200794 pavimentao de estradas i apostila reviso 2010 1

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Apostila Sobre Pavimentação de Estradas

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  • 200.794 PAVIMENTOS DE ESTRADAS I

    Prof. Carlos Eduardo Troccoli Pastana A

    NDICE

    CAPTULO 1 ..................................................................................................................................... 1 1. ESCOLHA DO TRAADO DE UMA ESTRADA ............................................................................... 1

    1.1. PLANO DIRETOR OU PND: ............................................................................................................. 1 1.2. ESTUDO DE VIABILIDADE TCNINO-ECONMICA: ................................................................ 2 1.3. PROJETO DE ENGENHARIA RODOVIRIA: ................................................................................. 2

    1.3.1. RECONHECIMENTO OU ANTEPROJETO:............................................................................................. 3 1.3.2. EXPLORAO OU PROJETO:.................................................................................................................. 7 1.3.3. LOCAO OU PROJETO DEFINITIVO: ................................................................................................. 8

    CAPTULO 2 ..................................................................................................................................... 9 2. ELEMENTOS GEOMTRICOS DAS ESTRADAS: ............................................................................. 9

    2.1.- CLCULO DA POLIGONAL......................................................................................................... 10 2.1.1.- CLCULO DE AZIMUTES E DISTNCIAS DOS ALINHAMENTOS A PARTIR DAS COORDENADAS DOS VRTICES: .................................................................................................................... 10 2.1.2.- CLCULO DAS COORDENADAS DOS VRTICES A PARTIR DOS AZIMUTES E DISTNCIAS.11

    2.2. CURVAS DE CONCORDNCIA HORIZONTAL:......................................................................... 12 2.3. GREIDES: .......................................................................................................................................... 13

    CAPTULO 3 ................................................................................................................................... 15 3. ANTEPROJETO: .................................................................................................................................. 15

    3.1. PRINCIPIOS BSICOS PARA A LOCAO DO TRAADO: ..................................................... 15 3.1.1.- PROCURAR SEGUIR OS SEGUINTES PRINCPIOS:.......................................................................... 17 3.1.2.- PROCURAR EVITAR: ............................................................................................................................ 22 3.1.3.- DEFEITOS DOS TRAADOS:.............................................................................................................. 23

    3.2. LANAMENTO PRELIMINAR EM PLANTA E PERFIL:................................................................ 27 3.3. INVESTIGAES COMPLEMENTARES DE CAMPO: ................................................................. 28 3.4. ESTUDO HIDROLGICO:.............................................................................................................. 28

    3.4.1.- COLETA DE DADOS: ........................................................................................................................... 29 3.4.2.- ESTUDOS HIDROLGICOS E CLIMATOLGICOS: ........................................................................ 29 3.4.3.- METODOLOGIA DO ESTUDO HIDROLGICO: .............................................................................. 29

    3.5. MOVIMENTO DE TERRA ............................................................................................................... 36 3.5.1.- CLCULO DOS VOLUMES: ................................................................................................................. 37

    3.6. COMPRIMENTO VIRTUAL SEGUNDO O TRABALHO MECNICO......................................... 39 3.7. RESUMO DE CARACTERIZAO DOS TRAADOS ................................................................. 39 3.8. ORAMENTO:................................................................................................................................. 40 3.9. ESCOLHA DA DIRETRIZ ................................................................................................................ 40 3.10. MEMORIAL DESCRITIVO ............................................................................................................ 40

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    Prof. Carlos Eduardo Troccoli Pastana B

    CAPTULO 4 ................................................................................................................................... 43 4. ELEMENTOS BSICOS PARA PROJETO:........................................................................................ 43

    4.1. VELOCIDADES: ............................................................................................................................... 43 4.1.1. VELOCIDADE DE PROJETO OU DIRETRIZ: ........................................................................................ 43 4.1.2. - VELOCIDADE DE OPERAO: ......................................................................................................... 44

    4.2. CLASSIFICAO DAS RODOVIAS QUANTO S CONDIES TCNICAS. ......................... 45 4.3. - PROJETO GEOMTRICO ............................................................................................................ 46

    4.3.1. - VECULOS DE PROJETO:.................................................................................................................... 46 4.4. ALINHAMENTOS HORIZONTAL E VERTICAL: .......................................................................... 48

    4.4.1. ALINHAMENTO HORIZONTAL: ........................................................................................................... 48 4.4.2. ALINHAMENTO VERTICAL: .................................................................................................................. 50

    4.5. ELEMENTOS GEOMTRICOS:....................................................................................................... 51 4.6. FAIXAS DE DOMNIO:.................................................................................................................... 52 4.7. TIPOS DE SEES TRANSVERSAIS: ............................................................................................ 52

    4.7.1. ATERRO:................................................................................................................................................... 52 4.7.2. CORTE: ..................................................................................................................................................... 52 4.7.3. MISTA: ...................................................................................................................................................... 53

    4.8.- DISTNCIA DE VISIBILIDADE. ................................................................................................... 53 4.8.1.- DISTNCIA DE VISIBILIDADE DE PARADA OU FRENAGEM:....................................................... 53 4.8.2.- DISTNCIA DE VISIBILIDADE DE ULTRAPASSAGEM:................................................................... 57

    4.9. CLASSES DAS RODOVIAS:............................................................................................................ 60 4.10. CLASSIFICAES DAS REGIES:.............................................................................................. 61

    CAPTULO 5 ................................................................................................................................... 63 5. CURVAS HORIZONTAIS ................................................................................................................... 63

    5.1. ELEMENTOS GEOMTRICOS........................................................................................................ 64 5.1.1. TANGENTE (T): ....................................................................................................................................... 64 5.1.2. DESENVOLVIMENTO (D):...................................................................................................................... 64 5.1.3. GRAU DA CURVA (G): ........................................................................................................................... 64 5.1.4. DEFLEXO POR METRO (dm): .............................................................................................................. 65 5.1.5. ESTACAS DOS PONTOS NOTVEIS : ................................................................................................. 66 5.1.6.LOCAO DE CURVAS CIRCULARES POR DEFLEXES SUCESSIVAS: ......................................... 66 5.1.7.EXERCCIO RESOLVIDO: ........................................................................................................................ 66

    5.2. RAIOS MNIMOS PARA CURVAS HORIZONTAIS:..................................................................... 69 5.2.1 CONDIES DE ESTABILIDADE: .......................................................................................................... 70 5.2.2 CONDIES MNIMAS DE VISIBILIDADE NAS CURVAS HORIZONTAIS ...................................... 81

    5.3. EXERCCIOS PROPOSTOS:............................................................................................................ 84

    CAPTULO 6 ................................................................................................................................... 89 6. PERFIL LONGITUDINAL .................................................................................................................... 89

    6.1 - DESENHO DO PERFIL: ................................................................................................................. 90 6.2 - RAMPAS: ........................................................................................................................................ 93

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    6.2.1 - GENERALIDADES SOBRE O COMPORTAMENTO DOS VECULOS NAS RAMPAS: .................. 93 6.2.2 CONTROLE DE RAMPAS PARA PROJETO:....................................................................................... 93

    6.3 - CURVAS DE CONCORDNCIA VERTICAL: ............................................................................. 96 6.3.1 - CURVAS VERTICAIS USUAIS: ............................................................................................................. 96 6.3.2 CLCULO DAS COTAS E FLECHAS DA PARBOLA SIMPLES ..................................................... 97 6.3.3 CLCULO DAS COTAS E FLECHAS DA PARBOLA DE SEGUNDO GRAU COMPOSTA ... 100

    6.4 COMPRIMENTO MNIMO DE CURVAS VERTICAIS CONVEXAS:........................................ 101 6.4.1.- CASO I: A DISTNCIA DE VISIBILIDADE (S) MENOR OU IGUAL A COMPRIMENTO DA CURVA (L): ......................................................................................................................................................... 101 6.4.2.- CASO II: A DISTNCIA DE VISIBILIDADE (S) MAIOR QUE O COMPRIMENTO DA CURVA (L): ........................................................................................................................................................................ 104

    6.5 COMPRIMENTO MNIMO DE CURVAS VERTICAIS CNCAVAS: ....................................... 106 6.5.1.- CASO I: A DISTNCIA DE VISIBILIDADE (S) MENOR OU IGUAL A COMPRIMENTO DA CURVA (L): ......................................................................................................................................................... 106 6.5.2.- CASO II: A DISTNCIA DE VISIBILIDADE (S) MAIOR QUE O COMPRIMENTO DA CURVA (L): ........................................................................................................................................................................ 108 6.5.3.- CASO III: VALORES MNIMOS PARA O COMPRIMENTO DE CURVA CNCAVAS E CONVEXAS: ........................................................................................................................................................ 110

    6.6 EXERCCIOS SOBRE CURVAS DE CONCORDNCIA VERTICAL: ....................................... 110 6.6.1.- CLCULOS DAS COTAS DOS PONTOS NOTVEIS: ................................................................... 111 6.6.2.- DETERMINAO DA EQUAO DA PARBOLA DO 2. GRAU DA CURVA VERTICAL SIMTRICA: ........................................................................................................................................................ 111 6.6.3.- TABELA NOTA DE SERVIO DE TERRAPLANAGEM: ............................................................... 113

    6.7 EXERCCIOS PROPOSTOS ......................................................................................................... 114

    CAPTULO 7 ................................................................................................................................. 117 7. TERRAPLANAGEM: .......................................................................................................................... 117

    7.1. CLCULO DAS REAS DAS SEES TRANSVERSAIS: .......................................................... 118 7.1.1. REAS DAS SEES TRANSVERSAIS: .............................................................................................. 118

    7.2. CLCULO DE VOLUMES.............................................................................................................. 121 7.2.1. REAS DAS SEES TRANSVERSAIS: .............................................................................................. 121

    7.3. CADERNETA DE RESIDNCIA:................................................................................................... 122 7.4. DISTRIBUIO DO MATERIAL ESCAVADO. ........................................................................... 123

    7.4.1. PRINCPIOS DO DIAGRAMA DE MASSAS:....................................................................................... 123 7.4.2. EXECUO DO DIAGRAMA DE MASSAS OU DE BRUCKNER: .................................................... 124

    7.5. EXERCCIO RESOLVIDO: ............................................................................................................. 127 7.6. EXERCCIOS PROPOSTOS:.......................................................................................................... 130

    CAPTULO 8 ................................................................................................................................. 135 8. ROTEIRO PARA PROJETO: ............................................................................................................. 135

    8.1. CLCULOS DOS AZIMUTES E DISTNCIAS ENTRE OS PONTOS DE INTERSEO (PIS):135 8.1.1. AZIMUTES .............................................................................................................................................. 136 8.1.2. COMPRIMENTOS DAS LINHAS .......................................................................................................... 136

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    8.2. CLCULOS DAS DEFLEXES (I): ............................................................................................... 136 8.3. CLCULOS DOS RAIOS MNIMOS: ........................................................................................... 137

    8.3.1. CONDIO DE ESTABILIDADE: ........................................................................................................ 137 8.3.2. CONDIO DE VISIBILIDADE: ........................................................................................................... 137

    8.4. CLCULOS DAS ESTACAS DOS PONTOS NOTVEIS DAS CURVAS HORIZONTAIS: ..... 138 8.5. LOCAO DE CURVAS CIRCULARES:...................................................................................... 143 8.6. CURVA VERTICAL: ....................................................................................................................... 144

    9. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS:.................................................................................................. 147

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    CAPTULO 1 ESCOLHA DO TRAADO DE UMA

    ESTRADA

    1. ESCOLHA DO TRAADO DE UMA ESTRADA Economistas, Gelogos, Arquitetos, Advogados, Engenheiros Agrnomos, Civis e Cartgrafos e, em alguns casos especficos, Socilogos, todos contribuem com seus conhecimentos para a construo de uma moderna rodovia.

    Muito antes de construda, a rodovia j est no papel, representando uma pequena parte do planejamento global do Governo, basicamente composto dos seguintes blocos:

    A construo de uma estrada deve ser: tecnicamente possvel; economicamente vivel; socialmente abrangente.

    1.1. PLANO DIRETOR OU PND: O Plano Diretor objetiva a soluo da infra-estrutura de transportes de uma maneira geral, isto , no a soluo estanque de determinado sistema, mas a conjugao que atenda aos critrios econmicos. Quer dizer que o Plano Diretor, mais recentemente os Planos Nacionais de Desenvolvimento (PND), decide se melhor para o pas o transporte rodovirio, o ferrovirio, o martimo ou fluvial ou o areo.

    Os escassos recursos disponveis so aplicados nas diversas malhas virias federais, que recentemente tm sido privatizadas.

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    1.2. ESTUDO DE VIABILIDADE TCNINO-ECONMICA: Um Plano Diretor no pode deixar de lado a Viabilidade Tcnico-Econmica, que so estudos econmicos e de engenharia que objetivam definir a alternativa do traado. Enquanto o PND estabelece a necessidade, por exemplo, de uma estrada ligando Salvador a So Luiz, o Estudo de Viabilidade definir por que locais a rodovia dever passar.

    Tambm nestes estudos se decidir se a estrada ser pavimentada ou sem pavimento, atravs dos critrios econmicos e tcnicos, tais como:

    Custo/Benefcio: Quanto se gastar e quanto se recuperar; Ano timo de abertura: Ano da entrega ao trfego; Taxa de retorno do investimento.

    A primeira etapa, para a construo de uma estrada, realizar o Estudo de Viabilidade Tcnico-Econmica dos trechos rodovirios assinalados nos Planos Diretores ou nos Planos Nacionais de Desenvolvimento (PND), contratando-se empresas de consultoria que sero encarregadas de elaborar estes estudos.

    Com o estudo pronto, j se pode partir para a etapa seguinte, a do projeto, caso tenham sido satisfeitas as exigncias tcnico-econmicas.

    1.3. PROJETO DE ENGENHARIA RODOVIRIA: O projeto de Engenharia destina-se exclusivamente construo da rodovia.

    Segundo (MENESES, H. CEFET CE)1, o Projeto Geomtrico de uma rodovia, consiste em determinara parmetros tcnicos e geomtricos de uma estrada, tanto planimtricos como altimtricos, de modo a tornar seguro e confortvel o trfego de veculos rodovirios.

    O projeto de Engenharia destina-se exclusivamente construo da rodovia. Ou seja, nele sero desenvolvidas as solues analticas que foram passadas para mapas, grficos, quadros esquemticos e, sobretudo, notas de servio para implantao da obra.

    1 Departamento de Edificaes Curso de Vias e Transportes.

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    Nesta fase, portanto, feita uma licitao, normalmente atravs da concorrncia pblica, das empresas em condies de elaborar os projetos.

    Toda obra de engenharia voltada para rodovia abrange quatro (4) etapas:

    Projeto; Construo; Operao; Conservao

    No nosso curso analisaremos basicamente a fase de projeto e suas etapas que podemos dividir que pode ser dividida didaticamente em trs fases:

    Reconhecimento ou anteprojeto; Explorao ou projeto; Locao ou projeto definitivo.

    1.3.1. RECONHECIMENTO OU ANTEPROJETO: Consiste num exame sumrio do material existente que so apenas mapas da regio, fotos areas e demais elementos que permitam o lanamento numa planta na escala de 1:50.000 de traados alternativos entre as duas extremidades da estrada a ser projetada. Nesta fase devem-se abranger todos os traados possveis onde de uma maneira rpida e expedita determinam-se os pontos mais importantes da regio em anlise. Numa segunda etapa os estudos passam a ser mais detalhados, adicionando-se informaes desenvolvendo-se clculos para determinao de qual traado mais vivel economicamente. Adicionam-se a estes estudos dentre outros os seguintes itens:

    1.3.1.1. COLETA DE DADOS SOBRE A REGIO:

    A fase preliminar se caracteriza por uma etapa de coleta e anlise de dados existentes atravs de mapas cartas, fotos areas, topografia, dados scio-econmicos, trfego, estudos geolgicos e hidrolgicos existentes, dentre outros.

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    Nesta fase pesquisam-se os diversos rgos existentes tendo como principal foco as anlises a estudos existentes, portando uma etapa considerada de escritrio.

    Os estudos se aprofundaro dentro de cada rea especifica.

    a - Estudos de trfego, geolgicos e geotcnicos;

    So feitos estudos de trfego (quantos carros passaro pela estrada durante o perodo para o qual ela est sendo projetada), levando-se em considerao possveis variaes de volume ou mesmo de caractersticas que o trfego possa sofrer durante a vida til da estrada. Especial cuidado deve ser dado projeo de necessidades futuras do trfego, estudos geolgicos (solo) e estudos geotcnicos (fundao).

    b - Estudos hidrolgicos e topogrficos;

    Os estudos hidrolgicos consistem na coleta, processamento e anlise de todos os aspectos hidrolgicos em todas as fases do projeto.

    J os estudos topogrficos tm com objetivo o total conhecimento de todos os aspectos do terreno e suas interferncias aps a realizao dos diversos levantamentos dentro das precises normalizadas.

    Para a fase de anteprojeto tomam-se elementos existentes e informaes constantes nas Prefeituras, Casa da Agricultura, Departamentos de Estradas sobre as estradas existentes na regio em estudo. Ateno especial deve ser dada aos ndices pluviomtricos levantados para a regio do projeto da estrada a ser construda.

    c - Relatrio de impacto ambiental, dentre outros.

    Os impactos ambientais so de suma importncia e no deve ser negligenciado. Trata-se de uma etapa que garantira o equilbrio entre as intervenes propostas pelo homem e a preservao da natureza.

    Podem-se citar como exemplo, os cuidados tomados pelo DER-BA quando da construo da estrada que liga Ilhus a Itacar. Estudos sobre os hbitos dos animais da regio como os macacos, tamandus, tatus exigiu que a estrada construda possusse galerias onde os tatus e tamandus possam transitar sob a estrada; telas que impedem que

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    estes animais cruzem a pista, alem de redes para que os macacos possam atravessar pelas rvores de um lado para outro da rodovia.

    1.3.1.2. ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO DO ANTEPROJETO:

    Na eleio do local por onde passar a estrada todos os fatores que possam influir no custo da estrada devero ser analisados e balanceados, para permitir a escolha de um local onde se possa construir uma boa estrada com um custo mnimo.

    A topografia da regio o fator predominante, a escolha de traados sobre regies topograficamente desfavorveis acarreta grandes movimentos de terra e consequentemente, autos custos para a execuo da infra-estrutura da estrada.

    Condies geolgicas e geotcnicas dos locais por onde a estrada vai passar tambm so importantes, as obras adicionais necessrias estabilizao de cortes e aterros executados em terrenos desfavorveis podem, em alguns casos, representar custos adicionais significativos.

    A hidrologia da regio um terceiro fator importante, a escolha de um traado ruim pode exigir um custo elevado em obras de arte e obras de drenagem desnecessrias em um traado mais adequado.

    A existncia de benfeitorias no local escolhido aumenta os custos de desapropriao da faixa para construo da estrada, assim, sempre que possvel, devero ser escolhidos traados que atravessem terrenos de baixo valor.

    1.3.1.3. Detalhe sobre reconhecimento:

    Quando desejamos estudar um traado de uma estrada, temos necessidade de inicialmente estabelecer a sua diretriz geral.

    A diretriz geral definida como sendo a reta que liga os pontos extremos do traado. Os pontos extremos do traado so geralmente pr-escolhidos tendo em vista a situao da nova estrada no contexto geral da regio. Os pontos extremos da diretriz geral so definidos, em primeira aproximao, pelo PND.

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    Segundo (PIMENTA, C. R. T.), do ponto de vista prtico, uma estrada sempre feita para ligar os dois pontos pr-escolhidos.

    Alinha reta que une esses dois pontos nem sempre recomendada, por razes de segurana. Mesmo que a topografia permita, traados com grandes trechos retos devem ser evitados, pois a monotonia da estrada gera sonolncia e desateno dos motoristas. No captulo 4 estudos revelam os comprimentos mximos em trechos retos.

    Se entre os pontos extremos no for possvel o estabelecimento de um traado reto, por exemplo, devido existncia de linha de montanhas, formadas de picos e gargantas, temos ento que pesquisar pontos mais favorveis que permitam a transposio fcil dos macios. Esses pontos so as gargantas.

    Estudaremos agora um conceito importante para definies dos traados rodovirios que so os pontos obrigados de passagem, podendo ser citados:

    Gargantas; reas a montante de grotas acentuadas; Sees mais estreitas de rios; Travessias adequadas de ferrovias; Eventual aproveitamento de obras existentes.

    Com esse conjunto de informaes iniciado o lanamento dos anteprojetos da estrada sobre as plantas topogrficas das faixas escolhidas.

    O lanamento do anteprojeto segue normalmente a seguinte seqncia: 1. Escolha dos pontos de intersees das tangentes (PIs) em planta;

    2. Definies das coordenadas dos PIs ;

    3. Marcaes das tangentes entre os diversos PIs e clculos dos comprimentos das tangentes;

    4. Escolha dos raios mais convenientes para as curvas circulares, de forma a acomodar a estrada topografia da faixa, evitando os obstculos conhecidos;

    5. Clculos das estacas pontos notveis da curva circular: Ponto de Comeo (PC) e Ponto de Trmino (PT); Desenvolvimento da Curva (D) e demais elementos necessrios;

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    6. Clculos dos estaqueamentos do traado, estacas de 20 metros;

    7. Levantamento do perfil do terreno sobre o traado escolhido;

    8. Escolha dos pontos de interseo das rampas (PIVs) em perfil;

    9. Determinaes das cotas e estacas dos PIVs;

    10. Clculos das rampas resultantes: inclinaes e extenses;

    11. Escolhas das curvas verticais: Clculos das cotas e estacas dos Pontos de Comeo Vertical (PCV) e Pontos de Trmino Vertical (PTV);

    12. Clculo do movimento de terra.

    1.3.2. EXPLORAO OU PROJETO: Paralelamente a execuo do anteprojeto geomtrico so tambm iniciados os estudos da infra-estrutura e superestrutura da estrada objetivando principalmente o levantamento de problemas que podero mostrar a convenincia de alterao do anteprojeto geomtrico escolhido.

    Da elaborao do projeto devem constar: 1. - Estudos topogrficos;

    2. - Estudos geolgicos e geotcnicos;

    3. - Estudos hidrolgicos (cursos dgua);

    4. - Projeto geomtrico;

    5. - Projeto de terraplanagem;

    6. - Projeto de pavimentao;

    7. - Projeto de drenagem;

    8. - Projeto de obra de arte especial (pontes e viadutos);

    9. - Projeto de intersees, retornos e acessos;

    10. - Projeto de sinalizao, cercas e defesas;

    11. - Projeto de paisagismo;

    12. - Projeto de desapropriaes;

    13. - Projeto de instalaes para operao de rodovia;

    14. - Oramento dos projetos e plano de execuo.

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    O projeto final da estrada o conjunto de todos esses projetos complementado por memrias de clculo, justificativa de soluo e processos adotados, quantificao de servios, especificaes de materiais, mtodos de execuo e oramento.

    1.3.3. LOCAO OU PROJETO DEFINITIVO: Segundo (CAMPOS, R. A.), esta etapa consiste na demarcao no terreno do projeto vinda da explorao, atravs de piqueteamento da linha, de 20 em 20 metros, devidamente numerados.

    A locao, por sua vez, fornecer planta e perfil que constituiro o projeto definitivo, este apto a ser construdo.

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    CAPTULO 2 ELEMENTOS GEOMTRICOS PARA

    ESTRADAS

    2. ELEMENTOS GEOMTRICOS DAS ESTRADAS: A geometria de uma estrada definida pelo traado do seu eixo em planta e pelos perfis longitudinal e transversal. Topograficamente uma estrada uma poligonal aberta que parte de um determinado ponto, por exemplo: ponto A e chega num outro ponto, ou seja: ponto B. A figura 2.1 resume os principais elementos geomtricos de uma estrada.

    Figura 2.1 - Elementos geomtricos de uma estrada (Fonte: PONTES Fo, G.)

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    2.1.- CLCULO DA POLIGONAL Aps a definio dos pontos em planta ou este materializado, define-se uma linha poligonal aberta no terreno, marcando-se fisicamente seus vrtices, pode-se medir com preciso topogrfica, os comprimentos dos alinhamentos, seus azimutes e ngulos de deflexes. Estas informaes sero de fundamental importncia para os clculos dos raios mnimos das curvas horizontais, conforme veremos adiante. Dois so os tipos de clculos bsicos a proceder quando se calculam elementos da poligonal:

    O clculo de azimutes e distncias dos alinhamentos a partir das coordenadas dos vrtices;

    O clculo das coordenadas dos vrtices a partir dos azimutes e distncias das linhas da poligonal aberta.

    Nos itens (2.1.1) e subitens observam-se os clculos dos azimutes e distncias dos alinhamentos a partir das coordenadas dos vrtices. J no item (2.1.2) e subintes so apresentados os clculos das coordenadas dos vrtices a partir dos azimutes e distncias das linhas da poligonal aberta.

    2.1.1.- CLCULO DE AZIMUTES E DISTNCIAS DOS ALINHAMENTOS A PARTIR DAS COORDENADAS DOS VRTICES:

    2.1.1.1. Rumos e Azimutes: Como norma geral, para evitar confuses, deve-se utilizar sempre o rumo da linha, cujo valor absoluto e obtido pela frmula 2.1:

    = arctg YX

    (2.1)

    onde: = valor absoluto do rumo da linha2. Para se obter o quadrante, observar a Tabela 2.1 que apresenta tambm a converso de rumo para azimute.

    2 Algumas calculadoras fornecem o valor em graus e dcimos de graus. No esquecer de transformar em graus, minutos e segundos.

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    ii XXX = +1 (2.2) ii YYY = +1 (2.3)

    X > 0 Y > 0 1o. QUADRANTE = NE Azimute = Rumo X > 0 Y < 0 2o. QUADRANTE = SE Azimute = 180 - Rumo X < 0 Y < 0 3o. QUADRANTE = SW Azimute = 180 + Rumo X < 0 Y > 0 4o. QUADRANTE = NW Azimute = 360 - Rumo

    Tabela 2.1 - Tabela de converso de rumo para azimutes

    2.1.1.2. Comprimentos das Linhas: Os comprimentos das linhas, medidos topograficamente, so dados pela Lei dos co-senos, conforme equao 2.4.

    22)1( YXd ii +=+ (2.4)

    2.1.1.3. Deflexes:

    O ngulo de deflexo (I) entre dois alinhamentos de azimutes conhecidos igual diferena entre eles (equao 2.5), sendo a deflexo direita ou esquerda, se o resultado for positivo ou negativo, respectivamente.

    )()1( iii AzimuteAzimuteI = + (2.5)

    2.1.2.- CLCULO DAS COORDENADAS DOS VRTICES A PARTIR DOS AZIMUTES E DISTNCIAS3. Se uma poligonal orientada referida ao sistema de eixos cartesianos cujas ordenadas coincidam com a orientao norte (N) e cujas abscissas coincida com a orientao leste (E), pode-se determinar as coordenadas cartesianas de quaisquer pontos da poligonal, desde que se conheam as coordenadas de um ponto da poligonal, os comprimentos ao longo dos alinhamentos, e os Azimutes desses alinhamentos.

    3 Observar clculos no Captulo 3

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    2.1.2.1. Clculo das Coordenadas:

    Supondo conhecidas as coordenadas absolutas XA e YA do ponto A, podem-se calcular facilmente as coordenadas absolutas XB e YB do ponto B, por meio das equaes (2.6) e (2.7).

    )( BAABAB AzsenLXX += (2.6) )cos( BAABAB AzLYY += (2.7)

    Observe-se que esta formulao genrica, ou seja, as frmulas resultam aplicveis para qualquer quadrante em que se situe o alinhamento, pois os sinais das coordenadas relativas resultam automaticamente do clculo das funes seno e co-seno dos Azimutes (j que os ngulos correspondentes variam de 0 a 360 )

    2.2. CURVAS DE CONCORDNCIA HORIZONTAL: De forma simplificada o traado em planta de uma estrada composto de trechos retos concordados com curvas circulares.

    Curvas horizontais so usadas para desviar a estrada de obstculos que no possam ser vencidos economicamente.

    Sem desprezar o princpio de que uma estrada deva ter o traado mais curto possvel, a experincia na escolha de traados tem mostrado que a estrada deve ter as curvas necessrias para harmoniz-la com a topografia da regio gerando um traado agradvel que permita um bom paisagismo.

    Essas curvas podem ser classificadas em:

    SIMPLES: quando se emprega apenas arco de crculo; COMPOSTAS COM TRANSIO: quando so empregadas as

    radiides na concordncia dos alinhamentos retos. No nosso curso no estudaremos as curvas de concordncia horizontal com transio.

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    COMPOSTAS SEM TRANSIO: so utilizados dois ou mais arcos de crculo de raios diferentes.

    2.3. GREIDES: A apresentao de um projeto em perfil tambm constituda por uma srie de alinhamentos retos (elementos altimtricos), concordados por curvas de concordncia vertical. O perfil longitudinal do terreno a representao no plano vertical das diferenas de nvel, cotas ou altitudes, obtidas do nivelamento feito ao longo do eixo da estrada.

    A curva normalmente usada para essas concordncias a parbola de 2.grau.

    A Figura 2.2 mostra as classificaes dos greides de uma estrada.

    Figura 2.2 - Tipos de greides (Fonte: PONTES Fo., G)

    No lanamento do greide de uma estrada, algumas condies importantes devem ser observadas:

    Minimizaes das rampas longitudinais. A principal limitao ao emprego de rampas suaves reside no fator econmico, traduzido pelo aumento do custo de construo em regies topograficamente desfavorveis;

    Deve-se garantir um vo livre de 5,50 m para passagem sobre rodovia federal, de 7,20 m sobre ferrovia e de 2,00 m sobre a mxima enchente verificada nos cursos dgua;

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    Otimizao das massas. O greide deve ser uma linha que minimize os volumes de cortes e aterros, equilibrando-os;

    Cuidados com a drenagem superficial. Evitar que pontos de cota mais baixa fiquem situados dentro de cortes, assim como trechos com declividade menor que 1%;

    As curvas verticais devem ser suaves e bem concordadas com as tangentes verticais. Freqentes quebras no greide devem ser evitadas;

    Nas rampas ascendentes longas prefervel colocar rampas maiores no incio e diminu-las no topo, tirando proveito do impulso acumulado no segmento anterior subida;

    Harmonizar os projetos geomtricos horizontais e verticais. Sempre que possvel, as curvas verticais devem estar contidas nos trechos de curva horizontal. Isto, alm de oferecer melhor aspecto esttico tridimensional, aumenta as distncias de visibilidade em alguns casos;

    Onde houver rampa de comprimento acima do crtico e se o volume de trfego de veculos lentos for considervel, deve-se prever uma 3. faixa para uso destes veculos;

    Para maior facilidade no clculo das ordenadas da curva vertical, devem-se projetar os greides retos de forma que o PIV coincida com estacas inteiras ou intermedirias (+10,00);

    Garantir amplas condies de visibilidade; Evitar cortes profundos, principalmente em rochas.

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    CAPTULO 3 ANTEPROJETO

    3. ANTEPROJETO: Na fase do reconhecimento ou anteprojeto faz-se um exame sumrio de uma faixa de terreno onde se lanam todos os traados possveis aps uma anlise rpida e expedita.

    Este reconhecimento visa determinar, de imediato, os pontos mais importantes do traado, dando, em conseqncia, a sua definio. Nesta fase utiliza-se das informaes constante das Normas Admissveis de Projeto Rodovirios para Novas Estradas, conforme Portaria 19 DNER de 10 de janeiro de 1949, reeditado1973 e destacado na TABELA 3.1, tais como velocidade de projeto, raio horizontal mnimo, greide mximo dentre outros.

    Caractersticas geomtricas inadequadas so causas de acidentes, baixa eficincia e obsolescncia precoce da estrada, devendo os elementos do projeto geomtrico ser escolhidos de forma que a estrada possa atender aos objetivos para o qual foi projetada, isto , segurana, conforto e eficincia.

    3.1. PRINCIPIOS BSICOS PARA A LOCAO DO TRAADO: Segundo (LEE, S. H. 2000/1), no lanamento de traados para as rodovias, estes devem ser considerados como entidades tridimensionais contnuas, com mudanas de direo fluentes e gradativas.

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    Para facilidade de trabalho e convenincia tcnica na elaborao dos projetos, os elementos geomtricos da rodovia so decompostos, como j comentados anteriormente, nos elementos em planta, em perfil e em seo transversal.

    Para (SANSON, H. J. R. 1981), tomando como base nos elementos conseguidos pelo reconhecimento preliminar, complementados por investigaes adicionais de campo, estabelece-se traados alternativos. Deve-se lembrar que o traado sempre uma estrutura tridimensional, contnua, onde os elementos planimtricos e altimtricos devem combinar-se harmoniosamente. Em resumo, a locao do traado deve-se nortear num conjunto de exigncias quanto a: segurana e comodidade do trfego, utilidade, economia e esttica.

    O anteprojeto visa elaborao posterior do projeto definitivo. Enumera-se a seguir alguns aspectos principais dessas exigncias, a serem considerados:

    NORMAS ADMISSVEIS DE PROJETOS RODOVIRIOS PARA NOVAS ESTRADAS

    CLASSE ITEM UNIDADE REGIO 0 I II III

    plana 120 100 80 60 ondulada 100 80 60 40 1-

    Velocidade de projeto ou diretriz km/h

    montanhosa 80 60 40 30 plana 570 380 230 130 ondulada 380 230 130 50 2- Raio horizontal mnimo m montanhosa 230 130 50 30 plana 3 3 3 4 ondulada 4 4,5 5 6 3- Greide mximo % montanhosa 5 6 7 8 plana 210 150 110 75 Ondulada 150 110 75 50 4-

    Distncia de visibilidade p/ parada m

    montanhosa 110 75 50 plana 730 650 500 350 ondulada 650 500 350 175 5- Distncia de visibilidade p/ ultrapassagem m montanhosa 500 350 175

    CONTINUA...

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    NORMAS ADMISSVEIS DE PROJETOS RODOVIRIOS PARA NOVAS ESTRADAS

    plana 7,50 7,20 7,00 7,00

    ondulada 7,50 7,20

    6,50 a

    7,00

    6,50 a

    7,00 6- Largura do pavimento m

    montanhosa 7,50 7,20 6,00 6,00 plana 3,50 3,00 2,00 1,50 ondulada 3,00 montanhosa 2,50 2,50 2,00 0,20

    7- Largura do acostamento m

    muito montanhosa 1,00 1,00 1,00 0,80 plana 60 30 30 ondulada 70 40 40 8- Faixa de domnio m Montanhosa 80 50 50

    TABELA 3.1 - Portaria 19 - DNER_reeditado1973

    3.1.1.- PROCURAR SEGUIR OS SEGUINTES PRINCPIOS: Iniciar a locao pelos pontos obrigados e pontos que oferecem

    vantagens bvias, por exemplo: gargantas, cidades, portos, reas que contornam elevaes ngremes, reas a montante de grotas acentuadas, sees mais estreitas de rios, travessias adequadas de ferrovias, eventual aproveitamento de obras e pontes existentes. Observar na figura 3.1 que ligando os pontos extremos B e A, o traado passa pela cidade C, a garganta G a ponte existente em E e prximo do rio D antes de concluir o traado proposto.

    Figura 3.1 - Diretriz geral de uma estrada

    (Fonte: PONTES Fo., G.)

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    A extenso desenvolvida dever ser a menor possvel. Neste caso analisa-se a menor comprimento virtual segundo o trabalho mecnico4;

    Volume mnimo de terraplenagem, adotando a compensao

    freqente entre corte e aterro; Distncia Mdia de Transporte (DMT) a menor possvel; Volume mnimo de terraplenagem, adotando a compensao

    freqente entre corte e aterro; Proximidade a jazidas de material adequado para a execuo do

    pavimento e de obras de arte; Custo de implantao o menor possvel. Tal objetivo ser atingido

    quando o eixo da estrada acompanha as curvas de nvel (figura 3.2), pois se tem uma reduo acentuada dos servios de terraplanagens.

    Figura 3.2 Desenvolvimento de traado acompanhando as curvas de nvel

    (Fonte: PONTES Fo., G.)

    Custo operacional da rodovia o menor possvel; Custo operacional dos veculos o menor possvel;

    4 Representa o comprimento fictcio em reta e nvel, que corresponde ao menor trabalho mecnico despendido pelo veculo na estrada.

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    Optar por terrenos altos, se possvel prximo a divisores dgua;

    815

    815

    815

    805

    810

    810

    810

    805

    Traado

    Figura 3.3 Traado de Espigo - (Fonte: PIMENTA, C. R. T. - 1999)

    Procurar terrenos com alto ndice de Suporte (IS), para minimizar

    o custo de pavimentao e obras de arte; Terreno de baixo custo de desapropriao; Procurar coincidir com as divisas das propriedades; Facilidades para a ligao com a rede rodoviria existentes, em

    pontos favorveis; Cruzar em ngulo reto com rodovias, ferrovias e cursos dgua; No cruzamento com ferrovias e rodovias existentes passar, de

    preferncia, por cima destas e, se possvel, em corte, de altura adequada (figura 3.4);

    Figura 3.4 - Cruzamento em desnvel

    (Fonte:(http://cosmo.uol.com.br/noticia/40430/2009-10-28)

    Acesso conveniente a cidades, aldeias e outros povoados ao longo

    do traado; Facilidades para a passagem sobre cursos de gua (fundaes e

    aterros); Greide elevado em terreno plano;

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    Curvas horizontais e verticais suaves (sempre que possvel adotar o raio maior que o mnimo exigido);

    Curva longa e tangente curta, tanto em planta como em perfil (figura 3.5). Em terreno ondulado, recomenda-se extenso mxima de trecho reto = 3,00 km, na devendo ser maior que 2,5 vezes o comprimento mdio das curvas adjacentes, nem maior que a distncia percorrida por um veculo, na velocidade diretriz, durante o tempo de 1,5 minutos, portanto a distncia mxima ser dada pela equao (3.1):

    (a) Tangentes longas e curvas de pequeno raio (b) Raios longos com tangentes curtas

    Figura 3.5 Polticas para concordncias horizontais (Fonte; Manual de projetos de rodovia rurais DNER, 1999, p.64)

    VtT = (3.1)

    Onde: T = Trecho mximo em tangente entre duas curvas (m); t = Tempo mximo percorrido = 1,50 minutos = 90 segundos; V = Velocidade de projeto ou diretriz (km/h). Substituindo e transformando:

    VVTmxima == 253600100090

    Para V = 100 km/h mVTmxima 25001002525 ===

    Concordncia de duas curvas horizontais de sentido opostos por

    curvas de transio que se tangenciam ou por trechos retos de

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    comprimento mnimo necessrio a mudana das superelevaes. Deve-se adotar para a tangente intermediria ao percurso de aproximadamente 15 segundos percorrido velocidade diretriz V, ou seja, substituindo em (3.1) tem-se:

    VVT ermediria = 43600

    100015int

    Para V = 100 km/h mVT ermediria 40010044int ===

    Nas rampas ascendentes longas, ngreme, iniciar com inclinao

    maior e diminu-la no alto, ou inserir trechos pequenos de rampa suave ao longo do trecho;

    Coincidncia dos vrtices das curvas verticais com os das horizontais correspondentes;

    Figura 3.6 Coordenao de curvas horizontais e verticais

    (Fonte: LEE, S. H 2000/1)

    Iniciar curvas horizontais um pouco antes e terminar um pouco

    depois das verticais correspondentes; Associao de tangentes longas em planta a curvas cncavas

    longitudinais que atenuem a rigidez do trecho reto;

    Figura 3.7 Tangente longas com curvas verticais cncavas.

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    (Fonte: Internet)

    3.1.2.- PROCURAR EVITAR: Terreno de baixa capacidade de suporte (solos de alta

    compressibilidade); Trecho rochoso (material de 2. e 3. categoria) em corte; Terrenos sujeitos a desmoronamento, como por exemplo,

    encostas ngremes; Terreno pantanoso e/ou sujeitos as inundaes; Destruio de plantaes; Danos paisagem e ao meio-ambiente; Cortes muito profundo (ou tneis) e aterros muito altos; Interseo em nvel com ferrovia e com outras rodovias

    importantes; Interseo em nvel com outras rodovias em curva, e no topo ou

    no p de rampas longas, ngremes; Locao de pontes e viadutos em curva horizontal ou na

    proximidade desta; Concavidades em corte e convexidade em aterro no perfil

    longitudinal; Contra-rampa em trecho de longo aclive; Rampas ngremes longas; Quebras constantes no alinhamento vertical; Mudanas bruscas na distncia de visibilidade; Tangentes longas em planta, principalmente quando o terreno

    no for plano; Curvas horizontais de pequena extenso quando o terreno for

    plano; Duas curvas horizontais de mesmo sentido unidas por tangente

    curta; A passagem brusca de zonas de curvas de grande raio (planta e

    perfil) para zonas de raio pequeno; Incoerncia entre planta e perfil, por exemplo: um traado

    contnuo em um plano no se associa as pequenas e freqentes mudanas de direo no outro;

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    Duas curvas verticais de mesmo sentido unidas por pequeno trecho reto;

    Concavidade vertical no incio de curvas horizontais, o que impea a percepo da continuidade da curvatura;

    Associao de curva horizontal de pequeno reio a rampa ngreme; Associao de curva horizontal de grande raio a rampa de

    pequena extenso;

    Evidentemente, no ser possvel satisfazer-se todas as exigncias mencionadas, frequentemente incompatveis, na locao de cada traado. Deve-se chegar a um meio-termo ponderado que, de qualquer maneira, ser condicionado pelo bom senso.

    3.1.3.- DEFEITOS DOS TRAADOS: Os manuais dos rgos responsveis pelas estradas de rodagem federais e estaduais trazem uma srie de recomendaes para a concepo geomtrica das vias. As ilustraes das figuras 3.8 a 3.12 mostram os erros a serem evitados nos traados da rodovia, segundo manual do DER-SC (Departamento de Estradas de Rodagem)

    Figura 3.8 Pista sem Dobra tica.

    (Fonte: Diretrizes para a construo de estradas: traado das linha, cap. 2 DCE-T-2 (DER/SC, 1993, p.9).

    Curvas de pequeno desenvolvimento entre tangentes dever ser evitadas, pais causa aparncia de quebra de continuidade (figura 3.9).

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    Figura 3.9 Pista com Dobra tica

    (Fonte: Diretrizes para a construo de estradas: traado das linha, cap. 2 DCE-T-2 (DER/SC, 1993, p.9).

    Tangentes intermedirias curtas entre curvas de mesmo sentido dever ser evitadas, pois causam aparncia de quebra de continuidade (figura 3.10). Quando no for possvel adotar para o trecho em tangente (T) o valor indicado na equao (3.1) para um tempo de 15 segundos, ou seja:

    Para V = 100 km/h mVT ermediria 40010044int ===

    Figura 3.10 Dobras e Defeitos ticos.

    (Fonte: Diretrizes para a construo de estradas: traado das linha, cap. 2 DCE-T-2 (DER/SC, 1993, p.8).

    Evitar depresses como do indicado nas figuras (3.11) e (3.12). Visualmente a estrada da idia de descontinuidade.

    Figura 3.11 Mergulho em Tangente.

    (Fonte: Diretrizes para a construo de estradas: traado das linha, cap. 2 DCE-T-2 (DER/SC, 1993, p.37).

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    Figura 3.12 Mergulho em Curva.

    (Fonte: Diretrizes para a construo de estradas: traado das linha, cap. 2 DCE-T-2 (DER/SC, 1993, p.37).

    Figura 3.13 Abaulamento (Tobog).

    (Fonte: Diretrizes para a construo de estradas: traado das linha, cap. 2 DCE-T-2 (DER/SC, 1993, p.36).

    Figura 3.14 Ondulaes na curva.

    (Fonte: Diretrizes para a construo de estradas: traado das linha, cap. 2 DCE-T-2 (DER/SC, 1993, p.36).

    Figura 3.15 Mergulho Raso.

    (Fonte: Diretrizes para a construo de estradas: traado das linha, cap. 2 DCE-T-2 (DER/SC, 1993, p.37).

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    Figura 3.16 Mergulho Profundo.

    (Fonte: Diretrizes para a construo de estradas: traado das linha, cap. 2 DCE-T-2 (DER/SC, 1993, p.37).

    Figura 3.17 Salto.

    (Fonte: Diretrizes para a construo de estradas: traado das linha, cap. 2 DCE-T-2 (DER/SC, 1993, p.38).

    Figura 3.18 Salto com Deflexo.

    (Fonte: Diretrizes para a construo de estradas: traado das linha, cap. 2 DCE-T-2 (DER/SC, 1993, p.38).

    Figura 3.19 Incio da Curva Horizontal na rea Convexa.

    (Fonte: Diretrizes para a construo de estradas: traado das linha, cap. 2 DCE-T-2 (DER/SC, 1993, p.36).

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    3.2. LANAMENTO PRELIMINAR EM PLANTA E PERFIL: Os traados alternativos sero lanados na planta geral planialtimtrica obtida.

    Primeiramente, obedecendo, os pontos forados de condio de passagem, o alinhamento relativo ao nosso anteprojeto. Todas as variantes viveis so analisadas pra escolha do melhor traado.

    Aps o lanamento dos alinhamentos, lana-se o greide, isto , a posio que tomar a plataforma da estrada em relao ao terreno original, respeitando-se s condies tcnicas previamente estabelecidas para a estrada. A escala do perfil guarda, normalmente, a relao 101 entre as escala

    horizontal e vertical, portanto, o perfil longitudinal (terreno e greide) ser lanado num desenho com escala horizontal igual da carta (Escala Horizontal = 1:50.000) e numa escala compatvel com o terreno para as elevaes.(por exemplo:

    5000011010 == hv EE , portanto, Escala Vertical

    = 1:5.000).

    O primeiro lanamento tentativo de greide, no perfil longitudinal, visa somente verificao de sua viabilidade geomtrica (rampa mxima e rampa mnima), sendo que a sua fixao definitiva depende dos clculos de movimento de terra a serem realizados aps o reconhecimento complementar de campo. O nvel do greide nos pontos extremos (obrigados) , no nosso caso, idntico ao nvel do terreno, sendo que essa exigncia pode ser dispensada somente nos casos especiais. Deve-se procurar limitar a altura de cortes e aterros a 25 a 30 metros. Se for necessrio usar alturas maiores, devem-se tomar precaues especiais (por exemplo: a execuo de banquetas). No lanamento do greide deve-se evitar concavidade em cortes (que dificultam a drenagem) e convexidade (lombadas) em aterros.

    Na travessia de represas ou lagos, prever uma ponte somente na parte central (mais profunda), sendo os acessos executados em aterro.

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    Chama-se a ateno para a exigncia quanto s rampas mximas e mnimas. A rampa mnima de 1% em corte e seo mista importante para a drenagem adequada. Somente em casos especiais ser permitido atenuar essa exigncia.

    No cruzamento do traado em desnvel com rodovias e estradas de ferro existentes, considera-se uma altura livre de, no mnimo, 5,50 metros e uma altura de superestrutura da respectiva obra de arte de 2,00 metros. Admite-se ainda uma espessura de 0,50 metros do pavimento a ser construdo sobre o greide de terraplanagem.

    3.3. INVESTIGAES COMPLEMENTARES DE CAMPO: Numa primeira anlise da planta genrica na escala 1:50.000 pode-se observar facilmente a hidrografia e o tipo de vegetao.

    No tendo ainda os estudos de campo relativo inspeo e explorao do subsolo, devemos observar e destacar em planta para evitar-se que a estrada passe pelos seguintes locais:

    Mangues, Salina, Curso dgua intermitente, Lago ou lagoa intermitente;

    Terrenos sujeitos as inundaes, brejo ou pntano; Poo (gua), nascente, salto, cascata ou catarata; Cachoeira, corredeira, rpido, travesso; Barragens de terra, alvenaria ou concreto; Edificaes; Matas, floresta, cerrado, caatinga e outros; Culturas permanentes como caf, seringueiras, laranjas, dentre

    outras.

    3.4. ESTUDO HIDROLGICO: O estudo hidrolgico adotado um resumo da IP-DE-H00/001 DER, que estabelece a metodologia, procedimentos e forma de apresentao de estudos hidrolgicos, de modo a fornecer subsdios para o planejamento da obra e determinao das vazes de dimensionamento das estruturas hidrulicas.

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    Fases de estudos:

    3.4.1.- COLETA DE DADOS: Dados Bsicos: reas das bacias contribuintes; Dados Hidro-meteorolgicos: Para coleta de dados hidro-

    meteorolgicos devem ser pesquisados os bancos de dados pluviomtricos e fluviomtricos do Estado de So Paulo disponveis na internet atravs do site: www.sigrh.sp.gov.br., DAEE dentre outros rgos;

    Obras Hidrulicas e Estudos Existentes nas Bacias da rea: Deve-se catalogar as principais obras hidrulicas existentes ou projetadas que possam influir nos estudos hidrolgicos.

    3.4.2.- ESTUDOS HIDROLGICOS E CLIMATOLGICOS: Nesta fase o estudo efetua a Caracterizao Fsica da rea e o Regime Climtico Regional, bem como o estudo das chuvas intensas, suas intensidades e freqncia. A Caracterizao do Regime Fluvial composta de listagens dos postos fluviomtricos da regio de interesse, tais como: vazes mdias, mximas e mnimas mensais; cotas das enchentes mximas observadas na regio com o respectivo perodo de ocorrncia.,

    3.4.3.- METODOLOGIA DO ESTUDO HIDROLGICO: 3.4.3.1. Estudos de Escoamento Superficial Os estudos de escoamento superficial das bacias de drenagem devem abranger a anlise das caractersticas fisiogrficas da bacia, o tipo de solo e sua cobertura, inclusive a estimativa da evoluo futura quanto ao uso e ocupao do solo". Portanto, para o estudo de escoamento superficial deve-se:

    Conhecer a geometria da obra; Fazer uma boa pr-escolha dos elementos para drenagem; Estimar as vazes; Escolher formas e dimensionar os elementos drenantes; Estude o controle de fluxo.

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    Na figura 3.20 apresenta-se os vrios elementos de drenagem utilizados com freqncia nas obras rodovirias.

    Utilize as plantas, seus perfis, sees transversais. Tenha BOM SENSO.

    Figura 3.20 Elementos Drenantes. (Fonte: FELEX, J. B. USPSC - 2000).

    3.4.3.2. Metodologia e Parmetros para Determinao da Vazo de Projeto A metodologia de clculos hidrolgicos para determinao das vazes de projeto classificada de acordo com as dimenses das bacias hidrogrficas.

    Os parmetros dos clculos so fixados de acordo com as caractersticas da obra e de seus elementos de drenagem.

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    a. Perodos de Retorno

    Quando no houver uma recomendao especfica da fiscalizao, os perodos de recorrncia (TR) a serem adotados esto definidos na tabela 3.1:

    DIMENSIONAR VERIFICAR ELEMENTO TR (ANOS) TR (ANOS)

    Para dispositivos de drenagem superficial 10 - Para pontes 10 - Para bueiros e canalizaes de talvegues em rea urbana ou de expanso urbana 100 - Para bueiros e canalizaes de talvegues em rea rural 25 - Para bueiros e canalizaes de talvegues em canais trapezoidais independentes de bueiros ou pontes, em reas urbanas 50 100 Para bueiros e canalizaes de talvegues em canais retangulares 100 - Para bueiros de talvegue existentes 25 100 Para talvegues secos 25 -

    Tabela 3.1 Perodo de Retorno (Fonte: DER/SP - IP-DE-H00/001)

    b. Mtodo de Clculo

    Para bacias com rea de drenagem inferior a 50 km devem ser utilizados mtodos indiretos, baseados nos estudos de intensidade, durao e freqncia das chuvas da regio. Para estas bacias, caso sejam disponveis dados fluviomtricos em quantidade e qualidade suficientes, deve ser utilizado o mtodo direto estatstico.

    Em funo da rea da bacia hidrogrfica, deve-se utilizar os seguintes mtodos de clculo da tabela 3.2.:

    No nosso curso estudaremos apenas o Mtodo Racional. Os demais mtodos podero ser utilizados a critrio dos alunos.

    MTODO REA Racional Bacia hidrogrfica 2 km De Ven Te Chow, I Pai Wu ou Triangular 2 km Bacia hidrogrfica 50 km Mtodo estatstico direto Bacia hidrogrfica > 50 km

    Tabela 3.2 Mtodo a ser utilizado (Fonte: DER/SP - IP-DE-H00/001)

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    Mtodo racional O mtodo racional pode ser aplicado conforme apresentado na publicao Engenharia de Drenagem Superficial, de Paulo Sampaio Wilken5.

    Os coeficientes de escoamento superficial devem ser adotados em funo do tipo e uso do solo, considerando a urbanizao futura da rea pela equao geral 3.2:

    6,3..

    tanAicQ tesolici = (3.2)

    Onde:

    c = coeficiente de escoamento superficial = chuvadevolume

    escoaqueguavolume

    i = intensidade de chuva (mm/h) A = rea da bacia (km2) Coeficiente de escoamentos superficiais ou coeficientes de Runoff Os coeficientes de escoamentos superficiais depende da regio a ser analisada, dividindo-se em reas rurais e reas urbanas conforme valores da tabela 3.3.

    Para a plataforma da estrada, o DER/SP - IP-DE-H00/001 adota os seguintes valores:

    reas pavimentadas C = 0,90; Superfcies em taludes C = 0,70; reas gramadas C = 0,35.

    5 4 WILKEN, Paulo Sampaio. Engenharia de drenagem superficial. So Paulo: Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, 1978.

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    Intensidade de precipitao de chuva A intensidade de precipitao de chuva (i) depende do local, da histria de chuvas, das hipteses sobre o risco de a vazo ser superada e deve ser calculada a partir da aplicao da equao de chuvas vlidas para a rea em estudo.

    Deve-se efetuar consulta ao DAEE com a finalidade de consolidar a metodologia de clculos hidrolgicos e verificar os elementos tcnicos necessrios para embasar a obteno de outorga junto Secretaria de Recursos Hdricos.

    As equaes de chuva, que so expresses empricas das curvas intensidade/durao/freqncia, apresentam-se normalmente nas seguintes formas:

    )( btai

    c += ou (3.3)

    mtci = ou (3.4)

    rc

    n

    btTRai

    )( += (3.5)

    Onde : i - intensidade mdia em milmetros por minutos ou milmetros por hora; tc - tempo de durao da chuva em minutos; TR - tempo de recorrncia em anos (ver Tabela 3.1); a, b, c, d, e, m, n e r - parmetros definidos a partir das observaes bsicas para elaborao da equao.

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    Tabela 3.3 Coeficientes de Runoff (C)

    (Fonte: DER/SP - IP-DE-H00/001)

    Para cada local a equao da chuva intensa deve ser determinadas os parmetros observados nas equaes gerais (3.3), (3.4) e (3.5).

    Apresentamos a seguir a equao geral da intensidade de chuvas (i) para a cidade de So Paulo determinada pelos Engenheiros A. G. Occhipintt e P. M. Santos para a durao de at 60 minutos e para duraes superiores, a saber:

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    Para durao de at 60 min

    rct

    TRi)15(

    96,27 112,0

    += e 0114,086,0 = TRr (3.6)

    Para duraes superiores

    82,0

    150,023,42

    ctTRi = (3.7)

    onde i - intensidade mdia em milmetros por hora (mm/h); tc - tempo de durao ou de concentrao da chuva em minutos (min); Tempo de concentrao (tc) Observando o grfico da figura 3.21 chega-se a concluso que a partir do tempo de concentrao (tc) a vazo (Q) provocada por uma chuva de intensidade (i) passa a ser mxima e constante sendo definida pela equao (3.8).

    Figura 3.21 Relao entre a Vazo (Q) e o tempo da chuva

    (Fonte: FELEX, J. B. USPSC - 2000).

    77,0

    3

    57

    =

    HLtc (3.8)

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    onde L - Comprimento do talvegue da bacia (km); H - Mxima diferena de cotas (m). IMPORTANTE: ADOTAR =ct 10 minutos como valor mnimo. Bacia Hidrogrfica (A) A rea da Bacia Hidrogrfica obtida de levantamentos topogrficos ou fotogramtricos; atravs de planmetros, sendo calculada entre as linha de divisor de gua conforme demonstrado na figura 3.22.

    Figura 3.22 Limites de uma Bacia Hidrogrfica.

    (Fonte: FELEX, J. B. USPSC - 2000).

    3.5. MOVIMENTO DE TERRA Aps traados o perfil longitudinal e transversal, j se dispe de dados necessrios para uma verificao da viabilidade da locao do greide de cada traado atravs dos clculos de movimento de terra.

    No clculo de volumes necessrio conhecer-se a largura (L) da plataforma do greide de regularizao (pista de terraplanagem) e as inclinaes dos taludes. A inclinao dos taludes de corte e aterro varia conforme o tipo de solo encontrado.

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    O principal objetivo do projetista de estradas o de efetuar o menor movimento de terra possvel, cumprindo, logicamente, as normas de um traado racional.

    O perfil longitudinal (greide) gera, portanto, volumes a escavar (cortes) e volumes a aterrar (aterros). No projeto do greide procura-se um perfil longitudinal que proporcione boas compensaes entre cortes e aterros, e tambm distncias de transportes to reduzidas quanto possvel.

    O custo do movimento de terra , na maioria dos projetos, significativo em relao ao custo total da estrada, sendo, portanto um item importante a ser analisado. Nos locais onde os materiais de corte tiverem condies de serem usados nos aterros, o equilbrio entre volumes de cortes e aterros, minimizando emprstimos e/ou bota-foras, acarreta em menores custos de terraplanagem.

    3.5.1.- CLCULO DOS VOLUMES: 3.5.1.1. Mtodo Simplificado. Embora o processo simplificado leve a erros por admitir o terreno em nvel, um processo usado pois, nos permite avaliar com rapidez os volumes de terraplanagem. Na figura 3.23 esto esquematizados os procedimentos que sero utilizados na fase de anteprojeto.

    As anotaes de aula que orientam o trabalho prtico apresentam as tabelas nos ANEXO 6, 7 e 8 que sero utilizadas para o clculo do volume aproximado do movimento de terra, fase de anteprojeto. reas longitudinais : HDO = ou seja:

    DOH =

    (3.9) reas transversais : 22)

    2(22 HtHLHHtHLA +=+= (3.10)

    Volumes : )2()2( 2 HtLHDHtHLDV +=+= (3.11) A = rea da seo transversal.

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    2L = Base H ou Hc ou Ha = Altura de corte ou aterro. t ou tc ou ta = Talude de corte (tc/1) ou aterro (ta/1). Substituindo (3.9) em (3.10) : )2( HtLOV += Existem as seguintes relaes entre os volumes de corte (.C.), aterro (A), emprstimo (E) e bota-fora (B): No caso de bota-fora : cFACB = No caso de emprstimo : CFAE c =

    Figura 3.23 Clculos dos Volumes Mtodo Simplificado.

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    3.6. COMPRIMENTO VIRTUAL SEGUNDO O TRABALHO MECNICO Denomina-se COMPRIMENTO VIRTUAL SEGUNDO O TRABALHO MECNICO, o comprimento fictcio em reta e nvel, que corresponde ao mesmo trabalho mecnico despendido pelo veculo na estrada, cuja trao se estuda.

    A frmula geral para rodovias dada por:

    += ni v

    iV

    irhLL

    Onde: VL = Comprimento virtual da estrada;

    L = Comprimento real desenvolvido da estrada; h = Desnvel parcial (positivo); Vr = 20 kg/ton. (resistncia ao rolamento).

    Calcula-se o VL nos dois sentidos do trecho em apreo e adota-se o valor mdio.

    As anotaes de aula que orientam o trabalho prtico apresentam no ANEXO 9 um exemplo resolvido para determinao do comprimento virtual.

    3.7. RESUMO DE CARACTERIZAO DOS TRAADOS Dispomos agora de todos os dados necessrios para caracterizar adequadamente os traados. conveniente resumir esses dados conforme planilha modelo das notaes de aula que orientam o trabalho prtico, ANEXO 10, para facilitar a posterior elaborao de oramento e comparao entre os traados.

    No exigido um critrio pr-estabelecido de discriminao entre sub-trechos neste resumo; como sugesto, pode-se fazer a diviso em sub-trechos conforme o tipo de regio definido pela topografia e/ou geologia. De qualquer maneira, deve-se reduzir ao mnimo possvel essa subdiviso.

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    3.8. ORAMENTO: Com a quantificao dos servios a executar, elaborada em pargrafos anteriores, e com a tabela de preos unitrios para cada servio , dispe-se dos elementos necessrios para a elaborao do oramento para cada traado alternativo.

    Os oramentos sero elaborados, convenientemente, conforme planilha modelo das notaes de aula que orientam o trabalho prtico no ANEXO 11.

    3.9. ESCOLHA DA DIRETRIZ Para a escolha da diretriz definitiva, entre os traados alternativos, conveniente um levantamento comparativo, conforme planilha modelo das notaes de aula que orientam o trabalho prtico no ANEXO 12. De importncia especial nessa comparao so os seguintes parmetros:

    Extenso desenvolvida total; Custo total de implantao e pavimentao, conforme oramento; Custo operacional da rodovia; Custo operacional dos veculos.

    O custo operacional da rodovia (conservao, policiamento, etc.) depende, logicamente, da extenso desenvolvida, alm de outros fatores (clima, tipo de pavimento, etc.). No nosso caso pesquisar o valor a ser atribudo em revistas especializadas ou na internet. O custo operacional dos veculos depende tambm de vrios fatores (tipo de veculo, tipo de pavimento, custo de combustvel).

    No possvel a fixao de critrios rgidos para a escolha de diretriz. Novamente, necessrio um julgamento ponderado dos respectivos intervenientes, baseado no bom senso.

    3.10. MEMORIAL DESCRITIVO O anteprojeto ser acompanhado de relatrio descritivo e justificativo, sob forma de texto, onde ser tratada, de maneira prtica, sucinta e objetiva, a seguinte seqncia de assuntos:

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    Objetivo do trabalho e etapas programadas; Caractersticas tcnicas e operacionais da rodovia; Levantamento preliminar: fontes consultadas e resultados obtidos; Descrio sumria da regio; Critrio de escolha preliminar e descrio geral dos traados

    alternativos (planta e perfil); Plano de investigaes complementares; Avaliao dos resultados das investigaes complementares; Confirmao da escolha dos traados fixados inicialmente ou,

    eventualmente, o abandono ou alterao destes; Estudos hidrolgicos; Clculos de movimento de terra; Comprimento virtual; Oramentos, inclusive justificativa dos preos unitrios adotados; Anlise comparativa dos traados; Escolha da diretriz definitiva.

    Os desenhos, tabelas, planilhas, grficos, esquemas, etc. fazem, logicamente, parte integral do relatrio, onde se faz, sempre quando procedente, referencia aos mesmos.

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    CAPTULO 4 ELEMENTOS BSICOS PARA

    PROJETO

    4. ELEMENTOS BSICOS PARA PROJETO: Caractersticas geomtricas inadequadas so causas de acidentes, baixa eficincia e obsolescncia precoce da estrada, devendo os elementos do projeto geomtrico ser escolhidos de forma que a estrada possa atender aos objetivos para o qual foi projetada, isto , segurana, conforto e eficincia.

    4.1. VELOCIDADES: A velocidade com a qual um determinado veculo percorre a estrada depende das caractersticas do veculo, vontade do motorista, qualidade da estrada, condies climticas do momento, volume condies de escoamento de trfego do momento, caractersticas geomtricas do traado.

    4.1.1. VELOCIDADE DE PROJETO OU DIRETRIZ: a velocidade bsica para fixao das caractersticas tcnicas do traado, tambm a mxima velocidade admissvel, mantidos o conforto e segurana do usurio. A velocidade de projeto ou diretriz (V) poder ser varivel ao longo do trecho, entretanto sempre aconselhvel adotar a velocidade diretriz nica em todo trecho (Tabela 4.1).

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    4.1.2. - VELOCIDADE DE OPERAO: Chama-se velocidade de operao (Vm) a mdia de velocidades para todo o trfego ou parte dele, obtida pela soma das distncias percorridas dividida pelo tempo de percurso. menor que a velocidade diretriz (V); os valores de velocidades considerados esto relacionados na Tabela 4.2. varivel com a intensidade de trfego, e funo tambm da velocidade diretriz, pois melhores condies tcnicas acarretam maior segurana a maiores velocidades.

    NORMAS ADMISSVEIS DE PROJETOS RODOVIRIOS PARA NOVAS ESTRADAS

    CLASSE ITEM UNIDADE REGIO 0 I II III

    plana 120 100 80 60 ondulada 100 80 60 40 1- Velocidade de projeto ou diretriz km/h montanhosa 80 60 40 30 plana 570 380 230 130 ondulada 380 230 130 50 2- Raio horizontal mnimo m montanhosa 230 130 50 30 plana 3 3 3 4 ondulada 4 4,5 5 6 3- Greide mximo % montanhosa 5 6 7 8 plana 210 150 110 75 Ondulada 150 110 75 50 4- Distncia de visibilidade p/ parada m montanhosa 110 75 50 plana 730 650 500 350 ondulada 650 500 350 175 5- Distncia de visibilidade p/ ultrapassagem m montanhosa 500 350 175 plana 7,50 7,20 7,00 7,00

    ondulada 7,50 7,20

    6,50 a

    7,00

    6,50 a

    7,00 6- Largura do pavimento m

    montanhosa 7,50 7,20 6,00 6,00 plana 3,50 3,00 2,00 1,50 ondulada 3,00 montanhosa 2,50 2,50 2,00 0,20

    7- Largura do acostamento m

    muito montanhosa 1,00 1,00 1,00 0,80 plana 60 30 30 ondulada 70 40 40 8- Faixa de domnio m Montanhosa 80 50 50

    TABELA 4.1 - Portaria 19 - DNER_reeditado1973

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    PARA VOLUME DE TRFEGO BAIXO

    V (km/h) 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120

    Vm (km/h)

    30 40 47 55 63 70 77 85 91 98

    PARA VOLUME DE TRFEGO MDIO

    V (km/h) 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120

    Vm (km/h)

    30 40 42 50 59 67 73 79 85 85

    PARA VOLUME DE TRFEGO ALTO

    V (km/h) 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120

    Vm (km/h)

    30 40 40 47 52 56 59 60 60 60

    Tabela 4.2 Velocidades mdias de Operao (Fonte: AASHTO, 1995, p 156)

    4.2. CLASSIFICAO DAS RODOVIAS QUANTO S CONDIES TCNICAS. As principais caractersticas geralmente consideradas nesse tipo de classificao so aquelas que relacionam diretamente com a operao do trfego:

    velocidade; rampas; raios; larguras de pista e acostamento; distncias de visibilidade; nveis de servio, etc.

    Estas, por sua vez, so restringidas por consideraes de custos, condicionados especialmente pelo relevo.

    As classes de projeto recomendadas encontram-se resumidas na tabela 4.3:

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    CLASSES DE PROJETO

    CARACTERSTICAS CRITRIO DE CLASSIFICAO TCNICA

    O Via Expressa Controle total de acesso Deciso administrativa

    A

    Pista dupla Controle parcial de acesso

    Os volumes de trfego previstos ocasionarem nveis de servio em rodovia de pista simples inferiores aos nveis C ou D I

    B Pista simples Controle parcial de acesso

    Volume horrio de projeto > 200 Volume mdio diria (VDM) > 1400

    II Pista simples VDM entre 700 e 1400 III Pista simples VDM entre 300 e 700

    A Pista simples VDM entre 50 e 200 IV B Pista simples VDM < 50

    Tabela 4.3 - Classes de Projeto (reas Rurais)

    4.3. - PROJETO GEOMTRICO a fase do projeto de estradas que estuda as diversas caractersticas geomtricas do traado, principalmente em funo:

    das leis do movimento; caractersticas de operao dos veculos; reao dos motoristas; segurana; eficincia das estradas; volume de trfego.

    4.3.1. - VECULOS DE PROJETO: o veculo terico de certa categoria, cujas caractersticas fsicas e operacionais representam uma envoltria das caractersticas das maioria dos veculos existentes nessa categoria.

    Existem quatro grupos bsicos de veculos a serem adotados conforme as caractersticas predominantes do trfego. Na tabela 4.4 esto s caractersticas dos veculos de projeto (VP; CO; O e SR). No Brasil, adota-se normalmente o veculo CO (figura 4.1):

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    VP: Veculos de passeio leves, fsica e operacionalmente assimilveis ao automvel, incluindo utilitrios, pick-ups, furges e similares.

    CO: Veculos comerciais rgidos, compostos de unidade tratora simples. Abrangem os caminhes e nibus convencionais, normalmente de 2 eixos e 6 rodas.

    SR: Veculo comercial articulado, composto normalmente de unidade tratora simples e semi-reboque.

    O: Representa os veculos comerciais rgidos de maiores dimenses que o veculo CO bsico, como nibus de longo percurso e de turismo, e caminhes longos.

    VECULO DE PROJETO CARACTERSTICAS DO VECULO VP CO O SR

    Largura total 2,1 2,6 2,6 2,6 Comprimento total 5,8 9,1 12,2 16,8 Raio mnimo da roda externa dianteira 7,3 12,8 12,8 13,7 Raio mnimo da roda interna traseira 4,7 8,7 7,1 6,0

    TABELA 4.4 Dimenses bsicas dos veculos de projeto (m) Fonte: DNER

    Na figura 3.1 tem-se os raios mnimos e mximos para o veculo CO levando-se em considerao a trajetria do balano dianteiro, trajetria da roda dianteira esquerda e trajetria da roda traseira direita.

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    Figura 4.1 Veculo de projeto (cm)

    4.4. ALINHAMENTOS HORIZONTAL E VERTICAL:

    4.4.1. ALINHAMENTO HORIZONTAL: A estrada um ente tridimensional que deve ser confortvel e esteticamente agradvel ao motorista que a percorre, composto basicamente de trechos retos concordados por curvas, e dever ser coerente com a topografia da regio. Um alinhamento fluente, bem ajustado topogrfica, desejvel do ponto de vista esttico, construtivo e de manuteno.

    Segundo o DNER, um critrio que pode ser usado limita a extenso das tangentes a um percurso de 1,5 minutos percorrido velocidade diretriz V, equao (4.1). Esta configurao reduz a sensao de monotonia para o motorista e problemas de ofuscamento noturno, alm de ajustar-se mais favoravelmente topografia, podendo reduzir o movimento de terra causado pela terraplenagem.

    Verificando:

    Tempo de percurso = 1,5 minutos = 90 segundos;

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    VVT == 253600100090

    Portanto:

    VT = 25 (4.1) Onde: V = Velocidade diretriz em km/h. T = Trecho em tangente em metros.

    A seguir, apresentamos algumas das principais recomendaes do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), relativas ao alinhamento horizontal de rodovias:

    indesejvel a existncia de duas curvas sucessivas no mesmo sentido quando entre elas existir um curto trecho de tangente, pois a maioria dos motoristas no espera a existncia de uma outra curva no mesmo sentido. Quando no for possvel substituir por uma curva de raio maior, adotar para a extenso T da tangente intermediria um percurso de aproximadamente 15 segundos percorrido velocidade diretriz V, conforme equao (4.2):

    VVT = 43600100015

    VT = 4 (4.2) Curvas de transies sucessivas em sentidos opostos devero ter suas extremidades coincidentes ou separadas por extenses curtas em tangente calculadas conforme equao (3.2).

    O traado deve ser o mais uniforme e homogneo possvel.

    Evitar curvas fechadas no fim de longas tangentes, pois so pontos potencialmente de acidentes.

    Quando em regies planas ou onduladas, o raio mnimo de curvatura horizontal entre dois alinhamentos retos, sendo um deles maior que o estipulado pela equao (4.1), calcular o raio mnimo (Rmin) para uma velocidade diretriz de 140 km/h.

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    Para ngulos centrais pequenos as curvas devem ter grandes raios de forma que os seus desenvolvimentos no sejam muito pequenos, a fim de evitar a aparncia de dobras.

    Os traados devem ser to direcionais e adaptados topografia quanto possvel, devendo os ngulos de deflexo (I) estar situado entre 10 e 35.

    Para deflexes inferiores a 5, deve-se efetuar a concordncia de tal forma que o desenvolvimento da curva (D) ser dada pela equao (4.3).

    Portanto:

    )10(30 oo ID (4.3) Onde: D = desenvolvimento da curva, em metros; 30 = constante )( grausmetros .

    Deflexes menores que 15 dispensam concordncia com curva horizontal.

    Deve-se evitar o uso de curvas com raios muito grandes (maiores que 5.000 metros, por exemplo), devido a dificuldades que apresentam para o seu percurso pelos motoristas.

    4.4.2. ALINHAMENTO VERTICAL: Desenhadas geralmente nas escalas (H-V; 1:100; 1:200), a figura geomtrica obtida pela interseo de um plano vertical perpendicular ao eixo da locao de um plano vertical perpendicular ao eixo da locao, com o terreno natural e plataforma da estrada.

    Recomendaes quanto ao traado em perfil:

    O projeto do greide deve evitar freqentes alteraes de menor vulto nos valores das rampas. Estas devero ser to contnuas quanto possvel. Devero ser evitadas sempre que possveis curvas verticais no mesmo sentido separadas por pequenas extenses de rampa.

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    Nos trechos em corte ou em seo mista, deve-se projetar o greide com declividade igual ou superior a 1,000 %; rampas inferiores requerem cuidados especiais quanto drenagem; o mnimo permitido de 0,350 %, limitado a uma extenso de 30,00 m.

    Nos trechos em corte, deve-se evitar concavidades com rampas de sinais contrrios, para evitar problemas com a drenagem superficial.

    Em regies planas, o greide deve ser preferencialmente elevado.

    Em trechos longos em rampa, conveniente dispor as rampas ngremes na parte inferior e as rampas mais suaves no topo, para tirar proveito do impulso acumulado no segmento plano ou descendente anterior subida.

    As rampas tm grande influncia sobre a capacidade das rodovias, especialmente naquelas de duas faixas e mo dupla. A tabela 4.5 resume os valores mximos recomendados para as rampas das diferentes classes de rodovias.

    TABELA DE RAMPAS MXIMAS (%) CLASSE DE RELEVO PROJETO PLANO ONDULADO MONTANHOSO Classe 0 3 4 5 Classe I 3 4,5 6 Classe II 3 5 7 Classe III 4 6 8 Classe IV-A 4 6 8 Classe IV-B 6 8 10

    Tabela 4.5. Inclinao Mxima das Rampas (%) (Fonte: DNER)

    Valor mximo absoluto.

    A extenso de rampas acima de 8% ser desejavelmente limitada a 300 metros contnuos

    4.5. ELEMENTOS GEOMTRICOS: Os elementos geomtricos que compem a seo transversal e suas dimenses so escolhidos em funo da classe da rodovia, conforma Tabela 4.6.

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    LARGURA DAS FAIXAS DE TRFEGO (m) REGIO ESPECIAL CLASSE I CLASSE II CLASSE III Plana 3,75 3,60 3,50 3,50 Ondulada 3,75 3,60 3,25 - 3,50 3,00 - 3,50 Montanhosa 3,75 3,60 3,25 3,00

    Tabela 4.6. Largura das Faixas de Trfego (Fonte: DNER - Portaria no. 19 art. 30)

    4.6. FAIXAS DE DOMNIO: a faixa de terra destinada construo da estrada, definida em funo das caractersticas tcnicas das estradas, conforme valores definidos na tabela 4.7.

    LARGURA DAS FAIXAS DE DOMNIO (m) REGIO ESPECIAL CLASSE I CLASSE II CLASSE III Plana - 60 30 30 Ondulada - 70 40 40 Montanhosa - 80 50 50

    Tabela 4.7. Largura das Faixas de Domnio (Fonte: DNER - Portaria no. 19 art. 24)

    4.7. TIPOS DE SEES TRANSVERSAIS:

    4.7.1. ATERRO:

    Figura 4.2. Seo Transversal Tpica de Aterro (Fonte: PONTES Fo, G.)

    4.7.2. CORTE:

    Figura 4.3. Seo Transversal Tpica de Corte (Fonte: PONTES Fo, G)

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    4.7.3. MISTA:

    Figura 4.4. Seo Transversal Mista (Fonte: PONTES Fo, G)

    4.8.- DISTNCIA DE VISIBILIDADE. A estrada deve oferecer ao motorista que a percorre, em qualquer ponto, condies mnimas de visibilidade para parar o veculo com segurana, em virtude de obstculos que possam surgir no seu percurso. Cuidados especiais devem ser tomados nos pontos de cruzamentos, acessos estrada, etc.

    Consideram-se na prtica 2 valores de distncia de visibilidade a saber: Distncia de visibilidade de parada ou frenagem; Distncia de visibilidade de ultrapassagem.

    4.8.1.- DISTNCIA DE VISIBILIDADE DE PARADA OU FRENAGEM: a distncia desejvel para que um veculo, que percorra a rodovia velocidade diretriz, consiga parar o veculo com segurana, recorrendo ao freio, e sem atingir um obstculo surgido na sua frente, mesmo em condies chuvosas.

    A distncia de visibilidade de parada a soma de duas parcelas, conforme mostrado na figura 4.5. A primeira parcela D1 , relativa distncia percorrida pelo veculo no intervalo de tempo entre o instante em que o motorista v o obstculo e o instante em que inicia a frenagem (tempo de percepo e reao). A segunda parcela, D2, relativa distncia percorrida pelo veculo durante a frenagem.

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    figura 4.5 - Distncia de visibilidade de parada (Fonte: PONTES Fo, G)

    A AASHTO, baseada em vrias experincias, aconselha o uso de valor de 1,5 segundos para o tempo de percepo, adicionando-se a esse valor o tempo necessrio reao de frenagem (1,0 seg.), teremos portanto o tempo total de percepo e reao de t = 2,5 segundos. Logo:

    vtvD .5,2.1 ==

    Com v em m/s e D1 em metros. Como em projeto geomtrico de estradas comum o uso de velocidades em km/h, torna-se necessrio compatibilizar as unidades da seguinte maneira:

    VhkmVsmvD .7,06,3

    )/(.5,2)/(.5,21 === (4.1)

    onde: V = velocidade de projeto, em km/h. D1 = distncia percorrida durante o tempo de percepo e reao, em m.

    A Segunda parcela corresponde distncia percorrida desde o incio da atuao do sistema de frenagem at a imobilizao do veculo. Esta distncia chamada de Distncia de Frenagem (D2). Para o clculo de D2, basta aplicar alguns conceitos da fsica. A energia cintica do veculo no incio do processo de frenagem deve ser anulada pelo trabalho da fora de atrito ao longo da distncia de frenagem. Assim temos:

    acE = 2

    2 .....21 Dfgmvm L=

    LfgvD

    ..2

    2

    2 = (4.2)

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    Em unidades usuais, e sendo g = 9,8 m/s2, a equao (4.2) fica:

    LL fV

    fVD

    .2558,92)6,3( 22

    2 == (4.3)

    Quando o trecho da estrada considerada est em rampa, a distncia de frenagem em subida ser menor que a determinada pela equao (4.3), e maior no caso de descida. Para levar em conta o efeito das rampas usada a equao abaixo:

    ).(255

    2

    2 ifVD

    L +=

    Assim, teremos para a distncia de visibilidade de parada:

    21 DDDP +=

    ).(255.7,0

    2

    ifVVD

    LP ++= (4.4)

    onde: DP = distncia de visibilidade de parada, em metros. i = greide, em m/m (+, se ascendente; -, se descendente). V = velocidade de projeto ou de operao, em km/h. fL = coeficiente de atrito longitudinal pneu/pavimento.

    Observou-se que o coeficiente fL varia com o tipo, presso e condies dos pneus do veculo, tipo e estado da superfcie do pavimento, e especialmente se o pavimento est seco ou molhado.

    Na tabela (4.8), o coeficiente (fL) exprime a atuao do processo de frenagem, seja a eficincia do sistema de frenagem, seja o esforo reativo longitudinal decorrente do atrito pneu/pavimento no caso de frenagem, considerando o pavimento molhado, em condies superficiais razoveis.

    V (km/h) 30 40 50 60 70 80 90 100 120 fL 0,40 0,37 0,35 0,33 0,31 0,30 0,29 0,28 0,25

    Tabela 4.8 - Coeficiente de atrito longitudinal pneu/pavimento (Fonte: DNER)

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    Em todos os clculos envolvendo a distncia de visibilidade de parada, recomenda-se adotar 1,10 metros como a altura dos olhos do motorista em relao ao plano da pista e 0,15 metros como a menor altura de um obstculo que o obrigue a parar.

    Denomina-se Distncia Dupla de Visibilidade (Dd) a distncia mnima necessria para que dois veculos, que percorrendo a mesma faixa de trfego em sentidos opostos e velocidade de projeto, no se choquem recorrendo aos freios. Ela utilizada no projeto de curvas verticais convexas de concordncia, podendo ser calculada pela expresso (4.5).

    ++= ).(255.7,0.2

    2

    ifVVD

    Ld (4.5)

    A distncia dupla de visibilidade fornece os elementos mnimos para o clculo da concordncia vertical dos greides para os traados rodovirios.

    DISTNCIA DUPLA DE VISIBILIDADE (m)

    REGIO ESPECIAL CLASSE I CLASSE II CLASSE III Plana 400 300 200 130 Ondulada 300 200 130 70 Montanhosa 200 130 70 50 Escarpa 200 130 70 50

    Tabela 4.9 Distncia Dupla de Visibilidade (Fonte: DNER - Portaria no. 19 art. 18)

    Nos clculos das distncias duplas de visibilidade, a velocidade V a velocidade diretriz correspondente classe, exceto para a classe especial onde a velocidade considerada ligeiramente superior a velocidade diretriz, isto , V V1

    43

    = .

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    4.8.2.- DISTNCIA DE VISIBILIDADE DE ULTRAPASSAGEM: a distncia que dever ser proporcionada ao veculo, numa pista simples e de mo dupla para que, quando estiver trafegando atrs de um veculo mais lento, possa efetuar uma manobra de ultrapassagem em condies aceitveis de segurana e conforto.

    recomendado q