46 | dezembro/janeiro 2012

21
[3] [6] [18] Foi presidente da Juventude Popular durante oito anos, casa onde cresceu e se destacou na vida política portuguesa. O passo seguinte passou pela secretaria-geral do CDS-PP, onde deixou uma marca inconfundível. Deputado desde 2009, eleito pelo círculo eleitoral do Porto, é hoje vice-presidente da bancada parlamentar do CDS-PP e seu porta-voz e um dos deputados em maior destaque na Assembleia da República. [12] A JP Maia convidou o eurodeputado Diogo Feio e o professor universitário Paulo Vila Maior para debater a actual crise que assola a União Europeia e as perspectivas para o futuro do Velho Continente. No final de 2012 os americanos vão a eleições para escolher o seu presidente. Neste Relatório Internacional poderás encontrar as últimas novidades sobre as eleições primárias do Partido Republicano. Assumindo a dianteira nesta matéria no concelho da Maia, a Juventude Popular apresentou a sua proposta de reforma administrativa do concelho ao público. Nesta edição poderás lê- la na íntegra.

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O Jovem, jornal oficial da Juventude Popular da Maia. www.jpmaia.com

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[3] [6] [18]

Foi presidente da Juventude Popular durante oito anos, casa onde cresceu e se destacou

na vida política portuguesa. O passo seguinte passou pela secretaria-geral do CDS-PP, onde

deixou uma marca inconfundível. Deputado desde 2009, eleito pelo círculo eleitoral do

Porto, é hoje vice-presidente da bancada parlamentar do CDS-PP e seu porta-voz e um dos

deputados em maior destaque na Assembleia da República.

[12]

A JP Maia convidou o eurodeputado Diogo Feio e o professor universitário Paulo Vila Maior para debater a actual crise que assola a União Europeia e as perspectivas para o futuro do Velho Continente.

No final de 2012 os americanos vão a eleições para escolher o seu presidente. Neste Relatório Internacional poderás encontrar as últimas novidades sobre as eleições primárias do Partido Republicano.

Assumindo a dianteira nesta matéria no concelho da Maia, a Juventude Popular apresentou a sua proposta de reforma administrativa do concelho ao público. Nesta edição poderás lê-la na íntegra.

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,

Três anos. Na vida de qualquer pessoa,

três anos é muito tempo. Três anos

albergam acontecimentos que nos

marcam e outros que esquecemos;

emoções que recordamos e outras que

passam e se dissolvem na espuma da

memória; pessoas que nos

acompanham e outras que se perdem

pelo caminho. Os meus últimos três

anos foram feitos de acontecimentos

únicos, emoções inesquecíveis e pessoas

eternas. Os meus últimos três anos

foram feitos na companhia d’O Jovem.

Algo que, para mim, é único,

inesquecível e eterno.

Estes três anos ficarão guardados na

minha memória pela disponibilidade e

pela generosidade das dezenas de

pessoas que me ajudaram a preencher

as centenas de páginas com que O

Jovem marcou a Juventude Popular da

Maia. Que me ajudaram a construir três

anos em que O Jovem marcou a

Juventude Popular de uma forma

incomparável.

Foram muitos os que me deram o gosto

de fazer parte das estatísticas generosas

destes três anos. Foram 26 entrevistas a

personalidades marcantes na vida do

país, na vida do CDS, na vida da JP e na

minha vida. Foram dezenas as pessoas

que aceitaram desenhar a sua opinião

nestas páginas: as sempre generosas e

pertinentes visões dos militantes da

melhor concelhia do país, os contributos

cheios de conhecimento de causa de

alguns dos melhores militantes que a JP

tem por todo o país, e a ajuda, que não

esquecerei, daqueles que, não tendo

nada a ver com a Juventude Popular –

nada a ver com a Juventude Popular –

um ou outro até de uma sensibilidade

partidária diferente – contribuíram

decisivamente para o enriqueci-

mento da qualidade que O Jovem

sempre pretendeu oferecer à

Juventude Popular.

Foram três anos de orgulho, evolução

e de trabalho árduo. Três anos de

audiências boas e outras piores.

Foram três anos que percorreram os

melhores e os piores momentos da

Juventude Popular, em mandatos de

três presidentes diferentes. Três anos

de vitórias e de derrotas. Três anos de

força e de desânimo. Mas três anos

em que o saldo foi positivo, em que se

fez mais JP e nos quais a JP pode

observar o que de melhor há em si.

Esta é a última edição d’O Jovem que

assino como seu editor. Faço-o já com

alguma saudade, mas certo de que o

legado de 34 edições que ajudei a

fazer contribuirá, como poucos, para a

construção e a dignificação da

memória histórica da Juventude

Popular em geral e da concelhia da

Maia em particular.

Agora que assumirei o lugar de leitor

compulsivo desta publicação, resta-

me fechar o passado no baú do melhor

que vivi na minha vida, e esperar

ansioso que o futuro chegue. Pois

como escreveu Miguel Esteves

Cardoso, "por muito que se goste de

chorar o passado ou preferir o

presente, a História demonstra, em

traços largos, que o futuro é sempre

melhor para a maioria das pessoas.”

Venha ele, sempre melhor e mais

perfeito!

Por terras de

Lidador

“Portugal está a fazer tudo bem para

corrigir as suas contas e está com

esta atitude a dar um excelente

exemplo de seriedade ao mundo

económico-financeiro”. Esta foi uma

das principais mensagens que o

eurodeputado do CDS/PP, Diogo

Feio, transmitiu num debate sobre

“O Futuro da Europa”, que a

Juventude Popular da Maia organizou

recentemente.

O eurodeputado salientou que

“Portugal ainda é um país onde é

difícil criar riqueza em comparação

com outros Estados membros” e

apontou, como uma possível solução

a harmonia fiscal. Na opinião

de Diogo Feio, o Euro não está

a passar por uma crise, indicando,

sim, a existência de uma crise

de administração do Euro

em que talvez a principal saída seja

não enfraquecer a moeda mas, ao

invés, fortalecê-la cada vez mais”.

Para começar, defende uma maior

proximidade dos governos de cada

país com as instâncias de decisão da

EU. Por exemplo, os ministros das

Finanças da zona Euro devem reunir

com uma maior frequência em

detrimento dos dois encontros

anuais. No debate esteve ainda o

docente da Universidade Fernando

Pessoa, Paulo Vila Maior, que

advogou que a sobrevivência da UE

passa principalmente por todos

alinharem prioridades, “coisa que não

se tem feito”. A Grécia foi apontada

como “o início do contágio”,

relembrando que os governos deste

país falsearam a existência de défices

excessivos” durante anos.

No último mês de Dezembro a

Juventude Popular da Maia apresentou

o culminar de dois anos de trabalho,

apresentou a sua Proposta de Reforma

Administrativa e Territorial (PRAT) para

o Concelho da Maia. Onde muitos não

quiseram que a estrutura vincasse o seu

carácter activo e determinado, nós não

desistimos e conversamos com toda a

Maia que se dignou a respeitar-nos.

Fomos a todas as freguesias e falamos

com alguns executivos. Conhecemos

cada cantinho menos apelativo e

subestimamos todos aqueles que são

limpos apenas para freguês ver.

Compreendemos agora muito melhor a

nossa terra, sabemos sem qualquer

dúvida quem nela tem influência.

A PRAT da JP Maia é simples e

objectiva: divisão das dezassete juntas

de freguesia por cinco novas zonas

administrativas que respeitam e

identidade e potenciam cada um dos

grandes atributos dessas mesmas

zonas. Não pactuamos com hipocrisia:

há um sentimento de bastidores em

todo o concelho que muitas das nossas

propostas são aquilo que realmente o

concelho precisa. No dia da

apresentação pública as reacções não

podiam ter sido melhores: as pessoas

gostam de quem realmente apresenta

alternativas e de discursos saudáveis.

Aliás, é por isso que cá andamos todos

os dias a elevar no nome da Juventude

Popular. Preocupa-nos com o futuro e

com a nossa geração. Nós

concretizamos, e assim continuaremos.

Numa altura em que muito se tem

falado da reforma administrativa e

territorial do país, a Comissão Política

Concelhia da Juventude Popular (JP) da

Maia apresenta esta quarta-feira, à

noite, a proposta da estrutura para a

renovação do mapa autárquico do

concelho da Maia. A proposta passa pela

reorganização do concelho em cinco

novas zonas administrativas,

aglomerando as actuais 17 juntas de

freguesia. Cinco zonas “que estão em

total harmonia com as características de

cada freguesia actual”, garante o

presidente da estrutura, Manuel

Oliveira.

Em termos objectivos os jovens

populares da Maia propõem a criação de

cinco zonas administrativas: Castêlo da

Maia, Pedras Rubras, Lidador, Águas

Santas e Folgosa.

Estas zonas administrativas pensadas

em “total harmonia” com as

características de cada actual junta de

freguesia, respeitando, acima de tudo a

identidade de cada freguesia. Portanto,

“o que nós propomos a par até da

proposta do Governo por aquilo que

pode ler-se no livro verde que já

publicou, a nossa proposta também

respeita sempre a identidade da

freguesia e visa só, unicamente, a

questão administrativa da junta de

proposta do Governo por aquilo que

pode ler-se no livro verde que já

publicou, a nossa proposta também

respeita sempre a identidade da

freguesia e visa só, unicamente, a

questão administrativa da junta de

freguesia e não a identidade cultural,

histórica e sociológica da freguesia”,

justifica Manuel Oliveira.

Trata-se de uma proposta objectiva que

resulta de dois anos de trabalho no

terreno, “de conhecimento do concelho

e também do contacto com as pessoas

que lideram o concelho da Maia,

nomeadamente as juntas de freguesia, a

próprio executivo camarário, a

assembleia municipal, todos os

intervenientes da política na Maia”. O

resultado, é então o documento a

apresentar esta noite, que também vem

no seguimento da discussão actual da

reforma do poder local.

O líder da Juventude Popular da Maia

recorda que nem todos os presidentes

de junta se mostraram disponíveis para

receber a comissão política da estrutura

popular. Foram recebidos “apenas em

seis ou sete juntas de freguesia”, mas

visitaram e ficaram a conhecer todas as

outras freguesias onde não foram

recebidos pelos seus autarcas. No

entanto, aqueles com quem teve

oportunidade de reunir e conversar,

seis ou sete juntas de freguesia”, mas

visitaram e ficaram a conhecer todas as

outras freguesias onde não foram

recebidos pelos seus autarcas. No

entanto, aqueles com quem teve

oportunidade de reunir e conversar,

“alguns mostraram alguma abertura,

outros nem tanto e apresentaram

algumas reservas porque segundo a

visão deles a questão da proximidade

iria ser afectada”, conta.

Já no que toca à reforma da democracia

local, a proposta da JP defende o

princípio dos executivos maioritários, ou

seja, executivos de um só partido ou de

coligação, sem a presença dos

vereadores de oposição. O executivo

camarário passaria a ser escolhido e

liderado pelo primeiro elemento da lista

mais votada para a Assembleia

Municipal. A proposta defende ainda um

papel mais fiscalizador e interveniente

da Assembleia Municipal; a diminuição

do executivo camarário dos actuais onze

para oito elementos; a extinção da

inerência dos presidentes de junta nas

reuniões da Assembleia Municipal e o

reforço do papel do presidente da

Câmara nas reuniões da Assembleia

Municipal, passando a ser obrigatório

que este órgão reúna uma vez por mês.

E porque entende que a discussão deve

continuar a ser alimentada, depois da

apresentação da proposta segue-se um

debate sobre o tema alargado à

realidade nacional, que vai contar com a

presença do vice-presidente da bancada

parlamentar do CDS, João Almeida e do

ex-presidente da Junta de Freguesia de

Lordelo do Ouro e autarca do PSD

Porto, Alberto Lima.

A Juventude Popular (JP) da Maia

apresentou, no final da semana

passada, ao presidente da Câmara

Municipal da Maia a sua proposta de

reforma administrativa e territorial

para o concelho. A audiência contou

ainda com a presença do vereador da

Juventude, Hernâni Ribeiro. Depois de

terem apresentado a proposta

publicamente, no final do ano, a JP

queria também fazê-la chegar ao

autarca. Foi isso que aconteceu

agora. A Bragança Fernandes

apresentaram um documento que, na

sua base, propõe a passagem das

actuais 17 juntas de freguesia para um

modelo de cinco zonas

administrativas, mas “preservando os

traços identitários de cada uma das

freguesias”, garante a estrutura. A JP

ressalva que a sua proposta respeita

“a harmonia territorial”, no entanto,

promove uma maior competitividade

inter-regional

“a harmonia territorial”, no entanto,

promove uma maior competitividade

inter-regional temas como a extinção

dos “vereadores de oposição”, o papel

mais fiscalizador da Assembleia

Municipal, o método de eleição e

formação do executivo camarário e o

papel dos presidentes de Junta em

reunião de Assembleia Municipal

foram abertamente discutidos por

ambas as partes “tendo-se encontrado

pontos de comum acordo”. “A

proposta da JP Maia pressupõe maior

frequência de reuniões da Assembleia

Municipal, o fim do poder de voto dos

presidentes de junta nessas reuniões e,

por exemplo, a total liberdade do

presidente da câmara eleito para

escolher a sua equipa tal como

acontece no Governo central” enumera

a JP da Maia.

A JP da Maia elogia a “abertura,

rapidez e interesse” do executivo

camarário na proposta que foi

apresentada. A estrutura recorda que,

desde o início, a sua intenção era

incentivar o debate do assunto e

“desligada” de interesses políticos.

“Esta é uma proposta de uma

estrutura juvenil mas acima de tudo é

um documento que espelha a opinião

de jovens que nasceram e vivem no

concelho da Maia e o sentem, acima

de tudo, como cidadãos”, justifica.

Durante a audiência com Bragança

Fernandes, ainda houve tempo para

os jovens populares abordarem temas

relacionados com os jovens,

nomeadamente o desporto, o urba-

nismo e o empreendedorismo.

Destaque para os projectos do Parque

Maior e das Piscinas Olímpicas.

Convém começar pelos factos,

transversais a todo o território

nacional. O mapa administrativo de

Portugal foi desenhado entre 1835 e

1840 pelos incontornáveis Passos

Manuel e Mouzinho da Silveira.

Desde então, mantém-se em vigor.

No entretanto, o País e o território

foram-se naturalmente transfor-

mando, chegando hoje a um cenário

completamente díspar daquele que

era quando entrou em vigor o actual

mapa administrativo de Portugal.

O século XIX da nossa História fala-

nos de um Portugal homogéneo na

sua distribuição demográfica, pré-

dominantemente ruralizado, fazendo

passar a agricultura como ponto forte

da sua actividade económica e ainda

parco em vias de comunicação que

fragmentavam e isolavam

excessivamente o território. Passados

passar a agricultura como ponto forte

da sua actividade económica e ainda

parco em vias de comunicação que

fragmentavam e isolavam

excessivamente o território. Passados

quase 200 anos, constata-se um país

completamente assimétrico, extre-

mamente heterogéneo na distribuição

populacional, concentrada no litoral.

Industrialmente, tendemos a evoluir

para as cidades de serviços.

Abandonando-se a dependência da

agricultura, com altos índices de

urbanização e com malhas densas de

acessibilidades entre centros urbanos.

Politicamente, não se encontram

respostas à crescente necessidade de

governação. Pelo contrário, perdeu-se

escala, mais acentuada nos níveis de

poder mais próximos da população.

A forma como hoje usamos e

transformamos o solo mudou

radicalmente. Mas mantiveram-se

os contornos da administração

poder mais próximos da população.

A forma como hoje usamos e

transformamos o solo mudou

radicalmente. Mas mantiveram-se

os contornos da administração

territorial, parados no tempo. Este

desajuste crescente torna pertinente

uma reforma do mapa

administrativo de Portugal.

Uma reformulação dos limites e

camadas de governação não se

materializa todos os anos, nem sequer

todas as décadas. Como tal, não pode

constituir o simples exercício de

reajuste à realidade. Deve, conter uma

visão contemporânea do território, de

olhos postos no futuro e considerando

as variáveis administrativas e

estatísticas sem nenhum subterfúgio

que se desvie de outras dimensões

não menos importantes, tal como o

factor identitário, cultural, social ou

económico.

Rever o mapa administrativo não

que se desvie de outras dimensões

não menos importantes, tal como o

factor identitário, cultural, social ou

económico.

Rever o mapa administrativo não

constitui por si só um exercício que se

limita a rever o espaço intra-

municipal. Pelo contrário, devem ser

seguidos critérios de

compatibilização, de coerência, na

reforma do Estado central, do

espaço regional e municipal. Assim,

mexer em freguesias sem olhar para

as do concelho vizinho, por vezes até

com maiores elos de ligação, é

incoerente. No presente documento

consideraremos apenas as Juntas de

Freguesia do Concelho da Maia por

razões óbvias, no entanto, não

deixamos de lado uma nova proposta

futura que englobe essas freguesias

vizinhas de outros concelhos. Há,

indiscutivelmente, freguesias da Maia

que se enquadram melhor em

Matosinhos ou no Porto; como há

freguesias desse concelho que

estariam estrategicamente melhor

posicionadas no concelho da Maia.

Descendo então ao fragmento

unitário da divisão do nosso território,

a freguesia, verifica-se hoje uma

completa perda de competências. É

então necessário voltar a dar escala.

Certamente que será este um dos

principais objectivos a que se propõe

uma revisão do mapa administrativo.

O que está em jogo não é apenas a

alienação pura de freguesias mas a

redistribuição de competências numa

perspectiva mais ampla, com vista ao

seu reforço individual. Manter tanto

quanto possível a forma (para evitar

mexer-se em factores sensíveis como

os identitários ou culturais) alterando

o conteúdo. Esta é a questão.

Agregar espaços intermunicipais que

juntos valham mais do que sozinhos

na reivindicação das suas

potencialidades. Procurar o que une

esses mesmos espaços quer em

termos sociais, económicos,

culturais ou identitários e justificar o

seu maior poder representativo para

descentralizar competências que

O que está em jogo não é apenas a

alienação pura de freguesias mas a

redistribuição de competências numa

perspectiva mais ampla, com vista ao

seu reforço individual. Manter tanto

quanto possível a forma (para evitar

mexer-se em factores sensíveis como

os identitários ou culturais) alterando

o conteúdo. Esta é a questão.

Agregar espaços intermunicipais que

juntos valham mais do que sozinhos

na reivindicação das suas

potencialidades. Procurar o que une

esses mesmos espaços quer em

termos sociais, económicos,

culturais ou identitários e justificar o

seu maior poder representativo para

descentralizar competências que

estão hoje nos municípios, por vezes

até viciadas e longe da realidade. Da

mesma forma, estas últimas, tal como

as áreas metropolitanas devem, no

seu respectivo domínio espacial,

serem capazes de se transformar

segundo os mesmos critérios para

legitimar competências que hoje são

centralizadas na capital. Trata-se de

um reescalonamento de compe-

tências e recursos.

Por último, não pode um reforço de

poder local ser admitido sem tornar

mais eficaz e transparente a gestão

local. É necessário qualificar os

agentes responsáveis por esse

acréscimo de competências, garantir

o funcionamento regular das

assembleias municipais ou de

freguesia ou ainda incrementar o

poder fiscalizador. Não faz sentido

falar de reforma administrativa sem

abordar, solidamente este tema.

assembleias municipais ou de

freguesia ou ainda incrementar o

poder fiscalizador. Não faz sentido

falar de reforma administrativa sem

abordar, solidamente este tema.

A presente proposta da Juventude

Popular da Maia não é em vão nem

tenta tirar proveito desonesto da

actualidade deste tema. Planos de

actividade, e até notícias de jornais,

comprovam desde 2010 o interesse

da estrutura pelo conhecimento

profundo da realidade territorial e

administrativa do concelho da Maia.

Foi nesse mesmo ano que começamos

a fazer um levantamento exaustivo de

todas as estruturas e organismos

públicos maiatos. Tomamos a

iniciativa de abordar pessoalmente

cada um dos executivos de Junta de

Freguesia que tomaram posse após as

eleições autárquicas de 2009 porque

entendemos que é justo ouvir aqueles

sobre quem vamos falar e propor uma

nova ideia, uma nova estratégia e

forma de actuar. Infelizmente, das

dezassete freguesias que compõem

o concelho, fomos recebidos apenas

em Pedrouços, Barca, Folgosa,

Milheirós, Vila Nova da Telha e Silva

Escura. Após um primeiro contacto,

Gueifães, Maia, Moreira e Vermoim

desinteressaram-se pela nossa visita

sendo que Gondim, São Pedro de

Avioso, Santa Maria de Avioso, Águas

Santas, Nogueira, Gemunde e São

Pedro de Fins nunca responderam ao

pedido de audiência da estrutura.

Faltas de respeito protocolares à

parte, o comprometimento da

Juventude Popular da Maia por um

levantamento sério da realidade foi

à mesma cumprido e, mesmo com

tentativas menos claras de

silenciamento desta nossa iniciativa,

podemos afirmar que estamos de

consciência absolutamente tranquila

quanto às nossas responsabilidades e

seriedade. Cumprimos, como sempre,

o nosso papel.

Tomamos a iniciativa de abordar

pessoalmente cada um dos executivos de

Junta de Freguesia que tomaram posse após

as eleições autárquicas de 2009 porque

entendemos que é justo ouvir aqueles sobre

quem vamos falar e propor uma nova ideia,

uma nova estratégia e forma de actuar.

podemos afirmar que estamos de

consciência absolutamente tranquila

quanto às nossas responsabilidades e

seriedade. Cumprimos, como sempre,

o nosso papel.

Tal como explica o Livro Verde, esta é

uma reforma ambiciosa e abre portas

para uma ainda maior evolução

futura. A Juventude Popular da Maia

concorda com a necessidade da

reforma a dois tempos - primeiro as

freguesias e em seguida os

municípios. Uma reforma estruturada

assume uma maior coerência a

começar pela base fazendo com que o

processo de transferência de

competências e responsabilidades

seja justamente repartido e

equilibrado pelas novas freguesias.

Acreditamos que a extinção das

juntas de freguesias não deverá

basear-se somente em critérios

aritméticos - deverá ser ponderado

um critério de acesso ou de

proximidade aos serviços que são

prestados nas juntas. Só assim se

melhora a qualidade de vida dos

cidadãos, obtém-se economias de

escala e verdadeiras poupanças. No

caso concreto do concelho da Maia, e

devido à sua característica urbana,

vias de comunicação e infra-estruturas

múltiplas, é perfeitamente possível

uma redução forte e definitiva dos

serviços que as dezassete juntas de

freguesias oferecem. Não faz sentido,

usando o exemplo de Vermoim ou

Maia, ter uma junta de freguesia a

cem metros da Câmara Municipal. Há

serviços e recursos que podem ser

aglomerados e perfeitamente

integrados numa ou noutra entidade

aumentando desta forma a

poupança. Somos sensíveis às

diferentes necessidades da população

face à proximidade da junta de

freguesia com a sede do município ou,

até mesmo, entre juntas de freguesia -

tendo como melhor exemplo Folgosa

e São Pedro de Fins em que ambas as

estruturas estão distanciadas por

pouco mais de um quilómetro.

Convém, por último, explicar

objectivamente que entendemos e

e São Pedro de Fins em que ambas as

estruturas estão distanciadas por

pouco mais de um quilómetro.

Convém, por último, explicar

objectivamente que entendemos e

defendemos a reforma da entidade

administrativa (Junta de Freguesia)

e não sobre a identidade cultural,

histórica e sociológica (Freguesia).

Acreditamos que o problema

identitário das várias Freguesias

nunca será colocado em causa com

esta reforma. Um freguês de Vila

Nova da Telha nunca se sentirá

atraiçoado por ter uma nova

entidade administrativa com outro

nome e que aglomere mais

Juntas de Freguesia. A actual

Constituição da República Portuguesa

defende o direito à identidade,

direito esse que será sempre

salvaguardado independentemente

da reforma política. Não

pretendemos, por isso, por em causa

o sentimento de identidade das

populações com a terra em que

nasceram ou viveram e, como tal, com

a qual se sentem identificadas. Uma

reforma administrativa que

rectifique os centros de decisão e as

unidades administrativas, não é

contrário à manutenção das

unidades territoriais já hoje

existentes.

Tendo em conta o diagnóstico apresentado,

a Juventude Popular da Maia procedeu a um

novo desenho do mapa do concelho,

aproveitando as fronteiras das actuais

freguesias, aglomerando-as em cinco

grupos que correspondem às novas juntas

de freguesias que propomos. Assim,

propõe-se a divisão do mapa do concelho

da Maia nos seguintes cinco pólos: Castêlo

da Maia (Barca, Stª Maria de Avioso, S.

Pedro de Avioso, Gemunde e Gondim),

Pedras Rubras (Moreira da Maia e Vila Nova

da Telha), Lidador (Vermoim, Maia e

Gueifães), Águas Santas (Milheirós, Águas

Santas e Pedrouços) e Folgosa (São Pedro

de Fins, Nogueira, Silva Escura e Folgosa).

Tendo em conta o diagnóstico

apresentado, a Juventude Popular da

Maia procedeu a um novo desenho

do mapa do concelho, aproveitando

as fronteiras das actuais freguesias,

aglomerando-as em cinco grupos

que correspondem às novas juntas de

freguesias que propomos.

Estas cinco novas unidades territoriais

respeitam o equilíbrio social e

económico que entendemos ser vital a

cada uma das novas juntas de

freguesia. Essa divisão emana do

carácter heterogéneo presente no

actual mapa concelhio, através do

qual se percebe que a divisão em

cinco freguesias é natural.

Assim, propomos a divisão do mapa

do concelho da Maia nos seguintes

cinco pólos: Castêlo da Maia (Juntas

de Freguesia de Barca, Stª Maria de

Avioso, S. Pedro de Avioso, Gemunde

e Gondim), Pedras Rubras (Juntas de

Freguesia de Moreira da Maia e Vila

Nova da Telha), Lidador (Juntas de

Freguesia de Vermoim, Maia e

Gueifães), Águas Santas (Juntas de

Freguesia de Milheirós, Águas Santas

e Pedrouços) e Folgosa (Juntas de

Freguesia de São Pedro de Fins,

Nogueira, Silva Escura e Folgosa).

Pela sua componente histórica, faz

todo o sentido que toda a zona que

compreende o território das actuais

juntas de freguesia de Santa Maria

de Avioso, São Pedro de Avioso,

Gemunde, Barca e Gondim, se funda

numa só unidade territorial.

A vila do Castêlo da Maia, que

abrange estas cinco freguesias,

obtém, muitas vezes, um maior

reconhecimento do que as próprias.

Não raras vezes, também, são as

próprias populações dessas freguesias

as primeiras a assumirem uma

identificação maior ao Castêlo da

Maia do que à freguesia específica da

próprias populações dessas freguesias

as primeiras a assumirem uma

identificação maior ao Castêlo da

Maia do que à freguesia específica da

qual são naturais ou residentes.

Como ponto de grande atractividade,

este núcleo territorial apresenta três

potenciais motores de

desenvolvimento académico,

empresarial e tecnológico: o Instituto

Superior da Maia, parte da Zona

Industrial da Maia e a proximidade

com o Tecmaia.

Tal como sucede com o Castêlo da

Maia, também podemos observar

empiricamente que a identidade de

Pedras Rubras, bem como o seu

reconhecimento por parte das

populações, ultrapassa, em larga

escala, o das freguesias que a

compõem: Moreira e Vila Nova da

Telha.

Assim, os motivos históricos que

presidem à união destas duas

freguesias numa só são

indiscutivelmente evidentes. Com

uma população residente de cerca de

16 mil habitantes, o peso demográfico

desta nova freguesia é, também,

significativo.

Como mais-valia significativa, e

potenciadora de uma dinâmica

positiva para o desenvolvimento desta

unidade territorial e toda a zona Oeste

do concelho da Maia, encontramos a

potenciadora de uma dinâmica

positiva para o desenvolvimento desta

unidade territorial e toda a zona Oeste

do concelho da Maia, encontramos a

presença do internacionalmente

aclamado Aeroporto Francisco Sá

Carneiro.

Unidas historicamente na

constituição da cidade da Maia, as

freguesias de Gueifães, Maia e

Vermoim fundem-se, nesta nova

proposta, numa nova unidade

territorial, a mais central do concelho.

Com uma concentração assinalável a

nível de serviços no contexto

concelhio, nomeadamente no que a

aspectos do funcionamento

administrativo do mesmo diz respeito,

é fácil considerar que a divisão deste

território em três unidades

administrativas ao mesmo tempo que

alberga a Câmara Municipal da Maia

constitui um grosseiro exagero.

Com um agregado populacional

elevado e uma oferta e um nível de

desenvolvimento assinalável, esta

nova unidade territorial tem tudo para

ser um pólo urbano e residencial de

excelência, nomeadamente através da

centralidade que oferece.

A divisão administrativa e

territorial do concelho da Maia com

as suas dezassete freguesias.

A divisão administrativa e

territorial do concelho da

Maia com a proposta

da JP Maia: dezassete

Juntas de Fregue-

sai divididas em

cinco novas

áreas.

A freguesia de Águas Santas, com a

sua configuração actual, representa

a maior freguesia do concelho em

termos populacionais, reunindo cerca

de 20% da população. Se a ela

juntarmos as freguesias de Milheirós e

Pedrouços (a mais “jovem” do

concelho), obtemos um número

superior a 30% da população maiata.

Para além de ser um dos mais

significativos pólos maiatos no que diz

respeito à população residente, a nova

freguesia de Águas Santas beneficia

de um posicionamento estratégico na

fronteira com os concelhos do Porto,

Matosinhos e Gondomar.

A proximidade a pólos empresariais e

académicos de excelência no contexto

distrital e nacional é mais um dos

pontos positivos desta freguesia, e

que lhe atribui um potencial de

desenvolvimento assinalável.

O concelho da Maia tem uma das suas

características mais notórias na

dicotomia entre o rural e o urbano.

São Pedro de Fins, Silva Escura,

Folgosa e Nogueira, e todo o

território compreendido por estas

quatro freguesias é, talvez, a

representação mais fiel da ruralidade

que ainda caracteriza uma boa parte

do concelho da Maia.

Assim, propomos juntar estas quatro

quatro freguesias é, talvez, a

representação mais fiel da ruralidade

que ainda caracteriza uma boa parte

do concelho da Maia.

Assim, propomos juntar estas quatro

freguesias que constituem o “Pulmão

da Maia”, construindo assim uma

fonte de potencial inesgotável, na

aliança entre o clássico e o moderno,

entre o verde actual e o urbano a

desenvolver, entre a história e a

identidade que marcam as raízes do

concelho e o desenvolvimento que a

zona Lesta da Maia também merece.

Para além do redesenho do mapa

concelhio, não deve ser esquecida a

reformulação do modelo de

funcionamento e de eleição dos

órgãos autárquicos. Não faz sentido

que as Assembleias Municipais

continuem a ter um papel cada vez

mais simbólico, subjugada às

competências do executivo

camarário.

Da mesma forma, não faz sentido

que os esses mesmos executivos

camarários vejam o seu trabalho

limitado pelo condicionamento de

certas decisões dos vereadores

eleitos pela oposição. Assim sendo, a

Juventude Popular da Maia defende

o princípio de que o presidente do

município seja o primeiro eleito da

certas decisões dos vereadores

eleitos pela oposição. Assim sendo, a

Juventude Popular da Maia defende o

princípio de que o presidente do

município seja o primeiro eleito da

lista mais votada à respectiva

Assembleia Municipal e o seu

executivo camarário escolhido por

ele, num enquadramento

semelhante ao da composição dos

governos da República. Desta forma,

conferir-se-iam mais poderes à

Assembleia Municipal, que focaria e

melhoraria a sua fiscalizadora e

conferir-se-ia uma estabilidade e

homogeneidade fundamentais à

actuação de qualquer Câmara Muni-

cipal. No caso concreto do concelho da

Maia é, ainda, razoável pensarmos

numa diminuição dos vereadores que

compõem o executivo camarário (dos

actuais 11 para 8) sem que uma

gestão autárquica eficaz seja posta

em causa, nomeadamente num

cenário em que a Assembleia

Municipal, com os seus poderes

reforçados, constituiria um reforço

significativo para essa mesma gestão.

Ainda como ponto de elementar justiça

e bom senso, a Juventude Popular da

Maia defende que os Presidentes das

Juntas de Freguesia deixem de ter

inerência nas reuniões da Assembleia

Municipal, acabando assim, por um

lado, com uma inconcebível anorma-

lidade democrática, e, por outro, com

uma situação que, na prática, pode

levar a que interesses particulares de

uma freguesia se imponham ao

interesse comum de todo o concelho.

Deverá ainda ser reforçada a presença

do Presidente da Câmara Municipal

nestas reuniões, com um carácter

obrigatório de, pelo menos, uma vez

em cada mês, de modo a

consubstanciar uma cooperação

estratégica entre ambos os órgãos e a

facilitar e optimizar a tarefa

fiscalizadora da Assembleia Municipal.

Cinco áreas administrativas

para um futuro mais eficiente,

eficaz, coerente e dinâmico.

Foi presidente da Juventude Popular durante oito anos, casa

onde cresceu e se destacou na vida política portuguesa. O passo

seguinte passou pela secretaria-geral do CDS-PP, onde deixou

uma marca inconfundível. Deputado desde 2009, eleito pelo círculo

eleitoral do Porto, é hoje vice-presidente da bancada parlamentar

do CDS-PP e seu porta-voz e um dos deputados em maior destaque

na Assembleia da República.

entrevista

Quatro anos e meio depois, que

diferenças existem entre o João

Almeida actual e aquele que deixou

a liderança da Juventude Popular?

Esta pergunta entra no domínio da

psicanálise, para a qual não estou

habilitado. É natural que tenha, hoje,

mais experiência e maturidade. Pelo

menos é isso que me vão dizendo.

Sinceramente, não consigo fazer uma

separação.

Tiveste um papel fundamental na

revitalização do partido ocorrida nos

últimos anos, devido ao teu trabalho

na secretaria-geral. Como classificas

o estado actual do CDS? Esta

tendência de crescimento veio

para ficar?

Agradeço o elogio, mas esse foi um

trabalho de muita gente. Desde as

estruturas locais, dos seus dirigentes e

militantes, ao Presidente do Partido.

Sem esquecer o enorme contributo

dos funcionários do CDS. Foi esse

trabalho que permitiu que o CDS seja,

actualmente, um partido forte e

preparado para as diferentes tarefas

militantes, ao Presidente do Partido.

Sem esquecer o enorme contributo

dos funcionários do CDS. Foi esse

trabalho que permitiu que o CDS seja,

actualmente, um partido forte e

preparado para as diferentes tarefas

que é chamado a desempenhar. Daí

termos tido um ciclo eleitoral muito

positivo. Acho que a consistência que

o partido tem é um factor

determinante para que possamos

continuar a crescer.

Parte do mérito desse crescimento

é, certamente, do grupo

parlamentar de que agora és Vice-

Presidente. Que comentário te

merece o trabalho dos deputados

do CDS?

O Grupo Parlamentar é sempre a face

mais visível do partido. Sem dúvida,

nas últimas legislaturas, o seu

trabalho tem estado na base do

crescimento eleitoral do CDS. No

inicio da actual legislatura, vários

deputados foram chamados a integrar

o governo, o que representa

reconhecimento, mas também um

trabalho tem estado na base do

crescimento eleitoral do CDS. No

inicio da actual legislatura, vários

deputados foram chamados a integrar

o governo, o que representa

reconhecimento, mas também um

desafio ao actual grupo. Há que

manter o trabalho de qualidade.

Decorridos seis meses desta

legislatura, acho que esse desafio está

a ser vencido. É uma consequência do

excelente trabalho dos diferentes

deputados, muito deles estreantes, e

acima de tudo duma excelente

liderança exercida pelo Nuno

Magalhães.

Desse grupo parlamentar fazem

parte dois deputados da Juventude

Popular e, simultaneamente, do

círculo eleitoral do Porto, que é

também o teu. Como classificas, em

particular, o seu trabalho?

Excelente. Não o digo por amizade,

mas digo-o com orgulho. É fantástico

ter dois deputados da JP, ainda por

cima eleitos pelo Porto, com tanta

qualidade. O Micha tem dado

seguimento ao óptimo trabalho que já

vinha desenvolvendo e a Vera tem-se

afirmado a cada tarefa que lhe é

atribuída. É sem dúvida uma das

revelações desta legislatura.

Alguns anos depois, o CDS volta ao

Governo. Que papel será o partido

chamado a assumir no mesmo, uma

vez que, em comparação com o que

aconteceu em 2002, a relação de

forças com o PSD lhe é, agora, mais

favorável?

As circunstâncias são muito

diferentes. Desta vez chegamos ao

governo numa situação de

emergência nacional. O papel do CDS

será o de contribuir para a

recuperação da autonomia do país e a

concretização de um ambicioso

processo de reformas estruturais.

Acho que, desta vez, são mais claros

“ Acredito que temos de romper

com os modelos que nos

impediram de ter verdadeiro

crescimento económico. Temos

de acrescentar a liberdade de

escolha e a liberdade de

iniciativa, às liberdades de

expressão e de participação

política.

emergência nacional. O papel do CDS

será o de contribuir para a

recuperação da autonomia do país e a

concretização de um ambicioso

processo de reformas estruturais.

Acho que, desta vez, são mais claros

os objectivos da governação. Quanto

ao "peso" do CDS, é efectivamente

maior, e isso representa mais

oportunidades para marcamos a

governação com a competência que

tem sido característica dos nossos

governantes.

Tendo em conta essa coligação

governamental, não temes que o

papel do grupo parlamentar do CDS

perca importância e se torne tão

discreto que passe a ser indiferente?

Não me parece. O CDS tem sido,

sempre, capaz de se afirmar pelo

trabalho do seu Grupo Parlamentar.

Quer na oposição, quer na maioria

parlamentar. Fui testemunha disso na

anterior esperança de governo, entre

2002 e 2005. Nessa altura, o Grupo

Parlamentar foi sempre uma

referência do trabalho do CDS. Assim

tem sido, também, nesta legislatura.

Apesar de terem passado poucos

meses desde a sua tomada de posse,

que avaliação fazes do Governo

liderado por Pedro Passos Coelho?

É um governo condicionado por um

Programa de Assistência Económica e

Financeira, daí a avaliação estar

condicionada ao nível de execução

desse programa. Nesse ponto, acho

que tem sido um governo

competente. Quanto ao mais,

entendo que é de registar a coragem

de promover reformas, há muito

adiadas.

Que comentário te merecem o os

ministros emanados do interior do

CDS?

Têm sido aquilo que neles

reconhecemos. Ministro com uma

“ O Micha tem dado seguimento

ao óptimo trabalho que já

vinha desenvolvendo e a Vera

tem-se afirmado a cada tarefa

que lhe é atribuída.

Que comentário te merecem o os

ministros emanados do interior

do CDS?

Têm sido aquilo que neles

reconhecemos. Ministro com uma

enorme capacidade de trabalho e

uma competência indiscutível. É

impossível não associar a ética social

na austeridade ao Pedro Mota

Soares, a recuperação de importância

do sector primário à Assunção Cristas

e o definido estratégico da

diplomacia económica ao Paulo

Portas. Isso é esclarecedor da

qualidade do seu trabalho. Mas

não podemos esquecer

O país vive um momento muito

difícil na sua História, em que o

o óptimo trabalho que vêm

desenvolvendo os "nossos" Secretários

de Estado.

O país vive um momento muito

difícil na sua História, em que o

colapso parece, por vezes, muito

próprio. De forma genérica, quais

pensas serem as causas da crise

actual e que grandes soluções

teremos de procurar?

As causas da nossa actual situação são

muitas. Internas e externas.

Conjunturais e estruturais. Estando

mais discutidas as causas internas e

conjunturais, aponto apenas as

outras. Portugal tem um problema de

excesso de peso do estado e do sector

público e outro de centralismo. O mais

grave é que estes são traços comuns

do Estado Novo e do PREC. O que

significa que mudar, muito mais que

mais discutidas as causas internas e

conjunturais, aponto apenas as

outras. Portugal tem um problema de

excesso de peso do estado e do sector

público e outro de centralismo. O mais

grave é que estes são traços comuns

do Estado Novo e do PREC. O que

significa que mudar, muito mais que

uma opção ideológica, é um desígnio

geracional. Acredito que temos de

romper com os modelos que nos

impediram de ter verdadeiro

crescimento económico. Temos de

acrescentar a liberdade de escolha e a

liberdade de iniciativa, às liberdades

de expressão e de participação

política.

Que soluções pode um jovem

esperar do CDS e, em particular, do

deputado João Almeida, para

resolver os problemas que o

socialismo criou à sua geração?

Pode esperar soluções de redução do

peso do estado na economia, de

liberdade de escolha na educação,

saúde ou na segurança social ou de

uma política fiscal que respeite a

iniciativa. Agora, temo de ter

consciência que, para lá chegarmos,

temos que resgatar a nossa

autonomia, cumprindo o Programa de

Assistência.

Que mensagem deixas aos leitores

d’O Jovem?

Uma mensagem simples. Vejam nesta

publicação, na JP Maia e nos seus

dirigentes o exemplo do que é uma

participação política útil e de

qualidade. A política precisa de mais

gente nova com esta capacidade e

disponibilidade para a causa pública.

“ A política precisa de mais

gente nova com esta

capacidade e disponibilidade

para a causa pública.

No estreito de Ormuz, o Irão começa

a jogar um jogo perigoso. Com os

últimos testes feitos ao armamento

iraniano no estreito, o Irão anunciou

que controla a 100% a passagem

pelo estreito. Por ali passam cerca

de 40% do petróleo norte-

americano, e também boa parte do

petróleo para a Europa. O Irão pode

estar a comprar uma guerra com o

ocidente, coisa que não é desejável

para ninguém. O Reino Unido já

enviou o seu mais sofisticado navio

para a zona, desafiando o Irão, e os

EUA já anunciaram que não vão

permitir que o Irão faça o que quer

numa zona de interesse vital para o

ocidente. O tempo de pagar tributo

já passou a uns séculos. Mesmo com

o resgate de um navio iraniano

sequestrado por piratas por parte

dos norte-americanos não terá sido

suficiente para acalmar as coisas,

semanas depois de um drone (avião

não pilotado por pessoas) americano

ter-se despenhado no Irão quando

dos norte-americanos não terá sido

suficiente para acalmar as coisas,

semanas depois de um drone (avião

não pilotado por pessoas) americano

ter-se despenhado no Irão quando

estava a espiar o país. O drone,

capturado pelo Irão, é uma falha de

segurança incrível americana, para

não falar da tecnologia exposta.

Com estes acontecimentos, mais o

anuncio da criação da primeira

fábrica iraniana para

enriquecimento de urânio, o clima

começa a ficar quente muito

depressa, mais quente do que o

clima iraniano de deserto. A ONU já

pediu que o Irão abra a porta a

inspectores internacionais para

garantir o uso civil de urânio

enriquecido, pedido que ainda não

obteve respostas, mas prevê-se

semanas, meses ou anos tensos

entre o ocidente e o Irão.

Politicamente incorrecto, feudo de

Putin e Medvedev, por esta ordem.

A corrida republicana para a Casa

Branca já começou oficialmente com o

Iowa Caucus, onde o centrista Mitt

Romney sai como vencedor com uma

vantagem de meros 8 votos do super

conservador Rick Santorum. Aca-bando

por ser a surpresa da noite, mesmo

num estado conservador, Rick

Santorum nunca foi favorito na corrida

até poucos dias antes da eleição, onde

o congressista Ron Paul vinha a ganhar

protagonismo e acabou por ficar em

terceiro lugar (mesmo assim muito

bom), mas jà vinha a ganhar

protagonismo e acabou por ficar em

terceiro lugar (mesmo assim muito

bom), mas à última hora ultrapassado

pelo ex senador Santorum. Se o texto

assim foi o resultado inicial da noite,

dias mais tarde, a recontagem provou

que final teria sido Rick Santorum a

ganhar a corrida no Iowa, batendo

Romney por quase 30 votos.

Eleitoralmente não trás nada de

diferente já que a atribuição de

delegados ficou idêntica.

ganhar a corrida no Iowa, batendo

Romney por quase 30 votos.

Eleitoralmente não trás nada de

diferente já que a atribuição de

delegados ficou idêntica.

Num quarto lugar afastado, o ex

presidente da Câmara do Repre-

sentantes Newt Gringrich desapontado

pelos ataques negativos que foi vítima

por parte de outras campanhas, não

consegui ultrapassar esse facto,

perdendo muito terreno para os três

primeiros. Em quinto e sexto vieram o

governador Rick Perry e a congressista

Michele Bachmann com resultados

muito pouco atractivos para continuar

na corrida. A congressista no dia

seguinte ao Iowa Caucuses anunciou

que se ia retirar da corrida à nomeação

para a presidência.

New Hempshire, onde a vitória de Mitt

Romney era já uma certeza, a luta seria

pelo 2º e 3º lugar. Huntsman que estava

no terreno há muitos dias, tinha

esperança num bom resultado, que

acabou por obter (mas não tão grande

como esperava). Hunstman apontava

para o segundo lugar, mas Ron Paul

no terreno há muitos dias, tinha

esperança num bom resultado, que

acabou por obter (mas não tão grande

como esperava). Hunstman apontava

para o segundo lugar, mas Ron Paul

acabou por conseguir o segundo posto

da eleição, deixando Hunstman em

terceiro. Ainda que com este resultado,

Jon Huntsman também acabou, dias

mais tarde, por retirar a sua

candidatura, apoiando Mitt Romney.

A Corrida seguiu para a Carolina do Sul,

onde Mitt Romney teria dificuldades

acrescidas pelo de Newt Gringich ter

apostado forte naquele estado com

anúncios a criticar o ex-governador. Se

era esperado uma corrida taco a taco

entre Newt e Romney, o dia das

eleições foi uma surpresa. Pouco antes

da eleição, e depois de não ter

concorrido em New Hempshire, e

tentado angariar votos na Carolina do

Sul, Rick Perry abandonou a corrida

apoiando o amigo Newt Gringich que

ganhou a eleição com 40% dos votos,

deixando Romney num segundo lugar

longínquo. Como era esperado,

Santorum consolidou o terceiro lugar

apoiando o amigo Newt Gringich que

ganhou a eleição com 40% dos votos,

deixando Romney num segundo lugar

longínquo. Como era esperado,

Santorum consolidou o terceiro lugar na

primária, e Ron Paul, cuja tarefa era

difícil na Carolina do Sul, acabou por

ficar em 4º lugar na corrida, agora a 4.

Assim, para as próximas corridas,

prevê-se que Mitt Romney continue o

favorito do establishment, como

importantes apoios mas com a base

republicana ainda a duvidar se ele é o

candidato deles. Santorum, Newt e

Ron Paul farão o máximo para

contrariar as expectativas de Romney.

Newt revela-se neste momento como

o favorito a contrarias Mitt Romney,

mas as próximas primárias podem

facilmente voltar a mudar o panorama

eleitoral do GOP.

Confesso. Fui daqueles que festejou efusivamente o

fim de José Sócrates como Primeiro-Ministro de

Portugal. Por si só este acontecimento bastaria para

destacar o ano que acabou como um dos mais felizes

da nossa história como povo, como sobreviventes.

Coloco até esta vitória ao mesmo nível das quedas dos

ditadores Kadafi, Mubarak e Ben Ali. Atrevo-me até,

nas devidas proporções, a posicionar o fim do

massacre político de Sócrates ao mesmo nível da

captura e morte de Bin Laden. Porque é de terrorismo

que estamos essencialmente a falar, a queda do Eng.

José Sócrates, e que me perdoem os meus amigos que

partilham o mesmo grau académico, ficará para

sempre registada na minha memória como o grande

ponto final à até então contínua e despreocupada

destruição da reputação internacional de Portugal. O

terrorismo de José Sócrates conseguiu duplicar a

dívida pública portuguesa em apenas seis anos

culminando numa inevitável intervenção externa do

FMI. Não, a palavra terrorismo não é exagerada. Foi o

terror do aumento da carga fiscal, foi o terror do BPN,

foi o terror dos PEC’s, foi o terror dos Ministros que o

acompanhavam, foi o terror do seu bad english, foi o

terror da hipoteca de gerações futuras e ainda é o

terror quando o convidam para orador na Sorbonne.

Mesmo a mais de 1.500 km de distância sinto que

nunca estaremos em segurança mas, por um único

momento na história, gostaria de ter sido Aníbal

Cavaco Silva naquela gloriosa noite de 23 de Março de

2011. Paz à sua alma política.

2011 foi também, por razões bem mais positivas, o ano

do CDS. Paulo Portas liderou e posicionou o partido

como a verdadeira oposição ao Partido Socialista de

Sócrates. Sempre objectivo e extremamente bem

assessorado, o líder do CDS sabia que o fim da

governação socialista estaria próximo com o aumento

das medidas impopulares. Este cliché foi aproveitado

de uma forma incontestada por um político que

ofuscou o carisma e as boas graças do debutante

Pedro Passos Coelho. Mais, à parte do facto de Portas

ser de longe o melhor político da praça, todos sabemos

assessorado, o líder do CDS sabia que o fim da

governação socialista estaria próximo com o aumento

das medidas impopulares. Este cliché foi aproveitado

de uma forma incontestada por um político que

ofuscou o carisma e as boas graças do debutante

Pedro Passos Coelho. Mais, à parte do facto de Portas

ser de longe o melhor político da praça, todos sabemos

que se estivesse à frente do PSD há muito que já teria,

ou ainda seria, Primeiro-Ministro deste país. Com um

eleitorado que tradicionalmente olha à cor e não ao

conteúdo ou às pessoas, o CDS conseguiu registar uma

subida espantosa para um partido a quem, pós Durão e

Santana Lopes, tinham passado uma certidão de óbito.

Embora Portas seja naturalmente o rosto da vitória, a

verdade é que o CDS desde as legislativas de 2009

conseguiu a reunião de um punhado de excelentes

parlamentares que foram um dos grandes pilares do

sucesso. Casos como Teresa Caeiro, João Almeida,

Nuno Magalhães ou Cecília Meireles foram

importantes para a estratégia que o partido montou à

volta do debate parlamentar das contas públicas e do

crescimento económico português.

Não fui, até publicamente, partidário da entrada do

CDS neste Governo mas não deixei de considerar

certeiras as escolhas que Paulo Portas fez para o novo

executivo. Vejamos: Pedro Mota Soares, que

demonstrou durante anos ser um dos grandes

parlamentares portugueses, ficou com uma das pastas

mais sensíveis mas ainda assim uma bandeira do CDS.

As propostas para a reforma da Segurança Social

permitindo um sistema misto, o aumento gradual das

pensões mínimas assim como a constante fiscalização

do RSI fazem deste Ministro o meu preferido e aquele

que tem mostrado ser mais assertivo e coerente com a

campanha eleitoral de Maio; Assunção Cristas tem sido

atraiçoada pela dimensão do seu Ministério. A

agricultura, as pescas, o mar e o ordenamento do

território são grandes problemas da economia

portuguesa que continuam por resolver e potenciar. A

nova Lei do Arrendamento Urbano, por exemplo, ficou

visivelmente aquém do esperado para a liberdade

campanha eleitoral de Maio; Assunção Cristas tem sido

atraiçoada pela dimensão do seu Ministério. A

agricultura, as pescas, o mar e o ordenamento do

território são grandes problemas da economia

portuguesa que continuam por resolver e potenciar. A

nova Lei do Arrendamento Urbano, por exemplo, ficou

visivelmente aquém do esperado para a liberdade

negocial entre inquilinos e senhorios; Paulo Portas, por

último, tem uma pasta que o coloca tendencialmente

fora do fogo cruzado entre Governo e oposição e prova

disso é ser o único líder político com subida de

popularidade. Portas foi hábil na solução dos vistos

para Angola colocando assim a diplomacia económica

como um dos objectivos prioritários de Portugal.

2012 será um ano decisivo para Portugal. Um governo

que toma medidas impopulares verá sempre a sua

imagem ameaçada. No entanto, façamos votos para

que à estabilidade política se some um resfriar da

tensão social e um crescimento da economia e das

empresas. Tudo depende de nós. Bom ano!