6 - meios de fixação e conservação de cadáveres e peças isoladas

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6 - Meios de fixação e conservação de cadáveres e peças isoladas A utilização de cadáveres é um método de ensino amplamente realizado. Em decorrência desse fato existe a necessidade de preservação de corpos para estudos anatômicos e histológicos o que se torna maior a cada dia, pois é cada vez mais difícil preencher a demanda de cadáveres nas faculdades de medicina, veterinária, odontologia, enfermagem e demais áreas da saúde. Portanto, a utilização destes corpos deve ser otimizada, para que um maior número de alunos e pesquisadores possa usufruir das vantagens do estudo em um corpo natural. Os tecidos provenientes de cadáveres são objetos de estudo nas mais diversas áreas da ciência, mas, para possibilitar seu estudo por tempo superior ao tempo de autólise e sem a ação de microrganismos, é necessário o uso de métodos de fixação e preservação, que consiste em mergulhá-los em soluções químicas denominadas fixadores. A fixação é extremamente importante, pois mantém os tecidos firmes, insolúveis e protegidos. Assim, a boa conservação das peças, além de não permitir a deterioração do material, também evita a proliferação de patogênos que poderão causar doenças nas pessoas que freqüentam o laboratório. Por exemplo, a contaminação por fungos nas peças anatômicas pode desencadear em alunos e profissionais,quadros de alergia em decorrência da grande exposição de esporos fúngicos suspensos no ar. Os principais grupos de fixadores são os fenóis, aldeídos, ácidos,compostos halogenados, agentes oxidantes, metais pesados e seus saiscorantes, enxofre e tiossulfatos. Os ácidos mais usados são o pícrico, acético, bórico, salicílico e arsênico. Entre os sais estão o cloreto de sódio, os hipocloretos de sódio, o potássio ou cálcio, o sulfato de potássio, o nitrato de potássio, oacetato sódico, o sulfato ferroso e outros. Os mais comuns são o formaldeído, aglicerina, o álcool etílico e o fenol. O formal de ído é o fixador e conservante mais utilizado, comumente em solução aquosa a 10%. Por ser barato e penetrar rapidamente nos tecidos (seis milímetros em doze horas) é amplamente utilizado nos laboratórios de anatomia, porém, muitas outras substâncias,

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6 - Meios de fixação e conservação de cadáveres e peças isoladas

 

A utilização de cadáveres é um método de ensino amplamente realizado. Em decorrência desse

fato existe a necessidade de preservação de corpos para estudos anatômicos e histológicos o que

se torna maior a cada dia, pois é cada vez mais difícil preencher a demanda de cadáveres nas

faculdades de medicina, veterinária, odontologia, enfermagem e demais áreas da saúde. Portanto,

a utilização destes corpos deve ser otimizada, para que um maior número de alunos e

pesquisadores possa usufruir das vantagens do estudo em um corpo natural. Os tecidos

provenientes de cadáveres são objetos de estudo nas mais diversas áreas da ciência, mas, para

possibilitar seu estudo por tempo superior ao tempo de autólise e sem a ação de microrganismos, é

necessário o uso de métodos de fixação e preservação, que consiste em mergulhá-los em soluções

químicas denominadas fixadores. A fixação é extremamente importante, pois mantém os tecidos

firmes, insolúveis e protegidos. Assim, a boa conservação das peças, além de não permitir a

deterioração do material, também evita a proliferação de patogênos que poderão causar doenças

nas pessoas que freqüentam o laboratório. Por exemplo, a contaminação por fungos nas peças

anatômicas pode desencadear em alunos e profissionais,quadros de alergia em decorrência da

grande exposição de esporos fúngicos suspensos no ar. Os principais grupos de fixadores são os

fenóis, aldeídos, ácidos,compostos halogenados, agentes oxidantes, metais pesados e seus

saiscorantes, enxofre e tiossulfatos. Os ácidos mais usados são o pícrico, acético, bórico, salicílico

e arsênico. Entre os sais estão o cloreto de sódio, os hipocloretos de sódio, o potássio ou cálcio, o

sulfato de potássio, o nitrato de potássio, oacetato sódico, o sulfato ferroso e outros. Os mais

comuns são o formaldeído, aglicerina, o álcool etílico e o fenol. O formal de ído é o fixador e

conservante mais utilizado, comumente em solução aquosa a 10%. Por ser barato e penetrar

rapidamente nos tecidos (seis milímetros em doze horas) é amplamente utilizado nos laboratórios

de anatomia, porém, muitas outras substâncias, quando em contato com os tecidos, impedem a

proliferação de microrganismos.

 

Breve histórico da conservação de cadáveres

A fixação pode ser feita por métodos químicos ou físicos (congelamento), sendo a fixação química

um processo complexo e pouco compreendido (JUNQUEIRA & CARNEIRO, 2008). As técnicas de

conservação do corpo humano tem inicio com os Egípcios, através do processo de mumificação

(natural) e o embalsamamento (químico), porém mais com fins religiosos, do que científico, sem

nenhuma descrição e comprovação de resultados. Já no século XVI o belga Andréas Vesalius

realizou as primeiras dissecações em cadáver humano e propôs a sua configuração anatômica em

seu famoso  De Humani Corporis Fabrica, ficando consagrado como o Pai da moderna anatomia, e

assim surge a necessidade deconservação deste material para fins didáticos.Segundo KLEISS &

SIMONSBERGER (1964), as primeiras descrições destas técnicas de conservação de cadáveres

foram feitas por Ambroise Paré no seu Tratado de Cirurgia (1544), e por Petrus Florestius, que fez

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uma descrição detalhada dos métodos utilizados para embalsamamento de pontífices de

Roma,com resultados controversos, ora bons, ora inadequados.Posteriormente, as técnicas de

fixação e preservação melhoram com a introdução de certas substâncias, que injetadas

intravascularmente, realizam uma verdadeira fixação nos tecidos mediante a coagulação rápida das

proteínas No final do século XVII, o álcool etílico fui usado sem boa aceitação .Mais tarde,

Guilhermo Hunter, em torno do século XVIII, utilizou o álcool etílico associado à pimenta negra,

para conservar peças anatômicas injetadas com sebo ou cera, porém esta técnica teve alguns

entraves, gerando episódios distintos,como a ingestão do líquido de conservação de peças

anatômicas que estavam sendo transportadas entre países. Na mesma época, Pierrento Diones

empregou a pulverização de ácido tânico a fim de se evitar o crescimento de fungos. Froncois

Chaussier empregou o bicloreto de mercúrio para evitar a putrefação e favorecer a mumificação.

Em 1835 foram empregadas soluções aquosas de arsênico associadas ao álcool e, posteriormente,

o alúmen também foi utilizado para injeção intravascular em cadáveres, porém, hoje é utilizado

principalmente na preparação de peles de animais. O álcool etílico ainda continua a ser utilizado,

porém não é ofixador mais adequado, sendo mais empregado como conservante. Karl Schelle, em

1779, descobre a glicerina, representando um grande avanço na preparação de peças anatômicas,

sendo aplicada pela primeira vez no século XVIII pelo anatomista Carlo Giacomini. Em 1853, o

químico alemãoTauflieb descobriu a ação fixadora do cloreto de zinco. Diversos reagentes

químicos foram utilizados, e alguns encontram-se ainda em uso. No entanto, em1868, por August

Von Hoffman, ocorre a descoberta mais importante, o formol (formaldeído ou aldeído fórmico),

passando este a ser empregado nas técnicas anatômicas e microscópicas.Essa técnica é a mais

empregada atualmente, dado o baixo custo e a rápida penetração tecidual, mas traz como principal

desvantagem o odor forte e irritante de mucosas, já que o produto é volátil. Outro aspecto a ser

considerado, é que a formolização é uma técnica que demanda espaço. O cadáver ou peça deve

permanecer por longo período submerso no líquido antes de ser dissecado e ainda permanecer

submerso para armazenamento. Há uma série de outras técnicas de conservação de cadáveres na

forma de peças anatômicas, atualmente em uso, como a Glicerinação, que conserva a peça em

glicerina, facilitando o manuseio, podendo ficar em ambiente seco; a maceração, que retira todas

as partes moles da estrutura, mantendo apenas o tecido ósseo; a diafanização , que gera peças

translúcidas; e a corrosão,que consiste no preenchimento das estruturas tubulares com resina

seguida por corrosão ácida dos tecidos não preenchidos. No final do século XX surge uma nova

técnica, colocando a anatomiade novo no centro da atenção popular e da polêmica científica. A

Plastinação é uma técnica inovadora que impõe a substituição das moléculas de água do corpo por

um polímero, mantendo a estrutura e as características originais da peça deforma inodora e

resistente, gerando peças de fácil conservação, já que estão, a grosso modo, ³plastificadas´,

podendo ficar expostas, como em um museu (VONHAGENS et al., 1987).

Fixadores

BEHMER et al. (1976); ALVES (2002); JUNQUEIRA & CARNEIRO(2008) e RODRIGUES (2010)

ressaltaram que os fixadores são substâncias químicas que mantêm a integridade dos tecidos após

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a morte, sem ocasionar alterações da estrutura celular. Suas finalidades básicas são as de evitar

ao máximo as alterações na constituição química celular; insolubilizar as proteínas dos tecidos por

meio de ligações cruzadas entre os aminoácidos, o que é de fundamental importância na fixação,

pois são essas proteínas as responsáveis pela manutenção estrutural das células e tecidos e

inativar enzimas proteolíticas o mais rapidamente possível, pois estas últimas são as responsáveis

pela degradação espontânea que os tecidos sofrem após a morte, isto é, a autólise. E por fim,

evitar a proliferação bacteriana e fúngica, permitindo assim o estudo da célula ou do tecido como se

estivesse, naquele momento, vivos.Alguns tipos de fixadores só podem ser usados para pequenos

fragmentos de tecidos, como o aldeído glutárico, o álcool e o éter. Outros como o formaldeído ou

aldeído fórmico, podem ser utilizados para fragmentos maiores, pois apresentam maior poder de

penetração. O tempo de fixação depende do tipode fixador e da temperatura em que este se

encontra: quando, por exemplo,deseja-se uma fixação rápida, emprega-se o formol (denominação

dada a qualquer diluição a partir do formaldeído comercialmente puro 40%), aquecida a50oC

durante 1h. Este mesmo fixador, à temperatura ambiente, requer pelo menos 12h para exercer sua

atividade completamente. A temperatura aumenta a velocidade de fixação, aumentando a

penetração do fixador através do tecido(BEHMER et al., 1976; RODRIGUES, 2010).EERDEN &

NIE (1981) realizaram um levantamento sobre as principais técnicas e soluções conservadoras de

tecidos, enviando para o Departamento de Anatomia das Faculdades de Medicina, um questionário

sobre o embalsamamento e armazenamento de cadáveres humanos. Concluíram, após a análise

das respostas, que não existe um método padrão, e que são utilizadas diferentes técnicas, bem

como diferentes soluções conservadoras para tal fim. ALVES (2002) e RODRIGUES (2010)

acrescentaram que não há fixadores perfeitos, porém pode-se empregar misturas para minimizar

as limitações de cada um. O fixador deve ser escolhido levando-se em conta as características do

tecido, os exames pretendidos e as colorações a serem aplicadas, ressaltando que, uma boa

fixação dos tecidos é fundamental para a observação em microscopia óptica. A fixação pode ser

efetuada por imersão ou por perfusão, e deve ser realizada o mais breve possível após a remoção

de uma

 

Aspecto da macro configuração da cavidade pulpar, revelado pela técnica da diafanização onde se

pode ver o verdadeiro labirinto da anatomia interna dental ou o sistema de canais radiculares, após

as considerações básicas da anatomia interna (coroa, raiz,esmalte, dentina, câmara pulpar,

cemento, canal radicular e ápice).

Técnicas alternativas de conservação de peças anatômicas:

A elaboração de métodos alternativos para a realização de aulas práticas visa manter a educação

atualizada e sincronizada com o processo tecnológico, com o desenvolvimento de métodos de

ensino e contribui para o pensamento ético. Para isso, são implementados métodos alternativos

como: utilização de cadáveres formolizados ou preservados com solução de Larssen, modelos

sintéticos (espumas, modelos em madeira e bexigas de látex, vísceras e músculos de animais

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abatidos, vídeos ilustrativos, suturas em panos, simulações em vísceras do uso de eletro bisturi e

criocirurgia, preparação de peças anatômicas, entre outros.

Plastinação

Plastinação é um processo desenvolvido por von Hagens em 1977, quase baseia em impedir a

decomposição e preservar espécimes anatômicos para a educação médica e científica,

substituindo todos os fluidos teciduais e solúveis em gordura (água e lipídeos) por polímeros

(silicone, epóxi, ou copolímero de poliéster), e depois passam por um processo de endurecimento

pela luz, calor ou certos gases, que proporcionará a rigidez e conservação dos espécimes

(VONHAGENS et al., 1987). Este método apresenta um custo muito alto, e está sendo amplamente

utilizado na Europa e nos EUA e já está sendo empregada em algumas universidades brasileiras

(SILVA et al., 2008). A técnica de plastinação permite a obtenção de corpos inteiros, peças ou

partes delas e desde a sua introdução foi uma verdadeira revolução na educação, melhorando a

qualidade da prática docente e na investigação da anatomia macro e mesoscópica, como base

para a interpretação das modernas técnicas de diagnóstico, como ressonância magnética,

endoscopia, tomografia, entre outras (VON HAGENS et al., 1987; O'SULLIVAN & MITCHELL,

1995;WEIGLEIN, 1997; BRAVO, 2006; DHINGRA et al., 2006; KCN et al., 2007;REYES-AGUILAR,

2007). A técnica possibilita a utilização de um único cadáver indefinidas vezes, além da obtenção

de peças anatômicas reais, com preservação de estruturas anatômicas detalhadas. Os cadáveres

podem ser obtidos através de convênios com clínicas veterinárias mediante doação dos

proprietários (VONHAGENS et al., 1987). As técnicas atuais de conservação baseadas em

formaldeído utilizadas na área de anatomia em muitas universidades não são as mais adequadas.

Estas têm inconvenientes, como a rigidez e a perda da cor natural dos tecidos. Além disso, as

propriedades físico-químicas da solução levam à formação de gases,que afetam as pessoas que a

manipulam, irritando a mucosa ocular. A inalação causa irritação na mucosa nasal e do trato

respiratório superior e pode até afetar os pulmões. Em tempos de exposição prolongada há

também irritação cutânea (BALLENGUER, 1984; OLSEN et al., 1984). Em contrapartida, as

peças plastinadas estão livres de odor, têm alta durabilidade, são secas e muito resistentes

(REYES-AGUILAR, 2007).

 

 Corpo conservado pela técnica plastinação

A técnica desenvolvida por Gunther Von Hagens em Heidelberg, na Alemanha, consiste

basicamente em quatro etapas: (1) fixação: após a dissecação, a peça ou cadáveres são fixados

em uma solução de formol a 10% por um período de uma semana; (2) desidratação. Os espécimes

biológicos têm um alto teor de água que deve ser removida. Isto é conseguido por meio de um

processo conhecido como substituição em congelamento, onde as amostras são colocadas em

solvente orgânico, como a acetona a -25°C. Então, durante um período de quatro a cinco semanas,

a água dos tecidos é lentamente substituída pela acetona; (3) impregnação forçada, o solvente aqui

é substituído por um polímero em uma câmara de vácuo em baixas temperaturas e endurecimento,

onde a amostra preenchida de polímero é colocada em uma câmara fechada, onde entra em

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contacto com um gás de cura, calor ou luz ultravioleta. Este gás endurece o polímero, secando a

peça em cercade 48h. A secagem completa leva vários meses (VON HAGENS et al., 1987; KCN et

al. 2007, RIVERA et al., 2009).Segundo KCN (2007), um grande número de fatores deve

ser considerado, como grau de decomposição, a distribuição do tecido adiposo e quantidade de

sangue nas veias quando da escolha do polímero a ser utilizado.

Solução de Larssen modificada

Trata-se de uma técnica de tratamento químico para a preservação de cadáveres que serão

utilizados em aulas de técnica cirúrgica, como método alternativo ao uso de animais vivos (SILVA,

2003).SAMPAIO (1989), em um estudo sobre o crescimento do rim humano no período fetal,

utilizou o líquido de Larssen conforme a fórmula utilizada peloServiço de Anatomia Patológica do

Hôpital Cochin, da Universidade René Descartes Paris V, França, composta por 500 g de cloreto de

sódio, 900 g de bicarbonato de sódio, 1000 g de hidrato de cloral, 1100 g de sulfato de

sódio,500mL de solução de formol a 10% e 1000 mL de água destilada, para preservar fetos

humanos. O autor relatou que o líquido de Larssen conservou a cor, a consistência e as

características das peças anatômicas, tendo ainda como finalidade dissolver coágulos e restaurar a

volemia fetal, colocando os rins o mais próximo do natural.Os docentes da disciplina de técnicas

cirúrgicas do Departamento deCirurgia da FMVZ/USP, modificaram a técnica da solução de

Larssen, acrescentando glicerina, a fim de tornar as peças mais maleáveis. A solução de Larssen

modificada pelos autores compreende a mistura de 100 mL de formalina a 10%, 400 mL de glicerol,

200 g de hidrato de cloral, 200 g de sulfato de sódio,200 g de bicarbonato de sódio, 180 g de

cloreto de sódio e 2000 mL de água destilada. A solução foi utilizada na diluição de uma parte do

concentrado para três partes de água destilada. A quantidade a ser utilizada para fixação é de

10%do peso do animal a ser injetado via artéria carótida comum, e pós fixação, os animais são

acondicionados em sacos plásticos e crio preservados em câmera frigorífica com temperatura entre

-20ºC e -16ºC, conforme protocolo preconizado por SILVA et al. (2003).SILVA (2003) e SILVA et al.

(2004) utilizaram esta técnica na preservação de cadáveres que foram utilizados no ensino da

cirurgia. Os cadáveres preservados foram utilizados no mínimo 4 vezes, e durante o treinamento

apresentavam textura, coloração e consistência dos tecidos semelhantes ao encontrado em

animais vivos, como a flexibilidade dasarticulações, bem como ausência de liberação de odores

desagradáveis oriundos do processo de decomposição.SCHERER (2009), em seu trabalho

utilizando do modelo experimental de cães conservados com solução de Larssen modificada para

treinamento emvideocirurgia, relatou que foi viável e efetivo para treinamento de tireoidectomia

video endoscópica e nefrectomia total laparoscópica, evidenciando boa condição,tanto da cavidade

abdominal como da região cervical, e apresentou características teciduais semelhantes às de um

animal vivo, principalmente no que se refere a tecidos corpóreos extra-abdominais, como músculos

e pele.Entretanto evidenciou órgãos intra-abdominais com textura mais friável. A pressão de CO2

necessária a execução do procedimento parece ser maior do que a rotineira em animal vivo, pelo

fato dos tecidos musculares e cutâneos apresentarem redução significativa de elasticidade.

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7 – Dissecção

A dissecção na área da anatomia humana é o ato de explorar o corpo humano, ou seja através de

cortes possibilitar a visualização anatômica dos órgãos e regiões que existem no corpo humano e

assim possibilitar o seu estudo. Através de muitos estudos de dissecção foi possível identificar e

melhorar a área médica, através de conhecimentos básicos como a localização de vasos, nervos,

ossos, músculos, com suas origens e inserções. Sem dúvida o ato de dissecar é muito importante e

utilizado até hoje nos cursos de medicina. No Brasil ainda há muita dificuldade em conseguir

cadáveres para o estudo, já em outros paises como Bolívia, onde residem e estudam muitos

estudantes de medicina brasileiros, já é mais fácil.