
em fi nais de Outubro do ano passa-
do, os advogados do presidente de
Gondomar fi zeram saber que iam re-
correr. Na sua leitura, a condenação
era “completamente errada e inacei-
tável”. Valentim Loureiro insistiu em
que o acórdão do Apito Dourado só
permite aplicar a sanção ao mandato
de 2005-2009 e não ao de 2009-2013,
como considerou o Tribunal. Em de-
clarações ao PÚBLICO, Amílcar Fer-
nandes reafi rmou a sua convicção
de que a perda de mandato é alusiva
ao anterior mandato (2005/2009) e
acrescentou que “a decisão está sus-
pensa até que a Relação do Porto se
pronuncie”. Mas, prometeu, “se a
decisão for em sentido contrário ao
que consideramos será apresentado
de imediato recurso para o Tribunal
Constitucional”. Se houver recurso
e se o acórdão do TC for conhecido
em fi nais de Setembro e for no sen-
tido da perda de mandato, Valentim
terá de abandonar o cargo, antes da
realização das eleições autárquicas. E
neste caso, Valentim poderá ver com-
prometida uma eventual candidatura
à Assembleia Municipal de Gondo-
mar pelo Movimento Independente
pelo qual foi eleito.
Mas se as semelhanças entre o
imbróglio judicial que envolve Ma-
cário Correia e aquele que respeita
a Valentim Loureiro se concentram
no facto de ambos terem sido alvo
de declarações de perda de manda-
to, já a comparação com o caso do
presidente da Câmara de Oeiras faz
sentido, sobretudo, no que tem a ver
com a resistência à execução das de-
cisões judiciais. Isto porque Isaltino
Morais chegou a ser condenado, em
2009, a uma pena acessória de per-
da de mandato, mas no ano seguin-
te o Tribunal da Relação de Lisboa
anulou essa condenação e reduziu
a pena inicial de sete anos de prisão
efectiva para dois anos.
Desde então, o autarca recorreu a
todos os meios para evitar o cumpri-
mento da pena a que foi condenado
pela prática de vários crimes de frau-
de fi scal. Os recursos, reclamações,
pedidos de aclaração, arguições de
nulidades e outras diligências com
idêntica fi nalidade são tantos e tais
que o presidente do Supremo Tri-
bunal de Justiça, Noronha do Nasci-
mento, não hesitou em afi rmar, em
Novembro de 2011, que os autos já
constituíam um “case study do que é
o labirinto do processo português”.
No mesmo sentido pronunciou-se já
este ano o procurador Luís Eloy, do
Tribunal de Oeiras. Segundo o jor-
nai i de ontem, Eloy escreveu, em
resposta a mais um recurso do ar-
guido, que os autos daquele processo
se tornaram um “objecto de estudo
sociológico”, na medida em que mos-
tram “o poder judicial enredado na
sua própria teia decisória”.
Valentim e Isaltino, dois casos de resistência à execução de sentenças judiciais
José António Cerejo e Margarida Gomes
Autarcas algarvios condenados
PSD lança sondagem sem nome de Macário
Os presidentes da Câmara e da Assembleia Municipal de Aljezur (José Amarelinho e Manuel
Marreiros, ambos do PS) foram condenados pelo Tribunal de Lagos, em Junho do ano passado, a perda de mandato e três anos e dois meses de prisão, com pena suspensa. Os autarcas, considerou um colectivo de juízes, cometeram um crime de prevaricação, no licenciamento de obras no Vale da Telha (empreendimento turístico lançado há 35 anos pelo empresário Sousa Cintra).
Dois dias antes de ser conhecida a decisão, a Comunidade Intermunicipal do Algarve, presidida por Macário Correia, emitiu um comunicado em sua defesa, denunciando que existia um “clima de perseguição a autarcas, o que se verifica há alguns anos”. Os autarcas de Aljezur recorreram da sentença, tendo após “apurada reflexão” e consulta ao PS decidido manter-se em funções.
O PSD parece estar refém de decisão que o autarca de Faro venha a tomar (não está afastado o cenário de uma candidatura independente). Reflexo dessa situação é o facto de o PSD ter encomendado uma sondagem para avaliar quem seria o candidato melhor posicionado para disputar as autárquicas, e o nome de Macário Correia não constar da lista. O presidente da concelhia, Cristóvão Norte, interpelado pelo PÚBLICO sobre esta matéria, afirmou, lacónico: “A decisão [escolha do candidato] será tomada nas próximas semanas”.
O Partido Socialista, depois de o ex-secretário de Estado das Pescas, José Apolinário, se ter manifestado indisponível para concorrer, também ainda não escolheu candidato. I.R.
Os recursos de Isaltino mostram “o poder judicial enredado na sua própria teia decisória”, diz um procurador
4 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013
Fiscalização do OE no Constitucional não deverá atrasar avaliação da troika
ENRIC VIVES-RUBIO
Resultados da sétima avaliação da troika deverão ser apresentados aos deputados na sexta-feira
O processo de fi scalização sucessiva
de algumas normas do Orçamento
do Estado (OE) para 2013 está a en-
trar na sua recta fi nal. Os 13 juízes
conselheiros reuniram-se ontem em
plenário para apreciar o projecto de
acórdão elaborado pelo relator. No
entanto, desconhece-se quando será
anunciada a decisão fi nal.
O facto de o Tribunal Constitu-
cional (TC) ainda estar a analisar o
processo não deverá impedir que
o Governo apresente os resultados
da sétima avaliação do memorando,
que ontem continuava a decorrer
em Lisboa.
A conferência de imprensa pode-
rá acontecer hoje, tendo em conta
os sinais deixados ontem na Concer-
tação Social pelo primeiro-ministro.
De acordo com os relatos de António
Saraiva, presidente da Confedera-
ção Empresarial de Portugal, Passos
Coelho terá deixado “no ar a ideia”
de que a tradicional conferência de
imprensa para fazer o balanço da
sétima avaliação do memorando
decorrerá nesta quarta-feira. Al-
gumas horas mais tarde, fonte do
gabinete do primeiro-ministro ga-
rantia que “durante a reunião não
foi adiantada qualquer data para a
apresentação dos resultados da sé-
tima avaliação”.
De todas as formas, Vítor Gaspar
terá que ser mais cauteloso, uma vez
que os cortes na despesa de 4000
milhões de euros estão muito depen-
dentes da decisão do TC em relação
a normas como a contribuição de
solidariedade aplicada às pensões
acima de 1350 euros ou os cortes
nos subsídios dos pensionistas — as
medidas com um peso signifi cativo
no orçamento.
Conforme destacou Marcelo Re-
belo de Sousa, no habitual comen-
tário de domingo na TVI, sem a
decisão do TC, “a troika tem de ser
muito cuidadosa nas conclusões a
que chega”.
Embora o presidente do Constitu-
cional, Joaquim de Sousa Ribeiro, te-
nha pedido urgência na apreciação
do processo, o debate em torno da
decisão poderá arrastar-se. Guilher-
me da Fonseca, antigo juiz do TC,
lembra que é de esperar um debate
aceso sobre os argumentos utiliza-
dos e vários plenários podem ser
convocados até à decisão, cabendo
ao TC gerir o tempo necessário para
a elaboração do acórdão fi nal.
Por outro lado, o constitucionalis-
ta Paulo Otero alerta para o risco de
o projecto de acórdão não ser acei-
te pela maioria dos conselheiros, o
que poderá levar à nomeação de um
segundo relator que “espelhe a sen-
sibilidade dominante do tribunal”,
para elaborar um novo projecto de
acórdão.
Além dos argumentos a ter em con-
ta para suportar a decisão fi nal, o TC,
lembra Paulo Otero, terá ainda que
ter em conta a linha das anteriores
decisões e defi nir a partir de quando
a decisão produz efeitos. Na prática,
o TC pode decidir pela inconstitucio-
nalidade de apenas algumas normas
e, à semelhança do que aconteceu no
ano passado, remeter os efeitos para
o futuro. Ou decidir que tem efeitos
retroactivos. Ou então decidir que só
tem efeito a partir do momento em
que o acórdão é publicado.
“É a decisão mais difícil que o Tri-
bunal Constitucional teve nas mãos
até hoje. Do ponto de vista jurídico e
do ponto de vista dos impactos polí-
ticos”, destacou, em declarações ao
PÚBLICO, o constitucionalista.
Nas últimas duas semanas, os re-
presentantes do Fundo Monetário In-
ternacional, da Comissão Europeia e
do Banco Central Europeu estiveram
a discutir com o Governo o prolonga-
mento por um ano do prazo concedi-
do para corrigir a situação de défi ce
e o valor e incidência dos cortes de
4000 milhões de euros — tema que
poderá ter estado na origem do pro-
longamento do processo de avaliação
(que já deveria ter terminado).
Dentro do Governo, há quem de-
fenda que esses cortes devem ser
diluídos no tempo e não devem ter
como meta 2014, o compromisso as-
sumido na sexta avaliação do me-
morando. O ministro dos Negócios
Estrangeiros e líder do CDS, Paulo
Portas, defende uma velocidade
mais lenta para a aplicação da re-
dução da despesa do Estado que
considera não poder ser totalmente
concretizada até ao fi nal do próximo
ano. Mas Portas não quer confundir
os cortes de 4000 milhões de euros
com o guião da reforma do Estado
que vai muito mais além do que os
cortes. Esse guião, que Portas está
incumbido de fazer, não foi negocia-
do nem entregue à troika.
Hoje e nos próximos dias, o primei-
ro-ministro e o ministro das Finanças
têm uma agenda preenchida. Passos
Coelho está esta tarde no Parlamen-
to para o debate de preparação do
Conselho Europeu e amanhã parti-
cipa na reunião dos líderes europeus
em Bruxelas. Por causa da sua au-
sência, o Conselho de Ministros foi
antecipado para hoje, assim como a
reunião semanal com o Presidente
da República.
E, segundo a agenda do Parla-
mento, na sexta-feira, Vítor Gaspar
e o secretário de Estado Adjunto do
primeiro-ministro, Carlos Moedas,
apresentam as conclusões do sétimo
exame aos deputados, uma reunião
que habitualmente acontece depois
da conferência de imprensa de balan-
ço da passagem da troika por Lisboa.
com Leonete Botelho
Juízes reuniram-se ontem para analisar o projecto de acórdão. Decisão deverá infl uenciar corte de quatro mil milhões, um dos temas quentes debatidos entre o Governo e a troika na sétima avaliação
OrçamentoRaquel Martinse Sofia Rodrigues
Há quatro pedidos de fiscalização no TC
Cavaco, toda a oposição e provedor de Justiça
OPresidente da República deu o mote ao fazer o primeiro pedido de fiscalização ao Tribunal Constitucional
(TC) depois de ter promulgado o Orçamento do Estado para 2013, no dia 2 de Janeiro. Embalados pelas dúvidas de Cavaco Silva, 50 deputados do PS suscitaram o mesmo pedido no Palácio Ratton dois dias depois. Em causa está a suspensão do pagamento do subsídio de férias (em geral e para aposentados e reformados) e a contribuição extraordinária de solidariedade.
Alinhados com a convicção
da inconstitucionalidade destas normas, os grupos parlamentares do PCP, BE e PEV querem ainda ver analisadas pelos 13 juízes as alterações aos escalões de IRS, a sobretaxa de 3,5%, mudanças nos subsídios de desemprego e doença, e pagamento das horas extraordinárias. O último pedido chegou do provedor de Justiça, Alfredo José de Sousa, que manifestou reservas relativas aos reformados (suspensão do pagamento do subsídio de férias e contribuição extraordinária de solidariedade). R.B.G.
PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | PORTUGAL | 5
A Federação Nacional de Professores
(Fenprof ) assinalou ontem a 150.ª
condenação judicial do Ministério
da Educação e Ciência (MEC) por fal-
ta de pagamento de indemnizações
a docentes contratados em funções
há vários anos e cujos contratos não
foram renovados.
“Só em relação ao ano passado
deviam ter sido indemnizados cerca
de 25 mil professores”, disse Mário
Nogueira, dirigente da Fenprof, em
declarações ao PÚBLICO.
O braço-de-ferro dura desde o
Governo de José Sócrates, mas foi o
ministério de Nuno Crato a assumir
que só os docentes que vencessem
em tribunal teriam direito à chama-
da compensação por caducidade do
contrato. Também o provedor de
Justiça já sustentou que os professo-
res têm direito à indemnização.
MEC já perdeu 150 acções por não pagar a professores
Educação
O Sindicato dos Trabalhadores da
Construção identifi cou um conjunto
de situações de exploração laboral de
emigrantes portugueses no estrangei-
ro em que diz ser urgente uma inter-
venção imediata das autoridades.
O presidente do sindicato, Alba-
no Ribeiro, disse ao PÚBLICO que a
lista inclui casos em países como a
Alemanha, França e Inglaterra e será
entregue em breve à Secretaria de
Estado das Comunidades. “Arriscaria
dizer que estamos perante situações
de escravatura contemporânea”.
Sindicato denuncia exploração laboral de emigrantes na Alemanha, França e Inglaterra
Segundo Albano Ribeiro, Portugal
é, pela situação de fragilidade fi nan-
ceira em que se encontra, um país
muito exposto às entidades que re-
crutam trabalhadores da construção
civil, “frequentemente ligadas a re-
des mafi osas”. “Estes trabalhadores
saem do país e encontram condições
de trabalho muito precárias e são ví-
timas de abandono e violência física
e psicológica”, adianta.
Há cerca de quatro meses, o sindi-
cato recebeu denúncias de casos de
exploração laboral em Berlim. Alba-
no Ribeiro admite que o caso dos sete
portugueses esfaqueados na capital
alemã, na passada sexta-feira, “pode
perfeitamente estar encaixado neste
contexto”. As autoridades alemãs es-
tão ainda a averiguar as circunstân-
cias que levaram ao ataque, excluin-
do-se para já que o mesmo possa ter
tido motivações xenófobas.
Os sete portugueses, que terão si-
do agredidos por um grupo de “entre
dez a 17 pessoas”, são trabalhadores
da construção civil a viver nos arre-
dores da capital alemã. Dois deles
permanecem ainda hospitalizados,
mas a Embaixada de Portugal na
Alemanha garantiu, em comunica-
do, que não inspiram “cuidados de
maior”.
O embaixador de Portugal em
Berlim recusou ontem relacionar
o ataque com situações de explo-
ração laboral. “Tivemos aqui o
representante de uma das em-
presas que emprega estes traba-
lhadores e estamos em contacto
directo com a outra empresa por-
EmigraçãoRita da Nova
Ataque a sete trabalhadores portugueses em Berlim continua por explicar. Governo garante que lhes será dado todo o apoio
tuguesa”, avançou à agência Lusa.
A principal preocupação do Go-
verno é, segundo o secretário de
Estado das Comunidades, José Ce-
sário, “perceber exactamente o que
se passou” em Berlim. “Pode ter sido
tudo desencadeado por um desacato
simples, mas também pode ser um
caso mais complexo”, disse o go-
vernante ao PÚBLICO, garantindo
que será dado todo o apoio a estes
trabalhadores no caso de quererem
regressar a Portugal. “As pessoas es-
tão desesperadas por arranjar em-
prego e embarcam em situações de
risco, em coisas que não são claras”,
adiantou.
José Cesário explicou que o Gover-
no quer agora reforçar a campanha
Trabalhar no estrangeiro, informe-se
antes de partir, lançada em Maio de
2012, no sentido de “dar mais infor-
mações às pessoas e de as alertar
para o risco de trabalhar no estran-
geiro”.
“As pessoas estão desesperadas por arranjar emprego e embarcam em situações de risco”, diz José Cesário
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6 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013
Breves
Governo
Carta do PS
Luis Filipe Menezes critica insensibilidade social
PCP rejeita qualquer acordo autárquico com socialistas
“Existem falhas do ponto de vista social em alguns ministérios”, criticou ontem o candidato do PSD ao Porto, à margem de um encontro na Obra Diocesana de Promoção Social, na Cidade Invicta. Luís Filipe Menezes referiu ainda que vê com agrado o esforço que o Governo tem feito para pôr as contas em dia mas vincou que não é “um apaixonado da troika.”Para o conselheiro de Estado, o ajustamento da economia não pode ser feito “à custa da destruição completa da classe média e da multiplicação da pobreza”.Luís Filipe Menezes alertou ainda para a necessidade de apostar no crescimento da economia através do aumento do consumo, do investimento e das exportações.
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, rejeitou ontem qualquer coligação autárquica, como foi proposto pelo PS para as eleições de Outubro próximo, e desafiou o homólogo socialista a apresentar uma moção de censura ao Governo.“No essencial, é uma manobra de propaganda. Hoje, no pensamento da maioria do povo português, não estão arranjos ou coligações a pensar em Outubro. Está a necessidade de convergência, da luta, para derrotar este Governo e esta política”, disse. A carta enviada pelo PS sugeria parcerias em 11 municípios, “onde o PS já tem cabeça de lista”, algo que foi liminarmente rejeitado por ser uma proposta para a CDU fazer de “muletas” e “raminhos de salsa que os façam [ao PS] levar à vitória”.
António José Seguro começou em Braga a sua volta a Portugal
O BE acusou ontem o Governo de
estar “em confl ito” com os cidadãos
“que devia proteger” e “barricado
com a troika, contra o país”. Na ses-
são de encerramento das jornadas
parlamentares que decorreram em
Aveiro, o presidente da bancada blo-
quista, Pedro Filipe Soares, afi rmou
que o executivo PSD/CDS-PP “não
ouve mais de um milhão de pesso-
as que saíram à rua em protesto”,
nas manifestações do passado dia
2. “Percebe-se bem que as pessoas
se indignem” quando se está “a sal-
var os bancos em vez da economia”
portuguesa. O dirigente bloquista
procurou passar a ideia de que o
Governo liderado por Passos Co-
elho está alheado da realidade e é
indiferente à vontade popular: “O
Governo está barricado com a troika
contra o país”.
Questionado sobre o aumento das
exportações de bens em 5,6% em Ja-
neiro último, em comparação com
Janeiro de 2012, segundo o Instituto
Nacional de Estatística, Pedro Filipe
Soares, citado pela Lusa, ripostou
que este indicador por si só não re-
solve os problemas da economia. “As
exportações são um pilar de espe-
rança, mas isso não é a solução com-
pleta”, sustentou, referindo que por
outro lado “o Governo está a destruir
o mercado interno”.
Pedro Filipe Soares apresentou
uma proposta para cortar 50% da
dívida pública de médio e longo pra-
zo, que “cresceu pela especulação”
e cujos juros servem “para pagar
aos especuladores enquanto o país
empobrece”. O BE estima que este
corte “libertaria por si só 18,5 mil
milhões de euros apenas em 2013 e
2014” e até 2020 o efeito de redução
seria superior a 85 mil milhões. Os
bloquistas querem ainda um novo
mecanismo de obrigações do tesou-
ro com “um prazo de pagamento a
trinta anos” e com um período de
carência de juros até 2020. O país
está “a ser alvo de uma chantagem
inaceitável” e a receber “um trata-
mento de segunda categoria em re-
lação a qualquer banco”, que paga
juros mais baixos, apontou o Pedro
Filipe Soares.
O líder parlamentar do BE in-
BE diz que Governo está “barricado com a troika contra o país”
surgiu-se contra a ideia de que não
existe alternativa ao cumprimento
do memorando assinado com as
instituições internacionais e de que
renegociar a dívida signifi ca “a saída
do euro”. “Isso é uma chantagem e
ainda por cima é falsa”, atirou, re-
ferindo que a Grécia já teve várias
renegociações, embora “mal feitas”,
e continua na zona euro.
Convite do PS aceite, mas...O coordenador do BE, João Semedo,
disse ontem aceitar o convite do PS
para uma reunião com o objectivo de
discutir a possibilidade de coligações
nas eleições autárquicas, apesar de
considerar a iniciativa “tardia”.
“Como todos estamos lembrados,
o BE propôs à direcção do PS uma
reunião, que se realizou em Dezem-
bro. Este pedido agora formulado
pela direcção de António José Seguro
é um pedido tardio mas ainda assim
não deixaremos de responder”, de-
clarou Semedo.
Questionado sobre se o BE está
disponível para coligações com os
socialistas em alguns municípios co-
mo o partido convidou, por carta – o
PS já propôs os casos concretos do
Porto e do Funchal –, o coordenador
recusou cenários. “Nós temos uma
linha de orientação que foi aprovada
na última Convenção, mas eu não
quero antecipar nenhuma resposta
porque não sei exactamente quais
são as propostas do PS”, referiu. O
BE, acrescentou, “é conhecido por
não fechar a porta às forças demo-
cráticas e de esquerda”, mas que é
preciso “ver o que o PS tem para pro-
por” e “em função dessas propostas”
haverá uma resposta. “O PS pede-nos
uma reunião; a reunião realizar-se-á
em função da nossa agenda política
e nessa altura veremos quais são as
propostas.”
RUI GAUDÊNCIO
Partidos
Bloquistas dizem que convite do PS para coligações nas autárquicas é “tardio”, mas aceitam participar em reuniões
Pedro Filipe Soares lembra que a Grécia já renegociou a dívida
O primeiro dia do périplo do secre-
tário-geral do PS pelo país para apre-
sentar a moção com que se candidata
à reeleição no cargo foi dominado
pela Europa. Ontem de tarde, com
jovens, em Braga, e, à noite, com mi-
litantes do partido, em Famalicão,
António José Seguro exigiu um pa-
pel mais activo da União Europeia
(UE) na solução da crise e dirigiu
críticas aos líderes europeus “ego-
ístas”, lembrando que estes fazem
parte da mesma família política do
primeiro-ministro.
“Há um ano e meio, no congresso
de Braga, tínhamos no nosso discur-
so político que a UE devia dar o seu
contributo para a resolução da cri-
se”, lembrou Seguro, ontem à noite
em Famalicão, reclamando que hoje
há no país “um consenso” em torno
dessa ideia que os socialistas vêm re-
clamando sob a sua liderança.
Na sessão que serviu para apresen-
tar o moção Portugal tem Futuro, o
líder socialista insistiu numa tónica
que vem sendo habitual no seu dis-
curso recente: reclamar a “razão” do
PS nas propostas de combate à crise.
“Nós sempre resistimos e sempre
dissemos que havia um caminho
alternativo. Uma das nossas priori-
dades continua a ser o crescimento
económico e o emprego. Porque um
país que empobrece não resolve um
problema, só soma problemas aos
Seguro faz críticas aos líderes europeus e volta a reclamar que o PS “tinha razão”
que já existem”, sustentou António
José Seguro. Pelo contrário, o cami-
nho do Governo “é o do empobre-
cimento”, lamenta, e se o primeiro-
ministro “continuar com a mesma
política, a realidade vai desmenti-lo
sempre”.
Antes do encontro com militantes
em Famalicão, Seguro esteve reunido
com jovens do distrito de Braga, res-
pondendo às questões que lhe foram
colocadas. A sessão foi igualmente
dominada pelos temas europeus. O
socialista não poupou os líderes eu-
ropeus, classifi cando-os de “gente
egoísta”, e defendeu que são necessá-
rias soluções comuns para enfrentar
os problemas do projecto europeu.
“Precisamos de uma Europa que te-
nha competências para resolver os
problemas, não os nossos, mas os
que cada país individualmente não
consegue resolver sozinho”, avisou
António José Seguro.
Mas tal como na sessão da noite,
o socialista aproveitou para endere-
çar críticas ao Governo. O líder do PS
considerava “impensável” ouvir um
primeiro-ministro fazer aquilo que
Pedro Passo Coelho fez há poucos
dias: defender a redução do salário
mínimo nacional. O primeiro-minis-
tro e “revela falta de sensibilidade
social”, critica.
Passos Coelho “agora vai ter mais
tempo, mas não foi porque fez as coi-
sas bem feitas, foi porque falhou”,
apontou. O tempo a mais que Por-
tugal possa vir a ter para cumprir
as metas acordadas com os credo-
res internacionais devia ser usado
para corrigir esses erros, defende o
secretário-geral do PS, que diz, po-
rém, não acreditar nessa possibili-
dade até porque “quem manda na
Europa são líderes políticos da mes-
ma família política”.
Partidos Samuel Silva
Dirigentes europeus são “gente egoísta”, lamenta o líder do PS no primeiro dia de apresentação da moção que vai levar ao congresso
8 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013
O Manifesto pela Democratização
do Regime, que vai ser formalmente
apresentado na próxima terça-feira
na Casa Fernando Pessoa, em Lis-
boa, defende leis eleitorais transpa-
rentes, eleições primárias abertas
aos cidadãos na escolha dos candi-
datos a todos os cargos políticos e o
voto nominal obrigatório nas listas
partidárias. O documento é assina-
do por 60 personalidades de vários
quadrantes e áreas, da política ao
ensino, da economia à arquitectura,
da advocacia à investigação.
“Tentámos traduzir qual é o nó
górdio que impede o desenvolvi-
mento de Portugal”, refere, ao PÚ-
BLICO, Eduardo Correia, professor
do ISCTE e um dos subscritores do
documento. “Depois de muitas ho-
ras de debate percebemos que o
modelo de funcionamento do sis-
tema político separa a sociedade
portuguesa do desenvolvimento”,
sintetiza.
No manifesto é referida “a obses-
são do poder pelo poder” e questio-
nadas as juventudes partidárias que,
quando chegam ao topo, “servem
essencialmente objectivos e interes-
ses restritos daqueles que utilizam o
Estado para os seus próprios fi ns.”
São também abordados os sacrifícios
impostos, a divisão dos portugueses
entre novos e velhos, com empre-
go e desempregados, funcionários
Manifesto pela Democratização do Regime defende primáriase listas eleitorais nominais
públicos e trabalhadores privados,
para concluir: “O Estado social está
a desmoronar-se.”
Uma situação que, segundo o
texto, impõe uma ruptura. Das pri-
márias abertas aos cidadãos na es-
colha dos candidatos a todos os car-
gos políticos à possibilidade de listas
nominais de cidadãos nas eleições
para a Assembleia da República. A
obrigatoriedade do voto nominal
nas listas partidárias e a igualdade
de condições no fi nanciamento das
campanhas eleitorais são outras exi-
gências.
“Não criticamos a existência de
partidos, mas o ambiente em que
os partidos funcionam”, salien-
ta Eduardo Correia, fundador do
Movimento Mérito e Sociedade. O
professor do ISCTE considera nor-
mal a proliferação de manifestos.
“Corresponde à sociedade portu-
guesa encontrar um caminho para
que os portugueses se unam à volta
de desígnios, o país está à deriva,
não sabe o que quer e onde está”,
justifi ca.
Entre os signatários do manifes-
to fi guram os ex-ministros Veiga
Simão e Manuel Maria Carrilho, os
antigos deputados socialistas Euri-
co Figueiredo e Edmundo Pedro, o
ex-parlamentar do PSD Fernando
Condesso, ou o eurodeputado e
historiador Rui Tavares. Também
assinaram os professores Elísio Es-
tanque e José Adelino Maltês, Luís
Salgado Matos, o sindicalista Jorge
Veludo, o coronel Vasco Louren-
ço, presidente da Associação 25 de
Abril, o encenador Hélder Costa e
o músico João Gil. “É uma lista que
inclui pessoas de origem de pensa-
mento político diverso, identifi cadas
com a necessidade de mudança”,
comenta Eduardo Correia.
CidadaniaNuno Ribeiro
É criticado o ambiente em que os partidos funcionam e proposta a reforma do sistema político, que entrava o desenvolvimento
DR
O PSD-Madeira aprovou sozinho a moção de confiança a Alberto João Jardim
O presidente do Governo Regional da
Madeira acusou o Governo da Repú-
blica de estar a “tramar a Madeira”
e, com ameaça da independência do
arquipélago, repudiou a “vergonho-
sa” lei de fi nanças regionais”.
Alberto João Jardim transformou a
moção de confi ança ao seu Governo,
aprovada ontem pelo Parlamento re-
gional com os votos do PSD e contra
de toda a oposição, numa censura ao
“poder colonialista” de Lisboa e con-
tra a oposição regional “medíocre” e
a “necessitar de ir ao psiquiatra”.
“O PSD da Madeira não subscreve
a política do Governo da República”,
declarou. O governante insular acu-
sou o executivo de Passos Coelho de
apoiar a intenção de transformar a
ilha da Terceira, nos Açores, “numa
Singapura do Atlântico”, para atenu-
ar a saída norte-americana da base
das Lajes e, em relação à Madeira,
estar a “sabotar” e “criar problemas”
à sua zona franca, “um ataque à in-
tegridade do povo madeirense” que
“só pode ter uma resposta o mais ra-
Jardim acusa Governo de “tramar a Madeira” onde “tudo está legal”
dical possível”. “Acabou, não vale a
pena fazer mais o jogo do regime”,
advertiu, admitindo avançar para a
independência da Madeira “se for
necessário”. Recebido à entrada do
Parlamento com manifestações con-
tra e a favor, Jardim confi rmou que
pretendia com esta moção “mobili-
zar os deputados da maioria” e obter
o seu apoio para “continuar a lutar,
denunciar e atacar” os “obstáculos
levantados pelo poder colonialista
de Lisboa à autonomia”, a “justiça
politizada” e as “forças ocultas que
estão a dar cabo de Portugal”.
Na sequência das posições defen-
didas no conselho regional do PSD,
de sábado, o governante criticou “o
Governo de Passos Coelho e do CDS”
— que “não é o meu”, frisou — pelas
“erradas medidas académicas” que
“impõem mais impostos aos portu-
gueses”. Na intervenção fi nal, acusou
“o Estado de um calote de 460 mi-
lhões” no âmbito da lei de meios para
a reconstrução do temporal de 2010,
de ter em atraso tranches do resgate
fi nanceiro no valor de 265 milhões e
de não ter ainda concretizado o aval
de 1100 milhões de euros.
“Viemos aqui para defender que
tudo o que fi zemos na Madeira foi le-
gal” e “em nome dos madeirenses”,
frisou o presidente do Governo, que
apresentou a sua primeira moção de
confi ança em 37 anos, na sequência
de notícias que referiam estar para
breve a acusação do DCIAP a todos os
membros do executivo regional pela
crime de prevaricação, no âmbito do
inquérito aberto pela procuradora-
geral da República à ocultação de
dívida pública regional. O CDS/PP
requereu que a votação fosse nomi-
nal (deputado a deputado), o que foi
rejeitado pelo PSD. “O senhor sabe
que se a moção fosse a voto secreto,
esta tarde já não era presidente do
Governo. E esse é o seu drama. Até
os deputados do PSD já não confi am
em si”, declarou o José Manuel Ro-
drigues. “Nada mais falso”, ripostou
o social-democrata Jaime Filipe Ra-
mos, que acusou a oposição de dar
lições em matéria de traição.
O líder parlamentar do PS, Carlos
Pereira, acusou Jardim de ter “escon-
dido dívidas no valor de 20% do PIB
regional sob tapetes da Quinta Vigia”.
Victor Freitas (PS) desafi ou Jardim
a demitir-se, por já ter “perdido a
confi ança da população” que consi-
derava “povo superior”, quando o
aplaudia, e agora, quando o contesta,
classifi ca de “cachorros”. Para Edgar
Silva (PCP), Jardim entrará na histó-
ria como “o coveiro-mor da autono-
mia” porque, “depois de dispor de
milhões, tudo esbanjou e faliu a Ma-
deira”. Para Roberto Vieira (MPT), o
governante “deve pedir perdão” por
aquilo que prometeu nas eleições e
não cumpriu. Segundo Hélder Spíno-
la (PND), a moção é um “atestado de
demência a um governo que perdeu
a noção da realidade”.
AutonomiasTolentino de Nóbrega
No debate da sua moção de confiança, o líder insular condenou a lei de finanças regionais e voltou a falar de independência
NUNO FERREIRA SANTOS
Primárias aos cidadãos para a escolha de todos os cargos políticos
PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | PORTUGAL | 9
“O aparelho de pesca fi cou preso no
fundo do mar. Subitamente veio uma
onda que entrou no porão e o barco
afundou-se de popa.” Assim descre-
veu o pescador Paulo Jorge ao mestre
da embarcação Prancha, que o resga-
tou, o naufrágio ocorrido cerca das
21h de domingo, a 3,5 milhas a leste
da ilha de São Jorge. O alerta chegou
ao Serviço de Busca e Salvamento
das Lajes às 14h do dia seguinte,
tendo então sido accionados meios
aéreos para procurar os náufragos.
“Aparelho de pesca ficou preso no fundo e o barco afundou-se”, conta sobrevivente do naufrágio
Passados três dias, “infelizmente
diminui a esperança de encontrar os
outros três pescadores com vida”, la-
menta João Lima, presidente da Jun-
ta de Freguesia de São Mateus, onde
nasceram os quatro tripulantes da
pequena traineira Gracilária. Choca-
do com a tragédia e temendo os efei-
tos da hipotermia, o autarca recorda
que “faz [hoje] precisamente oito
anos que na mesma aérea perderam
a vida dois pescadores num barco
que foi engolido pelo mar alteroso”.
“O mestre António Silva é um ho-
mem do mar experiente e pruden-
te”, frisa ao PÚBLICO o autarca de
São Mateus, que atribui o naufrágio
à conjugação de circunstâncias ad-
versas que fez desaparecer aquele
responsável pela embarcação e os
seus dois companheiros, Manuel da
Silva e Manuel de Sousa, todos com
idades entre os 40 e 50 anos.
O sobrevivente contou também ao
AçoresTolentino de Nóbrega
Buscas prosseguem hoje, apesar de diminuir a probabilidade de encontrar com vida os três pescadores desaparecidos
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Entretanto, prosseguem as opera-
ções de localização e busca dos três
desaparecidos, numa acção coorde-
nada pelo Comando da Zona Maríti-
ma dos Açores. Interrompidas ontem
à noite, quando as condições de vi-
sibilidade eram já diminutas, serão
hoje retomadas, logo ao amanhecer.
“Vamos continuar a fazer todos os
esforços para encontrar e salvar os
desaparecidos”, sublinha o tenente
Jorge Martins, adjunto da Capitania
do Porto da Horta. “Apesar de as con-
dições do mar não serem muito favo-
ráveis, o nosso lema é não perder a
esperança de os encontrar com vida”,
acrescenta. Na operação de busca e
socorro, centrada no canal de São
Jorge, participam a corveta António
Enes, um avião C295 e um helicópte-
ro EH101 da Força Aérea e uma lan-
cha do Instituto de Socorros a Náu-
fragos. Em terra, percorrem a costa
bombeiros, GNR e Polícia Marítima.
O surto de dengue na ilha da Madeira
está controlado e o número de novos
casos identifi cados caiu para “valo-
res residuais”, anunciou ontem a
Direcção-Geral da Saúde (DGS).
Segundo dados disponíveis no sítio
da Internet da DGS, desde meados de
Novembro do ano passado que o nú-
mero de casos tem vindo a diminuir
para valores quase sem expressão.
Desde 4 de Fevereiro que não há ca-
sos confi rmados laboratorialmente.
“Não é expectável o ressurgimen-
to do surto a curto prazo”, afi rmou à
agência Lusa Cristina Santos, chefe
da Unidade de Apoio às Emergên-
cias de Saúde Pública da DGS.
O primeiro caso de febre de den-
gue na Madeira foi detectado a 3 de
Outubro de 2012 e, desde então, fo-
ram notifi cadas 2168 ocorrências.
Dengue na Madeira cai para valores residuais
Saúdetimoneiro da Prancha que os quatro
fi caram “enrolados nas linhas e an-
zóis do aparelho de pescas”. Depois,
“com a escuridão, deixou de ver os
outros três que estavam agarrados a
uma caixa de madeira”.
O pescador resgatado está interna-
do no hospital da ilha Terceira, mas
“não corre risco de vida”, segundo
a directora clínica. A situação deste
homem de 46 anos é “estável”, mas
continua internado por apresentar
sinais de rabdomiólise, que requer
hidratações para evitar lesões renais,
acrescentou Leonor Bettencourt.
Um avião e um helicóptero da Força Aérea estão envolvidos nas operações de busca aos três desaparecidos
Número Nacional/Chamada Local
10 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013
DIAP investiga falsifi cação em concurso para fornecer helicópteros
Empresas estrangeiras, donas dos aparelhos apresentados a concurso público, dizem quenunca foram contactadas pela empresa vencedora, a Everjets, nem facultaram autorizações
NELSON GARRIDO
Concurso era para fornecer 25 helicópteros de combate a fogos
O Departamento de Investigação e
Acção Penal (DIAP) de Lisboa está a
investigar uma alegada falsifi cação de
documentos no âmbito do concurso
público para o fornecimento de 25
helicópteros de combate a fogos a
disponibilizar já no início desta época
de incêndios, em Maio. O inquérito
foi aberto naquele departamento do
Ministério Público (MP), segundo in-
formação prestada pela assessora de
imprensa da Procuradoria-Geral da
República (PGR), e decorre de uma
queixa-crime apresentada há uma
semana pelo consórcio que perdeu
o concurso a favor da Everjets.
A empresa de Famalicão ganhou a
adjudicação do lote três do concur-
so lançado em Julho do ano passado
pela Empresa de Meios Aéreos (EMA)
tutelada pelo Ministério da Adminis-
tração Interna (MAI). Os aparelhos
destinam-se ainda a apoiar o Insti-
tuto Nacional de Emergência Médica
(INEM). A assinatura do contrato de-
corrente da adjudicação está, porém,
suspensa, na sequência de uma pro-
vidência cautelar do consórcio derro-
tado, decorrendo prazo para a EMA
apresentar uma resolução funda-
mentada que contorne a suspensão.
O consórcio acusa a Everjets de
ter apresentado manuais de voo fal-
sifi cados de aparelhos de empresas
estrangeiras a quem não pediu qual-
quer autorização. O grupo, constitu-
ído por quatro empresas que habi-
tualmente concorrem entre si para
alugar os meios aéreos de combate a
incêndios ao Estado, entre as quais a
Heliportugal, Helibravo, HTA e Ena-
er, entregou na PGR documentação
que provará a alegada falsifi cação,
nomeadamente correspondência re-
cebida das empresas proprietárias
dos helicópteros, cujas matrículas
foram elencadas pela Everjets no
concurso. Na correspondência, em-
presas italianas e suíças garantem
que nunca foram contactadas pela
Everjets nem autorizaram qualquer
intermediário — comummente desig-
nado de broker no meio — a fazê-lo
por si ou a fornecer os manuais de
voo dos aparelhos, que são o docu-
mento identifi cativo dos mesmos.
O concurso público internacional,
lançado em Julho de 2012, previa a
contratação, manutenção e aluguer
de meios aéreos para um período de
cinco anos. A presidir ao júri do con-
curso esteve o agora director do De-
partamento Central de Investigação e
Acção Penal, Amadeu Guerra.
Na correspondência recente di-
rigida ao consórcio derrotado e à
qual o PÚBLICO teve acesso, a Ea-
gle Helicopter, a Swiss Helicopter,
a Helibernina, a Eliticino Tarmac e
a Eliwork confessam o seu “espan-
to” com a inclusão das matrículas
dos seus helicópteros no concurso
e consideram que a Everjets “agiu
ilegalmente” ao fazê-lo.
Contactado pelo PÚBLICO, o Con-
selho de Administração da Everjets
disse que a acusação do consórcio
“não tem fundamentação séria”
e recordou que “mesmo o júri do
concurso, que analisou as queixas
do concorrente, não as enviou para
o MP”. A empresa admite ter contac-
tado apenas brokers internacionais,
o que explicará o desconhecimen-
to dos proprietários dos helicópte-
ros. Contudo, numa carta enviada
em Fevereiro à EMA, a Eliwork diz
que “nunca autorizou a Everjets ou
qualquer outro broker a dar quais-
quer manuais das suas aeronaves”.
Na missiva, o administrador da em-
presa italiana, Gianpiero Petrelli, re-
quer uma certidão do concurso para
“efeitos criminais” e exige mesmo
que seja ponderada a “exclusão do
apresentante dos manuais falsifi ca-
dos” do concurso, que fi ca marcado
por litígios judiciais e acusações en-
tre os dois concorrentes.
A Everjets considera também que
a correspondência, trocada entre o
consórcio e as empresas estrangei-
ras, confi gura “práticas restritivas
da concorrência” e garante que irá,
igualmente, apresentar queixa-crime
com “todas as provas de que dispõe
quanto às irregularidades e falsifi -
cações que a proposta do consórcio
perdedor incluía, nomeadamente
quanto à declaração da inexistência
de dívidas ao sector público estatal,
assim como quanto aos manuais de
voo apresentados”.
A empresa que integra o grupo Ri-
con, conhecido no sector têxtil, lem-
bra que a acusação de falsifi cação já
antes tinha sido analisada pelo júri
do concurso. No fi nal de Janeiro, o
Tribunal Administrativo e Fiscal de
Braga determinou, no âmbito de
uma providência cautelar intenta-
da pela Everjets, que as regras que
exigiam a apresentação de cópias de
manuais era ilegais. Pelo que fi caram
de fora do concurso todas as even-
tuais ilegalidades e irregularidades
detectadas quanto a este aspecto.
O próprio júri do concurso não se
pronunciou sobre isso directamente.
Sublinhou apenas que as regras que
exigiam esses documentos foram ex-
cluídas na sequência de uma decisão
do tribunal. Contudo, fonte do DIAP
de Lisboa fez questão de sublinhar
ao PÚBLICO que “a falsifi cação de
documentos é um crime previsto no
Código de Penal”.
O consórcio, que também apre-
sentou uma exposição ao Institu-
to Nacional de Aviação Civil, tinha
já apresentado em Fevereiro uma
providência cautelar no Tribunal
de Sintra que atrasou o aluguer dos
aparelhos. O tribunal decidiu proibir
a Empresa de Meios Aéreos (EMA) de
executar quaisquer actos relativos
ao contrato com a empresa vence-
dora, que apresentou uma proposta
de 39,923 milhões de euros, menos
1,4 milhões de euros que o consórcio
concorrente. O MAI e a EMA recusa-
ram prestar declarações.
“O consórcio acredita que esta-
mos perante uma situação inaceitá-
vel, não só perante a ordem jurídica
aeronáutica, como a ordem jurídica
concursal e a ordem jurídica geral. O
nosso objectivo é obrigar o Estado a
cumprir a lei e abrir novo procedi-
mento, ainda que com carácter de
urgência. Finalmente, iremos apre-
sentar recurso ao ministro da Admi-
nistração Interna”, disse ao PÚBLICO
Pedro Silveira, presidente da Heli-
portugal, que lidera o consórcio. O
empresário garante ainda que o con-
sórcio estará pronto para fornecer os
helicópteros se a Everjet “falhar” os
seus compromissos. A empresa de
Famalicão garante, contudo, que já
tem os 25 aparelhos e vai cumprir o
que contratar com o Estado e “toda
a operação de combate aos incên-
dios”.
Combate aos fogos Pedro Sales Dias
5O concurso público internacional, lançado em Julho de 2012, previa a contratação, manutenção e aluguer de meios aéreos para um período de cinco anos
PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | PORTUGAL | 11
Realizou-se ontem à tarde, em Oei-
ras, o funeral de Ilídio Esteves, mili-
tante histórico do PCP, protagonista
da fuga da prisão de Caxias em 1961
no Chrysler blindado de Salazar.
Militante do PCP há sessenta anos
e tendo no seu currículo de militan-
te comunista e antifascista um total
de oito anos de prisão, Ilídio Esteves
morreu anteontem.
Ilídio Esteves ascendeu ao Comité
Central ainda como clandestino do
PCP em 1965. Como dirigente, pas-
sa de suplente a membro efectivo
do PCP em 1976, no VIII Congresso,
que se realizou na pavilhão da Feira
Internacional de Lisboa.
Como militante e dirigente na
clandestinidade, Ilídio Esteves foi
responsável pela instalação de vá-
rias casas clandestinas, com a sua
mulher, Albertina Esteves.
Já em democracia, tornou-se o se-
gundo representante da direcção do
PCP em Moscovo, onde substituiu
Carlos Aboim Inglez. Nessa tarefa,
a Ilídio Esteves seguir-se-á João Fon-
seca.
Mais tarde, Ilídio Esteves integrou
a Direcção da Organização Regional
de Lisboa e a Direcção da Organiza-
ção Regional do Algarve.
A mítica fuga de 4 de Dezembro
de 1961 tirou do reduto norte do
forte-prisão de Caxias, no Chrysler
blindado que tinha sido utilizado
ao serviço de Salazar — e perante
a incapacidade dos guardas de agi-
rem — os militantes comunistas José
Magro, Francisco Miguel, Domingos
Abrantes, António Gervásio, Gui-
lherme de Carvalho, Ilídio Esteves,
Rolando Verdial e António Tereso.
No funeral de Ilídio Esteves, o PCP
esteve representado ao mais alto ní-
vel pelo secretário-geral, Jerónimo
de Sousa, mas também por Francis-
co Lopes e por militantes históricos
como Jaime Serra. Na cerimónia fú-
nebre, em representação do PCP,
falou Rui Fernandes, membro da
comissão política.
Ao PÚBLICO, Rui Fernandes afi r-
mou que Ilídio Esteves era “um ca-
marada modesto e discreto” que
deixa “uma recordação de uma
vida de dedicação e resistência ao
fascismo”.
Rui Fernandes defendeu ain-
da que Ilídio Esteves se entregou
“sempre com dedicação à luta con-
tra a política de direita”, tendo sido
“um exemplo de coragem e abne-
gação”.
PCP: morreu Ilídio Esteves, um dirigente histórico
ObituárioSão José Almeida
PUBLICIDADE
A Associação Nacional de Municí-
pios Portugueses (ANMP) reiterou
ontem a sua “total discordância”
sobre o regime jurídico das comu-
nidades intermunicipais, apesar
de a maioria PSD/CDS ter avança-
do com propostas de alteração à lei,
Associação Nacional de Municípios contesta “prateleiras douradas” para autarcas
que consideravam ir ao encontro de
algumas das preocupações dos au-
tarcas.
Em comunicado, a ANMP lamenta
que as suas propostas sobre os se-
cretários executivos, com um venci-
mento equiparado a presidente de
câmara, não tenham sido aceites.
As propostas “salvaguardariam a es-
sência de tais funções e retirariam
qualquer ideia que possa existir de
que se concorda com a criação de
‘prateleiras douradas’ para autarcas
que cessam funções”, lê-se na nota
enviada à imprensa.
A ANMP sempre contestou a ideia
de reforçar as comunidades inter-
municipais e as Áreas Metropolita-
nas “como verdadeiras autarquias
locais, sem que para o efeito as mes-
mas sejam alvo de legitimação elei-
toral”. Uma referência ao facto de os
membros das comissões executivas
— o órgão de gestão intermunicipal
— serem eleitos por um colégio elei-
toral resultante das assembleias mu-
nicipais. Nas propostas avançadas
pela maioria PSD/CDS, é o Conselho
Intermunicipal (que reúne os presi-
dentes de câmara) que propõe a lista
candidata, que depois é votada por
esse colégio eleitoral. O Conselho In-
termunicipal passa também a ter o
poder de destituição das comissões
executivas, o que não acontecia na
proposta inicial apresentada pelo
AutarquiasSofia Rodrigues
A ANMP lamenta que as suas propostas sobre os futuros executivos supramunicipais nãotenham sido aceites
ministro Miguel Relvas, que tem a
tutela do poder local.
A proposta de lei e as alterações
apresentadas são votadas na sexta-
feira em votação fi nal global, depois
de PSD e CDS terem negociado um
entendimento nas últimas semanas.
Os centristas mostraram algumas
reservas quanto a esta proposta de
lei que estabelece 21 comunidades
intermunicipais e duas áreas metro-
politanas (Lisboa e Porto). Em cau-
sa, segundo o CDS, estava a falta de
fi scalização das comissões execu-
tivas. Nas propostas de alteração,
estes órgãos vão ter de prestar con-
tas às assembleias municipais, duas
vezes por ano.
12 | PORTUGAL | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013
Os dados que vão sendo divulgados
pelo Eurobarómetro têm revelado o
afastamento dos cidadãos em rela-
ção à União Europeia (UE). Em De-
zembro, um relatório mostrava que
apenas um terço dos cidadãos con-
fi ava nela como instituição (34% em
Portugal), contra 50% há oito anos.
Ontem, foi divulgado um novo in-
quérito, da mesma fonte. Diz que
a esmagadora maioria das pessoas
(86% em Portugal) acredita que, se
houvesse mais informação sobre o
impacto da UE na suas vidas, have-
ria mais gente a votar nas eleições
europeias. No mesmo dia, a Comis-
são Europeia emitiu uma série de
recomendações.
A Comissão diz que os partidos de
cada país devem indicar claramen-
te, antes e depois das eleições, em
que partido político europeu estão
fi liados. E dar a conhecer o candi-
dato que apoiam para o cargo de
presidente da Comissão Europeia.
O objectivo é este: informar melhor
os eleitores sobre os interesses em
jogo nas eleições para o Parlamento
Europeu do próximo ano, incentivar
um debate à escala europeia e melho-
rar a afl uência às urnas.
As recomendações estão em linha
com os dados do Eurobarómetro:
84% dos cidadãos da UE (e uma per-
centagem semelhante de portugue-
ses) pensam que a participação nas
eleições europeias aumentaria com
mais informações sobre o impacto da
UE, sobre os programas dos partidos
no Parlamento e sobre as eleições
propriamente ditas. E 62% (72% em
Portugal) consideram que a desig-
nação pelos partidos dos candidatos
a presidente da Comissão também
seria mobilizadora.
Sobre os seus direitos enquanto
eleitores europeus (é esse o tema do
inquérito tornado público ontem), os
cidadãos estão cada vez mais bem in-
formados. Um exemplo: à pergunta
“um cidadão de um país da UE que
viva noutro país da UE tem direito
a votar ou de se candidatar às elei-
ções para o Parlamento Europeu?” a
maioria (72%, contra 54% em 2007)
diz que sim. Em Portugal, 68% dis-
seram o mesmo.
Portugueses querem saber mais sobre a UE
Eleições europeiasAndreia Sanches
Maioria acredita que mais gente votará nas eleições se houver informação sobre impacto da UE nas suas vidas
Breves
Televisão
Ensino superior
Polícia
Relvas leva hoje plano para a RTP ao Parlamento
António Rendas reeleito presidente dos reitores
Criminalidade no Algarve baixou no ano passado
O ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, apresenta hoje, às 10h30, na Comissão Parlamentar para a Ética, as linhas gerais do plano de reestruturação da RTP, um documento de 36 páginas que o PÚBLICO avançou há semanas. No dia seguinte será a vez de Alberto da Ponte, presidente do conselho de administração da RTP, apresentar com detalhe no Parlamento todo o plano para a reforma da rádio e televisão públicas.
António Rendas, reitor da Universidade Nova de Lisboa, foi ontem reeleito para um novo mandato de três anos como presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas. Numa eleição em que era candidato único, Rendas foi escolhido por maioria e apontou a internacionalização do sector como “um dos grandes desafios” que tem pela frente.
Os números da criminalidade no Algarve baixaram no último ano, avançou ontem o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, durante uma reunião na sede do turismo algarvio. O governante disse ainda ter havido, em 2012, “uma evolução grande” no combate ao crime dirigido à comunidade estrangeira. E garantiu que o reforço do dispositivo policial na região tem sido feito ao longo do ano.
Rede recomenda às escolas que incluam o bullying homofóbico nos comportamentos proibidos
A Rede Ex Aequo registou 37 denún-
cias de episódios de homofobia e
transfobia ocorridos nas escolas
portuguesas, entre Janeiro de 2011
e Dezembro de 2012. No relatório,
remetido ontem ao Ministério da
Educação e Ciência, ecoam queixas
de alunos que disseram ter ouvido
de professores frases como “não sa-
bia que os maricas fazem desporto
com facilidade e agilidade”, o que
leva a associação a insistir na im-
portância da adopção de medidas
capazes de pôr travão ao problema,
como a formação de professores e
funcionários.
Há adolescentes que clamaram
ter entrado em depressão por te-
rem visto o seu nome numa casa de
banho seguido do epíteto “Lésbicas
do c...”. Mas também a queixa de
uma professora que diz ter visto um
colega querer baixar a nota a um
aluno depois de ter percebido que
ele era gay. E, apesar da diminui-
ção relativamente às 103 denúncias
constantes do relatório anterior (“a
Bullying homofóbico chegou às escolas do primeiro ciclo do básico
diminuição poderá ter tido que ver
com problemas de divulgação”, su-
gere Andreia Pereira, presidente da
rede), chegaram pela primeira vez
queixas sobre práticas discrimina-
tórias em escolas do primeiro ciclo
do básico. “Este é um problema que
necessita de ser resolvido e com ur-
gência”, sustenta a Ex Aequo — As-
sociação de Jovens Lésbicas, Gays,
Bissexuais, Transgéneros e Simpati-
zantes, apontando três instituições
do superior visadas nas denúncias
de homofobia nas praxes.
No entender da associação (cria-
da em 2003 para combater todas as
formas de discriminação com ba-
se na orientação sexual e que tem
disponível no seu site — www.rea.
pt — um formulário destinado a re-
colher as respectivas denúncias), os
37 episódios registados traduzem
o “ambiente de intolerância que
se vive nas escolas portuguesas”
e que redunda em “situações de
baixa auto-estima, isolamento, de-
pressões e tentativas de suicídio”,
contribuindo para o abandono e
insucesso escolares.
Entre os 37 denunciantes, hou-
ve 32 pessoas vítimas de agressão
homofóbica verbal, 24 de agressão
homofóbica psicológica e oito de
agressão homofóbica física.
A situação é grave se considerar-
mos que, como alega a Rede Ex Ae-
quo, continuam a ser apresentadas
poucas queixas formais, sendo que,
SERGIO AZENHA
DiscriminaçãoNatália Faria
Rede Ex Aequo recebeu 37 queixas de alunos, docentes e funcionários, relativas a episódios ocorridos em dois anos
nos casos em que a vítima decidiu
fazê-lo, “nenhuma teve resultados
positivos”. Mais: em 16% dos 37
casos denunciados, “houve tenta-
tiva de suicídio”, ainda segundo a
associação.
A maior parte dos episódios de-
nunciados ocorreu na Grande Lis-
boa (38%), Leiria (11%) e Portalegre
(8%), sendo que este último distri-
to aparece pela primeira vez desde
que o observatório foi criado.
Por outro lado, e reportando-
se às conclusões de um estudo
feito em 2011, em parceria com o
Instituto Superior de Ciências do
Trabalho e das Empresas (ISCTE),
a Ex Aequo lembra que 42% da ju-
ventude lésbica, gay e bissexual
afi rmou ter sido vítima de bullying
homofóbico, ao mesmo tempo que
67% dos 211 estudantes inquiridos
declararam ter visto colegas serem
vítimas de bullying homofóbico e
85% afi rmaram ter ouvido comen-
tários homofóbicos na escola que
frequentam.
Considerando que esta realidade
não pode ser ignorada, a Rede Ex
Aequo recomenda às escolas que
incluam o bullying homofóbico na
lista de comportamentos proibidos
pelos respectivos regulamentos in-
ternos. Além de defender a forma-
ção de professores e funcionários, a
associação reclama ainda a integra-
ção do tema da orientação sexual
no currículo escolar.
PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | PORTUGAL | 13
NUNO FERREIRA SANTOS
Serviços de saúde sem qualidade devem poder ser encerrados
Deixar que os cidadãos escolham li-
vremente o seu centro de saúde e o
seu médico de família e permitir o
encerramento de unidades e de ser-
viços sem qualidade ou viabilidade
económica são algumas das propos-
tas que constam de um estudo pro-
movido pelo Health Cluster Portugal
(HCP) e que ontem foi apresentado
em Lisboa. À saída da apresentação
do estudo, o ministro da Saúde, Pau-
lo Macedo, admitiu aos jornalistas
que o cenário do encerramento de
serviços pode fazer sentido, se se
comprovar que não têm qualidade.
Elaborado pela Porto Business
School (PBS) a pedido do HCP, o
estudo O Sector da Saúde: da Racio-
nalização à Excelência propõe cinco
medidas para reforçar a competiti-
vidade deste sector e “garantir a sua
sustentabilidade”. Uma das sugestões
passa pela criação da marca “Saúde
Portugal” e por atrair doentes estran-
geiros para os serviços nacionais de
excelência.
Antecipando o impacto da entrada
em vigor da directiva comunitária so-
bre os cuidados de saúde transfron-
teiriços, que permitirá que mais do-
entes circulem no espaço europeu,
os autores do trabalho preconizam
o aumento da concorrência entre
os prestadores de serviços de saú-
de, o que pressupõe a possibilidade
de “eliminar os prestadores menos
efi cientes”. Contudo, Nuno de Sousa
Pereira, da PBS e um dos coordena-
dores do estudo, disse não acreditar
que haja encerramentos de unidades
no seu todo, mas “apenas de alguns
serviços que deixem de fazer senti-
do” por estarem duplicados.
A escolha dos serviços a encerrar
fi cará nas mãos de uma entidade in-
dependente, até porque a decisão de
encerramento não pode fi car depen-
dente de pressões políticas, e deve
ter como base questões de “viabilida-
de económica, de cumprimento de
padrões de qualidade e de garantia
de condições de igualdade de aces-
so”, sublinham os investigadores.
Quanto à liberdade de escolha, o
processo deve ser iniciado nos cui-
dados de saúde primários, com os
doentes a poderem seleccionar o seu
médico de família, para mais tarde
que cada utente gaste, tendo em con-
sideração a sua idade e característi-
cas, para incentivar os prestadores
a fazerem uma gestão óptima dessa
verba. O modelo aproxima-se do que
já hoje acontece nas Unidades Locais
de Saúde, mas em que o ajustamen-
to ao risco do utente ainda não foi
optimizado.
Outra das medidas propostas pas-
sa pela concentração de recursos hu-
manos e fi nanceiros em subclusters
especializados em nichos de mer-
cado diferenciados. “Experiências
semelhantes foram adoptadas em
França, onde o Pôle de Compétivité
Cancer-Bio-Santé tem em curso qua-
tro actividades estratégicas no domí-
nio da prevenção, diagnóstico e tra-
tamento do cancro”, exemplifi cam.
A este propósito, na apresentação
os autores escusaram-se a adiantar
as áreas-chave, mas admitiram que
a oncologia e a neurologia são já re-
ferências nacionais. A ideia, clarifi -
cam os autores, é que estes centros
só tratem os casos mais diferenciados
e que os restantes fi quem nas outras
unidades de saúde, pelo que neste
caso não existiria a mesma inter-
pretação do conceito de liberdade
de escolha.
Exportar serviçosNo que diz respeito a atrair estran-
geiros, o neurocirurgião João Lobo
Antunes, presidente do Instituto de
Medicina Molecular e vice-presidente
do HCP, explicitou que estes nichos
passam “sobretudo pelas cirurgias
electivas”, onde se encaixam algu-
mas patologias da sua especialidade e
onde há tempo para estudar os casos
e trazer os doentes para Portugal.
Quanto ao período de implementa-
ção das medidas, Álvaro de Almeida
explica que todas podem ser introdu-
zidas desde já isoladamente, mas que
a reforma é para durar e “se forem
introduzidas em simultâneo há um
efeito multiplicador” positivo.
O Health Cluster é uma associação
privada, sem fi ns lucrativos, funda-
da em 2008, que visa promover ini-
ciativas para a consolidação de um
pólo nacional de competitividade,
inovação e tecnologia. Conta actual-
mente com 134 associados, incluindo
empresas farmacêuticas e de biotec-
nologia, de dispositivos médicos e de
serviços, universidades e entidades
do sistema científi co e tecnológico e
unidades hospitalares.
avançar também para os hospitais,
defendem.
Álvaro Almeida, da Faculdade de
Economia do Porto e outro dos coor-
denadores do estudo, esclareceu que
a liberdade de escolha deve apenas
ser concretizada “inicialmente em
áreas menos especializadas e onde
há concorrência, para que os utentes
possam ter alternativas”. Para isso,
defendeu, “é preciso abrir a porta ao
sector privado”. Mas o fi nanciamen-
to continuaria a ser público, por via
dos impostos, e os preços, contratu-
alizados pelo Estado com os vários
prestadores. Questionado sobre o ris-
co de os serviços menos atractivos do
ponto de vista económico acabarem
por fechar por não serem rentáveis,
o que deixaria doentes por tratar, Ál-
varo de Almeida referiu que seria ne-
cessário rever todo o fi nanciamento,
outra proposta sugerida no estudo.
“É preciso garantir que os preços re-
fl ectem os custos”, disse.
Para isso, passariam a ser os cen-
tros de saúde os responsáveis pelas
despesas dos respectivos utentes
(dentro de um pacote de serviços
pré-defi nido). A ideia é que se es-
tabeleça o valor que seja expectável
Ministro Paulo Macedo admite encerramento de serviços se se comprovar que não têm qualidade
Estudo encomendado pelo Health Cluster Portugal, que ontem foi apresentado em Lisboa,propõe que os centros de saúde passem a ser responsáveis pelas despesas dos utentes
SaúdeAlexandra Campos e Romana Borja Santos
Caminhos a longo prazo
Ministro reafirma que sustentabilidade do SNS apenas está garantida no curto e médio prazo
O ministro da Saúde, Paulo Macedo, voltou ontem a afirmar que a sustentabilidade do
Serviço Nacional de Saúde (SNS) apenas está garantida no curto e médio prazo, pelo que todas as iniciativas da sociedade civil são úteis para se encontrarem caminhos a longo prazo. Paulo Macedo classificou o estudo encomendado pelo Health Custer Portugal como um “contributo importante”, até por ser apresentado numa altura em que se debate a reforma do Estado.
Notando que o sector das ciências da saúde é um dos que têm maior potencial de crescimento no país, os autores do estudo defendem, a propósito, o desenvolvimento
de um conjunto de iniciativas integradas que permitam que Portugal seja percepcionado no exterior como um país de referência no sector da saúde. Mas não adiantam valores de quanto poderia vir o país a arrecadar, lembrando apenas que entre 2008 e 2010 o valor bruto acrescentado no mercado da saúde teve um crescimento de 1,8% ao ano quando na economia nacional houve um decréscimo de 0,8%. Também não são avançadas as poupanças que as medidas no seu todo conseguiriam.
Outra das medidas propostas passa pelo desenvolvimento de sistemas de informação bem estruturados “que produzam em tempo útil indicadores de qualidade”.
14 | LOCAL | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013
Tarifas da Águas do Mondego estão acima do recomendado pela ERSAR
Regulador disse que o preço cobrado aos municípios pelo abastecimento de água em 2012 já cobria os custos e sugeriu aumentos “prudentes” no saneamento. Câmara de Coimbra critica corrida ao lucro
PAULO RICCA/ARQUIVO
Câmara de Coimbra ameaça sair da Águas do Mondego, onde é a autarquia com mais peso, se não houver recuo
O Governo decidiu aumentar em 3%
as tarifas do abastecimento de água
e em 7,5% as tarifas do saneamento
nos 13 concelhos servidos pela Águas
do Mondego (AdM), empresa do gru-
po estatal Águas de Portugal (AdP),
ignorando um parecer da entidade
reguladora que sugeria valores mais
baixos. Para os municípios, esta foi
a “gota de água” num copo já meio-
cheio. E Coimbra, a câmara (PSD/
CDS) com mais peso na empresa,
pondera mesmo sair da sociedade
caso o Governo não volte atrás.
Num parecer emitido em Janeiro,
a Entidade Reguladora dos Serviços
de Águas e Resíduos (ERSAR) reco-
mendou ao Estado que aumentasse
a tarifa na AdM em 1% para a água
e em 5% para o saneamento. Diz o
regulador que em 2012 o preço co-
brado pelo abastecimento já garantia
a “cobertura total dos custos” e que
o do saneamento estava “bastante
acima do previsto” na concessão.
A ERSAR diz que o aumento de 1%
garante a “manutenção de uma tra-
jectória tarifária estável” no abasteci-
mento e permite recuperar parte da
remuneração accionista em dívida.
No saneamento — tradicionalmente
o serviço cuja tarifa está mais longe
do custo real — o regulador sugere
um aumento “prudente”.
Este parecer vem na sequência da
proposta tarifária da AdM, feita em
Setembro. A empresa propunha um
aumento de 3% para o abastecimento
e de 11% para o saneamento. No en-
tanto, em Agosto, tinha enviado aos
municípios uma nota dizendo que
“a tarifa prevista no orçamento para
2013, quer para água quer para reco-
lha e tratamento de efl uentes, é de
0,4745 euros por metro cúbico, sujei-
ta a alteração”. Este valor represen-
taria um aumento de 1% em relação
à tarifa de 2012. Pela primeira vez, a
AdM acabou por propor uma tarifa
diferenciada para os dois serviços, o
que não está previsto no contrato de
concessão, segundo a ERSAR.
A decisão do Estado — que é ao
mesmo tempo concedente e accio-
nista maioritário da AdM, com 51%
do capital através AdP —, foi comuni-
cada aos municípios no início deste
mês. O Ministério da Agricultura e
do Ambiente, a quem coube a deci-
são, não esclarece o que motivou es-
te aumento. “Não faremos qualquer
comentário”, disse um assessor de
imprensa de Assunção Cristas.
O grupo AdP nega, através do ga-
binete de comunicação, que a pro-
posta tarifária da AdM previsse um
aumento de 1%, contrariando o que
está escrito na nota enviada às câma-
ras, e à qual o PÚBLICO teve acesso.
A empresa diz ainda que a “tarifa de
saneamento aprovada [50 cêntimos
por metro cúbico] está abaixo da tari-
fa necessária para o desenvolvimen-
to da actividade” e para a resolução
do défi ce tarifário da AdM, que em
Novembro de 2012 era de 12 milhões
de euros. Acrescenta que a AdM não
tem conseguido gerar receitas que
permitam pagar aos accionistas.
“Com este aumento, a AdM vai ter
um lucro superior a 1,2 milhões de
euros. É uma decisão inexplicável. É
em 2013, um ano de difi culdades, que
vamos gerar lucros para remunerar
os capitais da AdP?”, questiona o pre-
sidente da Câmara de Coimbra, João
Barbosa de Melo. O autarca tem sido
o rosto da contestação ao aumento
tarifário, mas esta é transversal aos
restantes concelhos servidos pela
AdM: Ansião, Arganil, Condeixa-a-
Nova, Góis, Leiria, Lousã, Mealhada,
Mira, Miranda do Corvo, Penacova,
Penela e Vila Nova de Poiares.
Segundo Barbosa de Melo, o au-
mento vai custar por ano à Águas de
Coimbra mais 500 mil euros. “Talvez
seja possível em Coimbra encaixar
esta perda sem aumentar o preço aos
consumidores, mas não sei quantos
concelhos o conseguirão fazer”,
afi rmou. Para esta quarta-feira está
marcada uma reunião da assembleia
geral da AdM, onde os municípios vão
decidir o caminho a seguir. Coimbra
admite abandonar a sociedade caso
o diferendo se mantenha.
ÁguaMarisa Soares
Coimbra avança com acção judicial
AdP não cumpriu contratos, diz autarca
Oaumento tarifário abalou a “relação de confiança” que existia entre a Águas do Mondego (AdM) e os
municípios, diz o presidente da Câmara de Coimbra, João Barbosa de Melo. O autarca pretende avançar com uma acção judicial contra a Águas de Portugal (principal accionista da AdM) por “incumprimento contratual”. E explica: “Desde 2005 [ano de criação da sociedade], houve um conjunto muito grande de obras que a AdM ficou de executar, especialmente
para o tratamento de águas residuais, em Coimbra e noutros concelhos, e que nunca chegaram a ser feitas.” Barbosa de Melo garante que a Águas de Coimbra não tem qualquer dívida à AdM, mas reclama desta o pagamento de “dívidas várias no valor de alguns milhões de euros”, referentes às contrapartidas pela concessão de infra-estruturas e pela perda de receitas da venda de água, definidas aquando da entrega do serviço à Águas do Mondego. M.S.
PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | 15
A Câmara de Vila Franca de Xira
aprovou anteontem uma alteração
ao contrato de construção da nova
biblioteca da cidade, que poderá
desbloquear o impasse em que o
processo caíra nas últimas semanas.
Com os votos contra da CDU, o exe-
cutivo decidiu transferir o contrato
que tinha com a Obriverca – que não
conseguia obter fi nanciamento ban-
cário – para uma nova empresa, cria-
da especifi camente para este fi m.
A Jardins do Arroz, SA terá, ago-
ra, que comprar a antiga fábrica de
descasque de arroz à Obriverca e
poderá, assim, concretizar a obra
de transformação dos antigos silos
industriais numa moderna bibliote-
ca de sete pisos. Segundo Maria da
Luz Rosinha, presidente da câmara,
esta opção foi uma “exigência” da
entidade bancária que vai avançar
um fi nanciamento da ordem dos 4
milhões de euros, mas que não esta-
ria na disposição de fazer o mesmo
empréstimo à Obriverca.
A autarca diz que a Jardins do Ar-
roz, SA foi “criada especifi camente
para este efeito” e que não está liga-
da ao Grupo Obriverca, nem direc-
tamente a nenhuma entidade ban-
cária. Já sobre as condições da nova
empresa para construir as 75 frac-
ções e espaços comerciais previstos
para o resto do antigo recinto indus-
trial, Maria da Luz Rosinha diz não
ter indicações sobre o assunto.
Certo é que, com esta alteração, a
câmara acredita que fi cam reunidas
condições para fazer a nova bibliote-
ca, que está orçada em 5,6 milhões
de euros e conta com 3,5 milhões
de euros de fundos comunitários,
que se perderiam caso o processo
não avançasse.
De acordo com o contrato, a au-
tarquia entregará 1,5 milhões de
euros na fase de arranque da obra,
mas só pagará o restante quando
a biblioteca fi car pronta. Nessas
condições, a empresa construtora
terá que conseguir meios para fa-
zer a obra antes de receber o mon-
tante total e, nos últimos meses, a
Obriverca não terá conseguido esse
fi nanciamento, segundo explicou
Maria da Luz Rosinha.
Biblioteca pode avançar em Vila Franca
AutarquiasJorge Talixa
Para financiar os trabalhos, a banca exigiu a entrega da obra a uma nova empresa, cujos accionistas não são por enquanto conhecidos
Na Câmara do Porto, o processo fi -
cou conhecido como o “saco de mi-
lhões”. Em 2008, a empresa Living
Planit, que se propôs construir uma
cidade futurista em Paredes a que
chamou PlanIT Valley — e que seria
uma espécie de Silicon Valley eu-
ropeu —, ofereceu-se também para
comprar o Circuito da Boavista. Pre-
tendia assumir a organização e explo-
ração das corridas de automóveis e
chegou a ser redigido um contrato.
Mas o município exigiu garantias
bancárias e a holding presidida pelo
britânico Steve Lewis nunca as apre-
sentou. O negócio morreu aí.
A existência destas conversações
foi revelada ontem, na sessão do
julgamento que opõe a Câmara do
Porto/Porto Lazer à Talento, em-
presa responsável pela organização
do Circuito da Boavista em 2005 e
2007. Durante o dia foram ouvidos o
presidente da câmara, Rui Rio, o seu
chefe de gabinete, Manuel Teixeira,
e o vereador do Urbanismo, Gonça-
lo Gonçalves, que em 2008 tinha o
pelouro do Desporto na autarquia e
presidia à empresa municipal Porto
Lazer. Rui Rio foi o primeiro a reve-
lar, pela manhã, que em 2008 “havia
um inglês” que queria comprar o Cir-
cuito da Boavista. O autarca afi rmou
que nunca teve muita fé no negócio,
porque lhe parecia que “eram dema-
siadas facilidades”.
À tarde, Manuel Teixeira preci-
sou que a empresa em causa era a
Living Planit — sendo corroborado
depois por Gonçalo Gonçalves. “No
fi m, não deu em nada, mas no Ve-
rão de 2008 houve muitas reuniões
com eles. Eram facilidades a mais e,
quando chegou a altura de apresen-
tarem garantias bancárias, não havia
nada”, afi rmou.
Gonçalo Gonçalves explicou,
depois, que a Living Planit tinha
apontado para a possibilidade de a
McLaren, fabricante de automóveis
desportivos e de competição, criar
“um centro de desenvolvimento
em Paredes” e que teria sido nesse
âmbito que surgiu o interesse pelo
Circuito da Boavista. O projecto de
Paredes também não teve, até agora,
qualquer concretização.
PlanIT Valley de Paredes falado em tribunal
PortoPatrícia Carvalho
Promotor do PlanIT Valley de Paredes tentou comprar o Circuito da Boavista, soube-se ontem, durante um julgamento no Porto
Breves
EPUL
Arruda dos Vinhos
Mafra
Costa diz que todos os trabalhadores serão integrados
Reformado da PSP detido por violência doméstica
Escola básica foi assaltada sem que tenha havido furtos
O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, disse ontem que vai abrir “tantos concursos quantos os necessários” para que todos os trabalhadores da EPUL sejam integrados na autarquia depois da extinção daquela empresa. Na sessão de ontem da assembleia municipal, Costa foi acusado por um deputado do PSD de fazer “chantagem” com a situação da EPUL para levar a assembleia a aprovar a sua extinção.
Um antigo agente da PSP foi ontem detido em Arruda dos Vinhos por suspeitas de violência doméstica. Fonte da GNR disse que o homem, de 69 anos, foi detido na sequência de um mandado de busca do Ministério Público. O alegado agressor é suspeito de violência psicológica sobre a companheira, mãe de dois filhos seus, menores de idade. A vítima era ameaçada com armas de fogo que foram apreendidas.
A Escola Básica 2-3 de Mafra vai hoje retomar as aulas, depois de ter suspendido ontem a actividade lectiva, por ter sido alvo de vandalismo durante a noite. Segundo a GNR, citada pela Lusa, “não se tratou de um assalto para furtar nada”. A mesma fonte adiantou que os suspeitos “partiram e mandaram para o chão” computadores, cadeiras e outros objectos. A escola sofreu danos consideráveis.
16 | ECONOMIA | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013
Infl ação cai para zero e reacende fantasma da defl ação em Portugal
Em conjunto com a Grécia, Portugal é o único país em que os preços, em média, não subiram no último ano. Bom para consumidores com rendimentos a cair, mas, se se prolongar, uma ameaça para a economia
NELSON GARRIDO
Os bens de vestuário e calçado registaram a maior queda de preços
Pela segunda vez desde pelo menos
1974, a taxa de infl ação homóloga em
Portugal caiu para um valor abaixo
de zero. Consequência da contrac-
ção da actividade económica e da po-
lítica de recuperação da competitivi-
dade baseada na redução de custos
na economia, este resultado relança
a ameaça da entrada num processo
defl acionista, em que a retoma da
economia fi ca cada vez mais difícil
de concretizar.
De acordo com os números publi-
cados ontem pelo INE, a variação
dos preços junto do consumidor fa-
ce a igual período do ano passado
caiu, em Fevereiro, para zero. Aliás,
retirando os arredondamentos, foi
exactamente de -0,03%. A taxa de
infl ação média (a média das taxas
homólogas dos últimos 12 meses)
manteve a tendência de descida
que se tem verifi cado ao longo do
ano, passando de 2,5% para 2,3%,
devendo continuar a cair nos pró-
ximos meses.
A única outra ocasião em que se
verifi cou uma taxa de infl ação homó-
loga negativa em Portugal durante as
últimas décadas foi em 2009. Nessa
altura, em simultâneo com uma forte
recessão económica, ocorreu uma
descida pronunciada dos preços in-
ternacionais dos produtos alimenta-
res e petrolíferos. Isso fez com que
a taxa de infl ação homóloga, nessa
altura, tivesse chegado a atingir os
-1,7%. No entanto, esse período de in-
fl ação homóloga negativa foi relativa-
mente rápido, durando apenas nove
meses, esvaziando-se assim o que os
preços internacionais do petróleo e
da alimentação recuperaram.
A actual tendência de descida de
preços tem características e razões
diferentes. Também é o resultado de
uma contracção muito forte da eco-
nomia, mas não é acentuada pelos
preços dos combustíveis e alimentos.
Aliás, retirando às contas estes tipos
de bens, a infl ação homóloga até se-
ria menor, de -0,5%.
Em contrapartida, os preços estão
a ser infl uenciados pela política de
redução de custos (especialmente
laborais) que se está a registar por
toda a economia. Uma vez que es-
ta política não deverá ser revertida
muito brevemente, aumenta a pro-
babilidade de se estar perante um
período prolongado e persistente
de infl ação negativa, aquilo a que
se chama defl ação.
A troika e o Governo não acredi-
tam que se esteja perante o risco de
entrada num processo defl acionista
(a Comissão aponta para uma taxa
média no fi nal do ano positiva), e
dizem que esta descida de preços é
apenas um sinal da redução de cus-
tos registada na economia, que irá
trazer ganhos de competitividade
face ao exterior.
No entanto, há quem tema que, se
a tendência se acentuar e prolongar,
se caia na armadilha da defl ação, em
que as empresas investem ainda me-
nos e os consumidores contraem-se
mais perante a perspectiva de quedas
de preços no futuro. Recentemente,
em declarações ao PÚBLICO, o ex-
ministro das Finanças Luís Campos
e Cunha dava conta dos seus receios
relativamente ao risco de uma “re-
cessão com defl ação”. “É uma com-
binação muito perigosa porque não
temos política monetária nacional e
a política orçamental só pode agra-
var a situação, em consequência da
quase bancarrota de 2011”, dizia.
Os indicadores que dão conta de
uma ameaça defl acionista não se fi -
cam pela variação dos preços junto
dos consumidores. Na segunda-feira,
o INE deu a conhecer os números
do fi nal do ano passado das contas
nacionais e, pela primeira vez des-
de que há registos, verifi cou-se um
defl ator do PIB negativo em 2012, de
-0,1%. O defl ator do PIB é uma medi-
da da evolução dos preços em toda a
economia, não apenas no consumo.
O facto de ser negativo faz com que
a variação nominal do PIB fosse, em
2012, mais negativa (-3,3%) do que
a variação real (-3,2%), tornando
ainda mais difícil a redução do pe-
so da dívida (pública e privada) na
economia.
A taxa de infl ação zero agora re-
gistada é o resultado de descidas
homólogas de 4,9% no vestuário e
calçado, de 1,7% nos bens e serviços
de saúde e de 1,6% nos transpor-
tes. Em contrapartida, registou-
se uma subida de preços face ao
ano passado de 5,1% nas bebidas
alcoólicas e tabaco, de 3,5% na ha-
bitação, água, electricidade, gás e
outros combustíveis e de 2% nos
produtos alimentares e nas bebidas
não-alcoólicas.
PreçosSérgio Aníbal
Inflação em queda em Portugal
Fonte: INE
Taxa de inflação homólogaEm %
Inflação por tipo de bensVariação homóloga em Fevereiro de 2013, em %
TotalVestuário e calçadoSaúdeTransportesComunicaçõesBens e serviços diversosAcessórios e equip. domésticoLazer, recreação e culturaEducaçãoRestaurantes e hotéisProd. alimentares e bebidasHabitação, água, electricidade e gásBebidas alcoólicas e tabaco
-0,03
5,123,48
21,6
1,410,92
-0,25-0,34-0,41
-1,6-1,68
-4,94-2
0
2
4
6
2013201020051999
Excepto alimentos e produtos energéticos
Total
-0,5
0
PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | 17
NEIL HALL/REUTERS
Na origem da queixa à AdC poderá estar uma auditoria interna
Os responsáveis do Barclays Portugal
só souberam depois da instituição
ter sido alvo de buscas, a semana
passada, que a denúncia que che-
gou à Autoridade da Concorrência
(AdC) partira da sede, em Londres,
com acordo de “clemência”. Na se-
quência, a sucursal do grupo britâ-
nico foi aconselhada a manter-se em
silêncio.
O PÚBLICO confi rmou junto de um
quadro de topo do Barclays que após
as buscas realizadas ao sector pelas
autoridades nacionais, há precisa-
mente uma semana, a operação por-
tuguesa inquiriu a sede, em Londres,
que a aconselhou a não reagir. Isto,
com a justifi cação de que, em troca
de uma denúncia sobre a eventual
combinação da fi xação de spreads,
de comissões e de serviços no cré-
dito à habitação e ao consumo en-
volvendo várias instituições a operar
em Portugal tinha negociado com a
AdC um perdão concedido ao abrigo
do “regime de clemência”, o que, na
prática, resulta numa confi rmação
de culpa que benefi cia a instituição.
Dentro do Barclays Portugal é dado
como adquirido que os responsáveis
da instituição desconheciam o a ini-
ciativa da casa mãe junto da AdC.
Terá sido neste contexto que fonte
do Barclays Portugal disse ao PÚBLI-
CO que “não ia comentar” a informa-
ção de que teria partido da institui-
ção a denúncia que desencadeou as
investigações da AdC. Uma notícia
divulgada segunda-feira pelo Diário
Económico.
Na origem da queixa à AdC po-
derá estar uma auditoria interna à
sucursal portuguesa, desencadeada
pelo novo CEO do Barclays, Antony
Jenkins (ex-responsável pela área
de negócios e banca de retalho do
grupo), que decretou inspecções a
todas as operações internacionais
do grupo. O PÚBLICO apurou ainda
que as conclusões da auditoria, que
decorreu ao longo de vários meses,
também não eram do conhecimen-
to da generalidade dos quadros da
instituição portuguesa. Outra pos-
sibilidade em aberto é ter existido
uma denúncia de um colaborador
(ou ex-colaborador) enviada directa-
Barclays Portugal desconhecia denúncia feita por Londres à AdC
mente para Londres que, de seguida,
após averiguações, a terá remetido
para a AdC.
A acção policial ao sector bancário
envolveu várias instituições fi nancei-
ras (fala-se em 15 bancos, sem con-
fi rmação) que foram alvo de buscas
em simultâneo. No processo de ave-
riguações (em segredo de justiça), a
AdC liderada por Manuel Sebastião
actuou em coordenação com o De-
partamento de Investigação e Acção
Penal e a Polícia Judiciária.
Recorde-se que o primeiro órgão
de comunicação social a divulgar que
as buscas aos bancos foi a SIC Notí-
cias que acompanhou em directo o
trajecto das autoridades até à sede do
Barclays, em Lisboa. Entre as ques-
tões que continuam por esclarecer
está o nome dos outros bancos que
poderão ter estado envolvidos na
cartelização. Se a equipa de Manuel
Sebastião concluir que houve de fac-
to uma combinação de preços/comis-
sões os visados arriscam multas má-
ximas que podem equivaler até 10%
do seu volume de negócios. A AdC
está, nesta fase, a analisar toda a do-
cumentação e os fi cheiros recolhidos
para apurar se, por um lado, estes
correspondem à matéria da queixa
e se, por outro, os factos são ilícitos.
Só aí será deduzida a acusação. Qual-
quer que seja o resultado, a AdC deu
sufi ciente credibilidade à denúncia
para decidir investigar.
Já este ano o Barclays anunciou
uma reestruturação da operação
em Portugal na área do retalho com
o encerramento de cerca de mais de
100 agências e a redução entre 400
e 300 trabalhadores. Mas, antes, o
novo CEO Antony Jenkins decreta-
ra inspecções a todas as operações
internacionais do grupo, depois de
vários escândalos, nomeadamente
o relacionado com a manipulação
da taxa Libor (foi multado em 290
milhões de libras) Na sequência das
fraudes, em Agosto, o anterior pre-
sidente executivo, Bob Diamond,
pediu a demissão, dando entrada
imediata a Antony Jenkins.
ConcorrênciaCristina Ferreira
Iniciativa que conduziu a buscas na banca partiu do Barclays no Reino Unido. AdC está agora a analisar a documentação recolhida
ipsilon.publico.ptDísponível em formato digitalpublico.pt/digital/
Sexta
Deolindadeixa o bairro e faz-se ao mundo
João Rui Guerra
da Mata e João Pedro
Rodrigues
“H.G. Wells era um homem cheio de
contradições e falhas de carácter”
David Lodge viveu dois anos com o autor de A Guerra dos Mundos até começar a escrever Um Homem de Partes, um H.G. Wells íntimo (e fi ccional), confrontado com as suas controvérsias e com a sua sexualidade
Macau mutante
18 | ECONOMIA | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013
O grau de incumprimento na econo-
mia portuguesa voltou a aumentar
em Janeiro, mês em que o peso dos
créditos de cobrança duvidosa nos
empréstimos à habitação e ao con-
sumo subiram para os valores mais
altos em 15 anos.
Do total de empréstimos conce-
didos pelos bancos portugueses à
economia – somando crédito aos
particulares e às empresas – 6,5%
eram, em Janeiro, considerados de
cobrança duvidosa pelas instituições
fi nanceiras. Os valores retiram-se de
dados divulgados ontem pelo Banco
de Portugal (BdP), que apontam para
níveis históricos no grau de incum-
primento dos particulares, numa
altura em que diminui também o
crédito concedido às famílias.
Entre os particulares, o peso do
crédito de cobrança duvidosa sobre
o total dos empréstimos concedidos
aproxima-se dos 4%. Em Janeiro, atin-
giu os 3,9% (5138 milhões de euros),
o valor mais alto desde Dezembro
de 1997, altura a partir da qual o BdP
regista estes dados.
O mesmo aconteceu com os em-
préstimos à habitação e ao consu-
mo, que sobem para máximos de
15 anos.
O incumprimento continua a ser
mais elevado no crédito ao consumo
do que no crédito à habitação, o que
indicia que, numa situação de difi -
culdade de pagamento ao banco, é
o primeiro tipo de empréstimo (por
exemplo, para a compra de carro ou
de electrodomésticos) que os portu-
gueses deixam de pagar em primeiro
lugar.
Os dados mais recentes do INE,
relativos ainda ao terceiro trimestre
do ano passado, mostravam um cres-
cimento da poupança determinado
pela diminuição do consumo, na
mesma altura em que as necessida-
des de fi nanciamento das empresas
diminuíam por causa da contracção
no investimento e da redução de des-
pesas com salários.
Mais crédito para empresasCom o malparado (créditos por re-
gularizar há mais de 30 dias) a au-
mentar e os bancos a cumprirem
Famílias obtêm cada vez menos crédito e malparado sobe para novos máximos
regras mais apertadas na análise do
perfi l de risco dos clientes, a torneira
do crédito à economia tem vindo a
fechar-se.
Em Janeiro, o montante dos em-
préstimos aos particulares dimi-
nuiu em 654 milhões de euros face
a Dezembro, seja para a compra de
habitação, seja em empréstimos ao
consumo.
Só o fi nanciamento às empresas
aumentou (em 133 milhões de euros,
ao contrário da tendência dos meses
anteriores), mas tal não foi sufi ciente
para o total do crédito concedido à
economia engrossar, já que que a fa-
tia de empréstimos aos particulares
tem um peso maior e estes continu-
aram a recuar.
Do crédito concedido pelos ban-
cos às empresas, um total de 105.600
milhões de euros, cerca de 10.290
milhões eram considerados pelos
bancos como sendo de cobrança du-
vidosa. Isto signifi ca que 9,74% era
classifi cado como crédito vencido e
crédito sobre o qual os bancos têm
dúvidas que venha a ser pago den-
tro do prazo. Este indicador chegou
a ultrapassar a barreira dos 10% em
Novembro, no mês seguinte recuou
para 9,4%, voltando agora a aproxi-
mar-se daquela percentagem.
A construção é, de longe, o sector
em que as empresas têm mais difi -
culdades em pagar os empréstimos
contraídos, uma situação que se agra-
vou de forma vertiginosa ao longo de
2012. Em Janeiro passado, 19,3% do
crédito concedido era considerado
de cobrança duvidosa, quando um
ano antes o peso do malparado es-
tava em 12,3%.
De 13 áreas de actividade consi-
deradas pelo BdP – da agricultura às
indústrias transformadoras, passan-
do por empresas do ramo imobili-
ário, saúde, comércio a retalho ou
transportes e armazenagem – ape-
nas nesta última houve um recuo do
malparado.
No comércio por grosso e retalho e
nas empresas de reparação de auto-
móveis, a crise está também a levar
as situações de incumprimento para
níveis históricos. Aqui, o malparado
abrange 12,4% dos empréstimos, um
valor muito próximo do que se passa
nas imobiliárias.
ConjunturaPedro Crisóstomo
Peso da cobrança duvidosa das empresas volta a aumentar. Na construção, o malparado já atinge 19,3% do volume de empréstimos
Nas empresas, apenas nos transportes e armazenagem houve uma queda do malparado
As exportações nacionais contraria-
ram em Janeiro as quedas do fi nal de
2012, e responderam positivamen-
te aos receios de que a contracção
económica da União Europeia fosse
agudizar a recessão em Portugal. O
Instituto Nacional de Estatística (INE)
anunciou ontem que as exportações
de bens cresceram 5,6% em Janeiro,
com forte contributo da fatia de en-
comendas para fora da União Euro-
peia, que aumentaram 12%, ou 115
milhões de euros, em relação a Ja-
neiro de 2011.
A capacidade do sector exportador
para contornar o enfraquecimento
do mercado europeu, de onde pro-
vém a sua principal fatia das receitas,
é mencionada como um ponto cru-
cial no sustento das exportações na-
cionais. Aliás, as quedas de 0,1 e 3,2%
na exportação de bens em Novembro
e Dezembro, respectivamente, tive-
ram como causa a quebra no consu-
mo dentro da comunidade europeia,
que o aumento gradual das vendas
extracomunitárias não conseguiram
compensar.
No entanto, em sentido contrário
àquela que tem sido a tendência, as
exportações para a União Europeia
(UE) cresceram 3,3% em Janeiro, em
termos homólogos: mais 88 milhões
de euros. Não se registava uma subi-
da na contribuição das exportações
comunitárias desde Agosto de 2012.
Em comparação com Dezembro de
2012, as exportações comunitárias
aumentaram 25,8%. Esta recupera-
ção do mercado comunitário parece
contrariar as perspectivas do desem-
penho económico da Zona Euro.
O relatório das exportações de Ja-
neiro de 2013 surge um dia depois de
ter sido anunciado a queda real de
0,5% no valor das exportações no
último trimestre de 2012. O receio de
perda daquele que tem sido o prin-
cipal sustento económico nacional
durante o período de ajustamento
económico piorou-se com estes da-
dos. Como agravante, o Banco Cen-
tral Europeu (BCE) piorou as expec-
tativas de contracção da economia da
Zona Euro para 0,5% em 2013.
Mesmo que o contexto económico
da Zona Euro volte a atacar as expor-
Crescimento dos mercados extra-UE e de Espanha alivia receios sobre as exportações
tações comunitárias, Portugal parece
ter conseguido em Janeiro um bom
impulso no mercado extracomuni-
tário. Em todo o caso, o valor das
exportações para a União Europeia
é ainda 2,5 vezes superior ao das en-
comendas para fora da região (2656
milhões de euros face a 1082 milhões
de euros em Janeiro).
Mas, face a este cenário optimista,
Pedro Reis, presidente da AICEP, é
cauteloso: “Da mesma maneira que
não entro em depressão quando há
quebras, como houve no mês de No-
vembro e Dezembro, não entro em
euforia quando temos bons meses
como foi este mês de Janeiro”. On-
tem, à margem do fórum Brinde à
Cerveja, o presidente da agência por-
tuguesa de investimento e comércio
alertou ainda que uma “economia
não se pode só basear e alavancar
com base nas exportações”.
Espanha recuperaO forte crescimento nas exportações
em Janeiro teve dois contributos pre-
ciosos: Espanha e Angola. Dos 115
milhões de euros de crescimento
homólogo em receitas no mercado
extracomunitário, 58,9 milhões de
euros partiram do aumento das ex-
portações para Angola.
Já no que toca às exportações co-
munitárias, dos 88 milhões de euros
de crescimento homólogo em Janei-
ro, 53 milhões devem-se à subida
das vendas para Espanha, o princi-
pal parceiro comercial. Já os segun-
do e terceiro mercado, Alemanha e
França, registaram um contributo
menor em Janeiro de 2013 do que
em Janeiro de 2012. As exportações
para a Alemanha renderem menos
um milhão e, para a França, menos
23 milhões de euros. com Ana Rute Silva
ComércioFélix Ribeiro
Recuperação de Espanha e crescimento fora da Europa atenuam preocupação sobre as exportações nacionais
DR
Exportações para países da UE não aumentavam desde Agosto
Nos últimos dois meses, os novos processos de controlo às importações em Angola estão a atrasar
as exportações de mercadoria portuguesa para aquele país, sobretudo de bens alimentares. A Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) deu “prioridade máxima” ao acompanhamento deste problema, motivado por novas regras e “cautelas naturais do governo angolano na vistoria e análises laboratoriais”, disse Pedro Reis, presidente da AICEP, que ontem participou num fórum organizado pela APCV, a Associação Portuguesa dos Produtores de Cerveja (ver texto ao lado).
Estes “novos processos” têm a ver “com ameaças de subfacturação que não têm a ver com os nossos exportadores, mas com ameaças de intermediários”, esclareceu Pedro Reis, questionado pelos jornalistas. “Isto tem emperrado e atrasado algumas das nossas exportações na área alimentar e de bebidas”, disse. António Pires de Lima, presidente da Apcv, espera que este seja “um processo temporário”. As dificuldades afectam outros países e podem aumentar o preço dos bens em causa, alertou. Ana Rute Silva
Obstáculos nas vendas para Angola
PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | ECONOMIA | 19
A intenção era começar a produ-
zir cerveja Super Bock no Brasil no
primeiro trimestre deste ano, mas
a Unicer acabou por recuar e não
vai, para já, avançar com qualquer
investimento semelhante naquele
país, anfi trião do Mundial de Fute-
bol e dos Jogos Olímpicos (em 2014
e 2016). De acordo com António Pi-
res de Lima, presidente da empresa
nortenha, a decisão foi tomada de-
pois de a Unicer não ter conseguido
encontrar um parceiro industrial.
“Acabámos por não optar por essa
via porque não encontrámos, até à
data, nenhum parceiro industrial
que nos oferecesse as garantias pa-
ra podermos fazer a produção com
todo o controlo. Não desistimos da
ideia, mas para já não conseguimos
concretizar”, disse ontem, questio-
nado pelo PÚBLICO à margem de
uma conferência organizada pela
Apcv, a Associação Portuguesa dos
Produtores de Cerveja, à qual tam-
bém preside.
Este ano, a Unicer espera exportar
150 mil litros de cerveja para o Bra-
sil e retomar as vendas de Água das
Pedras naquele país, com 300 mil li-
tros. Quantidades “muito limitadas”
devido aos entraves à importação
naquele mercado. “O conjunto de
barreiras e de regras que existem
para a importação de produtos é
de tal forma complexo que torna os
produtos caros”, afi rmou Pires de
Lima, que já durante o debate tinha
dito que é “um trabalho hercúleo”
colocar cerveja em São Paulo ou no
Rio de Janeiro.
O ano passado a empresa expor-
tou no total 200 milhões de litros
de cerveja, com Angola em lugar
de destaque. A quota de mercado
da cerveja portuguesa em geral é
de 20% em volume e a Unicer tem
uma fatia de 15%. França é o segun-
do maior comprador da empresa,
que está a criar uma rede comercial
de distribuidores locais na Europa,
em África (Angola, Cabo Verde e Mo-
çambique) e Estados Unidos. Este
ano, Pires de Lima espera conseguir
vender 50% da produção de cerveja
(Super Bock e Cristal) fora de Por-
tugal.
Dona da Super Bock recua e já não produzirá cerveja no Brasil este ano
Durante o fórum “Brinde à Cer-
veja”, da Apcv, e falando como
presidente da associação, António
Pires de Lima adiantou que o sec-
tor aumentou 20% as exportações
em 2012 e já exporta 40% de toda
a produção. Isto signifi ca que duas
em cada cinco cervejas produzidas
em Portugal são vendidas no estran-
geiro.
As exportações têm sido o motor
de um negócio enfraquecido pela
queda no consumo interno. As ven-
das de cerveja em bares e restau-
rantes caíram 20%, prejudicando
o sector, muito dependente deste
canal. O consumo per capita caiu
para níveis de 1980, um cenário
“verdadeiramente desastroso” pa-
ra as cervejeiras nacionais, aponta
o presidente da Apcv.
Nuno Pinto Magalhães, director de
comunicação da Sociedade Central
de Cervejas (SCC), sublinhou que as
vendas para o estrangeiro são “um
factor de crescimento e sustentabili-
dade do negócio”. A dona da Sagres
exporta para 30 países e conseguiu
25% das receitas nos mercados ex-
ternos em 2012. “Queremos crescer
a dois dígitos nos próximos anos”,
disse, revelando que a Sagres é a
segunda marca de cerveja mais ex-
portada pelo grupo Heineken, que
detém 100% da SCC.
Também Nuno Freitas, da Empre-
sas de Cervejas da Madeira, revelou
que a produtora, com 140 anos de
existência, iniciou pela primeira
vez em 2012 um projecto de expor-
tação para Angola, Guiné e Canadá.
No debate, Antoni Folguera, da Font
Salem, disse por seu lado que a em-
presa (antiga fábrica Cintra em San-
tarém) vende mais de 70% da sua
produção para Espanha.
Agro-alimentarAna Rute Silva
Unicer previa fabricar com parceiro local, mas o projecto não vai avançar. Este ano, quer vender 50% da produção no estrangeiro
Pires de Lima diz que é trabalho “hercúleo” vender no Brasil
Os funcionários públicos que nos
três primeiros meses do ano des-
contaram para a ADSE (o sistema
de saúde aplicado à generalidade
dos funcionários públicos) tendo
por base um leque mais alargado
de rendimentos serão reembolsa-
dos pelos serviços.
“Com a publicação do decreto de
execução orçamental fi cou estabe-
lecido que se mantêm a base de in-
cidência do cálculo do desconto do
benefi ciário. As entidades emprega-
doras que não tenham observado
esta regra no processamento de re-
munerações no primeiro trimestre
de 2013, podem e devem proceder
à devida regularização”, esclare-
ceu fonte ofi cial do Ministério das
Finanças.
No Orçamento do Estado para
2013, o Governo alargou a base de
incidência dos descontos para a Cai-
xa Geral de Aposentações, passando
a incluir, além do salário, a remune-
ração por trabalho extraordinário,
as ajudas de custo, as despesas de
representação ou os subsídios de
residência, de transportes, entre
outros. Como a lei determina que
a base de incidência dos descontos
para a ADSE deve ser a mesma da
CGA, em Janeiro alguns funcionários
públicos acabaram por descontar
mais para os subsistemas de saúde
do que estavam à espera.
No decreto-lei de execução orça-
mental, publicado na segunda-feira,
o Ministério das Finanças decidiu
alterar esta situação e manter a ba-
se de incidência dos descontos que
estava em vigor a 31 de Dezembro de
2012, ou seja, antes do alargamento
do leque de rendimentos a conside-
rar para efeitos dos descontos para
a CGA.
O PÚBLICO questionou o Minis-
tério das Finanças sobre as razões
que justifi cam a redução da base
de descontos para ADSE e qual o
montante a mais descontado pelos
trabalhadores que terá que ser de-
volvido, mas fonte ofi cial não esteve
disponível para responder.
Já no que respeita aos descontos
de 2,5% da responsabilidade das en-
tidades empregadoras, eles serão
Serviços vão reembolsar funcionários que descontaram a mais para a ADSE
efectuados sobre a base de incidên-
cia alargada aplicada aos descontos
para a CGA.
A ADSE tem vindo a reduzir a sua
dependência do Orçamento do Es-
tado e de acordo com o plano de
actividades para 2013, este ano a
contribuição dos trabalhadores (de
1,5%) garantirão 63% das despesas
assumidas pela ADSE e o restante
corresponde às contribuições da
entidade empregadora.
Função Pública Raquel Martins
Quem descontou para a ADSE nos primeiros três meses do ano será reembolsado, garantem as Finanças
OE 2013 alargou base de incidência dos descontos para a CGA
PAULO RICCA/ARQUIVO
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20 | ECONOMIA | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013
Bolsas
PSI-20 Última Sessão Performance (%)Nome da Empresa Var% Fecho Volume Abertura Máximo Mínimo 5 dias 2013
PSI 20 INDEX 0,39 6064,230 132125825 6057,250 6081,040 6035,350 2,17 7,23ALTRI SGPS SA -0,05 1,885 186232 1,900 1,900 1,876 4,89 18,70BANIF SA -0,752 0,132 117867 0,133 0,135 0,132 3,1 -9,59BPI -0,51 1,170 586390 1,188 1,190 1,165 5,09 24,07BCP 0,92 0,110 109698868 0,109 0,111 0,108 4,81 46,67BES 0,73 0,965 8980459 0,958 0,979 0,958 11,27 7,82COFINA SGPS -1,09 0,542 26644 0,549 0,549 0,533 9,82 -7,98EDP 0,26 2,355 3229988 2,350 2,355 2,338 2,13 2,84EDP RENOVÁVEIS -0,81 3,918 523367 3,921 3,951 3,897 1,02 -1,90ES FINANCIAL 1,06 5,255 36416 5,250 5,255 5,150 1,48 -0,47GALP ENERGIA 1,26 12,050 965631 11,950 12,065 11,945 2,15 2,47J MARTINS SGPS 0,78 15,450 727976 15,390 15,560 15,210 -0,78 5,82MOTA ENGIL -1,45 1,905 366235 1,936 1,940 1,890 3,31 21,57PT 0,57 4,025 2911885 4,005 4,049 4,005 3,52 7,36PORTUCEL -0,48 2,714 293578 2,728 2,760 2,638 1,38 19,04REN -1,66 2,250 388240 2,290 2,290 2,245 -1,8 9,49SEMAPA 0,21 6,777 38750 6,793 6,815 6,673 2,78 19,10SONAECOM SGPS 0,84 1,568 369791 1,563 1,575 1,559 2,98 5,87SONAE INDÚSTRIA 0,17 0,597 194244 0,600 0,604 0,590 6,05 22,09SONAE -0,72 0,685 2240344 0,691 0,693 0,680 2,07 -0,29ZON MULTIMÉDIA -0,62 3,382 242920 3,400 3,418 3,335 -2,69 13,87
O DIA NOS MERCADOS
Acções
Divisas Valor por euro
Diário de bolsa
Dinheiro, activos e dívida
Preço do barril de petróleo e da onça, em dólares
MercadoriasPetróleoOuro
ObrigaçõesOT 2 anosOT 10 anos
Taxas de juro Euribor 3 mesesEuribor 6 meses
Euribor 6 meses
Portugal PSI20
Últimos 3 meses
Últimos 3 meses
Obrigações 10 anos
Mais Transaccionadas Volume
Variação
Variação
Melhores
Piores
Últimos 3 meses
Últimos 3 meses
Europa Euro Stoxx 50
BCP 109.698.868BES 8.980.459EDP 3.229.988PT 2.911.885Sonae 2.240.344
Galp Energia 1,26%ES Financial 1,06%BCP 0,92%
REN -1,66%Mota Engil -1,45%Cofina SGPS -1,09%
Euro/DólarEuro/LibraEuro/IeneEuro/RealEuro/Franco Suíço
5,50
6,25
7,00
7,75
8,50
1,30250,8737125,01
2,55681,2336
0,201%0,326%
109,771593,56
3,002%5,893%
PSI20Euro Stoxx 50Dow Jones
Variação dos índices face à sessão anterior
2500
2575
2650
2725
2800
5100
5400
5700
6000
6300
0,300
0,325
0,350
0,375
0,43
0,39%-0,25%
n.d.
Empresa fez um avultado investimento de aquacultura em Mira
O grupo espanhol Pescanova, que
negoceia com a banca o pagamento
de dívidas para evitar a insolvência,
reconheceu ontem irregularidades
nas contas, admitindo que o verda-
deiro montante de dívida da empresa
não corresponde ao que é reclamado
pelos credores. O grupo, conhecido
pelos seus produtos congelados, está
a ser investigado em Espanha pelo re-
gulador de mercado de capitais por
suspeitas de “abuso de mercado”.
O anúncio, tornado público na
véspera, teve fortes repercussões no
mercado para a Pescanova. A empre-
sa viveu ontem uma sessão em bolsa
tudo menos calma: as negociações
arrancaram uma hora mais tarde do
habitual e, quando os títulos caíam
a pique, perto de 20%, a cotação foi
suspensa. Não tardou para o presi-
dente da Pescanova, Manuel Fernán-
dez de Sousa, emitir um comunicado
a informar que a empresa detectou
“discrepâncias” entre a contabilida-
de da empresa e os números da dívi-
da bancária – “discrepâncias que po-
dem ser signifi cativas” e que levaram
a empresa a abrir uma auditoria para
apurar o que está em causa.
A Comissão Nacional de Mercado
de Valores (CNMV) pedira à Pesca-
nova não só para apresentar, “com
Pescanova reconhece contas com irregularidades
a maior brevidade”, os resultados
do último trimestre do ano passa-
do, como para detalhar a situação
patrimonial do grupo, o seu nível de
endividamento e as “dívidas vencidas
ou não pagas”.
Nenhuma destas informações é,
para já, pormenorizada pela Pesca-
nova. Pelo grupo, que em Praia de
Mira tem a maior unidade mundial
de criação de pregado, apenas é dada
a garantia de que o regulador será in-
formado logo que for apurado o valor
dessas “discrepâncias”. Este, por sua
vez, está a investigar se da actuação
da empresa, administradores ou ter-
ceiros resultaram comportamentos
considerados como “abuso de mer-
cado”. Elvira Rodríguez, presidente
do regulador, sublinhou que o pe-
dido vai no sentido de a Pescanova
apresentar “as contas de acordo com
as normas da CNMV”.
Outra questão a avaliar pelo regu-
lador é a evolução da Pescanova na
Bolsa de Madrid, cujas acções caíram
a pique desde que a empresa apre-
sentou o processo contra credores.
Os títulos do grupo valiam 17,4 euros
a 1 de Março, mais 66,03% do que on-
tem, quando o regulador suspendeu
os títulos (nos 5,91 euros).
ADRIANO MIRANDA
EmpresasPedro Crióstomo
Grupo espanhol está a ser investigado pelo regulador de mercado de capitais,que ontem suspendeu as acções da empresa
Breves
PME
Zona euro
Trabalho
Entidades públicas na UE forçadas a pagar atempadamente
Parlamento Europeu aprova regras que reforçam supervisão
Impulso Jovem com cerca de 8000 candidaturas
A nova lei comunitária adoptada no ano passado pela UE destinada a por fim à “cultura dos atrasos de pagamento” às PME entra em vigor no sábado, lembrou ontem a Comissão Europeia. Portugal é um dos que terá maior esforço para respeitar a nova directiva, que prevê um prazo de 30 dias para o pagamento de bens e serviços, já que a Administração Pública portuguesa demora em média 140 dias a pagar.
Os eurodeputados aprovaram o 2º pacote sobre a governação económica (two-pack), no âmbito do qual a CE vai estudar a viabilidade de emissões de dívida comum. O two pack visa o fortalecimento da supervisão dos países do euro. É composto por dois textos legislativos: um sobre a avaliação dos projectos de planos orçamentais e outro sobre os países afectados por graves dificuldades financeiras.
O programa Impulso Jovem conta com cerca de 8000 candidaturas aceites à data de ontem, com o ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, a destacar a importância deste apoio lançado em Agosto no combate ao desemprego jovem. No terreno, de acordo com os dados hoje avançados por Miguel Relvas, estão cerca de 4500 jovens que já iniciaram os seus estágios.
66%As acções do grupo espanhol de pesca e produtos alimentares caíram a pique – 66,03% – desde que, no dia 1 de Março, anunciou um processo contra os seus credores
Passatempocom o apoio:
VVVVVVVVooooolllllluuuuuuummmmmmmeeee 888888,,,, qqqqquuuuuuuiiiiiinnnnnttttttaaaaaa------fffffffeeeeeeeiiiiiirrrrrraaaaa,,,,,, ddddddiiiiiiaaaaaa 11111144444444 ddddddeeeeee MMMMMMMMMaaaaaaarrrrrrrççççççoooooo,,,,, pppppppoooooorrr +++++++ 666666,,,,999955555555oooooo €€€€55 cccoooommm oooo PPPPPúúúbbblllliiiicccooo€€€
Até em cenas de filmes como A Toupeira e Nemo. La Mer, só por si, teve mais de 400 versões.
Um feito que assenta bem a um criador que recusou sempre gravar canções que não tivesse escrito.
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No livro, com capa de Alex Gozblau, fica a conhecer todos os pormenores da sua biografia e uma breve contextualização histórica.
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quinta,dia 14Março
~ ~
22 | MUNDO | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013
Ao gesto profético de Bento XVI poderá seguir-se um Papa profeta?
No dia 1 do conclave, cardeais não escolheram sucessor de Bento XVI e hoje voltam à Capela Sistina
“Deus, concede-nos um Pastor
que anuncie o Evangelho e a
misericórdia”, pediu o cardeal
Angelo Sodano durante a manhã.
Ao cair da noite, eram milhares
os católicos que enchiam a Praça
de S. Pedro na expectativa de
conhecer esse pastor: com as
suas preces, ditas assim, de mais
perto, quiseram unir-se à escolha e
sublinhar as orações dos cardeais
que têm a responsabilidade de
eleger o sucessor de Bento XVI.
À primeira votação seguiu-se
o esperado fumo negro. Poucos
acreditavam que houvesse fumo
branco, que dois terços dos
cardeais escolhessem o mesmo
homem no primeiro dia de
conclave; tantos quiseram ainda
assim confi rmá-lo.
Hoje, os cardeais voltarão a
entrar na Capela Sistina e os fi éis
regressarão a S. Pedro. De manhã
haverá duas votações, à tarde
outras duas. Ratzinger foi escolhido
em dois dias — e João Paulo II
estava doente há anos. Ratzinger
assombrou os católicos com a sua
renúncia, a primeira em 600 anos,
comunicada há um mês.
Ontem, quando o fumo saiu por
fi m pela chaminé era noite escura:
20h42 e o fumo muito negro e
espesso a debandar por entre a
chuva, cinco longos minutos de
fumo negro. A acompanhá-lo, um
enorme “ohhhh” dito a milhares
de vozes enquanto chapéus-
de-chuva de todas as cores
rodopiavam e depois se afastavam
em blocos, esvaziando a Praça.
“Até amanhã.”
Há oito anos, foi Ratzinger a
presidir à Santa Missa Pro Eligendo
Romano Pontifi ce, acto que
inaugura o dia do arranque de
cada conclave. Depois, entrou na
Capela do Juízo Final de Miguel
Ângelo e foi eleito pelos seus pares.
Desta vez, o decano do Colégio
Cardinalício é Sodano, que por
já ter 85 anos não vota nem pode
ser eleito. Desta vez, e apesar
Aldo rezou por um regresso à Igreja dos homens perante os homens, dos homens entre os homens, enquanto ouvia o cardeal Sodano pedir “um Messias pleno de misericórdia”. Depois, houve fumo negro
Reportagem Sofia Lorena, em Roma
das regras e dos ritos repetidos,
o facto de o decano do Colégio
Cardinalício não ter assento no
conclave é apenas uma entre tantas
diferenças.
“Estive a trabalhar de noite e a
seguir vim para aqui. O verdadeiro
repouso é fazer a vontade de Deus,
rezar e invocar o Espírito Santo
para que nos mande o apóstolo,
o pastor para estes tempos”,
diz Aldo Ottomanelli, 65 anos,
diácono na igreja de Bari, a passar
uma temporada em Roma com
objectivos claros. Veio lançar uma
fundação que ofereça trabalho aos
extracomunitários que chegam
a Itália e só quer deixar a capital
quando o conseguir. Entretanto,
virá a S. Pedro todas as manhãs até
o novo Papa estar eleito.
“Agora, é tempo de nos
prepararmos para acolher Sua
Santidade, a vinda de Cristo. O
novo pastor chegará para espalhar
o amor, a caridade e a humildade.
Este novo pastor abrirá a porta da
unidade, carregará o sofrimento
e a cura. A cura triunfa sempre
que a Igreja se renova”, afi rma
Aldo. O novo Papa, assegura
este diácono, “abaterá muitas
paredes e construirá outras, e
terá a capacidade de falar a todo
o mundo, com a mão direita da
autoridade e a mão esquerda da
humildade”. A renovação da Igreja
far-se-á, diz ainda Aldo, através do
exemplo e da palavra. “Uma vida
simples é uma vida bela.”
Caridade e unidade Aldo seguiu a missa de Sodano de
olhos postos num dos quatro ecrãs
gigantes espalhados pela praça
desde a renúncia de Ratzinger. Viu
os 115 eleitores e todos os outros
cardeais reunidos em oração.
Ouviu as palavras de Sodano e
rezou com ele, jeans colados ao
corpo pela chuva, às vezes em
uníssono, noutros momentos
sozinho, entregue às suas
preces, sempre de pé, encostado
às barreiras de madeira que
desenham o percurso até à Basílica,
numa manhã fechada a turistas.
Como Aldo, que insiste na
importância da trindade “nestes
tempos difíceis como nenhuns
outros”, também Sodano repetiu
essencialmente três temas ao longo
da homilia de quase duas horas.
Caridade, unidade e continuidade,
foram as palavras escolhidas pelo
cardeal.
Sodano citou a profecia de Isaías
em que se anuncia o envio de “um
Messias pleno de misericórdia”
para levar “o contentamento
anunciado aos pobres, limpar as
lágrimas dos corações partidos,
proclamar a liberdade aos escravos,
a libertação aos prisioneiros”.
Este Messias é Jesus e “é um amor
que se faz notar particularmente
no contacto com o sofrimento, a
injustiça, a pobreza, com todas as
fragilidades, físicas e morais”.
Esta missão de misericórdia,
disse Sodano, foi entregue por
Cristo a todos os pastores da
Igreja, “mas compromete ainda
mais o bispo de Roma”. Depois,
citou Bento XVI, o Papa emérito
sempre presente, que na sua
mensagem da Quaresma explicou
que por vezes se limita a “caridade”
à “solidariedade” ou à “ajuda
humanitária”, quando a maior obra
de caridade “é a evangelização”.
Há oito anos, Ratzinger
sublinhou que “sem verdade a
caridade seria cega”. Sodano
recuperou as suas palavras para
dizer que a caridade se concretiza
na evangelização e que é ela que
defi ne “a missão de misericórdia”
que se pede a um Papa.
Agradecendo a Bento XVI — e
arrancando com isso um longo
aplauso, o cardeal Sodano pediu
ainda unidade, antes de mais
à própria Igreja, poucos dias
depois de Ratzinger ter lamentado
as “divisões” que a corroem:
ALESSANDRO BIANCHI/REUTERS
Milhares de pessoas esperaram para ver o fumo sair pela chaminé
PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | MUNDO | 23
OSSERVATORE ROMANO/REUTERS
Jean-Claude Juncker, primeiro-mi-
nistro do Luxemburgo, foi presi-
dente do Eurogrupo durante oito
anos, até há dois meses. Numa en-
trevista ao semanário alemão Der
Spiegel desta semana diz que os ve-
lhos demónios que no passado le-
varam países europeus a entrar em
guerra “não desapareceram”. “[Os
demónios] estão apenas adormeci-
dos, como as guerras na Bósnia e no
Kosovo mostraram”, diz. E confessa
que o assusta ver as semelhanças
entre as circunstâncias da Europa
de há 100 anos e o contexto actual
europeu.
Juncker enumera exemplos de
recentes episódios que deixaram
“feridas profundas” ou que o cho-
caram: a forma como alguns po-
líticos alemães atacaram a Grécia
quando o país entrou em crise e
os cartazes em protestos de rua em
Atenas mostrando Angela Merkel
de uniforme nazi. “Sentimentos
que pensávamos estar, enfi m, re-
legados para o passado vieram à
superfície”, diz Juncker.
Concorda que ninguém duvida
seriamente que existe paz e ami-
zade na Europa mas também avisa:
“Quem pensar que a eterna questão
da guerra e da paz na Europa é uma
Demónios da Europa “estão apenas adormecidos”
questão que desapareceu para sem-
pre pode estar muito enganado.”
Jean-Claude Juncker encontra
hoje a mesma “complacência” ba-
seada na “ideia de que a paz está
garantida para sempre” que exis-
tia há 100 anos, em vésperas da I
Guerra Mundial. “Arrepia-me ver
como são semelhantes as circuns-
tâncias da Europa em 2013 e as de
há 100 anos.”
“Em 1913, muitas pessoas acredi-
tavam que nunca mais haveria uma
guerra na Europa. As grandes po-
tências do continente tinham fortes
ligações económicas e a convicção
geral era a de que simplesmente
não podiam permitir-se entrar em
confl itos militares.” O ex-líder do
Eurogrupo diz que a razão de ser da
“união monetária sempre foi conso-
lidar a paz”. Mas lamenta ver hoje
como “demasiados europeus estão
a voltar a um espírito regional ou
nacional”.
Europa em perda no mundoPor outro lado, sobre a perda de
infl uência de uma Europa em cri-
se, considera que apenas “unida” a
Europa poderá continuar a contar
para o mundo. Os sinais são vários:
em meados deste século, a Europa
só terá 7% da população mundial e,
já hoje, mais de 80% do crescimen-
to económico é referente as outras
regiões do globo, diz Juncker.
“Uma Europa unida é a única hi-
pótese de o nosso continente não
ser excluído do radar do mundo”,
diz. E acrescenta: “Os chefes do Go-
verno da Alemanha, França e Rei-
no Unido também sabem que a sua
voz só é ouvida internacionalmente
porque falam através do megafone
da União Europeia.”
Aos 58 anos, aquele que foi uma
espécie de “presidente informal da
união monetária europeia” não re-
vela a ambição de chegar a um ou-
tro lugar na União Europeia, mas
diz excluir a hipótese de suceder
ao belga Herman Van Rompuy no
cargo de presidente do Conselho
Europeu.
Tem a certeza absoluta sobre isso
porque diz que, para ele, não faria
sentido assumir um cargo que pode-
ria ter assumido em 2009, quando
vários chefes de Estado e de Gover-
no o abordaram para o fazer, mas
“aparentemente algumas pessoas”
não o quiseram. A chanceler alemã
Angela Merkel? O então Presiden-
te francês Nicolas Sarkozy? Nesta
questão em particular, Jean-Claude
Juncker optou por não responder
ao jornalista da Der Spiegel.
União EuropeiaAna Dias Cordeiro
O primeiro-ministro do Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, lamenta o regresso a uma lógica mais nacional e menos europeia
Junker foi presidente do Eurogrupo durante oito anos
os bispos e os monsenhores”, diz
Aldo. Amor, caridade e humildade,
repete. E só a simplicidade os torna
possíveis. Aldo quer reformas mas
quer, mais ainda, um regresso
às origens, à Igreja dos homens
perante os homens, dos homens
entre os homens.
Uma nova eraNas palavras de Juan Arias,
jornalista e fi lólogo que
acompanhou João Paulo II nas
suas viagens pelo mundo, o
que a renúncia de Ratzinger
anuncia é que “não estamos
perante mais uma das crises que
a Igreja enfrentou na sua história,
mas perante algo inédito: uma
encruzilhada que leva a pensar
no fi m do papado se este não se
reforma”.
Fazem falta reformas, sim,
escreveu ontem Arias no jornal
espanhol El País, mas estas não
podem ser como tantas outras,
simples “cosmética”. “A Igreja não
precisa das reformas do passado,
de mudanças para continuar
igual.” Agora, diz Arias, seria
preciso “um Papa profeta, capaz
de inaugurar uma nova era”, um
“revolucionário” que entenda que
a revolução passa só pelo regresso
às origens, implica apenas um
passo atrás, como o de Bento XVI
— um passo simples mesmo que
enorme.
“Ser profeta no Vaticano, tentar
de alguma forma recuperar a
tradição evangélica, despojar o
bispo de Roma dos seus poderes
temporais, uma tarefa que até
agora pareceu impossível.” O
espanhol não sabe se Ratzinger
tentou levá-la a cabo: “Pode ter
intuído que um gesto profético
poderia custar a vida.” E ainda
assim, “o grande paradoxo é
que a sua renúncia talvez tenha
constituído um dos gestos mais
proféticos dos últimos papas, capaz
de obrigar a Igreja a rever-se dos
pés à cabeça”.
Arias também não sabe se há
entre os 115 cardeais “um Papa
profeta”, mas escreve que a eleição
de um Papa assim nunca será
rápida porque nenhum dos nomes
mais referidos, do italiano Angelo
Scola ao brasileiro Odilo Scherer,
tem esse perfi l. Ontem, houve fumo
negro no Vaticano.
“Tenham muita humildade,
doçura e paciência, apoiai-vos,
uns aos outros, com amor”, disse
aos prelados, “todos chamados
a cooperar com o sucessor de
Pedro, o fundamento da unidade
da Igreja”. Pediu também
continuidade. Com Ratzinger e com
“os últimos pontífi ces”, “artesãos
de tantas iniciativas benéfi cas,
promovendo a justiça e a paz a
nível mundial”.
Aldo concorda com quase
tudo o que Sodano escolheu
dizer aos cardeais, no seu último
acto público antes da entrada
em conclave. Mas vê no gesto do
Papa alemão um acto de ruptura,
“humilde e generoso”, e não espera
continuidade. “Se Jesus estivesse
aqui hoje no meio dos cardeais,
seria uma criança que os olharia
nos olhos. Sem a inocência de uma
criança é impossível ver a verdade.
Hoje, o mundo está entregue ao
sentimentalismo e para o superar
temos de invocar o Espírito Santo.
Ele é que é o operário humilde que
constrói as grandes obras à glória
de Deus, ele, e não os cardeais,
Sondagens
Católicos americanos querem mudanças
Agora que, pela primeira vez, um norte-americano pode vir a ser papa, as sondagens mostram
que a maioria dos católicos americanos espera que o novo pontífice modernize a Igreja.
Numa sondagem CBS/New York Times, 66% dos católicos americanos dizem que gostariam que o novo papa fosse “mais jovem, com novas ideias”, contra 26% que preferem um papa “mais velho e experiente”.
E, segundo uma sondagem Washington Post/ABC News divulgada no início da semana, 54% dos católicos americanos defendem que o novo papa deve fazer reformas no interior da Igreja de modo a reflectir as novas atitudes e estilos de vida dos seus membros. Seis em cada dez católicos pensam que a Igreja está alheada das ideias e necessidades dos seus membros.
O desejo de mudança é maior do que em 2005, quando Bento XVI se tornou Papa. Nessa altura, cerca de metade dos católicos americanos defendiam que a Igreja deveria manter as suas políticas tradicionais. Na nova sondagem do Washington Post, só 38% têm essa opinião.
Os dois candidatos dos Estados Unidos, Timothy M. Dolan, arcebispo de Nova Iorque, e o cardeal Sean Patrick O’Malley, de Boston, são favoráveis a reformas.
Ainda de acordo com a sondagem do Post, 78% dos católicos dos EUA desaprovam a forma como a Igreja tem lidado com os escândalos envolvendo o abuso sexual de crianças por padres.
Apesar disso, dois terços dizem que Bento XVI fez um trabalho “bom” ou “excelente”. 55% de católicos americanos são contra o celibato sacerdotal e 58% defendem a ordenação de mulheres. Kathleen Gomes, em Washington
Ver mais emwww.publico.ptSiga os desenvolvimentos do conclave ao minuto
24 | MUNDO | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013
que pagasse no estrangeiro.
Comprar dólares ou euros no
mercado paralelo é um modo
de ir tirando algum dinheiro
do país. “Agora, não há. Não
se arranja.” E não gosta de ter
bolívares depositados no banco.
Não é só a infl ação. Há notícia de
bancários associados a redes de
sequestradores, crime em voga na
Venezuela.
A 9 de Fevereiro, Nicolás
Maduro, agora Presidente da
República interino, reagiu às
distorções: depois de dez anos
com um câmbio ofi cial fi xo, o
bolívar passou de 4,3 para 6,3 face
ao dólar. O empresário acabara de
passar um negócio. “Para manter
o valor do dinheiro, comprei dois
apartamentos.”
Carros melhores que casasOs apartamentos, quase prontos,
afi guram-se-lhe um negócio de
risco. A Venezuela tem grande
défi ce de habitação. Inúmeros
apartamentos em fase de
conclusão foram invadidos
por famílias sem tecto. Quase
ninguém investe em habitação,
a não ser o Estado – o Governo
lançou a Gran Misión Vivienda,
através da qual está a construir
habitação social.
Arrendar também não é algo
que traga sossego ao empresário,
de 48 anos. Se um inquilino deixar
de pagar a renda, só o poderá
despejar quando tiver uma
alternativa. “E se nunca procurar
essa alternativa?” Comprar carros
parece-lhe o melhor a fazer para
manter o valor do seu dinheiro. O
problema é encontrá-los.
Começa pelo concessionário
da Jeep, em Los Ruices, uma das
zonas industriais de Caracas.
Nem meia dúzia de vendedores
sentados, à secretária, e um único
carro exposto. Têm uma lista
de espera de dez meses. Quem
quiser entrar na lista tem de ter
um crédito aprovado por um
banco.
O empresário avança para a
Toyota. O cenário é desolador:
nem vendedores, nem carros.
“O que faço com o dinheiro? Não o posso tirar daqui”
Quer comprar um carro novo.
Qualquer carro novo, desde
que não seja branco, a cor dos
táxis que percorrem Caracas.
Se aparecerem dois, comprará
dois. É um investimento. O
preço de um carro dispara
mal sai do concessionário. E a
desvalorização do bolívar parece
imparável no mercado paralelo.
Aviso: será preciso recuar dez
anos para perceber o contexto
que agora leva este empresário
português a esta busca; não se
revelará o seu nome porque
recorrer ao mercado paralelo de
divisas é um crime.
Em Janeiro de 2003, num braço-
de-ferro com a oposição, que
paralisou a indústria petrolífera
dois meses, fazendo baixar os
depósitos de bolívares, subir a
compra de dólares e aumentar
o défi ce das contas públicas,
Hugo Chávez decretou o controlo
de câmbio. Desde então, uma
estrutura do Estado decide se e
quantos dólares pode comprar
quem importa bens, faz férias ou
estuda no estrangeiro. O plano
era travar a fuga de capitais e
deter a infl ação, assegurando uma
taxa de câmbio estável para as
importações. Desenvolveu-se um
mercado paralelo de divisas.
Em Agosto do ano passado,
quando o empresário foi de férias
para Portugal, o dólar estava a 8,5
bolívares no mercado paralelo.
Subiu durante a campanha para
as presidenciais de 7 de Outubro.
Lembra-se de pensar: “Isto está
muito alto. Isto há-de baixar.” Não
baixou. Agora, o dólar está a 24/25
bolívares.
Às vezes, apetece-lhe fazer
as malas e regressar ao país de
origem. Cansa-se da incerteza, da
insegurança, da revolução. Podia
tentar vender a casa, os negócios.
“O que faço com o dinheiro? Não
o posso tirar daqui.” A solução,
para si, era encontrar comprador
Não sabem quando voltarão a
ter algum carro para vender.
“Talvez no fi nal do ano”, arrisca
a recepcionista. Até lá limitam-se
a vender peças e a fazer trabalhos
de manutenção das viaturas.
Tenta outro concessionário da
mesma marca. “Há gente que está
à espera desde o ano passado”,
lamenta o vendedor.
Passa pela Ford. O fi lho pega
num panfl eto de uma carrinha
modelo F250. Não há, nem sabem
se algum dia haverá. Talvez lá
para Maio abram uma lista de
espera, mas para o Fiesta.
Conduz até ao concessionário
da Volkswagen. Há 40 carros no
Porto de La Guaira, mas destinam-
se a funcionários e a accionistas,
diz o gerente. “Não sabemos
quando voltaremos a receber,
não há licença de importação.”
O empresário ainda lhe pergunta
A economia é um tema central na corrida para a presidência. Um empresário tenta comprar um carro, para segurar o valor do seu dinheiro, e o melhor que consegue é entrar numa lista de espera
“Um saco de farinha de trigo custa 315 bolívares. Quando não se consegue, tem de se ir ao mercado negro, onde pode custar até 550”
Reportagem Ana Cristina Pereira, em Caracas
se sabe se algum deles quer
vender, ciente de que é assim que
muitos ganham a vida. O homem
sorri. Quem quiser vender já terá
cliente.
Ainda vai à Mitsubishi. E à
Chevrolet. Num, nem lista de
espera. Noutro, seis meses à
espera de um Aveo.
Imagina o quão estranho isto
será para um dos familiares ou
amigos residentes em Portugal.
No ano passado, o carro da fi lha
foi roubado. Era um Terios.
Custava 223 mil bolívares. O
seguro demorou quatro meses a
pagar. Quando pagou, já custava
350. Agora, aparece a 380 nas
páginas electrónicas de carros
usados.
A associação que representa
os concessionários queixa-se da
quase nula liquidação de divisas
e de tardias autorizações para
PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | 25
AFP
O Presidente interino Nicólas Maduro a caminho da Academia Militar, onde se encontra o corpo de Chávez
em Fevereiro de 2003 Hugo
Chávez decidiu regular uma
extensa lista de produtos –
alimentos, medicamentos,
cuidado pessoal. Numa primeira
fase, isso contém o aumento dos
preços. Noutra, gera escassez,
já que os empresários usam o
mercado paralelo de divisas como
marcador para estabelecer os
custos de reposição.
No ano passado, o aumento de
preços reclamado por produtores
e intermediários foi atirado para
depois das eleições, altura em
que o Governo autorizou subidas
na farinha de milho, no arroz e
no café. Falava-se muito noutros
aumentos, mas tudo se adiou
com o agravamento da doença de
Chávez e a sua morte.
Saindo da lista de preços
controlado, a infl ação galopa.
“Um saco de farinha de trigo
custa 315 bolívares. Quando
não se consegue, tem de ir-se
ao mercado negro, onde pode
custar até 550”, exemplifi ca
o empresário. Quando está a
calcular o preço a que venderá
a pizza, por exemplo, tem esta
fl utuação em conta.
Segundo um estudo da
Ecoanalítica, um terço dos
produtos usados pelo Banco
Central para calcular a infl ação
têm preços relacionados com
o mercado de divisas paralelo
– entre Outubro e Fevereiro,
os preços subiram 15% nos
restaurantes e cafés, 15% nas lojas
de pronto-a-vestir, 17% nos artigos
para o lar.
A situação económica é um dos
temas predilectos da oposição,
encabeçada por Henrique
Capriles, o candidato da Mesa da
Unidade Democrática às eleições
do dia 14 de Abril.
O candidato do Partido
Socialista Unido da Venezuela,
Nicolás Maduro, também já
prometeu tomar medidas de
longo prazo. Empresários de
vários quadrantes reclamam
medidas urgentes para reactivar o
aparelho produtivo, alegando que
a economia não pode continuar à
espera.
importar peças para montar
carros ou para importar carros
já montados. Pelas contas da
chamada “Cámara de Automotriz
de Venezuela”, a produção de
carros baixou 40% em cinco anos.
Alimentos racionados O empresário sente o problema
em vários sectores. Sábado,
foi ao supermercado Central
Madeirense e não encontrou
farinha de trigo, manteiga,
açúcar. Não desesperou.
Tinha o sufi ciente em casa, na
dispensa. “Quando há, compro e
guardo.” Não leva o que quer. Há
racionamento dos produtos que
vão faltando. Por exemplo, dois
quilos de açúcar, dois quilos de
farinha de trigo, quatro de farinha
de milho.
Convencido de que a infl ação
era um refl exo da especulação,
As reportagens na Venezuela sãofinanciadasno âmbitodo projecto Público Mais publico.pt/publicomais
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26 | MUNDO | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013
Buenos Aires considera o referendo no arquipélago ilegal
O resultado da consulta popular
sobre o estatuto político das ilhas
Falkland, um território ultramarino
do Reino Unido que a Argentina re-
clama como Malvinas, não pode dei-
xar de “ser respeitado” pelo Gover-
no de Buenos Aires, avisou ontem o
primeiro-ministro David Cameron,
depois de 99,8% dos eleitores terem
manifestado o desejo de manter a
actual soberania britânica.
Só três dos 1672 ilhéus que partici-
param no referendo (92% do total de
eleitores) querem deixar de ser súb-
ditos da Coroa britânica, que gover-
na o arquipélago do Atlântico Sul,
ao largo da Patagónia, desde 1833.
O resultado estrondoso da consulta
não é surpreendente — nem a recusa
do Governo argentino em reconhe-
cer legitimidade política e jurídica
ao acto eleitoral, convocado pelas
autoridades locais perante a cres-
cente pressão de Buenos Aires e dos
seus aliados latino-americanos para
a transferência da soberania.
“Este truque publicitário não
tem qualquer validade legal”, des-
valorizou o senador Daniel Filmus,
um aliado da Presidente Cristina
Kirchner. A linguagem ofi cial não
foi muito diferente, com o Minis-
tério dos Negócios Estrangeiros
a descrever o referendo como
um “logro” e uma “manipulação
grosseira” que não tem qualquer
Falkland continuam britânicas, com três votos contra
efeito em termos de “alterar o es-
tatuto legal destes territórios”.
A soberania das ilhas, contesta
o Governo argentino, só pode ser
negociada bilateralmente por Bue-
nos Aires e Londres, no quadro das
Nações Unidas — e não “votada por
uma população implantada a partir
da Grã-Bretanha”. Um voto de repú-
dio ao referendo foi agendado pelo
Senado argentino: todos os partidos
políticos estão unidos na defesa das
ilhas como território nacional.
“Espero que a Argentina perceba
bem esta mensagem”, declarou o
governador do arquipélago, Nigel
Haywood. Para o dirigente, o desfe-
cho eleitoral é uma demonstração
inequívoca de rejeição dos argu-
mentos apresentados pela Argenti-
na para reclamar a soberania, e uma
manifestação clara de que “a voz das
ilhas fala em inglês”, como assinala-
va um comunicado da associação de
residentes Falklands United.
“O nosso histórico referendo mos-
tra ao mundo que por mais peque-
na e isolada uma população esteja,
uma comunidade unida é sempre
capaz de se defender a si própria e
aos seus interesses”, notava o do-
cumento.
David Cameron frisou que “se
o desejo dos habitantes das ilhas
Falkland é continuarem a ser britâ-
nicos, esse desejo deve ser respei-
tado por todos, incluindo a Argen-
tina”. O primeiro-ministro britânico
já dissera antes que estava prepara-
do para aceitar a autodeterminação
dos ilhéus, se a sua vontade fosse a
independência; perante o resultado
eleitoral, repetiu que o seu Gover-
no estará preparado para defender
o território e os seus cidadãos em
caso de invasão, como aconteceu
em 1982.
MARCOS BRINDICCI/REUTERS
ReferendoRita Siza
O Reino Unido disse que a Argentina tem de respeitar a vontade expressa pela população do arquipélago do Atlântico Sul
O Governo da Tunísia chamou-lhe
um “acto desesperado” de um ho-
mem “frágil” e “psicologicamente
arrasado”, mas a imolação pelo fogo
de um vendedor ambulante de 27
anos, ontem pela manhã, na mais
movimentada avenida da capital,
tem uma carga simbólica inescapá-
vel para todos os tunisinos: foi um
gesto semelhante, no fi nal de 2011,
que pôs fi m ao regime do Presidente
Zine El Abidine Ben Ali e que lançou
o movimento de revoltas mais tarde
designado como Primavera Árabe.
Adel Khadri, que chegou a Tunes
forçado pelo desemprego e pela po-
breza, para garantir a sobrevivência
da família, terá sido impedido pela
polícia de continuar com o seu “ne-
gócio” de rua. “Vejam o que é o de-
semprego, vejam a juventude con-
denada a vender cigarros na rua”,
gritou, antes de atear o fogo em si
próprio. A Protecção Civil informou
que Khadri sofreu queimaduras de
terceiro grau no rosto e nas costas e
que o seu estado era crítico, embora
não corresse risco de vida.
Os protestos na capital da Tunísia
têm vindo a intensifi car-se, motiva-
dos pela difícil situação económica
e pela crise política que se aprofun-
dou com a queda do Governo lidera-
do pelo partido islamista Ennahda
após o assassínio do activista dos di-
reitos humanos Chokri Belaid, líder
de um dos partidos da oposição, a
6 de Fevereiro.
Ontem, a Assembleia Nacional
Constituinte resolveu suspender os
trabalhos e adiar um voto de con-
fi ança ao novo primeiro-ministro
Ali Larayedh, que foi chamado a
substituir o moderado Hamadi
Jabali, defensor da nomeação de
um governo de salvação nacional
composto por tecnocratas até à
realização de eleições – ainda sem
data marcada. A oposição diz que
a proposta dos islamistas de votar
o rascunho da Constituição em Ju-
lho e convocar as legislativas para
Outubro é irrealista.
Apesar de o país ter registado
uma taxa de crescimento de 3,6%
em 2012, a taxa de desemprego ain-
da bate nos 17%.
Vendedor imola-se pelo fogo numa rua de Tunes
TunísiaRita Siza
“Acto desesperado” foi protesto pela crise e pelo desemprego. Voto de confiança no primeiro-ministro adiado
Conflito na Síria já causou mais de 70 mil mortos
Na semana que marca o início do
terceiro ano da guerra na Síria, os
relatórios das organizações interna-
cionais fazem mais do que lembrar
os 70 mil mortos e os mais de um
milhão de refugiados. Os números já
quase não chocam, pela repetição;
nem quando o alto-comissário da
ONU para os Refugiados, António
Guterres, alerta que a torrente de
famílias que procuram segurança
nos países vizinhos pode duplicar
ou triplicar até ao fi m do ano, atin-
gindo os dois ou três milhões.
Mais do que lembrar a história e
os números dos últimos dois anos,
um relatório da Unicef (Fundo das
Nações Unidas para a Infância), di-
vulgado ontem, traça o destino das
próximas décadas: “À medida que
milhões de crianças no interior da
Síria e na região testemunham o de-
saparecimento do seu passado e do
seu futuro por entre os destroços e a
destruição deste prolongado confl i-
to, o risco de elas se transformarem
numa geração perdida cresce de dia
para dia”, avisa o director executivo
da organização, o norte-americano
Anthony Lake.
Na apresentação do documento, o
responsável apresentou alguns dos
dados que levam a Unicef a falar nu-
ma geração perdida na Síria.
Em Alepo — a segunda maior ci-
Guerra e “paralisia humanitária” condenam “geração perdida” na Síria
dade do país, com quase dois mi-
lhões de habitantes —, apenas 6%
das crianças têm frequentado a es-
cola e “as turmas que ainda existem
estão muitas vezes a abarrotar com
mais de cem crianças”. Nas zonas do
país mais afectadas pelos confrontos
entre as tropas do regime de Bashar
al-Assad e os combatentes da opo-
sição, uma em cada cinco escolas
serve agora de abrigo, na melhor das
hipóteses, ou foi destruída.
Outro relatório divulgado ontem,
assinado pelo director da comissão
de inquérito da ONU na Síria, o bra-
sileiro Paulo Pinheiro, descreve o
que está por trás dos números já co-
nhecidos: “Os bombardeamentos in-
discriminados, o bombardeamento
habitual de cidades, os assassínios
em massa e os ataques deliberados
contra alvos civis são agora o retrato
do quotidiano dos civis na Síria.”
A tragédia humanitária não é ape-
nas uma consequência da guerra; é
agravada por uma táctica delibera-
da, segundo a ONU: “Uma das ca-
racterísticas mais alarmantes des-
te confl ito tem sido a utilização dos
cuidados médicos como uma táctica
de guerra. O pessoal médico e os
hospitais têm sido deliberadamente
atacados e são tratados por ambas
as partes do confl ito como objecti-
vos militares”, lê-se no relatório da
comissão de inquérito da ONU sobre
a guerra na Síria.
Os efeitos de dois anos de violen-
tos confrontos são agravados pelo
que a organização Médicos sem
Fronteiras classifi ca de “paralisia
humanitária”.
Em entrevista ao jornal britânico
The Guardian, o director-geral da
organização, Christopher Stokes,
acusou as Nações Unidas de não
estarem a fazer tudo para ajudar a
tornar um pouco menos dramático
o quotidiano dos civis sírios, apelan-
do à mudança do sistema de ajuda
humanitária.
“O sistema tem de mudar. Os
Médicos sem Fronteiras pedem às
Nações Unidas que alarguem as ope-
rações humanitárias, permitindo a
entrada de ajuda a partir dos países
vizinhos, como por exemplo o Líba-
no e a Turquia, em direcção às áre-
as controladas pela oposição, sem
que seja necessária a autorização
do Governo”, defendeu o respon-
sável. Os Médicos sem Fronteiras
apelam à intervenção do Conselho
de Segurança das Nações Unidas,
para que seja possível fazer chegar
à Síria ajuda humanitária que não te-
nha de passar pelo regime de Bashar
al-Assad.
Médio Oriente Alexandre Martins
Relatórios de organizações internacionais marcam dois anos de guerra com relatos de um presente terrível e um futuro pior
www.publico.pt
Chile, 1978. Um homem sonha que é Tony Manero, o rei do disco sound e da “Febre de Sábado à Noite”,
no país feio, porco e mau de Pinochet. Quando a TV estatal anuncia um concurso de sósias
de Tony Manero, ele não olhará a meios para se transformar no seu ídolo. Um filme
do chileno Pablo Larraín, premiado em Turim (Melhor Filme 2008)
e em Roterdão (KNF 2009).
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l.Tony,o meu nome
é Tony Manero.Sexta, 15 de Março, 2.º DVD,
“Tony Manero”, de Pablo Larraín
28 | CULTURA | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013
Justin Bieber tod
Esperaram dias para conseguir o lugar mais perto do palco. Acamparam à porta do recinto e depois, quando o momento chegou, não aguentaram a emoção. Choraram muito, tiveram crises de ansiedade. E algumas desmaiaram até, esquecendo-se de que acabariam por perder o concerto das suas vidas. Justin sabe o efeito que tem nelas – visto que os fãs são na sua maioria raparigas – e não facilitou. Nas baladas, como Love Like You Do ou Die in Your Arms, fez-lhes acreditar que cantava para cada uma delas. Chorou-se no princípio, quando ele apareceu, e chorou-se no fim, porque ele se foi embora.
Aguentem corações
Apareceu do ar, asas enormes, anjo poderoso de 19 anos. Aterra no palco, pára, faz pose. Deixa que elas gritem por ele. You’re beautiful. Estreou-se em Portugal segunda-feira, com uma produção hollywoodesca. Cláudia Carvalho (Texto) e Miguel Manso (Fotografi as)
PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | CULTURA | 29
do poderoso
“Como se escreve Bieber?”, pergunta uma menina. Não sabe escrever o nome do ídolo e dificilmente perceberá o que ele canta. Mas sabe que é dele que gosta. Para a psicóloga Margarida Gaspar de Matos, “o ar de rapaz normal, que não é
diferente dos que encontram na escola”, faz com que as crianças e os jovens se revejam nele. “Sempre tivemos estas febres, ídolos que inflamavam as massas. Desde os Beatles aos Doors, é normal as pessoas idolatrarem os ídolos.”
You’re beautiful Se não cantasse e apenas aparecesse ali naquele palco gigante, já tinha satisfeito o desejo dos milhares de fãs, na sua maioria crianças e adolescentes. Mas não, o canadiano não se limitou a estar. Veio para mostrar por que se tornou um fenómeno e não descuidou nenhum pormenor. Não foram por acaso as pausas, os sorrisos, as frases feitas, as mudanças de roupa. O elevador que o leva para o palco, a grua que o transporta por cima dos milhares de fãs, a banda que o acompanha, os bailarinos que são também entertainers... Justin Bieber fez esquecer os percalços da semana atribulada em Londres e o cancelamento do segundo concerto em Lisboa, que devia ter acontecido ontem, com um espectáculo capaz de deixar qualquer um de boca aberta. Mesmo que um olhar atento perceba que muito do que ali se passou não foi genuíno, mas ensaiado. Justin convence. Há uma máquina de produção por trás, mas o mérito, esse, ninguém lho pode tirar. Em palco apareceu depois de ter posto o público do Atlântico a fazer uma contagem decrescente de dez minutos. Se os nervos há muito tempo estavam à flor da pele, aqui atingiram o seu pico. É agora. E qual a melhor forma de aparecer senão do ar, pendurado por asas enormes, qual anjo poderoso de apenas 19 anos? Aterra no palco, pára e faz pose. Sabe que elas o querem ver e por isso deixa que gritem por ele. You’re beautiful, beautiful. You should know it… Nem precisa de continuar a cantar porque todos sabem a letra de All Around The World, tema que abriu o concerto. Fogo-de-artifício, confetti, jogo de luzes. Justin Bieber veio sem limites, dentro do que está escrito no guião, e durante hora e meia percorreu todo o seu caminho musical. Não só deu espaço aos seus únicos álbuns de originais, My World 2.0 (2010) e Believe (2012), como fez questão de mostrar no ecrã gigante excertos dos vídeos que publicou no YouTube, ainda em criança, e que o fizeram chegar até aqui. Pelo meio, mostrou os seus dotes musicais ao tocar bateria, guitarra e piano, como se quisesse dizer que é mais do que um produto.
Como um rapaz que se encontra na escola
CulturaVer fotogaleria e reportagem emwww.publico.pt
30 | CIÊNCIA | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013
Terra abre os olhos para procurar a origem do Universo com ALMA
É um supertelescópio, na verdade
são 66 telescópios (antenas) a funcio-
nar em conjunto e apontados para o
céu, num deserto do Chile. O Ataca-
ma Large Millimeter/submillimeter
Array (ALMA) é literalmente uma in-
fra-estrutura astronómica internacio-
nal que resulta de uma parceria entre
a Europa, através do Observatório
Europeu do SUL (ESO), a América
do Norte e o Leste Asiático, em coo-
peração com a República do Chile,
e que envolve um investimento de
mil milhões de euros. Muito dinheiro
para ver melhor e mais longe o nosso
Universo. Como nunca se viu antes.
“É o telescópio das origens”, resu-
me José Afonso, director do Centro
de Astronomia e Astrofísica da Facul-
dade de Ciências da Universidade de
Lisboa (CAAUL) e que acompanhou
o processo de crescimento do ALMA
como membro do Comité Europeu
de Aconselhamento Científi co. No
vídeo divulgado no site do CAAUL, o
investigador explica porque estamos
perante o instrumento que nos dará
respostas sobre as origens: “Vai per-
mitir observar em detalhe a origem
das galáxias, das estrelas e a origem
da própria vida.” Entre outras proe-
zas que se adivinham, o ALMA pro-
mete, pela primeira vez, um conhe-
cimento pormenorizado da química
das nuvens interestelares, onde se
acredita que se formem muitos dos
compostos essenciais à vida.
O instrumento é especial porque
possibilita observações que nunca
foi possível fazer até agora em com-
primento de onda do chamado mi-
límetro e submilímetro. Hoje, data
da inauguração ofi cial, estarão a
funcionar 57 do total das 66 ante-
nas que estão previstas (e que serão
instaladas até ao fi nal deste ano). A
localização do ALMA também é es-
pecial. Esta estranha e astronómica
plantação de gigantescas antenas
está idealmente situada a cinco mil
metros de altitude no deserto de
Atacama, no Chile, uma das regiões
mais secas do planeta. Mas mais do
que existe hoje é o que está para vir.
“Espera-se que o ALMA revolucione
o conhecimento da astronomia. Pa-
ra muitas da perguntas que existem
hoje, o ALMA será o primeiro a dar
respostas”, defende José Afonso, que
arrisca afi rmar que estamos prestes
a entrar numa nova era “pós-ALMA”
marcada por um conhecimento mais
aprofundado e completo do Univer-
so. “É um projecto de observação as-
tronómica sem par até agora”, anun-
cia João Fernandes, astrónomo na
Universidade de Coimbra, lançando
as expectativas: “Espera-se com este
sistema de radiotelescópios fi car a
conhecer muito mais; por exemplo,
como se formam as estrelas e os sis-
temas planetários. E, quem sabe, por
comparação conhecer melhor como
se formou o nosso Sistema Solar.” “O
ALMA é um projecto de 66 radiote-
lescópios que, como a palavra diz,
faz observações da radiação entre o
infravermelho e as ondas de rádio. É
destinado por isso à observação de
objectos frios no Universo. Os objec-
tos que podem ser estudados com o
ALMA são variados, tal como estre-
las, sistemas planetários, galáxias e a
até a radiação cósmica de fundo; ou
seja, o eco do Big-Bang. Como termo
de comparação, posso adiantar que
a sensibilidade das observações do
ALMA é várias vezes superior à do
telescópio espacial Hubble”, explica
João Fernandes ao PÚBLICO.
Mercedes Filho, investigadora do
Centro de Astrofísica da Universidade
do Porto, lembra ainda que “a motiva-
ção para a construção do telescópio
ALMA foi estudar alguns fenómenos
astronómicos que até então tinham
sido pouco estudados devido à limi-
tação da instrumentação”. A partir
de agora, “o ALMA vai permitir estu-
dar os chamados fenómenos frios ou
menos energéticos do Universo, com
um detalhe sem precedentes”, avisa.
A inauguração do maior radioteles-
cópio do mundo pode ser seguida no
site http: /www.almaobservatory.org/
em directo, a partir das instalações
do Centro de Apoio às Operações do
observatório, situado a uma altitu-
de de 2900 metros nos Andes chile-
nos. A transmissão acontece entre
as 14h30 e as 16h (hora de Portugal
continental).
Um pormenor das antenas do ALMA (em cima). O telescópio em fase de montagem (à esquerda) e algumas imagens de galáxias ( das Antenas e Centaurus A) conseguidas (à direita)
É o maior radiotelescópio do planeta. É inaugurado hoje, no deserto de Atacama, no Chile, e vai permitir observações inéditas de galáxias, estrelas, poeira e da origem da vida. Vem aí uma revolução
Astronomia Andrea Cunha Freitas
PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | CIÊNCIA | 31
MARTIN BERNETTI/AFP
“Para muitas das perguntas que existem hoje, o ALMA será o primeiro a dar respostas”José AfonsoAstrónomo na Universidade de Lisboa
“É um projecto de observação astronómica sem par até agora”João FernandesAstrónomo na Universidade de Coimbra
4 PERGUNTAS A PEDRO RUSSO
O astrónomo português Pedro Russo trabalha na Universidade de Leiden, na Holanda, e coordena o
projecto Universe Awareness, da União Astronómica Internacional. Por email, não esconde o entusiasmo com o futuro do ALMA. O que muda com o ALMA a funcionar em pleno?As diferentes combinações dos diferentes 66 radiotelescópios (que podem mudar de posição) vão permitir usar as antenas como um único telescópio, o que se chama interferómetro. As 66 ALMA antenas podem estar aglomeradas num diâmetro de 150 metros ou afastadas entre si até 16 quilómetros entre as mesmas, isto permite alcançar uma resolução sem precedentes (as imagens podem chegar a ser dez vezes mais nítidas do que as do telescópio espacial Hubble).
O que podemos observar e descobrir?ALMA é o melhor telescópio que temos para observar o Universo frio (gás molecular e poeira cósmica assim como radiação cósmica do Big-Bang). O ALMA vai estudar e observar em detalhe a formação de estrelas, sistemas planetários, galáxias e da própria vida. Mas os confins do Universo também vão ser estudados: o ALMA é capaz de detectar galáxias distantes, que se estão a formar nos limites do Universo observável (e tendo em conta que a velocidade da luz é finita) há cerca de dez mil milhões de anos. O ALMA vai mesmo responder às mais profundas questões ligadas às nossas origens: do Universo e até da nossa vida na Terra. Arriscando um exercício de “ficção científica”, que
respostas poderemos ter?Os resultados iniciais nas fases de testes científicos já nos mostram um Universo nunca dantes visto: desde a formação de planetas (http://www.eso.org/public/portugal/news/eso1301/) até ao final de vida das estrelas (http://www.eso.org/public/portugal/news/eso1239/). Claro que seria um resultado fascinante a descoberta de um planeta parecido com a Terra na fase inicial de formação de vida.Para Portugal, este instrumento terá uma importância especial?Os astrónomos a trabalhar em Portugal (e restante comunidade científica) têm acesso privilegiado ao telescópio como Estado-membro do ESO (www.eso.org). Isto permite aos astrónomos
estarem na vanguarda das descobertas
astronómicas e fortalecer o sistema científico português.
“Seria fascinante descobrir um planeta parecido com a Terra”
José Afonso é um dos portugueses
que já conquistaram o direito a usar
o ALMA. O projecto aprovado está in-
serido no chamado ciclo 1, que prevê
que as observações se iniciem muito
em breve. “As observações aprova-
das destinam-se a compreender me-
lhor uma galáxia gigante, situada no
enxame da Virgem (a galáxia Virgo
A ou M87), a “apenas” 50 milhões
de anos-luz, que possui um buraco
negro gigantesco no seu interior que
está a “engolir” material da própria
galáxia”, explicou ao PÚBLICO o di-
rector do Centro de Astronomia e As-
trofísica da Faculdade de Ciências da
Universidade de Lisboa (CAAUL). As
observações que serão efectuadas
pretendem revelar, adianta ainda,
“como é o ambiente nesta galáxia
próximo do buraco negro central,
quais são as condições de pressão e
temperatura do gás e da poeira nessa
região, e como se dá a queda deste
Projectos de portugueses já conquistaram direito a “tempo de antenas”
material para o buraco negro cen-
tral”. Para quê? “Este conhecimento
será usado para melhor prever como
observar galáxias semelhantes, mas
a distâncias muito maiores, a mais
de dez mil milhões de anos-luz de
distância, até aos limites do Universo
observável”, responde José Afonso.
O investigador do CAAUL tem a
“sorte”, leia-se o mérito, de ter tempo
no ALMA, mas não é o único. Nanda
Kumar, no Centro de Astrofísica da
Universidade do Porto (CAUP), tam-
bém já conquistou esse direito com
um projecto intitulado A dissecação
de discos em torno de proto-estrelas
massivas do tipo B que já teve o seu
tempo de observações (no ciclo O).
Nanda Kumar aproveitou a capaci-
dade única de análise de pormenor
do ALMA para estudar duas regiões
de elevada formação estelar e procu-
rou “assinaturas de moléculas como
o metanol e o monóxido de silício,
entre outras, que permitem estudar
a presença de gás denso e poeira”.
Tudo para perceber porque é que as
“estrelas massivas” se formam. “Os
resultados incluem a detecção de um
disco e um fi lamento fragmentado de
gás e poeira e foram submetidos sob
a forma de artigo para o Astronomy &
Astrophysics”, adiantou ao PÚBLICO.
Todos os astrónomos portugue-
ses — há vários grupos a trabalhar
activamente em todas as áreas da
astronomia, desde sistemas plane-
tários a estrelas jovens, à detecção
de moléculas complexas, a estudos
do Sistema Solar e galáxias — terão
oportunidade de usar o ALMA. Para
isso, basta um bom projecto. “Ter
acesso ao telescópio mais potente da
actualidade é de extrema importân-
cia para manter a investigação em
astrofísica portuguesa na dianteira
da ciência mundial”, conclui José
Afonso. A.C.F.
32 PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013CLASSIFICADOS Tel. 21 011 10 10/20 Fax 21 011 10 30De seg a sex das 09H às 19HSábado 11H às 17H
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TRIBUNAL DE FAMÍLIAE MENORES E DE
COMARCA DE LOURES2.º Juízo Família e MenoresProcesso: 341/12.4TCLRS
Divórcio Sem Consentimentodo Outro Cônjuge
ANÚNCIOAutora: Maria de Fátima Batista AlvesRéu: Shanzad Muhammad SheikhNos autos acima identifi cados, correm éditos de 30 dias, conta-dos da data da segunda e última publicação do anúncio, citando o(a) ré(u) Shanzad Muhammad Sheikh, com última residência desconhecida, para no prazo de 30 dias, decorrido que seja o dos éditos, contestar, querendo, a presente acção, com a indicação de que a falta de contestação não importa a confi ssão dos factos articulados pelo(a) autor(a), e que em substância o pedido consiste em que seja decretado o divórcio entre a A. e o R. por o Réu ter vio-lado os deveres conjugais, tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à disposição do citando.Fica advertido de que é obrigató-ria a constituição de mandatário judicial. N/Referência: 16290439Loures, 06/03/2013
A Juíza de DireitoDr.ª Ana Cristina SilvaO Ofi cial de Justiça
Luís SilvaPúblico, 13/03/2013 - 2.ª Pub.
COMARCA DA GRANDE LISBOA - NOROESTEAmadora - Juízo de Família e
Menores - 1.ª SecçãoProcesso n.º 318/12.0T2AMD
ANÚNCIODivórcio sem consentimento do outro CônjugeAutora: Alexandrina Brito Car-valhoRéu: Mohammad Nadeem AkhtarNos autos acima identifi cados, correm éditos de 30 dias, conta-dos da data da segunda e última publicação do anúncio, citando o(a) ré(u) Mohammad Nadeem Akhtar, com última residência co-nhecida em domicílio: Rua Doura-dores 128, 1100-000 Lisboa, para no prazo de 30 dias, decorrido que seja o dos éditos, contestar, querendo, a presente acção, com a indicação de que a falta de con-testação não importa a confi ssão dos factos articulados pelo(s) autor(es) e que em substância o pedido consiste, tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à disposição do citando.Fica advertido de que Não é obri-gatória a constituição de manda-tário judicial.Passei o presente e mais dois de igual teor para serem afi xados.N/Referência 20937449Amadora, 04-03-2013
A Juíza de DireitoDr.ª Fátima Maria Oliveira
Baptista MeirelesA Ofi cial de Justiça
Ana Cristina Moreira da SilvaPúblico, 13/03/2013 - 2.ª Pub.
TRIBUNAL DOTRABALHO DE LISBOA
1.º Juízo- 1.ª SecçãoProcesso n.º 530/12.1TTLSB
ANÚNCIOAcção de Processo ComumAutora: Carla dos Santos Guerreiro e outro(s)...Réu: Newtime, Empresa de Trabalho Temporário, Lda.Nos autos acima identifi cados, correm éditos de 30 dias, contados da data da segunda e última publicação do anúncio, citando o(a) ré(u) Newtime, Empresa de Trabalho Temporário, Lda., NIF - 506985105, domicílio: Rua Joaquim Nunes Ereira, n.º 430 - r/c C, 2750-392 Cascais, com última residência conhe-cida na morada indicada para no prazo de 10 dias, decorrido que seja o dos éditos, contestar, querendo, a acção que lhe move o autor acima identifi cado e que em substância o pedido consiste em: ser declarada lícita a rescisão do contrato e, consequentemente ser a ré condenada no pagamento dos salários em atraso, no montante global de € 1.178,61; a pagar indemnização que se contabiliza na quantia de € 1.950,00; no pagamento dos proporcionais de férias e respectivo subsídio, bem como ao subsí-dio de Natal, conforme 16 e 17 da P.I., no montante de € 1.750.00; juros de mora à taxa legal, conforme art.º 19.º da P.I. no montante actual de € 64,18. Tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à disposição do citando.Deve, com a contestação, juntar os docu-mentos, apresentar o rol de testemunhas e requerer quaisquer outras provas.Fica advertido de que é obrigatória a constituição de mandatário judicial.N/Referência: 5012397Lisboa, 08-03-2013
O Juiz de DireitoDr. António Marques Ribeiro
A Ofi cial de JustiçaMaria Clara Martins
Público, 13/03/2013 - 2.ª Pub.
PSICÓLOGA 36 ANOSBonita, convive com cav.nível. Apart. privado ediscreto.Telm: 96 761 45 02
Faz-se saber que nos autos acima identifi cados, encontra-se desig-nado o próximo dia 09 de Abril de 2013 às 09.30h na Comarca da Grande Lisboa - Noroeste - Sintra - Juízo de Execução - Juiz 1 para abertura de propostas, que sejam entregues até esse momento, na Secretaria do Tribunal, pelos interessados, propostas essas que se façam acompanhar de cópia do respectivo BI no caso de serem reme-tidas pelo correio, ou mediante exibição de tal documento, se apre-sentadas pessoalmente, para efeitos de compra do seguinte bem:Verba Única - Fracção autónoma designada pela letra “G” corres-pondente a 1.ª CAVE, do prédio urbano em regime de propriedade horizontal sito na Rua Capitão Salgueiro Maia, n.º 3, freguesia de Al-gueirão - Mem Martins, descrito na C.R.P. de Sintra sob o n.º 3678, e inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 9771 da mencionada freguesia. VALOR-BASE - € 65.000,00, será aceite a proposta de me-lhor preço acima do valor de € 45.500,00 que corresponde a 70% do valor-base.Os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, cheque visado, à ordem do Solicitador de Execução, no montante correspon-dente a 5% do valor-base dos bens, ou garantia bancária no mesmo valor (artigo 897.º do CPC).O bem pertence ao executado Ângelo Neves Rodrigues, residente na Rua Capitão Salgueiro Maia, n.º 3 ,1.ª CAVE, 2725-577 Mem Martins.É o fi el depositário que o deve mostrar a pedido do(s) interessado(s) até à data que antecede a abertura de propostas.
O Agente de Execução - Helder Rodrigues
Av. 5 de Outubro, 156 - 3.º, 1050-062 LISBO ATelf. 21 848 12 29 - Fax 21 315 73 63 - e.mail: [email protected]ário de atendimento: Dias úteis das 9.00 às 11.00h
Público, 13/03/2013 - 2.ª Pub.
ANÚNCIO DE VENDANos termos do disposto no Artigo 890.º
do Código de Processo CivilHELDER RODRIGUESAgente de Execução
Cédula n.º 3268
Processo: 1582/11.7T2SNTVALOR: € 86.505,50Exequente(s): Banco Espírito Santo, S.A.
Executado(s): Ângelo Neves Rodrigues e Ana Margarida Semedo TavaresReferência Interna: PE/12/2011
COMARCA DA GRANDE LISBOANOROESTE - SINTRAJuízo de Execução - Juiz 1
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Faz-se saber que nos autos acima identifi cados, encontra-se desig-nado o próximo dia 15 de Abril de 2013 às 14.00 horas no Tribunal Judicial de Oeiras - Juízo de Execução para abertura de propostas, que sejam entreques até esse momento, na Secretaria do Tribunal, pelos interessados, propostas essas que se façam acompanhar de cópia do respectivo BI, no caso de serem remetidas pelo correio, ou mediante exibição de tal documento, se apresentadas pessoal-mente, para efeitos de compra do seguinte bem:Verba Única - Fracção autónoma designada pelas letras “AN” correspondente ao 3.º andar direito, do prédio urbano em regi-me de propriedade horizontal sito na Rua Dr. Mário Charrua, n.º 4 e 4 A, freguesia de Algés, descrito na 2.ª C.R.P. de Oeiras sob o n.º 00136, e inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 2419 da mencionada freguesia. VALOR-BASE - € 483.622,16 será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de € 338.535,52 que corresponde a 70% do valor-base;Os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, che-que visado, à ordem do Solicitador de Execução, no montante cor-respondente a 5% do valor-base dos bens, ou garantia bancária no mesmo valor (artigo 897.º do CPC).O bem pertence ao executado Carlos Alberto Silva Duarte, residen-te na Rua Dr. Mário Charrua, n.º 4, Bloco D, 3.º Drt., 1495-169 Vale da Algés.É o fi el depositário que o deve mostrar a pedido do(s) interessado(s) até à data que antecede a abertura de propostas.
O Agente de Execução - Helder Rodrigues
Av. 5 de Outubro, 156 - 3.º, 1050-062 LISBOATelf. 21 848 12 29 - Fax 21 315 73 63 - e.mail: [email protected]ário de atendimento: Dias úteis das 9.00 às 11.00hPúblico, 13/03/2013 - 2.ª Pub.
ANÚNCIO DE VENDANos termos do disposto no Artigo 890.º
do Código de Processo CivilHELDER RODRIGUESAgente de Execução
Cédula n.º 3268
Processo: 7496/08.0TBOERVALOR: € 163.623,88Exequente(s): Banco Espírito Santo, S.A.
Executado(s): Ana Filipa Correia Campos e Carlos Alberto Silva DuarteReferência Interna: PE/996/2008
TRIBUNAL JUDICIAL DE OEIRASJuízo de Execução
Faz-se saber que nos autos acima identifi cados, encontra-se designa-do o próximo dia 04 de Abril de 2013, pelas 15h.00m no Tribunal de Família e Menores e de Comarca de Loures - 1.ª Vara de Competên-cia Mista para abertura de propostas. que sejam entregues até esse momento, na Secretaria do Tribunal, pelos interessados, propostas essas que se façam acompanhar de cópia do respectivo BI, no caso de serem remetidas pelo correio, ou mediante exibição de tal docu-mento, se apresentadas pessoalmente, para efeitos de compra do seguinte bem:Verba Única - Fracção autónoma designada pela letra “CE” corres-pondente ao 12.º andar apartamento C, do prédio urbano em regime de propriedade horizontal sito na Praceta Moreira Feio, Torre 2, Qta. da Caldeira, Lote 3, freguesia de Santo António dos Cavaleiros, des-crito na 1.ª C.R.P. de Loures sob o n.º 80, e inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 559 da mencionada freguesia. VALOR-BASE - € 73.809,33 será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de € 51.666,53 que corresponde a 70% do valor-base;Os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, cheque visado, à ordem do Solicitador de Execução, no montante correspon-dente a 5% do valor-base dos bens, ou garantia bancária no mesmo valor (artigo 897.º do CPC).O bem pertence ao executado Clérido Amaro Moreira e Sousa, resi-dente na Praceta Moreira Feio, Torre 2 - 12.º C, Edifício Jardim, 2660-313 Santo António dos Cavaleiros.É o fi el depositário que o deve mostrar a pedido do(s) interessado(s) até á data que antecede a abertura de propostas.
O Agente de Execução - Helder Rodrigues
Av. 5 de Outubro, 156 - 3.º, 1050-062 LISBOATelf. 21 848 12 29 - Fax 21 315 73 63 - e.mail: [email protected]ário de atendimento: Dias úteis das 9.00 às 11.00hPúblico, 13/03/2013 - 2.ª Pub.
ANÚNCIO DE VENDANos termos do disposto no Artigo 890.º
do Código de Processo CivilHELDER RODRIGUESAgente de Execução
Cédula n.º 3268
Processo: 8650/09.3TCLRSVALOR: € 103.333,06Exequente(s): Banco Espírito Santo, S.A.
Executado(s): Clérido Amaro Moreira e Sousa e outrosReferência Interna: PE/1201/2009
TRIBUNAL DE FAMÍLIA E MENORESE DE COMARCA DE LOURES
1.ª Vara de Competência Mista
Faz-se saber que nos autos acima identifi cados, encontra-se desig-nado o próximo dia 08 de Abril de 2013 às 09.30 horas no Tribunal de Família e Menores e de Comarca de Loures - 1.ª Vara de Com-petência Mista para abertura de propostas, que sejam entregues até esse momento, na Secretaria do Tribunal, pelos interessados, propostas essas que se façam acompanhar de cópia do respectivo BI, no caso de serem remetidas pelo correio, ou mediante exibição de tal documento, se apresentadas pessoalmente, para efeitos de compra do seguinte bem:Verba Única - Fracção autónoma designada pela letra “M” correspon-dente ao 5.º andar Dt., do prédio urbano em regime de propriedade horizontal sito na Rua Eugénio de Castro, n.º 13, freguesia de Odive-las, descrito na C.R.P. de Odivelas sob o n.º 3999, e inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 6410 da mencionada freguesia. VALOR-BASE - € 61.341,67 será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de € 52.140,42 que corresponde a 85% do valor-base;Os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, cheque visado, à ordem do Solicitador de Execução, no montante correspon-dente a 5% do valor-base dos bens, ou garantia bancária no mesmo valor (artigo 897.º do CPC).O bem pertence à executada Maria Antónia Marques Fortio, residente na Rua Eugénio de Castro, n.º 13 - 5.º D, Urbanização da Codivel 2675-232 Odivelas.É o fi el depositário que o deve mostrar a pedido do(s) interessado(s) até à data que antecede a abertura de propostas.
O Agente de Execução - Helder Rodrigues
Av. 5 de Outubro, 156 - 3.º, 1050-062 LISBOATelf. 21 848 12 29 - Fax 21 315 73 63 - e.mail: [email protected]ário de atendimento: Dias úteis das 9.00 às 11.00hPúblico, 13/03/2013 - 2.ª Pub.
ANÚNCIO DE VENDANos termos do disposto no Artigo 890.º
do Código de Processo CivilHELDER RODRIGUESAgente de Execução
Cédula n.º 3268
Processo: 6839/13.7TCLRSVALOR: € 85.878,34Exequente(s): Banco Espírito Santo, S.A.
Executado(s): José Manuel Maximino Mira e Maria António Marques FortioReferência Interna: PE/1445/2012
TRIBUNAL DE FAMÍLIA E MENORESE DE COMARCA DE LOURES
1.ª Vara de Competência Mista
O ISCTE-IUL pretende recrutar Técnicos Superiores M/F.
Para mais informações consultar:
http://www.iscte-iul.pt/quem_somos/Working_at_ISCTE/
concursos.aspx
AVISOInforma-se que foram abertos, pelo Aviso n.º 3666/2013, publicado no DR n.º 50, II Série, de 12 de março de 2013, concursos públicos para provimento dos seguintes cargos de Direção Intermédia de 1.º Grau, do Instituto da Construção e do Imobiliário, I.P. (InCI, I.P.):
• Diretor(a) da Direção Administrativa e de Recursos Humanos;
• Diretor(a) da Direção Financeira, de Estudos e de Estratégia;
• Diretor(a) da Direção de Inspeção; • Diretor(a) da Direção Jurídica e da Contratação Pública; e • Diretor(a) da Direção de Qualifi cação e Licenciamento.
Fernando Oliveira SilvaVice-Presidente do Conselho Diretivo
(Em substituição legal do Presidente do Conselho Diretivo)
ASSOCIAÇÃO DAS ANTIGAS ALUNAS
DO INSTITUTO DE ODIVELAS
IPSS - UTILIDADE PÚBLICA
CONVOCATÓRIAAo abrigo do disposto no Art.º 38.º, alínea b) dos Estatutos da Associação das Antigas Alunas do Instituto de Odivelas, convoca-se a Assembleia-Geral (Sessão Ordinária), no dia 23 de março, pelas 14.30 horas, na Nova Casa da AAAIO, Quartel da Formação - Largo da Luz - 1600-498 Lisboa, com a seguinte Or-dem de Trabalhos: 1. Discussão e votação do Relatório e
Contas da gerência do ano de 2012 bem como o parecer do Conselho Fiscal;
2. Diversos.Se à hora marcada não houver quórum de Só-cias Efetivas, a Assembleia-Geral reúne meia hora depois (15 h) com o número de Sócias presentes - art.º 40.º - 1.Lisboa, 12 de março de 2013
A Presidente da Mesa da Assembleia-GeralJoaquina Maria Seara Marques Cadete
Phillimore
EDITALFAZ-SE SABER que nos autos acima identifi cados, encontra-se designado o dia 18 de Abril de 2013, pelas 9.30 horas, no 2.º Juízo do Tribunal Judicial de Albufeira, para a abertura de propostas, que sejam entretanto entregues até esse momento, na secretaria do Tribunal, pelos interessados na compra do seguinte bem:
BEMFracção autónoma designada pelas letras AO, composta por um apartamento habitacional tipo T0, destinada a habitação, sita no 1.º andar - apartamento n.º 106, Edifício Cerro Mar - Colina, sito no Cerro do Malpique, freguesia e con-celho de Albufeira, inscrita na matriz urbana sob o artigo 6.173, e descrito na Conservatória do Registo Predial de Albufeira sob o n.º 11.289/19990714-AO.O bem pertence ao executado: JOAQUIM INÁCIO CABRITA DAS NEVES, resi-dente na Rua das Caravelas, 38 - 7.º A em Armação de Pêra.MODALIDADE DA VENDA: propostas em carta fechada.Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de € 28.000,00 (vinte e oito mil euros) correspondente a 70% do valor indicado para a venda de 40.000,00 euros. Os proponentes devem juntar como caução, um cheque visado à ordem do agente de execução no valor de 5% do valor anunciado para a venda.É fi el depositário do imóvel e que o deve mostrar a pedido, a signatária, nos contactos mencionados em rodapé, mediante marcação prévia.Albufeira, 29 de Janeiro de 2013
A Agente de Execução - Ana Paula CabritaPraceta Bartolomeu Dias - Lote 7 - Esq.º, 2.º A - 8200-077 AlbufeiraTel. 289 513 896 - Fax 289 572 888 - [email protected]úblico, 13/03/2013 - 1.ª Pub.
TRIBUNAL JUDICIAL DE ALBUFEIRA3.º Juízo
ANA PAULA VITÓRIA CABRITAAgente de Execução
Cédula 1502
Acção executiva sob a formade processo comum
Processo: 529/09.5TBABF
Câmara Municipal de Loulé
AVISONos termos do n.º 2 do artigo 78.º do Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro, torna-se público que a CÂMARA MUNICIPAL DE LOULÉ, emitiu em 04/03/2013, o aditamento ao Alvará de Loteamento n.º 4/99, em nome de QUINTA DO LAGO - EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS E TURÍSTICOS, S.A., e SOCIEDADE DO GOLFE DA QUINTA DO LAGO, S.A., na sequência da deliberação de Câmara de doze de setembro de dois mil e doze, através do qual foi licenciada a alteração às especifi cações do Alvará de Loteamento n.º 4/99 emitido em vinte e nove de junho de mil novecentos e noventa e nove, e aditamentos emitidos em oito de agosto de dois mil e em dezoito de janeiro de dois mil e seis, relativo ao “Loteamento Zona Noroeste”, que incide sobre os prédios sitos em Quinta do Lago, da Freguesia de Almancil, descrito na Conservatória do Registo Predial de Loulé sob o número sete mil oitocentos e dois, barra, mil novecentos e noventa e nove, zero sete, zero cinco, omisso na matriz, número sete mil oitocentos e trinta e nove, barra, mil novecentos e noventa e nove, zero sete, zero cinco, omisso na matriz e número dez mil novecentos e quarenta, barra, dois mil e dez, zero seis, zero quatro e inscrito na matriz predial rústica sob o artigo número cinco mil trezentos e sessenta e seis e na matriz predial urbana sob o artigo número dois mil oitocentos e seis, da respectiva freguesia.Área abrangida pelo Plano Diretor Municipal de Loulé.Após a alteração titulada pelo aditamento ao alvará de loteamento n.º 4/99, a ope-ração de Loteamento passa a ter as seguintes características:Área do prédio a lotear, 131 065 m2;Área de construção, 18 155 m2;Área total dos lotes, 90 775 m2;Número de Lotes, 44, com a área de 1 530 m2 a 3 710 m2;Número máximo de pisos, 1;Número total de fogos, 44;Número de lotes para moradia unifamiliar, 44;Parcela de terreno destinada a zonas verdes de enquadramento privativo (SUEP 2), 1 237 m2;São cedidos à Câmara Municipal, para integração no domínio público, 39 053 m2 de terreno destinados a espaços verdes e de utilização coletiva, a equipamento de utilização coletiva, a faixa de rodagem, a passeios e a lugares de estacionamento, de acordo com a Planta de Cedências arquivada nos serviços da Câmara Municipal.
Loulé, 04 de março de 2013
SEBASTIÃO FRANCISCO SERUCA EMÍDIO Presidente da Câmara Municipal de Loulé
Ministério da EducaçãoDirecção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo
AGRUPAMENTO VERTICAL DE ESCOLAS BAIXA-CHIADO
AVISOPublicação de Oferta de Trabalho
Agrupamento Vertical de Escolas Baixa-Chiado, 13 de março de 2013
O DIRETOR, João Paulo Martins Pereira Leonardo
TIPO DE OFERTA Contrato de Trabalho a termo resolutivo certo a tempo parcial
NÍVEL ORGÂNICO Direção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo
SERVIÇO Agrupamento Vertical de Escolas Baixa-Chiado
FUNÇÃO Assistente Operacional de Grau 1 para serviços de Limpeza, paga à hora efectivamente prestada no valor de 3,20€ cada
ENQUADRAMENTO LEGAL
Nos termos do n.º 2 do art.º 39.º da Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro dando cumprimento ao previsto na Portaria 83-A/2009, de 22 de janeiro
DURAÇÃODO CONTRATO De 2 de abril a 14 de junho de 2013
N.º DE POSTOS DE TRABALHO 2 postos de trabalho
APRESENTAÇÃO E FORMALIZAÇÃO DA CANDIDATURA
Impresso de candidatura (Formulário próprio que se encontra nos serviços da Administração Escolar do Agrupamento durante o período de atendimen-toi ou https://www.bep.gov.pt/)
DOCUMENTOS A APRESENTAR NA CANDIDATURA
Bilhete de Identidade ou Cartão de Cidadão; Cartão de Identifi cação Fiscal (fotocópia); Certifi cado de Habilitações Literárias (fotocópia); “Curriculum Vi-tae” datado e assinado; declarações da experiência profi ssional (fotocópia)
PRAZO (data limite da candidatura) 26 de março de 2013
CONTACTO Agrupamento Vertical de Escolas Baixa-Chiado, Travessa do Convento de Jesus, 1247-027 Lisboa. Telefone: 213 955 191 - F ax: 213 931 173
CONVOCATÓRIANos termos do disposto no artigo número vigésimo primeiro dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral, da Associação sem fi ns lucrativos, denominada “Banco Alimentar Contra a Fome na Península de Setúbal”, a reunir em sessão or-dinária, no próximo dia 25 de Março de 2013 pelas 14h30m em primeira Convocatória e meia hora mais tarde em seg-unda Convocatória, com a seguinte Ordem de Trabalhos:
1. Discussão e votação do Relatório e Contas da Gerên-cia, referente ao exercício de 2012, bem como do re-spectivo Parecer do Conselho Fiscal.
A Assembleia reunirá nas novas instalações do Banco Alimentar Contra a Fome na Península de Setúbal, Urbani-zação Vila Amélia, Lote 1001, Fracções A a C, Quinta do Anjo, Palmela.Setúbal, 7 de Março de 2013
(Presidente da Mesa da Assembleia Geral)
Bancoalimentarcontra a fome
SETÚBAL
LisboaQuiosque Colombo
C. C. Colombo,Av. Lusíada, 1500-392
Tel. 210 105 050
AveiroLobo e Branco, Lda.
Centro ComercialAveiro Center - Lj. 8/9
Zona Ind. da Taboeira3800-055
Tel. 234 316 201
Évora José Manuel
Rebocho RicoRua do Raimundo, 4
7000-508Tel. 266 705 629
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Unipessoal, Lda., Av. da República
El Corte Inglés4430-999
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A ALZHEIMER PORTUGAL é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, sendo a única organização em Portugal constituída para promover a quali-dade de vida das pessoas com demência e dos seus familiares e cuidadores.A ALZHEIMER PORTUGAL apoia as Pessoas com Demência e as suas Famílias através de uma equipa multidisciplinar de profi ssionais, com experiência na doença de Alzheimer.Os serviços prestados pela ALZHEIMER PORTUGAL incluem Informação sobre a doença, Formação para cuidadores formais e informais, Apoio Domiciliário, Cen-tros de Dia, Apoio Social e Psicológico e Consultas Médicas de Especialidade.
www.alzheimerportugal.orgContactos
Sede: Av. de Ceuta Norte, Lote 15, Piso 3 Quinta do Loureiro, 1300-125 Lisboa - Tel.: 21 361 04 60/8Fax: 21 361 04 69 - E-mail: [email protected]
Delegação do Norte: Centro de Dia “Memória de Mim” - Rua do Farol Nascente, N.º 47A - R/C,4455-301 Lavra - Tel.: 229 260 912 / 226 066 863 - E-mail: [email protected]
Delegação Centro: Rua Marechal António Spínola, Loja 26 (Galerias do Intermarché) - Pombal,3100-389 Pombal - Tel.: 236 219 469 - E-mail: [email protected]
Delegação da Região Autónoma da Madeira: Avenida do Colégio Militar, Complexo Habitacional da Nazaré, Cave do Bloco 21 - Sala E, 9000-135 FUNCHAL - Tel. e Fax: 291 772 021
E-mail: [email protected]úcleo do Ribatejo: R. Dom Gonçalo da Silveira N.º 31-A, 2080-114 Almeirim - Tel.: 24 300 00 87
E-mail: [email protected]úcleo de Aveiro: Santa Casa da Misericórdia de Aveiro - Complexo Social da Quinta da Moita - Oliveirinha,
3810 Aveiro - Tel.: 23 494 04 80 - E-mail: [email protected]
34 | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013
SAIR
CINEMALisboaCinemaCity Campo PequenoCentro Lazer Campo Pequeno. T. 217981420Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. Sala 1 - 13h40, 15h55, 21h40; Oz: O Grande e Poderoso M12. VIP 2 - 13h25, 16h, 17h50, 19h40, 21h20, 24h (3D); Mamã M16. Sala 3 - 13h35, 15h35, 17h35, 19h35, 21h35, 23h45; Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 4 - 15h30, 19h, 21h45, 00h25; Seis Sessões M16. VIP 4 - 15h35; Oz: O Grande e Poderoso M12. VIP 4 - 15h30, 19h, 21h45, 00h25; Django Libertado M16. Sala 5 - 15h25, 18h40; O Impossível M12. Sala 5 - 21h55; Força Anti-Crime M16. Sala 5 - 13h15, 00h10; Argo M12. Sala 6 - 13h20; Guia para um Final Feliz M12. Sala 6 - 17h40; Django Libertado M16. Sala 6 - 22h; Hitchcock M12. Sala 6 - 15h40, 20h; Quarta Divisão M16. Sala 7 - 13h20, 18h45, 00h30; Lincoln M12. Sala 7 - 15h45, 21h25; Argo M12. Sala 8 - 15h50, 18h55; Criaturas Maravilhosas M12. Sala 8 - 21h30; Comédia Explícita - Movie 43 M16. Sala 8 - 00h05; Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 8 - 13h10 CinemaCity Classic AlvaladeAvª de Roma, nº 100, Lisboa . T. 218413045MONSTRA 2013 - Festival de Animação de Lisboa - Vários horários; Bestas do Sul Selvagem M12. Sala 1 - 13h30, 15h35, 19h30; Seis Sessões M16. Sala 2 - 13h40; Lincoln M12. Sala 2 - 15h20, 18h20, 21h20; A Vida de Pi M12. Sala 3 - 15h45; Django Libertado M16. Sala 3 - 21h10; Hitchcock M12. Sala 3 - 17h30, 21h35; Argo M12. Sala 4 - 18h40, 21h30; Quarta Divisão M16. Sala 4 - 13h35, 15h55, 18h30; Guia para um Final Feliz M12. Sala 4 - 13h25 Cinemateca PortuguesaR. Barata Salgueiro, 39 . T. 213596200O Acossado M12. Sala Félix Ribeiro - 15h30; Mentira! M16. Sala Félix Ribeiro - 19h; Vinte Dias sem Guerra Sala Félix Ribeiro - 21h30; O Sr. e a Sra. Smith Sala Luís de Pina - 22h; As Montanhas Azuis ou Uma História Inacreditável Sala Luís de Pina - 19h30 Medeia Fonte NovaEst. Benfica, 503. T. 217145088Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 1 - 14h20, 16h45, 19h15, 21h45; Argo M12. Sala 2 - 16h30; E Se Vivêssemos Todos Juntos? Sala 2 - 14h10, 19h, 21h30; Mamã M16. Sala 3 - 14h30, 17h, 19h30, 22h Medeia KingAv. Frei Miguel Contreiras, 52A. T. 218480808Barbara M12. Sala 1 - 14h15, 16h45, 19h15, 22h; Argo M12. Sala 2 - 19h; Amor M12. Sala 2 - 14h, 16h30, 21h45; Laurence Para Sempre M12. Sala 3 - 14h45, 18h15, 21h30 Medeia MonumentalAv. Praia da Vitória, 72. T. 213142223Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 4 - Cine Teatro - 14h30, 17h, 19h30, 22h, 00h30; Efeitos Secundários M12. Sala 1 - 13h20, 15h25, 17h30, 19h40, 21h45, 00h15; Criaturas Maravilhosas M12. Sala 2 - 24h; E Se Vivêssemos Todos Juntos? Sala 2 - 13h30, 15h30, 17h30, 19h40, 21h30; Branca de Neve M12. Sala 3 - 13h10, 15h15, 17h20, 19h25, 21h30, 24h NimasAv. 5 Outubro, 42B. T. 213574362Vanitas M12. Sala 1 - 21h30 UCI Cinemas - El Corte InglésAv. Ant. Aug. Aguiar, 31. T. 707232221Amor M12. Sala 1 - 19h; Força Anti-Crime M16. Sala 1 - 14h, 16h30, 21h45, 00h20; Guia para um Final Feliz M12. Sala 2 - 14h05, 19h10; O Último Desafio M16. Sala 2 - 16h45,
21h50, 00h30; Mamã M16. Sala 3 - 14h20, 16h55, 19h15, 22h, 00h15; Criaturas Maravilhosas M12. Sala 4 - 14h, 16h35, 19h15, 21h50; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. Sala 4 - 00h30; 00:30 Hora Negra M16. Sala 5 - 17h30; Django Libertado M16. Sala 5 - 14h15, 00h10; A Vida de Pi M12. Sala 6 - 15h; Lincoln M12. Sala 6 - 18h10, 21h20, 00h20; Psycho M12. Sala 7 - 19h10; Quarta Divisão M16. Sala 7 - 14h, 16h35, 00h20; O Mentor M16. Sala 8 - 16h05, 21h30; Notas de Amor M12. Sala 8 - 19h; Bestas do Sul Selvagem M12. Sala 8 - 14h, 00h25; Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 9 - 14h, 19h15, 00h30 (2D), 16h35, 21h50 (3D); Branca de Neve M12. Sala 10 - 14h10, 16h40, 19h10, 21h30, 24h; Hitchcock M12. Sala 11 - 19h; Cidade Dividida M16. Sala 11 - 14h15, 16h35, 21h40, 00h15; Efeitos Secundários M12. Sala 12 - 14h05, 16h40, 19h10,2 1h35, 00h10; Argo M12. Sala 13 - 14h10, 16h40, 19h10, 21h45, 00h20; A Caça M16. Sala 14 - 14h10, 16h35, 19h05, 22h, 00h30 ZON Lusomundo AlvaláxiaEstádio José Alvalade, Campo Grande. T. 16996Força Anti-Crime M16. 16h10, 18h45, 21h20; O Impossível M12. 16h15, 18h55, 21h35; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. 16h40, 19h, 21h40; Oz: O Grande e Poderoso M12. 15h50, 18h40, 21h30; Django Libertado M16. 16h50, 20h45; Mamã M16. 16h20, 18h50, 21h10; Argo M12. 15h20, 18h, 21h20; Tudo por um bebé M12. 16h30, 19h15, 21h50; Guia para um Final Feliz M12. 18h50; O Último Desafio M16. 16h25, 21h45; Lincoln M12. 21h; Zarafa M6. 15h30, 17h30 (V.Port.); Agora Fico Bem M12. 15h40, 18h10; Cidade Dividida M16. 21h15; A Vida de Pi M12. 16h, 18h40; Quarta Divisão M16. 21h30 ZON Lusomundo AmoreirasAv. Eng. Duarte Pacheco. T. 16996Oz: O Grande e Poderoso M12. 13h, 15h40, 18h30, 21h30, 00h15 (3D); Efeitos Secundários M12. 13h30, 16h10, 18h50, 21h50, 00h30; Lincoln M12. 14h, 17h30, 20h50, 24h; A Arte de Amar M6. 19h, 22h, 00h20; Zarafa M6. 13h50, 16h30 (V.Port.); Branca de Neve M12. 13h10, 15h30, 18h10, 21h40, 00h10; Força Anti-Crime M16. 13h20, 16h, 21h20, 23h50 ZON Lusomundo ColomboAv. Lusíada. T. 16996Força Anti-Crime M16. 13h15, 16h, 18h40, 21h20, 24h; A Bicharada Contra-Ataca M6. 13h10, 15h20, 17h50 (V.Port.); Agora Fico Bem M12. 00h10; Quarta Divisão M16. 18h15; O Último Desafio M16. 13h05, 15h45, 21h10, 23h45; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. 13h20, 15h50, 18h10, 21h25, 24h; Oz: O Grande e Poderoso M12. 12h50, 15h40, 18h35 (2D), 21h30, 00h25 (3D); Mamã M16. 13h, 15h55, 18h20, 21h45, 00h15; Tudo por um bebé M12. 12h55, 15h25, 18h05, 21h05, 23h40 ; Aguenta-te aos 40 M12. 12h40, 15h30, 18h30, 21h35, 00h35; Argo M12. 18h, 21h, 23h55; Zarafa M6. 13h30, 15h45 (V.Port.); Criaturas Maravilhosas M12. 12h45, 15h35, 18h25, 21h15, 00h05 ZON Lusomundo Vasco da GamaParque das Nações. T. 16996Quarta Divisão M16. 18h20; Aguenta-te aos 40 M12. 12h40, 15h30, 21h, 23h50; Efeitos Secundários M12. 13h30, 16h, 18h30, 21h40, 00h10; Força Anti-Crime M16. 13h20, 16h10, 18h50, 21h50, 00h30; Oz: O Grande e Poderoso M12. 12h50, 15h40, 18h40, 21h30, 00h20; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. 13h10, 15h50, 18h10, 21h10, 23h40; Criaturas Maravilhosas M12. 21h20, 24h; Zarafa M6. 13h, 15h20, 17h30, 19h30 (V.Port.)
A CaçaDe Thomas Vinterberg. Com Mads Mikkelsen, Thomas Bo Larsen, Annika Wedderkopp. DIN. 2012. 115m. Drama. M16. Depois de um divórcio muito
complicado, a sorte de Lucas
parece estar a mudar. Tem uma
namorada que o compreende,
um novo trabalho e está a
recuperar a sua relação com
Marcus, o fi lho adolescente.
Porém, uma mentira impiedosa
que se espalha por toda a
comunidade vai mudar o curso
da sua vida. A desconfi ança
abate-se sobre os que vivem na
pequena vila dinamarquesa e,
perseguido por todos, o homem
vai ter de encontrar maneira de
provar que não é quem todos
julgam ser.
Branca de NeveDe Pablo Berger. Com Maribel Verdú, Daniel Giménez Cacho, Emilio Gavira. ESP. 2012. 104m. Drama. M12. 1920. Sevilha, Espanha. Carmen
é uma menina que cresce sob
os caprichos de Encarna, a sua
terrível madrasta. Até ao dia
em que decide fugir com um
grupo muito especial de novos
amigos: uma trupe de seis anões
toureiros. Seguindo o género
narrativo do cinema mudo e
com fotografi a a preto e branco,
um fi lme do espanhol Pablo
Berger que adapta um dos mais
conhecidos contos dos irmãos
Grimm.
MamãDe Andres Muschietti. Com Jessica Chastain, Nikolaj Coster-Waldau, Megan Charpentier. CAN/ESP. 2013. 100m. Terror. M16. Depois de um inexplicável
ataque de raiva que o leva a
matar a esposa, Jeff rey leva as
duas fi lhas pequenas para uma
cabana com intenção de lhes
tirar a vida e suicidar-se em
seguida. A tragédia é impedida
por uma força misteriosa que
o agarra e mata. Cinco anos
mais tarde, o irmão e cunhada
dele ainda estão a investigar
o que terá acontecido à sua
família quando as meninas são
encontradas vivas numa velha
cabana abandonada. É então que
descobrem que as crianças não
viveram inteiramente sozinhas:
a força misteriosa, que as salvou
anos antes, assegurou também a
sua sobrevivência.
Efeitos SecundáriosDe Steven Soderbergh. Com Rooney Mara, Channing Tatum, Jude Law, Catherine Zeta-Jones. EUA. 2013. 106m. Drama, Thriller. M12. Emily e Martin são um jovem
casal nova-iorquino a viver
algumas difi culdades. Ela
sofre de perturbações de
personalidade que a levam a
tentar o suicídio. Preocupado,
o casal recorre a Jonathan
Banks, um psiquiatra de renome
que lhe prescreve Ablixa, um
medicamento experimental
para o tratamento de ansiedade.
Porém, os efeitos secundários
dessa nova medicação vão
transformar a vida dela num
pesadelo para o qual todos serão
arrastados...
Oz: O Grande e PoderosoDe Sam Raimi. Com James Franco, Michelle Williams, Rachel Weisz, Mila Kunis. EUA. 2013. 130m. Aventura, Fantasia. M12. Oscar é um mágico fanfarrão
e ambicioso que não olha
a meios para atingir o seu
maior objectivo: transformar-
se numa personalidade no
mundo da Magia. Certo dia, é
transportado para a Terra de Oz.
Convencido de que arranjou a
fórmula perfeita para se tornar
famoso, conhece três bruxas
que lhe contam como, durante
séculos, todas as criaturas de
Oz esperaram a chegada de um
grande feiticeiro que os libertaria
de uma maldição.
Tudo por um bebéDe Jay Chandrasekhar. Com Paul Schneider, Olivia Munn, Kevin Heffernan, Wood Harris. EUA. 2012. 95m. Comédia. M12. Depois de mil e uma tentativas
para engravidar, Tommy e
Audrey descobrem que os
espermatozóides dele já não
estão muito activos e que será
muito difícil gerarem um fi lho.
Aterrorizado com a ideia de não
poder satisfazer o maior desejo
da sua mulher, Tommy arrisca
um último e desesperado acto:
assaltar o banco de esperma
onde, em tempos, fez várias
doações. Porém, nem tudo corre
pelo melhor.
Almada
ZON Lusomundo Almada FórumEstr. Caminho Municipal, 1011 - Vale de Mourelos. T. 16996Oz: O Grande e Poderoso M12. 12h40, 15h35, 18h30 (2D), 21h30, 00h30 (3D); Tudo por um bebé M12. 12h45, 15h10, 17h45, 21h40, 24h; Efeitos Secundários M12. 12h50, 15h50, 18h20, 21h20, 23h50; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. 13h10, 15h40, 18h05, 21h, 23h30; Criaturas Maravilhosas M12. 12h30, 15h25, 18h15, 21h10, 00h10; A Bicharada Contra-Ataca M6. 13h20, 15h45, 18h40 (V.Port.); O Último Desafio M16. 21h, 23h45; A Vida de Pi M12. 19h10 (3D); Lincoln M12. 12h35, 15h55, 22h; Quarta Divisão M16. 21h05, 23h55; Zarafa M6. 13h30, 16h05, 18h40 (V.Port.); O Impossível M12. 12h45, 15h30, 18h10, 21h25, 00h10; Mamã M16. 13h05, 15h25, 17h50, 21h40, 00h05; Força Anti-Crime M16. 13h10, 15h50, 18h35, 21h20, 00h10; Agora Fico Bem M12. 18h40; Cidade Dividida M16. 13h25, 16h, 21h15, 23h50; Argo M12. 21h15, 24h; Guia para um Final Feliz M12. 12h40, 15h35, 18h25; Aguenta-te aos 40 M12. 13h40, 21h, 00h05; Comédia Explícita - Movie 43 M16. 18h
Amadora CinemaCity Alegro AlfragideC.C. Alegro Alfragide. T. 214221030Oz: O Grande e Poderoso M12. Cinemax - 13h20, 16h, 18h40, 21h20, 24h; Hansel e Gretel: Caçadores de Bruxas VIP Light - 13h45, 00h15; Oz: O Grande e Poderoso M12. VIP Light - 15h30, 19h, 21h45, 00h25; 00:30 Hora Negra M16. Sala 3 - 00h05; Criaturas Maravilhosas M12. Sala 3 - 13h30, 16h05, 18h35, 21h30; Argo M12. Sala 4 - 19h40; Guia para um Final Feliz M12. Sala 4 - 17h20; Django Libertado M16. Sala 4 - 22h; Hitchcock M12. Sala 4 - 13h20, 15h20; Quarta Divisão M16. Sala 5 - 16h10, 18h50; Força Anti-Crime M16. Sala 5 - 13h25, 15h35, 17h45, 21h35, 00h20; Cidade Dividida M16. Sala 5 - 23h50; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. Sala 6 - 13h40, 15h40, 17h40, 21h40, 23h55; Cidade Dividida M16. Sala 6 - 19h35; Sininho O Segredo das Fadas M4. Sala 7 - 13h35 (V.Port.); Aguenta-te aos 40 M12. Sala 7 - 15h20, 21h35; Mamã M16. Sala 8 - 13h50, 15h50, 17h50, 19h50, 21h50, 00h10; A Vida de Pi M12. Sala 9 - 18h45; Lincoln M12. Sala 9 - 15h45, 21h25; O Último Desafio M16. Sala 9 - 13h35, 00h30; O Impossível M12. Sala 10 - 22h05; O Último Desafio M16. Sala 10 - 19h55; Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 10 - 13h30 UCI Dolce Vita TejoC.C. da Amadora, Estrada Nacional 249/1, Venteira. T. 707232221As Aventuras de Vickie M6. Sala 1 - 14h30 (V.Port.); Cidade Dividida M16. Sala 1 - 18h50, 21h25; Vickie e o Tesouro dos Deuses M6. Sala 1 - 16h25 (V.Port.); Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 2 - 13h50, 19h10 (2D), 16h30, 21h50 (3D); Mamã M16. Sala 3 - 13h50, 16h10, 18h55, 21h35; Django Libertado M16. Sala 4 - 14h10, 17h45, 21h; Quarta Divisão M16. Sala 5 - 13h55, 16h25, 21h20; Força Anti-Crime M16. Sala 5 - 19h; A Vida de Pi M12. Sala 6 - 14h, 16h35 (3D); Aguenta-te aos 40 M12. Sala 6 - 19h05, 21h45; Lincoln M12. Sala 7 - 18h30; O Último Desafio M16. Sala 7 - 13h45, 16h05, 21h35; O Impossível M12. Sala 8 - 14h05, 16h35, 19h05, 21h45; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. Sala 9 - 14h10, 16h20, 18h55, 21h15; Efeitos
A Caça
PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | 35
AS ESTRELAS DO PÚBLICO
JorgeMourinha
Luís M. Oliveira
Vasco Câmara
a Mau mmmmm Medíocre mmmmm Razoável mmmmm Bom mmmmm Muito Bom mmmmm Excelente
Branca de Neve mmmmm – –A Caça – mmmmm mmmmm
Django Libertado mmmmm mmmmm mmmmm
Efeitos Secundários mmmmm mmmmm –Hitchcock mmmmm mmmmm mmmmm
Laurence para Sempre mmmmm mmmmm mmmmm
Mamã mmmmm – –Oz, o Grande e Poderoso mmmmm – –Quarta Divisão ● mmmmm –O Último Desafio – mmmmm mmmmm
Secundários M12. Sala 10 - 14h15, 16h40, 19h15, 21h50; Criaturas Maravilhosas M12. Sala 11 - 13h50, 16h30, 19h10, 21h40
Cascais ZON Lusomundo CascaiShoppingCascaiShopping-EN 9, Alcabideche. T. 16996Tudo por um bebé M12. 13h10, 15h40, 18h, 21h30, 00h15; Mamã M16. 12h40, 15h05, 17h40, 21h50, 00h05; Força Anti-Crime M16. 12h55, 16h, 18h40, 21h15, 23h50; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. 13h15, 15h50, 18h20, 21h20, 23h40; Oz: O Grande e Poderoso M12. 12h30, 15h20, 18h10, 21h, 24h (3D); Quarta Divisão M16. 18h35; Criaturas Maravilhosas M12. 12h50, 15h30, 21h10, 23h45; Comédia Explícita - Movie 43 M16. 13h, 15h10, 18h30; O Último Desafio M16. 21h40, 00h20
Caldas da Rainha Vivacine - Caldas da RainhaC.C. Vivaci. T. 262840197Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. Sala 1 - 15h40, 18h25, 21h30; Aguenta-te aos 40 M12. Sala 2 - 15h35, 18h35, 21h20; Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 3 - 15h40, 18h30, 21h25; Scary Movie 3 - Outro Susto de Filme M12. Sala 4 - 15h35, 18h05, 21h40; Força Anti-Crime M16. Sala 5 - 21h20; Criaturas Maravilhosas M12. Sala 5 - 15h50, 18h35
Carcavelos Atlântida-CineR. Dr. Manuel Arriaga, C. Com. Carcavelos (Junto à Estação de CP). T. 214565653Efeitos Secundários M12. Sala 1 - 15h30, 21h30; Argo M12. Sala 2 - 15h45, 21h45
Sintra CinemaCity Beloura ShoppingEst. Nac. nº 9 - Quinta Beloura. T. 219247643Oz: O Grande e Poderoso M12. Cinemax - 16h, 18h40, 21h20 (3D); Mamã M16. Sala 1 - 15h50, 17h50, 19h50, 21h50; Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 2 - 15h30, 19h, 21h45; Guia para um Final Feliz M12. Sala 3 - 16h30, 19h15; Django Libertado M16. Sala 3 - 21h35; Argo M12. Sala 4 - 21h40; Força Anti-Crime M16. Sala 4 - 15h20, 17h30; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. Sala 4 - 19h40; One Life Sala 5 - 15h30; Criaturas Maravilhosas M12. Sala 5 - 15h30; Aguenta-te aos 40 M12. Sala 5 - 21h30; Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 5 - 17h50; O Impossível M12. Sala 6 - 18h35; Lincoln M12. Sala 6 - 15h35, 21h25; A Vida de Pi M12. Sala 7 - 15h40, 18h50; Quarta Divisão M16. Sala 7 - 21h30
Leiria CinemaCity LeiriaRua Dr. Virgílio Vieira Cunha. T. 244845071Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 1 - 16h, 18h40, 21h20; Força Anti-Crime M16. Sala 2 - 21h50; Comédia Explícita - Movie 43 M16. Sala 2 - 15h45; Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 2 - 17h50; Mamã M16. Sala 3 - 15h55, 18h50, 21h40; Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 4 - 15h30, 19h, 21h45; Guia para um Final Feliz M12. Sala 5 - 15h50; O Impossível M12. Sala 5 - 18h45; Aguenta-te aos 40 M12. Sala 5 - 21h30; Criaturas Maravilhosas M12. Sala 6 - 18h35, 21h35; O Último Desafio M16. Sala 6 - 16h10; Argo M12. Sala 7 - 19h40; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. Sala 7 - 15h40, 17h40, 22h
Montijo
ZON Lusomundo Fórum MontijoC. C. Fórum Montijo. T. 16996Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. 16h10, 18h30, 21h30; Oz: O Grande e Poderoso M12. 15h40, 18h25 (2D), 21h10 (3D); Mamã M16. 15h25, 17h50, 21h20; Aguenta-te aos 40 M12. 15h30, 18h15, 21h; Quarta Divisão M16. 18h30; Criaturas Maravilhosas M12. 15h45, 21h05; Comédia Explícita - Movie 43 M16. 16h, 18h20; O Último Desafio M16. 21h15
Odivelas ZON Lusomundo Odivelas ParqueC. C. Odivelasparque. T. 16996Força Anti-Crime M16. 21h20; Aguenta-te aos 40 M12. 15h30, 18h20; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. 15h20, 18h, 21h; Oz: O Grande e Poderoso M12. 15h40, 18h30, 21h15; Criaturas Maravilhosas M12. 21h10; Zarafa M6. 15h10, 17h40 (V.Port.); Mamã M16. 15h50, 18h10, 21h30
Oeiras ZON Lusomundo Oeiras ParqueC. C. Oeirashopping. T. 16996Agora Fico Bem M12. 21h50, 00h20; Zarafa M6. 13h, 15h20, 17h30, 19h30; Oz: O Grande e Poderoso M12. 12h40, 15h30, 18h30, 21h30, 00h30 (3D); Aguenta-te aos 40 M12. 12h30, 15h25, 18h25, 21h25, 00h25; Lincoln M12. 13h15, 16h30, 21h, 00h15; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. 13h05, 15h40, 18h10, 21h10, 23h50; Efeitos Secundários M12. 13h10, 15h50, 18h20, 21h20, 24h; Quarta Divisão M16. 18h40; Força Anti-Crime M16. 12h50, 16h, 21h40, 00h15
Miraflores ZON Lusomundo Dolce Vita MirafloresC. C. Dolce Vita - Av. Túlipas. T. 707 CINEMAOz: O Grande e Poderoso M12. 15h30, 18h30, 21h40; Lincoln M12. 15h, 18h20, 21h30; A Bicharada Contra-Ataca M6. 15h20, 18h10 (V.Port.); Django Libertado M16. 21h; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. 21h; Zarafa M6. 15h10, 17h20, 19h30 (V.Port.)
Torres Novas Estúdio Alfa - Torres NovasPraça 5 de Outubro. T. 249819370A Dupla Pele do Diabo M16. Sala 1 - 21h30
Torres Vedras ZON Lusomundo Torres VedrasC.C. Arena Shopping. T. 16996Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. 16h15, 19h, 21h40; Aguenta-te aos 40 M12. 15h30, 18h20, 21h15; Mamã M16. 16h, 18h15, 21h; Criaturas Maravilhosas M12. 15h50, 18h45; O Último Desafio M16. 21h50; Oz: O Grande e Poderoso M12. 15h40, 18h30 (2D), 21h25 (3D)
Setúbal Auditório CharlotAv. Dr. Ant. Manuel Gamito, 11. T. 265522446Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 1 - 21h30
Faro SBC-International CinemasC. C. Fórum Algarve. T. 289887212Guia para um Final Feliz M12. Sala 1 - 19h; O
Último Desafio M16. Sala 1 - 14h10, 16h35, 21h35; Força Anti-Crime M16. Sala 2 - 14h10, 16h40, 19h10, 21h40; Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 3 - 13h15, 16h, 18h45, 21h30; Criaturas Maravilhosas M12. Sala 4 - 13h25, 16h, 18h40, 21h20; Oz: O Grande e Poderoso M12. Sala 5 - 15h30, 18h15, 21h; Mamã M16. Sala 6 - 14h, 16h35, 19h10, 21h45; Lincoln M12. Sala 7 - 14h25; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. Sala 7 - 17h30, 19h45, 22h; Argo M12. Sala 8 - 21h05; Força Ralph M6. Sala 8 - 13h (V.Port.); Aguenta-te aos 40 M12. Sala 8 - 15h25, 18h15; A Vida de Pi M12. Sala 9 - 16h35 (V.Port.); Cidade Dividida M16. Sala 9 - 14h10,19h20, 21h45
Olhão Algarcine - Cinemas de OlhãoC.C. Ria Shopping. T. 289703332O Último Desafio M16. Sala 1 - 15h30, 18h30, 21h30; Mata-os Suavemente M12. Sala 2 - 15h20, 18h20, 21h30; Argo M12. Sala 3 - 15h15, 18h15, 21h15
Portimão Algarcine - Cinemas de PortimãoAv. Miguel Bombarda. T. 282411888O Último Desafio M16. Sala 1 - 15h30, 18h, 21h30; Argo M12. Sala 2 - 18h; Força Anti-Crime M16. Sala 2 - 15h45, 21h45
Tavira Zon Lusomundo TaviraC.C. Gran-Plaza, R. Almirante Cândido dos Reis. T. 16996Oz: O Grande e Poderoso M12. 15h50, 18h40 (2D), 21h30 (3D); Aguenta-te aos 40 M12. 15h40, 18h30, 21h20; Mamã M16. 15h30, 18h, 21h15; Die Hard - Nunca é Bom Dia para Morrer M12. 16h, 18h10, 21h10; Guia Para Um Homem Volúvel 21h; Criaturas Maravilhosas M12. 15h35, 18h20
TEATROLisboaTeatro AbertoPraça de Espanha. T. 213880089 Há Muitas Razões Para Uma Pessoa Querer Ser Bonita Enc. João Lourenço. De 21/12 a 31/3. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/16.
Teatro da PolitécnicaRua da Escola Politécnica, 56. T. 961960281 Por Tudo e Por Nada Enc. Jorge Silva Melo. De 13/3 a 27/4. 3ª e 4ª às 19h. 5ª e 6ª às 21h. Sáb às 16h e 21h. M/12. Teatro Municipal de S. LuizR.António Maria Cardoso, 38. T. 213257650 A Visita da Velha Senhora Enc. Nuno Cardoso. De 7/3 a 27/3. 4ª a Sáb às 21h. Dom às 17h30. Sessão com interpretação em língua gestual portuguesa, dia 24 de Março às 17h30.Teatro Municipal Maria MatosAv. Frei Miguel Contreiras, 52. T. 218438801 No Quintal da Minha Avó, os Cavalos Nasciam nas Árvores De Maria de Vasconcelos. De 12/3 a 13/3. 3ª a 5ª às 10h. De 16/3 a 17/3. Sáb às 16h30. Dom às 11h. Dos 3 aos 5 anos. Duração: 30m. Teatro VillaretAv. Fontes Pereira Melo, 30A. T. 213538586 Isto É Que Me Dói! Enc. Francisco Nicholson. De 2/1 a 31/3. 4ª, 5ª e 6ª às 21h30. Sáb às 16h e 21h30. Dom às 16h. M/12.
EXPOSIÇÕESLisboa3 + 1 Arte ContemporâneaRua António Maria Cardoso, 31. T. 210170765 Greve De Sara e André. De 25/1 a 16/3. 3ª a Sáb das 14h às 20h. Pintura. Aeroporto de LisboaAl. Comunidades Portuguesas. T. 218413500 Máscaras e Marionetas do Museu da Marioneta/EGEAC De 12/2 a 30/3. Todos os dias das 06h30 às 01h (na área pública das Chegadas). Marionetas, Objectos, Outros. Appleton SquareRua Acácio Paiva, 27 - r/c. T. 210993660 Uma Faca na Areia De Albano Silva Pereira. De 28/2 a 28/3. 3ª a Sáb das 15h às 20h.Arquivo FotográficoRua da Palma, 246. T. 218844060 Séma Chéein De Bruno Dias Vieira. De 7/3 a 26/4. 2ª a 6ª das 09h30 às 17h.Biblioteca Municipal CamõesLargo do Calhariz, 17 - 2º Esq.. T. 213422157 Outros Cinzentos De Pedro Henriques. De 21/2 a 29/3. 2ª a Sáb das 10h30 às 18h.Carpe Diem Arte e PesquisaR. de O Século, 79. T. 211924175 Colectiva De Gabriela Albergaria, Irit Batsry, João Pedro Vale + Nuno Alexandre Ferreira, Nelson Leirner, Valter Ventura, Alex Gabassi. De 9/3 a 25/5. Todos os dias.
Casino LisboaParque das Nações. T. 218929000 Alouette II De 1/3 a 28/6. 2ª, 3ª, 4ª, 5ª e Dom das 15h às 03h. 6ª e Sáb das 16h às 04h.Chiado 8 - Arte ContemporâneaLargo do Chiado, 8. T. 213237335 Vraum De Gonçalo Barreiros. De 1/3 a 10/5. 2ª a 6ª das 12h às 20h. Cordoaria NacionalAvenida da Índia. T. 213646128 Clicka 2 De Alexandre Soares, João Boucinha, André Martinho, Ricardo Gonçalves, entre outros. De 15/2 a 31/3. 3ª a 6ª das 10h às 13h e das 14h às 18h. Sáb e Dom das 14h às 18h. Fotografia. CulturgestRua Arco do Cego - CGD. T. 217905155 Esculturas Sonoras 1994-2013 De Rui Toscano. De 8/2 a 19/5. 2ª, 4ª, 5ª e 6ª das 11h às 19h. Sáb, Dom e feriados das 14h às 20h. Retrato de Michel Auder De Michel Auder. De 8/2 a 19/5. 2ª, 4ª, 5ª e 6ª das 11h às 19. Sáb, Dom e feriados das 14h às 20h.Espaço Round The Corner - Porta 9F/9GR. Nova da Trindade. T. 213420000 Black Frames De Daniel González Coves. De 1/3 a 29/3. 2ª a 6ª das 13h às 19h. Pintura. Espaço TranquilidadeProjectos EspeciaisR. Rodrigues Sampaio, 95. T. 213503500 Instructions De Ramiro Guerreiro. De 7/3 a 3/5. 3ª a 6ª das 12h30 às 19h. Fundação e Museu Calouste GulbenkianAvenida de Berna, 45A. T. 217823000 360º Ciência Descoberta De 2/3 a 2/6. 3ª a Dom das 10h às 18h. Galeria António PratesArte ContemporâneaRua Alexandre Herculano, 39A. T. 213571167 Walkthrough a Story De Gabriel Garcia. De 22/2 a 30/3. 2ª a 6ª das 11h às 20h. Sáb das 15h às 20h. Pintura. Galeria Arte PeriféricaPraça do Império - CCB, Loja 3. T. 213617100 Dias de Profunda Desconstrução De Moisés Duarte. De 2/3 a 4/4. Todos os dias das 10h às 20h. Pintura. Galeria BoavistaR. da Boavista, 50. T. 213476335 VIII Bienal Ibero-Americana de Arquitectura e Urbanismo: Estando o Mar Pelo Meio De 15/2 a 31/3. 3ª a Sáb das 14h às 19h.Galeria das SalgadeirasRua das Salgadeiras, 24. T. 213460881 Olhar estrangeiro em territórios conhecidos De Luisa Mello. De 9/2 a 16/3. 4ª, 5ª e 6ª das 17h às 21h. Sáb das 16h às 21h.Galeria MillenniumRua Augusta. Baixa em Tempo Real De 2/2 a 30/3. 2ª a Sáb das 10h às 13h e das 14h às 17h.Galeria MonumentalCampo Mártires da Pátria, 101. T. 213533848 Enjoo de Arte De Namora Caeiro. De 21/2 a 28/3. 3ª a Sáb das 15h às 19h30. Galeria Pedro CeraRua do Patrocínio, 67E. T. 218162032 Dérive Noire De Nuno Cera. De 28/2 a 6/4. 3ª a 6ª das 10h às 13h30 e das 14h30 às 19h.Galeria Quadrado Azul - LisboaLargo dos Stephens, 4. T. 213476280 Chaîne Opératoire De Willem Weismann. De 8/3 a 20/4. 3ª a Sáb das 13h às 20h. Total Body Conditioning De Mika Tajima. De 9/2 a 16/3. 3ª a Sáb das 13h às 20h. Galeria QuadrumR. Alberto Oliveira, 52. T. 218170534 Ciclo Budapeste: Rui Mourão De 6/3 a 17/3. 3ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb e Dom das 14h às 18h.Galeria RattonR. Academia das Ciências, 2C. T. 213460948 Que Procura Vmê De Júlio Pomar. De 7/3 a 3/5. 2ª a 6ª das 10h às 13h30 e das 15h às 19h30. Azulejo.
No Museu do Oriente, Lisboa, apresentam-se imagens recentemente restauradas, pertencentes à colecção da Administração do Porto de Lisboa. A selecção de 75 fotografias (de um total de seis mil) retrata a vida portuária através de várias visões durante o século XX. Até 27 de Maio, de terça a domingo, das 10h às 18h (sexta até às 22h). Bilhete: 5€.
Do Vasto e Belo Porto de Lisboa
36 | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013
SAIRGaleria São MamedeRua da Escola Politécnica, 167. T. 213973255 Condão De JOH. De 21/2 a 20/3. 2ª a 6ª das 10h às 20h. Sáb das 11h às 19h. Galeria Torreão NascenteAv. Índia - Cordoaria Nacional. T. 213646128 Casa De Manuel Vieira. De 21/2 a 7/4. 3ª a 6ª das 10h às 18h. Olha De Valter Vinagre. De 24/1 a 23/3. 3ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb e Dom das 14h às 18h. Fotografia. Galeria ValbomAvenida Conde Valbom, 89. T. 217801110 Além Mar De Saskia Moro. De 16/2 a 30/3. 2ª a Sáb das 13h às 19h30. Pintura. Hospital de Santa MariaAvenida Professor Egas Moniz. T. 217805000 A Pneumonia ao Raio-X De 22/2 a 22/3. Todos os dias (aberto 24h). No átrio frente ao Gabinete do Colaborador, Piso 2. K GaleriaRua da Vinha, 43A. T. 213431676 Animais de Estimação De Valter Vinagre. De 7/3 a 26/3. 2ª a 6ª das 10h às 18h.Lumiar CitéR. Tomás del Negro, 8-A. T. 213521155 The Dockers’ Museum De Allan Sekula. De 8/2 a 31/3. 4ª a Dom das 15h às 19h. Vídeo. MNAC - Museu do ChiadoRua Serpa Pinto, 4. T. 213432148 Are you still awake? De João Pedro Vale, Hugo Canoilas, João Tabarra, Alexandre Estrela, Julião Sarmento, Ana Hatherly, Mauro Cerqueira, entre outros. De 13/12 a 28/4. 3ª a Dom das 10h às 18h. Arte Portuguesa 1850-1975 De João Cristino da Silva, Columbano Bordalo Pinheiro, João Marques de Oliveira, António Carneiro, Amadeo de Souza-Cardoso, Eduardo Viana, Mário Eloy, entre outros. De 20/2 a 31/12. 3ª a Dom das 10h às 18h. Projecto Bidonville De Maria Lusitano. De 21/2 a 7/4. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h45).MUDE - Museu do Design e da ModaRua Augusta, 24. T. 218886117 Com esta Voz me Visto. O Fado e a Moda De 22/11 a 31/3. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h45). Interiores: 100 anos de Arquitectura de Interiores em Portugal De 20/12 a 28/4. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h45). Made In Portugal - Iberomoldes De 13/12 a 31/3. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h45). Nacional e Ultramarino. BNU e a
Museus da PolitécnicaRua da Escola Politécnica, 58. T. 213921800 Gabinete da Politécnica - O Importantário Estetoscópio De Pedro Portugal. A partir de 18/5. 3ª a Dom das 10h às 17h. Objectos, Fotografia, Outros. Laboratório Chimico A partir de 5/5. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Padrão dos DescobrimentosAv. Brasília . T. 213031950 Fotógrafos do Mundo Português 1940 De Mário e Horácio Novais, Eduardo Portugal, Paulo Guedes, Kurt Pinto, António Passaporte, Ferreira da Cunha, Abreu Nunes, Casimiro Vinagre, entre outros. De 24/2 a 26/5. 3ª a Dom das 10h às 18h.Plataforma RevólverRua da Boavista, 84 - 1º, 3º. T. 213433259 Difícil é continuar. Bonito bonito é ser artista De Gustavo Sumpta, Márcio Matos. De 7/3 a 27/4. 4ª a Sáb das 14h às 19h. Outros. Les Dames Chinoises #3 De Diana Seeholzer, Eva Chytilek, Patrick Steffen, Sandra Gil. De 7/3 a 27/4. 4ª a Sáb das 14h às 19h. Outros. Rosa de Pau De Clementine Carsberg, Sofia Aguiar. De 7/3 a 27/4. 4ª a Sáb das 14h às 19h. Outros. The Age of Divinity De Johanna Billing, Eric Corne, José Drummond, Jan Fabre, Raquel Melgue, Catarina Mil-Homens, Pedro Vaz, Liao Chi-Yu, entre outros. De 7/3 a 27/4. 4ª a Sáb das 14h às 19h. Pintura, Outros. The Non Zero-Sum Art Games De vários autores. De 7/3 a 27/4. 4ª a Sáb das 14h às 19h. Outros. Prova de ArtistaRua Tomás Ribeiro, 115Loja 1. T. 213199551 Nas Margens da Linha De António Areal, Fernanda Maio, Francisco Simões, J. M. Rocha de Sousa, Manuela Cristóvão, Ricardo Pacheco, Teresa Gonçalves Lobo, entre outros. De 7/3 a 30/4. 2ª a 6ª das 10h às 20h. Sáb das 15h às 20h. Desenho.
Sociedade Nacional de Belas ArtesRua Barata Salgueiro, 36. T. 213138510 Exposição Antológica: Jaime Silva De 12/3 a 27/4. 2ª a 6ª das 12h às 19h. SRS AdvogadosRua D. Francisco Manuel de Melo, 21. Nada como um sonho para criar o futuro De Trevor Appleson, Sarah Dobai, Anya Gallaccio, Sam Taylor-Wood, Rachel Whiteread. De 26/2 a 31/3. 2ª a 6ª das 09h às 20h. Teatro Nacional D. Maria IIPraça D. Pedro IV. T. 800213250 Ana Hatherly: No Princípio está o Gesto De 26/2 a 28/4. 3ª a Sáb das 15h às 18h (30min antes dos espectáculos da Sala Garrett - de 4ª a Dom). Instalação, Pintura, Outros. Portinari e Cavalcanti no D. Maria II De Cândido Torquato Portinari, Emílio Di Cavalcanti, Nuno San Payo, Floriano Araújo Teixeira, Thomaz de Mello (TOM), Carybé. De 30/10 a 28/7. 2ª das 18h30 às 19h30 Visitas guiadas (marcação prévia 24h antes).. 3ª a Sáb das 15h às 18h (ou 30min antes do espectáculo). Pintura. Marcações para as visitas guiadas: [email protected] VPFCream ArteRua da Boavista, 84 - 2º. T. 213433259 Vita Brevis De Fabrizio Matos. De 7/3 a 27/4. 4ª a Sáb das 14h às 19h. Instalação.
MÚSICALisboaMusicBoxRua Nova do Carvalho, 24 . T. 213430107 ExperimentBox 4ª às 01h. Offbeatz 4ª às 22h.
AlmadaEspaço da Cerca Rua Serpa Pinto, 4. T. 212761890Jahcoustix Dia 13/3 às 22h.
AlmancilCentro Cultural São LourençoR. Igreja. T. 289395475 Trio A Piacere De 13/3 a 16/3. 4ª e Sáb às 19h30.
SAIRArquitectura do Poder: entre o Moderno e o Antigo De 13/12 a 28/4. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h45). Único e Múltiplo. 2 Séculos de Design A partir de 27/5. 3ª a Dom das 10h às 18h.Museu Colecção BerardoPraça do Império - CCB. T. 213612878 Angela Detanico, Rafael Lain. Amplitude De 20/2 a 28/4. Todos os dias das 10h às 19h (última admissão às 18h30). Da Solidão do Lugar a um Horizonte de Fugas De Douglas Gordon, Ângela Ferreira, Miguel Palma, Eugenio Dittborn, Caetano Dias, João Tabarra, Augusto Alves da Silva, Justine Triet, Jimmie Durham. De 19/12 a 28/4. Todos os dias das 10h às 19h (última admissão às 18h30). Exposição Permanente do Museu Colecção Berardo (1960-2010) De Vito Acconci, Carl Andre, Alan Charlton, Louise Bourgeois, José Pedro Croft, Antony Gormley, Jeff Koons, Allan McCollum, Gerhard Richter, Cindy Sherman, William Wegman, entre outros. A partir de 9/11. Todos os dias das 10h às 19h (última admissão às 18h30). No Fly Zone. Unlimited Mileage De Paulo Kapela, Yonamine, Kiluanji Kia Henda, Edson Chagas, Binelde Hyrcam, Nástio Mosquito. De 30/1 a 31/3. Todos os dias das 10h às 19h (última admissão às 18h30). Museu da MarionetaR. Esperança, 146Convento das Bernardas. T. 213942810 Marionetas A partir de 7/11. 3ª a Dom das 10h às 13h e das 14h às 18h (última admissão às 12h30 e 17h30). Marionetas no Cinema de Animação. Uma receita Tradicional De 1/3 a 28/4. 3ª a Dom das 10h às 13h e das 14h às 18h. Museu do OrienteAv. Brasília - Doca Alcântara Norte. T. 213585200 Cartazes de Propaganda Chinesa - A Arte ao Serviço da Política De 25/1 a 27/10. 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h (entrada gratuita a partir das 18h). Deuses da Ásia A partir de 9/5. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h (última admissão 17h30). 6ª das 10h às 22h (última admissão 21h30) (gratuito 18h às 22h). Do Vasto e Belo Porto de Lisboa De 1/3 a 27/5. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h (entrada gratuita a partir das 18h). Macau. Memórias a Tinta-da-China De Charles Chauderlot. De 1/2 a 30/6. 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h (entrada gratuita a partir das 18h). O Chá. De
Oriente para Ocidente De 8/6 a 31/3. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h (entrada gratuita a partir das 18h). Presença Portuguesa na Ásia. O Coleccionismo de arte do Extremo Oriente A partir de 9/5. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h (última admissão 17h30). 6ª das 10h às 22h (última admissão 21h30) (gratuito das 18h às 22h).Museu Nacional de ArqueologiaPç. Império - Edif. Jerónimos. T. 213620000 Antiguidades Egípcias / Tesouros da Arqueologia Portuguesa A partir de 1/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Mudança Global - Símbolos e Tecnologia nas Origens do Agro-Pastoralismo no Alto Ribatejo De 21/2 a 14/4. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h45). Museu Nacional de Arte AntigaRua das Janelas Verdes. T. 213912800 A Arquitectura Imaginária. Pintura, Escultura, Artes Decorativas De 1/12 a 30/3. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h. Pintura, Escultura, Artes Decorativas. Deambulações. Desenhadores Franceses em Portugal nos séculos XVIII e XIX De 28/2 a 5/5. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h. Desenho. Ilusionismos - Os Tectos Pintados do Palácio Alvor De 8/3 a 26/5. 3ª das 14h às 17h30. 4ª a Dom das 10h às 17h30. Pintura. Obra Convidada: Lucas Cranach, o Velho. Judite com a cabeça de Holofernes De 24/1 a 28/4. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h. Pintura. Pintura e Artes Decorativas do Século XII ao XIX De Vários autores. A partir de 16/12. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h.Museu Nacional de EtnologiaAvenida Ilha da Madeira. T. 213041160 O Museu, muitas coisas A partir de 31/1. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h. Documental, Escultura, Objectos, Outros. Exposição Permanente.
Por Tudo e Por Nada no Teatro da Politécnica
JORGE GONÇALVES
FARMÁCIAS
LisboaServiço PermanenteBarros Gouveia (Vale Formoso - Poço do Bispo) - Rua do Vale Formoso de Cima, 79 - B - Tel. 218595180 Corvo (Mercado do Chile) - Rua Angela Pinto, 32 - B - C - Tel. 218476756 Ducal (Duque de Loulé) - Av. Duque do Loulé, 1 - E - Tel. 213110027 J. Ribeiro (Luz - Segunda Circular) - Estrada da Luz, 199 - A - Tel. 217223523 Matos Viegas (Lumiar) - Av. Rainha D. Amélia, 34 - B - Tel. 217592306 Oliveira (Campolide) - Rua D. Pedro V, 123 - Tel. 213427880
Outras LocalidadesServiço PermanenteAbrantes - Mota Ferraz Alandroal - Santiago Maior, Alandroalense Albufeira - Alves de Sousa Alcácer do Sal - Misericórdia Alcanena - Ramalho Alcobaça - Belo Marques, Alves (Benedita), Nova (Benedita) Alcochete - Nunes, Póvoas (Samouco) Alenquer - Nobre Brito, Higiene (Carregado) Aljustrel - Dias Almada - Reis, Brasil (Feijó), Guerreiro (Monte da Caparica), Palmeirim (Sobreda
da Caparica) Almeirim - Correia de Oliveira Almodôvar - Aurea Alpiarça - Leitão Alter do Chão - Alter, Portugal (Chança) Alvaiázere - Ferreira da Gama, Castro Machado (Alvorge), Pacheco Pereira (Cabaços), Anubis (Maçãs D. Maria) Alvito - Nobre Sobrinho Amadora - Nova, Soares Correia, Clabel (Ermesinde) Ansião - Teixeira Botelho, Medeiros (Avelar), Rego (Chão de Couce), Pires (Santiago da Guarda) Arraiolos - Vieira Arronches - Batista, Esperança (Esperança/Arronches) Arruda dos Vinhos - Da Misericórdia Avis - Nova de Aviz Azambuja - Central, Miranda Barrancos - Barranquense Barreiro - Normal Batalha - Moreira Padrão, Silva Fernandes (Golpilheira) Beja - Central Belmonte - Costa, Central (Caria) Benavente - Batista, Central (Samora Correia) Bombarral - Miguel Borba - Central Cadaval - Central, Figueiros (Figueiros Cadaval (Jan,Mar,Maio)), Luso (Fev,Abr,Jun) (Vilar Cadaval (Fev,Abr,Jun)) Caldas da Rainha - Branco Lisboa Campo Maior - Central Cartaxo - Correia dos Santos Cascais - Do Rosário, Parque do
Estoril Lda. (Estoril), São Domingos de Rana (S. Domingos de Rana) Castanheira de Pera - Dinis Carvalho (Castanheira) Castelo Branco - Higiene (Amatus Lusitanus) Castelo de Vide - Freixedas Castro Verde - Alentejana Chamusca - Santa Catarina (Carregueira) Constância - Baptista Coruche - Higiene Covilhã - Mendes Crato - Saramago Pais Cuba - Da Misericórdia Elvas - Moutta Entroncamento - António Lucas Estremoz - Costa Évora - Misericórdia Faro - Batista Ferreira do Alentejo - Fialho Ferreira do Zêzere - Soeiro Figueiró dos Vinhos - Campos (Aguda), Correia Suc. Fronteira - Costa Coelho Fundão - Vitória Gavião - Gavionense, Pimentel Golegã - Oliveira Freire Grândola - Costa Idanha-a-Nova - Andrade (Idanha A Nova), Serrasqueiro Cabral (Ladoeiro), Freitas (Zebreira) Lagoa - Lagoa Lagos - Telo Leiria - Godinho Tomaz Loulé - Miguel Calçada, Nobre Passos (Almancil), Martins Loures - Nova de Loures, Cortes (Sacavém), Ribeiro Soares (Urb. Quinta do Castelo) Lourinhã - Marteleirense, Pacheco (Ribamar) Mação - Saldanha
Mafra - Rolim (S. Cosme), Oceano (Santo Izidoro / Mafra) Marinha Grande - Sta. Isabel Marvão - Roque Pinto Mértola - Nova de Mértola Moita - Nova Fátima (Baixa da Banheira) Monchique - Higya Monforte - Jardim Montijo - Higiene Mora - Canelas Pais (Cabeção), Falcão, Central (Pavia) Moura - Nataniel Pedro Mourão - Central Nazaré - Silvério, Maria Orlanda (Sitio da Nazaré) Nisa - Seabra Odemira - Confiança Odivelas - Leitão, Leitão Ribeiro Oeiras - Dias, Miramar, Alegro (Dafundo) Oleiros - Martins Gonçalves (Estreito - Oleiros), Garcia Guerra, Xavier Gomes (Orvalho-Oleiros) Olhão - Olhanense Ourém - Pastorinhos (Fátima), Verdasca Ourique - Nova (Garvão), Ouriquense Palmela - Tavares de Matos (Pinhal Novo) Pedrógão Grande - Baeta Rebelo Penamacor - Cunha Gil Peniche - Higiénica Pombal - Paiva Ponte de Sor - Cruz Bucho Portalegre - Portalegrense Portel - Misericordia Portimão - Arade Porto de Mós - Lopes Proença-a-Nova - Roda, Daniel de Matos (Sobreira Formosa) Redondo - Xavier da Cunha Reguengos de Monsaraz - Martins
Rio Maior - Ferraria Paulino Salvaterra de Magos - Carvalho Santarém - Verissimo Santiago do Cacém - Barradas São Brás de Alportel - São Brás Sardoal - Passarinho Seixal - Romana Serpa - Central Sertã - Patricio, Farinha (Cernache do Bonjardim), Confiança (Pedrogão Pequeno) Sesimbra - da Cotovia, Rodrigues Pata, Lopes Setúbal - Farinha Pascoal, Normal do Sul Silves - Algarve Sines - Monteiro Telhada (Porto Covo), Central Sintra - Ouressa, São Francisco Xavier, Vasconçelos, De Colares (Colares), Queluz (Queluz), do Forum Sintra (Rio de Mouro) Sobral Monte Agraço - Moderna Sousel - Mendes Dordio (Cano), Andrade Tavira - Central Tomar - Nova Torres Novas - Higiene Torres Vedras - São Gonçalo Vendas Novas - Nova Viana do Alentejo - Viana Vidigueira - Costa Vila de Rei - Silva Domingos Vila Franca de Xira - Botto e Sousa, Raposo, Valentim LDA., Moderna Vila Nova da Barquinha - Tente (Atalaia) Vila Real de Santo António - Pombalina Vila Velha de Rodão - Pinto Vila Viçosa - Duarte Montemor-o-Novo - Sepúlveda
PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | 37
FICAR
CINEMAFilme Socialismo[Film Socialisme]RTP2, 22h06Um ensaio em três movimentos.
Um navio onde se entrelaçam
histórias de viajantes de todas as
partes do mundo. Um confl ito
familiar em que os progenitores
são postos à prova. Um momento
em que o realizador expõe as suas
ideias sobre a Europa e o mundo
contemporâneo. Longa-metragem
do iconoclasta Jean-Luc Godard,
um dos criadores da Nouvelle Vague.
Inimigos Públicos[Public Enemies]TVC2HD, 22h00Nos EUA, anos 1930, tempos
da Grande Depressão (e de
raiva generalizada ao sistema
bancário...), surge um herói-
bandido: Dillinger ( Johnny
Depp). O criminoso conquista a
simpatia do público, tanto pelos
seus assaltos a bancos como pelas
épicas fugas, sendo considerado
uma espécie de Robin dos
Bosques da era moderna. Para
ajudar à sua captura, o FBI
declara-o Inimigo Público Número
Um, atribuindo a Melvin Purvis
(Christian Bale) a árdua tarefa de
o deter. A perseguição terminaria
com a morte de Dillinger, em
1934. (Pormenor: atenção aos
chapéus de feltro, criações da
fábrica Fepsa, de São João da
Madeira).
Heróis Imaginários[Imaginary Heroes]Hollywood, 00h05A família Travises fi ca destroçada
depois de uma tragédia. O
adolescente Tim (Emile Hirsch) é
a ovelha negra e anda pela vida
como se fosse um fantasma. Ben
( Jeff Bridges), o pai, começa a
tratar a mulher e os fi lhos como
se fossem estranhos. E Sandy
(Sigourney Weaver), a mãe, fuma
marijuana e trata todos com uma
grande dose de sarcasmo. Mas há
algo à espreita que os irá afectar a
todos. Uma comédia dramática de
Dan Harris.
DESPORTO
Futebol: Liga dos CampeõesTVI, 19h35 / SPTV1, 19h45Directo. Dois jogos da segunda
mão dos oitavos-de-fi nal da liga
“milionária”. Na TVI, o FC Porto
viaja até Málaga em vantagem: no
Dragão venceu por 1-0. Na Sport
TV, o Bayern, em clara vantagem,
depois do 1-3 em Londres, recebe
o Arsenal.
DOCUMENTÁRIOS
De Carro até ao Fim do MundoDiscovery, 21h00Estreia. Actores de topo como
Tom Hardy, Henry Cavill e Adrien
Brody unem esforços com a estrela
da F1 Mika Salo e com o campeão
de superbike Neil Hodgson para
enfrentarem as estradas mais
difíceis do mundo. Cada episódio
acompanha um par de famosos,
seja a manter o carro a trabalhar
a temperaturas de -50ºC ou a
navegar pelas profundezas da selva
no meio da época das monções.
Canhões e KlingonsHistória, 24h00Os Harrison vão examinar um
canhão antigo utilizado numa
série televisiva dos anos 1980
para, logo a seguir, se depararem
com um isqueiro e um álbum
de fotografi as de um programa
secreto de testes nucleares dos
anos 1950. Conseguirão estes
objectos incendiar o interesse dos
negociadores?
SÉRIES
OssosRTP1, 00h517.ª temporada. Enquanto a equipa
investiga a morte de uma mulher
com uma história de amnésia,
desaparecimentos e traumatismo
craniano, Brennan, com a
gravidez a chegar a termo, discute
com Booth sobre as mudanças
que devem fazer nas suas vidas
após o nascimento do bebé.
INFANTIL
Um Monstro em ParisTVC1HD, 13h40 (V.O.)Paris, 1910. Uma terrível criatura
espalha o pânico pela Cidade Luz.
Emile, um projeccionista sedutor,
e o seu amigo Raoul decidem
caçar o monstro. Mas, quando
se fazem ao caminho, acabam
por perceber que a criatura que
assusta a população é, afi nal,
uma pulga gigante e peluda, de
coração puro e voz extraordinária.
RTP16.30 Bom Dia Portugal 10.00 Praça da Alegria 13.00 Jornal da Tarde 14.15 Éramos Seis 15.15 Portugal no Coração 18.00 Portugal em Directo 19.08 O Preço Certo 20.00 Telejornal - Inclui 360º 21.00 De Caras - Com João Proença 21.30 AntiCrise 22.00 Sinais de Vida 22.52 Portugal de... - Joana Vasconcelos 23.42 5 Para a Meia-Noite - Nuno Markl convida António Chaínho + José Nunes 0.51 Ossos - 7.ª série (Estreia) 1.38 Perseguição - 1.ª série 2.18 O Direito de Nascer
RTP27.00 Zig Zag 12.58 National Geographic: Quando os Animais Adoptam - Estranhos Casais da Natureza 13.51 Sociedade Civil - Fruta nas escolas 15.23 Algarve Cup 2013 - Portugal x País de Gales (Directo) 17.23 Zig Zag 18.00 A Fé dos Homens 18.33 Portugal de... - João Reis 19.16 Biosfera 19.45 Zig Zag 21.08 National Geographic: Continente Perdido do Pacífico 22.00 24 Horas - Sumário 22.06 Cinco Noites, Cinco Filmes - Filme Socialismo + O Sapateiro 0.00 24 Horas - Directo 1.01 Portugal Selvagem 1.32 ESEC-TV 2.00 Euronews
SIC7.00 Edição da Manhã 8.40 A Vida nas Cartas - O Dilema 10.15 Querida Júlia 13.00 Primeiro Jornal 14.40 Vingança 15.45 Boa Tarde 18.15 Fina Estampa 18.45 Cheias de Charme 19.30 Fina Estampa 20.00 Jornal da Noite 21.50 Dancin´ Days 22.40 Sorteio do Totoloto 22.45 Avenida Brasil 23.45 Páginas da Vida 0.35 Mentes Criminosas - 7.ª série 1.30 Mentes Criminosas: Conduta Suspeita - 1.ª série 2.30 O Encantador de Cães
TVI 6.30 Diário da Manhã 10.08 Você na TV! 13.00 Jornal da Uma 14.42 Ninguém Como Tu 15.18 Tempo de Viver 16.00 A Tarde é Sua - Directo 18.12 Doce Fugitiva 19.00 Jornal das 8 19.35 Futebol: Málaga x FC Porto 21.49 Destinos Cruzados 23.00 Louco Amor 23.55 Equador 0.20 Futebol: Liga dos Campeões - Resumos 1.00 GuestList 1.38 Apanha-me Se Puderes 2.26 Filme: A Viagem do Capitão Drake
TVC1 11.55 Planeta dos Macacos: A Origem 13.40 Um Monstro em Paris (V.O.)
15.15 Cinco 16.40 Amigos Improváveis 18.30 Amor Ao Acaso 20.05 História da Cinderela: Era Uma Vez Uma Canção 21.30 Brave - Indomável (V.O.) 23.05 Os Vingadores 1.25 Cinco
FOX MOVIES12.39 Perseguição Sem Tréguas 14.13 A Raiz do Medo 16.20 Maverick 18.23 Pleasantville - Viagem ao Passado 20.24 Giras e Terríveis 22.00 Serenity 0.01 Top Gun - Ases Indomáveis 1.47 O Padrinho: Parte III
HOLLYWOOD10.40 O Caso do Colar 12.40 Solaris 14.20 Films & Stars 14.50 Mulheres! 16.45 Red-Eye 18.10 O Ás da Bola 19.40 Atrás das Linhas do Inimigo 21.30 O Lado Selvagem 0.05 Heróis Imaginários 1.55 O Vale da Intriga
AXN14.46 Mentes Criminosas 15.36 Investigação Criminal 17.16 A Firma 18.56 Mentes Criminosas 19.46 Brigada Anti-Vício 20.36 C.S.I. Nova Iorque 21.30 C.S.I. Miami 22.26 Investigação Criminal 23.20 Mentes Criminosas 0.15 Mini-série: Sherlock Especial 1.10 Alerta Cobra
AXN BLACK14.40 Filme: Assassinos Substitutos 16.08 Sobrenatural 16.54 Sobreviventes 17.52 Inadaptados 18.44 Chuck 19.31 Boardwalk Empire 20.34 The Killing: Crónica de um Assassinato 21.35 Boardwalk Empire 22.38 Filme: Guerreiros do Céu e da Terra 0.39 Boardwalk Empire
AXN WHITE15.32 Filme: Inveja 17.12 Póquer de Rainhas 17.39 A Vida Secreta de uma Teenager Americana 18.28 Pequenas Mentirosas 19.17 Póquer de Rainhas 20.11 Las Vegas 21.00 Chamem a Parteira 21.50 Filme: O Falcão Ataca de Novo 23.30 Chamem a Parteira 0.25 Lotação Esgotada 1.12 Las Vegas
FOX 13.45 Family Guy 14.08 Os Simpson 14.54 Casos Arquivados 15.44 Ossos 17.20 Lei & Ordem: Unidade Especial 18.52 Family Guy 19.43 American Dad 20.09 Os Simpson 20.56 Foi Assim Que Aconteceu 21.26 Casos Arquivados 22.23 The Walking Dead
23.13 American Horror Story 0.56 Californication
FOX LIFE 14.56 Parenthood 15.40 Anatomia de Grey 16.26 Ben & Kate 16.49 No Meio do Nada 17.10 Uma Família Muito Moderna 17.32 Parenthood 18.17 90210 19.01 Agente Dupla 19.50 Scandal 20.38 Anatomia de Grey 21.25 Ben & Kate 22.16 The Voice 23.10 No Meio do Nada 23.35 Uma Família Muito Moderna 0.00 Anatomia de Grey
DISNEY15.45 Rekkit Rabbit 16.10 Timon e Pumba 17.00 Phineas e Ferb 17.50 Monster High 17.53 Shake It Up 18.16 A.N.T. Farm - Escola de Talentos 18.40 Professor Young 19.05 Lab Rats 19.30 Boa Sorte, Charlie! 19.55 Austin & Ally 20.20 Jessie 20.45 Phineas e Ferb 21.00 Hannah Montana
DISCOVERY18.20 A Pesca do Gladiador: Guerra de Territórios 19.10 O Segredo das Coisas 20.05 Sobrevivência: O Melhor 21.00 De Carro até ao Fim do Mundo: Sibéria 22.00 American Chopper: Território Inexplorado 22.55 Street Customs: Challenger Descapotável 23.45 Fanáticos por Armas 0.35 Top Gear USA
HISTÓRIA 17.00 Eurásia: Os Romanos na China 17.50 O Preço da História: Compro-te a História 18.15 O Preço da História: Canhões e Klingons 18.40 Os Maus da História: Nero 19.30 Alienígenas: Armas Fatais 20.15 Eurásia: A Rota da Seda 21.05 Eurásia: Bagdade no Ano 1000 22.00 Monstros Lendários: Crocodilos Assassinos 22.45 Arquivos Oficiais Sobre OVNIS: Ep. 1 e 2
ODISSEIA17.00 A Vida Secreta dos Peixes II: Os Invisíveis 17.30 Crescer num Zoo: Ep. 2 18.00 O Grande Rift: Água 19.00 Odisseia Tribal: Os Rendile, Morte e Renascimento Durante o Ciclo da Lua 20.00 Os Vulcões mais Letais 21.00 Deslocações Impossíveis: Barco a Vapor 21.45 A Aventura da Rota do Chá: Ep. 6 22.00 Guia para Negócios Sustentáveis: Camboja 22.30 Guia para Negócios Sustentáveis: EUA 23.00 Quociente de Inteligência: Um Engano? 0.00 Códigos Secretos: Números
[email protected] RTP1, 22.52 Portugal de... Joana Vasconcelos
Os mais vistos da TVSegunda-feira, 11
FONTE: CAEM
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Dancin' DaysJornal das 8Jornal da NoiteFina EstampaDestinos Cruzados
38 | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013
JOGOSCRUZADAS 8372
BRIDGE SUDOKU
TEMPO PARA HOJE
A M A N H Ã
Açores
Madeira
Lua
NascentePoente
Marés
Preia-mar
Leixões Cascais Faro
Baixa-mar
Fonte: www.AccuWeather.com
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Sol
15º
Viana do Castelo
Braga0º 12º
Porto2º 11º
Vila Real-1º 9º
2 11º
Bragança-1º 8º
Guarda-3º 5º
Penhas Douradas-6º 1º
Viseu-1º 8º
Aveiro4º 12º
Coimbra2º 10º
Leiria3º 12º
Santarém5º 13º
Portalegre0º 9º
Lisboa6º 13º
Setúbal5º 14º Évora
2º 12º
Beja3º 12º
Castelo Branco1º 11º
Sines7º 13º
Sagres8º 13º
Faro7º 15º
Corvo
Graciosa
FaialPico
S. Jorge
S. Miguel
Porto Santo
Sta Maria
12º 16º
13º 16º
Flores
Terceira12º 15º
15º 19º
18º 21º
13º 16º
15º
15º
<1m
4-6m
16º
4-5m
18º2-2,5m
16º2-2,5m
03h40 3,615h58 3,5
09h47 0,422h02 0,5
03h16 3,715h34 3,5
09h21 0,621h35 0,6
03h22 3,515h39 3,4
09h15 0,521h29 0,5
2,5-3,5m
2,5-3,5m
5-6m
13º
14º
6h51
Crescente
18h42
17h2719 Mar.
Horizontais: 1. Amora de silva. Faço su-bir. 2. Religioso que não vive em comu-nidade, mas num ermo. Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares. 3. Matizar com as cores de arco-íris. Muito grande. 4. Sociedade Anónima (abrev.). Frouxo. Outra coisa (ant.). 5. Linha de pauta ou papel pautado. Escassa. 6. Sétima nota musical. Simples (fem.). 7. Engordurar. Crio. 8. Transpira. Cabo grosso encabeçado num mastro do na-vio, ao qual serve de apoio lateral. Plural (abrev.). 9. Relinchar. Escudeiro. 10. Escavar. Ficar pior. 11. Aspecto. Todo o corpo que existe no espaço.
Verticais: 1. Monarcas. Vurmo. Partícula afirmativa do dialecto provençal. 2. Dar urros. Em tempo algum. 3. Governador de algumas províncias muçulmanas. Prover a mastreação de estais (Náut.). 4. Dor nos ombros. Prefixo (três). 5. Irritar. Grande porção (pop.). 6. Extraterrestre. O tio dos americanos. Sigla de very im-portant person. 7. Extremo ou ponta das vergas. Mulher que inspira (figurado). 8. Deixam de viver. Eles. 9. Caminho. Rio suíço. Artigo (abrev.). 10. Enfeitar. Misturar ou preparar com ópio. 11. Estampilhar. Correia dupla que sustenta o estribo. Depois do problema resolvido encon-tre o provérbio nele inscrito (4 pala-vras).
Solução do problema anterior:Horizontais: 1. Liana. Fica. 2. Salvo. Tonar. 3. Ache. Cássia. 4. Traste. Suo. 5. Aar. Entoa. 6. Nu. Bate. Vai. 7. Tara. Cera. 8. Sair. Uso. Tu. 9. LABIRINTO. 10. Da. Aro. Tela. 11. Ostra. Caras.Verticais: 1. Satanás. DO. 2. Lacrau. Alas. 3. Ilhar. Tia. 4. Aves. Barbar. 5. NO. Tear. Ira. 6. Centauro. 7. Tá. Te. Si. 8. Fosso. Conta. 9. Insuave. Ter. 10. Caio. Artola. 11. Ara. Miau. As.Título da Obra: No Labirinto do Centauro.
Oeste Norte Este Sul 1♥ 1♠passo 2♣ passo 2♠
passo 3♠ passo 4♠
Todos passamLeilão: Qualquer forma de Bridge. Carteio: Saída: 9♥. O jogador em Este faz a primeira vaza com o Ás de copas e vira uma espada. Oeste encaixa a Dama e o Ás de espadas, antes de jogar uma terceira volta de trunfo, Este balda duas copas. Qual o seu plano de jogo?Solução: É necessário fazer as restan-tes vazas, o que parece ser uma tarefa bastante complicada. Pelo leilão, pode-mos facilmente concluir que, as figuras que faltam tem de estar em Este, para justificar a sua abertura. Um expasse a paus seria fútil, pois falta uma entrada, posterior, no morto para poder alcan-çar os paus apurados. Existe uma outra hipótese, embora pequena, que é a de encontrar o Rei de paus seco em Este. Contudo, uma vez que já havíamos con-cluído que as figuras restantes têm estar na mão do abridor, existe uma outra linha de jogo, bem mais elegante. O que há a fazer é assegurar que na terceira volta de trunfo a mão fique em Sul. De seguida, ti-ramos mais três voltas de trunfo. O que guarda Este? Tendo QJ de copas, a Dama de ouros e o Rei de paus, Este é forçado
Dador: EsteVul: Todos
Problema 4732 Dificuldade: fácil
Problema 4733 Dificuldade: médio
Solução do problema 4730
Solução do problema 4731
NORTE♠ J95♥ 863♦ -♣ AQJ10972
SUL♠ K108764♥ K107♦ AKJ♣ 6
OESTE♠ AQ2♥ 94♦ 985432♣ 83
ESTE♠ 3♥ AQJ52♦ Q1076♣ K54
João Fanha/Luís A.Teixeira ([email protected]) © Alastair Chisholm 2008 and www.indigopuzzles.com
a largar a guarda de um desses naipes. Resta-nos encaixar Ás e Rei de ouros e o Rei de copas. A Dama de ouros caiu? Tiramos agora o Valete de ouros, espre-mendo Este, entre QJ de copas e Kx de paus. Balde Este o que baldar, o contra-to está cumprido, graças ao 10 de copas ou á Dama de copas. Caíram a Dama e o Valete de copas? O 10 de copas irá ser o carrasco de Este… Não caiu nada? Então pau para o Ás, o Rei cairá por certo. Esta técnica dá pelo nome de squeeze pro-gressivo ou triplo squeeze, origina o ga-nho de duas vazas independentemente das baldas do adversário apertado.Oeste Norte Este Sul 2♥*?*- Fraco, seis cartas e 5 a 10 pontosO que marca com a seguinte mão?♠A93 ♥9 ♦KJ8532 ♣KJ7Resposta: Intervir sobre uma abertu-ra em 2 fraco não é uma tarefa simples. Embora pareça automático marcar 3 ouros sobre 2 copas, não é bem assim. Na verdade, o nosso naipe de ouros não é assim tão bom, que possa permitir cin-co ou seis vazas no mesmo. E, se efeti-vamente marcarmos 3 ouros, o nosso parceiro irá falar sempre que tiver pelo menos 10 pontos de figura, conduzindo-nos para patamares mais elevados. O mais sensato é passar. Se o parceiro pu-der reabrir o leilão, então podemos afir-mar com algum conforto que a partida será uma boa aposta. Mas, se o parcei-ro passar, nada há a recear. É certo que os adversários poderão ganhar 2 copas quando nós tínhamos 3 ouros mas, se entramos em 3 ouros será pouco prová-vel que esse venha a ser o contrato final, catapultando-nos para um outro contra-to, desastroso. No final de contas, será menos grave os adversários ganharem 2 copas do que nós levarmos cabides num outro contrato como 3ST. A boa voz: passe.
MeteorologiaVer mais emwww.publico.pt
PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | 39
Life&StyleVer mais emlifestyle.publico.pt/pessoas
Rihanna sonha com um Brown júnior
Michelle, Beyoncé e Zay-Z pirateados
Queriam tigres e leões, tiveram gansos e patos
Os gostos de David Bowie na segunda pessoa
A relação entre Rihanna e Chris
Brown continua em velocidade
cruzeiro, contra tudo e contra
todos e à vista de todos, via
Instagram. Apesar da instabilidade
emocional do rapper, a cantora
quer mais dele — quer um fi lho.
À revista Now Magazine, que sai
no início da próxima semana,
Rihanna voltou a falar do
assunto e disse que está pronta
para embarcar nesta aventura.
“Adoraria ter um rapaz — são tão
engraçados.” Será que vai ter a
beleza da mãe ou o ar carrancudo
e belicoso do pai?
Dados pessoais de personalidades
da política e celebridades do
espectáculo dos EUA terão sido
pirateados por um site cuja origem
(.su) se refere à União Soviética.
As autoridades americanas
abriram um inquérito. Estarão
em causa dados fi nanceiros como
números de segurança social,
dados hipotecários ou informação
bancária da primeira-dama Michelle
Obama, do vice-presidente Joe
Biden, de Beyoncé e do seu marido
Jay-Z, Hillary Clinton, Mel Gibson,
Paris Hilton, Ashton Kutcher e
Britney Spears, entre outros.
Não faltam ideias a Brad Pitt e
Angelina Jolie — depois de lançarem
um vinho, com grande sucesso,
decidiram criar um zoo para os seis
fi lhos na mesma propriedade onde
produziram o néctar dos deuses.
No Château Miraval, Brangelina,
colocaram cabras, lamas, gansos,
patos, galinhas, coelhos e emas.
Os petizes, diz o Sun, preferiam
tigres, leões, crocodilos e elefantes
mas os pais não foram na conversa.
Queriam um zoo exótico, tiveram
um zoo doméstico. Não é perigoso
e sempre podem fazer umas festas
na bicheza.
Talvez encorajada pelo reaparecimento musical de David Bowie, a sua ex-mulher Angie, hoje com 63 anos, decidiu também dar sinal de vida, através do Sun, para falar dos anos em que esteve casada com o cantor andrógino. Diz que Bowie teve um caso com Mick Jagger e que era um amante de jogos a três na cama, “tanto com mulheres como com homens”. Angie, americana, casou-se com David no final dos anos 60. Ele tentava gravar um álbum e dar gás à sua carreira de cantor pop. Angie diz que o incentivou a jogar com a sua ambiguidade e a sua sexualidade para criar uma personagem fora do comum, como ele fez com Ziggy Stardust. Garante que viu David “dormir com tudo o que mexia”. Em 1973, conta, encontrou o rolling stone Jagger na cama com o marido: “Estavam nus.” “Entrei no quarto e disse: ‘Bom dia! Os meninos estão prontos para o pequeno-almoço?’(...) Eles estavam tão bêbados que mal conseguiam falar.” Nobody’s Business, diriam Rihanna e Chris Brown...
PIERRE VERDY/AFP
PESSOAS
HOJE FAZEM ANOS
Estrela Novais, actriz, 60; Dana Delany, actriz, 57; William H. Macy, actor, 63; Neil Sedaka, músico, 74; Adam Clayton, baixista dos U2, 53; Charo, cantora, bailarina e comediante, 62; Edgar Davids, ex-futebolista, 40; Hugo Pedrosa, ex-futebolista, 41
40 | DESPORTO | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013
“O objectivo é claramente marcar um golo”, assume Vítor Pereira
REUTERS
Jackson Martínez, durante o treino de ontem no Estádio La Rosaleda, palco do jogo desta noite
É o jogo mais importante da história
do clube, repetem alguns elemen-
tos ligados ao Málaga. O FC Porto
espera chegar aos quartos-de-fi nal
pela 8.ª vez — só na Taça/Liga dos
Campeões. A diferença de historial
entre FC Porto e Málaga, que hoje se
defrontam em Espanha, é enorme.
Mas a vantagem na eliminatória é
mínima, apesar do grande domínio
na primeira mão.
Os “dragões” não se importa-
riam decerto que o seu currículo,
e também o histórico das provas
europeias, ajudassem a desequi-
librar a seu favor um jogo que vai
ser disputado no La Rosaleda, que
esta época tem sido uma fortaleza.
“O objectivo é claramente marcar
um golo”, disse Vítor Pereira, cons-
ciente de que com isso estará muito
rente em relação ao encontro do
Dragão, considerou o treinador
portista. “Fundamentalmente, pe-
la necessidade que têm de marcar,
acredito que vão arriscar mais”.
Manuel Pellegrini, técnico do
Málaga, não tem lesionados, mas
não convocou o português Eliseu,
um jogador importante para o quar-
to classifi cado da Liga espanhola,
nem Portillo, por ambos terem re-
cuperado recentemente de lesão. O
central Oguchi Onyewu, empresta-
do pelo Sporting, também fi cou de
fora, mas por mera opção técnica.
O técnico chileno, ao contrário de
Vítor Pereira, não espera um rival
muito distinto do da primeira mão.
“O FC Porto é uma equipa com uma
mecânica de jogo muito clara, em
que o colectivo supera o individual, e
há apenas pequenas diferenças entre
o seu jogo em casa e fora do seu está-
dio”, explicou Pellegrini, que espera
um Málaga “de poucos erros”.
O comandante da equipa es-
panhola não vê ninguém favori-
to num “jogo de 180 minutos que
vai a meio” e está seguro de que o
pedigree europeu do FC Porto não
fará diferença. “Se pensarmos no
historial das duas instituições, o
Málaga não teria superado o Pana-
thinaikos na pré-eliminatória ou de-
pois equipas do potencial do Milan,
do Anderlecht e do próprio Zenit,
apesar do investimento milionário
que realizou”, disse Pellegrini, que
sabe que conta com jogadores com
muita experiência na UEFA, como
Demichelis, Toulalan, Saviola, Júlio
Baptista ou Santa Cruz.
Nos “dragões”, já se sabe, Pereira
já pode contar com João Moutinho
e Mangala. O português marcou o
único golo no primeiro jogo e é uma
arma importante para o FC Porto
tentar fazer com que o Málaga não
tenha outro jogo mais importante
da sua história esta época.
Marcar hoje em Málaga será mais de meio caminho andado para o FC Porto chegar pela 8.ª vez aos quartos-de-fi nal da Liga dos Campeões. Vantagem é dos portistas, graças ao golo de João Moutinho
Liga dos CampeõesManuel Assunção
Málaga 4-4-2
FC Porto 4-3-3
AntunesWeligtonDemichelis
Gámez
W. Caballero
Helton
Fernando
Jackson
DaniloOtamendiMangalaA. Sandro
JamesVarela
J.Baptista
Toulalan
Joaquín
Estádio La RosaledaMálaga
Árbitro: Nicola Rizzoli Itália
19h45TVI
Santa Cruz
Iturra
Isco
Moutinho Lucho
perto de sentenciar a eliminatória.
O FC Porto saiu vencedor das seis
eliminatórias anteriores com equi-
pas espanholas — e fê-lo marcando
sempre em Espanha.
Cerca de 70% das eliminatórias da
Liga dos Campeões que começaram
com um triunfo caseiro de 1-0 fi na-
lizaram de forma favorável a quem
estava em vantagem. A percentagem
é, também, parecida com a taxa de
sucesso dos “azuis e brancos” quan-
do ganharam no seu estádio por 1-0
na primeira mão: esse cenário acon-
teceu seis vezes, quatro delas (as úl-
timas) resolvidas com êxito.
Vítor Pereira assegurou que a sua
equipa não vai jogar só para defen-
der o resultado. “O nosso ADN é
claro, gostamos de ter iniciativa, de
ter a bola, de mandar no jogo, de
pressionar e de condicionar o jogo
do adversário”, referiu, citado pela
agência Lusa.
O adversário é que vai ser dife-
Bayern favorito
“Impossível, não”
Será uma enorme surpresa se o Arsenal conseguir virar a eliminatória em Munique depois de ter
perdido 1-3 com o Bayern, em Londres, mas Arsène Wenger fez o seu papel e declarou acreditar na reviravolta. “Impossível, não; difícil, sim. O importante é que temos uma grande experiência na Liga dos Campeões e, na Europa, já ganhámos praticamente em todo o lado. Por isso, temos o direito de acreditar”, afirmou o treinador francês. Nenhum clube superou, na Liga dos Campeões, uma desvantagem de dois golos sofrida em casa. Se o Arsenal não passar, o que é provável, será a terceira vez seguida que será afastado nos oitavos-de-final. O Bayern também defende a tese de que a eliminatória não está decidida. “É preciso agir como se a eliminatória estivesse 0-0, com uma defesa bastante cerrada”, sublinhou o capitão Philipp Lahm.
PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | DESPORTO | 41
A tarefa era muito complicada, mas
para quem tem Lionel Messi não há
missões impossíveis. O Barcelona
garantiu ontem a qualifi cação para
os quartos-de-fi nal da Liga dos Cam-
peões após golear, em Camp Nou, o
AC Milan, por 4-0. Depois da derrota
na primeira mão, por 2-0, os cata-
lães igualaram a eliminatória ainda
na primeira parte, com um “bis” de
Messi, e selaram o apuramento no
segundo tempo, com golos de David
Villa e Jordi Alba.
A imprensa espanhola chegou a
dizer que “estava desaparecido” e
Daniel Alves, colega de balneário,
Messi desatou no nó, Villa e Alba deram o golpe final no AC Milan
confi denciou na véspera do jogo que
era “evidente” que o “10” do Barce-
lona nos últimos jogos tinha “estado
mais cabisbaixo”. Mas Messi, que
nas últimas quatro partidas até tinha
marcado três golos, é Messi. No mo-
mento em que a equipa catalã mais
precisava, o Bola de Ouro desatou
o nó que os espanhóis trouxeram
de Itália e liderou a “remontada”
que garantiu ao Barcelona a sexta
presença consecutiva nos “quartos”
da Champions.
Com Villa de regresso ao “onze”,
os catalães entraram a todo o gás e
os primeiros 20 minutos foram sufo-
cantes para os italianos. Logo aos 5’,
Messi, com toda a classe, colocou a
bola no ângulo da baliza de Abbiati,
inaugurando o marcador. Sem con-
seguir reagir, o AC Milan afastava a
bola da área como podia, mas Messi
(13’) e Xavi (17’) estiveram perto do
segundo. Duas grandes defesas de
Abbiati salvaram os “rossoneri”.
Após aguentar o primeiro assalto
com apenas uma ida ao tapete, o AC
Milan começou a conseguir respirar a
partir dos 20 minutos. Com o baixar
da intensidade de jogo por parte do
Barcelona (era impossível aguentar o
ritmo inicial durante muito tempo),
os milaneses começaram a surgir
mais vezes no meio-campo contrário
e, aos 38’, Niang teve uma oportuni-
dade de ouro: o jovem francês surgiu
isolado perante Valdés, mas rematou
ao poste. Na resposta, Messi não per-
David Andrade
PUBLICIDADE
doou. Após uma recuperação de bola
de Iniesta, o argentino rematou de
fora da área e fez o 2-0.
Com a desvantagem trazida do
primeiro jogo anulada, o Barcelo-
na voltou a elevar o ritmo no início
do segundo tempo e, sem surpresa,
colocou-se na frente da eliminatória
aos 55’, com um golo de Villa. O AC
Milan fi cava obrigado a marcar para
se apurar, mas os italianos demora-
ram a livrar-se do colete-de-forças
catalão e, apenas nos últimos 15 mi-
nutos, conseguiram aproximar-se
da baliza de Valdés sem, no entanto,
criarem muito perigo. Já em período
de descontos, num rápido contra-
ataque, Alba fez o 4-0 e acabou com
as (poucas) dúvidas que restavam.
No outro jogo dos “quartos” dispu-
tado ontem, houve surpresa. Após
empatar a um golo na primeira mão,
em Istambul, o Galatasaray foi à Ale-
manha derrotar o Schalke por 3-2.
Neustädter (17’) e Michel Bastos (63’)
marcaram para os alemães, enquan-
to Altintop (37’), Yilmaz (42’) e Bulut
(90’+4’) fi zeram os golos que garanti-
ram o apuramento dos turcos.
Messi marcou no arranque e no final da primeira parte, encaminhando o triunfo do Barça sobre o Milan
“Não creio que o FC Porto vá variar a sua maneira de jogar”Manuel PellegriniMálaga
42 | DESPORTO | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013
FPF investe um milhão de euros no relançamento da II Divisão
SÉRGIO AZENHA
O Sertanense vai ser um dos 35 clubes beneficiados por este programa de apoio
A Federação Portuguesa de Futebol
(FPF) vai distribuir mais de um mi-
lhão de euros por 35 emblemas da
II Divisão — um fi nanciamento en-
quadrado num programa de apoio
fi nanceiro, que tem por objectivo
ajudar os clubes a fazerem melho-
rias nas infra-estruturas e equipa-
mentos dos respectivos estádios. Os
contratos foram assinados ontem à
tarde pelo presidente da FPF, Fer-
nando Gomes, e os dirigentes dos
clubes presentes na cerimónia agra-
deceram a “pequena grande ajuda”
que vão receber por esta via.
Os dados a que o PÚBLICO teve
acesso mostram que, dos 35 clubes
cujos projectos foram aprovados,
apenas sete não vão receber a com-
participação máxima (36 mil euros)
atribuída pela FPF. A única candi-
datura rejeitada pelo organismo fe-
derativo foi a do Boavista, devido à
situação delicada que o emblema do
Bessa vive — qualquer verba atribuí-
da aos “axadrezados” fi caria cativa,
tendo em conta as dívidas por saldar
a dezenas de credores.
Em termos globais, o investimen-
to da FPF é superior a um milhão
e cem mil euros, o que representa
metade do valor total dos projectos
apresentados. O fi nanciamento será
aplicado na benefi ciação de balne-
ários e postos médicos (as rubricas
com mais projectos), mas também
na segurança dos estádios, nas con-
dições para os espectadores, nas zo-
nas de imprensa e lavandarias.
“Este programa só é possível gra-
ças a uma gestão fi nanceira criterio-
sa”, frisou Fernando Gomes, des-
tacando também a gestão anterior
da FPF, que “deixou património”.
“É uma pequena grande ajuda”,
admitiu o presidente do Mirandela,
João Maria Santos, após a cerimó-
nia. “Nesta altura as nossas infra-
estruturas estão muito degradadas e
fazem-nos falta uns bons balneários,
que foi ao que concorremos. Con-
corremos também para reabilitar a
lavandaria”, acrescentou.
Este investimento é feito tendo em
conta que, na próxima temporada,
haverá uma reformulação nos qua-
dros competitivos do futebol não-
profi ssional, que trará um novo mo-
delo à II Divisão. A actual III Divisão
será extinta e a nova competição vai
integrar 39 clubes que estão agora
na II Divisão, 19 da III Divisão, 19
dos campeonatos distritais e três
que descem da II Liga, num total de
80 equipas participantes. “Estamos
certos de que as melhorias que irão
ser introduzidas nos recintos des-
portivos serão fundamentais para
a nova II Divisão, que para o ano irá
arrancar. Queremos que esta seja
uma competição apetecível, não só
do ponto de vista competitivo, como
ao nível do conforto, que traga mais
pessoas para os estádios e permi-
ta contribuir para o surgimento de
novos valores no futebol nacional”,
sublinhou Fernando Gomes.
O concurso para este apoio fi nan-
ceiro foi lançado em Agosto e os pa-
receres técnicos sobre os projectos
foram responsabilidade do Instituto
Português do Desporto e da Juven-
tude (IPDJ). O fi nanciamento será
distribuído de forma faseada: 25%
na aprovação da candidatura, 25%
no início da concretização do inves-
timento, 40% com a conclusão do
projecto e 10% mediante a apresen-
tação do alvará emitido pelo IPDJ.
Protocolo assinado com 35 clubes atribui fi nanciamento para melhorar infra-estruturas e equipamentos nos estádios. Novo formato da competição entra em vigor na próxima temporada
FutebolTiago Pimentel
3 PERGUNTAS A FERNANDO GOMES
Que importância tem esta aposta na melhoria das infra-estruturas da II Divisão?É a concretização de mais um dos compromissos assumidos aquando da nossa candidatura [à presidência da Federação Portuguesa de Futebol (FPF)]. Dissemos que íamos dar especial atenção aos clubes do futebol não-profissional e estamos a criar melhores condições para a prática desportiva, nomeadamente condições de segurança, a nível dos balneários e da comodidade dos espectadores. Esse é um dos factores que também podem contribuir para o aumento de assistência nos jogos. Sentindo que havia algumas lacunas nos clubes da II Divisão, criámos
um programa de incentivos, definindo regras de acesso para a comparticipação do que era prioritário. Fizemos uma análise aos projectos apresentados e tomámos a decisão. Estamos a concretizar essa decisão, depois de fazer a avaliação dos projectos, de segmentar a verba disponível em função dos projectos apresentados.O valor global dos incentivos, que ascendem a 1,1 milhões de
euros, já estava definido?Tínhamos esta verba alocada para a melhoria das instalações desportivas dos clubes da II Divisão e foi distribuída em função da qualidade dos projectos e das prioridades que nós estabelecemos.Está satisfeito com o número de candidaturas recebidas?Vamos assinar 35 contratos, que é um número muito significativo. Só podemos estar satisfeitos por permitir que os clubes, através deste apoio, continuem a ser cada vez mais sustentados. A FPF, neste momento, tem uma situação sustentada, mas acima de tudo o que nos interessa é a sustentabilidade do próprio futebol, e nomeadamente do futebol não-profissional.
“O que nos interessa é a sustentabilidade do futebol não-profissional”
Apoios concedidos
Clube Projecto Apoio FPFAc. Viseu 87,5 36Amarante 47,9 36Carregado 160,5 36Fafe 50,3 36Nogueirense 40,3 32,2Oeiras 32,2 25,8Casa Pia 62,3 36 Fátima 55,9 36Mafra 65,3 36Pinhalnovense 45 36Quarteirense 117,3 36Ribeira Brava 4,9 3,9CF Benfica 105,8 36Cesarense 71,7 36Infesta 7,8 6,2Tirsense 148,9 36Vizela 66,3 36Gondomar 79,5 36GD Chaves 65,4 36Joane 39,4 31,5Ribeirão 81 36Tourizense 70 36Padroense 60,5 36Sertanense 56,3 361.º Dezembro 47,9 36Lusitânia 3,6 2,9Mirandela 31,3 25Torreense 66,5 36Bustelo 58,6 36Coimbrões 126,4 36Sp. Espinho 71,2 36 Farense 71 36S. João Ver 80 36Varzim 50 36Vilaverdense 50 36
* em milhares de euros
PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | DESPORTO | 43
Gulbis , actual 67.º do ranking, era 21.º há dois anos
O quinto dia do BNP Paribas Open
fi cou marcado pelo tremor de terra
que se sentiu no deserto da Califór-
nia, onde se situa o Indian Wells Ten-
nis Garden. No entanto, o sismo, que
atingiu 4,7 na escala de Richter, não
abalou Roger Federer e Rafael Nadal,
que continuam em rota de colisão
nos quartos-de-fi nal. Mas para que
esse duelo seja realidade, ainda terão
de disputar uma ronda: o suíço com
Stanislas Wawrinka e Nadal com o
talentoso Ernests Gulbis.
“Da maneira que estou a jogar,
acredito que posso ganhar. Mais ce-
do ou mais tarde sei que vou ganhar
alguma coisa. Gosto de o defrontar
por causa da sua bola e do seu enor-
me efeito, é bom para o timing. Acre-
dito que se jogar o meu melhor ténis,
posso ganhar-lhe”, frisou Gulbis (67.º
mundial), depois de eliminar o italia-
no Andreas Seppi (20.º), por 5-7, 6-3 e
6-4, em pouco mais de duas horas.
O letão de 24 anos vem de ganhar
o torneio ATP 250 de Delray Beach e,
em Indian Wells, passou o qualifying,
num total de 13 encontros ganhos
consecutivamente. E, pela primeira
vez desde 2010, está nos oitavos-de-
fi nal de um Masters 1000.
A este ressurgimento de Gulbis,
que há dois anos subiu ao 21.º lugar,
está associado o novo treinador, Gun-
ther Bresnik (anterior conselheiro de
Boris Becker) e uma nova determina-
ção, que o levou a deixar os maus há-
Especial de 52,3km fecha 47.ª edição do Rali de Portugal
bitos de fumar e beber. Poderá esta
ser a sua segunda oportunidade de
chegar ao topo? “Já deve ser a tercei-
ra ou quarta oportunidade. Espero
que seja a minha última, aquela em
que eu consigo”, ironizou o letão.
Já Federer não teve problemas para
ultrapassar o croata Ivan Dodig (60.º),
por 6-3, 6-1, num encontro de 1h04m
que terminou com Federer a queixar-
se das costas. Um problema que o as-
sustou menos que o tremor de terra.
“Nos primeiros segundos, não tive
a certeza do que estava a acontecer.
Corri para fora de casa e não percebi
se o pior já tinha passado ou se ain-
da ia acontecer. Graças a Deus que a
minha família não estava em casa”,
contou o número dois do ranking.
Nadal nem jogou devido ao aban-
dono do argentino Leonardo Mayer
minutos antes do início do encon-
tro, pouco depois do abalo. “Fiquei
muito assustado. Estava na mesa de
massagem a preparar o meu aqueci-
mento e penso que a mesa se mexeu
ainda mais”, referiu o espanhol.
Tomas Berdych, Gilles Simon, Ri-
chard Gasquet e Kevin Anderson ul-
trapassaram igualmente a terceira
eliminatória.
No torneio feminino, Victoria
Azarenka sentiu difi culdades respi-
ratórias no começo do embate com
a belga Kirsten Flipkens (31.ª), mas
acabou por prevalecer, pelos parciais
de 3-6, 6-3 e 6-0. Pelo caminho fi cou
Ana Ivanovic (13.ª). A ex-número um
mundial parecia ter recuperado bem
após perder o set inicial para Mona
Barthel (28.ª), mas falhou na partida
decisiva: em três jogos não aprovei-
tou game-points e a alemã venceu,
com os parciais de 6-1, 3-6 e 6-0.
Caroline Wozniacki, Angelique
Kerber e Samantha Stosur também
passaram aos “oitavos”.
LEON NEAL/AFP
Ténis Pedro Keul
Nos oitavos-de-final do torneio de Indian Wells há ainda um duelo suíço: Federer contra Wawrinka
O Rali de Portugal 2013 sai para a estrada a 12 de Abril
Com a continuidade no Mundial em
mente, a 47.ª edição do Rali de Por-
tugal tem como principal inovação
uma especial de 52,3km, que vai
fechar, a 14 de Abril, os três dias de
competição. “Procurei encontrar
um percurso que fosse do agrado
das marcas concorrentes. O futuro
do Rali de Portugal está sempre em
causa e é importante que, em cada
ano, lhes ofereçamos o melhor que
temos. Quisemos inovar com uma
última classifi cativa de 52,3km, que
é algo de anormal no campeonato
do mundo e seguramente algo que
não existe na Europa”, explicou Pe-
dro Almeida, director da prova.
O responsável reconheceu que,
no continente europeu, onde na
próxima temporada só haverá seis
etapas do Mundial de ralis, não há
condições para fazer “um troço de
terra com esta extensão”, a não ser
na região onde a competição se
disputa, mais especifi camente em
Almodôvar.
“Tive a oportunidade de falar com
as marcas intervenientes, com os téc-
nicos, com os directores de equipa e
até com os pilotos e está tudo muito
receoso, porque não é fácil enfrentar,
como último troço do rali, uma clas-
sifi cativa com esta extensão e esta di-
fi culdade. Pode-se perder ou ganhar
tudo numa última classifi cativa”, re-
conheceu, citado pela Lusa.
Ernests Gulbis quer abalaro favoritismode Rafael Nadal
Com esta novidade reservada
para a última classifi cativa, o Ra-
li de Portugal terá o seu primeiro
momento decisivo no “Qualifying
Stage”, disputado em Vale Judeu,
a 11 de Abril, antes de a caravana
rumar ao Algarve, mais concreta-
mente para a Marina de Vilamou-
ra, onde, já de noite, decorrerá a
partida ofi cial.
As primeiras especiais de classi-
fi cação vão ter lugar na sexta-feira,
12 de Abril, com uma dupla passa-
gem pelos troços de Mú/Caldeirão
(20,32km) e Ourique (18,32km), an-
tes da “transferência” para Lisboa.
A superespecial da capital, que se
realizará uma vez mais na Praça do
Império, tendo como pano de fundo
o Mosteiro dos Jerónimos e o Centro
Cultural de Belém, mudou de horá-
rio para receber mais público, com
os primeiros pilotos a saírem para
a estrada a partir das 18h15.
A jornada de sábado será compos-
ta por um total de seis classifi cativas,
com duplas passagens em Santana
da Serra (32,1km), Vascão (25,3km)
e Loulé (22,78km).
No terceiro e último dia de pro-
va, cumprem-se quatro especiais
de classifi cação, com duas visitas a
Silves (21,5km) e Almodôvar, sendo
a última delas o “Power Stage”, que
atribui pontos extras aos três pilotos
mais rápidos. “É difícil prever o que
vai acontecer, mas que criámos as
condições para ter um rali que se
pode disputar até ao último metro,
isso é verdade”, assumiu Pedro Al-
meida.
Orçamento de 3,5 milhõesJá Carlos Barbosa, presidente do Au-
tomóvel Clube Português (ACP), res-
ponsável pela organização do even-
to, defendeu que “é muito impor-
tante continuar a haver a segurança
que tem havido” até hoje, para que
o Rali de Portugal se mantenha no
campeonato do mundo.
“Nós temos de continuar a ser
uma das seis provas a manter-se no
campeonato do mundo e uma das
razões é a segurança”, acrescentou,
especifi cando que a competição
portuguesa terá todas as equipas
de fábrica, um motivo de interes-
se ao qual se acrescenta a presença
de Robert Kubica, o antigo piloto de
Fórmula 1 que há dois anos sofreu
um grave acidente que o afastou da
alta roda da modalidade.
O Rali de Portugal decorre entre
12 e 14 de Abril, tendo arranque ofi -
cioso a 6 de Abril, com o WRC Fafe
Rali Sprint, e conta com um orça-
mento de 3,5 milhões de euros.
Automobilismo
A principal inovação do percurso de 2013 pretende ajudar a manter a prova no calendário do Mundial. Marcas estão receosas
Breves
Todo-o-terreno
Ciclismo
Despres deixa KTM, Ruben Faria continua na próxima época
Vincenzo Nibali revalida o título na Tirreno-Adriático
O piloto português Ruben Faria foi ontem apresentado como um dos membros da equipa de todo-o-terreno KTM, juntamente com o espanhol Marc Coma, o norte-americano Kurt Caselli e o chileno Francisco López. Pit Beirer, director da KTM Motorsports, afirmou que a equipa “quer capitalizar a enorme experiência e talento de pilotos como Marc Coma”, mas também “aproveitar as qualidades de novos e ambiciosos pilotos, como Caselli, Faria e López”. O algarvio foi segundo classificado no Dakar de 2013, atrás do francês Cyril Despres, antigo membro da KTM que abandonou a marca. O líder da equipa, Marc Coma, venceu o Dakar por três vezes, em 2006, 2009 e 2011.
O italiano Vincenzo Nibali (Astana) revalidou ontem o título de vencedor da Tirreno-Adriático, encabeçando um pódio de luxo, que incluiu o britânico Chris Froome (Sky) e o espanhol Alberto Contador (Saxo-Tinkoff). Nibali foi 12.º na crono-escalada de 9,2 quilómetros, em San Benedetto del Tronto, Itália, um resultado suficiente para manter a liderança conquistada na véspera e para ser o melhor do pelotão. “Estou contente com esta segunda vitória consecutiva, porque é um triunfo contra adversários de renome como Contador, Froome e Rodríguez”, disse o líder da Astana, que ficou a 23s do segundo classificado e a 52s do terceiro. O italiano é o primeiro corredor a conseguir a dobradinha, desde o suíço Tony Rominger (1989 e 1990).
44 | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013
ESPAÇOPÚBLICO
EDITORIAL
Uma afronta ao Estado de direito
“A lei é dura mas é lei” (dura lex, sed
lex), lê-se nos frontispícios de muitos
tribunais. Num Estado de direito,
quando a lei julga actos praticados no
âmbito da acção política, poder-se-ia
dizer que a lei pode ser difícil de aplicar, que
o seu alcance é abusivo, que as suas medidas
de coacção são inaplicáveis, injustas até.
Mas ainda assim, a lei é a última fronteira
entre a barbárie da civilização, a linha que
separa o livre-arbítrio e o abuso da regra
comum a todos os cidadãos, o laço que, em
última instância, nos torna todos iguais e
nos protege do abuso do poder. Pode por
isso Macário Correia, e outros autarcas
sentenciados à perda de mandato, dizer o
que quiser sobre os seus casos especiais,
pode recorrer a todos os expedientes
processuais dilatórios, que, em substância,
A luta de Macário vai além da legítima defesa; tornou-se um aviltante ataque à democracia
nada se altera. Os tribunais são soberanos
e não fi ca bem a um eleito sob a égide de
um Estado de direito tentar fi ntar as suas
decisões com expedientes para assim se
furtar ao alcance da lei. Independentemente
do julgamento político que cada um possa
fazer sobre a decisão política que acabou por
determinar a perda de mandato de Macário
Correia, o que choca em todo esse processo
é ver um acórdão do Supremo Tribunal
Administrativo reconfi rmado pelo Tribunal
Constitucional reduzido a letra morta. O que
todo este degradante espectáculo revela não
é uma legítima defesa ou um justo combate
em favor da inocência: o que põe a nu é
um aviltamento do sistema judicial e, por
arrastamento, do Estado de direito. Macário
pode continuar a suster a condenação através
dos buracos processuais, chegar a Outubro
e ser reeleito em Faro. Neste país onde os
políticos degradam os valores que tinham o
dever público de defender, a impunidade,
por vezes, compensa. No fi nal, porém, não
serão eles os únicos derrotados com a erosão
da imagem da classe política e do regime
democrático; todos nós fi camos mais pobres,
revoltados e perdidos neste vazio ético e
neste deserto de cidadania.
Da competitividade
Aaplicação de critérios de
competitividade económica à
saúde tornou-se banal. O estudo
do Health Cluster Portugal, ontem
apresentado, vai nesse sentido e tem
ideias positivas. Presente na apresentação
desse estudo, Paulo Macedo reafi rmou
que não é possível manter a saúde que
temos com os impostos que os portugueses
“estão dispostos a pagar”. Ora, há uma
falácia neste argumento: os portugueses
estão sujeitos a uma carga de impostos
insuportável. Não se trata, portanto, de
uma questão de escolha. É imoral atirar
para o cidadão que paga impostos a
responsabilidade pelas inefi ciências do
sistema ou afi rmar que os serviços menos
efi cazes devem fechar, como se o princípio
da selecção natural fosse uma política
de saúde. O Estado tem de encontrar as
melhores soluções para um sector que
é de facto muito caro. Mas sabendo que
os portugueses não podem pagar mais e
têm direito a um serviço de saúde digno.
Resolver esta equação de forma satisfatória
seria um bom exemplo de competitividade.
Os artigos publicados nesta secção respeitam a norma ortográfica escolhida pelos autores
CARTAS À DIRECTORA
Desabafos
1. O senhor António Borges, o
papagaio-mor do actual Governo
para com a desgraça colectiva, não
pára de nos surpreender, o qual,
falando de “cima da burra” com
um desplante que raia a estupidez,
insulta todos os seus compatriotas
que menos ganham e quase nada
têm para sustentar pessoas que,
como ele, em vez de os defender,
ainda os enterra mais.
Então, caro concidadão Borges,
os 485€/mês deveriam ainda
ser menos para pagar qualquer
serviço prestado, ou até à borla?
Só gostava, mesmo sem ser
vingativo, que o senhor Borges
vivesse apenas um ano com tão
chorudo vencimento e depois
viesse a terreiro palrar acerca da
sua pródiga afi rmação que aos
outros concidadãos deseja e até
gostaria de impor.
2. O Vaticano, o Estado mais
As cartas destinadas a esta secção
devem indicar o nome e a morada
do autor, bem como um número
telefónico de contacto. O PÚBLICO
reserva-se o direito de seleccionar
e eventualmente reduzir os textos
não solicitados e não prestará
informação postal sobre eles.
Email: [email protected]
Contactos do provedor do Leitor
Email: [email protected]
Telefone: 210 111 000
pequeno do mundo, vai a votos
(em conclave) a partir de 12/3, a
fi m de escolher o novo Pedro, o
“guardador” que tem as chaves do
Céu na Terra.
E, sem fugir à regra, em que
as mordomias de uns poucos
são a miséria terrena de muitos
milhões, o fausto da corte
cardinalícia não se coaduna com
o despojamento que o Nazareno
viveu e divulgou ao longo dos seus
33 anos de existência.
Se há 2000 anos Ele pagou com
a vida o que apregoou e pregou,
acho mesmo inútil que Jesus
tivesse sofrido por todos nós os
vexames por que passou.
3. Um pobre pai de 43 anos, de
seu nome Anacleto, e seu fi lho
Tiago, de apenas dois inocentes
anos de vida, acabaram no fundo
de um poço, sem retorno possível.
E toda esta tragédia por causa
de difi culdades fi nanceiras difíceis
de ultrapassar, porque multidões
de Judas a troco de muitas
moedas a todos nós roubadas
lançam no abismo terreno os
mais desprotegidos, os quais, nas
ruas da amargura, num calvário
cada vez mais difícil de suportar,
decidem contra natura pôr fi m
à vida, quando o paraíso terreal
poderia ser acessível a todos, uma
vez que a todos foi legado pelo
Criador de todas as coisas visíveis
e invisíveis.
José Amaral, Vila Nova de Gaia
O nosso Presidente…
Será mesmo nosso? Ou será
como Salazar dizia: — Não
tenho as qualidades nem os
defeitos dos portugueses. É
verdade que Cavaco não é
um português típico. Mas a
comparação felizmente termina
aqui, o Presidente atual nada
tem que ver com o primeiro-
ministro do tempo da ditadura.
O que não se compreende
muito bem é a necessidade de
alguém tão doutorado, aluno tão
brilhante, com uma tão longa
experiência governativa, sinta
a necessidade tão frequente
de se autoelogiar. Ou profere
banalidades maçadoras ou puxa
dos seus galões para explicar
aos portugueses que só ele
sabe como agir efi cazmente,
deixando entender que tudo o
que o país obteve de positivo
foi graças ao seu trabalho
de bastidores. Mesmo sendo
verdade é de uma singular
imodéstia. Coloca-o muito acima
de todo e qualquer cidadão.
Mesmo o mais cavaquista, tem
difi culdade em explicar a atitude
do atual Presidente, a não ser
que em completo desacordo
com as presidências dos seus
antecessores deseje demonstrar-
lhes o caminho certo.
Raul Fernandes, Porches
PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | 45
O caldo de cultura política insensata propala-se, como mal endémico, aos “ajudantes”
Se o director-geral é amigo do ministro fica dispensado de cumprir a lei?
Santana Castilho
A última manifestação, de 2
de Março, expôs, na rua,
o isolamento do Governo.
Gaspar e Passos são hoje
fi guras grotescas, que a
maioria dos portugueses
detesta. Arrogando-se de uma
infalibilidade destroçada pelo
incumprimento sistemático de
todas as previsões e de todas
as metas a que se propuseram, custasse o
que custasse, comportam-se como autistas
políticos e sociais. São colaboracionistas
perfeitos, porque estão sempre mais à
frente que as exigências dos ocupantes,
convencidos de uma inevitabilidade que
vai juncando o seu caminho de vidas
destroçadas. Este caldo de cultura política
insensata propala-se, como mal endémico,
aos “ajudantes” e, destes, às terceiras,
quartas e a todas as linhas da penúria
administrativa e burocrática que gera.
Segue-se a permissão clássica para os fi éis
calcarem a lei e transformarem o Estado
de direito no Estado dos amigos. Façam o
favor de visitar dois exemplos, que medram
no condado de Crato, com perfeito e cabal
conhecimento de destacados cortesãos:
1. Desde Julho de 2011 que a inépcia do
Ministério da Educação e Ciência permitiu
que transitasse para os tribunais aquilo
que tinha obrigação de ter resolvido num
minuto. Durante um ano e meio, o cargo de
director do Agrupamento de Escolas de Dr.
João Araújo Correia foi usurpado pela acção
de um impostor e pela omissão de vários
serviços do ministério. O director faleceu
ainda na pendência de um recurso e já não
conheceu a decisão defi nitiva da Justiça,
que mandou repetir o processo, com a sua
exclusão do concurso. Vejo, perplexo, que
o Conselho Geral do Agrupamento, que
deve dar cumprimento à decisão judicial,
é presidido por um recém-condenado a
prisão, com pena suspensa, e envolvimento
activo nos antecedentes. O Ministério da
Educação e Ciência assiste com candura
celestial. O meu prognóstico é que tudo vai
voltar aos tribunais, sob o conveniente sono
eterno da tutela.
2. Tenho à minha frente a documentação
de uma cena canalha, ocorrida a 26 de
Setembro de 2012, na Direcção Regional
de Lisboa e Vale do Tejo, presidida pelo
dr. José Alberto Duarte, agora director-
geral dos Estabelecimentos Escolares. Por
incompetência dos serviços, foi mandada
apresentar à junta médica uma professora
já aposentada, sobre a qual, obviamente,
o ministério não tinha poder hierárquico.
Apesar disso, a professora compareceu, com
o relatório médico pedido e o respectivo
dossier clínico. A presidente da junta
recebeu-a aos gritos. Recusou ver o dossier
clínico. Sem deontologia mínima, pôs em
causa o relatório do colega e a especialidade
do mesmo. Ignorante, fez exigências que
a lei não permitia. Malcriada, tratou com
desumanidade uma cidadã fragilizada por
doença grave e prolongada. Juntou-se ao
festim uma funcionária administrativa,
tão rude e ignorante como a médica. A
professora reagiu. No acto e posteriormente.
Requereu ao director regional a instauração
de um processo de inquérito, para
apuramento de responsabilidades. Narrou e
denunciou a forma bizarra de funcionamento
daquela junta médica, que chegou com
uma hora de atraso para atender cerca
de meia centena de professores doentes,
todos convocados para a mesma hora.
Questionou a relevância de pseudo-exames,
que duram dois a três minutos. Denunciou
a falsifi cação grosseira de um documento,
feita à sua frente, sem qualquer pudor.
Protestou conhecer os nomes dos membros
da junta, designadamente da presidente
(desconhecidos nos serviços, inclusive pelo
próprio chefe de divisão) com o intuito,
que referiu, de apresentar queixa à Ordem
dos Médicos. Requereu informação sobre a
entidade contratada, os termos contratuais
precisos e preço em que assentou o negócio
público que permitiu o funcionamento
daquela junta médica, cujo conhecimento
público permanece escamoteado, ao arrepio
das normas vigentes. O silêncio foi a resposta.
Dois meses volvidos, a professora invocou
o Código do Procedimento Administrativo
para saber do andamento do processo.
Citou os termos precisos dos preceitos
legais que estavam
a ser violados,
nomeadamente
o direito de obter
resposta no prazo
máximo de 10 dias.
Advertiu o então
director regional
para o boicote em
que incorria ao
exercício de direitos
que assistiam à
reclamante. Mais
dois meses de
silêncio. A professora
deduziu, então,
queixa disciplinar,
junto do secretário
de Estado do Ensino
e Administração
Escolar, contra o
dr. José Alberto
Duarte, entretanto
promovido a
director-geral dos
Estabelecimentos Escolares. E voltou a
requerer as informações sistematicamente
sonegadas. Já lá vai mais um mês de mudez
ofi cial. Agora temos mais um prevaricador.
Quem se julgam estes fi gurões? Quando
o director-geral é amigo do ministro, fi ca
dispensado de cumprir a lei?
Professor do ensino superior. Escreve quinzenalmente à [email protected]
Por incompetência dos serviços, foi mandada apresentar à junta médica uma professora já aposentada
Viva Terry Allen!
Não gosto de recomendar discos.
Mas, graças ao escritor Ben
Greenman no New Yorker de 4
de Março, descobri Terry Allen
e o mais recente álbum dele,
Bottom of the World.
Allen, que fará 70 anos
em Maio, é o fi lho redneck
que Leonard Cohen e Mary
Gauthier nunca tiveram, com
Paul-Marie Verlaine como padrinho e Joni
Mitchell como madrinha. É um poeta e um
declamador e, tal como os dois canadianos
que mencionei, é um pintor, poeta, cantor,
intérprete e compositor.
Eu, que até me orgulho de ocupar a maior
parte do meu tempo musical — tal como
quando tinha quinze anos — a ouvir a música
de músicos mais velhos e sábios do que eu,
nunca tinha ouvido falar de Terry Allen.
Estupidamente, quando era novo, não
segui o conselho do meu amigo de sempre,
Jaime Fernandes, de ouvir os losers, no
sentido nobre, da country music.
A canção que vou recomendar chama-se
Four Corners. Allen gravou-a em 1975 mas
só agora, no primeiro álbum em catorze
anos, é que atingiu a universalidade. Não
vá, por amor de Deus, ao YouTube, ouvi-
la. A versão que lá está não tem nada a ver
com a gravada voluntariamente. Mesmo
assim, custa que tenha apenas 249 views, já
contando com as minhas — e as dele.
Compre, por 99 cêntimos, a versão
no iTunes. Pense na imensidão que é
uma canção levar 38 anos para ser bem
interpretada. Se tiver mais um euro,
compre Emergency Human Blood Courier.
Não a vá ver ao YouTube, onde é muito má.
Respeite a gravação e será recompensado.
Miguel Esteves CardosoAinda ontem
BARTOON LUÍS AFONSO
46 | PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013
A escola integra ou exclui?
Ter sucesso na escola é
fundamental num país que,
apesar da melhoria dos últimos
anos, continua a ter taxas de
insucesso e de abandono escolar
entre as mais altas dos países da
UE. A escolaridade cumpre uma
função fundamental na proteção
dos cidadãos, na garantia de que
lhes são oferecidas oportunidades
de igualdade e que o seu potencial enquanto
pessoas será promovido. A Lei de Bases
do Sistema Educativo (Lei 46/86) apela ao
pleno desenvolvimento da personalidade
do educando, da formação do carácter e da
cidadania, permitindo assim que a educação
nos traga a aptidão para refl etirmos sobre
valores espirituais, estéticos, morais e
cívicos, ao mesmo tempo que fi sicamente
nos desenvolvemos de modo equilibrado.
Mas o esforço pela universalidade do
ensino não pode signifi car que damos a
todos por igual, pela simples razão de que
muitos nasceram diferentes e maior ainda
é o número daqueles que não tiveram as
mesmas oportunidades de desenvolvimento
antes de ingressarem na escola.
Quando uma criança ingressa no
sistema de ensino, traz já uma herança
que a diferencia das outras. Difi culdades
nos primeiros anos do ensino básico
deveriam ser imediatamente sinalizadas
e intervencionadas. Mas se a saúde e a
proteção de menores não derem uma
resposta atempada, adequada no foco e na
intensidade, os problemas persistirão. A
experiência do terreno mostra que o acesso
a tratamentos de saúde mental escasseia no
país e as medidas de proteção dos menores
pecam muitas vezes por serem demasiado
brandas ou chegarem tarde (quando
chegam!). Quantos profi ssionais ou equipas
existem capazes de intervir sobre famílias
no desenvolvimento de competências
de parentalidade? E quantos técnicos
devidamente qualifi cados estão disponíveis
para intervir com os alunos, procurando
atenuar as diferenças e ultrapassar as
difi culdades?
A generalidade das estratégias
adotadas para reduzir o insucesso passa
por maior tempo de aulas ou estudo
acompanhado, por intervenções a posteriori
e pelo encaminhamento para currículos
alternativos. São encaminhados para
currículos profi ssionalizantes alunos que
não revelam difi culdades cognitivas mas
que levarão consigo os mesmos problemas
de regulação emocional e comportamental
que manifestavam anteriormente. Este
amadorismo reinante e a ausência de
técnicos qualifi cados que auxiliem a escola
na intervenção com alunos “difíceis” têm
levado ao recurso a uma série de estratégias
que, em vez de promoverem a adesão do
aluno à escola, mais parecem contribuir para
acentuar a diferença, a alienação da escola e,
a longo prazo, a exclusão.
Muitos alunos não completarão com
sucesso razoável o ensino regular porque, de
certo modo, o mesmo está formatado para
que o não consigam. Não seremos capazes de
promover uma melhoria acentuada nas taxas
de sucesso enquanto circunscrevermos os
curricula a uma hegemonia de disciplinas de
base científi ca e tecnológica. A diversidade
das matérias e disciplinas lecionadas deve
ser maior, deve atrair à escola outros saberes,
outras formas de abordar os problemas da
vida e da sociedade. O teatro, a dança, as
artes devem entrar nos muros da escola
pela porta grande. Têm o mesmo mérito
e importância que a física, a matemática,
a química, as línguas, a geografi a ou a
biologia. Informam do mundo e da vida.
Onde está escrito ou demonstrado que é o
conhecimento de
natureza científi ca e
tecnológica que mais
realiza o homem?
Que estudos
fundamentam
ou sustentam tal
premissa?
O ensino básico
não pode continuar
a ser visto como uma
pré-fase do ensino
superior. Mas será
pior a emenda do
que o soneto se for
visto exclusivamente
como um currículo
preparatório do
ingresso no mercado
de trabalho.
Oferecer uma via
de ensino profi ssional parece necessário e
útil. Mas pode ser perigoso se a opção tiver
de ser feita muito cedo. Quando somos
novos, as escolhas vocacionais são sempre
instrumentais e podem estar ao serviço do
medo, da procura da facilidade ou mesmo
de crenças acerca da nossa incapacidade. O
ensino profi ssionalizante não deve repetir o
que acontece atualmente com muitos alunos
de cursos CEF, que só foram encaminhados
para esta modalidade devido a problemas
comportamentais ou motivacionais. A
escola deveria saber lidar com alunos
problemáticos e malcomportados. Não
pode continuar a resolver as difi culdades
encaminhando-os para modalidades de
ensino percecionadas como mais fáceis.
Menos ainda legitimar tomadas de decisão
apressadas com base na crença de que
estamos a preparar bem estes jovens para a
vida. Qual vida?
Professor na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra
Quando somos novos, as escolhas vocacionais são sempre instrumentais
Debate Sucesso escolarDaniel Rijo
Amor, abre a porta do quarou ninguém consegue ver-
Quando George Orwell escreveu
a obra 1984 e criou numa
frase um conceito que é uma
súmula sociopolítica, Big
Brother is watching you, nunca
supôs, aposto, que cem anos
depois a resposta fosse: Big
Brother, olha para mim!
Não apenas a privacidade
enquanto valor foi destruída,
também, e isto ainda dará pano para
mangas, está a sê-lo legal e metodicamente.
Na verdade, os costumes são como a
língua que falamos: a despeito da norma
há a realidade. Um exemplo: quem diz
desprezável quando o imenso coro afi rma
desprezível e esta forma de ser desprezado
já entrou no dicionário? Ninguém.
E isto vem a propósito do quê, pergunta
o meu querido leitor? Do fi m do mundo em
cuecas, como se dizia quando era pequena.
França anda num bruaá, mais uma vez,
em torno da vida sexual de Dominique
Strauss-Kahn [DKS]. Marcela Iacub, cronista
no Libération, e amante de DSK durante uns
meses do ano passado, escreveu um livro,
Belle et Bête, sobre a intimidade de ambos.
Um embuste a vários níveis.
1. A porta do quarto dos encontros
sexuais, mesmo dos de hotel, se se abre,
é para que alguém veja e porque algo
ou alguém se quer exibir: Marcela Iacub
escancarou a porta sem o consentimento e
com a oposição explícita de DSK, que estava
na cama com ela.
2. Interessaria a alguém entrar dentro do
quarto de Marcela Iacub se o outro na cama
não fosse DSK?
3. É amante o estatuto de quem
estabelece, mantém e manipula uma relação
sexual com o propósito de a rentabilizar?
O nosso Eça de Queiroz, muito limpo de
linguagem e livre do puritanismo que
alimenta este monstro da devassa, chamou-
lhe carne paga ao arrátel como a da vaca.
Não interessa quem paga, no caso a editora
Stock, está à venda e não era esse o pacto
inicial da relação entre Marcela Iacub e DSK,
ou DSK não teria recorrido à Justiça para
pedir o arrestamento de Belle et Bête. E nem a
Justiça, de mãos atadas mais do que os olhos
vendados, perante o condicionamento do
qualifi cativo obra de fi cção, teria obrigado a
editora a incluir nela a informação de que é
um grave atentado à privacidade de DSK.
4. Belle et Bête não é uma crónica de
costumes, não é um diário e muito menos
é literatura. E ao contrário do que o leitor
menos informado poderá julgar, Belle et
Bête diz muito mais sobre Marcela Iacub
do que sobre DSK. Dorme-se com um
homem público, para, adiante, contar que
se dormiu com ele e depositar no reconto
da relação a sexualidade fantasmática da
forma que melhor
explora a queda de
um titã mais que
caído? É uma acção
grosseira. É vulgar.
É vil. É, a coberto
da literatura e da
fi cção, e de uma
forma grotesca,
um exercício
canalha, impune e
aplaudido quando
infl ige a derradeira
humilhação àquele
que foi levantado
como tabu do
politicamente
correcto.
Esquecendo o
óbvio: o lado de
fora de qualquer
tabu, é o totem, e
neste em particular
estão gravadas as
camas onde todos
dormimos.
5. A crítica de
uma pretensa elite
intelectual que promove esta alcoviteirice
alarve a uma nova estética, e se regozija
diante da também pretensa originalidade
de tais linhas que são apenas lixo, é o caso
super-evidente de falta de cânone e de
leitura, a começar logo na história infantil,
A Roupa Nova do Rei, na qual o rei vestido
por um embusteiro nada usava e, assim
mesmo, a corte descrevia maravilhada
as sumptuárias vestimentas. Como o rei,
Belle et Bête, e por corte, esta pretensa elite
intelectual. Faltar-lhes-á Sade na estante e
imaginação na cama?
6. Se a genial autora não tivesse
referido que o porco era DSK, também
considerariam estar diante de uma obra-
prima?
Acredito, no entanto, que esta não seja,
A mise-en-scène substituiu a realidade, e a dinâmica relacional é a do exibicionista e do voyeur. Amanhã, DSK podemos ser nós. A privacidade pertence a um mundo que já não existe
Debate PrivacidadeEugénia de Vasconcellos
PÚBLICO, QUA 13 MAR 2013 | 47
rto nos
nem venha a ser a opinião dominante
sobre este expectável best-seller. Como
desprezável não o é na linguagem. Em todo
o caso, para que se entenda: é desprezível.
Voltemos a 1984, de George
Orwell.
RIOT. Fixe este nome ao
qual, no mês passado, o inglês
Guardian dedicou um artigo,
e a portuguesa Visão uma
nota: RIOT. Uma tecnologia,
no caso um software, criada
com propósitos militares pela
empresa Raytheon, à venda a
quem quiser pagar por ela. O que oferece?
Tudo sobre si: horários, hábitos de trabalho,
alimentares, viagens, família, relações
pessoais. Como? Com os dados que lhe dá de
bandeja. Big Brother, olha para mim…
Em cada fotografi a tirada com o seu
smartphone, que regista hora, data, latitude
e longitude, em cada post do seu Facebook,
no cruzamento dos seus mil amigos
desconhecidos com os seus familiares e
colegas de escola, nos emails profi ssionais
e pessoais, quando passa na portagem, em
cada compra com o seu cartão de crédito,
e com os seus cartões de cliente, nas ruas
pejadas de câmaras onde passeia com os
miúdos e o cão, está aberta uma porta que
jamais voltará a fechar-se: a da sua vida.
O novo lugar público não é a Casa dos
Segredos que veio substituir o antigo Big
Brother, líder de audiências.
O novo lugar público é o espaço privado
que nele caiu — nem sequer é a sua casa. O
novo lugar público é você e sou eu. Desde o
dia em que decidimos que ser é comunicar
que se é, a mise-en-scène substituiu a
realidade, e a dinâmica relacional é a do
exibicionista e do voyeur. Amanhã, DSK
podemos ser nós. A privacidade pertence a
um mundo que já não existe.
Poeta, escritora, blogger
JIM WATSON/AFP
Eleição papal: um convite à meditação
Fará sentido um ateu preocupar-
se com o que está a acontecer
na Igreja Católica (IC) e com os
destinos do Vaticano? Não deverá
permanecer indiferente a tais
aconteceres, incluindo a escolha
papal? Deverá regozijar-se com
o espectáculo de defi nhamento
da Igreja? A minha resposta a tais
interrogativas é Não. Do mesmo
modo que a não pertença a uma nação
não legitima a atitude de indiferença face
a uma ditadura que a fl agele, servida por
defi cientes morais no governo; isto por mais
distante que seja essa nação, como no caso
da Coreia do Norte. Qualquer pessoa de
bem deseja que os países, as instituições, as
elites do poder sejam mostra de elevação,
de crescimento civilizatório, de salubridade
ético-política, de banimento daquilo a que
Kant chamou menoridade.
A sucessão de acontecimentos no
Vaticano é de inequívoca relevância para
qualquer cidadão praticante, ou seja,
para todo o sujeito intelectualmente
desperto, inteligentemente motivado a
permanecer em estado de vigília cívica.
Os acontecimentos fornecem generosa
colecção de conteúdos de refl exão/
problematização, favorecendo a construção
fundamentada de respostas esclarecidas e
esclarecedoras.
Uma primeira conclusiva que parece
entrar por fi m na esfera das evidências
pode enunciar-se assim: a religião não
melhora as pessoas, não aperfeiçoa o ser
humano. A Cúria, composta, em teoria,
pelos homens de mais densa fé religiosa,
é afi nal uma montra de horrores — vícios,
abusos, traições, assédios morais, ou, para
tudo dizer com católica terminologia, é
uma montra barroca repleta de pecados
— de grandes pecados (pedofi lia, fraude,
negócio de armas).
Outra coisa que desejo ver entrar
no domínio da evidência, apagando
persistente engano, é a conclusão de
que nem todas as opiniões merecem
consideração. Muito pelo contrário:
opiniões há, e não poucas, que não
merecem o menor respeito, nem no plano
intelectual nem no plano moral.
O caso em apreço é exuberantemente
exemplifi cativo. Eis o ponto essencial a que
pretendo chegar.
Em cada momento histórico, os seres
esclarecidos estão munidos de um conjunto
de ferramentas imateriais; têm, digamos
assim, um kit básico da mente esclarecida.
Ora acontece que hoje o pensamento
e a acção da IC colidem frontalmente
com esse equipamento. A contradição
ganhou foros de aberração. E mesmo para
quem, como eu, está ciente da infi nitude
da estupidez humana não deixa de ser
incomodativo observar o gigantismo de
certas falácias, incongruências, cegueiras.
Vejamos: os cardeais são vistos na azáfama
do manobrismo político, do jogo de
infl uências, da luta dos lóbis (mais ou
menos gays). Mas do mesmo passo todos
eles, sem excepção, declaram que “é o
Espírito Santo que vai decidir quem é o novo
Papa”. Pode isto merecer consideração?
Então os Srs. Cardeais insultam o Senhor
de forma tão descarada? Se é verdadeira
a divina intervenção do Espírito Santo na
escolha papal, porquê então a azáfama?
Porquê tanta preocupação terrena, tanto
jogo político de bastidores, tanto afã no
arquitectar de
infl uências, tanto
manobrismo de
fazer inveja a
qualquer partido
político? Como
podem os cardeais
ser tão descrentes
da infl uência
divina? Como
podem estar tão
despidos de fé? Não
fi cam os católicos
horrorizados
com essa nudez
herética? Ao cabo
de contas, verifi ca-
se que os máximos
responsáveis da
IC, entre os quais
está o próximo
sumo pontífi ce,
acreditam tanto
no infl uir do divino Espírito Santo quanto
eu, céptico ateu crítico-racionalista. Mas
há mais. Imagine-se que a partir de hoje se
estabelecia que Portugal passava a ser um
Estado religioso, como os há com fartura
no mundo islâmico. Imagine-se que as
mulheres lusas fi cavam proibidas de votar
e de exercer o cargo de Presidente da
República, primeiro-ministro, ministro,
etc. Que diriam as nossas católicas?
Como reagiriam? Será que se resignavam,
advogando a docilidade de rebanho?
Ficariam passivamente indiferentes a essa
escabrosa injustiça, quando a nobre ideia
de igualdade, pilar civilizacional, triunfou
há mais de duzentos anos? Não posso nem
quero acreditar que assim fosse. Porém,
assim é quando em vez de Portugal se fala
do Vaticano.
É admissível que uma religião possua um
Estado? Como aceitar com tranquilidade,
sem sobressalto ético-político-cultural, a
existência no coração da Europa de um
Estado religioso, decorridos que estão
mais de duas centúrias desde o triunfo
da Revolução Americana e da Francesa
que nos legaram a noção de Estado de
direito democrático, precioso fruto do
esforço de alguns dos melhores espíritos
do Iluminismo? Vêm então evocar “a fi gura
de Deus”, o deus cristão — que, convirá
recordar, é um dos cerca de dois mil deuses
demiúrgicos recenseados, tendo todos em
comum o facto reconhecido de nunca ter
sido provada a presença de nenhum deles
—, colocando a sua existência como Verdade
absoluta, coisa que, se transposta para fora
do espaço puramente religioso e aí aceite,
uma só vez que seja, escancara de imediato
a porta ao irracionalismo caótico. Tudo
passa a ser intelectualmente permitido.
Se não é exigida verifi cação racional, se o
que nem sequer é asserção objectiva (por
ausência de provas) for aceite como verdade
absoluta universal, então eu quando for dar
uma aula, fazer uma conferência ou botar
palavra em letra de forma posso dispensar
o esforço do estudo sério e abraçar o
atraente e vantajoso facilitismo da pura
imaginação à solta. Poderei então apregoar
descobertas fantásticas, evocando
conversas com uma fada empoleirada
no pinheiro do meu jardim ou com o
extraterrestre que veio tomar o pequeno-
almoço a minha casa, estacionando o
disco voador à minha porta, ou até uma
cavalgada com as renas do Pai Natal.
Como é que esta avalanche múltipla de
desonestidade intelectual desavergonhada
não gera vagas de indignação do tamanho
das do tão em voga canhão da nossa
costa oceânica, vagas apropriadamente
nazarenas? Como pode esta imensa
colecção de despautérios não gerar
movimentos de católicos indignados?
Como se pode tolerar tanto arcaísmo
intelectual, tanto anacronismo político-
social, tantos maus tratos infl igidos aos
valores civilizacionais, tanta presença de
defi cientes morais e intelectuais no poder?
Desejoso de ver a IC expurgada de
pecados, deposito aqui os meus mais
sinceros votos de que o novo Papa e a
Cúria renovada consigam edifi car uma
religiosidade genuína, despida de bullshits,
para usar o termo que o fi lósofo americano
Harry Frankfurt trouxe para o léxico
fi losófi co. Uma religiosidade favorecedora
da elevação, da honestidade intelectual e da
matura acção civilizatória. É este o franco e
são desejo deste confesso ateu religioso.
Filósofo
Sumo pontífice ou sumo decaimento da honestidade intelectual e da elevação civilizatória?
Debate Vaticano e Igreja CatólicaJoão Maria de Freitas Branco
ERIC GAILLARD/REUTERS
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ESCRITO NA PEDRA
“Querer não é poder. Quem pôde, quis antes de poder só depois de poder. Quem quer nunca há-de poder, porque se perde em querer” Fernando Pessoa (1888-1935), poeta português
I S S N : 0 8 7 2 - 1 5 4 8
QUA 13 MAR 2013
Contribuinte n.º 502265094 | Depósito legal n.º 45458/91 | Registo ERC n.º 114410 | Conselho de Administração - Presidente: Ângelo Paupério Vogais: António Lobo Xavier, Cláudia Azevedo, Cristina Soares, Miguel Almeida, Pedro Nunes Pedro E-mail [email protected] Lisboa Edifício Diogo Cão, Doca de Alcântara Norte, 1350-352 Lisboa; Telef.:210111000 (PPCA); Fax: Dir. Empresa 210111015; Dir. Editorial 210111006; Agenda 210111007; Redacção 210111008; Publicidade 210111013/210111014 Porto Praça do Coronel Pacheco, nº 2, 4050-453 Porto; Telef: 226151000 (PPCA) / 226103214; Fax: Redacção 226151099 / 226102213; Publicidade, Distribuição 226151011 Madeira Telef.: 934250100; Fax: 707100049 Proprietário PÚBLICO, Comunicação Social, SA. Sede: Lugar do Espido, Via Norte, Maia. Capital Social €50.000,00. Detentor de mais de 10% do capital: Sonae Telecom, BV Impressão Unipress, Travessa de Anselmo Braancamp, 220, 4410-350 Arcozelo, Valadares; Telef.: 227537030; Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas, SA, Estrada Consiglieri Pedroso, 90, Queluz de Baixo, 2730-053 Barcarena. Telf.: 214345400 Distribuição Logista Portugal – Distribuição de Publicações, SA; Lisboa: Telef.: 219267800, Fax: 219267866; Porto: Telef.: 227169600/1; Fax: 227162123; Algarve: Telef.: 289363380; Fax: 289363388; Coimbra: Telef.: 239980350; Fax: 239983605. Assinaturas 808200095 Tiragem média total de Fevereiro 40.323 exemplares Membro da APCT – Associação Portuguesa do Controlo de Tiragem
Decorre de queixa-crime apresentada pelo consórcio que perdeu concurso p10
6,5% dos empréstimos eram para os bancos de cobrança duvidosa, em Janeiro p18
Venezuela: o desespero de quem tenta gerir o seu dinheiro. A.C.P., Caracas p24/25
Helicópteros: DIAP investiga falsificação em concurso
Crédito malparado sobe para novos máximos
“O que faço com o dinheiro? Não o posso tirar daqui”
Euromilhões
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Lionel Messi
Numa reviravolta extraordinária, o Barcelona goleou ontem
o AC Milan por 4-0, depois de ter perdido por 2-0 em Milão, e apurou-se para os quartos-de-final da Liga dos Campeões, quando muitos previam a eliminação da equipa catalã. Os dois golos do argentino na primeira parte permitiram ao Barça o regresso à discussão da eliminatória. Foi a resposta de Messi às críticas sobre a sua menor produção nas últimas semanas. (Pág. 41)
Fatih Terim
Se em relação ao Barcelona havia uma expectativa,
em relação ao Galatasaray ela era diminuta, por isso pode considerar-se a sua
permanência na Champions como uma surpresa, ao eliminar na Alemanha o Schalke 04. O sonho do
futebol alemão de colocar três equipas nos quartos-de-final foi travado, mas duas — se o Bayern de Munique se juntar ao Borussia de Dortmund — já será muito bom.(Pág. 41)
António José Seguro
Tal como se esperava, a proposta do PS para acordos
com o BE e o PCP para as próximas autárquicas não teve o sucesso que Seguro aguardaria. Jerónimo de Sousa disse peremptoriamente não. João Semedo, do BE, foi politicamente correcto. Manifestou abertura para uma reunião com os socialistas, mas foi dizendo que esses entendimentos só avançariam a três. Ou seja, se o PCP também alinhasse. De resto, Semedo já tinha dito o mesmo a propósito da Câmara do Porto. (Pág. 6)
Alberto João Jardim
Num discurso recorrente e boçal, o líder da Madeira aproveitou a
moção de confiança ao seu Governo, apresentada no Parlamento regional, para atacar o Governo da República em vez de se centrar na defesa das políticas e acção do seu executivo, afinal o motivo da sua presença alí. Para tapar os olhos dos madeirenses, Jardim voltou aos argumentos de sempre, acenando com a ameaça da independência.(Pág. 8)
CONSOANTE MUDA
O estertor do partidismo
Quando esta crise começou,
e Portugal elegeu um
governo minoritário
em setembro de 2009,
escrevi que os anos
seguintes nos trariam
um novo parlamentarismo ou
novo presidencialismo. Pois bem,
errei. Sobrestimei a capacidade
de regeneração do sistema
político português. O que estes
anos trouxeram foi o estertor do
partidismo.
Que Portugal é um país
pseudoparlamentar prova-o
o facto de todos os partidos
exercerem uma férrea disciplina
de voto sobre os seus deputados,
contra a Constituição, e falarem
alegremente em retaliar contra
os raros recalcitrantes. Prova-o
o facto de tantas carreiras
partidárias se resumirem a dois
testes: escolher o cavalo certo
e segui-lo até ao fi m. Prova-o o
facto dos pseudo-alargamentos
dos partidos a independentes
serem vistos, logo no dia a
seguir às eleições, como uma
mera oportunidade para
neutralizar a independência dos
independentes.
Ora independentes, em
rigor, deveriam ser todos os
Rui Tavares
representantes eleitos. Pois eu não
posso acreditar na capacidade de
um deputado fazer frente a um
lobby, uma tentativa de corrupção
ou um suborno, se esse mesmo
deputado muda de voto ou cala
uma crítica pela mera sugestão de
que possa ter caído em desfavor
do chefe e perder o lugarzinho
elegível nas próximas listas.
Que a política partidária
portuguesa tenha encontrado
todas as manhas para criar
este estado de coisas, mas seja
singularmente destituída de
imaginação para as subverter,
explica grande parte do nosso
desgoverno. Além de ser um país
de exclusão social e de exclusão
económica, Portugal é um país
de exclusão política — e estas três
exclusões não deixam de estar
relacionadas.
Vai porém engrossando o caudal
de gente que quer denunciar esta
forma de exclusão e combatê-
la. Refi ro-me em particular
ao manifesto lançado ontem,
preconizando uma reconstrução
do regime democrático, e que foi
assinado por sessenta pessoas,
incluindo Elísio Estanque,
Henrique Neto, Manuel Maria
Carrilho, Vasco Lourenço e
(declaração de interesses) também
por mim.
As propostas feitas são
muito simples. Em primeiro
lugar, exorta-se os partidos a
promoverem “eleições primárias
abertas aos cidadãos na escolha
dos candidatos a todos os cargos
políticos” — não as chamadas
“diretas”, dominadas por
sindicatos de voto, mas eleições
acessíveis a qualquer cidadão.
Em segundo lugar, propõe-se a
possibilidade de “apresentação
de listas nominais, de cidadãos,
em eleições para a Assembleia da
República, tornando obrigatório
o voto nominal nas listas
partidárias”, e deixando assim
o eleitor escolher os deputados
fora da ordenação que a direção
partidária mandou. Em terceiro
lugar, propõem-se regras de
fi nanciamento partidário mais
equitativas e transparentes.
Como todas as lutas contra
a exclusão, esta luta contra a
exclusão política terá de ignorar o
preconceito. Aquele que diz que
quem assina um texto destes é
certamente movido pela busca de
poleiro, pelo desejo de aparecer
ou pela vontade secreta de fazer
um partido. Todas estas coisas
ditas, acrescente-se, como se
fossem um estigma, e postas a
correr pelos mesmos políticos de
partido que se queixam do estigma
correspondente — mas não se
eximem de reforçar o preconceito
contra os partidos e a política,
se isso lhes permitir manter a
exclusividade do seu território.
O partidismo não se importa de
levar para o fundo o país, e aliás
nem mesmo o partido. Constituiu-
se agora no seu próprio fi m e
sustento.
Historiador e eurodeputado
Passatempo Chanson FrançaiseGanhe 1 viagem dupla GRÁTIS a Paris
Sabia que: “Foi a 15 de Maio 1946 que
a Air France abriu a rota Paris-Lisboa?”
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