2. elementos paratextuais [título e contracapa]
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Memorial do ConventoTRANSCRIPT
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José Saramago
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Título:•Memorial – Escrito em que se descreve qualquer coisa que se pretende guardar na memória. Escrito que relata factos memoráveis.
•Convento – Convento de Mafra – Edifício português construído por ordem de D. João V entre 1717 e 1744, sendo o seu enorme custo suportado pelas remessas de ouro do Brasil. É obra do arquiteto João Ludovice. O conjunto (convento e palácio) é marcado por um barroco já arcaizante e é para o tempo um dos maiores da Europa.
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O título do romance remete para duas dimensões:
•Uma dimensão temporal — o vocábulo ‘memorial’
significa escrito em que se relatam factos memoráveis, o
que implica necessariamente um movimento de recuo no
tempo;
•Uma dimensão espacial — referência a um espaço
concreto, um convento.
Análise do título: Memorial do Convento
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Era uma vez um rei que fez promessa de levantar um convento
em Mafra. Era uma vez a gente que construiu esse convento. Era
uma vez um soldado maneta e uma mulher que tinha poderes. Era uma vez um padre que queria voar
e morreu doido. Era uma vez.
[da contracapa do livro]
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Contracapa:•A fórmula inicial “Era uma vez” conduz-nos para um mundo fictício, o mundo da infância e dos contos que ouvíamos atentos e maravilhados.
•A repetição, intencional e insistente, convida-nos a ler e a entrar num mundo ficcional onde tudo parece imaginário, exceto, à partida, o convento que sabemos existir em Mafra, e, certamente, o rei que viveu nessa época.
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Era uma vez um rei que fez promessa de levantar um convento em
Mafra. Era uma vez a gente que construiu esse convento. Era uma vez
um soldado maneta e uma mulher que tinha poderes. Era uma vez um
padre que queria voar e morreu doido. Era uma vez.
Esta sinopse aponta para as duas dimensões que estruturam o romance:
Uma dimensão literária, onde pontua o maravilhoso: ‘Era uma vez’; neste
universo mágico, evoluem personagens fictícias que representam um
povo explorado, oprimido sob o jugo da tirania do poder.
Uma dimensão histórica, baseada em factos e personagens verídicos: o
rei D. João V, o Convento de Mafra, o aeróstato do padre Bartolomeu de
Gusmão, o músico Domenico Scarlatti.
Análise da contracapa de Memorial do Convento
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Era uma vez um rei que fez uma promessa de levantar um
convento em Mafra
•O rei fez promessa de levantar um convento em Mafra
porque estava preocupado com a falta de descendentes.
Apesar de existirem bastardos, a sua pretensão era que a
rainha lhe desse um filho para suceder ao trono. O
convento irá construir-se após o nascimento da princesa
Maria Bárbara, em cumprimento da promessa.
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Era uma vez a gente que construi esse convento
•A gente que construiu o convento é o povo, o
povo anónimo que trabalha e sofre às ordens do
rei, não só para cumprir a sua promessa mas
também para satisfazer a sua vaidade.
Personagem coletiva muito importante, o povo
construiu o convento à custa de muitos sacrifícios
e vivia em completa miséria física e moral. É um
povo humilde e trabalhador, elogiado e enaltecido
pelo autor, que tenta tirá-lo do anonimato e o
individualiza em várias personagens.
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Era uma vez um soldado maneta e uma mulher que tinha poderes.
•Baltasar Mateus é um mutilado de guerra, foi soldado na Guerra da
Sucessão espanhola, donde foi expulso por ter perdido a mão
esquerda. É de Mafra e, quando volta para Portugal, conhece
Blimunda na procissão de um auto-de-fé em Lisboa, em pleno
Rossio. A partir desse momento, passam a viver juntos uma história
de amor e paixão. Além de ser um dos operários que trabalhou na
construção do convento, participa também na construção da
passarola. Blimunda é vidente, tem a capacidade de, em jejum, olhar
por dentro das pessoas e das coisas.
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Era uma vez um padre que queria voar e morreu
doido.
•O padre Bartolomeu de Gusmão tinha um sonho,
queria voar e, para isso, construiu uma passarola.
Tem a proteção e a amizade de D. João V mas nem
isso o livra da perseguição do Santo Ofício. Realiza
o seu sonho com a ajuda de Baltasar, de Blimunda
e do músico Scarlatti. Acaba por morrer, louco, em
Toledo, para onde havia fugido.
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Disciplina: PortuguêsProf.ª: Helena Maria Coutinho