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MATERIAL COMPLEMENTAR DO CURSO ONLINE: Conhecendo o Modelo Pedagógico do Senac
Definição e Redação de Competências no Modelo Pedagógico do Senac1
José Antonio Küller
Competência é uma palavra polissêmica. Um das razões da variabilidade de seu significado é a
diversidade dos contextos e dos campos de conhecimento em que ele é usado. Os dicionários
registram o significado da palavra nos vários campos de uso. Em 1986, o Novo Dicionário Aurélio da
Língua Portuguesa captava apenas três principais sentidos de uso corrente:
Competência (do latim competentia) s. f. 1. Faculdade concedida por lei para um funcionário,
juiz, ou tribunal para apreciar e julgar certos pleitos ou questões. 2. Qualidade de quem é capaz de
apreciar e resolver certo assunto, fazer determinada coisa; capacidade, habilidade, aptidão,
idoneidade. 3. Oposição, conflito, luta2.
Os dois primeiros sentidos, transpostos para o mundo do trabalho, indicam que a palavra
competência refere-se ou às atribuições do cargo ou à capacidade do trabalhador de apreciar, resolver
ou fazer alguma coisa. Publicado pouco tempo depois do Novo Aurélio, o Dicionário Houaiss já atribui
dez significados ao termo3. Os sete primeiros são especificações ou derivações dos três sentidos já
registrados no Aurélio. Os outros três sentidos são relacionados à Gramática, à Hidrografia, à
Linguística, à Medicina e à Psicologia. Faltaram registros dos usos e variações recentes do termo na
Administração, na Sociologia do Trabalho, na Política, na Filosofia...
Correspondentemente, proliferaram os sentidos e o uso da palavra no mundo da educação e,
em especial, da educação profissional. Portanto, é importante sempre especificar o conceito de
competência que é utilizado e a forma como ele é usado para conformar certo modelo pedagógico de
desenvolvimento, de avaliação ou de certificação de competências. Usar a palavra sem precisar o seu
sentido é criar espaço para o desentendimento e para uma discussão que não visa a esclarecer
posições ou a favorecer o diálogo.
Mas, para o novo Modelo Pedagógico Nacional do Senac, o que é uma competência? Vamos
começar pelo que não é uma competência.
Um fazer restrito, limitado, repetitivo, embora possa ser muito complexo e inteligente, é no
máximo uma habilidade, e não uma competência. Um fazer que não seja submetido a uma reflexão e
aperfeiçoamento constante tende a se tornar rotineiro. É um fazer automático;
nunca uma competência.
1 Parte desse texto foi adaptado do livro Metodologia de Desenvolvimento de Competências, de José Antonio Küller e Natália Rodrigo, publicado pela Editora Senac, em 2013. Também foi utilizado segmento do texto: Küller, J.A. Cenário Nacional e Internacional de Desenvolvimento e Avaliação de Competências, Brasília, CNE, 2012. 2 FERREIRA, H. B. A. Novo dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1986, p. 440. 3 Ver em: Houaiss, A.; VILLAR, M. S.; FRANCO, F. M. M. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, p.775.
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Competências e os princípios filosóficos e pedagógicos do Senac
Uma competência implica um desempenho sempre potencialmente criativo e renovado. Para
isso, é necessária a reflexão constante sobre o trabalho a desenvolver ou sobre o trabalho
desenvolvido. A concepção do trabalho, a criatividade, o planejamento e a autonomia no fazer são
características fundamentais do que o Modelo Pedagógico Nacional do Senac
entende por competência.
Uma competência pode ser inesgotavelmente desenvolvida. Nunca concluímos ou esgotamos
as possibilidades de desenvolver uma competência. É outra característica fundamental da
competência essa potencialidade de permanente desenvolvimento. Então, mesmo sendo um mestre
naquele ofício, é possível sempre aprender mais.
Entendida assim é que a competência pode ser o elemento estruturante do princípio
pedagógico, currículo que, no Modelo Pedagógico, é assim definido:
Compreende-se o currículo como:
- conjunto integrado, articulado e flexível de situações organizadas de modo a promover
aprendizagens significativas e contextualizadas com o objetivo de desenvolver as
competências relacionadas a determinado perfil profissional, inserido em um itinerário
formativo, que se define em função das demandas sociais, do mundo do trabalho, das
peculiaridades locais e regionais;
- documento constantemente atualizado de acordo com as mudanças dos setores produtivos e
da sociedade, orientado por posicionamentos ideológicos, constituindo-se como um
instrumento de emancipação, autonomia e de transformação ao considerar a inter-relação
entre os saberes e valorizar a experiência extraescolar.
Nesse princípio pedagógico, o desenvolvimento de competências relacionadas a um dado
perfil profissional é o objetivo fundamental dos processos educativos conformados pelos currículos
dos cursos do Senac. Mas, para que as competências sejam o cerne dos currículos, é necessário que
elas também sejam um “instrumento de emancipação, autonomia e de transformação”.
Ainda como centro do currículo, as competências relacionam-se com os princípios filosóficos
do Modelo Pedagógico Nacional. Por exemplo, o princípio filosófico Homem é assim definido:
Compreende-se o ser humano como:
• Sujeito construído social e historicamente, na sua complexidade;
• Agente de mudanças sociais, culturais, políticas e econômicas;
• Aquele que se relaciona com a natureza por meio da atividade produtiva, de sua capacidade
transformadora do mundo;
• Capaz de desenvolver conhecimentos e tecnologias;
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• Aquele que deve ser desafiado a assumir posição reflexiva, crítica, responsável, autônoma e
atuante em relação ao mundo e à sociedade.
No princípio educação, entende-se que ela promove a formação integral e tem uma
perspectiva crítica e emancipatória, entre outras características. Ora, se a competência é centro do
currículo, simultaneamente ao desenvolvimento de competências é preciso que os processos
educativos do Senac promovam a formação integral e desenvolvam a perspectiva crítica e
emancipatória em seus alunos. Mais que isso, é preciso que a própria definição de competência
incorpore a dimensão crítica e emancipatória.
É preciso um entendimento do conceito de competência que possibilite, ao colocá-la como
objetivo do processo educativo, atender a todos os princípios filosóficos e pedagógicos do novo
Modelo Pedagógico Nacional. Isso implica, entre outras indicações, que o conceito inclua “conceber o
conhecimento como algo não acabado, continuado ao longo da vida, flexível para acompanhar os
desafios da sociedade e passível de ser realizado em múltiplos espaços” e conceber o homem como
“agente de mudanças sociais, culturais e econômicas” e “capaz de desenvolver conhecimentos e
tecnologias”.
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Conceito de competência nas Normas da Educação Profissional
O Parecer 11/2012 do Conselho Nacional de Educação (CNE4), que define as novas Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio, na página 38, assim
discute o conceito de competência: Nesta perspectiva, não basta apenas desenvolver habilidades para aprender a fazer, pois é
preciso descobrir que existem outras maneiras para aquele fazer, em condições de dirigir o seu
fazer desta ou daquela maneira. Em suma, é preciso que o cidadão detenha a inteligência do
trabalho que executa. Para tanto, é fundamental que, ao aprender, esteja habilitado a
desempenhar, com competência e autonomia intelectual, suas funções e atribuições sócio-
ocupacionais. Neste contexto do mundo do trabalho, as expressões competência e autonomia
intelectual, utilizadas de forma associada, devem ser entendidas como a capacidade de
identificar problemas e desafios, visualizando possíveis soluções e tomando as decisões
devidas, no tempo adequado, com base em seus conhecimentos científicos e tecnológicos e
alicerçado em sua prática profissional e nos valores da cultura do trabalho.
Talvez as antigas diretrizes nacionais da educação profissional de nível técnico fossem mais
concisas e mais claras na sua definição de competência (CNE, 1999):
Pode-se dizer, portanto, que alguém tem competência profissional quando constitui, articula e
mobiliza valores, conhecimentos e habilidades para a resolução de problemas não só
rotineiros, mas também inusitados em seu campo de atuação profissional. Assim, age
eficazmente diante do inesperado e do inabitual, superando a experiência acumulada
transformada em hábito e liberando o profissional para a criatividade
e a atuação transformadora.
Dentre os conceitos normativos de competência, o Modelo Pedagógico Nacional adota o
do Parecer CNE/CEB 16/99:
“Competência profissional é a capacidade de articular, mobilizar e colocar em ação valores,
conhecimentos e habilidades necessários para o desempenho eficiente e eficaz de atividades
requeridas pela natureza do trabalho.”
4 CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÂO. Parecer 11/2012: Define diretrizes nacionais para a educação profissional de técnica de nível médio. Brasília, CNE, 2012, p 38.
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Definição e Redação de uma Competência
Os conceitos normativos são compatíveis entre si e também são adequados ao que antes foi
considerado como competência. São também compatíveis com os princípios filosóficos e pedagógicos
do Modelo Pedagógico Nacional do Senac.
Apesar da concordância em relação ao conceito de competência, na prática da educação
profissional existem variações extremas na forma como cada uma das competências são definidas e
redigidas enquanto objetivos educacionais a serem alcançados.
É preciso constatar que a forma como cada competência é definida e redigida é decisiva na sua
capacidade de incorporar os princípios filosóficos e pedagógicos considerados. É também crítica na
definição dos currículos, na elaboração de planos de curso e de planos de trabalho docente, na prática
de uma metodologia de aprendizagem e de uma avaliação por competências.
Na definição e redação de uma competência, é importante considerar, com nuances novas, a
mesma orientação que já era feita na definição de objetivos operacionais em educação: cada uma das
competências previstas em um plano de curso precisa indicar um fazer profissional (manual,
intelectual, relacional, artístico...) observável.
A competência sempre se manifesta em um comportamento (ação) observável. Veja a
competência abaixo descrita:
Trabalhar produtivamente em equipe, habilitando-se a exercer todos os papéis
nela necessários.
Nesta redação, o núcleo da competência é o que está destacado em negrito: trabalhar
produtivamente em equipe. Essa é a ação (o comportamento) profissional observável. Observando
alguém trabalhando em grupo, você pode avaliar se alguém trabalha bem em equipe ou não. Neste
caso, Trabalhar produtivamente em equipe é o saber fazer que o professor buscará desenvolver. Para
efeito de redação da competência, poderíamos parar por aqui.
Para a educação profissional baseada em competências, em cada competência, caso não seja
possível localizar facilmente um comportamento ou ação observável, é preciso refazer a redação da
competência de forma a destacar o fazer profissional que é relevante e que deve ser o centro de toda
situação de aprendizagem a ser desenvolvida.
Porém, nem todo fazer é uma competência. Fazeres profissionais rotineiros e repetitivos não
requerem mais que uma habilidade mental ou psicomotora. Nem todo fazer exige que o trabalhador
detenha a inteligência do trabalho que executa. Para um exemplo de um fazer profissional sem
inteligência, veja o trabalho de Chaplin em Tempos Modernos. No filme, o trabalho de Chaplin requer
no máximo uma habilidade motora, mas não mostra o exercício de uma competência. Para tanto,
como diz o texto do CNE: “é preciso descobrir que existem outras maneiras para aquele fazer, em
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condições de dirigir o seu fazer desta ou daquela maneira”. Não existem outras maneiras de fazer o
trabalho de Chaplin e ele não pode dirigir o seu próprio trabalho. Em geral, os trabalhos operacionais
de organizações que funcionam nos moldes da organização clássica do trabalho não exigem
competências profissionais do trabalhador, pelo menos da forma como o Modelo Pedagógico Nacional
define competência. Sempre é importante considerar, no entanto, que existem habilidades que são
complexas e exigem a inteligência ativa do trabalhador, pelo menos no momento de sua aquisição.
Então, face à tentativa de definição de uma competência, é preciso verificar se o fazer nela
previsto refere-se a um trabalho que pode ser feito de inúmeras maneiras e se pode ser feito de uma
forma totalmente nova, de uma forma criativa. Mesmo se for um fazer complexo, caso exista apenas
uma única e correta maneira de realizar o trabalho e se ele prescinde da autonomia do trabalhador e
de variações pessoais durante a execução, não é uma competência. É o desempenho adequado de
uma tarefa que está sendo definido e escrito como objetivo educacional e não uma competência.
Nesse caso, para efeito do Modelo Pedagógico Nacional do Senac e da observância de seus princípios
filosóficos e pedagógicos, é preciso redefinir o objetivo, transformando-o em uma competência.
Ao confrontar-se com uma definição de competência, outro questionamento é necessário: o
fazer previsto na competência requer conhecimento, habilidade e atitudes integrados? O nosso
exemplo de competência dizia: trabalhar produtivamente em equipe, habilitando-se a exercer todos
os papéis nela necessários. Observe que, para exercer todos os papéis de uma equipe, é preciso
conhecê-los e ter habilidade para desempenhá-los. Repare também que as atitudes de
responsabilidade, solidariedade e cooperação são necessárias para o exercício da competência.
Mas, esse conhecimento, essa habilidade e essas atitudes não são desenvolvidos isolada ou
independentemente da capacidade de trabalhar em equipe. Só trabalhando em equipe posso
aprender a desempenhar os papéis necessários e consigo desenvolver as atitudes requeridas. Não
aprendo verdadeiramente essas coisas lendo um texto ou assistindo uma palestra, assim como não
aprendo a nadar lendo um manual sobre o assunto. Também não desenvolvo uma competência pela
soma do desenvolvimento dos elementos de competências (conhecimentos, habilidade e valores) que
são mobilizados e articulados no exercício da competência. Não posso desenvolver os conhecimentos,
depois as habilidades e depois os valores e, por fim, colocar tudo em um liquidificador e ter como
suco/resultado a competência desenvolvida. Os conhecimentos, as habilidades e os valores devem ser
construídos e desenvolvidos no mesmo e sinérgico movimento do desenvolvimento das competências
que os mobilizam.
Então, a definição de cada uma das competências de um projeto educacional deve implicar um
desenvolvimento integrado dos conhecimentos, habilidades e atitudes necessários.
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Trabalhar produtivamente em equipe é um fazer cuja aprendizagem nunca estará completa.
Assim deve ser com a aprendizagem de toda competência a ser definida a partir do novo Modelo
Pedagógico Nacional do Senac. Para atender aos princípios filosóficos e pedagógicos, cada
competência a ser definida deve estar profundamente enraizada em um desenvolvimento humano
integral e permanente.
Para trabalhar bem com o outro, com o diferente, é preciso que eu me desenvolva como
pessoa. Não basta a técnica e os conhecimentos. É necessário um esforço continuado de revisão
pessoal e de crescimento integral. Esse afã é inesgotável. Eu sempre poderei melhorar a minha
capacidade de me relacionar bem com meus companheiros de trabalho. Essa melhoria repercute e se
transfere para todos os meus relacionamentos. Desenvolver uma competência é também desenvolver-
se como pessoa. Quando a competência envolve o relacionamento com os outros, seu
desenvolvimento é também um aprender a conviver, a ser um cidadão. Uma educação profissional
voltada ao desenvolvimento de competências é também uma educação integral e
permanente do ser humano.
Então, é importante verificar se a definição de cada uma das competências de um plano de
ensino ou plano de curso comporta um desenvolvimento ilimitado no fazer a que ela se refere. Se
existe um limite para o desenvolvimento dessa aprendizagem, se depois de algum tempo nada mais
resta a ser aprendido, talvez a definição dessa suposta competência precise ser revista.
Desse modo, a primeira indicação e primeiro cuidado para o desenvolvimento de
competências é saber se o objeto da aprendizagem com o qual me defronto é de fato uma
competência e se sua redação, independentemente de seu formato, observa os seguintes critérios:
1. Cada uma dessas competências indica um fazer (manual, intelectual, relacional, artístico...)
observável?
2. Esse fazer é complexo, permite uma variedade de modos de execução e é potencialmente criativo?
3. Esse fazer requer conhecimentos, habilidades e atitudes integrados?
4. As competências definidas permitem um inesgotável desenvolvimento?
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Definição do perfil profissional de conclusão
É preciso ir além da aplicação mecânica desses critérios. Na definição de cada competência, é
necessário indagar: os princípios educacionais estão sendo contemplados nessa definição de
competências? No conjunto de competências de um perfil profissional qualquer é possível inferir e
entrever as marcas formativas do Modelo Pedagógico Nacional do Senac?
Além do recurso às pesquisas e levantamentos ocupacionais já existentes, a forma
recomendada pelo Modelo Pedagógico para definição do perfil profissional de conclusão é a realização
de Comitês Técnicos Setoriais, de reuniões com consultores externos e a pesquisa com representantes
de empresas, órgãos públicos, universidades, sindicatos, associações e conselhos profissionais.
Quanto mais ampla a consulta, mais o mundo do trabalho, em toda a sua diversidade, estará
contemplado no perfil e nas competências definidas:
Estas ações contribuem para o processo de coleta, validação e sistematização dos dados que
configuram o perfil profissional de conclusão de curso, uma vez que trazem informações
atualizadas sobre as necessidades do mundo do trabalho. Neste contexto, deve se obter
informações sobre os fatores de inovação da ocupação que tenham determinado mudanças
substantivas nas suas atividades, processos, métodos e técnicas. O perfil profissional de
conclusão do curso deve também considerar as demandas do cidadão e da sociedade em
âmbito local, regional e nacional (SENAC Nacional, Orientações para a elaboração de Planos de
Curso, versão preliminar, março de 2014).
Para a realização das reuniões dos Comitês Técnicos Setoriais ou com consultores ou para a
realização das pesquisas, no entanto, é necessário um método de levantamento e mapeamento das
competências de um determinado campo profissional. A construção de referenciais de formação com
base no desenvolvimento de competências sempre parte de uma análise da ocupação para a qual se
pretende criar um programa de formação.
Em todos os casos de aplicação de um desses métodos de análise das ocupações, é sempre
importante lembrar que, para o caso do Modelo Pedagógico do Senac, a realidade atual do trabalho
não é o único determinante do perfil profissional e das competências a serem definidas. Também deve
ser considerada a evolução do trabalho e suas potenciais transformações futuras. Além disso, o
próprio modelo pedagógico tem princípios educacionais que projetam uma determinada visão de
homem e trabalhador. A observância desses princípios pode implicar em uma definição de
competências que seja até contraditória com as demandas atuais do mercado de trabalho5.
5 Sobre isso, ver mais em KÜLLER, J.A. Para saber mais sobre redação de competências. Rio de Janeiro: Senac Santa Catarina, 2014. O texto está disponível no ambiente virtual do curso.