34º festival internacional de música

98

Upload: roger-design-grafico

Post on 11-Mar-2016

305 views

Category:

Documents


9 download

DESCRIPTION

Edição: Associação Pró-Música da Póvoa de Varzim / Direcção editorial: Prof. João Marques / Design e composição: Roger Amorim / Impressão e acabamentos: Gráfica Nascente

TRANSCRIPT

Page 1: 34º Festival Internacional de Música
Page 2: 34º Festival Internacional de Música

DIREÇÃO ARTÍSTICA / COORDENAÇÃO-GERAL

ADMINISTRAÇÃO / COMUNICAÇÃO / CONTABILIDADE / SECRETARIADO

ASSISTENTES DA DIREÇÃO ARTÍSTICA

COMISSÃO EXECUTIVA

GESTÃO FINANCEIRA / CONTABILIDADE

TEXTOS DE APOIO AO PROGRAMA

VERSÃO EM PORTUGUÊS

João Marques

Emília Reis Fernandes

Ana Luísa MarquesVânia Oliveira

Hugo MesquitaIsabel PereiraNelson Ferreira de SáPaulo LeitãoRosa Quintela

Maria da Luz Oliveira (Póvoa Serve)Luís Alberto Oliveira (Póvoa Serve)

Amandine Beyer –(concerto de 21 de Julho)

António Chagas-Rosa – (concerto de 19 de Julho)Bárbara Villalobos –

(concerto de 7 de Julho)Fundação Calouste Gulbenkian – Cedência de textos de apoio (concerto de 7 de Julho)Luísa Tender – Recital de 10 de JulhoMichal Gondko – (concerto de 18 de Julho)Paul Van Nevel – (concerto de 20 de Julho)Serge Ollive – (concerto de 19 de Julho)

Jorge de Sena – tradução para português de , de Richard Wagner (concerto de 19 deJulho)José Maria Maciel – versão em língua portuguesa de (concerto de 19 deJulho)Ofélia Ribeiro – versão em língua portuguesa de , BWV Anh.160(concerto de 7 de Julho)

Nuova Staggione, concertos com vários instrumentos e inéditos de AntonioVivaldi

Serei só eu…Notas sobre Francisco António de Almeida, Domenico Scarlatti e Johann

Sebastian Bach

Musicus Famosissimus, um tributo a Johannes CiconiaÀ la Recherche du Temps perdu

Sinfonia nº 4 de Gustav Mahler – uma reorquestração

Hör' ich nur

Das himmlische Leben

Jauchzet dem Herrn, alle Welt

DE TEXTOS POÉTICOS

Os textos apresentados nesta publicação respeitam a norma ortográfica perfilhada pelos autores.

Page 3: 34º Festival Internacional de Música

COMISSÃO

DE HONRASECRETÁRIO DE ESTADO DA CULTURA

PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DA PÓVOA DE VARZIM

ARCEBISPO PRIMAZ DE BRAGA

PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DA PÓVOA DE VARZIM

VEREADOR DO PELOURO DA EDUCAÇÃO E CULTURA DA CÂMARA M. DA PÓVOA DE VARZIM

3

Page 4: 34º Festival Internacional de Música

índice3 COMISSÃO DE HONRA5 ABERTURA6 DESAFIO7 BREVE MONOGRAFIA DA PÓVOA DE VARZIM9 INTRODUÇÃO AO PROGRAMA10 CALENDÁRIO12 Rui Vieira NERY14 Michel CORBOZ · CORO GULBENKIAN24 Luísa TENDER28 PAVEL HAAS QUARTET32 Fernando COSTA · João XAVIER36 QUARTETO VERAZIN40 Corina MARTI · Michal GONDKO · LA MORRA48 Luís CARVALHO · Alexandra MOURA · ORQUESTRA VERAZIN56 Paul VAN NEVEL · HUELGAS ENSEMBLE66 Amandine BEYER · GLI INCOGNITI70 MANIFESTAÇÕES PARALELAS I72 MANIFESTAÇÕES PARALELAS II73 MANIFESTAÇÕES PARALELAS III79 APOIOS INSTITUCIONAIS84 MECENATO86 APOIOS DIVERSOS89 APOIOS À DIVULGAÇÃO93 AGRADECIMENTOS96 ORGANIZAÇÃO

4

Page 5: 34º Festival Internacional de Música

ABERTURAA cultura e a crise cruzam-se cada vez mais no discurso da governação: porque (hipótese maisprovável) a cultura é vítima da crise; ou porque (caso muito raro) a cultura é privilegiada comoinstrumento de combate à crise; ou porque (hipótese mais sensata) as duas convergem numaplataforma que, salvaguardando o necessário equilíbrio, garante a ultrapassagem segura da crisee, portanto, o futuro sustentado da cultura.Sou dos que pensam que a cultura, na diversidade das suas expressões, oferece um imensopotencial de desenvolvimento, que nenhum gestor inteligente negligenciará ou ignorará. Disse até,em bons idos tempos, que gostaria de ver um projecto de governação eleito com base naproclamada paixão pela cultura – pelo que isso significaria enquanto expressão de um povoadulto e emancipado. E, como é sabido, não me canso de afirmar (creio que com a consequentecoerência) que a Póvoa de Varzim tem na cultura um dos seus vectores estratégicos dedesenvolvimento.Transpostos estes princípios para uma realidade que é difícil, e para um quadro legislativo que lheacrescenta dificuldades quase intransponíveis, o que qualquer observador constata é que naPóvoa de Varzim, retirados os anéis que ocultavam a beleza dos dedos, estes se mantêm e, agorasem os adereços que neles se promoviam, surgem na sua elegância e plenitude originais.Dito por outras palavras: sacrificámos a quantidade das manifestações culturais à qualidade dasmesmas; não podendo ter tudo, abdicámos do acessório para mantermos o essencial. Talvez estacura de emagrecimento nos ajude, como comunidade, a valorizar o que verdadeiramentecontribui para marcar a nossa diferença e, por essa via, reforçar a nossa identidade: é que nemtudo, no anterior festim de expressões culturais, gerava o retorno ambicionado, reforçando amarca da Póvoa como cidade da cultura. E, sem pretendermos nem admitirmos uma vivênciaelitista da cultura, convimos que o Festival Internacional de Música, até pela democratização que oensino da música entretanto conheceu, é hoje uma proposta pragmática ansiada por públicosque, na sua diversidade, confirmam quanto foi valorizada, como marca da cidade, esta iniciativade há 34 anos.Quero com isto dizer que o Festival Internacional de Música, como o Correntes D'Escritas, a Feirado Livro e outras expressões maiores dos hábitos culturais da nossa população, vão manter-se nocerne da vida do município, com os ajustamentos que tiverem de sofrer mas nunca sacrificando oessencial: a qualidade, que, no que ao Festival de Música diz respeito, é, de facto, a matriz de umaprogramação que não pára de se renovar.

José Macedo VieiraPresidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim

(Julho de 2012)

5

Page 6: 34º Festival Internacional de Música

desafioJá passaram 34 anos desde a criação do Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim. Umevento que nasceu para animar o verão e todos os que visitavam a Póvoa de Varzim.Ao longo de todos esses anos, o FIMPV foi ultrapassando obstáculos e conseguindo criar umpúblico fiel, graças à qualidade dos executantes que vinham até nós. A par do FIMPV foicrescendo a nossa Escola de Música e daqui saíram alunos de excelência que vão realizando o seusonho um pouco por todo o mundo. Escola que tem acompanhado o Festival através de umariquíssima programação paralela.Perante tal cenário, chegámos ao ano de todas as dúvidas em que tudo é provisório, sem saber oque será o dia de amanhã. Assim, arriscamos a realização deste evento, fazendo o melhor quesabemos e podemos.Não sabemos o que será o próximo ano, não sabemos o que será o próximo mês… O quesabemos é que queremos continuar a contar com os nossos patrocinadores e com o nossopúblico.Este ano, lançámos o desafio aos jovens estudantes de arte, para a criação da imagem do Festival.Um Festival que, para além dos músicos consagrados, continua a dar lugar aos mais jovens econtinua a ser um promotor da música de qualidade na região. É este evento que propomostodos os anos e assim vamos resistindo.O que nos dá esperança é o apoio acrescido de todos os patrocinadores e amigos do Festival.Esperemos que a Secretaria de Estado da Cultura continue a valorizar esta atividade com acolaboração e patrocínio que tem prestado até aqui.A programação meticulosamente trabalhada pelo Prof. João Marques é já garantia de qualidade eexcelência habitual.Gostaria de deixar um agradecimento especial ao Professor Doutor Rui Vieira Nery que, ao longodos tempos, tem sido uma mais-valia com a conferência de abertura do certame, verdadeira liçãode conhecimento e prazer.Com os espaços dos espetáculos repletos de público, fica o desejo de fruição de momentossingulares vividos um pouco por todo o concelho da Póvoa de Varzim.Nesta nota introdutória, deixo o desafio de um Festival sempre renovado, apesar das incertezasque nos vão mitigando os sonhos mais prováveis.Esperemos que no próximo ano nos possamos encontrar num dos concertos do FestivalInternacional de Música da Póvoa de Varzim…

Luís Diamantino de Carvalho BatistaVereador do Pelouro da Cultura da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim(Maio de 2012)

6

Page 7: 34º Festival Internacional de Música

BREVE MONOGRAFIA DA

PÓVOA DE VARZIMPÓVOA DE VARZIM é o nome da nossa cidade Explicá-lo representa uma ali te viagem às suasorigens históricas ou mesmo pré-históricas pelo que sou tentado, niciá-la, a recorrer à fórmulagenesíaca: – era a terra de VARAZIM, to Senhor que a possuiu em tempo nãomenos ignoto mas concerteza posterior à roma ção e lhe deu o nome. Alguns achadosarqueoógicos, muito expressivos em Martim (hoje, zona desportiva) e menos na Junqueira eVila Velha, informam-nos da pre e da acção do homem na antiguidade. Porém, odocumento escrito ídentificador nosso território e que o denomina Villa Eurazini – tem a datade 953 e per ce ao cartulário da Colegiada de Guimarães designado por Livro de Mumadona. A

a e, sobretudo, o mar que a beja sussurrante e, depois, se deixa amimar em profundoplexo, despertaram na Idade Média o interesse económico de fidalgos, cavaleiros e

ecle sticos, ávidos de rendas, entre os quais se destaca a estirpe de D Lourenço Fernan s daCunha, sem dúvida, os mais produtivos colonizadores do nosso território Os s casais situavam-se na parte norte, em uma área denominada já no séc. XIV por la Velha. Alguns desses casaispertenceram à Ordem Militar do Hospital e usufruíam privilégio de «Honra» andando a terraregistada nas Inquirições com o nome de Vara m dos Cavaleiros e, mais tarde, VARAZIM DESUSÃO. Outra parte de VARAZIM, ais para o sul, era terra reguenga e os casais pagavam para oRei tanto dos frutos da a como do mar, pois havia no seu porto um interessante movimentode pesca. Foi, r cisamente, a cobrança do imposto do pescado, dito navão ou nabão, disputadopelos mordomos régios e Senhorios de Varazim de Susão, que originou a intervenção do Rei fimde acabar com a instabilidade no território, recuperar a renda da pesca e arrotear s terras doreguengo. Assim, em 1308, depois de arrolados os 54 casais de VARAZIM, mandou EI-Rei D Dinispassar carta de Foral doando-lhes o reguengo de Varazin de Jusão com o encargo de aí fundaremuma associarem-se em CONSELHO DE ZINHOS com seu juiz eleito e darem-lhe,anualmente, um foro colectivo de 250 libras e os direitos de aportagem.Eis a origem da nossa terra e do nome que ostenta. A Póvoa de Varzim arranca para o desafio dostempos voltados para a sua angra marítima que lhe garante a subsis ência e havia de ser oprimeiro motor do seu desenvolvimento e prosperidade. Desafio dos tempos... disse... pararecordar os principais lances do evoluir histórico do nosso burgo. Em 1312, o Rei D. Dinis doou aPóvoa de Varzim a seu filho bastardo Afonso Sanches de Albuquerque e este por sua parte,meteu-a no património do mosteiro de Santa Clara (1318) que acabara de fundar em Vila doConde. O domínio do senhorio eclesiástico, exercido através da Abadessa e seus ministros, chegoua ser total e durou o melhor de duzentos anos. Ainda ele decorria quando D. Manuel mandou darforal novo à Vila (1514) reformando o antigo na parte fiscal e provendo-o de mecanismosalternativos à jurisdição do mosteiro. Suspeita-se que estes foram accionados a partir de 1537,

No princípio ..

PÓVOA;

.

l

i

..

.

.

caao i

gn

Vasen

dte

ta

sis

i

ii

n

onza

zça

on

errm

á deeu

Vio

zim

terrp e

aa

VI

t

,

data em que as jurisdições do mosteiro são postas em arrematação e a dependência das justiçaslocais passaria para o desembargo do Paço e seu Corregedor na comarca do Porto. A pequenaVila da Póvoa, que não contaria mais de quinhentos habitantes, sente o ar benéfico que percorreo litoral do país, envolvido no vultoso tráfico das descobertas e conquistas, e assume a feição deburgo com a sua Casa do Conselho, Praça Pública e Pelourinho onde os Homens Bons da terra edo mar jamais se aquietarão em projectos destemidos. Um deles consistiu na emancipaçãoreligiosa da paróquia de Argivai criando se a vigararia de Santa Maria de Varzim com sede naermida da Mata que foi preciso ampliar e preparar para o efeito. Aí pregou e administrou ocrisma, em 1560, o santo Arcebispo Frei Bartolomeu dos Mártires. De resto, o séc XVI deu à terraaquela estrutura administrativa, social e religiosa que permitiu vencer algumas crises difíceis que oséculo seguinte lhe reservaria. Refiro-me, em particular, às onerosas questões territoriais com aCâmara de Barcelos. Por outras vicissitudes passou a terra como por exemplo a evasão quasetotal dos homens válidos: uns emigrados; outros absorvidos na marinhagem e outros naconstrução naval Curiosamente nunca deixou de crescer, compensada quer pela fertilidade das

-

.

.

7

Page 8: 34º Festival Internacional de Música

suas mulheres como pela contínua entrada de braços. É na segunda metade do séc. XVII que se

detecta a existência de uma pequena comunidade piscatória exclusivamente dedicada à pesca do

alto para o negócio da salga que começa a desenvolver-se e a florescer

Mas é no século seguinte que a Pó oa de Varzim se vai transformar na maior praça de pescado

do norte do país. Um autêntico exército de almocreves batia, diariamente, caminhos e veredas

fazendo penetrar nas Províncias do interior o saboroso peixe da Póvoa. Os seus pescadores eram

conhecidos em toda a costa como os mais laboriosos, expeditos e sabedores dos mares e o

destemor com que enfrentavam a sua perigosa barra criou a figura legendária do «poveiro .

Aumentadas as pescas, o tecido urbano ganha uma dimensão nova e criam-se zonas ribeirinhas

de domínio, quase absoluto, da pescaria O dinheiro entra com abundância no cofre das sisas; o

comércio engrossa; a indústria da salga prospera e o bem-estar da população reflecte-se no

levantamento de três edifícios religiosos: Matriz (1757), Lapa (1772) e Srª das Dores, esta iniciada

em 1776 mas só concluída no século seguinte Funda-se a Santa Casa da Misericórdia (1756) e o

Corregedor Almada obtém para a Póvoa uma provisão régia (1791) que lança os fundamentos de

uma nova urbe: Praça Pública unindo a parte alta, mais antiga, à parte ribeirinha; Casa da Câmara,

quadrando o norte da Praça; Aqueduto de águas livres com seu tanque e chafariz na praça e uma

«Caldeira» no mar para abrigo dos barcos

Embelezada a vila e protegido o trabalho não mais cessa de crescer e muitos a procuram,

também, para o benefício dos «banhos do mar», Mal se vislumbra, ainda, o sucesso deste facto

sócio-económico que iria fazer da Póvoa de Varzim, já na 2. metade do séc. XIX, a grande estância

balnear frequentada pela melhor fidalguia do aquém Douro. Nos seus belos salões misturam-se

graves figuras da política, das artes e das letras com a burguesia fruste criada pela Regeneração e

ourados «brasileiros» de torna-viagem. É a época do café-concerto e da tavolagem secreta que a

ligação ferroviária Porto-Póvoa (1875) e a linha americana Vila do Conde-Póvoa (1874) vão animar

consideravelmente. A pesca, os banhos do mar e o jogo constituem, agora, as bases do progresso

da Póvoa de Varzim; o eixo da sua evolução económica e o centro de todas as paixões políticas. A

actividade piscatória ancora-se, hoje, em seguro porto de abrigo; a praia de banhos equipa-se

com modernas e atraentes estruturas; o jogo, regulamentado e oficial, concentra-se no seu

monumental casino. A cidade da Póvoa de Varzim fixou-se como ponto capital da região norte.

a

.

v

»

.

.

.

Manuel AmorimInvestigador da História Local (1986)

8

Page 9: 34º Festival Internacional de Música

INTRODUÇÃO

AO PROGRAMAFoi há 34 anos que, a 11 de Julho de 1979, na Igreja Matriz da cidade, a empresa SOPETEinaugurou a primeira edição do seu Festival Internacional de Música da Costa Verde – Póvoa deVarzim, sob proposta do Prof. Sequeira Costa. É gratificante constatar de que modo o processo desedimentação deste encontro anual viria a tornar-se estruturante para toda a região Norte, aoapresentar intérpretes reconhecidos internacionalmente, ao recriar músicas que o filtro do tempoconsagrou como património de todos nós, e, não menos determinante, ao fomentar a criação danova música portuguesa e contribuindo para tornar conhecidos do grande público jovens músicosde real valor. De forma acessível, mas sem nunca ceder ao populismo, num apelo sustentado aoconhecimento desenvolvido que devemos cultivar e acumular.O 34º FIMPV decorre num período de grave crise e profunda descrença a nível global. VanessaRedgrave, do Festival de Brighton 2012 dizia há meses que “[…] Temos de criarcondições para um novo mundo se erguer a partir deste velho planeta em estilhaços – e é issoque as artes podem fazer.”A nossa programação 2012 contribuirá por certo para alargar horizontes e manter viva a confiançano futuro, através de estímulos à formação de novos artistas e de novos públicos, visandodespertar, transmitir e partilhar valores. Iniciar-se-á com a sempre aguardada conferência domusicólogo Rui Vieira Nery, prosseguindo com agrupamentos e solistas reconhecidos nos maisqualificados palcos do mundo. Além do Coro Gulbenkian (sob direção de Michel Corboz), do PavelHaas Quartet, do Huelgas Ensemble (direção de Paul Van Nevel) e de Gli Incogniti com a violinistaAmandine Beyer, registe-se a estreia em Portugal do agrupamento La Morra, especialista emmúsica antiga historicamente informada.Destaque também para alguns dos músicos portugueses mais influentes e respeitados, como apianista Luísa Tender, o tenor Fernando Guimarães, o maestro Luís Carvalho e a sopranoAlexandra Moura. E ainda os jovens João Xavier e Fernando Costa (galardoados com o PrémioJovens Músicos 2011 da RTP Antena 2), bem como as duas formações residentes do FIMPV – oQuarteto de Cordas Verazin e a Orquestra Verazin.Prossegue o apoio à criação e divulgação da nova música portuguesa, desta vez com aapresentação de uma composição de António Chagas Rosa e a publicação em partitura impressade oito obras encomendadas pelo FIMPV ou premiadas pelo Concurso Internacional deComposição da Póvoa de Varzim.À margem da programação nuclear, decorrerão as habituais manifestações paralelas, visandofamiliarizar sobretudo os jovens com a ambiência criativa e pedagógica do FIMPV.A realização da edição fica a dever-se aos patrocínios institucionais da Câmara Municipal da Póvoade Varzim, Secretário de Estado da Cultura / Direcção-Geral das Artes e Turismo de Portugal, e aoapoio dos media e importantes empresas (ao abrigo da Lei do Mecenato), a quemreconhecidamente agradecemos.Possa o nosso público usufruir destas propostas, justamente porque “[…] hoje, neste nossomundo que se divide, é urgente […] acreditar na beleza e na necessidade de dela nos nutrirmos,para respirar acima das salas viciadas dos mercados financeiros. Especialmente agora, hánecessidade de mais poetas, artistas, músicos, do que exegetas que, interminavelmente, glosamsobre o mundo que lhes escapa ou recusam confiar na beleza, porque não são capazes.” (AlainDuault)

guest director

João MarquesDireção Artística e Coordenação-Geral do FIMPV

9

Page 10: 34º Festival Internacional de Música

CALENDÁRIO

11/7Música de Câmara4ª FEIRA*21h45Igreja da Lapa - Póvoa de Varzim

PAVEL HAAS QUARTET quart. cordas

Pavel HaasLeos JanacékBedrich Smetana

(1899-1944)(1854-1928)

(1824-1884)

6/7Conferência6ª FEIRA*21h45Museu Municipal da Póvoa de Varzim

7/7Música AntigaSÁBADO*21h45IGREJA MATRIZ da Póvoa de Varzim

Rui Vieira NERY musicólogo

Nos 75 anos da morte de Ravel: colorido im-pressionista, exotismo e nostalgia da in-fância

CORO GULBENKIAN agrup. vocalsoprano

tenorcontrabaixo

órgãodireção musical

Charlotte MÜLLER-PERRIERFernando GUIMARÃESMarc RAMIREZNicholas McNAIRMichel CORBOZ

Francisco António de AlmeidaDomenico ScarlattiJohann Sebastian Bach

(fl. 1722-52)(1685-1757)

(1685-1750)

10/7Recital de Piano3ª FEIRA*21h45AUDITÓRIO MUNICIPAL da Póvoa de Varzim

Luísa TENDER piano

Jean-Philippe RameauAntónio FragosoClaude Debussy

(1683-1764)(1897-1918)

(1862-1918)

13/7Novos Intérpretes6ª FEIRA*21h45AUDITÓRIO MUNICIPAL da Póvoa de Varzim

Fernando COSTA violonceloJoão XAVIER piano

Ludwig van BeethovenCésar FranckSergei Rachmaninov

(1770-1827)(1822-1890)

(1873-1943)

15/7Os agrupamentosresidentes do FIMPVdomingo*21h45IGREJA ROMÂNICA DE S. PEDRO DE RATES

QUARTETO VERAZIN quart. cordas

Franz SchubertAnton WebernJohannes Brahms

(1797-1828)(1883-1945)

(1833-1897)

10

Page 11: 34º Festival Internacional de Música

20/7Música antiga6ª FEIRA*21h45igreja matriz da póvoa de varzim

HUELGAS ENSEMBLEPaul VAN NEVEL

agrupamento vocaldireção musical

“Em busca do tempo perdido”:(ca. 1446-1506)•(ca. 1300-1377)•

(ca. 1510-ca. 1556)•(1685-1750)• (1601-1 6 5 6 ) • ( 1 5 3 2 -1594)•anónimos diversos

AlexanderAgricola Guillaume deMachault Jacob Clement

Johann Sebastian BachMichelangelo Rossi

O r l a n d o d i L a s s o

21/7Música antigasábado*21h45igreja matriz da póvoa de varzim

19/7Os agrupamentosresidentes do FIMPV5ª feira*21h45auditório municipal da póvoa de varzim

ORQUESTRA VERAZIN orq. de câmaraAlexandra MOURALuís CARVALHO

sopranodireção musical

António Chagas RosaRichard WagnerGustav Mahler

(1960)(1813-1883)

(1860-1911)

18/7Música antiga4ª FEIRA*21h45igreja românica de s. pedro de rates

LA MORRA

Michal GONDKO

agrup. vocal e instrumental

alaúde, guitarra medi-eval e direção musical

Corina MARTI direção artística

“Musicus Famosissimus” – um tributo a(ca.1370-1412), no 600º

aniversário da morteJohannes Ciconia

MANIFES

TAÇÕES

PARALELAS• de trabalhos premiados noconcurso À Descoberta do PatrimónioMusical (Escolas do Ensino Básico eSecundário genérico e vocacional)

• Biblioteca Musical: deequipamento e edições musicais

• :Miguel ROCHA, violonceloAntónio SALGADO, cantoPAVEL HAAS QUARTET, música de câmara

• por docentes, alunos e ex-alunos solistas e classes de conjunto daEscola de Música da Póvoa de Varzim epremiados nos Concursos de Piano eTrompete da EMPV:

• Pedagógico de Orquestra: direçãomusical de Luís CARVALHO

• Outras :Biblioteca | Museu Municipal | Posto deTurismo

Exposição

exposição

Masterclasses

Concertos

Estágio

exposições

átrio do Auditório / Escola de Música da Póvoade Varzim (1 a 31 de Julho)

átrio do Auditório / Escola de Música da Póvoade Varzim (6 a 22 de Julho)

(6 a 8 de Julho)(7 a 9 de Julho)

(10 de Julho)

7, 8, 12, 14, 16, 17 e 22 de JulhoDiana Bar, Igreja da Misericórdia e AuditórioMunicipal

(16 a 19 de Julho)

GLI INCOGNITIAmandine BEYER

orquestra barrocaviolino e direção

musical

“Nuova Staggione” – os concertos de(1678-1741) gravados em

Rates em Setembro de 2011Antonio Vivaldi

11

Page 12: 34º Festival Internacional de Música

RuiVieiraNERYmusicólogo

12

Page 13: 34º Festival Internacional de Música

6/7Conferência6ª FEIRA*21h45Museu Municipal da Póvoa de Varzim

Nos 75 anos da morte de Ravel: colorido impressi-onista, exotismo e nostalgia da infância

(duração: ca. 90 min)

É colaborador regular da Antena Dois daRadiodifusão Portuguesa, para a qual foiautor, entre outros, dos programas

e , bem como, comVanda de Sá, do programa . Foiconsultor musical da Comissão Nacional paraas Comemorações dos DescobrimentosPortugueses, da Régie Cooperativa Sinfonia eda Fundação de Serralves. De Novembro de1991 a Junho de 1992 foi responsável pelaconcepção do projecto artístico do Centro deEspectáculos do Centro Cultural de Belém.Entre Outubro de 1995 e Outubro de 1997desempenhou as funções de Secretário deEstado da Cultura no XIII GovernoConstitucional. Foi Comissário Nacional paraas Comemoração do Centenário daRepública e Presidente da ComissãoCientífica da candidatura do Fado à ListaRepresentativa do Património CulturalImaterial da Humanidade (UNESCO) e édesde 2010 membro individual do ConselhoNacional de Cultura. É AcadémicoCorrespondente da Academia Portuguesa daHistória e foi condecorado em 2002 com aComenda da Ordem do Infante D. Henriquepor serviços prestados à Cultura portuguesa.

SonsIntemporais Matrizes

Ressonâncias

Rui Vieira Nery nasceu em Lisboa em 1957 einiciou os seus estudos musicais naAcademia de Música de Santa Cecília,prosseguindo-os no Conservatório Nacionalde Lisboa. Licenciado em História pelaFaculdade de Letras de Lisboa (1980),doutorou-se em Musicologia pelaUniversidade do Texas em Austin (1990), quefrequentou como Fulbright Scholar e bolseiroda Fundação Calouste Gulbenkian. Professorda Universidade de Évora e da UniversidadeNova de Lisboa, orientou um vasto númerode mestrados e doutoramentos emuniversidades portuguesas, espanholas efrancesas. Foi Director-Adjunto do Serviço deMúsica (1992-2008) e é Director doPrograma Gulbenkian Educação para aCultura (desde 2008), na Fundação CalousteGulbenkian.Como musicólogo, é autor de diversosestudos sobre História da MúsicaPortuguesa, dois dos quais receberam oPrémio de Ensaismo Musical do ConselhoPortuguês da Música (1984 e 1992), bemcomo de largo número de artigos científicospublicados em revistas e obras colectivasespecializadas, tanto portuguesas comointernacionais. Exerce também umaactividade intensa como conferencista, noplano nacional como em vários países daEuropa, nos Estados Unidos e no Brasil. Osseus temas de investigação incluem aproblemática do maneirismo e do barrocona música ibérica e os processos deinterpenetração cultural na músicaportuguesa, do vilancico à modinha e aofado. É investigador do Instituto deEtnomusicologia – Centro de Estudos deMúsica e Dança e do Centro de EstudosTeatrais da Faculdade de Letras de Lisboa.Como crítico e colunista musical, colaborounos semanários e .Expresso O Independente

13

Page 14: 34º Festival Internacional de Música

COROGULBENKIANagrupamento vocal

© R

ita S

anto

s -

Art

e da

s M

usas

MichelCORBOZdireção musical

14

Page 15: 34º Festival Internacional de Música

7/7Música AntigaSÁBADO*21h45IGREJA MATRIZ da Póvoa de Varzim

Francisco António de Almeida

Domenico Scarlatti

Johann Sebastian Bach

(fl. 1722-52)

(1685-1757)

(1685-1750)

1. Justus ut palma florebit2. Beatus vir3. Magnificat

Stabat Mater a dez vozes para coro, solistas e baixo contínuo

Jauchzet dem Herrn, alle Welt

[s. d.][1735][s. d.]

[s. d.]

(BWV Anh.160) [1725]

(Concerto sem intervalo | duração: ca. 75 min)

Francisco António de Almeida (fl. 1722-52)

1. Justus ut palma florebitJustus ut palma florebitSicut cedrus, quae in Libano est, multiplicabitur.

2. Beatus vir

3. Magnificat anima mea Dominum

Beatus vir qui timet Dominumin mandatis ejus volet nimis.Potens in terra erit semen ejus,generatio rectorum benedicetur.Gloria et divitiae in domo ejus,et justitia ejus manet in saeculum saeculi.Exortum est in tenebris lumen rectis,misericors et miserator et justus.Jucundus homo qui miseretur et commodat,disponet sermones suos in judicio;quia in aeternum non commovebitur.In memoria aeterna erit justus;ab auditione mala non timebit.Paratum cor ejus sperare in Domino,confirmatum est cor ejus, non commovebitur, donecdispiciat inimicos suos.Dispersit, dedit pauperibus:justitia ejus manet in saeculum saeculi;cornu ejus exaltabitur in gloria.Peccator videbit et irascetur,dentibus suis fremet et tabescet:desiderium peccatorum peribit.Gloria Patri et FilioEt Spiritui SanctoSicut era in principioEt nunc et semperEt in saecula saeculorumAmen.

Magnificat anima mea Dominum,et exsultavit spiritus meus in Deo salutari meo.Quia respexit humilitatem ancillae suae:ecce enim ex hoc beatam me dicent omnes generationes.Quia fecit mihi magna qui potens est,et sanctum nomen ejus.Et misericordia ejus a progenie in progenies timentibuseum.Fecit potentiam in brachio suo:dispersit superbos mente cordis sui.

1. O justo florescerá como a palmeiraO justo florescerá como a palmeira:multiplicar-se-á como o cedro que existe no Líbano.

2. Feliz aquele

3. A minha alma glorifica ao Senhor

Feliz aquele que teme o SenhorE nos seus mandamentos se compraz.Poderosa na terra será sua descendênciaa geração dos retos será abençoadariqueza e abundância haverá em sua casasua justiça permanecerá para sempre.Ele brilha nas trevas como luz para os retosEle é piedade, compaixão e justiçaFeliz é o homem que tem piedade e emprestaque conduz seus negócios com justiçaporque jamais será abaladoA memória do justo é eternaele não teme as más notíciasseu coração está seguroespera em Deus, seu coração está firmenada temeConfronta-se com seus inimigosDistribui aos pobres com farturasua justiça permanece para sempresua força se exalta para a glóriaO ímpio olha e se desgostarange os dentes e definhaA ambição dos ímpios vai fracassarGlória ao Pai e ao Filhoe ao Espírito Santocomo era no princípioagora e semprepelos séculos sem fimÁmen.

A minha alma glorifica o Senhor.E o meu espírito exulta em Deus, meu Salvador.Porque lançou os olhos para a humildade da Sua Serva;por isso, eis que todas as gerações, de hoje em diante, mechamarão Bem-aventurada.Porque fez em mim grandes coisas, aquele que éPoderoso: e cujo nome é Santo.E cuja misericórdia se estende de geraçãoem geração, sobre aqueles que o temem.Manifestou o poder do Seu braço;

15

Page 16: 34º Festival Internacional de Música

Deposuit potentes de sede, et exaltavit humiles.Esurientes implevit bonis:et divites dimisit inanes.Suscepit Israel puerum suum,recordatus misericordiae suae.Sicut locutus est ad patres nostros,Abraham et semini ejus in saecula.Gloria Patri et Filio et Spiritui Sancto,sicut erat in principio et nunc et semper et in saeculasaeculorum.Amen.

4. Stabat MaterStabat Mater dolorosaJuxta crucem lacrimosa,Dum pendebat Filius.

Cujus animam gementem,Contristatam et dolentem,Pertransivit gladius.

O quam tristis et afflictafuit illa benedictaMater Unigeniti.

Quae moerebat et dolebat,et tremebat, dum videbatnati poenas inclyti.

Quis est homo, qui non fleretChristi matrem si videretin tanto supplicio?

Quis non posset contristari,Christi Matrem contemplaridolentem cum Filio?

Pro peccatis suae gentisvidit Jesus in tormentiset flagellis subditum.

Vidit suum dulcem natummoriendo desolatum,dum emisit spiritum.

Eja Mater, fons amoris,me sentire vim dolorisfac, ut tecum lugeam.

Fac, ut ardeat cor meumin amando Christum Deumut tibi complaceam.

Sancta Mater, istud agas,crucifixi fige plagas,cordi meo valide.

Tui nati vulnerati,Tam dignati pro me pati,poenas mecum divide.

dispersou os orgulhosos nos pensamentos do Seu coração.Depôs do trono os poderosos e exaltou os humildes.Encheu de bens os famintos;e despediu os ricos de mãos vazias. Tomou conta de Israel,Seu servo,lembrado da Sua misericórdia.Conforme tinha dito aos nossos pais, a Abraão e sua pos-teridade para sempre.Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo,como era no princípio, agora e sempre.Ámen.

4. […] Encontrava-se a mãe chorosaJunto da cruzOnde o filho agonizava,Encontrava-se a mãe chorosa.

Uma espada penetrou,A sua alma aflita,Contristada e dolorida.

Oh! Como estava triste e aflitaEsta mãe abençoadaDe um único Filho.

Ela gemia e suspirava,Mãe piedosa, vendoOs sofrimentos do seu divino Filho.

Quem não choraria,Vendo a mãe de CristoNum tal suplício?

Quem poderia, sem tristeza,Contemplar a mãe de CristoAflita, com os sofrimentos do seu filho?

Pelos pecados do seu povoEla via Jesus sofrer os maiores tormentosFlagelado pelas chicotadas.

Ela viu o seu doce Filho JesusMorrendo, desolado,Entregar a sua alma.

Ó mãe, fonte de amor,Faz-me sentir a violência das tuas doresFaz que eu chore contigo.

Faz com que o meu coraçãoSe abrase de amor por Cristo, meu Deus,Para que eu possa agradar-lhe.

Mãe Santíssima, grava profundamente,As chagas do Crucificado,No meu coração.

Do teu filho ferido,Que se dignou sofrer por mim,Partilha comigo as penas.

Domenico Scarlatti (1685-1757)Stabat Mater a dez vozes para coro, solistas e baixo contínuo

16

Page 17: 34º Festival Internacional de Música

Fac me vere tecum flere,Crucifixo condolere,donec ego vixero.

Juxta crucem tecum stare,et me tecum sociarein planctu desidero.

Virgo virginum praeclara,Mihi jam non sis amara,Fac me tecum plangere.

Fac, ut portem Christi mortem,passionis fac consortemet plagas recolere.

Fac me plagis vulnerari,crucem hac inebriariob amorem Filii.

Inflammatus et accensus,per te, Virgo, sim defensusin die judicii.

Fac me cruce custodiri,morte Christi praemuniri,confoveri gratia.

Quando corpus morietur,Fac, ut animae doneturparadisi gloria.

Amen.

Faz com que eu verdadeiramente chore contigo, E en-quanto eu viver possa compadecer-me, das dores doCrucificado.

Junto da Cruz quero ficar contigo,E contigo unir-me livrementeA teu luto.

Ó Virgem ilustre entre as virgens,Comigo já não ficas tão triste,Deixa-me chorar contigo.

Faz que eu traga comigo a morte de Cristo.Faz que eu partilhe as suas doresE venere as suas chagas.

Faz que eu venere as suas feridas,Inebria-me da CruzE do amor do Teu Filho.

Que eu seja defendido por ti, ó Virgem,De ser consumido pelas chamas,No dia do Juízo.

Faz com que eu seja protegido pela cruz,Fortalecido pela morte de Cristo,Sublimado pela graça.

Quando o meu corpo morrer,Faz que seja concedida à minha almaA glória do Paraíso.

Ámen.

5. Jauchzet dem Herrn, alle Welt

CHOR: Jauchzet dem Herrn, alle Welt,dienet dem Herrn mit Freuden!Kommet vor sein Angesichtmit Frohlokken, Alleluja!

CHORAL: Sei Lob und Preis mit Ehren,Gott Vater, Sohn und Heil'gem Geist,der woll' in uns vermehren,was er aus Gnaden uns verheißt,daß wir ihm fest vertrauen,gänzlich verlassen auf ihn,von Herzen auf ihn bauen,daß unser Herz, Mut, und Sinnihm tröstlich sollen anhangen,drauf singen wir zur Stund:Amen, wir werdens erlangen,glauben wir aus Herzensgrund.

SCHLUSS-CHOR: Amen.Lob und Ehre und Weisheitund Dank und Preisund Kraft und Stärke,sei unserm Gott von Ewigkeit zu Ewigkeit.Amen.

5. Exulte ao Senhor toda a terra

CORO: Exulte ao Senhor toda a terra,sirvam o Senhor com alegria!Vinde à sua presençacom júbilo, Aleluia!

CORAL: Sejam louvados na sua glória,o Deus Pai, o Filho e o Espírito Santo!Que se multiplique em nós, o que nos prometeu na suagraça, para que n'Ele acreditemos firmemente, e n'Ele con-fiemos totalmente, com todo o nosso coração,para que o nosso coração e os nossos sentidosa Ele se juntem com confiança.Assim cantemos nesta hora:Ámen, nós conseguiremos,acreditamos do fundo dos nossos corações.

CORO FINAL: Ámen.Louvor, honra e sabedoriagraças e louvor,força e poder,Ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos.Ámen

(versão em língua portuguesa do texto “Jauchzet dem Herrn, alleWelt”: Ofélia Ribeiro)

Johann Sebastian Bach (1685-1750)Jauchzet dem Herrn, alle Welt (BWV Anh.160) [1725]

17

Page 18: 34º Festival Internacional de Música

Francisco António de Almeida(fl. 1722-1752)

1.2. (17353.

Durante o reinado de D. João V (1707-1750),Portugal viveu um dos seus momentos demaior riqueza e esplendor. A afluência doouro do Brasil num país com um monarcaparticularmente devoto e a concepçãoabsolutista do rei enquanto emanação dodivino, determinaram um investimento emarte sacra, a consolidação de laçosdiplomáticos com Roma e a consequenteitalianização da cultura em Portugal que, namúsica, se manifestou na contratação demúsicos italianos (compositores eintérpretes) e no envio de músicosportugueses para estudarem em Roma.Francisco António de Almeida foi um dosprimeiros compositores a usufruir de umadessas bolsas, tendo ido para Roma nosinícios da década de 1720 e aí permanecidoaté 1726, data em que regressou a Portugal.Nas primeiras décadas do século XVIII, Romafoi um centro pleno de vitalidade no qual seencontravam compositores que deixaramuma marca indelével na história da música,entre os quais Corelli, Caldara ou Pasquini.Almeida, por conseguinte, apreendeu osestilos musicais que aí se praticavam e que,na música sacra, oscilavam entre o estilonapolitano da ópera e da cantata, entretantoassimilados no campo religioso e constituídospor um encadeamento de árias, duetos,intervenções corais ou outras (no caso dasmissas, sem os recitativos), um marcadomelodismo e pelo concertato e o stile antico,frequentemente com mais do que um coroe com baixo contínuo obligato ou ad libitum.Muitas das obras de Almeida perderam-se edas que chegaram até nós várias não têmdatação conhecida. Da música sacra, o quesubsistiu é constituído na sua maioria pormotetes, bastante menos conhecidos que asua obra-prima , oratória que seconfigura como uma ópera sacra com ascaracterísticas da música italiana da época,plena de melodias elegantes e atraentesinseridas em números memoráveis.Precisamente as obras que ouviremos hojesão os motetes , um dos poucos

Justus ut palma florebitBeatus virMagnificat

La Giuditta

Beatus vir

com data conhecida, composto em 1735 e, sem datação, e o

cuja data também se ignora, masque partilham de muitas das característicasacima apontadas. Todas as obras são parasolistas, coro e baixo contínuo, com secçõesinternas nas quais muda o compasso, oandamento e o material temático. Noentanto, o , para dois coros,apresenta claramente um estilo misto entremoderno e antigo, em que o papel dossolistas é mais pontual no conjunto, se ocompararmos com , em que lhes édado maior espaço, linhas melódicasbastante melismáticas com váriosornamentos e, ainda, um contorno intervalarexpressivo (saltos de sexta e sétima). Este usoexpressivo dos intervalos também seencontra em (aquarta descendente afirmativa seguida deuma pausa enfática logo sobre a palavra“Justus”; ou o salto de sétima menorascendente sobre a última sílaba de“palma”). No seu conjunto, estas três obrasdeleitam a audição pelo seu equilíbrio,delicadeza e requinte sedutores.

4. a dez vozes (s.d.)

Domenico Scarlatti ficou imortalizado nahistória da música ocidental como um dosmais importantes intérpretes e compositorespara cravo da sua época. O seu trabalhoextremamente original no campo da sonata,de que deixou um legado de mais de 500obras, tende a obscurecer a produçãodesenvolvida no campo da música vocal,tanto profana como sacra. No entanto,desde cedo se dedicou a este repertório,começando pela ópera e pela cantata, deque foi muitas vezes considerado umepígono do seu pai, Alessandro Scarlatti, oprincipal compositor italiano de ópera da suaépoca. A música sacra começou a sercomposta com maior regularidade durante operíodo em que trabalhou em Roma (1709-1719), sobretudo a partir do momento emque ocupou os postos de mestre de capelado Marquês de Fontes, embaixador dePortugal em Roma, e da Capela Júlia no

Justus ut palma florebitMagnificat

Magnificat

Beatus vir

Justus ut palma florebit

Stabat Mater

(Nápoles, 26/10/1685 – Madrid, 23/07/1757)Domenico Scarlatti

18

Page 19: 34º Festival Internacional de Música

Vaticano, depois de a rainha Maria Casimirada Polónia, ao serviço de quem esteve entre1709 e 1714, ter deixado, por falência, aCidade Eterna.É ao período romano que está atribuída acomposição do para dez vozes,embora a datação precisa seja efectivamenteuma incógnita. Reconhecido como o seucontributo mais importante no domínio damúsica sacra, trata-se de uma obra para umefectivo pouco convencional de dez vozes (4sopranos, 2 contraltos, 2 tenores e 2 baixos)com baixo contínuo sobre o texto dasequência para a festa de Nossa Senhora dasDores. Da escolha desse efectivo resulta umatextura de canto essencialmente contínua epor vezes densa (há sempre vozes activas,mesmo que outras estejam em pausa) oque, aliado ao profundo cromatismo demuitos dos números, claramente associado àexpressão da dor, e a uma insistência nosritmos sincopados e soluçantes, produz oefeito geral de um longo pranto que passapor vários estádios, reflectidos na escolha dasmelodias, dos estilos, dos andamentos ou daalternância de compassos. Apesar da fortecomponente melódica, em que énormalmente atribuída uma melodia a cadaverso do texto, a obra apresenta claramentetraços do stile antico e a imitação é por vezesmuito intensa, com fugatos e fugas de que sedestaca a de “Fac, ut animae donetur”,excelente exemplo do domínio que Scarlattitinha do contraponto, tornando esta obraum exemplo do estilo misto que se podeencontrar genericamente na música sacra daépoca.

5.(1725)

Quando Johann Sebastian Bach começou atrabalhar em Leipzig, na Saxónia, em Maiode 1723, assumiu o cargo de Kantor na igrejade São Tomé e o de Director Cívico para aMúsica, uma das melhores posiçõesprofissionais para um músico na Alemanha.Para além de ser responsável por todos osaspectos da vida musical de Leipzig, sob aalçada do Conselho da Cidade – incluindo a

Stabat Mater

Jauchzet dem Herrn, alle Welt,BWV Anh.160

(Eisenach, 21/03/1685 – Leipzig, 28/07/1750)Johann Sebastian Bach

supervisão dos músicos aí activos – e pelaeducação musical dos alunos da escolaanexa à igreja de São Tomé, estava tambémencarregue da música das quatro principaisigrejas de Leipzig, o que significou que tivessede se dedicar especificamente à composiçãode música sacra, tendo escrito cinco ciclosanuais de cantatas destinadas a cadaDomingo ou festividade específica do anolitúrgico então em curso.Mas para além dos ciclos de cantatas, Bachcompôs em Leipzig outras obras sacras,incluindo paixões, oratórias, missas, o

e os motetes alemães. Destasúltimas obras, cujo destino é em geralobscuro, mas que poderão ter sidodestinadas a festejos ou funerais de pessoasimportantes da cidade de Leipzig, só cincopodem considerar-se ser originalmente deraiz inteiramente bachiana. Pelo contrário, aobra que hoje ouviremos é o resultado dacolecção de três peças distintas, daí adesignação anhalt: a primeira,

, e a última .consistem, na verdade,

num motete alemão de Telemann (TWV8:10), contemporâneo e prolífico compositorem todos os domínios da música da época eem todos os géneros sacros, motetesincluídos. Porém, o andamento conclusivoterá sido adicionado à obra já após a mortede Bach pelo seu sucessor no cargo deKantor da igreja de São Tomé, JohannGottlob Harrer. Já o andamento central, umextenso coral a quatro vozes, é de facto daautoria de Bach, mas retirado da sua CantataBWV28/2a (231). Este, juntamente com

, terá sido coligidoprovavelmente para os festejos do Natal oudo ano novo de 1725 e, de facto, estemotete apresenta em geral um carácterfestivo.

Magnificat

Jauchzet demHerrn, alle Welt Amen Lob undEhre und Weisheit

Jauchzet dem Herrn

Bárbara Villalobos

19

Page 20: 34º Festival Internacional de Música

CORO GULBENKIANmúsica vocal

Fundado em 1964, o Coro Gulbenkian conta presentemente com uma formação sinfónica decerca de 100 cantores, actuando igualmente em grupos vocais reduzidos, conforme a naturezadas obras a executar. Assim, tanto pode apresentar-se como grupo , como colaborarcom a Orquestra Gulbenkian ou outros agrupamentos para a execução de obras coral-sinfónicasdo repertório clássico e romântico. Na música do século XX tem interpretado, frequentemente emestreia absoluta, inúmeras obras contemporâneas de compositores portugueses e estrangeiros.Tem sido igualmente convidado para colaborar com as mais prestigiadas orquestras mundiais,entre as quais a Orquestra do Século XVIII, a Filarmónica de Berlim, a Sinfónica de Baden-Baden, aFilarmónica de Londres, a Sinfónica de Viena, a Filarmónica Checa, a Filarmónica de Estrasburgo, aFilarmónica de Monte Carlo, a Orquestra do Concertgebouw de Amesterdão e a OrquestraNacional de Lyon, sob a direcção de maestros como Sir Colin Davis, Claudio Abbado, EmmanuelKrivine, Frans Brüggen, Franz Welser-Möst, Rafael Frübeck de Burgos, Gerd Albrecht e TheodorGuschlbauer.Para além da sua apresentação regular em Lisboa, e das suas digressões em Portugal, o CoroGulbenkian actuou em numerosos países em todo o mundo. Em 1992, uma digressão por váriascidades da Holanda e da Alemanha, com a Orquestra do Século XVIII, deu origem à gravação aovivo da de Beethoven, que foi incluída na edição integral das sinfonias deBeethoven que Frans Brüggen realizou para a Philips com aquela orquestra. Paralelamente a estascolaborações e digressões, o Coro Gulbenkian tem participado em alguns importantes festivaisinternacionais.No plano discográfico, o nome do Coro Gulbenkian encontra-se associado às editoras Philips,Archiv / Deutsche Grammophon, Erato, Cascavelle, Musifrance, FNAC-Music, Aria-Music ePentatone, tendo ao longo dos anos registado um repertório diversificado, com particularincidência na música portuguesa do século XVI ao século XX. Algumas gravações receberamprémios internacionais, como o da Academia Nacional Francesa do Disco Lírico, o

da Academia Charles Cros e o . Em 2006, porocasião do cinquentenário da morte de Luís de Freitas Branco, assinalado no ano anterior, o CoroGulbenkian registou a primeira integral dos deste compositor. Nestemesmo ano, gravou para a editora Portugaler obras de Pero de Gambôa e LourençoRibeiro, e Vilancicos Negros do Século XVII, e Santa Cruz de Coimbra, e para a editoraPortugalsom, obras corais de Fernando Lopes-Graça.Em 2010 gravou para DVD a de Beethoven, com a Orquestra de Câmara daEuropa, dirigida por John Nelson, tendo esta actuação sido transmitida em directo pela plataformaaudiovisual www.medici.tv.Desde 1969, Michel Corboz é o Maestro Titular do Coro, sendo as funções de Maestro Adjuntodesempenhadas por Fernando Eldoro e as de Maestro Assistente por Jorge Matta.

Michel CorbozFernando Eldoro

Jorge Matta

a cappella

Nona Sinfonia

Prémio BerliozGrand Prix International du Disque Orphée d'Or

Madrigais Camonianosa cappella

Missa Solemnis

Maestro Titular:Maestro Adjunto:Maestro Assistente:

20

Page 21: 34º Festival Internacional de Música

Sopranos

Contraltos

Ana Bela CovãoClara CoelhoGraziela LéMaria José ConceiçãoMariana Castello-BrancoMariana MoldãoMarisa FigueiraMónica SantosPatrycja GabrelRosa CaldeiraTeresa Azevedo

Carolina FigueiredoFátima NunesJoana NascimentoLucinda GerhardtMafalda Borges CoelhoManon Marques

Tenores

Baixos

CoordenaçãoProdução

Aníbal CoutinhoFrederico ProjectoJoão BarrosJoão BrancoPedro MiguelPedro Teixeira

Artur CarneiroJosé Bruto CostaHorário SantosManuel RebeloRicardo MartinsRui BorrasSérgio Silva

: Mariana Portas: Fátima Pinho

MICHEL CORBOZ

CHARLOTTE MÜLLER-PERRIER

maestro titular

soprano

A entrada de Michel Corboz no universo da música está profundamente ligada ao seu fascíniopela voz e pelas obras escritas no domínio da música vocal. Depois de fundar o Ensemble Vocal deLausanne, em 1961, a adesão entusiasta da imprensa às suas gravações das e dode Monteverdi (1965 e 1966) marcaram o início de uma longa carreira que evoluiu naturalmente,sem ambições particulares, enriquecendo-se todos os anos com uma nova obra. Em 1969 foinomeado Maestro Titular do Coro Gulbenkian, cargo que vem exercendo há mais de quarentaanos com inexcedível competência.A sua discografia conta com mais de cem títulos gravados e muitas vezes distinguidos comprémios internacionais. Neste domínio, salientam-se as grandes obras sacras de Bach e de Mozart,

de Monteverdi, as oratórias de Mendelssohn e os de Brahms, Fauré,Duruflé e Verdi. Na Ópera de Lyon recriou de Cavalli, obra composta para ocasamento de Luís XIV, bem como de Charpentier. No domínio da ópera, dirigiu

e ainda de Monteverdi.Em Dezembro de 1999 foi condecorado pelo Presidente da República Portuguesa com a Grã-Cruzda Ordem do Infante Dom Henrique.

A soprano suíça Charlotte Müller Perrier começou a estudar violino aos oito anos de idade antesde ter decidido dedicar-se ao canto. Em 2001 recebeu o “diplôme de virtuosité” do Conservatóriode Lausanne, prosseguindo o seu aperfeiçoamento em Milão com G. Canetti e U. Finazzi, e na

Vésperas Orfeo

La Selva Morale RequiemErcole Amante

David et JonathasL'Incoronazione di Poppea, Il ritorno d'Ulisse in patria Orfeo

21

Page 22: 34º Festival Internacional de Música

Suíça com R. Bersier e A. Di Giantomasso. Foi laureada com a bolsa e finalista emvários concursos internacionais de ópera e de música sacra em Itália (Concorso InternazionaleRiviera Adriatica, Premio Beniamino Gigli) e em França ( ).No domínio da ópera, interpretou Belinda ( no grande Teatro de Genebra, DonRamiro ( ) e a Condessa Ceprano ( ) no Teatro Municipal de Lausanne.Obteve recentemente grande sucesso no papel de Violetta ( ), com a Ópera do Reno.Desenvolve intensa actividade de concertista, tendo-se apresentado nas grandes salas e festivaisde prestígio da Europa, bem como no Japão, nos Estados Unidos e na América do Sul, sob adirecção de maestros como Hervé Niquet, Reinhard Goebbel, Corrado Rovaris, Lorenzo Turchi-Floris, Jonathan Brett Harrison, Michel Corboz ou Johnathan Darlington.Gravou o de Gounod, sob a direcção de Michel Corboz, e as de Monteverdi,com Laurent Gendre.

Fernando Guimarães nasceu no Porto, onde se licenciou em Canto pela Escola das Artes daUniversidade Católica Portuguesa, na classe de António Salgado. Foi galardoado em 2007 com oPrémio Jovens Músicos da RDP e com o 2º Prémio do Concurso Luísa Todi. Como vencedor doConcurso Internacional de Canto "L'Orfeo", em Verona, cantou o papel principal da óperahomónima de Monteverdi em Mântua (no 400º aniversário da sua estreia), Berlim e Budapeste.Interpretou muitos outros papéis de ópera, incluindo Ferrando ( ), Don Ottavio (

), Almaviva ( ) Nencio ( de Haydn), Ippolito (de Francisco António de Almeida) e Testo ( ).

Interpretou também Monostatos ( ) na sua estreia no Teatro Nacional de SãoCarlos e cantou a , de Haydn, nas suas estreias na Fundação Calouste Gulbenkian ena Casa da Música.Como solista, tem actuado com agrupamentos como L'Arpeggiata, Cappella Mediterranea,Pygmalion, Le Parlement de Musique, Les Muffatti ou Vox Luminis. Em 2008 e 2009 participounas digressões europeias da Académie Baroque Européene d'Ambronay, sob a direcção de JeanTubéry e Martin Gester.Apresenta-se com regularidade na Fundação Calouste Gulbenkian e colabora com as maisimportantes orquestras nacionais e agrupamentos de música antiga.

Nicholas McNair colabora regularmente com o Coro e a Orquestra Gulbenkian, tendo participadoem muitos concertos e gravações, sob a direcção de Michel Corboz. Acompanhou cursos de cantode Richard Miller, Gundula Janowitz e Tom Krause e deu concertos em Portugal com Ana Ferraz,Liliana Bizineche e Elvira Archer, entre outros artistas. Em colaboração com Sir John Eliot Gardiner,desenvolveu um importante trabalho de pesquisa sobre as principais óperas de Mozart eBeethoven. As suas edições foram apresentadas nos festivais de Salzburgo, Amesterdão (Festivalda Holanda), Londres ( ) e Nova Iorque (Festival do Lincoln Center), sendoposteriormente editadas pela Deutsche Grammophon/Archiv.Possuidor de uma rara capacidade de improvisação, desenvolveu a sua própria técnica nestedomínio, com a qual criou a música para mais de 100 filmes mudos, na Cinemateca Portuguesa enoutros locais, incluindo o Festival Internacional de Cannes. Para além de recitais e espectáculos

Colette Mosetti

Voix nouvellesDido and Aeneas)

La finta giardiniera RigolettoLa Traviata

Requiem Vésperas

Così fan tutte DonGiovanni O Barbeiro de Sevilha , L'infedeltà delusa LaSpinalba Il combattimento di Tancredi e Clorinda

A Flauta MágicaPaukenmesse

Proms da BBC

FERNANDO GUIMARÃES

NICHOLAS McNAIR

tenor

órgão

22

Page 23: 34º Festival Internacional de Música

com poetas e actores, como André Gago, Paulo Matos ou Sara Carinhas, editou o CD(Eroica, 1998) e gravou ao piano 6 CDs de improvisação, em três sessões, nos

estúdios da RDP, em Fevereiro de 2001. O seu CD “Hamlet – 11 improvisações para piano” foilançado pelo Teatro Instável em 2008.Nicholas McNair é professor na Escola Superior de Música de Lisboa.

Marc Ramirez nasceu em Nova Iorque em 1972 e iniciou os seus estudos de contrabaixo com oProfessor Timothy B. Cobb, solista da Orquestra da Metropolitan Opera de Nova Iorque. Obteveos seus diplomas de Licenciatura e Mestrado na Manhattan School of Music e em 1996 foigalardoado por Marta Casals Istomin com o prémio Pablo Casals pela sua realização artística.Igualmente significativas foram as aulas com Orin O´Brien, da Orquestra Filarmónica de NovaIorque, e os cursos de aperfeiçoamento com Eugene Levinson, solista da Filarmónica de NovaIorque, Hal Robinson, solista da Orquestra de Filadélfia, Edwin Barker, solista da Sinfónica deBoston, e Joseph Gustafeste, solista da Sinfónica de Chicago.Marc Ramirez atuou com vários músicos de renome, incluindo Christoph Eschenbach, KennethCooper, Frank Morelli e Marya Martin, entre outros. Participou em vários concertos de música decâmara no Carnegie Hall de Nova Iorque, no Kitara Hall – em Sapporo, no Japão – e no OzawaHall, em Tanglewood.É contrabaixista da Orquestra Gulbenkian desde 1997.

ClassicalImprovisations

MARC RAMIREZcontrabaixo

CharlotteMÜLLER--PERRIERsoprano

FernandoGUIMARÃEStenor

Marc RAMIREZcontrabaixo

23

Page 24: 34º Festival Internacional de Música

LuísaTENDERpiano

24

Page 25: 34º Festival Internacional de Música

10/7Recital de Piano3ª FEIRA*21h45AUDITÓRIO MUNICIPAL da Póvoa de Varzim

Jean-Philippe Rameau

Claude Debussy

(1683-1764)

(1862-1918)

Allemande et Gavotte avec 6 Doubles (Nouvelles Suites de piècesde clavecin)

Hommage à Rameau (Images I)NocturnoSuite Bergamasque

[ca. 13 min]

[ca. 6 min][ca. 5 min]

[ca. 14 min]1.2.3.4.

PréludeMenuetClair de lunePassepied

António Fragoso

Claude Debussy

(1897-1918)

(1862-1918)

Três Peças do séc. XVIIIDois NocturnosPetite Suite

Suite “Pour le Piano”

[ca. 8 min][ca. 8 min]

[ca. 10 min]

[ca. 13 min]1.2.3.

PréludeSarabandeToccata

intervalo (15 minutos)

(Duração da 1ª parte: ca. 40 min | 2ª parte: ca. 40 min)

Jean-Philippe Rameau

Claude Debussy

(Dijon, 25 deSetembro de 1683 – Paris, 12 de Setembrode 1764), compositor de óperas, de músicasacra e música de câmara, autor de obrasteóricas de relevo, foi também um dos maisimportantes compositores franceses demúsica para tecla do seu tempo. Chegaramaté nós mais de cinco dezenas de obras parateclado, das quais a maioria consta de trêsvolumes datados de 1706, 1724 e 1728. Oúltimo, com o título

inclui uma Suite em lámenor, da qual fazem parte as e

(ou ) queouviremos neste recital. Desta Suite constamainda peças com títulos de dança – umasarabanda e um minueto, por exemplo –,entre outras com títulos descritivos, como

, e .Numa carta de 1906 dirigida a Louis Laloy,

(Saint-Germain-en-Laye, 22de Agosto de 1862 – Paris, 25 de Março de1918) fala do [ ]

. Num ciclo de três peças para

Nouvelles Suites dePièces de Clavecin

AllemandeGavotte avec ses six Doubles

LaPoule L'Indifférente Les Sauvages

goût parfait et élégance strictequi forment l'absolue beauté de la musiquechez Rameau

piano datado do ano anterior, o primeirolivro de , Debussy inclui

, uma peça lenta baseada numamelodia da ópera , docompositor barroco francês. Mas não apenasem transparece ogosto de Debussy pela música barroca doseu País. (escrita em1890 e publicada, com alteraçõessignificativas em relação à versão inicial, em1905) e são provas inequívocasdeste gosto. inspira-se natradição da , presente na pinturade Antoine Watteau e imaginada na poesiade Paul Verlaine. O título do últimoandamento, (uma dança em trêstempos), permancece um mistério, uma vezque está escrito em compasso binário. Numafonte de 1890, esta “dança” aparece como

(dança lenta de métrica binária).Talvez Debussy tenha optado por alterar otítulo, por recear interpretações demasiadolentas... Em , em particular na

, Debussy lembra o virtuosismo docravista barroco. A obra data de 1901 e inclui

Images Hommage àRameau

Castor et Pollux

Hommage à Rameau

Suite Bergamasque

Pour le PianoSuite Bergamasque

fête galante

Passepied

Pavane

Pour le PianoToccata

25

Page 26: 34º Festival Internacional de Música

uma sarabanda cuja escrita tem, em muitosmomentos, curiosas semelhanças com a de

. Contemporâneo de, o é uma

encantadora composição de linguagemharmónica conservadora, no contexto daobra de Debussy.Muito se tem dito e escrito sobre

(Pocariça, Cantanhede, 17 de Junhode 1897 – Pocariça, 13 de Outubro de 1918),em particular sobre as influências querecebeu e que transparecem nas suas obraspara piano. A de Debussy pareceinquestionável, embora fiquemos perplexosperante o facto de um compositor quaseadolescente poder incorporar nas suas obrasinovações harmónicas habitualmenteatribuídas aos impressionistas franceses, sem

Hommage à RameauSuite Bergamasque Nocturne

AntónioFragoso

se perder, em nenhum momento, asensação de originalidade da música.Ouviremos, neste recital, os dois ,

e as(este último conjunto, à semelhança dealgumas das obras de Debussy de que aquifalámos, um retorno ao barroco e aosgéneros setecentistas).

NocturnosPetite Suite Três Peças do Século Dezoito

Luísa Tender(Maio de 2012)

LUÍSA TENDERpiano

Luísa Tender nasceu no Porto em 1977. Iniciou o estudo de piano aos quatro anos, no Porto, comTeresa Monteiro. Prosseguiu os estudos musicais com Anne-Marie Mennet, no Conservatório deMúsica do Porto e, mais tarde, na escola Superior de Música desta cidade, cujo Curso de Pianoconcluiu com a classificação máxima e onde foi aluna de Pedro Burmester. Recebeu, ainda, aulasregulares de Helena Sá e Costa. Entre 1997 e 2000 estudou com Vitaly Margulis, em Los Angeles;foi também aluna de Irina Zariskaya, no Royal College of Music, em Londres, onde obteve o graude Master of Music em Performance Studies. Recebeu aulas de Artur Pizarro e, em 2004, obteveo Diplôme Supérieur d'Éxecution da École Normale de Musique de Paris, onde trabalhou comMarian Rybicki.Tem-se apresentado a solo e em música de câmara em Portugal, Espanha, Reino Unido, Holanda,Itália, Chipre e Brasil. As suas actuações recentes receberam o aplauso da crítica, que apontou asua “segurança, energia, profundidade e rasgo (...) sem nunca perder de atenção os pequenosdetalhes (...) numa contenção e distanciamento que rondaram a imaterialidade” e elogiou a“depuração e equilíbrio da sua performance, associadas a um pianismo exuberante, de adorávelfrescura”. “A natural beethovenian” – assim a classificou o The London Independent –, LuísaTender aponta J. S. Bach e F. Schubert como os seus compositores de eleição, dedicando-se comgrande interesse à música portuguesa.O primeiro CD de Luísa Tender, com o título , foi gravado em 2008 nos estúdiosdo Royal College of Music e lançado em Portugal em Fevereiro de 2009. Este trabalho recebeu oaplauso da crítica em Portugal e no Reino Unido, tendo sido uma das escolhas da edição de 11 deAbril da revista Classical Music. A sua segunda gravação – um CD duplo com o violoncelista BrunoBorralhinho –, com o título foi publicada pela etiqueta alemã Dreyer & Gaido,tendo recebido as melhores críticas na Strings magazine, Fanfare Magazine, Das Orchester, entreoutras publicações.Luísa Tender é actualmente professora-adjunta na Escola Superior de Artes Aplicadas, em CasteloBranco, onde lecciona Piano e Música de Câmara. Foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian edo Royal College of Music.

Bach and Forward

Página Esquecida,

26

Page 27: 34º Festival Internacional de Música

27

Page 28: 34º Festival Internacional de Música

PAVEL HAASQUARTETquarteto de cordas

28

Page 29: 34º Festival Internacional de Música

11/7Música de Câmara4ª FEIRA*21h45Igreja da Lapa - Póvoa de Varzim

Pavel Haas

Leos Janacék

Bedrich Smetana

(1899-1944)

(1854-1928)

(1824-1884)

Quarteto nº 1 em dó sustenido menor

Quarteto nº 2 “Cartas Íntimas”

Quarteto nº 1, em mi menor, “Da minha Vida”

(op. 3) [1920 / ca. 14 min][ ]

[1928 / ca. 26 minutos]1.2.3.4.

[1876 / ca. 30 min]1.2.3.4.

obra estruturada num único andamento

Andante – Con moto – AllegroAdagio – Vivace – Andante – Presto – Allegro – Vivo – AdagioModerato – Adagio – AllegroAllegro – Andante – Con moto – Adagio – Tempo I

Allegro vivo appassionatoAllegro moderato alla polkaLargo sostenutoVivace

intervalo (15 minutos)

(Duração da 1ª parte: ca. 40 min | 2ª parte: ca. 30 min)

O programa de hoje é inteiramentepreenchido com música de três importantescompositores da Europa central. O checo

nasceu em 21 de Junho de 1899,em Brno. Muito influenciado pela músicapopular e jazz e pelo ensino de Leos Janácek,no início dos anos 20 do século XX, escreveumúsica para quase todos os géneros,designadamente a ópera (1936),com libreto do próprio Haas. Legou trêsquartetos de cordas. O primeiro data de1920. Apresenta-se num único andamentoem forma de sonata-fantasia numasequência de episódios variados. O resultadofinal é homogéneo e expressionista. O factode Pavel Haas ser de ascendência judiaesteve na origem da sua deportação, pelasautoridades nazis, para o campo deconcentração de Theresienstadt, em 1941,onde se encontrou com outros importantescompositores de origem judia: ViktorUllmann, Gideon Klein e Hans Krása. Foiassassinado no campo de concentração deAuschwitz em 17 de Outubro de 1944.

escreveu o seu segundoquarteto num período muito curto, entre 29de Janeiro e 17 de Fevereiro de 1928.Começou por atribui-lhe o título de

, depois e

Pavel Haas

Leos Janácek

Sarlatán

Cartas deAmor Recordações de Pisek

finalmente – todos refletindoa sua paixão avassaladora por KamilaStösslová. Da extensa correspondênciatrocada com a sua inspiradora, Janácekrefere-se à génese desta obra:

[…] Estava assim delineado o caráterautobiográfico da composição. Mais tarde,por motivos práticos, a viola-de-amor serásubstituída pela violeta. O quartetoapresenta uma sequência de cenas líricas, naclássica estrutura de quatro andamentos (osdois temas do Adagio propostos pela violetaformam um dos mais belos duos de amor).A estreia da obra ocorreu em Brno, em 11de Setembro de 1928, a cargo do QuartetoMorávio, tinha Janácek falecido há duassemanas, em Ostrava (actual RepúblicaCheca). Nasceu em Hukvaldy (Morávia), a 3de Julho de 1854.A obra de é consideradahoje como o fundamento da escola nacionalcheca. O compositor nasceu em Litomyslm,Boémia, em 2 de Março de 1824 e faleceuem 1884, em Praga, a 12 de Maio. OQuarteto nº 1 foi escrito entre Outubro e 29

Cartas íntimas

«Iniciei acomposição de algo muito belo, em que seráencerrada a nossa vida. Vou intitulá-la 'Cartasde Amor'. Durante toda a obra, a viola-de-amor será o confidente da nossa intimidade.

»

Bedrich Smetana

29

Page 30: 34º Festival Internacional de Música

de Dezembro de 1876, refletindoimportantes passos biográficos do autor.Numa carta escrita em 1878, BedrichSmetana deixou informações preciosas sobrea génese e significado da obra:

mi

[…]quasi polka

[…]. largo sostenuto

«Pretendidescrever o desenrolar da minha vida, emmúsica. No andamento inicial é o amor pelamúsica, ao longo da minha juventude,ambiência romântica, melancolia… aomesmo tempo que se vislumbra desde oinício o anúncio da próxima tragédia, aquele

do andamento final: marcando o princípioda minha surdez, foi esse silvo estridente quesurgiu nos meus ouvidos em 1874. Osegundo andamento, , faz-meregressar de novo ao torvelinho da minhajuventude O do terceiro

andamento lembra o meu primeiro amorpela jovem que viria a tornar-se a minhaesposa querida. No quarto andamento,(descrevo) a tomada de consciência daautêntica força de uma música nacional,início da surdez, a ténue esperança derecuperação e, para finalizar, um sentimentode amargura profunda. Em resumo, é esta aessência da obra, que, de algum modo,denuncia um caráter particular; por issomesmo, foi expressamente escrita para umaformação reduzida de instrumentos – oquarteto de cordas; os seus elementosdevem conversar sobre factos de realinteresse, tal como aconteceria numa reuniãode amigos

[…][…]

. […]»

PAVEL HAAS QUARTETquarteto de cordas

“O mais excitante quarteto de cordas do mundo? Bem, eles adaptam-se ao rótulo melhor do que muitosoutros. A sua inflexão é ampla, quase orquestral. Correm riscos. Acima de tudo, tocam com paixão.” (TheTimes, Janeiro de 2010)

Desde que ganhou o Concurso Paolo Borciani de Itália, na Primavera de 2005, o Pavel HaasQuartet (PHQ) tocou nas mais prestigiadas salas de concerto do mundo e gravou quatro CDspelos quais mereceu enormes elogios quer do público quer da crítica.Na temporada de 2011/12 o Quarteto apresenta-se no Concertgebouw de Amsterdão, Théâtredes Champs-Elysées de Paris, Tonalle de Zurique, Konzerthaus de Viena, Herkulessaal de Muniquee Wigmore Hall de Londres, bem como em importantes salas de Bruxelas, Estocolmo, Copenhagae Madrid. As digressões do PHQ a Hong Kong e Japão – visitando Tóquio, Osaka, Nagoya eYokohama –, e aos Estados Unidos, culminam com um concerto no Carnegie Hall.Em Outubro de 2011, o PHQ foi galardoado com o prestigiado Record of the Year dosGramophone Awards pela sua recente gravação dos Quartetos de Cordas nº 12 em fá maior'Americano' e nº 13 em sol maior, de Dvo ák na .Outros recentes destaques para o PHQ incluem atuações no Rheingau Festival, na Schubertiade,no San Francisco Performances e num regresso ao Auditorio Nacional de Madrid.Em 2007, a Filarmónica de Colónia premiou o PHQ com o , de que resultouuma digressão pelas mais importantes salas de concerto mundiais. O PHQ tomou parte noprograma 2007-2009 da , e em 2010 foi galardoado com SpecialEnsemble Scholarship do Borletti-Buitoni Trust. Na temporada 2010/11 o PHQ iniciou um períodode três anos como 'Artists in Residence' dos Glasgow Royal Concert Halls.O PHQ gravou quatro CDs publicados pela Supraphon. A gravação mais recente, o mencionadoCD com Quartetos de Dvorák, foi publicada no Outono de 2010 e mereceu geral aclamação dacrítica: O premiou a gravação com cinco estrelas, comentando: “A suainterpretação do Quarteto Americano coloca-o lado a lado com as melhores formações em disco.Neste repertório, são hoje simplesmente incomparáveis.” Ganharam opelos seus discos com os Quartetos de Cordas 1 e 2 e a Sonata para Dois Violinos de Prokofiev,com comentando: “Esta é agora a gravação definitiva dos quartetos de Prokofiev... a ser

ř Supraphon

ECHO Rising Stars

BBC New Generation Artists

The Sunday Times

Diapason d'Or de l'Année

Diapason

30

Page 31: 34º Festival Internacional de Música

descoberta sem hesitação.” As duas primeiras gravações também foram bem recebidas. Aprimeira gravação do Quarteto nº 2 de Janá ek 'Cartas Íntimas' e o Quarteto nº 2 de Haas 'DasMontanhas Monkey' foi aclamada como um dos CDs de 2006 pelo e recebeuo Gramophone Award de 2007. O segundo CD do PHQ completou a integral das obras paraquarteto de cordas de Haas and Janacek. A revista comentava que “[…]

Sediado em Praga, o PHQ estudou com Milan Skampa, o lendário violetista do Quarteto Smetana,e continua a usufruir de um próximo relacionamento com este mestre. Também trabalhou comoutros mestres mundiais do quarteto, incluindo membros do Quartetto Italiano, QuatuorMosaiques, Borodin Quartet e Amadeus Quartet, bem como Walter Levin, em Basileia.O PHQ foi buscar a sua designação ao nome do compositor checo Pavel Haas (1899-1944)prisioneiro no Theresienstadt em 1941 e tragicamente assassinado em Auschwitz três anos maistarde. O seu legado inclui três admiráveis quartetos de cordas.O PHQ é representado pela Intermusica.

čThe Daily Telegraph

Gramophone Paradescrever um CD tão musicalmente importante basta atrair um certo nível de controvérsia, masapostaria o meu pescoço proclamando a extrema importância deste específico lançamento.”

Veronika JARUSKOVAMarek ZWIEBELPavel NIKLPeter JARUSEK

violinoviolino

violetavioloncelo

31

Page 32: 34º Festival Internacional de Música

FernandoCOSTAvioloncelo

JoãoXAVIERpiano

32

Page 33: 34º Festival Internacional de Música

13/7Novos Intérpretes*6ª FEIRA*21h45AUDITÓRIO MUNICIPAL da Póvoa de Varzim

Ludwig van Beethoven

César Franck

Sergei Rachmaninov

(1770-1827)

(1822-1890)

(1873-1943)

Sonata nº 26 em mi bemol maior

Prelúdio, Coral e Fuga

Sonata em sol menor, para violoncelo e piano

Les Adieux (op. 81a) [ca. 27 min]1.2.3.

[ca. 17 min]

(op.19) [ca. 40 min]1.2.3.4.

Adagio – Allegro («Lebewohl»)Andante Espressivo («Abwesenheit»)Vivacissimamente («Wiedersehen»)

Lento – Allegro moderatoAllegro scherzandoAndanteAllegro mosso

intervalo (15 minutos)

(Duração da 1ª parte: ca. 35 min | 2ª parte: ca. 40 min)

A 26ª Sonata que(Bona, 16 ou 17 de Dezembro de 1770 /Viena, 26 de Março de 1827) escreveu parapiano é claramente uma obra de conteúdoprogramático, reflexo da partida forçada dealguns amigos (dentre os quais o seu aluno emecenas Arquiduque Rodolfo), perante aaproximação e ocupação da cidade de Vienapelas tropas napoleónicas, entre Maio de1809 e Janeiro de 1810. Sabemosexatamente em que datas o ArquiduqueRodolfo – o dedicatário da obra – partiu eregressou (4 de Maio e 30 de Janeiro), porestarem inscritas no autógrafo da partitura.Os títulos dos três andamentos (em alemão,e não em francês, como pretendia o editorna primeira edição de Julho de 1811)revelam uma espécie de sequênciaemocional:

(Os Adeuses, Ausência,Regresso). O primeiro, , configura-se mesmo de especial relevância naconstrução da Sonata, pois as três sílabas sãoplasmadas no motivo de abertura daintrodução e regressa diversas vezes nodecorrer da obra, embora dissimulado. Nofinal do último andamento, Beethovenprocede como na coda das SonatasAppassionata e Waldstein e ainda na 5ª

Ludwig van Beethoven

Lebewohl, Abwesenheit,Wiedersehen

Lebewohl

Sinfonia: uma cavalgada jubilatória eafirmativa. Mas a audição desta Sonata nº 26não exige que conheçamos a descriçãoprogramática. A beleza desta música por simesma e a lógica formal bastarão para nosemocionar.A escrita do de

data de 1884. Pertence ao últimoperíodo criativo do compositor (Liège, 10 deDezembro de 1822 / Paris, 8 de Novembrode 1890). Poderíamos recuar até JohannSebastian Bach para encontrar um trípticosemelhante na ,em dó maior, para órgão (BWV 564). Aforma cíclica, tão do agrado do César Franckda maturidade, é superiormente utilizada aolongo de toda obra, cabendo ao tema cíclico(exposto em toda a sua clareza) servir comosujeito da Fuga. O Prelúdio surge numambiente concentrado e arrebatado emefeitos de rara beleza harmónica. Curiosoverificar uma certa reminiscência dos sinosdo Parsifal wagneriano (o motivo doscavaleiros do Graal) no primeiro tema doCoral, envolto em harpejos de serena emística solenidade. A Fuga termina com umafascinante peroração de uma alegriasaudável e poderosa.

(Oneg, Novgorod, 20

Prelúdio Coral e Fuga

Toccata, Adagio und Fugue

CésarFranck

Sergei Rachmaninov

OURIVESARIA · RELOJOARIA

SÁ&CARVALHO Lda

33

Page 34: 34º Festival Internacional de Música

de Março de 1873 – Beverly Hills, Califórnia,28 de Março de 1943) foi um inspiradomelodista. Sobre a relevância que para sitinha a melodia, escreveu «[esta]

[…].

[…]». A Sonata op. 19 é umdos frutos mais felizes dessa convicção.Escrita no Verão de 1901, após um longoperíodo depressivo, pertence a uma dasépocas mais inspiradas do compositor(Concerto nº 2 para piano e orquestra,Cantata “Primavera” e 12 Melodias op. 21).A obra foi dedicada a Anatoli Brandoukovque a estreou a 2 de Dezembro de 1901, emMoscovo, com o compositor ao piano. Maisdo que uma obra para violoncelo e piano,apresenta-se como uma obra concertante,

constitui ogerme da criação em música, uma vez quecontém e sugere a sua própria realizaçãoharmónica A invenção melódica, naplena aceção do termo, deve ser overdadeiro objetivo do compositor. Quemnão for capaz de inventar uma melodia quese imponha e permaneça, jamais será umgrande mestre

com uma parte de piano assaz virtuosística; aescrita para violoncelo a revela-se idiomática,tirando excelente partido das caraterísticasdo instrumento. Rachmaninov é um pós-romântico próximo dos poetas simbolistasrussos (Alexander Blok ou ConstantinBalmont) que cultivavam um lirismoreservado, de emoção discreta. A Sonataestrutura-se em quatro andamentos: o pianointroduz o Lento inicial, logo seguido pelalonga frase cantante do violoncelo. O Allegromoderato irrompe sôfrego e apaixonado. Osegundo andamento comunga da mesmaambiência. No terceiro andamento – uminspirado Andante –, o piano, logo seguidopelo violoncelo, lança uma frase de umlirismo espontâneo e deslumbrante. Oúltimo andamento retoma o virtuosismo doprimeiro, mas desta vez de forma ainda maisveemente e febril – apenas interrompido porum motivo contemplativo – até se precipitarnuma coda com uma energia eluminosidade transbordantes.

FERNANDO COSTAvioloncelo

Fernando Costa, natural de Vila Nova de Gaia, nasceu em 1991. Iniciou os seus estudos deVioloncelo em 1998 com o Professor Valter Mateus, no Conservatório Regional de Gaia, tendo no1º grau a professora Isabel Delerue. Mais tarde, retomou os estudos com o Professor ValterMateus. Conclui o curso complementar de violoncelo com nota máxima, no ano lectivo de2008/2009. Actualmente frequenta o 3º ano de Licenciatura na ESMAE na classe de Violoncelo deJed Barahal. Em 2010 foi distinguido com bolsa de mérito do Instituto Politécnico do Porto.Trabalhou com professores como José Augusto Pereira de Sousa, Jed Barahal, Ernst Reijseger, LeaHosch, Paulo Gaio Lima, Dimitri Ferschtman, Romain Garioud, Márcio Carneiro, Anne Gastinel,Natalia Gutman, Aage Kvalbein, Carolina Landriscini, Pavel Gomziakov, Filipe Quaresma e LluisClaret.Obteve o 1º Prémio no do Conservatório Regional de Gaia (2004); 1ºPrémio no 13º (2011); 1º Prémio no ,Categoria Violoncelo, Nível Superior; Menção honrosa no , Categoriade Violoncelo, Nível Médio. Foi laureado com o 3º Prémio do ,Categoria de Música de Câmara Nível Médio e recebeu Menção Honrosa no

.Recentemente gravou com o pianista Luís Costa para uma revista interactiva de Arquitectura,desenvolvida pela 29HD Network (USA) para o 29GPS da Apple iPhone, com trabalho fotográficode Fernando Gabriel sobre uma obra do arquitecto Francisco Portugal e Gomes.Apresentou-se como solista acompanhado pela Orquestra Gulbenkian, Filarmonia de Gaia eOrquestra Clássica do Conservatório de Gaia.Integrou a Orquestra Filarmonia de Gaia, Orquestra Clássica do Conservatório Regional de Gaia e

Concurso Interno de CordasConcurso Santa Cecília Prémio Jovens Músicos 2011

Prémio Jovens Músicos 2009Prémio Jovens Músicos 2007

I Concurso deComposição Musical, Gaia 2008

34

Page 35: 34º Festival Internacional de Música

Orquestra Sinfonieta da Esmae. Em 2007, trabalhou em estágio numa orquestra de jovenspertencentes à União Europeia, BISYOC. Participa, também, como músico e co-arranjador naOrquestra Juvenil de Gaia e Orquestra Metropolitana (projectos de inclusão) e Orquestra deCâmara de Gaia.Trabalhou sobre a direcção de vários maestros como Rui Massena, Pedro Neves, André Lousada,António Saiote, Nayden Todorov, Florin Totan, Pieralberto Cattaneo, German Cáceres, Harry Lyth,Eduardo Rahn, Julian Gibbons, Berislav Skenderovic, entre outros. Trabalhou em música decâmara com os professores Valter Mateus, Pilar Andrino, Dario Golcic, Dimitris Andrikopoulos,Marta Eufrázio, Ryszard Woycicki, Miguel Borges Coelho, entre outros.

João Xavier nasceu em 1993 e começou a estudar música no Conservatório do Vale do Sousaem 2003, com a professora Elisa Moutinho.Terminou, em 2011, o 8º grau no mesmo Conservatório, na classe da professora Luísa Ferreira.Actualmente, estuda na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo, na classe de PedroBurmester.Foi laureado em vários concursos, nomeadamente no(2º prémio); em 2009 no (2º prémio); no

(1º prémio); no (1º prémio) e no(1º prémio).

Participou em Masterclasses leccionadas por Sequeira Costa, Constantin Sandu, Miguel BorgesCoelho, Filipe Pinto-Ribeiro, Cristina Ortiz, Tania Achot, Andrei Diev e Elisso Virsaladze.Apresentou-se no Salão Nobre do Palácio da Bolsa; nos festivais e ,no CCB; no Auditório Municipal da Póvoa de Varzim; no festival Musicatos, em S. João daMadeira; no Auditório do Centro Cultural de Vila Praia de Âncora e no Grande Auditório daFundação Calouste Gulbenkian, com a Orquestra Gulbenkian, sob a direcção de Pedro Neves.Em 2011, obteve o 1º lugar no , na categoria de piano – nível superior.Estuda também na Scuola di Musica di Fiesole, em Itália, com a pianista Elisso Virsaladze.

JOÃO XAVIERpiano

4º Concurso Ibérico de piano do Alto MinhoConcurso Internacional 'Cidade do Fundão' V Concurso

de Piano da Póvoa de Varzim X Concurso Florinda Santos 12ºConcurso Sta. Cecília

Dias da Música 1001 Músicos

Prémio Jovens Músicos

* Prémio Jovens Músicos 2011 da RTP Antena 2 (Violoncelo e Piano)

35

Page 36: 34º Festival Internacional de Música

QUARTETOVERAZINagrupamentode câmara

36

Page 37: 34º Festival Internacional de Música

15/7Os agrupamentosresidentes do FIMPVdomingo*21h45IGREJA ROMÂNICA DE S. PEDRO DE RATES

Franz Schubert

Anton Webern

Johannes Brahms

(1797-1828)

(1883-1945)

(1833-1897)

Quarteto em mi bemol maior

Langsamer Satz

Quarteto em dó menor

(D. 87) [ca. 30 min]1.2.3.4.

(M. 78) [ca. 10 min][ ]

(op. 51 nº 1) [ca. 35 min]1.2.3.4.

Allegro più moderatoScherzo. Prestissimo – TrioAdagioAllegro

Obra estruturada num só andamento

AllegroRomanze: Poco AdagioAllegretto molto moderato e comodo – Un poco più animatoAllegro

intervalo (15 minutos)

(Duração da 1ª parte: ca. 30 min | 2ª parte: ca. 35 min)

O Quarteto em mi bemol maior D. 87 foicomposto durante o mês de Novembro de1813, tinha dezasseis anos,logo após a conclusão da primeira Sinfonia D.82 e quando trabalhava na primeira ópera,

[“O castelo de recreiodo diabo”], que viria a tomar a numeração D.84 no catálogo organizado por Otto ErichDeutsch. Mesmo tratando-se de uma obrade juventude, destaca-se já pela amplasonoridade orquestral, sobretudo no últimoandamento, cujas caraterísticas denotam amarca schubertiana por inteiro. O Quartetoem mi bemol maior integra um grupo deseis, escritos para o círculo familiar docompositor (Franz Schubert, na violeta, osirmãos Ignaz e Ferdinand nos violinos e o paino violoncelo). Franz Schubert nasceu emViena a 31 de Janeiro de 1797 e faleceu namesma cidade a 19 de Novembro de 1828.

(Viena, 3 de Dezembro de1883 / Mittersill, Salzburgo, 15 de Setembrode 1945) escreveu o emJunho de 1905, no final do primeiro ano deestudos com Schönberg. Porém, a obraapenas foi estreada em 1962, em Seattle,Estados Unidos, pelo Quarteto daUniversidade de Washington. A escrita

Franz Schubert

Anton Webern

Des Teufels Lustschloss

Langsamer Satz

polifónica de Brahms e um ou outro traçocomposicional de Wagner e de Mahlermarcaram esta obra do então jovemcompositor filiado na segunda Escola deViena.A pesada herança de Beethoven fez comque (Hamburgo, 7 deMaio de 1833 – Viena, 3 de Abril de 1897)apenas em 1873, já com 40 anos de idade, edepois de muitas hesitações, publicassefinalmente o seu opus 51, que integrava osdois primeiros quartetos de cordas (desde hávinte anos que vinha aprimorando as suasexperiências em música de câmara, cujosfrutos mais paradigmáticos são o Trio compiano op. 8, os dois Quartetos com Piano op.25 e op. 26, o Quinteto com Piano op. 34 eos dois Sextetos de Cordas op. 18 e op. 36).Foi no Verão daquele ano, em Tutzing, queos dois Quartetos foram apresentados emprivado, na presença de Clara Schumann. Aestreia pública do Quarteto em dó menordecorreu em Viena, a 11 de Dezembro domesmo ano. Há claras influências dosquartetos de Beethoven, designadamentedos “Razumovsky”, no tema da Romanze.No trio do terceiro andamento, surge umaencantadora valsa vienense. O Allegro final,

Johannes Brahms

37

Page 38: 34º Festival Internacional de Música

dinâmico e poderoso, recupera um dostemas apresentados no primeiroandamento. Mas é precisamente nesteprimeiro andamento que a influênciabeethoveniana mais ficou marcada, pelaaustera concentração formal e eficazdesenvolvimento temático.

QUARTETO VERAZIN

Diogo COELHODaniel ABRUNHOSAHelena LEÃOAna Luísa MARQUES

agrupamento de câmara

O Quarteto de Cordas residente do Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim (FIMPV)apresentou-se oficialmente pela primeira vez em 6 de Julho de 2007.Participou nas masterclasses do Prazak Quartet e do Fine Arts Quartet, inseridas no FIMPV (2007e 2010, respetivamente). Trabalhou com Vladimir Mendelssohn e Jacek Klimkiewicz, na FolkwangHochschule de Essen e com os Professores Ryszard Wóycicki, Radu Ungureanu e Ana Bela Chaves.O agrupamento dedica-se à divulgação do riquíssimo repertório que muitos dos mais reputadoscompositores escreveram para quarteto de cordas (já interpretou em público obras de Haydn,Beethoven, Schubert, Mendelssohn, Dvorák, Debussy, Ravel e Shostakovich). Em estreia mundial,apresentou em Julho de 2008 o Quarteto nº 2 – “Movimentos do Subsolo”, de António PinhoVargas, obra encomendada pelo FIMPV e gravada posteriormente em Outubro do mesmo ano (orespectivo CD foi lançado em 2009). Também em estreia mundial, apresentou em Julho de 2009a obra “Verazin nº 1” expressamente encomendada pela 31ª edição do FIMPV ao compositorCarlos Azevedo.

violinoviolino

violetavioloncelo

38

Page 39: 34º Festival Internacional de Música

39

Page 40: 34º Festival Internacional de Música

LA MORRAagrupamento vocale instrumental

MichalGONDKOdireção musical/artística

direção artística

CorinaMARTI

© S

usan

na D

resc

her

© L

a M

orra

40

Page 41: 34º Festival Internacional de Música

18/7Música antiga4ª FEIRA*21h45igreja românica de s. pedro de rates

“Musicus Famosissimus” – um tributo a(ca. 1370-1412), no 600º aniversário da morte

JohannesCiconia

1. Prelúdio no Norte

2. Roma: Uma oração pela paz

3. Pavia: Na companhia de Marte

4. Interlúdio: A corça perseguida

5. Pádua: Na quadriga triunfal

6. Imagens dos amantes

7. Pádua: Estudantes e mulheres impiedosas

8. Poslúdio no Sul: Orações à Virgem Maria

1.1. Adieu vos di

2.1. Gloria “Suscipe trinitas”

3.1. Una Panthera in conpagnia de Marte3.2. Le ray au soleyl

4.1. I cani sono fuora

5.1. Per quella strada lactea del cielo

6.1. La fiamma del to amor6.2. Chi vole amar6.3. Aler m'en veus en strangne partie

7.1. Merçe o mortepeças instrumentais

7.3. O rosa bella

8.1. In tua memoria8.2. Amen8.3. Vergine donzella imperadrice, salve

(anónimo) [instrumental]

(Johannes Ciconia)

(Johannes Ciconia)(Johannes Ciconia)

(Johannes Ciconia) [instrumental; arr.: M. Gondko]

(Johannes Ciconia)

(Johannes Ciconia)(Johannes Ciconia) [instrumental]

(Johannes Ciconia)

(Johannes Ciconia)7.2. [ ] (anónimos, I-FAc 117, fol. 93r & 94v)

(Johannes Ciconia)

(Arnoldus de Lantins, † ca. 1432)(Codex Faenza)

(Laudario Magliabecchiano)

intervalo (15 minuntos)

(Duração da 1ª parte: ca. 40 min | 2ª parte: ca. 30 min)

2.1. Gloria “Suscipe trinitas” (Johannes Ciconia)

Gloria in excelsis Deo,et in terra pax hominibus bonae voluntatis.[TROPUS:] Suscipe, Trinitas, hoc pacis jubilum horrendiscismatis remove nubilum a superadditis gregi fidelium,ut fiat unicum.Laudamus te. Benedicimus te.Adoramus te. Glorificamus te.[TROPUS:] Extra signum unitatis non te laudat devius,cum abusu racionis justus fiat impius; dum adorat,benedicit, est sibi contrarius.Gratias agimus tibi propter magnam gloriam tuam.Domine Deus, Rex celaestis, Deus, Pater omnipotens.

[TROPUS:] Opere claruit atque miraculis invicta veritas,sed tua dextera errata dirigas ut fiat equitas.

Domine filii unigenite, Jesu Christe,Domine Deus, Agnus Dei, Filius Patris.

[TROPUS:] Summe Pater, Agne Jesu, Spiritus vivifica.Summe preces, flecte mentes, carnalibus obvia,qui favore racionis negant a se posita.Qui tollis peccata mundi,miserere nobis.Qui tollis peccata mundi,suscipe deprecationem nostram.

[TROPUS:] Virgo Mater advocata, omni lapso subveni;Tempus instat quo inserta ventris instes fructui sponsa

2.1. Gloria “Suscipe trinitas”

Glória a Deus nas alturas,E paz na terra aos homens de boa vontade.[TROPO:] Aceita, ó Trindade, este jubileu de paz e afastaa nuvem da separação, que está a ser imposta ao teurebanho, que deve estar unido.Nós te louvamos. Nós te bendizemos.Nós te adoramos. Nós te glorificamos.[TROPO:] Aquele que deixa o caminho, afastado do sinalda unidade, não te glorifica, pois que o homem justotorna-se infeliz por abuso da razão: quando te adorar eexaltar, negar-se-á a si próprio.Damos graças pela tua grande glória,Senhor Deus, Rei dos Céus, Ó Deus, Pai Todo-Poderoso.

[TROPO:] Pela palavra e pelos milagres, a tua irresistívelverdade resplandesce; mas corrige os erros com a tuamão direita, a fim de que a justiça seja feita.Senhor Jesus Cristo, Filho unigénito,Senhor Deus, Cordeiro de Deus, Filho do Pai,[TROPO:] Pai altíssimo, Jesus Cordeiro, Espírito que dávida; aceita as nossas orações, dobra os nossos espíritos,combate as nossas inclinações sensuais, que, com aajuda da razão negam as suas próprias premissas.Afasta os pecados do mundo,Tem piedade de nós;Afasta os pecados do mundo,Aceita a nossa súplica.[TROPO:] Virgem Maria, nossa advogada, vem ajudartodos os que sucumbem; ainda há tempo para cumprir

(Johannes Ciconia)

41

Page 42: 34º Festival Internacional de Música

pro hac lacessita reducenda cultui.Qui sedes ad dexteram Patris,miserere nobis.Quoniam tu solus sanctus,Tu solus Dominus,Tu solus altissimus,Iesu Christe.[TROPUS:] Claviger etheree interveni sedule. Pax tibi situnice cosmice ecclesie.Cum Sancto Spiritu,in gloria Dei PatrisAmen.

(JohannesCiconia) [madrigal]

Una panthera in conpagnia de Marte,Candido Jove d'un sereno adorno,Constante è l'arme chi la guarda intorno:

Questa guberna la cità luchana.Con soa dolceça el cielodispensa e dona,Secondo el meritar, iusta corona,

Dando a ciaschun mortal, che ne sia degno,Triumpho, gloria e parte in questo regno.

(Johannes Ciconia) [cânone]

Le ray au qui dret som kar meyneEn soy braçant la douce ,Laquel conpangnon onques renovelle,

sembla que en toy perfect regne.

(Ciconia) [instrumental; arr.: M.Gondko]

lactea del cielo (JohannesCiconia) [madrigal]

Per quella strada lactea del cielo,Da belle stelle ov' è'l seren fermatoVedeva un carro andar tutto abrasato,

Coperto a drappi rossi de fin oro;Tendea el timon verso ançoli cantando.El carro triumphal vien su montando.

De verdi lauri corone menava,Che d'alegreça el mondo verdeçava.

3.1. Una Panthera in conpagnia de Marte

3.2. Le Ray au Soleyl

4.1. I cani sono fuora

5.1. Per Quella Strada

soleyltortorelle

A bon droyt

as promessas anunciadas pelo fruto do teu ventre, nosentido de que a esta ofendida esposa [= Igreja] sejarestituído o seu adequado culto. Estás sentado à direitado Pai, tem piedade de nós.Pois só és o Santo,Só tu és o Senhor,Só tu és o Altíssimo, Jesus Cristo.[TROPO:] Guarda da porta celeste, intercederapidamente; a paz da igreja universal e única estejacontigo. Com o Espítiro Santo,Na glória de Deus Pai.Ámen.

(JohannesCiconia)

Uma pantera na companhia de Marte,Cândido Júpiter de um belo céu claro,Constante é a arma que à volta a protege:

Esta criatura governa a cidade de Lucca.Na sua clemência o céu dispensa e concedeA justa coroaDe acordo com os méritos,

Dando, a cada mortal que seja digno,Triunfo, glória e uma parte deste reino.

O Raio de Sol que conduz o seu carro a direito,Ao abraçar a doce rolaQue nunca troca de companheiro,Parece que reina em ti perfeitamente.

Por aquela celestial via láctea,Vindo das belas estrelas onde o fecharam,Vi um carro movendo-se em chamas,

Coberto de panos vermelhos de ouro fino;Dirigia-se para os anjos que cantavam.O carro triunfal subia cada vez mais alto.

Transportava coroas de louroQue verdejavam o mundo de alegria.

Comentário:

Comentário:

Comentário: A

Comentário:

O texto do tropo é uma súplica pelo fim do GrandeCisma da Igreja do Ocidente.

o texto parece referir-se à aliança concluída em Maioou Junho de 1399 entre a cidade de Lucca (cujo emblema é apantera) e Giangaleazzo Visconti, Duque de Milão (simbolizado porMarte, o Deus da Guerra).

lém da referência ao sol, este texto contém duasoutras alusões à heráldica dos Visconti: a rola e a divisa “a bondroyt”.

O texto contém uma referência à heráldica dos Carrara,senhores de Pádua. Pensa-se que este texto alude possivementeao regresso do exílio (1390) de Francesco Carrara “Il Novello”, ou,mais verosimilmente ainda, à outorga do título de “GeneralImperial”, concedido pelo Sacro Imperador Romano-Cristão (1401).As três cores simbolizam três virtudes cardeais: o branco, afidelidade; o vermelho, a caridade; e o verde, a esperança (poracaso, cores da bandeira italiana de hoje).

3.1. Uma pantera acompanhada por Marte

3.2. O Raio de Sol

5.1. Seguindo a Via Láctea do céu

(Johannes Ciconia)

(Johannes Ciconia)

42

Page 43: 34º Festival Internacional de Música

6.1. La Fiamma del to Amor

6.2. Chi vole amar

6.3. Aler m'en veus

7.1. Merçe o morte

7.2.

(Johannes Ciconia) [balada]La fiamma del to amor che ça me strinçeDa morte a vita l'alma mia suspinçe.

Volava li mey spirti ça per l'auraQuando t'aldì cridar piangendo e dire:

“Dove mi lassi? Oymè, ver mi restauraUn pocho la toa mente e non morire!”

Quel suono amaro me fé resentire;Cossì l'amor anchor la morte vinçe.

La fiamma del to amor...

(Ciconia) [instrumental]

(Johannes Ciconia) [virelai]Aler m'en veus en strangne partiePus que pieté est endormieEn vos, pucelle, por qui ie mour,Por qui launguis et nuit et jour.Dont ye voy bien que de ma vieN'est retour ans a mort bailgieSe vostre merchi ne me souchour.

Oymè, doulent, ye puis bien dire:Adieu la flour de toutes flour,Car iamais ioie avoir ne quir,Mais vivre en pene et en dolour,

E tout eur plens d'angous et ire,Criant merchi en plant et en plour,Regratant sovent le parti[r].

O helaien [= Helaine?], fontayne de douchour,A vos ye recomman ma vie. […] [?]

Aler m'en veus…

(intervalo)

(Johannes Ciconia) [balada]Merçè o morte, o vagha anima mia,Oymè, ch'io moro, o graciosa è pia.

Pascho el cor de suspir ch'altruy no'l vede,E de lagrime vivo amaramente.

Aymè, dolent' morirò per merçedeDel dolçe amor, che'l mio cor t'apresente.

O Dio, que pena è questa'l cor dolent[e]

Falsa zudea, almen fa mi morir via.

Merçè o morte…

[peças instrumentais] (anónimos, I-FAc 117, fol. 93r &94v)

6.1. (Johannes Ciconia)A chama do teu amor que me abraça,Eleva a minha alma da morte à vida.

Voava o meu espírito pela brisaQuando te ouvi gritar e dizer, chorando:

“Onde me deixas? Oh! volta o teu pensamento para mime não morras!”

Este tom amargo fez-me compreender:Assim o amor triunfa da morte uma vez mais.

A chama do teu amor…

(Johannes Ciconia)Quero partir para uma terra estranhaPois a piedade jaz adormecidaEm ti, donzela, por quem morro,E definho noite e dia.Bem vejo que a minha vidaEstá perdida e votada à morte,Se a tua piedade não vier em meu socorro.

Ai, infeliz, posso bem dizê-lo:Adeus, flor de entre as flores,Pois já não quero sentir mais a alegria,Mas viver em dor, penando,

E sempre sofrendo, angustiado,Suplicando por compaixão com lamentos e lágrimas,arrependendo-me muitas vezes da partida.Ó helaien [= Helena?], fonte de doçura,A ti entrego a minha vida. [texto em falta?]

Quero partir…

(Johannes Ciconia)Piedade ou morte, ó minha bela alma!Ai! Que morro, ó graciosa e compassiva.

Alimento o coração com íntimos suspiros,E de lágrimas vivo amargamente.

Ai de mim! Magoado, por mercêDo doce amor que o meu coração te oferece.

Meu Deus, que dor é esta que dilacera o coração!Falsa traidora, pelo menos deixa-me morrer já!

Piedade ou morte…

A chama do teu Amor

6.3. Quero partir

7.1. Piedade ou morte

Comentário:

Comentário:

A ortografia original (helaien) parece ser umatransformação do nome «Helaine» (o que permite também umarima interior com «fontayne»). O poeta dirige-se talvez a umamulher com este nome, comparando-a com Helena de Tróia.

O texto é talvez de Leonardo Giustinian. Ver tambémO rosa bella.

43

Page 44: 34º Festival Internacional de Música

7.3. O rosa bella

8.1. In tua Memoria

8.2. Amen

8.3. Vergine Donzella

(Johannes Ciconia) [balada]O rosa bella, o dolçe anima mia,Non mi la[s]sar morire in cortesia.

Ay, lasso me, dolente deço finirePer ben servire e lealmente amare.

Socorimi ormai del mio languire,Cor del cor mio, non mi lassar penare.

Oi, dio d'amor[e], che pena è quest'amare.Vide ch'io mor' tut'ora per 'sta zudia.

O rosa bella…

(Arnoldus de Lantins, † ca. 1432)

In tua memoria virgo mater natasimus ut sit gloria perpes nobis data.

Qui ad te confugium querimus securumnequaquam repudium reverentes durum.Centrum peripherie, doctrine normaet nostre miserie tu formarum forma.

(Codex Faenza)

(Laudario Magliabecchiano)Vergine donzella imperadricesalve et nodrice di Cristo amoroso.

Aulente rosa et moscado finotu che traesti Cristo collaudoredi gran solazzo se' fresco giardinonel quale venne ad abitare lo Redemptore.

Fosti ripiena del savere divinoquando in te venne quello aulente florein perciò che fosti humile et benignafosti si degna di Gesù gioioso.

Tanta fu l'umilitade virgo Mariache nel tuo core tenesti gratiosoche l'alto Sire d'ogne cortesiain te, ch'era dalla gente nascosa,volle venire, et darti signoriadel cielo et della terra spatiosaet impetrare indulgentia a tuct'oreal peccatore che a llo core doglioso.

7.3. Ó rosa bela

8.1. Que sejam lembrados por ti

8.3. Salve, Virgem imperatriz

(Johannes Ciconia)Rosa bela, ó minha doce alma,Não me deixes morrer, por favor!

Ai! Cansado e aflito me deixo morrerPor bem servir e amar lealmente.

Agora, livra-me do meu desalento,Coração do meu coração, não me deixes sofrer.

Ó deus do amor, que tormento é este amar.Vê como morro a cada momento por esta traidora.

Ó rosa bela…

(Arnoldus de Lantins, ? –ca. 1432)Que a glória perpétua nos possa ser concedida, ó VirgemMãe.

Não rejeites com severidadeOs que em choro pedem seguro abrigo.Refúgio dos excluídos, modelo doutrinal,Beleza das belezas na nossa miséria.

(L. Magliabecchiano)Salve Virgem, jovem imperatriz,Salvação e proteção do Cristo amoroso,

Fragrante rosa e esplêndido almíscarTu que atraíste Cristo para ti,Tal como o fresco jardim em dia de estiono qual o Redentor veio habitar.

Quando a ti veio aquela perfumada flor;ficaste cheia da sabedoria divinae porque foste tão humilde e clemente,foste digna do feliz Jesus.

Virgem Maria, tal foi a humildadedo teu gracioso coração,que o Grande Senhor de toda a bondadedesejou vir a ti, que eras desconhecidado povo, e quis conceder-te soberaniano céu e na terra, e o privilégio de implorarclemência a qualquer horapara os pecadores de coração contrito.

Comentário: Texto de Leonardo Giustinian. Foi sugerido que o poetase dirigia de facto a uma judia de nome Rosa. Entretanto, a palavra«zudia» ou «zudea» significa mais verosimilmente «mulher Judas»,isto é, uma traidora.

44

Page 45: 34º Festival Internacional de Música

Musicus Famosissimus – Um tributo aJohannes Ciconia (Liège, ca. 1370 – Pádua,Julho de 1412)

Johannes Ciconia é considerado como umadas mais intrigantes personalidades musicaisdo período anterior a Du Fay, assim como oprimeiro grande (músico doNorte da Europa) a ter feito uma carreira desucesso na Itália no dealbar da Renascença.Ciconia, cujo ressurgimento se deve àmusicóloga Susanne Clercx-Lejeune, étodavia uma figura misteriosa. Os dadosbiográficos são frustrantemente escassos.Nascido muito provavelmente por volta de1370, parece ter sido um dos 'pluseursenfans natureis' do 'saingnor Johan deChywongne, canonne de Saint Johan' e de'une filhe mal provee'. Está documentado naigreja da colegiada de S. João Evangelista deLiège em 1385. Em 1390, parece terprestado serviços ao Cardeal Philipped'Alençon e obtido dispensa papal pelo seunascimento ilegítimo. Terá viajado para Romacom o seu patrono (o tropo 'Suscipe Trinitas'do Gloria, uma súplica à Santíssima Trindadepara a recuperação da unidade cristã noperíodo do Grande Cisma, pode de factodatar dos anos passados em Roma). Porvolta de 1399 pode ter mantido contactoscom – ou talvez residido na – corte dopoderoso Duque de Milão e Pavia,Giangaleazzo Visconti. Esta suposição resultada análise de alguns dos seus trabalhos: ostextos do cânon comportamdivisas heráldicas dos Visconti, enquanto queo madrigal – uma autênticaobra-prima do género – parece ter sidoescrito para celebrar uma aliança entre osVisconti e a cidade de Lucca. Desde 1401 eaté à sua prematura morte em 1412, Ciconiaviveu e trabalhou em Pádua, inicialmente àsordens de Carrara, depois às dos Venezianos.Desempenhou funções musicais na catedral.Nesta época, a sua reputação era tãoelevada que alguns não hesitaram emapelidá-lo como 'o músico mais famoso'(musicus famosissimus).Ciconia sente-se igualmente 'à vontade' tantona música sacra como na profana, mas é naúltima que o seu talento se revela em pleno.Ao absorver e transformar elementosestilísticos variados (um dom que partilhoucom Du Fay), torna-se claramente conhecido.

oltramontano

Le ray au soleil

Una Panthera

É escandaloso apercebermo-nos que muitada sua música profana poderia ter ficadodesconhecida para nós, se os restos de umcódice polifónico que a continha tivessempermanecido ocultos em tomos notariais debibliotecas de Perugia e Lucca.

A produção profana de Ciconia éincrivelmente diversa: mestre da 'ars nova' eda 'ars subtilior' da Europa do Norte, foicapaz, entretanto, de escrever no puro estiloitaliano. Além disso, deleita-se a combinar assuas experiências com aqueles mundosestilísticos – com encantadores e magníficosresultados. De especial beleza e qualidadeartística são as suas últimas canções –representadas no concerto desta noite por

e pois revelamum interesse profundo em criar uma espéciede 'campo magnético' de relacionamentosmúsico-poéticos, uma noção que eledesenvolve em moldes nunca antes ouvidos.Confirmam também a sua pesquisa de algonovo e diferente na poesia, que parece haverencontrado nos poemas amorosos eexaltados de dois nobres venezianos –Leonardo Giustinian e Domizio Brocardo –estudantes na Universidade de Páduadurante a primeira década do século XV.Nas comemorações do 600º aniversário damorte de Ciconia, eis como desejamoscelebrar a sua memória: depois de umanónimo 'adieu' (em estilo 'subtilior', quepode ser entendido como um retorno àépoca da sua aprendizagem musical emLiège), a música de Ciconia guiará o ouvinteatravés das fases da vida do compositor (talcomo as conhecemos ou presumimos) atéacabar numa oração dirigida à Virgem Maria.O nosso programa contém ainda outrotributo. Em 1397 um jovem austríaco viajavapara Pavia, passando por Pádua, onde iaaprofundar os seus estudos de medicina. Oseu nome era Hermann Poll, um dotadojovem médico, a quem os relatos da épocaatribuem a invenção do .Quando ouvirmos os sons de um cravoprimitivo, lembremo-nos deste homem, quemorreu ignominiosamente aos 31 anos deidade, na sequência de uma acusação portentativa de envenenamento do ImperadorSacro-Romano.

Orosa bella Merçe o morte –

clavicembalum

Michal Gondko(Fevereiro de 2012)

45

Page 46: 34º Festival Internacional de Música

CORINA MARTI

MICHAL GONDKO

flautas, clavicembalum e direção artística

alaúde, guitarra, direção musical e artística

Corina Marti especializou-se em flautas da Idade Média, da Renascença e do períodoBarroco, bem como em instrumentos de tecla antigos.Nasceu na Suiça, onde onde se graduou em 'música antiga' (flauta renascentista/barroca ecravo).No entanto, o seu coração pertence à música da Idade Média e da baixa Renascença. Essapaixão trouxe-a à onde obteve graduação com distinção soborientação de Pierre Hamon e Kathrin Bopp. Em 2003, passou a orientar a classe de flautasmedievais da faculdade do Departamento para a Música Medieval e da Renascença daSchola. É frequentemente convidada para ministrar masterclasses. É co-diretora artística de

, agrupamento especializado em música da alta Idade Média e Baixa Renascença.Além do seu trabalho em , com flautas antigas e instrumentos de tecla(clavicembalum e clavicytherium), gosta de tocar música barroca e contemporânea e temsurgido como solista e com diversos agrupamentos (incluindo o de JordiSavall) por toda a Europa e Médio Oriente. Para além dos CDs com , gravoumúsica do século XVII, da Lombardia e sonatas de Johann Sebastian Bach (com a cravistaAlena Hönigova), bem como música de origem alemã escrita para cravo e alaúde, dosséculos XV e XVI (com Michal Gondko).

Michal Gondko é o fundador e 'spiritus movens' de , agrupamento especializadoem música tardo-medieval e da Renascença. Especializou-se em instrumentos da família doalaúde da Idade Média e da Renascença.Obteve formação em guitarra clássica na sua Polónia natal, mas entretanto abandonou aguitarra ao centrar a sua actividade em instrumentos dedilhados antigos.As suas primeiras experiências profissionais com 'música antiga' incluem uma antologia demúsica para alaúde da alta Renascença polaca, gravada em 1997, mas publicada seis anosmais tarde. Foi galardoada pela com oPrémio .Residente desde 1997 em Basileia, estudou alaúde renascentista (com Hopkinson Smith) einstrumentos medievais dedilhados (com Crawford Young) na ,onde se graduou.Apesar de o agrupamento exigir muito do seu tempo e energia, encontra, noentanto, espaço para outros projetos e tem surgido como acompanhador e continuistacom diversos cantores e conjuntos (incluindo de Jordi Savall).Como solista, explorou o negligenciado repertório do alaúde renascentista, tendopublicado, em 2008, uma recolha de música alemã para tecla e alaúde dos séculos XV einícios do século XVI (gravação efetuada juntamente com Corina Marti).

Schola Cantorum Basiliensis

La MorraLa Morra

Hesperion XXILa Morra

La Morra

Associação dos Produtores de Gravação PolacaPublicação 2003 do Ano de Música Antiga

Schola Cantorum Basiliensis

La Morra

La Capella Reial de Catalunia

46

Page 47: 34º Festival Internacional de Música

LA MORRA

Eve KOPLIHanna JÄRVELÄINENJavier ROBLEDANO CABRERACorina MARTIElizabeth RUMSEYMichal GONDKO

agrupamento vocal e instrumental

La Morra, designação inspirada pela famosa peça instrumental homónima de Heinrich Isaac,interpreta música europeia do período entre 1300 e 1500, tradicionalmente referido como 'tardo-medieval' e/ou 'baixa Renascença' – com ocasionais aventuras fora desta moldura temporal(como os trabalhos escritos para La Morra por Boris Yoffe). O agrupamento presta especialatenção à arte secular da canção, géneros sacros e paralitúrgicos e música instrumental.Logo após a sua criação em 2000, La Morra tornou-se presença habitual nos estágios dos maisprestigiados festivais de música antiga e séries de concertos europeus, participando em eventoscomo o (Bélgica), e(Holanda), (França),(Suiça) e (Itália). Realizou várias digressões concertísticas na Finlândia, Chipre,Estónia, Alemanha, Polónia, Espanha e Reino Unido. Numerosas actuações ao vivo, transmissõespela rádio e a produção de quatro CDs (nas etiquetas , e

) contribuíram para estabelecer La Morra como uma das formações de topo no género,reputada pela evocativa programação de concertos exaustivamente pesquisada; e interpretaçõesque são 'eficientes' (Early Music), 'virtuosas', sedutoras', 'plausíveis' (Diapason), 'numa palavra:encantadoras' (Goldberg Magazine).O agrupamento La Morra está sediado em Basileia, a capital cultural da Suiça, numa íntimaproximidade da dos músicos, a , onde a interpretação da'música antiga' vem sendo investigada desde há 75 anos. O agrupamento – normalmente até 10cantores e instrumentistas trabalhando sob a conjunta direção artística de Corina Marti e MichalGondko – redefine-se de acordo com os requisitos dos projetos de concerto ou gravaçãoassumidos.

Festival van Vlaanderen Netwerk Oude Muziek Holland Festival Oude MuziekRencontres de Musique Médiévale du Thoronet Freunde alter Musik Basel

Autunno Musicale

Ramée, Et'Cetera, Raumklang MusiquesSuisses

alma mater Schola Cantorum Basiliensis

sopranosoprano

contratenorflautas, clavicembalum, dir. artística

vielaalaúde, direção musical e artística

47

Page 48: 34º Festival Internacional de Música

ORQUESTRAVERAZINorquestra de câmara

LuísCarvalhodireção musical

© S

usan

a N

eves

48

Page 49: 34º Festival Internacional de Música

19/7Os agrupamentosresidentes do FIMPV5ª feira*21h45auditório municipal da póvoa de varzim

António Chagas Rosa

Richard Wagner

Gustav Mahler

(1960)

(1813-1883)

(1860-1911)

Serei só eu...

Siegfried Idyll

Sinfonia nº 4 em sol maior

[1960 / ca. 6 min]

[estreia em 25 de Dezembro de 1870 / ca. 20 min]

(versão para orquestra de câmara deSerge Olive / estreia em Portugal) [versão original estreada em 1901/ ca. 55 min]

1. [Ponderado, sem apressar]2. [Num movimentomoderado. Sem pressa]3. [Tranquilo]4. [Muito sereno –A vida celeste»]

Bedächtig. Nicht eilenIn gemächlichter Bewegung. Ohne Hast

RuhevollSehr behaglich – “Das himmlische Leven”

« (texto de “Alten deutschen Lieder – DesKnaben Wunderhorn” – Velhas canções alemãs – o Rapaz daTrompa Mágica)

intervalo (15 minutos)

(Duração da 1ª parte: ca. 30 min | 2ª parte: ca. 55 min)

Serei só eu

[...]Serei só euquem estes sonsde suave música [...]está escutando,de tudo aflando,tudo encantando,e dele ecoando,que me trespassam,ao alto esvoaçam,em torno soando,a mim, que enlaçam?Sempre clareando,e em volta ondeando,serão as vagasde brisas leves,ou de perfumesnévoas e neves?Quanto se alteiame em mim suspiram,hei-de aspirá-las,ou hei-de ouvi-las?Hei-de prová-las,mergulhar nelas?[...]

Trad.: Jorge de Sena

Hör' ich nur

[...]

[…]

[…]

Hör' ich nurdiese Weise,die so leise,Wonne klagend,alles sagend,mild versöhnendaus ihm tönend,in mich dringet,auf sich schwinget,hold erhallend,um mich klinget?Heller schallend,mich umwallend,sind es Wellensanfter Lüfte?Sind es Wogenwonniger Düfte?Wie sie schwellen,mich umrauschen,soll ich atmen,soll ich lauschen?Soll ich schlürfen,untertauchen?

Richard Wagner

Serei só eu… (António Chagas-Rosa)

49

Page 50: 34º Festival Internacional de Música

Das himmlische Leben(Des Knaben Wunderhorn)

Wir geniessen die himmlischen Freuden.D'rum tun wir das Irdische meiden.Kein weltlich' GetümmelHört man nicht im HimmelLebt alles in sanftester Ruh'!Wir führen ein englisches Leben!Sind dennoch ganz lustig dabeben!Wir tanzen und springen,Wir hüpfen und singen!Sankt Peter im Himmel sieht zu!

Johannes das Lämmlein auslasset,Der Metzger Herodes d'rauf passet!Wir führen ein geduldig'sUnschuldig's, geduldig'sEin liebliches Lämmelein zu Tod!Sankt Lukas den Ochsen thät schlachten,ohn' einig's Bedenken und Achtender Wein kost' kein Hellerim himmlischen Kellerdie Englein, die backen das Brot

Gut' Kräuter von allerhand ArtenDie wachsen im himmlischen Garten!Gut' Spargel, FisolenUnd was wir nur wollen!Ganze Schüsseln voll sind uns bereit!Gut' Äpfel, gut Birn' und gut' Trauben!Die Gärtner, die alles erlauben!Willst Rehbock, willst Hasen,Auf offener Strassen,Sie laufen herbei!

Sollt ein Fasttag etwa kommenalle Fische gleich mit Freuden angeschwommen!Dort läuft schon Sankt PeterMit Netz und mit KöderZum himmlischen Weiher hinein.Sankt Martha die Köchin muss sein!

Kein Musik ist ja nicht auf Erden,Die uns'rer verglichen kann warden.Elftaisend JungfrauenZu tanzen sich trauen!Sankt Ursula selbst dazu lacht!Cäcilia mit ihren VerwandtenSind treffliche Hofmusikanten!Die englischen StimmenErmuntern die Sinnen,Dass alles für Freuden erwacht.

A Vida Celeste(texto da coletânea “O Rapaz da Trompa Mágica”)

Vivemos gozos celestes,Nada de coisas terrestres.Nenhum mundano alarmePelos céus se derrame!Tudo vive em doce calma!De anjos a vida levamos,Felicidade perfeita!Dançamos e saltitamos,Rodopiamos, cantamosS. Pedro no céu espreita!

S. João larga o cordeiro,Herodes traça-lhe a sorte.Levamos o inocente,Pacífico e pacienteCordeirinho para a morte!S. Lucas mata o novilhoSem qualquer contemplação.O vinho custa um tostãoO celestial quartilhoE os anjinhos fazem pão!

Verduras de toda a espécieNascem no jardim celeste.Belos espargos, feijão,Tudo aquilo que nos presteÀs cabazadas nos dão!Maçãs, peras, bons cachinhos,O hortelão é mãos largas!Queiras coelho ou cabritinhos,Nas celestes azinhagasTudo ali anda aos saltinhos!

Se dia de jejum soa,O peixe também não falta.S. Pedro esfalfa-se todoCom a rede e o engodoNa celestial lagoa.Na cozinha, santa Marta!

Não há música na terraQue se possa comparar!Onze mil virgens sem faltaPara a dança se aperaltam,Santa Úrsula a mandar!Cecília e os seus queridosSão bons músicos de corte!As angelicais cantatasEncantam-nos os sentidos:Que tudo em gozos acorde!

(versão em língua portuguesa de José Maria Maciel)

Sinfonia nº 4, de Gustav Mahler (versão de Serge Ollive para orquestra de câmara)

50

Page 51: 34º Festival Internacional de Música

Serei só eu…, para soprano e quarteto decordas

António Chagas Rosa

Siegfried Idyll (Richard Wagner)

Richard Wagner

[versão para soprano e orquestra decordas] ( /Lisboa, 1960)

Há muito tempo que desejava pôr emmúsica um fragmento poético de RichardWagner numa tradução portuguesa. Estedesejo, tão fascinante quanto opressivo, sóse materializou quando encontrei a traduçãoideal, da autoria de Jorge de Sena, do final de

. Trata-se de uma recriaçãomagistral da célebre

, com que a ópera se encerra. Nãoutilizei o texto integral de Wagner, tendo-meconcentrado no essencial do monólogo deIsolda, isto é, as perguntas que nele residem.Divergindo da grande forma wagneriana,surgiu um discurso musical lento e quaseimóvel, onde escassos gestos sintéticossublinham a ação interior do personagem. Oquarteto de cordas é a única ligação aouniverso sonoro de Wagner, apresentando-se como uma memória da orquestra. Ageometria da peça – que evita umtratamento naturalista do texto – procura,sim, descrever palavras que se vão gravandolentamente em mármore antigo.

A origem de remonta a 1864,ano em que (Leipzig, 22 deMaio de 1813 – Veneza, 13 de Fevereiro de1883) se ocupava da elaboração de trios equartetos de cordas que nunca viria aconcluir. O 33º aniversário de CosimaWagner ocorreu no dia de Natal de 1870.Richard Wagner preparou ao longo dosmeses precedentes esta magnífica obra, commaterial desses trabalhos e temas da suaópera (da Tetralogia

), e ainda a canção de embalar.

A aniversariante escreveu no seu diário:

Tristão e IsoldaMorte por amor de

Isolda

Siegfried Idyll

Siegfried Der Ring desNibelungenSchlaf, mein kind Kind, schlaf ein

«Quando estava a despertar, os meusouvidos aperceberam-se de sonoridades queenchiam todo o espaço. Já não podiaimaginar que sonhava; era música, e que

António Chagas Rosa(2012)

música! Ao extinguir-se, Richard entrou nomeu quarto com os filhos e ofereceu-me apartitura do poema sinfónico para o meuaniversário. Eu estava em lágrimas, mastambém toda a casa. Richard tinha instaladoa sua orquestra nas escadas e foi assimabençoada a nossa Triebschen.»Os preparativos para a primeira audiçãodecorreram no maior segredo, com o apoiodo diretor de orquestra Hans Richter.

A reorquestração desta obra-prima deMahler foi realizada para um conjunto decâmara de 16 instrumentistas solistas, edestinada a criar um coloridocompletamente novo face ao conteúdomusical da obra original. A escolha donúmero de partes, bem como a seleção dosinstrumentos utilizados, estimula por umlado a depuração da massa orquestral deorigem – que de facto adquire uma novaclareza –, mas por outro lado implicanumerosas alterações quanto à escolha e àdisposição dos instrumentos utilizados. Aduplicação de cada parte das cordas (comexceção do contrabaixo) permite enriquecerainda mais a paleta sonora, com a obtençãode combinações múltiplas na disposição eutilização do colorido das cordas. O segundoandamento é muito representativo sob esteaspeto. Para além do facto de permitir aos16 instrumentistas serem todos autênticossolistas, e também de apelar a todo oconjunto do seu instrumentarium, estaorquestração tem como finalidade aredescoberta da obra original. Quando seconhece uma obra de cor, haverá melhorforma de redescobrir as suas qualidadesmusicais do que abordá-la com umaorquestração diferente? O texto musical purofoi inteiramente preservado, mas a cororquestral é totalmente recriada. Torna-senecessário, efetivamente, esquecer os efeitosdas grandes massas sinfónicas próprias deMahler, para nos concentrarmos no textomusical, a fim de que este aí encontre umanova frescura e um colorido diferente.

Sinfonia nº 4 de Gustav Mahler (versão deSerge Ollive para orquestra de câmara)

51

Page 52: 34º Festival Internacional de Música

Esta nova cor orquestral, se é inicialmentetrabalho do reorquestrador, exige também esobretudo um grande trabalho por parte dosmúsicos e do diretor musical. Efetivamente,de nada serve realizar uma novaorquestração, se os intérpretes tentaremfazê-la parecer-se, sob o ponto de vista dassonoridades, com a obra original. O desafiocolocado aos músicos é o de interpretaremesta sinfonia como se ela tivesse sido escritapara orquestra de câmara, na origem. Otrabalho sobre o som é primordial, e não ésenão nessa qualidade que a reorquestraçãoserá útil e terá interesse.

(Kalist, Boémia, 7 de Julho de1860 – Viena, 18 de Maio de 1911) terminoua sua Sinfonia nº 4 em 1900, embora aforma definitiva tenha sido apenasconseguida no ano seguinte. Ainda ligada àstrês Sinfonias anteriores, pela utilizaçãoexpressa de um dos poemas populares de

[“A trompamaravilhosa do rapaz”], no últimoandamento, apresenta no entanto umcaráter mais “vienense” e uma orquestraçãomais reduzida e transparente e, porconseguinte, mais camarística, tão ao gostode Gustav Mahler.No primeiro andamento, Mahler utiliza umaprofusão de temas os mais diversos(inocência quase infantil, encanto, humor eamor). Destaque para a utilização da flauta,identificada com o tema do O violinosolo afinado um tom mais agudo, nosegundo Andamento, personifica o

, o diabo/rabequista que arrasta a almados mortos, mas de modo algo ingénuo einofensivo. É conhecido o testemunho deBruno Walter sobre a inspiração prestada ao3º andamento pela visão de Mahler de umtúmulo encimado por uma estátua de pedranum sono eterno e de braços em cruz. Otema sofre uma série de cinco variaçõesprogressivas até que surge o ,transparência rarefeita mas explosiva.Finalmente, no quarto andamento, o

Serge Ollive(Maio de 2012)

Gustav Mahler

Des Knaben Wunderhorn

Paraíso.

FreundHein

Paraíso

Paraíso

revela-se na sua essência: é um mundoinfantil de guloseimas, jogos e bebidas,enunciado pela soprano, com São Pedro apresidir aos divertimentos, dando a entenderque, através da inocência surge o amor, afelicidade e a paz eterna.

52

Page 53: 34º Festival Internacional de Música

LUÍS CARVALHOdireção musical

Clarinetista, maestro e compositor, Luís Carvalho tem-se distinguido como um dos mais versáteismúsicos portugueses da nova geração. Apresentou-se em recitais e concertos um pouco por toda aEuropa, Norte de África, Médio-Oriente e Ásia, muitas vezes estreando as suas próprias obras e deoutros compositores contemporâneos portugueses e estrangeiros.Estudou clarinete e composição no Porto (com António Saiote e Fernando Lapa, respetivamente),onde lhe foi atribuído o «Prémio para o melhor aluno do curso» da ESMAE (1994), e direção deorquestra em Milão, S. Petersburgo e Madrid, com Jorma Panula e Jesus López-Cóbos. Especializou-seainda em direção de música contemporânea com Arturo Tamayo, e frequentou workshops e palestrascom compositores de renome como Luis de Pablo (Espanha) e Magnus Lindberg (Finlândia).Galardoado em diversos concursos, destacam-se os prémios obtidos no «Concurso de Interpretaçãodo Estoril» (2001) e no «4º Concurso Internacional de Composição da Póvoa de Varzim», pela sua obraorquestral (2009). Foi vencedor da Audição para JovensMaestros organizada pela Orquestra Metropolitana de Lisboa, e, mais recentemente (2012), nomeadopara o Prémio Autores da SPA (Sociedade Portuguesa de Autores) pela sua obra orquestral

.Dirige várias das mais importantes orquestras portuguesas, como a , a

, a , a (Aveiro), a(Lisboa), a , a

, a (Castelo Branco), e noestrangeiro apresentou-se com orquestras na Rússia, em Itália, na Hungria, em Espanha e na Finlândia.É fundador e diretor artístico e musical da , e maestro titular designado da

(Póvoa de Varzim).O repertório abordado por Luís Carvalho é vasto e eclético, estendendo-se do barroco à atualidade, einclui várias estreias absolutas. Dirigiu igualmente diversas apresentações cénicas/operáticas, tais comoa estreia absoluta da ópera-oratória (Coimbra-2004), escrita porManuel de Faria em 1963, mas que permanecia inédita há mais de 40 anos. Outras obras cénicas doseu repertório incluem de Poulenc e de Wolf-Ferrari (Porto-2005), ou ainda de Schoenberg (Aveiro-2004). Dirigiu também obras de teatro musicalinfantil, nomeadamente de Pedro Faria Gomes (Porto/Casa da Música-2008), e a estreia absoluta do de Sérgio Azevedo, sobre texto de Lídia Jorge(Loulé-2011).Do seu catálogo como compositor, que é maioritariamente editado pela AvA-editions, destacam-se asobras (2009 – brevemente disponível em CD) e

(2010 – encomenda do Cistermúsica-2011/Festival Internacional de Música de Alcobaça),ambas para orquestra, e ainda (2009) para banda sinfónica (em CD pela etiquetaAFINAUDIO), (2000) para quarteto de saxofones (em CD pela etiqueta NUMÉRICA), ou

(1998) para dueto instrumental e (1997) para trompa solo (ambasbrevemente disponíveis em CD).Luís Carvalho aparece em mais de uma dúzia de CD's, quer como clarinetista, maestro ou compositor,e em etiquetas como NUMÉRICA, CASA DA MÚSICA, AFINAUDIO ou PUBLIC ART. É docente daUniversidade de Aveiro, e prepara presentemente um doutoramento dedicado à «10ª Sinfonia em fá#maior» de Gustav Mahler.www.luiscarvalho.com

Metamorphoses… hommage à M. C. Escher

NiseLacrimosa

Orquestra Nacional do PortoOrquestra Metropolitana de Lisboa Orquestra do Algarve Filarmonia das BeirasOrquestra de Câmara Portuguesa Orquestra Sinfónica da Póvoa de Varzim OrquestraSinfónica e Coro da Universidade de Aveiro Orquestra Sinfónica da ESART

Camerata Nov'ArteOrquestra Verazin

Auto da Fundação de Coimbra

La voix humaine Il secreto de SusannaPierrot Lunaire

Como se faz cor-de-laranjaRomance do grande gatão

Metamorphoses… hommage à M. C. Escher NiseLacrimosa

Fantastic VariationsSax-suite Trois

pièces d'hommage Hornpipe

53

Page 54: 34º Festival Internacional de Música

ALEXANDRA MOURA

ORQUESTRA VERAZIN

soprano

orquestra residente do FIMPV

Licenciou-se em Canto pela Escola Superior de Música do Porto, na classe do Professor José deOliveira Lopes. Continuou a sua formação no Estúdio de Ópera da Casa da Música do Porto, onderecebeu orientação de Peter Harrison, Jill Feldman, Jeff Cohen, entre outros.Recebeu o prémio de Melhor Interpretação de Música do Século XX no

e uma Menção Honrosa noem 2005.A sua actividade concertista tem-se demonstrado variada interpretando obras como

de David del Tredici; , entre outras peças, de L. Dallapicola;de F. Mendelssohn; de Haydn e Pergolesi; de

Francisco António de Almeida; e o de L. Berio; de Pascal Dusapin;de G. Kurtág; de Stravinsky; de Zemlinsky;

de Vasco Mendonça; de Ligetti e de Jonathan Harvey ede Jorge Peixinho.

Foi dirigida por maestros como: Martin André, Cesário Costa, Brad Cohen, Peter Bergamin, YoichiSugiama, Pierre-André Valade, Aldo Brizzi, Richard Gwilt, Nicola Giusti, Douglas Boyd, EmilioPomárico, Paul Daniel, Christoph König, Baldur Brönnimann, Laurence Cummings, entre outros.Em ópera foi Vixen ( – Janácek); 1ª Dama ( – W. A. Mozart);Hänsel ( – E. Humperdinck); Flora ( – B. Britten); Mathurine( – Gluck); Juliet ( – B.Britten); Criside ( – B. Maderna);Bettina ( – J. Sousa Carvalho); Josabet ( – B. Marcello); German Mascot eEnglish Fan ( – B. Manson); Strawberry Seller ( – B. Britten); Rosa( – Nuno Corte-Real); Giannetta ( – G. Donizetti) e Mylia( – Vasco Mendonça).

A Orquestra Verazin (ex-OSPV) foi criada em 19 de Outubro de 2002 pelo Município da Póvoa deVarzim, sendo um privilegiado instrumento de trabalho do

(FIMPV) na preparação, execução e gravação de obras encomendadas acompositores portugueses contemporâneos ou galardoadas pelo

(CICPV).Apresenta-se regularmente em concertos na região, incluindo a participação nas mais recentesedições do FIMPV, (desde 2003), no Porto (Igreja da Lapa, em 2003, e Coliseu do Porto, em 2005e 2006), Óbidos (Festival de Ópera, 2006), Figueira da Foz (no Centro de Artes e Espetáculos, em2004), e Portimão, Faro e Vila Real de Santo António (Festival Internacional de Música do Algarve,em Maio de 2007).Além do seu Diretor Musical fundador, Maestro Osvaldo Ferreira, têm colaborado com aOrquestra os maestros Cesário Costa, Charles Roussin e Luís Carvalho, que desempenhapresentemente as funções de maestro titular. Colaboraram ainda com a orquestra agrupamentose solistas como o Coro da Sé Catedral do Porto, Daniel Rowland, Alexandra Trindade e AugustoTrindade (violino), Miguel Magalhães, Jean-Marc Luisada, Roger Muraro e Valentina Igoshina(piano), Sílvia Mateus, Teresa Cardoso de Meneses e Ana Ester Neves (sopranos), Luís Rodrigues(barítono), António Carrilho (flauta), Marco Pereira e Alexander Znachonak (violoncelo), SamuelBastos (oboé), Rui Lopes (fagote), Coro da Camerata de Musica Antiqua de Curitiba (Brasil), entreoutros.Gravou já quatro CDs para a editora Numérica, três dos quais são inteiramente dedicados a obras

Concurso Internacional deCanto Tomaz Alcaide – 2000 Concurso Nacional de Canto Luisa Todi

Haddock'sEyes Cinque Frammenti di SaffoMidsummer Night's Dream Stabat Mater Te Deum

4 Canzoni Popolari King O BerioVier Capricios Pulcinella Maeterlinck Lieder ShadowCircles Aventures Passion, ResurrectionViagem da Natural Invenção

Cunning Little Vixen Flauta MágicaHänsel und Gretel The Turn of the Screw

L'Ivrogne Corrigé The Little Sweep SatyriconL'Amore Industrioso Joaz

Playing Away Death in VeniceRapaz de Bronze L'Elixir d'AmoreJerusalém

Festival Internacional de Música daPóvoa de Varzim

Concurso Internacional deComposição da Póvoa de Varzim

54

Page 55: 34º Festival Internacional de Música

encomendadas pelo FIMPV ou a premiados pelo CICPV.[…]

[…] (Teresa Cascudo, in o de 31 de Janeiro de 2004).A Orquestra Verazin (uma das atividades da ) beneficiado apoio do Governo de Portugal / Secretário de Estado da Cultura / Direção-Geral das Artesdesde 2005.

são raros aqueles projetos que reúnem, de forma tão completa e coerente quanto este, todasas etapas da produção musical, desde a encomenda das obras até à sua difusão em concertos aovivo e mediante o suporte CD, passando por uma dimensão social e pedagógica evidente noaproveitamento artístico de identidades culturais e do capital humano saído dos estabelecimentosde ensino superior . Públic

Associação Pró-Música da Póvoa de Varzim

Violino I

Violino II

Violeta

Violoncelo

José PereiraDiogo CoelhoTiago AfonsoRaquel Costa

Sara VelosoDaniel AbrunhosaChristelle do ValeMaria João Batista

Sara RodriguezSara BarrosSusana CordeiroVânia Oliveira

Ana Luísa MarquesFernando CostaAna Catarina ClaroAndré Carriço

Contrabaixo

Flauta

Oboé

Clarinete

Fagote

Trompa

Trompete

Cristiana Gonçalves

Carla Rodrigues

Samuel Bastos

David SilvaEdgar Silva

Lurdes Carneiro

Nuno CostaHugo Sousa

Hélder Fernandes

AlexandraMOURAsoprano

55

Page 56: 34º Festival Internacional de Música

HUELGASENSEMBLEagrupamento vocal

PaulVANNEVELdireção musicale artística

© L

uk V

an E

ecko

ut

56

Page 57: 34º Festival Internacional de Música

20/7Música antiga6ª FEIRA*21h45igreja matriz da póvoa de varzim

À la Recherche du Temps perdu (Recordação de co-isas do passado): à procura dos sons perdidos

PARTE I: DE REGRESSO AO PASSADO

PARTE II: VOLTANDO AO FUTURO

Johann Sebastian Bach

Michelangelo Rossi

Orlando di Lasso

Jacob Clement

Alexander Agricola

Guillaume De Machault

Guillaume De Machault

Alexander Agricola

Jacob Clement

Orlando di Lasso

Johann Sebastian Bach

(1685-1750)

(1601-1656)

(1532-1594)

(ca. 1515-1556)

(1446-1506)

(1300-1377)

[ ] (ca. 1250)

[ ] (800)

[ ] (ca. 1280)

(1300-1377)

(1446-1506)

(ca.1515-1556)

(1532-1594)

(1685-1750)

1. O wir armen Sünder

2. Per non mi dir ch'io moia

3. Comme la Tourterelle

4. Qui consolabatur

5. Fortuna Desperata

6. Kyrie da “Messe de Nostre Dame”

7. O Maria Maris Stella

8. “Laudes Regiae”

1. Belial Vocatur

2. Gloria da “Messe de Nostre Dame”

3. Agnus Dei da “Missa In Minen Syn”

4. Je prens en gré & Response: Mourir me fault

5. Agnus Dei da “Missa Triste Départ”

6. Occhi, un tempo mia vita

7. O wir armen Sünder

[ca. 2 min]

[ca. 5 min]

[ca. 4 min]

[ca. 5 min]

[ca. 6 min]

[ca. 6 min]

[ca. 5 min]

[ca. 11 min]

[ca. 6 min]

[ca. 5 min]

[ca. 9 min]

[ca. 7 min]

[ca. 5 min]

[ca. 4 min]

[ca. 2 min]

anónimo

anónimo

anónimo

para a coroação deCarlos Magno no ano 800

Michelangelo Rossi (1601-1656)

intervalo (15 minutos)

57

Page 58: 34º Festival Internacional de Música

1. O wir armen Sünder unser Missetatdarin wir empfangen und geboren sindhat gebracht uns allen in solche grosse Notdass wir unterworfen sind dem ewigen TodKyrieleison, Christe eleison,Kyrie eleison.

2. Per non mi dir ch'io moiadicemi ch'io non l'ami,quest'empia, e par che brami,togliendomi l'amor, tormi la noia.

S'amor è vita e gioia,priva d'amor non morrà l'alma mia ?donna fallace e riacome sa ben mentir forme e colori:tanto è dir « non amar » quanto è dir « mori »!

3. Comme la tourterelle languit jusque à la mortAyant perdu sa belle compagnie et consort :Ainsi ne veult confort mon coeur plain de tristesseS'il n'arrive au doux port ou l'atend sa maitresse.

RESPONSE : Ou t'atend ta maitresse, amy, ne dis douxport,Mais un lieu de tristesse et sans aucun confort.Or la tienne consort qui d'ennuy n'est plus belle,Languit jusque à la mort comme la Tourterelle.

4. Qui consalabatur me recessit a mequaero quod volui et non inveniofundent oculi mei lacrimasQuia repletus sum amaritudine.

1. Oh, quão miseráveis pecadores somos nesta terra!Desde a conceção, desde o nascimento! Pelatransgressão, merece condenação a nossa tendênciapecadora.Senhor tende piedade de nós, Cristo, tende piedade denós

2. Em vez de me dizer para morrerEla ordena que não a ame,Esta megera, e parece que deseja,Ao libertar-me do amor, aliviar a minha dor.

Se o amor é vida e alegria,Sem amor o meu coração não morrerá?Falsa e cruel mulherCom que astúcia pode ela dissimular!«Não me ames» equivale a dizer «morre»!

3. Tal como a rola definha até à morteTendo perdido a sua bela companhia e consorte: já nãoquer conforto o meu coração cheio de tristeza,Senão alcançar o doce abrigo onde o espera a suaamada.RESPOSTA: Onde te aguarda a tua amada, amigo, nãoé doce abrigo,Mas um lugar de tristeza e sem qualquer lenitivo.Ora a tua consorte que de tédio já não é bela,Enlanguesce até à morte como a Rola.

4. Aquele que era o meu consolo deixou-me; procuro oque desejo, mas não o encontro. Os meus olhosderramam lágrimas,Porque o meu espírito está cheio de tristeza

Johann Sebastian Bach (Eisenach, 31 de Março de 1685 – Leipzig, 28 de Julho de 1750)

Michelangelo Rossi (Génova, 1601 – Roma, Julho de 1656)

Jacob Clement (Flandres, ca. 1515 – ca. 1556)

Orlando di Lasso (Mons, Hainault de 1532? – Munique, 14 de Junho de 1594)

58

Page 59: 34º Festival Internacional de Música

5. Fortuna DesperataIniqua e maledecta,che de tal dona electa,la fama hai denigrata

O morte dispiatataInimica e crudeleChe d'alto piu che StelleL'hai cusi abassata

Meschino et despietataben piangereposso may et desiro finire,finire li mei Guay

7. O Maria Maris Stella plena gracieDUPLUM : Mater simul et puella vas mundicieTemplum nostri redemptoris sol iusticiePorta celi spes reorum tronus glorieSublevatrix miserorum vena venieAudi servos te rogantes mater gracieUt peccata sint ablata per te hodieQui te puro laudant corde in veritate.

TRIPLUM: O Maria Dei cella splendor glorieMoysi novi fiscella tronus usieTu es mater creatoris fons clemenciePorta vite stirps iustorum vas prudencieSustentatrix orphanorum sinus MessieAudi tibi iubilantes lux ecclesieUt peccata sint ablata per te hodieMunda munda nos a sorde in caritate.

QUADRUPLUM: O Maria virgo daviticaVirginum flos vite spes unicaVia venie, lux gracie, mater clemencieSola iubes in arce celiaObediunt tibi milicieSola sedes in trono glorieGracia plena fulgens deicaStelle stupent de tua specieSol luna de tua potenciaQue luminare a in meridieTua facie vincis omnia.Precipia mitiga filiumMiro modo cuius es filiaNe iudicemur in contrariumSed det eterne vite premia.

6. Kyrie e eleisonChriste e eleisonKyrie e eleison

5. Fortuna desesperadaIníqua e malditaQue de tal dama estimávelDenegriu a fama

Ó morte impiedosaInimiga e cruelAssim abatesteA que estava mais alto do que as estrelas

Mesquinho e sem piedadeJá não posso chorar maisE desejo acabarAcabar com os meus males

1. Ó Maria, estrela do mar, cheia de graçaMãe e jovem donzela, recetáculo de beleza,

Templo do nosso redentor, sol de justiça,Porta do céu, esperança dos acusados, trono De glória,alívio dos doentes, dispensadora Do perdão, escuta osteus servos que te Rogam, mãe de graça, que os seuspecados Sejam hoje lavados por ti.

Ó Maria, casa de Deus, esplendor de glóriaCesto do novo Moisés, trono de existência,Tu, mãe do Criador, fonte de clemência,Porta da vida, raiz dos justos, vaso de sabedoria,Sustentáculo dos órfãos, porto do Messias, Escuta osque te aclamam, luz da igreja,Que que os seus pecados sejam hoje lavados por ti. Tuque és pura, purifica-nos do pecado.

Ó Maria, virgem da linhagem de David,Flor das virgens, única esperança de vida,Via do perdão, luz de graça, mãe clemente,Só tu reinas na fortaleza celeste,Só a ti obedecem os exércitos.És a única a ter assento no trono da glória,Cheia de graça, divinamente resplandecente.À tua vista as estrelas perdem o brilho,O sol e a lua, pelo teu poder,Perdem a luz, qual lâmpada ao meio-dia.A tua formosura tudo venceApazigua depressa o teu filho,De quem és miraculosamente filha,A fim de que não sejamos condenados,Mas recebamos a vida eterna, como prémio.

6. Senhor, tem piedade de nósCristo, tem piedade de nósSenhor, tem piedade de nós

Alexander Agricola (Flandres, 1446 – Valhadolid, Agosto de 1506)

[ ] (ca. 1250)anónimo

Guillaume De Machault“Messe de Nostre Dame”

(Reims, ca. 1300 – 1377)

59

Page 60: 34º Festival Internacional de Música

8. Laudes Regiae: Christus vincit, Christus regnat,Christus imperat! (3x)Exaudi Christe leoni summo pontifici et universali papevita !(2x)Salvator mundi tu illum adiuvaSancte Petre tu illum adiuvaSancte Paule tu illum adiuvaSancte Andrea tu illum adiuvaSancte Clemens tu illum adiuvaSancte Syste tu illum adiuvaExaudi Christe!CAROLO excellentissimo et a Deo coronato atquemagno et pacifico regi francorumet longobardorum ac patricio romanorum vita etvictoria!Exaudi Christe!CAROLO excellentissimo et a Deo coronato atquemagno et pacifico regi francorumEt longobardorum ac patricio romanorum vita etvictoria!Redemptor mundi tu illum adiuva Sancta Maria tuillum adiuvaSancte Michahel tu illum adiuva Sancte Gabrihel tuillum adiuvaSancte Raphahel tu illum adiuva Sancte Johannes tuillum adiuvaSancte Stephane tu illum adiuva Exaudi Christe!Nobillissime proli regali vita! (2x)Sancta virgo virginum tu illam adiuva Sancte Sylvestretu illam adiuvaSancte Laurenti tu illam adiuvaSancte Pancrati tu illam adiuvaSancta Anastasia tu illam adiuvaSancta Genoveva tu illam adiuvaSancte Columba tu illam adiuvaExaudi Christe! omnibus judicibus vel cuncto exercituifrancorum vita et victoria! (2x)Sancte Hilari tu illos adiuvaSancte Martine tu illos adiuvaSancte Maurici tu illos adiuvaSancte Dionysi tu illos adiuvaSancte Crispine tu illos adiuvaSancte Crispiniane tu illos adiuvaSancte Gereon tu illos adiuvaChristus vincit ! Christus regnat ! Christus imperat! (3x)REX REGUM / Christus vincit !REX NOSTER Christus vincit !Spes nostra Christus vincit !Gloria nostra Christus vincit !Misericordia nostra Christus vincit !Auxilium nostrum Christus vincit !Fortitudo nostra Christus vincit !Liberatio et redemptio nostra Christus vincit !Victoria nostra Christus vincit !Arma nostra invictissima Christus vincit !Murus noster inexpugnabilis Christus vincit !

Defensio et exaltatio nostra Christus vincit !Lux, via et vita nostra Christus vincit !Ipsi soli imperium gloria et potestas per immortaliasecula seculorum amen!Ipsi soli virtus fortitudo et victoria per omnia seculaseculorum amen !Ipsi soli honor laus et jubilatio per infinita seculaseculorum amen !

Christe audi nos !(3x)

/

/

/

/

/

8. Cristo vence, Cristo reina, Cristo impera! (3x)Cristo, ouve-nos, vida ao Sumo Pontífice Leão e Papauniversal! (2x)Salvador do mundo, vem em seu auxílioSão Pedro, vem em seu auxílioSão Paulo, vem em seu auxílioSanto André, vem em seu auxílioSão Clemente, vem em seu auxílioSão Xisto, vem em seu auxílioCristo, ouve-nos!

CARLOS excelentíssimo e por Deus coroado e grande epacífico rei dos Francos, e dos lombardos e patrício dosRomanos, vida e vitória!Cristo, ouve-nos!

CARLOS excelentíssimo e por Deus coroado e grande epacífico rei dos Francos, e dos lombardos e patrício dosRomanos, vida e vitória!Redentor do mundo, vem em seu auxílio/Santa Maria,vem em seu auxílioSão Miguel, vem em seu auxílio/São Gabriel, vem emseu auxílioSão Rafael, vem em seu auxílio/São João, vem em seuauxílioSanto Estêvão, vem em seu auxílio/Ouve-nos, Cristo!Nobilíssima linhagem real, vida! (2x)Santa virgem das virgens, vem em seu auxílio/SãoSilvestre, vem em seu auxílioSão Lourenço, vem em seu auxílioSão Pancrácio, vem em seu auxílioSanta Anastácia, vem em seu auxílioSanta Genoveva, vem em seu auxílioSanta Colomba, vem em seu auxílioCristo, ouve-nos! a todos os juízes e todos os exércitosdos francos, vida e vitória (2x)Santo Hilário, vem em seu auxílioSão Martinho, vem em seu auxílioSão Maurício, vem em seu auxílioSão Dionísio, vem em seu auxílioSão Crispim, vem em seu auxílioSão Crispiniano, vem em seu auxílioSão Gerião, vem em seu auxílioCristo vence ! Cristo reina! Cristo impera! (3x)REI DOS REIS / Cristo vence!NOSSO REI / Cristo vence!Esperança nossa, Cristo vence!Glória nossa, Cristo vence!Misericórdia nossa, Cristo vence!Nosso auxílio, Cristo vence!Nossa fortaleza, Cristo vence!Libertação e redenção nossa, Cristo vence!Vitória nossa, Cristo vence!Exércitos nossos invencíveis, Cristo vence!Muralhas nossas inexpugnáveis, Cristo vence!

Defesa e exaltação nossa, Cristo vence!Luz, caminho e vida nossa, Cristo vence!Para Ele só a glória e poder por todos os séculos dosséculos. Ámen!Para Ele só a virtude, a força e o triunfo por todos osséculos dos séculos. Ámen!Para Ele só a honra, o louvor, o júbilo por séculos eséculos sem fim. Ámen!

Cristo ouve-nos (3x)

[ ] (800)anónimo

60

Page 61: 34º Festival Internacional de Música

Kyrie eleison, kyrie eleisonChriste eleison, Christe eleisonKyrie eleison, kyrie eleison.Feliciter! Feliciter! Feliciter!Tempora bona habeas! (3x)Multos annos!AMEN!

(intervalo)

Senhor, tende piedade de nósCristo, tende piedade de nósSenhor, tende piedade de nósBoa sorte!Que tenhas tempos propícios! (3x)Por muitos anos!ÁMEN!

9. Belial Vocatur diffusa caliditasMuse dominatur militantis novitasBenedictus exitus nesciens erroremDecorus introitus conferens amoremMensus ulnis Simeonis dominator omniumMiratur infusionis natura officiumO, benedicamus Domino.

10. “Messe de Nostre Dame”: Gloria in excelsis DeoEt in terra pax hominibusBonae voluntatisLaudamus teBenedicimus teAdoramus teGlorificamus teGratias agimus tibi propter magnam gloriam tuamDomine DeusRex caelestis, Deus Pater omnipotensDomine Fili unigenite, Jesu ChristeDomine DeusAgnus DeiFilius PatrisQui tollis peccata mundi,miserere nobisSuscipe deprecationem nostramQui sedes ad dexteram PatrisMiserere nobisQuoniam tu solus sanctus,tu solus DominusTu solus Altissimus Jesu ChristeCum Sancto Spiritu in gloria Dei Patris

Amen.

9. A astúcia corrente chama-se BelialA grandeza da musa guerreira foi vencida.Abençoado o fim dos erros dos ignorantes.Com belos ornatos aparece o amor.O senhor poderoso medindo como Simeão.Admira o natural dever de propagar.Bendigamos o Senhor.

10. Glória a Deus nas alturasE paz na terra aos homensDe boa vontadeNós Vos louvamosNós Vos bendizemosNós Vos adoramosNós Vos glorificamosNós Vos damos graças pela tua imensa glóriaSenhor DeusRei dos céus, Deus Pai omnipotenteFilho unigénito, Jesus Cristo,Senhor DeusCordeiro de Deus,Filho do PaiVós que tirais o pecado do mundoTende piedade de nós,Aceitai a nossa oraçãoVós que estais à direita do PaiTende piedade de nósPorque só Vós sois o Santo,Só Vós o Senhor,Só Vós o Altíssimo, Jesus Cristo.Com o Espírito Santo na glória de Deus Pai.

Ámen.

[ ] (ca. 1280)anónimo

Guillaume De Machault (Reims, ca. 1300 – 1377)

61

Page 62: 34º Festival Internacional de Música

11. “Missa in myne zyn”: Agnus Dei, qui tollis peccatamundimiserere nobisAgnus Dei, qui tollis peccata mundidona nobis pacem

12. Je prends en gré & Response: Mourir me faultJe prens en gré la dure mortpour vous madame par amoursNavré mavez mais a grand tortDont finiray de brief mes jours

La chose me vient au reboursSouffrir si tost la mort amereO dure mort que faictes vousMourir me fault cest chose claire.

RESPONSE: Mourir my fault cest chose claireO dure mort que faictes vousLa chose me vient a reboursDont finiray de brief mes joursNavrez mavez mais a grand tortPour vous Madame par amoursJe prens en gré la dure mort.

13. «Missa Triste Départ» : Agnus Dei, qui tollis peccatamundimiserere nobisAgnus Dei, qui tollis peccata mundi

dona nobis pacem

14. Occhi, un tempo mia vita,occhi, di questo cor dolci sostegni,voi mi negate aita?Questi son ben de la mia morte i segni.Non più speme o conforto,tempo è sol di morire; a che più tardo?

Occhi, ch'a sì gran tortomorir mi fate, a che torcete il guardo?Forse per non mirar come v'adoro?Mirate almen ch'io moro.

11. Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundoTende piedade de nósCordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, dai-nos a paz

1. De bom grado aceito a morte cruelDe bom grado aceito a morte cruelPor vós Senhora, por amorFeristes-me mas tão injustamentePor isso acabarei em breve os meus dias

Isto acontece-me inesperadamenteSofrer tão cedo a amargura da morteÓ cruel morte, que fazes tu,Devo morrer, é claro para mim.

RESPOSTA: Devo morrer, é claro para mimÓ cruel morte que fazes tuIsto acontece-me inesperadamentePor isso acabarei em breve os meus diasFeristes-me, mas tão injustamentePor vós Senhora, por amorDe bom grado aceito a morte cruel.

13. Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundoTende piedade de nósCordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundoDai-nos a paz

14. Olhos, em tempos a minha vida,olhos deste coração doce sustento, quereis negar-meajuda?Estes são os sinais certos da minha morte.Já não há esperança, nem consolaçãoÉ só tempo de morrer; que mais posso esperar?

Olhos tão injustos!Morrer me fazeis, por que desviais o olhar?Talvez para não verdes como vos adoro? Vede aomenos que eu morro.

Alexander Agricola (Flandres, 1446 – Valhadolid, Agosto de 1506)

Jacob Clement (Flandres, ca. 1515 – ca. 1556)

Orlando di Lasso (Mons, Hainault de 1532? – Munique, 14 de Junho de 1594)

Michelangelo Rossi (Génova, 1601 – Roma, Julho de 1656)

62

Page 63: 34º Festival Internacional de Música

15. O wir armen Sünder unser Missetatdarin wir empfangen und geboren sindhat gebracht uns allen in solche grosse Notdass wir unterworfen sind dem ewigen TodKyrie eleison, Christe eleison, Kyrie eleison.

15. Oh, quão miseráveis pecadores somos nesta terra!Desde a conceção, desde o nascimento! Pelatransgressão, merece condenação a nossa tendênciapecadora.Senhor tende piedade de nós, Cristo, tende piedade denós

Johann Sebastian Bach (Eisenach, 31 de Março de 1685 – Leipzig, 28 de Julho de 1750

À la Recherche du Temps perdu(Recordação de coisas do passado): àprocura dos sons perdidos

A jornada musical esta noite empreendidapelo Huelgas Ensemble é dividida em duaspartes que formam cada uma a imagem emespelho da outra. A primeira parte tem iníciona época barroca, recua no tempo ao longoda Renascença e acaba na Idade Média. Asegunda parte encena o oposto, partindo da

do século VIII e regressa aoponto de partida no fim do dia – um coral deJohann Sebastian Bach.Cada etapa desta jornada é dedicada a ummomento crucial de uma época musical.Que a jornada comece e acabe com Bachnão surpreenderá o ouvinte. Mesmo noséculo XXI a sua obra é considerada como a'Bíblia' da música contrapontística. Embora ocoral desta noite nunca tenha sido utilizadonuma cantata ou numa Paixão, é todavia umponto alto da sua obra para coro, pois integraa sua famosa coletânea de corais, publicadadepois da morte de Bach pelo seu filho CarlPhilip Emanuel.Um elemento deste programa representanteda Idade Média [o motete] é uma dasprincipais formas encontradas na

. O motete eraprovavelmente uma das mais popularesobras do século XIII: está registadopraticamente em todos os mais importantesmanuscritos da , inicialmente aduas vozes; mais tarde adquiriu uma terceirae mesmo uma quarta voz. Típico da polifoniamedieval: cada parte tem um texto diferente.G u i l l a u m e D e M a c h a u t p o d eindiscutivelmente ser descrito como opináculo da alta Idade Média. A

ocupa uma posição central nasua obra. O contraponto a quatro vozes éuma delineada linguagem nitidamente

Ars Antiqua

ArsAntiqua O Maria Maris Stella

Ars Antiqua

Messe deNostre Dame

Gótica na qual cada imaginável técnicarítmica e harmónica, como hoquetos eduplos motivos condutores, podem serouvidos à vez.A baixa Renascença está representada porum contemporâneo e companheiro deJosquin Desprez, Alexander Agricola. A suaarte trouxe-lhe fama ainda durante a vida –mas também notoriedade, devido aoousado contraponto que surpreendecontinuamente o ouvinte em razão dasvirtuosísticas confrontações rítmicas. Umponto alto na arte matemática da proporção.Os compositores da alta e mesmo finalRenascença não têm mais nada aacrescentar à arte enigmática esurpreendente de Agricola. Tanto JacobClement como Orlandus Lassus esforçam-sepor alcançar uma arte humanista, na qual apalavra e o seu significado são o Alfa e oÓmega do contraponto. Jacob Clement éprovavelmente o mais trágico compositor daRenascença, arruinado como foi peladependência alcoólica pela qual, mesmonaquele tempo, se tornou conhecido. Assuas composições extremamentemelancólicas elevam ao apogeu a arte

do século XVI.O madrigal de Michelangelo Rossi é emtodos os pormenores uma exceção – não sóneste programa, mas também na história doséculo XVII. As suas ousadas reviravoltas emudanças harmónicas, cromatismoenarmónico e escolha de tonalidades (porexemplo, Sol sustenido maior e Ré bemolmenor) foram já no seu tempo motivo deincredulidade e discussão. Pietro della Valle,contemporâneo de Rossi, escreve no seu

que Rossipertence indubitavelmente à plêiade dosmaiores compositores, pelo seu contrapontocriativo.

acappella

Della Musica dell'età nostra

Paul van Nevel(Fevereiro de 2012)

63

Page 64: 34º Festival Internacional de Música

PAUL VAN NEVEL

Axelle BERNAGE · Sabine LUTZENBERGER ·Michaela RIENERAchim SCHULZBernd OLIVER FRÖHLICH · Stefan BERGHAMMER ·Tom PHILLIPS · Matthew VINETim WHITELEYJoel FREDERIKSENPaul VAN NEVEL

direção musical e artística

Paul Van Nevel é proveniente de uma família musical. Nasceu em 1946 na cidade de Limburg,Bélgica. Estudou no e na , ondefundou o Huelgas Ensemble em 1970. É agora diretor artístico do agrupamento e também umreconhecido diretor musical, historiador e uma autoridade na prática da notação antiga e dainterpretação. A sua extensa pesquisa de trabalhos perdidos, particularmente os da polifoniaflamenga, resultou na redescoberta dos compositores Johannes Ciconia e Nicolas Gombert, sobreos quais escreveu monografias e cuja música tem gravado com o Huelgas Ensemble. É professorconvidado da e diretor musical convidado doe do

Instituto de Música de Maastricht Schola Cantorum Basiliensis

Escola Superior de Hannover Kamerkoor da HolandaCoro da Rádio Dinamarquesa.

HUELGAS ENSEMBLEagrupamento vocal

O Huelgas Ensemble foi fundado por Paul Van Nevel em 1970 na ; asua designação inspira-se no mosteiro cisterciense homónimo próximo de Burgos. No inícioespecializou-se em música contemporânea, mas em breve a sua atividade concentrou-se namúsica da Idade Média e da Renascença, recorrendo minuciosamente às fontes primordiais edando uma vital contribuição para o estudo da música antiga através das suas pesquisaspublicadas. O agrupamento propõe um surpreendente programa, com trabalhos por vezesdesconhecidos de compositores como Nicolas Gombert, Claude Le Jeune, Johannes Ciconia,Pierre de Manchicourt...As interpretações do Huelgas Ensemble são baseadas numa profunda compreensão das técnicase práticas vocais da Idade Média e Renascença. Já gravou mais de 50 CDs para a Sony e HarmoniaMundi. Dentre as maiores distinções incluem-se o da imprensa belga, o doAno de , um , o , oda Académie Charles Cros e o prémio alemão .O Huelgas Ensemble é subsidiado pelo Governo Flamengo e pela cidade de Lovaina.

Schola Cantorum Basiliensis

Prémio Caecilia ChocLe Monde de la Musique Edison Award Cannes Classical Award Prix in honorem

ECHO Classic

cantusaltus

tenorbaritonans

bassusdireção musical e artística

64

Page 65: 34º Festival Internacional de Música

65

Page 66: 34º Festival Internacional de Música

GLIINCOGNITIorquestra barroca

AmandineBEYERviolino, direçãomusical e artística

© C

lara

Ho

no

rato

© C

lara

Ho

no

rato

66

Page 67: 34º Festival Internacional de Música

21/7Música antigasábado*21h45igreja matriz da póvoa de varzim

“Nuova Staggione” – os concertos de(1678-1741) gravados em S. Pedro de

Rates (Setembro de 2011)

AntonioVivaldi

Antonio Vivaldi

Concerto para flauta transversal, em mi menor

Concerto para violoncelo, em lá menor

Concerto para violino em dó maior

Concerto para flauta transversal, em lá menor

Concerto para violoncelo em ré maior

Concerto para violino e órgão, em sol menor

(Veneza, 4 de Março de 1678 –Viena, 28 de Julho de 1741)

(RV 431) [ca. 8 min]

(RV 420) [ca. 11 min]

(RV 195) [ca. 9 min]

(RV 440) [ca. 8 min]

(RV 403) [ca. 8 min]

(segundo o RV 517) [ca. 9 min]

Concerto para violino e órgão, em dó maior (RV 808) [ca. 11 min]1.2.3.

1.2. […]3.

1.2.3.

1.2.3.

1.2.3.

1.2.3.

1.2.3. [ ]

AllegroLargoAllegro

Allegro

Allegro

AndanteAdagioAllegro

Allegro non moltoAdagioAllegro

Allegro non moltoLarghettoAllegro

AllegroAndante e spiritosoAllegro

AllegroAndanteAllegro

intervalo (15 minutos)

Nuova Staggione (concertos com váriosinstrumentos e inéditos de Antonio Vivaldi)

Se há uma obra pela qual Vivaldi éuniversalmente conhecido, é decerto

, um ciclo de concerti paraviolino e conjunto de cordas. Apesar dehaver composto mais de 500 concerti paradiversos instrumentos, assim comonumerosas obras e peças vocais,

permanecem como a obra mais

LeQuattro Stagioni

As QuatroEstações

célebre e a mais frequentementeinterpretada. Gli Incogniti não puderamresistir ao encanto desta peça, e gravaram-naem 2009. Esta versão obteve um enormesucesso junto do público e da críticaespecializada. Desde então, o grupointerpreta esta magnífica música no mundointeiro, da China à Colômbia, passando pelosmaiores festivais europeus.Felizmente, Vivaldi é muito mais do que ocompositor de uma só obra, facultando-nos

67

Page 68: 34º Festival Internacional de Música

uma produção imensa que nos permite criarnovos programas, “novas estações” no nossopercurso vivaldiano… No programa destanoite, apresentamo-vos um florilégio deconcerti que representam a invenção de “IlPrete Rosso” sob várias formas. Vivaldi eramuito admirado pela sua habilidade noviolino, mas, no entanto, soube compor paranumerosos outros instrumentos, de que sãoexemplo os magníficos concerti para flautaou violoncelo. No Ospedale della Pietà, tinhaà sua disposição intérpretes excecionais queeram as suas alunas, com as quais podiaexperimentar todas as suas ideias decomposição. Isto explica sem dúvida avirtuosidade e a profunda pesquisa dosrecursos expressivos dos instrumentosutilizados...Interessava-se imenso pela combinação detimbres, de coloridos inéditos, como os doviolino e do órgão, que utilizava comoinstrumentos co-solistas. No caso doconcerto RV 808, que o compositor havia

escrito para dois violinos – uma obra que seadmitia ter desaparecido –, trata-se de umarecente reconstituição efetuada pelomusicólogo Olivier Fourés. Baseando-nosnuma prática correntemente utilizada porVivaldi, transcrevemo-lo para a tão originalformação de violino e órgão como co-solistas.Não poderíamos deixar de escolher para esteprograma um concerto para violino:optámos pelo RV 195 em dó maior. Quandoescutamos este concerto, cheio de energia,de “campainhas, cintilações de fogos deartifício e de cabriolas sonoras, um pequenoresumo de adrenalina” e o comparamoscom as outras obras esta noite apresentadas,damo-nos conta de até que ponto Vivaldi foium compositor moderno e criativo, capaz derealizar obras tão singulares como soberbas evariadas...

Amandine Beyer(2012)

AMANDINE BEYERviolino e direção musical e artística

O primeiro instrumento de Amandine Beyer foi a flauta de bisel: só após alguns anos é que ela seiniciou no violino, na classe de Aurélia Spadaro em Aix-en-Provence.É talvez por esta razão que, após ter terminado os estudos de “violon moderne” no ConservatórioNacional Superior de Música de Paris e ter escrito uma tese sobre K. Stockhausen, reencontra ocaminho da música antiga indo estudar em Basileia com Chiara Banchini. Este período decisivo nasua formação, permite-lhe descobrir o mundo da interpretação retórica, e aproveitar o contactode personalidades como Hopkinson Smith, Christopher Coin, Pedro Memelsdorff (tocou durantevários anos no agrupamento medieval ), Jean Tubéry e Alfredo Bernardini.Todas estas experiências permitiram-lhe formar-se como música e intérprete, e incitaram-na alançar-se na carreira de violinista itinerante, dando numerosos concertos no mundo inteiro.Partilha atualmente a sua atividade com os diferentes grupos em que participa: os ,

, o e o recém-nascido da lista: – o seu discoconsagrado às de Vivaldi esteve no centro das atenções da crítica. Reserva umlugar à parte para o ensino: dá cursos na ESMAE do Porto (Portugal), assim como estágios emBarbaste, Mondovi (Itália) e Taipé. As suas Sonatas e Partitas de Johann Sebastian Bach publicadasem Setembro de 2011 renovam a visão e são aclamadas pela crítica: doano, de Classica do ano, Prémio da …Desde Setembro de 2010, Amandine substituiu Chiara Banchini como professora de violinobarroco na na Suiça.

Mala Punica

Cornets NoirsLe Concert Français Duo com Pierre Hantaï Gli Incogniti

Quatro Estações

barroca Diapason d'OrChoc Académie Charles Cros

Schola Cantorum Basiliensis

68

Page 69: 34º Festival Internacional de Música

GLI INCOGNITI

Manuel GRANATIEROAlba ROCA · Yoko KAWAKUBOMarta PÁRAMOMarco CECCATOBaldomero BARCIELAFrancesco ROMANOAnna FONTANAAmandine BEYER

orquestra barroca

Fundado por Amandine Beyer em 2006, o agrupamento retira a sua designação daveneziana, e tenta também absorver o espírito do nome que suporta, ao cultivar

um gosto pelo em todas as suas formas: experimentação de sonoridades, procurade novo repertório, redescoberta dos , etc.Gli Incogniti congrega músicos que participaram em diversos projetos ao longo dos anos maisrecentes, dando-lhes grande prazer os ensaios e concertos efetuados em conjunto. O seu objetivoprioritário, nesta nova formação, é transmitir uma visão coerente e empenhada das obras queinterpretam, orientada pela combinação das suas sensibilidades e gostos. Depois de algumasexcelentes críticas sobre as primeiras gravações dedicadas à integral dos concertos para violino deJohann Sebastian Bach ( de Le Monde de la Musique, de Répertoire, darevista alemã Toccata), Gli Incogniti apresentou-se nas mais prestigiadas salas de concerto efestivais de música antiga, como a , o (Paris),(Espanha), (Alemanha) ou o (França)...O segundo CD, dedicado às de Vivaldi, e alguns concertos para violino antes nãogravados ( de Le Monde de la Musique do ano, de Repértoire), publicado em 2008, foisaudado pela crítica como uma da discografia vivaldiana. Durante várias semanasesteve no top das vendas da música clássica em França.As duas últimas gravações foram dedicadas a compositores praticamente desconhecidos, comoNicola Matteis (2009) e Johann Rosenmuller (2010). O conjunto explora os diferentes e ignoradostrabalhos destes dois compositores. A crítica especializada elogiou ambas as gravações.

Accademiadegli incogniti

desconhecidoclássicos

Choc 10 CD der Monat

Opéra de Monte Carlo Théâtre de la Ville Via StellaeTage Alter Musik Regensburg Festival de Sablé

Quatro EstaçõesChoc 10

renovação

flauta transversalviolinos

altovioloncelo

violoneteorba

cravo e órgãoviolino solo, direção musical e

direção artística

69

Page 70: 34º Festival Internacional de Música

MANIFESTAÇÕES

PARALELAS I

Masterclasses

6-8/7Violoncelo9h30~20h00AUDITÓRIO MUNICIPAL da Póvoa de Varzim

7-9/7Canto11h00~20h00AUDITÓRIO MUNICIPAL da Póvoa de Varzim

Miguel Rocha

Iniciou os seus estudos no Conservatório do Porto com Isabel Delerue. Em 1983 prossegue a sua formação noestrangeiro com M. Strauss (Paris), Vectomov (Praga), Iankovic (Maastricht), Aldulescu, Pergamenchikov(Basileia), Fallot (Lausanne). Obteve vários diplomas com a máxima classificação, entre os quais o 1º Prémio deVirtuosidade do e o 1º Prémio do

. Foi bolseiro da de 1983-85, para estudar em Paris e na AcademiaSuperior de Praga. Prosseguiu o seu aperfeiçoamento no e na

como bolseiro da SEC.Participou em estágios de Pedagogia na com Burton Kaplan e igualmente em cursos deinterpretação com Paul Tortelier, C. Henkel, Janos Starker, P. Muller, M. Tchaikovskaia. Leccionou durante dezanos em várias escolas em França, nomeadamente no de Belfort, Grenoble, Annecy ena Suiça, em Lausanne, de 1997 a 2000. Atualmente leciona na e

. Gravou para a RDP, RTP, a Rádio Suisse Romande, assim como dois CD – DuoContracello e Trio Athena. Recentemente lançou dois novos discos com o Duo Contracello e outro com oAvondano Ensemble, gravado com o Stradivarius “King of Portugal”.

Conservatório Superior de Lausanne Concurso Internacional de MúsicaUFAM Fundação Calouste Gulbenkian

Conservatório de Maastricht Academia Superiorde Basileia

Manhattan University

Conservatoire NationalUniversidade Católica do Porto Instituto

Politécnico de Castelo Branco

António Salgado

Nascido no Porto, terminou os seus estudos musicais no Conservatório Nacional de Lisboa,sob a orientação da Prof.ª Fernanda Correia, ao mesmo tempo que se licenciava em Filosofia na Faculdade deLetras da Universidade do Porto.Depois de um ano de pós-graduação na interpretação e estilo da música vocal barroca, em Amsterdão, soborientação do Prof. Max von Egmond, recebeu uma bolsa de estudos do governo austríaco para prosseguircom a sua formação vocal em Salzburg, no – sob aorientação da Prof.ª Wilma Lipp e do Prof. Paul von Schilhawsky, onde realizou Mestrado em ,com dissertação na obra de Lied de Franz Schubert, intitulada . Como bolseiro da Secretaria de

António Salgado

Mozarteum – Universität fur Musik und Darstellende KunstLied e Oratória

Da Mitologia

70

Page 71: 34º Festival Internacional de Música

Estado da Cultura frequentou ainda uma pós-graduação em performance cénica no Estúdio de Ópera dosob a orientação do Prof. Robert Pflanzl. É, ainda, Doutorado em Canto (Performance Studies),

pelaOs seus principais professores foram: Fernanda Correia, Max von Egmond, Wilma Lipp, Paul von Schilhawsky,Robert Pflanzl, Sena Jurinac, Sesto Bruscantini, Nicolaus Harnoncourt, C. Herzog, C. Prestel, W. Parker, MárioMateus, Fernando Lopes-Graça e Luis de Pablo.É, desde 1993, Professor de Estudos Vocais – Canto – no

, onde fundou, em 1997, o Estúdio de Ópera desta Universidade, e na, no Porto.

A sua carreira como cantor desenvolve-se paralelamente nas áreas do Lied, da Oratória e da Ópera ondeconstam do seu currículo alguns dos papéis mais relevantes para baixo-barítono. Tem atuado em Portugal,Espanha, França, Itália, Áustria, Alemanha, Noruega, Inglaterra e Brasil. Do seu currículo constam ainda váriasgravações em CD e várias publicações em revistas de pedagogia, psicologia e educação musical e vocal. Éregularmente chamado a lecionar cursos de canto em Portugal, Espanha, Itália, Inglaterra, Brasil e Áustria.

Mozarteum,Universidade de Sheffield.

Departamento de Comunicação e Arte daUniversidade de Aveiro Escola das Artesda Universidade Católica Portuguesa

10/7Música de Câmara16h00~19h00AUDITÓRIO MUNICIPAL da Póvoa de Varzim

PAVEL HAAS QUARTET

(vide programa do dia 11 de Julho)

71

Page 72: 34º Festival Internacional de Música

MANIFESTAÇÕES

PARALELAS II

CONCERTOS E

ENCONTROS INFORMAIS

7/7SÁBADO*17h00bIBLIOTECA MUNICIPAL DIANA BAR

8/7DOMINGO*18h30igreja da misericórdia - póvoa de varzim

16/72ª FEIRA*21h30Auditório municipal da póvoa de varzim

12/75ª feira*21h30Auditório municipal da póvoa de varzim

17/73ª feira*21h30Auditório municipal da póvoa de varzim

22/7domingo*21h30Auditório municipal da póvoa de varzim

ORQUESTRA DE CORDAS

da Escola de Música da Póvoa de Varzim

da Escola de Música da Póvoa de Varzim

música de Edward Elgar (1857-1934), Gustav Holst (1874-1934),Robert Smith (1958), Adolf Schreiner (1847-1921), Victor Lopez(1956) · Direção musical de Vânia Oliveira

Música de Gustav Holst (1874-1934), Robert Smith (1958), AdolfSchreiner (1847-1921) e Victor Lopez (1956) · Direção musical dePaulo Veiga

ORQUESTRA DE SOPROS

CORAL ENSAIO

GRUPO INSTRUMENTAL

da Escola de Música da Póvoa de Varzim

da Escola de Música da Póvoa de Varzim

música de Antonio Vivaldi (1678-1741) e Arnaldo Moreira (1879-1962) · Ana Rute Rei (soprano), Sara Amorim (contralto), TiagoCarriço (direção musical)

Ernesto Tavares e Rúben Fangueiro (violino), Vânia Oliveira (violeta),Ana Luísa Marques e André Carriço (violoncelo), Sara Sampaio(flauta transversal), Sara Amorim (oboé), Paulo Veiga (trompete),Joana Faria (órgão)

RECITAL DE CLARINETE E PIANO (alunos da EMPV)Diana Sampaio e Virgínia Lis (clarinete), João Pontes (piano, acompa-nhamento) · música de Alexandre Delgado (1965), Jules Mouquet(1867-1946), Gioacchino Rossini (1792-1868), Camille Saint-Saëns(1835-1921), Michele Mangani (1966), Felix Mendelssohn (1809-1847)

RECITAL DE GUITARRA E SAXOFONE(alunos de Carlos Cunha e Guilherme Madureira,da Escola de Música da Póvoa de Varzim)André Fernandes (guitarra) e Nádia Moura (saxofone) · música deSylvius Leopold Weiss (1687-1750), Matteo Carcassi (1792-1853),Carlos Seixas (1704-1742), Heitor Villa-Lobos (1887-1959), LeoBrouwer (1939), António Lauro (1917-1986), Gerald Garcia (1949),Pedro Iturralde (1929), Darius Milhaud (1892-1974), Georg PhilippTelemann (1681-1767), Alexander Tcherepnine (1899-1977), JohannSebastian Bach (1685-1750), Astor Piazzola (1921-1922)

RECITAL POR DOCENTES (da EMPV)Tiago Carriço (violino), Maria João Baptista (violino), Vânia Oliveira (vi-oleta), Ana Luísa Marques (violoncelo), David Silva (Clarinete), PauloVeiga (Trompete), Joana Faria (Piano), João Pontes (Piano) · músicade Josef Suk (1874-1935), Benjamim Britten (1913-1976), AlexanderAroutiunian (1920), Sergei Prokofiev (1891-1953)

RECITAL POR LAUREADOS DO III CONCURSO DETROMPETE DA PÓVOA DE VARZIM

Micael Luís S. Pereira (categoria D) e Pedro Manuel C. Silva (cate-goria E), Isolda Crespi Rubio e Ingrid Sotolarova (pianistas acompa-nhadoras) · música de Giuseppe Jacchini (1663-1727), Théo Charlier(1868-1944), Jean Baptiste Laurent Arban (1825-1889), HenryPurcell (1659-1695), Allen Vizzutti (1952), Henri Tomasi (1901-1971)

14/7SÁBADO*21h30Auditório municipal da póvoa de varzim

RECITAL POR LAUREADOS DO VII CONCURSO DE PIANODA PÓVOA DE VARZIM

Daniel Rodriguez Hart (categoria E) e Nuno Ventura de Sousa (cate-goria D) · música de Ludwig van Beethoven (1776-1823), FryderyckChopin (1810-1849), Alexander Scriabin (1871-1915), SergeiProkofiev (1891-1953), Bela Bartók (1881-1945), Claude Debussy(1862-1918), António Pinho Vargas (1951)

72

Page 73: 34º Festival Internacional de Música

MANIFESTAÇÕES

PARALELAS III

EXPOSIÇÕES

DIVERSAS

6-27/72ª-6ª*09h~12H30/14H~17H30bIBLIOTECA MUNICIPAL DA PÓVOA DE VARZIM

1-31/72ª-6ª*09h00~19H00

sáb-dom*9h~13h/14h30~18hposto de turismo da póvoa de varzim

1-23/709h~12H30/14h~17h30auditório municipal da póvoa de varzim

Exposição de Pintura Leonel Cunhade

Exposição comemorativa dos 50 anos dasFestas de S. Pedro, organização do ArquivoMunicipal e do Serviço de Turismo

Exposição de trabalhos premiados no concurso

Póvoa de Varzim ·

Braga)

ÀDescoberta do Património Musical (Escola EB 2 e3 Dr. Flávio Gonçalves - Escolade Música da Póvoa de Varzim · Conservatório deMúsica Calouste Gulbenkian -

22 8/6- /72ª-Dom*10h~18H30bIBLIOTECA MUNICIPAL diana bar

Alga Mar Isolina Peixoto, exposição de Algários de

9-29/72ª-Dom*10h~18H30bIBLIOTECA MUNICIPAL diana bar

Envelhecer ativamente na MisericórdiaSílvia Santos

,exposição de Fotografia de

em Julho3ª-Dom*10h~12H30/14h30/17h30museu municipal da póvoa de varzim

• 75 anos do Museu Municipal da P. de Varzim

• Interiores – Por cima da pele, por debaixo dovestido

• Os Jogos Tradicionais e os Brinquedos deAntigamente.

• Sessões do teatro de marionetasO homem que falou com os peixes

• Visitas guiadas

– Mostra alusiva às coleções, história, exposições e atividades doMuseu desde a sua criação em 1937, por António Santos Graça, atéà atualidade. Inauguração: 27 de Julho (21 horas).

– Ambientes e trajes íntimos do povo e da burguesia na Póvoa deVarzim dos séculos XIX e XX.

Como se brincava e jogava nas ruas da Póvoa de antigamente.

peça de teatro alusiva à vida e costumes do pescador poveiro.Sessões às terças, quartas e quintas-feiras, mediante marcaçãoprévia (Curso Livre).

Outras atividades temporárias ao longo do mês deJulho:

:,

ao museu e respetivos pólosarqueológicos, mediante marcação prévia.

73

Page 74: 34º Festival Internacional de Música

À DESCOBERTA DO

PATRIMÓNIO MUSICALEnsino Genérico Básico | 2º Ciclo

No 75º aniversário da morte de (1875-1937)Maurice RavelEntrevista num sótão

Naquele final de Julho, quando chegámos a Paris, para passarmos dez dias de férias, ficámos alojados numacasa de pessoas amigas que por aqui tinham casado com naturais deste país.A chegada foi um matar de saudades e de risos com um sotaque diferente do nosso e apresentaram-nos tudoo que tinham: os seus quartos, as suas salas, a sua longa cozinha, o seu quintal e os seus filhos.Um dos rapazes da nossa idade foi-nos apresentado. Chamaram-no de “Boléro”. Estranhámos o nome.Quando a confiança se estabeleceu entre nós – que é coisa fácil quando somos crianças – perguntámos oporquê do seu nome. Respondeu-nos a rir, num português arranhado e nasalado, que se chamava Maurice.Tinha-se tornado num nome quase de família em homenagem a um músico francês que seu bisavô tinhaconhecido, pessoalmente, na guerra de 1914-1918, mais propriamente no ano 1916 em Verdun. E, como o talcompositor, chamado Maurice Ravel, tinha composto uma obra chamada “Bolero”, os seus pais, porbrincadeira davam-lhe essa alcunha. “– E tu não te importas?” – perguntou um de nós. “– Que não” –respondeu ao mesmo tempo que acrescentava “–“Tenho muito gosto em ter o nome deste músico e de ter,também, como alcunha o nome de uma obra sua. Porquê? Vocês não conhecem este compositor francês?”Puxámos o lábio inferior para fora em jeito de meia ignorância pois a associação dos dois nomes “Bolero deRavel” não nos era totalmente estranha. Foi então que o nosso amigo nos disse “– Vocês querem jogar aojogo de recuar no tempo?” –, ao que nós, cansados de uma longa viagem, respondemos com um sim emuníssono. “– Então vamos para o sótão.” Corremos como doidos por escadas estreitas e, ao chegar à porta, onosso amigo começou a andar como se fosse um homem misterioso e a assobiar uma melodia que me fezperguntar: – “Maurice, que melodia é essa que assobias?” –, ao que ele respondeu: – “É a minha alcunha!” –Ah!”, exclamei eu, se isso é o de Ravel então nós tocámo-lo este ano na Disciplina de EducaçãoMusical”. O nosso amigo ficou encantado e propôs o jogo que seria “um faz de conta” e constava no seguinte:só ele é que sabia ler francês. Depois apontando para um monte de livros, de jornais e de revistas antigasdisse: – “Ali está a vida de Ravel. Eu vou fazer de conta que sou o compositor e vocês vão fazer de conta quesão jornalistas. Vão fazer perguntas que eu vou responder depois de procurar as respostas. Como eu ouço osmeus tios e os seus amigos falarem deste compositor – pois alguns até são professores de música e pianistas –e tenho lido algumas das entrevistas e alguns capítulos dos livros – posso responder só aquilo que eu percebi.[…]P: Sr. Maurice Ravel, obrigado por nos ter recebido tão amavelmente. Gostaríamos de lhes colocar algumasquestões. Fale-nos das suas origens e da sua educação.R: Como eu digo no meu “nasci em Ciboure, perto de Saint Jean de Luz (BaixosPirenéus), a 7 de Março de 1875”, precisamente quatro dias após a estreia da de Bizet e tenho acerteza que fui mais bem recebido do que essa grande obra desse compositor também com origemespanhola. Sendo meu pai de ascendência suíça e engenheiro civil foi, aquando da construção de vias férreasem Espanha, que veio a conhecer, em Arranjuez, a minha mãe, senhora de origem basca e descendente deuma família espanhola. Nasci eu e três anos mais tarde nasceu o meu irmão, Edouard Ravel, de quem fuisempre muito amigo. Aliás a minha família sempre se deu muito bem – o que foi muito importante paratodos. […]P: Quando é que começou a gostar de música?R: “Desde muito pequeno que gostei de música, todo o tipo de música. Meu pai soube desenvolver o meugosto (…) desde muito cedo (…). Ele considerava que “toda a criança” era “sensível à música –a todo o tipo de música. (…); muito mais culto nesta arte que a maioria dos aficionados, soube desenvolver osmeus gostos e estimular precocemente a minha paixão” (…) ; em vez de solfejo, cuja teoria nunca aprendi,comecei a tocar piano com seis anos de idade.” O meu primeiro professor foi Henry Ghys. Mas eu erapreguiçoso nos estudos embora gostasse de música. O meu pai, no início, dava-me gorjetas para eu estudarpiano. Mais tarde entrei para o Conservatório de Paris em 1889, quando fiz catorze anos. […]P: Conheceu pessoas que foram importantes para a sua vida no Conservatório de Paris?R: Muitas, mesmo muitas e, sem querer se injusto com ninguém refiro-me a duas. Uma delas foi o meuprofessor de composição Gabriel Fauré e o outro foi o meu grande amigo catalão e intérprete da minha obra,Ricardo Viñes. Embora respeitasse muito o meu professor de composição, eu tinha pouca paciência para estarnas aulas e após dez anos de aprendizagem em conjunto passei a estudar sozinho as regras de composição.

Bolero

Esboço autobiográfico,Carmen

74

Page 75: 34º Festival Internacional de Música

[…]

P: O concerto para a mão esquerda tem uma história interessante!

R: Sim. O pianista austríaco Paul Wittgenstein, a quem fora amputado o braço direito na guerra de 1914-18,

encomendou-me um concerto para piano e orquestra. Foi um grande desafio e a estreia, com Paul ao piano –

e comigo a dirigir a orquestra – deu-se em Viena, a 27 de Novembro de 1931. O

foi um êxito. Mas em 1932 fiz uma série de concertos pela Europa, com a minha

grande amiga e pianista Marguerite Long, que estreará o

P: Mas estes dois concertos têm ritmos muito fixes.

R: Pois têm, sim senhora. É que “a música dos outros, inclusivamente a dos mais jovens, os timbres insólitos,

os novos métodos de composição, o folclore e o Jazz” sempre despertaram a minha curiosidade e eu vou

utilizar esses elementos novos que, aliás, Gershwin me ensinou a descobrir na música afro-americana. Mas

não é só nos concertos para piano. Repare na minha e veja a influência dos .

Por outro lado se estiver atento aos títulos de outras obras minhas reparará que a cultura espanhola, cigana,

grega e oriental me seduziram desde muito novo.

P: A cultura grega influenciou uma das suas melhores obras:

R: Pois mas o acolhimento do público não foi bom. O aparecimento desta obra só foi possível após o

conhecimento do notável diretor dos célebres , Serguei Diaghilev, que causavam um furor em

Paris. Por essa altura Diaghilev encomendava aos novos compositores, que nessa altura mais se destacavam,

obras para a sua companhia. Encomendou-me o bailado – uma evocação da Grécia antiga.

[…]

P: Que lhe faz lembrar o nome de Ida Rubinstein?

R: Primeiro o nome de uma grande amiga e uma genial artista. Depois um telefonema a pedir-me uma obra

não superior a 15 minutos. Inspirei-me numa antiga dança andaluza: o bolero. Foi por causa de Iida Rubinstein

que escrevi o – que todos conhecem. E…é graças a essa obra que também o meu nome não tem sido

esquecido uma vez que é conhecido pelo nome próprio de . […]

P. Como definiria a sua obra?

R: Acho que essa pergunta é um absurdo – como a influência de Debussy na minha obra. “ Nunca senti a

necessidade de formular, para os outros ou para mim mesmo, os princípios da minha estética (…). No final de

tudo “ (…) permanece sempre a música.” Isso é que é o fundamental.

P: Se fôssemos alunos qual a sua obra que nos recomendaria para tocar.

R: [silêncio] Talvez… Talvez as na versão de piano. Mas agora, se me permitem

vamos terminar. Estou cansado e ando meio doente. Não sei o que tenho. Sei que já fiz sessenta anos

mas…tenho qualquer coisa que os médicos ou não me querem dizer ou não sabem do que se trata.

P: Nós gostaríamos muito de lhe agradecer todo este tempo que arranjou para nos receber e queremos

desejar-lhe as melhoras. Muito obrigado. Já agora, dá-nos a honra de um autógrafo seu?

R: Com muito gosto.

Concert pour la main gauche– como ficou conhecido –

Concerto em sol.

Sonata para violino e piano Blues

Daphnis et Chloé.

Ballets Russes

Daphnis et Cloé

BoleroBolero de Ravel

Valses Nobles et Sentimentales

Excertos do trabalho realizado pelos alunos e ·(Agrupamento de Escolas “Dr. Flávio Gonçalves”, da Póvoa de Varzim · orientação do

)

Bibliografia

CANDÉ, Roland, . Edições 70, Lisboa (1980) · CANDÉ, Roland, . Edições

70, Lisboa (1985) · , volume 5. Salvate Editora do Brasil, Lda ·

, Edilibro, S. L. 1987 · KENNEDY, Michael, , Publicações Dom Quixote, Lisboa

(1994) · Wikipedia, a enciclopédia livre http:/pt.wikipedia.org/wiki/Maurice_Ravel.

O Convite à Música Os Músicos, a vida, a obra, os estilosEnciclopédia dos Grandes Compositores História da Música

(Deutsche Grammophon) Dicionário De Música

José Miguel Furtado, José Miguel Morim Luís Filipe AlmadaTurma do 5º G ProfessorLuís Amaro Oliveira

75

Page 76: 34º Festival Internacional de Música

Ensino Especializado da Música | Complementar

No 400º aniversário da morte de (1553/1556-1612)Giovanni Gabrieli

Há vários aspetos na música do passado que parecem fundamentais, até mesmo óbvios, ao ouvido [...] A dataexata do nascimento de Gabrielli não é clara (poderá ser 1553 ou 1556), mas esse pormenor revela-se trivial.Já não o é o facto de ter nascido e vivido em Veneza, pois tal refletir-se-ia nas caraterísticas da sua obra e dasua evolução. [...] O seu tio Andrea Gabrielli, com quem estudou, foi igualmente um compositor veneziano derelevo. [...] Giovanni Gabrielli, tal como o seu tio, obteve o posto em S. Marcos em 1585 e manteve-o até à suamorte, em 1612.[...] Dedicou-se principalmente à escrita de música sacra vocal e instrumental. Uma das suas obras maisconhecidas é sem dúvida a . Tal como o seu nome indica, deve muita da sua fama àexploração constante de dinâmicas. No entanto, há vários aspetos da peça que não deveriam ser consideradosuma inovação de Gabrielli, como por exemplo, a especificação do instrumento que irá tocar, o uso do violino ea indicação de dinâmicas. Porém, nem todo o crédito deveria ser retirado a Giovanni Gabrielli, pois se a sua

não é inovadora no sentido de ser a primeira a recorrer a esses diferentes efeitos musicais,é inquestionavelmente relevante quanto à sistematização que faz deles.[...] As inovações estilísticas da música de Gabrielli relativamente ao que se verificava na sua épocaconcentram-se sobretudo no campo instrumental, pelo seu uso frequente e exploração consciente dos soprose pela explicitação dos instrumentos destinado às diferentes partes. Na sua procura por efeitos sonorosespecíficos, desde dinâmicas precisas e efeitos de eco a coros que aproveitassem a acústica de S. Marcos,mostrou-se menos relevante nos aspetos harmónicos.[...] Giovanni Gabrielli foi uma contribuição verdadeiramente importante nos géneros instrumentais e sacrosque desenvolveu, atraindo ouvintes fascinados a S. Marcos. A sua influência sentiu-se mais diretamente nosseus alunos, como Heinrich Schütz e Hans Leo Hassler. Porém, não os marcou apenas a eles, mas também atodo o pensamento e forma de encarar a música instrumental que tinha apenas uma autoridade incipiente noseu tempo.

Sonata pian'e forte

Sonata pian'e forte

Excertos do trabalho elaborado por (aluna do 12º do Conservatório de Música CalousteGulbenkian de Braga · Classe de História da Música da

Bibliografia:

KENNEDY, Michael, , Oxford University Press, 1985, pp. 273 · LOPES GRAÇA, Fernando; BORBA,Tomás, , 2ª ed., Lisboa, Mário Figueirinhas Editor, 1954, pp. 565 – 566 · ARNOLD, Denis; ARNOLD, Elsie M.,"Gabrielli, Giovanni", in SADIE, Stanley, , vol. 7, 5ª ed. Londres, MacmillanPublisher Limited, 1980a, pp. 60 – 65 · ARNOLD, Denis; ARNOLD, Elsie M., "Gabrielli, Andrea", in SADIE, Stanley,

, vol. 7, 5ª ed. Londres, Macmillan Publisher Limited, 1980b, pp. 54 – 60 · TARUSKIN,Richard, in , , vol. 1, OxfordUniversity Press, Inc., 2005, pp. 782 – 796 · GROUT, Donald J.; PALISCA, Claude V., , New York, W. W.Norton & Company, Inc., 1988, pp. 300 - 304

Oxford Dictionary of musicDicionário de Música

The New Grove Dictionary of Music and MusiciansThe New

Grove Dictionary of Music and MusiciansMusic from the earliest notations to the sixteenth century The Oxford History of Western Music

A History of Western Music

Júlia DurandProfessora Isabel Gonçalves)

76

Page 77: 34º Festival Internacional de Música

No 100º aniversário do nascimento de (1912-1992)John Cage

John Cage foi um compositor, escritor e esteta, nascido em 1912, em Los Angeles. Conhecido pelas posiçõespolémicas que assumia perante a música relativamente ao conceito de (ruído), chocou o mundoaquando da apresentação da obra , a sua , e inspirou compositores e pensadores até aosnossos dias. No entanto, a peça pela qual é tão conhecido e as suas filosofias relativamente ao silêncio e ruído,não são de todo inesperadas. Em 1918, o pintor Kazimir Malevich apresentou um quadradopreto. Mais tarde, em 1951, Robert Rauschenberg criaria os seus , quadros completamenteem branco. O próprio Cage admitiu a influência destas experiências de vanguarda, tendo pensado na sua peçapor muitos anos, expondo-a apenas depois de Rauschenberg. Como ele próprio o disse: “Actualy what pushedme into it was not guts but the exemple of R. Rauschenberg (...) When I saw those [ ] I said,

.” (KOSTELANETZ, ).[...] A atenção da Europa no século passado tinha-se já dispersado por outros continentes e, no séc. XX, com aascensão dos Estados Unidos, muitos foram os compositores que exploraram as sonoridades exóticas doOriente. John Cage foi um dos muitos que utilizou esses métodos exóticos, tais como os ensinamentosbudistas, e a filosofia[...] No seio familiar, uma das razões pelas quais Cage enveredou pelo caminho da composição foi o seu pai,inventor, que o incitava a criar algo por si próprio. Convenceu-se que seria um grande escritor e, por isso,desistiu do colégio e viajou pela Europa, para contactar com um ambiente artístico mais propício. Envolveu-secom a escrita, mas também com a arquitetura, pintura e música. (...) Nos anos seguintes, Cage concentrar-se-ia na composição de obras para instrumentos de percussão e para a dança, que considerava umarepresentação física da liberdade que retirava dos ensinamentos . Foi neste período que criou o pianopreparado, demonstrando o seu pragmatismo na concretização de novas sonoridades.Para compreender a música de Cage é necessário então libertar-se de todo o sentimento e raciocínio e nãopensar “O que é a música?”, “Gosto desta peça?”, ou qualquer outra pergunta trivial que envolvesse a lógicaou a emoção, e limpar a arte e o pensamento das influências do ser humano ou, como o próprio diria: “tomake a musical composition the continuity of which is free of individual taste and memory” (SADIE, 598). Paratal, Cage utiliza vários métodos. O primeiro é a tentativa de desumanizar todo o processo criativo,interpretativo e até auditivo, pela introdução da aleatoriedade, quer na peça escrita, como nas indicaçõesdadas ao intérprete. Remove assim qualquer influência da mente humana na sua obra, que é composta deforma aleatória. [...]

noise4'33'' silent piece

Black Square,White Paintings

White Paintings Ohyes, I must; otherwise I'm lagging 71

zen.

zen

Excertos do trabalho elaborado por (aluno do 12º do Conservatório de MúsicaCalouste Gulbenkian de Braga · Classe de História da Música da

Bibliografia:

CLEARY, Thomas, , Lisboa, Editorial Presença, 2002, p. 9 · KOSTELANETZ, Richard, , NewYork and London, Routledge, 2003, pp. 5-43-71 · SADIE, Stanley, The New Grove Dictionary of Music and Musicians, vol. 3, 5ªed. Londres, Macmillan Publisher Limited, 1980, p. 598.

A essência do Zen Conversing with Cage

João Tiago Maia de AraújoProfessora Isabel Gonçalves)

77

Page 78: 34º Festival Internacional de Música

No 400º aniversário da morte de (1553/1556-1612)Giovanni Gabrieli: vida e obra

Giovanni Gabrieli

[…] Em 1584, torna-se organista da Basílica de S. Marcos de Veneza e passa a trabalhar com o seu tio. Talunião durou pouco tempo, uma vez que Andrea Gabrieli morreu em 1585. Giovanni manteve o cargo deorganista até à sua morte, e tornou-se ainda o principal compositor da Basílica de São Marcos. Nesse mesmoano tornou-se também organista da , que era o local mais próspero e prestigiadoda vida musical veneziana.A Basílica de São Marcos foi fundamental para o trabalho de Giovanni Gabrieli, pois foi lá que nasceu o estilopolicoral, que o influenciou largamente. A arquitetura da Basílica permitia a existência de duas galerias para ocoro, cada uma com o seu órgão. Isto levou os compositores a escrever peças para dois coros, cada um na suagaleria. Assim, uma voz vinda do coro da direita seria respondida pelo coro da esquerda ou pelo próprio coro evice-versa, criando efeitos de diálogo e eco. Assistimos assim ao nascimento de um estilo dramático e colorido,onde por vezes se incluíam grupos instrumentais, cada qual ligado ao seu próprio coro. Giovanni mantém estaprática, contrastando diferentes grupos de cantores e instrumentistas, fazendo uso dos efeitos característicosda Basílica.A longa tradição de excelência da Basílica fez também com que o trabalho que Giovanni lá desenvolveu lhedesse grande visibilidade em toda a Europa. Giovanni foi o primeiro compositor conhecido a utilizar a palavra“concerto” na sua obra , publicada em 1587, onde estavam presentes obras da sua autoria e daautoria do seu tio. Nesta obra estão incluídos os seus primeiros motetos, que mostram a influência do seu tiona sua música, através do uso do diálogo e dos efeitos de eco.[…] Este seu último trabalho, teve tal impacto que levou músicos de toda a Europa a iremestudar para Veneza. Aqui Giovanni Gabrieli transmite-lhes o madrigal e o estilo policoral veneziano, que estesalunos levam depois para os seus países de origem, sendo Heinrich Schütz, o seu mais importante aluno. Estealemão ajudou a transportar a música de transição produzida por Giovanni para a Alemanha, o que afetou ocurso da história da música, influenciando compositores do período Barroco como Bach.Parece haver uma mudança óbvia no estilo musical de Giovanni após 1605, ano em que Monteverdi publica oseu . As composições de Giovanni passam a exibir secções puramente instrumentaise pequenas secções para solistas que cantavam apenas acompanhados pelo baixo contínuo, sendo um dosprimeiros venezianos a utilizar aquela que viria a tornar-se uma característica implícita do Barroco.[…] Depois da morte de Giovanni Gabrieli, grande parte do seu trabalho foi esquecido. Contudo, hoje érelembrado como um dos primeiros compositores a especificar a instrumentação e a notação de dinâmicas,sendo também famoso pela qualidade das suas obras, e pelo facto de ter feito a ponte ente a músicaRenascentista e a música Barroca.

Scuola Grande di San Rocco

Concerti

Sacrae Symphoniae,

Quinto libro di madrigale

Excertos do trabalho elaborado por (aluna da Escola de Música da Póvoa de Varzim ·Classe de História da Música da

Bibliografia:

BORGES, Maria José; Cardoso, José Maria Pedrosa, Edições Sebenta · GROUT,Daniel J. & Palisca, Claude V., . 5ª ed./Nova Iorque: Norton, 1996. Existe uma tradução portuguesade uma edição anterior: : Gradiva, 1994 · STANLEY, John,

, Editorial Estampa, 2006 · ,Volume I. Edição portuguesa: Grupo Oceano.

História da Música, Manual do Aluno 1º Ano,A History of Western Music

História da Música Ocidental. Lisboa Música Clássica, Os grandescompositores e as suas obras-primas O Mundo da Música, Grandes autores e Grandes Obras

Ana Catarina AssunçãoProfessora Jacinta Borges)

78

Page 79: 34º Festival Internacional de Música

PATROCÍNIOS

INSTITUCIONAIS

79

Page 80: 34º Festival Internacional de Música
Page 81: 34º Festival Internacional de Música
Page 82: 34º Festival Internacional de Música

O Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim Orquestra Verazin Concurso Internacional deComposição da Póvoa de Varzim Quarteto Verazin

, a , oe o (iniciativas geridas pela Associação Pró-Música da

Póvoa de Varzim) são financiados pelo Governo de Portugal / Secretário de Estado da Cultura / Direcção-Geraldas Artes

82

Page 83: 34º Festival Internacional de Música

83

Page 84: 34º Festival Internacional de Música

Mecenato

84

Page 85: 34º Festival Internacional de Música
Page 86: 34º Festival Internacional de Música

Apoios

diversos

IGREJA ROMÂNICA DE RATES

IGREJA MATRIZ

IGREJA DA LAPA

86

Page 87: 34º Festival Internacional de Música

IGREJA DA LAPA | PÓVOA DE VARZIM

IGREJA MATRIZ | PÓVOA DE VARZIM

IGREJA ROMÂNICA DE S. PEDRO DE RATES

A construção da capela de Nossa Senhora da Lapainiciou-se em 9 de Dezembro de 1770 e arrastou-se até 1864. De destacar, no tímpano da fachada,as armas reais de D. Maria I, trabalhadas empedra. No interior, expõem-se belas imagens emtamanho natural, sendo a maioria do santeiro Joãod'Afonseca Lapa, de Vila Nova de Gaia. Na capela-mor, a tribuna do retábulo está fechada com umatela a óleo do pintor poveiro Lino da Costa Nilo erepresenta a Assunção de Nossa Senhora. Asparedes laterais mostram dois grandes painéis deazulejos cujos desenhos são da autoria do pintoritaliano Silvester Silvestri.

A primeira pedra da Igreja Matriz da Póvoa deVarzim foi lançada em 18 de Fevereiro de 1743. Aconstrução decorreu até inícios de 1757(inauguração em 6 de Janeiro) e foi dirigida peloarquiteto bracarense Manuel Fernandes da Silva. Éde admirar a riqueza da talha dourada dos altareslaterais e especialmente a da tribuna da capela-mor (data da construção da Igreja). Na sacristia,existe um móvel com siglas poveiras. A igreja temno seu espólio uma casula de damasco verde doséculo XVI (bordado de seda) e, do século XVII,uma imagem de Nossa Senhora.

As origens da Igreja Românica de S. Pedro de Ratesremontam à época romana. A configuração actualresulta da refundação cluniacense do séc. XIII,devida a doação do Conde D. Henrique e DonaTeresa à Ordem de Cluny (cerca de 1100), paraque ali fosse implantada a Regra Beneditina. Tem 3naves, ricos capitéis historiados, porta principalcom belo tímpano e portas laterais, sobretudo ado Norte, dignas de atenta observação. O conjuntoescultural é dos mais valiosos do período românicoportuguês.

87

Page 88: 34º Festival Internacional de Música
Page 89: 34º Festival Internacional de Música

Apoios à

divulgação

89

Page 90: 34º Festival Internacional de Música
Page 91: 34º Festival Internacional de Música
Page 92: 34º Festival Internacional de Música
Page 93: 34º Festival Internacional de Música

Agradecimentos

·

·

·

·

·

·

·

·

·

·

·

·

·

·

·

·

·

·

·

·

· C

·

Albertino Xavier

Alexandra Carvalho

Alfredo Costa

Amadeu Coelho

Américo Alves

Américo Santos

Ana Luísa Marques

Ana Paula Pedroso

Ana Rute Rei

António Azevedo Oliveira

António Brandão Martins Torres

António Lopes da Conceição

António Magalhães

António Pinheiro Ramos

Armindo Ferreira

Artur Castro Antunes

Carla Craveiro

Carla Morais

Carlos Cunha

Carlos Sousa

atarina Pessanha

Célio Fernandes

Caixa de Crédito Agrícola Mútuo

Escola Secundária Eça de Queirós

Papelaria Locus

Soc. Mediação Seguros, Lda.

Restaurante Barca À Vela

Carriço's Joalheiros

Escola de Música da Póvoa de Varzim

SIC – Sociedade Independente de Comunicação, SA

Escola de Música da Póvoa de Varzim

Comissão de Música Sacra da Arquidiocese de Braga

Igreja Matriz da Póvoa de Varzim

Associação Pró-Música da Póvoa de Varzim

Câmara Municipal da Póvoa de Varzim

Câmara Municipal da Póvoa de Varzim

Junta de Freguesia de S. Pedro de Rates

Casa do Papel

Coquelicot Delicatessen

FNAC Santa Catarina

Escola de Música da Póvoa de Varzim

Caixa de Crédito Agrícola Mútuo

Póvoa Semanário

Axis Vermar

· C

·

·

·

·

·

·

··

·

·

·

·

·

·

·

·

·

·

·

· I

·

lara Casanova

Conceição Inácio

Costanza Ronchetti

Deolinda Carneiro

Dulce Brito

Elementos da Orquestra de Cordas

Elementos da Orquestra de Sopros

Elementos da Orquestra VerazinElementos do Coral Ensaio

Emília Maria R. S. Fernandes

Etelvina Marques

Fernanda Trovão

Fernando Martins Fernandes

Fernando Pinheiro Alves

Francisco Casanova

Goreti Leão

Grupo Instrumental

Guilherme Cancujo

Guilherme Madureira

Helena Cid

nês Pedro

Isabel Gonçalves

Câmara Municipal da Póvoa de Varzim

RTP – Rádio e Televisão de Portugal, SA

Direção-Geral das Artes

Museu Municipal da Póvoa de Varzim

Direção-Geral das Artes

Escola de Música da Póvoa de Varzim

Escola de Música da Póvoa de Varzim

Escola de Música da Póvoa de Varzim

Auditório Municipal da Póvoa de Varzim

Relojoaria da Póvoa Sá & Carvalho

Biblioteca Municipal da Póvoa de Varzim

Sotkon Waste Systems

Faminho, Instrumentos Musicais, Lda

Câmara Municipal da Póvoa de Varzim

Direção Regional de Cultura do Norte

Escola de Música da Póvoa de Varzim

Escola de Música da Póvoa de Varzim

Escola de Música da Póvoa de Varzim

Câmara Municipal da Póvoa de Varzim

Sotkon Waste Systems

Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga

93

Page 94: 34º Festival Internacional de Música

·

·

·

·

·

··

·

·

·

·

·

·

·

·

··

·

·

·

·

·

Jacinta Borges

Joana Faria

João Almeida

João Chambers

João Graça

João Manuel da Silva SantosJoão Pontes

Joaquim Maia Igreja

Joaquina Veiga

Jorge Domingos Mendes Leal

José Abel Carriço

José Eduardo Lemos

José Flores Gomes

José Humberto

José Luís Borges Coelho

José Maria MacielJosé Paulo Leite Abreu

Júri do III Concurso de Trompeteda Póvoa de VarzimJúri do VII Concurso de Piano

da Póvoa de VarzimLuís Alberto Oliveira

Luís Amaro Oliveira

Luís Tinoco

Escola de Música da Póvoa de Varzim

Escola de Música da Póvoa de Varzim

RTP Antena 2

RTP Antena 2

Câmara Municipal da Póvoa de Varzim

Escola de Música da Póvoa de Varzim

Caixa de Crédito Agrícola Mútuo

Biblioteca Musical

Câmara Municipal da Póvoa de Varzim

Escola de Música da Póvoa de Varzim

Escola Secundária Eça de Queirós

Museu Municipal da Póvoa de Varzim

Andante

Casa da Música

Vigararia-Geral da Cúria Arquiepiscopal de Braga

Póvoa Serve

Agrupamento de Escolas Dr. Flávio Gonçalves

25º Prémio “Jovens Músicos” da RTP Antena 2

·

·

·

·

·

·

·

·

·

·

·

·

·

·

·

·

·

·

·

·

·

·

Manuel Costa

Manuel Sá Ribeiro

Marco Madaleno

Margarida Ventura

Maria Cristina Barbosa

Maria da Luz Oliveira

Maria das Dores Milhazes

Maria de Jesus Rodrigues

Maria de Lurdes Adriano

Maria Manuela da Costa Ribeiro

Mariana Portas de Freitas

Nuno Rocha

Octávio Correia

Patrícia Moutinho

Paula Araújo da Silva

Paulo Veiga

Pedro van Rohen

Raquel Antunes

Rodrigo Silva

Roger Amorim

Rosa Torrão

Rui Gomes

Biblioteca Municipal da Póvoa de Varzim

Igreja de S. Pedro de Rates

Axis Vermar Hotel

Plenimagem

Fundação Calouste Gulbenkian

Póvoa Serve

Agrupamento de Escolas Dr. Flávio Gonçalves

Serviço de Turismo da Póvoa de Varzim

Biblioteca Municipal da Póvoa de Varzim

Câmara Municipal da Póvoa de Varzim

Serviço de Música da Fundação Calouste Gulbenkian

Igreja da Lapa (Póvoa de Varzim)

Rádio Onda Viva

Grupo CARDAN

Direção Regional de Cultura do Norte

Escola de Música da Póvoa de Varzim

Oficina e Escola de Organaria, Lda

Casa do Papel

Grupo CARDAN

Câmara Municipal da Póvoa de Varzim

Caixa de Crédito Agrícola Mútuo

Câmara Municipal da Póvoa de Varzim

94

Page 95: 34º Festival Internacional de Música

·

·

·

·

·

·

·

·

·

·

·

·

··

Rui Vieira Nery

Safira Ramos

Samuel Rego

Sandra Amorim

Sara Amorim

Sofia Pinto

Tiago Carriço

Tiago Sá

Tomás Postiga

Tomaz Rede

Vânia Oliveira

Virgílio Tavares

Virgínia CadilheVirgínia Lis

Instituto de Etnomusicologia – Centro de Estudos deMúsica e Dança · Fundação Calouste Gulbenkian

Serviço de Música da Fundação Calouste Gulbenkian

Direção-Geral das Artes

Escola Profissional de Esposende

Escola de Música da Póvoa de Varzim

Escola de Música da Póvoa de Varzim

Escola de Música da Póvoa de Varzim

Câmara Municipal da Póvoa de Varzim

A Voz da Póvoa

FNAC Santa Catarina

Escola de Música da Póvoa de Varzim

Póvoa Semanário

Escola de Música da Póvoa de Varzim

95

Page 96: 34º Festival Internacional de Música

Secretariado

do Festival

Ficha Técnica

Escola de Música da Póvoa de VarzimAssociação Pró-Música da Póvoa de VarzimRua D. Maria I, 564490-538 Póvoa de VarzimTlf: 252 614 145 / 252 611 955Fax: 252 612 548

Associação Pró-Música da Póvoa de Varzim

João Marques

Anual

500 exemplares

Roger Amorim/CMPV

Gráfica Nascente

[email protected]/go/festivalinternacionalmusica

Propriedade:

Diretor da Publicação:

Periodicidade:

Tiragem:

Layout e Composição:

Impressão e acabamentos:

Depósito Legal

Ilustração :(capa)Paulo Correia/Escola Sec. Eça de Queirós

96

Page 97: 34º Festival Internacional de Música
Page 98: 34º Festival Internacional de Música

IGREJA ROMÂNICA DE RATES

IGREJA MATRIZIGREJA DA LAPA