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1. EXAME FÍSICO DOS CABELOS E COURO CABELUDO 1.1 Anamnese e Exame Físico Orientações a seguir de alguns itens relacionados ao exame físico do couro cabeludo e dos cabelos: O local do exame deve ser muito bem iluminado , a luz a mais natural possível. Todos os acessórios presos aos cabelos devem ser retirados : lenços, fitas, presilhas, arcos, grampos etc. Examinar toda a orla de implantação dos cabelos no couro cabeludo: ANOTAR FALHAS, “ENTRADAS”, RETRAÇÕES. Melhor maneira: Cliente sentado, em uma cadeira de assento baixo Topo de sua cabeça mais ou menos na

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Page 1: 36034677 Exame Fisico Dos Cabelos e Cou

1. EXAME FÍSICO DOS CABELOS E COURO CABELUDO

1.1 Anamnese e Exame Físico

Orientações a seguir de alguns itens relacionados ao exame físico do couro cabeludo e

dos cabelos:

O local do exame deve ser muito bem iluminado, a luz a mais natural possível.

Todos os acessórios presos aos cabelos devem ser retirados: lenços, fitas, presilhas, arcos,

grampos etc.

Examinar toda a orla de implantação dos cabelos no couro cabeludo: ANOTAR FALHAS, “ENTRADAS”, RETRAÇÕES.

A seguir, examinar todas as áreas do couro cabeludo: COMPARAR DENSIDADES, CONSISTÊNCIA, COMPRIMENTO, E DIÂMETRO DOS CABELOS, ENTRE AS DIVERSAS ÁREAS.

Qualquer alteração encontrada, se possível, comparar a região com a contra-lateral.

Observar os cabelos desde a sua saída no óstio folicular, até sua extremidade distal.

Procurar alterações específicas da haste como genodermatoses (alterações ocorridas na haste dos

cabelos de causas diversas), lêndeas, etc.

ANOTAR TAMANHO DOS CABELOS, COR, BRILHO, SE É TINGIDO OU NÃO, SE É

ALISADO, TIPO DE PENTEADO, OLEOSIDADE.

Observar o estado das extremidades distais dos cabelos, como bifurcações, cortes a pique, fissuras, extremidade em pincel e outras (tricoptilose, tricorrexe nodosa, pilli torti, etc).

Melhor maneira:

Cliente sentado, em uma cadeira de assento baixo

Topo de sua cabeça mais ou menos na altura do

apêndice xifóide do examinador.

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Com relação à queda, observar se a alopecia é difusa ou focal

Quanto à reposição de cabelos, notar atentamente se estão sendo substituídos ou não (velos, terminais de tamanho diferentes).

No caso das alopecias focais, observar número de lesões, tamanho, localização, forma, superfície,

periferia etc.)

As lesões podem ser descritas de maneira geral, como nevos, tumorações, telangiectasias,

foliculites, descamações, cicatrizes etc;

As lesões mais específicas, ou seja as relacionadas à queixa principal, devem ser detalhadas, como

tamanho, forma, limites, contornos, superfície, coloração, edemas, secreções e tipo de descamações.

Descrições minuciosas facilitam muito a definição do quadro em casos de psoríase, lúpus

eritematoso, dermatite seborréica, líquen plano (doença auto-imune, associada à alopecia com

eritema e escamação), tínea do couro cabeludo e muitas outras.

Para registro no “prontuário” do examinado podemos usar um diagrama com o desenho de uma

cabeça vista por vários ângulos.

Desenha-se no papel a localização da doença.

Mede-se o tamanho de cada lesão e anotam-se os valores.

Alguns trabalhos preconizam que o couro cabeludo seja dividido em quatro áreas distintas:

a) Uma, no topo do crânio - região parietal - 40% do couro cabeludo.

b) Região posterior da nuca - região occipital - 24% do couro cabeludo

c) Regiões laterais e temporais - cada uma, 18% do couro cabeludo

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Topo da cabeça

(parietal)

Região da nuca

(Occipital)

Regiões laterais

e temporais

CÁLCULO DA EXTENSÃO DA ÁREA DE QUEDA DE CABELO:

Exemplo: Alopecia areata na região parietal

Havendo metade da região acometida, ou seja 50%.

Multiplicam-se 0,50 por 40% (que corresponde à área parietal)

Conclui-se que a lesão ocupa 20% do couro cabeludo.

Se esta lesão ocorresse na região da nuca, acometendo agora supondo 30% da área

Multiplicam-se 0,30 por 24% (valor do percentual da nuca)

Este caso representaria 7,2% do couro cabeludo.

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ANAMNESE

A abordagem de um paciente com queixa tricológica, obedece aos mesmos padrões da anamnese clássica em medicina. História detalhada, exame físico geral, exame clínico e laboratorial dos cabelos e do couro cabeludo devem ser cuidadosamente realizados.

A queixa deve ser muito bem indagada. Com certeza o paciente sempre tem muitas informações que podem ajudar muito no diagnóstico final. A queixa mais freqüente em tricologia é a "queda de cabelos". Na realidade, esta expressão pode ter algumas interpretações:

1) Pode significar realmente um aumento na quantidade média de cabelos que caem diariamente. O quadro pode ser agudo como ocorre no eflúvio telógeno ou crônico como ocorre na alopecia ferropênica;

2) Por vezes, após uma manipulação cosmética qualquer, o paciente nota um aumento significativo na queda de cabelos, e na realidade não se trata de uma verdadeira perda de cabelos, mas sim uma quebra dos fios. Este fato também acontece espontaneamente em algumas genodermatoses que envolvam a haste do pêlo;

3) Paciente que tem verdadeira obsessão pelos cabelos e por menor que seja a queda, para ele pode significar um verdadeiro transtorno;

4) Paciente com tricotilomania ou um psicopata que deliberadamente arranca ou corta os cabelos.

As situações são muitas, porém o paciente sempre procura o médico dizendo:

-"Meus cabelos estão caindo."

A segunda queixa é:

"Doutor, eu estou ficando careca", ou seja, ele está desenvolvendo uma alopecia. Embora pareça uma conseqüência da queixa anterior, na realidade não é. Um paciente pode ter uma queda muito intensa de cabelos e não desenvolver uma alopecia. Pelo contrário, há pessoas com alopecias avançadas que nunca observaram uma queda anormal.

Como na queixa anterior, as interpretações neste caso, também são várias, entre elas, destacamos:

O paciente não percebe uma queda aumentada e diz estar ficando careca porque o volume de seus cabelos diminuiu, percebendo nitidamente quando corta os cabelos bem curtos ou quando com cabelos longos no uso de fivelas ou elásticos. Esta situação pode ocorrer na alopecia androgenética difusa;

O paciente realmente está observando uma queda acelerada e ao mesmo tempo vê seus cabelos desaparecerem como é o caso do eflúvio telógeno;

Não raro o paciente não percebe uma queda de cabelos nem uma alopecia, porém seus parentes ou amigos, que perceberam que ele está ficando com poucos cabelos o alerta, como ocorre na alopecia androgenética tipo difuso;

4) O paciente cita uma queda intensa acompanhada de uma rarefação muito grande dos cabelos após por exemplo um alisamento químico, porém nestes casos, o paciente não está desenvolvendo uma verdadeira alopecia e sim uma quebra intensa dos cabelos;

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5) Os cabelos podem estar afinando muito e o paciente tem a impressão de estar ficando calvo, como acontece no hipotiroidismo. Enfim, as situações que levam um paciente a queixar- se de que está com alopecia são múltiplas e devem ser muito bem interpretadas.

Mulheres e homens com cabelos longos, muitas vezes reclamam que existe algo errado com seus cabelos, porque percebem que ao prenderem os cabelos, tipo "rabo de cavalo", estão cada vez usando prendedores, presilhas ou elásticos menores. Nestes casos, devemos também pensar em afinamento dos cabelos e não necessariamente uma rarefação capilar.

Dois fatos curiosos relatados por pacientes que estão desenvolvendo uma alopecia ou afinamento intenso dos cabelos são: sente que, quando toma sol, queima o couro cabeludo ou no inverno sente frio no couro cabeludo, sintomas que não aconteciam no passado.

Outras queixas menos freqüentes são: cabelo não cresce, cabelo seco ou oleoso, mudou de consistência, clareou ou escureceu, cabelos quebrados ou bifurcados etc.

Queixas referentes ao couro cabeludo também não são raras, entre elas podemos citar: descamação, crostas, coceira, ardor ou dor no couro cabeludo, aparecimento de odor desagradável, e muitas outras.

A duração e forma de evolução da queixa também deve ser muito bem detalhada. Deve-se saber como começou, se há surtos, se está melhorando ou piorando, se houve comprometimento de outros sistemas, adenopatias, mucosas, alterações das unhas, pêlos do corpo, pele e dentes.

Ao conversar com o paciente, deve-se prestar muito atenção em seu grau de ansiedade frente à queixa. Se ele leva muito as mãos aos cabelos, se traciona compulsivamente ou se fica puxando para mostrar a queda.

Para facilitar o diálogo entre o TERAPEUTA e o PACIENTE é conveniente que se tenha um protocolo, que pode ser respondido pelo paciente no momento da consulta ou poderá levá-lo para casa para responder com tempo; pensando calmamente em cada pergunta.

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Anamnese (do grego ana, trazer de novo e mnesis, memória) é uma entrevista realizada por um profissional da área da saúde com um paciente, que tem a intenção de ser um ponto inicial no diagnóstico de uma doença. Em outras palavras, é uma entrevista que busca relembrar todos os fatos que se relacionam com a doença e à pessoa doente.

Uma anamnese, como qualquer outro tipo de entrevista, possui formas ou técnicas corretas de serem aplicadas. Ao seguir as técnicas pode-se aproveitar ao máximo o tempo disponível para o atendimento, o que produz um diagnóstico seguro e um tratamento correto. Sabe-se hoje que a anamnese, quando bem conduzida, é responsável por 85% do diagnóstico na clínica médica, liberando 10% para o exame clínico (físico) e apenas 5% para os exames laboratoriais ou complementares.

Após a anamnese é realizado o exame físico, onde se procuram os sinais e sintomas da doença.

Elementos da Anamnese

Identificação: A identificação é o início do relacionamento com o paciente. Adquire-se o nome, idade, sexo, cor (raça), estado civil, profissão atual, profissão anterior, local de trabalho, naturalidade, nacionalidade, residência atual e residência anterior.

Queixa principal (QP): Em poucas palavras, o profissional registra a queixa principal, o motivo que levou o paciente a procurar ajuda do profissional.

História da doença atual (HDA): No histórico da doença atual é registrado tudo que se relaciona quanto à doença atual: sintomatologia, época de início, história da evolução da doença, entre outros. Em caso de dor, deve-se caracterizá-la por completo.

Histórico médica pregressa (HMP): Adquire-se informações sobre toda a história médica do paciente, mesmo das condições que não estejam relacionadas com a doença atual.

Histórico familiar (HF): Neste histórico é perguntado ao paciente sobre sua família e suas condições de trabalho e vida. Procura-se alguma relação de hereditariedade das doenças.

História pessoal e social (HPS): Procura-se a informação sobre a ocupação do paciente,como: onde trabalha, onde reside, se é tabagista, alcoolista ou faz uso de outras drogas. Se viajou recentemente, se possui animais de estimação (para se determinar a exposição a agentes patogênicos ambientais). Suas atividades recreativas, se faz uso de algum tipo de medicamentos (inclusive os da medicina alternativa),pois estas informações são muito valiosas para o médico levantar hipóteses de diagnóstico.

Revisão de sistemas: Esta revisão, também conhecida como interrogatório sintomatológico ou anamnese especial, consiste num interrogatório de todos os sistemas do paciente, permitindo ao médico levantar hipóteses de diagnósticos.

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Caracterização da dor

As principais perguntas que se referem à dor, nos dão bons indicativos para continuação da anamnese. São elas:

Onde dói? (o paciente deve mostrar o local)

Quando começou?

Como começou? (súbito ou progressivo)

Como evoluiu? (como estava antes e como está agora)

Qual o tipo da dor? (queimação, pontada, pulsátil, cólica, constritiva, contínua, cíclica, profunda, superficial)

Qual a duração da crise? (se a dor for cíclica)

É uma dor que se espalha ou não?

Qual a intensidade da dor? (forte, fraca ou usar escala de 1 a 10).

A dor impede a realização de alguma tarefa?

Em que hora do dia ela é mais forte?

Existe alguma coisa que o sr. faça que a dor melhore?

E que piora?

A dor é acompanhada de mais algum sintoma?

Questionário

As perguntas a serem feitas ao pacientes dividem-se em 3 tipos: abertas, focadas e fechadas.

Perguntas Abertas - As do tipo abertas devem ser feitas de tal maneira que o paciente se sinta livre para expressar-se, sem que haja nem um tipo de restrição. Ex: "O que o sr. está sentindo?"

Perguntas Focadas - As focadas são tipos de perguntas abertas, porém sobre um assunto específico, ou seja, o paciente deve sentir-se à vontade para falar, porém agora sob um determinado tema ou sintoma apenas. Ex:"Qual parte do rosto fica mais oleosa? ".

Perguntas Fechadas - As perguntas fechadas servem para que o entrevistador complemente o que o paciente ainda não falou, com questões diretas de interesse específico. Ex: "A pele fica mais oleosa de manhã ou de noite?".

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PROTOCOLO EM TRICOLOGIA Identificação do Paciente Nome, idade, sexo, cor, nacionalidade, procedência, profissão.

Anamnese 1) Qual é a queixa principal? 2) Qual a área ou áreas acometidas? 3) A doença acomete outras áreas do corpo? 4) Faz quanto tempo? 5) A doença está estável, aumentando ou diminuindo? 6) Houve mudança nas características ou consistência dos cabelos? 7) Houve mudança na cor dos cabelos? 8) Ficou mais fino ou mais crespo? 9) Ficou mais oleoso ou mais seco? 10) Apresentou alterações no couro cabeludo como dor, coceira, ardor, inflamação, caspa, crosta ou feridas? 11) Já teve outras crises? 12) No caso de queda de cabelos, eles estão caindo com a raiz ou estão quebrados? 13) No caso de queda de cabelos, tem idéia de quantos cabelos caem diariamente? 14) No caso de queda de cabelos, tem percebido se os cabelos estão sendo substituídos? 15) No caso de queda de cabelos, há mais queda dos cabelos: no banho, à noite no travesseiro ao pentear, durante o dia etc.? 16) Sua doença tem sido percebida por amigos ou parentes? 17) Houve alguma alteração na pele, unhas, pelos do corpo ou dentes? 18) Houve alguma manipulação dos cabelos? 19) Você costuma puxar, tracionar ou torcer os cabelos?

História Pessoal 1) Descrever últimas doenças, operações, ou internações. 2) Você tem alguma doença atual? 3) Perdeu peso ou teve alguma crise emocional nos meses que precederam a doença atual? 4) Profissão atual e anteriores. Detalhar. 5) Você teve problemas no trabalho, mudou de endereço, problemas com mulher e filhos etc. ? 6) Quais as drogas que tomou nos últimos meses e por que tomou? 7) Toma anticoncepcional? 8) Tem alergia a drogas? 9) Tem filhos? Quantos? Qual a data da última gravidez? 10) A gravidez piorou a doença atual? 11) Teve queda de cabelos alguns meses após o último parto? 12) Tem alguma alteração menstrual? 13) Tem algum problema endócrino? 14) Sente intolerância ao frio ou calor? 15) Como é sua alimentação? 16) Teve contato com pessoas ou animais com queda de cabelos? 17) Teve contato com algum tipo de radiação como raios X ou radioatividade?

Cuidados com os Cabelos no Momento 1) Uso de xampu, condicionador, spray: 2) Freqüência de uso. 3) Faz alisamento, relaxamento, amaciamento, etc.4) Quais os tipos: químicos ou físicos (por exemplo pente quente)?5) Usa gel, rolinhos, faz "escova"? 6) Tintura - tipo e freqüência de uso. 7) Clareadores - tipo e freqüência de uso. 8) Estilo dos cabelos - usa elástico, presilha, bonés, capacetes, fitas, tiaras?

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História Familiar Qualquer que seja a doença é sempre bom indagar se há casos na família, quer em enfermidades hereditárias, quer nas infecciosas.

A história familiar tem que ser cuidadosa. Muitas vezes o paciente desconhece a existência de casos familiares, em outros casos não os considera, como exemplo: se perguntarmos se o paciente tem calvos na família, normalmente ele nega, pois

entradas, rarefações parietais ou no vértice eles não consideram como calvície. Neste caso, costumo mostrar ao paciente, uma tabela com desenho da classificação de Hamilton/Norwood, em caso de homens com calvície, bem como a classificação de Ludwig em mulheres, também nos seus diversos graus, e peço que identifique em cada parente próximo, tanto homens como mulheres, o grau da calvície. É surpreendente como, após consultar a tabelas, o paciente identifica vários familiares co-sanguíneos com algum grau de calvície.

Uma vez obtido estes dados, é feita esquematicamente uma pequena árvore genealógica do paciente.

História de Drogas

Como vimos em capítulo anterior, uma pessoa produz em média 40m de cabelos ao dia, mostrando que a atividade mitótica no couro cabeludo é muito grande, logo se torna um local vulnerável a uma série de situações, em particular a ação de drogas.

A quantidade de medicamentos que podem causar danos capilares é tão grande que deve ser enfatizada. O quadro tricológico associado às drogas mais freqüente é a queda de cabelos, que pode levar a uma alopecia. Em alguns grupos de medicamentos a ocorrência de queda de cabelos é freqüente e merece uma atenção especial, como é o caso das medicações psicotrópicas, principalmente os antidepressivos.

Convém ressaltar que muitas vezes a queda de cabelos pode ocorrer muitos meses após a ingestão da medicação, como por exemplo nos eflúvios telógenos, e nem mesmo o paciente lembra de tê-la ingerido. A queda de cabelos pode ser estabelecida de várias formas, após o uso da droga. De uma forma geral, todo medicamento citostático pode levar a um deflúvio anágeno, pois como a matriz do folículo é mitoticamente muito ativa, torna-se alvo natural da droga, logo a alopecia começa a se formar imediatamente após seu uso. A maioria dos deflúvios anágenos são reversíveis, embora existam descrições de casos irreversíveis após uso de bussulfano e ciclo-fosfamida, bem como a ciclofosfamida pura. Quando uma droga citostática é dada em pequena dose, os cabelos podem se tornar finos, quebradiços e descolorados. Por vezes, o uso crônico de uma determinada droga pode levar a uma queda diária discreta, porém constante dos cabelos, e a longo prazo produzir uma alopecia total, caso o médico não perceba a relação da alopecia com a droga, como é o caso da amiodarona, medicamento muito usado em cardiologia. Drogas como o paraaminossalicilato podem causar uma erupção liquenóide no couro cabeludo levando a uma alopecia cicatricial. Já outras drogas podem agir indiretamente sobre os cabelos. É o caso do captopril que diminui os níveis de zinco sérico, conseqüentemente levando a uma alopecia nutricional. Os retinóides aceleram a velocidade de crescimento dos cabelos, fazendo com que o ciclo biológico dos cabelos fique mais acelerado, dessa forma existe um amadurecimento muito mais precoce do ciclo, levando a uma queda telógena intensa, porém durante o uso da droga o paciente pode apresentar um deflúvio anágeno. Existe até casos de alopecia areata desencadeada por medicamentos como zotepina, bem como dezenas de casos descritos após uso de vacinas.

O uso de medicamentos tópicos também devem ser pesquisados. Existem relatos de casos de eflúvio telógeno pelo minoxidil, assim como queda de cabelos anágenos distróficos após uso de xampus à base de sulfeto de selênio, Colírios à base timolol, betaxolol e levobunolol e atos do simples cotidiano como

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enxaguar a boca com o ácido bórico contido em anti-sépticos bucais podem causar uma alopecia , No mercado, existem centenas de produtos que contém ácido bórico e este fato não deve ser esquecido.

Produtos muito usados, principalmentes por atletas e freqüentadores de academias são os polivitamínicos e os suplementos alimentares, ambos geralmente possuem o L-triptofano, que é um causador de alopecia e outras dermatoses. O L-triptofano também é usado em medicina para insônia, tensão pré-menstrual, síndromes reumáticas e algumas alterações psiquiátricas.

Para facilitar a anamnese, as principais drogas que podem causar alterações tricológicas serão apresentadas futuramente. Evidente que outras drogas não mencionadas, também podem ocasionar as mais diversas alterações no folículo piloso. À medida que anamneses mais dirigidas forem feitas e novas medicações forem lançadas no mercado, esta lista deverá aumentar muito. Esta relação é imprescindível na elaboração da história do paciente que está perdendo cabelos ou apresentando alterações capilares. Inicialmente é feito uma lista de substâncias que causam alopecia, a seguir algumas drogas que causam descoloração dos cabelos, drogas que podem dar alopecias cicatriciais por causarem erupções tipo líquen plano ou lúpus, e finamente drogas que podem desencadear dermatite seborréica. Nas tabelas é citado o nome da droga, entre parênteses seus nomes comerciais (Baseado no Dicionário de Especialidades Médicas, do ]BM, 2000/2001 e Pocketbook of Drug Eruptions and Intractions) 199913.

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CLÍNICA ESCOLA DE ESTÉTICA

FICHA DE ANAMNESE CAPILAR

1. IDENTIFICAÇÃO

2. Q.P. (Queixa Principal)

3. H.D.A. (História da Doença Atual)

Data ______/______/______ Nº _____________

Nome: _________________________________________________________________________________

Data Nascimento: ___________________________ Nacionalidade: _____________________________

Sexo: F ( ) M ( ) Cor: B ( ) P ( ) N ( )

Profissão: __________________________________ Tempo de Trabalho: _________________________

RG: _______________________________________ CPF: _____________________________________

Estado Civil: S ( ) C ( ) V ( ) D ( ) O ( ) Filhos: Sim ( ) Não ( ) Quantos? ______

Formação Escolar: Superior ( ) 2º Grau ( ) 1º Grau ( )

End. Res.: __________________________________________________ Bairro: _____________________

CEP.: _________________________ Cidade: _____________________ Estado: ____________________

End. Com.: __________________________________________________ Bairro: ____________________

CEP.: _________________________ Cidade: _____________________ Estado: ____________________

Tels.: Res.: ____________________ Com.: ______________________ Cel.: _______________________

Recomendado por: ________________________________________________________________________

Data de Validade: _____/_____/_____

Queda do pêlo ( ) Diminuição do Volume ( ) Rarefação ( ) Pêlos mais finos ( )

( ) Outras: _____________________________________________________________________________

Área comprometida: Couro Cabeludo ( ) Outras Regiões ( )

Tempo de evolução: ( )_____ anos ( )_____ meses ( )_____dias

Sintomas: ( ) não ( ) sim: prurido ( ) aumento da oleosidade ( )

outros ( )____________________________________________________

Episódios anteriores: ( ) não ( ) sim, em: _________________________________________________

Processos sistêmicos precedendo a queda: ( ) não

( ) sim: ( ) febre ( ) parto ( )estresse emocional

( ) cirurgia: ________________________________ ( ) outros: _________________________________

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4. H.M.P. (História Médica Pregressa)

5. H.F. (História Fisiológica)

6. H.G.O (História Ginecológica e Obstétrica)

7. H.P.S. (História Pessoal e Social)

8. H.F (História Familiar)

9. H.D. (História de Drogas)

( ) Atopia ( ) Hipertensão ( ) Diabetes

( ) Doença auto-imune: ( ) Doença gastrointestinal ( ) Outras: ______________________________

Tratamentos: ______________________________________________________________________________

Hábitos alimentares: ( ) Deficiência protéica ( ) Deficiência calórica

DUM (data da ultima menstruação) : ________________________

Ciclos: Intervalo (entre as menstruações) / Duração (quantos dias fica menstruada):

___________/___________

Métodos Contraceptivos: _____________________________________________________________________

Gestação TPAL (total / prematuro / aborto (E / P) / vivos: _____ / _____ / _____ (_____ / _____) / _________

Amamentou: ( ) Não ( ) Sim, durante ________________________________________________

Reposição de Ferro na gravidez e amamentação: ( ) Não ( ) Sim

Mudança No estilo do penteado: ( ) Não ( ) Sim

Uso de adornos: ( ) Não ( ) Sim: ( ) turbante ( ) lenço ( ) fita ( ) outros: ________________

Hábitos cosméticos: ( ) alisamento ( ) permanente ( ) tintura ( ) outros:

_____________________

Alopécia Androgenética: ( ) Não ( ) Sim: ( ) pai ( ) mãe ( ) irmão ( ) irmã ( )

( ) avós: _________________________________________

Drogas: ( ) Não ( ) Sim: quais:

( ) Drogas que podem causar alopécia: ________________________________________________________

( ) Outras situações que também podem causar alopécia: __________________________________________

( ) Drogas que podem ocasionar descolorações nos cabelos: _______________________________________

( ) Drogas que podem ocasionar erupções liquenóides, inclusive no couro cabeludo: ____________________

_____________________________________________________________________________________

( ) Drogas que podem ocasionar erupções tipo lúpus eritematoso discóide ou sistêmico, podendo acometer o

couro cabeludo: ________________________________________________________________________

( ) Drogas que podem desencadear o aparecimento de alopecia areata: _______________________________

( ) Drogas que podem desencadear uma dermatite seborréica: ______________________________________

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10.Exame Físico

11.Tegumentar

Geral (orientado pela anamnese) (Positivo ou Negativo):

( ) SINAL DE PREGUEAMENTO OU SINAL DE JACQUET: ____________________________________________

( ) TESTE DA TRAÇÃO SUAVE (MANOBRA DE SABOURAUD - PULL TEST): ______________________________

( ) TESTE DO PUXÃO OU HAIR FEATHERING: ____________________________________________________

( ) TESTE DO ATRITO: ______________________________________________________________________

( ) TESTE DA GAZE: ________________________________________________________________________

( ) TESTE DO PENTE COM GAZE: ______________________________________________________________( ) AVALIAÇÃO DA RISCA DOS CABELOS: _______________________________________________________( ) TESTE DO DESLIZE: ______________________________________________________________________( ) TESTE DA TORÇÃO DOS CABELOS: __________________________________________________________( ) TESTE DA TONSURA: _____________________________________________________________________( ) TESTE DA LAVAGEM: _______________________________________________________________( ) RESISTENCIA À EXTRAÇÃO DO CABELO DO FOLÍCULO PILOSO: ____________________________________( ) RESISTÊNCIA DO CABELO À TRAÇÃO: ________________________________________________________( ) LÂMPADA DE WOOD: ___________________________________________________________________( ) TESTE DA LUZ FLUORESCENTE: _____________________________________________________________( ) MICROSCOPIA ÓPTICA COMUM: ___________________________________________________________( ) MICROSCOPIA ELETRÔNICA: ______________________________________________________________( ) ANÁLISE DOS CABELOS ELIMINADOS ESPONTANEAMENTE: ______________________________________

Área comprometida: ( ) Localizada: ( ) Lesão única ( ) Múltiplas( ) Total ( ) Rarefação difusa ( ) Rarefação frontoparietal( ) Retenção da linha frontal ( ) Recessão bitemporal ( ) Vértex( ) Outras regiões: _________________________________________________________________________Outras regiões: _____________________________________________________________________________Alterações do couro cabeludo:( ) Não ( ) Sim: ( ) atrofia ( ) escama ( ) eritema ( ) outras: __________________________

Topo da cabeça

(parietal)

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1.2 MANOBRAS DE AUXÍLIO PARA DIAGNÓSTICO

A seguir serão descritas algumas manobras que auxiliarão ora no diagnóstico ora na avaliação da

intensidade da doença e por vezes para se estudar a evolução de uma patologia tricológica, quer

tratada ou não.

1) SINAL DE PREGUEAMENTO OU SINAL DE JACQUET

Se tentarmos fazer este enrugamento no couro cabeludo normal, ou seja, sem alopecia, perceberemos que a pele não "dobra".

No caso de alopecias do couro cabeludo, quando existe uma perda do folículo piloso, como ocorre nas

alopecias cicatriciais, o couro cabeludo passa a ter um comportamento idêntico ao da pele do corpo, ou

seja, torna-se facilmente pregueável, este é o "sinal do pregueamento" ou "sinal de jacquet" .

O sinal de jacquet negativo significa que o couro cabeludo não formou pregas.

No caso da alopecia androgenética padrão masculino, em fases muito evoluídas, o teste se torna

positivo.

A pele do corpo é macia e pregueável.

Se colocarmos os dedos polegar e indicador, afastados entre si

a uma distância de mais ou menos 10 cm sobre a pele,

fizermos discreta compressão e aproximarmos um dedo do

outro, observaremos que a pele se "enruga".

No couro cabeludo a situação é diferente.

A grande quantidade de folículos pilosos existentes no couro

cabeludo, muito profundos, na maioria das vezes chegando ao

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Na alopecia areata o sinal de jacquet pode ser positivo, porém trata-se de um "falso-positivo", pois

nesta doença pode haver recuperação dos cabelos.

Em algumas alopecias cicatriciais como o lúpus eritematoso, queimaduras, e outras, a intensa fibrose

não deixa o couro cabeludo preguear, dando um sinal de jacquet "falso-negativo".

O sinal de jacquet nos orienta da presença ou não de folículos pilosos no couro cabeludo.

2) TESTE DA TRAÇÃO SUAVE (MANOBRA DE SABOURAUD - PULL TEST)

Serve para se ter uma noção da adesão do cabelo ao folículo piloso (pode estar alterado em algumas patologias).

O teste consiste em prender alguns fios de cabelos entre as polpas digitais do indicador e polegar, junto

à superfície da pele .

Ao realizar o exame, é necessário que os cabelos fiquem espalhados por toda a superfície de contato das polpas digitais, para que nenhum deles fique sem ser tracionado.

Uma quantidade muito grande de fios, faz com que os situados no centro do chumaço não sejam

tracionados.

A pressão exercida pelos dedos pode variar em muito entre os examinadores.

O importante é que a pressão exercida tem que ser o suficiente para que os pêlos se deslizem

firmemente entre os dedos

Em geral uma tração bem feita causa um pouco de desconforto ao paciente, mas não dor.

Cortam-se as extremidades distais (garras) e coloca-se um pedaço de manguito de látex com cerca de 2

cm de comprimento nas extremidades.

Deve-se fazer uma compressão e deslizar os dedos no sentido distal

dos cabelos, e então contar e analisar os cabelos que se desprendem

entre os dedos .

Em uma tentativa de padronizar o teste da tração

suave, pode-se substituir os dedos por uma pinça

cirúrgica de Allis (18 cm).

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Selecionam-se os chumaços de cabelos a serem testados.

Penteiam-se esses cabelos para desembaraçá-los.A seguir o chumaço de cabelos é esparramado sobre os manguitos e travando-se a pinça na região mais proximal possível dos cabelos.Desliza-se a pinça no sentido distal dos cabelos até sua extremidade distal.Normalmente nesta manobra são presos aproximadamente 100 fios.Neste caso a soltura de mais de 10 fios será considerado patológico.Este procedimento é realizado em várias regiões do couro cabeludo.O método com a pinça de Allis, tem as seguintes vantagens:

1) A pressão exercida sobre todos os fios será suave, pois a pinça não comprime como um porta agulhas;

2) A pressão sobre os fios será sempre constante, pois a pinça sempre trava com a mesma força; 3) A pressão sobre os cabelos também será uniforme4) Tem-se uma visão bem melhor sobre os cabelos tracionados; 5) Sempre tracionaremos aproximadamente a mesma quantidade de cabelos;

6) Os cabelos soltos, que ficam presos na pinça, podem ser levados diretamente ao dermatoscópio para análise na própria pinça; e

7) Caso a análise seja feita posteriormente, os cabelos presos na pinça podem ser colocados diretamente em um frasco.

Cuidados ao ser realizado o teste:

1) A sudorese e a oleosidade dos cabelos do examinado e dos próprios dedos do examinador podem

influir muito nos resultados.

2) É aconselhável o examinador lavar bem as mãos, e se necessário remover a oleosidade dos cabelos

a serem tracionados com uma mistura de partes iguais de álcool etílico e éter (licor de Hoffmann).

3) Cabelos muito longos principalmente ondulados podem dificultar o exame.

4) Nestes casos desliza-se os dedos ou a pinça, apenas alguns centímetros ao longo dos cabelos (da

pele até mais ou menos 20 cm no sentido distal dos cabelos).

5) Este deslize é suficiente para perceber a soltura de alguns fios.

6) Em cabelos muito curtos ou crespos a realização do exame é inviável.

7) A lavagem dos cabelos também pode influenciar no teste.

8) Ao lavar o couro cabeludo, muitos cabelos telógenos que já estavam prestes a cair são eliminados

com muita facilidade, isto pode gerar resultados errôneos.

9) Para se realizar um teste da tração, o examinado deve ficar alguns dias sem lavar os cabelos.

10) Alguns autores, propõem cinco dias, outros sugerem apenas um dia sem lavar os cabelos

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Local da cabeça a ser feito o exame:

1) Numa queda difusa - em vários pontos do couro cabeludo (em média de cinco lugares diferentes).

2) Em quedas localizadas como na alopecia areata, pseudopelada de Brocq (alopecia cicatricial

progressiva, normalmente causada por liquen plano) e outras - na periferia da lesão (se possível,

fazer o teste em uma área contralateral, em região normal).

3) Na alopecía androgenética deve-se fazer o teste em várias regiões da área calva e área normal.

Número de cabelos a serem tracionados:

1) A literatura não é unânime na quantidade de cabelos a ser tracionada.

2) Esta quantidade pode variar de 8 até 80 fios.

3) Se sugere aproximadamente 60 fios, e a média normal de fios que se soltam seria abaixo de seis

fios.

4) A quantidade de cabelos tracionados que é mais citada na literatura é de 8 a 10 fios.

Quantidade dos cabelos que se desprendem:

1) O examinador deve saber quantos fios está selecionando, para poder calcular quanto de cabelos

podem sair normalmente.

2) A porcentagem de cabelos tracionados é inferior a 10% de "arrancabilidade" dos cabelos

tracionados.

Qualidade dos pêlos que se desprendem:

1) Os cabelos removidas também podem ser analisados em uma lupa ou microscópio óptico comum.

2) Basicamente podemos ter cabelos telógenos, anágenos ou pêlos com hastes alteradas.

3) A quantidade de cabelos catágenos é desprezível.

Comentários sobre a análise dos tipos de cabelos extraídos:

a) Telógeno

A presença de telógeno com saco epitelial é um sinal claro de que a tração foi muito vigorosa, o que inutiliza totalmente a sua interpretação.

Algumas alterações no pêlo telógeno sem saco epitelial:

Hiperpigmentação na clava ou haste, pode ser sinal típico da alopecia areata (sinal de Widy);

Todo o cabelo telógeno extraído pelo teste da tração, não deve conter o saco epitelial (vestígio da bainha radicular externa)

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Sinal de Widy

2) Se os cabelos telógenos forem arrancados com muita facilidade e em grande quantidade, o diagnóstico de eflúvio telógeno é muito provável;

3) Na periferia de uma alopecia areata em atividade o teste pode revelar aumento de cabelos telógenos

e com hastes distróficas.

b) Anágeno

A presença de cabelos anágenos normais ou distróficos é sempre patológica (a não ser por uma

tração muito forte)

Cabelos anágenos normais podem ocorrer na placa de pseudopelada, pseudo tinea amiantácea,

síndrome da queda anágena, alopecia areata e outras.

Anágenos distróficos podem aparecer no eflúvio anágeno, na alopecia androgenética difusa e

algumas genodermatoses.

Haste

Pelo teste da tração suave algumas hastes podem se quebrar.

São exemplos de grande fragilidade da haste: algumas genodermatoses, alopecia areata,

tricorrexe nodosa, tricorrexe invaginada, manipulação cosmética dos cabelos e outras.

Deve ficar claro que muitas vezes mesmo quando há queixa de uma queda intensa, o teste pode

ser negativo e este fato não afasta uma queda de cabelos acentuada.

Nestes casos, devemos usar outras técnicas de avaliação tricológica.

3) TESTE DO PUXÃO OU HAIR FEATHERING

Feathering = depenar

No teste do puxão, os cabelos são firmemente presos entre os dedos e faz-se uma tração intensa

e abrupta, tendo o cuidado de não deixar os cabelos deslizarem por entre os dedos.

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O teste também pode ser realizado usando-se um porta-agulhas, estando suas extremidades envolvidas por um manguito de látex de 2 cm.

A finalidade do teste é determinar a fragilidade anormal das hastes e avaliar a adesividade dos cabelos ao folículo piloso.

A manobra deve ser feita em várias regiões do couro cabeludo e em cada região pode ser repetida

várias vezes.

Os pedaços de cabelos que quebraram e ficaram presos entre os dedos devem ser examinados em

um microscópio óptico comum.

Para este teste não é necessário deixar de lavar os cabelos.

Usando o porta-agulhas, em cada teste são presos cerca de 100 fios.

Segurando pelo cabo do porta-agulhas, dá-se alguns trancos, não o suficiente para quebrar ou

arrancar os cabelos normais.

Os fios que se desprendem no porta agulhas, devem ser levados para um dermatoscópio para análise

dos cabelos extraídos.

É um teste útil em genodermatoses em que há fragilidade da haste como: moniletrix,

pseudomoniletrix, tricorrexe nodosa, tricorrexe invaginada, pêlo torcido, pêlo encaracolado (kinky

hair), tricotiodistrofia; pós manipulações cosméticas como alisamentos químicos, alisamento a

quente, etc..

Os cabelos devem ser tracionados a uma distância entre dois e três centímetros do couro cabeludo.

Em alguns casos, como na tricorrexe nodosa distal e desgaste natural (weathering), o teste tem que

ser feito na região distal do fio, independente do tamanho do fio.

O teste do puxão também é útil na sindrome da queda anágena, eflúvio telógeno, pseudopelada, etc.

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4) TESTE DO ATRITO

É uma manobra feita para avaliar a fragilidade da haste.

Entre as afecções examinadas estão: genodermatoses como tricorrexe invaginada, moniletrix,

etc., distrofias da haste como na alopecia areata, tricorrexe nodosa, fragilidade adquirida pelo

desgaste natural e muitas outras patologias.

Normalmente o teste é melhor observado quando o paciente tem os cabelos com mais de 5

centímetros de comprimento.

Junta-se um chumaço com aproximadamente 100 a 150 fios de cabelos

Faz-se uma pequena torção em sua parte mais proximal para que fiquem todos juntos.

Com uma das mãos estendida, coloca-se sobre a palma a maior parte do chumaço de cabelos

isolados.

Com o dedo indicador/polegar da mão contralateral, comprime-se os cabelos contra a palma e

os atrita fazendo movimentos circulares.

Ao remover o chumaço de cabelos, deve-se ter o cuidado de dar uma pequena chacoalhada para soltar alguns possíveis cabelos quebrados presos no chumaço.

O exame é considerado positivo quando ficam pedaços de cabelos sobre a palma.

É conveniente que o teste seja feito com cabelos lavados e secos.

Cabelos molhados ou com substâncias oleosas, como condicionadores ou géis que dão brilho,

podem mascarar os resultados.

É conveniente que se repita a manobra, em várias regiões.

A maioria dos pacientes com fragilidade congênita da haste tem cabelos naturalmente curtos.

Já o desgaste natural ocorre predominantemente em pessoas com cabelos longos.

Caso o examinado tenha os cabelos muito longos, temos duas opções de realização teste:

a) se a doença é congênita fazer o teste próximo da superfície da pele cortando um chumaço de cabelos em um tamanho suficiente.

b) Caso a doença acometa a parte distal dos cabelos (desgaste natural) o teste pode ser feito com

o cabelo inteiro e em sua extremidade distal.

Os pedaços de cabelos podem ser observados pela microscopia óptica comum ou com

dermatoscópio para avaliar o tipo de fratura.

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5) TESTE DA GAZE

Este teste constitui-se em mais uma maneira de avaliar a fragilidade da haste dos cabelos.

Seu uso depende muito da habilidade do examinador, bem como tamanho, estilo e quantidade de

cabelos do examinado.

Devemos juntar um pequeno chumaço dos cabelos a serem examinados e o torcemos

suavemente ao longo de seu eixo longitudinal.

Com auxílio dos dedos (geralmente o indicador e o polegar), são feitas várias torções em vários

sentidos e atritos sobre a gaze. Havendo quebra de cabelos, os pedaços ficarão retidos sobre a

gaze e podem ser levados para análise pela microscopia óptica comum.

Este teste é feito para cabelos mais longos, geralmente acima de 5 cm de comprimento.

Em cabelos muito curtos este teste é inviável.

6) TESTE DO PENTE COM GAZE

Os movimentos têm que ser contínuos e lentos, repetidos em várias direções no couro cabeludo.

Usa-se um pente comum e gaze.

As pontas dos dentes do pente são introduzidas nas gazes que são levadas até o corpo do pente.

Várias gazes são colocadas em uma certa extensão

do pente.

A seguir, penteamos os cabelos a serem

pesquisados com o pente assim montado.

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Em caso de fragilidade da haste, pedaços de cabelos quebrados ficam presos na gaze.

Este teste pode ser feito em cabelos de qualquer tamanho, porém tem sua principal utilidade em

cabelos muito curtos.

Não só pedaços de cabelos podem ser retidos pela gaze.

Podemos colher também descamações para exames micológicos, assim como também, após tratar

os cabelos com uma substância ácida, como o, ácido acético (vinagre), coletar lêndeas ou até

mesmo o próprio piolho.

Os cabelos coletados são colocados diretamente sobre uma lâmina de vidro, e depois de cobertos

com lamínula e embebidos em água são levados diretamente ao microscópio óptico comum para

análise.

Este teste também avalia a integridade da haste.

E particularmente útil em pessoas negras, com estilo "afro”

Nestas pessoas, o índice de quebra de cabelos é muito grande

7) AVALIAÇÃO DA RISCA DOS CABELOS

Embora seja uma manobra de avaliação subjetiva, se for feita por um observador experiente, poderá fornecer valiosa informação.

Principalmente em casos de alopecias difusas ou áreas alopécicas esparsas pelo couro cabeludo.

Em geral, faz-se na região parietal, no plano sagital, mas pode ser realizada em várias regiões do couro cabeludo, inclusive comparando região com região.

Deve-se repartir os cabelos com um pente, penteando-os para um

lado e para outro.

Com as mãos espalmadas contra o couro cabeludo, forçar os

cabelos em sentidos opostos para formar uma "risca" no couro

cabeludo.

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Em uma pessoa sem problemas, a "risca" é discreta

Em pessoas com rarefação dos cabelos, ela pode ser bastante evidente e larga.

Em casos como na alopecia areata difusa, tricotilomania, etc., pode ser bastante irregular.

Na alopecia androgenética difusa na mulher, cerca de 50% das mulheres apresentam a risca na larga região frontal, diminuindo na direção do vértice.

É o sinal da árvore de natal - Christmas tree.

A manobra da risca dos cabelos é um parâmetro indicador da quantidade de cabelos do examinado.

Rarefação evidente e larga Alopécia difusa grau III

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8) TESTE DO DESLIZE

Utilizado quando existe alguma alteração na haste , como tricorrexe nodosa, pêlo torcido (Pili torti), lêndeas, moniletrix, triconodose e outras, principalmente quando o examinado tem cabelos longos.

A manobra consiste em segurar alguns fios pela sua extremidade distal, usando as polpas digitais do primeiro e segundo dedos esticando-os suavemente, perpendicularmente à superficie do couro cabeludo.

Com a outra mão, faz-se leve compressão dos cabelos entre as polpas digitais, também do primeiro e segundo dedos.

Pelo exame, deve-se notar também se as alterações são móveis ou fixas.

Entre as móveis: lêndeas, molduras capilares ou alguma crosta artefacta.

Entre as fixas: a tricorrexe nodosa, triconodose e outras.

O teste do deslize é importante para caracterizar alterações anatômicas na haste, sejam elas

intrínsecas ou extrínsecas.

 9) TESTE DA TORÇÃO DOS CABELOS

Com um chumaço de cabelos, correspondente a uma área arredondada com cerca de l0 cm de diâmetro do couro cabeludo, segurando por sua porção mais distal.

Torçer sobre seu eixo longitudinal até ficar compacto.

A partir daí poderemos ter quatro questões básicas:

Quando o examinado tem uma queda diária grande, crônica, patológica ou não, e obviamente

tendo uma reposição constante, ele terá cabelos de vários tamanhos.

Desliza-se várias vezes os dedos nos sentidos distal e proximal, em um movimento de vaivém.

Qualquer alteração da haste é percebida facilmente.

Os cabelos alterados devem ser removidos para análise microscópica.

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1. O chumaço terá sua parte proximal grossa e a parte distal mais fina (em forma de cone), com

vários cabelos emergindo em toda a extensão do chumaço.

Isto também pode ocorrer em algumas genodermatoses, quando os cabelos se quebram em vários

níveis, alopecias medicamentosas crônicas, quedas traumáticas e multas outras.

Também pode ocorrer em situações normais, quando uma pessoa tem um período de anágeno

muito curto, tendo portanto uma reposição grande e constante;

2. O chumaço é uniforme em toda sua extensão (cilíndrico) e poucas extremidades capilares

emergem sobre sua superfície. Esta situação pode acontecer em pessoas que tenham duração da

fase anágena muito longa, portanto uma quantidade de cabelos em reposição muito pequena, ou

que possuam uma deficiência de reposição como ocorre na alopecia androgenética difusa ou

alopecia do hipotiroidismo;

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3. Em sua extremidade proximal o chumaço é grosso e, abruptamente, se afina na direção distal. Este

fato pode acontecer após uma queda abrupta e parcial, com reposição uniforme, como acontece

alguns meses após um eflúvio telógeno ou alopecia areata;

4. Configuração totalmente irregular e disforme que ocorre em agressões químicas, como, por

exemplo, após alisamento mal feito; eflúvio anágeno persistente, tricotilomania e outras mais.

Este teste permite que as extremidades dos cabelos sejam avaliadas, independente do tamanho ou da

quantidade de cabelos.

O teste da torção nos dá uma visão do estado geral dos cabelos do examinado.

10) TESTE DA TONSURA

O teste da tonsura, na realidade, não é um exame, mas uma coleta de material para microscopia (Nome

mantido em função da descrição original do autor)

A coleta pode ser feita em qualquer região do couro cabeludo.

Não requer preparo prévio e os cabelos são examinados diretamente no microscópio óptico comum.

Pode-se usar duas técnicas de avaliação:

1) Uma fita adesiva transparente dupla face, e em uma das faces colocam-se os cabelos, enquanto e a

outra é presa diretamente na lâmina de vidro.

2) A tradicional colocação dos pêlos em uma lâmina de vidro e coberta por uma lamínula, não necessitando coloração especial, apenas água é adicionada.

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11) TESTE DA LAVAGEM

É a análise dos cabelos eliminados espontaneamente.

Este teste baseia-se na média constante de queda de cabelos.

Uma pessoa que sem problemas no couro cabeludo, poderá ter uma queda diária por exemplo de

50 fios.

O ato pentear, escovar, lavar ou qualquer outra manipulação faz com que os cabelos telógenos

se desprendam com muita facilidade.

Se esta pessoa ficar dois dias sem lavar e manipular os cabelos, terá talvez uma queda de uns 20

fios por dia.

Ao lavar , poderá cair mais de 100 fios, ao escovar um outro tanto, mas a média diária no final

ficará em 50 fios diários, daí a idéia popular de que lavar cabeça faz cair os cabelos.

Adultos de 30 a 50 anos, apresentam uma queda de aproximadamente 80 fios por lavagem.

Neste teste, pede-se ao paciente que fique cinco dias sem lavar ou escovar os cabelos

Quanto mais dias ficar sem lavar, mais preciso será o exame.

No final do quinto dia ele deverá lavar os cabelos sobre o lavatório, estando o ralo forrado com

uma toalha de cor contrastante com a dos cabelos de seus cabelos.

Esta toalha servirá como um filtro para coletar os cabelos que caíram.

Os cabelos também devem ser coletados no ato de enxugar e pentear, logo após esta lavagem.

Os fios coletados por este método deverão ser contados e se possível classificados ao

microscópio como telógenos, anágenos, quebrados ou distróficos.

Depende em muito da habilidade de quem vai realizar o teste.

Comparando o teste de lavagem com o teste da tração suave, e com a contagem diária, o de

lavagem mostrou ser o mais fidedigno para se fazer uma avaliação quantitativa em casos de

queda difusa de cabelos.

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12) RESISTENCIA À EXTRAÇÃO DO CABELO DO FOLÍCULO PILOSO

É a força que tem de ser exercida sobre um fio de cabelo para arrancá-lo do folículo piloso, sem arrebentá-lo.

Segundo estudiosos, pacientes com má nutrição protéico-calórica, tem massa de arrancabilidade menor

que indivíduos saudáveis.

Assim que o fio se soltar, lê-se diretamente na escala a força exercida sobre o pêlo.

Deve-se descontar a massa do porta-agulhas, que deve ser previamente avaliada.

Ao retirar o fio , determinar se é anágeno ou telógeno.

Patologias cuja resistência de um anágeno pode diminuir muito: pseudopelada de Brocq, pseudo tinha

amiantácea, a síndrome da queda anágena e outras.

Patologia cuja resistência de um telógeno está bastante reduzida: eflúvio telógeno.

Na alopecia androgenética, os cabelos telógenos não têm sua resistência alterada.

Para fazer esta medida , pode-se usar um tensiômetro

ortodôntico (tubo com uma mola interna presa a uma haste,

apresentando uma medida graduada que marca a massa

exercida).

A medida da massa é feita nos dois sentidos, quando se puxa ou se empurra a haste.

Prende-se o fio de cabelo a ser estudado em um porta-agulhas,

em cujas extremidades coloca-se um pedaço de manguito de

látex para os fios não deslizarem.

A seguir prende-se o tensiômetro em uma de suas alças e

traciona-se o tensiômetro lentamente no sentido longitudinal do

cabelo.

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13) RESISTÊNCIA DO CABELO À TRAÇÃO

É a força que devemos exercer sobre o fio para arrebentá-lo.

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Na indústria têxtil, a resistência de um fio qualquer à quebra, é chamada de tenacidade.

Existem várias patologias tricológicas em que esta tenacidade está diminuída.

Para estabelecer esta resistência utiliza-se também um tensiômetro.

Neste caso o fio deve estar solto, ou seja, não estar aderido ao folículo piloso.

Em cada uma das extremidades do cabelo é fixado um porta-agulhas, ambos com um pedaço de

manguito de látex nas extremidades.

Um deles fica preso em uma das mãos do examinador e o outro é fixado no tensiômetro

A seguir puxado no sentido longitudinal do pêlo, até que este se quebre

Neste momento tem-se a tensão necessária para parti-lo.

A resistência se deve ao córtex e às cutículas, que mantém a integridade do córtex.

Não há necessidade de saber se o cabelo é anágeno ou telógeno.

Estudos mostram que há uma diminuição na resistência da haste na alopecia androgenética, pois há

alterações na síntese da ceratina.

Geralmente a tenacidade do cabelo está relacionada à sua elasticidade, ou seja, o cabelo ao ser

tracionado se alonga antes de seu rompimento.

Num estudo, o alongamento até a ruptura do cabelo crespo é 39,35 % contra 49,57% no cabelo liso,

ambos secos.

Quando molhados, o crespo se alonga 42,04%, enquanto o liso 61,61%.

trabalho , surgiram resultados um pouco diferentes: índice de alongamento até a ruptura do cabelo

crespo de 44% para quando estiver seco, e 27% quando molhado.

As principais alterações que têm a resistência da haste diminuída são: tricorrexe nodosa, pêlo torcido

(pili torti), doença de Menkes, moniletrix, pseudomoniletrix, tricorrexe invaginada, tricotiodistrofia e

distrofia intermintente do folículo piloso.

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14) LÂMPADA DE WOOD

É também é conhecida como "luz de Wood”.

Esta radiação é conseguida após a emissão da luz ultravioleta por um arco de mercúrio, a qual é

filtrada por uma chapa de vidro composto de silicato de bário e 9% de óxido de níquel.

A pessoa a ser examinada deve estar de preferência sentada em uma cadeira, em um ambiente totalmente escuro, e todo o couro cabeludo deve ser examinado.

A sala sem nenhuma iluminação faz com que a lâmpada tenha a sua melhor eficácia.

Algumas micoses do couro cabeludo e dos cabelos têm características muito específicas:

a) A Malassezía furfur apresenta uma fluorescência róseo-alaranjada.

b) Os fungos Microsporum canis e Microsporum audouini dão uma coloração verde-azulada.

c) O fungo Trichophyton schoenleini apresenta uma cor verde-palha.

d) A hiperceratose folicular resultante da tração dos cabelos, apresenta uma cor amarelo-rosada.

e) Molduras capilares também dão uma coloração amarelada.

f) As lêndeas têm um brilho próprio.

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ASPECTOS GERAIS DOS CABELOS

a) Caspas: pontos brancos (“neve/algodão”)

b) Seborréia: placas amareladas

c) Fio desidratado: verde (quanto mais desidratado, mais verde parece)

d) Fio semi-desidratado: levemente esverdeado

e) Fio hidratado: levemente violeta ou na cor natural dos cabelos

f) Tricoptilose: pontas amareladas / alaranjadas

g) Triconodose: pontos dos nós amarelados / alaranjados

h) Carcinoma (câncer): bordas na cor vinho e centro na cor preta

i) Tem uma utilidade especial em campanhas de saúde, quando se deve examinar grande número de

pessoas, principalmente com micoses ou lêndeas.

15) TESTE DA LUZ FLUORESCENTE

Em algumas situações, o examinado nega qualquer tipo de manipulação dos cabelos, como é o caso da tricotilomania, tricocriptomania.

Tricocriptomania, é o desejo compulsivo de cortar os cabelos com as unhas - indivíduo não arranca,

somente corta com as unhas).

Mesmo com o diagnóstico definitivo , indivíduo e seus acompanhantes, na maioria das vezes, não

aceitam este diagnóstico.

Para isso , costuma-se fazer em pacientes com suspeita de manipulação proposital dos cabelos, o

chamado "teste da luz fluorescente".

Utiliza-se a tinta usada nas canetas tipo marcador de texto (a tinta pura pode ser fornecida pela

indústria Pilot Pen do Brasil).

A tinta fluorescente existe em várias cores: amarela, vermelha, laranja e verde. Deve-se usar a cor mais

próxima possível da coloração dos cabelos do examinado.

A solução é assim preparada: em um pequeno recipiente coloca-se 5 cm3 de vaselina líquida.

Com uma seringa de 1 cm 3, as do tipo usada para injeção de insulina, adiciona-se lentamente algumas

gotículas da tinta até dar coloração suficiente para dar brilho quando iluminada com luz de Wood.

Quando a pessoa vier ao local onde será submetida ao exame, sem que ela perceba, passa-se

discretamente a solução no couro cabeludo e parte proximal das hastes.

Pede-se então para ela voltar no dia seguinte, sem lavar os cabelos para a realização de novo exame.

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Este teste é útil para convencer os acompanhantes e/ou familiares da existência de uma manipulação.

O teste pode auxiliar muito em casos de tricotilomania, principalmente em crianças muito pequenas.

16) MICROSCOPIA ÓPTICA COMUM

O microscópio óptico comum é, sem dúvida, o instrumento mais valioso para o diagnóstico em tricologia.

É utilizado para a realização do tricograma, para uma análise dos cabelos eliminados espontaneamente,

para um exame anatomopatológico, para uma citologia, para um exame micológico, para verificação do

diâmetro do cabelo e outros.

Os cabelos analisados de imediato, após coleta pelo método da tonsura, devem ser preparados para

estudo. São dois, os métodos de preparo mais usados:

1. Os cabelos são colocados diretamente sobre um lâmina comum de vidro que será coberta com uma

lamínula para que os fios fiquem no mesmo plano, o que facilita a localização do aparelho.

Para facilitar a visualização da haste pode-se colocar uma gota de água entre a lâmina e a lamínula.

2. O segundo método é o uso de uma fita adesiva transparente de dupla face para fixar os cabelos na

lâmina de vidro.

Caso o cabelo tenha mais que 7 cm, devemos cortá-lo em pedaços de aproximadamente 5 cm.

Nos cabelos muito longos, utilizamos sempre o primeiro e último segmentos e 1 ou 2 intermediários.

VERIFICAR ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

Examina-se a mão dela com a lâmpada de Wood

Caso tenha manipulado os cabelos, a tinta

impregnada em suas mãos ou unhas, dará uma

fluorescência muito intensa.

Mesmo que o examinado tenha lavado as mãos a

fluorescência permanecerá.

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17) MICROSCOPIA ELETRÔNICA

A microscopia eletrônica, em especial a microscopia eletrônica de varredura (MEV) - Scanning Electron Microscopy (SEM), é um recurso propedêutico útil na tricologia.

Alterações estruturais como pili torti, moniletrix, tricorrexe nodosa e outras dão imagens muito

claras e precisas do processo.

CUTÍCULAS

TRICOTIODISTROFIA

MONILETRIX

PILLI TORTI

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Em média o MEV aumenta 100 a 2.000 vezes.

Tem sua principal utilização em tricologia, na caracterização de alterações da cutícula do cabelo.

Sulcos longitudinais podem ser vistos facilmente na MEV, enquanto que na microscopia óptica comun

esta imagem não é vista adequadamente.

TRICONODOSE

TRICORREXE NODOSA

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1.3 ANÁLISE DOS CABELOS ELIMINADOS ESPONTANEAMENTE

(José Marcos Pereira, Propedêutica das Doenças dos Cabelos e do Couro Cabeludo, 2001)

.

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