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Instituto de Educação Tecnológica Carlos Fernando Vasconcellos Ribeiro Cavalcanti Albuquerque Carlos Henrique Loyola Marlene Maria Francisco de Oliveira Rogério Márcio Galantine Sergio Luiz Gomes Santiago GERENCIAMENTO DE ESCOPO COM ÊNFASE EM GESTÃO DE PLEITOS

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TCC - Gerenciamento de Projetos

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Instituto de Educação Tecnológica

Carlos Fernando Vasconcellos Ribeiro Cavalcanti AlbuquerqueCarlos Henrique Loyola

Marlene Maria Francisco de OliveiraRogério Márcio Galantine

Sergio Luiz Gomes Santiago

GERENCIAMENTO DE ESCOPO COM ÊNFASE EM GESTÃO DE PLEITOS

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Belo Horizonte, MGMarçoio/2013

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Carlos Fernando Vasconcellos Ribeiro Cavalcanti AlbuquerqueCarlos Henrique Loyola

Marlene Maria Francisco de OliveiraRogério Márcio Galantine

Sergio Luiz Gomes Santiago

GERENCIAMENTO DE ESCOPO COM ÊNFASE EM GESTÃO DE PLEITOS

Trabalho de conclusão de especialização apresentado ao Curso de Gestão Avançada de Projetos do IETEC Instituto de Educação Tecnológica como requisito parcial à obtenção do título de especialista em Gestão de Projetos.

Orientador: João Carlos Araújo da Silva Neto

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Belo Horizonte, MGMarçoio/2013

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ONDE ESTÃO A LISTA DE FIGURAS, A LISTA DE ABREVIATURAS?????

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RESUMO

O gerenciamento de escopo é a atividade que pode resultar nas melhores chances

de sucesso em um projeto, para tanto, todo um trabalho de levantamento de

requisitos, premissas, restrições e exclusões, elaborado de forma sistêmica e

precisa deve representar as expectativas do cliente quanto ao produto final. O

resultado do trabalho inicial desta atividade deve ser registrado num Termo de

Abertura do Projeto – TAP, que será o alicerce do projeto, devendo ter-se como

objetivo a blindagem deste de forma a se evitar que solicitações de mudanças

possam vir a descaracterizar o objeto. Quando a equipe de projeto passa a obter

mais dados, o passo seguinte é explorar os detalhes e firmar conceitos, traduz-se

numa Declaração de Escopo que deve ser clara, objetiva, contudo concisa, onde os

objetivos necessariamente devem estar perfeitamente delineados, juntamente com

os requisitos, as premissas, as restrições, as exclusões e os critérios de aceitação

do projeto. Este trabalho é um estudo da elaboração de um escopo bem definido,

que permita a melhor condução de um projeto, minimizando as ocorrências de

mudanças e, por conseguinte, de pleitos. Dessa forma, o dispêndio de esforço para

se estruturar, documentar, aprovar, divulgar e controlar o escopo deve ser o maior

possível, caso contrário, os esforços para ajuste do descontrole das metas de

entregas do produto dentro das especificações, dos custos, da qualidade, dos

prazos, poderá ter um impacto muito superior e negativo no projeto, situação que

poderá torná-lo inviável.

Palavras-chaves: Gerenciamento de escopo, Declaração de Escopo,

Monitoramento e Controle de Escopo e Pleitos.

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ABSTRACT

Scope management is the activity that can result in the best chances of success on a

project, to do so, a whole work of gathering requirements, assumptions, limitations

and exclusions, elaborate systemically and needs must represent the client's

expectations as to the final product. The result of the initial work of this activity should

be registered on a Project Chapter - PC, that will be the foundation of the project and

should have as objective the armor of this in order to prevent requests for changes

could discharacterize the object. When the project team starts to get more data, The

next step is explore the details and establish concepts translates in a Scope

statement which must be clear, concise, objective, where the goals necessarily must

be perfectly outlined, together with the requirements, assumptions, limitations,

exclusions and the acceptance criteria of the project. This work is a study of the

development of a well-defined scope, allowing the best driving a project, minimizing

the occurrence of changes and, consequently, of pleas. In this way, the expenditure

of effort to design, document, approve, publish and control the scope must be the

highest possible, otherwise the efforts for lack of product deliveries within

specifications, costs, quality, deadlines, you may have a much greater impact and

negative in the project, situation which may make it impractical.

Keywords: Scope Management, Sscope Declaration, Scope monitoring and control

and Pleasmonitoring and applications.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Grupos de Processos (PMI) ......................................................................11

Figura 2 - Causas de Fracassos ................................................................................13

Figura 3 - Nível de custos e pessoal ao longo do ciclo de vida .................................14

Figura 4 - Impacto da variável com base no tempo decorrido de projeto ..................14

Figura 5 - Fluxo de Atividades (relacionamentos) - PMI ............................................15

Figura 6 - ...................................................................................................................17

Diagrama de fluxo de dados do processo - desenvolver TAP ...................................18

Figura 8 ......................................................................................................................24

Figura 9 - Custo da mudança de escopo ...................................................................24

Resposta humana a situações de mudança ..............................................................29

Figura 11 - Relações entre as partes em contratos por preço unitário ( PU ou DBB)

...................................................................................................................................36

Figura 12 - Relações entre partes em contratos por preço global (PG ou DB) .........36

Figura 13 - Relação entre os tipos de contratos e os graus de riscos de custo ( Círia

1978) ..........................................................................................................................37

Figura 1 - Grupos de Processos (PMI) ......................................................................21

Figura 2 - Causas de Fracassos ................................................................................25

Figura 3 - Nível de custos e pessoal ao longo do ciclo de vida .................................13

Figura 4 - Impacto da variável com base no tempo decorrido de projeto ..................14

Figura 5 – Diagrama de fluxo de dados do processo - Definir o escopo ...................16

Figura 6 - Diagrama de fluxo de dados do processo - desenvolver TAP ...................17

Figura 7 - Grupo de processos de monitoramento e controle ....................................23

Figura 8 - Custo da mudança de escopo ...................................................................24

Figura 9 - Resposta humana a situações de mudança ..............................................31

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Figura 10 - .................................................................................................................37

Figura 11 ....................................................................................................................37

Figura 12 ....................................................................................................................38

Figura 1 – Grupos de Processos (PMI) 10

Figura 2 – Causas de Fracassos 13

Figura 3 - Nível de custos e pessoal ao longo do ciclo de vida 13

Figura 4 - Impacto da variável com base no tempo decorrido de projeto 13

Figura 5 – Diagrama de fluxo de dados do processo - Definir o escopo 16

Figura 6 - Diagrama de fluxo de dados do processo - desenvolver TAP 17

Figura 7 - Resposta humana a situações de mudança 30

Figura 8 - 36

Figura 9 36

Figura 1 – Grupos de Processos (PMI) 9

Figura 2 – Causas de Fracassos 12

Figura 3 – Diagrama de fluxo de dados do processo - Definir o escopo (PMBOK -

2009) 15

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LISTA DE QUADROS

Nenhuma entrada de índice de ilustrações foi encontrada.Nenhuma entrada de

índice de ilustrações foi encontrada.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Diferença de esforço e recursos necessários entre mudanças

gerenciadas e mudanças não gerenciadas ...........................................................3032

Nenhuma entrada de índice de tabelasilustrações foi encontrada.

E a tabela com os subtemas e autores responsáveis ????

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LISTA DE SIGLAS E UNIDADES

GMP – Gerente de Múltiplos Projetos.

TAP – Termo de Abertura do Projeto.

DBB – Design-Bid-Build.

EPC – Engineering - Procurement – Construcion.

DBO – Design-Build-Operate.

PG – Preço Global.

DB – Design-Build.

DB Design-Build

DBB Design-Bid-Build

DBO Design-Build-Operate

DT Declaração de Trabalho

EAP Estrutura Analítica de Projetos

EPC Engineering - Procurement - Construction

GMP Gerente de Múltiplos Projetos

PG

PPP

Preço Global

Parceria Público Privada

TAP Termo de Abertura do Projeto

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................912

2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................1114

2.1 Declaração do Escopo ...........................................................................1615

2.2 Monitoramento e Controle do Escopo ..................................................2423

2.3 Gestão de Mudanças de Projetos .........................................................2828

2.4 Gerenciamento de Escopo Variantes em Função do Tipo de Contrato

3434

2.5 Reequilíbrio Econômico-Financeiro .....................................................3837

3 SOLUÇÕES PROPOSTAS .............................................................................4240

3.1 Declaração do Escopo ...........................................................................4442

3.2 Monitoramento e Controle do Escopo ..................................................4543

3.3 Gestão de Mudanças de Projetos .........................................................4644

3.4 Gerenciamento de Escopo Variantes em Função do Tipo de Contrato

4745

3.5 Reequilíbrio Econômico-Financeiro .....................................................4846

4 PLANO DE PROJETO DE IMPLANTAÇÃO ..................................................5048

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .........................................................5149

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...............................................................5250

121715232935383941424344454647489

12D15M23G29G35R38

39D40M41G42G43R44

45

46

471 INTRODUÇÃO 6

2 REFERENCIAL TEÓRICO 9

3 SOLUÇÕES PROPOSTAS 10

4 PLANO DE PROJETO DE IMPLANTAÇÃO 11

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5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES12

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 13

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1 INTRODUÇÃO

O gerenciamento de projetos propõe processos e boas práticas que devem se

traduzir na maximização do aproveitamento da energia dispendida em cada projeto,

assim, o conjunto de boas práticas preconizado pelo Project Management Institute -

PMI e por outros órgãos assemelhados, visa difundir metodologias que, bem

aplicadas, promovampromovam a garantia das entregas do objeto dentro dos

parâmetros definidos.

Dentro do roteiro de boas práticas, numa sequência lógica de desenvolvimento dos

projetos, inicialmente está a definição do escopo do que se pretende

entregar/receber. A definição preliminar de escopo de um projeto é o resultado da

análise de negócio procedido, ou seja, a ideia estruturada do que fazer e que deve

ser grafada no Termo de Abertura do Projeto – TAP (Project Charter) de maneira

clara, sucinta e que represente o melhor possível o alicerce do objeto do projeto,

além de definir o Gerente do Projeto.

Conforme definido na NBR: ISO 10.006 (2003, p. 2), “Projeto é um processo único,

consistindo de um grupo de atividades coordenadas e controladas com datas para

início e término, empreendido para alcance de um objetivo conforme requisitos

específicos, incluindo limitações de tempo, custo e recursos.”

Diante da definição de projeto e dos ditames agregados, é perfeitamente dedutível

que a definição de escopo é a principal atividade que influenciará no sucesso deste.

Segundo o PMBOK, 4ª Edição (2009), o TAPC (4.1) é definido no grupo de

processos de Iniciação, seguido da Identificação das Partes Interessadas ou

Stakeholders (10.1). Na sequência, devem ser executados os processos de

planejamento relativos ao escopo – Coletar os Requisitos (5.1), Definir o Escopo

(5.2) e Criar a EAP – Estrutura Analítica do Projeto (5.3), tudo de modo a se obter a

melhor definição do objeto do projeto, características, limites e . (PMBOK,

2009)condições de aceitação.

Da literatura especializada fica tácita a necessidade do emprego do maior esforço

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possível para que os processos relativos à coleta e definição do escopo e a criação

da EAP são os pilares de sustentação para se atingir o sucesso do projeto.

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Definir o Escopo do Projeto é uma etapa de vital importância. Se não for feita da forma correta, o projeto estará fadado ao fracasso, uma vez que é o escopo que determina o que irá (e não irá) ser feito/produzido/entregue ao termino do projeto. Um escopo mal estruturado levará inevitavelmente a falhas de cronograma e de orçamento, uma vez que os problemas decorrentes da má especificação se farão presentes e a equipe terá que achar caminhos alternativos para a execução do projeto. Por fim, um escopo mal definido resulta em um cliente insatisfeito, uma vez que o mesmo pediu X e recebeu Z, levando a uma insatisfação do executivo, do time do projeto e do gerente. O efeito cascata disso pode ser terrível, como uma caça às bruxas para determinar de quem foi a culpa, quando na verdade a culpa foi do escopo mal definido. (SANTOS, Diego Nei, 2009, p).

Figura 1 – - Grupos de Processos (PMI)

Fonte: Araújo (2012)

Da Figura 1 – - Grupos de Processos (PMI), este trabalho identifica um circuito

fechado entre os grupos de processos Planejamento, Execução e Controle (circulo

vermelho). Este circuito fechado é alimentado de forma primária pelo grupo de

Iniciação, sendo esta alimentação procedida ao grupo Planejamento. A saída do

circuito fechado ocorre quando da verificação do atingimento dos objetivos pelo

grupo de Controle, derivando para o grupo de Encerramento. (PMBOK, 2009)

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Destarte, analisando o detalhe do grupo de Planejamento quanto a Escopo –

processos 5.1, 5.2 e 5.3 do PMBOK (, 2009) – verifica-se que o escopo, além de ser

o padrão diretivo do “a fazer”, deve ser realimentado pelos processos do Grupo de

Monitoramento e Controle, baseando-se nas aferições das ocorrências do Grupo de

Execução, de modo que haja atualização da Declaração de Escopo / EAP. As

atualizações e otimizados os dados e as diretivas obtenção do Produto devem

ocorrer a cada ciclo de revisão fundamentada e aprovada. Com estas constatações

é possível afirmar que o Gerenciamento do Escopo é fundamental para a

consecução dos objetivos de cada projeto, pois sem esta gestão o projeto poderá

derivar para o caos, não atingindo as metas/parâmetros e, até, podendo chegar a

sucumbência, gerando pesados ônus para os patrocinadores.

O trabalho ora apresentado se dispõe a analisar as questões relativas à montagem

de uma Declaração de Escopo que possa realmente ser uma forte diretiva do

projeto, o Controle quanto ao cumprimento do estabelecido na Declaração de

Escopo / EAP e das necessidades de ajustes do Escopo e, derivando dos ajustes,

pleitos que se mostram necessários para ajuste das condições comerciais e técnicas

mais adequadas a consecução do objeto.

A Declaração de Escopo, além de ser uma atividade inicial das mais importantes,

como já explanado, requer um Gerenciamento de Escopo constante de sorte a

manter-se alinhado com as variâncias que normalmente ocorrem ao longo da

duração do projeto. O Gerenciamento de Escopo objetiva garantir a execução do

objeto dentro das condições estabelecidas na Declaração de Escopo / EAP, estando

alinhado com a Gestão de Mudanças. A Gestão de Mudanças trata de ajustes quer

de origem externa – partes interessadas, órgãos de controle e licenciamento, etc. –

ou internas, representadas por demandas derivadas de necessidades diversas de

readequação em função de ocorrências dentro do grupo de processos de Execução,

demandas estas tabuladas e registradas no grupo de Monitoramento e Controle.

Dentro da análise de pleitos, o trabalho apresenta enfoque diferenciado para pleitos

em geral e para o tratamento de reequilíbrio econômico-financeiro de contratos,

matérias que analisadas na superficialidade aparentam ser iguais, contudo, o

regimento jurídico e as condicionantes processuais são bem distintas, assim

necessitando de tratamentos específicos, daí a abordagem diferenciada neste

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trabalho. No caso de pleitos em geral, o enfoque trazido à baila é o da Gestão de

Mudanças em função de necessidades de adequações diversas e/ou solicitações de

alterações pelas partes interessadas. No caso de Reequilíbrio Econômico-Financeiro

a ênfase abordada neste trabalho esta nos Contratos Administrativos, maior foco de

embates.

Diante das informações aqui apresentadas, a questão chave é o conjunto de

processos que devem ser demandados para se obter uma gestão de escopo mais

eficiente e eficaz, partindo-se do aprimoramento da Definição de Escopo, focando a

com minimização da quantidade e abrangência de pleitos derivados da imprecisão

dos documentos de caracterização do objeto.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Figura 2 - Grupos de Processos (PMI)Figura 3 - Grupos de Processos (PMI)Fonte: Araújo (2012)1

Da Figura 1 – - Grupos de Processos (PMI), este trabalho identifica um circuito

fechado entre os grupos de processos Planejamento, Execução e Controle (circulo

vermelho). Este circuito fechado é alimentado de forma primária pelo grupo de

Iniciação, sendo esta alimentação procedida ao grupo Planejamento. A saída do

circuito fechado ocorre quando da verificação do atingimento dos objetivos pelo

grupo de Controle, derivando para o grupo de Encerramento. (PMBOK, 2009)

Destarte, analisando o detalhe do grupo de Planejamento quanto a Escopo –

processos 5.1, 5.2 e 5.3 do PMBOK (2009) verifica-se que o escopo, além de ser o

padrão diretivo do “a fazer”, deve ser realimentado pelos processos do Grupo de

Monitoramento e Controle, baseando-se nas aferições das ocorrências do Grupo de

Execução, de modo que haja atualização da Declaração de Escopo / EAP. As

atualizações e otimizados os dados e as diretivas obtenção do Produto devem

ocorrer a cada ciclo de revisão fundamentada e aprovada. Com estas constatações

1 Wladmir Araújo - Apresentação Gerenciamento De Projetos com PMBOK e FEL, disponível em: www.slideshare.net/wladmir_araujo/gerenciamento-de-projetos-com-pmbok-e-fel

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é possível afirmar que o Gerenciamento do Escopo é fundamental para a

consecução dos objetivos de cada projeto, pois sem esta gestão o projeto poderá

derivar para o caos, não atingindo as metas/parâmetros e, até, podendo chegar a

sucumbência, gerando pesados ônus para os patrocinadores.

A Declaração de Escopo, além de ser uma atividade inicial das mais importantes,

como já explanado, requer um Gerenciamento de Escopo constante de sorte a

manter-se alinhado com as variâncias que normalmente ocorrem ao longo da

duração do projeto. O Gerenciamento de Escopo objetiva garantir a execução do

objeto dentro das condições estabelecidas na Declaração de Escopo / EAP, estando

alinhado com a Gestão de Mudanças. A Gestão de Mudanças trata de ajustes quer

de origem externa – partes interessadas, órgãos de controle e licenciamento, etc. –

ou internas, representadas por demandas derivadas de necessidades diversas de

readequação em função de ocorrências dentro do grupo de processos de Execução,

demandas estas tabuladas e registradas no grupo de Monitoramento e Controle.

Do Kerzner (2011, p. 5833).), se extrai um panorama bem atual do modus operandi

atual no ambiente de projetos:

Pouquíssimos projetos são concluídos de acordo com o plano original. As mudanças no plano resultam do aumento do conhecimento, da necessidade de competitividade ou de mudanças no gosto do cliente/consumidor. Depois que as mudanças são feitas, quase sempre há um aumento significativo no orçamento e/ou um alongamento do cronograma.

O processo de recomendação e aprovação das mudanças no escopo pode variar dependendo de o cliente ser ou não interno ou externo à organização. As mudanças de escopo para clientes externos têm sido vistas como uma fonte de lucratividade adicionada sobre os projetos. (KERZNER, 2011, p. 583), (KERZNER, 2011, p. 583).

Do Harold Kerzner, Gerenciamento de Projetos - 10ª edição (2011), se extrai do

Capítulo 22 - O "NEGÓCIO" DAS MUDANÇAS NO ESCOPO:

22.0 INTRODUÇÃO

Pouquíssimos projetos são concluídos de acordo com o plano original. As mudanças no plano resultam do aumento do conhecimento, da necessidade de competitividade ou de mudanças no gosto do cliente/consumidor. Depois que as mudanças são feitas, quase sempre há um aumento significativo no orçamento e/ou um alongamento do cronograma.

O processo de recomendação e aprovação das mudanças no escopo pode variar dependendo de o cliente ser ou não interno ou externo à organização. As mudanças de escopo para clientes externos têm sido vistas como uma

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fonte de lucratividade adicionada sobre os projetos (KERZNER, 2011, p. 583).

Do texto acima é tácita a visão que a manutenção do plano original dos projetos

“pouquíssimo” ocorre até a conclusão destes. Desta forma, o autor discorre, na

literatura citada, as principais causas e efeitos das ocorrências de mudanças durante

o desenrolar da execução dos projetos. Também é citada no texto do capítulo 22

desse livro Kerzner (2011) ainda menciona que a questão de projetos que são

sequência de outros ou alimenta outros, assim, a gestão de mudanças nos

antecessores deve atentar para os reflexos internos a si e aos possíveis

desdobramentos em relação aos que lhes sucedem, sendo, tão ou mais complexa

quanto mais longa for a cadeia de relacionamentos. No texto é visível apenas parte

da questão de projetos com sucessores, contudo, questões relacionadas a projetos

com relacionamentos laterais, normalmente integrantes de um mesmo programa ou,

em estância mais distante, por exemplo, de um mesmo portfólio, também podem, ou

não, serem afetados pelas mudanças dos colaterais, sendo necessária a gestão

integrada para mitigar possíveis influências entre projetos.

Da equipe da Dinsmore Associados, na Palestra Mitigando Fracassos em Projetos

de Cézar Meriguetti2 com a participação de Paul Campbell Dinsmore, (Maio/2012), é

possível coletar dados contidosapresentou dados muito significativos na Figura 4 -

Causas de Fracassos onde, apesar de estar ranqueada como a 3ª causa de

fracassos de projetos, a mudança de escopo é responsável por 70% destas

ocorrências, contra 76% das falhas de comunicação – 1º lugar no ranking. Destas

informações obtidas em 2010, logo recentes, têm-se a magnitude do que

representam as mudanças de escopo quanto à sucumbência de projetos,

registrando que o universo pesquisado foi de 300 empresas de grande porte.

2 Cézar Meriguetti com a participação de Paul Campbell Dinsmore - Palestra Mitigando Fracassos em Projetos, Maio/2012, disponível em www.slideshare.net/DAssociates/mitigando-fracassos-em-projetos-atravs-da-comunicao-abordagem-pmi-12974264.

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Figura 4 -–- Causas de FracassosFonte: http://www.slideshare.net/DAssociates/mitigando-fracassos-em-projetos-atravs-da-comunicao-

abordagem-pmi-12974264

O PMBOK, 4ª Edição (2009), traz os processos que são considerados aos de

melhores práticas para a obtenção de uma Definição de Escopo na Gestão de

Projetos, de forma bem estruturada e capaz de alicerçar o desenvolvimento do

projeto, agregando valor as garantias de atendimento aos requisitos estipulados.

Dentre os processos delineados na sequenciasequência, em parte já aposta no

capítulo 1 INTRODUÇÃO, estão definidos o que deve ser executado e a sequência

de execução, enfim, um delineamento completo para que se atinjam os objetivos

quanto uma Definição de Escopo bem estruturada e completa.

Na Seção 3 - As áreas de conhecimento em gerenciamento de projetos, do

PMBOK, 4ª Edição (2009), onde estão definidos os processos de gerenciamento de

projetos e onde também são definidas as entradas, as ferramentas e técnicas e

as saídas de cada área de conhecimento, estas distribuídas em 9 capítulos.

Nesta Seção, o Capítulo 4, Gerenciamento de integração do projeto, define os

processos e as atividades que integram os diversos elementos do

gerenciamento de projetos.

“[...] processos de gerenciamento da integração de projetos, que são:, onde estão inclusos os seguintes processos:”

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(PMBOK, 2009, p. 71)“4.1 Desenvolver o termo de abertura do projeto - O processo de desenvolvimento de um documento que formalmente autoriza um projeto ou uma fase e a documentação dos requisitos iniciais que satisfaçam as necessidades e expectativas das partes interessadas.”“4.2 Desenvolver o plano de gerenciamento do projeto - O processo de documentação das ações necessárias para definir, preparar, integrar e coordenar todos os planos auxiliares.”“4.3 Orientar e gerenciar a execução do projeto - O processo de realização do trabalho definido no plano de gerenciamento do projeto para atingir os objetivos do projeto.”“4.4 Monitorar e controlar o trabalho do projeto - O processo de acompanhamento, revisão e regulação do progresso para atender aos objetivos de desempenho definidos no plano de gerenciamento do projeto.”“4.5 Realizar o controle integrado de mudanças - O processo de revisão de todas as solicitações de mudança, aprovação de mudanças e gerenciamento de mudanças nas entregas, ativos de processos organizacionais, documentos de projeto e plano de gerenciamento do projeto.

”“4.6 Encerrar o projeto ou fase - O processo de finalização de todas as atividades de todos os grupos de processos de gerenciamento do projeto para terminar formalmente o projeto ou a fase.” (PMBOK, 2009, p. 71).

4.1 - Desenvolver o termo de abertura do projeto;

4.2 - Desenvolver o plano de gerenciamento do projeto;

4.3 - Orientar e gerenciar a execução do projeto;

4.4 - Monitorar e controlar o trabalho do projeto;

4.5 - Realizar o controle integrado de mudanças;

4.6 - Encerrar o projeto ou a fase.

Dos processos que compõem o Capítulo 4, são estudados neste trabalho o

processo 4.1 e o processo 4.5 acima listados, respectivamente, Termo de

abertura do projeto e Controle Integrado de Mudanças. Estes dois processos

estruturam a base conceitual do objeto do projeto e se integram de forma a

manterem-na sempre atualizada. Uma base conceitual consistente e atualizada é a

melhor garantia de rota para que o produto a ser entregue o seja nas condições

primárias de aceitação. Também é o norte que indica ao gestor do projeto, fruto dos

processos de monitoramento e controle de mudanças, que o projeto não está

sofrendo alterações que o descaracterize e, quiçá, o inviabilize. Via de regra, é praxe

e seguro que o Gerente de Projeto e todas as partes interessadas tenham o objetivo

de garantir que o TAC seja suficientemente amplo e claro para não necessitar ser

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modificado caso o projeto venha a sofrer mudançasalterações, garantindo a

essência do objeto do projeto. Mudanças no TAC (Project Charter), normalmente,

levam ao questionamento de a posição do projeto, se deve continuar ao ser

encerrado e aberto novo projeto.

Ainda navegando pelo PMBOK, 4ª Edição (2009), o Capítulo 5 -captura-se, na

essência, que o Ggerenciamento do escopo do projeto deve descrever os

processos relativos à garantia de que o projeto inclua todo o trabalho

necessário, e apenas o trabalho necessário, para que seja terminado com

sucesso.. (PMBOK, 2009, p. 103)

No PMBOK (2009), o Capítulo 5 se propõe e listar as atividades com o conceito das

melhores práticas para o Gerenciamento do Escopo onde pode ser capturado:

“[...] os processos de gerenciamento do escopo do projeto, que inclui o seguinteEste capítulo inclui:: (PMBOK, 2009, p. 103).” (PMBOK, 2009, p. 103).

“5.1 Coletar os requisitos - O processo de definição e documentação das necessidades das partes interessadas para alcançar os objetivos do projeto.”“5.2 Definir o escopo - O processo de desenvolvimento de uma descrição detalhada do projeto e do produto.”“5.3 Criar a EAP - O processo de subdivisão das entregas e do trabalho do projeto em componentes menores e mais facilmente gerenciáveis.”“5.4 Verificar o escopo - processo de formalização da aceitação das entregas terminadas do projeto.”“5.5 Controlar o escopo - O processo de monitoramento do progresso do escopo do projeto e escopo do produto e gerenciamento das mudanças feitas na linha de base do escopo.”

5.1 - Coletar requisitos;

5.2 - Definir o escopo;

5.3 - Criar EAP;

5.4 - Verificar o escopo;

5.5 - Controlar o escopo.

Dos três primeiros processos acima listados obtém-se a definição do Escopo do

objeto a ser entregue pelo projeto, em especial, a Declaração do Escopo e a

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representação gráfica desta – EAP do Projeto, principais documento diretivos do

projeto. Os dois últimos processos acima listados são parte integrante da Gestão de

Escopo, processos estes que fazem parte do Grupo de Monitoramento e Controle e

que ocorrem concomitantemente com o Grupo de Execução.

O contido no item 1.4.2 Gerenciamento de programas do PMBOK, 4ª Edição (2009)

é um alerta importante para as questões de Gerenciamento de Escopo em função

da gestão de mudanças, devendo ser observado que: (PMBOK, 2009, p. 10)

O gerenciamento de programas se concentra nas interdependências do projeto e ajuda a determinar a melhor abordagem para gerenciá-los. As ações relacionadas a essas interdependências podem incluir: Solução de restrições e/ou conflitos de recursos que possam afetar múltiplos projetos no sistema; Alinhamento da orientação estratégica/organizacional que afeta as metas e objetivos do projeto e do programa e; Solução de problemas e gerenciamento de mudanças em uma estrutura de governança compartilhada (PMBOK, 2009, p. 10, grifo nosso).

Daso item 2.1.1 cCaracterísticas do ciclo de vida do projeto do PMBOK, 4ª edição

(2009), verifica-se que a estrutura genérica do ciclo de vida geralmente apresenta as

seguintes características:

Os níveis de custo e de pessoal são baixos no início, atingem um valor máximo enquanto o projeto é executado e caem rapidamente conforme o projeto é finalizado. A linha pontilhada na Figura 2-1 2-13 ilustra este padrão típico; .

A influência das partes interessadas, os riscos e as incertezas (conforme ilustrado na Figura 2-2)42-2) são maiores durante o início do projeto. Estes fatores caem ao longo da vida do mesmo.

A capacidade de influenciar as características finais do produto do projeto, sem impacto significativo sobre os custos, é mais alta no início e torna-se cada vez menor conforme o projeto progride para o seu término. A Figura 2-24 2-2 ilustra a ideia de que os custos das mudanças e correções de erros geralmente aumentam significativamente conforme o projeto se aproxima do término.. (PMBOK, 2009, p. 17). (PMBOK, 2009, p. 16 e 17)

Os níveis de custo e de pessoal são baixos no início, atingem um valor máximo enquanto o projeto é executado e caem rapidamente conforme o projeto é finalizado.

A linha pontilhada na Figura 2-1 ilustra este padrão típico.

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Figura 5 - Nível de custos e pessoal ao longo do ciclo de vidaFonte: PMBOK, 2009, p. 16

Os níveis de custo e de pessoal são baixos no início, atingem um valor máximo enquanto o projeto é executado e caem rapidamente conforme o projeto é finalizado.A linha pontilhada na Figura 2-1 ilustra este padrão típico.A influência das partes interessadas, os riscos e as incertezas (conforme ilustrado na Figura 2-2) são maiores durante o início do projeto. Estes fatores caem ao longo da vida do mesmo.A capacidade de influenciar as características finais do produto do projeto, sem impacto significativo sobre os custos, é mais alta no início e torna-se cada vez menor conforme o projeto progride para o seu término. A Figura 2-2 ilustra a ideia de que os custos das mudanças e correções de erros geralmente aumentam significativamente conforme o projeto se aproxima do término. (PMBOK 2009, p. 17)

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Figura 6 - Impacto da variável com base no tempo decorrido de projetoFonte: PMBOK, 2009, p. 17

A capacidade de influenciar as características finais do produto do projeto, sem impacto significativo sobre os custos, é mais alta no início e torna-se cada vez menor conforme o projeto progride para o seu término. A Figura 2-2 ilustra a ideia de que os custos das mudanças e correções de erros geralmente aumentam significativamente conforme o projeto se aproxima do término. (PMBOK 2009, p. 17)

NDo PMBOK (2009), estudando o item 2.1.2 Relações entre o ciclo de vida do

projeto e do produto, é identificado o texto a seguir que representa o conceito de

múltiplos projetos que, uma vez gerenciados de forma integrada e por um mesmo

GMP pode traduzir efetivos ganhos para a organização, assim tem-se:

Como um produto pode ter muitos projetos associados a ele, é possível obter ganhos de eficiência adicionais gerenciando-se todos os projetos relacionados em conjunto. Por exemplo, uma série de projetos distintos pode ser relacionada ao desenvolvimento de um novo automóvel. Cada

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projeto pode ser distinto, mas ainda assim contribuir com uma entrega-chave necessária para levar o automóvel ao mercado. A supervisão de todos os projetos por uma autoridade superior pode aumentar significativamente a probabilidade de sucesso. (PMBOK 2009, pág. 18)

Figura 7 - Fluxo de Atividades (relacionamentos) - PMIFonte: http://blog.mundopm.com.br/wp-content/uploads/2012/03/figura-4.jpg

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[2.1] DECLARAÇÃO DE ESCOPODeclaração do Escopo

Conforme citado por Vasconcelos et al (2012), para se gerenciar projetos, é

recomendado ao gestor desenvolver alguns processos que o ajudem a ter um

escopo bem definido e que possa ser gerenciado de maneira eficiente.

Do PMBOK (2009) na FIG. 3, extrai-se que “Ddefinir o escopo é o processo de

desenvolvimento de uma descrição detalhada do projeto e do produto.” (PMBOK,

2009, p. 49). O sucesso do projeto é altamente dependente da declaração do

escopo, devendo esta ser detalhada e fundamentada nas principais entregas,

premissas e restrições, documentadas na iniciação do projeto. O escopo é definido e

descrito com maior qualidade de detalhes, na etapa de planejamento, quando as

informações sobre o projeto vão sendo conhecidas.

As entradas para o processo de definição do escopo segundo o PMBOK (2009) são:

Project Charter ou Termo de abertura do projeto (tradução oficial do PMBOK);

Documentação dos requisitos e Ativos de processos organizacionais. As

ferramentas técnicas definidas pelo PMBOK (2009) são: Opinião especializada;

Análise do produto; Identificação de alternativas e Oficinas. Sendo a Atualização dos

documentos do projeto e a Declaração do Escopo as saídas do processo. Na FIG.

36 tem-se o resumo do fluxo básico de influência mútua dentro do procedimento.

(PMBOK, 2009).

A preparação detalhada da declaração do escopo é crítica para o

sucesso e baseia-se nas entregas principais, premissas e restrições

que são documentadas durante a iniciação do projeto. Durante o

planejamento o escopo é definido e descrito com maior especificidade

conforme as informações a respeito do projeto são conhecidas.

(PMBOK, 2009, p.112).

Conforme citado por MICHALICK et al no livro Gestão de Projetos Brasil - Conceitos

e Técnica, IETEC, 2012, para se gerenciar projetos, é recomendado ao gestor

desenvolver alguns processos que o ajudem a ter um escopo bem definido e que

possa ser gerenciado de maneira eficiente.

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Do capítulo 5 - Gerenciamento do Escopo, item 5.2 - Definir o escopo (PMBOK,

2009) figura 3, extrai-se que definir o escopo é o processo de desenvolvimento de

uma descrição detalhada do projeto e do produto. “A preparação detalhada da

declaração do escopo é crítica para o sucesso e baseia-se nas entregas principais,

premissas e restrições que são documentadas durante a iniciação do projeto.

Durante o planejamento o escopo é definido e descrito com maior especificidade

conforme as informações a respeito do projeto são conhecidas. (PMBOK, 2009,

p.112).

Figura 8 -Figura 9 -– Diagrama de fluxo de dados do processo - Definir o escopo

Fonte: PMBOK (2009)

As entradas para o processo de definição do escopo de acordo com o PMBOK

(2009) são: Termo de abertura do projeto; Documentação dos requisitos e Ativos de

processos organizacionais. As ferramentas técnicas definidas pelo PMBOK (2009)

são: Opinião especializada; Análise do produto; Identificação de alternativas e

Oficinas.

O termo de abertura do projeto ou Project Charter, segundo o PMBOK (2009), tem a

função de documentar:

As necessidades do negócio, o entendimento das necessidades do cliente, e o novo produto, serviço ou resultado que pretende satisfazer, tais como: Propósito ou justificativa do projeto; Objetivos mensuráveis do projeto e

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critérios de sucesso relacionados; Requisitos de alto nível; Descrição do projeto em alto nível; Riscos de alto nível; Resumo do cronograma de marcos; Resumo do orçamento” (PMBOK, 2009, p. 77).

O Gguia PMBOK (2009) define no item 4.1 - Desenvolver o termo de abertura do

projeto que o Termo de Abertura do Projeto é o documento que formalmente

autoriza um projeto ou uma fase e a documentação dos requisitos iniciais que

satisfaçam as necessidades e expectativas dos Stakeholders. Para o

desenvolvimento do termo de abertura, o PMBOK (2009) determina como entradas

do processo, a Declaração do trabalho do projeto; Business case; Contrato; Fatores

ambientais da empresa e Ativos de processos organizacionais. Como ferramentas

técnicas tem-se a opinião especializada e como saída o Termo de abertura do

projeto. Abaixo a FIG. 47, demonsmostra o diagrama de fluxo de dados. (PMBOK

2009).

As entradas para o processo de definição do escopo (PMBOK, 2009) são: Termo de

abertura do projeto; Documentação dos requisitos e Ativos de processos

organizacionais. As ferramentas técnicas definidas pelo (PMBOK, 2009) são:

Opinião especializada; Análise do produto; Identificação de alternativas e Oficinas.

A definição do termo de abertura do projeto, segundo o (PMBOK, 2009), é

documentar “as necessidades do negócio, o entendimento das necessidades do

cliente, e o novo produto, serviço ou resultado que pretende satisfazer, tais como:

Propósito ou justificativa do projeto; Objetivos mensuráveis do projeto e critérios de

sucesso relacionados; Requisitos de alto nível; Descrição do projeto em alto nível;

Riscos de alto nível; Resumo do cronograma de marcos; Resumo do orçamento”

(PMBOK, 2009, p. 77).

O guia PMBOK (2009) define no item 4.1 - Desenvolver o termo de abertura do

projeto que o Termo de Abertura do Projeto é o documento que formalmente

autoriza um projeto ou uma fase e a documentação dos requisitos iniciais que

satisfaçam as necessidades e expectativas dos Stakeholders. Para o

desenvolvimento do termo de abertura, o PMBOK determina como entradas, a

Declaração do trabalho do projeto; Business case; Contrato; Fatores ambientais da

empresa e Ativos de processos organizacionais. Como ferramentas técnicas tem-se

a opinião especializada e como saída o Termo de abertura do projeto. Abaixo a

figura 4, mostra o diagrama de fluxo de dados.

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Figura 10 -

Figura 11 - Diagrama de fluxo de dados do processo - desenvolver TAPFonte: (PMBOK (- 2009)

“A declaração do trabalho (DT) segundo o PMBOK (2009) é uma descrição narrativa

dos produtos e serviços a serem fornecidos pelo projeto.” (PMBOK, 2009, p. 75).

Sendo que para projetos internos, a declaração do trabalho é desenvolvida baseada

nos requisitos das necessidades dos negócios, produtos ou serviços e para os

externos, ela será recebida do cliente como parte de um documento de licitação ou

como parte de um contrato. A DT informa:

A declaração do trabalho (DT) segundo o PMBOK (2009) é uma descrição

narrativa dos produtos e serviços a serem fornecidos pelo projeto. Sendo que para

projetos internos, a declaração do trabalho é desenvolvida baseada nos requisitos

das necessidades dos negócios, produtos ou serviços e para os externos, ela será

recebida do cliente como parte de um documento de licitação ou como parte de um

contrato. A DT informa:

Necessidades de negócios - baseada numa demanda de mercado, avanço

tecnológico, requisito legal ou regulamentação de governo;

Descrição do escopo do produto - documenta as características do

produto a ser criado pelo projeto, bem como a relação entre os produtos e

serviços e necessidade de negócios vinculados ao projeto;

Plano estratégico - documenta os objetivos estratégicos da organização, ao

qual o projeto deverá estar alinhado. (PMBOK 2009).

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“O Business Case, ou documento semelhante, fornece informações necessárias do

ponto de vista de um negócio, para determinar se o projeto justifica ou não o

investimento.” (PMBOK, 2009, p. 75) (PMBOK, 2009, p.75).. Este é criado em

função de diversos fatores:

Demanda de mercado;

Necessidade organizacional;

Solicitação do cliente;

Avanço tecnológico;

Um resíduo legal;

Impactos ecológicos;

Necessidade social (PMBOK, 2009, p. 75 e- 76).

“O contrato é uma entrada se o projeto estiver sendo realizado por um cliente

externo.”. (PMBOK, 2009, p. 76).

Entre os fatores ambientais que podem afetar o desenvolvimento do Termo de

Abertura do Projeto, o PMBOK (2009) menciona os Padrões governamentais ou

industriais, Infraestrutura organizacional e Condições do mercado, ressaltando que

podem ocorrer outros não citados.

Segundo o PMBOK (2009), os seguintes ativos de processos organizacionais:

Processos organizacionais padronizados, políticas e definições padronizadas de

processos para uso da organização; Modelos (por exemplo, modelo do termo de

abertura do projeto) e Informações históricas e base de conhecimento de lições

aprendidas, podem influenciar o processo de desenvolvimento do Termo de

Abertura do Projeto, contudo não se restringem exclusivamente a estes.

De acordo com o (PMBOK (, 2009) a ferramenta e técnica para apoio na avaliação

das entradas para elaborar o termo de abertura do projeto é a opinião especializada

usada frequentemente para analisar as informações necessárias para desenvolvê-lo,

sendo estas aplicadas a todos os detalhes técnicos.

A documentação dos requisitos é definida no PMBOK como:

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A documentação descreve como os requisitos individuais atendem às necessidades do negócio para o projeto. Esses podem começar em um alto nível e progressivamente se tornar mais detalhados conforme mais detalhes são conhecidos. Antes das linhas de base serem estabelecidas, os requisitos devem ser não ambíguos (mensuráveis e passiveis de testes), investigáveis, completos, consistentes e aceitáveis para as principais partes interessadas. (PMBOK, 2009, p. 109).

“Essa documentação deve retratar o objetivo do projeto, por meio da descrição dos

produtos, serviços e resultados, devendo esses serem completos, mensuráveis e

testáveis e consequentemente documentáveis.”. (XAVIER, 20098, p. 78)

XAVIER (2008) disse “Você pode congelar o escopo de um projeto, mas não as

expectativas do cliente.”. (XAVIER, 20098, p. 87)

Em relação aos ativos de processo organizacionais pelo PMBOK (2009), tem-se:

Os ativos de processos organizacionais incluem qualquer um ou todos os ativos relacionados a processos, de quaisquer ou todas as organizações envolvidas no projeto que podem ser usados para influenciar o sucesso do projeto. Esses ativos de processos incluem planos formais e informais, políticas, procedimentos e diretrizes. Os ativos de processos organizacionais também incluem as bases de conhecimento das organizações, como lições aprendidas e informações históricas. Eles podem incluir cronogramas terminados, dados sobre riscos e dados de valor agregado. Normalmente, a responsabilidade por atualizar e adicionar aos ativos de processos organizacionais conforme necessário no transcorrer do projeto cabe aos membros da equipe de projeto. Os ativos de processos organizacionais podem ser agrupados em duas categorias: Processos e procedimentos e Base de conhecimento corporativa. (PMBOK, 2009, p. 32).

O Gguia PMBOK (2009), define que declaração do escopo é uma das saídas do

processo para definição do escopo e uma das entradas dos processos para criar a

EAP e Análise Qualitativa de Riscos. A Declaração do Escopo detalha as entregas

do projeto e o trabalho necessário para se criar estas entregas. Alguns pontos

constantes da declaração do escopo do projeto são fundamentais para o

planejamento e monitoramento do projeto, facilitando a elaboração de um

planejamento mais detalhado, direciona o trabalho da equipe durante a execução,

fornece a linha de base referência para o planejamento e monitoramento do projeto,

possibilitando avaliar se as solicitações de mudança ou trabalho adicional fazem

parte do escopo do projeto (PMBOK, 2009).

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O nível de eficiência para controlar o escopo pela equipe de projeto poderá ser

avaliado em função do grau e nível de detalhes em que a declaração do escopo

define o trabalho. Deve fornecer a base para um entendimento comum do escopo do

projeto entre os Stakeholders, podendo conter exclusões explícitas do escopo

auxiliando no gerenciamento das expectativas dos mesmos.

A declaração detalhada inclui, seja diretamente ou por referência a outros documentos, o seguinte: (PMBOK, 2009, p. 115-116).

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Declaração do escopo do produto. Elabora progressivamente as características do produto, serviço ou nos resultados descritos no termo de abertura do projeto e na documentação dos requisitos.

Critérios de aceitação do produto. Define o processo e critérios de aceitação de produtos, serviços ou resultados concluídos. Entregas do projeto. As entregas incluem tanto as saídas que compõem o produto ou serviço do projeto, como os resultados auxiliares, tais como relatórios e documentação de gerenciamento do projeto. As entregas podem ser descritas em nível conciso ou em grande detalhe. Exclusões do projeto. Identifica de modo geral o que é excluído do projeto. Declarar explicitamente o que está fora do escopo do projeto ajuda no gerenciamento das expectativas das partes interessadas. Restrições do projeto. Lista e descreve as restrições específicas associadas com o escopo que limitam as opções da equipe, por exemplo, um orçamento pré-definido ou quaisquer datas impostas ou marcos do cronograma comunicados pelo cliente ou organização executora. Quando um projeto é feito sob contrato, as cláusulas contratuais geralmente serão restrições. Informações sobre as restrições podem ser listadas na declaração do escopo do projeto ou em um registro separado.

Premissas do projeto. Lista e descreve as premissas do projeto associadas com o escopo e o impacto potencial dessas premissas se forem provadas falsas. As equipes de projetos frequentemente identificam, documentam e validam as premissas como parte do seu processo de planejamento. Informações sobre as premissas podem ser listadas na declaração do escopo do projeto ou em um registro separado. (PMBOK, 2009, p. 115-116).

Ricardo Vargas (2007) define que Declaração do escopo preliminar do projeto ou

Preliminary Project Scope Statement, é a primeira versão da declaração de escopo

do projeto, sendo esta revisada e aperfeiçoada durante os processos de

gerenciamento do escopo do projeto, salientando a existência de apenas uma

declaração de escopo em um projeto. Afirma que entre as declarações preliminar e

final o diferencial está apenas no detalhamento mais apurado na declaração final

que será utilizada para fins de controle e planejamento.

Normalmente a Declaração de Escopo Preliminar do Projeto contém: Título do

Projeto; Nome da pessoa que elaborou o documento; Nome do patrocinador; Nome

do gerente do projeto e suas responsabilidades e autoridades; Organograma

preliminar; Nome dos integrantes do time de projeto; Descrição do projeto; Objetivo

do projeto; Justificativa do projeto; Produto do projeto; Expectativa do

cliente/patrocinador; Fatores de sucesso do projeto; Restrições; Premissas; Limites

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do projeto e exclusões específicas (tudo o que não será adotado pelo projeto);

Estrutura analítica do projeto (preliminar); Principais atividades e estratégias do

projeto; Principais entregas do projeto; Orçamento básico do projeto; Principais

entregas do projeto; Orçamento básico do projeto; Plano de entregas e marcos do

projeto; Riscos iniciais do projeto; Requisitos de gerenciamento de configuração e

mudanças do projeto; Registro de alterações no documento; Aprovações. (VARGAS,

p. 59).

O resultado, ou saída, primário do processo definir o escopo é a declaração do

escopo do projeto. Esse documento na verdade diz "Eis o que faremos neste

projeto" ou "Eis os escopos do projeto e do produto aprovados para este projeto”. O

desenvolvimento da declaração do escopo do projeto pode demorar muito e

envolver a opinião especializada de muitas partes interessadas e até mesmo de

especialistas de fora da organização. Ao definir os requisitos e o escopo, deve-se

identificar as áreas em que as pessoas solicitaram um escopo que não foi aprovado

para entrar no projeto. Também deve ser esclarecida as áreas em que o escopo

poderia facilmente ser incompreendido. É perda de tempo e dinheiro do projeto criar

um escopo que não seja necessário ou aprovado. Ainda assim, isso é fácil de

acontecer. Um truque para evitar esse problema é identificar na declaração do

escopo do projeto o que não está no projeto para deixar claro que tais adições não

são permitidas (MULCAHY, p. 154).

A declaração do escopo do projeto, juntamente com a EAP e o dicionário da EAP,

compõe a linha de base do escopo, que faz parte do plano de gerenciamento do

projeto. A declaração do escopo do projeto pode incluir: Escopo do produto; Escopo

do projeto; Entregas; Critérios de aceitação do produto; O que não faz parte do

projeto; Restrições e premissas (MULCAHY, 2011, p. 155).

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POSSI et al. (2006), definem para a elaboração do cronograma:

Da declaração do escopo podem-se destacar como informações relevantes as datas compromissadas com terceiros ou com as metas estratégicas da empresa. As restrições mais comuns quando o projeto envolve a contradição de terceiros são: Deve terminar até a data..... Deve iniciar na data.... Não deve começar antes da data....

As restrições mais comuns quando o projeto é parte de um contrato são: Deve terminar na data.... Deve iniciar na data....

As restrições mais comuns quando o projeto é interno e representa o atingimento de um programa são: Deve terminar até a data.... Deve iniciar a partir da data....

Essas ilustrações mostram que na montagem do cronograma do projeto essas informações devem ser levadas em conta, e muitas vezes “amarram” a flexibilidade do planejamento obrigando a equipe a usar de todos os recursos e técnicas disponíveis para atender a essas restrições.

Por diversas vezes elementos de controle do projeto são apontados na declaração de escopo obrigando a equipe de projetos a promover a inclusão de marcos refletindo esses elementos. Marcos que não fazem parte integrante do planejamento interno, mas passam a ser necessários para acompanhamento de requisitos dos Stakeholders. (Marcus POSSI et al, 2006, p. 107)..

Xavier (2009) define a Declaração do escopo como um anteprojeto do escopo de um

projeto. Diz que essa deve fornecer a documentação referencial para a tomada de

decisões e para a confirmação ou desenvolvimento de um entendimento de

consenso do escopo entre as partes envolvidas (Stakeholders). Afirma ainda que

com o progresso do projeto, a declaração do escopo pode necessitar de revisão

para regularizar as mudanças aprovadas devendo conter, os seguintes itens:

Escopo do Cliente (Requisitos); Principais Entregas do Projeto; Limites do Projeto

(Escopo não incluído); Critério de Aceite do Projeto; Principais Estratégias para

Condução do Projeto; Restrições e Premissas (Hipóteses) (XAVIER, 2008, p.93-94).

A declaração do Escopo deve ser assinada pelo gerente do projeto e pelas principais partes interessadas (Stakeholders), considerados, dessa forma, aqueles com envolvimento direto na alocação de recursos (patrocinador e gerentes funcionais) e no recebimento das principais entregas (cliente) (XAVIER, 2008, p.95).Necessidades de negócios - baseada numa demanda de mercado, avanço tecnológico, requisito legal ou regulamentação de governo; Descrição do escopo do produto - documenta as características do produto a ser criado pelo projeto, bem como a relação entre os produtos e serviços e necessidade de negócios vinculados ao projeto;

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Plano estratégico - documenta os objetivos estratégicos da organização, ao qual o projeto deverá estar alinhado.“O Business Case, ou documento semelhante, fornece informações necessárias do ponto de vista de um negócio, para determinar se o projeto justifica ou não o investimento” (PMBOK, 2009, p.75). Este é criado em função de diversos fatores: Demanda de mercado; Necessidade organizacional; Solicitação do cliente; Avanço tecnológico; Um resíduo legal; Impactos ecológicos; Necessidade social (PMBOK, 2009, p. 75 e 76).O contrato é uma entrada se o projeto estiver sendo realizado por um cliente externo (PMBOK, 2009, p. 76).Os fatores ambientais da empresa que podem influenciar o processo de desenvolvimento do termo de abertura do projeto incluem, mas não estão limitados, a: Padrões governamentais ou industriais; Infraestrutura organizacional e Condições do mercado (PMBOK, 2009, p. 76).Os ativos de processos organizacionais que podem influenciar o processo de desenvolvimento do termo de abertura do projeto incluem, mas não estão limitados a: Processos organizacionais padronizados, políticas e definições padronizadas de processos para uso da organização; Modelos (por exemplo, modelo do termo de abertura do projeto) e Informações históricas e base de conhecimento de lições aprendidas (PMBOK, 2009, p. 76).De acordo com o (PMBOK, 2009) a ferramenta e técnica para apoio na avaliação das entradas para elaborar o termo de abertura do projeto é a opinião especializada usada frequentemente para analisar as informações necessárias para desenvolver o termo de abertura do projeto. Tal opinião e especialidade são aplicadas a qualquer detalhe técnico.

Documentação dos requisitos, item 5.1.3 (PMBOK, 2009), “descreve como os requisitos individuais atendem às necessidades do negócio para o projeto. Esses podem começar em um alto nível e progressivamente se tornar mais detalhados conforme mais detalhes são conhecidos. Antes das linhas de base serem estabelecidas, os requisitos devem ser não ambíguos (mensuráveis e passiveis de testes), investigáveis, completos, consistentes e aceitáveis para as principais partes interessadas.” (PMBOK, 2009, p. 76).

Os ativos de processos organizacionais incluem qualquer um ou todos os ativos relacionados a processos, de quaisquer ou todas as organizações envolvidas no projeto que podem ser usados para influenciar o sucesso do projeto. Esses ativos de processos incluem planos formais e informais, políticas, procedimentos e diretrizes. Os ativos de processos organizacionais também incluem as bases de conhecimento das organizações, como lições aprendidas e informações históricas. Eles podem incluir cronogramas terminados, dados sobre riscos e dados de valor agregado. Normalmente, a responsabilidade por atualizar e adicionar aos ativos de processos organizacionais conforme necessário no transcorrer do projeto cabe aos membros da equipe de projeto. Os ativos de processos organizacionais podem ser agrupados em duas categorias: Processos e procedimentos e Base de conhecimento corporativa (PMBOK, 2009, p. 76).

O guia PMBOK (2009), define que declaração do escopo é uma das saídas do item 5.2 - Definição do escopo e uma das entradas do item 5.3 - Criar a EAP e do item Análise Qualitativa de Riscos. A Declaração do Escopo detalha as entregas do projeto e o trabalho necessário para se criar estas entregas. Alguns pontos constantes da declaração do escopo do projeto são fundamentais para o planejamento e monitoramento do projeto, facilitando a elaboração de um planejamento mais detalhado, direciona o trabalho da equipe durante a execução, fornece a linha de base, possibilitando avaliar se as solicitações de mudança ou trabalho adicional fazem parte do escopo do projeto (PMBOK, 2009).

O nível de eficiência para controlar o escopo pela equipe de projeto poderá ser avaliado em função do grau e nível de detalhes em que a declaração do escopo define o trabalho. Deve fornecer um entendimento comum do escopo do projeto entre os Stakeholders, podendo conter exclusões explícitas do escopo que podem auxiliar no gerenciamento das expectativas dos Stakeholders. A declaração detalhada inclui, seja diretamente ou por referência a outros documentos, o seguinte: Declaração do escopo do produto. Elabora progressivamente as características do produto, serviço ou nos resultados descritos no termo de abertura do projeto e na documentação dos requisitos. Critérios de aceitação do produto. Define o processo e critérios de aceitação de produtos, serviços ou

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resultados concluídos. Entregas do projeto. As entregas incluem tanto as saídas que compõem o produto ou serviço do projeto, como os resultados auxiliares, tais como relatórios e documentação de gerenciamento do projeto. As entregas podem ser descritas em nível conciso ou em grande detalhe. Exclusões do projeto. Identifica de modo geral o que é excluído do projeto. Declarar explicitamente o que está fora do escopo do projeto ajuda no gerenciamento das expectativas das partes interessadas. Restrições do projeto. Lista e descreve as restrições específicas associadas com o escopo que limitam as opções da equipe, por exemplo, um orçamento pré-definido ou quaisquer datas impostas ou marcos do cronograma comunicados pelo cliente ou organização executora. Quando um projeto é feito sob contrato, as cláusulas contratuais geralmente serão restrições. Informações sobre as restrições podem ser listadas na declaração do escopo do projeto ou em um registro separado. (PMBOK, p. 115). Premissas do projeto. Lista e descreve as premissas do projeto associadas com o escopo e o impacto potencial dessas premissas se forem provadas falsas. As equipes de projetos frequentemente identificam, documentam e validam as premissas como parte do seu processo de planejamento. Informações sobre as premissas podem ser listadas na declaração do escopo do projeto ou em um registro separado. (PMBOK, p. 116).

Ricardo Vargas define que Declaração do escopo preliminar do projeto ou Preliminary Project Scope Statement, é a primeira versão da declaração de escopo do projeto, sendo esta revisada e aperfeiçoada durante os processos de gerenciamento do escopo do projeto, salientando a existência de apenas uma declaração de escopo em um projeto. Afirma que entre as declarações preliminar e final o diferencial está apenas no detalhamento mais apurado na declaração final que será utilizada para fins de controle e planejamento.

Normalmente a Declaração de Escopo Preliminar do Projeto contém: Título do Projeto; Nome da pessoa que elaborou o documento; Nome do patrocinador; Nome do gerente do projeto e suas responsabilidades e autoridades; Organograma preliminar; Nome dos integrantes do time de projeto; Descrição do projeto; Objetivo do projeto; Justificativa do projeto; Produto do projeto; Expectativa do cliente/patrocinador; Fatores de sucesso do projeto; Restrições; Premissas; Limites do projeto e exclusões específicas (tudo o que não será adotado pelo projeto); Estrutura analítica do projeto (preliminar); Principais atividades e estratégias do projeto; Principais entregas do projeto; Orçamento básico do projeto; Principais entregas do projeto; Orçamento básico do projeto; Plano de entregas e marcos do projeto; Riscos iniciais do projeto; Requisitos de gerenciamento de configuração e mudanças do projeto; Registro de alterações no documento; Aprovações. (VARGAS, p. 59).

O resultado, ou saída, primário do processo definir o escopo é a declaração do escopo do projeto. Esse documento na verdade diz "Eis o que faremos neste projeto" ou "Eis os escopos do projeto e do produto aprovados para este projeto”. O desenvolvimento da declaração do escopo do projeto pode demorar muito e envolver a opinião especializada de muitas partes interessadas e até mesmo de especialistas de fora da organização. Ao definir os requisitos e o escopo, deve-se identificar as áreas em que as pessoas solicitaram um escopo que não foi aprovado para entrar no projeto. Também deve ser esclarecida as áreas em que o escopo poderia facilmente ser incompreendido. É perda de tempo e dinheiro do projeto criar um escopo que não seja necessário ou aprovado. Ainda assim, isso é fácil de acontecer. Um truque para evitar esse problema é identificar na declaração do escopo do projeto o que não está no projeto para deixar claro que tais adições não são permitidas (MULCAHY, p. 154).

A declaração do escopo do projeto, juntamente com a EAP e o dicionário da EAP, compõe a linha de base do escopo, que faz parte do plano de gerenciamento do projeto. A declaração do escopo do projeto pode incluir: Escopo do produto; Escopo do projeto; Entregas; Critérios de aceitação do produto; O que não faz parte do projeto; Restrições e premissas (MULCAHY, p. 155).

POSSI et al, no livro Gerenciamento de Projetos - Guia do Profissional - Fundamentos Técnicos, Vol..3, define para a elaboração do cronograma:

Da declaração do escopo podem-se destacar como informações relevantes as datas compromissadas com terceiros ou com as metas estratégicas da empresa. As restrições mais comuns quando o projeto envolve a contradição de terceiros são: Deve terminar até a data..... Deve iniciar na data.... Não deve começar antes da data....As restrições mais comuns quando o projeto é parte de um contrato são: Deve terminar na data....

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Deve iniciar na data....As restrições mais comuns quando o projeto é interno e representa o atingimento de um programa são: Deve terminar até a data.... Deve iniciar a partir da data....Essas ilustrações mostram que na montagem do cronograma do projeto essas informações devem ser levadas em conta, e muitas vezes “amarram” a flexibilidade do planejamento obrigando a equipe a usar de todos os recursos e técnicas disponíveis para atender a essas restrições.Por diversas vezes elementos de controle do projeto são apontados na declaração de escopo obrigando a equipe de projetos a promover a inclusão de marcos refletindo esses elementos. Marcos que não fazem parte integrante do planejamento interno, mas passam a ser necessários para acompanhamento de requisitos dos Stakeholders (Marcus Possi et al, p.107).

XAVIER, no livro Gerenciamento de Projetos - Como definir e controlar o escopo do projeto define a Declaração do escopo como o anteprojeto do escopo de um projeto. Ela fornece a documentação que servirá de base para a tomada de decisões e para a confirmação ou desenvolvimento de um entendimento comum do escopo entre as partes envolvidas (Stakeholders). Diz ainda que com o progresso do projeto, a declaração do escopo pode necessitar de revisão para acomodar as mudanças aprovadas e deve conter, tanto diretamente como por meio de referência a outros documentos, os seguintes itens: Escopo do Cliente (Requisitos); Principais Entregas do Projeto; Limites do Projeto (Escopo não incluído); Critério de Aceite do Projeto; Principais Estratégias para Condução do Projeto; Restrições e Premissas (Hipóteses) (Carlos Magno S. Xavier, p.93 e 94).

A declaração do Escopo deve ser assinada pelo gerente do projeto e pelas principais partes interessadas (Stakeholders), considerados, dessa forma, aqueles com envolvimento direto na alocação de recursos (patrocinador e gerentes funcionais) e no recebimento das principais entregas (cliente) (Carlos Magno S. Xavier, p.95).

Segundo XAVIER (2008), a imposição de limite é muito importante, listando as

exclusões do escopo.

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[2.2] MONITORAMENTO Monitoramento e Controle deo EscopoE CONTROLE

DE ESCOPO

Segundo Ivo Michalick Vasconcelos et al, no livro Gestão de Projetos Brasil-

Conceitos e Técnica, IETEC (2012), com relação ao Monitoramento e controle do

escopo, um ponto importante é definir e utilizar um processo de acompanhamento

da geração do escopo, capturado na forma de suas entregas. Uma técnica

amplamente utilizada é a do acompanhamento do avanço físico (no sentido da

geração das entregas) do projeto ao longo do tempo.

O PMBOK, 4ª Edição (2009) define no item 3.6 - Grupo de Processos de

Monitoramento e Controle os seguintes processos (FIG. 8), dos quais dois são

diretamente vinculados às garantias de escopo:

4.4 - Monitorar e controlar o trabalho do projeto

4.5 - Realizar o controle integrado de mudanças

5.5 4 - Verificar o escopo

5.5 - Controlar o Escopo;

6.6 - Controlar o cronograma

7.3 - Controlar os custos

8.3 - Realizar o controle da qualidade

10.5 - Reportar o desempenho

11.6 - Monitorar e controlar os riscos

12.3 - Administrar as aquisições

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Figura 12

Figura 13 -– - Grupo de processos de mMonitoramento e CcontroleFonte: PMBOK 2009

Monitorar e controlar o trabalho no projeto é o processo de acompanhamento, avaliação e regulação do progresso para atender aos objetivos de desempenho definidos no plano de gerenciamento do projeto. O monitoramento inclui relatórios de status, medições do progresso e previsões. Os relatórios de desempenho fornecem informações sobre o desempenho do projeto com relação a escopo, cronograma, custo, recursos, qualidade e risco, que podem ser usadas como entradas para outros processos. (PMBOK, 20094ª Edição, p. 61)

Segundo PMBOK (2009) a verificação do Verificar o eescopo é oé o processo de

formalização da aceitação das entregas concluídas do projeto, in. Incluindo a revisão

das entregas mesmas com o cliente ou patrocinador para assegurar que foram

concluídas satisfatoriamente e obter deles a aceitação formal das mesmasentregas.

A verificação do escopo difere do controle de qualidade, pois está interessada

principalmente na aceitação das entregas, enquanto que o controle de qualidade o

segundo se interessa com a precisão das mesmas e o alcance dos requisitos de

qualidade especificados para elas. O controle de qualidade é normalmente feito

antes da verificação do escopo, mas os dois processos podem ser executados

paralelamente.

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(PMBOK, 2009, p. 123).

Enquanto o processo de “Controle de Qualidade” (um dos processos de

Gerenciamento da Qualidade do Projeto) está preocupado com a “exatidão do

resultado do trabalho", a “Verificação do Escopo” está querendo a “aceitação do

mesmo”. (XAVIER, 2005).

Para controlar o escopo do projeto é preciso 5.4 Verificar o escopo: Verificar o

escopo é o processo de formalização da aceitação das entregas terminadas do

projeto. (PMBOK, 2009, p. 61)

5.5 Controlar o escopo: Controlar o escopo é o processo de

monitoramento do andamento do escopo do projeto e do produto e gerenciamento

das mudanças feitas na linha de base do escopo. (PMBOK, 2009, p. 62)

Controlar o escopo é o processo de monitorar omento do andamento do escopo do

projeto e do produto e o gerenciamento das mudanças feitascometidas na linha de

base do escopo, assegurando . O controle do escopo do projeto assegura qque

todas as mudanças solicitadas e ações corretivas ou preventivas são processadas

através do processo Realizar o controle integrado de mudanças. As mudanças não

controladas são frequentemente chamadas de scope creep. (PMBOK, 2009, p. 93 a

99).

O controle do escopo do projeto é usado também para gerenciar as mudanças reais quando essas

ocorrerem e é integrado aos outros processos de controle. As mudanças não controladas são

frequentemente chamadas de scope creep. A mudança é inevitável, exigindo, portanto, algum tipo de

processo de controle de mudanças. (PMBOK, 2009, p. 125).Segundo Coimbra (2012) o

controle do escopo realizado de maneira inadequada tem enorme impacto sobre os

custos do projeto (FIG. 9) sendo um dos principais fatores que podem gerar atrasos

no projeto e alterações no orçamento. As mudanças de escopo nos últimos estágios

de um projeto pode custar até100 vezes a especificação de requisitos.

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Enquanto o processo de “Controle de Qualidade” (um dos processos de

Gerenciamento da Qualidade do Projeto) está preocupado com a “exatidão do

resultado do trabalho", a “Verificação do Escopo” está querendo a “aceitação do

mesmo”. (XAVIER, 2005).

De acordo com o que se extrai do Guia PMBOK 4ª Edição (2009), para verificação

do escopo, como entrada, toma-se por referência o Plano de gerenciamento de

projeto, Documentação dos requisitos, Matriz de rastreabilidade dos requisitos e

Entregas validadas.

O Plano de gerenciamento do projeto integra e consolida todos os planos de

gerenciamento auxiliares e linhas de base dos processos de planejamento. O

referido plano pode ser conciso ou detalhado podendo ser constituído de um ou

mais planos auxiliares, planos esses detalhados conforme requerido no projeto. Uma

vez estabelecido o plano de gerenciamento do projeto, mudanças só poderão

acontecer, depois de agenciada a solicitação de mudança e a aprovação desta

através do processo Realizar o controle integrado de mudanças. (PMBOK, 2009)

A linha de base do escopo incluicompreende a Declaração do escopo do projeto

que incluicontém a descrição do escopo do produto, as entregas do projeto e a

define definição do critério de aceitação do usuário cliente em relação ao produto;,

EAP que: define cada entregas e a decomposição das entregas mesmas em

pacotes de trabalho e o Dicionário da EAP que apresenta: que possui uma d

descrição detalhada do trabalho e documentação técnica para cada elemento da

EAP. (PMBOK, 2009)

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As linhas de base incluem, mas não está limitada a linha de base do cronograma,

linha de base do desempenho de custos e do escopo. O mesmo acontece com os

planos auxiliares que incluem, mas não estão limitados, ao Plano de Gerenciamento:

do escopo, dos requisitos, do cronograma, dos custos, da qualidade, de melhorias

no processo, de recursos humanos, das comunicações, dos riscos e aquisições.

(PMBOK, 2009)

A Documentação dos requisitos delineia como os requisitos individuais atendem às

necessidades do negócio para o projeto, podendo começar em alto nível e

progressivamente se tornar mais detalhados conforme mais detalhes são

conhecidos no desenvolvimento do projeto. Os requisitos devem ser mensuráveis e

passíveis de testes, investigáveis, completos, consistentes e aceitáveis para as

principais partes interessadas. A documentação de requisitos pode variar de uma

simples lista categorizada por partes interessadas e prioridades a formas mais

elaboradas contendo um resumo executivo, descrições detalhadas dentre outras.

(PMBOK, 2009)

A Matriz de rastreabilidade dos requisitos liga os requisitos às suas origens e os

rastreia durante todo o ciclo de vida do projeto. A utilização de uma matriz de

rastreabilidade ajuda a garantir que cada requisito adiciona valor de negócio através

da sua ligação aos objetivos de negócio e aos objetivos do projeto. Fornece um meio

de rastreamento do início ao fim do ciclo de vida do projeto, ajudando a garantir que

os requisitos aprovados na documentação sejam entregues no final do projeto.

Finalmente, fornece uma estrutura de gerenciamento das mudanças do escopo do

produto. (PMBOK, 2009)

A Matriz de rastreabilidade dos requisitos inclui, mas não está limitado ao

delineamento dos: Requisitos das necessidades do negócio, oportunidades, metas e

objetivos; objetivos do projeto; entregas do escopo/EAP do projeto; design do

produto; desenvolvimento do produto; teste de estratégia e de cenários e requisitos

de alto nível para requisitos mais detalhados. A Matriz de rastreabilidade deve

registrar os atributos associados a cada requisito, pois os mesmos auxiliam na

definição de informações chaves dos respectivos requisitos. (PMBOK, 2009)

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Para a entrada Entregas validadas, o Guia PMBOK – 4ª Edição (2009) informa que

as precisões das referidas entregas foram verificadas e validadas no processo 8.3

Realizar o controle da qualidade. (PMBOK, 2009)

Segundo Carlos Magno Xavier – Gerenciamento de Projetos (20095), a verificação

do escopo é realizada através de inspeções ou auditorias que verificam os

resultados do trabalho e vão assegurar que eles foram completados, realizados

correta e satisfatoriamente e estão conforme os requisitos definidos. Toda a

documentação dos deliverables, como planos, especificações, documentos técnicos

e desenhos, também deve estar completa, para que se possa então, obter a

aceitação formal por parte dos stakeholders.

Na verificação do escopo as saídas associadas são: Entregas aceitas, Solicitações

de mudança e Atualizações dos documentos do projeto. Segundo Carlos Magno

Xavier – Gerenciamento de ProjetosXavier (20059), o que se pretende é obter a

aprovação formal do escopo do projeto por parte de seus interessados. A

formalidade da aceitação tem dois objetivos principais: Cuidado na aceitação

quando da validação dos produtos e serviços que estão sendo entregues pelo

projeto e Documentação para deixar registrado quem aceitou o deliverable

permitindo a continuidade do projeto, principalmente a execução das atividades

dependentes dessa aceitação.

Do Guia PMBOK – 4ª Edição (2009), quanto à verificação do escopo, se extrai:

.1 Entregas aceitas

As entregas que estão de acordo com os critérios de aceitação são formalmente

assinadas e aprovadas pelo cliente ou patrocinador. A documentação formal,

recebida do cliente ou patrocinador confirmando a aceitação formal das entregas do

projeto pelas partes interessadas é encaminhada ao processo Encerrar o projeto ou

fase (4.6).

.2 Solicitações de mudança

As entregas finalizadas que não foram formalmente aceitas são documentadas,

juntamente com as razões para a sua rejeição. Essas podem exigir uma solicitação

de mudança visando o reparo de defeitos. As solicitações são processadas para

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revisão e distribuição no processo Realizar o controle integrado de mudanças (ver

Seção 4.5).

.3 Atualizações dos documentos do projeto

Os documentos que podem ser atualizados como resultado do processo Verificar o escopo incluem

quaisquer documentos que definam o produto ou relatem o progresso da conclusão do produto.

(PMBOK, 2009, p. 125)

Para controlar o escopo, como entrada toma-se por referência o Plano de

Gerenciamento do projeto, Informações sobre o desempenho do trabalho,

Documentação dos requisitos, Matriz de rastreabilidade dos requisitos e Ativos de

processos organizacionais. (PMBOK, 2009)

O Plano de gerenciamento do projeto empregado para controlar o escopo é formado

pela: Linha de base do escopo que deve ser comparada aos resultados reais para

determinar se uma mudança, ação corretiva ou preventiva é necessária;, Plano de

gerenciamento do escopo. com a descrição de como o mesmo como este será

gerenciado e controlado;, Plano de gerenciamento das mudanças com a

definição do processo para gerenciar mudanças no projeto;, Plano de

gerenciamento da configuração com definição dos itens que requerem controle

formal de mudança e o processo para controlar as respectivas mudanças desses

itens e do Plano de gerenciamento dos requisitos que descreve como as

atividades de requisitos serão planejadas, acompanhadas e relatadas e como as

mudanças dos requisitos do produto, serviço ou resultado serão iniciadas e como os

impactos serão analisados e os níveis de autorização necessários para aprovar tais

mudanças. (PMBOK, 2009)

Para a entrada Informações sobre o desempenho do trabalho monitora-se o status

das entregas, informando se iniciadas, o progresso das mesmas e quais foram

concluídas. Para Documentação dos requisitos e Matriz de rastreabilidade dos

requisitos usa-se a mesma metodologia apresentada para Verificação de escopo.

Para ativos de processos organizacionais adota-se os métodos de monitoramento e

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informação utilizados, políticas, procedimentos e diretrizes existentes, formais ou

informais, relacionadas ao controle do escopo. (PMBOK, 2009)

Políticas, procedimentos e diretrizes existentes, formais ou informais, relacionadas

ao controle do escopo e Métodos de monitoramento e informação a serem utilizados

são Ativos de processos organizacionais que podem influenciar no controle do

escopo. (PMBOK, 2009)

Para controlar o escopo a ferramenta recomendada é Análise de variação onde se

avalia a magnitude da variação a partir da linha de base do escopo. Nessa avaliação

deve-se determinar da causa e grau de divergência relativa à linha de base do

escopo e a decisão de se adotar se ações corretivas ou preventivas são

necessárias. (PMBOK, 2009)

As saídas associadas para Controlar o escopo são: Medições de desempenho do

trabalho, Atualizações dos ativos de processos organizacionais, Solicitações de

mudança, Atualizações do plano de gerenciamento do projeto e Atualizações dos

documentos do projeto. (PMBOK, 2009)

As Medições do desempenho do trabalho podem incluir desempenho técnico

planejado versus real ou outras medições de desempenho do escopo, devendo

ser documentada e comunicada às partes interessadas.

As AtualizaçõesOs de ativos de processos organizacionais podem ser

atualizadas considerando as causas das variações, a ação corretiva escolhida

e suas razões e outros tipos de lições aprendidas a partir do controle do

escopo do projeto.

A análise do desempenho do escopo pode resultar numa Solicitação de

mudança da linha de base ou de outros componentes do plano de

gerenciamento do projeto. Solicitações de mudança podem incluir ações

preventivas ou corretivas e reparos de defeitos. (PMBOK, 2009)

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Atualizações do plano de gerenciamento do projeto resultam na atualização da

linha de base do escopo. Se as solicitações de mudança aprovadas afetam o

escopo do projeto, então a declaração deste, a EAP, e o dicionário da EAP, as

linhas de base dos custos e do cronograma são revisados e publicados

novamente para refletir as alterações aprovadas.

Outras atualizações da linha de base. Se as solicitações de mudança aprovadas

afetam o escopo do projeto, então as linhas de base dos custos e do cronograma

correspondentes são revisadas e publicadas novamente para refletir as alterações

aprovadas.Também a

dDocumentação dos requisitos e Matriz matriz de rastreabilidade de requisitos

são Documentos que devem ser atualizados. (PMBOK, 2009, p. 128)

No artigo técnico “A importância da gestão de escopo em projetos” Ilmário Rocha

Brito (2008), afirma que durante a execução de um projeto, é inevitável a ocorrência

da solicitação de mudança de escopo do projeto. Um fator crítico de sucesso do

projeto é o direcionamento a condução ddo processo de mudança de escopo do

projeto. O processo de controle de mudanças no escopo é o processo responsável

por, de forma organizada e controlada, receber a solicitação de mudança, avaliar

seus impactos no projeto, obter sua aprovação a quem de direito e refletir as

mudanças solicitadas e aprovadas na linha de base do projeto.

De acordo com Kerzner & Saladis no livro Gerenciamento de Projetos Orientado por

Valor (2009, p. 60) é reconhecida a necessidade de mudança em face de situações

de percurso que assim o exigem:

S “seguir um plano de projeto até a conclusão nem sempre será garantia de

sucesso, se no decorrer do processo mudanças relacionadas ao negócio

forem necessárias, mas nunca implementadas.” (KERZNER; e SALADIS, 2009,

p. 60)

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[2.3] G estão de Mudanças de Projetos

Pela evolução das incertezas em um projeto, conforme já mostrado na Figura 2-2,

pode ser afirmado que é natural a ocorrência de algumas solicitações de mudanças

ao longo do projeto. Tal afirmativa também pode ser embasada no rito processual

normal de um projeto, pois à medida que se dá o avanço em um determinado

projeto, algumas premissas adotadas podem se mostrar incorretas, ou incompletas,

para se atingir o fim ao qual o projeto se propõe. Da mesma forma, algumas

oportunidades e riscos se apresentam ao longo do período do projeto, tais como:

novas tecnologias, decisões governamentais ou mudanças no cenário econômico.

Todas estas podem forçar o projeto a uma mudança de rumo para que o mesmo se

mantenha viável economicamente.

Naturalmente, mudanças em projetos causam impactos (DUARTE et al, 2009;

VALERIANO, 2002) e estes precisam ser quantificados e estudados de uma forma

global, envolvendo todas as áreas de conhecimento da gestão de projetos para que

estes impactos sejam mensurados e todos os envolvidos tenham a mais rigorosa

condição de avalia-los. É de suma importância que a mensuração dos impactos seja

correta, pois, uma vez decidida a adoção das mudanças e a continuidade do projeto,

tais impactos não venham demonstrar resultados nebulosos e nefastos que levem o

projeto ao fracasso ou que faça com que os desvios de prazo e custo o torne

desinteressante para o stakeholder principal (patrocinador) e/ou para os demais

stakeholders interessados no sucesso do projeto e que tenham poder alto poder de

interferência. Conforme defendido por Barcaui (2012), mudanças somente devem

ser empregadas, seja em projetos ou até mesmo na operação de empreendimentos,

se as mesmas forem positivas, isto é, se contribuírem ao resultado final esperado do

objeto que sofrerá tais modificações.

Coutinho e Garcia (2012) ponderaram que projetos são feitos por pessoas. Isso nos

leva a incluir mais uma análise em situações de grandes mudanças em projetos.

Kerzner (2003) apresenta uma sequência de comportamentos que as pessoas

demonstram frente a situações de mudança. Apesar de seu intuito principal ser

mudanças em ambientes corporativos, mudanças de processos e a mudanças de

estruturas organizacionais, o estudo também pode ser aplicado à realidade de

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projetos. A FIG.igura 108 apresenta uma adaptação do comportamento usual

conforme apontado no trabalho.

Figura 15 - Figura 16 - Resposta humana a situações de mudança

Fonte: Adaptação de Kerzner (2003)

Vários são os motivos apontados para tal comportamento, variando desde

acomodação, passando por medo do novo, medo de não ser capaz de realizar o

trabalho alterado, até o efeito psicológico de se ter todo um esforço abandonado

para realinhar a direção do projeto ou da organização. Em uma corporação,

normalmente há tempo suficiente para que o processo de mudança seja

implementado de forma paulatina a fim de se ter a interação integral à nova

realidade. Porém, devido à natureza temporária de um projeto essa resistência

natural à mudança pode fazer com que o projeto não atinja suas principais metas e,

assim, perca sua razão de ser. Portanto, é imprescindível que toda mudança seja

medida, acompanhada e controlada de forma adequada para que o projeto proceda

às entregas definidas e obtenha o sucesso almejado.

Analisando-se as diferenças entre uma mudança gerenciada e uma mudança não

gerenciada, é evidente que a primeira opção é a mais indicada para se ter um

projeto controlado e para se manter um nível baixo de riscos no mesmo. Com o

gerenciamento, as pessoas já possuem ciência das possibilidades de mudança

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antes mesmo da necessidade das mesmas. Isso ajuda a se manter um clima de

trabalho no projeto que facilite a condução de mudanças, sem que a equipe técnica

do projeto ofereça grandes resistências às mudanças.

Kerzner (2003) apresenta um quadro no qual contrabalanceia uma mudança

gerenciada e uma mudança não gerenciada. A Tabela 1 apresenta uma adaptação

de tal quadro para facilitar o entendimento da discussão do tema.

Quando o tempo é investido?

Como o esforço é investido?

Quais são os recursos humanos

necessários?

Mudança Gerenciada

Antes da mudança ocorrer

Educação;Comunicação;

Orientação;Planejamento;

Melhorias;Valor Agregado;

Stakeholders internos;

Fornecedores;Clientes;

Mudança não Gerenciada

Após a ocorrência da mudança

Retrabalho;Supervisão;Cobrança;

Trabalho extra;Força-tarefa;

Gerente Sênior;Funcionários-chave;

Tabela 1 - Diferença de esforço e recursos necessários entre mudanças gerenciadas e mudanças não gerenciadas

Fonte: Adaptação de Kerzner (2003)

No gerenciamento de mudanças, é primordial que toda decisão tomada seja

registrada, acordada entre as partes interessadas e comunicada aos envolvidos para

que sejam aderidas ao projeto. É fortemente recomendado que toda mudança

significativa leve à geração de um aditivo contratual, ou algum outro documento com

força legal, para justificar a reflexão das novas situações às linhas de base de

escopo, custo e prazo do projeto. Conforme defendido pelas boas práticas traçadas

no PMBOK (2009), as mudanças devem ser incorporadas ao planejamento do

projeto e controladas quanto a todas as áreas de conhecimento. É definido que fica

a cargo do responsável pelo projeto (GP) definir como o controle se dará, podendo

optar por realiza-la através da análise única de projeto + alteração ou através da

análise das duas entidades separadas, mas com gestão integrada.

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Em um determinado projeto, podem ser traçadas duas funções sempre presentes:

contratado e contratante, independentemente se há mais de uma instituição

envolvida ou se as relações se dão internamente a uma instituição. A relação entre

essas duas entidades deve ser sempre construída de forma a facilitar o sucesso do

projeto que é conduzido, o que não tira o mérito de discussões a cargo de

responsabilidades em mudanças ou decisões errôneas em projetos. Dessa forma,

podem ser afirmadas que mudanças de projeto causadas por erros da contratada

devem ter o ônus assumido pela mesma, mas que esta tem o direito de questionar e

exigir compensação caso as mudanças sejam oriundas de erros ou decisões da

contratante.

Para que se tenha uma relação saudável entre contratante e contratada, é

fundamental que alguns cuidados sejam tomados. Uma matriz de responsabilidades

designando os envolvidos autorizados a aprovar as mudanças em ambas às partes,

bem como o nível em que poderão atuar, é fundamental para que se tenha um

controle adequado e mais seguro de todas as alterações no projeto. Da mesma

forma, é vital que toda evidência que seja gerada, seja registrada e armazenada ao

longo do projeto, a fim de garantir provas documentais e disponibilizar argumentos

fundamentados para a defesa das partes em discussões sobre as responsabilidades

que deverão assumir. Porém, vale ressaltar que todo este cuidado deve ser

conduzido de forma honesta e transparente.

Tendo em vista a relação contratante-contratada, pode ser afirmado que toda

mudança em projetos não causada por erros da contratada deve ser iniciada através

de uma solicitação de mudança (change order), contra a qual será apresentada uma

reivindicação ou pleito (claim). Wideman (1990) define uma reivindicação e/ou pleito

como uma oportunidade de se recuperar os custos de um trabalho dado como

perdido ou ainda como uma oportunidade de ressarcimento frente a uma situação

onde o pacto contratual assumido ao início do projeto não expressa o ocorrido.

Coutinho e Garcia (2012) abordam de forma complementar que uma reivindicação

e/ou pleito é um pedido legítimo de compensação adicional de custo e/ou prazo da

contratada frente à contratante. Wideman (1990) expressou que uma reivindicação

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e/ou pleito é válida quando se vê frente a uma ou mais de quatro situações

primordiais a seguir:

Quando situações previamente acordadas são alteradas, tais como requisitos

do projeto, requisitos do produto-fim, escala do projeto, etc.;

Quando ocorrem trabalhos extras, seja por serviços acima do preço e prazo

combinados ou pela execução de serviços necessários que não eram

abrangidos pelo escopo inicial;

Quando se tem atrasos causados pela contratante;

Quando se tem divergências entre a requisição de tempo extra para o

contrato, em função de mudanças nas condições iniciais ou pelos atrasos

causados pela contratante.

Frente a tais colocações, os envolvidos na gestão de um projeto se veem

necessitados de ferramentas e processos para controle de tais situações. Para tal

controle, Coutinho e Garcia (2012) propuseram algumas regras a fim de nortear a

atuação de um gestor de projetos no que tange à gestão das evidências geradas ao

longo da execução de um projeto. As regras propostas estão descritas a seguir:

1- Determinar quais registros devem ser mantidos, e como; 2- Estabelecer log dos registros, para que eles possam ser encontrados, referidos e/ou acompanhados, sempre que necessário; 3- Estabelecer padrão de referência, listas e codificação de todos os seus contratos. Isso facilita enormemente a gestão, analisando e comparando contratos; 4- Uma vez que os registros tenham sido identificados, garanta que eles são, de fato, criados, mantidos e utilizados para gerir o trabalho; 5- Rever o sistema de registro de tempos em tempos, porque registros têm o “hábito” de crescimento em formas inesperadas, “aparecendo” em partes em locais inconvenientes; 6- Além disso, alguns registros podem se tornar obsoletos ou redundantes, e devem ser analisados, consolidados e descartados; 7- Observar que registros também ocupam espaço e equipamentos. Determinar a vida útil dos diversos componentes, e ter uma abordagem sistemática para a eliminação do registro; 8- Tomar medidas para assegurar a precisão, confiabilidade e, por conseguinte credibilidade dos registros, os quais sem a devida credibilidade podem ser bastante inúteis. Enfim, importante salientar que os registros são em última análise a garantia de recomposição e comprovação dos direitos contratuais surgidos em função de imprevisibilidades ou das inadimplências contratuais e têm um papel de extrema importância, uma vez que as pessoas envolvidas nas relações contratuais podem ser substituídas ao longo do tempo, restando assim os dados coletados durante a execução do contrato. (COUTINHO; GARCIA, 2012)

As reivindicações devem ser realizadas sempre que houver mérito por parte da

contratada, valendo-se da negociação franca e transparente dos pontos levantados.

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Dessa forma, é importante levantar que as mesmas devem ser apresentadas de

forma anterior à execução das alterações sempre que possível for, a fim de impedir

que a contratante seja lesada por custos previamente desconhecidos e por decisões

que não levaram em conta os impactos inerentes a uma mudança.

Tal raciocínio parte do gráfico apresentado na FIG.igura 2-24. Neste gráfico é

possível notar que o custo de mudanças aumenta de forma considerável ao longo do

projeto à medida que as incertezas decaem. Isso significa que uma mudança

precipitada pode causar um prejuízo significativo caso a alteração não se mostre

eficiente, o que pode levar o projeto à inviabilidade financeira e, consequentemente,

ao insucesso. Caso o projeto possua um prazo final que não permita o estudo dos

impactos de forma anterior à formalização e implantação das mudanças propostas, é

indicado que tal estudo seja realizado de forma paralela para que se tenha

informações acerca da situação o mais cedo possível, além de ser vital o

envolvimento do patrocinador do projeto para que este esteja ciente do risco

existente de se realizar uma alteração antes de se conhecer os impactos plausíveis.

Vale ressaltar a importância de se ter um processo bem definido para a gestão de

mudanças e para a gestão de evidências dentro do projeto, para que todos os

stakeholders atinjam seus interesses principais com o sucesso do projeto e que

nenhum dos mesmos se sinta prejudicado ou lesado durante a condução do projeto.

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2.1 GESTÃO DE MUDANÇAS DE PROJETOS

Pela evolução das incertezas em um projeto, conforme já mostrado na Figura 2-2

retirada da 4ª Edição do PMBOK (2009), pode ser afirmado que é natural a

ocorrência de algumas solicitações de mudanças ao longo do projeto. Tal afirmativa

também pode ser embasada no rito processual normal de um projeto, pois à medida

que se dá o avanço em um determinado projeto, algumas premissas adotadas

podem se mostrar incorretas, ou incompletas para se atingir o fim ao qual o projeto

se propõe. Da mesma forma, algumas oportunidades e riscos se apresentam ao

longo do período do projeto, tais como: como novas tecnologias, decisões

governamentais ou mudanças no cenário econômico, todas podem forçar o projeto a

uma mudança de rumo para que o mesmo se mantenha viável economicamente.

Naturalmente, mudanças em projetos causam impactos (DUARTE et al, 2009 e

VALERIANO, 2002) e estes precisam ser quantificados e estudados de uma forma

global, envolvendo todas as áreas de conhecimento da gestão de projetos para que

estes impactos sejam mensurados e todos os envolvidos tenham a mais rigorosa

condição de avalia-los. É de suma importância que a mensuração dos impactos seja

correta, pois, uma vez decidida a adoção das mudanças e a continuidade do projeto,

tais impactos não venham demonstrar resultados nebulosos e nefastos que levem o

projeto ao fracasso ou que faça com que os desvios de prazo e custo o torne

desinteressante para o stakeholder principal (patrocinador) e/ou para os demais

stakeholders interessados no sucesso do projeto e que tenham poder alto poder de

interferência. Conforme defendido por Barcaui (2012), mudanças somente devem

ser empregadas, seja em projetos ou até mesmo na operação de empreendimentos,

se as mesmas forem positivas, isto é, se contribuírem ao resultado final esperado do

objeto que sofrerá tais modificações.

Coutinho & Garcia (2012) ponderaram que projetos são feitos por pessoas. Isso nos

leva a incluir mais uma análise em situações de grandes mudanças em projetos.

Kerzner (2003) apresenta uma sequência de comportamentos que as pessoas

demonstram frente a situações de mudança. Apesar de seu intuito principal ser

mudanças em ambientes corporativos, mudanças de processos e a mudanças de

estruturas organizacionais, o estudo também pode ser aplicado à realidade de

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projetos. A Figura 2-3 extraída do trabalho KERZNER (2003) apresenta uma

adaptação do comportamento usual conforme apontado no trabalho.

Figura 2-3: Resposta humana a situações de mudança

Vários são os motivos apontados para tal comportamento, variando desde

acomodação, passando por medo do novo, medo de não ser capaz de realizar o

trabalho alterado, até o efeito psicológico de se ter todo um esforço abandonado

para realinhar a direção do projeto ou da organização. Em uma corporação,

normalmente há tempo suficiente para que o processo de mudança seja

implementado de forma paulatina a fim de se ter a interação integral à nova

realidade. Porém, devido à natureza temporária de um projeto essa resistência

natural à mudança pode fazer com que o projeto não atinja suas principais metas e,

assim, perca sua razão de ser. Portanto, é imprescindível que toda mudança seja

medida, acompanhada e controlada de forma adequada para que o projeto proceda

às entregas definidas e obtenha o sucesso almejado.

Analisando-se as diferenças entre uma mudança gerenciada e uma mudança não

gerenciada, é evidente que a primeira opção é a mais indicada para se ter um

projeto controlado e para se manter um nível baixo de riscos no mesmo. Com o

gerenciamento, as pessoas já possuem ciência das possibilidades de mudança

antes mesmo da necessidade das mesmas. Isso ajuda a se manter um clima de

trabalho no projeto que facilite a condução de mudanças, sem que a equipe técnica

do projeto ofereça grandes resistências às mudanças.

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KERZNER, 2003, apresenta um quadro no qual contrabalanceia uma mudança

gerenciada e uma mudança não gerenciada. A Tabela 2-1 apresenta uma adaptação

de tal quadro para facilitar o entendimento da discussão do tema.

Quando o tempo é investido?

Como o esforço é investido?

Quais são os recursos humanos

necessários?

Mudança Gerenciada

Antes da mudança ocorrer

Educação;Comunicação;

Orientação;Planejamento;

Melhorias;Valor Agregado;

Stakeholders internos;

Fornecedores;Clientes;

Mudança não Gerenciada

Após a ocorrência da mudança

Retrabalho;Supervisão;Cobrança;

Trabalho extra;Força-tarefa;

Gerente Sênior;Funcionários-chave;

Tabela 2-1: Diferença de esforço e recursos necessários entre mudanças gerenciadas e mudanças não gerenciadas

No gerenciamento de mudanças, é primordial que toda decisão tomada seja

registrada, acordada entre as partes interessadas e comunicada aos envolvidos para

que sejam aderidas ao projeto. É fortemente recomendado que toda mudança

significativa leve à geração de um aditivo contratual, ou algum outro documento com

força legal, para justificar a reflexão das novas situações às linhas de base de

escopo, custo e prazo do projeto. Conforme defendido pelas boas práticas traçadas

no PMBOK (2009), as mudanças devem ser incorporadas ao planejamento do

projeto e controladas quanto a todas as áreas de conhecimento. É definido que fica

a cargo do responsável pelo projeto (GP) definir como o controle se dará, podendo

optar por realiza-la através da análise única de projeto + alteração ou através da

análise das duas entidades separadas, mas com gestão integrada. Em um

determinado projeto, podem ser traçadas duas funções sempre presentes:

contratado e contratante, independentemente se há mais de uma instituição

envolvida ou se as relações se dão internamente a uma instituição. A relação entre

essas duas entidades deve ser sempre construída de forma a facilitar o sucesso do

projeto que é conduzido, o que não tira o mérito de discussões a cargo de

responsabilidades em mudanças ou decisões errôneas em projetos. Dessa forma,

podem ser afirmadas que mudanças de projeto causadas por erros da contratada

devem ter o ônus assumido pela mesma, mas que esta tem o direito de questionar e

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exigir compensação caso as mudanças sejam oriundas de erros ou decisões da

contratante. Para que se tenha uma relação saudável entre contratante e contratada,

é fundamental que alguns cuidados sejam tomados. Uma matriz de

responsabilidades designando os envolvidos autorizados a aprovar as mudanças em

ambas às partes, bem como o nível em que poderão atuar, é fundamental para que

se tenha um controle adequado e mais seguro de todas as alterações no projeto. Da

mesma forma, é vital que toda evidência que seja gerada, seja registrada e

armazenada ao longo do projeto, a fim de garantir provas documentais e

disponibilizar argumentos fundamentados para a defesa das partes em discussões

sobre as responsabilidades que deverão assumir. Porém, vale ressaltar que todo

este cuidado deve ser conduzido de forma honesta e transparente. Tendo em vista a

relação contratante-contratada, pode ser afirmado que toda mudança em projetos

não causada por erros da contratada deve ser iniciada através de uma solicitação de

mudança (change order), contra a qual será apresentada uma reivindicação ou pleito

(claim). WIDEMAN,1990, define uma reivindicação e/ou pleito como uma

oportunidade de se recuperar os custos de um trabalho dado como perdido ou ainda

como uma oportunidade de ressarcimento frente a uma situação onde o pacto

contratual assumido ao início do projeto não expressa o ocorrido. Coutinho & Garcia

(2012) abordam de forma complementar que uma reivindicação e/ou pleito é um

pedido legítimo de compensação adicional de custo e/ou prazo da contratada frente

à contratante. WIDEMAN,1990, expressou que uma reivindicação e/ou pleito é

válida quando se vê frente a uma ou mais de quatro situações primordiais a seguir:

Quando situações previamente acordadas são alteradas, tais como requisitos do

projeto, requisitos do produto-fim, escala do projeto, etc.;

Quando ocorrem trabalhos extras, seja por serviços acima do preço e prazo

combinados ou pela execução de serviços necessários que não eram

abrangidos pelo escopo inicial;

Quando se tem atrasos causados pela contratante;

Quando se tem divergências entre a requisição de tempo extra para o contrato,

em função de mudanças nas condições iniciais ou pelos atrasos causados pela

contratante.

Frente a tais colocações, os envolvidos na gestão de um projeto se veem

necessitados de ferramentas e processos para controle de tais situações. Para tal

controle, COUTINHO & GARCIA, 2012, propuseram algumas regras a fim de nortear

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a atuação de um gestor de projetos no que tange à gestão das evidências geradas

ao longo da execução de um projeto. As regras propostas estão descritas abaixo, de

forma fiel à encontrada no artigo:

[1.] Determinar quais registros devem ser mantidos, e como;

[2.] Estabelecer log dos registros, para que eles possam ser encontrados, referidos

e/ou acompanhados, sempre que necessário;

[3.] Estabelecer padrão de referência, listas e codificação de todos os seus

contratos. Isso facilita enormemente a gestão, analisando e comparando

contratos;

[4.] Uma vez que os registros tenham sido identificados, garanta que eles são, de

fato, criados, mantidos e utilizados para gerir o trabalho;

[5.] Rever o sistema de registro de tempos em tempos, porque registros têm o

“hábito” de crescimento em formas inesperadas, “aparecendo” em partes em

locais inconvenientes;

[6.] Além disso, alguns registros podem se tornar obsoletos ou redundantes, e

devem ser analisados, consolidados e descartados;

[7.] Observar que registros também ocupam espaço e equipamentos. Determinar a

vida útil dos diversos componentes, e ter uma abordagem sistemática para a

eliminação do registro;

[8.] Tomar medidas para assegurar a precisão, confiabilidade e, por conseguinte

credibilidade dos registros, os quais sem a devida credibilidade podem ser

bastante inúteis. Enfim, importante salientar que os registros são em última

análise a garantia de recomposição e comprovação dos direitos contratuais

surgidos em função de imprevisibilidades ou das inadimplências contratuais e

têm um papel de extrema importância, uma vez que as pessoas envolvidas nas

relações contratuais podem ser substituídas ao longo do tempo, restando assim

os dados coletados durante a execução do contrato.

As reivindicações devem ser realizadas sempre que houver mérito por parte da

contratada, valendo-se da negociação franca e transparente dos pontos levantados.

Dessa forma, é importante levantar que as mesmas devem ser apresentadas de

forma anterior à execução das alterações sempre que possível for, a fim de impedir

que a contratante seja lesada por custos previamente desconhecidos e por decisões

que não levaram em conta os impactos inerentes a uma mudança. Tal raciocínio

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parte do gráfico apresentado na Figura 2-2. Neste gráfico é possível notar que o

custo de mudanças aumenta de forma considerável ao longo do projeto à medida

que as incertezas decaem. Isso significa que uma mudança precipitada pode causar

um prejuízo significativo caso a alteração não se mostre eficiente, o que pode levar o

projeto à inviabilidade financeira e, consequentemente, ao insucesso. Caso o projeto

possua um prazo final que não permita o estudo dos impactos de forma anterior à

formalização e implantação das mudanças propostas, é indicado que tal estudo seja

realizado de forma paralela para que se tenha informações acerca da situação o

mais cedo possível, além de ser vital o envolvimento do patrocinador do projeto para

que este esteja ciente do risco existente de se realizar uma alteração antes de se

conhecer os impactos plausíveis.

Vale ressaltar a importância de se ter um processo bem definido para a gestão de

mudanças e para a gestão de evidências dentro do projeto, para que todos os

stakeholders atinjam seus interesses principais com o sucesso do projeto e que

nenhum dos mesmos se sinta prejudicado ou lesado durante a condução do projeto.

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[2.4] Gerenciamento de Escopo – Variantes em Função do Tipo de Contrato

Fatores como as modalidades de contrato podem influenciar na gestão do escopo e

afetar a relação entre as partes no que tange as mudanças e pleitos futuros.

Segundo a revista Téchne (2013), pode-se identificar atualmente para obras

públicas subterrâneas, que envolvem riscos em razão do método constritivo utilizado

e as condições Geológicas - Geotécnicas do maciço, duas modalidade de contratos

praticadas no mercado e suas variantes, que são contratos do tipo preço unitário

(PU) e contratos do tipo preço global (PG).

Na modalidade preço unitário, é muita utilizada nas licitações públicas, conhecido

internacionalmente como Design - Bid- Built (DBB). Tem como procedimento o

projeto executivo ser elaborado por uma empresa contratada pelo cliente

empreendedor. A licitação é feita com base nas informações deste projeto executivo

e a empresa vencedora do certame é remunerada pelos valores unitários

estabelecidos em sua proposta. Como consequência qualquer alteração de

quantitativo ou no projeto executivo, os riscos da mudança corre por conta do

clientes ou empreendedor, o que reflete no escopo inicial contratado. Segundo

Gómez (2006) citado por Bezerra (2010), nessa modalidade, as empresas

construtoras tinham pouca oportunidade de exercer sua expertise, uma vez que, o

método construtivo já estava definido.

A modalidade DBB evoluiu para Design - Bid- Built – Construction Management

(DBB-CM), após a segunda guerra, nos Estados Unidos, em razão da demanda

crescente da indústria da construção e a busca dos construtores em dividir

responsabilidades. As construtoras executavam o gerenciamento do

empreendimento na fase de execução. “Esse método (DBB-CM- Design - Bid- Built

– Construction Management) começou a ser aplicado no Brasil após o fim do

“Milagre Brasileiro, fim dos anos 70, e ainda é utilizado por algumas empresas

estatais.” (GÓMEZ apud BEZERRA, 2010, p. 2).

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Na modalidade tipo preço global conhecido internacionalmente como Design - Build

(DB) ou turnkey difere do anterior em razão da elaboração do projeto executivo ser

responsabilidade do construtor, que poderá contratar uma empresa projetista para

fazê-lo. A remuneração da empresa vencedora é realizada por preço fixo, conforme

o avanço do empreendimento, nos termos estipulado no contrato.

Uma terceira modalidade, surgiu em razão da evolução em alguns projetos do

construtor do empreendimento assumir a fase de operação do produto do projeto,

denominada Design - Build – Operate (DBO), onde as características referentes a

construção não difere da modalidade de contratação por preço global (Revista

Techné - 2013). Esta modalidade de contratação (DBO) assemelha-se a modalidade

dos contratos do tipo Parceria Público Privado – PPP.

Segundo Botero (2004) citado por Bezerra (2010, p. 2-3), dentro outras derivativas

da Design - Build (DB) surgiu a modalidade EPC (Engineering, Procurement and

Construction) muito utilizada atualmente.

O projeto básico em qualquer das modalidades de contratação é de

responsabilidade do cliente empreendedor do projeto. Para as modalidades

mencionadas, a exceção do contrato por preço unitário (PU ou DBB), o projeto

básico é de vital importância, já que será a base de informação para a contratação,

portanto, de extrema importância a sua fidedignidade com o objeto e objetivo do

escopo e funcionalidade do produto do projeto.

Na modalidade de contratação do tipo preço unitário o cliente empreendedor, a

empresa projetista e o construtor estabelecem uma relação de três partes

independentes, onde cada parte deve se relacion ar com as outras duas conforme

FIG. 11.

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Figura 17 - Relações entre as partes em contratos por preço unitário ( PU ou DBB)Fonte: Adaptado da Revista Téchne ,2013, p. 3

Na forma de contratação do tipo Preço Global (PG ou DB) o cliente empreendedor

relaciona apenas com uma parte, que é a entidade executora, formada pela

construtora e suas subcont ratadas, e pela empresa projetis ta conforme FIG. 12.

Figura 18 - Relações entre partes em contratos por preço global (PG ou DB)Fonte: Adaptado Revista Techné, 2013, p. 4

Nessa modalidade, o projet o básico elaborado para a licitação e a contratação é

mais simplificado, sendo fornec idas apenas as diretriz es principais do

empreendimento e as especific ações técnicas e de desempenho relevantes,

deixando para a ent idade exec utora a escolha de mét odos, serviços e

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materiais, desde qu e o produto final atenda às especific ações técnicas e de

desempenho contratadas (Revista Techné - 2013)

Em termos de relacionamento e comunicação nos contratos do tipo Preço Global

(PG ou DB), umas das principal para cliente empreendedor é o seu único canal

interlocutor é a entidade execut ora, o que simplifica o processo de comunic ação

entre as partes e a administração dos contratos gerenciad os pelo proprietário. Além

disso, o processo de cotação pode ser otimizado no cronograma de

desenvolv imento do empr eendimento, uma vez que, o detalhamento do projeto

básico, que demanda normalmente uma grande parcela de tempo do cronograma,

se rá exec utada pela ent idade exec utora, após a assinatura do contrato. Esses

fatores normalmente reduzem prazos e custos, na fase de contratação do

empr eendimento.

“A f igura a seguir mostra a relação entre os tipos de c ontrato, os graus de risco

correspondentes ao proprietário e à c onstr utora e os custos finais relativos do

empreendimento” (CIRIA, apud REVISTA TECHNÉ, 2013, p.7).

Figura 19 - Relação entre os tipos de contratos e os graus de riscos de custo ( Círia 1978)Fonte: Revista Techné, 2013, p.6

Portanto, pela cima exposto, verifica-se que a modalidade de contratação influencia

no processo de comunicação, relações entre os principais stakeholders, qualidade

das informações de entrada para elaboração da linha de base do escopo e riscos do

projeto.

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2.2 GERENCIAMENTO DE ESCOPO – VARIANTES EM FUNÇÃO DO TIPO DE CONTRATO

Fatores como as modalidades de contrato podem influenciar na gestão do escopo e

afetar a relação entre as partes no que tange as mudanças e pleitos futuros.

Modalidade de contratos:

Segundo Relatório Técnico nº 99 642-205 - 683 publicado no site

www.revistatechne.com.br_Engenharia-civil, podemo se identificar atualmente

algumas modalidade de contratos praticadas no mercado e suas variantes, a saber:

Contrato do tipo Preço Unitário (PU), em que o detalhamento do projeto básico, ou seja, o projeto executivo é elaborado por uma projetista contratada diretamente pelo proprietário do empreendimento e a partir desse segue-se a construção, totalmente guiada pelo projeto. A construtora vencedora da licitação é remunerada pelos serviços executados, de acordo com os preços unitários estabelecidos em sua proposta apresentada na licitação. Internacionalmente é conhecido como Design-Bid-Build (DBB) também conhecida como Engineering - Procurement - Construcion (EPC) (GOMES, 2006).

No contrato do tipo Preço Global (PG), o projeto executivo constitui-se em encargo da entidade executora e é elaborado por uma projetista, que é parte dessa entidade ou subcontratada por ela. A execução da obra é realizada por um preço global fixo, estabelecido na proposta da entidade executora apresentada na licitação, e a remuneração é efetuada de acordo com os termos estipulados no contrato. Internacionalmente é conhecido como Design-Build (DB), ou simplesmente contrato turnkey.

Há variantes dessas duas modalidades de contratação. Um terceiro tipo, por exemplo, conhecido como Design-Build-Operate (DBO), é também ocasionalmente utilizado, principalmente em projetos que envolvem concessão de operação, mas nesse tipo de contrato, a parte referente à construção não difere dos contratos por preço global (PG ou DB).

A modalidade de contratação DBO assemelha-se a modalidade os contratos tipo

Parceria Público Privado - PPP, do setor público com o setor privado.

Na modalidade de contratação do tipo preço unitário o proprietário do

empreendimento ( ou cliente), a empresa de projetista e o construtor estabelecem

uma relação de três partes independentes, onde cada parte deve se relacion ar com

as outras duas conforme figura abaixo:

3 Relatório Técnico nº 99 642-205 - 68, publicado no site www.revistatechne.com.br_Engenharia-civil

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Figura 20 -Fonte:

Na forma de contratação do tipo Preço Global (PG ou DB) o proprietário se

relaciona apenas com uma parte, que é a entidade executora, formada pela

construtora e suas subcont ratadas, e pela projetis ta conforme figura abaixo:

Figura 21Fonte:

Nessa modalidade, o projet o básico elaborado para a licitação e a contratação é

mais simplificado, sendo fornec idas apenas as diretriz es principais do

empreendimento e as especific ações técnicas e de desempenho relevantes,

deixando para a ent idade exec utora a escolha de mét odos, serviços e

materiais, desde qu e o produto final atenda às especific ações técnicas e de

desempenho contratadas.

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A principal vantagem dos contratos do tipo Preço Global (PG ou DB) é que o

proprietário tem que se relacionar apenas com a entidade execut ora, o que

simplifica o processo de comunic ação entre as partes e a administração dos

contratos gerenciad os pelo proprietário. Adicionalm ente, o processo de licitação

pode ocorrer mais cedo na escala do tempo de desenvolv imento do

empr eendimento, pois uma parte substancia l d a complementação e detalhamento

do projeto se rá exec utada pela ent idade exec utora, após a adj udicação do

contrato. Esses fatores normalmente reduzem prazos e custos, na fase de pré-

licitação do empr eendimento. Ademais, nessa modalidade é minimizada a

ocorrência de longos e custosos litígios e evitam-se negociações sobre m udanças

nas condições. Outras vantagens decorrem da interação mais ce do da

construtora com a empresa projetista, tais como: apresentaç ão de cont ribuições

ao projet o, identificação e discus são de aspectos de construção etc.

A f igura a seguir mostra a relação entre os tipos de c ontrato, os graus de risco

correspondentes ao proprietário e à c onstr utora e os custos finais relativos do

empreendimento (CIRIA, 1978).

Figura 22Fonte:

Portanto, pela cima exposto, verifica-se que a modalidade de contratação influencia

no processo de comunicação, qualidade das informações disponíveis para

relacionamento em os principais stakeholders e riscos de custos do projeto.

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[2.5] Reequilíbrio Econômico-Financeiro

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2.3 REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO

Ferreira e& Guérios (, 2011)4, através do artigo "Função social" e equilíbrio

econômico-financeiro dos contratos, privados e administrativos, expressaramm

a situação realista que se convive no meio do direito em face das necessidades de

repactuação dos contratos decorrentes de interferências prioritariamente externas

que desequilibram a equação financeira primeira que forjou as condições comerciais

iniciais. Tais ocorrências vêm a baila e necessitam serem instruídas de modo

completo e consistente, demonstrando o desequilíbrio incorrido, as causas e as

consequências que, via de regra, se não repactuadas, inviabilizam a continuidade do

objeto contratado.

Muito já se investigou, no Brasil, acerca do equilíbrio econômico-financeiro dos contratos de “direito privado” e de “direito público”. Contudo, são praticamente inexistentes as reflexões acerca da “justiça contratual” como conditio sine qua non de validade comum, trazendo a lume – e em cotejo – os contratos privados e os ditos administrativos. Melhor dizendo, ou bem se estuda o Código Civil (Lei nº 10.520/2002) ou a Lei Geral de Licitações (Lei nº 8.666/93), tão-só. (FERREIRA; & GUÉÉRIOS, 2011).

Da ideia de “justiça contratual” eclode a condição biunívoca de respeito ao equilíbrio

das cláusulas contratuais em detrimento das pseudo vontades das partes, assim é

possível extrair-se o seguinte:

A análise do direito quanto ao equilíbrio econômico-financeiro dos contratos, quer na

áleas extraordinária dos contratos público, quer dos contratos privados, vêm

mergulhando no conceito de “justiça contratual” e de “função social” (dos contratos),

definições explicitas e implícitas na Carta Magna Brasileira – Constituição Federal de

1988. Tais fundamentos estão similarmente incrustados nos meandros do Código

Civil e, por similitude é possível extrair-se deste os alicerçares para fundamentar ou

repudiar os questionamentos desta ordem.

Como de ser registrado o avanço conceitual que a justiça deu no sentido de verificar

que, apesar de estarem contratados, as partes, muitas vezes, o fizeram em

condições de opressão ou de desvantagem de um em prol do outro, evidentemente,

4 Daniel Ferreira e Patricia B.orges Guérios. Artigo "Função social" e equilíbrio econômico-financeiro dos contratos, privados e administrativos. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIV, n. 89, jun 2011.Em: http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9548

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salvaguardadas as questões onde a parte dita em desvantagem assumiu por

conveniência os ônus do contrato com vistas a perspectivas futuras de se locupletar

em função de pleitos premeditados e, assim, vergonhosamente improcedentes.

As questões que definem o pacto contratual coerente e correto fundamenta-se no

conceito da não-hierarquia, ou seja, das condições bilaterais similares e de um

poder de barganha equilibrado entre as partes. Neste cenário é perfeitamente

identificável quando uma das partes, por razões as mais diversas, perde a condição

de equilíbrio econômico-financeiro no pacto contratual e compromete a solvência

dos compromissos assumidos e, quiçá, da continuidade do negócio que detém.

Um novo standard jurídico foi implantado e as questões advindas de cláusulas

contratuais abusivas foram consideradas inócuas e desprezadas quando da análise

do direito das partes, passando-se tais análises para o contexto do pacto bilateral

com direitos e deveres mútuos, equilibrados e coerentes, representando a justiça

contratual pautada na boa fé, sob pena de revisão a qualquer tempo ou demanda.

Basicamente, os contratos firmados dentro dos princípios supra mencionados

podem ser revistos nos casos em que ocorrerem fatos supervenientes,

imprevisíveis, causadores de onerosidade excessiva a uma das partes, cujo impacto

tem dimensão suficiente para destruir a relação inicialmente pactuada, vindo ao

encontro da “justiça social”. Tal não pode nem deve ser flertado no caso de uma das

partes de forma consciente, mesmo que inconsequente, tenha assumido riscos

elevados sem a devida retaguarda para cobrir eventuais prejuízos destes risco,

sendo assim o único responsável pela assunção da própria desídia.

Em virtude da justiça contratual, o contrato em sua formação e execução deverá respeitar o equilíbrio entre as prestações e um equilíbrio global entre os direitos e as obrigações que cabem a cada uma das partes, atuando como limite à autonomia da vontade. Cada parte, além de receber o equivalente ao que deu, não pode estar submetida a obrigações desproporcionais, dentro da economia global do contrato, buscando-se não o equilíbrio ideal, mas o mínimo que restaure a proporcionalidade inicialmente existente. (FRANZ, 2007, p. 30).

A prestação de serviços e a respectiva contraprestação da parte contratante,

obrigatoriamente têm de estar sintonizadas no equilíbrio bilateral, com a

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equivalência entre os deveres e obrigações com fulcro no meio mercadológico que

certa o objeto contratual.

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A justiça contratual, assim, passa a incorporar um conteúdo qualitativamente diverso: fala-se em justiça comutativa, de modo que o dirigismo contratual atuará para buscar o equilíbrio da relação contratual. Admite-se, pois a revisão do pactuado quando houver desequilíbrio da equação econômico-financeira do contrato no curso de sua execução. Se no contrato clássico o princípio da pacta sunt servanda era quase absoluto, na nova ordem principiológica ele é relativizado, abrindo espaço para a cláusula rebus sic standibus, reputada como ínsita a todos os contratos. Deslegitima-se, por conseguinte, a ideia de Fouillée, de matriz Kantiana, de que “quem diz contratual diz justo. (RUZYK, 2002, p. 31)

Considerando as diferenças entre os contratos privados e os contratos

administrativos, há de ser observado que os segundos admitem as chamadas

cláusulas exorbitantes (do direito privado) em condições personalíssimas que assim

o requeiram o interesse público, não mais que isto.

Importa destacar, de conseguinte, que tanto os contratos privados como os contratos basicamente regidos pelo direito administrativo[15] devem observar o princípio da justiça contratual como condição de validade, o que pode reclamar, para melhor compreensão, uma brevíssima reflexão acerca das diferenças existentes entre ambos. Naqueles a igualdade é pressuposta, de sorte que há de haver uma perfeita harmonia entre os deveres de um em relação aos do outro, o mesmo se dizendo em relação aos direitos; nestes, há um aparente desequilíbrio, “tolerado” com fundamento no interesse público. (FERREIRA; GUÉRIOS, 2011).

Romeu Felipe Bacellar Filho et al. (2004), invocando a função social do contrato

define os limites do que é tolerável e do que é o estrito espaço do rigor da lei a que

estão submetidos os administradores públicos, não sendo tolerados caprichos ou

desatinos por parte destes sob pena de incorrerem em sérios desvios de conduta.

O contrato administrativo não se liberta, porém, de algumas características próprias a qualquer avença, insista-se, da categoria contrato. Como consectário de uma obrigação, o contrato resulta de um acordo de vontades. A autonomia, temperada pela função social do contrato, constituiu elemento imprescindível a ser observado em qualquer avença. Do mesmo modo, os princípios Lex inter partem e pacta sunt servanda fazem certo que o contrato é a lei entre as partes e que estas, devidamente ajustadas, devem observar o que foi pactuado. Neste passo mostra-se evidente que o instrumento do contrato há de sujeitar-se aos ditames da lei, companheira inseparável do administrador contratante, sempre em prospectiva coletiva e que as obrigações contratadas também haverão de postar-se submissas ao conjunto normativo. Afinal, ao administrador não se lhe confere nenhuma liberdade, antes, um espaço de atuação dentro da lei. (BARCELAR at al., 2004, p. 320).

Na Constituição da República, conforme depara-se no inciso XXI, do art. 37 com a

questão do equilíbrio econômico - financeiro do contrato administrativo, tem-se:

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XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

Abstrai-se do referido dispositivo que o equilíbrio da equação econômico-financeira é

considerado elemento essencial do contrato administrativo, por ser mecanismo apto

a manter as condições efetivas da proposta, constitucionalmente garantido ao

particular contratado quando ocorrer risco de prejuízo por eventos futuros, incertos e

excepcionais. Portanto trata-se de uma característica essencial do contrato

administrativo reconhecida pela própria Constituição no art. 37, inciso XXI (“mantidas

as condições efetivas da proposta”), não podendo ser elidida quando o caso atender

ao exigido pela lei.

No que pertine ao tema, interessante colacionar conceitos proferidos por ilustres

doutrinadores. Celso Antônio Bandeira de Mello assim assevera:

[...] o equilibro econômico financeiro é a relação de igualdade formada, de um lado, pelas obrigações assumidas pelo contratante no momento do ajuste e, de outro lado, pela compensação econômica que lhe corresponderá. (MELLO, 2012. p. 347)

No mesmo diapasão Hely Lopes Meirelles menciona:

O equilíbrio financeiro ou equilíbrio econômico, ou equação econômica, ou ainda equação financeira do contrato administrativo é a relação estabelecida inicialmente pelas partes entre os encargos do contratado e a retribuição da Administração para a justa remuneração do objeto do ajuste. Essa relação encargo-remuneração deve ser mantida durante toda a execução do contrato, a fim de que o contratado não venha a sofrer indevida redução nos lucros normais do empreendimento. (MEIRELLES, 2013, p. 209).

Acerca da mesma matéria, Marçal Justen Filho expõe:

Uma vez verificado o rompimento do equilíbrio econômico-financeiro, o particular deve provocar a Administração para adoção das providências adequadas. Inexiste discricionariedade (...). Deverá examinar-se a situação originária (à época da apresentação das propostas e a posterior. Verificar-se-á se a relação original entre encargos e remuneração foi afetada. Em caso positivo, deverá alterar-se a remuneração do contratado proporcionalmente à modificação dos encargos. (JUSTEN FILHO, 2000, p. 551).

Existe direito do contratado de exigir o restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro do contrato, se e quando viera a ser rompido. Se os

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encargos forem ampliados quantitativamente ou tornados mais onerosos qualitativamente, a situação inicial estará modificada. (...) Significa que a administração tem o dever de ampliar a remuneração devida ao particular proporcionalmente à majoração dos encargos verificada. Devendo-se restaurar a situação originária, de molde que o particular não arque com encargos mais onerosos e perceba a remuneração originalmente prevista. Ampliado os encargos, deve-se ampliar proporcionalmente a remuneração. A regra foi expressamente consagrada no art. 58,§ 2º, a propósito de modificação unilateral do contrato, mas se aplica a qualquer evento que afete a equação econômico-financeira. (JUSTEN FILHO, 2000, p. 556).

Registra-se, outrossim, julgado do Tribunal de Contas da União pertinente ao

equilíbrio econômico-financeiro do contrato:

Equilíbrio econômico-financeiro. Contrato. Teoria da Imprevisão. Alteração Contratual. A ocorrência de variáveis que tornam excessivamente onerosos os encargos do contratado, quando claramente demonstradas, autorizam a alteração do contrato, visando ao restabelecimento inicial do equilíbrio econômico financeiro, com fundamento na teoria da imprevisão, acolhida pelo Decreto-Lei 2.300/86 e pela atual Lei n.º 8.666/93. (TCU, TC-500.125/92-9, Min. Bento José Bugarin, 27/10/94, BDA n.º 12/96, Dez/96, p. 834).

“Como a utilidade coletiva é pressuposta, tanto nos contratos de direito privado

como nos administrativos, sempre que possível a solução intermediária, de

recomposição (do equilíbrio econômico-financeiro), há de ser privilegiada.”

(FERREIRA; GUÉRIOS, 2011).

Para situações limítrofes e para as demandas cujo teor gere conflitos insolúveis,

pode provocar a dissolução dos pactos contratuais pode ser o último rito, podendo

afirmar-se:

“A eventual resolução do contrato, como medida de prestação jurisdicional, pode

apenas servir para amainar os ânimos egoísticos das partes contratantes, o que não

necessariamente reflete o interesse coletivo que dele (do contrato) se pode extrair.”

(FERREIRA; GUÉRIOS, 2011).

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Para fechar este item, faz-se registrar a conclusão de Ferreira e Guérios (2011):

A recomposição da equação econômico-financeira dos contratos administrativos pode e deve, sempre que possível, ser implementada por meio de um processo interno, instaurado ex officio ou a pedido. Do mesmo modo, nada obsta que os contratos de direito privado sejam revistos, a pedido de uma ou de ambas as partes, para restauração da justiça contratual. Aliás, hipótese como essa apenas confirmaria a boa-fé objetiva recíproca, ainda quando presente desequilíbrio na relação contratual. (FERREIRA; GUÉRIOS, 2011).

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3 SOLUÇÕES PROPOSTAS

(Conforme experiência dos componentes do grupo e conhecimento de soluções implantadas em

outras empresas, da pesquisa bibliográfica ou observações das operações atuais, ou identificação

das fontes de desperdício, deve-se efetuar proposição de novo modelo. Cada membro do grupo deve

contribuir dentro da linha do subtema que lhe compete, lembrando-se do foco geral do TCC e sempre

se reportando a este para fiz de amarração e interação.).

TEMA ALUNO

DECLARAÇÃO DE ESCOPO Sergio Luiz Gomes Santiago

MONITORAMENTO E CONTROLE DE ESCOPO

Marlene Maria Franciscoco. de Oliveira

GESTÃO DE MUDANÇAS DE PROJETOS Carlos Henrique Loyola

GERENCIAMENTO DE ESCOPO – VARIANTES EM FUNÇÃO DO TIPO DE

CONTRATORogério Márcio Galantine

REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO Carlos Fernando de Albuquerque

Derivada diretamente da questão primária da definição de escopo com todas as

nuances que necessitam estar explicitas para se ter um plano de projeto adequado e

com as menores chances de sofrerem mudanças, a avalanche de pleitos em

contratos administrativos e, quiçá, em contratos privados, passa pela etapa inicial de

todo projeto, a Declaração de Escopo, ou seja, o contratante tem de definir ao

detalhe o que realmente deseja e como deseja receber o objeto do contrato - todo o

arcabouço do objeto, com premissas, restrições, etc... Dentre estes tópicos, no

segmento de obras, o Brasil esta algumas décadas atrasado, onde ainda estamos

na época do esboço servindo de base para contratar e não de um projeto executivo

bem elaborado e detalhado, com memoriais completos, orçamento realmente

representativo do que se tem por executar e em que condições, plano de obra

(ataque a obra), dentre outros. Países do chamado 1º mundo, levam 2/3 do tempo

do projeto para projetar e planejar o que vão erigir, e 1/3 para efetivamente

materializar o objeto do projeto.

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É fático, frente ao que é vivenciado nas proposições de pleitos (claims), que o

administrador deve dispor primeiro no papel (eletrônico, claro, e em 3D,

preferencialmente) aquilo que deseja, promovendo os ajustes e acertos que os

stakeholders entenderem como o melhor para a finalidade última do objeto. Dado

com conclusas as etapas de projetos, esgotando-se as possíveis variantes, com a

aprovação de todos os envolvidos em uma maratona de meetings para obterem-se

as aprovações, parte-se para o planejamento e, enfim, para as obras de fato. No

Brasil, via de regra, projetos são considerados elementos custosos e não é dado o

valor devido a estes, contratando-se pelo menor preço e não pela capacidade e

capacitação de execução do projetista, assim, tem-se projetos de baixíssima

qualidade, com orçamentos derivados destes que, ainda por cima, são elaborados

de maneira mecânica, invariavelmente por profissionais de baixa capacitação para

tal, sem vínculo com a realidade do ambiente onde será instalado, tanto do ponto de

vista da realidade da obra (complexidade), quanto dos elementos periféricos

(ambiente regional) que influenciam significativamente os custos, os modos

operacionais, toda a logística e outros.

É uma verdadeira tragédia grega o ambiente vivenciado pela gestão de contratos

derivados de projetos incompletos e orçamentos idem, condição que nos leva a

questão do excesso de pleitos em vários contratos aventada por diversos

administradores públicos e, até, privados, quando se deparam com as construtoras

se preocupando mais em analisar os “furos” de orçamento, de projeto e, por que

não, dos próprios Editais (Termos de Referência no meio). Tal ocorre, pois este

conjunto de documentos, muitas vezes, não se inter-relaciona de forma harmônica e

não estão suficientemente completos para expressar o real desejo do administrador

ou as reais necessidades que o objeto necessita atender, desta forma, muito há que

se evoluir na mentalidade dos administradores para que a execução do objeto

transcorra sem maiores percalços.

É fundamental o entendimento de que os custos com os projetos são abruptamente

menos custosos, por mais elaborados que sejam, do que obras executadas de forma

equivocadas e/ou sob uma gestão constante de mudanças, fato que deriva para

uma indeterminação dos custos e prazos dos contratos, conforme Kerzner (2011).

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3.1 DECLARAÇÃO Declaração deo EscopoDE ESCOPO

A Declaração do Escopo do Projeto detém grande importância no desenvolvimento e

controle do projeto, pois se na elaboração da mesma não forem bem avaliadas e

consideradas as premissas, restrições, exclusões, dentre outras, poderão ser

criadas situações de riscos podendo culminar em prejuízos financeiros e até mesmo

na inviabilidade do projeto.

Partindo da premissa que a Declaração do Escopo do projeto descreve, em

detalhes, as entregas do projeto e todo desdobramento necessário para criar essas

entregas, bem como fornece um entendimento comum do escopo do projeto a todos

os stakeholders apresentando detalhamento dos principais objetivos do projeto.

Considerando que o desenvolvimento de uma declaração do escopo detalhada do

projeto, como sendo a base para futuras decisões do projeto, o presente trabalho

focará nos pontos fundamentais que influenciam na Declaração de Escopo. Analisar

e entender o escopo inclui os requisitos do projeto e produto, critérios, premissas,

restrições, exclusões e outras influências relacionadas  ao projeto e como cada um

será gerenciado ou discutido dentro do projeto.

O escopo de um projeto especifica seu produto principal e as entregas (deliveries)

ao longo do projeto. O escopo do projeto é descrito como “A soma dos produtos

(receptivos = deliverables) e serviços a serem fornecidos como um projeto” (PMI).

Isso implica uma decisão clara sobre resultados essenciais, ou seja, a medida na

qual o projeto atenderá “necessidades e desejos” e que receptíveis ou produtos

desejáveis, mas não essenciais, poderão ser incluídos ou omitidos, resultando em

objetivos principais claros, critérios de sucesso, custos da qualidade e duração.

(KEELLING, 2005, p. 190).

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[3.1] MONITORAMENTO Monitoramento e Controle deo EscopoE CONTROLE

DE ESCOPO

Saber conduzir as atividades no plano do projeto e montar um sistema de controle

que seja compatível com a dimensão e as urgências do projeto é fundamental.

Apoiado nesta afirmativa o presente trabalho objetiva nortear profissionais de projeto

sobre a importância de definir papéis e responsabilidades distintas no ambiente de

projeto, devendo ser assumidos para que ambas as funções – execução e controle

possam ser concluídos satisfatoriamente. Também sugerir templates para efetivar o

monitoramento e controle do escopo com ênfase em gestão de mudanças, quando

ocorrerapresentando propostas para controlar as respectivas..

É importante afirmar que o gerenciamento do escopo é a base para a construção

dos demais processos de gerenciamento de projeto, e que deverá ficar latente para

todos os players o limite do projeto, as premissas do projeto, quais os pacotes de

trabalhos, quais são as entregas, dentre outras informações.

Se não tivermos realizado um bom trabalho para definir o escopo, o seu

gerenciamento, traduzido pelo monitoramento e controle será quase impossível o

que contribuirá para o insucesso do projeto.

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[3.2] GESTÃO Gestão de Mudanças de ProjetosDE MUDANÇAS DE PROJETOS

Tendo em vista as dificuldades observadas no mercado brasileiro frente ao

gerenciamento de mudanças em projetos e, consequentemente, às reivindicações

pertinentes, o presente trabalho se propõe à formatação de um processo base para

condução do gerenciamento de pleitos e das mudanças passíveis de ocorrência em

projetos. Tal modelo vem oferecer a gestores de projeto mais uma opção para um

maior controle e um melhor acompanhamento da evolução de seus projetos frente

aos interesses dos stakeholders, à realidade que orbita os projetos e às linhas de

base de escopo, de prazo e de custo, todas utilizadas como referência na condução

dos mesmos. Tal processo base englobará o gerenciamento de mudanças desde as

fases de início de um projeto até seu encerramento, tendo em vista os cuidados

necessários e os fluxos pertinentes à aprovação, ao planejamento e à consolidação

e adição das mudanças às linhas de base do projeto alterado.

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[3.3] GERENCIAMENTO DE ESCOPO – Variantes em Função do Tipo de ContratoARIANTES EM FUNÇÃO DO TIPO DE CONTRATO

Fatores relativos a modalidade de contrato podem influenciar na gestão do escopo,

a relação entre as partes, as adequações e mudanças e consequentemente os

pleitos futuros.

Com a diversificação das modalidades de contratação atualmente no mercado; na

busca de redução de prazos e custos dos projetos; que alteram as condições de

responsabilidades das partes e o fluxo de informações necessárias para o

identificação e desenvolvimento do escopo, premissas, exclusões e restrições dos

projetos, este trabalho propõe o entendimento dos impactos destas diferentes

modalidades de contratação em relação aos pleitos durante o ciclo de vida do

projeto.

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[3.4] REEQUILÍBRIO Reequilíbrio Econômico-Financeiro

A análise do direito quanto ao equilíbrio econômico-financeiro dos contratos, quer na

áleas extraordinária dos contratos público, quer dos contratos privados, vêm

mergulhando no conceito de “justiça contratual” e de “função social” (dos contratos),

definições explicitas e implícitas na Carta Magna Brasileira – Constituição Federal de

1988. Tais fundamentos estão similarmente incrustados nos meandros do Código

Civil e, por similitude é possível extrair-se deste os alicerçares para fundamentar ou

repudiar os questionamentos desta ordem.

Como de ser registrado o avanço conceitual que a justiça deu no sentido de verificar

que, apesar de estarem contratados, as partes, muitas vezes, o fizeram em

condições de opressão ou de desvantagem de um em prol do outro, evidentemente,

salvaguardadas as questões onde a parte dita em desvantagem assumiu por

conveniência os ônus do contrato com vistas a perspectivas futuras de se locupletar

em função de pleitos premeditados e, assim, vergonhosamente improcedentes.

As questões que definem o pacto contratual coerente e correto fundamenta-se no

conceito da não-hierarquia, ou seja, das condições bilaterais similares e de um

poder de barganha equilibrado entre as partes. Neste cenário é perfeitamente

identificável quando uma das partes, por razões as mais diversas, perde a condição

de equilíbrio econômico-financeiro no pacto contratual e compromete a solvência

dos compromissos assumidos e, quiçá, da continuidade do negócio que detém.

Um novo standard jurídico foi implantado e as questões advindas de cláusulas

contratuais abusivas foram consideradas inócuas e desprezadas quando da análise

do direito das partes, passando-se tais análises para o contexto do pacto bilateral

com direitos e deveres mútuos, equilibrados e coerentes, representando a justiça

contratual pautada na boa fé, sob pena de revisão a qualquer tempo ou demanda.

Basicamente, os contratos firmados dentro dos princípios supra mencionados

podem ser revistos nos casos em que ocorrerem fatos supervenientes,

imprevisíveis, causadores de onerosidade excessiva a uma das partes, cujo impacto

tem dimensão suficiente para destruir a relação inicialmente pactuada, vindo ao

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encontro da “justiça social”. Tal não pode nem deve ser flertado no caso de uma das

partes de forma consciente, mesmo que inconsequente, tenha assumido riscos

elevados sem a devida retaguarda para cobrir eventuais prejuízos destes risco,

sendo assim o único responsável pela assunção da própria desídia.ECONÔMICO-

FINANCEIRO

EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO DO CONTRATO ADMINISTRATIVO

Na Constituição da República, conforme depara-se no inciso XXI, do art. 37 com a

questão do equilíbrio econômico - financeiro do contrato administrativo, tem-se:

XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

Abstrai-se do referido dispositivo que o equilíbrio da equação econômico-financeira é

considerado elemento essencial do contrato administrativo, por ser mecanismo apto

a manter as condições efetivas da proposta, constitucionalmente garantido ao

particular contratado quando ocorrer risco de prejuízo por eventos futuros, incertos e

excepcionais. Portanto trata-se de uma característica essencial do contrato

administrativo reconhecida pela própria Constituição no art. 37, inciso XXI (“mantidas

as condições efetivas da proposta”), não podendo ser elidida quando o caso atender

ao exigido pela lei.

No que pertine ao tema, interessante colacionar conceitos proferidos por ilustres

doutrinadores. Celso Antônio Bandeira de Mello assim assevera:

[...] o equilibro econômico financeiro é a relação de igualdade formada, de um lado, pelas obrigações assumidas pelo contratante no momento do ajuste e, de outro lado, pela compensação econômica que lhe corresponderá. (MELLO, 2012. p. 347)

No mesmo diapasão Hely Lopes Meirelles menciona:

O equilíbrio financeiro ou equilíbrio econômico, ou equação econômica, ou ainda equação financeira do contrato administrativo é a relação estabelecida inicialmente pelas partes entre os encargos do contratado e a retribuição da Administração para a justa remuneração do objeto do ajuste. Essa relação encargo-remuneração deve ser mantida durante toda a execução do contrato, a fim de que o contratado não venha a sofrer indevida redução nos lucros normais do empreendimento. (MEIRELLES, 2013, p. 209).

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Acerca da mesma matéria, Marçal Justen Filho expõe:

Uma vez verificado o rompimento do equilíbrio econômico-financeiro, o particular deve provocar a Administração para adoção das providências adequadas. Inexiste discricionariedade (...). Deverá examinar-se a situação originária (à época da apresentação das propostas e a posterior. Verificar-se-á se a relação original entre encargos e remuneração foi afetada. Em caso positivo, deverá alterar-se a remuneração do contratado proporcionalmente à modificação dos encargos. (JUSTEN FILHO, 2000, p. 551).

Existe direito do contratado de exigir o restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro do contrato, se e quando viera a ser rompido. Se os encargos forem ampliados quantitativamente ou tornados mais onerosos qualitativamente, a situação inicial estará modificada. (...) Significa que a administração tem o dever de ampliar a remuneração devida ao particular proporcionalmente à majoração dos encargos verificada. Devendo-se restaurar a situação originária, de molde que o particular não arque com encargos mais onerosos e perceba a remuneração originalmente prevista. Ampliado os encargos, deve-se ampliar proporcionalmente a remuneração. A regra foi expressamente consagrada no art. 58,§ 2º, a propósito de modificação unilateral do contrato, mas se aplica a qualquer evento que afete a equação econômico-financeira. (JUSTEN FILHO, 2000, p. 556).

Registra-se, outrossim, julgado do Tribunal de Contas da União pertinente ao

equilíbrio econômico-financeiro do contrato:

Equilíbrio econômico-financeiro. Contrato. Teoria da Imprevisão. Alteração Contratual. A ocorrência de variáveis que tornam excessivamente onerosos os encargos do contratado, quando claramente demonstradas, autorizam a alteração do contrato, visando ao restabelecimento inicial do equilíbrio econômico financeiro, com fundamento na teoria da imprevisão, acolhida pelo Decreto-Lei 2.300/86 e pela atual Lei n.º 8.666/93. (TCU, TC-500.125/92-9, Min. Bento José Bugarin, 27/10/94, BDA n.º 12/96, Dez/96, p. 834).

“Como a utilidade coletiva é pressuposta, tanto nos contratos de direito privado

como nos administrativos, sempre que possível a solução intermediária, de

recomposição (do equilíbrio econômico-financeiro), há de ser privilegiada.”

(FERREIRA; GUÉRIOS, 2011).

Para situações limítrofes e para as demandas cujo teor gere conflitos insolúveis,

pode provocar a dissolução dos pactos contratuais, podendo afirmar-se:

“A eventual resolução do contrato, como medida de prestação jurisdicional, pode

apenas servir para amainar os ânimos egoísticos das partes contratantes, o que não

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necessariamente reflete o interesse coletivo que dele (do contrato) se pode extrair.”

(FERREIRA; GUÉRIOS, 2011).

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4 PLANO DE PROJETO DE IMPLANTAÇÃO

(Cada aluno deve escolher uma das soluções e propor um plano de implantação

conforme plano de projeto aprendido no módulo de aperfeiçoamento, contendo:

escopo, prazo, custo, qualidade, recursos humanos, comunicação, riscos e

aquisições).

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5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

(Síntese dos objetivos do trabalho e de como foi feito. Conclusões na forma da

resposta (s) a questão chave formulada. Recomendações para a prática e/ou teoria.

Desenvolvimento individual).

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ATENÇÃO: Faltando a quantidade de PÁGINAS de cada LIVRO que deve ser

registrada ao final de cada referencia.