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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia Engenharia Industrial Elétrica Anderson Queiroz David Bitencourt Diego Alfaya Taís Cananéa PARTIDA DE UM MOTOR ESTRELA TRIÂNGULO Salvador, Bahia Março de 2016

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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia

Engenharia Industrial Elétrica

Anderson Queiroz

David Bitencourt

Diego Alfaya

Taís Cananéa

PARTIDA DE UM MOTOR ESTRELA TRIÂNGULO

Salvador, Bahia

Março de 2016

Anderson Queiroz

David Bitencourt

Diego Alfaya

Taís Cananéa

PARTIDA DE UM MOTOR ESTRELA TRIÂNGULO

Relatório apresentado como avaliação parcial da disciplina de Medidas Elétricas e Magnéticas, do curso de graduação em Engenharia Industrial Elétrica, do Instituto Federal da Bahia - IFBA, sob orientação do professor Aldo Nonato Borges.

Salvador, Bahia

Março de 2016

Sumário1. OBJETIVO.........................................................................................................................3

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.........................................................................................5

2.1 PARTIDA DE MOTORES................................................................................................5

2.2 MOTORES TRIFÁSICOS................................................................................................5

2.3 CONTATOR....................................................................................................................6

2.4 FUSÍVEL.........................................................................................................................7

2.5 RELÉ TÉRMICO.............................................................................................................8

2.6 BOTOEIRA......................................................................................................................9

2.7 DISPOSITIVOS DE SINALIZAÇÃO..............................................................................10

2.8 DIAGRAMAS DE POTÊNCIA DE ACIONAMENTO DE MOTOR.................................10

2.9 DIAGRAMAS DE COMANDO.......................................................................................11

3. PARTE EXPERIMENTAL................................................................................................12

3.1 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS...........................................................12

3.2 DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE DO EXPERIMENTO.............................................13

3.2.1 ANÁLISE DO FUNCIONAMENTO DO CIRCUITO DE FORÇA.............................13

3.2.2 ANÁLISE DO FUNCIONAMENTO DO CIRCUITO DE COMANDO.......................14

3.2.3 COMPARAÇÃO ENTRE PARTIDA DIRETA E ESTRELA-TRIÂNGULO...............15

4. CONCLUSÃO..................................................................................................................16

5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA.....................................................................................17

1. OBJETIVOEste relatório é uma exigência da prática realizada no laboratório de medidas

elétricas sobre acionamento de motores elétricos. O setor industrial é responsável

por cerca de 40% a 50 % de toda a energia elétrica consumida no país, dentro

desse setor o consumo de motores elétricos é estimado em cerca de 70% a 80%, o

que evidência a grande importância do conhecimento por parte dos engenheiros,

deste tipo de equipamento.

O objetivo é verificar na prática os fundamentos da partida de um motor trifásico

do tipo estrela-triângulo, que foi visto na teoria em aulas prévias da disciplina de

Medidas Elétricas e Magnéticas, proporcionando mais contato com sua aplicação na

área profissional.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA2.1 PARTIDA DE MOTORES

Há quatro modos básicos de se partir um motor: partida direta, partida

compensada, partida estrela-triângulo e partida com inversor.

O comando de partida estrela – triângulo tem como objetivo realizar a partida do

motor de forma mais suave, reduzindo sua corrente de partida para 1/3 da corrente

de partida realizada por um comando de partida direta. Para utilizar a configuração

de partida estrela triangulo o motor a ser utilizado deverá ter 6 terminais de ligações.

A realizarmos a ligação em estrela assim, a tensão elétrica é dividida

internamente em suas bobinas resultando em uma tensão de 127V (e deveria,

teoricamente, ser de 220V). Ocorre então a redução da tensão elétrica no momento

da partida do motor reduzindo posteriormente a corrente elétrica de partida (Ip). Com

a diminuição da tensão e respectivamente a redução da corrente de partida terá

inevitavelmente a redução do torque do motor.

O motor não pode permanecer longos períodos funcionando com tensão

reduzida e fechado em estrela, por isto, após alguns segundos a partida deve

assumir o fechamento triângulo permitindo ao motor elétrico que receba tensão

elétrica nominal de 220V em cada uma de suas bobinas

2.2 MOTORES TRIFÁSICOSOs motores trifásicos (de 6 pontas) podem ser ligados de duas maneiras

diferentes:

Ligação Triângulo: Este tipo de ligação é feito para ligar o motor na menor

voltagem existente (na maioria dos casos, 220V trifásico). A ligação triangulo

é feita ligando o começo de uma bobina no final da outra.

Figura 01- Ligação Triângulo.

Ligação Estrela: Este tipo ligação é feita para ligar o motor na maior (entre

duas) tensão existente (na maioria dos casos, 380V trifásico).

Figura 02- Ligação Estrela.

Nas duas ligações, caso queira inverter o sentido do giro do motor (trifásico)

basta inverter a ligação de uma das fases (trocar a fase R pela S, por exemplo).

2.3 CONTATORDispositivo eletromagnético cujo objetivo é acionar motores. O seu uso está

na ênfase de comandos elétricos e é composto por uma bobina que, ao ser

acionada, gera campo magnético, este fechando o circuito o qual está conectado no

mesmo.

Este dispositivo é constituído por dois tipos de contatos: principais e

auxiliares. O principal é mais robusto e suporta maiores correntes e os auxiliares são

utilizados para o comando, controle do contator e são caracterizados pelas funções

NF (normalmente fechado) e NA (normalmente aberto). A Figura 03 mostra seu

símbolo e aplicações.

Figura 3- contator

Para a especificação do contator deve-se levar em conta alguns pontos:

número de contatos, tensão nominal da bobina, corrente máxima nos contatos e

condições de operação definindo as categorias de emprego.

2.4 FUSÍVELPara dispositivos de proteção, que são os elementos intercalados no circuito

com o objetivo de interromper a passagem de corrente elétrica sob condições

anormais, como curtos-circuitos ou sobrecargas, o utilizado neste experimento foi o

fusível.

O princípio de funcionamento do fusível baseia-se na fusão do filamento e

consequente abertura do filamento quando por este passa uma corrente elétrica

superior ao valor de sua especificação. A Figura 04 apresenta um fusível tipo

cartucho e seu símbolo. Temos ainda os fusíveis do tipo DIAZED, NH, etc., para

maior capacidade de corrente.

Figura 4 – Fusível tipo cartucho

Os fusíveis geralmente são dimensionados 20% acima da corrente nominal

do circuito. São classificados em retardados e rápidos. O fusível de ação retardada é

usado em circuitos nos quais a corrente de partida é muitas vezes superior à

corrente nominal. É o caso de cargas capacitivas e o nosso caso, o caso dos

motores elétricos. Já o fusível de ação rápida é utilizado em cargas resistivas e na

proteção de componentes semicondutores, como o diodo e o transistor em

conversores estáticos de potência.

2.5 RELÉ TÉRMICOO princípio de funcionamento do relé de sobrecarga ou térmico, baseia-se na

dilatação linear de duas lâminas metálicas com coeficientes de dilatação térmicas

diferentes, acopladas rigidamente (bimetal). Quando ocorre uma falta de fase, esta

se reflete num aumento de corrente, provocando um aquecimento maior e,

consequentemente, um acréscimo na dilatação do bimetal. Essa deformação aciona

a abertura do contato auxiliar que interrompe a passagem da corrente para a bobina

do contator, desativando, com isso, a carga. Para ligar novamente a carga devemos

acionar manualmente o botão de rearme do relé térmico.

O relé térmico possui as seguintes partes principais:

Contato auxiliar (NA + NF) de comando da bobina do contator;

Botão de regulagem da corrente de desarme;

Botão de rearme de ação manual;

Três bimetais.

A Figura 05 apresenta uma aplicação do relé térmico na proteção de motores

elétricos trifásicos.

Figura 5 – Relé térmico

2.6 BOTOEIRASão botões eletrônicos que substituem os mecânicos utilizados para

acionamentos de máquinas, ou seja, executa as funções de liga-desliga para

comando. Por não requererem esforço físico para acioná-las e serem ergonômicas,

reduzem o estresse e a possibilidade de doenças profissionais propiciando bem-

estar físico e mental ao operador.

Constituído de uma ou duas teclas, executa as funções de liga-desliga para

comando, em especial, das chaves de partida direta instaladas em caixas ou

painéis.

Figura 6 – Esquemático de botoeira

2.7 DISPOSITIVOS DE SINALIZAÇÃO São componentes utilizados para indicar o estado em que se encontra um

painel de comando ou processo automatizado. As informações mais comuns

fornecidas através destes dispositivos são: ligado, desligado, falha e emergência.

Indicador visual. Os indicadores visuais fornecem sinais luminosos indicativos

de estado, emergência, falha etc. São os mais utilizados devido à simplicidade,

eficiência na indicação e baixo custo.

São fornecidos por lâmpadas ou LEDs. As cores indicadas na tabela da

Figura 07 são recomendas.

Figura 07: Símbolo elétrico e cores utilizadas em um indicador luminoso.

2.8 DIAGRAMAS DE POTÊNCIA DE ACIONAMENTO DE MOTORO diagrama em questão mostra a disposição dos elementos de comando para

o acionamento do motor desejado.

Figura 08 - Diagrama de Potência do MotorDiante deste diagrama, tem-se como fornecer ao motor a tensão de

alimentação desejada para o seu funcionamento. A rede de alimentação

disponibiliza a tensão trifásica mais o terra, os fusíveis protegem os cabos e os

dispositivos, o contator conecta as três fases com o motor e o relé garante o

funcionamento do mesmo com uma faixa de carga aceitável, desarmando ao ser

sobrecarregado por um período de tempo mínimo.

2.9 DIAGRAMAS DE COMANDOEste diagrama mostra as conexões lógicas para o funcionamento do sistema

desejado, no caso em questão o acionamento do motor para o sistema de uma

bomba. O diagrama indica o caminho percorrido pela corrente elétrica para o

funcionamento do circuito. Tem-se a figura 09 uma representação didática do

mesmo.

Figura 09 - Diagrama de comandos

3. PARTE EXPERIMENTAL3.1 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS

3.2 DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE DO EXPERIMENTO

3.2.1 ANÁLISE DO FUNCIONAMENTO DO CIRCUITO DE FORÇAO circuito de força foi montado com os seguintes equipamentos: Disjuntor

termomagnético, contator, relé térmico, motor trifásico. A partir de uma rede trifásica

de tensão entre fases de 220V foi realizada uma derivação e seus terminais foram

conectado ao disjuntor tripolar com o objetivo de proteger o circuito e o motor contra

curto circuito ou sobrecarga.

Em série com o disjuntor foi inserido um contator de força com a função de

controlar a potência fornecida a carga a partir de um circuito de comando que será

explicado no tópico a seguir. Após o contator adicionou-se o relé térmico em série

com o circuito com o objetivo de proteger o motor contra possíveis sobrecargas.

Antes do contator de força foi inserido um contator para realizar a alimentação

em triângulo e nos contatos 4,5,6 do motor foi inserido um outro contator para

realizar a alimentação em estrela.

3.2.2 ANÁLISE DO FUNCIONAMENTO DO CIRCUITO DE COMANDOQuando o botão S2 é pressionado, o temporizador é energizado a partir do

contado (11-12) do contador K2 e o contato (55-56) do temporizado energiza a

bobina de alimentação de K3, o contato (11-12) se abre promovendo o

intertravamento entre K3 e K2, o contato (13-14) se fecha promovendo a

energização do contator K1 e então o motor parte em estrela, o contator K1 se retém

a partir do contato (23-24) e também fecha o contato (13-14).

Depois de decorrido o tempo de 6s, o contato (55-56) do temporizador se

abre interrompendo a alimentação de K3 o contato (13-14) se abre e o contato (11-

12) se fecha energizando o contator K2, promovendo a mudança de alimentação do

motor para triângulo e abertura do contanto (11-12) de K2, interrompendo a

alimentação do temporizador e do contator K3. Caso as chaves S0 ou S1 sejam

acionadas os contatores K1 e K2 são desligados, sendo desenergizar o circuito.

Figura 10: Diagrama de força e comando

3.2.3 COMPARAÇÃO ENTRE PARTIDA DIRETA E ESTRELA-TRIÂNGULONo experimento anterior partimos o motor com alimentação em partida direta,

ou seja, em triângulo e podemos observa que a corrente de partida do motor foi de

1,5 A, estabilizando em sua corrente nominal de 0,9.

Partindo o motor em estrela podemos observar que a corrente de partida foi

de 0,6 A, que equivale a 40% da corrente de partida como o motor partindo

diretamente com alimentação em delta, o percentual de 40% está bem próximo da

redução esperada que seria de 33% da corrente de partida em estrela.

Quando ocorre a mudança da configuração estrela para triângulo, a corrente

aumenta para 0,9A, devido ao transiente que ocorre devido ao aumento de tensão.

Após esse pico a corrente estabiliza em 0,8A, sendo a corrente nominal de 0,9 A.

Podemos observar mesmo com o pico de corrente durante a mudança de estrela

para delta, a intensidade da corrente atinge o valor máximo de 0,9 A durante o

processo de partida em estrela-triângulo o que é bastante inferior em relação

alimentação por meio de partida direta que possui corrente de partida de 1,5 A. Isso

permite que sistema elétrico que alimenta o motor sofra menos distúrbios com a

partida do mesmo e que os caos de alimentação operem com uma folga melhor em

relação a sua corrente nominal.

Figura 11: Circuito partida estrela – triângulo

4. CONCLUSÃOA partida estrela-triangulo permite que o motor elétrico entre em operação de

maneira suave. Visto que este tipo de partida reduz consideravelmente a corrente de

partida quando comparada com a partida direta. Porem a partida Estrela-triângulo

não pode ser utilizada em qualquer situação. É necessário que o motor tenha

disponível pelo menos seis terminais dos enrolamentos e que a tensão nominal

(tensão da concessionária) seja igual à tensão de triângulo do motor.

O motor entra em operação com a ligação em modo estrela. Após atingir 90%

de sua rotação nominal existe uma comutação para o modo triangulo.  Se esta troca

estrela-triangulo ocorrer antes do motor atingir os 90% da rotação nominal, o pico de

corrente na troca será praticamente igual ao da partida direta. Portanto deve-se

realizar o ajuste do tempo no rele temporizador de forma que a comutação somente

ocorra após a rotação do motor ultrapassar os 90% da sua rotação nominal.

Temos como benefícios e malefícios deste sistema de partida:

Benefícios:

Redução da corrente de partida

O que aumenta o tempo de vida útil do motor.

Os componentes utilizados na execução do acionamento são de baixo custo

Facilidade na execução dos circuitos de acionamento

Possibilidade de acionar motores de alta potência sem dispositivos

eletrônicos

Malefícios:

O motor deve ser partido vazio, ou seja, sem carga.

Portanto os motores devem partir com a carga desacoplada, e após o motor

atingir sua rotação nominal, ou seja, ele já estiver operando com a

alimentação em triangulo, acopla-se a carga.

Utiliza mais cabos vindos do motor que uma partida direta;

Para realizar este tipo de ligação o motor elétrico, deve ter pelo menos seis

terminais no seu enrolamento.  

5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

[1]ftp://ftp.ifes.edu.br/cursos/Eletrotecnica/Cassoli/PROMINP%20ELETRO/Eletricista

%20For%E7a%20e%20controle/Eletricista%20For%E7a%20e%20Controle_Medidas

%20El%E9tricas.pdf

Acessado em: 20/03/2016

[2] http://www.marioloureiro.net/tecnica/electrif/motores.pdf

Acessado em 20/03/2015

[3] http://www.saladaeletrica.com.br/partida-direta-de-motor-trifasico/

Acessado em: 20/03/2016

[4] TORO, Vicent D. Fundamentos de máquinas elétricas. 10°Edição, Vol. 0. LTC

Editora. Rio de Janeiro, 2011.