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CANTARES DE SALOMÃO CANTARES DE SALOMÃO CAPÍTULO III No capítulo III está a descrição do arrebatamento da Igreja, a hora desse arrebatamento, a ansiedade com que o mundo vem buscando o Senhor de três séculos para cá. Temos presenciado o empenho, os grandes avivamentos, as cruzadas evangelísticas, a divulgação do evangelho pela multimídia. Tudo isso faz parte dessa busca. Entretanto, já no versículo 1 nós vemos com clareza que trata-se de uma busca aparente, e por isso mesmo, infrutífera, porque a grande maioria está buscando o Senhor de modo errado, portanto, não vai encontrá-lo. Estas pessoas estão buscando o Senhor no comodismo, à noite, no escuro, nos vários caminhos mostrados pelo cristianismo de hoje, caminhos estes sem a luz, sem a revelação. O verdadeiro e único caminho é aquele onde há luz, onde está a revelação, onde o Senhor Jesus está presente, onde o Espírito Santo está presente, revelando todas as coisas. Quem não está neste caminho, está na Religião, está no escuro, numa teologia estática, própria da Religião. No versículo 6 , nós vemos que a Igreja sobe. De que forma ela sobe? Ela sobe do mundo com a intercessão, com a glorificação. Esta é a descrição do fato em si, deste acontecimento maravilhoso e ansiosamente esperado, que é o arrebatamento da Igreja, e para isso é necessário que todos nós estejamos integrados neste conjunto de coisas, que são as lutas (o fogo), as afrontas (a mirra), as orações (incenso), a glorificação e o louvor (toda sorte de pós aromáticos). Ao mesmo tempo que o capítulo fala do conjunto, ele fala, individualmente, do momento, do preparo das pessoas e isto tudo nós podemos no versículo 9. O versículo 9 fala do palanquim de madeira do Líbano, que são as doutrinas que envolvem a Igreja nesta última hora: Colunas de prata – A coluna fala da sustentação e a prata fala da redenção. Estrado de ouro – O ouro fala do poder de Deus.

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CANTARES DE SALOMÃOCANTARES DE SALOMÃO

CAPÍTULO III

No capítulo III está a descrição do arrebatamento da Igreja, a hora desse arrebatamento, a ansiedade com que o mundo vem buscando o Senhor de três séculos para cá.

Temos presenciado o empenho, os grandes avivamentos, as cruzadas evangelísticas, a divulgação do evangelho pela multimídia. Tudo isso faz parte dessa busca.

Entretanto, já no versículo 1 nós vemos com clareza que trata-se de uma busca aparente, e por isso mesmo, infrutífera, porque a grande maioria está buscando o Senhor de modo errado, portanto, não vai encontrá-lo. Estas pessoas estão buscando o Senhor no comodismo, à noite, no escuro, nos vários caminhos mostrados pelo cristianismo de hoje, caminhos estes sem a luz, sem a revelação.

O verdadeiro e único caminho é aquele onde há luz, onde está a revelação, onde o Senhor Jesus está presente, onde o Espírito Santo está presente, revelando todas as coisas.

Quem não está neste caminho, está na Religião, está no escuro, numa teologia estática, própria da Religião.

No versículo 6, nós vemos que a Igreja sobe. De que forma ela sobe?

Ela sobe do mundo com a intercessão, com a glorificação.Esta é a descrição do fato em si, deste acontecimento maravilhoso e ansiosamente

esperado, que é o arrebatamento da Igreja, e para isso é necessário que todos nós estejamos integrados neste conjunto de coisas, que são as lutas (o fogo), as afrontas (a mirra), as orações (incenso), a glorificação e o louvor (toda sorte de pós aromáticos).

Ao mesmo tempo que o capítulo fala do conjunto, ele fala, individualmente, do momento, do preparo das pessoas e isto tudo nós podemos no versículo 9.

O versículo 9 fala do palanquim de madeira do Líbano, que são as doutrinas que envolvem a Igreja nesta última hora:

Colunas de prata – A coluna fala da sustentação e a prata fala da redenção.Estrado de ouro – O ouro fala do poder de Deus.Assento de púrpura – O assento fala do descanso e a púrpura fala do sangue de Jesus,

portanto, esta figura fala do descanso no sangue de Jesus, revestido do Espírito Santo, revestido do amor de Deus revelado em Cristo, que deu a sua vida por nós, inclusive pelas filhas de Jerusalém que o desprezaram.

REDENÇÃO PELO PODER DO SANGUE DE JESUS PRATA OURO PÚRPURA

Nesta hora a Igreja tem que estar debaixo do poder do sangue de Jesus, por isso toda a doutrina é baseada no poder do sangue de Jesus, porque o enfeite do palanquim é a nossa vida, que está diretamente relacionada com o Senhor Jesus. A nossa relação com o Senhor Jesus está baseada neste ponto, ou seja, estarmos redimidos pelo poder do sangue de Jesus, por isso o clamor pelo sangue de Jesus (Eles venceram pelo sangue do Cordeiro), portanto, o livro de Cantares é um livro de uma atualização notável. A doutrina do clamor pelo sangue de Jesus está aqui e prossegue no capítulo seguinte, com a projeção da revelação, no sentido pessoal, individual, como rebanho e tudo mais.

No versículo 11 há uma palavra para as filhas de Sião, para que elas saiam e contemplem o rei Salomão, que é tipo do Espírito Santo, com a coroa que o coroou a sua mãe no dia do seu casamento.

Aqui está-se falando do Senhor Jesus, da Igreja, mas quem está fazendo toda a obra é o Espírito Santo, a coroa do Espírito Santo é a Igreja, é a obra que Ele está realizando para este encontro do Senhor Jesus com a sua Igreja.

As filhas de Sião representam Israel, que rejeitou o Espírito Santo, porque rejeitou a bênção do sangue, porque rejeitou o sacrifício de Jesus. Mas Sião verá isto, ela contemplará o rei Salomão coroado.

Quando se fala em Sião, fala-se sempre do lugar profético para os salvos.

Sião aqui tem dois sentidos: é Igreja e é Israel.

Esta Igreja estava no contexto de Sião: Vem ver Sião, vem ver a Igreja que ficou.

A Igreja Infiel, a Igreja que ficou, que decepcionou o noivo, que experimentou o sangue de Jesus e o rejeitou (e isso a faz mais responsável do que Israel e por isso ela não terá outra oportunidade).

Israel, que aqui está designado por Sião. Israel rejeitou o sangue sem o experimentar e é por este motivo que existe uma oportunidade para ele, que são as setenta semanas de Daniel. O Senhor pára para tratar com Israel e começa a tratar com a Igreja. Ele só volta a tratar com Israel após o período da Igreja.

CAPÍTULO IV

Este capítulo fala da contemplação de Jesus, do noivo à sua noiva, de como Ele quer ver a sua noiva. Nós já tivemos a oportunidade de ver isso, quando o livro trata da parte em que Jesus está na eternidade, junto do Pai e com o Espírito Santo presente. Ele descreve exatamente este momento do capítulo, quando mostra a condição que Ele está vivendo na eternidade.

____________________________________________________________________________________________

REVELAÇÃO NASCIMENTO MORTE ARREBATAMENTO DE JESUS DE JESUS ( ? )

PAI MINISTÉRIO PERÍODOFILHO TERRENO DE DAE. SANTO 1.000 JESUS IGREJA anos E___________________________________________________________________________________________E SALOMÃO 1.000 a.C.

Temos aqui a linha da eternidade.

O início da Igreja deu-se com os adventos da morte e ressurreição do Senhor Jesus.A Igreja vai existir precisamente no intervalo que vai desde a ressurreição de Jesus até o

arrebatamento.Salomão, que é tipo do Espírito Santo, recebe a revelação da eternidade e escreve o livro

de Cantares mil anos antes do nascimento do Senhor Jesus.Na eternidade, Pai e Filho conversavam e o Espírito Santo estava ali e entra naquele

diálogo, Ele participa daquela conversa. Não existia nada ainda relativo ao projeto de Deus.Lá na eternidade, o Senhor Jesus começa a falar da sua noiva, de como Ele gostaria que

ela fosse, Ele dá o perfil da sua futura noiva, uma noiva que Ele encontrará mil anos depois daquela conversa.

Naquele momento o Senhor Jesus ainda não havia descido ao mundo, Ele ainda não havia nascido como homem, Ele está há mil anos antes da sua morte e da sua ressurreição, conversando com o Pai sobre a sua amada, de como Ele queria ver a Igreja no dia do arrebatamento, de como Ele gostaria de ver a sua noiva.

Toda aquela previsão é registrada pelo Espírito Santo, através de Salomão, e ela chega até aos nossos dias, quase 3.000 anos depois, para vermos como o Senhor Jesus quer a Igreja dos nossos dias, que é a Igreja que vai ser arrebatada.

4:1 – Eis que és formosa,...

A primeira colocação do Senhor Jesus é a respeito da forma.O que significa a palavra formosa?Formosa é a que tem beleza de forma, uma forma definida, uma forma de equilíbrio, é a

forma determinada pela vida, é própria, é natural, peculiar de cada coisa, de cada pessoa.Uma moça pode dizer: Eu acho o meu noivo lindo. A cabeça dele parece um microfone.

Se ele fosse um microfone, ele teria a cabeça certa, adequada, linda, mas sendo um ser humano, não está conforme.

A beleza da forma é aquela que está dentro de um conjunto harmonioso, é um equilíbrio de formas que agrada em todos os aspectos, é o Belo.

Para o Senhor, a Igreja é formosa, ela não pode se parecer com nada diferente, a não ser com ela mesma, com a noiva do Senhor e para isso ela tem que ter sido gerada pelo Espírito Santo, por aquele que dá forma a todas as coisas. No Princípio criou Deus os céus e a terra. O Senhor criou todas as coisas. E disse: Haja luz. E houve luz.

Na perfeição da luz, na perfeição de todas as coisas, o mesmo que gerou aquilo que é bonito, que é natureza, os rios, os campos em flor, as florestas, as nascentes de água, os pássaros com todas as suas cores, esta beleza multiforme. A ordem foi atendida.

A Igreja também foi criada para existir dentro de uma ordem. Foi a desordem do homem que mudou o aspecto da Igreja. Hoje, quando se fala em Igreja, logo se pensa em um covil de ladrões, de mentirosos, de vigaristas e, infelizmente, temos muitos destes na Obra também. Às vezes você coloca alguém para trabalhar dentro de casa e ele acaba roubando as suas coisas. Ninguém entende isso. Você dá o emprego e, daqui a pouco, não quer mais trabalhar, é um preguiçoso, um acomodado e dá mal exemplo aos outros.

Não foi esta a Igreja que o Senhor projetou, esta é a Igreja Infiel, essa está fora do plano de Deus, essa não é formosa, o Senhor olha para ela e não se agrada do que vê.

Contudo há uma Igreja que vai ser arrebatada e quando isso acontecer, ela fará falta ao mundo porque ela é o sal da terra, é a luz do mundo.

Se houver na Obra um diácono vendo filmes, fazendo aquilo que agrada ao mundo, tira logo ele e manda embora, ele que vá para a Religião, para ser dono de uma denominação.

Somente esta palavra, formosa, é suficiente para ser levada às igrejas pelos pastores.A Igreja Fiel é formosa porque tem uma forma definida, ela tem firmeza; e quando a forma

é definida, ela é bela; e quando ela é bela, ela agrada, por isso ela é agradável, ela achou graça, a graça do Senhor Jesus. Na Igreja havia abundante graça. A graça do Senhor está sobre a Igreja e, então, Ele opera, dá sinais, faz prodígios, faz maravilhas.

A Igreja Infiel, entretanto, não tem a graça do Senhor, ela não é formosa, ela não está definida na sua posição, ela é imitadora do mundo, ela assimila as coisas do mundo, daquilo que todo o mundo diz ser a Igreja, mas que não é, é um bando de gente falando, gritando, sem saber exatamente o que querem.

Estamos a quase 2.000 anos do nascimento do Senhor Jesus e há 3.000 anos desta conversa que aconteceu lá na eternidade. A palavra estava com o Filho, Jesus falava a respeito da sua noiva, essa que está vivendo este último momento. Quando digo que ela é esta que está aqui, eu não estou afirmando que todos os que estão aqui pertencem à Igreja Fiel, se fosse assim, seria uma felicidade.

amiga minha, ...

A Igreja Fiel é amiga porque ela ainda não é noiva, não é esposa. Ela é amiga porque é tratada com intimidade, ela conhece as coisas do Senhor, mas ainda não conhece todos os mistérios. Estes mistérios serão revelados na eternidade, só a esposa conhecerá os mistérios do selo do Cordeiro.

Ela é amiga porque faz o que o Senhor manda fazer porque Ele disse: Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor, mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer. ( Jo. 15:14 e 15 )

Há uma mistura. Há amigos fiéis que fazem a vontade do Pai, mas há um outro grupo que não está fazendo a vontade do Senhor.

eis que és formosa; ...

Por que esta expressão está repetida?Porque na primeira vez em que ela aparece, está-se referindo à Igreja na sua totalidade, na

sua inteireza, no seu aspecto global, no conjunto. Na segunda vez, ela está-se referindo a cada parte do corpo, detalhe por detalhe do corpo da noiva.

O Senhor Jesus está falando com o Pai, na eternidade, Ele está almejando ver a noiva, Ele está sonhando com o acontecimento, com o arrebatamento da Igreja que será criada pelo Pai. E é por isso que o Espírito Santo não quer a Igreja misturada com o mundo, é por isso que Ele está retirando a Igreja do mundo, separando, esta é a tarefa dele, se isso falhar, falhou a Obra. Por quê?

Porque o Espírito Santo cria e a cada coisa que Ele cria, é uma coisa nova, Ele cria o perfeito, o belo, a formosura da eternidade. A Igreja é a reedição do projeto da eternidade para o mundo, para o homem, para que seja uma Igreja como nós somos. A oração sacerdotal de Jesus era neste sentido, para que o corpo, para que a Igreja seja uma só, assim como Ele é com o Pai e com o Espírito Santo. É necessário que exista esta afinidade, este entendimento, isto é fundamental para a Igreja dos últimos dias, é por isso que a Igreja recebe a mesma mensagem de fim de ano no Brasil e no restante do mundo, é por isso que há seminário, só esta Obra tem isso, porque se faltar a revelação vira anarquia, o povo vem e ninguém sabe porquê, ninguém sabe o que vem aprender.

Outro dia eu estava ouvindo o noticiário. Terminou o programa, o rádio continuou ligado, e então se ouviu o seguinte: Hoje nós vamos ter aquele encontro das quartas-feiras com as pessoas que ainda não conseguiram casar. Muitos têm casado aqui. Vamos ouvir o testemunho da irmã.

A irmã: Olha, eu quero dizer que o meu primeiro casamento não deu certo, nem o segundo, mas o terceiro eu tenho a certeza que vai dar certo. Graças e Aleluias a Jesus!

Perguntamos: Como estão os filhos dela?Este povo ainda não entendeu o processo de Deus, eles promovem casamentos, casam e

descasam com extrema naturalidade. Mas a Igreja Fiel não age assim, a Obra trata os casamentos com cuidado, com zelo, Olha, você vai casar. Veja se está na hora, se é esta pessoa, para que não tenha problema depois. Se não for esta, espera um pouquinho por outra que seja, mais ou menos, igual a você.

A finalidade de estudar-se o livro de Cantares, não é formar doutores em Cantares, mas é informar a necessidade, a condição da Igreja para a sobrevivência, e informar sobre aquilo que o Espírito Santo está mostrando sobre o que Ele quer.

Um irmão estava perguntando aqui no Presbitério sobre a possibilidade de casar-se na igreja. Acontece que ele já casou três vezes e esta seria a quarta vez. Pergunto: Qual é a doida que vai casar com um camarada deste? O lugar mais indicado para o casamento seria um hospício. O pessoal pensa que é assim.

A Obra tem que ser zelada até pelos doidos. Quando eu falo em doido, todos pensam que eu não gosto deles, mas não é isso não, eu gosto de todos eles.

Alguém me disse: Pastor, a igreja tal não tem culto profético. Eu fui lá e não tinha mesmo. Agora vejam, o doido estava certo, mas o pastor de lá, que deveria ser o certo...

os teus olhos são como os das pombas ...

Agora o Senhor começa a descrever, por partes, os detalhes da formosura da sua amiga.O Senhor vê a beleza nos olhos da Igreja, o Senhor os compara aos olhos da pomba porque

o olhar da Igreja é o olhar do Espírito Santo, a pomba simboliza o Espírito Santo, é um olhar sem maldade. Quando o Espírito Santo olha para as coisas do Senhor, é com um olhar sereno, tranqüilo. A Igreja olha para o Senhor sem o olhar da carne, mas como olhar do Espírito Santo.

Por que os olhos?Porque o olho reflete a luz. Você só enxerga porque o olho tem os elementos necessários

para refletir a luz, a densidade da luz é proporcional à capacidade do olho em refletir essa luz.A beleza da Igreja está no seu olhar porque ela reflete a luz de Jesus, que é a revelação. A

Igreja que não tem revelação, ela não tem como agradar a Jesus, Ele olha para ela e vê um olhar morto ou mesmo torto. Pode haver uma deficiência física, qualquer um de nós pode apresentar um estrabismo, mas não é disso que nós estamos falando.

A Igreja Fiel, a noiva que o Senhor Jesus quer, ela tem que ter um olhar que reflita a luz maravilhosa de Jesus.

Você está numa religião? A sua igreja é boa? Tem revelação?_ Não, a revelação que eu tenho é esta que estou levando do Maanaim.Meu amigo, esta revelação que você está levando daqui, ela vai acabar porque a revelação

é um processo, cada dia o Senhor revela uma coisa, cada dia é um renovar do projeto de Deus porque a Igreja está andando e, como a cada dia as trevas são mais densas, a luz tem que ser mais intensa, brilhar com maior intensidade.

A Igreja Fiel é aquela que enxerga o caminho, e para isso é preciso que ela reflita a luz, que ela reflita Jesus, que á a revelação. Quem está na luz, quem está na revelação, quem está no Espírito, quem está em santificação, enxerga o Caminho.

entre as tuas tranças; ...

As tranças trazem os cabelos arrumados. Se os cabelos estivessem desalinhados, O Senhor Jesus não poderia observar atentamente para os olhos da Igreja. Cabelos na frente do rosto atrapalham, escondem.

Os olhos da Igreja podem ser vistos perfeitamente, o sol brilha sobre eles e o olhar torna-se claro, limpo, a fronte está descoberta, aprumada, porque os cabelos estão arrumados. Os cabelos falam dos pensamentos, aqui eles estão ajustados.

São duas tranças, é a comunhão da Igreja com o Senhor Jesus, porque o número dois fala da comunhão. A Igreja vive isso, os seus pensamentos estão arrumados, na comunhão, não estão atrapalhando, nem tapando os seus olhos.

Se você tem revelação é uma coisa, mas se você tem imaginação, é outra coisa. Eu acho que Deus é bom Pai e por isso Ele não vai condenar as pessoas, porque Deus é amor. Isso é cabelo em cima dos olhos. Quem crê será salvo, mas quem não crê, já está condenado. Isso é revelação porque para cada ação, Ele coloca um juízo, aqui não tem cabelo em cima dos olhos. Viram a diferença?

A Igreja que vai ser arrebatada não tem nada que a impeça de ter a revelação. Ou há revelação ou não há nada porque os pensamentos estão arrumados, os pensamentos estão firmes, seguros, por isso os segredos da Obra.

Quais são estes segredos?São as revelações que estão contidas nela mesma, são as revelações que estão contidas na

Palavra, é a consulta à Palavra, é o clamor pelo sangue de Jesus (uma arma poderosa ), é o louvor revelado, é a existência dela como revelação.

Vamos fazer uma observação para os pastores e obreiros em geral. Nós não estamos preocupados que hajam pessoas espiritualmente desequilibradas no nosso meio porque nós sabemos que o Espírito Santo está dando forma ao corpo e esse tipo de pessoa não vai permanecer. Essas pessoas apresentam motivos, razões para saírem do pecado, e entrar, de qualquer jeito na Obra, na Igreja, na comunidade do Senhor, mas elas não vão permanecer, porque a Palavra diz que os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos.(Sl. 1:5) Não é necessário que o pastor fique naquela preocupação de colocá-las para fora, porque se colocar para fora todo aquele que estiver errado, ele vai tirar 95% da congregação. É preciso esperar, porque a Palavra diz: Deixai crescer o joio e o trigo juntos até a ceifa. ( Mt. 13:30 ) . Não há por que ficarmos apreensivos, preocupados, não estamos na Religião, nós estamos na Obra onde o Espírito Santo é quem conduz, a revelação está presente e com ela, o próprio Senhor vai tirando tais pessoas. Com a revelação presente, este grupo, mal vai entrando, vai freiando, dá marcha-ré e acaba saindo.

o teu cabelo é como o rebanho de cabras que pastam no monte de Gileade.

A descrição aqui não é mais das tranças, mas dos cabelos.Vamos imaginar o monte de Gileade, o mar Morto, as campinas, os pastos e o rebanho.

Quem olhasse de longe veria todo o rebanho de uma maneira compacta, não conseguiria ver um animal isoladamente, ele veria uma ondulação, um movimento, ora para cima, ora para baixo, um grupo subindo, outro descendo, outro pulando os obstáculos naturais do monte, das pastagens férteis pela proximidade do mar (no entanto, o mar em si mesmo não produzia nada).

Quando o Senhor Jesus compara os cabelos da Igreja ao rebanho de cabras que estão no monte, Ele está falando de uma doutrina não estática. Quando Ele fala em tranças, você pode pensar que são coisas estáticas, mas quando Ele fala em rebanho, você vê a doutrina da Obra porque ela caminha, ela é dinâmica, não é estática, são cabelos ondulantes, porém compactados, arrumados nas tranças, são como rebanhos.

Uma coisa é a mente firme do Senhor, os pensamentos, toda a obra do Senhor, de uma maneira bem clara, bem definida, onde não há ponta, não há ninguém pensando de modo diferente, e isso não é ser estático, a revelação é dinâmica, à medida que o rebanho caminha, ele vai descobrindo os pastos verdes, ele vai descobrindo o alimento, o Pão da vida. Quando o salmista diz: Conduz-me a pastos verdejantes, isto significa pão verde, é vida, é o Pão da vida. As águas tranqüilas são a Água da vida.

A Igreja caminha e nesta hora o seu pensamento movimenta-se, ora lá em cima, ora lá embaixo, mas é um caminhar, é ondulante, é a forma dinâmica com que o Senhor quer mostrar a doutrina da Obra e essa doutrina é um caminhar constante, não apenas as tranças, mas os cabelos estão firmes.

A doutrina está disciplinada, ela não avança adiante da revelação, é a revelação que faz o rebanho caminhar na direção do Pastor, é Ele quem conduz o rebanho aos pastos verdejantes, é o Senhor Jesus, é a própria revelação que vai na frente do rebanho, e aí está a dinâmica da Obra. Quem veio nos anos anteriores ouviu muita coisa sobre este assunto, e quem vem agora está ouvindo outras coisas. Isso quer dizer que a Obra mudou? A doutrina do clamor pelo sangue de Jesus mudou?

Absolutamente, isso quer dizer que a doutrina se aperfeiçoou, projetou-se mais, ficou mais adequada para o momento que estamos vivendo, tomou mais velocidade, tomou uma nova direção, uma nova dimensão, mas ela é a mesma, é o clamor, agora vivido e aperfeiçoado.

4:2 – Os teus dentes ...

O detalhe agora são os dentes. Os dentes são bonitos no conjunto e a Igreja é um conjunto.Quando você olha para a dentadura de uma pessoa, você nunca olha para um determinado

dente, isoladamente, você olha para o conjunto.Os dentes são necessários por vários motivos.1) No processo da alimentação. - Os dentes mastigam o alimento, sem eles você vai ter um

problema digestivo porque o alimento não foi devidamente triturado na boca, pelos dentes e isso vai sobrecarregar o estômago na finalização deste processo que não é de sua responsabilidade.

Cada dente tem a sua função, uns cortam, outros trituram, outros dividem para que o alimento seja melhor ensalivado.

A Igreja se nutre, ela absorve tudo e isto tem que estar em ótimas condições para ser digerido por ela.

Por que os dentes são comparados a um rebanho?Porque quando a Igreja se apresenta, ela se apresenta diferente de todo o mundo, ela

mostra o seu vigor. Quando você encontra uma pessoa de idade, salvo as exceções, que tenha a dentadura natural, perfeita e completa, você verá que se trata de uma pessoa saudável.

Dentes bons e perfeitos são importantes porque a mastigação é a absorção, e se os dentes estiverem em mau estado, eles se tornarão nocivos ao organismo e deverão ser extraídos e substituídos.

A apresentação da Igreja não é só no triturar, no digerir o alimento que recebe, que é a bênção do Espírito Santo, mas é uma apresentação em conjunto.

2) Na aparência - Dentes bonitos e saudáveis é uma questão de apresentação, de boa aparência. O sorriso tem que ser belo.

3) Na estrutura facial - A formação facial está muito em função dos dentes.Quando você perde um dente na infância, você já vai apresentar uma modificação no

processo articular. A eficiência da mastigação diminui e os problemas aumentam.A arquitetura facial está em função dos dentes. Você perde um dente, depois perde tecido

ósseo e aí começam a aparecer as primeiras rugas precoces.

4) Na fala - A articulação da fala também está em função dos dentes. Às vezes você vê pessoas com problemas de dicção porque na falta do dente, sobra tecido, é a famosa boca de galocha, os fonemas saem trocados.

Sem os dentes a arquitetura facial desmorona.

A Igreja tem todos os dentes, é uma perfeição, ela está sempre sorrindo, mastigando, alimentando-se corretamente, pronunciando bem todas as palavras, sem rugas, a sua fala, o seu sorriso, a sua apresentação não deixam dúvidas de que ela é a Igreja do Senhor Jesus.

São como o rebanho de ovelhas tosquiadas, ...

Por que os seus dentes são como ovelhas tosquiadas?

Porque as ovelhas tosquiadas não pegam carrapicho, não pegam sujeira, são mais fáceis de serem lavadas.

A ovelha que vai ser arrebatada, ela tem que estar sempre tosquiada, é uma aparada aqui, outra ali, o Senhor vem e conserta uma coisa e outra na nossa vida. Isso é ser tosquiada, e nesse processo contínuo, todas se tornam iguais. Nós somos iguais quando o Espírito Santo está podendo trabalhar em todos nós, juntos, se Ele não está podendo acertar o irmão ali, ou a mim, é porque Ele não está podendo trabalhar nos demais porque, neste caso, onde estaria o rebanho? Onde estaria o conjunto?

O rebanho somos todos nós, Esse igualar do rebanho está em função de permitir ao tosquiador que faça a tosa em todas as ovelhas, sem exceção.

que sobem do lavadouro, ...

O subir do lavadouro está muito relacionado com o clamor pelo sangue de Jesus.

Em todos os momentos a Igreja está realizando este ato, que é o clamor pelo sangue de Jesus.

Nós podemos entender a figura do lagar. Os homens pisavam as uvas no lagar e o suco delas caía em um vaso colocado embaixo dele.

Jesus foi moído, foi pisado por amor de nós, Ele foi pisado no lagar. A Bíblia fala do Eia!, dos que pisavam no lagar, era a festa. A uva era colhida e depois jogada no lagar e ali eles começavam a pisá-las e a cantar. Eles cantavam um cântico que estava muito relacionado com o pisar nas uvas porque eles pisavam e bebiam do seu suco e isso está com o Senhor Jesus. Ele foi pisado por amor de nós, Ele morreu por amor de nós, a uva é pisada e vem o seu suco. O Senhor Jesus foi pisado como o cabeça e nós como corpo.

Quando é que nós somos pisados como corpo?Quando eu quero alguma coisa que me interessa, mas não interessa ao Senhor, a minha

carne tende para o meu interesse, mas o Espírito diz não. Quando Ele diz não e eu aceito, eu morri para aquilo que eu queria, eu estou pisado, crucificado com Cristo, morto, mas eu ressuscito para uma nova vida.

A vida do crente é esta, morte e ressurreição, morte e ressurreição, um ciclo constante, contínuo.

Todas as vezes que nós estamos clamando pelo sangue de Jesus, nós estamos realizando este ato, que é mistério, que é a ressurreição. Por quê?

Porque a uva foi moída, foi pisada e o seu suco caiu como espírito. A carne foi moída, mas ressuscita o espírito, é o novo nascimento, é a nova experiência, é a mentalidade nova que aponta para a vida.

Aí está a diferença entre nós e o mundo. O mundo morre na carne e no espírito, mas nós só morremos na carne, porém, ressuscitamos no espírito.

A Igreja não prega ressurreição, ela vive ressurreição, ela vive este ato a todo instante. Quanto mais eu morro, tanto mais ressuscito porque quando eu morro, o resultado da minha morte é o Espírito que vive em mim, que é o Espírito Santo. Não mais vivo eu, mas Cristo vive em mim, é a ressurreição para a vida.

Nós estamos chamando a atenção da Igreja nestes últimos tempos para este entendimento. A Igreja que vai ser arrebatada é uma Igreja que está morrendo e ressuscitando todos os dias, é um ciclo. Se nós não morrermos em Cristo, não teremos a ressurreição, não seremos novas criaturas. Quando nós morremos com Cristo, nós somos a nova criatura para a nova vida, para a vida eterna, nós morremos para a vida terrena e nascemos para a vida eterna.

As ovelhas sobem do lavadouro, elas estão sempre subindo. E de que forma?

Elas estão sempre subindo através do clamor pelo sangue de Jesus, e aí está a grande doutrina que nós podemos entender.

No capítulo anterior nós vimos que o palanquim foi feito com madeira do Líbano, com prata (redenção), com ouro (poder) e com púrpura (o sangue de Jesus), mas neste capítulo aqui nós vemos a dinâmica, ele mostra um corpo andando, é a dinâmica deste corpo e isso é que é importante, não estamos tratando de algo estático, mas de algo dinâmico, que é o corpo, que é a própria vida, é o Senhor Jesus. Em nenhum momento o Senhor mostra uma Igreja que não seja dinâmica.

O primeiro ponto são os olhos. Os olhos são como os das pombas e você entende perfeitamente que se trata de pombas vivas, Ele não fala de uma coisa morta.

O segundo ponto são os cabelos, eles têm um movimento ordeiro, homogêneo, são como ovelhas que pastam no monte.

O terceiro ponto são os dentes, eles são como ovelhas tosquiadas que sobem do lavadouro, elas estão em movimento, há toda uma dinâmica que está relacionada com a vida, uma vida que caminha em direção à eternidade.

Elas sobem do lavadouro e continuam subindo. O verbo é contínuo, é o clamor pelo sangue de Jesus, é a posição individual da Igreja no seu conjunto. Não existe uma pessoa na Igreja que não tenha sido tosquiada e que não esteja passando constantemente pelo lavadouro. Por quê?

Porque Jesus virá buscar a sua Igreja numa hora que ninguém conhece e é necessário que ela esteja atenta, pronta, purificada. A Igreja está no clamor, está na revelação, está na vida eterna, o tempo dela está contado para a vida eterna.

Quando o Senhor Jesus voltar, se a Igreja estiver fora do clamor, ela até pode se justificar dizendo que a carne é fraca, mas mesmo assim ela vai ficar. No momento que o Senhor Jesus vier buscar a Igreja, se você estiver em falta com o Senhor, como é que você vai? Não houve tempo para você se recuperar, você foi apanhado de surpresa, como vai ser?

A Igreja desta última hora está nesta dinâmica de corpo, constantemente em movimento, olhos, cabelos, dentes, é essa posição de rebanho que a Igreja deve ter, assim ela está recebendo vida, está transformando tudo o que é seu em vida, todo o seu trabalho é transformar, é viver a vida que está profetizada para ela.

e das quais, todas produzem gêmeos e nenhum há estéril entre elas.

A característica da Obra do Senhor é o crescimento. A característica daquilo que é do Espírito é o crescimento. Não há esterilidade, ao contrário, todas produzem gêmeos, um rebanho que cresce numa progressão geométrica, e isso mostra uma dinâmica mais do que evidente, o resultado é definido, não há que se esperar um outro resultado. É uma Igreja fértil, com todas as condições para crescer.

4:3 – Os teu lábios são como um fio de escarlate, ...

Quando a pessoa fecha a boca, os lábios, inferior e superior, se unem e formam uma linha natural, vermelha, como um fio de escarlate.

Quando alguém faz uma prótese, é fundamental que o vermelho dos lábios apareça. O vermelho dos lábios torna-se mais visível quando a boca está fechada.

Com esta figura o Senhor está mostrando que o clamor pelo sangue de Jesus é um ato que se faz com a boca fechada. A Igreja se apresenta diante do Senhor de boca fechada, porque Deus não olha o que você está dizendo, mas olha para o coração. Quanto mais eu clamo pelo sangue de Jesus no meu interior, mais vida interior eu tenho. Quanto mais eu clamo exteriormente, mais eu estou morrendo. Quando você passa por uma estrada e vê muito sangue derramado no chão, você imediatamente associa aquilo à morte de alguém porque aquele sangue era vital para ele.

Uma das minhas clientes me disse que havia uma novela que tinha como chavão esta expressão: O sangue de Jesus tem poder. Toda hora eles falavam isso,

Na Obra não existe isso porque quando nós clamamos, não expomos a nossa posição diante do adversário, nós expomos a nossa comunhão com Deus, estabelecemos a nossa comunhão com o Senhor e Ele vai conosco.

Não é a palavra que vai ser dita que influenciará, que afastará o adversário (em uma circunstância especial, pode até acontecer), mas é a comunhão interior que definirá a ação da palavra e ela não precisa ser pronunciada e nem gritada, mas precisa tão somente ser vivida.

O clamor é feito no começo do culto porque é um momento de comunhão, porque tem visitantes, pessoas que não conhecem, por isso a Igreja inicia o culto clamando pelo sangue de Jesus.

A função da Igreja nesta última hora é proclamar este grande argumento do Cristianismo, toda a Obra está centrada nisto.

Da mesma forma que a Igreja primitiva foi perseguida e morta porque anunciava o poder do sangue de Jesus, A Igreja dos nossos dias também terá de dizer ao mundo que só o poder de Jesus salva, porque o mundo diz que é o sábado salva, que é a carne de porco que salva, que é o beijo que salva, que é o lava pé que salva, que é Maria quem salva, que é o batismo de água que salva.

A Obra foi levantada para dizer ao mundo esta grande mensagem, que é o poder do sangue de Jesus. Enquanto a Igreja existir, ela não pode deixar de proclamar essa verdade.

Nós tivemos dificuldades com alguns obreiros porque eles duvidavam disto e alguns começaram a influenciar a Igreja e arrastá-la para o lado deles. Alguns ainda estão com uma certa dificuldade para entender isso, o restante já saiu da Obra. E por quê?

Porque isso é fundamental na Obra, se alguém não aceita, não dá o devido valor e passa isso para a igreja, essa igreja não sobrevive, fica sem armas para vencer nesta última hora, ela será destruída porque toda a arma de defesa do crente está no clamor, e se ele não tiver esta defesa, ele será derrotado. O sangue é passado na verga da porta, exatamente como aconteceu com o povo de Israel na saída do Egito rumo à terra prometida.

A Igreja desta última hora vai sair com o sangue na verga da porta do seu coração porque ela entra e sai do mundo. Nós vivemos no mundo, mas não somos do mundo. E quando a Igreja sai de casa, ela sai da comunhão e entra no mundo sem ela, sem o sinal, que é o sangue. Quando ela vem do mundo e entra em casa, ela está na comunhão porque ela clamou pelo fato de estar em casa.

É essa a luta que se estabelece, é a única luta que nós podemos indicar para o crente ser vitorioso hoje, é a luta do poder do sangue de Jesus. Por outro lado, nenhuma revelação sai da eternidade sem que venha acompanhada pelo clamor pelo sangue de Jesus, o Senhor não faz nenhuma exceção.

Nós estamos vivendo o momento profético, o momento final da Igreja e por isso ela está clamando pelo sangue de Jesus. Por quê?

Porque Jesus é vida. Quando a Igreja clama, a vida que está em Jesus é revelada para a Igreja.

A Igreja participa do momento profético já predeterminado pelo Senhor para os fiéis. Não se trata de uma improvisação de Deus, o projeto já existe, o que não existe é a relação do homem com Deus, porque o homem não tem o clamor e não tendo o clamor, ele não descobre o mistério da eternidade.

A Igreja vai caminhando, o nosso relógio está apontando para um tempo que está correndo, o que nós falamos antes já é parte do passado, já ficou para trás. Isso quer dizer que a Igreja clama e acontece uma nova descoberta para ela. Ela descobriu por acaso? Ela descobriu porque Deus improvisou naquele momento?

Não, isso é porque a vida que o Senhor Jesus tem, é uma vida cheia de mistérios e, nesta última hora, Ele quer revelar todos eles à sua Igreja. Aí está o segredo da revelação, aí está o segredo da Obra, e por ser um segredo, não deve ser contado para os que estão de fora, à nossa volta, porque isso é um segredo do Senhor para a sua Igreja.

Um grupo de pessoas fora da Obra nos perguntou qual era o nosso segredo para que tivéssemos tudo isso. O segredo é o clamor. Se pararmos de clamar, acabou, o segredo do Senhor não será mais revelado para nós, e é por isso que muitos servos fracassam, a caminhada acaba porque o clamor é dinâmico, ele está movimentando toda a eternidade, todo o projeto de Deus. A nossa preocupação é a de levar toda a Igreja ao clamor.

Vivemos de pé, andando, saindo, chegando, voltando, morrendo, chorando, rindo. Clamor, vitória! Clamor, derrota! Clamor...

O clamor não é em vão, o Espírito Santo está movendo o trono da graça para o Pai apressar a vinda do Filho porque, neste pisar das uvas, quando eu morro, eu estou ressuscitando, já estamos vitoriosos, o Senhor quer nos dar a vitória a todo instante. A vitória está dada. Quando eu estou no clamor, quando a carne está sendo derrotada, a vitória é dada.

e o teu falar é doce; ...

Oh! Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! Mais doces do que o mel à minha boca. ( Sl. 119:103 )

O falar da Igreja é doce, todos querem (especialmente as crianças e a Igreja é criança porque se não nos fizermos como meninos, não entraremos no reino dos céus).

A doçura da Palavra é aquilo que faz brilhar os olhos, que nos anima para a luta, é aquilo que nos dá energia, que nos dá vigor para o trabalho.

Quando a Igreja fala, ela fala da Palavra, que é a palavra que está dentro do leão. O leão morreu e dentro dele foi gerado um favo de mel, esse é o enigma.

Não há nada mais doce do que o mel, que é a Palavra revelada do Leão da tribo de Judá, não há nada mais doce do que a morte e a ressurreição do Senhor Jesus. É isso que trazemos do

interior, o mel, que é a palavra que sai da boca da Igreja Fiel, do corpo de Jesus Cristo, e é por isso que nós estamos aqui, para ouvirmos a Palavra revelada pelo próprio Espírito.

A tua fronte é qual um pedaço de romã ...

A fronte está relacionada com a inteligência.Porque a fronte da Igreja é como um pedaço de romã e não como uma romã inteira?Porque a beleza do fruto está justamente no seu interior. O exterior é feio, a sua casca não

tem atrativo nenhum, quando ela se abre podemos ver a beleza dos seus muitos favos são muitas facetas, cada fibra daquela que é tirada, deixa à mostra outros favos, você descobre novas facetas.

A cor dos favos é rosa, a cor do sangue de Jesus. Há um hino que diz: É linda a cor do sangue de Jesus. É linda a cor do Espírito Santo, da presença do Senhor, da bênção do Senhor nos corações.

São muitas as facetas. Não é um só momento, é aquilo que destila, é aquilo que se revela a cada instante, é uma novidade, é um mistério a cada momento, a cada olhar dela, a cada virada do rosto é uma posição nova, é o lustro dos favos, são muitos frutos, ela não tem um fruto somente, e cada semente será uma nova romeira.

A Palavra que o Senhor quer nos dar é acerca da beleza desse conjunto.

entre as tuas tranças.

As tranças deixam o rosto bem visível, nada fica escondido, nada de cabelos que possam atrapalhar a beleza da fronte, do olhar, dos dentes, dos lábios. Nada esconde a formosura da Igreja, aquilo que a identifica com o corpo do Senhor Jesus, uma formosura que Ele quer encontrar nela.

Todas as vezes que colocamos argumentos humanos, nós estamos colocando cabelos na frente, nós estamos tapando, escondendo a formosura, mas a Igreja que vai ser arrebatada não vai admitir outra coisa que não seja a revelação. Tem-se mostrado, freqüentemente, a necessidade da revelação. Não é possível caminhar na Obra sem revelação. A pior religião que existe é a Obra sem revelação porque assim não é Obra do Senhor, ela é obra do homem.

Tem gente que quando ora, diz assim: Senhor, a tua obra..., colocam até entonação, tremem a voz para dizer que a Obra é de Jesus, mas não obedecem, não têm revelação, não têm nada. Essa gente deveria orar assim: Senhor, a minha obra... Nessa aí o Senhor não está com certeza.

O Senhor tem a Obra dele e esta ninguém vai mudar, não adianta chorar nem gritar nem tremer porque nós sabemos que o Senhor tem um plano, e sabemos também que o aceitamos ou erramos de vez, não tem acordo, não tem jeitinho. A revelação, a concepção do projeto desde a eternidade, não pode ser mudada, o plano está definido, está selado. E como foi selado?

O Senhor disse: Mas antes que isso aconteça, irei ao monte da mirra e ao outeiro do incenso. Ele estava falando da sua morte. O monte da mirra é o Getsêmane, o monte das Oliveiras, Ele foi moído por nós. O outeiro do incenso é o Gólgota, o lugar chamado Caveira, onde Ele foi oferecido por sacrifício para perfumar a vida as nossas vidas, porque o mau cheiro do pecado não é aceito por Deus Pai, mas pelo sangue de Jesus, Ele aceita. Se você vem pelo sangue de Jesus, você entra, o Pai só aceita porque você tem o perfume do incenso. Naquela ocasião eles matavam o animal e colocavam incenso no templo para não ficar o mau cheiro do sangue.

O Getsêmane é o lugar da prensa do óleo, do azeite. As olivas vinham para ali e eram moídas por umas pedras grandes, próprias para este serviço. O óleo era extraído para ser usado.

Este foi o preço que o Senhor Jesus pagou e por isso Ele não vai aceitar o que você pensa, Ele não aceita o pensamento de ninguém. Ou temos uma estrutura para revelação e caminhamos para ela, ou vamos perder o rumo. Então, qual é o segredo?

O segredo é o clamor pelo sangue de Jesus. Quem não clama não vai ter revelação, ele vai ter coisa parecida, vai ter uma mistura de revelação com mente humana, tudo, menos revelação.

Quem sai desta Obra perde, primeiramente, a bênção do clamor porque o Espírito Santo se retira e não há mais como clamar. A pessoa começa a clamar, mas vai sentir um vazio. É o caminho da derrota, sem comunhão, e então ele vai começar repudiando o sangue e aí é nunca mais, é morte. Quem saiu e pretendeu fazer outros grupos, ficou frustrado nos seus intentos porque não há como, está

parado no tempo mortal, não consegue se aprumar, ninguém consegue caminhar sem que o Espírito Santo o sustente, o direcione para a eternidade. Por quê?

Porque a pessoa só tem o sangue do Senhor Jesus se estiver no corpo do Senhor Jesus, se ela sai do corpo, gangrena, é inútil clamar porque o Senhor, o cabeça, não vai ouvir porque ela só vai clamar com a boca e o Senhor Jesus não ouve a voz que sai da boca do homem, Ele só ouve a voz que sai do coração.

O segredo é a dinâmica, é aquilo que você está vendo, sentindo a toda hora, é o pulsar do sangue, se você deixa de sentir isso, se o Espírito Santo saiu da sua vida, você está morto espiritualmente.

4:4 – O teu pescoço ...

A cabeça é o Senhor Jesus e o corpo é a sua Igreja, se ambos não estivessem ligados um ao outro, a cabeça não poderia expressar-se e nem o corpo teria vida, então, vemos que todo o projeto de vida está no pescoço, nesta união, é a comunhão de Cristo com a sua Igreja.

é como a torre de Davi, ...

A torre de Davi está relacionada com a obra de Davi, ela está revelada em Cantares.

edificada para pendurar armas; mil escudos pendem dela, todos broquéis de valorosos.

Quais são os broquéis? Quais são as armas que pendem nesta comunhão do cabeça com o corpo?

A primeira delas é o clamor pelo sangue de Jesus. Só quem está na obra de Davi tem isso

porque é na comunhão do cabeça com o corpo que os broquéis dos valorosos (a Igreja) existem.A segunda delas é a Palavra revelada.Com o clamor pelo sangue de Jesus e com a Palavra revelada, temos todas as armas

necessárias. O mundo não compreende a consulta à Palavra, ele não conhece a obra de Davi, ele não conhece os mistérios revelados, o ministério revelado, a obra revelada, tudo isso forma um conjunto, que são as armas de ataque e de defesa que pendem desta união da cabeça com o corpo.

Os broquéis são de valorosos porque só os valentes sabem usá-los. Os cansados, os covardes desistem, eles não agüentam e vão embora da Obra, porque esta é a obra de Davi, ele era um valente e com ele haviam outros 37 valentes (3=Trindade ** 7=Perfeição). Três deles eram os principais e estes tipificam a Trindade.

A obra de Davi é um mistério maravilhoso, é uma obra de obediência, de submissão, de vitórias sobre a traição, sobre o interesse individual, sobre a inveja (Davi não foi derrotado), obra de humildade (Davi era rei pela vontade do Senhor).

Quem quis tomar o lugar de Davi foi derrotado. Foi o que aconteceu a Adonias quando quis tomar o lugar de Salomão.

Nós estamos numa Obra séria, às vezes nos descuidamos e brincamos com as coisas do Senhor, mas lá na frente o Senhor cobra.

Lembro de um companheiro que tratou um irmão erradamente, dizendo que não o queria na igreja. Resultado, o irmão foi para outra igreja e o companheiro está fora da Obra. É certo que há casos em que o companheiro tem que fazer ver a algum irmão que o lugar que ele quer não é na Obra, mas sim na Religião, simplesmente pelo fato do irmão em questão não condizer com a Obra do Senhor, ele insiste em usar o cabelo com rabichinho, brinquinho na orelha, isso escandaliza e a Obra não tem lugar para este tipo de coisa, não podemos ensejar comentários maliciosos nem dúbios, não podemos ser nivelados por baixo, seguir os padrões adotados pelo mundo. Se isto acontecer é agir logo, mas se é um ato de injustiça, um ato unilateral, um ato de prepotência, a ovelha vai humilhar-se, mas o Senhor vai cobrar.

Lembro de um outro companheiro que era desobediente e eu dizia para ele: Eu fico admirado com o fato de você desobedecer e dar sempre tudo certo. Comigo não ocorre assim, se eu desobedeço, levo logo uma pancada. Creio que o Senhor gosta menos de mim do que de você. Eu estava errado, ele acabou como acontece com todos os desobedientes.

Nós estamos vendo que este capítulo IV é a aspiração do Senhor Jesus em ver a sua Igreja no dia do arrebatamento.

A Igreja não pode desculpar-se. Se o pastor foi injusto com você, o Senhor vai cobrar dele, não há por que você ter autopiedade porque se o Senhor vier no momento em que você estiver-se lamentando por causa da atitude do pastor, você fica. A Igreja tem que estar preparada na humildade.

A Igreja tem vida e está sendo gerada a cada dia, aperfeiçoada, as falhas estão sendo tiradas, não há manchas.

Há um louvor que diz: Igreja, tu vais subir. Espera só um pouquinho que o noivo há de vir. Igreja, tu foste comprada com o sangue de Jesus, foste selada com o sangue desta cruz.

Neste capítulo IV estamos vendo a descrição da Igreja na visão profética do Senhor Jesus no dia do arrebatamento, 3.000 anos atrás, ou 1.000 anos antes do nascimento de Jesus.

O Espírito Santo ouviu a conversa lá na eternidade e a transmitiu para Salomão, que viveu 1.000 anos do nascimento de Jesus. O Senhor falava naquele momento, lá na eternidade, sobre os nossos dias, falava que Ele teria que passar pelo Calvário, teria que passar pelo Gólgota, pelo Getsêmane, teria que sofrer e morrer. Ele descreve a visão profética da Igreja, todos os detalhes, todas as exigências, todos os requisitos que ela deveria ter.

Vimos, pelos detalhes, que não se trata de uma noiva qualquer, a noiva do Senhor Jesus é diferente, é única, e a preocupação da Obra, o seu objetivo é enquadrar-se nessa aspiração, nesse projeto, e nós só vamos conseguir isso se deixarmos que o Espírito Santo trabalhe em nossas vidas, na vida da Igreja, e que sejamos levados pela própria revelação à posição que o Senhor quer para o seu povo, para a sua Obra.

Podemos entender que o interesse do Senhor é que a Igreja esteja enquadrada na vontade do Espírito Santo, o mesmo Espírito que gera, que administra, que cria, que dá forma, vida e seqüência à Igreja.

Todas as doutrinas da Obra, todo o ensinamento da Obra gira em torno desta operação do Espírito, Ele vai dando as determinações e a Obra vai atendendo e recebendo os benefícios, o aperfeiçoamento. Se a Igreja parar nesta marcha, ela pára no processo. Mas e a Obra? Ela pára?

Não, a Obra não pára, Algumas pessoas podem parar, mas a Obra não vai parar porque ela está sendo feita no corpo e já vimos que um dos grandes segredos da Obra, a sua doutrina básica, é o clamor pelo sangue de Jesus. A Igreja vive e se movimenta dentro desta doutrina, desta dinâmica, tudo está muito interligado.

Quando uma pessoa cai e sai da Obra, ela até pode fazer o clamor, mas ele não surtirá nenhum efeito porque ela saiu do corpo e a Obra é corpo, tanto é que no dia 31 de Dezembro de cada ano é enviada uma única mensagem revelada pelo Senhor para toda a sua Obra, em todos os países onde ela está estabelecida, onde está o corpo do Senhor, o mesmo ensino, para todos nós da Obra e cada orientação é enfatizada no seminário durante todo o ano, em todos os períodos porque é uma determinação do Espírito Santo e é para ser obedecida e a Igreja vai obedecer. Nós não colocamos uma palavra no final do ano para ser esquecida, vamos passar a limpo tudo aquilo que foi determinado no ano passado, no ano retrasado, e o seminário vai incumbir-se, em todas as ocasiões, dessa cobrança, exatamente como estamos fazendo em relação ao culto profético.

Os irmãos tiveram aula sobre o culto profético, portanto sabemos que ele não pode ficar pela metade, se ficar é porque a Obra ainda não alcançou os seus objetivos finais.

Quando lemos o livro de Cantares percebemos a distância que existe entre a posição em que nós estamos daquilo que é a Igreja perfeita, daquilo que o Senhor quer da sua Igreja. A Igreja precisa caminhar junta, é certo que um grupo ficará para trás, mas o restante vai caminhar na direção da vontade do Senhor. Não adianta querer abrir frente porque a Igreja está estruturada como corpo, a Obra já é uma estrutura de corpo. O difícil é gerar o corpo, isso custou sacrifício, custou um tempo, custou doutrinas, custou uma posição na definição, portanto saiu da estrutura, perdeu sangue, perdeu o pulsar do coração, não vai funcionar, e aí o clamor não terá nenhum valor. É como colocar uma garrafa cheia de sangue ao lado de uma pessoa que está com uma hemorragia violenta, crônica. De

que vai adiantar? Por não ter o sangue, ela não tem revelação, porque a revelação vem pelo clamor pelo sangue, e ela não é dada a uma única pessoa, ela é dada para o corpo. Se nós recebemos uma revelação e ela não é passada para o corpo, ela se perderá, não terá mais nenhum valor e é por este motivo que não queremos no nosso meio aqueles sábios cheios de revelações, mas que as guardam nos caderninhos, aquilo tudo não terá nenhum valor para a Igreja, passa a ser lixo.

4:5 – Os teus dois peitos são como dois filhos gêmeos da gazela, que se apascenta entre os lírios.

Aqui está-se falando da comunhão, do alimento, porque a gazela é um alimento perfeito, completo, abundante. A Igreja que vai ser arrebatada é vista desta forma pelo Senhor.

4:6 – Antes que refresque o dia e caiam as sombras, irei ao monte da mirra e ao outeiro do incenso.

O Senhor vê a beleza da noiva que Ele quer, mas para obtê-la, Ele sabe que terá que passar por uma experiência, Ele sabe da sua amargura na cruz do Calvário, Ele sabe que terá que morrer depois de cumprir o seu ministério na terra, e isso tudo está descrito aqui, quando Ele fala sobre o monte da mirra (o Calvário) e o outeiro de incenso (o Gólgota).

4:7 – Tu és toda formosa, amiga minha, e em ti não há mancha.

Não há mancha na Igreja porque ela está sendo constantemente lavada, ela está sendo renovada pela revelação, ela está sempre caminhando na direção da revelação, ela está sempre no Espírito, está sempre no clamor.

A Igreja está pronta para o arrebatamento, e a palavra para as bodas é: Eis o noivo! Saí-lhe ao encontro. A Igreja não espera para se aprontar somente no dia da chegada e nem poderia porque ela não sabe o dia, por isso ela já está pronta, aguardando pelo noivo, Ele a encontrará pronta.

4:8 – Vem comigo do Líbano, minha esposa, vem comigo do Líbano. ...

A Igreja é gentílica, porque o Líbano não é Israel. Aqui Ele começa a chamá-la de esposa.

Olha desde o cume de Amana, desde o cume de Senir e de Hermom, desde as moradas dos leões, desde os montes dos leopardos.

A Igreja vem de todas as partes, ela vem de todas as lutas, das opressões da carne, é o homem na sua dificuldade, mas ela é tirada desta situação.

4:9 – Tiraste-me o coração, minha irmã, minha esposa, tiraste-me o coração com um dos teus olhos, com um colar do teu pescoço.

Com um dos teu olhos - É a troca de olhar entre o noivo e a noiva.Com um colar do teu pescoço – A Igreja está na comunhão com o Senhor Jesus, é a

comunhão do cabeça com o corpo, é a união.Em algumas traduções está escrito: Com uma pérola do teu pescoço.O Senhor Jesus, na contemplação da Igreja, diz que ela o atraiu com o sinal que ela tem no

seu pescoço, com a pérola que ela traz no seu pescoço e essa pérola é o próprio Senhor Jesus. A beleza da Igreja, em todos os seus aspectos, está na comunhão do corpo com o cabeça, e

nela a figura de Jesus se destaca como a pérola de grande preço.Nós vemos a parábola da pérola, que está relacionada com o reino, ela diz: O reino

dos céus é semelhante ao homem negociante, que busca boas pérolas e, encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha e a comprou.

Trata-se de uma pérola de grande valor, de grande preço, de uma pérola formada na profundidade. O homem que cultiva pérolas tem que descer até uma certa profundidade, onde estão as ostras. Ele coloca um produto irritante dentro delas e aguarda uns dias, o tempo suficiente para a ostra reagir e formar a pérola. Depois é só recolher.

Da mesma forma Jesus é gerado em nossos corações. O produto irritante é o pecado na nossa vida. À medida que nós conhecemos o homem que conhece as boas pérolas, que é o Espírito Santo, Ele começa a nos mostrar o pecado na nossa vida e então começa a luta para neutralizá-lo, quando isso acontece, fica a pérola, é ela que tem valor, a carne é desprezada, ela é pouco apreciada, mas aquilo que é gerado pelo Espírito Santo, isso é que tem valor.

A pérola verdadeira foi gerada na dor, na luta, na profundidade. Existe a pérola falsa, artificial, fabricada pela indústria, mas o homem que conhece boas pérolas, Ele saberá distinguir, perfeitamente, uma da outra, por mais parecidas que sejam, Ele não será confundido e nem enganado.

Há uma Igreja que traz a pérola verdadeira pendurada no seu pescoço e há uma outra Igreja que traz uma pérola falsa pendurada no seu pescoço, mas o Espírito Santo conhece a pérola verdadeira.

Apocalipse mostra a Igreja Infiel adornada com muitas pérolas, mas são todas falsas, produzidas em série, ela é uma fábrica de pérolas falsas. Por quê?

Porque ela tem muitos salvadores, uma infinidade de santos, um para cada dia do ano, e para que nenhum seja esquecido, há o dia de todos os santos (ou de todos os ídolos).

A pérola verdadeira é símbolo do Senhor Jesus, é símbolo da salvação, e a Igreja Fiel traz no seu pescoço a figura do Senhor Jesus, isto é, na comunhão com o cabeça.

Vejam como as figuras se movimentam. Quando o Senhor Jesus olha para a Igreja, Ele vê a si mesmo e não a ela. O que Ele está dizendo é: O que me atraiu em você foi a minha figura em você, fui Eu mesmo. O Senhor sente-se atraído por tudo aquilo que a Igreja representa, por tudo que a Igreja fala dele e é por isso que é fundamental a mensagem a respeito de Jesus. As mensagens têm que ter como figura central, o Senhor Jesus, que é o nosso Salvador.

Em todo o Velho Testamento o Senhor Jesus está presente e quando você descobre isso, você tem a grande revelação, Ele está representado na figura de Isaque, de Davi, etc. É uma repetição constante dessa tipologia bíblica.

4:10 a 15 – Que belos são os teus amores ... que correm do Líbano.

A movimentação aqui é interessante e a revelação aqui tem uma dinâmica notável, ela adquire uma velocidade muito grande no entendimento.

O Senhor Jesus vem falando sobre os amores, sobre os favos de mel, sobre manancial fechado, sobre fonte selada, sobre poço das águas vivas.

Ele fala que a Igreja é o poço das águas vivas, mas Ele próprio é este poço e Ele mesmo é a água da vida. Aí está a responsabilidade da Igreja, porque Ele transfere todos os seus atributos para ela.

A Igreja é um jardim fechado, pois foi fechado pelo Espírito Santo e ninguém abre.

4:16 – Levanta-te, vento norte, e vem tu, vento sul; assopra no meu jardim, para que se derramem os seus aromas. Ah! Se viesse o meu amado para o seu jardim, e comesse os seus frutos excelentes.

A descrição da visão de Jesus a respeito da vida da Igreja pára aqui. Depois vem a descrição da Igreja num conjunto criador, na beleza da criação, onde Ele fala do jardim, onde Ele descreve a poesia do amor, e nesta poesia Ele engloba a madrugada, todas as coisas criadas, mas entre tudo o que foi criado por Ele, o Senhor coloca a sua Igreja como a sua grande criação.

Aqui Ele pára de falar desse momento que a Igreja está vivendo, Ele fala do grande sacudir do Espírito Santo, daquilo que o Espírito Santo faria nesse tempo, o Espírito Santo dando um toque profético para que a Igreja pudesse entender esse tempo, para que ela pudesse marcar, no tempo profético, o instante a que se refere esse tempo.

Ele fala do soprar do vento norte e do vento sul. Esse soprar está relacionado com o derramamento do Espírito Santo, O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito (Jo. 3:8)

É o derramar do Espírito Santo, é a graça abundante do Senhor sobre a sua Igreja, com a finalidade de prepará-la para esse momento da sua retirada, que é, ao mesmo tempo, a saída da Igreja. A Igreja anseia para que o noivo venha logo.

O vento soprou, o Espírito Santo foi derramado, isso é profético: E depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne... (Jl 2:28)

Não é um momento, é um tempo profético que está relacionado com séculos e que se identifica com a Igreja a cada instante.

Nessa altura, a Igreja, movida pelo Espírito Santo, só tem um desejo, que o Senhor Jesus volte logo porque, depois dos dons, depois das bênçãos, depois da Igreja na comunhão, vêm os frutos.

A mensagem para o ano de 1.992 foi: Paga a tua dívida. Todos nós entendemos que era uma dívida de amor.

A mensagem para o ano de 1.993 foi: Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram. Isto está relacionado com os frutos e muita gente não sabe disso. Não podemos estar alheios àquilo que o Espírito Santo está fazendo.

Depois de tudo é preciso que a Igreja cresça em amor e o amor são os frutos e eles precisam aparecer, e aí começa a luta da Igreja para esse entendimento.

É interessante que até aqui o Senhor Jesus não exigia frutos, mas daqui para frente Ele vai exigir.

Quantos vão ficar na caminhada? Temos que lutar, ver onde estão as falhas. O Senhor já nos deu todos os recursos para clamar, para pedir, para mudar, para acertar. É uma luta individual, não há por que pensar na atitude do outro, o fruto é seu, o problema é seu e não do outro. Na Obra não há julgamentos, na Obra não se julga o outro. Isso não significa que aquele que está errado não deva ser admoestado, isso é outra coisa, mas o que nós estamos falando aqui é que queremos ver os frutos dos outros e o grande fruto é o amor.

Amor não se exige, amor se dá e é por isso que os casamentos se acabam porque a exigência é recíproca, ambos exigem amor, e amor é um sentimento para ser dado, e o melhor exemplo disso é o próprio Senhor Jesus que se deu e esse foi o grande amor, Ele deu tudo de si, até a sua vida naquela cruz, Ele aniquilou-se, esse é o grande amor.

Meus irmãos, se nós falarmos sobre Cantares e não falarmos sobre isso, então não falamos nada.

O capítulo IV vai terminar assim, nesse momento que a Igreja começa a dar frutos, ela quer que o Senhor Jesus venha, ela quer ser arrebatada porque tudo o que ela tinha que fazer, tudo que ela tinha que produzir, ela produziu, só falta mesmo que o noivo venha comer os frutos excelentes, os melhores (porque tem fruto podre, azedo, bichado), que foram selecionados para o noivo.

CAPÍTULO V

5:1 – Já vim para o meu jardim, irmã minha, minha esposa; ...

Vejam a dinâmica da revelação. Não se trata de uma fração do nosso tempo, mas é um tempo profético do Senhor Jesus, porque nisso tudo o tempo está passando, e o tempo que estamos vivendo é o tempo do projeto de Deus, nós estamos vivendo este momento e estamos percebendo que quando o Senhor diz: Paga a tua dívida e Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram, um peso é colocado nas costas de cada um. Aqueles que têm juízo, esses vão produzir frutos, os demais não produzirão porque ainda estão acostumados com o mundo de onde vieram, não houve transformação alguma, nas suas costas eles ainda levam a vaidade, o orgulho, a transgressão, as coisas do mundo, não há lugar para mais nada.

Nós estamos sentindo que as exigências são muito grandes, entretanto é preciso continuar. A Igreja vai continuar, há um esforço nosso em obedecer ao Senhor, em atender às suas recomendações, em ser fiel ao Senhor. Esse esforço nós temos que fazer é a nossa luta, é a luta contra

a carne, contra os sentimentos, contra as tendências, temos que nos esforçar para dar lugar ao Espírito Santo na nossa vida e então passaremos por uma mudança rápida porque o Senhor quer que seja assim.

A Igreja anseia pela volta do Senhor, mas ela não está gritando Ora vem, Senhor Jesus! Não é gritar, é tão somente fazer o que o Senhor Jesus quer. O Espírito Santo já está marcando isso, não somos nós que gritamos, não existe isso de fazermos oração para Jesus vir logo, não há condição, Não acordeis o meu amado até que ele queira, não podemos apressar o Senhor, nem jejuando, porque não há essa possibilidade.

O clamor da Igreja está na obediência, à medida que ela obedece, à medida que ela apresenta os frutos, o Espírito faz o apelo porque o Senhor não ouve a voz do homem, Ele ouve a voz do Espírito que está no homem, por isso devemos obedecer.

Essa expressão já vim determina um tempo profético.A Igreja não vai estar toda reunida, todos vestidos com roupas brancas, lá no cimo do

monte, chamando o Senhor Jesus como aconteceu com os adventistas lá em Minas. Eles subiram o morro só para facilitar a subida, dar uma mãozinha, mas o Senhor não veio. E nem virá a pedido de homem algum porque o apelo é: Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, que não desperteis o meu amado até que queira. O amado é o Espírito Santo, porque o amor, aquilo que está entre a Igreja e o Senhor Jesus, é o Espírito Santo, é Ele quem paira sobre a Igreja e, à medida que a Igreja oferece os frutos excelentes, Ele desce para comê-los. No 7:11 a 13 nós vemos o convite para ver esses frutos. Isso tudo é um conjunto onde o Espírito Santo se responsabiliza, avaliza todos os atos que estão ligando a Igreja ao Senhor Jesus.

colhi a minha mirra com a minha especiaria, comi o meu favo com o meu mel, bebi o meu vinho com o meu leite; ...

Ele desceu para colher os frutos, Ele desceu para levar a Igreja, esse é o seu desejo, Ele já colheu todo o sofrimento da Igreja (a mirra), colheu toda a glorificação, todo o trabalho da Igreja e isso já é um fato consumado. Ele já arrebatou a sua Igreja, Ele já desceu ao jardim, já colheu, já bebeu o leite.

comei, amigos, bebei abundantemente, ó amados.

Aqui Ele está falando de um banquete lá na eternidade, a Igreja presente, tudo feito, e agora Ele está vivendo o momento principal, a coroação de todo seu projeto, que é o encontro dos dois, Ele e a sua noiva.

O banquete é aquilo que se cumpre. Desejei muito comer convosco esta páscoa, antes que padeça; porque vos digo que não a comerei mais até que ela se cumpra no reino de Deus. (Lc. 22:15 e 16)

Essa páscoa vai cumprir-se na eternidade, é esse banquete.Esse versículo define, com toda a nitidez, a ansiedade da Igreja, os frutos que ela

apresenta, a vinda do Senhor, o arrebatamento.

5:2 – Eu dormia, ...

A Igreja Fiel foi embora para as bodas.Aqui começa um drama porque este capítulo fala da Igreja Infiel, a Igreja que vai ficar. Ela estava dormindo exatamente como as cinco virgens loucas, elas sabiam que o noivo

vinha, elas foram convidadas para as bodas, entretanto não deram o devido valor, não vigiaram.

mas o meu coração velava; ...

Ela dormia, mas sabia, no íntimo, que deveria esperar o noivo, ela sabia que Ele viria na última hora.

eis a voz do meu amado, ...

É ela quem está descrevendo porque Ele não está mais aqui, Ele foi embora com a Igreja Fiel.

que estava batendo: ...

Em Ap. 3:20, lemos: Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.

Isso fala do momento que estamos vivendo, é um ato contínuo, é o momento profético de Laodicéia.

abre-me, irmã minha, amiga minha, pomba minha, minha imaculada, ...

O primeiro versículo fala da esposa. Ele vem e arrebata a Igreja Fiel, daí por diante ela é a esposa dele, porém, neste versículo nós podemos ver que a Igreja Infiel, a Igreja que fica, ouve uma voz, ela pensa que é a voz do esposo, mas não é a voz dele. Julgando ela que a voz é a do noivo, ela coloca-se como a noiva, em vez de esposa, ela não o chama de esposo, mas de amado, e não poderia ser diferente porque ela não subiu, o relacionamento foi cortado, profeticamente, ela não era a esposa. Ela se considera imaculada, salva, uma bênção, mas vai ficar.

porque a minha cabeça está cheia de orvalho, os meus cabelos, das gotas da noite.

O orvalho fala daquilo que o Senhor quer renovar neste momento final, nesta hora da noite que estamos vivendo, momento que está identificado com o grito da meia-noite. Nesta hora o Senhor está derramando do seu Espírito por causa do sol que causticou, durante séculos, a vida da Igreja.

Nesta hora da noite há orvalho para renovar, é bênção do Espírito sobre os corações, é nova caminhada, é o tempo final, é o revigorar das forças, é o alento da água, a necessidade da vida.

5:3 – Eu despi os meus vestidos; ...

Ela mesma dá a resposta, ela mesma diz como se comportou diante do chamado desta última hora. Ela diz que não foi porque teve algum impedimento, nem foi o Senhor quem fez a escolha, a única responsável é ela mesma, mas mesmo assim justifica-se dizendo que já havia despido os vestidos. Que vestidos são estes?

São as vestes da salvação, ela perdeu a bênção da salvação, e essa bênção é só para os fiéis, para os servos e estes já haviam subido com o Senhor.

Mas ela não era serva?Sim, ela era, e aqui ela vai falar como serva.

como os tornarei a vestir? Já lavei os meus pés; como os tornarei a sujar?

Ela vai pregar o quê, pra quem? Acabou a evangelização. Neste caso aqui, nem a evangelização.

O que a Tradição está pregando? Salvação de quê? Da mentira? Do cigarro? Do álcool? Da prostituição? É disto que ela está salva?

Nem disto ela está salva porque ela tem os seus pés sujos, ela não está em condições de evangelizar. Você vai à Europa, o berço do Protestantismo, de homens afeitos à Reforma do século XVI, como Calvino, Lutero, nomes importantes que conseguiram agrupar nações, reinos e povos e então você pergunta: Onde está o evangelho? Quem está pregando? O que estão pregando? Salvação? Que tipo de salvação?

A salvação que a Igreja Infiel prega é a salvação da carne, do pão da padaria, da água encanada porque ela não tem outra coisa para oferecer a não ser esta vida material, avalizada pelos governos.

5:4 – O meu amado meteu a sua mão pela fresta da porta e as minhas entranhas estremeceram por amor dele.

Ela sentiu a presença do Senhor, ela teve experiências de salvação, mas ela fica porque não abriu todo o seu coração, ela só abriu um pedacinho, ela só quis um pouquinho da bênção. O Senhor não disse quem abrir uma fresta da porta, Ele disse quem abrir a porta.

Meus irmãos, esta é a situação de muitos na Igreja, eles não abrem totalmente o coração, abrem somente um pouquinho porque eles estão comprometidos com o mundo, com as festas, eventos, com os atrativos do mundo.

5:5 – Eu me levantei para abrir ao meu amado, ... Ela levanta-se para abrir, mas já é tarde. Ele esteve à sua porta, bateu, ela abriu somente

uma fresta, Ele foi e arrebatou a outra.Até este momento, ela vem falando sobre o que aconteceu, mas daqui pra frente ela vai

falar da sua desilusão. O Senhor chamou-a, bateu à porta, mas ela não abriu totalmente. Ela tinha a bênção, tinha tudo, mas deu as suas desculpas e não foi.

e as minhas mãos distilavam mirra, e os meus dedos gotejavam mirra sobre as aldrabas da fechadura.

Ela vai abrir a porta com o seu próprio sofrimento e não mais com o sofrimento do Senhor.

5:6 –Eu abri ao meu amado, mas já o meu amado se tinha retirado, e se tinha ido. A minha alma tinha-se derretido quando ele falara; busquei-o e não o achei; chamei-o, e não me respondeu.

Quando a Igreja Infiel vir que o arrebatamento aconteceu, ela vai ficar desesperada, aí então ela vai abrir a porta, ela vai gritar para o mundo inteiro, ela vai falar que o Senhor Jesus arrebatou a Igreja.

5:7 – Acharam-me os guardas que rondavam pela cidade; espancaram-me, feriram-me, tiraram-me o meu manto, os guardas dos muros.

Ela vai ser esbofeteada, maltratada pelo mundo e vai dizer aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro. ( Ap. 6:16 )

Ela conhecia a vontade do Senhor e por isso vai ser mais açoitada do que aqueles que não sabiam.

5:8 – Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, ...

As filhas de Jerusalém são aquelas que vão ficar, aquelas que deveriam estar na santidade, deveriam estar preparadas para a vinda do Senhor, mas elas estavam fora de Jerusalém. Os profetas falam delas, as que andavam pelas ruas, as que haviam caído.

Essa é a situação da Igreja que vai ficar, uma Igreja de caídos. E por que caídos?Porque eles foram usados com dons espirituais, foram quebrantados, falaram em línguas,

expulsaram demônios, profetizaram, mas o Senhor Jesus vem e diz: Não vos conheço.

O Senhor está preparando um povo para o arrebatamento. Quando você vai para o primeiro e para o segundo períodos, você escuta coisas amenas, mas quando você chega ao terceiro período você se torna responsável para fazer uma opção, ou você sobe com a Igreja Fiel, ou você fica e neste caso será um desespero para você porque vai ficar aqui avisando ao mundo, gritando para o mundo, levando tapa.

que se achardes o meu amado, lhe digais que estou enferma de amor.

É o amor perdido, é o amor sem solução, o amor solitário, é como uma separação por morte, irremediável, é o afastamento definitivo do projeto de Deus, é o sentimento de eternidade sem Deus, de um amor que nunca mais vai voltar. O seu grito é o grito de um amor perdido, ele é inútil, o sentimento está perdido.

5:9 – Que é o teu amado mais do que outro amado, ...

O mundo de hoje está vivendo de apostasia, a Religião é materialista, a catástrofe que virá sobre o mundo poderá ser comparada àquela que aconteceu no Egito porque cada casa terá o seu morto, mas o mundo vai se recompor rapidamente, exatamente como ocorreu com os egípcios depois da morte dos seus primogênitos, eles saíram rapidamente atrás do povo de Israel.

O mundo agirá da mesma maneira quando acontecer o arrebatamento da Igreja, virá a catástrofe, surgirão as notícias, entrevistas, o mundo não entenderá, mas logo tudo será esquecido.

A Igreja Infiel dirá ao mundo sobre a volta de Jesus, sobre o arrebatamento da Igreja Fiel, ela vai dizer que estava no Maanaim, que participou desta aula, ela vai chegar na igreja e vai encontrar a porta fechada, ela vai encontrar com os outros que ficaram e vai dizer: Vocês viram o meu amado por aí? Olha, se houver uma reunião onde Jesus está presente, me chamem porque eu quero ir.

Mas o que ela vai conseguir é que o mundo a espanque, ela vai apanhar do mundo porque com o arrebatamento da Igreja, aquele que nos acusa diante do Senhor, descerá como um raio para a terra, trazendo a chave do abismo, para o domínio final, para a destruição final. Ele não poderá mais acusar os fiéis. Com essa chave ele abrirá o abismo e de lá sairá uma legião de espíritos malignos, espíritos imundos que nunca vieram aqui porque o Senhor não permitiu por causa da sua Igreja, esses espíritos são extremamente maus e o mundo já está sendo preparado para a vinda deles. Os que mais sofrerão serão aqueles que conheceram o Senhor Jesus, mas deixaram a bênção. Chamei-o e não me respondeu; abri, mas Ele já se tinha retirado.

Meus irmãos, eu lembro de uma experiência que eu tive antes de vir para a Obra. Sonhei que eu havia morrido, mas eu estava vendo tudo, o meu sepultamento, a minha casa, os amigos chegando, os carros chegando na rua. O momento se aproximava e eu disse: Eu quero ser enterrado no cemitério tal.

O tempo foi passando e eu comecei a sentir saudade de tudo, inclusive dos meus alunos da faculdade e de um carro velho que sempre me obrigava a empurrá-lo. A saudade era forte.

O enterro aconteceu, a tarde estava caindo, todos foram embora de cemitério e eu me vi sozinho, caí no vazio, um silêncio total, eu tive a noção exata de que estava na eternidade.

Então lembrei-me do texto: Chamei-o e não me respondeu. Comecei a gritar, mas não adiantava, o silêncio doía. Comecei a pensar que estava perdido e passei a avaliar a minha vida porque eu não sabia o que eu havia feito, exatamente, para que o Senhor não me ouvisse. Gritei, gritei e como ninguém me respondeu, parei de gritar porque vi que não adiantava.

Acordei, mas aquela sensação, aquele sofrimento perdurou, continuou firme.Eu era presbítero de igreja, não conhecia a consulta à Palavra, nem os dons e nem

batismo com o Espírito Santo. Eu estava desesperado. Abri a Palavra e li o texto de Lamentações de Jeremias que diz: Levanta-te, clama de noite, no princípio das vigias; derrama o teu coração como águas diante da face do Senhor; levanta a ele as tuas mãos, pela vida de teus filhinhos que desfalecem de fome à entrada de todas as ruas. ( Lm. 2:19 )

Amanheci trancado na sala, eu chorava muito porque estava em séria dificuldade. Então eu disse ao Senhor: Senhor, que bonito papel tu estás fazendo comigo! Eu, na igreja esse

tempo todo e o Senhor me coloca naquele lugar? Eu conversava com Deus como se eu estivesse na eternidade porque eu já estava acordado, mas a revelação estava em cima, não me deixava, em todo o lugar que eu ia, eu via aquele quadro.

Lembro-me que tínhamos um cachorro, ele era grande. Todas as vezes que ele ia à padaria conosco, dávamos a volta pela praça porque ele tinha medo de um outro cachorro bem menor do que ele, e nós tínhamos que mudar o nosso trajeto porque ele não queria ver o outro pela frente.

Eu estava procedendo da mesma maneira, quando vinha àquela cena na minha mente, eu queria distância porque eu estava apavorado.

Quando o Senhor me chamou para o ministério, eu recusei, eu disse que não queria ir e então o Senhor deu-me um prazo de 24 horas para decidir. Ao final desse tempo eu já não tinha nem apetite, foi quando eu lembrei, na última hora, daquilo tudo e não teve jeito, e disse ao Senhor: Se é para ir para aquele lugar, estou entregue. Lembrei-me, então, daquele texto: Derrama o teu coração como águas diante da face do Senhor; levanta a ele as tuas mãos, pela vida de teus filhinhos que desfalecem de fome à entrada de todas as ruas, e entendi que o ministério estava relacionado àquilo que já era um chamado antecipado, mostrando a minha situação e a de muitos outros.

Quando a Obra começou a vir, nós tivemos a certeza, estávamos seguros de que aquilo que nós estávamos vivendo naquela religião, não valia de nada. Ou era o que o Senhor queria, ou era o vazio.

Isto que nós estamos dizendo não é uma brincadeira, é uma experiência que vivemos e bom seria que todos tivessem uma também.

Ó tu, a mais formosa entre as mulheres? Que é o teu amado mais do que outro amado, que tanto nos conjuraste?

Eles vão dizer: Você não era da Maranata? Não estava lá no Maanaim? Olha, aqui não tem esse seu amado não, o Cristo que está aqui, o Cristo em quem nós cremos é o Cristo social, aquele que dá pão, que dá leite para as criancinhas.

E eles estarão certos, mas ela não vai aceitar isto, ela vai dizer que aquele Cristo não é o que ela procura e por isso ela vai levar um tapa. Por quê?

Porque ela está sem o manto, tiraram a cobertura dela, ela pensa que foram os guardas, mas está enganada, ela está confusa porque quem tirou o manto dela foi o Senhor, Ele tirou a proteção do sangue de Jesus de cima dela e por causa disso é inútil clamar.

Importante: Daqui para frente ela descreve a figura de Jesus tão perfeitamente que a Igreja Fiel nem precisava fazê-lo. Nós não vamos encontrar nos outros capítulos a Igreja Fiel descrevendo a figura do Senhor Jesus e isso porque é a Igreja Infiel, a que ficará, é quem vai descrevê-lo.

5:10 – O meu amado é cândido e rubicundo; ...

Ele é alvo (o Lírio dos vales) e rosado (a Rosa de Sarom ).

ele traz a bandeira entre dez mil.

Se o Senhor vier entre dez mil, ela o reconhecerá, mas isso não vai acontecer porque Ele não virá mais para ela, Ele virá somente para Israel.

O desespero dela e os seus gritos chegarão aos ouvidos de Israel, e então eles dirão: Realmente o Messias veio. Voltemos para Jerusalém porque o Milênio está às portas. Israel vai-se movimentar todo em função disto porque é a última semana que o Senhor vai tratar com ele.

Vem a grande tribulação, como tal nunca houve sobre a face da terra. A Igreja Infiel será destruída porque os anjos caídos vão dizimá-la. E nós encontramos o texto que diz que 1/3 da população morre, o sol queima e depois escurece, a lua não dá mais o seu brilho, falta oxigênio. Isso não assustará os homens porque eles já estão cauterizados, as pessoas já se acostumaram às catástrofes, muitos já perderam a noção da vergonha, dos sentimentos, dos valores.

O problema aqui é somente sobre a escolha porque a Obra é do Espírito e ela está sendo feita. Se você aceitou, muito bom; se você não aceitou, vai embora porque para cada bênção há um juízo. O juízo que arrebata a Igreja Fiel para a salvação é o mesmo juízo que condena a Igreja Infiel a ficar.

E então alguém pergunta: Mas no livro de Apocalipse fala daqueles que vêm da grande tribulação. Quem são eles?

Eles são os das doze tribos de Israel, eles não têm nada a ver com a Igreja Infiel porque o tempo dos gentios acaba com a retirada do Espírito Santo.

Israel viveu sob a Lei e todo o julgamento vai ser pautado em cima da Lei, tudo está relacionado a Israel, a reconstrução do templo, tudo. A Igreja não tem mais nenhuma participação na salvação porque ela só existe se o Espírito Santo estiver por perto e no período da grande tribulação Ele já terá sido retirado com a Igreja Fiel e o mundo ficará à mercê do adversário. A Palavra diz que já o mistério da injustiça opera e somente há um que agora resiste até que do meio ele seja tirado. ( II Ts. 2:7 ) Assim que o Espírito Santo for retirado, o inimigo não será mais detido e despejará a sua fúria sobre o mundo.

5:11 a 15 – A sua cabeça é como o ouro mais fino ... ó filhas de Jerusalém.

Ela vem descrevendo o Senhor Jesus, mas Ele não é o seu esposo. Chamei-o, mas ele não me respondeu. Ele partiu e não voltará mais para ela.

Amém.