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Marcadores conversacionais em Valentin Cibelle Correia da Silva Mestranda da Universidade de São Paulo (USP) e funcionária do IF Fluminense Campus Cabo Frio [email protected] Resumo Uma das expectativas do aprendiz de espanhol (língua estrangeira) é conquistar a fluência na conversação. No entanto, muitas vezes, ele percebe um idioma “diferente” daquele que estuda quando conversa com nativos, assiste a filmes hispânicos e lê alguns textos literários. É importante apresentar ao aluno, as modalidades escrita e oral do idioma estudado. O estudo da língua oral coloquial pode ser feito a partir de corpus de conversações espontâneas. Mas também podem ser utilizados como corpus textos de ficção: textos literários ou diálogos de filmes, como faremos neste trabalho, analisando marcadores conversacionais em trechos transcritos do filme argentino, Valentin (2002). Palavras-chave: Marcador conversacional. Conector pragmático. Análise da conversação. Oralidade. Introdução Uma das promessas feitas pelos cursos de língua estrangeira é a fluência na conversação, o domínio da língua oral. No entanto, muitas vezes, os aprendizes de espanhol (língua estrangeira) percebem um idioma “diferente” daquele que estudam quando conversam com nativos, assistem a filmes hispânicos e leem alguns textos literários. Tal percepção mostra a importância de se mostrar ao aluno, que assim como no português, no espanhol também existem diferenças entre a língua oral e a escrita, e que a língua oral não é caótica, ela tem sua organização. Essa pode ser descrita a partir de pesquisas sobre oralidade baseadas em corpus de conversações espontâneas. Mas também há a possibilidade de se estudar a presença da oralidade em textos de ficção: textos literários ou diálogos de filmes. Nesses corpi recriados, diversas características do texto conversacional coloquial podem ser observadas: a entonação sugerida, a paralinguagem, os marcadores conversacionais, intensificadores, atenuantes, léxico reduzido, metáforas diárias, frases feitas e a alternância de turno.

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  • Marcadores conversacionais em Valentin

    Cibelle Correia da Silva Mestranda da Universidade de So Paulo (USP) e funcionria do IF Fluminense

    Campus Cabo Frio [email protected]

    Resumo

    Uma das expectativas do aprendiz de espanhol (lngua estrangeira) conquistar a

    fluncia na conversao. No entanto, muitas vezes, ele percebe um idioma diferente

    daquele que estuda quando conversa com nativos, assiste a filmes hispnicos e l alguns

    textos literrios. importante apresentar ao aluno, as modalidades escrita e oral do

    idioma estudado. O estudo da lngua oral coloquial pode ser feito a partir de corpus de

    conversaes espontneas. Mas tambm podem ser utilizados como corpus textos de

    fico: textos literrios ou dilogos de filmes, como faremos neste trabalho, analisando

    marcadores conversacionais em trechos transcritos do filme argentino, Valentin (2002).

    Palavras-chave: Marcador conversacional. Conector pragmtico. Anlise da

    conversao. Oralidade.

    Introduo

    Uma das promessas feitas pelos cursos de lngua estrangeira a fluncia na

    conversao, o domnio da lngua oral. No entanto, muitas vezes, os aprendizes de

    espanhol (lngua estrangeira) percebem um idioma diferente daquele que estudam

    quando conversam com nativos, assistem a filmes hispnicos e leem alguns textos

    literrios.

    Tal percepo mostra a importncia de se mostrar ao aluno, que assim como no

    portugus, no espanhol tambm existem diferenas entre a lngua oral e a escrita, e que

    a lngua oral no catica, ela tem sua organizao.

    Essa pode ser descrita a partir de pesquisas sobre oralidade baseadas em corpus

    de conversaes espontneas. Mas tambm h a possibilidade de se estudar a presena

    da oralidade em textos de fico: textos literrios ou dilogos de filmes.

    Nesses corpi recriados, diversas caractersticas do texto conversacional coloquial

    podem ser observadas: a entonao sugerida, a paralinguagem, os marcadores

    conversacionais, intensificadores, atenuantes, lxico reduzido, metforas dirias, frases

    feitas e a alternncia de turno.

  • Neste trabalho, analisaremos a partir da Anlise da Conversao, Marcuschi

    (2003) e de estudos sobre o Espanhol Coloquial, Briz e Hidalgo (1988), Briz (2001),

    entre outros, um dos elementos mais tpicos da oralidade: o marcador conversacional.

    O corpus utilizado ser o filme argentino, Valentin (2002), do diretor Alejandro

    Agresti. Os marcadores esto sublinhados e numerados e a anlise dos mesmos se d

    aps o corpus.

    As modalidades de uso da lngua

    Em Oralidade e Letramento, Marcuschi (2001) trata da importncia das

    modalidades escrita e fala na sociedade.

    Sabemos que a oralidade tem uma primazia cronolgica sobre a escrita, pois

    todos os povos tm ou tiveram uma tradio oral. Por outro lado, a escrita, pelo modo

    como se imps nas sociedades modernas, tem status, representando educao,

    desenvolvimento e poder.

    Entretanto Marcuschi afirma que mais importante que apontar semelhanas e

    diferenas entre as modalidades, tratar do uso das mesmas no cotidiano. Para ele, as

    lnguas se fundam em usos e o que determina a variao lingustica em todas as suas

    manifestaes so os usos da lngua.

    Para o autor, central a eliminao da dicotomia entre fala e escrita, na qual a

    fala vista como o lugar do erro e do caos gramatical, enquanto a escrita o lugar da

    norma e o do bom uso da lngua.

    A hiptese que o autor defende supe que: as diferenas entre fala e escrita se

    do dentro do continuum tipolgico das prticas sociais de produo textual e no na

    relao dicotmica de dois polos opostos.

    Situando gneros textuais num grfico com as modalidades fala e escrita,

    Marcuschi esclarece que h gneros prototpicos das modalidades. A conversao

    espontnea prototpica da fala, e um artigo cientfico prototpico da escrita. Porm h

    os gneros tidos como mistos, pois possuem caractersticas de ambas as modalidades.

    Os trechos que sero analisados neste trabalho foram criados por um roteirista e

    so, portanto, pertencentes modalidade escrita. Porm, como possuem elementos da

    oralidade, sero utilizados como objeto de estudo.

  • Sobre o corpus

    O filme Valentin (2002), dirigido por Alejandro Agresti, retrata os problemas de

    um garoto, Valentin, de oito anos, que vive em um modesto bairro de Buenos Aires,

    com sua av. O filme retrata de forma encantadora e bem-humorada o modo como

    Valentin se relaciona com sua av, seu pai, seu tio e amigos, bem como suas

    dificuldades e seus sonhos.

    Marcadores conversacionais

    Como sabemos, a conversao no um conjunto de turnos sucessivos e

    aleatrios. A organizao no texto falado e sua coerncia so construdas passo a passo

    pelos seus interlocutores, num processo colaborativo. Como afirma Marcuschi, a fala

    tem sua prpria maneira de se organizar, desenvolver e transmitir informao, o que

    permite que se a tome como fenmeno especfico (apud FVERO, 1999, p.7).

    Um dos elementos que colabora para a organizao e coeso do texto

    conversacional coloquial o marcador conversacional ou conector pragmtico, como

    afirma Briz (1998, p.50):

    Sealbamos como constante del espaol coloquial la ausencia de fuertes

    ataduras sintcticas en la relacin de enunciados, lo que no significa ausencia

    de conexin entre estos. La citada conexin y, por tanto, cohesin del

    discurso coloquial se logra mediante otros recursos. Junto al ya sealado de

    las marcas prosdicas, destaca por su frecuencia el empleo de los

    denominados conectores pragmticos.

    Segundo Urbano (1999, p.85), os marcadores conversacionais so:

    Esses elementos, tpicos da fala, so de grande frequncia, recorrncia,

    convencionalidade, idiomaticidade e significao discursivo-interacional.

    Mas no integram propriamente o contedo cognitivo do texto. So, na

    realidade, elementos que ajudam a construir e a dar coeso e coerncia ao

    texto falado, especialmente dentro do enfoque conversacional.

    Para Marcuschi (2003), os marcadores conversacionais podem ser subdivididos

    em trs tipos de evidncias: no-verbais e suprasegmentais e verbais.

    Os recursos no-verbais, tais como: o olhar, o riso, a gesticulao, tm um papel

    fundamental na interao face a face. Estabelecem, mantm e regulam o contato.

  • Os recursos suprasegmentais so de natureza lingstica, mas no de carter

    verbal. Os dois mais importantes so: as pausas e o tom de voz.

    Os recursos verbais, dos quais trataremos neste trabalho, operam com palavras

    ou expresses altamente estereotipadas, de grande ocorrncia e recorrncia, alguns no

    so lexicalizados. No espanhol, os seguintes signos e expresses so exemplos de

    conectores pragmticos ou marcadores del discurso, conforme Briz (2001, p.167):

    y, o, pero, adems, incluso, es que, porque, aunque, ahora que,

    sin embargo, claro que, vamos (que), por cierto, oye, una cosa,

    lo que quiero decir, es decir, o sea (que), a ver si me entiendes,

    entonces, as (es) que, pues, en fin, bueno, en definitiva, total,

    pues nada, y nada, primero segundo, ests?, entiendes?,

    eh?, no?.

    Como afirma o autor, a classe dos conectores pragmticos uma classe

    funcional heterognea, que engloba diferentes categorias gramaticais. No entanto

    possuem um papel similar: de conectar unidades de fala e de colaborar para a

    manuteno da conversao.

    Briz e Hidalgo (1988), em Conectores Pragmticos y Estructura de la

    Conversacin, classificam-nos de acordo com a sua funo: instrues da atividade

    argumentativa dos interlocutores e/ou traos da atividade formulativa. Denominados,

    respectivamente, de conectores argumentativos e conectores metadiscursivos.

    Os conectores argumentativos podem possuir valores monolgicos (formas de

    engrenagem de enunciados na interveno de um falante) ou dialgicos (formas de

    engrenagem em intercmbio de falantes). Segundo Briz (2001, p.180), os conectores

    pragmticos como instruo argumentativa atuam como instrues da atividade

    argumentativa e permitem ao interlocutor interpretar os enunciados de outro falante

    como argumento para certas concluses.

    Os conectores metadiscursivos so formas que afetam a ordenao e

    organizao da conversao. Segundo Briz (2001, p. 201), a funo de tais conectores

    se vincula organizao da atividade discursiva; so traos de uma estratgia, de uma

    produo e formulao de mensagens, marcas da estruturao do discurso.

    Nosso objetivo ser, a partir desse referencial terico (Anlise da Conversao,

    estudos do Espanhol Coloquial na Conversao), analisar as funes que os marcadores

    conversacionais exercem nos trechos de Valentin.

  • Corpus

    I. Dilogo entre Valentin (L2) e sua av (L1)

    A av de Valentin quem cuida dele. Neste dilogo, a av pede que ele compre

    ravilis. Ela vai preparar o almoo, pois vo receber a visita do pai de Valentin.

    L1 Valentin. (1) Mira, te vas a la fbrica de pasta y compras dos cajas de ravioles

    de ricota, y una bolsa de queso rallado.

    L2 Chica o grande?

    L1 Chica.

    Y volvs enseguida, (2) eh1.

    Derechito para casa. No tards. (3)Entendiste?

    L2 S.

    L1 Anda.

    Com o uso do conector metadiscursivo (1) Mira, (olhe, em portugus), L1 marca

    o incio de turno e de novo tpico. Nesse trecho, mira tem a funo de chamar ateno

    para o ato ilocutrio seguinte: a ordem, ato que o neto Valentin escuta com ateno.

    Como sabemos, a funo socializadora da comunicao se destaca em relao a

    outras no caso da conversao coloquial. Por isso, constante a presena de marcadores

    que manifestam a relao entre os participantes da interao e destes com seus

    enunciados. So exemplos desses marcadores (2) eh e (3) (Entendiste?), definidos por

    Briz (2001) como marcadores metadiscursivos de controle de contato. O marcador eh,

    no trecho analisado cumpre a funo de reforar a exortao expressa por L1 (Volvs

    enseguida), e com Entendiste? L1 exige participao ativa do ouvinte, que responde

    afirmativamente a todas as exortaes anteriores (de comprar os ravilis e de no chegar

    tarde).

    Percebemos que L1 quem faz uso de conectores pragmticos para desenvolver

    tpicos, controlar o contato e manter a conversao. Trata-se de uma conversao

    assimtrica, relacionada neste caso relao de respeito que Valentin tem com sua av

    1 O conector eh no aparece na legenda.

  • e ao contrato conversacional estabelecido na interao entre eles, no qual a av pode dar

    ordens que o neto dever obedecer.

    II. Dilogo entre Valentin (L2) e seu tio (L1)

    Valentin tem um pai ausente, seu tio de algum modo, embora esteja somente de

    visita, substitui a figura paterna. Os personagens tm uma relao de amizade, o

    menino faz perguntas e conta segredos ao tio. Nesta cena, o tio vai dizer boa noite ao

    sobrinho e Valentin lhe conta um segredo.

    L1 Vale? Valentin, ests durmiendo?

    L2 Habla bajito que la abuela est ac al lado.

    L1 S, estoy hablando bajito, (1) che.

    L2 (2) Bueno, (3) pero tambin ten cuidado con los pies.

    Te puedo contar un secreto?

    L1 S, dale. Contame.

    L2 Hay una chica en el colegio que me gusta.

    L1 En serio?

    L2 S.

    L1 Cmo se llama?

    L2 Camila.

    L1 Qu lindo nombre. Qu te gusta de ella?

    L2 El pelo. Los ojos.

    L1 Y usa trencita?

    L2 S.

    L1 O mono?

    L2 Algunas veces, s.

    L1 Si quers, yo te puedo ayudar a escribir una poesa.

    L2 S.

    L1 (4) A ver(5) ste2

    Querida Camilita

    Cada vez que te veo,

    2 O conector este no aparece na legenda.

  • Me hace cosquillas la pancita

    (risas)

    L2 No, to. Sos un perro. En serio. Yo quiero tener una novia y me la vas a

    espantar.

    L1 S, yo la voy a espantar.

    Hay que irse a dormir. Dale. Te gustara ir a la cancha maana?

    O termo che uma marca do espanhol da Argentina. assim definido pelo

    dicionrio virtual da RAE (Real Academia Espaola):

    che2. 1. interj. Val., Arg., Bol., Par. y Ur. Usado para llamar, detener o pedir atencin a

    alguien, o para denotar asombro o sorpresa.

    O termo che, bastante recorrente na lngua falada da Argentina, pode ser

    considerado como um conector pragmtico. Veja as impresses de um falante argentino

    sobre as funes desse conector, ao responder em um frum da Internet sobre o uso

    correto do che.

    Re: Uso correcto del "che" (Argentina)

    Hola lvaro!

    ()Es rarsimo explicar el uso del "che" como si hubiera reglas gramaticales porque no las hay, slo nos

    sale naturalmente...

    Pero bueno che, si tanto insists hagamos el esfuerzo entonces. Lo ms comn es que vaya al principio o

    al final, pero como habrs visto recin apareci uno en el medio...

    Al principio: como vocativo, para llamar la atencin de alguien. ("Che, no viste mi saco por ah?") o

    simplemente para reforzar ("Eh, che... no es para tanto!")

    Al medio o al final: para dar ms nfasis ("Qu calor, che! No aguanto ms!", "Pero que cosa, che, ya

    te dije diez mil veces que no apoyes tus cosas ac arriba!") aunque tambin puede ser vocativo ("Te estoy

    hablando a vos, che..." o simplemente est dando nfasis...?)

    Ojo, ni yo me tomara todo esto como una regla... nosotros decimos che porque nos sale, no nos

    planteamos qu funcin cumple y a veces ni se puede explicar semnticamente.

    A veces es para retomar el dilogo. "Che... qu estaba diciendo?" Esto lo puedo decir a un grupo de

    amigos y no es que le estoy hablando a uno solo. "Che, qu macana..." ...puedo estar hablando sola y no

    es que me diga che a m misma...

    Perdoname si ahora ests ms confundido que antes... fue mi humilde aporte al che argentino.

    (Frum do Word Reference: Che (Argentina): wordreference.com)

    Embora de maneira intuitiva, o falante aponta que a funo do che est

    relacionada sua posio na unidade de fala e ao contexto. Aponta como suas possveis

    funes: chamar a ateno, reforar o que foi dito, ou retomar algum tpico. Trata-se,

    portanto, de um conector pragmtico polivalente.

  • Aps o pedido de L1 para que L2 fale baixinho, o marcador metadiscursivo (1)

    che, usado pelo tio (L2) uma maneira de enfatizar sua resposta, e tranquilizar o

    sobrinho.

    O segundo marcador metadiscursivo do dilogo (2) Bueno, este funciona como

    um prefcio reformulador com o qual L1 precisa seu ato, alm de pedir para falar baixo,

    acrescenta outro pedido por meio do conector argumentativo (3) pero tambin: pero

    tambin ten cuidado con los pies. Percebemos no dilogo que a argumentao de L1

    visa a orientar o interlocutor para que a av no seja incomodada.

    Mais adiante, Valentin conta ao tio que gosta de uma menina do colgio. O tio,

    ento, oferece ajuda para escrever uma poesia para ela e Valentin aceita. Os conectores

    (4) A ver... e (5) Este..., recorrentes no espanhol da Argentina, tm um papel

    retardatrio. Fazem, no trecho analisado, com que L1 ganhe tempo para criar a poesia.

    Temos nesse segundo dilogo uma conversao simtrica, dada a relao de

    amizade existente entre tio e sobrinho. Portanto os dois personagens fazem uso de

    conectores pragmticos contribuindo igualmente para o desenvolvimento e manuteno

    da interao.

    Concluso

    Nos primeiros estudos do espanhol falado, os conectores pragmticos eram

    considerados como expletivos ou como muletillas, estas ltimas definidas como

    palavras desnecessrias que se repetem muito na conversao por costume ou como

    apoio ao falar.

    Atualmente, muitas vezes no consideramos a importncia de tais elementos, a

    legenda do filme utilizado como corpus, por exemplo, no transcreveu alguns dos

    conectores analisados: (eh, este).

    De fato, muitos marcadores aparecem sem significado, e destitudos de suas

    funes normais. No entanto, na maioria das vezes, desempenham um papel

    importante como conectores textuais e discursivos e contribuem estruturao de uma

    conversao.

    Por fim, sugerimos atividades baseadas em filmes nas quais trabalhemos esse

    elemento to recorrente na lngua falada coloquial, propondo que os alunos observem

    qual a funo pragmtica de tais conectores, e qual a sua importncia para a coeso e

  • coerncia de uma conversao coloquial. Alm dos dilogos analisados neste artigo,

    acrescentamos na prxima pgina outro dilogo de Valentin e sugesto de atividade.

    Imaginamos que propostas como essas podem colaborar para o ensino-

    aprendizagem desses importantes elementos da lngua oral.

    Actividad sobre conectores pragmticos

    Despus de ver la escena en que Valentn charla con su amigo Rufo, analiza la funcin

    pragmtica de los conectores pragmticos subrayados.

    Tras el anlisis y el debate con los compaeros En parejas: Elaboren un dilogo de acuerdo

    con la siguiente situacin: Un amigo/amiga te cuenta que est en crisis con su novia/novio. T eres un

    buen amigo, vas a escucharlo con atencin y tambin darle consejos. Usa por lo menos 3 de los

    conectores pragmticos que aprendimos.

    L2 Si quers, prob.

    L1 En serio?

    L2 S, tom.

    L1 Es bueno, che.

    L2 Est bueno, no?

    L1 Sirve para olvidar las penas?

    L2 Qu penas tens que olvidar vos?

    L1 Uff, si supieras

    L2 Qu?

    L1 La vida no es tan fcil, viejo.

    L2 No es tan fcil la vida? Por qu?

    L1 El problema lo tengo con las mujeres.

    L2 No me digas.

    L1 Me ests cargando?

    L2 No, no, cont.

    L1 (Y no) a m se me complic el tema en que mi mam y mi pap se separaron.

    L2 Ah.

    L1 Viste esa chica que andaba saliendo con mi pap?

    L2 S.

    L1 Me llev a pasear. La que me regal un camioncito.

    L2 S, s, me acuerdo perfectamente.

    L1 Era tan linda que yo no le quera mentir.

    L2 Ah.

    L1 Me cag la boluda.

    L2 Por?

  • L1 (Y no) Porque tanto que la quera, le empec a contar cosas y me cag.

    L2 Ahn, ahn.

    L1 Le dijo todo a mi pap y mi pap se le agarr conmigo.

    L2 Pero era tan, tan linda?

    L1 S, qu lstima, no?

    L2 S.

    L1 Es como decs vos. Los hombres somos ms amorosos.

    Referncias

    BRIZ, Antonio, HIDALGO, Antonio. Conectores pragmticos y estructura de la

    conversacin. In: Los marcadores del discurso. Madrid: Arco Libro, 1988.

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    ______ . El espaol coloquial en la conversacin: esbozo de pragmagramtica.

    Barcelona: Ariel, 2001.

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    em: jun. 2009.

    FRUM DO WORLD REFERENCE: Che (Argentina). Disponvel em:

    . Acesso em: jun. 2009.

    MARCUSCHI, Luiz Antonio. Da fala para a escrita: atividades de retextualizao. So

    Paulo: Cortez, 2001.

    ______ . Luiz Antonio. Anlise da conversao. So Paulo: tica, 2003.

    URBANO, Hudinilson. Oralidade na literatura: o caso Rubem Fonseca. So Paulo:

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