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H > ^ ££££. i/mdto 6 AN^° V1 [_^^A^abra "DOMINGO, 5 DE DEZEMBRO DE 1915 Departamento do Tarauacá— TERRITÓRIO DO ACRE NUM. 248 srjoayi^^ttefc1^' nJ^£-_--_-=J^_S^^¦ mimmmniammBsmam^m. -ã£n&*aaBÍmMa*iã&a* íl PpUpfliip 11p_iíí_f_ - Funeciona- Completa hoje 24 annos que no cérebro do mundo --Pauis—falleceu o maior dos brazileiros, D. Pedro de Alcântara, deposto do throno que her- dára por direito heriditario, em con- seqüência de um levante militar, que mudou a forma de pacato governo que fruiamos na balburdia que nos iii- felicita. D. Pedro de Alcântara examinava todos os factos' quer da corte, quer das províncias, de sorte que sabia de tudo quanto se passava, mas sabia de fonte limpa. Esse seu procedimento creou-lhe o conhecido sei sei, por que de tudo elle estava a par, por isso, quando um dos seus ministros ou outro qualquer personagem lhe ia contar um acontecimento, um facto, como novidade, respondia-lhe sei sei. Monarcha sábio, dos mais sábios do seu tempo, era o idolo do seu po- vo e admirado do mundo, desse po- vo ingrato que não levantou um pro- testo contra o assalto ao seu throno. D. Pedro cie Alcântara era um po- lyglota, pois fallava e escrevia onze idiomas, oito com perfeita correção. Era o protector das artes e officios, amigo da infância e propagador da instrucçâo. Foi o uuico monarcha do seu tem- po que teve a honra de privar de perto com o immortal Victor Mugo, rece- bendo das mãos delle com a dedica- toria de próprio punho, o seu impor- tante livro Arte de governar um povo. Por tanto bem que fez, tão mal pa- go foi e os homens que desgover- nam esta grande pátria que era o seu ideal, ainda não se lembraram de pa- gar a ingratidão, mandando trasladar para as nossas terras os restos mor- taes do grande vulto, que jazem a- bandonados em S. Vicente de Fora na pátria de seus antepassados. Pode ser que em dias.não remotos, ap pareça um cidadão de vontade pro- pria, que, sem dar ouvido aos legis- ladores que têm medo de alma do '. outro mundo, como disse Coelho Netto, sobre o caso de que tratamos, faça vir para o seu berço natal, repou- sar nas brazileiras areias, o corpo do maior de seus filhos. ¦A imprensa independente, desa- paixonada, faz do grande morto es- tes elevados conceitos: «Em nenhum instante do demorado percurso de D. Pedro 11 na terra po* dera a critica de bôa comprovar um passo, um só, que o desdoure um u- nico acto que lhe conspurque a me- movia, tornando-a passível de menos preço pela posteridade. De parte as inadvertencias inhe- , rentes á condição humana, quaes as leviandades do joven, quaes os des- vios do homem, quaes as fraquezas do ancião? Nada... Serenidade imperturbável, linha recta constante, invariável ob- ' servancia do dever, pureza, dignida- de, elevação permanentes... Morreu cheio de dias, na phrase bíblica, e nenhum minuto de tantos e tão diver- sos dias foi maculado, malbaratado, desnobrecido. Não cremos haja consciência, sa- bedora dos acontecimentos illumina- da pela justiça, que lhe recuse, ao me nos, estas virtudes: AMOR AO TRABALHO rio exemplarissimo, consagrava-se com todas as veras do seu coração e com todas as energias do seu corpo ao bom desempenho do serviço pu- blico. Trabalhou nesse serviço durante mais tempo do que em geral se traba- lha, sem augmento, antes com dimi- nuição de vantagens. Inclefesso, acti- vissimo, não conhecia lazeres ou di- versões. Ninguém, jamais, exercia urn man- dato com maior zelo e exacção. honestidade—Nem o mais leve procedimento suspeito, nem a mais remota intervenção equivoca. Mãos absolutamente limpas. Afugentava os improbos. Proverbial o seu esertipü- lo iriexcedivel. patriotismo Amava apaixona- damente o Brazil, preocupado, a ca- instante, com o progresso, prospe- ridade e decoro nacionaes. bondade—Caritativo em excesso, jamais perseguiu ou siquer magoou a quem quer que fosse. A todos acolhia benevolo,auxilian* do, protegendo a inhumeros, semei- ándo-.com mão pródiga, Os b mefieios. altas aspirações —N.i:ica se a.tte- riuoÜ a sua sede de aprender. Interes- sava-se por todas as manifestações da actividade intellectual, estudando até as derradeiras horas, esforçando-se por se prover de novos conhecimen- tos, por affeiçoar cada vez mais ò seu espirito. Onde melhor amigo dos li- vros, das academias, da Sciencia, cia Arte? MAGNANIMIDADE—A Sllá áttittldé habitual, e, sobre tudo, por oceasião da revolução queodesthronouc no cor- rer do doloroso exilio, justificou o ti- tulo de—magnânimo —que lhe con- ferio o Instituto de França. coragem Em lance algum da sua carreira deixou de manifestar valor e galhardia.» D. Pedro de Alcântara escreveu de próprio punho o documento que a- baixo transcrevemos, o entregou pes- soai mente ao visconde de Taunay, pu- bi içado no jornal O Puras de pro- priedade do nosso director, na Labrea, em 31 de julho de 1891, transcripto da imprensa do Rio de janeiro, e que reproduzimos aqui, para ser conhe- ciclo dos que ignoram ou desconfie- cem quem foi o grande brazileiro: DE OFFICIO «Creio em Deus. Faz-me a reflexão sempre conci- liar as suas qualidades infinitas: Pro- vidência, Omríisçiéncia e Misericor- dia Possuo o sentimento religioso: in- nato ao homem e despertado pela contemplação da natureza. Sempre tive e acredito nos do- fS< . fl, D i <U* .„? D" UM IMPERADOR Não maldigo o rigor de minha sorte, Por mais cruel que fosse e sem piedade Arraucando-me throno e magestade, Quando a dois passos estou da morto. A roda da Fortuna não tem norte; Conheço-lhe a bem tonta variedade, Que hoje nos continua felicidade, E amanhã nem tim bem que nos conforte. Mas a dôr que excrucia e me maltrata, Dôr cruel, que o meu animo deplora, O coração me fere, e quasi o inata, E' ver na mão cuspir-me, á extrema hora, A mesma bocea, aduladora, ingrata, Que tantos beijos nella deu outr'ora. PEDRO DE ALCÂNTARA, gmas. O que sei devo-o, sobretudo, a pertinácia. Reconheço que sou muito some- nos no que é nativo aos dotes da imaginação, que posso bem apreciar nos outros. Muito me preoecuparam as leis sociaes, e não sou o mais compe- tente para dizer a parte que de con- tinuo tomo em seu estudo e appli- cação. Sobremaneira me interessei pelas questões econômicas, estudando com todo cuidado as pautas das alfande- gas no sentido de proteger indus- frias naturaes, até o periodo do seu prospero desenvolvimento. Invariavelmente propendi .para a instrucçâo livre, havendo somente inspecção do Estado quanto á mora e a hygiene, devendo pertencera par- te religiosa á familia e aos ministros das diversas religiões. Pensei também no estabeleeimen* to de duas Universidades, unia no norte e outra no sul, com as facul- dades e institutos necessários e por- tanto apropriados ás differentes re- giões, sendo o provimento das ca- dei ras por meio de concurso. Igreja livre no Estado livre, mas isso quando a instrucçâo do povo pudesse aproveitar de taes institui- ções. Estudei com cuidado o que era relativo á moeda corrente e se pren- dia á questão dos bancos. Quanto á legislação sobre.privi- legios, oppuz-me aos que se ligam á propriedade litteraria, sustentando assim as opiniões de Alexandre Her- culano antes que elle as tivesse ma- hi.estado. Cautelosa e insistentemente estu* dei questões de immigração sobre a base "da propriedade eaproveitamen- to das terras, exploração para o co- nhecimento das riquezas naturaes, navegação- dos rios e differentes vi- as de communicação. Pensava na instaliação de um ob- servatorio -astronômico, moldado nos mais modernos estabeleeimen- tos desse gênero. Segundo minhas previsões e es- tudos poderia ser superior ao de Nice. Cogitei sempre ern todos os me- lhoramentos para o exercito e a ma- rinha, afim de que estivéssemos pre- parados para qualquer eventualidade. Embora contrario as guerras, busca- va assim evital-as. Preoccupavam-me seriamente os estudos de hygiene publica e parti- cular, de modo a nos livrar das epe- dimias: e isso sem grande vexame para as populações. Acompanhava-me sempre a idéa de ser o Brazil quc me é tão caro, o meu Brazil, sem ignorância, em fal- sa religião, sem vicios c sem disian- cias. Para mim, o homem devia ser regenerado e não suprimido; e por isso muito estudava a penalidade, to- mando grande parte no que se fez relativamente a prisões e pesando todas as questões modernas que ten- diam ao seu melhoramento. Procurei abolir a pena capital, ten- do-se encarregado o Visconde de Ouro Preto de apresentar ás câmaras um projecto para a abolição legal da mesma pena. Pacientemente compulsava todos os processos para a commutação de pena ultima e, quando não encontra- va base para isstf, guardava-os, sen- do a incerteza uma pena gravissi- ma para os réos. Muito me esforcei pela liberdade das eleições e como medida provi- soria pugnei pela. representação uni- nominal de círculos bem divididos, pois o systema, assim por ora im- praticavel, deve ser o da maioria de todos votantes de uma nação. Conselho de Estado organisado o mais possivel como o da França, re- formando a Constituição para que pudesse haver direito administrativo contencioso. Provimento de Io. lo- gar da magistratura por concurso pe- perante tribunal judiciário para for- mular lista dos mais habilitados, on- de o governo pudesse escolher; con- curso° também para os logares de administração; cathegorias de presi- dencias para que se preparasseiu os que deviam regel-as, conforme a im- portaneia de cada uma. Trabalhei muito para que vo- tasse quem soubesse ler e escrever, o quc suppõe riqueza moral e intel- lectual, isto é, a melhor. Sempre procurei não sacrificar a administração politica. Cogitava na construcção de 'paia- cios para os ramos legislativos e ju- diciario, e para a admi nistração, pa- ra bibliothèca c exposições de diffe- rentes espécies, para conferências pu- blicas. Nunca me disc.iidei da sorte phy- Jca do povo, sobre tudo cm relação a habitações salubres e a preço com- modo e da sua alimentação. Nunca deixei de estudar um so projecto, discutindo com os seus au- tores c procurando esclarecer-me. O meu dia era todo oecupado no serviço publico c jamais deixei de ouvir e falar a quem quer quefosse. ;^__jm>msraaEi««iBa_ng*iimiTn'.c^^ Lia todas as folhas e jornaes da capital e alguns das Províncias para tudo conhecer por mim quanto pos- sivel, e mandava fazer e fazia extra- ctos nos das Províncias dos factos mais importantes quc o ligavam a administração coma idéa consoante de justiça a todos. Assistia os actos públicos para poder ver e julgar por mim mesmo. Em extremo gostei do theatro dra- matico e lyrico, cogitando sem ces- sar na idéa de um theatro nacional. Nunca me esqueci da Acade- mia das Bellas Artes, pintura e escul- ptura, de desenho e gravura, e fiz o que pude pelo Lyceu de Artes e Of- fiei os. Desejava estabelecer maior nume- ro de dioceses conforme comportas- se o território, assim como differen- tes seminários. Sempre me interessei pelas expe- dições scientificas, desde a do Cea- rá, que publicou trabalhos interes- santes lembran"do-me agora da de Agassiz ede algumas que illustraram nossos patrícios no continente euro- peo. Presidia ultimamente a commis- são encarregada do Código Civil e es- perava que em pouco tempo apre- sentasse ella trabalho digno do Bra- zil. Pensava na organisação de um instituto scientifico e litterario, como o da França, utilisando para isso al- euns estabelecimentos de instrucçâo superior que ja possuíamos; e para isso encarregaria o dr. Silva Costa e outros, de formarem projecto de es- tatu tos. Sempre procurei animar palestras, sessões, conferências scientificas e lí- tterarias, interessanclo-me muito pe- lo desenvolvimento do Museu Na- cional. O que ahi fez o cir. Conty tornou esse estabelecimento conhe- cido ua Europa; muitos dos traba- lhos do Museu são hoje citados e applaudidos. Preoccuparam-me as escolas ora- ticas de agricultura e zooteclmia. Dei toda attenção as vias de com- municação dc todas as espécies uo Brazil, tendo feito além de ontros, estudo especial dos trabalhos do ce- lebre engenheiro Hauk Shaw relati- vo aos melhoramentos da barra do Rio Grande do Sul. Do mesmo mo- do, tudo quanto se referia a estabe- lecer a circulação do Brazil por a- gua desde o Amazonas até o Prata e dahi ao S. Francisco, da foz para o interior, ligando-se por estradas de ferro a região dos Andes as bacias do Prata e Amazonas. Oxalá pudesse a, navegação por balões aerostaticos tudo dispensar e clevando-se bem alto assim como a submarina, aprofundai.do-se bas- tante, nos livrassem ambas das tem- pestades. São, porém, devaneios.... Nas preoecupações scientificas e no constante estudo é quc acho con- solo e me preservo das tempestades moraes Cannes, 20 de Abril de 1891 PEDRO DL ALCÂNTARA» PENSAMENTOS (Da collecção de cartões-postaes de P. Ii. Soiiza-Pinlo) «Pará todo o brazileiro, digno des- sc nome, deve ser empenho sagrado t

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"DOMINGO, 5 DE DEZEMBRO DE 1915

Departamento do Tarauacá— TERRITÓRIO DO ACRE NUM. 248

srjoayi^^ttefc1^' nJ^£-_--_-=J^_S^^ ¦ mimmmniammBsmam^m. -ã£n&*aaBÍmMa*iã&a*

íl PpUpfliip 11p_iíí_f_ - Funeciona-

Completa hoje 24 annos que nocérebro do mundo --Pauis—falleceuo maior dos brazileiros, D. Pedro deAlcântara, deposto do throno que her-dára por direito heriditario, em con-seqüência de um levante militar, quemudou a forma de pacato governo quefruiamos na balburdia que nos iii-felicita.

D. Pedro de Alcântara examinavatodos os factos' quer da corte, querdas províncias, de sorte que sabia detudo quanto se passava, mas sabia defonte limpa. Esse seu procedimentocreou-lhe o conhecido já sei já sei,por que de tudo elle estava a par, porisso, quando um dos seus ministrosou outro qualquer personagem lhe iacontar um acontecimento, um facto,como novidade, respondia-lhe já seijá sei.

Monarcha sábio, dos mais sábiosdo seu tempo, era o idolo do seu po-vo e admirado do mundo, desse po-vo ingrato que não levantou um pro-testo contra o assalto ao seu throno.

D. Pedro cie Alcântara era um po-lyglota, pois fallava e escrevia onzeidiomas, oito com perfeita correção.Era o protector das artes e officios,amigo da infância e propagador dainstrucçâo.

Foi o uuico monarcha do seu tem-po que teve a honra de privar de pertocom o immortal Victor Mugo, rece-bendo das mãos delle com a dedica-toria de próprio punho, o seu impor-tante livro Arte de governar um povo.

Por tanto bem que fez, tão mal pa-go foi e os homens que desgover-nam esta grande pátria que era o seuideal, ainda não se lembraram de pa-gar a ingratidão, mandando trasladarpara as nossas terras os restos mor-taes do grande vulto, que jazem a-bandonados em S. Vicente de Forana pátria de seus antepassados.

Pode ser que em dias.não remotos,ap pareça um cidadão de vontade pro-pria, que, sem dar ouvido aos legis-ladores que têm medo de alma do'. outro mundo, como já disse CoelhoNetto, sobre o caso de que tratamos,faça vir para o seu berço natal, repou-sar nas brazileiras areias, o corpodo maior de seus filhos.

¦A imprensa independente, desa-paixonada, faz do grande morto es-tes elevados conceitos:

«Em nenhum instante do demoradopercurso de D. Pedro 11 na terra po*dera a critica de bôa fé comprovar umpasso, um só, que o desdoure um u-nico acto que lhe conspurque a me-movia, tornando-a passível de menospreço pela posteridade.

De parte as inadvertencias inhe-, rentes á condição humana, quaes as

leviandades do joven, quaes os des-vios do homem, quaes as fraquezasdo ancião?

Nada... Serenidade imperturbável,linha recta constante, invariável ob-' servancia do dever, pureza, dignida-de, elevação permanentes... Morreucheio de dias, na phrase bíblica, enenhum minuto de tantos e tão diver-sos dias foi maculado, malbaratado,desnobrecido.

Não cremos haja consciência, sa-bedora dos acontecimentos illumina-

da pela justiça, que lhe recuse, ao menos, estas virtudes:

AMOR AO TRABALHOrio exemplarissimo, consagrava-secom todas as veras do seu coração ecom todas as energias do seu corpoao bom desempenho do serviço pu-blico.

Trabalhou nesse serviço durantemais tempo do que em geral se traba-lha, sem augmento, antes com dimi-nuição de vantagens. Inclefesso, acti-vissimo, não conhecia lazeres ou di-versões.

Ninguém, jamais, exercia urn man-dato com maior zelo e exacção.

honestidade—Nem o mais leveprocedimento suspeito, nem a maisremota intervenção equivoca. Mãosabsolutamente limpas. Afugentava osimprobos. Proverbial o seu esertipü-lo iriexcedivel.

patriotismo — Amava apaixona-damente o Brazil, preocupado, a ca-dà instante, com o progresso, prospe-ridade e decoro nacionaes.

bondade—Caritativo em excesso,jamais perseguiu ou siquer magooua quem quer que fosse.

A todos acolhia benevolo,auxilian*do, protegendo a inhumeros, semei-ándo-.com mão pródiga, Os b mefieios.

altas aspirações —N.i:ica se a.tte-riuoÜ a sua sede de aprender. Interes-sava-se por todas as manifestações daactividade intellectual, estudando atéas derradeiras horas, esforçando-sepor se prover de novos conhecimen-tos, por affeiçoar cada vez mais ò seuespirito. Onde melhor amigo dos li-vros, das academias, da Sciencia, ciaArte?

MAGNANIMIDADE—A Sllá áttittldéhabitual, e, sobre tudo, por oceasião darevolução queodesthronouc no cor-rer do doloroso exilio, justificou o ti-tulo de—magnânimo —que lhe con-ferio o Instituto de França.

coragem — Em lance algum da suacarreira deixou de manifestar valor egalhardia.»

D. Pedro de Alcântara escreveu depróprio punho o documento que a-baixo transcrevemos, o entregou pes-soai mente ao visconde de Taunay, pu-bi içado no jornal O Puras de pro-priedade do nosso director, na Labrea,em 31 de julho de 1891, transcriptoda imprensa do Rio de janeiro, e quereproduzimos aqui, para ser conhe-ciclo dos que ignoram ou desconfie-cem quem foi o grande brazileiro:

FÉ DE OFFICIO«Creio em Deus.Faz-me a reflexão sempre conci-

liar as suas qualidades infinitas: Pro-vidência, Omríisçiéncia e Misericor-dia •

Possuo o sentimento religioso: in-nato ao homem e despertado pelacontemplação da natureza.

Sempre tive fé e acredito nos do-

fS<

. fl, D i <U* .„? D" UM IMPERADORNão maldigo o rigor de minha sorte,Por mais cruel que fosse e sem piedadeArraucando-me throno e magestade,Quando a dois passos só estou da morto.

A roda da Fortuna não tem norte;Conheço-lhe a bem tonta variedade,Que hoje nos dá continua felicidade,E amanhã nem tim bem que nos conforte.

Mas a dôr que excrucia e me maltrata,Dôr cruel, que o meu animo deplora,O coração me fere, e quasi o inata,

E' ver na mão cuspir-me, á extrema hora,A mesma bocea, aduladora, ingrata,Que tantos beijos nella deu outr'ora.

PEDRO DE ALCÂNTARA,

gmas.O que sei devo-o, sobretudo, a

pertinácia.Reconheço que sou muito some-

nos no que é nativo aos dotes daimaginação, que posso bem apreciarnos outros.

Muito me preoecuparam as leissociaes, e não sou o mais compe-tente para dizer a parte que de con-tinuo tomo em seu estudo e appli-cação.

Sobremaneira me interessei pelas

questões econômicas, estudando comtodo cuidado as pautas das alfande-gas no sentido de proteger indus-frias naturaes, até o periodo do seuprospero desenvolvimento.

Invariavelmente propendi .para ainstrucçâo livre, havendo somenteinspecção do Estado quanto á morae a hygiene, devendo pertencera par-te religiosa á familia e aos ministrosdas diversas religiões.

Pensei também no estabeleeimen*to de duas Universidades, unia nonorte e outra no sul, com as facul-dades e institutos necessários e por-tanto apropriados ás differentes re-giões, sendo o provimento das ca-dei ras por meio de concurso.

Igreja livre no Estado livre, masisso quando a instrucçâo do povopudesse aproveitar de taes institui-ções.

Estudei com cuidado o que erarelativo á moeda corrente e se pren-dia á questão dos bancos.

Quanto á legislação sobre.privi-legios, oppuz-me aos que se ligamá propriedade litteraria, sustentandoassim as opiniões de Alexandre Her-culano antes que elle as tivesse ma-hi.estado.

Cautelosa e insistentemente estu*dei questões de immigração sobre abase

"da propriedade eaproveitamen-

to das terras, exploração para o co-nhecimento das riquezas naturaes,navegação- dos rios e differentes vi-as de communicação.

Pensava na instaliação de um ob-servatorio -astronômico, moldadonos mais modernos estabeleeimen-tos desse gênero.

Segundo minhas previsões e es-tudos poderia ser superior ao deNice.

Cogitei sempre ern todos os me-lhoramentos para o exercito e a ma-rinha, afim de que estivéssemos pre-parados para qualquer eventualidade.Embora contrario as guerras, busca-va assim evital-as.

Preoccupavam-me seriamente osestudos de hygiene publica e parti-cular, de modo a nos livrar das epe-dimias: e isso sem grande vexamepara as populações.

Acompanhava-me sempre a idéade ser o Brazil quc me é tão caro, omeu Brazil, sem ignorância, em fal-sa religião, sem vicios c sem disian-cias.

Para mim, o homem devia serregenerado e não suprimido; e porisso muito estudava a penalidade, to-mando grande parte no que se fezrelativamente a prisões e pesandotodas as questões modernas que ten-diam ao seu melhoramento.

Procurei abolir a pena capital, ten-do-se encarregado o Visconde deOuro Preto de apresentar ás câmarasum projecto para a abolição legal damesma pena.

Pacientemente compulsava todosos processos para a commutação depena ultima e, quando não encontra-va base para isstf, guardava-os, sen-do a incerteza já uma pena gravissi-ma para os réos.

Muito me esforcei pela liberdadedas eleições e como medida provi-soria pugnei pela. representação uni-nominal de círculos bem divididos,pois o systema, assim por ora im-praticavel, deve ser o da maioria detodos votantes de uma nação.

Conselho de Estado organisado omais possivel como o da França, re-formando a Constituição para quepudesse haver direito administrativocontencioso. Provimento de Io. lo-gar da magistratura por concurso pe-perante tribunal judiciário para for-mular lista dos mais habilitados, on-de o governo pudesse escolher; con-curso° também para os logares deadministração; cathegorias de presi-dencias para que se preparasseiu osque deviam regel-as, conforme a im-portaneia de cada uma.

Trabalhei muito para que só vo-tasse quem soubesse ler e escrever,o quc suppõe riqueza moral e intel-lectual, isto é, a melhor.

Sempre procurei não sacrificar aadministração politica.

Cogitava na construcção de 'paia-

cios para os ramos legislativos e ju-diciario, e para a admi nistração, pa-ra bibliothèca c exposições de diffe-rentes espécies, para conferências pu-blicas.

Nunca me disc.iidei da sorte phy-Jca do povo, sobre tudo cm relaçãoa habitações salubres e a preço com-modo e da sua alimentação.

Nunca deixei de estudar um soprojecto, discutindo com os seus au-tores c procurando esclarecer-me.

O meu dia era todo oecupado noserviço publico c jamais deixei deouvir e falar a quem quer quefosse.

;^__jm>msraaEi««iBa_ng*iimiTn'.c^^

Lia todas as folhas e jornaes dacapital e alguns das Províncias paratudo conhecer por mim quanto pos-sivel, e mandava fazer e fazia extra-ctos nos das Províncias dos factosmais importantes quc o ligavam aadministração coma idéa consoantede justiça a todos.

Assistia os actos públicos parapoder ver e julgar por mim mesmo.

Em extremo gostei do theatro dra-matico e lyrico, cogitando sem ces-sar na idéa de um theatro nacional.

Nunca me esqueci da Acade-mia das Bellas Artes, pintura e escul- •ptura, de desenho e gravura, e fiz oque pude pelo Lyceu de Artes e Of-fiei os.

Desejava estabelecer maior nume-ro de dioceses conforme comportas-se o território, assim como differen-tes seminários.

Sempre me interessei pelas expe-dições scientificas, desde a do Cea-rá, que publicou trabalhos interes-santes lembran"do-me agora da deAgassiz ede algumas que illustraramnossos patrícios no continente euro-peo.

Presidia ultimamente a commis-são encarregada do Código Civil e es-perava que em pouco tempo apre-sentasse ella trabalho digno do Bra-zil.

Pensava na organisação de uminstituto scientifico e litterario, comoo da França, utilisando para isso al-euns estabelecimentos de instrucçâosuperior que ja possuíamos; e paraisso encarregaria o dr. Silva Costa eoutros, de formarem projecto de es-tatu tos.

Sempre procurei animar palestras,sessões, conferências scientificas e lí-tterarias, interessanclo-me muito pe-lo desenvolvimento do Museu Na-cional. O que ahi fez o cir. Contytornou esse estabelecimento conhe-cido ua Europa; muitos dos traba-lhos do Museu são hoje citados eapplaudidos.

Preoccuparam-me as escolas ora-ticas de agricultura e zooteclmia.

Dei toda attenção as vias de com-municação dc todas as espécies uoBrazil, tendo feito além de ontros,estudo especial dos trabalhos do ce-lebre engenheiro Hauk Shaw relati-vo aos melhoramentos da barra doRio Grande do Sul. Do mesmo mo-do, tudo quanto se referia a estabe-lecer a circulação do Brazil por a-gua desde o Amazonas até o Pratae dahi ao S. Francisco, da foz parao interior, ligando-se por estradas deferro a região dos Andes as baciasdo Prata e Amazonas.

Oxalá pudesse a, navegação porbalões aerostaticos tudo dispensare clevando-se bem alto assim comoa submarina, aprofundai.do-se bas-tante, nos livrassem ambas das tem-pestades.

São, porém, devaneios....Nas preoecupações scientificas e

no constante estudo é quc acho con-solo e me preservo das tempestadesmoraesCannes, 20 de Abril de 1891

PEDRO DL ALCÂNTARA»

PENSAMENTOS(Da collecção de cartões-postaes deP. Ii. Soiiza-Pinlo)

«Pará todo o brazileiro, digno des-sc nome, deve ser empenho sagrado

t

O MUNICÍPIO 5 de Dezembro de 19.1:5

O MUNICÍPIO(FOLHA SEMANÁRIA)

End lei. MUNICIPIO-TARAUACÁProprietário—Pedro MedeGerente — YHienri TJ-roissart

Villa Seabra —Rio TarauacàO MUNICÍPIO impresso ein niachina Red-

dish-, própria, movida a vapor, órgão indepen-dente dc maior circulação nesta zona territorial,defensor intransigente dos direitos do povo, temsuas columnas francas a toda e qualquer colla-boração litteraria, moral e ihstrtictiva, reservando,porém, o direito da censura ao seu corpo redac-cional, c não restituiudo, sob qualquer pretexto osoriginaes que lhe forem envia'.'is, nem se respon-sabilizando pela opinião cinittida por seus colla-boradores. 'ioda correspondência deverá ser diri-gida ao seu Director, com o endereço acima de-signado.

O Director só.Uintérvirá na parte rcdaçcional.O preço das publicações solicitadas será justo

com o Gerente e não entrarão estas para a com-posição sem estarem legal isadas c pagas.

ASSIUNATUISASPor rumo (para a villa) 50$000¦ fora da villa 60$000Um semestre (só para vilia) 30$000Numero do dia 1$000

„ atrazado ..... 2$000EV-iíjjujioiiIo :i<I o..nl,;. do

promover o regresso á pátria dos des-'pojos d'Aquelle que tanto a amou,serviu e engrandeceu, durante quasimeio século.

Aqui devem repousar também osda \Augusta Esposa —Mãe de seusSllbditOS. —VISCONDEDE OURO PRETO.

«A desgraça, —pedra de toque docaracter, — fez com que mais luzisseê admirasse o mundo a grandeza mo-ral de Pedro de Alcântara; ? com ellano triste exilio ainda serviu e honroua pátria o banido da Republica doBrazil, querido dos republicanos detoda parte.—j. alfredo.»

«... Cincoenta annos de adminis-tração honesta, vencidos por cincoen-ta horas de perfídia! Retirou-se po-bre, deixando o paiz rico; os que oexilaram eslão ricos, deixando o paizpobre.—MARTIM FRANCISCO.»

«O ultimo imperadôrdo Brazil rea-lisa o typo do sábio modelo, em queZeno compendiou todas as virtudes,qüeglòrificam a natureza humana.

BARÃO DE PARANAPIACABA.»

«Banindo do solo pátrio o Maiordos Brazileiros, o Levante das Tarim-bas expulsou do território nacional aConsciência, a Dignidade e a Liber-dade. Estas augustas exiladas volta-rão com a Familia Imperial.

ESTEVAM LEÃO BOURROUL.»

BlorilegioC velfío t$ima

O velho Lima, que cra empregado-empregadoantigo-numa das nossas repartições publicas, emorava uo Engenho de Dentro, cahiu de cama se-damente enfermo, no dia 14 dc novembro de1889, isto é, na véspera cia proclamação da Repu-blica dos Estados-Unidos do Brazil.

O doente não considerou a moléstia coisa decuidado; c tanto assim foi que não quiz medico :bastaram-lhe alguns remédios caseiros, manipula-dos por uma riedià mulata que muitos annos lia-via, lhe tratava com egual solicitude do amor e dacosinha, uma dessas amantes baratas, com tantodireito ao reconhecimento do coração como do es-tomago. Entretanto elle esteve de molho oito dias.

Alem de não dispor de grande penetração deespirito, o velho Lima era um contemplativo e umconservador; por isso deixava systematicamente deler as folhas diárias, receando que a leitura lhe al-térasse ajovialidadç cã fleugma

Como nada lliedi. -a mulata, porque nadasa-bia, elle ignorava completamente o quese passa-ra uo ciia 15. Ãqiieljà. duas creaturas eram talvez,no Rio de Janeiro, os iinicos animaes pensantesque não tiveram noticia ininiediala dã proclama-ção da Republica.

No dia 23, restabelecido e promplo para outra,o velho Lima sahiu dv casa, foi a estação do En-genho de Dentro, comprou o seu bilhete, e tomoulogar no trem, ao lado do coiuinendador Vidal,que o recebeu com estas palavras :

Bom dia, cidadão.Elle estranhou o cidadão, mas de si para si pen-

sou que o commendador Vidal dissera aquillo co-mo poderia ter dilo illustre, e uão deu maior im-porlancia aquella formula, limitando-se a res-ponder:-Bom dia, commendador.

-Qual commendador! Chame-me Vidal! Jánão ha coiumendadorcs!

-Ora essa ! Então porque?-A Republica deu cabo de todas as commen-das! Acabaram-se !...

O velho Lima encarou o commcndador,e calou-se receioso de não ter comprehendido a pilhéria.

Passados alguns segundos, perguntou-lhe ohomem . /-Como vae você com o Aristides?

-Que Aristides?-O Silveira Lobo.

Eu !... onde ? ... como ? ...-Que diabo ! pois o Aristides não c o seu ini-

nistro ? Você não é empregado dc uma repartiçãodo ministro do interior? ...

Desta vez não ficou dentro do espirito do velhoa menor duvida de que o commendador houves-se enlouquecido.

Que estará fazendo a estas horas o Pedro II ?perguntou Vidal/ passados alguns momentos. So-netos, íiiítiíraliheiitej que é do que mais se òccii-pa aquelle idiota!

Ora vejam, rcflectiu o velho Lima, ora vejamo que é perdera razão : este homem, quando es-lava no seu juizo, era tão amigo do imperador!

Entretanto, o velho Lim i indignòu-sc, vendoque o subdelegado da sua freguezia, senta'/) notrem, defronte delle, approvava com um sorrisoa perfídia do commendador.

Uma autoridade policiai! murmurou o velho.E o commendador acer escentou:-Eu só quero ver como o nosso ministro re-

cebe o ex-imperador cm Lisboa ! Elle deve lá che-gar antes de acabar o mez.

O velho Lima commovia-se :Não diz coisa com coisa, coitado !É a bandeira ? Que me diz você da bandeira ?-Ali! sim ... a bandeira ... repetiu o velho

para o uão contrariar.-Como a prefere : com ou sem k-mnia?' -Sem lemma, respondeu o bom homem num

tom de profundo pezar; sem lemma.Também cu; não sei o quer dizer bandeira

com lettreirò ! parece uma [aboleta !...Como o trem se demorasse um pouco mais nu-

ma das estações, o velho Lima voltou-se para osubdelegado, e disse-lhe :

-Parece que ficamos aqui! Está cada vez pei-or o serviço dó Pedro II!

-Qual Pedro II! bradou o commendador. Is-to já não éde Pedro II! Elle que sc contente comos cinco mil contos!

E vá para o diabo que o carregue; acerescen-tou o subdelegado.

O velho Lima estava attonito. Tomou resolu-ção de calar-se.

Chegando á estação central, tomou um bondee foi até a sua repartição sem ver nada, sem nadaouvir que o puzesse ao corrente da nossa tran-sformação politica.

Nem sequer reparou que um vândalo cstawimuito ocetipado a arrancar as coroas imperiaesque enfeitavam o gradil do parque da Acclamação.

Ao entrar na secretaria não loi cumprimentadocom a humildade do costume pelo continuo, quese limitou a dizer-lhe :

Cidadão!Embirraram hoje em me chamar cidadão!

pensou o velho Lima.Ao subir, cruzou-se ua escada com um conhe-

cido de velha data.-Oh ! você por aqui! Um revolucionário nu-

ma repartição de Estado !...O amigo cumprimentou-o ccrimoniosainente.

Querem ver que já é alguém ? rcflectiu o ve-lho.

Amanhã parto para a Parahyba disse o sujei-to ceremonioso, estendendo-lhe as pontas dos de-dos; como sabe, vou exercer o cargo de chefe depolicia. Lá estou a seu dispor.

Logo vi! Mas que descaramento !Um republicano exaltadissimo...Ao entrar na sua secção, observou o velho Li-

ma que haviam desàpparecido os resposteiros, emque figurava a coroa imperial.

Muito bem ! disse comsigo; foi uma boa me-dida supprimir os taes reppsteiròs pesados, agoraque vamos entrar na força do verão.

Sentou-se a sua mesa, e então reparou que ti-nham tirado da parede uma litographia com mol-dura do irada, representando D. Pedro d'Alcantara.

Como na oceasião passasse o continuo, per-guntou-llic :

Porque tiraram da parede o retrato de suamajestade ?

Ô continuo arregalou os olhos c perguntoupasmado:O cidadão não adhcriu ?

O velho Lima não coinpreheiideii.Era o que faltava, concluiu o continuo em

tom desdenhoso, que ficaria fazendo ahi na pare-de o retrato do Pedro Banana ?E sahiu.

Pedro Banana! repetiu indignado o velhoLima.

E, olhando para o tecto, tamborilando com osdedos sobre a mesa, exclamou :

Não dou cinco r.ntios para que, isto seja repu-blica!

ARTHUR AZEVEDO

í^uy Barboza9 Brazil ._i Hsya

(DISCURSOS NA CONFERÊNCIA)

COBRANÇA DE DIVIDASDE ESTADOS

.•-—

(Continuação)Neste particular bem viva éa nos-

sa impressão. Afigura-se-nos quemquer que deve, e tem a desgraça denão poder pagar, não poderá furtar-se ás conseqüências naturaes dosseus embaraços. Acreditamos que operigo e o temor destas consequen-cias poderiam actuar ás vezes comoum freio salutar contra a imprudênciano individar-se. Receiamos que ve-nha a ser uma vantagem funesta aoque tem de recorrer a capitães alhei-os, privilegio, imperiosamente invo-cado, de nunca poder ser executadopelos seus credores. Entendemosque o credito dos paizes em nomede cuja confiança se sustenta a ne-cessidade deste principio, não resis-tiria senão com extrema difficulda-de ao abalo da inauguração delleem lei universal nas relações inter-nacionaes. Somos levado, pois, aconcluir que a introdução desta no-va norma no direito das gentes se-ria molesta e nociva aos a quemimaginam que ia aproveitar. Esta-mos, persoadidos, emfim, que, dadasestas considerações, a nosso ver e-videntes, só o poderíamos acolher

AUTOS tt FACTOSHraiiiNniiiinuililiiiniiKi'iiiii:!iiiiiiii!iíiiiii!i'rii!iuiiiiiiii:i>!iMi

No domingo fui almoçar com o chefe c no cor-rer da conversa, perguntei .lhe :-Já leu O ¦Departamento.?

--Ainda não o trouxeram, o que diz elle?-Tolices, como sempre, os actos, çhaleirisiiioque é do prográintha,*chamá o mulatorico de em/'-'nCtíte e melle o pau em você na desemxabidaquinzena dos Xistos.

Podem dizer de mim o que lhes vier ás ventase chamar até tle ... disse elle.-Chamar de que? ...De... um panno com que a gente se cobre...

-Lençol?-Qual lençol, é um panno de baeta.-Qual é?-Não me lembro; ora que diabo de amolação !

parece mulher p'ra querer saber de tudo !...* *-O' seu Chico, diga-me cá você, que é enteu-

dido, a prova é què rabisca na «toalha com que acivilisação enxuga o rosto pcla iiíaiihíl», o Xist.isabe grani nialica?

-De graiumatica não fa-o caso,'quero é quesc diga a verdade, seja contra quem fore mesmoporque não é coisa de primeira necessidade,não sc leva a bicha mais em conta, conforme a-quelle soneto quc O MUNICÍPIO publicou nonumero passado, que, no lo. verso da 2«, quadra,lé-se :

Não sis-equei' dois dedos de grammatica.Imagine que o verso c d'um deputado federal

da Allíenas brazileira.Acho que Xisto sabe grani-ihaticájtah-ò que foi nomeado examinador de me-ninos de ambos os sexos, nas escola, da vacçà lei-teira.

Isso é lá resposta ? Você não vê logo quenas escolas desta joça não se ensina grammatica?~ Bom; cu respondi o que devia, quanto ao res-to não adeanto, porque já conheci que o tal Xis-to, pae, vae ás do cabo por qualquer dê cá aquel-la palha; veja que elle einbirra com tudo : como pelbquerò, com a campa, com as cartolas, masnão sabe que os mais implicam com aquelle lençode seda que traz ao pescoço,assim como quem sof-frede escroflulas ou freqüenta o Largo do Rocioou Chiado, em Portugal.

Ora,a cartola é do tempo da balaiada. Elle nãoentende do rigor da etiqueta, porque está acostu-mado ao kepi, botões amarellos etc., etc.; melhorserá não meíter-se ii'aquillo de quenão/.;í_._-a. Eunão censurei o visitante da exposição, porque ti-vesse ido de frak com chapéu de chile; uão; sequerem certificar-se poderão, lendo a minha chro-nica do numero passado.

Tanto sei que o chile é apreciado, e conheçoque é o melhor presente que se pode dar a umsulista é- um chile : O Pinheiro, o Riva, usavam,mas eram ciiilcs de 500S000 fachos, não cra de8000. Não trato da qualidade e sim do modo deusar. O frack fica muito bem com o chile, bom,usado com decoro, isto é, sem beiras baixas, aca-padoçadas em cima dos olhos.

Cartola é para sobrecasaca,rendingotte e croisê,assim como o claquc é para a casaca etc.Ora sebo!Eu ensinando o Xisto que não quer aprender!

Fico aqui, porque já vi que o meu collega nãoéde meias nvjctidãs; não agüenta pão no ouvido;é dos taes á antiga portugueza -pão pão, queijoqueijo e tanto que já disse que, se eu continuar aquerer nicttel-o n'um chinello, voltará aos versoscio Pae João ...

Porisso, deixo que o homem ganhe lá seus co-bres, faça festas ao mulatorico que é quem lhe pa-ga cm nome da Prefeitura, mas deixe aquelle bar-bicaxo do lenço-gravata que está incompatívelcom os botões amarellos ...

Vá tratando da grammatica quc é prova dc queo seu chefe não tem defesa, quecu continuarei aiiictter-lhe o pau(no mulatoricoja torto e a direito.

** *Oh, Vergniaud, viste aquella desconsideração

ao teu ex-chefe Herminio?-Li, e fiquei sem meu cobre, embora tenham

pago ao Oscar.-Homem, lá o teres ficado sem o cobre, isso

é o menos, porque já conheço o systema do ca-lote que o governo prega, mas a desconsideraçãoao primeiro empregado, que o jornal tem e quese sair ficarão de pernas quebradas, é que eu nãotolero! O Herminio se ficar será administradordesmoralisado, que não encontrará mais quem ac-ceite um chamado delle, tendo o despacho da tuapetição, como espelho.

-Qual,seu Aristarcho, elle fica. O Herminio écarneiro; o sr. não tem visto que de vez ein quan-do inettcm alli um, como chefe, mesmo sem en-tender da matéria e elle sujeita-se?...

-Mas isso c um boceado triste...Isso é o quc o sr. diz, mas o resultado é este:

Sahe no domingo o jornal; o Herminio fica bru-tinho; vae ao prefeito, porém este passa-lhe a mãopela cabeça e diz:-Agüenta mano: inso ê ton-lince; finca, denxa de bensteira; eu ten don mais50 fachos. E elle fica, suppondo que recebe ...*

* ?-Mas, vocês não veem o mulatorico, no dia emque mais se fala das suas proesas, é que elle se a-presenta em publico, passeando uas ruas, guarda-do pcla força publica ?

-Porque é?-perguntou o Sapha.Porque ... eu ficaria em casa, com a cara cal-

cada.-Ora ! ora !! ora !!!-disse o Rebello;-Naminha terra ha uma quadra que corre entre opovo:

Santa CatharinaSão Bertolatneu,Quem não tem aquilloTodo mundo é seu.

Aristarchocomo beneficio, se nol-o offereces-sem, por iniciativa sua, os nossospróprios credores, em espontâneahomenagem da sua confiança; e ain-da neste caso, aliás bem improvável,não seria mais seguro, para a nossaestabilidade moral e material, abrir-mos mão de similhante favor.

Mas, em se estabelecendo por i-niciativa nossa ou nossos esforços,o resultado inevitável seria a quedageral do credito dos povos protegi-dos por esta innovação malvista; e,se, depois da sua admissão comoprincípio internacional, fossemos o-brigados a recorrer ao credito es-trangeiro, não o conciliaríamos, se-não sacrificando este mesmo prin-cipio, mediante condições e ga-

rantias taes, que praticamente o an-iiuIlariám.Os contractos de em pres-timos aos Estados favorecidos poresta immunidade só se fariam cnlãocom penhores de ordem material, hy-pothecas de rendas aduaneiras, cau-tel jas oppressivas e humilhantes,quaes hão de ser sempre as com quese previnem os mutiiante**, quandoalei lhes recusa os -meios de execu-ção. E' nesses casos de regimen pa-teniaí em protecção dos mutuáriosque a usura de ordinário se desen-volve coni as suas fraudes, as suasextorções, as suas misérias.

Só, de feito, especuladores con-viriam em aventurar o seu dinheiroaos riscos de um empréstimo, a queo direito positivo não reconheça acondição legal da execução forçada.Capitalistas honestos não empresta-riam nunca sema segurança de seureembolso.

Se não puderem executar o deve-dor, terão que se estabelecer de an-temão no patrimônio deste, para e-vitar que a renda se lhes desvie, as-segurando-se quanto a ella, de ummodo palpável, uma preferencia ca-paz de os garantir.

Ha, em nossa historia domestica,um caso, cuja lição poderia aproveitar aos que tanto confiam nesta rei-vindicação. Tentou-se outr'ora en-tre nós, proteger a classe agraria; e,neste intuito, imaginou-se um privi-legio em favor dos bens da lavoira,contra execução por dividas. Cha-mavam-lhe o privilegio dos bensagrícolas. Sabeis-lhe o effeito? Ocredito dos proprietários ruraes bai-xou, e desappareceu. Ou não lhesemprestavam nada, ou so lhes em-prestavam as cláusulas mais usura-rias. Ao cabo, já era a própria lavoi-ra que implorava a libertação desteprivilegio especioso. Tiveram quelhe attender. As propriedades rura-es volveram assim ao direito com-mum; e desde então, desvencilha-das dessa protecção falaz, suscepti-veis de ser livremente executadas,quando preciso, tornaram-se para osseus donos em fonte de um creditonormal esem estorvos.

Applicae, senhores, a lição, e com-prehendereis por que a doutrina deque falo, não encontrou absoluta-mente nenhum adepto conhecido en-tre nós, e tem soffrido alli uma op-posição geral, unanime, na impren-sa, não obstante certa plausibilida-de apparente do seu aspecto j.uridi-co, constatada aliás por opiniõesrespeitáveis, com excellentes funda-mentos. Todos os órgãos da opi-nião publica brazileira lhe têm sidohostis. Ella desagradou em nossopaiz, a todo o mundo.

Com a mutação, porém, porquepassou na proposta americana, e oque nos não importa menos, com aadhesão dos grandes Estados cre-dores, já presumível em vista da de-claração favorável da Orão-Breta-nha na ultima sessão, mudou a so-lução de natureza e resultados.

O que a proposta americana faz éreduzir os litígios intemacionaesconcernentes a dividas de Estrangei-ros, ao direiro commum do arbitra-mento obrigatório. Ella não repelle,desde que o arbitramento se mallo-gre, a legitimidade do recurso aosmeios coercitivos que amparem odireito dos credores.

A vista desta considerável tran-sformação não lhe poderíamos re-cusar o nosso voto sempre no su-posto de que os estados credoresse associem a este pacto. Sem isto adeliberação não fôra aconselhável,tanto mais quanto seria inútil.

Haveria talvez quem enxergasseuma espécie de legitimação da guer-ra neste acto da conferência da" Paz.Tal legitimação absolutamente nãoé.

E' a confissão legal de uma neces-sidade que se não pode remover.Tudo se reduz a deixar o facto noseu dominio inevitável, ahi aondeacaba o do direito e seus recursos.

Fosse menos sincera a formulaamericana e poderia emudecer quan-

to ao empre»* ) extremo d t força noscasos cie 111:1! log.o ds) arbitármento.Mis toda a differença então ÇOiisis-tiria ern subentender no texto o queelle ora exprime. Porque é de iodaevidencia que ainda subscrevendoa estipülaçãò pura c simples ú) ar-bi tra ms nto obrigatório, logo.q.íe seevite ou se lhe desrespeite a sen ten.-ça, a hypòthése da intervenção tiasarmas volta sempre como o só cor-rectivo possivel contra a recusa docontracto arbitra! ou a desobediéii-cia á sua lei.

E' o que faz a cláusula usual doarbitramento e a proposta ahi.er.ica.-ua. Não divergem senão somentenesta apparencia. Uma tem maisgeito; a outra mais franqueza.

(Continua)

Ml EscolarNo dia 1.° realisou-se, com regu-

lar concorrência, no salão da Prefei-tura, a festa escolar do fim do annolectivo das escolas do Departamento.

Foram distribuídos prêmios aos a-lumnos seguintes: Maria Leonilia daSilva, medalha de ouro; Maria Qur-gel do Amaral, Francisca Lago, Ma-ria do Nascimento, Estephania da Sil-va, Manoel Peres Filho, Caetano La-go, Pedro Antônio Lopes, Júlio Mar-tins de Menezes, Francisco Cruz, Ta-vares de Alencar, Maria Antonia daCosta, Alzira da Conceição, OervizNery da Silva, prêmios secundários,os quaes não descrevemos por-que foram entregues n'uns embrulhossem se saber o que continham.

O dr. Aristides Lemos pronunciouuma allocução relativa ao acto.

Depois os alumnos entoaram ohymno da Republica.

A banca estava formada pelos sr5.prefeito do Departamento, dr.s Inten-dente Municipal, Promotor Publico,commandante do destacamento e se-cretario da Prefeitura.

Fez as delicias da festa a banda demusica da «Euterpe Tarauacaense*?.

Foram servidos doces e bebidasaos convidados e creançada em nu-mero de 66 de ambos os sexos das4 escolas da villa e bairros adja-

O MUNICÍPIO e A ALVORADAestiveram representados pelo sr. Wal-demar Albuquerque e o Departa-mento pelo confrade Rocha do Bra-zil. Nosso director fez-se representarpelo sr. Henri Froissart.

Houve depois uma sessão cinema-tographica, para os convidados e a-lumnos, na qual foram exhibidosbons «films», no Cinema «Edison».

Nossa reportagem notou alli as se-guintes pessoas:

Drs. Sansão Gomes de Souza, JoãoAlberto Masô, Leoncio José Rodri-gues, Aristides Lemos, Antônio Au-gusto Pinto, tenente Victal Sobrinho,Gualter Marques Baptista, AntônioHorácio de Vasooncellos, Lúcio deCastro Alencar, Francisco de OóesSobrinho, José Moreira de Rezende,Arthur Moreira de Rezende, .J J No-gueira, Henrique Mello, DiogenesMello, Valerio Caldas, Trajano Barro-so, Miguel de Vasconcellos, Alexan-dre Bouchacra, José Amin, José Pe-reira de Lucena, Francisco Felix, Jo-sé Leite, Marques Sobrinho, Francis-co Quaryguazil, Herminio Freire, Jo-sé Simplicio Ribeiro, Rocha do Bra-zil, Ananias de Oliveira, Henri Frois-sart, José Bispo Santiago, Carlos A-lencar, Francisco Saturnino, PedroVirgolino Freire, Antônio da CostaSantos, Severiano Rodrigues, Octa-viano Novaes, Francisco Lopes deAraujo, Flavio Moreira, Manoel Al-verga, Pedro Barbosa, officiaes dovapor Marcilio Dias, João YpirangaGuarany, Francisco Frota Filho, Joa-quim Gonçalves Ferreira, João Men-des Filho, José Marcos Netto, Emi-lio Gurgel, Urbano do Valle.

Compareceram poucas senhoras esenhoritas, prova evidente de que is-

O MUNICÍPIO 5 de Dezembro de 1915

to por estas bandas ainda está muitocru; visto que as festas da instrucçãonão são freqüentadas por quem de-vem s c r—as f a rri i 1 i a s. Estive-ram presentes as professoras dos bair-ros <Leoncio de Andrade» e "Itama-raty.,,as senhoritas Carmen Vascon-cellos, Argentina Cruz, Luiza Nery,Caldas do Lago e as famílias PedroBarboza e josé Pergentino.

Se não fosse a falta de assento pa-ra os convidados, qué tiveram degramar duas horas de pé, mais agra-dayel teria sido a festa, que provocaestimulo a pequeuada.

.Admiramo-nosdc que uma Prefei-tura que tem consumido rnil e muitoscontos dc reis, ainda não tenha feitoacquisição de mobiliário para as fes-tas publicas que promove.

3Poi

san itaSantamador

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mooras •ANNIVERSARIÜS:

Hoiilcm fez annos o pequeno Osmimdo Brazi-leiro filhinlio do sr. João Rodrigues Brazileiro c desua consorte.

«ffi^SrAiiiáriha passará o dia natalicio da esposado sr. Raimundo Furtado, d. Máxima CavalcanteFurtado.

CASAMENTO:Depois dealguns mezes de passeio

pelo Pará, seu Estado natal, regres-sou á sua propriedade—Liberdade— situada no Paraná do Oiro, do rioEmbira, o sr. coronel Abelardo deAguiar Picanço.

S. sa. contraliiu casamento alli coma distineta senhorita, sua sobrinha,Máxima Lopes Picanço, com quemregressou á sua aprasivel morada.

Fazemos votos para completa feli-cidade do novo casal e multo gratosficamos pela participação que se di-gnaram fazer do seu feliz enlace.

oubeinos que o estadoio d'ac|iicl!e rio, do trechoRosa até Vi ila Feijó, édesani-. De umas vinte creanças nas-

ciclas cm Bom Suecéssò no presenteanuo, escapou apenas uma As mole.;tias que mais assolaapopulação sãofebres seguidas de incitação.

Até o fim do mez próximo passa-do já tinham subido 4 vapores no rioEmbira -Envira, da casa Nicolaus& Ca., Santa Maria, dos srs. Pinho& Rebello, Tuchaua, dc Salomão& Ca. e Loreto. Eram esperados aindao Cassio Reis e Rio Envira.

De passagem uo Marcilio Dias,afim de visitar sua familia na foz doJordão, visitou esta redacção o jovenLevy Saavcdra, estudante de prepa-ratorios no importante estabeleci-mento de instrucção de Fortaleza, noCeará, denominado D. Pedro II.

PassageirosDe passagem para a sua proprie-dade Penedo, acha-se nesta villa o

major João Onofre Filho, honradocommerciante, um dos valorososaffeiçoados deste jornal e particularamigo do nosso director.

ííOjRGíDCOMARCA DO TARAUACÁ

JUIZO DÈ DIREITO

CPJME(Falléncia culposa)

A. A Justiça Publica

j5;> -*a> «gSSX*-——-

CorreioPara que fiquem avisados os nos-

sos bons assignantes rezidentes norio Embira eaffluentes, avisamos quede Janeiro em diante a nossa corres-pondencia seguirá d'aqiü para allipor portador nosso, a tempo de al-cançar os estafetas que de villa Feijósobem e descem no dia 1° de cadamez.

Arihiyersavi?)No dia 29 do mez findo os admi-

radares do ex-prefeito Alencar pro-moveram uma sessão cinematogra-phica pela passagem da data nataliciado seu patrono. A ella compareceramossr.sJ.M. Neiva, Marcolino Duarte efamilia, Oswaldo Maia, José Victori-no de Menezes, Manoel Vergniaud,Moysés Rocha, Waldemar Mello, Eu-zebio Adelino, Carlos Alencar, Fer-nando de tal, ex-cabo da guarda lo-cal, João Rebello, Trajano Barrozo,José Marianno, José Nunes, ex-carce-reiro, Francisco Quaryguazil, Candi-do Castello Branco e Pedro de tal,qué cumpriu a pena por ter dado fu-ga ao incendiado Chagas.

E só... Embora estivessem três dis-tribuidores offerecendo bilhetes deentrada.

Muito mais acertado seria se tives-sem pegado o cobre que gastaram eenviado para o seu patrono no Rio,que está a nenhum, segundo diz el-le, mas que nós riãõ acreditamos...

VisitasOsr. Alexandre Pereira Lima,dis-

tineto official da marinha mercante,commandante do vapor Marcilio Di-as, deu-nos o prazer de visitara estaredacção na manhã de Io. do correu-te, cuja gentileza agradecemos.

Regressando do Pará para a Ca-sa Maceió, acha-se nesta villa o sr.Albino G. Bahia.

De volta do Sul da Republica, a-c!ia-se a bordo da Loreto, destina-do ao alto rio, o pharmaceutico sr.Julião Moraes.

Pelas 14 horas de hontem entrouo Therezina e nelle regressou doMaranhão o coronel Marcos J. GOiiveira, encarregado do 3o. PostoFiscal Federal, trazendo em sua com-panhia sua digna esposa d. Dondo-na Oliveira, com seus filhinhos Jau-dyra, Marcos Vinícius e José Euze-bio, seus sobnnlios,senhorita Duqui-nha Mendes e Octavio Mendes deOliveira, os dois últimos, irmãos dojoven João Mendes Filho, já entrenós.

«Xíaríiilíò Dias»Do Pará, sem fazer escala por Ma-

náos, chegou a este porto no dia 30de novembro o Marcilio Dias queestá esperando água para continuarviagem ao Jaminauá.

«Amoiica»Este vapor da casa Nicolaus & G>.

que se destinava á Casa Maceió, fu-rou-se, duas praias abaixo do BomFuturo, avariando parte do carrega-mento, que foi vendido em leilão. Dologar do sinistro regressou elle, bal-deando a carga salva para a Loreto,da mesma casa.

Ilcrjiféss»Depois de alguma demora no rio

Embira nos misteres de sua nobreprofissão, regressou a bordo da Lo-reto no dia 2, o illustre causídico, dr.Raimundo Belfort Teixeira.

Os sr.s Canuto Reis e Arthur Lo-pes, officiaes dos vapores Loreto eMarcilio Dias, tiveram a bondade devisitar esta tenda de trabalho.

O sr. Canuto gentilmente nos of-fertou um lindo chromo comfoünhade desfolhar para o anno entrante.

Gratos.

O sr. Francisco Alves dos Santos,morador em Bom Successo no rioEmbira, tendo vindo a negócios doseu interesse a esta villa, visitou anossa tenda de trabalho.

De Villa Feijó, bastante enfermodas febres que por alli fazem victimas,regressou no dia 2 o sr. Madruga,que alli occupa o cargo de carcereiro.

Lei «Sus rolhasO prefeito actual, seus partida-

rios e da lei das rolhas, não querendoque o. publico saiba dos seus altosarranjos, procuram pôl-aem pratica.Para isso conseguiram que o turcoCalil Alaydim promovesse uma pe-nhóra n'umasmadeiras,pensando quesão nossas e agora desce um emissa-rio para propor ao coronel José Pau-lino Gomes a compra de nossos ti-tulos de divida, para ver se conse-guem o triumpho da rolha.

O que deviam fazer, primeiramente,era pagar-nos 7:000$000 que a Pre-feitura nos deve de publicação de ac-tos officiaes, antes de queimarem anossa propriedade.

E' bem certo o que diz o vulgo,«quando se vir um sujeito muito bomcobrador é porque elle não paga aninguém».

Cavem, como poderem, que nadaconseguirão, para deixarmos de pôrsuas calvas á mostra.

\. Pedro Cavalcante de Azevedo.

Pela legislação em vigor a fàiíéhciá é ca-sua], culposa ou fraudulenta; Distineçãodas Ires modalidades.

Para caracterisação dá fallcncia fraudu-lenta é essencial a prova da fraude, a con-stafação do elemento moral, islo é, o desé-jo de prejudicar os credores.

Conceitos de Cllaveauet Hãie e de VoaLiszt.

Critério para interpretação de nossa lei.O que se deve ejiteiider.ppt- «escri pi ura-

ção confusa e difficil de ser entendida».Vistos estes autos, etc.Considerando que o Dr. Promotor Publico dc-

nunciando Pedro Cavalcante de Azevedo, pelos fa-cios constantes da denuncia de fls., depois de fei-lo o siiuimario dc culpa c pronunciado o Réo, of-fereceu contra elle o libcllo dc fls., dando-o comohavendo incidido uas disposições dos arts. lOS §5o. do Dec. 2024 de 17 de Dezímbrp dc 1903, nãoobservadas pelo mesmo Reo as prescripções doCod. Gònial', arts. 12 e 16 c lia disposição do art-167 § 2o. do mesmo Dec. 2024;

Considerando que a falicucia, pela legislaçãocm vigor, pode ser casual, culposa ou fraudulenta;

Considerando que por força do Dec. 2024, serácasual a fallcncia que não for culposa ou fraudu-lenta (Lei 859, art. Sô Lt. a; Reg. 4S55, art. 330;Bento de Faria, Cod. Penal, nota 522);

Considerando que é culposa a faljeiicia desdeque se veriliquem os casos enumerados nos arts.167 c 168 do Dec. 2024, dispensado o Juiz de pre-cisar o conceito jurídico da culpa criminal,em faceda presumpção legal decorrente dos casos verifica-dos nos referidos artigos;

Considerando que fraudulenta ca fallcncia qucpodendo ser culposa, pela verificação dos casosdos arts. 167 e 169 citados, foi determinada dolo-samente pelo fallido que, ou leve a intenção de ti-rar do facto, vantagens para si, ou scientementêquiz concorrer para peiorar a posição de seus cre-dores; c assim tambem quando verificados cum-pridamente algum ou alguns dos casos dos nos. la 7 do art. 169 e quando o fallido se encontrarnas situações do art. 170, pois quc cm todas essascircumslaucias o dólo c a fraude são evidentes;

Considerando, pois, que ú essencial para cara-cterizaçâp da fallcncia fraudulenta a pi ova dá frau-de, a constatação do elemento moral, isto é, o dc-sc-jo dc prejudicar os credores. Chaveau et hiélicaceresceutam que a lei não pune a imprudência, atemeridade, mas exige que fique manifesto o es-pirilo de calotear e malbSratar.a forlunaaHieia(Tli.do Cod. Pen., 2ã. edc. belga ánnót. por Nypcls,Tom. 2o. pag. 3-18, nos. 344 a 349) c Von Liszt édc parecer que a suspensão de pagamentos ou deabertura de fallcncia deve —além dos actos que alei enumera — accrcsccr, como motivo, a intençãode causar damno aos credores, isto é, de preju-dical-os nos seus direitos-».

Alludindn á coniminação da lei allemã, dizelle quc cila sc refere ao devedor:

«3°.que não tem os livros commerciaes que a leiexige;

4o. que occulta ou destroc os seus livros com-inerciaes (ainda os que não tenha obrigação dcpossuir), ou os altera, ou escriptura de modo quepor elles não se pode saber o estado de sua for-tuna (Trai. de Dir. Pen. Ali., trad. braz., tomo2o., pagina 202).

Considerando que a lei brazileira deve ser cn-tendida de conformidadocom este critério c poisso haverá fallcncia fraudulenta, na liypolhesedono. 5 do art. 168 do Dec. 2024, quando : lo. nãotem o fallido absolutamente livros liem escriptura-ção em livros apropriados e 2o., quando tem cs-cripturação confusa c difficil de ser entendida-demodo a embaraçar a verificação dos créditos e aliquidação do activo d passivo;

Considerando quc neste processo não se verifi-ca a primeira liypotliesè;,'pois que a firma Cavai-cante & Oliveira, linha um Diário lcgalisado, cm-bora não escripturado e um Copiador de Cartastambem lcgalisado, pouco importando que esti-vesse nelle copiada apenas uma parte da corres-pondencia da firma (Dèps. de fls. 27, 21 v. e 18 v.;Relatório, fls. 9);

Considerando que sendo assim, não se pode ve-rificardos autos a segunda hypolhese porque «cs.cripturação confusa e difficil de ser entendida» —para o effeito de embaraçar exame dè créditos eliquidação do activo e passivo -suppõc escriptaarranjada sob appareucia regular, com o intuitodeliberado c a arte, possivel de fazer confuzão;

Considerando que fora desses dois casos, a exis-tenciá de livros, sem escripturação, na forma exi-gida pelo Cod. Cornai, (arts. 12 e 16) e o atrazonessa escripturação, fazem incidir o commerciantefallido na disposição do art. 167 § 7o. do Dec.2024, «salvo se a exiguidade dò commercio e a fal-ta de habilitações lilterarias rudimentares ao falli-do o relevarem do preceito legal;

Considerando que o Réo linha os livros exigi-dos pelo Cod. Còm&l., mal escripturado o Copia-dor de Cartas (Deps. f|_s; 27, 21 v. e IS v. e Reia-torio, Fls. 9) e sem escripturação o Diário, confor-nic todos os depoimeiitos,Roíatorio e confissão dopróprio Réo, a fls. 36 v. c contestação a testeniu-nhas, sob o pretexto dc falta dc guarda-livros;Considerando que ao Rén não aproveita a exeu-sado final do cit. art. 167, porque grandementevultuoso cra o seu commercio (Relatório, c Deps.de fls. 41 e scgs. e 49 e segs.) c por que não podeallegar falia dc habilitações litterarias rudimenta-res quem, como o Réo, disso fez prova em contra-rio, com a sua defeza pessoal nesies autos e estavano convívio dccomincrciautcs fortes dc uma pra-ça adiantada como a dc Belém (doe. de fls. 39 e40);

Considerando, pois, quc não provada a fraude,o dólo, do Réo desidioso, negligente voluntária escientementê omisso no cumprimento dos seusdeveres, não se lhe pode desconhecer culpa crimi-nal, visível de seu proccdimc-nto,deco;rcnte de suaqualidade de commerciante atilado, c principal-mente da presumpção legal do art. 167 do Dec.2024 (Carraia, cit. por Bento de Faria, not. 35 aoart. 2-1 do seu Cod. Renal; ainda Bento de Faria,not?. 151 e 152, pag. 705 do Cod. Cornai. ( 2a. Ed.cómnientários ao cit. Dec. 2021);

Considerando quc ua fóriría do art. 167 § 2o. doDec. 2024, as despezas geraes do negocio de Ca-valeante & Oliveira são de facto superiores ás quedeveriam ser cm relação ao movimento da casa,verificando-se nesse titulo, gastos de cerca dc cen-toe quarenta contos dc reis, quando n ã o iamalém de cem contos de reis o movimento dc mer-cadorias compradas para o seu giro commercial(Dep\ de fls. e Relatório), uão procedendo a eva-

siva do Ré.), appellando para uni engano imagi-nnrio cn.T) provado, de consulta a um cosLinciradé oulra Fir ina;

Considerando que a prova testemunhai produ-zida é valida c bôa, não se podendo allegar nulli-dadcdosd.\)oiinenlosda primeira c terceira teste-nitinhas-gnii-da-livrosquc levantaram a escriptado fallido, a convite do syndico (art. 65 § 12 doDec. 2024) -porque ellas níiosão peritos, não Fo-ram nomeados pelo Juiz cla fallcncia, não presta-ram compro.nisso legal e ainda porque o processocriminal da fallcncia cm coisa alguma está depeu-dente do processo commercial da fallcncia (Ren-to de Faria, obr. cit. pag. 703, nota 146 dos com-mentariosao Dec. 2024) e lambem porque, alémda prova testemunhai, ha íícstcs autos prova do-cuiueiital sufficiente, qual o Relatório do syndico,lido, discutido c approvado na Assembléa Geralde Credores (art. 102 § lo. é 65 uo. 6 do Dec. 2024c ari.354 do Dec.9831 de 23 de Outubro de 1912);

Considerando quc dos arts. 4, 5, 6, c 7 do libel-lo dc fls. 71, o que não c elementar não eslá pro-vado tios autos; finalmente;

Considerando tudo o mais que dos autos cons-lae pelas razões expostas coudeinuo o Réo PedroCavalcante dé Azevedo a dois annos e onze me-zes de prizão simples, feita a conversão na formado ari. 409-do Código Penal da Republica, graumédio do art. 336 § 2o. do mesmo Código, cina-is ao pagamento das custas.

O Escrivão recommende o Réoque se acha.

Intime-se.Villa Seabra, 25 de Novembro dc 1915.

HUGO RIBEIRO CARNEIRO

f arTs&ar *¦ -.^aar r ^n^r v

na prizão em

MaçonariaAv: Maç.\

Aug.-. e Resp.\ Loj.\ Symb.-.«LIBERTADORA ACREANA»

Sob os A Aus.p.•. do Or.•. Or. ¦.e Supr.-. Cons.-. do

Brazil.De ordem do Pod.\ Ir.-. Ven.-.

convido a todos os O Obr. •. desteAug.-. Quad.-. a cumprirem oumandarem satisfazer, até o dia 31 docorrente, a determinação imperativado art.-. 206 do Reg.-. Ger.-. daDrd. -., sob pena de, o não fazendo,ser-lhes applicado o dispositivo do§ 4 do prerefirido art.-., prevalecen-do, de modo absoluto o que estabe-leceoart.-. 207 do Reg.-. Ger.-.

Or.'. dé Villa Seabra, ao 1.° deDezembro de 1915.

O secr.-. a. b. 3 . •.

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iversasO marechal Hermes disignou

o navio Zeelandia para sua viagema Allemanha, tendo de partir a ó deoutubro. No dia 4 soffreu o navioum desmantelo na helicé, tendo si-do preciso ir ao dique; concertado,ao sahir, soffreir um grande rombo,causando avaria em 2.000 saccas decafé.

Tem ou não urucubaca?Faileceu o dr. Rubiãojunior, fu-

turo candidato á presidência de SãoPaulo, o mesmo a quem o generalPinheiro Machado ia visitar, quandofoi assassinado.

Estando o assassino Manco Pai-va, sendo maltratado na prisão, oseu advogado requereu ao Insti-tuto dos advogados uma commissãode 5 membros para averiguação do i

caso, tendo aquella corporação an-nunciado uma sessão extraordinária

—Tendo cessado mais a campa-nha Hermes, depois da renuncia des-te á cadeira no senado, recrudeceuella novamente, por ter vindo a lumea carta que elle dirigiu ao dr. Borgede Medeiros, na qual insulta a im-prensa.

O general Pinheiro Machado,uo dia 4 de Março, depois que feri-ram-se as lüctas políticas, escreveuuma carta a sua esposa e deu-a aum seu sobrinho para entregar-lh'a,depois de sua morte. Nella previaser assassinado. Apparecida que foia dita carta, um seu collega do sena-do, requereu que fosse ella publica-da no Diário Official.

Quando na Camarão clr.VicentePiragibc, disse que a corrente nacio-nal da Bahia obedecia a orientação

# OMUNIGIWO 5 dc Dezembro de l UJ5

dos drs. Ruy Barboza e Seabra.Returquio osr. Antônio Calmou

que o sr. Seabra uão, que a Bahia orepudia. Enfurcceu-se o sr. Ubaldinode Assis, chamando cie despeitado aosr. Calmou.

Fechou o tempo, havendo tão des-agraadavel troca de insultos, que opresidente foi obrigado a suspender

a sessão.Coisas de republica...-No senado o dr. Artliur Lemos

defendeu-se das aceusações da im-prensa, dizendo haver s. exc. dito aodr. Gilberto Amado não ter outra sa-hida senão o assassinio do dr. Ani-bal Theophilo.

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iü iutlimdo protesto áo sp.i

medida que teria favorecido a potênciaque maltratou a Bélica, medida que a-cabana por nos lançar numa guerra con-tra as potências que procuraram defen-der a Bélgica! Que façam alguma cousaque prove a sinceridade do que affir-mam, isto é.que estão combatendo real-mente pela justiça.

E, emquanto não façam isso, quetodo o homem e mulher sensactos érectos se neguem a ter a menor par-te ern um movimento que é positi-vãmente tão néscio quanto pernicio-so, porque exige uma attitude des-honrosa do dever nacional, movi-mento esse que, sc chegasse a dar re-sultado somente poderia causar dam-no e a respeito cio qual somente atentativa de;realizai-o expõe directa-mente o nosso povo a uni desprezoi ilimitado:

JÂZBTA COIllCláL>.I«-'erti!i> «I:» liõif.ríich:.*

EM MANÁOS NA SEMANA DE ISDE OUTUBRO:

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300. 964

iiiltltrap pvipifepicifísta nos Estados üuidos

A senhora Julie Bàrret Rubüc, de Was-hinríon, escreveu recentemente umacaria ao sr. Theodoro Roosevelt cônsul-tando-o sobre se devia ou não filiar-seao partido feminista que se está organi-sando nos Estados Unidos e que se cies-tina principalmente a trabalhar a favor dapaz na Europa. O sr. Roosevelt escreveuá senhora julie Barrett a seguinte indig-nada carta em resposta á sua consulta:

Aconselho-a terminahiernente a quenão entre em tal movimento. O program-ma do novo partido de quc tive conhe-cimento pela sua carta, parece-me taoimbecil como infame. I Ia cincoenta au-nos os «cobras* do Norte tinham sobrea paz as mesmas opiniões que expõe o

programma que me enviou e no emtau-to votaram em massa contra AbrahãoLincoln. Fizeram tudo que estava ao seualcance para dar cabo da União e asse-gurar a victoria da escravidão, porqueconsideravam a paz o maior de todosos bens justamente <-o<fio julgam aque,-les que fizeram e escreveram o program-ma oue juntou á sua carta.

Além disso, uma grande parte dos a-migos da paz a todo o transe, ou os«cobras -, eram, sem duvida alguma, co-bardas por natureza, como lambem naoresta duvida de aue uma grande partedos ultra-pacifistas de hoje, que sustentam opiniões como as que se esboçamnes-c'programma, para defender a pazsem nenhuma consideração pelo que éjusto estão realmente dominados porurna cobardia ingenita. Tomem, mais do

que tudo, a morte, ou a dôr, ou a cnler-midade, e querem dissimular o sen me-do com palavras alttsonantes.

Fallo com precisão scientifica quandoqualifico esse movimento de imbecil ee infame. E' imbecil e de infame. E'imbecil porque è inteiramente futil. Pro-põem-se os seus inspiradores continuara mesma agitação futil que a experien-cia de um século, e sobretudo a expe-riencia dos últimos trinta annos, decla-rou completamente inútil e mesmo, nofim dc tudo, perversa até certo ponto.Nem o minimo beneficio se poderia ob-ter com a execução desse programma.

Isso, porém, não é tudo. O movimen-to é tão vil como futil. Não ha nada maisrepup riante que ver gente qne briga pelarecticíão P"eral abstracta e que nao se a-treve a combater a maldade concreta.Em resumo, não ha nada que faça tantodanino a uma igreja como ter um minis-tro que grita conunuadamente contrao mai absoluto, ou contra o mal que fi-zeram os Ptíaiiseüs ha um par de se-culos, e quo não se pôde decidir a le-vantar-se contra c mal concreto actual;e os diiocioresp:-. iisíioiiacs.do pacitis-mo nos Estados Unidos estão exacta-mente nessa situa ,ao.

Sobretudo è ini «ne e imbecil clamar

pela paz abstracía, mquanto se guarciasilencio sobre os inales concretos e hor-remlos quc nestes momentos se fazemá humanidade. A Bélgica foi calcadapelos pés da soldadesca até ficar redu-zida a um sangrento pântano; prejuízosterríveis se fizeram na Bélgica a homens,a mulheres e a crianças. Os belgas luc-taram valentemente contra os seus op-prèssprés; no emtanto., o programmaque a senhora me remette, nao tem omenor protesto contra males como os

que se causaram á Bélgica, e ataca detal modo a guerra que inclue no auatlie-maosbelp-as e os oppressores da Bélgica.

Temos°diante dc nós este caso con-creto. Que aquelles que sustentam ess-.-

programma se reüriam expressamentepirayviíúpèrar a

"invasão da Bélgica pe-. Ia Allemanha e para pedir que, no inte-

resse da paz, os Estados Unidos façamo possivel para pôr fim a esses males.Que censurem ao sr. Wilson e ao senhorBryan o seu propósito dc fazer sanecio-par a lei sobre a compra cie vapores,

K-soiiciiaaosA PENHORA

Que Calil não se casaE' todo mando a dizerElle so quer fazer «fita.»Depois dcsapparcccr.

Tm co desaforadoOue insulta todo unindoMas, iifuin dia, cae a casaLa vae o rico pro fundo

fa conseguiu enganarCommereiante da praçaCom oito pagou vinte doisFicou o debito de graça

E quer passar por correctoUm patife agatiinado!Encontrando um PromotorPara scu advogado !

Porém, vamos devagar,Tomo agora o caso á serio, ,Desço brirei safadezasDesse lypo sem critério.

O turco não vale nada _Pois safado sempre foiE só está precisandoD'um banho de peixe boi

Sò assim aceitará .Co' o rumo da TurquiaPra pegar no pau furadoE deixar a cobardia.

Maranhôto.

— o—

fPfiQBI&SÍOiNÁES-•: ..ADVOGADOS

liv. Bolíoa*. Teix«ir«—- Tem o seuescriptorio de advogada ao bairro «Le-oncio de Andrade*, onde pócle ser pro-curado para os misteres de sua pro-fissão. :____

IH-. Arisiictas Lemos—PromotorPublico da Cornarei acceita o patrocíniode causas eiveis, cobrançase liquidações,cmpntiveis com o exercicio d j seuor-go-Esciptorio-Villa Leoncio de An-dr de. ,,.....~Fi-:rn<!Ís<ií>

iSo3;íjj.-.s «Se Aquino—Têm o seu escriptorio na casa de suapropriedade, na cidade do Cruzeiro doSul.

OiíiJíin A. tIo"Monr«—Estáa dis-posição do publico pam os misteres desua profissão; acompanha causas peran-te o Tribunal de Appellação do Cru-zeíro do Sul, onde reside.

bíecoO-Bme^to de mniiisikoPor determinação da Caixa de Amortisação, a

thesouraria da Delegacia Fiscal do '1'hesouro Na-cional no Estado do Amazonas está recolhendosem desconto até 30 de Junho deste anno, asseguintes notas: '':-,: *;

. ...De 18000, das estampas 6 e 7, fabricadas na In-

elalefra; de 2S000, das estampas 6, 8 e 9 fabrica-das na Iiigláterra; de 53000, das estampas 9, 1011 e 12" LOS das estampas 8, 9 e 10; de 208000, de,5'0'SOOO de 1Ü0S000 de 200S000 e de 500-000,fabricadas na Inglaterra; de 203000, das estampaslOe 11; de 50$'000, das estampas9»., 10.1 e n.a!dc 1003000, das estampas 10 c 11 e dé 50.0S000,das estampas 8 e 9.

As notas dc 13000 e 2$000 são trocadas pormoedas de prata. —O —

„MP©STO IH) SELLOA lei nò. 1.461, de 29 de Dezembro de

1014, estabelece varias modificações deimposto, que convém sejam amplaincn-te conhecidas.

Por essa lei são elevadas de 50 porcento todas as taxas de imposto de sei-Io até aqui em vigor. As fracções decem reis serão contadas como inteiros.Assim, a taxa de 1$000 fica elevada a1S5Ü0; a de 5$000. a de 7$500; a de....10ÍOOÜ a 15S000. Um documento queantes da lei pagasse 4$500 de sello, pa-garia agora õ$800.

O imposto sobre o capital realisadodas casas de commercio é elevado de5/10 por cento a 7/10 por cento.

A taxa de consumo de aguardente,queaté aqui crá dc 20 réis por litro, passa aser de 30 réis, fixando-se o mínimo de2 000 litros de consumo para as casasde venda a varejo (Õ0$000 de imposto)e para as de venda por atacado ü mini-mo de 15.000 litros (45$000 de imposto).

Fica fixado o minimo de cinco contospara o imposto sobre o capital dos Ban-cos, agencias e succ.ursaes de Bancos,quer nacionaes, quer extrangeiros.

Fica elevado a 1 por cento o impostode transmissão «causa mortis»,etn linharecta, sendo necessários os herdeiros.

—o —

£>!•. Dile*ja;iq(«._! -José (t<i S»—Ac-ceita causas da Ke 2*. instâncias parapleitear em 3*. perante o Supremo Tri-bunal Federal.-Escriptorio:-Rua daCandelária no. 73 esquina da ruá V. I-nhaiíma-De 10 ás 5 1/2 horas—Au-diencia:dell 1/2 ás 12 1/2 ede3ás 5.— Rio de Janeiro.

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ii nacional 1$ 00Banha lata 4$000Azeite doce litro H$500Veias libra 2$000Kerozene garrafa $800Sal kilo $800Carne Paredão 2 libras 3$500

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R.vnÃo dos Santos Abreu

0 abaixo assignado, doutor em medi-cina pela Faculdade do Rio de .lanei-ro, condecorado pelo s-ovorno portu*gue-, medico dó Hospital dc llcriifi-cencia Portugueza desla cidade ele.

«Atlcsto quó nas moléstias dij fundosypliilitico em s>"as diversas c variadasformas, a applicação do preparado de-nominado Eli.vir áe Nog,te.i% SalsoCàvobã e Giiaijàcò. do lll.nio.oi'. Jo-ão da Silva Silveira, tem sido de nia-ravilhósos rcsiilládos.

O referido é verdade, sob a fo dameu grau.

Pelotas, 30 do Abril de 188b.Barão dos Sanlos Abreu.

(Está reconhecida) ,

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VENDE-SE um batelão novo, con-struido de madeira de lei no baixo Ama-zonas, muito seguio, com uma tonela-

gem de 6 á 7 mil kilogram mas,pelo pre-ço de 2:000$000.

Quem ó pretender comprar, pode di-rigir-se ao escriptorio deste jornal.

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ESMERALDINA CÂNDIDA

Altesta que sofiVi dc uma eezemaiíiirtiniè dois annos c oilo mezes, e(al foi a '[úantidade dè preparadosí*íie usei i|iie já .julgava esgotada aiiieiüeiiia, Kccòrri por ultimo ao san-lo Elixir de Nogueira^ do Pharma-mítico Chimico'João da Silva Silvei-ra, o qual me fez ficar complélãmcn-le'curada lia já Ires annos.

Sem mais subscrevo-meDc V. S. Alt. Ver. e Cr.Esméraldina Cândida

Cachoeira. 31 do Agosto de 1913—Rua do Recreio n. 55.

(Firma reconhecida) ^

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Gortez, Goelho & Ga.' Casa Bancarl«

-SEXPORTADORA DE GENtROS

44-RUA 15 DE NOVEMBRO-PARÁ-CA1XA POSTAL N°. 50

Endereço Telegraphieo miranCOMPLETO STOCK DE ESTIVAS NACIONAES

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Encarrccrãm-se, mediante modiea commissão, da venda de

todos os gêneros da Amazônia que lhe sejam consignados

e para os quaes teem Apólice <l«- Scç/uio Pciinancntc.

1ÍEIVE1 ICIAMEATO DE BOUHAC1IA XOS SEUS|»ltí»í5líIOS AUMAZEiVS.

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