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Essa carreira de ouro começou a ser lapidada quando ele era ainda muito jovem. Seu
espírito empreendedor começou a aflorar aos 13 anos, período em que estava na escola.
“Eu fui comprar roupas com minha mãe e percebi que a loja vizinha da qual ela comprava
— por ser uma loja da fábrica — tinha preços melhores.” Então, o atento Ricardo viu uma
pessoa comprando grandes quantidades de roupas, pagando com cheque para 30 dias e
perguntando: “O que eu não vender, eu posso trocar?”. Foi a partir daí que o instinto
roubou a cena. Ricardo foi procurar saber um pouco mais sobre isso e entendeu o
significado de venda em consignação. “Comprei e dei um cheque para 30 dias. Usei as
roupas na escola e isso despertou a curiosidade dos amigos. Peguei um saco e virei o
homem do saco preto, vendendo tudo que podia. Mas não deu certo por muito tempo
porque o diretor percebeu que eu usava a sala de estudos como meu showroom e
determinou que nada mais fosse comercializado”, lembra. No entanto, a aptidão
empresarial já corria em suas veias.
No auge dos seus 20 anos, em 1990, a experiência de homem do saco se repetiu. Ricardo
fazia dois cursos: Hotelaria e Administração, quando fez um acordo com um amigo que já
tinha cursado Administração. Ricardo resolveu comprar os livros dele, mas ele vendia
camisas muito boas. O amigo propôs que ele comprasse cinco camisas e, em troca, daria
os livros. Então Ricardo iniciou uma negociação. “Como as camisas eram muito boas,
comprei um saco e retomei minhas atividades de vendas, na faculdade”. E ficou com os
livros. Porém, Amaral parou o curso de Administração quando seu pai faleceu. Seguiu em
Hotelaria e fez carreira acadêmica.
Ricardo Amaral apostou e ganhou. Ele saiu de uma multinacional, que era a maiorcorporação que trabalhava com cruzeiros, e foi para uma empresa familiar que tinhadois navios. Saiu de lá muito bem sucedido financeiramente para uma empresa que abriudo zero, uma ‘start up’. Tudo isso deu certo. E tanta visão fez dele, que é professordoutor, o diretor geral da Royal Caribbean e presidente da Associação Brasileira deCruzeiros Marítimos. E estamos falando de um homem de apenas 40 anos.
Coragem para correr riscos
Na mitologia grega, existia um rei chamado Midas, detentor de um poder especial:
tudo que ele tocava virava ouro. Não há muito espaço para mitologias na carreira
de Ricardo Amaral e as coisas para ele não se resolvem num simples toque,
mas há muito do que se falar sobre a vontade, dedicação, percepção e trabalho do
administrador, também presidente da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos
(Abremar). Com passagens por grandes empresas do setor turístico, Ricardo, de apenas
40 anos de idade, metade deles dedicados ao mercado de cruzeiros, fez uma carreira de
ouro, movido principalmente pelo desafio. “Eu tenho um perfil bastante cinético. Se
fosse dar uma classificação, eu diria que sou multimídia. Faço várias atividades e gosto
de fazer essas várias atividades com começo, meio e fim”, esclarece ele, casado, pai de
um filho, num ensaio de autodefinição.
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