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ÍNDICE
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ÍNDICE
1.0 Identificação.....................................................................................................2
1.1 Dados Cadastrais do Proponente..........................................................2 1.2 Valor do Projeto / Programa (valor extenso)........................................2 1.3 Nome do Projeto...................................................................................2 1.4 Classificação do Projeto à Deliberação CEDCA 006/2005..................2
2.0 Introdução.........................................................................................................3 3.0 Breve Diagnóstico da Realidade (descrição sucinta da realidade)...................5 3.1 Gestão e Cenário.............................................................................5 3.2 O SUS e a missão institucional do HPP.........................................6 3.3 Histórico e momento atual..............................................................7 3.4 Humanização: cuidados solidários e resolutividade.......................8 3.5 Humanização no Hospital Pequeno Príncipe................................10 3.6 Programa Família Participante......................................................12 3.7 Setor de Educação e Cultura.........................................................16 3.8 Voluntariado..................................................................................17 4.0 Ampliação.......................................................................................................21
4.1 Garantia do acompanhamento qualificado com a ampliação do atendimento.........................................................................................23
4.2 Educação e Cultura no projeto de Ampliação..............................24 5.0 Oportunidades ...............................................................................................25 6.0 Público............................................................................................................27 7.0 Objetivos........................................................................................................28 8.0 Atividades / Ações a serem desenvolvidas ...................................................29
8.1 Avaliação e Monitoramento...................................................... ..30 9.0 Plano de Aplicação.........................................................................................31
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1. IDENTIFICAÇÃO Município: Curitiba População total: 1.727.010 (estimativa IBGE 2004) População de crianças e adolescentes: 548.399 (IBGE 2000)
1.1 – Dados Cadastrais do Proponente Proponente: Associação Hospitalar de Proteção à Infância Dr. Raul Carneiro CNPJ: 76591569/0001-30 Endereço: R. Desembargador Motta, 1070 – Água Verde Telefone: 3310-1129 Fax: 3310-1241 E-mail: [email protected] Responsável: Ety Gonçalves Forte CPF: 819.422.739/91 Função: Presidente Conta Corrente: Banco (preferencialmente Itaú): Agência:
1.2. Valor do Projeto / Programa (valor extenso): Total Geral (Valor FIA+ Contrapartida): R$ 11.988.680,72 (onze milhões, novecentos e oitenta e oito mil, seiscentos e oitenta reais e setenta e dois centavos). FIA: R$ 8.822.541,72 (oito milhões, oitocentos e vinte e dois mil, quinhentos e quarenta e um reais e setenta e dois centavos). Contrapartida: R$ 3.166.139,00 milhões de reais (três milhões, cento e sessenta e seis mil, cento e trinta e nove reais).
1.3 - Nome do Projeto: Ampliação do atendimento hospitalar à criança e ao adolescente, com garantia do acompanhamento familiar qualificado.
1.4 – Classificação do Projeto à Deliberação CEDCA 006/2005 �� atenção aos internados por motivos de saúde �� garantia de convivência familiar e comunitária
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2. INTRODUÇÃO
O projeto “Ampliação do atendimento hospitalar à criança e ao adolescente, com
garantia do acompanhamento familiar qualificado” tem como objetivo aumentar o número
de atendimentos de saúde à criança e ao adolescente, com assistência integral e
presença da família, garantindo o direito à humanização, educação e recreação.
A ampliação do atendimento será viabilizada por meio da implantação de 80 novos
leitos, possibilitando o atendimento de mais 6 mil crianças e adolescentes e
aproximadamente 12 mil familiares a cada ano, aumentando em 26% a capacidade de
internamento. Com o aumento dos atendimentos no Pequeno Príncipe todos os outros
projetos e programas necessitarão de expansão, como o Programa Família Participante,
Família Ativa, Família Feliz, Educação e Cultura e Voluntariado, entre outros.
Para atender essa nova demanda, os quartos e demais ambientes de atendimento
deverão ser equipados e mobiliados, e a infra-estrutura readequada (hotelaria, lavanderia,
cozinha, etc..).
Alinhado às diretrizes do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), do Fundo da
Infância e da Adolescência (FIA) e de organismos internacionais como o Fundo das Nações
Unidas para Infância (Unicef) e Organização Mundial da Saúde (OMS), o projeto está inserido
no item de Atenção aos Internados por Motivos de Saúde, conforme deliberação nº
006/2005 do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedca), bem como
no item Garantia de Convivência Familiar e Comunitária.
Na seqüência, apresentamos tabela com quadro resumo da ampliação dos
atendimentos.
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Ampliação dos atendimentos:
PÚBLICO ALVO
Crianças e adolescentes beneficiados com internamento 6.000
Familiares beneficiados diretamente 12.000
INFRA-ESTRUTURA
*Cozinha (refeições para pacientes) 30.000
Lavanderia 167.900 kg de roupas
ACOMPANHAMENTO FAMILIAR QUALIFICADO
E CONVIVÊNCIA COMUNITÁRIA
Programa Família Participante *Refeições para familiares 75.000
Capacitação para as rotinas do hospital 350
Programa Família ativa Capacitação para continuidade do tratamento após a alta 800
Programa Família feliz Visitas realizadas aos domingos 34.200
Programa de Educação e Cultura Público que será beneficiado com as atividades especiais 18.000
Programa de Voluntariado Horas de voluntariado 1.800
Números de atendimento 15.000
* A ampliação da capacidade de internamento vai gerar um crescimento da demanda, da ordem de
105.000 refeições.
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3 – BREVE DIAGNÓSTICO DA REALIDADE (descrição sucinta da realidade): O Complexo Hospitalar Pequeno Príncipe – HPP oferece proteção integral e assistência
à infância e à adolescência por meio da promoção da saúde, do ensino e da pesquisa. A
instituição destina 70% do seu atendimento a pacientes do Sistema Único de Saúde – SUS.
A crescente demanda pelos serviços de saúde de média e alta complexidade alerta para
a necessidade urgente de ampliação e readequação da estrutura hospitalar do Pequeno
Príncipe. O objetivo é garantir o direito à vida, por meio do atendimento de excelência em
saúde, às crianças e adolescentes do Paraná e do Brasil. Um desafio a ser vencido pelo HPP,
já que a priorização do atendimento aos usuários do SUS gera um déficit orçamentário de 20%
ao ano. A tabela do Sistema Único de Saúde não é reajustada há cerca de 10 anos. Como
conseqüência, a instituição acumula um desequilíbrio orçamentário constante para essa
categoria de atendimento, resultando em recursos insuficientes para novos investimentos.
É importante ressaltar ainda que o HPP consolidou um atendimento integral e
humanizado, o que exige esforços em programas de fortalecimento e valorização do núcleo
familiar, garantia de direitos, educação, cultura, lazer e voluntariado.
3.1 Gestão e Cenário
O ambiente macro-econômico tem provocado distorções que atingem negativamente o
setor da saúde e seus segmentos. O HPP se insere neste contexto, à medida que mantém sua
vocação para o atendimento dos pacientes do sistema público de saúde.
Esta realidade exige que a instituição assuma parte das despesas dos serviços de
saúde e complementares e demais programas e projetos, além do custo dos tratamentos de
alta complexidade.
O equilíbrio de caixa se dá com o atendimento a pacientes de convênios e particulares,
permitindo o custeio do Hospital e a manutenção da missão institucional. Por outro lado, fica
prejudicada a capacidade de investimento do Pequeno Príncipe em estrutura e novos
equipamentos, a reciclagem e capacitação constante da equipe de saúde, e do
comprometimento da possibilidade de ampliação do atendimento para um maior número de
crianças e famílias paranaenses e de outros Estados.
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A limitação orçamentária atinge também o acompanhamento dos avanços da medicina,
área em permanente inovação de tecnologias e equipamentos, necessários para a recuperação
da saúde e manutenção da vida das crianças nos Centros Cirúrgicos, Unidades de Terapias
Intensivas – UTIs etc. A demanda por serviços de maior complexidade no HPP cresce a cada
dia. Em 2004, do total de crianças internadas, 50% passaram por procedimentos cirúrgicos.
Mesmo diante deste cenário difícil, a busca por serviços no Hospital continua em
crescimento. O HPP recebe demandas de famílias provenientes de todo o Estado em busca de
atendimento especializado.
Além do aumento da população, as dificuldades econômicas têm promovido uma
constante migração de cidadãos para o sistema público de saúde. Por isso, se faz necessária a
ampliação urgente da capacidade de atendimento no Pequeno Príncipe.
Só em 2004, em relação ao ano anterior, o número de cirurgias pediátricas cresceu
8,5% e o número de internações aumentou em 7,3%. Os transplantes renais e sessões de
hemodiálise cresceram 10%, índice equivalente à elevação anual dos tratamentos registrados
na Oncologia.
Em 2004, foram realizadas 522 cirurgias cardíacas e o primeiro transplante cardíaco. No
mesmo ano, o HPP chegou à marca de 100 transplantes de fígado realizados. A neonatologia
atendeu 565 bebês de 0 a 30 dias. Na especialidade de neurocirurgia, foram mais de 400
cirurgias, e na ortopedia, 1.800.
O Pequeno Príncipe tem enfrentado esse desafio, buscando a resolutividade e a
otimização dos serviços. Em 2004, em comparação ao ano anterior, a taxa de mortalidade
baixou 12,8% e a permanência média caiu 5,8%, evidenciando a contínua melhoria dos
indicadores de performance. Ainda assim, é preciso fazer mais.
3.2 O SUS e a missão institucional do HPP
Ao entender o SUS como um sistema em aprimoramento, o Hospital se insere como ator
social, integrando o sistema estadual de urgências e emergências, participando da rede
assistencial, da capacitação de profissionais de saúde, do sistema de atenção às vítimas de
abuso sexual e maus-tratos em crianças, do atendimento à população indígena, e também das
áreas de ensino, pesquisa e prevenção.
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Ao promover os direitos das crianças e adolescentes, o HPP foi precursor de políticas
públicas, antecipando respostas às mais diversas demandas sociais. Com a promulgação do
Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA em 1990, por exemplo, que regulamentou o direito
de atenção à saúde voltada para a humanização e garantia da presença a um acompanhante
para as crianças hospitalizadas, o Pequeno Príncipe já estabelecia, desde a década de 80, uma
gestão de saúde infantil favorecendo e estimulando essa prática.
O HPP é um dos maiores prestadores de serviços hospitalares ao SUS exclusivamente
pediátrico: dos 110 leitos de UTIs que o Paraná destina para o SUS, 50 encontram-se no
Pequeno Príncipe.
3.3 Histórico e momento atual O Complexo Hospitalar Pequeno Príncipe desde o início de sua história, em 1919,
buscou oferecer o que há de melhor em medicina, participando ativamente da formação de
médicos e profissionais de saúde, além de responder as demandas sociais que surgiram no
decorrer dos anos. É uma entidade sem fins lucrativos, exclusivamente pediátrica, gerida pela
Associação Hospitalar de Proteção à Infância Dr. Raul Carneiro, organização criada em 1956,
antecipando uma tendência de gestão.
Na sua história, a instituição manteve o atendimento voltado para os pacientes do SUS,
o que gerou dificuldades econômicas e sociais. Hoje, as limitações orçamentárias ainda
comprometem a cada ano a capacidade de investimento do HPP.
Por outro lado, a gestão participativa realizada pela Associação busca parcerias, otimiza
recursos e conta com uma equipe profissional e humanizada, para melhorar continuamente os
seus indicadores de performance.
Atualmente, a instituição disponibiliza à comunidade 345 leitos, sendo 62 em Unidades
de Terapia Intensiva (UTIs) e Semi-Intensiva, e oferece atendimento em 32 especialidades de
saúde e 26 serviços complementares. Mantém 15 programas de humanização hospitalar,
envolvendo a família e a comunidade, voltados para a promoção do fortalecimento do núcleo
familiar, educação, cultura, lazer e voluntariado, visando a promoção da saúde, a inclusão
social e a cidadania das famílias atendidas.
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Em 2004, a instituição realizou 181.690 atendimentos ambulatoriais, 22.151 internações,
13.113 cirurgias, 8.602 sessões de hemodiálise, 471.236 exames e diagnósticos e 11.716
procedimentos do ambulatório de quimioterapia.
Atualmente, o Pequeno Príncipe realiza cerca de 23% de todos os transplantes
pediátricos de fígado efetivados no Brasil. Também é responsável por manter o Paraná como o
estado que apresenta o menor déficit de cirurgias cardíacas para correção de problemas
congênitos no País. Enquanto o déficit nacional é de 65%, no Paraná esse índice é de 29%.
São realizadas cerca de 50 cirurgias cardíacas por mês. De acordo com a Secretaria Estadual
de Saúde, o HPP atende o maior número de crianças com câncer no Paraná.
Na rede pública municipal e estadual de saúde, o Hospital é uma instituição estratégica,
pois atende a uma demanda que os estabelecimentos públicos não conseguem absorver
sozinhos, tanto em relação aos atendimentos ambulatoriais, quanto à alta complexidade. Entre
1996 e 2004, foram atendidas no Hospital 1.669.841 crianças, adolescentes e famílias.
Ao comparar à população de crianças e adolescentes do Paraná contabilizada no último
Censo Demográfico (ano 2000), com o número de crianças atendidas no Hospital no mesmo
ano, passaram pelo HPP 4,3% do total de crianças paranaenses. Em relação ao número de
crianças e adolescentes de Curitiba no ano 2000, fazendo a mesma analogia, o Pequeno
Príncipe prestou atendimento a uma porcentagem equivalente a 32,6% desta população.
Com essa estrutura e constante aprimoramento técnico-científico, o HPP consolidou-se
como referência nacional no atendimento pediátrico de média e alta complexidade, destacando-
se como um centro de tecnologia de ponta e excelência na realização de procedimentos
clínicos e cirúrgicos nas áreas de: cirurgia pediátrica, cirurgias cardíacas, hepatologia e
transplante de fígado, nefrologia e transplante de rim, neonatologia, neurocirurgia, oncologia e
ortopedia. Em todas essas especialidades são disponibilizados tratamentos e procedimentos de
alto custo para crianças de qualquer condição social.
3.4 Humanização: cuidado solidário e resolutividade
A humanização do atendimento hospitalar no Brasil é entendida hoje como uma política
transversal, que deve permear os diversos níveis de atenção à saúde, envolvendo todos os
atores sociais contemplados nesse processo: pacientes, seus familiares, trabalhadores da
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saúde e gestores. Deve ser entendida como um conjunto de princípios e diretrizes que se
traduzem em ações nos inúmeros serviços, nas práticas de saúde e nas instâncias do sistema,
caracterizando uma construção coletiva.
No documento do Ministério da Saúde que define a humanização como eixo norteador
das práticas de atenção e gestão nas instâncias do Sistema Único de Saúde (SUS), a
humanização é apresentada como a aliança entre a solidariedade no cuidado e a resolutividade
do atendimento oferecido.
“Devemos tomar cuidado para não banalizar o que a proposição de uma
Política de Humanização traz ao campo da saúde, já que as iniciativas se
apresentam, em geral, de modo vago e associadas a atitudes humanitárias, de
caráter filantrópico, voluntárias e reveladoras de bondade, um “favor”, portanto, e
não um direito à saúde”
“Tematizar a humanização da assistência abre, assim, questões
fundamentais que podem orientar a construção das políticas em saúde.
Humanizar é, então, ofertar atendimento de qualidade, articulando os
avanços tecnológicos com acolhimento, com melhoria dos ambientes de
cuidado e das condições de trabalho dos profissionais”. (HumanizaSUS –
Política Nacional de Humanização. Série B – Textos Básicos de Saúde.
Ministério da Saúde, 2004)
Essa ampliação de olhar trazida pela Política Nacional de Humanização nos remete
ainda à questão do atendimento integral do paciente. Essa integralidade do cuidado pressupõe
a interdisciplinariedade no atendimento oferecido e também o cuidado com os aspectos
emocionais do paciente.
Quando o paciente em questão é uma criança, o aspecto emocional ganha dimensões
ainda maiores, que têm esse cuidado protegido por lei. O Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA), em seu artigo 12, determina que “os estabelecimentos de atendimento à saúde deverão
proporcionar condições para a permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável,
nos casos de internação de criança ou adolescente”.
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No Hospital Pequeno Príncipe, a aliança entre o cuidado solidário e a resolutividade do
atendimento mostra os efeitos reais dessa política. Os programas que garantem a permanência
qualificada do familiar ao lado da criança são responsáveis pela redução de mais de 50% no
tempo de internação e em 20% no índice de infecção hospitalar.
A humanização do atendimento, entendida sob esse olhar mais amplo, contempla
também o artigo 4o. o ECA onde está estabelecido que “é dever da família, da comunidade, da
sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos
direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária”.
3.5 Humanização no Hospital Pequeno Príncipe
O Hospital Pequeno Príncipe foi um dos precursores na implantação da humanização
como um de seus principais valores, antes da concepção da Política Nacional de Humanização.
Há uma preocupação permanente com o estudo e a atualização científica, com a diversificação
das especialidades, com a modernização dos meios diagnósticos e com a real humanização
dos serviços.
Os profissionais de saúde do Hospital Pequeno Príncipe trabalham sempre pela
consciência do equilíbrio entre o saber, que é sempre crescente, e a necessária firmeza no agir.
Por este olhar, é fundamental reconhecer a ansiedade e a insegurança que a doença
traz, os traços culturais usados para interpretar a realidade, as dificuldades econômicas e
sociais do tratamento, a importância da presença freqüente da família e da coesão de toda a
equipe do Hospital, sem distinção.
O processo de humanização gerou a transformação da cultura organizacional, passando
pelo repensar de posturas, ações e políticas da instituição, buscando maior valorização e
comprometimento dos profissionais, maior transparência (a presença da família e amigos), a
democratização das informações (o diálogo entre as famílias e os profissionais de saúde), a
gestão participativa (o repensar coletivo), a atuação em equipe (multidisciplinariedade), o
reforço de vínculos e o desenvolvimento de um trabalho de educação em saúde, a busca
constante pelo aprimoramento técnico-científico (resolutividade).
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A mudança de postura refletiu no dia-a-dia da equipe, que passou, cada vez mais, a
desenvolver uma abordagem e linguagem acessíveis aos familiares, para orientação de
diversas ações que atendem a todos de forma igualitária, contribuindo para o fortalecimento da
família, diminuição das angústias, ampliação dos conhecimentos em saúde da criança, do
adolescente, e da família, trabalhando dimensões de promoção, prevenção, assistência e
reabilitação, promoção da inclusão social e ampliação da percepção e busca da cidadania, em
qualquer período de internação, nos curtos ou mais prolongados.
As conquistas efetivadas através do atendimento humanizado foram centradas na
valorização e respeito de todos os atores: crianças e famílias, profissionais de saúde,
colaboradores, voluntários, de acordo com as seguintes diretrizes institucionais de
humanização, alinhadas a Política de Humanização do Ministério da Saúde:
- Resolutividade;
- Respeito e valorização de todos;
- Direito à informação e participação nas decisões;
- Adequação dos tratamentos médicos e complementares à criança;
- Educação e cultura para todos públicos do HPP;
- Sensibilização, treinamento e educação permanente das equipes;
- Oportunização de momentos mágicos (aniversário, olhares e palavras);
- Privacidade garantida;
- Combate à dor;
- Desospitalização.
Essas diretrizes norteiam a viabilização de programas focados nos diferentes grupos de
relacionamento. O Programa Família Participante, o Setor de Educação e Cultura e o
Voluntariado são alguns dos principais programas de humanização do Hospital Pequeno
Príncipe, voltados para a criança, para o adolescente e sua família. Além disso, a instituição
mantém mais de 15 programas de humanização.
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3.6 Programa Família Participante – Garantia do acompanhamento familiar qualificado
O Programa Família Participante teve início em 1982, focando a manutenção do vínculo
criança/família. Já sistematizado desde a década de 80, foi implantado oficialmente em 1991,
efetivando o acompanhamento da criança internada em tempo integral (24 horas), por um de
seus familiares ou responsáveis. Esta permanência mantém o vínculo afetivo, proporcionando
segurança emocional à criança e sua família.
Os acompanhantes dos usuários do SUS são instruídos quanto a seus direitos e
deveres dentro do Hospital, por meio de uma recepção acolhedora e de treinamento, que
acontece duas vezes ao dia. Com isso, torna-se possível a participação ativa e qualificada do
acompanhante em todo o processo, desde os procedimentos mais simples, como alimentação e
higiene pessoal, até o suporte de ingesta medicamentosa e acompanhamento a exames, além
de oportunizar educação em saúde.
O foco principal do programa é não separar a criança da família, organizador principal do
indivíduo. Como resultados podemos apresentar a quase totalidade, 99% das crianças e
adolescentes atendidos atualmente com acompanhamento familiar, a extinção da depressão
infantil, provocada pela hospitalização, menores índices de permanência hospitalar, diminuição
dos índices de infecção hospitalar, ampliação da dimensão curativa para a de prevenção e
promoção, entre outros.
O monitoramento de indicadores quantitativos e qualitativos do Hospital Pequeno
Príncipe, no decorrer dos anos 90, revelou que a criança reage melhor ao tratamento com a
presença dos familiares. A presença permanente de integrantes da família no Hospital fez com
que o tempo médio de internação caísse de 12 para 5,63 dias e contribuiu para a diminuição da
infecção hospitalar em 20%.
O Programa viabiliza a inserção social e a cidadania, por meio de atividades de
educação, artes, cultura, lazer e informação sobre saúde, colaborando para melhorar a
qualidade de vida das famílias atendidas pelo Sistema Único de Saúde - SUS. Promove
também a garantia de direitos, à medida que oferece as condições necessárias para o
acompanhamento da criança pelo familiar no Hospital.
Além disso, o Hospital mantém outros dois programas que envolvem a família:
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• Família Ativa: promove a orientação de familiares para a continuidade dos
cuidados com a criança durante a internação e após a alta. Trabalha questões
de alimentação, higiene, hábitos saudáveis, ingesta medicamentosa, cuidados
com cateteres, bolsas de colostomia etc;
• Família Feliz: promove o fortalecimento do núcleo familiar e a convivência
comunitária, abrindo as portas do Hospital para realização de visitas de irmãos
dos pacientes internados com idade inferior a 12 anos, e outras crianças,
adultos e familiares que tenham vínculo afetivo com o paciente.
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Resultados Qualitativos comuns a todos os públicos:
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Resultados Qualitativos compartilhados, pelos diferentes públicos:
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3.7 O Setor de Educação e Cultura
“A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-lhes:
I – igualdade de condições para acesso e permanência na escola” Estatuto da Criança e do Adolescente Art. 53
Criado para garantir o direito à educação para crianças internadas por motivo de saúde,
oferece educação continuada, com acompanhamento escolar, que visa dar continuidade às
atividades escolares formais durante a internação hospitalar, proporcionando a manutenção do
vínculo com a escola, professores e colegas, bem como preparando a criança para o retorno.
Proporciona também a educação digital e a educação informal, promovendo a
manutenção da integridade da criança, considerando suas necessidades e especificidades,
bem como a preservação da garantia do direito de brincar e vivenciar experiências prazerosas
no transcorrer de seu desenvolvimento, Para isso, o HPP desenvolve: leitura, contação de
histórias e poesias, teatro, desenho, pintura, colagem, oficinas de sucata, origami, brincadeiras
infantis, jogos com regras e jogos corporais, cinema, dança, exposições, musicalização, canto,
audição de corais e instrumentos diversos.
O Hospital Pequeno Príncipe acredita que a hospitalização é também um momento de
inclusão, que pode contribuir para a formação do indivíduo e do cidadão. Sendo assim, o
momento da hospitalização torna-se, para muitos pacientes e seus familiares, uma
oportunidade de contato com diversos meios de educação e cultura. As ações nesta área
oferecem aos pacientes e seus familiares uma real possibilidade de ser reconhecido e de se
perceber enquanto cidadão, com direitos e capacidade de aprendizagem.
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Números do Programa Educação e Cultura
Programa Nº de atividades - 2003 Crianças/atendidas - 2003
Acompanhamento Escolar 1.520 889
Artes Plásticas 111 805
Biblioteca Viva 725 5.103
Alfabetização Digital 223 809
Jogos 209 618
Total 2.788 8.224
3.8 Voluntariado
No Complexo Hospitalar Pequeno Príncipe o voluntário é um importante ator social e
agente de transformação, que doa seu tempo e seus conhecimentos, realizando um trabalho
gerado pela energia de seu impulso solidário. Dessa forma, atende tanto as necessidades do
próximo ou aos imperativos de uma causa, como às suas próprias motivações pessoais.
Formas de Voluntariado no Pequeno Príncipe:
- Recreação Infantil: contato direto com as crianças internadas para momentos de
descontração.
-Voluntariado empresarial: estímulo à participação de empresas em ações solidárias e de
responsabilidade social.
-Criança Abraça Criança: protagonismo infanto-juvenil, envolvendo escolas públicas e privadas.
- Programa Sorriso Saúde: promoção da saúde bucal através da orientação de profissionais
voluntários.
-Trabalhos Manuais (interno e externo): criação e execução de produtos.
-Programa Família Feliz: reforço à integração familiar realizada nas tardes de domingo.
-Talento: apresentação de artistas no Hospital.
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Números do voluntariado
Número de Voluntários 409
Horas de Trabalho 8.607
Número de Atendimentos 75.364
Entre os programas de humanização do HPP estão:
- Criança Abraça Criança e Jovem Abraça Criança
Programa de voluntariado que viabiliza o protagonismo infanto-juvenil. Em 2004
proporcionou o ingresso de cerca de 300 adolescentes nas atividades voluntárias no Hospital,
por meio de parcerias com escolas públicas e privadas.
- Aleitamento Materno
Programa que incentiva a amamentação materna e disponibiliza orientações e coleta
para Banco de Leite, em parceria com o Hospital de Clínicas. Em 2004, foram realizadas 5.360
coletas.
- Casa de Apoio
Acolhimento e hospedagem para reforço à presença do familiar, desospitalização e
continuidade do tratamento. Em 2004 a Casa de Apoio atendeu 6.737 crianças e
acompanhantes, oferecendo acolhimento pré e pós hospitalização, rouparia, material de higiene
pessoal e refeições (mais de 16.000 refeições servidas).
- Comissão de Prevenção aos Maus-Tratos
Sensibilização para identificação precoce e atendimento a vítimas de maus-tratos. Em
2004, a equipe multidisciplinar que atende a esses casos registrou:
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Tipo de violência Casos atendidos %
Agressão Sexual 165 68,4%
Negligência 14 5,8%
Agressão Física 39 16,6%
Agressão Psicológica 23 9,5%
Total 241 100%
- Gestão Compartilhada
Participação das chefias e equipes do Hospital em programas e reuniões para
discussões e elaboração de metas, baseadas na missão e diretrizes institucionais.
- A Medicina que Praticamos
Programa de recepção para médicos residentes, sensibilizando-os para um atendimento
humanizado. Em 2004, o Pequeno Príncipe contou com 20 novos residentes.
- Programa Cores
Atividades educativas, culturais e recreativas para os 1.200 funcionários e 300
estagiários. Em 2004 foram realizadas as seguintes atividades:
Atividade Número de participantes/atividades
Massoterapia / Auriculoterapia 276
Reiki 738
Yoga (2 turmas) 24
Dia da Atividade (passeios externos) 96
Dia dos Aniversariantes 540
Ginástica Laboral 1.210
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- Pequeno Príncipe & Família
Visita dos familiares dos funcionários do Hospital para conhecer a instituição e sua
missão, valorizando a importância de cada colaborador nas diversas atividades para a
promoção da saúde infantil. É um momento de celebração das famílias, inclusive em datas
especiais, como Dia das Mães e Dia dos Pais. Durante o ano, o Pequeno Príncipe abriu as
portas para 80 familiares de colaboradores e em datas especiais recebeu outras 240 pessoas,
perfazendo um total de 320 visitantes.
- Ouvidoria
No Hospital Pequeno Príncipe, a Ouvidoria é formada pelo Serviço de Atendimento ao
Cliente (SAC) e pela Central de Atendimento ao Funcionário (CAF). Ambos buscam valorizar as
pessoas, transformando o complexo ambiente hospitalar em um espaço de diálogo e preparado
para novos desafios.
- SAC
Realiza busca ativa de satisfação dos usuários, disponibiliza vários canais de
comunicação para que o cliente possa se manifestar (telefone, carta, e-mail, pessoalmente,
caixa de sugestão e pesquisa) e realização de visitas diárias aos pacientes internados em
quartos de convênio/particular e enfermarias, com o objetivo de ouvir suas opiniões, ajudar a
solucionar os problemas apresentados e esclarecer dúvidas.
- CAF
Com a efetivação do CAF, os programas de benefícios aos colaboradores passaram a
ser desenvolvidos por este Centro de Atendimento e geridos pelo Setor de Recursos Humanos.
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4. AMPLIAÇÃO Para atender a crescente demanda da comunidade, serão instalados 80 leitos na nova
ala do Hospital Pequeno Príncipe. Esta ação irá oportunizar mais 6.000 atendimentos por ano,
aproximadamente, para as crianças, adolescentes e suas famílias. A capacidade de internação
do Hospital irá crescer 26%. As crianças e adolescentes serão atendidos em 32 especialidades
de saúde: Pediatria; Cirurgia Pediátrica; Neurologia; Otorrinolaringologia; Cardiologia;
Ortopedia; Endocrinologia; Endoscopia; Hematologia; Cirurgia Plástica; Dermatologia;
Oftalmologia; Oncologia; Nefrologia; Neonatologia; Infectologia; Cirurgia Cardiovascular;
Neurocirurgia; Cirurgia Ortopédica; Cirurgia do Aparelho Digestivo; Cirurgia do Aparelho Genito
Urinário; Cirurgia Neonatal; Cirurgia Toráxica; Cirurgia Oncológica; Cirurgia Bucomaxilo Facial;
Reumatologia; Transplante Hepático; Gastroenterologia; Hepatologia, Psicologia, Serviço Social
e Fisioterapia.
Para os novos leitos viabilizados por meio do projeto de Ampliação do Hospital Pequeno
Príncipe serão encaminhados pacientes que em outros centros não teriam as possibilidades de
tratamento e cura aqui oferecidos, lastreados na experiência e na tecnologia de ponta que o
Pequeno Príncipe utiliza, tanto nos procedimentos diagnósticos como nos terapêuticos, de
acordo com a proposta de humanização do Sistema Único de Saúde.
As famílias virão em busca de tratamentos mais complexos que muitas vezes
necessitarão de internações prolongadas, reinternações e tratamentos continuados. Seja qual
for o período de internação, a criança e sua família se deparam com a angústia, o estresse e o
medo. Neste contexto, a presença familiar qualificada é crucial para o fortalecimento familiar,
segurança emocional e a recuperação da saúde da criança. Em 2004, mais de 22 mil crianças
foram internadas no Pequeno Príncipe.
Os serviços de saúde exigem novos e permanentes aportes financeiros para a
viabilização da garantia do direito à vida para as crianças e os adolescentes por meio do
atendimento ambulatorial e de internação, com acompanhamento familiar, segundo os
princípios da universalidade, integralidade e equidade no tratamento de saúde.
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Diante da missão da instituição e da realidade do setor de saúde, o Hospital Pequeno
Príncipe desenvolveu um projeto para ampliar a sua estrutura. Será disponibilizada à
comunidade uma nova ala, na qual serão instalados 80 leitos hospitalares.
O projeto de ampliação da assistência em saúde para as crianças abrange também os
setores de Diagnóstico por Imagem, Laboratório de Análises Clínicas, infra-estrutura para a
melhoria da segurança do Hospital e dos pacientes, como a aquisição de novos geradores,
entre outros equipamentos. Desta forma, o HPP estará aperfeiçoando sua tecnologia para
alcançar maior eficiência interna e menores custos, fatores que têm como conseqüência a
qualificação dos diversos serviços prestados à comunidade, entre eles: agilização no
atendimento, avanços tecnológicos, melhoria na precisão dos diagnósticos e tratamentos, além
do salto na qualidade de vários procedimentos.
A ampliação do atendimento exigirá a readequação de toda a estrutura dos diversos
serviços hospitalares para a garantia da qualidade, conforto e humanização do atendimento às
crianças e famílias. Atualmente, as estruturas complementares do Hospital trabalham no limite
de sua capacidade e nem todos os equipamentos dispõem de tecnologias mais modernas
capazes de produzir resultados mais eficazes.
O setor de hotelaria, responsável pelos serviços de lavanderia, nutrição, restaurante,
limpeza e acomodação, é uma das áreas que precisa ser totalmente reformada.
Atualmente, a Hotelaria do Hospital disponibiliza mais de 3.100 refeições diárias, com as
instalações operando acima de sua capacidade. Neste ano, o HPP passou a disponibilizar mais
uma refeição diária gratuita a todos os acompanhantes do SUS integrantes do Programa
Família Participante. São cerca de 200 refeições a mais por dia. O oferecimento da alimentação
para garantir também a saúde e o conforto do familiar usuário do SUS, provocou o esgotamento
do espaço e da capacidade de atendimento da Cozinha e Restaurante.
A ampliação dos leitos refletirá na produção de mais refeições, tanto de dietas especiais
quanto de refeições para os pacientes, familiares e funcionários. Esta nova demanda exigirá a
readequação da cozinha e das copas instaladas em cada andar do Hospital, bem como a
ampliação do espaço físico do restaurante.
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No setor de Lavanderia, por exemplo, o processamento diário da rouparia no HPP gira
em torno de 2.000 quilos. As máquinas com tecnologias dos anos 60 e 70 geram um alto
consumo de energia por quilo de roupa lavada.
A ampliação dos atendimentos aumentará o volume de roupas utilizadas pelas crianças
e familiares do HPP em cerca de 23%, ou seja, mais 460 quilos por dia, aproximadamente. No
total, o Hospital terá uma demanda de quase 2.500 quilos de roupa diariamente para serem
processadas, considerando, por exemplo, que cada familiar utiliza em torno de sete peças da
rouparia ao dia, como fronhas, cobertores, aventais etc. Para atender com segurança e
qualidade, além de cumprir a legislação vigente referente aos serviços hospitalares, será
fundamental a reestruturação completa do setor.
Com foco no favorecimento da recuperação mais rápida da criança e disponibilização de
um espaço agradável para os familiares, será necessária a aquisição de todo o mobiliário da
nova ala, como camas, armários, televisões e equipamentos de uso hospitalar. O projeto prevê
dois leitos em cada quarto, dispostos de modo a contribuir para um ambiente saudável e todos
com acomodação qualificada para os acompanhantes.
4.1 Garantia do acompanhamento qualificado com a ampliação do atendimento
O maior benefício do Programa Família Participante é a garantia da convivência familiar,
fortalecendo os laços afetivos, ação alinhada com a deliberação nº 006/2005 do Conselho
Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, com o eixo de apoio sócio-familiar do Fundo
dos Direitos da Criança e do Adolescente (FIA), e de organismos internacionais como o Fundo
das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Organização Mundial da Saúde (OMS).
A ampliação do número de leitos no Hospital consolidará na instituição, por meio do
Programa Família Participante, o Estatuto da Criança e do Adolescente, que preconiza em seu
artigo 4º: “é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público
assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”.
O aumento da capacidade de atendimento hospitalar viabilizará a adequação de vários
programas e projetos de humanização e de responsabilidade social, atendendo a nova
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demanda de internação. Com este projeto, que eleva em 26% a possibilidade de atendimento,
mais 6 mil crianças e 12 mil famílias serão beneficiadas a cada ano. Serão oferecidas mais 30
mil refeições para os pacientes anualmente. A Lavanderia irá processar mais 167 mil quilos de
roupa.
Por meio do Programa Família Participante serão disponibilizadas 75 mil refeições no
ano, 350 treinamentos, além das 800 crianças beneficiadas com o Programa Família Ativa.
As atividades especiais promovidas pelo Setor de Educação e Cultura chegarão a 18
mil. O Voluntariado efetuará cerca de 15 mil atendimentos ao ano.
“Direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para saúde, acompanhamento de curriculum escolar durante sua permanência hospitalar.”
Direitos da Criança e do Adolescente Hospitalizados - Item 9. Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - Resolução nº 41
4.2 Educação e Cultura no Projeto de Ampliação
O setor de educação e cultura continuará garantindo o direito à educação formal à
criança hospitalizada. E intensificará o número de projetos e atividades culturais beneficiando
18.000 crianças/adolescentes, seus familiares e visitantes. Além de contribuir com um dos
grandes desafios da atualidade na área educacional, que é buscar uma prática pedagógica que
recupere o prazer e a curiosidade relacionados ao conhecimento possibilitando um processo
educativo prazeroso e transformador.
Um dos projetos previstos utilizará a arte como alternativa para o desenvolvimento
cultural e educacional num sentido mais amplo, viabilizando o acesso a um conhecimento que
possibilite a redescoberta de significados da vida, como também a expressão de sentimentos. A
arte no contexto hospitalar busca o desenvolvimento da criatividade e senso crítico
possibilitando a descoberta e o livre pensar ao invés da reprodução, criando assim alternativas
para as crianças, adolescentes e familiares de ampliarem sua realidade por meio de
descobertas pessoais e culturais.
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5. OPORTUNIDADE
O projeto de Ampliação do atendimento hospitalar à criança e ao adolescente, com
garantia do acompanhamento familiar qualificado, do Hospital Pequeno Príncipe, será
executado em duas etapas. A primeira é referente à reforma física da instituição, que será
viabilizada financeiramente por meio de parceria com o Governo do Estado do Paraná, com a
destinação de R$ 3.049.814,00 milhões (três milhões, quarenta e nove mil, oitocentos e
quatorze reais) para a ampliar o espaço físico do HPP.
A parceria entre a Associação Hospitalar de Proteção à Infância Dr. Raul Carneiro,
gestora do HPP, e a Secretaria de Estado da Saúde, foi publicada em Diário Oficial e o contrato
foi assinado entre as partes. Os recursos serão investidos na construção de quatro novos
pavimentos, o equivalente a uma área total de mais de 3.432 m2. Além disso, outras áreas
também passarão por reformas e revitalizações.
A segunda fase diz respeito à aquisição de mobiliário para os setores ampliados e
equipamentos hospitalares, necessários para implementação novos atendimentos. Esta fase do
trabalho será viabilizada por meio do presente projeto apresentado ao Conselho Estadual dos
Direitos da Criança e do Adolescente do Estado do Paraná - CEDCA, para inclusão no Banco
de Projetos do CEDCA, com o objetivo de receber doações com dedutibilidade fiscal no
Imposto de Renda, via Fundo da Infância e Adolescência - FIA.
O projeto de ampliação do atendimento à criança e ao adolescente está alinhado com as
políticas de saúde federal, estadual e municipal. O atendimento de 70% destinado ao SUS e
viabilizado pelo HPP coloca a instituição em uma posição estratégica no sistema público de
saúde. O projeto prevê também a garantia do acompanhamento familiar qualificado,
preconizado pela Política Nacional de Humanização – HumanizaSUS.
O Pequeno Príncipe é também um Hospital de referência no planejamento da política
pública de saúde dos governos municipal e estadual.
Na esfera nacional, a ampliação do atendimento no HPP vai ao encontro do Estatuto da
Criança e do Adolescente em várias prerrogativas, como no artigo 4º: “É dever da família, da
comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a
efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao
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lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência
familiar e comunitária”. O artigo 12 também orienta a qualificação e humanização dos serviços
de saúde voltados ao público infanto-juvenil: “Os estabelecimentos de atendimento à saúde
deverão proporcionar condições para a permanência em tempo integral de um dos pais ou
responsáveis, nos casos de internação de criança ou adolescente”.
Esta ação do HPP fortalece diretrizes de organismos internacionais como a Organização
Mundial da Saúde – OMS e Fundo das Nações Unidas para a Infância - UNICEF. O projeto de
ampliação do Hospital está alinhado com eixos desses organismos como o de atendimento
integral para todas as crianças até os seis anos de idade, o fortalecimento da família brasileira,
a garantia de direitos e proteção, educação para a inclusão e busca da eqüidade nas ações que
beneficiem grupos mais vulneráveis, em especial, as mães e as crianças.
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6 - PÚBLICO
O HPP destina cerca de 70% de seu atendimento às crianças e adolescentes de 0 a 18
anos usuários do Sistema Único de Saúde - SUS, ou seja, a população menos favorecida do
Paraná e de outras regiões do Brasil. São crianças que necessitam desde os atendimentos
mais simples aos tratamentos de alta complexidade, tanto clínicos quanto cirúrgicos.
A maioria das crianças vem da capital, da Região Metropolitana de Curitiba e do interior
do Paraná em busca de tratamento de alta complexidade, já que o HPP é referência para o
atendimento pediátrico especializado no Paraná.
Em 2004, 54,05% das crianças atendidas eram provenientes de Curitiba, 41,11% do
interior do Estado, e 4,83% de outras localidades do Brasil. Neste período, 59,7% das crianças
atendidas foram meninos e 40,2% meninas. A maioria das crianças tem a partir de cinco anos
de idade, 45,85%. As crianças de um até quatro anos e 11 meses representaram 34,94% dos
atendimentos.
Os pacientes chegam dos mais diferentes lugares e apresentam grande diversidade de
cultura, hábitos, costumes e valores: são famílias da zona rural e urbana, algumas que nunca
tiveram acesso a serviços básicos como energia elétrica, saneamento, ou ainda de tribos
indígenas e outros grupos sociais.
As famílias que chegam ao Hospital apresentam carências múltiplas, como o
desemprego, a desestruturação familiar, condições de moradia precárias, fragilidades que se
somam à necessidade de recuperação da saúde da criança.
A precariedade econômica e social desse público fez com que o Hospital Pequeno
Príncipe desenvolvesse uma abordagem e linguagem compreensíveis, para orientar várias
ações que atendessem a todos de forma igualitária. As respostas a essas demandas sociais
foram sendo construídas pela iniciativa do Hospital em ampliar seu olhar para o atendimento
das necessidades físicas, psicológicas, cognitivas e sociais da criança e sua família.
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7 - OBJETIVOS Objetivo Geral
Aumentar o número de atendimentos de saúde a crianças e adolescentes, com
assistência integral e presença da família, garantindo o direito a humanização, educação e
recreação.
Objetivos específicos
�� Implantar 80 novos leitos para internação hospitalar;
��Ampliar os programas de Humanização, Educação e Cultura, Recreação e
Acompanhamento Familiar Qualificado;
��Disponibilizar para as crianças, adolescentes e famílias, adequação da estrutura para
atendimento integral, com dignidade;
��Ampliar a infra-estrutura de serviços complementares de apoio, diagnóstico e hotelaria
para a nova capacidade de atendimento;
��Proporcionar aprendizados de saúde aos familiares para os cuidados na convalescença;
��Disseminar a cultura de promoção de saúde e prevenção de doenças.
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8 – ATIVIDADES/AÇÕES A SEREM DESENVOLVIDAS - Efetivar protocolo do projeto junto ao Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente – Cedca.
Após a primeira doação - Realizar revisão orçamentária de cada item que será adquirido. - Realizar consulta de valores para a aquisição dos itens previstos no projeto. - Executar o projeto por prioridade, à medida que as doações forem efetivadas.
Etapas de execução
- Mobiliar e equipar todos os quartos, para viabilizar o funcionamento dos 80 novos leitos. - Mobiliar e equipar as áreas referentes aos serviços de apoio: lavanderia, restaurante, cozinha, nutrição e outros setores que integram a Hotelaria. - Equipar e revitalizar os setores de atendimento em saúde como: Diagnóstico por Imagem, Laboratório de Análises Clínicas e revitalização da infra-estrutura para a melhoria da segurança do Hospital e dos pacientes, como a aquisição de novos geradores, entre outros equipamentos. - Realizar reuniões com as equipes dos setores que receberão as novas aquisições, para a devida adequação dos ambientes e preparação dos profissionais.
- Acompanhar a execução do projeto, desde a realização das consultas e tomadas de preços, recebimento dos materiais, distribuição para os setores e registro do mobiliário e equipamentos.
- Promover ação de inauguração da ampliação e melhorias viabilizadas pelo projeto, com a abertura dos novos serviços à comunidade.
- Divulgar a realização do projeto viabilizado pelo Banco de Projetos do Cedca, com o objetivo de divulgar, promover e incentivar as doações ao Fundo da Infância e Adolescência – FIA.
- Realizar a prestação de contas oficial.
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8.1 – AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO Avaliação e monitoramento: Monitoramento:
Levantamentos mensais dos seguintes indicadores hospitalares: �� atendimentos ambulatoriais; �� cirurgias �� internações �� permanência média �� taxa de mortalidade �� taxa de ocupação �� sessões de hemodiálise �� sessões de quimioterapia �� exames diagnósticos �� transplantes �� perfil dos pacientes �� categoria previdenciária �� composição da receita �� investimentos
Palestras com equipes e famílias sobre Humanização, Educação e Cultura e
Acompanhamento Familiar Pesquisas de satisfação dos clientes:
��Espontâneas (registros deixados em caixas de sugestões) ��Busca ativa (mensal, nos novos leitos)
Avaliação:
��Comparação da evolução dos indicadores hospitalares pré e pós ampliação, buscando garantir a melhoria do atendimento nas internações;
��Comparação das pesquisas de satisfação dos diversos setores do hospital e da nova área ampliada, em especial;
Um importante aspecto de monitoramento e avaliação é o efetuado pelo próprio Sistema Único de Saúde (SUS), com relação aos aspectos quali-quantitativos.
Meios de verificação:
��Melhoria de indicadores hospitalares; ��Número de elogios registrados nos canais de ouvidoria; ��Grau de satisfação dos familiares em relação às palestras sobre Humanização,
Educação e Cultura e Acompanhamento Familiar.
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9 – PLANO DE APLICAÇÃO Recursos do FIA Item Valor (R$) Material de consumo
4.935.449,72
Equipamentos (exceto veículos)
3.887.092,00
Total 8.822.541,72
Contrapartida do proponente
O Hospital Pequeno Príncipe, organização sem fins lucrativos, vai executar a ampliação
do atendimento hospitalar à criança e ao adolescente por meio de parceria com o Governo do
Estado do Paraná no valor de 3.049.814,00 milhões de reais. Como contrapartida, o Hospital
Pequeno Príncipe vai realizar investimentos nos projetos estrutural e arquitetônico, bem como
nos projetos complementares (hidráulico, elétrico e prevenção de incêndios).
Itens Valor (R$)
Obras 3.049.814,00 Projeto estrutural 30.700,00 Projeto arquitetônico 50.000,00 Projeto elétrico, hidráulico prevenção de incêndios
21.960,00
Gases medicinais e vácuo 13.665,63 Total 3.166.139,63