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CTCH Centro de Teologia e de Ciências Humanas
PUC RIO
Empreendedorismo Para Formadores
Mariceia Ribeiro Lima
Monografia apresentada ao Programa de Pós-
Graduação PUC-RIO, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de Especialização
em Educação Empreendedora.
Orientador: Rosemary Fernandes da Costa
Rio de Janeiro, 8 de Julho de 2017
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Mariceia Ribeiro Lima
Empreendedorismo para formadores
Rio de Janeiro, 8 de Julho de 2017
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Ficha Catalográfica
CDD: 370
Lima, Mariceia Ribeiro Empreendedorismo para formadores / Mariceia Ribeiro Lima ; orientador: Rosemary Fernandes da Costa. – 2017. 35 f. : il. ; 30 cm Curso em parceria com o Instituto Gênesis (PUC-Rio), através da plataforma do CCEAD (PUC-Rio). Com o patrocínio do Sebrae em parceria com o MEC. Trabalho de Conclusão de Curso (especialização)–Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação Empreendedora, 2017. Inclui bibliografia 1. Educação – TCC. 2. Educação empreendedora. 3. Formação de docentes. 4. Ensino fundamental. I. Costa, Rosemary Fernandes da. II. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Departamento de Educação. III. Título.
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Perfil do aluno
Mariceia Ribeiro Lima é Licenciada em
Pedagogia pela Universidade Federal do
Maranhão. É especialista em
Psicopedagogia, Especialista em
Atendimento Educacional Especializado,
Especialista em Educação à distância e
mestranda do Programa de Pós-Graduação
em Gestão do Ensino da Educação Básica
pela UFMA.
Atualmente é pedagoga do Instituto Federal
do Maranhão e Chefe do Departamento
Pedagógico. Atua na Educação Profissional e
no Ensino Superior.
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Dedicatória
Ao meu bom e amado pai, Antonio Ribeiro Lima (in memoriam) que não teve a oportunidade de ver
minhas vitórias nos últimos sete anos.
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Agradecimentos
À Deus pelas bênçãos a mim concedidas.
Ao meu esposo e companheiro Marco Torreão pela presença constante.
Aos meus filhos Felipe, Maria Eduarda e Rebeca pela compreensão da minha ausência para
estudar.
À minha mãe pelas orações e amor.
À minha família que acompanha a 600 km de distância as minhas conquistas.
À minha orientadora Rosemary Fernandes pela paciência na orientação deste trabalho.
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Resumo
O momento histórico em que vivemos aponta para a necessidade de desenvolvimento de competências
empreendedoras em todas as etapas da Educação Básica e no Ensino Superior. O Curso “Empreendedorismo para
formadores” será uma oportunidade de contribuir com a formação de professores para o ensino da educação
empreendedora que hoje tem uma posição estratégica tanto social como econômica. Trata-se de uma proposta em
que o ponto central da formação é o educador, que será o mediador das formações com os estudantes. O curso
busca incentivar o desenvolvimento de atitudes empreendedoras - persistência, independência,
comprometimento, autoconfiança, entre outros - nos docentes que, por sua vez, estarão capacitados a transmiti-las
aos estudantes.
Palavras-chave: Educação empreendedora; formação de docentes; ensino fundamental
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Sumário
1 Introdução 8
2 Educação Empreendedora: Contextualização 9
3 A Instituição lócus da formação 12
4 Educação Empreendedora: fundamentação teórica 13
5 Organização teórica e metodológica do curso 15
6 Conclusões 20
7 Considerações Finais 21
Referências 22
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1. Introdução
Considerar o espaço escolar como “lócus privilegiado de formação” é um desafio para os
profissionais da educação. Atualmente nem sempre se reserva tempo para momentos de formação e
atualização profissional dos professores.
Pensar em formação continuada para docentes é pensar na ampliação das bases teóricas e
conceituais destes a partir da dinâmica ação-reflexão.
Este trabalho apresenta uma proposta de formação/capacitação para professores da educação
básica centrada no eixo Educação, Trabalho e Empreendedorismo. Trata-se de um curso de formação
inicial cujo objetivo é possibilitar momentos de formação através da reflexão voltada para os
conhecimentos da educação empreendedora na Educação Básica.
A proposta de formação docente contempla a oferta de conteúdos que tratam dos fundamentos
teóricos e práticos do Empreendedorismo assim como de metodologias que poderão ser utilizadas na
escola ou em sala de aula, por meio de disciplinas ou projetos.
Nas últimas décadas, teóricos e educadores como Saviani (2013), Frigotto (1994) dentre outros,
se dedicaram a analisar as relações entre educação e trabalho, bem como as políticas educacionais
vigentes e suas influências sobre a educação. Em geral, as análises realizadas pelos autores constatam as
pressões da sociedade capitalista sobre a escola enquanto mola propulsora do desenvolvimento, e
destacam a necessidade de uma escola que promova formação integral do indivíduo como centro do
processo educativo.
Atualmente torna-se imprescindível ao jovem, futuro trabalhador, o desenvolvimento de
competências e habilidades que o possibilitam sua inserção no mercado de trabalho. De acordo com
Saviani (2013 apud SILVA 2016) “a educação institui-se no conjunto das relações sociais e do trabalho
e tem a função de responder às necessidades postas pelo mundo do trabalho a cada momento histórico”.
Nos últimos anos, o momento histórico em que vivemos aponta para a necessidade de
desenvolvimento de competências empreendedoras em todas as etapas da Educação Básica e no Ensino
Superior. De acordo com Magalhães (2011), a escola sai da ótica centenária de treinar pessoas para
mercado de trabalhos e passa a formar empreendedores com maior capacidade de desenvolver seu
próprio negócio.
O Curso “Empreendedorismo para formadores” será uma oportunidade de contribuir com a
formação de estudantes no que tange à educação empreendedora que hoje tem uma posição estratégica
tanto social como economicamente. Trata-se de uma proposta em que o ponto central da formação é o
aluno, que será o mediador da aprendizagem dos docentes.
Considerando que essa formação não pode ocorrer de forma aleatória, o curso está organizado de
forma que possa ser viabilizado através de duas possibilidades: um curso intensivo ou, em etapas,
durante os encontros pedagógicos das escolas.
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A proposta busca incentivar o desenvolvimento de atitudes empreendedoras - persistência,
independência, comprometimento, autoconfiança, entre outros - nos docentes que, por sua vez, estarão
capacitados a transmiti-las aos estudantes.
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2. Educação Empreendedora: Contextualização
A temática da Educação Empreendedora tem sido amplamente debatida nos últimos anos em
busca de uma consolidação ou mesmo um amadurecimento. Autores como Lopes, Torkomian, Laviere
(2010), Chér (2013) fazem importantes considerações sobre a temática, destacando que ainda carece de
uma discussão sólida e embasada.
De acordo com Laviere (2010) o ensino do Empreendedorismo nasceu nos EUA nas faculdades
de Administração, sendo realizado em 1947 o primeiro Curso de Empreendedorismo em Harvard pelo
professor Myles Mace.
De lá pra cá, com a ampliação do mercado e o surgimento de novas formas de organização
econômica, foi se tornando mais evidente a importância do Empreendedorismo para a economia como
uma possibilidade de geração de renda para determinados grupos sociais até então fora do mercado de
trabalho.
No Brasil, em 1981, foi realizado o primeiro curso de Empreendedorismo pelo professor Ronald
Degen, como disciplina do curso de Especialização em Administração. O foco estava na visão
acadêmica a partir de um modelo simplificado de grandes empresas multinacionais (LOPES, 2010).
Outra problemática do ensino de Empreendedorismo centrava-se na visão de que havia pessoas
com perfil empreendedor nato e outras sem nenhum perfil, chegando a classificá-las em pessoas em
empreendedoras e não-empreendedoras.
Embora essa visão ainda permaneça em grande parte das pessoas, profissionais e educadores, o
ensino de empreendedorismo tem-se voltado para superar essa visão e capacitar o indivíduo a ter
atitudes empreendedoras e não conteúdos do Empreendedorismo.
Outro ponto destacado por alguns autores é o que “ensinar?”. Os cursos de educação
empreendedora em geral estão centrados na elaboração do plano de negócio e nos conceitos gerais
básicos do empreendedorismo e até mesmo da administração (LAVIERE, 2010). Para superar essa
visão academicista, é necessário fugir um pouco da prática de trabalhar incessantemente o conteúdo,
incluindo metodologias que desenvolvam habilidades e despertem o espírito inventivo, investigativo,
criativo, inovador.
O modelo de educação empreendedora precisará favorecer metodologias criativas,
reconhecimento de suas capacidade e limitações, ajudando-os a descobrir e as belezas, as vantagens de
ser empreendedor.
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3. A Instituição lócus da Formação
A Escola Pedro de Tasso é uma instituição de ensino fundamental maior que atende crianças de
10 a 14 anos. A instituição conta com 6 salas de aulas e possui 480 alunos distribuídos igualmente nos
turnos matutino e vespertino. No turno noturno atende 160 alunos na modalidade de jovens e adultos
oferecendo também o Ensino Fundamental.
De acordo com a diretora, a escola possui trinta professores, em sua maioria com formação
superior em nível de especialização lato sensu. Localizada no centro da cidade de São José de Ribamar,
a escola possui boa estrutura física e espaços como área de vivência, biblioteca, sala de informática e
cantina.
O cenário escolhido justifica-se pela intenção da proposta de formação dos docentes que atuam
no ensino fundamental. A Educação Empreendedora, inserida como tema transversal, pode desenvolver
competências e habilidades em crianças e adolescentes, público alvo do Ensino Fundamental,
colaborando com a formação crítica e uma visão empreendedora. .
Repensar o papel do professor enquanto formador de crianças e adolescentes exige reflexão e
compromisso mútuo com sua própria formação. Nesse contexto, para trabalhar com a temática do
Empreendedorismo, torna-se necessário uma formação específica dentro de uma abordagem
interdisciplinar para além do modelo atual de formação centrada numa abordagem especificamente
técnica.
Assim, uma formação crítica e reflexiva, exige um novo formato e portanto objetivos específicos
que estabeleçam o alcance da proposta. O curso que apresentamos neste trabalho, portanto, tem como
objetivos:
Possibilitar a formação contínua e interdisciplinar dos docentes do Ensino Fundamental séries
finais;
Incentivar uma postura empreendedora nos docentes;
Estimular a reflexão sobre a prática empreendedora pelos docentes e a ampliação/criação de
metodologias que possibilitem o desenvolvimento de posturas empreendedoras nos estudantes.
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4. Educação Empreendedora: Fundamentação Teórica
Alguns estudos têm buscado investigar mais detalhadamente a temática do empreendedorismo e,
principalmente, Educação Empreendedora. Fernandes (2011), em seus estudos buscou identificar os
impactos do projeto Empreendedorismo na Educação Básica, em Rondônia.
Sua pesquisa centrou-se nos estudantes e procurou identificar como a educação empreendedora
incentiva a construção do perfil empreendedor em estudantes. Outro ponto importante que também foi
investigado foi a preparação dos docentes para desenvolver o projeto.
Alguns estudos centram em buscar respostas a questões: seria possível ensinar a ser
empreendedor? Quais os objetivos da educação empreendedora?
Quanto ao primeiro questionamento, Lopes (2010) destaca que profissionais e instituições que
oferecem formação na área de empreendedorismo compartilham a visão de que a atitude e o
comportamento empreendedor resultam de um longo processo de aprendizagem durante toda a vida e
que se faz necessário, desde cedo, desenvolver todas as habilidades empreendedoras abrangendo todos
os níveis escolares.
Quanto aos objetivos da educação empreendedora, Lopes (2010, p 25) apresenta três principais
objetivos: “Aprender sobre empreendedorismo; Aprender a comportar-se de forma empreendedora
(foco no indivíduo); Aprender a se tornar um empreendedor”.
Em suas análises, Lopes (2010, p. 29) destaca que a educação empreendedora deve enfatizar “o
uso intenso de metodologias de ensino que possibilitam aprender fazendo”. O ideal é utilizar recursos,
estratégias e contextos que levarão o indivíduo a se defrontar com desafios que exigirão uma busca de
alternativa.
Bedê (2010), em seu artigo “Uso de técnicas lúdicas no ensino de empreendedorismo”, apresenta
que grande parte da literatura sobre empreendedorismo dá destaque à capacidade de inovação, à busca
pela realização, à disponibilidade para assumir riscos e trata o empreendedor como pessoa com poder de
transformar o meio em que vive.
Guerra e Graziotim (2010) apontam que a formação do estudante deve propiciar o aluno
condições para assumir o papel de sujeito pleno, conciliando com as complexas relações entre racional e
sensível. Assim, advoga que o ensino de empreendedorismo deve possibilitar o desenvolvimento da
criatividade, pois “não há atitude empreendedora que não tenha nascido do ato criativo” (2010, p. 85).
Para Kuratko (apud Guerra e Graziotim, 2010), “o poder de um fazendo a diferença é mais
aparente no campo do empreendedorismo do que em qualquer outra disciplina”. Nesse sentido, Guerra
e Graziotim (2010) defendem que o ensino do empreendedorismo deve incentivar e promover a
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interdisciplinaridade, de forma que suas questões sejam contempladas em todas as disciplinas, por todo
grupo de professores.
Assim, as questões anteriormente apresentadas servirão de base para a construção da proposta de
formação docente no campo do empreendedorismo.
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5. Organização Teórica e Metodológica Do Curso
Concebemos formação continuada como momento de reflexão da prática pedagógica para
aprimoramento, ampliação de conhecimentos e realizada em serviço, tendo a escola como local de
formação, para melhor aproveitamento das condições de trabalho e tempo dos professores.
Nesse sentido, o curso aqui proposto está organizado de forma a aproveitar os momentos de
formação surgidos na escola durante todo o semestre ou aluno letivo.
- Duração do curso e materiais didáticos
O curso proposto tem a duração de 10 horas, podendo ser organizado em tempos conforme a
disponibilidade do horário para formação continuada da escola.
Quanto ao número de participantes, não há limite mínimo de participantes, recomenda-se turmas
com até 30 participantes.
Para realização do curso será necessário uma sala de aula com computadores, datashow, além
dos materiais de consumo, de acordo com o número de participantes, como: caixas de lápis de cor;
tesouras; blocos de papel; canetas hidrocor; folhas de cartolinas cores variadas; papel A4.
- Organização curricular
O curso está dividido em duas unidades. A duração de cada unidade está condicionada ao tempo
disponível de cada momento de formação com os professores, desde que sejam garantidas o
cumprimento da carga horaria estabelecida para cada unidade/tema.
UNIDADE I
A necessidade de incentivar os sonhos é o tópico principal da Unidade I. Nesse tópico os
participantes poderão identificar seus potenciais e reconhecer seu perfil de empreendedor.
A unidade está subdividida em três temáticas que tratam de qualidades e habilidades necessárias
ao empreendedor.
Temas:
1. Somos empreendedores!
2. Características necessárias ao empreendedor
3. Despertando o espírito empreendedor: Sonhar é necessário, realizar é um caminho
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UNIDADE II
A Unidade II também está dividida em três temas. No primeiro tema trabalha-se com um
diagnóstico da sala de aula, buscando identificar os caminhos possíveis de serem seguidos. O segundo
e o terceiro temas apresentam dicas metodológicas para educação empreendedora na sala de aula e
sugestões para desenvolvimento de projetos de empreendedorismo, nesse momento os participantes
poderão conhecer, elaborar algumas propostas e desenvolver propostas de projetos e ações que
incentivem a postura empreendedora dos estudantes.
Temas:
1. Diagnosticando a sala de aula – possibilidades e desafios.
2. Ensino de empreendedorismo: dicas metodológicas
3. Projeto e ações empreendedoras na sala de aula
Bibliografia Básica para o Curso
LOPES, Rose Mary. Educação Empreendedora: conceitos, modelos e práticas. São Paulo: Sebrae, 2010.
ALVES, Alexandre Rodrigues.Empreendedorismo. Apostila E-TEC. Disponível em:
http://estudio01.proj.ufsm.br/cadernos_automacao/sexta_etapa/empreendedorismo_2012.pdf Acesso
em: 03 de maio de 2017.
Metodologia De Avaliação
Considerando os objetivos definidos para o curso, o processo avaliativo será realizado tendo
como ponto principal a autoavaliação por parte dos participantes.
A participação e envolvimento nas atividades propostas e a frequência de 75% para certificação
também serão considerados como ponto de avaliação para certificação.
Estratégias Metodológicas
UNIDADE I
CONTEÚDO
METODOLOGIA ATIVIDADES RECURSOS TEMPO
Boas vindas;
Dinâmica de
apresentação
Música: Trem bala
(ANEXO A)
Momento de reflexão:
Somos só passageiros
nesta vida
O formador distribuirá a letra da música
antes de tocá-la.
Individualmente os participantes falarão
sobre a música relacionando com sua
vida.
Xerox com letra da
música.
30 min
Todos somos
empreendedores
Leitura e explanação do
Texto (Anexo B)
O formador poderá
acessar cada link
constante no texto para
- Após a leitura das experiências
empreendedoras constante do site o
formador deverá incentivar a
participação dos participantes para
socializar momentos em que já fomos
Papel; Caneta;
Data show;
- Perguntas para
reflexão
90
minutos
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que os participantes
visualizem os sites e
visualizem as várias
experiências
empreendedoras.
empreendedores.
Este momento pode ser orientado pelas
perguntas constante no anexo B.
- Características
necessárias ao
empreendedor
Dinâmica do “Cuidado
com o Terremoto” Anexo
C
Sou empreendedor?
Análise das
características de
um empreendedor (Anexo
D)
A turma será organizada em grupos para
dinâmica do Terremoto detalhado no
anexo C.
Após a socialização da dinâmica, o
formador fará a pergunta “SOU
EMPREENDEDOR? entregará papel
A4 para que cada participante escreva as
características de um empreendedor
segundo seu ponto de vista.
A atividade deve ser socializada.
Em seguida será apresentado o Texto
Anexo E “Característica de um
empreendedor.” Onde o formador leva
para discutir as principais características
elencadas pelo SEBRAE (constante no
Anexo D) em contraponto com a
característica apresentadas pelos
participantes.
.
Papel e caneta 30 min
30 min
Despertando o
espírito
empreendedor:
Sonhar é necessário
Ideias empreendedoras
Coloquem no papel suas ideias
empreendedoras!
Este será o comando dado pelo
formador para os participantes.
Em dupla socializar as ideias e discutir
qual delas vocês tem a capacidade de
colocar em prática para se tornar um
empreendedor de sucesso. Cada dupla
deve organizar para socialização a
defesa de suas ideias.Levar em
consideração as expertises e vivências.
Socialização para a turma.
Papel
Caneta
30 min
70 min
20 min
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MÓDULO II CONTEÚDO METODOLOGIA ATIVIDADES RECURSOS TEMPO
Diagnosticando a sala
de aula
Apresentação vídeo:
Modernidade Líquida
Video:
https://www.google.com.br/search?q=
sociedade+liquida&oq=sociedade+liq
uida&aqs=chrome.0.0l6.2804j0j4&so
urceid=chrome&ie=UTF-8#
E realizar um debate sobre o perfil
necessário à escola e aos professores
para trabalhar com esse público.
Em seguida realizar o quadro de
diagnóstico da sala de aula para
possibilidades de atuação com
educação empreendedora.
Scocialização dos diagnósticos
Texto
Quadro
diagnóstico
30 min
90 min
LINHA DA VIDA O que eu fiz nos
últimos 5 anos?
Cada participante deverá elaborar uma
linha da vida em que retrate os seus
últimos 5 anos de vida.
Em seguida casa participante fará uma
projeção de vida para os próximos 5
anos
Identificação e compartilhamento das
ações empreendedoras já realizadas.
60 min
60 min
- Dicas
Metodológicas
Desenvolvimento do
encontro a partir da
realização de
dinâmicas
O formador desenvolverá com os
professores as dinâmicas propostas no
anexo.
50 min
Encerramento Socializando as
impressões
O formador entrega a ficha de
avaliação dos trabalhos e pede que
socializem suas impressões acerca do
curso.
10 min
Mediações previstas entre professores e alunos
MÓDULO I
Dê boas vindas aos estudantes e apresente-se de forma objetiva.
Para iniciar toque a música (baixada no youtube ou salva em pendriver previamente) Trem-Bala.
Estimule os participantes a cantá-la.
Ao término da música peça para cada um se apresentar, buscando relações com a música e diga
quais suas expectativas quanto ao curso.
Caso haja expectativas que não poderão ser atendidas, explique ao término das apresentações.
Apresentar o módulo, sensibilizando para a necessidade de cumprir o tempo previsto para cada
atividade.
Relate o objetivo do módulo.
Siga o roteiro das atividades.
Mantenha a turma motivada
Ao final, despeça-se do grupo, motivando-os a participar do próximo encontro.
MÓDULO II
Inicie o módulo destacando a necessidade de conhecermos o perfil dos alunos que trabalhamos.
Apresente a proposta.
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Estimule o compartilhar
No segundo momento oriente o participante a voltar o olhar para o passado a fim de projetarmos
o nosso futuro.
Oriente a elaboração da linha do tempo.
Esclareça o que será realizado nesta etapa.
Conduza as atividades propostas da etapa três.
Mantenha a turma motivada.
Ao final entregar as fichas de avaliação dos trabalhos e pedir que socializem suas impressões
acerca do curso.
Despedida.
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6. CONCLUSÕES
A escola atualmente é vista como um espaço fundamental na formação do aluno empreendedor,
pois é através dela estudante adquire conhecimentos e desenvolve atitudes que serão utilizadas ao longo
de sua vida como a cooperação, participação e autonomia.
Somos desafiados a educar para o empreendedorismo. Somos incentivados a utilizar estratégias
e recursos variados para que ocorra a aprendizagem e planejar atividades curriculares que favorecerão o
desenvolvimento do perfil empreendedor nos alunos.
O curso proposto neste trabalho possibilita um olhar voltado para essa perspectiva. Não
buscamos apresentar todas as respostas para formação de professores para o ensino do
empreendedorismo, mas estamos dando os primeiros passos rumo ao desenvolvimento de atitudes
empreendedoras nas escolas.
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7. Considerações Finais
O curso de Especialização em Educação Empreendedora, de forma geral, possibilitou o
desenvolvimento de atitudes positivas acerca do empreendedorismo e ampliou meus conhecimentos ao
trazer um olhar específico para educação empreendedora na instituição escolar.
A proposta apresentada, consolidada no TCC, visa iniciar as discussões sobre empreendedorismo
na escola. Passivo de ampliações este projeto é fruto de minha construção formativa ao longo do curso
de especialização.
Não se pretendeu esgotar os debates acerca da temática, mas desenvolver e estimular o interesse
pelo novo, abrindo espaços que proporcionem conhecimentos relevantes e indiquem caminhos para o
desenvolvimento de novos modelos para trabalhar a educação empreendedora na escola.
Nesse contexto, o curso de especialização apresentou-se como um meio de estímulo ao processo
de inovação e criação dos participantes ao trabalhar para além dos conceitos que permeiam a formação
para o empreendedorismo e apresentar uma nova perspectiva na qual o aluno é construtor de seu
conhecimento de forma crítica e criativa.
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Referências
SILVA, Maria Rita Santos da. Trabalho e educação: implicações na escola. Trabalho & Educação. Belo
Horizonte. v. 25. n. 3, p. 77- 88, set – dez, 2016. Disponível em:
http://www.portal.fae.ufmg.br/revistas/index.php/trabedu/article/view/2442/1680 Acesso em: 01 de maiol de
2017
SAVIANI, Dermeval. O trabalho como princípio educativo frente às novas tecnologias. In: FERRETTI, Celso J.
et al. (Org.). Novas tecnologias, trabalho e educação. 16. ed. Petrópolis:Vozes, 2013.
FRIGOTTO, Gaudêncio. As mudanças tecnológicas e educação da classe trabalhadora:
politecnia, polivalência ou qualificação profissional? In: KUENZER, A. Z.; FRIGOTTO, G. et al.Trabalho e
educação. 2. ed. Campinas, SP: Papirus, 1994. (Síntese do Simpósio).
BEDÊ, Marco Aurélio. Uso de técnicas lúdicas no ensino de empreendedorismo. In: LOPES, Rose Mary.
Educação Empreendedora: conceitos, modelos e práticas. São Paulo: Sebrae, 2010.
FERNANDES, Waldenice Martins Pierre. Efetividade Do Projeto Empreendedorismo Na Educação Básica
Seduc/RO Do Ponto De Vista Dos Alunos Atendidos. UNB, 2011.
http://Bdm.Unb.Br/Bitstream/10483/3246/1/2011_Waldenicemartinspierrefernandes.Pdf. Acesso em: 28 de abril
de 2017
GUERRA, Maria José; GRAZZIOTIN, Zilá Joselita. Educação Empreendedora na Universidades Brasileira. In
LOPES, Rose Mary A. (Org.). Educação Empreendedora: modelos, conceitos e Práticas. Rio de Janeiro: Elsevier;
São Paulo: SEBRAE, 2010.
LAVIERI, Carlos. Educação... empreendedora? In: LOPES, Rose Mary. Educação Empreendedora: conceitos,
modelos e práticas. São Paulo: Sebrae, 2010.
LOPES, Rose Mary. Educação Empreendedora: conceitos, modelos e práticas. São Paulo: Sebrae, 2010.
MAGALHÃES, Cezar. Por que estudar empreendedorismo. Disponível em:
http://www.cezarmagalhaes.com.br/2011/09/por-que-estudar-empreendedorismo/ Acesso em: 01 de abril de
2017.
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Anexos
Anexo A
MÚSICA : TREM BALA
TREM BALA
(Ana Vilela)
Não é sobre ter
Todas as pessoas do mundo pra si
É sobre saber que em algum lugar
Alguém zela por ti
É sobre cantar e poder escutar
Mais do que a própria voz
É sobre dançar na chuva de vida
Que cai sobre nós
É saber se sentir infinito
Num universo tão vasto e bonito
É saber sonhar
E, então, fazer valer a pena cada verso
Daquele poema sobre acreditar
Não é sobre chegar no topo do mundo
E saber que venceu
É sobre escalar e sentir
Que o caminho te fortaleceu
É sobre ser abrigo
E também ter morada em outros corações
E assim ter amigos contigo
Em todas as situações
A gente não pode ter tudo
Qual seria a graça do mundo se fosse assim?
Por isso, eu prefiro sorrisos
E os presentes que a vida trouxe
Pra perto de mim
Não é sobre tudo que o Teu dinheiro
É capaz de comprar
E sim sobre cada momento
Sorriso a se compartilhar
Também não é sobre correr
Contra o tempo pra ter sempre mais
Porque quando menos se espera
A vida já ficou pra trás
Segura teu filho no colo
Sorria e abrace teus pais
Enquanto estão aqui
Que a vida é trem-bala, parceiro
E a gente é só passageiro prestes a partir
Laiá, laiá, laiá, laiá, laiá
Laiá, laiá, laiá, laiá, laiá
Segura teu filho no colo
Sorria e abrace teus pais
Enquanto estão aqui
Que a vida é trem-bala, parceiro
E a gente é só passageiro prestes a partir
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Anexo B
Será que somos todos empreendedores?
O empreendedorismo não é um dom divino, seja lá qual for a sua divindade. Desta forma não há
pessoas condenadas a nunca serem empreendedoras, todos podem ser.
É possível desenvolver comportamentos que se aplicados levam ao sucesso empreendedor. Mas então
onde está o problema para quem está montando um novo negócio?
A resposta está em um antigo dito popular: “Quem tem pressa come cru e quente”.
Imagine o funcionário de uma empresa. Ele conhece o valor financeiro do seu salário e as datas em que
irá recebê-lo.
Imagine também que ele esteja sempre com o saldo negativo na conta bancária e sempre paga o valor
mínimo do cartão de crédito, ou ainda, tem diversos carnês com prestações longas e gasta mais do que
ganha.
A pergunta é simples: Se não sabe administrar o que tem garantido nas mãos, como vai conseguir
administrar um negócio onde recebimentos são apenas previsões e metas?
Pense em um candidato a empresário que “descobre” um “bom” negócio, porém, em um ramo de
atividade que ele desconhece. Se não conhece tecnicamente o negócio, o mercado, os concorrentes e os
clientes, como vai construir um diferencial competitivo?
Empreendedorismo também se aprende
Uma pessoa pode ter desenvolvido os comportamentos empreendedores antes de montar um negócio,
pela sua capacidade cognitiva e pelo histórico da sua educação. Podem, também, adquiri-los e
desenvolve-los posteriormente com o intuito de montar seu negócio próprio.
Muitas pessoas acreditam que somente a boa idéia é garantia de sucesso, que se não montar logo o
negócio deixará o “cavalo encilhado” passar em frente aos olhos e perderá a pseudo-oportunidade. Por
vezes, é melhor perder uma oportunidade do que herdar dívidas de um negócio malfadado. Prepare-se
antes!
Ser empreendedor não é garantia de sucesso
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Lembre-se: Desenvolver características e comportamentos empreendedores não é garantia de sucesso.
Não significa que o seu negócio está blindado e não vai falir. Ser empreendedor lhe dá condições de
avaliar cenários, agir com antecedência e com uma chance maior de acerto. O sucesso do negócio
depende também de fatores internos e externos. Os fatores internos levam em conta, por exemplo,
controles financeiros, de produção e de ações de marketing. Já os fatores externos são representados por
mudanças de mercado, políticas públicas e até mesmo variações do câmbio.
Não acreditou? Então eu vou listar aqui alguns exemplos:
1) Venda seus serviços e horas-extras
Você sabe traduzir, fazer filmagens, fotografar, costurar, dar consultoria, fazer churrasco, limpar
piscina, cortar grama, desenvolver logmarcas, etc.? Tem tempo livre fora ao longo do seu dia ou final de
semana? Então, visite um desses sites:
Getninjas.com.br
Recomind.net
Wedologos.com.br (apenas serviços de design)
Mechanicalturk.com (em inglês)
Taskrabbit.com (somente EUA)
2) Venda suas habilidades artísticas
Você sabe fazer vestidos, pulseiras, sapatados, cadernos, bijouterias, almofadas, itens de decoração e
peças de arte? Se sua habilidade como artesão é boa e isso lhe dá prazer, busque os sites abaixo para
ganhar um bom dinheiro com suas peças. Conheça:
Elo7.com.br
Tanlup.com.br
Etsy.com (em inglês)
3) Alugue sua casa ou apartamento por temporada
Você vai viajar e ficar alguns tempo fora? Que tal ganhar dinheiro alugando seu apê para pessoas
confiáveis? Pode parecer estranho, mas eu pessoalmente conheço duas pessoas que já fizeram uma boa
grana com isso e com zero de estresse aqui no Brasil! Conheça o Airbnb:
Airbnb.com.br
4) Venda o seu conhecimento
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26
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semelhantes no Brasil muito em breve. Estou torcendo para isso! #
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economia? Imagine, sonhe um pouco com isso, pois vai ser demaisss!
27
Anexo C
Cuidado com o terremoto
Participantes: Devem ser múltiplos de três e sobrar um. Ex: 22 (7×3 = 21, sobra um).
Tempo: 40 minutos.
Material: Para essa dinâmica só é necessário um espaço livre para que as pessoas possam se
movimentar
Desenvolvimento:
Dividir em grupos de três pessoas lembre-se que deverá sobrar um. Cada grupo terá 2 paredes e 1
morador. As paredes deverão ficar de frente uma para a outra e dar as mãos (como no túnel da quadrilha
da Festa Junina), o morador deverá ficar entre as duas paredes. A pessoa que sobrar deverá gritar uma
das três opções abaixo:
MORADOR!!! – Todos os moradores trocam de “paredes”, devem sair de uma “casa” e ir para a outra.
As paredes devem ficar no mesmo lugar e a pessoa do meio deve tentar entrar em alguma “casa”,
fazendo sobrar outra pessoa.
PAREDE!!! – Dessa vez só as paredes trocam de lugar, os moradores ficam parados. Obs: As paredes
devem trocar os pares. Assim como no anterior, a pessoa do meio tenta tomar o lugar de alguém.
TERREMOTO!!! – Todos trocam de lugar, quem era parede pode virar morador e vice-versa. Obs:
NUNCA dois moradores poderão ocupar a mesma casa, assim como uma casa também não pode ficar
sem morador. Repetir isso até cansar…
Conclusão: Como se sentiram os que ficaram sem casa? Os que tinham casa pensaram em dar o lugar
ao que estava no meio? Passar isso para a nossa vida: Nos sentimos excluídos no grupo?Na Escola? No
Trabalho? Na Sociedade? Sugestão: Quanto menor o espaço melhor fica a dinâmica, já que isso
propicia várias trombadas. É muito divertido!!!
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Anexo D
Características do empreendedor
(Fragmento do texto “Características do empreendedor” disponível em
http://estudio01.proj.ufsm.br/cadernos_automacao/sexta_etapa/empreendedorismo_2012.pdf)
Vamos conhecer nesse item as principais características do empreendedor, elencadas pelo SEBRAE.
a)Busca oportunidades e tem iniciativa
• Faz as coisas antes de ser solicitado ou antes de ser forçado pelas circunstâncias.
• Age para expandir o negócio a novas áreas, produtos ou serviços.
• Aproveita oportunidades fora do comum para começar um negócio, obter financiamentos,
equipamentos, terrenos, local de trabalho ou assistência.
b)Corre riscos calculados
• Avalia alternativas e calcula riscos deliberadamente.
• Age para reduzir os riscos ou controlar os resultados.
• Coloca-se em situações que implicam desafios ou riscos moderados.
c)Exige qualidade e eficiência
• Encontra maneiras de fazer as coisas melhor, mais rápidas, ou mais baratas.
• Age de maneira a fazer coisas que satisfazem ou excedem padrões de excelência.
• Desenvolve ou utiliza procedimentos para assegurar que o trabalho seja terminado a tempo ou que o
trabalho atenda a padrões de qualidade previamente combinados.
d) Persistência
• Age diante de um obstáculo significativo.
• Age repetidamente ou muda de estratégia a fim de enfrentar um desafio ou superar um obstáculo.
• Assume responsabilidade pessoal pelo desempenho necessário para atingir metas e objetivos.
e)Comprometimento
• Faz um sacrifício pessoal ou despende um esforço extraordinário para completar uma tarefa.
• Colabora com os empregados ou se coloca no lugar deles, se necessário, para terminar um trabalho.
• Esmera-se em manter os clientes satisfeitos e coloca em primeiro lugar a boa vontade em longo prazo,
acima do lucro em curto prazo.
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Anexo E
A nova geração de alunos
Aos quatro anos, a pequena Manuela Pockrandt Robaina já domina as “manhas” do iPad dos pais.
Liga sozinha o aparelho – se for necessário, sabe desbloqueá-lo e digitar a senha que libera o acesso,
e diverte-se com vários jogos de desenhar, montar quebra-cabeça, andar por um labirinto, entre
outros.
Ela também manipula com tranquilidade o iPhone do pai, no qual sabe acionar jogos e visualizar
fotos, ou seja, é bem familiarizada com a tecnologia touch. Conhece o Facebook e assiste a vídeos no
Youtube, sempre com a supervisão dos pais. Na escola, Manuela, que frequenta a educação infantil –
está no nível Infantil V – em uma escola particular de Curitiba (PR), também já tem contato com o
computador, na Biblioteca, onde desenvolve com seus colegas, uma vez por semana, atividades
lúdicas e educativas.
Manuela faz parte da mais nova geração de pessoas do planeta: a Geração A, formada pelos pequenos
que estão nascendo agora e têm até 12 anos de idade. Juntamente às gerações Z e Y, as crianças dessa
geração compõem o grupo dos estudantes que frequentam a educação básica – ensinos infantil,
fundamental e médio – atualmente. Em comum, essas gerações têm o fato de terem nascido ou
crescido na chamada era digital, dominada pelo computador e pela internet. Fato determinante para
moldar novas características no perfil do aluno e exigir, da escola e do professor, atualização
constante. A filósofa Tania Zagury, professora-adjunta da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), mestre em Educação e autora do livro O professor refém (Editora Record), entre outros
títulos, destaca a multifuncionalidade – ou capacidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo – e o
imediatismo – ou falta de paciência para esperar resultados – como as principais características dessas
novas gerações. “No entanto, eles se adaptam bem a mudanças e são bastante criativos, por estarem
sempre em contato com novas tecnologias, eles assimilam [as informações] com bastante rapidez,
estão acostumados a sempre ter [contato com] novidades”, ressalta Tania.
E como despertar – e prender – a atenção desses alunos que, como a pequena Manuela, têm contato
desde cedo com a tecnologia, o que propicia um variado cardápio de novidades e possibilidades
interativas? O que fazer numa sala de aula em que a maioria tem como características dominantes o
imediatismo, a impaciência e a sede pelo novo? Enquanto isso, por outro lado, o professor esbarra em
questões práticas, como a falta de tempo para se reciclar, o pouco contato com a tecnologia – cujos
aparatos demandam investimento financeiro –, entre outras dificuldades. Para a psicóloga Rosely
Sayão, consultora educacional, escritora e colunista da Folha de S. Paulo, é um equívoco as escolas
introduzirem o “aparelho tecnológico” quando poderiam usar a “linguagem tecnológica”. “Eu vejo as
escolas distribuindo tablets, não sei se isso adianta. Usar a linguagem, mais do que qualquer outra
coisa, e assim entrar no mundo em que eles são acostumados a entrar. Comunicar, basicamente, é a
comunicação”, afirma a psicóloga.
Rosely não acredita que a presença maior da tecnologia na vida das pessoas tenha alterado o perfil
das crianças dessas novas gerações. “A criança usa essa ‘traquitana’ tecnológica como brinquedo, e
brinquedos tecnológicos a gente sempre teve, é claro, que cada um de acordo com a tecnologia da
época. Ela brinca com o tablet, o celular, sabe mexer, joga, mas, na escola, não faz diferença”,
observa a psicóloga. E completa: “vai fazer uma diferença maior lá no final do ensino fundamental,
no ensino médio, quando eles [os alunos] já têm outros usos para isso [os aparelhos tecnológicos],
que não só o uso lúdico”.
A partir daí, a orientação da especialista é introduzir diversidade na aula. “Eu não descarto a aula
expositiva, mas só a aula expositiva ficará entediante. É preciso alternar, diversificar mesmo a
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didática em sala de aula”, considera Rosely. E sugere: um dia uma aula expositiva, no outro dia uma
aula com trabalho em grupo, e, em outro dia, um assunto atual. “Nós temos tantas possibilidades de
mudar o jeito de dar aula. Creio que a tecnologia traz de interessante justamente isso: a diversidade.
Uma criança, um adolescente fica horas em frente a um computador, a um tablet, porque não se
mantêm na mesma página: experimenta um jogo, vai para um bate-papo, lê uma notícia que
interessou, pergunta a respeito do trabalho que precisa fazer, ou seja, há uma diversidade. Essa é uma
característica que a tecnologia trouxe e que os professores podem usar, sem, necessariamente, usar o
aparato tecnológico”, explica.
Tania acredita que o professor da atualidade deve ter como objetivos atingir duas etapas: a primeira é
conquistar a atenção e o interesse do aluno e, a segunda, é deslocar esse interesse para o aprendizado
do conteúdo. “Esse é o grande desafio do professor. Se por um lado ele [o aluno] é capaz de fazer
várias coisas ao mesmo tempo, por outro ele também perde o interesse pelas coisas muito rápido, e
tem um poder de concentração menor”, analisa. Ela comenta que o estudante, ao ter acesso a tantas
benesses da tecnologia, chega à escola e acha chato, desagradável, monótono. “Numa sala com 35, 40
alunos, o professor não tem condição de usar o tempo todo recursos multissensoriais. O grande
desafio do professor é tornar a sala de aula atraente para que esse aluno motive-se para o estudo”,
afirma a educadora.
Professor on-line
O professor de Química, Levi Gonçalves, leciona há 24 anos e sabe bem o que significa esse desafio.
No Colégio Santa Marina, de São Paulo, ele dá aulas para turmas dos ensinos fundamental ao médio.
“As escolas estão se adaptando à época em que vivemos, uma época de disponibilização mais
constante de informações. Precisamos lidar com várias situações ao mesmo tempo e, para interagir
com a turma, temos que usar as tecnologias”, comenta. O professor conta que a escola já adota lousa
digital, projetores multimídia, tablets e computadores em sala de aula e, para isso, a escola ofereceu
um treinamento aos docentes. “O professor tem que se atualizar e se preparar para o uso dos recursos
midiáticos”, completa. Gonçalves usa blog, Facebook, MSN e e-mail. “Estamos em uma época muito
interativa e isso acontece na vida pessoal e na profissional”, afirma. Ele acredita que o acesso a tanta
informação exige a formação de alunos mais críticos, capazes de serem exigentes com fontes e de
analisar os meios antes de buscar informações.
O professor lembra que disputar a atenção do aluno – na atualidade com os equipamentos
tecnológicos – não é uma novidade. Isso já aconteceu com a televisão, por exemplo, e há tempos
acontece, no caso dos adolescentes, com os shoppings, os shows. “A gente tem que evoluir junto, se
ficarmos só na lousa e no giz, certamente perderemos a atenção do aluno e ficaremos sem atingir
nosso objetivo”, alerta.
Uma experiência diferente movimenta as turmas do ensino médio, durante as aulas de Química com o
professor Levi. Ele incentivou a criação de um blog (http://chemistryonboard.blogspot.com.br/), que
é alimentado pelos próprios alunos. No espaço, são registradas as experiências realizadas no
laboratório da escola: cadeia carbônica, separação de misturas, determinação da carga elementar,
entre outras. Os alunos fotografam e filmam os testes e as explicações. “Com o blog, eles se tornam
produtores e distribuidores de informações”, comenta o professor. Unir o conteúdo da disciplina com
os recursos tecnológicos, na opinião dele, ajudam a facilitar o aprendizado. Ele ainda sugere que as
redes sociais e as ferramentas de bate-papo também sejam utilizadas para o debate do conteúdo e
informações sobre trabalhos escolares. “A tecnologia faz a gente ser mais produtivo, tanto o professor
como o aluno”, atesta.
No entanto, Levi ressalta que o cérebro não mudou, e que ainda são necessários os momentos de
estudo. “O aluno tem que manter momentos de estudo para absorver a quantidade de informações
recebidas, ou o aprendizado não vai ocorrer. Por isso, essa necessidade permanece, isso não muda”.
31
Para Tânia de Sá Custódio, professora de Geografia também na escola Santa Marina e da rede pública
de São Paulo, a chegada da tecnologia é algo complexo. “Para a minha geração, foi um choque”,
afirma a professora que está há 25 anos no magistério. Com experiência nas duas redes – pública e
particular –, Tânia comenta que na rede privada a escola exige mais do professor em relação à
capacitação na área de tecnologia, e para isso investe em cursos e coloca os docentes em contato com
especialistas. Na rede pública, há pouco investimento em relação à formação do professor, mas
também não há tanta exigência na questão digital. “Na escola particular, nos comunicamos por e-
mail, enquanto, na pública, essa comunicação é por meio de bilhetes”, conta – um exemplo que situa
bem as diferenças entre as duas realidades, da escola pública e da privada.
O aluno de uma escola e de outra também é diferente. “Na escola particular, a geração é digital
mesmo”, afirma Tânia. “Isso é um transtorno, às vezes, pois temos que controlar os alunos conforme
as regras da escola em relação ao uso de celular e tablets”, comenta. Ao mesmo tempo, Tânia
aproveita as facilidades da tecnologia. Fatos da atualidade, como a morte do presidente venezuelano
Hugo Chávez e a escolha do novo papa, puderam ser pesquisados em sala de aula. “A internet é um
recurso que não pode ser dispensado, mas deve ser uma forma de uso orientada, direcionada”,
acredita.
A professora Tânia sente que os alunos, apesar de mais dinâmicos, não têm concentração total em
determinadas situações. “Eles estão acostumados com atividades mais dinâmicas, então, ao usarmos a
lousa digital, a internet, eles prestam mais atenção”, conta. O fato de o aluno ser multitarefa é ótimo,
mas a aula para esse perfil de aluno requer do professor, na opinião de Tânia, maior preparo, mais
leitura e análise, mas o docente, muitas vezes, não tem tempo disponível para isso. “Às vezes, o
professor recebe das mãos do aluno um material que ainda não viu ou aprende com eles a usar um
determinado programa [de computador]”, admite. Nesses casos, Tânia procura pesquisar e se
informar para poder interagir em sala de aula. “Senão, o professor se torna um dinossauro”, adverte.
[...]
Fonte: revista Profissão Mestre (por Carolina Mainardes)
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Anexo F
DINÂMICA 1
Tema: Descobrindo as características do empreendedor
Atividade 1
IDENTIFIQUE uma ou mais características do empreendedor nos textos abaixo
Texto 1
Um homem investe tudo o que tem na fabricação de uma lixeira. Trabalha dias e dias refazendo o
produto para que ele ficasse cada vez melhor. Quando finalmente apresenta o produto a uma grande
empresa, recebe a resposta que seu produto não atende ao padrão de qualidade exigido.
O homem desiste? Não! Volta, faz um curso sobre qualidade de produtos durante dois meses, aplica
parte do aprendizado no produto, apresenta-o novamente à empresa e tem o contrato assinado.
Possíveis respostas: Características: •iniciativa de fazer um produto; perseverança; aprende com seus
erros; acredita no que faz
Texto 2
Amir Klink estava ancorando na Antártida e ouviu alguns ruídos que pareciam fritura. Eram cristais de
água doce congelada que faziam aquele som quando estavam em contato com a água salgada. O efeito
visual era maravilhoso.
Ele pensou em fotografar, mas disse para si mesmo: “Calma, você terá muito tempo para isso...”.
Acontece que durante os 365 dias que se seguiram, o fenômeno não se repetiu. Ele concluiu que
algumas oportunidades são únicas.
Características: aprendeu com os erros; perseverança; busca oportunidade.
Texto 3 O segredo do sucesso
Liberte sua mente: seja flexível, preste atenção no outro, no que ele tem de melhor.
Inove: construa o que não existe, ultrapasse o óbvio Sonhe: não desista, inspire as pessoas
Lidere com alma e vá sempre, sempre além do trabalho, além do que é esperado de você
(Fonte: w.globo.com/maisvoce)
Atividade 2
PENSE nas pessoas que convivem com você. Dentre essas pessoas, ESCOLHA uma que você acha que
é empreendedora e FAÇA o que se pede:
1.RESPONDA: em que essa pessoa trabalha?
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2.IDENTIFIQUE três ou mais atitudes empreendedoras nessa pessoa
Obs: Dê a seguinte orientação para os alunos: -A pessoa pode ser o pai, a mãe, o irmão, o vizinho, etc.
-Pode ser jovem ou adulto
-Pode ser empregado, autônomo, estudante, dono de um negócio, cantor, etc.
Atividade 3
PENSE em você a)IDENTIFIQUE três ou mais atitudes empreendedoras em você b)CITE três ou mais
atitudes empreendedoras que você gostaria de desenvolver
Como podemos nos tornar um empreendedor?
As sugestões abaixo servem como um roteiro básico para se tornar um empreendedor do futuro.
•Procure algo (um emprego, um negócio, um curso) que você acredita que irá torná-lo uma pessoa
melhor na sociedade.
•Tire suas dúvidas com pessoas mais experientes.
•Encontre alguém para “apadrinhar” sua idéia, lhe dar suporte e até protegê-lo. Essa pessoa não precisa
ser necessariamente de sua família.
•Esteja disposto a fazer qualquer trabalho necessário para que sua idéia dê certo (se tiver que varrer o
chão, faça-o, etc.).
•Faça um plano para ajudá-lo a transformar sua idéia em realidade
DINÂMICA 2
Tema: Um empreendedor de verdade
Atividade: entrevista com um empreendedor
O instrutor e a equipe técnica da escola deverão articular um convite a uma pessoa de sucesso na
comunidade. Essa pessoa poderá ser alguém indicado pelo aluno. A entrevista deve ser descontraída e
versar sobre:
1.Em que a pessoa se realizou (sendo um comerciante de sucesso, uma costureira conceituada, um
empregado de carreira, etc.)?
2.Como a pessoa descobriu que era isso que ela queria ser?
3.Solicitar que a pessoa descreva sua trajetória (contar sua história de vida).
4.Discutir os erros cometidos e como eles foram superados.
5.Solicitar que o entrevistado deixe uma mensagem para os futuros empreendedores
Observações:
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O instrutor deverá orientar os alunos sobre o entrevistado e incentivá-los a fazer perguntas sobre seus
sucessos e seus fracassos. Deverão prestar atenção nos valores que o entrevistado irá citar, tais como:
ética, educação, religião, família, honestidade, respeito a seu semelhante, dentre outros.
O tempo estimado para entrevista é em torno de duas horas. Os alunos deverão elaborar perguntas antes
do entrevistado chegar à sala de aula. Eles devem estar sentados e dispostos em um semicírculo. O
entrevistado deverá estar assentado no centro.
Após a entrevista, o instrutor deverá possibilitar algumas reflexões, tais como: o que fez o entrevistado
sentir que teve sucesso na vida?
-Foi o dinheiro que ele ganhou?
-Foi o reconhecimento pelo seu trabalho por parte de sua família, amigos e/ou vizinhos?
-Foi seu deslocamento na pirâmide social (passou da classe baixa para a média...)?
-Foi ter mais poder sobre seus subordinados?
-Foi sentir realizado consigo mesmo?
-Foi provar para os outros que ele é inteligente ou capaz de vencer sozinho?
Depois da identificação pelos alunos do segredo do sucesso do entrevistado, o instrutor deverá solicitar
a todos que façam a mesma entrevista com a pessoa que ele indicou na atividade 2 (na segunda aula).
Na aula seguinte, cada um deverá relatar suas impressões sobre o entrevistado.
Essa solicitação deverá fortemente frisada pelo instrutor (de preferência que o aluno leve por escrito no
caderno essa incumbência) para que ele não deixe de trazer por escrito as perguntas e as respostas dadas
pelo entrevistado.
DINÂMICA 3
Tema: Mitos do empreendedorismo
Iniciar a aula com os alunos relatando suas impressões sobre o entrevistado da Atividade 2 após
refazerem a entrevista (ver final da aula nº 3).
Em nossa sociedade, alguns mitos sobre o papel da pessoa empreendedora têm se tornado regra. Esses
mitos devem ser trabalhados para deixarem de ser verdades absolutas. Alguns deles estão relacionados
abaixo:
1.Todo empreendedor deve abrir sua empresa 2.Dinheiro é o principal ingrediente para se chegar ao
sucesso 3.Uma boa idéia é a garantia do sucesso do empreendedor
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4.Ao encontrar dificuldades, o empreendedor desiste do seu sonho
5.Todo empreendedor é sortudo
Atividade: dinâmica
Material
-5 fichas de papel -5 envelopes
Preparação
O instrutor deverá fazer cinco fichas, cada uma com um mito, e colocar uma em cada envelope. Depois,
deverá dividir a turma em cinco grupos.
A Dinâmica
Cada grupo deverá retirar um envelope dentre os cinco e terá em torno de vinte minutos para discutir o
quanto de verdade ou de mentira está contido na afirmativa. Após a discussão, deverão preparar uma
argumentação a favor ou contra e apresentá-la aos demais grupos (no estilo de uma mesa redonda).
O papel do professor será o de orientador na condução da discussão. Não existem frases verdadeiras nos
mitos. Elas devem ser trabalhadas de forma que esses mitos sejam desfeitos pelos próprios alunos.
Essa dinâmica irá possibilitar a apresentação do “empregado empreendedor”, desfazendo o mito nº1 de
que todo empreendedor deve abrir sua empresa. Quando uma pessoa ainda não se sente preparada para
abrir seu próprio negócio, ou seja, não sabe o que quer, não tem experiência suficiente, dentre outros,
ela poderá desenvolver atitudes empreendedoras como empregado de alguém, tornando-se uma pessoa
IMPRESCINDÍVEL no local de trabalho.
Insubstituível x Imprescindível Ninguém é insubstituível, mas algumas pessoas são imprescindíveis.
O que vem a ser imprescindível
Segundo o dicionário Aurélio, é um adjetivo que significa “não prescindível”. Prescindível, por sua vez,
significa aquele do qual se pode prescindir (esquecer, deixar de lado, não levar em conta, etc.). Assim,
uma pessoa imprescindível é aquela que não podemos esquecer, não podemos deixar de levar em conta;
ou seja, é uma pessoa boa no que faz e por isso faz falta quando não está presente.
Os empreendedores, na sua maioria, se tornam pessoas imprescindíveis por se destacarem com suas
atividades: têm iniciativa, perseverança, gostam de fazer tudo bem feito e com dedicação, têm bom
relacionamento com os outros empregados, dentre outros.