3 critérios de classificação 1
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Critérios de Critérios de classificaçãoclassificação
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• Não é preciso ser biólogo para poder observar a evidente diversidade de organismos que existe na Terra, mas certamente consulta-se um biólogo, ou informação adequada, para, atendendo a determinados critérios, classificar esses seres tão variados.
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- Que critérios se utilizam para - Que critérios se utilizam para classificar os seres vivos?classificar os seres vivos?
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• As primeiras classificações eram baseadas na morfologia externa, utilizando, portanto, características facilmente observáveis.
• Mais tarde, seguiram-se critérios relativos à morfologia interna e critérios fisiológicos.
• Embora ainda hoje esses critérios se revelem de grande importância, o desenvolvimento da ciência biológica permitiu reconhecer novos dados para o estabelecimento das relações taxonómicas.
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• É já do nosso conhecimento que, por exemplo, o exame de numerosos fósseis permitiu identificar a existência de agrupamentos hoje completamente extintos, facultando a melhor delimitação de outros grupos e também a análise mais rigorosa das respectivas afinidades
• Também os dados de comportamento, da embriologia e, mais recentemente, dados de natureza bioquímica passaram a complementar os critérios de classificação anteriormente utilizados.
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Critérios morfológicos
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• Embora os critérios morfológicos se revistam ainda de grande importância, eles têm de ser usados com prudência.
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• Quando se classifica há que estar atento, por exemplo, a situações em que os seres vivos experimentam metamorfoses (do grego meta = alteração + morphe = forma).
• Grande parte dos insectos e muitos anfíbios como, por exemplo, as rãs, passam por metamorfoses, apresentando várias formas durante o seu desenvolvimento até atingirem a forma adulta.
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• Outros seres vivos apresentam polimorfismo, isto é, já na forma adulta coexistem numa população duas ou mais formas fenotipicamente distintas.
• Tanto nas situações de metamorfose como nas de polimorfismo, não podem classificar-se em espécies diferentes as várias formas relativas aos mesmos indivíduos.
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• Nem todas as semelhanças morfológicas devem ser consideradas como tradutoras de um passado evolutivo com origem idêntica.
• Na realidade, há seres com aspecto morfológico semelhante que se incluem em grupos taxonómicos diferentes e há seres com aspecto morfológico diferente incluídos no mesmo grupo taxonómico
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• As eufórbias cactiformes, plantas originárias das regiões semidesérticas do continente africano, são muito semelhantes, morfologicamente, aos cactos colunares originários das regiões áridas do continente americano.
• As eufórbias cactiformes evoluíram adaptando-se a um ambiente seco: apresentam caules verdes e suculentos e não têm folhas desenvolvidas, possuem apenas espinhos.
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• Porém, apesar da semelhança morfológica entre as eufórbias referidas e os cactos (convergência evolutiva), estas plantas não são incluídas no mesmo grupo.
• Feito o estudo de vários caracteres, nomeadamente a estrutura da flor e o tipo de fruto das eufórbias cactiformes, estas plantas agrupam-se no género Euphorbia juntamente com outras eufórbias que, vivendo em regiões menos áridas, não apresentam espinhos e têm caules e folhas com desenvolvimento normal.
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A - Stenocereus marginatus – Cacto colunar originário de regiões áridas do continente americano.
B - Euphorbia echinus – Espécies cactiforme originária de regiões áridas africanas.
C – Euphorbia pulcherrima – Espécie de eufórbia que habita regiões menos áridas que a Euphorbia echinus.
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• No caso dos animais, refere-se frequentemente como exemplo de convergência evolutiva o que acontece com os organismos pertencentes ao género Limulus. Estes organismos conhecidos vulgarmente como caranguejos-ferradura em consequência do seu aspecto morfológico, foram incluídos na classe dos Crustáceos.
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• Estudos bioquímicos relativos ao líquido circulatório mostram que Limulus está mais relacionado com as aranhas do que com os caranguejos, passando a incluir-se na classe dos Aracnídeos.
• Os biólogos têm de realizar um estudo comparativo da morfologia e da fisiologia, utilizando, muitas vezes , dados bioquímicos e da distribuição geográfica das espécies no sentido de conduzir a uma classificação que expresse as verdadeiras relações filogenéticas.
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D – Callinectes - Caranguejo E – Limulus – Caranguejo-ferradura
F – Latrodectus - Aranha
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Simetria corporal
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• O termo simetria refere-se à distribuição das partes de um todo em relação a planos ou a eixos.
• Grande parte dos seres vivos tem simetria bilateral, muitos possuem simetria radiada, podendo alguns apresentar outros tipos de simetria, ou mesmo ser assimétrico (figura 2)
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• Há seres vivos, como por exemplo, algumas esponjas, que não apresentam qualquer tipo de simetria, são chamados de assimétricos.
• Os seres vivos com simetria bilateral admitem um único plano de simetria que divide o corpo em duas partes simétricas, isto é, estão uma para a outra como um objecto está para a sua imagem num espelho plano.
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• Existem animais com simetria radiada, isto é, simetria em relação a vários planos que se interceptam num eixo.
• Muitos destes animais vivem praticamente fixos em determinados locais, podendo interagir mais facilmente em várias direcções do meio.
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• Há organismos, como, por exemplo, o ouriço do mar, que apresentam aparentemente simetria radiada na forma definitiva, mas as larvas destes animais têm simetria bilateral.
• No caso das plantas, são facilmente identificáveis em muitos dos seus órgãos os dois tipos de simetria referidos, tanto a nível da morfologia externa como da estrutura.
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Tipos de nutrição
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• O Sol é a fonte primária de energia para a vida e o carbono é um elemento químico básico na matéria orgânica.
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Fontes de energia e fontes de carbono para os seres vivos
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• Os seres fototróficos utilizam a energia luminosa para fazerem a síntese de matéria orgânica.
• Os seres quimiotróficos fazem a síntese de matéria orgânica utilizando a energia química proveniente de compostos químicos.
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• Quanto à fonte de carbono consideram-se seres autotróficos os que usam, como fonte de carbono, um composto inorgânico (CO2 ou CO) e seres heterotróficos os que usam a matéria orgânica com fonte de carbono.
• Na maioria dos ecossistemas os seres fotoautotróficos ocupam, com seres produtores, a base das cadeias alimentares.
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• Quimioautotróficos são também seres produtores e desempenham uma actividade importante na produção da matéria orgânica em locais onde a luz não penetra.
• Os consumidores do ecossistema, seres heterotróficos, fazem a síntese da sua matéria orgânica utilizando matéria orgânica elaborada pelos produtores directa ou indirectamente.
• O consumo de matéria orgânica pelos seres heterotróficos pode efectuar-se por dois processos: Ingestão e absorção.
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• Na nutrição por ingestão o alimento é digerido no interior do organismo, isto é, há uma digestão intracorporal.
• Na digestão intracorporal pode ocorrer:
• - Digestão intracelular – a digestão tem lugar dentro de células, como, por exemplo, nas amibas, nas paramécias e nalguns animais como as esponjas;
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• - digestão extracelular – a digestão dá-se no interior de cavidades especializadas, como acontece na maioria dos animais. Por exemplo: minhoca, caracol, rã e o homem.
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• A nutrição por absorção é característica dos fungos, podendo também encontra-se noutros seres vivos.
• Através de enzimas digestivas que lança para o exterior, o organismo efectua a decomposição das macromoléculas fora do corpo – digestão extracorporal.
• As moléculas simples, provenientes dessa digestão, são depois absorvidas.
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Organização estrutural
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• Desde as bactérias (seres procariontes) aos eucariontes unicelulares e aos multicelulares mais complexos, existe uma grande diversidade a nível de estrutura.
• O aumento de complexidade é evidente e traduz-se por uma elevada especialização celular não só de natureza morfológica e estrutural, mas também fisiológica.
• Surgem assim tecidos e, em organismos mais complexos, órgãos e mesmo sistemas de órgãos.
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Cariologia
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• Apesar da variabilidade apresentada pelos indivíduos de cada espécie, as suas células somáticas possuem o mesmo número de cromossomas.
• O número de cromossomas constitui, pois, um bom critério de classificação.
• Contudo, existem espécies diferentes que apresentam o mesmo número de cromossomas, sendo necessário o estudo de outros aspectos de cariótipo.
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• Métodos de análise modernos têm permitido comparar, por exemplo, cariótipos de felinos.
• A partir do cariótipo do gato doméstico, escolhido como referência, os geneticistas compararam-no com o do puma, o tigre, o leão e o do leopardo, que possuem, com cariótipo do gato, trinta e oito cromossomas.
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Relações entre os felinos estabelecidas com base nos respectivos cariótipos
TigrePanthera tigris
LeãoPanthera leo
LeopardoAciconyx jubatus
PumaFelis concoral
GatoFelis cattus
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• Estes trabalhos são complexos e os resultados obtidos devem ser considerados no campo das hipóteses, constituindo, contudo, importantes dados de apoio para os estudos sistemáticos.
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Comportamento
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• As diferenças observadas nos padrões de comportamento dos indivíduos constituem também um critério válido na classificação dos organismos.
• Um exemplo clássico diz respeito ao estudo efectuado com diferentes espécies de grilos do campo, no Oriente dos Estados Unidos.
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Grillus Fultoni
Grillus pennsylvanicus
Grillus rubens
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• O tipo de comportamento do grilo macho relaciona-se com a vida sexual destes animais.
• Os grilos emitem sons para atrair as fêmeas e estas respondem só a determinado tipo desses sons.
• Assim, as fêmeas, na altura do acasalamento, são capazes de identificar os sons dos machos da sua espécie.
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• A análise das gravações de sons emitidos pelos machos fornece uma boa base para a separação de diferentes espécies que são semelhantes morfologicamente.
• Em casos de comportamento, é também frequente a utilização de outros dados relativos à parada nupcial, como, por exemplo, a dança que alguns animais efectuam ou outros tipos de corte.
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Embriologia
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• As transformações que ocorrem durante o desenvolvimento embrionário dos organismos são também importantes como critérios de classificação, principalmente no que se refere aos animais.
• Formas de desenvolvimento embrionário semelhante contribuem para o estabelecimento de relações de parentesco entre os indivíduos.
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Dados bioquímicos
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• Os critérios bioquímicos permitem, como já se sabe, comparar biomoléculas.
• Nas últimas décadas o estudo comparativo de proteínas e de ácidos nucleicos de diferentes seres vivos tem fornecido dados importantes na classificação.
• Pode dizer-se que cada espécie tem a suas proteínas próprias.
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• Proteínas como a hemoglobina, a insulina, a albumina, e o citocromo c variam na sua constituição de espécie para espécie.
• Quanto maior for o número de aminoácidos diferentes entre cadeias polipeptídicas de uma dada molécula proteica em dois indivíduos diferentes, menor é o grau de parentesco entre esses dois indivíduos.
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• Assim, por exemplo, a diferença entre a constituição da albumina do ovo em espécies de aves pertencentes ao mesmo género é menor do que em espécies de géneros diferentes.