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    sumario

    (utro um Joo Bandeira.

    $. Bom dia, d9cada. "

    2. &ois 7or9ns.9

    #. & onelio +ac6ado.11

    4. A realidade tam59m em5urrece.13

    . ;onsertos no casco do 5arco.16

    -. 'ons. 1". )e7eti

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    $4. Sentidos em todos os sentidos.31

    $ . Sentidos simult neos.33

    $-. (l6ar do artista. 3

    $". Bi= Ban=.%$

    $8.+arcianos.%3

    $%. ;6uCa.%%20. &erme Derme.%#

    2$. )i ueFas so di eren

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    #0. ( amor. $

    #$. ( rece7tiCo. 1

    #2. ;asulo. %

    ##. &esorientais.

    #4.Sin=in= Alone. %0

    # . ;ali=ra ias. %2#-. Entre.99

    #". Dida ou Dida.1$1

    #8. Na /resso.1$3#%. ;ele5ra

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    &ota do digita'izador: ( te)to a seg*ir est +espa'hado, pe'as pginas-no seg*indo * a for atao- ais o* enos na es a disposio e /*e se encontra no 'i0ro i presso.

    (utro um Joo Bandeira

    i/*eza de rec*rsos e do 2nio t cnicono representa - por si- positi0idade criati0a.

    &e t*do /*e se te se *sa. K tem7os leio com =osto coisas assim

    em te3tos ue Arnaldo Antunes solta de CeF emuando a ui e ali. osto 7or esse modo de sintetiFar em

    ormula

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    s*as partic*'aridades na o*tra orma

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    $ ! Bom dia, d9cada.re0ista ;' ana< $- 19 $

    Al=uma coisa 9 desinte=rar o 5ranco da ol6a. Al=uma coisa comum 5ei o.;6oCe no mundo. No teto de todo mundo. Al=uma coisa anti=a.Ouando eu 7ensei no come

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    Al=uma ual uer coisa. Le=al ue as coisas aconte

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    2 ! &ois 7or9ns s*p'e entoFolhetim, Folha de So Paulo, ! >$%> "

    $Esse 7a7o de diFer: Qroc@ nacionalQ, =enericamente, como se =ru7os de roc@ ue t m sur=ido atualmente res7ondessem Ts lin6as um mesmo moCimento est9tico estK urado. /or a ui se ouCe:?its @ade in Brazi' Ara @agazine @ercenrias *'* =antos atos do Poro Capita' Anicia' B'itz @etr ('ho =eco itchie D'traje a igor?e'e) ; syntho egio Dr ana Baro Eer e'ho Eo'*ntrios da

    Ptria Para'a as do =*cesso !" =eg*ndos Fepois =e pre i0re o Jai e e os @e'hores o o e os ona'dos P@ C 'era Co/*e'*)eGrafite Bry'ho Bi/*2ni Ca0ado Anocentes Hid ; e'ha e os ; oras=e'0agens Ce'so B'*es Boy Jerry ;driani Fegrad e Garotas doCentro @i/*inhos ; estrados Ca ine C Ioo Gang 9$ = ac< Iero e0ers Ker0a Foce dio ?a)i.

    V le=al ue as di eren

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    com 7o5reFa, sinteticidade com 5analidade, aca5amento comconce7

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    # ! & onelio +ac6ado o'ha de =o Pa*'o- !9>$6> "

    Ouem disse ue isso mataXSe3ta! eira, dia 2$, deu na o'ha. ( cara se a5ai3ou 7ara amarrar

    os sa7atos, leCou um tom5o e morreu. E7itK io: QAutordL(s atos.Amarrou os sa7atosQ. +as os caras no sa5em uem era & onelio+ac6ado. &eram a ele uns 7r mios literKrios, mas os caras no selem5ram dos ratos roendo todo o din6eiro em cima da mesa, a ueles

    5arul6os estran6os. Nem sM na 7oesia 6K 7oesia. Q K 7oesia na dor, na lor, no 5elor, no eleCadorQ (s ald de Andrade1. K 7oesia nos ato

    Q& onelio so reu uma ueda em casa, dia 8, ao amarrar os sa7atoIsto l6e custou uma cirur=ia dois dias de7ois, K ue o colo do mso reu ratura. Lo=o de7ois da o7era

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    rece5er a7enas as in orma

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    4 ! A realidade tam59m em5urrece o'ha de =o Pa*'o- ! >1$> "

    &ot2cias Pop*'ares-$8 0- 8 : Q'its acusam 'D de 5urri icar as 7essoas em seu noCo discoQ.

    ( 7oeta Hal Salomo, nore'ease desse disco: Q... acontece ueos 'its so inteli=entes, ir nicos demais 7ara encam7arem a Ciso do

    en meno teleCisiCo como encarnasica1 soa claramente nas +s, com

    sua 5urrice U anti!imunidade. A=ora eu uero alar mais da 'eleCiso a7arel6o1, e desse 7reconceito!7reserCatiCo ue a encara como

    +onstro da +assi ica

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    A crPtica da teleCiso ue monstri ica o seu as7ecto massi icane3clui um elemento undamental do 7rocesso, ue 9 o teles7ectadorSe no e3clui, menos7reFa sua ca7acidade de mani7ular o a7arel6o.

    ( cuidado em no se 7romiscuir com os raios catMdico!em5urrecedores 9 =erado 7ela 7re=ui

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    coisas Cendo teleCiso. Ela ica li=ada en uanto Coc aF outra coual uer. As CeFes Coc ol6a 7ara ela e se desconcentra da uilo

    estaCa aFendo.;om o adCento do controle remoto, inau=uraram!se noCas

    7ossi5ilidades de 5rincar com a teleCiso. A simultaneidade dos canaise tornou mais tentadora. As interru7

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    ! ;onsertos no casco do 5arco o'ha de =o Pa*'o e Jorna' do Brasi'- 3>$1> 6

    /*ei 7

    g*

    Eu deCo ser um 7ouco 5andido, se tanta =ente me Ciu com esseol6o. Eu deCo ser um 7ouco 5andido, um 7ouco louco, um 7ouco

    coitado, um 7ouco 7eri=oso, artista, otKrio./or ue nin=u9m estK imune ao ol6o do outro.+as nada disso se c6ama Arnaldo. ( cara ue sentou na tinta

    resca. la=rante. Dida Pntima deCastada, 7ara a Cisita5li+otiCo de est>7ida a7olo=ia ouR condena

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    Cer a inCaso de uma dro=a 7eri=osa no mercado nacional, ou o mitda necessidade de trans=resso do artista, ou a i=ura do ro ueircomo mar=inal, ou o cMdi=o 7enal, ou o ue uer ue osse.

    ;ontra os ue me usaram de lente atraC9s da ual os monstros semostram.

    Nem a dro=a da 7riso, nem a dro=a da dro=a, nem a dro=a da 7iedade, da mis9ria ou da =lMria ue 7ossa ins7irar tudo isso diminuem ou aumentam o Calor do meu tra5al6o com a lin=ua=em;lareFa. alem claro. &ois ol6os sa5em Cer mas no so aro.

    Se eu estaCa ali era 7ra eu no estar em nen6um outro lu=ar. Entoeu icaCa ali, tentando manter essa reCer ncia 7ara com a min6condi

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    - ! 'ons o'ha de =o Pa*'o- $%>$"> 6

    ( tom 9 o sal da mensa=em.V duro en=olir uma comida sem sal. Nada a Cer com o tom no sentido t9cnico, usado na m>sica dM

    mi K1 ou na 7intura as di erentes tonalidades de uma cor1. Esalando de QtomQ no sentido Cul=ar do termo. Ouando se diF ue a

    tem um tom no5re, ou 7esado, suaCe, Kcido ou a=ressiCo, ou oi dem tom de 5rincadeira, ou 7arece al=o muito anti=o, ou soa comseCeridade, ou rieFa, etc.

    Ela disse ue no a=YentaCa mais Cer a min6a cara, num tomamistoso demais. ( ue isso si=ni icaX

    A rase ue eu di=o no serK a mesma rase se sair da sua 5oca. (se eu a disser dentro de outro 7erPodo. (u com outra ordem das 7alaCras. (u se 6ouCer uma tril6a sonora ao undo. (u se mudarmos atril6a sonora. (u se ela or escrita numa letra tr mula. (u em ti7ocom7osto num ornal. (u como letreiro de uma lo a. (u se dita sM 7ara testar o eco desta sala. (u se or mentira. (u se tiCer uma 7lat9iaescutando.

    Essas Caria

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    colo uial, os out!doors, a arte de Can=uarda, o ornal, o =i5i, oen=anos tele nicos, a m>sica 7o7 e a Cida moderna em =eratrou3eram consi=o uma crise do sentido. &o mundo dicionariFado. &corres7ond ncia unPCoca entre uma 7alaCra e a uilo ue ere7resenta.

    Essa crise no si=ni ica o5scurecimento, ou ine ici ncicomunicatiCa. A7enas a clareFa de uma mensa=em de7ende a=oramais do ue nunca, de um uso a7ro7riado. Estamos mais 7erto de?eli= do ue da incomunica5ilidade.

    V le=al ue al=umas =Prias 7ossam diFer al=o numa dada situa

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    delasX Entender e sentir so sin nimosX /ara meio entendedor 5o 7alaCra 5astaX

    +i3, Jones, Jo5im, Sa er, Haits.'ons.

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    " ! )e7eti

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    8 ! ;a5e

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    % ! Banalre0ista Reflexo nS 3- 19 6

    Eu estou tran Yilo na aCenida 7aulista e me assalta um 7ensamento: E se me rou5arem a carteiraXEu estou sentado sosse=ado numa 7ra

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    ;omo continua sa5endo e ensinando ;lementina de Jesus, aneirode $%8", no 7ro=rama /erdidos na Noite. austo SilCa: &ona;lementina, a sen6ora ac6a ue o 7a=ode a=ora tK Coltando a aFesucessoX )es7osta: /elo menos a ui, sim. A ui: 7or ue o 7>5lico a estaCa a7laudindo de 79.

    &e7ois cantou: QNo Cadeia, ;lementina ui eita 7ra CadiarDou Cadiar, Cou Cadiar, Cou CadiarQ.

    E3iste coisa mais su5CersiCa do ue essa m>sica de tr s CersoSu5CersiCa T direita, T es uerda, ao mito do tra5al6o, T ordem sociallin=ua=em do 7oder. Sarne diria: QBa@uninZQ. +as contra o sol 7ureFa no 6K 7eneira ideolM=ica.

    /or isso eu ico na rua./or isso eu no ico trancado no armKrio es7erando o dia se=uinte.Eu uero 9 ouCir as coisas mais 5Ksicas ditas na lata. V le=al

    (5ina S6o@ cantar Cersos to 7rimKrios como QDida 9 ale=ria Dme dK 7raFer Dida 9 o amorQ. aF lem5rar o Jor=e Ben ue cantaQ&eus 9 a Cida, a luF e a Cerdade &eus 9 o amor, a con iansica s*p'e ento o'hinha- o'ha de =o Pa*'o- $ >$!> #

    Barul6o 9 m>sicaX Ouem 7ode me diFer se 5arul6o 9. +>sicaX se as alas das 7essoas alando orem. ;ansica. A5ai3e oColumeZ 5erram as orel6as Cel6as. +as no dK 7ra 7assar a CidaouCindo sM cansica. /odser eita 7or al=u9m mas tam59m se aF. *m com7ositor c6amad

    Jo6n ;a=e disse: Q(s sons ue a =ente ouCe so. +>sicaQ. ( ue alaCadeira aF com as rou7as no tan ue. ( ue o =uarda noturno acom seu a7ito. ( ue os dentes aFem com a 5atatas c6i7s dentro daca5e

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    $$ !AB? do roc@ prefcio para o 'i0ro ;BI do roc< rasi'eiro- de @arce'o

    Fo'a e'a- Md. Mstre'a do =*'- 19 #

    V muito di Pcil de inir o roc@ 6o e. Oual uer =eneraliFaclassi icatMria 7arece insu iciente. ( roc@ 9 um rio de muita luentes. Kea0y roc

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    $2 ! ( desa io da acilidade o'ha de =o Pa*'o- 11>11> #

    Ouando Arri=o Barna59 sur=iu com o L/C'ara Crocodi'o-em 80,ele se diFia 7reocu7ado em dar 7rosse=uimento T lin6a eColutiCa dcanlti7los. E37loraCadiCersas maneiras de em7urrar os limites at9 onde a can

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    =*speito a5re com T)tase. &e cara, arran o, melodia e letra 7arecem o 6ino de uma es uadril6a inter=alKctica, re erindo!se 5atal6as es7aciais: QDoar Nessa =uerra CoraF DiCer, morrer Lu No encontro atal Dencer, Cencer...Q. A7enas a 7artir do s9timo Cenotamos ue se trata de uma 5atal6a amorosa: Q;on uistar Coc QEnto mesclam!se os dois uniCersos sem nticos da con uistaes7acial e da con uista amorosa: QEm nuCens de 5ei os...Q. ( canto torna declamado, encerrando com Cersos ue 7arecem uma res7ostaao *ltra e a )i=or: Q+ul6eres, 5a6Z No =osto de mul6eresZ =osto de Coc SM de Coc Q.

    Nas m>sicas ue se se=uem e com7Gem o lado A, Arri=o cantineditamente lim7o. +elodias tonais, can

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    cita

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    $# ! atalidadecat'ogo da ostra os! "#ri$$ino de Paula, @A= e Ga'eria ot ptica- =o Pa*'o- 19

    Oual uer ato tem atalidade. / r a ca5e

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    $4 ! Sentidos em todos os sentidos jorna' &e)o- j*nho de 19

    /ara uem aF roc@ nos anos 80, estK aca5ando esse 7a7o de Cesuma can

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    os sentidos esto sendo reatados.Estran6o 7arado3o: A mesma era das es7ecialiFa

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    $ ! Sentidos simult neosFolha de So Paulo, ! >$%> 9

    Au=usto de ;am7os estK diFendo cada CeF mais com cada Cemenos. Essa 9 a notPcia. /ara uem estK 7or ora.

    &i=o isso so5 o im7acto do 7oema ue estam7a a ca7a do seu \arge da arge - rec9m!lan

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    ;om a7enas # letras Cariantes QmQ 7elo QsQ, trans ormand 7ronome QmeQ em QseQ, e QoQ 7elo QaQ e 7elo QeQ, sucessiCtrans ormando o Cer5o1 em # enunciados de $0 letras, o5temos umcom7le3a estrutura onde # 7essoas Cer5ais sin=ular1 e # sentidos 7rincP7io1 se intrincam em diCersas 7ossi5ilidades de leituras. ( 2o e o#o enunciados trocam a 2a 7ela #a 7essoa con orme o Cer5oconsiderado Cender ou Cendar1. No $o enunciado as duas leiturascoincidem na $a 7essoa, mas acrescenta!se o =er>ndio de QCerQA7enas com o Cer5o QCenderQ temos as tr s 7essoas a7resentadasordem res7ectiCa $a, 2a e #a1. 'alCeF 7or isso se ca7te maisdiretamente esse sentido, icando os outros a serem desco5ertos numse=unda mirada. Assim, CKrias o7

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    inter7reta

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    onde a es7acialiFa

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    acento no se=undo QeQ da #a, o5temos: Qno moCendo no se C Q, ouQno moCendo no se C ndaQ QndaQ a5reCia

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    $- ! (l6ar do artistacon0ite da e)posio ('har do ;rtista- @;C- =o Pa*'o- agosto de 19 9

    Ouando o +A; me conCidou 7ara or=aniFar essa mostra a 7artirdo Casto material de seu acerCo, meu dese o inicial oi o de selecionno o5ras aca5adas, mas es5o

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    7recursor da 7er ormanceW da o5ra ora da o5ra, contaminada de Cdo uso do cor7o e do com7ortamento como o5 etos artPsticos. ;om as9rie @inha e orrendo-onde o desen6o estK mais 7rM3imo uenunca da e37eri ncia. 'ra

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    $" ! Bi= Ban=re'ease para o disco Bi# Ban#, dos Para'a as- 19 9

    Eu ueria diFer a eles ue sem7re acom7an6ei de lon=e 7erto odiscos no carro casa rKdio teC s6o s e onde eu ouCia meu 79 douCido sintonia com o resto de meus 79s.

    Ento seu noCo 5an= K estaCa es7erado com a mesma saudades uturo ue sinto de tudo o ue me nutre de im7ulsos.

    Big Bang.

    'irado do uadrin6o de uma 6istMria em uadrin6os, do 5ei o dum tiro, do motiCo nen6um da 7ura sonoridade onomato7aica aomotiCo dos motiCos ue 9 a ori=em de tudo.

    Oue noCas Cel6as si=ni ica

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    (s /aralamas sem7re trataram 5em a uesto da com7le3idadesim7licidade ue enColCe a inser

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    Assim tam59m com as letras /or mais re=istros, tons, temKticasdi erentes ue 7assem na tela de Big Bang-6K elos entre Cersos, dicas

    ue se amarram entre as m>sicas, 7arecendo a7ontar sem7re 7ara umacultura de resist ncia, da 7ot ncia indiCidual diante do mundo, dQarte de CiCer da 9Q: QOuero entender tudo o ue eu 7osso e o uno 7ossoQ, QEu Cou lutar Eu sou +a=uila, no sou ' sonQ, QEu Ciro e di=o noQ, QA inal res7iro 7or meus 7rM7rios meiosQ, QAinme CirarQ.

    E 6K anterna dos ;fogados-onde a su7er Pcie e 7ro undidade ue 7ercorrem todo o Big Bang=an6am sPntese, com a du5iedade ue oCerso QEu t na Lanterna dos A o=adosQ 7ro7Ge, entre estadoes7Prito e localiFa

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    $8 ! +arcianos jorna' %i&olau, nX 3$- C*riti a- fe0ereiro de 199$

    Eu 7edi um ca 9 e 7er=untei T mo

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    $% ! ;6uCa

    con0ite da e)posioChu'a, de ernando Iarif-Ga'eria @i''an- =o Pa*'o- no0e ro de 199$

    X; orde inferior * espe'ho da orde s*periorU as for as daterra corresponde 8s for as do c *U as anchas da pe'e so *

    apa das incorr*pt20eis conste'aYesU J*das ref'ete- de a'g* odo- Jes*s.X

    J. L. Bor=es, em?r5s EersYes de J*das

    )ostos em nuCens crian

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    o acaso Cento ue orma e de orma as nuCens e o ue moCe a mo 7inta o 7a7el.

    ( ue o ol6o cria ca7ta de uma nuCem ue no se a nuCem 7areccorres7onder a ra=mentos de inconsciente ue emer=em at9

    consci ncia.As nuCens de ?ari 7arecem or ar a orma

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    ou inCentadas como a l m7ada, o aCio, a mK uina de aFer 7i7ocQ;riar no 9 tare a do artista. Sua tare a 9 mudar o Calor da

    coisasQ [o@o (no, citada 7or 9lio (iticica na &a0i'o*caN.As nuCens de ?ari so da mesma mat9ria ue as i=uras Cist

    nelas: desen6adas.Ele 7oderia desen6ar so5re otos de nuCens.+as o c9u 9 o c9u.JK os ma7as da se=unda sala so o5 etos do mundo trans ormado

    &o mundo e 7ara retratar o mundo.

    ;om suas duas salas se7aradas 7ela 7assa=em da c6uCa, ?aricom7Ge um 7oema am5iental onde a rela

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    20 ! &erme CermeFolha de So Paulo, !>$1>91

    Na ol6a de 28 $2 %0, em arti=o intitulado Prod*o de ;*g*sto se destaca-o cola5orador deste ornal )9=is BonCicino eF al=umarK7idas e rasteiras o5serCa0er e-incluPdo na e37osi

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    Oue a 7rodu

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    da con un

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    &9cio1 como 7recursor do ue a

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    2$ ! )i ueFas so di eren$1>9!

    +uita estu7ideF e 7reconceito se t m lido nas 7K=inas dos ornaise a na o7inio dos 7rM7rios ornalistas, se a na declarasica, ue continua e3ercendo camin6o natural de sua =enialidadeW nem do es7a

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    endurecer os ca5elos. 'udo isso Cisto com naturalidade e sim7atia.'atua=em, ue 9 uma t9cnica 7redominantemente usada 7or 5rancos, 7ode. At9 mesmo a uela caricatura do Al Jo6nson era Cista com =rasica a 7essoa dele ante a tradisica 7o7ular 5rasileira, ue 7assa 7ela 5oca de todos a ueles com7ositores.

    +>sica 7ara ser al=u9m.( disco de /9ricles encerra com Massi ser-uma salsa cantada na

    terceira 7essoa, so5re uma mul6er ue meta oriFa a m>sica latina.Al=u9m 7ara ser m>sica.As duas ai3as, a5rindo e ec6ando o disco, a7ontam 7ara ess

    inteireFa, entre ser e som 7resente em todo o disco, e a7arecendoliteralmente em outros momentos, como no re ro de @e* Bo'eroN.A 7essoa!m>sica da 7rimeira ai3a C com a Mtica do criador dessmensa=ens estran6amente 7oderosas. A m>sica!7essoa da >ltima ai39 Cista com a Mtica do rece7tor, contaminado 7or esse 7oder. /rimeirae terceira 7essoas masculino e eminino sam5a e salsa ue eca5esica 7enetra e 7enetrada 7ela Cida. E as duas a7ontam 7ara a 7erman ncia no tem7ocomo uma es79cie de resist ncia Citoriosa: QEu sou a uele uetem7o no mudouQQFos Prazeres- das CanYesNUQEra assim V eserK V assim E assim serKQQMassi serN.

    E entre elas, 7reenc6endo o es7a

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    2# ! 2$ metas 7ara a teleCiso do uturore0ista G'o osat- $ >1$>93

    $1 +el6oria crescente de de ini

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    inter iram e se relacionem com o material transmitido.$#1 'ecnolo=ia di=ital de =raCa

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    24 ! &oriCal ;a mmire'ease para o disco Fori0a'- p* 'icado nL ( G'o o- !%>$%>9%

    XAnZti' e'eza

    ; t*do rendida- Por de'icadeza Perdi inha 0ida X

    No 7ude dei3ar de lem5rar esses Cersos de )im5aud autortam59m do Barco B5 ado- 7oema de entre=a total ao mar1 CiaAu=usto de ;am7os, uando me conCidaram 7ara escreCer al=uma

    coisa 7ara &oriCal ;a mmi o artista ue mais Cerdadeiramenterima 5eleFa e delicadeFa em nossa m>sica 7o7ular. ;a mmi aF 80anos. E suas can

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    nome de &ora entre o Q7ra lKQ e o Q7ra cKQ, tam59m remete ao uda onda ue leCa Q9 5onitoQ1 e traF Q9 5onitoQ1.

    A m>sica de ;a mmi 7resenti ica os re erentes de seu discurso&K!l6es cor7o e Cida. 'alCeF 7or isso um =rande n>mero de nome 7rM7rios +aurino, Bento, &ada, ?eca, ;6i uin6a, ;6ica, )osin6a,)osa, +aria, Joo, +arina, 'eresa, &ora, Juliana, a5riela, /edro,Adal=isa, ;6ico erreira, &oralice1 a 7oCoe. ;a mmi canta QV noitee a noite se aF. ;anta QDamos c6amar o CentoQ e o Cento Cem. Nore ere a7enas T CoF do 7ersona=em 7escador ue anseia Cer a Cem5alando o 5arco. Instaura o c6amado ao a=ora do canto, uetam59m se aF de ar assim como o Cento Q aF canti=as nas ol6aalto do co ueiralQ1. ;aetano re ere!se 7recisamente a essa inteireF

    uando canta: QIta7u uando tu me altas, tuas 7almas altas+andam um Cento a mim Assim: ;a mmiQ.

    As can

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    2 ! /onto de contatore0ista Casa Eog*e- nX %- 199%

    Ouando nos de rontamos 7ela 7rimeira CeF com uma cultura, seela uma anti=a ciCiliFa

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    Assim, suas cria

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    lon=ilPneo, en uanto se o7Gem a elas 7ela consist ncia duro moA orma am5P=ua entre ser7ente e osso 7resente tantoe e057'aantino ia-como em es ijo*) de @ e. =adeNsu=ere uma +edusa

    ue mira seu 7rM7rio re le3o, assim como um alo, ue oscila entredois estados de ri=ideF. A 3i o7a=ia indica atra

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    mundo 9 estran6o 7or si. As o5ras de 'un=a C m da estran6eFa naturados en menosW da o5serCa

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    2- ! HinterCerno prefcio para o 'i0ro Vinter0erno- de Pa*'o e ins

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    =uardana7os de 5ar, 7eda

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    2" ! /oesia concreta Folha de So Paulo, $3>1$>9%

    &e7ois da 7roCoca

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    ca a estadaQ. Ao mesmo tem7o lamenta ue este no ten6a des erseus =ol7es contra o liCro Fespoesia tPtulo ue omite, c6amando!o deQrecente colet nea de 7oemas de Au=usto de ;am7os 7u5licada 7ela/ers7ectiCaQ1, ao inC9s de ter se Coltado contra uma >nica tradu

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    de sua 7oesia,Ei0a Eaia- de $%"%1. ( 7rM7rio Au=usto esclarece, ementreCista ao Jorna' da ?arde 24 0% %41: Q/roduFo 7ouca 7oesi;erca de dois ou tr s 7oemas 7or ano. Ouero acreditar ue isso 7roCen6a, em 7arte, de uma dis7osi

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    construtiCa, 7or recorrerem mais ostensiCamente aos o=os ormano se usti icassem semanticamente. Assim, usa o termoQ ormalismoQ, ala em Qcon iandoQ. Acontece ue a 7oesia 9 ustamentees7a

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    Cisa o Coto, ou a orma

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    de 7oder comuns T Krea 7olPtica ou Ts 5atal6as comerciais 7ara a Ciest9tica incorre em 7eri=osa =eneraliFanica dire

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    traCessia lores, deuses, o3um o ue aF Coc sus7irarXQ.(u como em ode'o7padro-onde em meio T enumera

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    como orma de desdiFer o seu interior. Na Cerdade Mra t*do se)o9 umliCro de 7oemas de amor. Oue 7roCa, 7or sua ca7acidade detrans ormar a e37eri ncia de Cida em e37eri ncia de lin=ua=em, 7ossi5ilidade da 7ot ncia dos 7oemas de amor. &esse contraste, a

    rase!tPtulo ironicamente 7Ge!se em crise, em seu sentido ne=atiCli=ado ao clic6 da o7osi

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    2% !ISS( Qpara ?*ngaN

    Jorna' da ?arde- ">11>9%

    a ueda dos dentes de leite,o oco do sino,

    a sin9do ue, o sem nome do ue 9o 5uraco1,

    o 5oto ue na 5oca,a dor

    o adorno1,o 5uraco do lK5io onde o 5oto ue ca5e,

    a 5oca do sinomais es7a

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    a letra a=K,o desa=K,

    o la7so entre a =a=ueira e o eco,a 5om5a a=K,

    a desa=re=a

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    o oco da sina1,o em5alo ue nina,

    o soco do sono,a ueda dos ossos no leito,

    o nunca entre o cansa

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    o oco do si=no,a ueda do dente de luto,

    o noCo continente,o Cel6o conte>do.

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    #0 ! ( amor

    Folha de So Paulo, 1!>$6>9"-

    cadernoCotidiano, especia' para o dia dos na orados

    ( amor, sem 7alaCras. (u. A 7alaCra amor, sem amor. Sendoamor, ou. A 7alaCra ou. Sem su5stituir nem ser su5stituPda 7or. Si, 7alaCra si, sem ser de si =nada ou =ni icada 7or. ( amor. Entre si e o

    ue se. ;6ama amor, como se. Amasse esse 7eda

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    #$ ! ( rece7tiCo prefcio para o 'i0ro ?odas as 'etras- de Gi' erto Gi'-organizado por Car'os enn - Co panhia das etras- 1996

    *ma CeF il me disse ue 6aCia o=ado o A Ching aFendo ase=uinte 7er=unta: Q( ue 9 ue sou eu, a inalXQ. A res7osta orKculo recaiu no 6e3a=rama n] 2, todo ormado de lin6as a5ertas Q( rece7tiCoQ, ue tem como ima=em Qa terraQ e como atri5utodeCo

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    K=ua sem alCo. `=ua cristalina no 7or ue re lete, mas 7or ue corr(nde a lim7ideF do sentido Cem de sua ade ua

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    )esultaCa em su=estGes or= nicas, muitas CeFes se3uais 5ocetaras=os, rac6asW a o5scenidade de 7elos internos so5 a 7ele im5er5e 5ranca do 7a7el1. AP esses ras=os oram inc6ando, como se os 7ontin lamassem. As c6a=as ue Edit6 a5riu de re7ente se tornaramtumores, com releCos cada CeF mais acentuados. Bul5os escuros usaltaCam de dentro da 7ele transl>cida e delicada do 7a7el de arroFcom suas lin6as escuras =uardando al=o 7restes a CaFar. ;omo se os 7a79is ossem cor7os CiCos, de dentro dos uais, de7endendo d 7ro undidade do corte, CPsceras teriam de saltar.

    E a mat9ria, K no se contendo, saiu 7ara ora do 7lano. im7ressionante como, no tra5al6o de Edit6, 9 clara essa 7assa=em do 5i ao tridimensional. ( ue era desen6o oi aos 7oucos e diCersotra5al6os ilustram as =rada

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    mat9ria. &a satura

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    orma ad uirida, com e3cessiCas camadas de costura, ue 7or sua Ctendem a ceder. ;onten

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    ## ! &esorientais prefcio para o 'i0ro Fesorientais- de ;'ice *iz-

    Md. A'* in*ras- 1996 *ma aPsca um 7in=o uma semente um =ro uma lK=rima um

    Ktomo um Ktimo um 7iscar de ol6os uma c9lula um Kcido uma sPlaum transistor um c6i7 uma estrela um cristal. *m o5 eto concentradono 9 um o5 eto ual uer. Ouando ol6amos ouCimos 7e=amoc6eiramos 7roCamos 9 como se nunca 6ouC9ssemos ol6ado ouCid

    7e=ado c6eirado 7roCado da uela orma e uando ol6amos ouCim 7e=amos c6eiramos 7roCamos de noCo 9 como se nunca 6ouC9ssemol6ado ouCido 7e=ado c6eirado 7roCado da uela orma outra CeFassim 7or diante, sem7re a uestionar nossa 7erce7

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    dominando sem domar, e de cu o contato diKrio 6orKrio minutKse=undKrio 5rota uma sa5edoria acerca de cada um da ueles caulesramos, ol6as e outras e3u5er ncias da cor mais Cerde ue e3ist&esde Qnada na 5arri=a naCal6a na li=a Cal6aQ 7rimeiro 6ai!@Alice ue li, e ue me im7ressionou de cara 7elo 7oder de sPntese intera

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    #4 ! Sin=in= alonere'ease para a reedio e CF do disco Sin#in# "lone,de ;rna'do Baptista- 1996

    A ui tudo 9 CiCo. )es7ira. Di5ra. 'ro7e

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    no 5ai3o.Seu eito de tocar e cantar me aF lem5rar um 7ouco o S d Barre

    7Ms!/in@ lo d, 7ela crueFa es7ont nea de suas =raCa

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    # ! ;ali=ra ias o'ha de =o Pa*'o- caderno @ais[- !3>$6>96

    A cali=ra ia sem7re oi uma modalidade artPstica CaloriFada 7aas culturas orientais. (s c6ineses, a7oneses e Kra5es a 7raticam 6Kal=uns mil nios, acrescentando in>meras su=estGes de sentido e37resso Cer5al, atraC9s da dis7osi

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    mas 7assasse a se incor7orar estruturalmente T lin=ua=em 7o9ticaam7liando sua ca7acidade si=ni icatiCa com a in e

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    al=uns de seus tra5al6os cali=rK icos no Kl5um @ein Ha''i Graphycs com seis 7ranc6as soltas, im7ressas em seri=ra ia, em 80e3em7lares numerados e assinados. A 7rodulio Bressane, o, &9cio /i=natari, 'adeu Jun=le e o 7rM7rio HalterSilCeira, entre outros. ;om o 7recoce alecimento de (rnar, em 8%, @ein Ha''i Graphycscontinuou a ser im7resso 7or 'eresa uedes, suamul6er, ue deu 7rosse=uimento a diCersos outros 7ro etos da su Mntrete po MdiYes =erigrficas.

    A7esar de com7osto de um n>mero 5astante reduFido de tra5al6oscontinua aFendo alta uma reunio mais am7la dos 7oemas

    cali=ra ias de Halter 7u5licados em reCistas, tais comoc*ttings oo19 % d.C- cardiografia- pin *p poe s fiss*ras- anheiro p* 'y

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    7artir do atrito entre o sentido dicionariFado do CocK5ulo e suaCirtualidades sem nticas e37loradas 7elos recursos =rK icos. noCidade a ui estK ustamente nesse deslocamento ue o5ri=aler Cer, 7ara al9m da leitura conCencional, outras in ormanico escrito na 6oriFontal, l !se 7ela metade: a 7artede cima da 7alaCra QanFolQ 9 eliminada 7elo limite Psico do 7aIsso real

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    A indica

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    a ui em outro nPCel entre a 7alaCra QK=uaQ1 e o contesu5entendido ue a enColCe o 6ai @ai de Bas6 1. A im7resso 7reto so5re 7reto 7arece su=erir o desa7arecimento da r leitura na

    ual a su7er Pcie im7ressa do 7a7el se con unde com a su7er PcieK=ua, ue a escrita turCa com um uase im7erce7tPCel rumorW rastlin=ua=em.

    E, inalmente,...in tote - ue re7roduF a 7alaCra Qta5ooQes7el6ada, num diKlo=o de muitas cores. A constru

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    Halt B. Blac@5err , mais do ue re7resentar semel6an

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    #- ! Entre prefcio para o 'i0ro Rente, de Joo Bandeira- ;te'i5 Mditoria'- 199#

    Entre os m>lti7los camin6os das ormas 7o9ticas no Brasil, 6oJoo Bandeira atua tanto na es7eci icidade do Cer5al como nas suaCirtualidades em diresica e o desendas 7alaCrasW sondando seus limites e 7ossi5ilidades materiais.

    ;on u=ando o tr nsito entre re=istros Cariados do tom mais =raCao sota ue colo uial, do uase 6ai!@ai T uase ode, do Cersocola=emready7 ade-da cali=ra ia ao ti7o e37andido no com7utador,da ra=menta

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    7roduFiu um liCro claro e en3uto sem som5ras nem so5ras. Assimocorre, 7or e3em7lo, em parece 2ni o-onde a e ua

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    #" ! Dida ou Cida=*p'e ento iterrio- nX % - =ecretaria de Mstadoda C*'t*ra de @inas Gerais- j*nho de 1999

    aF deF anos ue Lemins@i se oi.&eF anos Coam.E a alta ue ele aF como criador, a=itador cultural e ami=o, i

    7ousada. &ilata!se, de tem7o em tem7o, a cada releitura de seus liCrosLemins@i continua a nos sur7reender. NoCas mensa=ens C

    c6e=ando aos 7oucos. DiCas. @etafor ose- 7or e3em7lo, 9 7ara mim um 5an6o, um deslum5re,

    uma coisa do nPCel doCatata* 7ela densidade, misto de ri=or e 7i ue, ac6ados e 7erdidos de inCen

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    sua 7oesia ou 7rosa.E3ercitaCa estran6eFa e naturalidadeW aces de um mesmo rosto.As =Prias, as e37ressGes colo uiais, as a=ul6as da contra!cultu

    conCiCiam, com ou e sem con litos, com o ri=or construtiCistaconsci ncia de lin=ua=em e a 7reciso e sPntese a7reendidas nos 6a@ais, no Fen, no ud .

    Antes de tudo 7oeta, sua in uietude o leCou a se aCenturar nam>sica 7o7ular, na 7rosa, nos ensaios, nas tradu

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    #8 ! Na 7ressore'ease para o disco &a Presso- de enine- 1999

    E no 9 ue ele conse=uiuX&e7ois de um disco to im7ressionante como( Fia M O*e are os Contato-Lenine Cem a=ora com essa 5ar5aridade no 5om enoCo sentido1 ue 9 &a Presso. No alto e 5om som.

    ;omo se, contato eito, ele 7rosse=uisse Cia=em rumo T sPnteseWuma de ini

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    diCa, meu diCa min6a man6a, meu aman6Q1, onde 9 ineCitKCel, a su=esto com7osta 7elas rimas em e 7elo desen6o melMdicocaracterPstico, a lem5ran

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    Se ;aetano cantou, no uturo da terceira 7essoa: Q*m PndiodescerK de uma estrela colorida 5ril6anteQ, Lenine o cita a=ora e 7arceria com ;arlos )ennM1, cantando, no 7resente da 7rimeira 7essoa: QSou o Pndio da estrela CeloF e 5ril6anteQ em?* i ?*py-

    ue a7onta tam59m 7ara o +ani esto Antro7M a=o Q'u7i or not tut6at is t6e uestionQ1, em seu tPtulo.

    *ma tradi

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    #% ! ;ele5ra5lico, a =i=antesca orel6a dDan o=6 etc.

    Sem a5andonar a 7intura 7orto se=uro de onde sem7re 7artiu 7ara outros desco5rimentos , A=uilar c6e=a a=ora a uma noCaencruFil6ada!sPntese dos diCersos meios 7or onde a ima=em corre

    (nde mat9ria e realidade Cirtual se alimentam mutuamente, a5rindoterritMrios e re7ertMrios Cir=ens, a serem e37lorados.Inicialmente ca7turando 7essoas nuas com a c mera de CPdeo, num

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    undo 5ranco. &e7ois 7intando seus cor7os e noCamenteCideotei7ando!os en uanto 5rincam, se a5ra

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    40 ! &e 7edrate)to so re o ra de &*no a os- para o 'i0ro Ima#em )s&rita,

    organizado por enata =a'gado- Md. Graa'- 1999

    7edra desde dentro 7edra im7enetrKCel sMlida maci

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    =ordura nela nunca 7oderia 7arecer Cermel6a nunca 7oderia a7odrece

    aFul nem curCa de decote se 7areceria o seu recorte Ks7ero ue un=uento en=ole a=ora em7ren6a tudo com seu conte>do mole naissura no se escuta mais a CoF do Cento a=ora o 5ranco ta7a ento7

    seu ouCido cera nos sulcos da orel6a 7ara no entrar o canto de sereiaue nau ra=a o ol6o entre=ue T 7erda a=ora estK com7leta T 7edrue 9 de 7edra at9 ue um dia ue5ra um dia Cai Cirar areia um dia C

    descon=elar um dia Cai orrar 7etrMleo um dia Cai rolar montana5ai3o assim ou no de 5ai3o a cima ou sim a 7ara ina Cai reter

    uedaX Cai manc6ar a 7edra de c6iclete um dia Cai c6oCer =ilete lKcima um dia Ceio uma 7essoa se sentou na uela e uando Ciu K sem nen6um ruPdo a coisa a5riu ao meio como um i=o 7odr

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    en=olindo a 7essoa ue estiCesse ali talCeF aFendo nada Cendo 7aisa=em 7assando 7arada trans ormando nuCens em dra=Ges orostos no so5raram ossos nem ol6ares uando a 5oca a5riu a 7edraso5re 7edra no so5rou 7essoa ou som5ra de 7essoa al=uma 7ara ol6arT toa 7ara o c9u e 7ara o ue no c9u aCoa uando o c6o da 7edra5riu!se de re7ente em outras desmetades so5re o solo colo ue aam7ara como am7ara um 5oi ue5rK!la oi como co5ri!la ou s

    ue5rou 7or si ou se co5riu de es7uma e se e37eliu seu cremederreteu!seX eF! seX des eF!se soFin6aX e se a uela coisa or de ddela ue saiu madura a7Ms a lon=a es7era CaFou da es7essura estreita

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    trans5ordou na 5orda da ran6ura e37ulsando o 7us de um a5cessocomo se lK dentro osse CiCa e lK de dentro do mais dentro de 5rotasse 7ra ora 7elas endas suco 7elos sulcos como o ue se dtirar ele da 7edra leite de um 7eito =i=ante ca=ado ue se 6i7o7Mtamalma derretendo!se alCa amn9sia da laCa ue sedimentou 6K mil6arde anos uando os dinossauros nem tin6am nascido e solidi icou numcolosso de cor7o ue de7ois de s9culos adormecido retorna aocolostro ou neCe se neCasse nessa Krea 7asta denti rPcia creme 5eleFa talCeF seiCa 5ranca no seria 7ois ue Ce=etais assim com esdureFa no se encontram mais a ui nessa loresta nem se nota nuncum mero moCimento nesse monumento a nada nem 7e=ada nem amassa im7re=nada Cai icar de7ois ue os anos se 7assarem sM 7or umomento na oto=ra ia ela serK lem5rada 7ela cera ali de7ositada 7areCelar a aus ncia de mat9ria ue nin=u9m re7ara 7ois mimetiFada 7edra oculta a 7rM7ria resta a5erta nela inCersamente ao at5 com se dis ar

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    o eto ali lotando a cada dia mais o es7a