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    EPUSP/PCC/CPqDCC

    GRUPO DE ENSINO PESQUISA E EXTENSO EMTECNOLOGIA E GESTO DA PRODUO

    NA CONSTRUO CIVL

    GEPE-TGP

    7HFQRORJLD&RQVWUXWLYD5DFLRQDOL]DGDSDUD3URGXomRGH5HYHVWLPHQWRV9HUWLFDLV

    NOTAS DE AULA: patologias em revestimentos verticaisBarros, Mercia Maria BotturaTaniguti, Eliana KimieRuiz, Luciana BeltratiSabbatini, Fernando Henrique

    SETEMBRO/97

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    ,1752'8d 2

    Um problema patolgico pode ser entendido como uma situao em que o edifcio ou umasua parte, num determinado instante da sua vida til, no apresenta o desempenho previsto.

    O problema identificado de modo geral a partir das manifestaes ou sintomaspatolgicos que se traduzem por modificaes estruturais e ou funcionais no edifcio ou naparte afetada, representando os sinais de aviso dos defeitos surgidos.

    As manifestaes, uma vez conhecidas e corretamente interpretadas, podem conduzir aoentendimento do problema, possibilitando a sua resoluo a partir de uma interveno, cujonvel estar vinculado, principalmente, relao entre o desempenho estabelecido para oproduto e o desempenho constatado.

    Objetivando-se uma ao sistmica frente aos problemas patolgicos passveis deocorrerem com os revestimentos verticais, prope-se, no presente trabalho, umametodologia de abordagem dos mesmos, a partir da qual, os profissionais da rea poderoorganizar um conjunto de passos e etapas a serem seguidos a fim de identificarem as

    possveis causas que levaram sua ocorrncia, buscando assim, evitar problemas emfuturos empreendimentos.

    Alm da proposio desta metodologia, sero apresentadas, tambm, as manifestaesmais comuns nos revestimentos verticais e as principais causas que possam t-lasoriginado, buscando-se, com isso, fornecer os subsdios necessrios para que os tcnicosenvolvidos com o assunto possam avaliar o projeto de revestimento, as especificaes parasua execuo, bem como, efetuar o acompanhamento em obra, de modo a evitar futurosproblemas com esses revestimentos.

    0(72'2/2*,$'($%25'$*(0'26352%/(0$63$72/*,&26

    Para uma melhor compreenso dos problemas patolgicos ocorridos com os revestimentose uniformidade de atuao frente s possveis solues, prope-se empregar umametodologia de ao, baseada no trabalho de LICHTENSTEIN [1985], que pode serdesenvolvida ou adaptada para cada situao especfica, sendo as etapas propostas,discutidas a seguir e ilustradas na figura 2.1.

    /HYDQWDPHQWRGH6XEVtGLRV

    Esta etapa fundamenta-se na obteno das informaes necessrias para que se possacompreender o problema ocorrido. Sua estruturao ocorre a partir da elaborao de um

    quadro geral das manifestaes presentes, onde devem ser devidamente relatadas asevidncias que provocaram a queda no desempenho do revestimento.

    As informaes podem ser obtidas por meio de quatro fontes bsicas: vistoria do local;levantamento do histrico do problema e do edifcio (anamnese do caso), examescomplementares e pesquisa (bibliogrfica, tecnolgica e cientfica), discutidas a seguir.

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    352%/(0$3$72/*,&2

    Vistoria do localAnamnese

    Exames

    ComplementaresPesquisa

    PROGNSTICO $/7(51$7,9$6,17(59(1d 2

    DEFINIO DA CONDUTA

    TERAPIA

    SELEO DOS0$7(5,$,6

    (;(&8d 2

    $9$/,$d 2

    5(*,6752'2&$62

    epossveldiagnosticar?

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    1

    DIAGNSTICO 25,*(16 CAUSAS MECANISMOS

    1mRLQWHUYLU intervir

    3(648,6$

    ,16$7,6)$75,$

    GHVFRQKHFLGD

    1

    2

    3

    1 1

    )LJXUDFluxograma para diagnstico de patologias [LICHTENSTEIN, 1985].

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    9LVWRULDGRORFDO

    A vistoria do local pode se dar a partir da insatisfao do usurio com o desempenho dorevestimento, acionando um profissional com o intuito de solucionar o problema ou podedecorrer de um programa rotineiro de manuteno, onde atravs de uma inspeo constata-se a existncia de um problema patolgico.

    A vistoria, em um ou outro caso, deve seguir alguns passos especficos para que se possachegar a uma concluso objetiva. Neste sentido, prope-se a seguir, um procedimentobsico para a realizao da vistoria do local. evidente que se trata apenas de umdirecionamento das atividades, sendo recomendada uma postura de contnua adaptao aolongo das experincias que forem sendo adquiridas.

    D'HWHUPLQDomRGDH[LVWrQFLDHGDJUDYLGDGHGRSUREOHPDSDWROyJLFR

    A constatao de um problema patolgico deve ser feita a partir da comparao, em geralqualitativa, entre o desempenho exigido para o revestimento e o efetivamente encontrado.

    Na maioria dos casos possvel uma verificao imediata da existncia ou no doproblema.

    Em determinadas situaes, os sintomas a serem reconhecidos podem no provocar umadeteriorao aparente dos materiais, como o caso das fissuras em revestimentos defachada, por exemplo, que, apesar de no apresentar uma questo de perigo iminente parao revestimento, ou seja, de runa, devem ser corretamente constatadas e verificadas suascausas.

    Nos casos em que sejam constatados problemas significativos quanto integridade dorevestimento, devem ser tomadas as providncias cabveis para evitar riscosdesnecessrios. Tais providncias podem ser, por exemplo, o isolamento do local ou darea do edifcio, a fim de que a vistoria possa ser realizada sem colocar em risco asegurana humana.

    E'HILQLomRGDH[WHQVmRHGRDOFDQFHGRSUREOHPD

    Uma vez determinada a existncia e a gravidade do problema, necessrio observar se omesmo localizado ou generalizado. Caso seja localizado, ser possvel identific-lo eresolv-lo, limitando-se apenas a uma determinada parte da edificao. Por outro lado, sefor generalizado, dever ser adotada uma postura de investigao no sentido de que sejavistoriado todo o edifcio, sem que se incorra em possveis esquecimentos ou repetio deatividades. Assim, prope-se que seja estabelecido um roteiro de investigao, como por

    exemplo, o apresentado a seguir. o exame deve comear pela parte superior do edifcio, continuando em direo ao trreo

    e/ou subsolos;

    cada ambiente de interesse, em todos os pavimentos, deve ser vistoriado obedecendoum caminhamento previamente estabelecido (sentido horrio ou anti-horrio);

    deve-se realizar uma inspeo aos edifcios circunvizinhos, verificando-se as suascondies;

    aps a inspeo no interior do edifcio, deve-se realizar o exame do exterior, senecessrio, partindo-se de procedimentos anlogos;

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    buscar realizar um levantamento de dados gerais sobre a rea em questo, como porexemplo, a identificao das caractersticas climticas, a incidncia de chuvas, aexistncia e nvel do lenol fretico e outros elementos que forem passveis de seremregistrados.

    Nesta fase, o profissional envolvido deve utilizar como instrumentos de trabalho a sua

    experincia profissional, os sentidos humanos e as ferramentas disponveis como porexemplo nvel de mangueira; fio de prumo; nvel de mo; rgua; metro; esquadro;termmetro de contato; lupa; sacos plsticos; esptulas; prancheta; papis para desenho eanotaes; mquina fotogrfica, etc., que devem ser reunidos em uma maleta, por exemplo,de forma a ficarem organizados e a facilitar a sua movimentao.

    F5HJLVWURGRVUHVXOWDGRV

    Deve ser realizado de modo a estruturar as observaes feitas, permitindo formular odiagnstico do problema. Assim, os resultados obtidos devem ser documentados a partir deuma ordem cronolgica de acontecimentos utilizando para tal FURTXLV e ou indicaes semprojetos (quando existirem) ou mesmo em simples desenhos somados s observaesescritas e s fotografias realizadas.

    $QDPQHVHGRFDVROHYDQWDPHQWRGRKLVWyULFR

    Essa fase somente ser desenvolvida quando for constatada a escassez de subsdios paradiagnosticar o problema na fase de vistoria do local.

    A anamnese, palavra de origem grega que significa recordar, deve ser entendida como umaao capaz de levantar o histrico do edifcio, envolvendo todas as atividades realizadasdurante o seu processo de produo que, de alguma maneira, possam ter contribudo para osurgimento do problema.

    A obteno das informaes sobre as atividades desenvolvidas so provenientesbasicamente de duas fontes: investigao com pessoas envolvidas com o empreendimentoe anlise de documentos fornecidos.

    D,QYHVWLJDomRFRPSHVVRDVHQYROYLGDVFRPRHPSUHHQGLPHQWR

    Dependendo da fase em que se encontra o empreendimento, pode-se entrevistar umuniverso varivel de profissionais envolvidos, entre os quais destacam-se: operrios daobra; fabricantes e fornecedores de materiais; construtores; projetistas; promotor doempreendimento; vizinhos; usurios; entre outros.

    A entrevista pode variar em funo de caso a caso; porm, algumas perguntas quegeralmente se repetem so apresentadas a seguir:

    quando foram constatados os sintomas pela primeira vez e de que forma?;

    os problemas foram objeto de interveno anterior? Se sim, quais as intervenesrealizadas e quais os resultados obtidos?;

    no decorrer da construo foram feitas modificaes no projeto, nos procedimentos deexecuo ou na especificao de materiais?;

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    foram tomados os cuidados necessrios quanto manuteno e limpeza ou aconteceramfatos no previstos?;

    quando o usurio notou pela primeira vez o problema e quando resolveu intervir?;

    haveria possibilidade de se recordar de algum fato que esteja ligado ao aparecimento doproblema?;

    ocorrem episdios de reaparecimento dos sintomas ou de agravamento dos mesmos?;

    as alteraes ocorridas com as condies climticas, mudam as caractersticas dosproblemas?

    As informaes decorrentes dessa etapa so muito valiosas para a avaliao do problema;entretanto, devem ser consideradas com muito cuidado pois estas podem retratar umarealidade parcial, pois quase sempre existem interesses contraditrios em jogo ou ainda, oinformante pode no ter percebido o problema, to logo tenha ocorrido, dando uma idiaequivocada do perodo de ocorrncia, alm de que fatos importantes podem ter sidoomitidos por falhas de memria.

    E$QiOLVHGHGRFXPHQWRVIRUQHFLGRV

    Como anteriormente colocado, as informaes obtidas das entrevistas podem no fornecerum quadro suficientemente amplo e confivel para o estabelecimento da anamnese docaso. Se isto ocorrer, pode-se utilizar como fonte complementar os documentos produzidosdurante a realizao da obra e no perodo de utilizao do edifcio.

    Na prtica, sabe-se que os documentos produzidos no decorrer da obra quase sempre seencontram desatualizados e incompletos, pois no se disseminou amplamente a suanecessidade e a sua importncia. No entanto, podem ser encontrados, em algumas obras,documentos que devem ser investigados, como por exemplo: dirio de obra; registro de

    ensaios para recebimento de materiais e componentes; notas fiscais de materiais eequipamentos; contratos para execuo dos servios; cronograma fsico-financeiro previstoe executado; entre outros.

    Os documentos relativos fase de uso do edifcio so ainda mais escassos, exceto para osedifcios em que existe um programa de manuteno, os quais, no entanto, so poucosainda, pois no h uma conscientizao sobre essa necessidade.

    F5HJLVWURGRVUHVXOWDGRV

    O levantamento histrico da edificao, de modo geral, tem documentao muito

    espordica e ineficiente, uma vez que essa atividade no sistematizada. As respostasobtidas verbalmente, por sua vez, no so diretamente conclusivas. Contudo, todas asinformaes aqui conseguidas devem ser cuidadosamente consideradas, compiladas,utilizadas para a formulao do diagnstico e, posteriormente, arquivadas.

    Para que seja estabelecido o diagnstico nessa fase, faz-se necessria uma reavaliao econfrontao dos registros cadastrados na fase de vistoria do local, com aqueles aquiobtidos.

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    ([DPHVFRPSOHPHQWDUHV

    Considervel parte dos problemas patolgicos que ocorrem nos revestimentos verticaisapresenta sintomas bem caractersticos, possibilitando a formulao do diagnstico com arealizao das etapas anteriores. Entretanto, quando isto no for possvel, podero serrealizados exames complementares que devem ser direcionados e ou solicitados, a partir deuma avaliao real de suas necessidades e dos resultados obtidos at ento. Estes examespodem ser de duas naturezas: ensaios em laboratrio ou no local.

    D(QVDLRVODERUDWRULDLV

    Ensaiar e analisar o material significa determinar os valores de propriedades que sejamrelevantes a seu uso. No caso dos revestimentos verticais para aplicao em vedaesverticais, podem ser determinadas as caractersticas de porosidade, coeficiente dedilatao, resistncia de aderncia, resistncia a ataques qumicos, etc., em funo dedeterminada aplicao ou ainda do problema detectado (descolamento, esfarelamento,etc.). Tambm podem ser ensaiadas as argamassas empregadas, principalmente no que serefere ao seu tempo de vida til, trabalhabilidade, capacidade de absorver deformaes,

    resistncia compresso, entre outras.

    Os ensaios laboratoriais, na maioria das vezes, servem para avaliar determinadas amostras,coletadas com o objetivo de quantificar e qualificar o comportamento fsico-qumico dosmateriais, procurando reproduzir as condies de exposio a que esto submetidos quandodo seu emprego no edifcio.

    Cabe ressaltar que, nesta fase, o mais importante ser o conhecimento que o profissionalpossui para prescrever os ensaios adequados para cada caso, sendo imprescindvel aexperincia adquirida frente a problemas j solucionados, pois os ensaios de forma geral,atingem um elevado custo e muitas vezes so demorados.

    E(QVDLRVQRORFDO

    Estes ensaios caracterizam-se por serem realizados na prpria obra a partir deequipamentos especficos, podendo ser de natureza destrutiva ou no destrutiva em funodas caractersticas a serem avaliadas. Em geral, seu campo de amostragem constitui-se decorpos de provas pertencentes a partes danificadas e outras que no apresentem osproblemas. Os resultados obtidos de ambas devem ser devidamente avaliados ecomparados entre si.

    Os ensaios mais provveis de serem realizados nesta etapa so os de verificao daresistncia de aderncia e da permeabilidade, simulando a incidncia de gua de molhagemou de chuva, sobre as superfcies revestidas.

    3HVTXLVD

    Com os resultados dos ensaios devidamente avaliados e tendo-se chegado concluso deque no se consegue diagnosticar o problema, tem-se uma ltima fase que seria a pesquisabibliogrfica, tecnolgica e cientfica.

    Nesta fase deve-se computar dados a partir do levantamento de informaes em textoscientficos e ou experimentos em nvel de pesquisa tecnolgica, buscando encontrarreferncias anlogas situao em que se encontra.

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    'LDJQyVWLFRGD6LWXDomR

    Uma vez equacionada a primeira etapa, os estudos devem ser conduzidos para aformulao do diagnstico do problema, o qual pode ser entendido como oequacionamento do quadro geral da patologia existente.

    Cabe lembrar, porm, que as patologias constituem um processo dinmico e assim sendo,as manifestaes, numa determinada poca, podem apresentar um aspecto completamentedistinto que numa outra, estando em constante evoluo. Assim, o diagnstico pressupeum processo dinmico que, na realidade, no se inicia somente aps a anlise dosresultados obtidos no levantamento de subsdios, mas tem incio com ele, sendo que todasas informaes devem ser interpretadas no sentido de compor progressivamente o quadrode entendimento do problema patolgico.

    De maneira simplificada pode-se dizer que o processo de diagnstico de um problemapatolgico pode ser descrito como uma gerao de hipteses efetivas que visam a umesclarecimento das origens, causas e mecanismos de ocorrncias que estejam promovendouma queda no desempenho do revestimento.

    'HILQLomRGD&RQGXWD

    Esta etapa est relacionada a uma avaliao da necessidade ou no de se intervir noproblema patolgico, referindo-se, portanto, s alternativas de interveno e definio daterapia a ser indicada.

    Para que se possa chegar a uma deciso, a partir do diagnstico so levantadas as hiptesesde evoluo futura do problema, ou seja, realiza-se um prognstico, que deve ser baseadoem dados fornecidos pelo tipo de problema; estgio de desenvolvimento; caractersticasgerais do edifcio e condies de exposio a que est submetido.

    Diante da formulao do prognstico, onde ficaro evidentes as possibilidades de soluodo problema patolgico, levantam-se as alternativas de interveno que por sua vez, sofeitas levando-se em conta trs parmetros bsicos: grau de incerteza sobre os efeitos,relao custo benefcio e disponibilidade de tecnologia para execuo dos servios.

    O grau de incerteza sobre os efeitos relaciona-se diretamente com a incerteza dodiagnstico formulado, pois este est fundamentado em informaes e conhecimentospassveis de erros.

    A relao custo/benefcio, por sua vez, estabelece um confronto dos benefcios que possamser auferidos na obteno do desempenho requerido, em relao ao custo de suarecuperao no decorrer do restante da vida til do edifcio.

    Finalmente, a verificao da disponibilidade de tecnologia para execuo dos serviosobjetiva realizar um levantamento sobre as condies tecnolgicas para a execuo dosservios de interveno definidos. As condies tecnolgicas envolvem a tcnica deexecuo, propriamente dita, os materiais, os equipamentos e a mo-de-obra, necessrios execuo dos servios.

    Caso seja empregada uma tecnologia incompatvel com o problema ou ainda, caso ocorramfalhas na realizao dos servios de manuteno, o mesmo pode ser agravado podendo atmesmo tornar-se irreversvel.

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    5HJLVWURGR&DVR

    Equacionado o problema patolgico e adotada a conduta, passa-se a confrontao dosefeitos resultantes, com os esperados, gerando uma fonte de informaes que retroalimentao processo de produo do edifcio.

    O registro do caso constitui-se numa fonte importante e segura para consulta, de modo queos problemas detectados, tais como os abordados no item 3, possam ser evitados nos novosempreendimentos. Alm disso, servem de subsdios essenciais eliminao do grau deincerteza do diagnstico de casos semelhantes, no futuro, e para a definio da conduta deinterveno, possivelmente, mais rpida e mais eficiente.

    35,1&,3$,6 2&2551&,$6 ( 25,*(16 '$6 3$72/2*,$6 (05(9(67,0(17269(57,&$,6

    Os problemas patolgicos so manifestados nas edificaes devidos a uma srie de razes.Isto no de se estranhar, pois diversos materiais, diferentes tcnicas de execuo econdies ambientais adversas esto sempre concorrendo para a realizao dos

    empreendimentos.

    Considerando-se todas as etapas do processo de produo de edifcios, pode-se dizer que amaior parte dos problemas patolgicos que ocorrem ao longo de sua vida til, tem origemprincipal nas fases de elaborao do projeto e de execuo dos servios propriamente ditos.

    Os problemas originados na fase de projeto ocorrem, de modo geral, por dois motivos: oupela inexistncia de um projeto especfico em que sejam definidas as caractersticas dorevestimento como um todo, ou seja, da camada de regularizao, de fixao e deacabamento ou ainda por erros de concepo durante a elaborao do projeto, pois quandoeste existe, est limitado aos efeitos arquitetnicos, em que muitas vezes suas diretrizes

    so dadas independentemente das condies reais de exposio e dos requisitos bsicos sua construo.

    A no elaborao de um projeto ou mesmo os erros decorrentes de sua concepo so fatosgerados, entre outros motivos, pela ausncia de conhecimento tecnolgico acerca doassunto; falta de orientao especfica para elaborao de projeto e falta de informaesacerca do comportamento de obras j construdas. Esses entraves, porm, devem servencidos buscando-se o domnio tecnolgico desta rea, a fim de que os problemas nosejam preconcebidos na fase de projeto.

    No que se refere fase de execuo dos servios de revestimento imprescindvel que ostcnicos envolvidos com a produo dos mesmos tenham o domnio das corretas tcnicas,necessitando conhecerem ainda as possveis patologias originadas por problemasdecorrentes desta fase.

    Embora se reconhea a dificuldade em se dominar a tecnologia de projeto e de execuodos revestimentos, principalmente em funo da falta de disponibilidade de profissionaiscom formao adequada para enfrentar tal situao, extremamente necessrio que sebusque adotar uma metodologia de desenvolvimento do projeto que contemple todos osdetalhes executivos; a especificao de materiais compatveis com as condies de uso; ainterao do revestimento com as demais partes do edifcio tais como esquadrias, pisos,instalaes e a prpria vedao, fornecendo assim, os subsdios necessrios para um

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    adequado desenvolvimento dos servios em obra, buscando minimizar ou mesmo eliminaras improvisaes e as decises no momento da execuo, diminuindo sensivelmente aprobabilidade de ocorrncia de problemas futuros.

    Por serem inmeros os problemas patolgicos passveis de ocorrerem nos revestimentosverticais de argamassa e cermicos, convm adotar uma classificao, para facilitar o

    estudo dos mesmos.Uma das formas de realizar a classificao apresentada por SABBATINI [1986], onde aspatologias em revestimentos de argamassa so classificadas de acordo com suas origens:

    aderncia insuficiente;

    inadequada capacidade de acomodao plstica (quando endurecida);

    deficiente resistncia mecnica.

    Uma outra forma, tambm proposta por SABBATINI [1997], e que ser adotada nestetrabalho, classifica as patologias de revestimentos de argamassa de acordo com suas

    formas de manifestao: perda de aderncia ou desagregao;

    fissuras;

    manchas; e

    outras, as quais pela sua incidncia esparsa, no sero abordadas no presente trabalho.

    3HUGDGH$GHUrQFLDRX'HVDJUHJDomR

    A perda de aderncia pode ser entendida como um processo em que ocorrem falhas ou

    ruptura na interface das camadas que constituem o revestimento ou na interface com a baseou substrato, devido s tenses surgidas ultrapassarem a capacidade de aderncia dasligaes.

    Segundo BAUER [1997], os descolamentos podem apresentar extenso varivel, sendoque a perda de aderncia pode ocorrer de diversas maneiras: por empolamento, em placas,ou com pulverulncia.

    No caso de descolamentos por empolamento, esse autor explica que o fenmeno ocorredevido s expanses na argamassa em funo da hidratao posterior de xidos; enquantoo descolamento em placas ocorre quando h deficincia de aderncia entre camadas dorevestimento ou das mesmas com a base. No caso do descolamento por pulverulncia,observam-se desagregao e conseqente esfarelamento da argamassa ao ser pressionadapelas mos e a pelcula de tinta destaca-se juntamente com a argamassa que se desagregacom facilidade.

    CINCOTTO [1986] descreve outros problemas que se desenvolvem na base ao longo dotempo e que tambm podem afetar o revestimento. o caso da corroso da armadura deconcreto, a fissurao e expanso do concreto, o acmulo do produto de corroso nainterface que podem provocar o descolamento do revestimento.

    As causas mais comuns para o descolamento por empolamento seriam: a cal parcialmentehidratada que, ao se extinguir depois de aplicada, aumenta de volume e pode produzir a

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    expanso, ou cal contendo xido de magnsio, pois a hidratao desse xido muito lentae caso no tenham sido tomados os devidos cuidados, poder ocorrer meses aps aexecuo do revestimento, produzindo expanso e empolando o mesmo [BAUER, 1997].

    No caso de argamassas mistas (de cimento e cal), o fenmeno da expanso aumentaconsideravelmente, sendo devido a causas mecnicas, pois as argamassas contendo

    cimento Portland so muito mais rgidas e nesse caso a expanso causa desagregao daargamassa; enquanto que em argamassas menos rgidas parte da expanso passvel deacomodao [BAUER, 1996].

    No caso de descolamento em placas, as causas mais provveis, segundo BAUER [1997],seriam:

    preparao inadequada da base;

    molhagem deficiente da base, comprometendo a hidratao do cimento da argamassa;

    ausncia de chapisco em certos casos;

    chapisco preparado com areia fina;

    argamassa com espessura excessiva;

    argamassas ricas em cimento;

    acabamento superficial inadequado de camada intermediria;

    aplicao de camadas de argamassas com resistncias inadequadas interpostas.

    BAUER [1996] afirma que as espessuras excessivas da argamassa, superiores a 2 cm,podem gerar, por retrao natural, tenses elevadas de trao entre a base e o chapisco,podendo provocar o seu descolamento. Outro fator gerador de tenses corresponde sgrandes variaes de temperatura, que podem gerar tenses de cisalhamento na interface

    argamassa-base, capazes de provocar o descolamento do revestimento.

    De acordo com esse mesmo autor, nos descolamentos com pulverulncia, os sinais maisobservados so a desagregao e conseqente esfarelamento da argamassa ao serpressionada manualmente. A argamassa torna-se frivel, ocorrendo descolamento compuverulncia.

    BAUER [1997] identifica como causa das argamassas friveis o proporcionamentoinadequado de aglomerante agregado e o excesso de materiais pulverulentos e ou torresde argila na areia empregada no preparo da argamassa.

    Outras causas para o descolamento com pulverulncia seriam, segundo esse mesmo autor: pintura executada antes de ocorrer a carbonatao da cal da argamassa;

    emprego de adies substitutas da cal hidratada, sem propriedades de aglomerante;

    hidratao inadequada da frao cimento da argamassa;

    argamassa mau proporcionada (pobre em aglomerantes);

    argamassa utilizada aps prazo de utilizao (tempo de pega do cimento);

    tempo de estocagem ou estocagem inadequada comprometendo a qualidade daargamassa;

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    emprego de argamassa contendo cimento e adio de gesso, o que ocasiona uma reaoexpansiva pela formao de etringita.

    CINCOTTO [1986] identifica ainda outras causas para a desagregao do revestimento:camada muito espessa; excesso de cal; excesso de finos; aplicao da argamassa emperodos de temperatura elevada; umidade relativa baixa; pintura impermevel aplicada

    prematuramente.Para esses tipos de patologia, a proposta de tratamento de BAUER [1996] consiste nasaturao da argamassa frivel com produto lquido que ir penetrar por absoro ecapilaridade na argamassa melhorando sua coeso e, conseqentemente, sua resistncia deaderncia. Para haver eficincia no tratamento, devem ocorrer concomitantemente ascondies:

    o produto deve penetrar em toda a espessura da argamassa frivel;

    o produto deve melhorar a resistncia de aderncia da argamassa; e

    a eficincia do tratamento deve ser avaliada atravs de ensaios normalizados.

    BAUER [1997] salienta que esto sendo avaliados para este tratamento adesivos base deresinas acrlicas, diludos em gua.

    Para CINCOTTO [1983], no caso de descolamento devido a empolamento e tambmdevido pulverulncia, a recomendao de renovar a camada que apresenta problemas;enquanto que para o caso de descolamento em placas, essa autora recomenda a renovaodo revestimento, atravs dos seguintes procedimentos:

    apicoamento da base;

    eliminao da base hidrfuga;

    aplicao de chapisco ou outro artifcio para melhoria de aderncia.

    Tratando de argamassas exclusivamente base de cal e no intuito de obter umrevestimento com resistncia mecnica e aderncia satisfatrias, MOLINARI [1958]recomenda alguns cuidados. Segundo esse autor, para se evitar a carbonatao incompletada cal extintas, preciso que a superfcie do emboo que receber o reboco esteja plana.Esta operao de extrema importncia, pois as superfcies de emboo com zonas salientese reentrantes dar espessuras variveis para o reboco e, rebocos com espessuras maioresque 3 mm tem maior probabilidade de descolamento.

    BAUER [1996] salienta que o substrato deve fornecer condies para que ocorra a ligao

    mecnica com o revestimento, de maneira a se garantir adequada aderncia, minimizandoproblemas de descolamento. Conseqentemente, os aspectos relacionados limpeza dabase devem ser observados, como a eliminao de p e resduos e a presena dedesmoldantes em substratos de concreto.

    No caso de revestimentos cermicos, especificamente, com relao aos sintomas, segundoSABBATINI; BARROS [1990], pode-se observar, inicialmente, a repercusso de um som"cavo em alguns componentes, seguido do descolamento dos mesmos, podendo ocorrer,eventualmente, o descolamento imediato.

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    Uma observao no sistemtica parece indicar que, em geral, o descolamento acontecedepois de passado o primeiro ano da ocupao do edifcio, podendo se manifestar atravsde casos isolados ou em grandes painis. Parece ocorrer, com maior freqncia, nosprimeiros e ltimos pavimentos, provavelmente em funo do maior nvel de solicitao aque estes esto sujeitos.

    As causas do descolamento dos componentes podem ser diversas sendo uma das maisimportantes a instabilidade do suporte, isto , do conjunto formado pela base (alvenaria eou estrutura) e pelo substrato (emboo), devido acomodao do conjunto da construo, fluncia da estrutura de concreto armado e s variaes higroscpicas e de temperatura.

    O ritmo de construo atual tem levado a que a aplicao dos componentes cermicosocorra num estgio da obra em que o suporte foi recentemente executado, apresentando-seainda muito mido e, em conseqncia disto, as modificaes dimensionais devido acomodao ou retrao do conjunto no foram desenvolvidas completamente.

    Alm disso, pode-se citar ainda como possveis causas: o grau de solicitao dorevestimento; as caractersticas das juntas de assentamento e de movimentao; a ausnciade detalhes construtivos (contravergas, juntas de canto de parede etc.) e de especificaodos servios de execuo; a impercia ou negligncia da mo-de-obra; a utilizao doadesivo com prazo de validade vencido; a fixao dos componentes cermicos aps ovencimento do tempo de abertura da argamassa colante e a presena de pulverulncia ou demateriais deletrios nas superfcies de contato (base-regularizao-componente cermico),fatores que nem sempre so observados quando da execuo do revestimento.

    A combinao dos fatores anteriormente citados, com a variao de umidade a que osuporte est sujeito pode produzir a concentrao de esforos locais de elevadaintensidade de modo que se tenha a perda da aderncia dos componentes, quando astenses ultrapassarem o limite da resistncia. sabido que mesmo os suportes mais antigos

    ficam sujeitos a variaes dimensionais causadas pela reumidificao, principalmente noslocais em que os revestimentos esto sujeitos vapor d'gua. Assim, mesmo para o caso deantigas construes possvel encontrar tais problemas.

    Ao se identificar o problema, deve-se buscar conhecer as causas que levaram suaexistncia, traando uma estratgia de ao para que se realize o levantamento e averificao de todas.

    Pode-se buscar conhecer, inicialmente, o tipo de ruptura ocorrida, verificando-se o estadodo verso dos componentes (tardoz) e o estado do substrato, identificando se a ruptura sedeu entre a camada de fixao com o componente, desta com o substrato, ou mesmo do

    prprio substrato.Alm destas informaes deve-se buscar conhecer as condies em que os componentesforam executados, isto , tentar levantar as caractersticas dos materiais e da mo-de-obraempregados, o perodo de execuo do revestimento e ainda, as condies de exposio aque os componentes estiveram sujeitos ao longo da sua vida til, as caractersticas dosubstrato (resistncia mecnica, umidade, etc.), dentre outros.

    A partir das informaes obtidas busca-se realizar um diagnstico do problema, sendo quequalquer que seja ele, dever ser registrado atravs de documentos devidamente elaborados,obtendo-se, como resultado, parte do domnio tecnolgico sobre o assunto, alm de

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    promover uma possvel retroalimentao das informaes obtidas com relao ao projeto eexecuo de obras, a fim de prevenir ou detectar os principais agentes responsveis pelosdescolamentos, para aplicao em futuros empreendimentos.

    Vale observar que o problema do descolamento do componente cermico mais acentuadonos casos em que os mesmos so assentados por argamassa convencional, que apresenta

    um elevado ndice de umidade em sua constituio, alm de apresentar elevada espessura,uma vez que a prpria argamassa de regularizao. Nos casos de emprego da argamassacolante, quando o material de garantida qualidade e tendo-se respeitado o seu tempo deabertura durante a execuo, este problema bastante reduzido, pois se trabalha com umsubstrato mais seco e uma argamassa de reduzida espessura.

    7ULQFDV*UHWDPHQWRH)LVVXUDV

    Entre vrios trabalhos realizados no perodo de 1983 a 1986 investigou-se na Frana osproblemas patolgicos com o objetivo de determinar as manifestaes que ocorriam commaior freqncia em fachadas [LOGEAIS, 1989]. Analisou-se 5.832 casos, onde 2.486

    casos relacionavam-se s fissuras no-passantes, ou seja, que no atravessam toda aespessura da parede e 3.346 casos corresponderam s fissuras passantes.

    A partir do trabalho de IOSHIMOTO [1988], a respeito de incidncia de manifestaespatolgicas em edificaes, tem-se que as causas provveis de fissuras e trincas so:recalque (acomodao do solo, da fundao ou do aterro); retrao (fissurao daargamassa de revestimento ou de piso cimentado); movimentao (da estrutura deconcreto, do madeiramento do telhado ou da laje mista); amarrao (falta de amarrao noscantos de paredes ou no encontro da laje com as paredes); diversos (concentrao deesforas, impacto de portas, etc.).

    De acordo com BAUER [1996], a incidncia de fissuras em revestimentos sem que haja

    movimentao e ou fissurao do substrato ocorre devido a fatores relativos execuo dorevestimento argamassado, solicitaes higrotrmicas e tambm por retrao hidrulica daargamassa.

    Observa-se, ento, que vrios fatores intrnsecos argamassa podem ser responsveis pelafissurao do revestimento, dentre os quais citam-se: consumo de cimento, teor de finos equantidade de gua da amassamento [BAUER, 1996].

    No caso de argamassa composta por alto teor de finos, h um maior consumo de gua deamassamento, o que ocasiona maior retrao por secagem e, se o revestimento no forexecutado corretamente, podem aparecer fissuras na forma de mapas por todo o

    revestimento.

    Outro fator que influencia no surgimento de fissuras a umidade relativa do ar. SegundoBAUER [1996], em regies onde a umidade relativa do ar baixa, a temperatura alta eh a presena de ventos, deve-se dar preferncia utilizao de SULPHU apropriado,aplicado base, do que realizar molhagem abundantemente.

    As fissuras por retrao hidrulica, de modo geral, no so visveis, a no ser que sejammolhadas e que a gua, penetrando por capilaridade, assinale sua trajetria. No caso deumedecimentos sucessivos, pode-se gerar mudanas na tonalidade, permitindo avisualizao das fissuras, inclusive com o paramento seco. Tal fenmeno ocorre porque a

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    gua contendo cal livre sai pelas microfissuras, formando carbonato de clcio quando emcontato com o ar, ficando com cor esbranquiada, ou ento, as fissuras podem ficarescurecidas devido deposio de fuligem.

    Normalmente as fissuras induzidas por movimentaes trmicas no revestimento soregularmente distribudas e com aberturas reduzidas. Fissuras com aberturas maiores

    podero aparecer nos encontros entre paredes ou outras junes [THOMAZ, 1989].As fissuras macroscpicas ocorrem em argamassas ricas em aglomerantes, pois essa possuimaior limite de resistncia, as tenses se acumulam e a ruptura ocorre com aparecimentode fissuras macroscpicas. Assim, a incidncia de fissuras ser tanto maior quanto maioresforem a resistncia trao e o mdulo de deformao da argamassa.

    H vrios problemas nas edificaes que ocasionam o aparecimento de fissuras.SARETOK [1978] ressalta que, para a investigao dessa patologia, deve-se levar emconta como o revestimento est relacionado com os outros subsistemas.

    BAUER [1996] aponta como uma das causas comuns de fissurao nos revestimentos, por

    exemplo, o fato desse revestimento ser, muitas vezes, executado de maneira contnua sobrejuntas de dilatao da estrutura, podendo ocasionar o desprendimento da argamassa nessaregio.

    Alm disso, esse autor aponta, ainda, algumas outras causas que podem ser responsveispelas fissuras nos revestimentos de argamassas, destacando entre elas: consumo elevado decimento; teor de finos elevado; consumo elevado de gua de amassamento; nmero eespessura das camadas; argamassa com baixa reteno de gua e cura deficiente.

    Um outro problema destacado por BAUER [1996] refere-se ocorrncia de fissurasquando a deformao da laje de piso do subsolo inferior deformao da laje e viga

    superiores; nesse caso, as paredes existentes entre as mesmas podero se comportar comouma viga, podendo ocorrer fissuras verticais e inclinadas nas extremidades superiores dospanos de alvenaria.

    Alm desses problemas, em edifcios altos, os ltimos pavimentos ficam sujeitos a umamaior movimentao por dilatao dos elementos de concreto, mais expostos ao raiossolares. Nesse caso, comum o aparecimento de fissuras no encontro alvenaria-estrutura.

    CINCOTTO [1983] descreve um caso particular de fissuras de revestimento, resultantes daexpanso da argamassa de assentamento. A expanso ocorre predominantemente nosentido vertical e pode ser identificada por fissuras horizontais no revestimento. Talexpanso pode ser provocada por reaes qumicas entre os constituintes dessa argamassaou entre compostos do cimento e dos tijolos ou blocos que compem a alvenaria.

    Alm desse tipo de manifestao, CINCOTTO [1986] registra, ainda, que no caso de noocorrer tempo suficiente para a secagem, entre a aplicao de duas camadas derevestimento sucessivas, a retrao na secagem da camada inferior poder provocarfissuras com configurao de mapa na camada superior.

    THOMAZ [1989] descreve que as fissuras em argamassa de revestimento, provocadas pormovimentaes trmicas das paredes iro depender, sobretudo, do mdulo de deformaoda argamassa, sendo sempre desejvel que a capacidade de deformao do revestimentosupere com boa folga a capacidade de deformao da base.

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    Variaes de temperatura tambm podem provocar o aparecimento de fissuras nosrevestimentos, devidas s movimentaes diferenciais que ocorrem entre esses e as bases[THOMAZ, 1989].

    O emprego de tcnica de execuo incorreta tambm pode provocar o aparecimento defissuras no revestimento. Essa situao comum quando o desempeno realizado antes do

    tempo adequado, ou seja, quando a maior parte da gua presente na argamassa tenha sidoconsumida, seja pelo processo de hidratao do cimento, seja pela absoro da base ouainda por evaporao para o meio ambiente.

    No s o despreparo da mo-de-obra pode ocasionar esse problema, como tambm, umconsumo excessivo de gua na argamassa, em decorrncia da presena elevada de finos.

    Quando o teor de finos elevado, o tempo para o desempeno pode ser maior, pois h ummaior consumo de gua. Nesse caso, muitas vezes a mo-de-obra, em funo dascondies de trabalho, no tm como esperar o tempo correto para proceder o acabamentosuperficial. Por conseqncia, o revestimento endurecido apresentar um elevado volumede vazios, levando ocorrncia de fissuras na forma de mapas, decorrentes da retrao daargamassa na secagem.

    O ato do desempeno com fora suficiente e no tempo correto importante, pois nessa fase possvel comprimir a pasta e aproximar os gros, reduzindo o potencial de fissurao daargamassa.

    Segundo BAUER [1996], as microfissuras geradas por retrao hidrulica podem sercobertas pela pelcula de tinta, ou seja, atravs de pintura. Essa alternativa tambm proposta por THOMAZ [1989] que recomenda, para esses casos, utilizar pintura elsticaencorpada com trs ou quatro demos de tinta base de resina acrlica com reforo comtelas de nilon nos locais mais danificados.

    CINCOTTO [1983], por sua vez, recomenda a substituio do reboco e ou emboo, nocaso de grande incidncia de fissuras de retrao; enquanto para as paredes internasTHOMAZ [1989] sugere a utilizao de papel de parede sobre o revestimento fissurado emsubstituio argamassa de revestimento.

    Para evitar a incidncia de macrofissuras no revestimento devido ao acmulo de tenses,BAUER [1996] recomenda a utilizao de argamassas de revestimentos com alto teor decal. Dessa forma, as ligaes internas sero menos resistentes e as tenses podem serdissipadas na forma de microfissuras.

    Esse mesmo procedimento recomendado por THOMAZ [1989]. Para esse autor, asfissuras intrnsecas argamassa de revestimento, sem fissurao da base, manifestam-sepor retrao da argamassa e em conseqncia de solicitaes higrotrmicas. A incidnciadessas fissuras ser tanto maior, quanto maiores forem a resistncia trao e o mdulo dedeformao da argamassa. Assim, para que se evite o aparecimento de fissuras esse autorrecomenda que as argamassas de revestimento contenham considerveis teores de cal.

    CINCOTTO [1983] destaca que as argamassas de revestimento devem apresentar mdulosde deformao inferiores queles apresentados pela base, permitindo a absoro depequenas movimentaes ocorridas na base onde o revestimento foi aplicado. Essapesquisadora tambm alerta para a qualidade dos materiais como fator preponderante para

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    a obteno de uma boa argamassa de revestimento. Recomenda, ainda, que a argamassadeve ser aplicada sobre base rstica.

    THOMAZ [1989] afirma que a espessura da camada do revestimento de argamassa nodeve ser muito fina, resultando na impermeabilizao da superfcie do revestimento pelagrande concentrao de finos, mas nem muito espessa o que dificultaria a penetrao do

    anidrido carbnico atravs da argamassa, devendo estar compreendida entre 1 e 2 cm.No caso de revestimento com vrias camadas, BAUER [1996] recomenda a utilizao dediferentes traos para que o mdulo de deformao da argamassa de cada camada diminuagradativamente de dentro para fora.

    Para as regies altas dos edifcios, BAUER [1996] sugere para as junes entre a estruturae a alvenaria, a utilizao de uma tela em toda a extenso, inserida no revestimento dosltimos andares, visando minimizar a fissurao.

    Quanto aos revestimentos cermicos, segundo SABBATINI; BARROS [1990], osfenmenos de fissurao e trincas caracterizam-se por apresentarem uma perda de

    integridade da superfcie do componente cermico, podendo levar ao seu descolamento.

    A trinca, pode ser entendida como a ruptura no corpo da pea, sob a ao de esforos,provocando a separao de suas partes e manifestada atravs de linhas estreitas queconfiguram o grau de sua abertura, sendo que, em geral, apresenta-se com dimensessuperiores a 1 mm. O gretamento e a fissurao, por sua vez, so aberturas liniformes queaparecem na superfcie do componente, provenientes da ruptura parcial de sua massa, ouseja, a ruptura que no divide o seu corpo por completo. So caracterizadas porapresentarem, aberturas inferiores a 1 milmetro.

    As manifestaes destes problemas podem surgir de maneira generalizada nos painis

    revestidos, ou at mesmo, em um nico componente cermico, em quaisquer direes, isto, horizontal, vertical e ou diagonal, sendo as possveis causas atribudas a:

    dilatao e retrao do componente cermico: que podem ocorrer devido variaotrmica ou de umidade no corpo cermico, que geram um estado de tenses internas quepropicia o aparecimento destas manifestaes patolgicas;

    deformao estrutural excessiva: o aumento progressivo do carregamento da estruturafaz com que ela se deforme ao longo do tempo, mesmo aps atingir seu equilbrio detenses internas. Estas deformaes podem introduzir tenses na alvenaria que,eventualmente, ficam submetidas diferentes esforos (trao axial, compresso axial,cisalhamento, etc.), que nem sempre so completamente absorvidos sendo, ento,

    distribudos, pelo menos em parte, para os revestimentos. Caso essas tenses tenhamintensidade superior s suportveis pelo revestimento, fatalmente podero ocorrer falhaslevando ao seu descolamento como abordado anteriormente, ou levando aoaparecimento de trincas ou fissuras na sua superfcie;

    ausncia de detalhes construtivos: alguns importantes detalhes construtivos como asvergas e contravergas nas aberturas das janelas e portas; as pingadeiras nas janelas eplatibandas e as juntas de movimentao dos revestimentos, podem auxiliar no bomdesempenho dos revestimentos, evitando o aparecimento de tenses excessivas econseqentemente de trincas e de possveis infiltraes.

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    a retrao da argamassa convencional: este fenmeno pode gerar no revestimento odenominado efeito "belisco", que ocorre somente com o emprego de argamassaconvencional para o assentamento dos componentes cermicos. Aps a fixao docomponente a argamassa adere firmemente ao seu corpo e, sob o efeito de retrao damesma, pela secagem, promove um aperto ou "belisco" no corpo cermico, resultandoem tenses que tendem a tornar a superfcie da face, convexa e tracionada, favorecendo

    o aparecimento de fissuras e ou trincas. Este efeito mais expressivo quando empresena de condies atmosfricas secas e retardado em condies midas. Este foi umdos principais motivos de se vir gradativamente deixando de lado o assentamento docomponente cermico com argamassa convencional, sendo esta largamente substitudapela argamassa colante, que no provoca tal ocorrncia em funo de suascaractersticas de elevado poder de reteno de gua.

    Os problemas de trincas e fissuras tm sido observados com maior freqncia nosprimeiros e ltimos pavimentos, o que possivelmente, resultado da falta de especificaode juntas de movimentao e detalhes construtivos adequados para as solicitaes sofridaspor estes pavimentos. Tais tcnicas so mecanismos indispensveis para manter aintegridade do revestimento, sendo amplamente utilizados em pases tecnologicamente

    mais avanados. Nesse sentido, avalia-se que h muito para ser estudado, de modo a sebuscar condies de produo especficas para os pavimentos mais crticos, bem como,para os casos de grandes panos de fachadas, que tambm sofrem srios problemaspatolgicos por falta de conhecimento do seu comportamento especfico.

    0DQFKDV

    %RORU

    O termo ERORUou PRIR entendido como a colonizao por diversas populaes de fungosfilamentosos sobre vrios tipos de substrato, citando-se inclusive as argamassas

    inorgnicas [SHIRAKAWA et al., 1995].

    O termo emboloramento, de acordo com ALLUCCI et al. [1988] constitui-se numaalterao observvel macroscopicamente na superfcie de diferentes materiais, sendo umaconseqncia do desenvolvimento de microorganismos pertencentes ao grupo dos fungos.

    O desenvolvimento de fungos em revestimentos internos ou de fachadas causa alteraoesttica de tetos e paredes, formando manchas escuras indesejveis em tonalidades preta,marrom e verde, ou ocasionalmente, manchas claras esbranquiadas ou amareladas[SHIRAKAWA et al., 1995].

    Para que se procedesse ao estudo da presena de umidade e crescimento demicrorganismos em fachadas, segundo SATO [1997], vem se realizando a simulao deuma chuva tpica intensa, sobre parede exposta, temperatura constante e sem a ao dovento. Segundo essa autora, o resultado da anlise qualitativa dos resultados dessasimulao aponta que a presena de vazios nos elementos de alvenaria resulta em maioracmulo de gua junto face exposta umidade. Neste caso, a dissipao de gua deverser feita por evaporao, processo mais difcil e lento que a umidificao no interior docomponente. Nas regies onde a parede macia a continuidade de massa serve comocanal de difuso, permitindo a remoo da gua da superfcie.

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    Alm da questo esttica, SHIRAKAWA et al. [1995] destacam tambm que a ocorrnciade problemas respiratrios nos moradores de residncias com bolor deve ser considerada,sendo assim, assunto de grande importncia no que se refere qualidade dos ambientesinternos.

    De acordo com esses pesquisadores, a presena de umidade do ambiente pode favorecer a

    umidade do material, mas somente a gua absorvida por esse pode ser utilizada para odesenvolvimento dos fungos. Observa-se ento que a gua absorvida fator condicionantepara o aparecimento e extenso do bolor no revestimento, sendo a temperatura, outro fatorcondicionante.

    SATO [1997], do mesmo modo, afirma que a absoro e incorporao de gua um fatorinerente ao processo de construo durante a execuo da obra. Se no eliminadaconvenientemente, pode provocar o aparecimento de fungos nas superfcies de fachada.

    CINCOTTO et al. [1986] apontam alguns fatores causadores de umidade, que favorecem oacmulo de bolor na superfcie dos revestimentos: a umidade de condensao; a ventilaoinsuficiente num ambiente e a permeabilidade da alvenaria umidade exterior.

    SHIRAKAWA et al. [1995] tambm descrevem algumas causas extrnsecas ao material,que podem aumentar o teor de gua disponvel para o crescimento dos fungos, conforme ascondies do substrato:

    umidade ascendente por capilaridade;

    umidade de infiltrao por fachada ou telhado;

    umidade acidental (vazamento de guas potveis e servidas);

    umidade relativa do ar em torno de 80%, ou superior a esse valor;

    umidade de condensao de vapores em ambientes fechados.

    Deve-se considerar tambm as caractersticas do substrato, pois esse exerce grandeinfluncia para o desenvolvimento de fungos, conforme afirmam ALLUCI et al. [1988]: acomposio qumica do substrato sobre o qual o esporo se deposita fundamental para oxito da germinao e infeco da superfcie.

    Como exemplo dessa situao, cita-se um caso descrito por ALLUCI et al. [1988], onde foiobservado o desenvolvimento de bolor sobre pelculas de tinta. Atravs de observaes, osautores constataram que o crescimento do fungo sobre a pelcula aumenta a reteno depoeira, que fica fortemente aderida entre as hifas, e as partculas podem representar umafonte adicional de nutrientes. Os autores constataram tambm que o desenvolvimento defungos muito mais intenso quando existem trincas na pelcula de pintura, o que pode serexplicado pelo fato de ocorrer um maior acmulo de poeira na regio trincada.

    BAUER [1991] apresenta um outro caso, em que houve ocorrncia de bolor no interior dealguns apartamentos. Nesse empreendimento, o revestimento externo do edifcio foiexecutado parcialmente por argamassa constituda por gros de quartzo pigmentados eaglutinados por meio de resinas. Os locais onde ocorreram bolor no interior das alvenariascoincidiam com a fachada sul e com as paredes revestidas externamente com o

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    revestimento acrlico. Atravs da realizao de testes de estanqueidade, diagnosticou-se apassagem de gua atravs do revestimento, gerada pela deficincia na aplicao da resinaempregada como aglomerante da massa.

    Na fase de uso, SATO [1997] descreve que a umidade nas fachadas provenienteprincipalmente das chuvas incidentes. O acmulo ou escoamento de gua na superfcie

    pode ocorrer em funo dos seguintes fatores: SURMHWRGRHGLItFLR: detalhes para o escoamento das guas, orientao cardeal e altura

    do edifcio definindo o grau de exposio chuva, ao vento e radiao solar;

    FRQGLo}HVFOLPiWLFDVGRORFDOGHLPSODQWDomRGDREUD: influem na quantidade de guaincidente nas fachadas e no seu grau de secagem;

    SUHVHQoDGHGHIHLWRVVXSHUILFLDLV: facilitando a penetrao de gua;

    FRQVWLWXLomRHSURSULHGDGHVGRVPDWHULDLVTXHFRPS}HPDIDFKDGD;

    IRUPDJHRPpWULFDGRVFRPSRQHQWHVGDSDUHGH: presena de vazios (furos) noscomponentes dificultam a difuso de umidade no interior da parede.

    Apesar dos fungos serem os principais agentes no processo de deteriorao dosrevestimentos em edificaes, as bactrias e algas tambm tm sido freqentementeencontradas em ambientes interiores e exteriores.

    Para a recuperao das regies afetadas, inicialmente, importante identificar o agentedeteriorador do revestimento. Ainda que as aes das bactrias e das algas sejam bastantedistintas s aes dos fungos, a deteriorao provocada semelhante na aparncia. Dessaforma, a identificao correta do agente deteriorador pode, muitas vezes, representar a

    diferena entre o sucesso ou o fracasso das medidas curativas [ALLUCI et al., 1988].

    No caso de remover as reas afetadas por fungos, ALLUCI et al. [1988] recomendam umalimpeza com escova de piaaba, aplicando-se uma soluo de fosfato trissdico,detergente, hipoclorito de sdio e gua nas partes afetadas. Em seguida, a superfcie deveser enxaguada com gua limpa e seca com pano limpo.

    Para ALLUCI et al. [1988], uma das formas para prevenir e combater o bolor nasedificaes consiste em adicionar fungicidas argamassa. A utilizao de fungicida, emconcentrao adequada, inibe o desenvolvimento dos fungos e, mesmo em concentraesmenores, provoca um desenvolvimento mais lento e desuniforme dos fungos.

    Porm, SATO et al. [1997] ressaltam que, apesar da adio de fungicida no revestimentoser a forma tradicionalmente utilizada no controle e preveno do problema, o fato deserem solveis em gua permite a sua migrao para a superfcie do revestimento. Dessaforma, esse fato contribui para a limitao da vida til do fungicida, pois podem serlixiviados pela gua da chuva.

    Medidas preventivas podem ser tomadas na fase de projeto da edificao, para evitar, porexemplo, problemas relativos falta de ventilao e condensao do vapor de gua,sendo essa ltima situao freqente em ambientes como o banheiro e a cozinha. No

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    projeto, alm do dimensionamento para que o ambiente seja devidamente ventilado, odeve-se considerar o tipo de janela mais adequado para cada caso.

    Porm, ALLUCI et al. [1988] ressaltam que h casos em que, a edificao, apesar dedevidamente dimensionada quanto ventilao, pode apresentar problema devido a umdesempenho trmico inadequado do componente - principalmente paredes - quando em

    presena de gua no interior dos mesmos, pois, conforme observa-se na tabela 3.1, aresistncia trmica de alguns componentes reduz-se em funo da presena de gua em seuinterior. Essa gua pode ser decorrente de infiltrao e ou umidade remanescente da fasede construo da obra.

    7$%(/$Resistncia trmica do tijolo macio em presena de umidade [ALLUCI etal., 1988]

    Quantidade de umidade(em % de peso seco do componente)

    Resistncia trmica (mk/w)

    0 0.359 0.22

    10 0.2111 0.2112 0.2013 0.2014 0.1916 0.18

    Dessa forma, a realizao de manuteno peridica pode evitar o aparecimento de umidadena edificao. Alm disso, o planejamento da obras tambm deve ser realizado de modo afavorecer a evaporao de parte significativa da gua usada na construo [ALLUCI et al.1988].

    No caso dos revestimentos cermicos, o bolor comum apenas no rejunte, sendo que assuas causas so praticamente as mesmas que ocorrem nos revestimentos argamassados.

    (IORUHVFrQFLDV

    Segundo UEMOTO [1988], nas edificaes, o termo eflorescncia significa a formaode depsito salino na superfcie de alvenarias, como resultado da exposio intempries.

    Quimicamente, a eflorescncia composta principalmente por sais de metais-alcalinos ealcalinos-terrosos, que podem ser solveis ou parcialmente solveis em gua [UEMOTO,

    1988].FIORITO [1994] descreve que, para ocorrer a eflorescncia, determinante haver apresena e a ao dissolvente da gua.

    O fenmeno ocorre porque a argamassa apresenta vazios e canais em seu interior, devidos,principalmente, presena da gua destinada a promover a trabalhabilidade desejada aomaterial e necessria s reaes de hidratao do cimento. Em funo desses vazios nointerior da argamassa, pode ocorrer o fluxo da gua por capilaridade ou por presso,podendo introduzir substncias agressivas, presentes no substrato, na rede capilar ou

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    dissolver e transportar sais solveis presentes no material. O fluxo descrito estintimamente relacionado s propriedades DEVRUomRe SHUPHDELOLGDGH das argamassas.

    Segundo UEMOTO [1988], a eflorescncia causada por trs fatores: o teor de saissolveis presentes nos materiais ou componentes; a presena de gua e a pressohidrosttica para propiciar a migrao da soluo para a superfcie. Todas essas trs

    condies devem existir e, se uma delas for eliminada, no haver a ocorrncia deeflorescncia.

    BEICHEL [1997] ressalta ainda que, quando os sais esto dissolvidos no h problemas.Somente quando a gua evapora e os sais se cristalizam, ocorre a eflorescncia.

    Para BAUER [1996], as eflorescncias podem alterar a aparncia da superfcie sobre a qualse depositam, e em determinados casos seus sais constituintes podem ser agressivos,causando desagregao profunda, como no caso de compostos expansivos.

    UEMOTO [1988] distingue trs tipos de eflorescncia, as quais sero denominadas nestetrabalho de Tipo I, II e III. O Tipo I o mais comum e caracteriza-se por um depsito de

    sal branco, pulverulento, muito solvel em gua. Pode ocorrer em superfcies de alvenariaaparente, revestimentos de argamassa, juntas de assentamentos, regies prximas aesquadrias mal vedadas, ladrilhos cermicos, juntas de ladrilhos cermicos e azulejos. Essetipo de patologia somente modifica o aspecto esttico, no sendo prejudicial ao substrato.

    A patologia Tipo II caracteriza-se pela apario de um depsito de cor branca com aspectode escorrimento, muito aderente e pouco solvel em gua. Esse depsito, quando emcontato com o cido clordrico, apresenta efervescncia. Esses sais formam-se em regiesprximas a elementos de concreto ou sobre sua superfcie e, s vezes, sobre superfcies dealvenaria.

    A eflorescncia do Tipo III manifesta-se como um depsito de sal branco entre juntas dealvenaria aparente, que se apresentam fissuradas devido expanso decorrente dahidratao do sulfato de clcio existente no tijolo ou da reao tijolo-cimento. Como essapatologia no de interesse deste trabalho, no sero descritos maiores detalhes.

    Segundo UEMOTO [1988], na eflorescncia denominada como sendo de Tipo I, os saispodem ser provenientes de tijolos, de cimentos, da reao qumica entre os compostos dotijolo com o cimento, da gua utilizada no amassamento, dos agregados, e de substnciascontidas em solos adensados ou contaminados por produtos qumicos e da poluioatmosfrica.

    Na eflorescncia do Tipo II, o sal formado basicamente o carbonato de clcio, formadocom a reao da cal livre, que pode ser liberada na hidratao do cimento, com a guaproveniente da chuva ou de infiltrao. A cal dissolve-se e deposita-se na superfcie. Naevaporao da gua, esta cal se transforma em carbonato de clcio, reagindo com oanidrido carbnico do ar.

    Nas eflorescncias do Tipo I, UEMOTO [1988] recomenda, para alvenaria externa de umedifcio recm-terminado, deixar que desaparea por si mesmo, pois as reaes ainda noterminaram, alm do que, como os sais so solveis em gua, a eflorescncia desapareceaps um perodo prolongado, pela ao da chuva.

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    Pode-se tambm eliminar mais rapidamente tal patologia removendo os sais depositados nasuperfcie com escova de ao, seguida de lavagem com gua abundante.

    A eflorescncia do Tipo II, alm de apresentar um efeito esttico negativo, difcil de sereliminada. UEMOTO [1988] recomenda que, em casos de depsito abundante, o problemapode ser solucionado removendo os sais com escovao mecnica. Em seguida, realiza-se

    uma lavagem com soluo de cido muritico, devendo-se saturar anteriormente a parede,para preencher os vazios existentes com gua e evitar a impregnao do cido atravs dosporos. Porm, h casos em que a eliminao dos sais muito difcil e a aplicao freqentede soluo cida pode comprometer a durabilidade do componente.

    Alm das recomendaes acima, UEMOTO [1988] destaca alguns cuidados a seremtomados para evitar a ocorrncia de eflorescncia, destacados a seguir:

    no utilizar materiais com elevado teor de sais solveis. A presena de sais pode serdetectada atravs de ensaios realizados em laboratrio;

    no utilizar componentes cermicos com elevado teor de sulfatos;

    em caso de alvenaria aparente, a reduo da absoro da gua da chuva pode ser obtidautilizando-se pintura impermevel, resistente exposio em soluo salina;

    proteger da chuva a alvenaria recm terminada;

    reduzir ao mximo a penetrao de gua na alvenaria;

    reduzir a lixiviao da cal atravs da utilizao de cimento que libere menor teor de calna sua hidratao, como o caso do cimento pozolnico ou de alto forno.

    UEMOTO [1988] ressalta ainda que apesar da eflorescncia, de uma maneira geral,constituir-se num fenmeno onde os danos so apenas estticos, ela o efeito de umproblema mais grave e freqente da edificaes, que a umidade.

    Para o caso dos revestimentos cermicos, segundo SABBATINI; BARROS [1990], aspossveis fontes de sais solveis durante a fabricao de componentes cermicos so:matrias primas cermicas; gua usada na fabricao; reao de componentes da massacom xidos de enxofre do combustvel, durante a secagem e incio da queima;defloculantes, alm de outras substncias solveis adicionadas massa.

    Existem tratamentos especiais que podem ser empregados para a eliminao desses sais nafase de produo do componente cermico, como por exemplo o tratamento com carbonatoou hidrxido de brio que introduzido na massa de fabricao do biscoito. Porm, seualto custo o inviabiliza, sendo raramente empregado. Outra soluo a queima doscomponentes a temperaturas sempre superiores a 1100oC que permite a dissociao dossais fazendo com que sua parte leve seja queimada e a pesada seja incorporada malhacristalina, estabilizando-se.

    Tendo em vista que os atuais processos de produo dos componentes cermicos envolvemsempre temperaturas superiores a esta, a probabilidade da presena de sais solveis noscomponentes fica reduzida. Entretanto, uma vez aplicados, existem outras fontes de saistais como: os componentes de alvenaria; a argamassa da camada de regularizao e de

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    fixao; a pasta ou argamassa empregadas no rejuntamento; a gua (utilizada naconstruo, proveniente dos vrios tipos de umidade, ou empregada na limpeza) e osprodutos de limpeza em geral.

    Deve-se ressaltar que a ao dos sais solveis do cimento Portland, principal aglomerantedas argamassas, importante fonte de eflorescncia nos revestimentos, devendo-se buscar

    minimizar o seu emprego.Para que seja constatada a eflorescncia, necessrio que a gua evapore e deixe umdepsito salino. H, contudo, casos em que a soluo no chega a cristalizar-se como emambientes constantemente midos, ou no caso de sais de difcil secagem, como o cloretode clcio, carbonato de potssio e silicatos alcalinos. Portanto, esse tipo de eflorescnciaaparecer como uma exudao na superfcie, mais ou menos viscosa dependendo da suacomposio e concentrao.

    Frente complexidade que envolve o problema quase impossvel garantir a eliminaoda eflorescncia manifestada nos revestimentos, entretanto pode-se restringir o seuaparecimento tomando-se algumas providncias, cujas principais so destacadas a seguir:

    reduo do consumo de cimento Portland na argamassa de regularizao o que possvel a partir de uma dosagem racional, exemplo do que vem ocorrendo com aproduo dos contrapisos; ou ainda especificando cimento com baixo teor de lcalispara a produo destas argamassas;

    utilizao de componentes cermicos para revestimento de qualidade garantida e isentosde umidade residual;

    garantir o tempo necessrio para completa secagem de cada camada constituinte dosubsistema revestimento;

    evitar o uso de cido clordrico (impropriamente chamado de "cido muritico")durante a limpeza do revestimento logo aps a execuo do rejunte. E, caso se faaindispensvel o seu emprego, empreg-lo em fracas concentraes e sem abundncia.

    Estes cuidados devem ser observados principalmente quando do uso de rejuntamentocolorido pois a eflorescncia, por apresentar-se com a colorao branca, destaca-se nasjuntas entre componentes marcando-as.

    A simples lavagem da superfcie do revestimento, na maioria dos casos, capaz deremov-la, podendo porm, voltar a surgir, em funo das condies ambientais serem ou

    no propcias. Ao longo do tempo, os sais vo sendo eliminados, tendendo aodesaparecimento do fenmeno.

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    Denominam-se fantasmas ou espectros de juntas o desenho de linhas de juntashorizontais e verticais no revestimento [LOGEAIS, 1989].

    De acordo com LOGEAIS [1989], a causa mais freqente para esta apario o fenmenofsico conhecido como WHUPRIRUHVH. Trata-se simplesmente de depsitos diferenciais depoeiras na superfcie: as poeiras da atmosfera depositam-se sobre as paredes com uma

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    intensidade que funo da temperatura superficial dessas paredes, sendo o depsito tomais intenso medida em que a temperatura mais baixa.

    Os fantasmas interiores tm a sua origem nas pontes trmicas constitudas pelas juntas;enquanto os fantasmas exteriores ocorrem devido s diferenas de temperatura queexistem sobre a face do revestimento no decorrer do perodo de secagem, uma vez que a

    base de aplicao do revestimento heterognea, ou seja, constituda pelas juntas deargamassa e pelos componentes de alvenaria, os quais apresentam diferentes coeficientesde absoro de gua, secando, desta forma, com velocidades diferentes [LOGEAIS, 1989].

    Segundo LOGEAIS [1989], no haveria o fenmeno de apario dos fantasmas caso noexistisse diferenas de espessura no revestimento ou as juntas e a alvenaria apresentassemo mesmo coeficiente de absoro. O primeiro dos fatores realizvel; porm, o segundo mais aleatrio. O aumento da espessura da camada do revestimento constitui um fatorfavorvel ao no aparecimento dos fantasmas.

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    Alm das patologias anteriormente citadas, para o caso dos revestimentos cermicos, deve-se considerar, ainda, as patologias que comumente ocorrem nos rejunte.

    Os rejuntes, segundo SABBATINI; BARROS [1990], no vm sendo considerados comoum servio tcnico de importncia para o desempenho do conjunto do revestimento. Narealidade, desconhecem-se as suas verdadeiras funes, atribuindo-lhes somente aquelasreferentes esttica do conjunto. No se considera que este componente o principalresponsvel tanto pela estanqueidade da camada de acabamento como pela possibilidadede absorver as deformaes a que o conjunto estiver sujeito, em funo das solicitaes deuso. Tal postura, assumida pelo meio tcnico, tem sido em grande parte a responsvelpelos principais problemas originados pela deteriorao deste componente, que pode

    ocorrer atravs de dois mecanismos: perda de estanqueidade ou envelhecimento.

    A perda de estanqueidade das juntas, tanto entre componentes como de movimentao,muitas vezes, inicia-se logo aps sua execuo, pois procedimentos inadequados delimpeza, promovem a deteriorao de parte de seu material constituinte que, somada aosataques agressivos do meio ambiente, ou de solicitaes devidas a movimentosdiferenciais, desencadeiam um estado de vulnerabilidade de sua integridade, podendooriginar fissuras ou mesmo trincas ocorrendo, assim, o processo de desenvolvimento deproblemas patolgicos como o descolamento e a eflorescncia, por exemplo, pelapossibilidade de infiltrao de gua.

    Quanto ao desgaste do rejuntamento por envelhecimento, dois tipos de juntas devem serabordadas: as juntas entre componentes executadas quase que generalizadamente em pastade cimento e as juntas de movimentao em que, preferencialmente, devem ser utilizadosmateriais com maior poder de absorver deformaes.

    No que se refere s juntas entre componentes, como so base de cimento apresentam umaexcelente durabilidade, desde que bem executadas, caindo seu desempenho somentequando h uma associao de agentes agressivos, tais como ataque de fungos eaparecimento de fissuras.

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    Quanto s juntas de trabalho ou de movimentao, no Brasil, a prtica de sua execuoainda pequena. Assim, sua avaliao s poder ser realizada no momento em que asmesmas forem devidamente projetadas e executadas com selantes especiais tais como os base poliuretano, polissulfeto, silicone, etc. Em mdia, sabe-se que os materiaisempregados para esses tipos de juntas tm uma vida til por volta de cinco anos, devendoser revisados aps este perodo.

    &21&/86 2

    Atualmente, no difcil encontrar problemas patolgicos nos revestimentos verticais. E,segundo LICHTENSTEIN [1985], a grande maioria dos problemas patolgicos tem origemrelacionada com alguma falha na realizao de uma ou mais das atividades no processo daconstruo de edifcios e os maiores problemas patolgicos ocorrem em edifcios commenor quantidade e qualidade de documentos que possam ser a fonte para o estudo dasanomalias que surgem.

    BAUER [1997] tambm converge com a opinio de LICHTENSTEIN [1985], ao afirmar

    que as causas mais comuns para as patologias de revestimento so a inexistncia deprojeto, desconhecimento das caractersticas dos materiais empregados e utilizao demateriais inadequados, erros de execuo (tanto no preparo da base, como por deficinciade mo-de-obra], desconhecimento ou no observncia de Normas Tcnicas e por falhas demanuteno.

    necessrio, pois, a existncia de projetos de revestimento, onde informaes comodetalhes construtivos e executivos devem estar presentes no projeto. Para a realizao doprojeto, importante tambm considerar as condies de exposio do edifcio, orientaocardeal e os critrios de desempenho.

    Observa-se que as caractersticas dos materiais constituintes da argamassa influem

    diretamente no comportamento do revestimento. Portanto, importante definir e realizar ocontrole para a aquisio e estocagem desses materiais.

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    SUREOHPDVSDWROyJLFRVpDUHDOL]DomRGDPDQXWHQomRPode-se pensar em limpeza de fachadas como uma forma de manuteno corretiva,visando impedir o prosseguimento da deteriorao e pode ser necessria para removercausas externas, material particulado depositado e corrigir manifestaes patolgicas quepossam por em risco a populao [BOLORINO et al., 1995].

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    Diante da reflexo realizada neste trabalho indispensvel que as pesquisas sobre aspatologias dos revestimentos para vedaes verticais, especialmente os de argamassas e oscermicos, sejam direcionadas ao desenvolvimento de ensaios para avaliao dedesempenho do conjunto, buscando-se identificar as principais fontes de ocorrnciaspatolgicas, alm de buscar uma soluo para que as mesmas no mais ocorram ou pelomenos sejam minimizadas.

    Para o momento, acredita-se que seja necessria uma reviso nas fases de elaborao deprojetos e de especificao dos procedimentos executivos, a fim de serem atingidos nveistecnolgicos compatveis com a complexidade dos empreendimentos que esto sendodesenvolvidos. E, para que se evolua na tecnologia de produo destes revestimentos faz-se necessrio que exista um projeto especfico, que integre as exigncias arquitetnicascom as possibilidades tcnicas; um projeto que venha a compatibilizar os materiais a seremempregados com as reais condies de solicitao dos revestimentos. pois na fase deconcepo do projeto que se encontra o caminho para a melhoria de qualidade dasconstrues e a conseqente diminuio dos problemas patolgicos.

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