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Programa de Educação Continuada a Distância Manual de Acidentes por Serpentes Peçonhentas Aluno: EAD - Educação a Distância Parceria entre Portal Educação e Sites Associados

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Programa de Educação Continuada a Distância

Manual de Acidentes por Serpentes Peçonhentas

Aluno:

EAD - Educação a Distância Parceria entre Portal Educação e Sites Associados

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Manual de

Acidentes por Serpentes Peçonhentas

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos na bibliografia consultada.

2 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores

SUMÁRIO

1. Mas afinal o que são animais peçonhentos?

2. Serpentes Peçonhentas (Acidentes ofídicos)

2.1 – Gênero Bothrops

2.2 - Gênero Lachesis

2.3 - Gênero Crotalus

2.4 - Gênero Micrurus

2.5 – Dicas para identificação de Serpentes Peçonhentas

2.6 - Estatísticas

2.7 – Prevenção

2.8 – Como proceder em caso de acidentes?

3. Outras Serpente Importantes

4. Telefones úteis

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1. Mas afinal, o que são animais peçonhentos?

Chamamos de peçonhentos, todos os animais que possuem veneno e a

capacidade de inoculá-lo, ou seja, injetá-lo no corpo de sua vítima, podendo inclusive

levar sua vitima à morte devido à ação de seu veneno. Dessa forma, existem animais que

são venenosos, mas não são peçonhentos, pois não conseguem injetar seu veneno nas

vítimas, como é o caso de algumas espécies de sapos.

De uma forma geral, quando falamos em animais peçonhentos diretamente

pensamos em serpentes. Neste manual, falaremos sobre as principais espécies de

serpentes peçonhentas do Brasil, conhecendo aspectos referentes à morfologia,

distribuição geográfica e medidas preventivas para evitar acidentes desta natureza.

2. Serpentes Peçonhentas

No mundo existem cerca de 3.000 espécies de serpentes, das quais 321 podem

ser encontradas no território brasileiro, sendo que entre estas, apenas 36 são

consideradas peçonhentas (Marques et al. 2001). O maior número de acidentes com

serpentes venenosas no Brasil envolve os gêneros Bothrops, Lachesis, Crotalus e

Micrurus

2.1 – Gênero Bothrops

Bothrops é um gênero de serpentes peçonhentas ocorrentes nas Américas Central

e do Sul. Membros deste gênero são os maiores responsáveis pelos acidentes ofídicos

em todo o continente americano.

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No Brasil não poderia ser diferente. A maior parte dos acidentes ofídicos ocorre

com espécies pertencentes ao gênero Bothrops, que reúne as espécies popularmente

conhecidas como “jararacas”, “cotiara”, “jararacuçu”, urutus e etc.

Trata-se de um gênero de ampla ocorrência em território brasileiro, com espécies

apresentando hábitos variados, tendo inclusive a capacidade de subirem em árvores para

capturar suas presas. Entre as espécies pertencentes ao gênero Bothrops estão: B.

jararaca, B. jararacussu e B. alternatus.

2.1.1 – Bothrops jararaca WIED, 1824 “jararaca”, “jararaca-da-mata”

Espécie ocorrente nas regiões Nordeste (BA), Sudeste (MG, ES, RJ e SP), Centro-

Oeste (MS) e Sul (PR, SC e RS) (Figura 1). Ativa durante a noite, apresentando em média

entre 100 e 200 gramas, com indivíduos adultos podendo chegar a um metro de

comprimento. Seu comportamento de defesa inclui dar botes e se enrolar escondendo a

cabeça entre seu corpo (Marques et al. 2001).

Possui uma coloração variada, apresentando ao longo de seu corpo pequenas

manchas, de forma semelhante à letra “V” de forma invertida (Figura 1).

Figura 1: Mapa de ocorrência (esquerda) e imagem de Bothrops jararaca. Fonte:

Adaptado de FUNASA (2001).

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores

Pode ocorrer tanto no ambiente rural como em centros urbanos. Habitualmente,

alimenta-se de pequenos roedores, sendo que geralmente terrenos baldios e junção de

entulhos em pátios podem contribuir para a ocorrência de roedores e conseqüentemente

destas serpentes.

É a espécie de serpente que mais causa acidentes ofídicos, sendo que geralmente

ataca quando se sente muito acuada, já que na maior parte das vezes procura se afastar

quando uma pessoa se aproxima.

Além do Brasil, esta espécie também é encontrada na região nordeste do Paraguai

e nordeste da Argentina, na província de Misiones.

2.1.2 – Bothrops jararacussu LACERDA, 1884 “jararacuçu”

Espécie ocorrente nas regiões Centro-Oeste (MS), Sudeste (MG, ES, RJ e SP) e

Sul (PR e SC) (Figura 2). Ativa tanto durante o dia quanto durante a noite, pesando mais

que 250 gramas, com indivíduos adultos chegando algumas vezes a atingir dois metros

de comprimento. Seu comportamento de defesa inclui a vibração da cauda, além de dar

repetidos botes.

Alimenta-se de pequeno vertebrados como ratos e sapos. Possui uma coloração

variada, desde tons páleos até tons mais escuros. Apresenta manchas em seu corpo, que

lembram, àquelas observadas em B. jararaca (Figura 2).

A espécie apresenta dimorfismo sexual, já que as fêmeas apresentam maiores

tamanhos médios que os machos, além de diferentes padrões de coloração, sendo ela

amarelada e ele cinza (Wikipédia, 2008). Outro aspecto que chama a atenção é a

quantidade considerável de veneno que são capazes de injetar. Os adultos alimentam-se

de roedores pequenos, enquanto que os mais jovens têm nos pequenos lagartos e

anfíbios seu prato principal. A ninhada geralmente se dá no início da estação chuvosa (16

a 20 filhotes).

Além do Brasil, esta espécie também é encontrada no Paraguai, sudeste da Bolívia

e nordeste da Argentina, na província de Misiones.

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Figura 2: Mapa de ocorrência (esquerda) e imagem de Bothrops jararacussu. Fonte:

Adaptado de FUNASA (2001).

2.1.3 – Bothrops alternatus DUMÉRIL & BIBRON, 1854 “urutu”, “cruzeira”

Espécie ocorrente nas regiões Centro-Oeste (GO, MS), Sudeste (MG, SP) e Sul

(PR, SC, RS) (Figura 3). Assim como a grande maioria das espécies pertencentes ao

gênero Bothrops, B. alternatus apresenta hábitos diurno e noturno. Existem muitos relatos

de indivíduos observados que apresentavam mais de 2 m de comprimento, embora o

maior registro comprovadamente efetuado fora 169 cm (Wikipedia, 2008).

O padrão de marcas característico torna esta espécie facilmente identificável. Os

indivíduos que ocorrem no Brasil apresentam uma coloração escura com uma espécie de

“V” invertido ao longo de todo o corpo, sendo estas marcas delimitadas por uma pequena

listra branca (Figura 3).

Pouco se conhece acerca da biologia reprodutiva desta espécie na natureza.

Registros de indivíduos em cativeiro reportam o nascimento de 3 a 12 filhotes por

ninhada.

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Figura 3: Mapa de ocorrência (esquerda) e imagem de Bothrops alternatus. Fonte:

Adaptado de FUNASA (2001).

2.1.4 – Ação e Sintomas do veneno das jararacas nas vítimas

O veneno das jararacas possui ação proteolítica (edema local), hemorrágica e

coagulante. Os principais sintomas observados nas vítimas são além da dor, inchaço no

local da picada (edema), formação de bolhas (processo conhecido como equimose) e

necrose celular. Em casos extremas, pode ocorrer o óbito causado por insuficiência renal.

Além disso, secundariamente podem ocorrer infecções ocasionadas pelas bactérias que

habitam a boca das jararacas.

Nas figuras a seguir podemos observar os efeitos de acidentes envolvendo

espécies pertencentes ao gênero Bothrops (Figuras 4, 5, 6 e 7).

Cabe ainda ressaltar que existe uma diferença entre a ação do veneno dos filhotes

e dos indivíduos adultos. No primeiro caso observa-se uma ação anti-coagulante

enquanto que para os adultos, a ação mais comum é a lesão tecidual (proteolítica).

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Figura 4: Sangramento no local da picada, já apresentando edema (Fonte IBAMA).

Figura 5: Vítima de acidente botrópico já apresentando sinais de equimose (formação de

bolhas) no braço direito (Fonte IBAMA).

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Figura 6: Vítima de acidente botrópico mostrando leve edema na mão direita.

Figura 7: Vítima de acidente botrópico apresentando necrose muscular extensa e

exposição óssea (Fonte IBAMA).

2.1.5 – Classificação dos acidentes botrópicos quanto à gravidade e soroterapia

recomendada

A seguir veremos os procedimentos recomendados de acordo com as

manifestações dos sintomas após a ocorrência do acidente botrópico (Tabela 1),

salientando ainda que é sempre necessário buscar auxílio médico o quanto antes

possível.

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Tabela 1: Classificação dos acidentes botrópicos quanto à gravidade e soroterapia

recomendada

2.2 – Gênero Lachesis

Lachesis é um gênero de serpentes peçonhentas ocorrentes na América Central e

América do Sul. Este gênero é formado por três espécies, das quais apenas Lachesis

muta é encontrada no território brasileiro. Esta espécie está representada no Brasil por

duas subespécies:

Lachesis muta muta – Amazônia e América Central

Lachesis muta rhombeata – Mata Atlântica (RN até RJ)

Sua ocorrência abrange áreas florestais da Amazônia, Mata Atlântica e enclaves de

Matas Úmidas no Nordeste do Brasil. Ocorre em áreas adjacentes a campos e clareiras,

onde a freqüência de roedores é maior.

São popularmente conhecidas como surucucu pico-de-jaca, surucucu, malha-de-

fogo e ainda surucutinga. Em especial, a maior parte dos acidentes envolvendo serpentes

do tem sido observada na região norte do Brasil.

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2.2.1 – Lachesis muta LINNAEUS, 1766 “surucucu”, “surucucu pico-de-jaca”, “surucutinga”

Espécie ocorrente nas regiões Norte (AC, AM, AM, PA, RR, RO, TO), Centro-Oeste

(MT), Nordeste (CE, PE, AL, SE, BA) e Sudeste (MG, RJ). Trata-se da maior serpente

peçonhenta do continente Americano, podendo atingir até 3,5 m de comprimento.

Esta espécie é ativa preferencialmente durante a noite. Trata-se de uma serpente

que habita áreas florestais, o que torna rara a possibilidade de que seja avistada

(Marques et al. 2001). Além disso, sua região natural de ocorrência possui baixa

densidade de habitantes por km2 (Amazônia).

Seu padrão de coloração, alternando manchas amarelas e pretas permite sua fácil

distinção (Figura 8).

Figura 8: Mapa de ocorrência (esquerda) e imagem de Lachesis muta. Fonte: Adaptado

de FUNASA (2001).

Sua alimentação, assim como para a maior parte das serpentes, inclui pequenos

roedores e marsupiais. Durante o ataque, costuma dar o bote repetidas vezes e em casos

extremos, para defesa, seu bote pode incluir também cabeçadas (Marques et al. 2001).

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Possui dentição solenóglifa, com dentes anteriores ocos. Quando se sente acuada

costuma vibrar a cauda repetidas vezes e esta geralmente corresponde a menos de 15%

do comprimento de seu corpo.

2.2.2 – Ação e Sintomas do veneno de surucucu nas vítimas

Alguns autores sugerem que esta espécie produz uma grande quantidade de

veneno, considerado fraco quando comparado com o veneno de outras espécies. Ainda

assim, para outros autores, não existe acurácia para que maiores conclusões acerca da

intensidade do veneno possam ser obtidas.

Quando picado por uma surucucu, a vítima apresenta diminuição na pressão

arterial, diminuição da freqüência cardíaca, alteração da visão, inchaço e dor no local da

picada, sangramentos na urina, gengiva e pele, diarréia, vômito e em casos mais

extremos insuficiência renal.

A espécie possui veneno de ação neurotóxica, com elevado potencial de letalidade.

O soro que deve ser utilizado em caso de picada é o SAL/SABL – soro antilaquésico ou o

antibotrópico-laquésico.

A seguir veremos algumas figuras ilustrando os efeitos de acidentes envolvendo

surucucus (Figuras 9 e 10).

Figura 9: Vítima já apresentando necrose tecidual (Fonte IBAMA).

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Figura 10: Índio amazônico mostrando amputação de dedos dos pés e necrose tecidual

na perna direita após acidente ofídico envolvendo surucucu (Fonte IBAMA).

2.3 – Gênero Crotalus

Crotalus é um gênero de serpentes peçonhentas pertencentes â família Viperidae.

O gênero reúne espécies terrestres, com bote veloz que em média atinge

aproximadamente um terço do corpo do animal.

Estima-se que este gênero seja composto por mais de 30 espécies. Um aspecto

interessante sobre as cascavéis é que estas não se desprendem totalmente de sua pele

antiga: a cada troca de pele, um pequeno pedaço permanece enrolado na ponta da

cauda, como se fosse um anel. À medida que os anos vão passando, estes pequeno

pedaços ressecados de pele formam o que conhecemos por guizos, que emitem um

barulho bem característico, quando o animal está vibrando a cauda.

Erroneamente estima-se a idade da cobra pelo número de anéis em seu chocalho.

Na verdade este número representa quantas vezes aquele indivíduo trocou de pele. O

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som emitido pelo guizo tem como principal função advertir a presença da cascavel e

dessa forma afugentar possíveis predadores.

A espécie que apresenta maior distribuição geográfica é Crotalus durisseus, única

representante do gênero no Brasil.

2.3.1 – Crotalus durissus LINNAEUS, 1758 “cascavel”, “cascavel-de-quatro-ventas”, “boicininga”, “maracabóia”, “boiquira”

Crotalus durissus é encontrada desde o México até a Argentina. Os machos

atingem em média aproximadamente 1,5 m de comprimento, apresentando as fêmeas

geralmente um porte menor.

Sua coloração é marcada por losangos escuros, dispostos verticalmente,

margeados por uma tonalidade mais clara. O dorso da cauda é de cor escura

apresentando pequenas barras de mesmo tom, dispostas na vertical. O ventre é mais

claro (Figura 11).

Com excessão da Floresta Amazônica (embora em áreas abertas sua presença já

tenha sido verificada) ocorre em praticamente em todo o território brasileiro, excetuando

ainda a Zona da Mata e regiões litorâneas. Segundo Marques et al. (2001), a presença da

cascavel em áreas de Mata Atlântica deve-se principalmente ao desmatamento, uma vez

que trata-se de uma espécies de locais secos e de clima quente.

Habitualmente, indivíduos de Crotalus durissus não têm o ataque como hábito,

sendo que o fato de balançar a cauda é justamente uma estratégia para evitar o

confronto, que seja com um possível predador, quer seja com o ser humano. Os

indivíduos adultos se alimentam de pequenos mamíferos e aves, enquanto que os jovens

preferencialmente se alimentam de lagartos.

Esta serpente é responsável por aproximadamente 10% dos acidentes ofídicos

devidamente registrados para o Brasil (FUNASA, 2001).

Esta espécie está representada no Brasil por cinco subespécies. A seguir são

listadas as subespécies e suas respectivas regiões de ocorrência no Brasil.

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• Crotalus durissus terrificus – se distribui pelo Sul do Brasil, chegando em casos

extremos até o MT, AM, RO e PA.

• Crotalus durissus cascavella – serpente encontrada em áreas de caatinga,

podendo atingir comprimento superior a 1,6 m.

• Crotalus durissus collilineatus – ocorrente nos estados de SP, MS, MT, MG, DF e

GO.

• Crotalus durissus ruruima – encontrada no estado de RR, ocorrente em áreas de

savana. Sobre esta variedade, chama a atenção o fato de que os soros

anticrotálicos comerciais não são capazes de neutralizar a ação de seu veneno.

• Crotalus durissus marajoensis – trata-se da sub-espécie menos conhecida,

ocorrendo somente na Ilha de Marajó/PA, em áreas abertas.

Figura 11: Crotalus durissus, chamando a atenção para o padrão de coloração (A) e para

a cauda, mostrando o guizo ou chocalho (B). Fonte: Adaptado de FUNASA (2001).

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2.3.2 – Ação e Sintomas do veneno das cascavéis nas vítimas

O veneno da Cascavel tem ação proteolítica, causando um edema no local da

picada. Além disso, a vítima pode apresentar visão dupla e aspecto de sonolência (Ptose

palpebral e face miastênica), língua prostrada (para fora da boca), a urina pode

apresentar coloração escura e apresentar diminuição e até paralisação total de sua

produção, o que pode ser indicativo de insuficiência renal de caráter agudo.

Além disso, o veneno da cascavel possui cerca de 60% de uma proteína chamada

de crotoxina. Esta proteína quando entra no corpo da vítima inibe gradualmente a

movimentação muscular, e caso não haja tratamento adequado em tempo hábil (máximo

6 horas após a picada) a vítima pode parar de respirar.

Nas figuras a seguir podemos observar os efeitos de acidentes envolvendo

Crotalus durissus (Figuras 12 e 13).

Figura 12: Indivíduo apresentando ptose palpebral (A) e face miastênica (B) após acidente

ofídico envolvendo Crotalus durissus. Fonte: IBAMA.

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Figura 13: Vítima de acidente crotálico apresentando leve edema na mão direita (Fonte:

IBAMA).

2.4 – Gênero Micrurus

No continente americano a família Elapidae está formada por 61 espécies, das

quais 57 pertencem ao gênero Micrurus (Serafim et al., 2007). Este gênero distribui-se

desde o sul dos Estados Unidos até a Argentina (Melgarejo, 2003). No Brasil até o

presente momento foram registradas 22 espécies pertencentes à família Elapidae.

O gênero Micrurus compreende 18 espécies, apresentando porte de pequeno a

médio, com indivíduos me geral não ultrapassando 1 metro de comprimento.

Caracteristicamente apresentam ao longo do corpo anéis vermelhos, pretos e brancos em

combinações variadas. Na Amazônia e limites, já foram encontradas corais de cor

marrom-escura, apresentado em seu ventre manchas avermelhadas.

No gênero Micrurus observa-se dois grupos distintos, separados pelo padrão de

distribuição dos anéis bem como por características morfológicas (Serafim et al., 2007).

Entre as espécies ocorrentes no território brasileiro, a maior parte dos acidentes

envolvendo o gênero Micrurus é verificada para Micrurus corallinus e Micrurus frontalis.

18 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores

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2.4.1. Micrurus corallinus MERREM, 1820

“cobra-coral”, “coral-verdadeira”, “ibiboboca”, “boicorá”

Micrurus corallinus é uma espécie ocorrente nas regiões Centro-Oeste (MS),

Sudeste (MG, ES, RJ, SP) e Sul (PR, SC, RS) do Brasil. Trata-se de uma espécie com

hábitos diurnos, com comprimento variando entre 50 centímetros e 1 metro. Trata-se de

uma serpente comum, com grandes chances de visualização.

Sua coloração é marcada por anéis pretos margeados por anéis brancos de menor

espessura, e também por vermelho marcante entre os anéis (Figura 14).

Trata-se de uma serpente pouco agressiva que somente ataca quando se sentir

acuada. Apresenta como estratégia de defesa, o hábito de enrolar-se para esconder a

cabeça, pode mudar repentinamente de postura e dificilmente se arma para dar o bote

(Marques et al. 2001). Possui cauda curta, que corresponde em média a 15% de seu

comprimento total.

Caracteristicamente vive no solo, escondendo-se sob a serapilheira, habitando

buracos e ocos em troncos caídos e árvores, preferencialmente em ambientes florestais e

próximas a cursos d’água.

Figura 14: Mapa de ocorrência e imagem de Micrurus corallinus. Fonte: Adaptado de

FUNASA (2001).

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Um aspecto que chama a atenção sobre as cobras-corais é que estas possuem

dentição proteróglifa, ou seja, está situada na porção anterior da boca (Figura 15). Isso

significa que ao invés de picar esta espécie morde suas presas, sendo o mesmo

verdadeiro para Micrurus frontalis.

Figura 15: Detalhe de cabeça mostrando serpente com dentição proteróglifa, indicando

com a seta dentição por onde o veneno é injetado nas vítimas.

2.4.2 – Micrurus frontalis BIBRON & DUMÉRIL, 1854

“cobra-coral”, “coral”, “boicorá”

Micrurus frontalis é uma espécie que no Brasil é encontrada nas regiões Norte (sul

de TO), Centro-Oeste (MT, MS, GO, DF), Nordeste (Oeste da BA), Sudeste (MG, SP, RJ),

e Sul (PR, SC, RS). Trata-se de uma espécie com hábitos diurnos, sendo encontrada

principalmente em áreas abertas, como campo e cerrados.

Sua coloração é marcada por anéis brancos, ladeados por anéis pretos de mesma

espessura, sendo que entre estes se observa também um vermelho marcante,

característico das serpentes popularmente conhecidas como corais (Figura 16).

Trata-se de uma serpente pouco agressiva, sendo que a maior parte dos acidentes

envolvendo esta espécie ocorrem quando se tenta manuseá-la, em geral por pessoas

sem experiência. Da mesma forma que Micrurus corallinus sua dentição é proteróglifa

(Figura 15), o que faz com que tenha que morder suas vítimas ao invés de picá-las.

20 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores

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Figura 16: Mapa de ocorrência e imagem de Micrurus frontalis. Fonte: Adaptado de

FUNASA (2001).

O comportamento desta espécie chama a atenção pelo fato de que quando

molestada, instintivamente enrola-se e esconde a sua cabeça, levantando e enrolando a

cauda para distrair quem a ameaça, passando a impressão que sua cabeça que realiza

tal movimento.

Espécie de hábito subterrâneo, sendo encontrada também entre o folhiço,

habitando troncos em estado de decomposição, sendo observada também entre pedras e

raízes.

Em todo o território brasileiro ocorrem serpentes não-peçonhentas que apresentam

padrão de coloração similar ao das corais verdadeiras, porem estas espécies não

apresentam dentes inoculadores. Também é possível, em alguns casos, diferenciá-las

pela configuração dos anéis, que nas falsas-corais não envolvem a circunferência

corporal de forma completa.

21 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores

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2.4.3 - Ação e Sintomas do veneno das corais nas vítimas

Caracteristicamente observa-se que no local onde ocorreu a picada não se observa

nenhuma alteração acentuada. As vítimas em geral apresentam visão-dupla ou borrada,

aspecto sonolento (face miastênica) e pálpebras caídas. Em casos extremos pode se

observar nas vítimas insuficiência respiratória e salivação.

O soro antiofídico utilizado em caso de acidentes envolvendo corais verdadeiras é

o soro antielapídico.

Nas figuras a seguir podemos observar os efeitos de acidentes envolvendo vítimas

de acidentes com cobras corais (Figuras 17 e 18).

Figura 17: Indivíduos picados por cobra-coral apresentando face miastênica. Fonte

IBAMA.

Figura 18: Indivíduo apresentando pequeno edema no local de ocorrência de acidente

ofídico envolvendo Micrurus corallinus. Fonte: IBAMA.

22 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores

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Existem ainda outras espécies de serpentes peçonhentas pertencentes ao gênero

Micrurus com as quais se observam acidentes ofídicos (Figura 19).

Figura 19: Outras espécies de cobra coral com as quais se verificam acidentes ofídicos:

A) Micrurus leminiscatus; B) Micrurus spixii e C) Micrurus ibiboboca. Fonte: Adaptado de

FUNASA (2001).

2.5 – Dicas para a identificação de Serpentes Peçonhentas

As Serpentes Peçonhentas apresentam algumas características que permitem que

sejam até de certa forma, facilmente distinguidas das espécies não-peçonhentas.

Veremos a seguir quais características são estas:

a) Fosseta Loreal A fosseta loreal é um órgão é um órgão termorreceptor, se caracterizando como

um pequeno orifício entre a narina e os olhos das serpentes peçonhentas (Figura 20). A

presença desta estrutura indica seguramente que trata-se de uma serpente peçonhenta,

sendo observada nos gêneros Bothrops, Lachesis e Crotalus.

23 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores

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Figura 20: Seta indicando a fosseta loreal em uma serpente pertencente ao gênero

Bothrops.

b) Cauda

De uma forma geral, observa-se que nas serpentes peçonhentas o afilamento da

cauda ocorre de maneira abrupta ao contrário das serpentes não-peçonhentas, cuja

cauda possui um padrão gradual de afilamento.

Através da cauda, é possível ainda fazer a distinção entre os três principais

gêneros de serpentes peçonhentas, como veremos na figura a seguir (Figura 21).

Figura 21: Distinção entre o formato da cauda nos três principais gêneros de serpentes

peçonhentas do Brasil: Bothrops (jararacas), Crotalus (cascavéis) e Lachesis (surucucus).

24 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores

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c) Outras dicas importantes

Serpentes peçonhentas possuem a cabeça de forma triangular, bem destacada do

corpo, o que não acontece com as serpentes inofensivas.

Serpentes não peçonhentas possuem pupilas grandes e arredondadas. Já as

serpentes venenosas possuem olhos pequenos e pupilas em forma de fenda.

A cobra-coral (Micrurus spp.), apesar de ser uma serpente peçonhenta, possui

todas as características de uma serpente não-peçonhenta, como ausência de fosseta

loreal e pupila em forma de fenda. Entretanto, seu típico padrão de coloração permite sua

fácil identificação, como podemos observar na figura a seguir (Figura 22).

Figura 22: Cobra-coral, apresentando típico padrão de listras ao longo do corpo.

2.6 – Estatísticas Estima-se que anualmente sejam notificados aproximadamente 100.000 casos de

acidentes ofídicos no Brasil (Brasil, 2001). Entre as regiões brasileiras, o maior coeficiente

de incidência é verificado para a região Centro-Oeste, conforme se observa na tabela a

seguir (Tabela 1):

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Tabela 1: Coeficiente de ocorrência de acidentes com serpentes peçonhentas (por

100.000 habitantes), de 1990 a 1993*.

Região 1990 1991 1992 1993

Brasil 13,78 13,30 14,08 13,94

Norte 24,44 23,23 23,77 25,89

Nordeste 6,77 6,71 6,23 7,65

Centro-Oeste 34,75 28,36 37,98 32,13

Sudeste 13,15 13,24 12,92 12,34

Sul 15,35 15,11 17,52 16,83 * Dados mais atualizados disponibilizados pela FUNASA (2001).

Ainda assim, levando em conta o tamanho das populações nas diferentes regiões

do Brasil, verifica-se que o maior número exato de acidentes ofídicos ocorre na região

Sudeste, que por sua vez é a região mais populosa do país (Figura 23).

Figura 23: Participação de cada região no percentual total de acidentes ofídicos

verificados no Brasil. Fonte: FUNASA (2001).

De uma forma geral, cerca de 80% das picadas promovidas por serpentes

peçonhentas em seres-humanos, atinge os pés e pernas abaixo dos joelhos, enquanto

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que o restante concentra-se nos braços e mãos. De uma forma geral, verifica-se que

justamente em meses nos quais se observa um aumento nas atividades humanas

relacionadas com o campo. Isso faz com que nas regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste a

maior concentração de acidentes ofídicos se observe entre os meses de setembro a

março, enquanto que no nordeste os acidentes aumentam entre janeiro e maio e na

região norte ocorrem de forma uniforme ao longo do ano (Funasa, 2001).

Cerca de 70% dos acidentes envolvendo serpentes peçonhentas, ocorre com o

gênero Bothrops, ou seja, as serpentes popularmente conhecidas como jararacas.

Poucos são os casos em que uma picada de cobra pode levar ao óbito do atingido.

No período entre os anos de 1990 e 1993, o percentual de mortes envolvendo pessoas

picadas por serpentes peçonhentas foi inferior a 1%. Entretanto, chama a atenção o fato

de que o maior índice de óbitos fora observado para os acidentes envolvendo cascavéis

(Crotalus). Na maior parte dos óbitos, entre a ocorrência da picada e o atendimento

decorreram mais de 6 horas.

2.7 – Prevenindo acidentes com Serpentes Peçonhentas

Como bem sabemos, a maior parte dos acidentes ofídicos ocorre em áreas rurais.

Embora poucas pessoas saibam disso, nem mesmo os proprietários rurais, conforme

estabelecido na Norma Reguladora Rural n° 4, todo funcionário rural tem direito a receber

proteção para as pernas, braços, mãos e pés, sendo dever do empregador oferecer tais

equipamentos gratuitamente para os seus empregados.

Existem alguns cuidados que devem ser tomados e que podem contribuir

significativamente para a redução de acidentes envolvendo serpentes peçonhentas:

Utilize somente botas de cano longo ou senão botinas

protegendo as pernas com perneiras. Luvas de raspa devem

proteger as mãos e mangas de proteção devem proteger os

braços (Figura 24);

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Figura 24: Ilustração sobre equipamentos de proteção

adequados para o trabalho em zonas rurais. Fonte: FUNASA

(2001).

Segundo dados disponibilizados pela FUNASA (2001), como a

maior parte dos acidentes ofídicos ocorrem nas pernas, o uso de

botas pode reduzir até 80% destes acidentes. Para se ter idéia,

o uso de sapatos já promove redução estimada em 30% no

número de acidentes. Manter o entorno da residência sempre

limpo, sem entulhos, por exemplo, contribui para evitar a

presença de serpentes nos arredores das moradias, uma vez

que evitam a aproximação de ratos, a alimentação preferida das

serpentes.

Antes de remexer qualquer monte de folhas em algum buraco,

entre pedras, ocos situados em troncos, devemos sempre utilizar

o pedaço de madeira ou graveto antes de qualquer

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procedimento, o que contribui muito para evitar acidentes (Figura

25).

Figura 25: Antes de mexer em qualquer lugar, “cutuque” com um galho antes. (Fonte:

FUNASA (2001).

Frestas sob portas, vãos em janelas e principalmente em muros

devem sempre ser tapados.

Jamais tente manusear uma serpente se você não tiver prática.

Devemos sempre entender que as serpentes desempenham

importante papel no equilíbrio dos ecossistemas. Por isso,

jamais agrida uma serpente se esta não estiver realmente

incomodando. Caso você esteja no campo e encontrar alguma

serpente, procure não fazer nada, pois a tendência é que ela

siga os eu caminha naturalmente.

2.8 – Como proceder em caso de acidente envolvendo uma serpente peçonhenta

Mesmo sendo uma pessoa prevenida e tendo tomado todos os cuidados

necessários para se evitar qualquer acidente ofídico, acidentes podem acontecer. Em

caso da ocorrência de um acidente envolvendo serpentes peçonhentas, devem-se tomar

os seguintes cuidados:

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Jamais amarre a perna ou braço onde ocorreu a picada.

Embora muito difundido popularmente, o torniquete (conhecido

também como garrote) dificulta a circulação, o que por sua vez

pode ocasionar necrose ou gangrena e mesmo assim, não

impede de maneira alguma que o veneno seja absorvido (Figura

26).

Figura 26: Embora a prática do torniquete seja muito difundida, não é aconselhável que se

efetua tal procedimento em caso de acidente ofídico. Fonte: FUNASA (2001).

Algumas pessoas acreditam que realizar pequenos cortes no

entorno da região atingida durante a picada, poderá fazer com

que o veneno seja retirado. Na verdade, estes cortes poderão

provocar em casos extremos até hemorragia e o veneno de

maneira alguma será eliminado através destes cortes (Figura

27).

Também de nada adiantará sugar o local da picada, uma vez

que é totalmente impossível retirar o veneno através de tal

procedimento. A sucção pode piorar o local da picada,

30 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados a seus respectivos autores

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promovendo aumento do edema.

Não coloque pó de café, querosene, terra ou qualquer outra

substância sobre o local da picada.

Figura 27: Realizar pequenos cortes no entorno do local da picada, não ameniza a ação

do veneno. Fonte IBAMA.

Não de nada para o acidentado beber. Apenas deixe-o em

repouso e mantenha a parte atingida o mais elevada possível.

Dessa forma, a circulação será menos intensa no local da picada

e quanto mais calma a vítima estiver, mais devagar o veneno irá

circular pelo seu corpo (Figura 28).

Figura 28: Mantenha o membro atingido pela picada o mais elevado possível. Fonte:

FUNASA (2001).

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Leve o acidentado o quanto antes para o Posto de Saúde mais

próximo do local do acidente. Caso você não tenha certeza qual

espécie picou o acidentado, uma alternativa seria levar a cobra

até o posto, de preferência morta, uma vez que o soro deve ser

específico para a espécie que o picou.

3. Outras serpentes importantes

Além das espécies que estudamos ao longo deste manual,

existem outras espécies que habitam matas, campos e florestas de

todo o Brasil e que apresentam riscos em caso de ocorrência de

acidente ofídico.

A seguir apresentamos algumas imagens (Figuras 29, 30, 31 e 32) destas espécies

e que podem auxiliar em sua correta identificação, quando necessário.

Figura 29: Bothrops moojeni (caiçaca), espécie ocorrente nos estados do MS, PR, SP.

GO, DF, MG, TO e MA. Fonte: FUNASA (2001).

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Figura 30: Bothrops atrox (caiçaca), espécie ocorrente nos estados do MT, AM, PA, MA,

AP, AC, RO e RR. Fonte: FUNASA (2001).

Figura 31: Bothrops erythromelas (jararaca da seca), espécie ocorrente especialmente em

áreas de Caatinga, nos estados do PI, CE, RN, PB, PE, SE, Al, BA e MG. Fonte: FUNASA

(2001).

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Figura 32: Bothrops neuwiedi (jararaca-pintada), espécie de ampla distribuição nas

regiões Sul, Sudeste, Nordeste, Centro-Oeste e na região Norte encontrada nos estados

do TO, PA, RO e AM. Fonte: FUNASA (2001).

4. Telefones Úteis

Como vimos o primeiro procedimento em caso de acidente ofídico

envolvendo serpentes peçonhentas, é conduzir a vítima até o Posto de Saúde ou Hospital

mais próximo. Maiores informações podem ser obtidas nos seguintes endereços (Fonte:

FUNASA (2001):

REGIÃO NORTE

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REGIÃO NORDESTE

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REGIÃO SUDESTE

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REGIÃO SUL

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REGIÃO CENTRO-OESTE

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Bibliografia Consultada FUNASA. 2001. Manual de Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais

Peçonhentos. Ministério da Saúde. 120 p.

IBAMA. Acidentes por serpentes peçonhentas (Disponível em: www.ibama.gov.br /

Acesso em 30/12/2008).

Marques, O. A. V.; Eterovic, A. & Sazima, I. 2001. Serpentes da Mata Atlântica: Guia

Ilustrado para a Serra do Mar. Ed. Holos. 185 p.

Serafim, H.; Peccinini-Seale, D. M. & Batistic, R. F. 2007. Estudo cariotípico de duas

serpentes brasileiras do gênero Micrurus (Ophidia, Elapidae). Biota Neotropica v. 7, n. 1

(http://www.biotaneotropica.org.br/v7n1/pt/abstract?article+bn01607012007).