18220074 a cabala mistica

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    A CABALA MSTICA

    Dion Fortune

    Dion Fortune ( Mrs. Violeth Firth)

    Ex Adepto da Sociedade Golden DawnFundadora da Society of Inner Light

    Londres, 1957

    Editado por Frater Sekhemkhet 777www.abrahadabra93.kit.net

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    SUMRIO

    PARTE II. A IOGA DO OCIDENTEII. A ESCOLHA DE UM CAMINHOIII. O MTODO DA CABALAIV. A CABALA NO-ESCRITAV. A EXISTENCIA NEGATIVAVI. OTZ CHIIM, A ARVORE DA VIDAVII. AS TRS SUPREMASVIII. OS PADRES DA ARVOREIX. AS DEZ SEPHIROTH NOS QUATRO MUNDOSX. OS CAMINHOS DA ARVOREXI. AS SEPHIROTH SUBJETIVASXII. OS DEUSES DA ARVOREXIII. O TRABALHO PRATICO SOBRE A ARVORE

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    IA IOGA DO OCIDENTE

    1. So poucos os estudantes de ocultismo que sabem alguma coisa a respeito dafonte de onde surgiu a sua tradio. Muitos deles sequer sabem que existe uma

    Tradio Ocidental. Os eruditos sentem-se perplexos diante dos subterfgios adas defesas intencionais de que se valeram tanto os iniciados antigos como osmodernos para ocultar-se, a concluem que os poucos fragmentos que ainda nosrestam dessa literatura no passam de contrafaes medievais. Muito seespantariam eles se soubessem que esses mesmos fragmentos, suplementadospor manuscritos que jamais se permitiu sarem das mos dos iniciados, acomplementados por uma tradio oral, ainda so transmitidos at hoje nasescolas de iniciao, constituindo a base do trabalho prtico da ioga doOcidente.

    2. Os adeptos das raas cujo destino evolutivo consiste em conquistar o planofsico desenvolveram uma tcnica iguica prpria que se adapta aos seusproblemas especiais a s suas necessidades peculiares. Essa tcnica baseia-sena bem conhecida, mas pouco compreendida Cabala, a Sabedoria de Israel.

    3. Poder-se- perguntar por que as naes ocidentais teriam qualquer razo paraprocurar a sua tradio mstica na cultura hebraica. A resposta a essa questoser facilmente compreendida por aqueles que esto familiarizados com a teoriaesotrica relativa s raas a sub-raas. Tudo tem uma fonte. As culturas nobrotam do nada. As sementes de cada nova fase de cultura devem surgirnecessariamente da cultura anterior. No podemos negar que o judasmo foi amatriz da cultura espiritual europia, quando recordamos que tanto Jesus comoSo Paulo eram judeus. Nenhuma outra raa alm da judia poderia ter fornecidoa base para uma nova revelao, visto que nenhuma outra raa abraava umcredo monotesta. O pantesmo e o, politesmo tiveram seus dias de esplendor,mas uma nova cultura, mais espiritual, se tomou necessria. As raas cristsdevem sua religio cultura judia, assim como as raas budistas do Orientedevem a sua cultura hindu.

    4. O misticismo de Israel fornece os fundamentos do moderno ocultismo ociden-tal, a constitui o fundo terico com base no qual se desenvolveram os rituaisocultistas do Ocidente. Seu famoso hierglifo, a rvore da Vida, o melhorsmbolo de meditao que possumos, exatamente porque o mais compre-ensvel.

    5. No minha inteno escrever um estudo histrico sobre as fontes da Cabala,mas, antes, mostrar o emprego que dela fazem os modernos estudantes dos

    Mistrios. Embora as razes de nosso sistema estejam na tradio; no h razoalguma para que esta nos escravize. Uma tcnica empregada nos dias quecorrem um processo que est em pleno desenvolvimento, pois a experinciade cada trabalhador a enriquece a se torna parte integrante da herana comum.

    6. No devemos necessariamente seguir tais a tais atitudes ou manter tais a taisidias apenas porque os rabinos que viveram antes de Cristo assim odeterminaram. O mundo no deteve sua marcha na era dos rabinos, e vivemoshoje uma nova revelao. Mas o que era verdadeiro - em princpio no passado verdadeiro - em princpio - na atualidade e, por conseguinte, de muito valorpara ns. O cabalista moderno o herdeiro da Cabala antiga, mas cabe-lhereinterpretar a doutrina a reformular o mtodo luz da reve-lao atual, caso

    queira extrair dessa herana algum valor prtico para si.7. No pretendo que os modernos ensinamentos cabalsticos, tal como os queaprendi, sejam idnticos aos dos rabinos pr-cristos, mas afirmo que esses

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    13.O esoterismo cristo baseia-se na Gnose, que, por sua vez, radica tanto nopensamento grego como no egpcio. O sistema pitagrico constitui umaadaptao dos princpios cabalsticos ao misticismo grego.

    14. A seo exotrica da Igreja Crist,organizada pelo Estado, perseguiu a aniquilou

    a seo esotrica, destruindo-lhe toda a literatura a lutandO por apagar dahistria humana a prpria lembrana de uma doutrina gnstica. Registra ahistria que as termas a as padarias de Alexandria foram fomentadas duranteseis meses com os manuscritos retirados da grande biblioteca. Pouco nos restouda herana espiritual da sabedoria antiga. Tudo o que estava acima do solo foiarrancado, e apenas com a escavao dos antigos monumentos encobertospela areia que estamos comeando a redescobrir-lhe os fragmentos.

    15.S depois do sculo XV, quando o poder da Igreja comeou mostrar sinais defraqueza, ousaram os homens confiar ao papel a tradicional Sabedoria de Israel.Os eruditos declaram que a Cabala uma fantasia medieval, pois no lhepodem traar a sucesso desde os manuscritos primitivos. Mas aqueles que

    conhecem o sistema de trabalho das fraternidades esotricas sabem que todauma cosmogonia a toda uma psicologia podem !O, r ocultadas num hierglifoque, para o no-iniciado, no tem qualquer sentido. Esses estranhos a antigosdiagramas foram passados de gerao para gerao, e a explicao que osacompanha, transmitida apenas verbalmente, de modo que a verdadeirainterpretao jamais se perdeu. Quando existia alguma dvida quanto explicao de algum ponto abstruso, recorria-se ao hierglifo sagrado, e ameditao sobre ele comunicava o que geraes de trabalho meditativo haviamnele infundido. Sabem muito bem os msticos que, se algum medita sobre umsmbolo ao qual a meditao do passado associou certas idias, tal pessoa teracesso a essas mesmas idias, ainda que o hierglifo jamais lhe tenha sidoexplicado por aqueles que receberam a tradio oral "da boca ao ouvido".

    16.A fora temporal organizada da Igreja expulsou seus rivais de~e campo adestruiu-lhes os vestgios. Pouco sabemos das sementes que brotaram a logoforam cortadas durante a Idade Negra, mas o misticismo inerente raahumana e, embora a Igreja tenha destrudo todas as razes da tradio em suaalma grupal, os espritos devotos de seu prprio rebanho redesco-briram atcnica da unio entre a alma a Deus a desenvolveram uma ioga caracterstica,estreitamente semelhante ioga Bhakti do Oriente. A literatura do catolicismo rica em tratados sobre teologia mstica que relam uma familiaridade prtica comos estados superiores de conscincia, embora apresentem uma concepo umtanto quanto ingnua da psicologia desse fenmeno, revelando assim a pobrezade um sistema que no dispe da experincia fornecida pela tradio.

    17.A ioga Bhakti da Igreja Catlica s adequada queles cujo temperamento naturalmente devocional a que descobrem no auto-sacrifcio amoroso a suaexpresso mais espontnea. Mas nem todos tm esse temperamento, e umapena que o Cristianismo no tenha outros sistemas a oferecer aos seus devotos.O Oriente, por ser tolerante, sbio, a desenvolveu vrios mtodos iguicos.Cada um desses mtodos pode ser seguido com excluso dos outros, sem quepara isso tenha de negar aos outros mtodos o valor como meio de acesso aDeus.

    18. Em conseqncia dessa deplorvel limitao de nossa teologia, muitos devotosocidentais recorrem a mtodos orientais. Para aqueles que so capazes de viverem condies orientais a trabalhar sob a imediata superviso de um guru, essa

    escolha poder revelar-se satisfatria, mas ela raramente d bons resultados

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    quando esses mesmos devotos seguem vrios sistemas sem outra supervisoalm da de um livro a sob as condies que regem a vida no Ocidente.

    19. por essa razo que recomendo s raas brancas o sistema tradicional doOcidente, pois este se adapta perfeitamente sua constituio fsica. Essesistema produz resultados imediatos e, quando praticado sob a superviso

    adequada, no afeta o equilbrio mental ou fsico - como acontece comdesagradvel freqncia quando se utilizam sistemas imprprios - e aindaestimula uma excepcional vitalidade. essa vitalidade peculiar dos adeptos quedeu origem tradio do "elixir da vida". Conheci vrias pessoas em minha vidaque mereciam o ttulo de adepto, a sempre me surpreendi com a extraordinriavitalidade que exibiam.

    20.Por outro lado, s posso endossar o que todos os gurus da tradio orientalsempre afirmaram, ou seja, que qualquer sistema de desenvolvimento psico-espiritual s pode ser seguido adequadamente a em segurana sob a supervisopessoal de um mestre experiente. Por essa razo, embora me proponha afornecer nestas pginas os princpios da Cabala mstica, no creio que seja

    prudente dar tambm as chaves de sua prtica, mesmo que, pelos termos deminha prpria iniciao, eu no estivesse proibida de faze-lo. Mas por outrolado, no considero justo para com o leitor comunicar-lhe informaes erradasou deformadas. Assim, na medida de meus conhecimentos a de minha crena,posso afirmar que as informaes dadas neste livro so exatas, ainda que, emcerto aspecto, incompletas.

    21.Os Trinta a Dois Caminhos Msticos da Glria Oculta so sendas da vida, aaqueles que desejam desvendar-lhes os segredos no tm outra sada senotrilh-los. Assim ~o eu prpria fui treinada, todos os que desejam sujeitar-se disciplina devem faz-lo, a eu indicarei com prazer o caminho que todoaspirante srio dever seguir.

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    desenvolvimento que se obtm no Ocidente por meio apenas dameditao um processo lento, pois a substncia mental sobre a qual setem de operar e a atmosfera mental na qual o trabalho se deve cumprirso muito resistentes. A nica escola de ioga ocidental puramentemeditativa a dos quacres, a penso que eles concordam em que seucaminho se destina a poucos: a Igreja Catlica combina a ioga mntrica

    com a ioga Bhakti.10. por meio das frmulas que o ocultista seleciona a concentra as foras

    com as quais deseja operar. Essas frmulas baseiam-se na rvoreCabalstica da Vida, a seja qual for o sistema com que estejatrabalhando, seja imaginando as formas de Deus do Egito, seja evocandoa inspirao lacchus com cantos a danas, o ocultista tem o diagrama darvore no fundo de sua mente. por meio do simbolismo da rvore queos iniciados ocidentais se disciplinam, a esse diagrama fornece aestrutura essencial de classificao qual todos os outros sistemaspodem ser referidos. O Raio sobre o qual o aspirante do Ocidentetrabalha manifestou-se em diversas cultural e desenvolveu uma tcnicacaracterstica em cada uma delas. O iniciado moderno opera um sistema

    sinttico, utilizando, s vezes, um mtodo egpcio e, noutras, um mtodogrego ou mesmo druida, pois esses diferentes sistemas esto mais bemadaptados aos seus diferentes propsitos a condies. Em todos oscasos, contudo, a operao que realiza est estreitamente relacionadacom os Caminhos da rvore, em que mestre. Se possui o grau quecorresponde Sephirah Netzach, ele pode operar com a manifestao dafora desse aspecto da Divindade (conhecida pelos cabalistas sob onome de Tetragrammaton Elohim), seja qual for o sistema que tenhaescolhido. No sistema egpcio, seria a Isis da Natureza; no grego,Afrodite; no nrdico, Freya; no druida, Keridwen. Em outras palavras, elepossui os poderes da Esfera de Vnus, seja qual for o sistema tradicionalque esteja utilizando. Ao alcanar um grau em um sistema, ele tem

    acesso aos graus equivalentes de todos os outros sistemas de suatradio.

    11. Mas, embora ele possa utilizar esses outros sistemas quando a ocasiose apresenta, a experincia prova que a Cabala fornece o melhor planofundamental e o melhor sistema para o adestramento do estudante,antes que ele esteja apto a fazer experincias com os sistemas pagos.A Cabala essencialmente monotesta; os poderes que ela classifica sosempre encarados como mensageiros de Deus a no como Seuscompanheiros. Esse princpio estabelece o conceito do governocentralizado do Cosmo a do controle da Lei Divina sobre todas asmanifestaes - princpio muito necessrio que todo estudante dasForas Arcanas deve assimilar. a pureza, a sanidade e a clareza dosconceitos cabalistas resumidos na frmula da rvore da Vida que fazdesse hierglifo um smbolo admirvel para as meditaes que visamexaltar a conscincia, dando-nos a justificativa para chamar a Cabala de"ioga do Ocidente".

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    formula um smbolo concreto que o olho pode ver, a com ele representa arealidade abstrata que nenhuma mente humana pode conceber.

    7. esse, exatamente, o mesmo princpio da lgebra. Que x represente aquantidade desconhecida, y a metade de x, e z algo que conhecemos. Secomearmos por fazer experincias com y e descobrirmos sua relao com

    z, y deixar em breve de ser totalmente desconhecido; teremos descobertopelo menos algo a respeito dele; e, se formos suficientemente hbeis,poderemos, no final, expressar y nos termos de z, a assim comearmos aentender x.

    8. Existem muitos smbolos que so empregados como objetos de meditao;a cruz, na cristandade; as formas de Deus no sistema egpcio; os smbolosflicos em outras fs. O iniciado utiliza esses smbolos como meios paraconcentrar a mente a nela introduzir certos pensamentos, evocandodeterminadas idias a estimulando determinados sentimentos. O iniciado,contudo, utiliza de modo diverso o sistema simblico; ele o utiliza comouma lgebra, por meio da qual capaz de ler os segredos dos poderes

    desconhecidos; em outras palavras, ele utiliza o smbolo como um meio deguiar o pensamento no Invisvel a no Incompreensvel.

    9. E como ele faz isso? Utilizando um smbolo composto, porquanto umsmbolo unitrio no serviria ao seu propsito. Contemplando um smbolocomposto como a rvore da Vida, ele observa que existem relaesdefinidas entre as suas partes. H algumas partes sobre as quais conhecealguma coisa; h outras sobre as quais pode intuir algo, ou, em outraspalavras, a respeito das quais pode ter um "palpite", raciocinando emfuno dos princpios primeiros. A mente salta de um princpio conhecido aoutro conhecido, e, assim fazendo, atravessa as mais diversas distncias,para falar metaforicamente; como um viajante no deserto que conhece a

    localizao de dois osis a que faz uma marcha forada entre ambos. Ele jamais se atreveria a lanar-se ao deserto partindo do primeiro osis adesconhecendo a localizao do segundo; mas, ao fim de sua jornada, eleno apenas ter conhecido muito mais coisas a respeito das caractersticasdo segundo osis, como tambm ter observado o terreno que se encontraentre ambos. Assim, marchando de um osis a outro, para frente a paratrs no deserto, ele gradualmente o explora; no entanto o deserto incapaz de sustentar-lhe a vida.

    10. Ocorre o mesmo com o sistema cabalstico de notao. As coisas que eletraduz so inimaginveis - e, no entanto, a mente, correndo de um smboloa outro, capaz de pensar nessas coisas; e, embora tenhamos de noscontentar em ver atravs de um vidro esfumado, temos toda razo paraesperar que, ao fim, vejamos essas coisas diretamente a as conheamospor completo, pois a mente humana se desenvolve por meio do exerccio, aaquilo que no incio era to inimaginvel quanto a matemtica para umacriana que no consegue resolver suas contas, chega ao limiar de nossacompreenso. Pensando sobre uma coisa, formamos conceitos sobre ela.

    11. Parece verdade que o pensamento se originou da linguagem, no alinguagem do pensamento. Aquilo que as palavras so em relao aopensamento, os smbolos o so no que respeita intuio. Por maiscurioso que possa parecer, o smbolo precede a elucidao; por isso queafirmamos, no incio desta obra, que a Cabala um sistema emdesenvolvimento, no um monumento histrico. Temos hoje muito mais

    coisas a extrair dos smbolos cabalsticos do que nos tempos da antigarevelao, pois nosso contedo mental mais rico em idias. Por exemplo,

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    muito mais rica hoje para o bilogo a Sephirah Yesod, na qual operam asforas do crescimento a da reproduo, do que o era para o antigo rabino.A Esfera da Lua resume tudo que se refere ao crescimento e reproduo.Mas essa Esfera, tal como representada na rvore da Vida, localiza-senos Caminhos que conduzem a outras Sephiroth; por conseguinte, ocabalista bilogo sabe que deve haver certo relacionamento definido entre

    as foras resumidas em Yesod a as foras representadas pelos smbolosconsignados a esses Caminhos. Meditando sobre esses smbolos, ele obtmvislumbres de relaes que no se revelariam quando se considera apenaso aspecto material das coisas; e, quando ele tenta trabalhar essesvislumbres no material de seus estudos, descobre que a se ocultamindcios importantes. Dessa maneira, na rvore, uma coisa leva a outra, ea explicao das causas ocultas surge das propores a das relaes dosvrios smbolos individuais que compem esse poderoso hierglifosinttico.

    12. Cada smbolo, ademais, admite diferentes interpretaes nos diferentesplanos e, por meio de suas associaes astrolgicas, pode ele ser referido

    aos deuses de qualquer panteo, abrindo, assim, novos a vastos camposde aplicao, nos quais a mente viaja sem descanso, pois um smbolo levaa outro numa cadeia contnua de associaes, a ambos se confirmammutuamente, da mesma maneira como os fios de muitos ramos se renemnum hierglifo sinttico, sendo cada smbolo passvel de interpretao nostermos de qualquer plano em que a mente possa estar funcionando.

    13. Esse poderoso a abrangente hierglifo da alma humana a do Universo,graas associao lgica de smbolos, evoca imagens na mente; essasimagens, porm, no se desenvolvem ao acaso, mas seguem uma linha deassociaes bem definidas na Mente Universal. O smbolo da rvore , paraa Mente Universal, o que o sonho para o eu individual - um hierglifo

    sinttico, oriundo da subconscincia, que representa as foras ocultas.14. O universo , na realidade, uma forma mental projetada pela mente de

    Deus. A rvore Cabalstica pode ser comparada a uma imagem onrica quesurge da subconscincia de Deus a dramatiza o contedo subconsciente daDivindade. Em outras palavras, se o universo o produto final da atividadeda mente do Logos, a rvore a representao simblica do material rudeda conscincia divina a dos processos pelos quais o universo veio existncia.

    15. Mas a rvore no se aplica apenas ao Macrocosmo, a sim, tambm, aoMicrocosmo, que, como sabem todos os ocultistas, uma rplica emminiatura daquele. Eis a razo por que a adivinhao possvel. Essa arteto pouco compreendida a to caluniada tem por base filosfica o Sistemade Correspondncias representado pelos smbolos. As correspondnciasentre a alma humana e o universo no so arbitrrias, mas surgem deidentidades em desenvolvimento. Certos aspectos da conscincia foramdesenvolvidos em resposta a certas fases de evoluo e, por conseguinte,incorporaram os mesmos princpios; conseqentemente, reagem smesmas influncias. A alma humana como um lago que se comunica como mar por meio de um canal submerso; embora aparentemente o lagoesteja cercado de terra, seu nvel de gua baixa ou se eleva com as mars,por obra dessa coneco oculta. Ocorre o mesmo com a conscinciahumana; existe uma coneco subterrnea entre as almas individuais e aalma do mundo, a essa comunicao se acha profundamente encerrada

    nos escaninhos mais primitivos da subconscincia, e por essa razo queparticipamos do fluxo a refluxo das mars csmicas.

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    16. Cada smbolo da rvore representa uma fora ou um fator csmico.Quando a mente se concentra no smbolo, ela se pe em contato com essafora; em outras palavras, um canal superficial, um canal na conscincia,se estabelece entre a mente consciente do indivduo a um fator particularda alma do mundo, e por esse canal que as guas do oceano refluem

    para o lago. O aspirante que utiliza a rvore como seu smbolo demeditao estabelece ponto por ponto a unio entre a sua alma e a almado mundo. Essa unio resulta num tremendo influxo de energia para aalma individual, e esse influxo que lhe confere poderes mgicos.

    17. Mas, assim como o universo deve ser governado por Deus, assim tambma multifacetada alma humana deve ser governada por seu deus - o espritohumano. O eu superior deve governar o seu universo, pois, do contrrio,haveria fora em desequilbrio a cada fator governaria o seu prprioaspecto, fazendo estalar a guerra entre eles. Teramos, ento, o domniodos Reis de Edom, cujos reinos eram foras desequilibradas.

    18. Temos, assim, na rvore, um hierglifo da alma do homem a do universo,bem como nas lendas que a histria da evoluo da alma a do Caminho daIniciao associam a ela.

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    IVA CABALA NO-ESCRITA

    1. O ponto de vista do qual abordo a Cabala Sagrada difere, nestas pginas, atonde eu saiba, do adotado por todos os outros escritores que se ocuparam doassunto, pois, para mim, a Cabala um sistema vivo de desenvolvimentoespiritual, no uma curiosidade histrica. Poucas pessoas, mesmo entre aquelasque se interessam pelo ocultismo, sabem que h uma tradio esotrica ativaem nosso meio, que se transmite por meio de manuscritos particulares a "deboca a ouvido". E menos pessoas ainda sabem que essa tradio consiste naCabala Sagrada, o sistema mstico de Israel. Mas onde poderamos buscar anossa inspirao oculta, a no ser na tradio legada pelo Cristo?

    2. A interpretao da Cabala no se encontra, contudo, entre os rabinos do IsraelExterno, que so hebreus apenas pela carne, mas entre aqueles que so o povoescolhido segundo o esprito - em outras palavras, os iniciados. A Cabala, comoa compreendo, tampouco um sistema puramente hebreu, pois ela foisuplementada, durante a Idade Mdia, por muitos conhecimentos alqumicos apela estreita associao a este extraordinrio sistema simblico que o Tar.

    3. Por conseguinte, em minha apresentao do assunto, no recorro muito tradio, em apoio s minhas concepes, bem como prtica moderna, quanto

    aqueles que fazem use da Cabala como seu mtodo de tcnica oculta. Poder-se-ia alegar contra mim que os antigos rabinos nada sabiam de alguns dosconceitos aqui expostos. Replico que seria mesmo impossvel que eles osconhecessem, pois tais idias no eram conhecidas em seus dias, resultando, aocontrrio, do trabalho dos herdeiros do Israel Espiritual. De minha parte -embora no pretenda desviar ningum dos ensinamentos do mundo antigo aquerendo, no tocante aos assuntos de preciso histrica, que estespermaneam sujeitos correo de todo aquele que estiver mais informado doque eu a respeito desses assuntos (e seu nmero legio) -, atribuo escassaimportncia tradio quando ela impede o livre desenvolvimento de umsistema de tanto valor como a Cabala Sagrada, a utilizo as obras de meuspredecessores como uma pedreira de onde retiro as pedras para construir

    minha cidadela. Mas no me limito a essa pedreira por qualquer ordem de quetenha conhecimento, colhendo tambm o cedro do Lbano e o ouro de Orfir, seisso convm ao meu propsito.

    4. Fique bem claro, portanto, que no digo "Este o ensinamento dos amigosrabinos", mas sim "Esta a prtica dos modernos cabalistas, que constitui, parans, assunto de vital importncia, por se tratar de um sistema prtico dedesenvolvimento espiritual"; a ioga do Ocidente.

    5. Depois de me ter assim precavido, na medida do possvel, contra a acusao deno ter feito aquilo que jamais pretendi fazer, julgo conveniente definir agoraminha prpria posio, no que toca erudio a s qualificaes gerais para a

    tarefa a cumprir. No que concerne erudio real, estou na mesma classe deWilliam Shakespeare, pois tenho pouco latim e nenhum grego, conhecendo dohebraico apenas o aspecto cultivado pelos ocultistas, ou seja: a habilidade para

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    transliterar a difcil escrita hebraica em funo dos clculos gemtricos. Daacusao de no possuir nenhum conhecimento do hebraico enquanto lngua,sou inocente.

    6. No sei se este franco reconhecimento de minhas deficincias servir paradesarmar as crticas; no h dvida de que se alegar contra mim e no sem

    justificativas - que uma pessoa assim to mal-equipada no deveria empre-ender a tarefa. Posso perguntar, em minha defesa, se algum, encontrando umhomem ferido, deveria, na ausncia de qualificao mdica, recusar-se asocorr-lo e a dar-lhe a ajuda que pudesse, esperando, ao contrrio, a chega-dada assistncia qualificada? Minha obra sobre a Cabala tem a natureza dosprimeiros socorros. Procuro desvelar um inestimvel sistema at agora negli-genciado, a por mais desqualificada para a tarefa que eu possa ser, procurochamar a ateno para as suas possibilidades a restaurar-lhe o lugar adequadocomo chave do ocultismo ocidental; e minha esperana que esta obra possaatrair a ateno dos eruditos a anim-los a continuar a tarefa de traduo ainvestigao dos manuscritos cabalsticos, que constituem, at agora, um veiodo qual apenas os afloramentos superficiais foram aproveitados.

    7. Posso alegar, contudo, uma qualificao para a minha tarefa: nos ltimos dezanos, vivi a existi na Cabala Prtica; utilizei-lhe os mtodos tanto subjetivacomo objetivamente, at que eles se tomassem parte de mim mesma, aconheo por experincia prpria os resultados psquicos a espirituais que podemproduzir, tanto quanto seu incalculvel valor como mtodo de manipu-laomental.

    8. Aqueles que desejam utilizar a Cabala como sua ioga no precisam obternecessariamente um extenso conhecimento da lngua hebraica; tudo o de queprecisam ler a escrever os caracteres hebraicos. A Cabala moderna ganhoucertificado de naturalizao nas lnguas ocidentais, mas retm, e deve reter, as

    suas Palavras de Poder em hebraico, que a lngua sagrada do Ocidente, assimcomo o snscrito a lngua sagrada do Oriente. Muitos so aqueles que seopuseram ao livre emprego dos termos snscritos na literatura ocultista, apoderiam eles objetar ainda mais fortemente contra o emprego de caractereshebraicos; mas sua utilizao inevitvel, porquanto cada letra tambm umnmero, a os nmeros que as letras compem so no apenas uma impor-tantepista para o seu significado, mas podem tambm expressar as relaesexistentes entre diferentes idias a poderes.

    9. Segundo MacGregor Mathers, no admirvel ensaio que constitui a introduo deseu livro, a Cabala comumente classificada sob quatro categorias: A CabalaPrtica, que trata da magia talismnica a cerimonial; a Cabala Dogmtica,que consiste na literatura cabalstica; A Cabala Literal, que trata do use dasletras e dos nmeros; e a Cabala No-escrita, que consiste no conhecimentocorreto da maneira pela qual os sistemas simblicos esto dispostos na rvoreda Vida, e a respeito da qual diz MacGregor Mathers: "Nada mais posso dizersobre esse ponto, nem mesmo se eu o recebi ou no." Mas, como essa valiosasugesto foi desenvolvida pela falecida Senhora MacGregror Mathers em suaintroduo nova edio do livro ("Simultanea-mente publicao da Cabala,em 1887, ele recebeu instrues de seus mestres ocultos para preparar o queposteriormente se tornou a sua escola esotrica"), justificvel dizer que,embora Mathers tenha recebido a Cabala No-escrita, .esta deixou por algunsanos de ser no-escrita, pois, aps uma disputa com esse autor, AleisterCrowley, o conhecido autor a erudito, publicou integralmente o conjunto. Seuslivros so agora raros a difceis de encontrar e, por serem muitos estimados

    pelos esoteristas mais eruditos, seu valor se tomou extraordinrio a raramentechegam s livrarias de sebo.

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    10.A violao de um juramento inicitico um assunto srio a uma coisa que, deminha parte, no pretendo fazer; mas no acredito em nenhuma autoridadeque me impea de coletar a comparar todo o material disponvel j publicadosobre qualquer assunto a de interpreta-lo de acordo com a minha melhorhabilidade. Nestas pginas, ao sistema referido por Crowley que recorro para

    complementar os pontos sobre os quais silenciam MacGregor Mathers, WynnWestcott a A. E. Waite, principais autoridades modernas da Cabala.

    11.Quanto a ter recebido eu prpria qualquer conhecimento da Cabala No-escrita,seria muito inconveniente para mim, tanto quanto o foi para MacGregorMathers, discorrer sobre esse ponto; e, seguindo seu clssico exemplo deenterrar a cabea na areia a balanar a cauda, volto considerao do materialde que disponho.

    12.A essncia da Cabala No-escrita repousa no conhecimento da ordem em quedeterminadas sries de smbolos esto dispostas na rvore da Vida. Essa rvore- Otz Chiim - consiste em Dez Sephiroth Sagradas, dispostas num padro

    particular a unidas por linhas, as quais recebem o nome de Trinta a DoisCaminhos da Sepher Yetzirah, ou Emanaes Divinas (ver Lhe Sepher Yetzirah,de Wynn Westcott). Aqui est um dos "labirintos" ou armadilhas em que sedeleitavam os rabinos. Se contarmos os Caminhos, descobriremos que h vintea dois, no trinta a dois deles; mas, para seus propsitos, os rabinos trataramas prprias Dez Sephiroth como Caminhos, enganando dessa maneira os no-iniciados. Os dez primeiros Caminhos da Sepher Yetzirah esto, portanto,atribudos s Dez Sephiroth, a os vinte e dois seguintes, aos prprios Caminhosreais. Vemos, assim, que tambm as vinte a duas letras do alfabeto hebraicopodem ser associadas aos Caminhos, sem discrepncias ou sobreposies.Associam-se tambm a eles os vinte a dois trunfos do Tar, os Atus, ou Moradasde Thoth. No que concerne s cartas do Tar, h trs autoridades dignas de

    nota: o Dr. Encausse, ou "Papus", o escritor francs; o Sr. A. E. Waite; a osmanuscritos da Ordem da Aurora Dourada, de MacGregor Mathers, que Crowleypublicou sob sua prpria responsabilidade. Essas trs autoridades apresentampontos de vista muito diferentes. Quanto ao sistema dado pelo Sr. Waite, dizele: "H um outro mtodo conhecido pelos iniciados". razovel supor que esseseja o mtodo utilizado por Mathers. Papus discorda de ambos em seu mtodo,mas, como seu sistema violenta muitas vezes as correspondncias com ospadres da rvore - a prova final de todos os sistemas -, a como os sistemas deMathers a Crowley se ajustam admiravelmente, penso que podemos concluircom exatido que o mtodo de ambos constitui a ordem tradicional correta, apretendo ater-me a ele nestas pginas.

    13.Os cabalistas depuseram, ademais, sobre os Caminhos da rvore, os signos doZodaco, os planetas a os elementos. Ora, existem doze signos, sete planetas aquatro elementos, perfazendo vinte a trs smbolos. Como se ajustam eles aosvinte a dois Caminhos? Aqui est outra "emboscada", mas a soluo simples.No plano fsico, encontramo-nos no elemento Terra e, por essa razo, talsmbolo no aparece nos Caminhos que conduzem ao Invisvel. Deixemos delado esse smbolo a teremos vinte a dois smbolos, que correspondemperfeitamente, corretamente colocados, aos trunfos do Tar, pois eles seesclarecem mutuamente de forma notvel a fornecem as chaves da AstrologiaEsotrica a da adivinhao do Tar.

    14. A essncia de cada Caminho reside no fato de que ele constitui a unio de duasSephiroth. S podemos compreender-lhe o significado levando em conta anatureza das Esferas unidas na rvore. Mas uma Sephirah no pode serentendida num nico plano: ela tem uma natureza qudrupla. Os cabalistas o

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    afirmam claramente ao dizerem que existem quatro mundos (ver MacGregorMathers, The Qabalah Unveiled). Atziluth, o mundo Arquetpico, ou Mundo dasEmanaes; o Mundo Divino; Briah, o Mundo da Criao, tambm chamadoKhorsia, o Mundo dos Tronos; Yetzirah, o Mundo da Formao a dos Anjos;Assiah, o Mundo da Ao; o Mundo da Matria.

    15.Afirmam eles, tambm, que as Dez Sephiroth Sagradas tm, cada uma, seuprprio ponto de contato com cada um dos Quatro Mundos dos cabalistas. NoMundo Atziltico, elas se manifestam por meio dos Dez Nomes Sagrados deDeus; em outras palavras, o Grande Imanifesto, simbolizado pelos Trs VusNegativos da Existncia, que pendem atrs da Coroa, manifesta-se em dezdiferentes aspectos, representados pelos diferentes Nomes utilizados paradenotar a Divindade nas Escrituras hebraicas. Esses Nomes so traduzidos dediversas maneiras na Verso Autorizada, e o conhecimento de seu verdadeirosignificado, aliado ao das Esferas s quais esses Nomes pertencem, permite-noselucidar muitos enigmas do Velho Testamento.

    16.No mundo Britico, as Emanaes Divinas manifestam-se=por meio dos Dez

    Poderosos Arcanjos, cujos nomes exercem um importante papel na MagiaCerimonial; so eles os vestgios gastos a apagados dessas~Palavras de Poderque constituem os "brbaros nomes de evocao" da Magia medieval,"nenhuma de cujas letras pode ser alterada". A razo disso que, em hebraico,uma letra tambm um nmero, a os nmeros de um Nome tm um significadoimportante.

    17.No Mundo Yetzirtico, as Emanaes Divinas manifestam-se, no por meio deum nico ser, mas atravs de diferentes tipos de seres, chamados de Hostes ouCoros Anglicos.

    18.O Mundo Assitico no , estritamente falando, o Mundo da Matria, se o

    encararmos do ponto de vista Sephirtico, mas antes os planos astral a etreoinferiores, que, juntos, formam a base da matria. No plano fsico, asEmanaes Divinas manifestam-se por meio do que poderamos chamar, compropriedade, de Dez Chakras Csmicos, porque esses centros de manifestaocorrespondem perfeitamente aos centros que existem no corpo humano. Oschakras consistem no Primum Mobile, ou Primeiro Remoinho, a Esfera doZodaco, os sete planetas a os elementos - perfazendo o total de dez.

    19. Pelo que precede, pode-se observar que cada Sephirah se compe, em primeirolugar, de um chakra csmico; em segundo lugar, de uma hoste anglica deseres, Devas ou Archons, Principalidades ou Poderes, de acordo com aterminologia empregada; em terceiro lugar, de uma Conscincia Arquianglica,ou Trono; a em quarto lugar, de um aspecto especial da Divindade. Deus comoEle , em Sua Integridade, est absolutamente oculto atrs dos Vus Negativosda Existncia, sendo, por essa razo, incompre-ensvel conscincia humanano-iluminada.

    20.Podemos considerar corretamente as Sephiroth como macrocsmicas a osCaminhos como microcsmicos, pois as Sephiroth, unidas, como s vezes o sonos velhos diagramas, por um raio de luz, ou por um punho provido de umaespada de fogo, representam as sucessivas Emanaes Divinas, que constituema evoluo criadora, ao passo que os Caminhos representam os estgiossucessivos do desdobramento da compreenso csmica na conscincia humana;nas imagens antigas, uma serpente enrodilhada aparece s vezes nos ramos darvore. Trata-se da serpente Nechushtan, "que morde a prpria cauda", smbolo

    da sabedoria a da iniciao. As espirais dessa serpente, quando corretamentedispostas na rvore, cruzam todos os Caminhos a servem para indicar a ordem

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    na qual eles devem ser enumerados. Com a ajuda desse hierglifo, toma-semuito fcil dispor os smbolos estampados pelas tabelas em suas posiescorretas na rvore, desde que tais tabelas apresentem os smbolos na ordemexata. Em alguns livros modernos, considerados como autoridades sobre oassunto, no se d a ordem correta, pois seus autores acreditam,aparentemente, que essa ordem no deva ser revelada ao no-iniciado. Mas,

    como essa ordem corretamente explicitada em alguns livros antigos e, demais a mais, na prpria Bblia e na literatura cabalstica, no vejo razo paraconfundir os estudantes com informaes esprias. A recusa divulgao dealgum assunto pode ser justificvel, mas como se pode explicar a transmissode informaes que semeiam a confuso? Ningum ser perseguido hoje porseus estudos em cincias heterodoxas, de modo que existe um nico objetivopara ocultar os ensinamentos referentes teoria do universo e filosofia quedela resulta, a de maneira alguma aos mtodos da Magia Prtica, a esseobjetivo reter o monoplio do conhecimento que confere prestgio, se nopoder.

    21.De minha parte, acredito que tal egosmo exclusivista constitui, antes, a runa

    do movimento oculto do que a sua salvaguarda. Trata-se do antigo pecado dereter o conhecimento de Deus nas mos de um clero e nega-lo aos que seencontram fora do c1 sagrado; reteno que se justificava quando as pessoaseram selvagens, mas que absolutamente injustificvel no caso do estudantemoderno. Alm do mais, pode-se obter a informao desejada consultando-se aliteratura existente ou adquirindo-se, em troca de valores muitos elevados,livros que so hoje muito raros. certamente a disponibilidade de muito tempoa de muito dinheiro que constitui o teste de habilidade para a obteno daSabedoria Sagrada.

    22.No duvido de que estarei sujeita s crticas dos auto-constitudos guardiesdesse conhecimento, os quais podero afirmar que seus preciosos segredos

    foram trados. A isso replico que no estou traindo nada que seja secreto, mascoordenando o que j foi revelado ao mundo a que de natureza simples a bemconhecida. Quando tive acesso pela primeira vez a certos manuscritos, euacreditava que eles eram secretos a desconhecidos para o mundo em geral,mas uma familiaridade maior com a literatura ocultista revelou que ainformao j havia sido comunicada fragmentariamente por meio dessa mesmaliteratura. Muitas coisas, de fato, que os iniciados juraram manter em segredo

    j haviam sido publicadas pelos prprios Mathers a Wynn Westcott, a j em1926 encontramos, numa nova edio da obra de Mathers sobre a Cabala,publicada sob a superviso de sua viva (que lhe conhecia certamente asintenes), muitas das tabelas que publico nestas pginas. Como essescatlogos de seres foram originalmente conferidos ao mundo por Isaas,Ezequiel a diversos rabinos medievais, podemos afirmar, com propriedade, que,em razo do tempo transcorrido, essas listas no pertencem a nenhum autordeterminado. Em todo caso, a propriedade de tais idias foi adquirida do autororiginal a no de um determinado comentarista posterior, a esse autor, segundoa prpria Cabala, o arcanjo Metatron.

    23.Muito do que era outrora conhecimento comum foi reunido e ocultado sob ojuramento de segredo do iniciado. Crowley zomba de seus mestres porque eleso obrigaram ao silncio com juramentos terrveis a ento "lhe confiaram oalfabeto hebraico para que o salvaguardasse".

    24. A filosofia da Cabala o esoterismo do Ocidente. Nela encontramos exatamentea mesma cosmogonia apresentada pelas Estncias de Dyzian, que foram a base

    da obra de Mme. Blavatsky. Ela encontrou nessa obra a estrutura da doutrinatradicional, que exps em seu grande livro, A doutrina secreta. A cosmogonia

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    cabalstica a gnose crist. Sem ela, nosso sistema religioso fica incompleto, e essa lacuna que constitui a fraqueza do Cristianismo. Os primitivos padres,como diz o adgio familiar, "jogaram a criana fora juntamente com a gua dobanho". Um estudo ainda que superficial da Cabala revela que esse sistemasubministra as chaves essenciais dos enigmas das Escrituras em geral a doslivros profticos em particular. Existir alguma razo para que os iniciados dos

    tempos modernos encerrem todo esse conhecimento numa caixa secreta a sesentem sobre a tampa? Se eles consideram que estou errada em passarinformaes cuidadosas sobre assuntos que julgam sua prerrogativa privada,replico que este um pas livre e que cada um tem direito s suas prpriasopinies.

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    VA EXISTENCIA NEGATIVA

    1. Quando o esoterista procura formular a sua filosofia no intuito decomunic-la aos outros, defronta-se ele com o fato de que o seu

    conhecimento das formas superiores de existncia resultou de umprocesso diferente do pensamento habitual a de que esse processo s temincio quando se ultrapassa o prprio pensamento. Portanto, apenasnessa regio da conscincia transcendente ao pensamento que podemosconhecer a compreender a forma superior das idias transcendentais, aapenas aqueles de ns que so capazes de utilizar esse aspecto daconscincia esto aptos a comunicar essas idias em sua forma original.Se procuramos comunicar tais idias a pessoas que no tiveramexperincia alguma desse modo de conscincia, precisamos cristaliz-lasna forma, pois do contrrio no conseguiremos comunicar nenhumaimpresso adequada. Os msticos utilizaram todos os smiles imaginveisna tentativa de comunicar suas impresses; os filsofos perderam-se numlabirinto de palavras, a tudo isso de nada serviu para o adestramento daalma no-fulminada. Os cabalistas, contudo, utilizam outro mtodo. Elesno tentam explicar mente um contedo com o qual ela no capaz detrabalhar, mas do-lhe uma srie de smbolos em que deve meditar, aestes lhe permitem armar gradualmente uma escada cognitiva para comesta subir s alturas que esto fora de seu alcance. A mente to incapazde compreender a filosofia transcendental quanto o olho o de ver amsica.

    2. A Arvore da Vida - e devemos enfatizar esta afirmao _ constitui antesum mtodo do que um sistema. Aqueles que a formularam estavamperfeitamente cientes de que, para se obter a clareza de viso, cumprecircunscrever o campo dessa mesma viso. Muitos filsofos fundaram seus

    sistemas no Absoluto, mas essa uma fundao movedia, visto que amente humana no pode definir ou compreender o Absoluto. Outrostentaram utilizar uma negativa como fundamento, declarando que oAbsoluto e sempre ser incognoscvel. Os cabalistas no empregamqualquer desses artifcios, limitando-se a afirmar que o Absoluto desconhecido para o estado de conscincia normal dos seres humanos.

    3. Por conseguinte, em funo dos objetivos de seu sistema, os cabalistaslanam o vu sobre certo ponto da manifestao, no porque nada h apara descobrir, mas porque a mente, como tal, no pode ultrapassar esseponto. Quando a mente humana atingir o seu estgio mais alto dedesenvolvimento, a quando a conscincia conseguir desligar-se dela,

    ficando, por assim dizer, sobre seus ombros, poderemos ento penetrar osVus da Existncia Negativa, como so eles chamados. Mas, tendo emvista os propsitos prticos, s podemos entender a natureza do cosmo seestivermos dispostos a aceitar os Vus como convenes filosficas,compreendendo que eles correspondem a limitaes humanas a no acondies csmicas. A origem das coisas inexplicvel nos termos denossa filosofia. Por mais longe que remontemos em nossas pesquisas sorigens do mundo da manifestao, encontraremos sempre um estgio deexistncia anterior. apenas quando aceitamos lanar o Vu da ExistnciaNegativa sobre o caminho que remonta aos primrdios que podemos obteruma base na qual se pode fundar a Causa Primeira. E essa Causa Primeirano uma origem desprovida de razes, mas, antes, uma Primeira

    Apario no plano da manifestao. A mente no pode it mais alm, masdevemos lembrar sempre que cada mente remonta a distncias diferentese, para algumas, o Vu deve ser lanado num determinado ponto e, para

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    outras, em outro bem distante. O homem ignorante no vai alm daconcep-o de Deus como um ancio, de longa barba branca, sentadonum trono dou-rado a dando ordens criao. O cientista caminhar umpouco mais antes de se ver obrigado a lanar um vu a que chama ter, eo filsofo avanar ainda mais um pouco antes de lanar um vu a quechama Absoluto, mas o iniciado caminhar mais do que todos, pois

    aprendeu a avanar por meio dos smbolos, a os smbolos so para amente o que as ferramentas so para as mos - uma aplicao ampliadade seus poderes.

    4. O cabalista toma como ponto de partida a Kether, a Coroa, a PrimeiraSephi-rah, que ele simboliza pelo nmero Um, a Unidade, a pelo Ponto noCrculo. Sobre essa Sephirah, ele lana os trs Vus da ExistnciaNegativa. Esse processo difere bastante da ttica de comear no Absoluto,tentando remontar evoluo, e, embora possa no comunicar umconhecimento imediatamente claro a completo da origem de todas ascoisas, ele faculta, no obstante, um ponto de partida mente. E sem umponto de partida no temos esperana de chegar a um fim.

    5. O cabalista, portanto, comea, quando pode, no primeiro ponto que estao alcance da conscincia finita. Kether equivale forma maistranscendental de Deus que podemos conceber, cujo Nome Ehieh,traduzido na Verso Autori-zada da Bblia como "Eu sou", ou, maisexplicitamente, o Ser Puro, Que Existe por Si Mesmo.

    6. Mas essas palavras no passam de palavras e, como tais, so incapazesde comunicar uma impresso mente. Para que tenham sentido, preciserelacion-las a outras idias. S poderemos compreender Kether quandoestudarmos Chokmah, a Segunda Sephirah, sua emanao; a s quandocontemplarmos o desenvolvimento completo das Dez Sephiroth estaremos

    prontos para nos aproximar de Kether, mas, dessa vez, aproximar-nos-emos com os dados que nos fornecem a chave de sua natureza. Quandose trabalha com a rvore, mais sbio manter a marcha do que se deternum nico ponto at domin-lo, pois uma coisa explica a outra, e dacompreenso das relaes entre os diferentes smbolos que surge ailuminao. Repetimos novamente: a rvore um mtodo de utilizar amente, no um sistema de conhecimento.

    7. Mas, por enquanto, no nos estamos ocupando do estudo das Emanaes,a sim das origens que a mente humana capaz de penetrar. Por maisparadoxal que possa parecer, podemos remontar muito mais s origensquando lanamos os Vus sobre elas do que quando tentamos penetrar astrevas. Portanto resumiremos a posio de Kether numa sentena, a qualtalvez tenha pouco sentido para o estudante que se aproxima do assuntopela primeira vez, embora ele a deva conservar na mente, pois seusignificado s ficar mais claro posteriormente. Ao faze-lo, atemo-nos antiga tradio esotrica de dar ao estudante um smbolo para incubar atque este rebente a casca, dentro da mente, porquanto uma instruoexplcita nada lhe diria. A sentena germinal que lanamos na mentesubconsciente do leitor essa: "Kether a Malkuth do Imanifesto". DizMathers (op. cit.): "O oceano sem limites da luz negativa no ,procede deum centro, pois no o possui. Ao contrrio, essa luz negativa queconcentra um centro, o qual a primeira das Sephiroth manifestas,Kether, a Coroa."

    8. Essas palavras, em si mesmas, contm contradies a soincompreensveis; a luz negativa simplesmente uma maneira de dizer

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    que a coisa descrita, embora tendo certas qualidades em comum com aluz, no , no entanto, luz tal como a entendemos. Essa sentena bempouco elucidativa no que respeita quilo que pretende descrever. Ela nosdiz para no cometer o erro de pensar na luz como luz, mas no nos dizcomo devemos concedera-la em sua essncia, a isso pela simples razo deque a mente no est equipada com as imagens que podem represent-

    la; por conseguinte, devemos deix-la at que o nosso crescimento nospermita faze-lo. No obstante, embora essas palavras no nos falem tudoo que gostaramos de conhecer, elas comunicam certas imagens imaginao; essas imagens caem na mente subconsciente a da soevocadas quando as idias correlatas penetram essa Esfera. O mtodocabalstico, utilizado praticamente como a ioga do Ocidente, permite,desse modo, o crescimento progressivo da compreenso.

    9. Os cabalistas reconhecem quatro planos de manifestao, a trs planos deestao, ou Existncia Negativa. O primeiro destes chama-se ALIV, ouNegatividade; o segundo, ALNSOPH, o Ilimitado; e o terceiro, AIIVSOPHAUR, a Luz Ilimitada. este ltimo plano que concentra a Sephirah

    Kether. Esses trs termos correspondem aos trs Vus da ExistnciaNegativa que pendem sobre Kether; em outras palavras, eles so ossmbolos algbricos com os quais podemos pensar naquilo que transcendeo pensamento, mas que ocultam, ao mesmo tempo, o que representam;so as mscaras das realidades transcendentes. Se pensarmos nosestados de existncia negativa nos termos de algo que conhecemos,incorreremos em erro, pois, seja o que for que eles possam ser, eles nopodem ser o que pensamos, porquanto so imanifestos. A expresso"Vus", por conseguinte, ensina-nos a utilizar essas idias como fichas,desprovidas de valor em si mesmas, mas teis para ns em nossosclculos. Essa a verdadeira utilizao de todos os smbolos; eles velam oque representam, at que possamos reduzi-los a termos compreen-sveis,

    permitindo-nos utilizar, em nossos clculos, idias que de outra maneiraseriam inconcebveis. E como a essncia da rvore reside no fato de queseus smbolos se elucidam mutuamente graas s suas posies relativas,esses Vus servem como o andaime do pensamento, habilitando-nos amarcar nossas posies em regies ainda no-cartografadas. Esses Vus,ou smbolos no-concretos, no tm nenhum valor para ns, a menos queum lado do Vu confine com uma terra conhecida. Os Vus, emboraocultem o que represen-tam, permitem-nos ver claramente aquilo para oque servem de estrutura. Essa a sua funo, a nica razo pela qual soutilizados. apenas devido s nossas limitaes que necessitamos dessessmbolos insolveis, mas a mente disciplinada na filosofia esotricaaprende rapidamente a trabalhar com essas limitaes, aceitando o vucomo smbolo daquilo que est alm de seu alcance. Assim o Caminhodo desenvolvimento da sabedoria, pois a mente cresce com aquilo de quese alimenta, at que, subindo um dia a Kether, possa ela erguer os braos,desvendar o Vu a contemplar a Luz Ilimitada. O esoterista no limita a simesmo declarando que o Desconhecido Incognos-cvel, pois ele , acimade tudo, um evolucionista, a sabe que o que est fora de nosso alcancehoje poder ser alcanado no amanh do tempo csmico. Ele sabe,tambm, que o tempo evolutivo um assunto individual nos planosinternos, sendo medido (no regulado) pela revoluo da Terra em tomode seu eixo.

    10. Esses trs Vus - AIN, Negatividade; AIN SOPH, o Ilimitado; e AIN SOPHAUR, a Luz Ilimitada -, embora no possamos esperar compreend-los,

    sugerem, no obstante, certas idias s nossas mentes. A Negatividadeimplica o Ser ou a existncia de uma natureza que no podemos

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    compreender. No podemos conceber uma coisa que e que, no entanto,no ; por conseguinte, devemos conceber uma forma de ser da qualnunca tivemos qualquer experincia consciente; uma forma de ser que, deacordo com nossos conceitos de existncia, no existe e, no entanto, seassim podemos nos expressar, existe de acordo com a sua prpria idia deexistncia. Para empregar as palavras de um grande sbio: "H muito

    mais coisas no cu a na Terra do que as sonhadas por nossa filosofia".11. Entretanto, embora digamos que a Existncia Negativa est fora do

    alcance de nossa compreenso, isso no significa que estejamos fora dombito de sua influncia. Se assim fosse, poderamos rejeit-la por no-existente no que nos diz respeito, a nosso interesse por ela terminaria emdefinitivo. Ao contrrio, embora no tenhamos acesso direto ao seu ser,tudo o que conhecemos como existente tem suas razes nessa ExistnciaNegativa, de maneira que, embora no possamos conhec-la diretamente,temos dela uma experincia indireta. Em outras palavras, embora nopossamos conhecer-lhe a natureza, conhecemos seus efeitos, da mesmamaneira como ignoramos a natureza da eletricidade, embora sejamoscapazes de utiliz-la em nossas vidas, estando habilitados, pela nossa

    experincia sobre seus efeitos, a chegar a certas concluses concernentespelo menos s qualidades que ela deve possuir. Aqueles que penetrarammais profundamente no Invisvel comunicaram-nos descries simblicaspor meio das quais podemos virar nossas mentes na direo do Absoluto,ainda que no possamos alcan-lo. Eles falaram da Existncia Negativacomo Luz: "Ain Soph Aur, a Luz Ilimitada." Falaram da PrimeiraManifestao como Som: "No princpio era a Palavra." Certa vez, disse-meum homem - um adepto, se que jamais houve algum: "Se quer saber oque Deus , posso diz-lo numa nica palavra: Deus presso."Imediatamente, uma imagem brotou em minha mente, seguida de umacompreenso. Pude conceber a corrente da vida fluindo por todos oscanais da existncia. Senti que uma compreenso genuna da natureza de

    Deus me tinha sido comunicada. E, no entanto, se algum tentar analisaras palavras, nada h nelas; no obstante elas tiveram o poder decomunicar uma imagem, um smbolo, mente, e a mente, operando noreino da intuio, situado alm da esfera da razo, alcanou umacompreenso, ainda que essa compreenso no possa ser reduzida esfera do pensamento concreto seno como uma imagem.

    12. Precisamos compreender claramente que, nessas regies altamenteabstratas, a mente no pode utilizar seno smbolos: mas esses smbolostm o poder de comunicar compreenses s mentes que sabem comoutiliza-los; eles so as sementes de pensamento, de onde brota oentendimento, ainda que no sejamos capazes de expandi-los a umarealizao concreta.

    13. Pouco a pouco, como uma mar ascendente, a compreenso vaiconcretizando o Abstrato, assimilando a expressando, nos termos de suaprpria natureza, coisas que pertencem a outra Esfera; a cometeramosum grande erro se tentssemos provar, com Herbert Spencer, que, por seruma coisa desconhecida em razo da capacidade mental que no presentepossumos, essa coisa ser para sempre Incognoscvel. O tempo e aevoluo aumentam no s o nosso conhecimento, como tambm a nossacapacidade; e a iniciao, que a casa de fora da evoluo, antecipandoa produo das faculdades necessrias, permite conscincia do adeptoatingir vastas compreenses, at ento abaixo do horizonte mentalhumano. Essas idias, embora claramente apreendidas por ele atravs de

    um outro modo de conscientizao, no podem ser comunicadas a algumque no partilha desse modo de conscientizao. Ele s pode express-las

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    numa forma simblica; mas toda mente que, de alguma maneira,experimentou esse modo mais amplo de funcionamento ser capaz deassimilar essas idias, embora seja incapaz de traduzi-las na esfera damente consciente. por essa razo que, na literatura da cincia esotrica,encontramos idias germinais como "Deus presso" a "Kether aMalkuth da Existncia Negativa". Essas imagens, cujo contedo no

    pertence nossa Esfera, so como os germes masculinos do pensamentoque fecundam o vulo da compreenso correta. Em si mesmas, elasbrilham momentaneamente na conscincia como um relmpago fugidio decompreenso, mas sem elas o vulo do pensamento filosfico seria infrtil.Ao contrrio, impregnado por elas, embora sua substncia seja absorvidaa perdida no prprio ato de impregnao, esse vulo se transforma, pelocrescimento, no germe sem forma do pensamento e, por fim, aps adevida gestao alm do limiar da conscincia, a mente d luz umaidia.

    14. Se desejamos obter o melhor de nossas mentes, devemos aprender aconceder-lhes esse perodo de latncia, essa impregnao por alguma

    coisa que est fora de nosso plano de existncia, permitindo-lhe agestao alm do limiar da conscincia. As invocaes de uma cerimniade iniciao tm por objetivo atrair essa influncia impregnante para aconscincia do candidato. Eis a razo por que os Caminhos da rvore, queso os estgios de iluminao da alma, esto intimamente associados aosimbolismo das cerimnias inicia-ticas.

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    VIOTZ CHIIM, A ARVORE DA VIDA

    1. Para podermos compreender o significado de qualquer Sephirah particular,devemos antes analisar as linhas gerais da OTZ CHUM, a rvore da Vida,

    como um todo.2. Trata-se de um hierglifo, ou seja, de um smbolo composto, com o qual se

    procura representar o cosmo em toda a sua complexidade, e tambm aalma do homem nas relaes que esta mantm com aquele; a quanto maisestudamos esse smbolo, mais descobrimos que ele constitui umarepresentao perfeitamente adequada do que procura expressar;utilizamo-lo da mesma maneira pela qual o engenheiro ou o matemticoutiliza sua rgua de clculos - para investigar a calcular as complexidadesda existncia, tanto visvel como invisvel, seja na natureza externa, sejanas profundezas ocultas da alma.

    3. Como se pode observar pelo Diagrama III (no final do livro), o hierglifoconsiste na combinao de dez crculos dispostos de determinada maneiraa unidos entre si por linhas. Os crculos so as Dez Sephiroth Sagradas aas linhas constituem os Caminhos, que perfazem o total de vinte e dois.

    4. Cada Sephirah (forma singular do substantivo plural Sephiroth) representauma fase de evoluo e, na linguagem dos rabinos, as Dez Esferasrecebem o nome de Dez Emanaes Sagradas. Os Caminhos entre elas sofases da conscincia subjetiva, os Caminhos ou graus (do latim gradus,"degrau"), atravs dos quais a alma desenvolve a sua compreenso docosmo. As Sephi-roth so objetivas; os Caminhos so subjetivos.

    5. Permitam-me lembrar-lhes mais uma vez que no exponho a Cabalatradicional dos rabinos como uma curiosidade histrica, mas sim como umaestrutura edificada por geraes inteiras de estudantes - todos iniciados e,dentre eles, alguns adeptos - que fizeram da rvore da Vida seuinstrumento de desenvolvimento espiritual a trabalho mgico. Essa aCabala moderna, a Cabala alqumica, como tambm a chamaram porvezes, que abrange muitas coisas estranhas tradio rabnica, como sever em seu devido tempo.

    6. Consideremos, agora, a disposio geral e o significado da rvore.Observemos que os crculos que representam as Sephiroth esto dispostosem trs colunas verticais (Diagrama I), a que, no topo da coluna central,acima de todos os outros elementos, formando o vrtice superior do

    tringulo das Sephiroth, est a Sephirah Kether, qual nos referimos nocaptulo anterior. Citando novamente as palavras de MacGregor Mathers,"O oceano sem limites da luz negativa no procede de um centro, pois noo possui. Ao contrrio, essa luz negativa que concentra um centro, o qual a primeira das Sephiroth manifestas, Kether, a Coroa."

    7. Mme. Blavatsky extraiu de fontes orientais a expresso "o ponto no crculo"para expressar o Primeiro Impulso de manifestao, e a idia est contidana expresso rabnica Nequdah Rashunah, o Ponto Primordial, ttulo que seaplica Sephirah Kether.

    8. Mas Kether no representa uma posio no espao. O Ain Soph Aur

    descrito como um crculo cujo centro est em toda parte a cujacircunferncia no est em nenhum lugar - expresso que, como tantasoutras no ocultismo, inconcebvel, mas que, no obstante, apresenta uma

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    imagem mente e, por conseguinte, condiz com seu propsito. Kether,portanto (e, na verdade, todas as outras Sephiroth), um estado ou umacondio da existncia. Devemos ter sempre em mente que os planos nose superpem uns aos outros no Empreo, tal como os pavimentos de umedifcio, constituindo, antes, estados de ser ou estados de existncia detipos diferentes. Embora esses estados se desenvolvam sucessivamente no

    tempo, eles se manifestam simultaneamente no espao, pois todos os tiposde existncia esto presentes no ser, por mais simples que este seja, apoderemos compreender melhor essa afirmao se lembrarmos que o serhumano consiste em um corpo fsico, emoes, mente a esprito, a quetodos esses aspectos ocupam simultaneamente o mesmo espao.

    9. Quem j observou, numa soluo saturada, em um lquido aquecido, comovo se formando cristais ao se baixar a temperatura, tem uma imagemadequada para simbolizar a Sephirah Kether: tomemos de um copo degua fervente a nele dissolvamos o mximo de acar que for possveldissolver. Ento, medida que a mistura for se esfriando, veremos oscristais de acar irem se tomando visveis novamente. Se o leitor fizer

    realmente essa experincia, no se contentando apenas em ler sobre ela,obter um conceito atravs do qual poder imaginar a existncia daPrimeira Manifestao oriunda do Imanifesto Primordial: o lquido esttransparente a sem forma; mas uma mudana ocorre nele, a os cristaiscomeam a aparecer, slidos, visveis a definidos. Podemos imaginarsemelhante mudana ocorrendo na Luz Ilimitada a Kether se cristalizandonessa Luz.

    10. No pretendo, por enquanto, aprofundar a natureza de qualquer uma dasSephiroth, mas apenas indicar o esquema geral da rvore. Voltaremosmuitas a muitas vezes ao assunto no curso destas pginas, atalcanarmos um conceito compreensivo desse hierglifo, mas essa

    compreenso s poder ser atingida gradualmente. Se despendermosmuito tempo num ponto particular, sem que antes o estudante tenhaentendido o conceito geral, nossa tarefa ser intil, pois ele nocompreender a importncia desse conceito no esquema como um todo.Os prprios rabinos conferem a Kether os ttulos de Segredo dos Segredosa Altura Inescrutvel, sugerindo, assim, que a mente humana muito poucopode esperar conhecer sobre Kether.

    11. digno de nota que o Judasmo Exotrico, de cujas responsabilidades oCristianismo o desafortunado herdeiro, no apresenta qualquerconcepo das Emanaes ou da sobreposio das Sephiroth. Ele declarasimplesmente que Deus fez o mar a as montanhas a as feras do campo, evisualizamos esse processo - se que realmente o visualizamos - como otrabalho de um artfice celestial que molda cada nova fase de manifestaoe assenta o produto final no lugar que lhe corresponde no universo. Essaconcepo atrasou por sculos o avano da cincia europia. Os homens decincia tiveram, afinal, de romper com a religio a sofrer a perseguiocomo herticos, a fim de chegarem concepo da evoluo que foiexplicitamente ensinada na Tradio Mstica de Israel - tradio, alis, coma qual os autores do Velho Testamento estavam inquestionavelmentefamiliarizados, pois suas obras esto repletas de referncias a implicaescabalsticas.

    12. A Cabala no concebe Deus como um artfice que cria o universo etapa poretapa, mas pensa em diferentes fases de manifestao evoluindo umas das

    outras, como se cada Sephirah fosse um lago que, uma vez cheio,transbordasse num lago inferior. Citando novamente MacGregor Mathers:

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    criao avana. Do Ovo Primordial surge a Serpente que morde a prpriacauda, como relata Mme. Blavatsky, em suas inestimveis fontes desimbolismo arcaico, A doutrina secreta a sis sem vu.

    16. De maneira similar quela pela qual Kether transbordou para Chokmah,esta, por sua vez, transborda para Binah, a Terceira Sephirah. Os

    Caminhos trilhados pelas Emanaes nesses transbordamentos sucessivosso represen-tados na rvore da Vida por um Relmpago Brilhante ou, emalguns diagra-mas, por uma Espada Flamejante. Observar-se-, noDiagrama 1, que o Relmpago Brilhante procede de Kether a caminha parafora a para baixo, no sentido da direita, alcanando Chokmah a daretomando horizontalmente, esquerda, at estabelecer a Sephirah Binah.O resultado uma figura triangular sobre o diagrama, que recebe o nomede Tringulo das Trs Supremas, ou Primeira Trindade, o qual separadodas demais Sephiroth pelo Abismo, que a conscincia humana normal noconsegue cruzar. Aqui esto as razes da existncia, ocultas aos nossosolhos.

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    VIIAS TRS SUPREMAS

    1. Tendo considerado em linhas gerais o desenvolvimento das trs primeirasEmanaes Divinas, estamos agora em posio de compreender lhes mais

    profundamente a natureza e o significado, pois podemos estuda-las em seurelacionamento mtuo. Esse o nico meio de estudar as Sephiroth, poisuma nica Sephirah, considerada em separado, carece de sentido. A rvoreda Vida essencialmente um esquema de relaes, tenses e reflexos(Diagrama 11).

    2. Os livros rabnicos atribuem muitos nomes curiosos s Sephiroth, e muitoaprendemos ao consider-las, uma vez que toda palavra, nesses livros,tem um significado importante, a nenhuma delas utilizadasuperficialmente ou com vistas mera fantasia potica; todas tm apreciso dos termos cientficos, o que, de fato, so.

    3. O significado da palavra Kether, como j observamos, Coroa. Chokmahsignifica Sabedoria a Binah, Compreenso. Mas, pendente dessas ltimasSephiroth, existe uma Terceira Sephirah, curiosa a misteriosa, que nunca representada no hierglifo da rvore; trata-se da Sephirah invisvel Daath(Conhecimento), que resulta da conjuno de Chokmah a Binah e queatravessa o Abismo. Afirma Crowley que Daath uma outra dimenso dasdemais Sephiroth, constituindo o vrtice de uma pirmide cujos ngulosbsicos correspondem a Kether, Chokmah a Binah. A meu ver, Daath repre-senta a idia da compreenso a da conscincia.

    4. Tentemos, agora, elucidar as Trs Supremas de acordo com o mtodo daCabala mstica, que consiste em prover a mente com todas ascorrespondncias a smbolos conferidos s Esferas, deixando

    contemplao o trabalho de estabelecer as devidas relaes.

    5. Teremos a oportunidade de observar que essas trs Sephiroth, acrescidasde uma quarta Sephirah misteriosa, apresentam o simbolismo relativo cabea, que, no homem arquetpico, representa o nvel mais elevado deconscincia. Se buscarmos na literatura rabnica outros nomes que se lhespossam aplicar, descobriremos muitos outros smbolos referentes cabeaaplicados a Kether; esses smbolos, embora no se refiram especificamentes demais Sephiroth, abrangem tambm as outras duas Esferas Supremas,pois estas representam aspectos de Kether num plano inferior.

    6. Os rabinos conferem a Kether, entre outros ttulos, que no precisamos

    analisar no momento, os seguintes: Arik Anpin, o Rosto Imenso, A CabeaBranca, A Cabea que No . O smbolo mgico de Kether, de acordo comCrowley, um velho rei barbado visto de perfil. Diz MacGregor Mathers: "Osimbolismo do Rosto Imenso diz respeito a um perfil graas ao qual spodemos ver uma face do rosto; ou, como se diz na Cabala, `Nele tudo lado direito'." O lado esquerdo, voltado para o Imanifesto, para ns comoo lado escuro da Lua.

    7. Mas Kether , em primeiro lugar, a Coroa. Ora, a Coroa no a cabea,mas repousa nela a sobre ela. Por conseguinte, Kether no a conscincia,mas sim o material rude da conscincia, do ponto de vista microcsmico, eo material rude da existncia, do ponto de vista macrocsmico. Como j

    obser-vamos, podemos considerar a rvore da Vida de duas maneiras;podemos conceb-la como sendo o universo ou a alma do homem, e esses

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    dois aspectos se iluminam mutuamente. Nas palavras da Tbua deEsmeralda, de Hermes: "Como em cima, tal embaixo."

    8. Kether diferencia-se em Chokmah a Binah antes de alcanar a existnciafenomenal, a os cabalistas chamam essas duas Sephiroth de Abba, o PaiSupremo, a Ama, a Me Suprema. Binah recebe tambm o nome de

    Grande Mar, a Shabathai, a Esfera de Saturno. Na seqncia de nossoestudo, descobriremos que as Sephiroth recebem sucessivamente osnomes das Esferas planetrias, mas Binah a primeira das emanaes aser assim assinalada; Kether recebe o nome de Primeiro Remoinho, aChokmah, a Esfera do Zodaco.

    9. Ora, Saturno o Pai dos Deuses; ele o maior dos velhos deuses queprecederam as divindades olmpicas governadas por Jpiter. Nos ttulossecretos atribudos s camas do Taro, o Caminho de Saturno chama-se, deacordo com Crowley, o Grande Senhor da Noite dos Tempos.

    10. Kether diferencia-se numa potncia ativa masculina, Chokmah, e numa

    potn-cia passiva feminina, Binah, a ambas as potncias situam-se no topode duas colunas laterais formadas pelo alinhamento vertical das Sephirothem seu enquadramento na rvore da Vida. A coluna da esquerda chama-seSeveridade; a da direita, sob Chokmah, chama-se Misericrdia; a do meio,sob Kether, chama-se Suavidade, a recebe tambm o ttulo adicional deColuna do Equilbrio. Essas duas colunas representam os dois pilaresencontrados no Templo do Rei Salomo a tambm em todas as Lojas deMistrios, constituindo o prprio candidato, quando permanece entre eles,a Coluna Medial do Equilbrio.

    11. Deparamos, aqui, com a idia expressa por Mme. Blavatsky segundo a quala manifestao no pode ocorrer antes da diferenciao dos Pares de

    Opostos. Kether diferencia seus dois aspectos como Chokmah a Binah, e ento que ocorre a manifestao. Temos, assim, nesse tringulo supremo,formado pela Cabea Que. No , pelo Pai a pela Me, o conceito radical denossa cosmogonia. Voltaremos muitas vezes a essa idia, recebendo, emcada retorno, mais a mais iluminaes. Estes captulos iniciais nopretendem tratar exaustivamente de nenhum dos pontos, pelas razes jaduzidas, uma vez que o estudante que no esteja familiarizado com oassunto (e existem pouqussimos estudantes que esto familiarizados comele) ainda no tem o equipamento mental necessrio que lhe permitaapreciar o significado de um estudo mais detalhado; estamos, nomomento, empenhados em reunir esses elementos; no devido tempo,comearemos a disp-los num templo vivo e a estud-los em detalhes.

    12. Binah, a Me Superior (distinta de Malkuth, a Me Inferior, a Noiva deMicro-prosopos, a Isis da Natureza, a Dcima Sephirah), apresenta doisaspectos, a estes distinguem-se como Ama, a Me Estril Obscura, a Aima,a Me Frtil Brilhante. J observamos que essa Sephirah se chama GrandeMar, Marah; a palavra Marah no significa apenas Amargo, mas tambma raiz de Maria, a aqui nos encontramos novamente com a idia da Me, noincio virgem, a depois com a criana concebida pelo Esprito Santo.

    13. Pela associao de Binah com o mar, somos lembrados de que essaSephirah se originou primordialmente nas guas; do mar nasceu Vnus, amulher arquetpica. A associao a Saturno sugere a idia da idadeprimordial: "Antes que os deuses que fizeram os deuses bebessem at

    fartar-se (...)", a lembra as rochas mais antigas: "Na sombria quietude dovale (...) sentava-se Saturno, de cabelos cinzentos, quieto como uma

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    pedra." Max Heindel localiza os Senhores da Forma entre as fases maisantigas da evoluo, a uma obra inspiracional em minha posse, The CosmicDoctrine, fala dos Senhores da Forma como as Leis da Geologia.

    14. Considerando novamente o simbolismo das duas colunas laterais darvore, descobrimos que Chokmah a Binah representam a Fora e a

    Forma, as duas unidades de manifestao.

    15. Nada ganharamos, por enquanto, penetrando mais profundamente nasramificaes sem fim desse simbolismo, pois ele nos levaria para alm dastrs Sephiroth j estudadas. Consideraremos, porm, a misteriosaSephirah Daath, que nunca aparece na rvore e qual no se atribuinenhum. nome divino ou coro anglico, visto que no possui nenhumsmbolo csmico planetrio ou elemental, como as demais Esferas darvore.

    16. Como j observamos, Daath resulta da conjuno de Chokmah e Binah. OPai Supremo, Abba, desposa a Me Suprema, Ama, a Daath o resultado

    dessa unio. Como os cabalistas conferem curiosos nomes a Daath, serinteressante observar alguns deles.

    17. No verso 38 do Book of Concealed Mystery (traduo inglesa de Mathers datraduo latina de Knorr von Rosenroth), l-se: "Pois o Pai e a Me estoperpetuamente unidos em Yesod, o Fundamento (a nona Sephirah), masocultos sob o mistrio de Daath, o Conhecimento"; a lemos, no verso 40, apropsito de Daath: "O homem que diz, Sou o Senhor, esse cair (...) Yod(a dcima letra do alfabeto hebraico) o fundamento do Conhecimento doPai; mas todas as coisas chamam-se Byodo, ou seja, todas as coisas seaplicam a Yod, a quem esse discurso diz respeito. Todas as coisas secombinam na lngua que est oculta na me. Ou seja, graas a Daath, o

    Conhecimento, por meio do qual a Sabedoria se combina com aCompreenso, e o Caminho da Beleza (Tiphareth, a Sexta Sephirah) com asua noiva, a Rainha (Malkuth, a Dcima Sephirah); a essa a idia oculta,ou alma, que penetra toda a Emanao. Daath abre-se para aquilo quedele procede; isto , Daath ele prprio o Caminho da Beleza, mastambm o Caminho Interno, a que se referia Moiss; a esse Caminho estoculto na Me, e o meio de sua conjuno." Se observarmos que Yod idntico ao lingam do sistema hindu; a que Kether, Daath e o Caminho daBeleza, Tiphareth, a Sexta Sephirah, esto alinhados no Pilar Medial darvore, que equivale espinha dorsal do homem, o microcosmo; a queKundalini est enrolada em Yesod, tambm no Pilar Medial, descobriremosaqui uma importante chave para aqueles que esto equipados para utiliz-la.

    18. Na obra Greater Holy Assembly, verso 566 (traduo de Mathers), lemos oseguinte, a respeito da Cabea de Microprosopos, cujo corpo consideradocomo um hierglifo do cosmo: "Da Terceira Cavidade provm mil vezes milconclaves a assemblias, a nessa Cavidade se localiza a morada de Daath,o Conhecimento. A abertura dessa Cavidade localiza-se entre duas outrascavidades, a todos esses conclaves esto repletos em ambos os lados. Eiso que lemos nos Provrbios: `E os conclaves estaro cheios deConhecimento (Daath)'. E essas trs cavidades se expandem sobre todo ocorpo, por todos os lados, unificando o corpo, e o corpo est contido nelas,por todos os lados, a assim, por meio do corpo, elas se expandem a sedifundem."

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    19. Se recordarmos que Daath est situada no ponto em que o Abismo corta oPilar Medial, a que no Pilar Medial se localiza o Caminho da Flecha, ocaminho que a conscincia trilha quando o sensitivo se eleva para osplanos, a que nesse local tambm est Kundalini, observaremos que emDaath reside o segredo tanto da gerao quanto da regenerao, a chavepara a manifestao de todas as coisas por meio da diferenciao em pares

    de opostos a da sua unio num terceiro elemento.

    20. assim que a rvore revela seus segredos aos cabalistas.

    21. O Segundo Tringulo na rvore da Vida constitudo pelas SephirothChesed, Geburah a Tiphareth. Chesed forma-se pelo desdobramento deBinah, estando localizada no Pilar da Misericrdia, direita, imediatamenteabaixo de Chokmah; o ngulo do Relmpago Brilhante, que utilizado paraindicar o curso das emanaes na rvore, dirige-se para baixo, cruzando ohierglifo direita, de Binah no topo do Pilar da Severidade at Chesed,que ocupa a seo mdia do Pilar da Misericrdia. O Relmpago volta-senovamente a dirige-se na horizontal, atravs do hierglifo, em direo ao

    Pilar da Severidade, em cuja seo mdia se encontra a Sephirah Geburah.O smbolo da fora emanante desce uma vez mais para baixo e direita,constituindo a Sephirah Tiphareth, que ocupa o centro mesmo da rvoreno Pilar da Suavidade ou do Equilbrio. Essas trs Sephiroth constituem otringulo funcional seguinte que devemos considerar, a embora nopretendamos penetrar profundamente em seu simbolismo antes decompletarmos nossa observao esquemtica de todo o sistema, cumpredizer algumas palavras para esclarecer-lhes o significado a conferir-lhes umlugar no conceito que estamos formulando. Esse conceito to vasto a tocomplexo em seus detalhes que a tentativa de ensin-lo exaustivamentede A Z resultaria em confuso. Seu significado s revelado aoestudante gradualmente, pois um aspecto interpreta o outro. Meu mtodo

    de ensinar a rvore pode no ser o ideal do ponto de vista do pensamentosistemtico, mas acredito que ele o nico que capacitar o iniciante a"pegar o jeito" do assunto. Foi na rvore que obtive meu prpriotreinamento mstico, a vivi a respirei em sua companhia por'muitos amuitos anos, de modo que me sinto competente para falar dela do pontode vista do misticismo prtico, pois conheo, por minha prpriaexperincia, as dificuldades de dominar o sistema cabalstico,aparentemente to intrincado, abstrato a volumoso e, no entanto, tocompreensvel e satisfatrio quando temos as chaves de sua interpretao.

    22. Antes de considerarmos o Segundo Tringulo da rvore como umaunidade, devemos conhecer o significado das Sephiroth que o compem.Chesed significa Misericrdia ou Amor; pode chamar-se tambm Gedulah,Grandeza ou Magnificncia, e a ela se atribui a Esfera do planeta Jpiter.Geburah significa Fora a recebe tambm o ttulo de Pachad, Temor; a elase atribui a Esfera do planeta Marte. Tiphareth significa Beleza, e a ela seatribui a Esfera do Sol. Quando os deuses dos diversos pantees pagosso correlacionados com as Esferas na rvore, os deuses sacrificadosreferem-se a Tiphareth e, por essa razo, a Cabala crist a chama deCentro Cristolgico.

    23. Temos agora material suficiente para fazer uma observao a respeito doSegundo Tringulo. Jpiter, o governante e legislador benfico, contrabalanado por Marte, o Guerreiro, a fora gnea a destrutiva, aambas as esferas so equilibradas em Tiphareth, o Redentor. No Tringulo

    Supremo, temos a Sephirah primria emanando um par de opostos queexpressam os dois lados de sua natureza, Chokmah, Fora, a Binah,

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    Forma, Sephiroth masculina a feminina, respectivamente. No SegundoTringulo, temos os pares de opostos que encontram seu equilbrio numterceiro elemento, localizado no Pilar Medial da rvore. Deduzimos dissoque o Primeiro Tringulo deriva seu significado da esfera que o antecede aque o Segundo Tringulo deriva seu significado daquilo que o tringuloanterior emana. No Primeiro Tringulo, encontramos uma representao

    das foras criativas da substncia do univer-so; no Segundo, temos umarepresentao das foras que governam a vida em evoluo. Em Chesedreside o rei sbio a bondoso, o pai de seu povo, que organiza o reino,constri as indstrias, promove a instruo a implanta os benefcios dacivilizao. Em Geburah temos um rei guerreiro, que conduz o seu povo guerra, defende o reino dos assaltos dos inimigos, estende-lhe os limitespor meio da conquista, pune o crime e aniquila os malfeitores. EmTiphareth, temos o Salvador, sacrificado na Cruz para a salvao de seupovo, colocando, assim, Geburah em equilbrio com Gedulah, ou Chesed.Descobrimos, aqui, a esfera de todos os deuses solares e deuses curadoresbenficos. Vemos, assim, que as misericrdias de Gedulah e as severidadesde Geburah se unem para a cura das naes.

    24. Atrs de Tiphareth, atravessando a rvore, estende-se Paroketh, o Vu doTemplo, que corresponde, num plano inferior, ao Abismo que separa asTrs Supremas do resto da rvore. Como o Abismo, o Vu marca umaciso na conscincia. O modo de mentalizao num lado da ciso difere,em espcie, do modo de mentalizao que prevalece no outro. Tiphareth a Esfera superior, qual a conscincia humana normal pode elevar-se.Quando Felipe disse ao Mestre, "Mostra-nos o Pai", Jesus replicou, "Aqueleque viu a Mim viu tambm ao Pai". A mente humana s pode conhecer deKether aquilo que se reflete em Tiphareth, o Centro Cristolgico, a Esferado Filho. Paroketh o Vu do Templo, que se rasgou no instante daCrucificao.

    25. Chegamos, agora, em nossa breve observao preliminar, ao TerceiroTringulo, composto das Sephiroth Netzach, Hod a Yesod. Netzach aSephirah bsica do Pilar da Misericrdia, Hod a Sephirah bsica do Pilarda Severidade, a Yesod o Pilar Medial da Suavidade ou do Equilbrio, emalinhamento direto com Kether a Tiphareth. Assim, o Terceiro Tringulo uma rplica exata do Segundo Tringulo num arco inferior.

    26. O significado de Netzach Vitria, e a ela se atribui a Esfera do planetaVnus; o significado de Hod Glria, e a ela se atribui a Esfera do planetaMercrio; o significado de Yesod Fundamento, e a ela se atribui a Esferada Lua.

    27. Na medida em que se pode chamar o Segundo Tringulo, com algumapropriedade, de Tringulo tico, pode-se muito bem chamar o TerceiroTringulo de Tringulo Mgico; e, se atribuirmos a Kether a Esfera do Trsem Um, a Unidade indivisa, e a Tiphareth a Esfera do Redentor ou Filho,poderamos justificadamente referirmo-nos a Yesod como a Esfera doEsprito Santo, o lluminador; essa uma atribuio da Trindade Crist quese enquadra melhor ao contexto da rvore do que a sua atribuio s TrsSupremas, que coloca o Filho no lugar de Aba, o Pai; e o Esprito Santo nolugar de Ama, a Me, e obviamente irrelevante a motivo de inmerasdiscrepncias nas correspondncias a nos simbolismos. Temos, aqui, umexemplo do valor da rvore como um mtodo de meditao probatria; asatribuies corretas adornam a rvore por meio de ramificaes infindas de

    simbolismo, como vimos quando consideramos Binah como a Me; osimbolismo errneo incorreto desintegra-se a revela as suas bizarras

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    associaes quando se tenta seguir uma cadeia de correspondncias. assombrosa a multido de ramificaes de cadeias associativas que sepodem seguir quando a atribuio correta. como se apenas a extensode nosso conhecimento pudesse limitar a extenso das cadeiasassociativas; estas abrangem a cincia, a arte, a matemtica, as pocas dahistria, a tica, a psicologia e a fisiologia. Foi esse mtodo peculiar de

    utilizar a mente que, com toda a probabilidade, deu aos antigos o seuprematuro conhecimento da cincia natural, conhecimento cujaconfirmao precisou esperar a inveno de instrumentos de preciso.Temos indcios desse mtodo na anlise de sonhos da psicologia analtica.Poderamos descrev-lo como o poder da mente subconsciente de utilizarsmbolos. Constitui uma experincia instrutiva tomar uma massa confusade smbolos a observ-los ajustarem-se durante a meditao sobre arvore, elevando-se conscincia, em longas cadeias de associao, talcomo numa anlise de sonhos.

    28. Netzach a Esfera da Deusa da Natureza, Vnus. Hod a Esfera deMercrio, o anlogo grego do Thoth egpcio, Senhor dos Livros a da

    Sabedoria. Da oposio de ambos, resulta um terceiro elemento emequilbrio, que vem a ser Yesod, a Esfera da Lua. Temos, assim, umTringulo composto pela Senhora da Natureza, pelo Senhor dos Livros apela Senhora da Feitiaria; em outras palavras, a subconscincia e asuperconscincia correlacionadas no psiquismo.

    29. Quem quer que esteja familiarizado com o misticismo prtico, sabe que sotrs os caminhos da superconscincia - o misticismo devocional, quecorresponde a Tiphareth; o misticismo natural, de razes dionisacas, quecorresponde Esfera de Vnus, Netzach; e o misticismo intelectual, devinculao ocultista, que corresponde a Hod, a Esfera de Thoth, Senhor daMagia. Tiphareth, como veremos no diagrama da rvore, pertence a um

    plano mais elevado do que o dos componentes do Terceiro Tringulo;Yesod, por outro lado, est muito perto da Esfera da Terra.

    30. Atribuem-se a Yesod todas as divindades de simbolismo lunar: a prpriaLuna; Hcate, que rege a Maria Negra; a Diana, que governa os partos. ALua fsica, Yesod em Assiah, como diriam os cabalistas, com seu ciclo devinte a oito dias, corresponde ao ciclo reprodutivo da fmea humana. Se osimbolismo da Lua crescente fosse investigado em vrios pantees,descobrir-se-ia que as divindades a eles associadas sopredominantemente femininas; interessante notar - corroborando anossa atribuio do Esprito Santo a Yesod - que, de acordo com MacGregorMathers, o Esprito Santo uma fora feminina. Diz ele (KabbalahUnveiled, p. 22): "Ouvimos com freqncia que o Esprito Santo masculino. Mas a palavra Ruach, `Esprito', feminina, como se depreendeda seguinte passagem da Sepher Yetzirah: Acha (feminino, no Achad,masculino) Ruach Elohim Chm: o Um ela, o Esprito do Elohim da Vida'."Quando considerarmos o Pilar Medial relativamente aos nveis deconscincia, teremos uma confirmao adicional desse ponto de vista.

    31. Resta-nos considerar, por fim, a Sephirah Malkuth, o Reino da Terra. EssaSephirah difere das demais em vrios aspectos. Em primeiro lugar, ela nointegra qualquer tringulo equilibrado, mas o receptculo das influnciasdos tringulos anteriores. Em segundo lugar, uma Sephirah decada, poisa Queda a separou dos demais componentes da rvore, a as espirais doDrago Inclinado que se ergue do Mundo das Conchas, os Reinos da Fora

    Desequilibrada, assinalam essa separao. Por trs dos ombros da Rainha,a Noiva de Microprosopos (Malkuth), a Serpente levanta sua cabea, e

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    nesse local que ocorrem os julgamentos mais severos. A Esfera de Malkuthestende-se at os Infernos das Sephiroth Malignas, as Qliphoth, oudemnios maus. Ela o firmamento de onde Elohim efetuou a separaoentre as guas supremas de Binah a as guas infernais do Leviana.

    32. Consideraremos em seu devido tempo o significado das Qliphoth, mas,

    como nos referimos aqui a elas a fim de explicar a posio de Malkuth,devemos dizer algumas palavras que tornem a explicao inteligvel.

    33. As Qhiphoth (no singular, Qliphah, mulher indecente, meretriz) so asSephiroth Malignas ou Adversas, cada uma das quais uma emanao ouuma fora desequilibrada oriunda de sua correspondente Esfera da rvoreSagrada; essas emanaes ocorrem durante os perodos crticos deevoluo, quando as Sephiroth se encontram em desequilbrio. por essarazo que os textos se referem a elas como os Reis da ForaDesequilibrada, os Reis de Edom, "que governaram antes que houvesse umrei em Israel", segundo relata a Bblia, ou, conforme as palavras daSiphrah Dzenioutha, o Book of Concealed Mystery (traduo de Mathers):

    "Pois antes do equilbrio, o rosto no via o rosto. E os reis dos temposantigos estavam mortos, e suas coroas no mais foram encontradas, e aterra estava desolada."

    34. Completamos, assim, o nosso exame preliminar da rvore da Vida e dadisposio das Dez Sagradas Sephiroth; tendo estudado, em linhas gerais,o significado das Esferas a sugerido a maneira pela qual opera a mentequando utiliza os smbolos csmicos em suas meditaes, podemos agoraassinalar a cada nova informao o seu enquadramento correto em nossoesquema. Construiremos nosso quebra-cabea conhecendo as linhas geraisdo quadro. Crowley comparou com propriedade a rvore a um fichrio, emque cada um dos smbolos uma gaveta. Eis uma comparao

    praticamente irretocvel. No curso de nossos estudos, utilizaremos essasgavetas procurando descobrir-lhes o sistema de indexao sugerido pelautilizao de um mesmo smbolo em diversas associaes.

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    VIIIOS PADRES DA ARVORE

    1. So vrias as maneiras pelas quais se podem agrupar as Dez SephirothSagradas na rvore da Vida. No se pode dizer que determinada forma

    seja mais correta que outra, pois elas servem a diferentes objetivos alanam muita luz sobre o significado das Sephiroth individuais, revelando-lhes as associaes e o equilbrio.

    2. So valiosas tambm porque permitem relacionar o sistema decimal darvore com os sistemas temrios, quaternrios e setenrios.

    3. A conformao primria da rvore consiste em trs Pilares. Observaremosnos diagramas que as Sephiroth se prestam facilmente a essa divisovertical trplice, visto que esto dispostas em trs colunas (Diagrama I),denominadas Pilar da Misericrdia ( direita), Pilar da Severidade (esquerda) e Pilar da Suavidade ou do Equilbrio (ao meio).

    4. Antes de prosseguirmos, cumpre esclarecer o significado dos lados direitoa esquerdo da rvore. Observando o diagrama, vemos Binah, Geburah aHod em seu lado esquerdo, a Chokmah, Chesed a Netzach no direito; essa a maneira pela qual contemplamos a rvore quando a utilizamos pararepresentar o Macrocosmo. Mas, quando a utilizamos para representar oMicrocosmo, isto , o nosso prprio ser, devemos dar-lhe as costas, demodo que o Pilar Medial se equipare espinha, o Pilar que contm Binah,Geburah e Hod corresponda ao lado direito do corpo e o Pilar que contmChokmah, Chesed a Netzach, ao lado esquerdo. Esses trs Pilares podemtambm ser correlacionados com os conceitos Shushumna, Ida a Pingalado sistema iogue. de extrema importn-cia nos lembrarmos dessareverso da rvore quando a utilizamos como um smbolo subjetivo, pois

    do contrrio obteremos resultados confusos. Em sua valiosa obra sobre aliteratura da Cabala, The Holy Qabalah [A cabala sagrada], o Sr. Waite, nofrontispcio, por alguma razo que s ele conhece, inverte a apresentaohabitual da rvore; na maioria das vezes, as apresentaes desse smbolocorrespondem rvore objetiva, no subjetiva. Quando empregamos arvore para indicar as linhas de fora na aura, devemos utilizar a rvoresubjetiva, de modo que Geburah corresponda ao brao direito. Em todos oscasos, o Pilar Medial permanece, naturalmente, imvel.

    5. O Pilar da Severidade negativo ou feminino, e o Pilar da Misericrdia positivo ou masculino. Poder-se-ia pensar superficialmente que essasatribui-es conduzem a um simbolismo incompatvel, mas um estudo dos

    Pilares luz do que agora sabemos a respeito das Sephiroth individuaisrevelar que as incompatibilidades so puramente superficiais a que osignificado profundo do simbolismo inteiramente concorde.

    6. Observar-se- que a linha indicadora dos desenvolvimentos sucessivos dasSephiroth zigue-zagueia de um lado ao outro do hierglifo, tendo por issorecebido o nome apropriado de Relmpago Brilhante. Essa imagem indicagraficamente que as Sephiroth so sucessivamente positivas, negativas eequilibradas. Essa uma representao muito mais adequada do processoda criao do que a figurada pela disposio das Esferas numa linha reta,umas sobre as outras, pois indica no s a diferena natural dasEmanaes Divinas, como tambm as suas mtuas relaes; quando

    contemplamos o Hierglifo da rvore, percebemos facilmente as relaesexistentes entre as diferentes Sephiroth, a podemos ver como elas seagrupam, refletem-se a reagem mutuamente.

  • 8/6/2019 18220074 a Cabala Mistica

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    7. No topo do Pilar da Severidade, o Pilar