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1
1 INTRODUÇÃO
2
O prolongamento da vida é o objetivo de qualquer sociedade. Por outro lado,
é necessário refletir a respeito do preparo da área da saúde para essa realidade,
quando a possibilidade de autonomia e de bem-estar está comprometida e pode
interferir na qualidade de vida do idoso1. Pois, com o aumento da expectativa de vida
surgem novos desafios e necessidades, uma vez que os idosos possuem tendência
natural de desenvolver novas doenças2.
O fenômeno do crescimento populacional idoso é mundialmente conhecido e
particularmente no Brasil está ocorrendo de forma abrupta. Algumas projeções
mostram que em 2020 o Brasil poderá ter a sexta maior população de idosos do
mundo, com mais de 30 milhões de indivíduos.1 Os responsáveis por este
crescimento são sem dúvida, os progressos feitos na área de tecnologia e saúde3.
Simultaneamente com o aumento de idosos, as doenças crônicas não
transmissíveis como a doença renal crônica (DRC) aparecem com prevalência nesta
população, pois seu estágio inicial é normalmente assintomático, por esse motivo é
imprescindível o acompanhamento e a realização de exames frequentes3.
Com o envelhecimento, muitas alterações estruturais ocorrem nos órgãos,
inclusive as alterações renais que são associadas à restrição funcional renal, o
atrofiamento tubular e dos rins, a diminuição de espessura do córtex renal
(diminuindo aproximadamente 10% depois dos 30 anos), glomerulosclerose (depois
dos 70 anos de idade há uma redução de até 50% dos glomérulos corticais) e
variações vasculares intra-renais3.
Os rins são os órgãos responsáveis por manter a homeostase do corpo,
portanto com a diminuição gradual do funcionamento renal, é natural que aconteça
3
uma modificação na função sistêmica, podendo culminar em alterações
cardiovasculares, metabolismo ósseo, glicemia, assim como neurológicas4.
Similarmente, demências e outras formas mais amenas de prejuízos cognitivos
estão relacionadas ao envelhecimento5. Ao contrário das demências o prejuízo
cognitivo leve, não interfere notoriamente nas atividades do dia-dia, mas permite a
identificação precoce dos pacientes com alto risco de desenvolvimento de
demências5. A função cognitiva é o maior determinante da qualidade de vida dos
seres humanos principalmente durante o envelhecimento, pois os idosos possuem
uma grande predisposição de desenvolver distúrbios cognitivos6.
O diagnóstico de demência é realizado a partir de uma análise clínica, realizada
por mais de um tipo de profissional da área da saúde. São aplicados testes
neuropsicológicos e avaliação comportamental. Estes testes clínicos podem
distinguir entre um envelhecimento normal, um declínio cognitivo sem demência,
uma demência avançada ou doença de Alzheimer7.
Tanto a doença renal crônica quanto o prejuízo cognitivo são associados ao uso
frequente de assistência medica e o aumento da atenção da saúde pública. A DRC
está associada ao aceleramento do envelhecimento cognitivo, todavia, isso ainda
não foi completamente esclarecido. Existem diversos fatores que podem associá-la
aos efeitos diretos da doença renal, desregulação metabólica e doença
cerebrovascular8.
Dados recentes têm sugerido que os pacientes portadores de DRC estão mais
propensos a desenvolverem algum tipo de demência6. Algumas análises mostram
que a função renal está relacionada com habilidades cognitivas especificas, como
memória de trabalho, semântica e episódica ficando de fora a velocidade de
4
percepção e a visão espacial. Essa observação sugere que existe um processo
fisiopatológico em comum que é capaz de afetar tanto o cérebro quanto o rim9.
Os doentes renais crônicos frequentemente apresentam comorbidades como
diabetes mellitus e hipertensão arterial, sendo assim, estes pacientes são poli
medicamentados, um fator que pode afetar a cognição. Além disso, estes
apresentam uma retenção de toxina urêmica, alterações vasculares e micro
inflamações que causam uma desregulação metabólica, afetando de diferentes
formas os órgãos e as funções sistêmicas9.
Dentre as alterações que podem ocorrer devido à comorbidades na DRC,
estão, a disfunção do endotélio vascular, aterosclerose de artérias carótidas e os
altos índices de marcadores inflamatórios e hemocisteína. Estes fatores estão
relacionados à diminuição da função cognitiva vascular.Estudos mostraram que a
hipertensão e a diabetes podem favorecer o risco da perda de agilidade mental
assim como a severidade da DRC pode estar intimamente ligada à diminuição da
função cognitiva4.
As causas mais comuns de problemas cognitivos no ser humano são a
Doença de Alzheimer e a Demência Vascular. Ainda que não se conheçam as
causas do déficit cognitivo em pacientes renais crônicos, não existe nenhum fator
que comprove a prevalência de Alzheimer com a DRC, portanto, analisando as
evidências, pode se dizer que a demência vascular é a causa mais próxima dos
prejuízos cognitivos causados pela DRC4.
Diante da DRC o tratamento dialítico é uma realidade comum para os idosos
portadores. Com isso, surge a necessidade de mudança de hábitos, como dieta
especifica, restrições hídricas e até mesmo a presença do cateter vascular ou fistula
5
arteriovenosa. Todas essas mudanças podem ocasionar em limitações, frustrações
e estresse10.
Estes pacientes frequentemente se queixam de fadiga, sintomas depressivos
como, falta de energia, desanimo para desempenhar as atividades diárias. Os
idosos normalmente apresentam uma elevação no grau de dependência após o
tratamento dialítico devido as grandes mudanças que ocorrem na vida social, física,
econômica e emocional11.
O processo estressor da hemodiálise normalmente vem acompanhado de uma
visão positiva, em que os idosos enxergam além das dificuldades, uma possibilidade
de prolongamento da vida e de continuar próximo as pessoas que eles amam10.
6
2 OBJETIVO
7
Caracterizar os aspectos sociodemográficos, econômicos e clínicos dos
idosos que em hemodiálise no serviço de nefrologia do Hospital de Base de São
José do Rio Preto.
Analisar sistematicamente o estado mental dos idosos em hemodiálise no
serviço de nefrologia.
8
3 CASUÍSTICA E MÉTODO
9
3.1Tipo de estudo
Trata-se de um estudo prospectivo, descritivo, transversal, de natureza
quantitativa.
3.2 População e Local de estudo
Este estudo foi realizado na unidade de tratamento de dialítico do Hospital de
Base FUNFARME e Unidade de Nefrologia de São José do Rio Preto _ SP com 325
pacientes. Trata-se de um hospital – escola, que presta atendimentos em diferentes
especialidades médicas. São atendidos pacientes particulares, conveniados e do
Sistema Único de Saúde, na sua grande maioria. Este hospital é considerado centro
de referência do município e região e atende também a pacientes de outros estados
do Brasil. O serviço de Nefrologia está localizado no andar térreo, para facilitar o
acesso dos pacientes externos. É constituído de sala de hemodiálise, diálise
peritoneal, sala de DPAC, sala para atendimento de emergências, coleta de exames,
consultórios, copa, sala de reuniões, recepção, entre outras.
O estudo foi realizado com pacientes que estão em tratamento de hemodiálise e
foram pesquisadas as características sócias demográficas quanto à idade, sexo,
estado civil, escolaridade, tempo de tratamento, doença de base, juntamente com
um questionário sobre estado mental, o instrumento utilizado foi o mini exame do
estado mental (MEEM) 12.
A pesquisa foi realizada com pacientes com 65 anos ou mais, que são capazes
de ouvir e entender o suficiente para participar do estudo e assinar um termo de
consentimento informado (anexo I).
10
3.3 Amostra
A amostra se constituiu em 94 (idosos com 65 anos ou mais) pacientes em
tratamento de Hemodiálise.
3.4 Instrumentos de Coleta de Dados
O instrumento (anexo II) foi um instrumento de caracterização sócio demográfica
da população estudada. O instrumento (anexo III) foi um questionário, aplicado em
pacientes com as mesmas características da população do estudo, visando
identificar possíveis falhas na formulação das questões, buscar clareza e verificar a
função cognitiva. O questionário MEEM, tem sua utilidade demonstrada na literatura
internacional13. É utilizado em ambientes clínicos associado a uma bateria de outros
exames neuropsicológicos tais como The Consortium to Establisha Registry for
Alzheimer’s Disease (CERAD), o Cambridge Examination for Mental Disorders of the
elderly (CAMDEX-R) e o A Structured Interview for the diagnosis of Dementia
(SIDAM). É composto por 6 itens que avaliam a capacidade cognitiva e possibilita a
descoberta de quadros demências e monitoramento de reposta ao tratamento. É
separado em três áreas, dentre elas, orientação temporal, orientação espacial e
memória imediata. Trata-se de um instrumento genérico de avaliação do estado
cognitivo, traduzido, adequado e validado para a língua portuguesa, de fácil
administração e compreensão. O questionário MEEM foi distribuído a cada sujeito
participante do estudo, no qual os mesmos foram informados do propósito da
pesquisa e do caráter voluntário na participação da mesma, além de receber
explicações para preenchimento do instrumento e auxílio para aqueles que
11
apresentaram dificuldade14. Antecedendo a coleta de dados, este projeto foi
submetido à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa CEP/FAMERP.
3.5 Análises dos dados
Foi trabalhada uma base de dados no Excel, onde foram construídos gráficos e
tabelas. Os dados foram submetidos. Os dados foram apresentados como
porcentagem (%) através de análise binomial e submetidos a teste de estatística.
3.6 Aspectos éticos
Antes de iniciar a pesquisa, todos os participantes foram esclarecidos sobre o
estudo e seus objetivos, direito de não participação, garantia de que sua assistência
não seria afetada caso ele não aceite participar, nem pelas respostas fornecidas,
caso aceite. Foi assegurado anonimato e sigilo. Os que aceitarem participar
assinaram o Termo de Consentimento Pós-Informação (Anexo III).
3.7 Análise Estatística
A diferença entre o número de indivíduos com e sem déficit cognitivo será
testada através do teste binomial. O teste binomial verifica, em sua hipótese nula, se
duas categorias possuem chances iguais de ocorrer. Neste caso foi verificada se as
chances dos indivíduos entrevistados possuirem ou não déficit cognitivo são iguais.
Adicionalmente, serão verificadas a influência de variáveis nominais: Procedência”
(Urbana ou rural), Sexo (Masculino ou Feminino), Raça (Branco ou Negro); e das
variáveis contínuas: idade e tempo de tratamento; através de uma regressão
logística. A regressão logística é um modelo de regressão no qual a variável
dependente é categórica. No presente artigo, foi utilizada uma variável binária. Isso
12
quer dizer que a variável dependente assume apenas dois valores (0 e 1) que
representa à presença ou à ausência de déficit cognitivo. O modelo mais
parcimonioso será escolhido através de um procedimento passo a passo utilizando o
critério de Akaike (AIC) (Akaike, 1983) 15. O critério de informação Akaike (AIC) é
uma medida da qualidade relativa dos modelos estatísticos para um dado conjunto
de dados. No presente estudo, foram utilizados diferentes modelos com várias
combinações de variáveis. Estas eram características do entrevistados, como Idade,
Sexo, Origem e Raça. Neste contexto, o critério AIC mostrará quais variáveis
possuem maior influência sobre a presença ou ausência de déficit cognitivo. Caso se
encontre influência de uma das variáveis contínuas, será realizada uma razão de
proporção para descrever as probabilidade de ocorrência. A razão de proporção é
obtida através dos coeficientes da regressão logística. Um gráfico de pizza multinível
sera utilizado na análise descritiva dos dados. Todas análises estatísticas foram
feitas no software R (R Development Core Team 2016) 16.
13
4 RESULTADOS
14
Foi encontrada diferença significativa entre o número de pessoas avaliadas com e
sem deficit cognitivo (p<0.01), destes 78% apresentaram déficit e 22% não
apresentaram (Figura 1), o que pode ser um indício de efeito momentâneo da
hemodiálise nos pacientes. No entanto, das variáveis do estudo, apenas a “idade” e
a “origem” (urbana ou rural) apresentaram relação com a presença e ausência de
déficit cognitivo (Tabela 1). A ausência de relação da variável “Tempo de
Tratamento” sugere que não há efeitos de longo prazo no tratamento com
hemodiálise no estado cognitivo de pacientes. Para a variável continua “Idade” a
razão de proporção mostra o aumento de 62% na chances de déficit para cada
aumento de um ano de idade do paciente, não sendo um efeito cumulativo.
Adicionalmente, do indivíduos com estado cognitivo preservado, nenhum possuía
mais de 80 anos (Figura 2). Dos entrevistados a maioria era composta por homens
brancos e urbanos, sendo estes os maiores percentuais entre ambos indivíduos
afetados e não afetados cognitivamente (Figura 3), justificando a ausência de efeito
da variável sexo nos dados. Todos os indivíduos de origem rural apresentaram
déficit cognitivo o que pode explicar o efeito dessa variável no modelo. O tempo de
tratamento é outra variável que não apresentou efeito, isso tendo em vista que
indivíduos com e sem deficit cognitivo apresentaram percentuais de classes de
tempo de tratamento bem semelhantes (Figura 4).
15
Modelos AIC
PRO + ID + TT + RC + SEX 100.31
PRO + ID + TT + RC 98.36
PRO + ID + TT 96.69
PRO + ID 95.98
Tabela 1: Rank dos melhores modelos de regressão logística com as variáveis nominais Procedência
(PRO), Raça (RC) e Sexo (SEX); e contínua Idade (ID) e Tempo de Tratamento (TT). Os menores
valores de AIC indicam modelos melhores.
Figura 1: Percentual de pacientes com e sem déficit cognitivo subdividido em categorias de sexo,
raça e origem. O gráfico esta dividido em dois níveis, sendo a pizza interna a divisão por estado
cognitivo (Com e sem déficit) e a pizza externa subdivisões dentro de cada estado cognitivo (Sexo,
Raça e Origem).
16
Figura 2: Idade dos pacientes, divididas em quatro intervalos de classe (entre 60 e 70 anos; entre 70 e 80 anos; entre 80 e 90 anos; e entre 90 e 100 anos meses), para indivíduos sem e com déficit
cognitivo (A e B, respectivamente).
Figura 3: Percentual de pacientes com e sem déficit cognitivo subdividido em categorias de sexo,
raça e origem. O gráfico central mostra a divisão por estado cognitivo (Com e sem déficit) e os dois
outros gráficos mostram subdivisões dentro de cada estado cognitivo (Sexo, Raça e Origem).
17
Figura 4: Tempo de tratamento, divididos em quatro intervalos de classe (0 a 6 meses, 7 a 12 meses,
12 a 60 meses e mais de 60 meses), para indivíduos sem e com déficit cognitivo (A e B,
respectivamente).
18
5 DISCUSSÃO
19
Este estudo fundamentou a evidência da redução cognitiva dos pacientes idosos
em tratamento de Hemodiálise em um Hospital Escola. Analisado os dados, a
relevância de idosos com perda cognitiva apresentou-se alta (78%) em relação aos
sem perda (22%).
Envelhecimento é um processo previsível e progressivo, que tem início no dia do
nascimento até o último dia de vida. É universal, cumulativo e se dá pela
deterioração do corpo físico em seus diversos aspectos17.
A distinção entre processo de envelhecimento e doenças associadas deve ser
esclarecida e entendida, pois algumas doenças como demências em geral,
aparecem em algumas, mas não em todas as pessoas idosas. As demências são
caracterizadas pela degradação cerebral ou mudanças nos processos
neurofisiológicos17.
Diversos pesquisadores evidenciaram o aumento drástico da incidência de
demências da terceira para a quarta idade18. Nesta pesquisa foi revelado que
nenhum idoso com mais de 80 anos, apresentou estado cognitivo preservado.
Estudos na área têm crescido todos os dias. Nitrinni e colaboradores chegaram a
resultados em 2004 que concluíram que, após completar 65 anos a incidência da
Doença de Alzheimer (demência mais encontrada na sociedade atual) duplica a
cada cinco anos19.
Sendo assim, não distante dos resultados de diferentes pesquisas, a variável
idade, exerce grande influência nos resultados do atual estudo, ou seja, quanto
maior a idade, maior a perda cognitiva20. O fator idade-tempo é um risco para ambos
os gêneros (tabela 2), que se destacou como um dos principais riscos para a perda
cognitiva em idosos em hemodiálise.
20
Covariaveis Amostra Final Valor de p Resultados MEEM abaixo do esperado
Sexo <0.005
Masculino 61 77%
Feminino 33 78%
Tabela 2: Análise binomial da covariável sexo, presente na amostra de pacientes fazendo
hemodiálise no Hospital de Base de São Jose do Rio Preto
De acordo com um estudo desenvolvido pela Italian Longitudinal Study on Aging
(ILSA), a incidência de demências em pessoas de 65-69 anos é de 5.57 por 1000
pessoa-anos, quando comparado com a população de “Quarta-idade” (80-84) a
incidência é de 30.06 por 1000 pessoa-anos, ou seja, um aumento significativo21.
Assim sendo, a razão de proporção encontrada neste estudo, que a cada um ano
do idoso há um aumento de 62% nas chances de déficit cognitivo, é um dado
importante e deve ser observado, quando se trata da pessoa com mais de 65 anos
em tratamento de hemodiálise.
Quanto ao número de dias de tratamento não houve relevância nos resultados, ou
seja, o tempo de tratamento não exerce influência na cognição dos pacientes. Assim
sendo, o idoso pode fazer hemodiálise há anos ou alguns meses que isso não fará
diferença no desempenho cognitivo, pois os fatores que contribuem para esta perda
são, principalmente, idade e procedência (tabela 3).
Covariaveis Amostra Final Valor de p
Resultados MEEM abaixo do esperado
Procedencia <0.001
Urbana 80 73%Rural 14 100%
Tabela 3: Análise binomial da covariável procedência, presente na amostra de pacientes fazendo
hemodiálise no Hospital de Base de São Jose do Rio Preto.
21
A procedência apresentou relevância quanto à população rural. A vida no campo
traz diversos fatores que podem influenciar na saúde das pessoas. Tratando da
cognição, pode-se salientar a dificuldade de acesso a estudo formal. Na maioria das
vezes, a população estuda poucos anos, a assiduidade é prejudicada devido as
barreiras físicas e começam precocemente a trabalhar para auxiliar a família. Isto
pode gerar uma série de desgastes físicos ao longo da vida. A distância da área
rural até a urbana, também, prejudica o acesso aos serviços de saúde, causando
diagnósticos tardios de inúmeras doenças22, 23.
Durante a análise de resultados pôde-se observar que, 78% dos idosos possuem
perda cognitiva, um dado significante, que leva a refletir sobre as influências que
resultaram tais números. Uma das possíveis ligações que pôde ser realizada é que,
todos os idosos entrevistados estavam em tratamento de hemodiálise, ou seja,
durante a sessão que ocorre três vezes por semana. Tal dado não pode ser
confirmado, pois precisaria de outro teste avaliando uma possível diferença entre o
antes, durante e depois da sessão.
O envelhecimento pode gerar fragilidades nos idosos, que resultam em um maior
risco para quedas, doenças crônicas não transmissíveis, isolamento social e até
mesmo problemas psicológicos. Quando se trata do idoso em tratamento de
hemodiálise, a prevalência dessa fragilidade vai de 6% (idoso sem DRC), para 15%
(idoso com DRC) 24,25.
Já é sabido que durante a sessão de hemodiálise diversas modificações ocorrem
no corpo. As alterações de volumes, drogas administradas, equipamentos usados
são alguns dos motivos. Estes estão constantemente sendo aprimorados por meio
de pesquisas, a fim de melhorar a qualidade de vida dos pacientes renais crônicos.
22
Com esse estudo é possível investigar se estas mudanças eletrolíticas e corporais
podem exercer influência sobre a cognição dos idosos26.
O tratamento de hemodiálise ocorre de forma intermitente na população do
estudo atual, especificamente, três vezes por semana. Drásticas mudanças no
funcionamento corporal acontecem durante cada dia de terapia. O equilíbrio ácido
básico, a concentração de potássio sérico e o volume de líquidos, são alterados para
valores totalmente diferentes do início para o final da sessão. Devido à retenção de
líquidos pelo funcionamento renal alterado, os pacientes perdem peso pela retirada
do excesso de líquidos acumulado ao longo dos dias27.
Diante de todas essas alterações, ocorre um grande estresse cardíaco, que deve
se adaptar a essas alterações de forma rápida e eficiente, pois o bombeamento
sanguíneo muda mediante a quantidade de líquidos. A terapia é, basicamente, a
tentativa de substituir 168 horas de filtração renal (fisiológico) semanal, por 12 horas
de sessão de hemodiálise27.
O tratamento dialítico pode ser considerado um estímulo causador de arritmias, já
que ele induz mudanças físicas-químicas dos fluidos corporais, modificando assim, o
pH, temperatura, pressão arterial e concentrações eletrolíticas, que regulam a
excitação do tecido do miocárdio28.
Todas essas evidências levam a refletir sobre as alterações quanto à circulação
sanguínea que durante as sessões passa por diversas mudanças e adaptações,
causando uma cascata de efeitos sistêmicos. Sendo assim, uma possível mudança
na circulação cerebral, pode levar a uma alteração cognitiva durante a sessão de
hemodiálise29. Fisiologicamente, o envelhecimento causa diversas alterações
23
corporais, inclusive cardiovasculares, que causam a diminuição da perfusão cerebral
e renal30.
Em estudo prévio, foi analisado o índice de relevância de diagnósticos de
enfermagem nos pacientes que são submetidos a tratamento de hemodiálise.
Fundamentando a atual pesquisa, foram listados os diagnósticos de perfusão
tissular periférica ineficaz, débito cardíaco diminuído e risco de perfusão tissular
cerebral ineficaz31.
Devido a todas essas alterações, a equipe de hemodiálise, necessita um
atendimento de qualidade e preparado para agir nas intercorrências que podem
ocorrer durante o tratamento. As intervenções devem ser planejadas e o paciente
deve ser instruído sobre os possíveis sintomas durante o tratamento para ficar em
alerta e poder informar quando houver alguma alteração25.
24
6 CONCLUSÃO
25
A maioria dos idosos eram homens, brancos e urbanos. A maioria da
população do estudo apresentaram deficit cognitivo, que sugeriu um indício de efeito
momentâneo da hemodiálise. Não houve relevancia quanto ao tempo de
tratamento, sugerindo que não há efeitos de longo prazo no estado cognitivo dos
idosos relacionado a hemodiálise. Quanto a idade ocorreu o aumento de 62% na
chance de déficit cognitivo para cada aumento de um ano de idade, não sendo um
efeito cumulativo. Alem disso, todos os idosos com 80 anos ou mais apresentaram
defict cognitivo, assim como, 100% da população de origem rural. Acreditamos que
estes dados poderão contribuir com a equipe interdisciplinar da hemodiálise, para
atender de forma sistemática os pacientes idosos e suas peculiaridades.
26
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24- Schilipak MG, Fried. L. The presence of frailty in elderly persons with chronic renal insufficiency. Am J Kidney Dis. 2004;43(5):861-7.
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26- Silva MS, Marini TSO, Silva CFB. Enfermagem e suas intervenções nas principais complicações ocorridas durante a sessão de hemodiálise. Rev Enferm Saúde Coletiva. 2016;1(2):45-60.
27- Valentim B, Pereira A, Coelho P, Pereira T. Estudo da sístole elétrica ventricular nos insuficientes renais crônicos hemodialisados. Arq Bras Cardiol. 2013;100(3):261-8. http://dx.doi.org/10.5935/abc.20130063.
28- Buemi M, Coppolino G, Bolignano D, Sturiale A, Campo S, Buemi A, et al. Arrhythmias and hemodialysis: role of potassium and new diagnostic tools. Ren Fail. 2009;31(1):75-80. doi: 10.1080/08860220802546495.
29- Dutra MC, Uliano EJM, Machado DFGP, Martins T, Schuelter-Trevisol F, Trevisol DJ. Avaliação da função renal em idosos: um estudo de base populacional. J Bras Nefrol. 2014;36(3):297-303.
30- Souza JAG, Iglesias ACRG. Trauma no idoso. Rev Assoc Med Bras. 2002;48(1): 79-86. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42302002000100037.
31- Lemes MMDD, Bachion MM. Enfermeiros atuantes em hemodiálise indicam diagnósticos de enfermagem relevantes na prática clínica. Acta Paul Enferm. 2016;29(2):185-90. http://dx.doi.org/10.1590/1982-0194201600026.
30
APÊNDICEAPÊNDICE
31
TERMO DE CONSENTIMENTO - PÓS-INFORMADO
Eu,......................................................................................, RG...................................,
Concordo em participar como voluntário(a) na pesquisa: O estado mental dos idosos em hemodiálise no serviço de nefrologia de um Hospital Escola , respondendo , além dos questionários, a uma anamnese e a um exame físico geral
sob a responsabilidade de participante. Declaro que fui satisfatoriamente informado
sobre os objetivos, riscos e benefícios da pesquisa; que terei minha identidade
preservada e autorizo a utilização dos dados em imprensa e eventos científicos; que
poderei consultar os pesquisadores, em qualquer momento, para esclarecer
dúvidas. Minha participação é voluntária e poderei desistir a qualquer momento, sem
que seja penalizado por isto e não perderei benefícios que possuía antes de entrar
na pesquisa. Em caso de qualquer dúvida poderei também contatar a orientadora
responsável, Profª Drª Rita de Cássia Helú Mendonça Ribeiro pelo telefone (17)
32015716 ou ramal 5716, ou o Comitê de Ética em Pesquisa, da FAMERP, pelo
telefone (17) 32015813 ou ramal 5813.
Assim, consinto em participar desse estudo.
__________________________________________________
Orientadora: Profª Drª Rita de Cássia Helú Mendonça Ribeiro
Pesquisador: Gabriela Finotti Pires
Participante:
32
ANEXOSANEXO I
INSTRUMENTO DE CARACTERIZAÇÃO DE DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS, ECONÔMICOS E CLINICOS.
33
Data de Nascimento: _____ / _____/ _______
Idade: ________________________
1) Sexo: (1) Masculino (2) Feminino
2) Cor: (1) Branca (2) Negra
(3)Amarela (99) Outro: _________________________
3) Procedência: Zona: (1) Urbana (2) Rural
Endereço:___________________________________________________________
Cidade:____________________ Estado: _________País:_____________________
4) Estado Civil: (1) Solteiro (2) Casado (3)
Amasiado
(4) Viúvo (5) Divorciado (99) Outros:
5) Escolaridade:
(1) Analfabeto (2) 1 a 4 anos de estudo
(3) 5 a 8 anos de estudo (4) > 8 anos
6) Ocupação:
(1) Aposentado com outra ocupação (2) Aposentado sem outra ocupação
(3) Trabalhos domésticos (4) Trabalho fora do domicílio
7) Procedência da Renda:
(1) Trabalho (2) Aposentadoria por tempo
(3) Aposentadoria por doença (4) Auxílio doença
(5) Pensão (6) Doações
(7) Ajuda familiares (8) Outros: _____________________________
8) Com quem vive: (1) Sozinho (2) Esposa (3) família
(4) acompanhante particular (5) asilado (6) casa de outra pessoa
9) Tipo de moradia: (1) Própria (2) Financiada (3) Alugada (4)
Cedida (5) Alvenaria (6) Apartamento (9)Outros:___________________
34
10) Religião: (1) Católica (2) Evangélica (3) Espírita (4) Budista (5) Outras_______
11)Atividades sociais Sim [ ] Não [ ]
Quais?__________________
12) Tem HA? ( )Sim? Quanto Tempo?_____ Qual tratamento_________( ) Não
13) DM? ( )Sim? Quanto Tempo?_______ Qual tratamento____________( ) Não
14) DRC? ( )Sim .Quanto Tempo?_______Qual tratamento_____________ ( ) Não
ANEXO II
MINI EXAME DO ESTADO MENTAL
35
Orientação Temporal Espacial – questão 1.a até 2.f pontuando 1 para cada
resposta correta, máximo de 10 pontos.
Registros – questão 3, pontuação máxima de 3 pontos.
Atenção e cálculo – Questão 4, pontuação máxima 5 pontos.
Lembrança ou memória de evocação – 5, pontuação máxima 3 pontos.
Linguagem – questão 6 até questão 11, pontuação máxima 9 pontos.
Identificação do cliente
Nome:____________________________________________________________
Data de nascimento/idade: ______ Sexo:______________
Escolaridade: Analfabeto ( ) 0 à 3 anos ( ) 4 à 8 anos ( ) mais de 8 anos ( )
Avaliação em: ____/____/____ Avaliador: ____________________.
Orientação Temporal Espacial
1.Qual é o (a) Dia da semana?Dia do mês?Mês?Ano?Hora aproximada?
11111
2.Onde estamos?Local?Instituição (casa, rua)?Bairro?Cidade?Estado?
11111
Registros
3.Mencione 3 palavras levando 1 segundo para cada uma. Peça ao paciente para repetir as 3 palavras que você mencionou. Estabeleça um ponto para cada resposta correta.-Vaso, carro, tijolo
3
36
Atenção e cálculo
4. Sete seriado (100-7=93-7=86-7=79-7=72-7=65).Estabeleça um ponto para cada resposta correta.Interrompa a cada cinco respostas. Ou soletrar a palavra MUNDO de trás para frente. ________ 5
Lembranças (memória de evocação)
5. Pergunte o nome das 3 palavras aprendidos na questão
Estabeleça um ponto para cada resposta correta. ________ 3
Linguagem
6. Aponte para um lápis e um relógio. Faça o paciente dizer o nome desses objetos conforme você os aponta. _______ 2
7. Faça o paciente. Repetir “nem aqui, nem ali, nem lá”. ______ 1
8. Faça o paciente seguir o comando de 3 estágios.“Pegue o papel com a mão direita. Dobre o papel ao meio. Coloque o papel na mesa”. _____ 3
9. Faça o paciente ler e obedecer ao seguinte:FECHE OS OLHOS. _____ 1
10. Faça o paciente escrever uma frase de sua própria autoria. (A frase deve conter um sujeito e um objeto e fazer sentido). _____1
(Ignore erros de ortografia ao marcar o ponto)
11. Copie o desenho abaixo.
Estabeleça um ponto se todos os lados e ângulos forem preservados e se os lados da interseção formarem um quadrilátero. ________ 1
37
AVALIAÇÃO do escore obtido TOTAL DE PONTOS OBTIDOS ______
Pontos de corte – MEEM Brucki et al. (2003)
20 pontos para analfabetos
25 pontos para idosos com um a quatro anos de estudo
26,5 pontos para idosos com cinco a oito anos de estudo
28 pontos para aqueles com 9 a 11 anos de estudo
29 pontos para aqueles com mais de 11 anos de estudo.