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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/265165873 Sequestro de carbono em povoamentos florestais de eucalipto e a geração de créditos de carbono Article · January 2008 CITATION 1 READS 333 10 authors, including: Some of the authors of this publication are also working on these related projects: Capacity Building for Participatory Monitoring of Changing Forests in Sustainable Use Areas of the Southwestern Brazilian Amazon View project Correlação das Variáveis Socioeconômicas e Ambientais com royalties Petrolíferos e CFEM Municipais View project Gonçalves Jacovine Universidade Federal de Viçosa (UFV) 100 PUBLICATIONS 385 CITATIONS SEE PROFILE Carlos Pedro Federal University of Rio de Janeiro 7 PUBLICATIONS 6 CITATIONS SEE PROFILE Carlos Soares Universidade Federal de Viçosa (UFV) 113 PUBLICATIONS 523 CITATIONS SEE PROFILE Sabina Ribeiro Universidade Federal do Acre 26 PUBLICATIONS 143 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Sabina Ribeiro on 31 August 2014. The user has requested enhancement of the downloaded file.

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Sequestro de carbono em povoamentos florestais de eucalipto e a geração de créditos de

carbono

Article · January 2008

CITATION

1

READS

333

10 authors, including:

Some of the authors of this publication are also working on these related projects:

Capacity Building for Participatory Monitoring of Changing Forests in Sustainable Use Areas of the Southwestern Brazilian Amazon View project

Correlação das Variáveis Socioeconômicas e Ambientais com royalties Petrolíferos e CFEM Municipais View project

Gonçalves Jacovine

Universidade Federal de Viçosa (UFV)

100 PUBLICATIONS   385 CITATIONS   

SEE PROFILE

Carlos Pedro

Federal University of Rio de Janeiro

7 PUBLICATIONS   6 CITATIONS   

SEE PROFILE

Carlos Soares

Universidade Federal de Viçosa (UFV)

113 PUBLICATIONS   523 CITATIONS   

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Sabina Ribeiro

Universidade Federal do Acre

26 PUBLICATIONS   143 CITATIONS   

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90 Eucalipto

Seqüestro de carbono em povoamentos florestais de eucaliptoe a geração de créditos de carbono

Laércio Antônio Gonçalves Jacovine1

Carlos Pedro Boechat Soares2

Sabina Cerruto Ribeiro3

Rodrigo Firmino da Silva4

Fausto Araújo Paixão5

1Engo Florestal, D.Sc., Prof. Adj. UFV - Depto Engenharia Florestal, CEP 36570-000 Viçosa-MG. Correio eletrônico: [email protected] Florestal, D.Sc., Prof. Assoc. UFV - Depto Engenharia Florestal, CEP 36570-000 Viçosa- MG. Correio eletrônico: [email protected] Florestal, Doutoranda em Ciência Florestal UFV, CEP 36570-000 Viçosa-MG. Correio eletrônico: [email protected] Florestal, Mestrando em Ciência Florestal UFV, CEP 36570-000 Viçosa-MG. Correio eletrônico: rodfir @yahoo.com.br5Engo Florestal, Mestrando em Ciência Florestal UFV, CEP 36570-000 Viçosa-MG. Correio eletrônico: [email protected]

Resumo - A conservação e o plantio de florestas passaram a ter destaque entre asmedidas mitigadoras do efeito estufa. Estudos têm sido realizados para verificar opotencial das florestas plantadas e nativas no seqüestro do carbono da atmosfera.Diversas metodologias têm sido aplicadas e desenvolvidas para estimar o estoque decarbono nas florestas. O conhecimento desse estoque de carbono é de fundamentalimportância para a determinação da quantidade de créditos de carbono, que poderáser gerada e negociada no mercado.

Palavras-chave: Eucaliptus sp. Mudança climática. Efeito estufa. Aquecimento global.Protocolo de Kyoto.

INTRODUÇÃO

A partir da década de 80, questõesrelativas às mudanças climáticas, ao aque-cimento global e ao efeito estufa passarama ter destaques como ameaças ambientais,que colocam em risco a integridade do pla-neta. Tais questões ganharam importânciamundial, culminando na criação da Con-venção - Quadro das Nações Unidas sobreMudança do Clima (CQNUMC) -- UnitedNations Framework Convention on ClimateChange (UNFCCC), em 1992.

As mudanças climáticas são causadaspela intensificação do efeito estufa, que éconseqüência do aumento da concentra-ção de certos gases na atmosfera terrestre,os quais provocam o aquecimento global,como o dióxido de carbono (CO

2), metano

(CH4) e óxido nitroso (N

2O). A principal

fonte desses gases é a queima de combus-tíveis fósseis, como petróleo, gás natural ecarvão mineral. As atividades agrícolas, odesmatamento, as queimadas e a pecuáriatambém contribuem para o agravamentodessa situação (MUDANÇAS..., 2005).

Estudos têm mostrado que a concen-tração de CO

2 e a temperatura da atmosfe-

ra variaram conjuntamente nas últimasdezenas de milhares de anos, reforçando apreocupação de que o aumento da concen-tração de gases do efeito estufa na atmos-fera pode provocar mudanças climáticas,como, por exemplo, a alteração dos cicloshidrológicos, o que leva à intensificação eà alteração da freqüência de eventos ex-tremos como tornados, furacões, enchen-tes etc. (CAMPOS, 2001).

As primeiras negociações internacio-

nais referentes às mudanças climáticasocorreram na ECO-92, no Rio de Janeiro,em 1992, resultando na CQNUMC, tambémchamada Convenção do Clima, da qual oBrasil foi o primeiro signatário. Desde então,foram realizadas várias Conferências dasPartes (COPs), que é o órgão supremo daCQNUMC para tomada de decisões, a fimde dar continuidade às discussões sobre otema (MUDANÇAS..., 2005).

Desde o início das discussões, o usoda terra e das florestas era contempladocomo mecanismos para mitigar as mu-danças climáticas. Em 1997, na COP-3,foi criado o Protocolo de Kyoto, comoum primeiro passo concreto nessa dire-ção. Porém, nessa fase, a polêmica giravaem torno das incertezas científicas em comomedir as emissões dessas atividades e nas

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dificuldades para um acompanhamentodas taxas de desmatamento. A partir doestabelecimento dos mecanismos de fle-xibilização, como o Mecanismo de De-senvolvimento Limpo (MDL), o foco dadiscussão voltou-se para o seqüestro decarbono pelas florestas, como uma das al-ternativas de compensação das emissõesdos países industrializados (YU, 2002).

Por um lado, o desmatamento e as quei-madas das florestas contribuem para agra-var o efeito estufa, uma vez que liberam oCO

2 para a atmosfera. Mas quando se con-

servam, preservam, recuperam ou plantam-se florestas, ocorre um processo inverso,por causa do surgimento de um sumidourode carbono, uma vez que as florestas re-movem parte do CO

2 da atmosfera por meio

do processo de fotossíntese, promovendoo chamando seqüestro de carbono.

Atuando desta maneira, as florestaspodem contribuir para a estabilidade am-biental, interferindo em elementos climá-ticos, no ciclo hidrológico, além de prevenira erosão e a deterioração do solo.

Com a possibilidade de os países con-tabilizarem o seqüestro de carbono pelasflorestas nos seus inventários nacionaisde emissões, criou-se uma perspectiva parao setor florestal. No entanto, observa-se anecessidade de estudos de mensuraçãoflorestal e de viabilidade econômica deprojetos, visando o desenvolvimento detécnicas e métodos, para a quantificaçãodo estoque de carbono presente na bio-massa florestal. A partir de estudos destanatureza, o setor florestal poderá destacar-se no mercado de créditos de carbono, jáque as florestas, principalmente as plan-tadas, terão ainda mais valor agregado aosseus recursos.

Nesse contexto, o Brasil poderá be-neficiar-se e assumir uma posição pri-vilegiada junto aos países que buscamreverter o processo de mudança climática,tanto do ponto de vista de reduções dasemissões, como em projetos de seqüestrode carbono, já que possui potencialida-des e tecnologias que o difere dos demaispaíses (ROCHA, 2002). Portanto, esse no-

vo mercado tem o potencial de gerar umfluxo de capital para as atividades flores-tais brasileiras, em que o setor florestaloferece oportunidades inigualáveis de com-pensação de carbono por meio do MDL.No entanto, a natureza e a magnitude des-sas oportunidades dependerão de comoserá interpretado e de como serão conta-bilizados os créditos de carbono.

Especificamente, os plantios de eu-calipto, por terem um alto incremento decarbono, quando comparado a outrasespécies, têm um importante papel na re-tirada de CO

2 da atmosfera e sua fixação na

superfície terrestre. É lógico que, como amaioria dos plantios de eucalipto é flores-ta produtiva, que será cortada, deve-seconsiderar a questão do fim que se dará àmadeira. Caso seja energético, em que subs-tituirá um combustível fóssil, o balanço decarbono será positivo e poderá gerar oscréditos de carbono, tanto na área florestal,como na área industrial. Esse tipo de pro-jeto, tem uma alta elegibilidade, dada asua efetiva contribuição para minimizar aconcentração de gases de efeito estufa naatmosfera.

Algumas dificuldades existem para ageração e aprovação dos créditos de car-bono pelo plantio de florestas, de acordocom as regras estabelecidas no mercado.

EFEITO ESTUFA E

AQUECIMENTO GLOBAL

A física da mudança

climática

A atmosfera é uma camada de gasesformada, principalmente, por nitrogênio(78,09%), oxigênio (20,95%), argônio(0,93%) e dióxido de carbono (0,03%),além de traços de outros gases como hé-lio, metano, óxido de nitrogênio, entre ou-tros. O metano, o óxido nitroso e o dióxidode carbono são alguns dos gases consi-derados de efeito estufa, cujas proprieda-des radiativas têm sido atualmente objetode intenso estudo (KHANDEKAR et al.,2005). Esses gases, juntamente com as nu-vens, possibilitam a ocorrência do efeito

estufa natural, responsável por manter asuperfície terrestre cerca de 30ºC mais aque-cida, do que na ausência desse fenômeno(UNITED NATIONS FRAMEWORKCONVENTION ON CLIMATE CHANGE,2007b).

O efeito estufa natural tem início coma energia solar, principalmente sob a formade luz, que chega à Terra. Dessa energia,cerca de 30% é refletida de volta para o es-paço, pela atmosfera, enquanto o restantechega até a superfície terrestre aquecendo-a.A superfície terrestre, por sua vez, reflete aenergia solar recebida sob a forma de ra-diação infravermelha ou calor. Parte do raioinfravermelho é refletido de volta para aTerra por Gases de Efeito Estufa (GEE),presentes, naturalmente, na atmosfera, co-mo o dióxido de carbono (CO

2). Os raios in-

fravermelhos, que são ondas longas, sãoabsorvidos pelos GEE que, diferentementedos demais gases, possuem moléculas ca-pazes de absorvê-los. Essas moléculas,após absorverem os raios infravermelhos,redirecionam-os em muitas direções. Parteda energia vai para o espaço, parte é refle-tida de volta à Terra, aquecendo-a aindamais (UNITED NATIONS FRAMEWORKCONVENTION ON CLIMATE CHANGE,2007b).

O efeito estufa é necessário para a ma-nutenção da vida na Terra. Entretanto, suaintensificação tem preocupado a socie-dade, em virtude do aumento significati-vo das temperaturas e da ocorrência decertos fenômenos climáticos com maior fre-qüência, os quais são resultantes da maiorconcentração de GEE na atmosfera, oriun-dos de atividades antrópicas.

Dentre os GEE, o dióxido de carbono(CO

2) é o que apresenta maior parcela de

contribuição no aquecimento global, poisé responsável por 55% do total de emis-sões de GEE na atmosfera (SCARPINEL-LA, 2002). Sua concentração, durante operíodo de 1750 a 2005, aumentou de 280partes por milhão (ppm), para 379 ppm,sendo as emissões advindas, principal-mente, do uso de combustíveis fósseis eda mudança do uso da terra, numa propor-

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ção menor. O metano (CH4), na mesma

escala de tempo anteriormente citada, teveum aumento da sua concentração de 715partes por bilhão (ppb), para 1.774 ppb,tendo como principais fontes a agricultu-ra e o uso de combustíveis fósseis. Apre-senta potencial de aquecimento 21 vezesmaior do que o CO

2. O óxido nitroso (NO

2),

por sua vez, apresentou um aumento daconcentração de 270 ppb, em 1750, para319 ppb, em 2005. Mais de um terço de to-das as suas emissões advêm de fontesantropogênicas, principalmente a agri-cultura. Seu potencial de aquecimento é310 vezes superior ao do CO

2 (INTERGO-

VERNMENTAL PANEL ON CLIMATECHANGE, 2007c).

As primeiras evidências científicasconcretas sobre a relação entre as ativida-des humanas e alterações na temperaturaglobal vieram com a publicação do “Primei-ro Relatório de Avaliação”, pelo Inter-governmental Panel on Climate Change(IPCC), em 1990, onde se afirmava que asmudanças climáticas representariam de fa-to uma ameaça à humanidade (INTERGO-VERNMENTAL PANEL ON CLIMATECHANGE, 2001), pois havia fortes evi-dências de que o aquecimento do planeta,observado nas últimas décadas, era atri-buído às atividades humanas. Desde então,diversos estudos e discussões acerca des-sa questão foram promovidos em todo omundo.

Conseqüência da mudança

climática

O quarto relatório do Intergovernmen-tal Panel on Climate Change (2007b), in-titulado Impactos, adaptação e vulnera-bilidade à mudança do clima, apresenta osdados mais recentes relacionados com osefeitos das mudanças climáticas no meioambiente natural e humano.

Segundo esse relatório, muitos sis-temas naturais estão sendo afetados pelasmudanças climáticas regionais, princi-palmente pelos aumentos de temperatura,o que pode até causar impactos positivosa curto prazo, mas quase sempre negativos

a longo prazo. Um exemplo disso é a pro-dutividade da agricultura e de madeiracomercial que tende a aumentar levementecom a mudança do clima em curto e médioprazos, com uma grande variabilidade re-gional em torno da tendência global a longoprazo.

O derretimento de geleiras, devido aoaumento da temperatura, é outro ponto quepode alavancar diversas conseqüências,tais como: o risco de inundações seguidode uma posterior redução do fluxo dosrios, à medida que as geleiras diminuam.Isso pode prejudicar o abastecimento deágua em comunidades que dependem derios alimentados por geleiras. As secas einundações, por sua vez, tendem a ter umaumento da freqüência de ocorrência, o quetraz prejuízos para diversos setores, sen-do os sistemas costeiros e zonas de baixalatitude os mais afetados pelas inunda-ções e a agricultura e a silvicultura pelaseca.

Especificamente para a América Latina,espera-se que os aumentos de temperaturae as correspondentes reduções da água nosolo acarretem uma substituição gradualda floresta tropical por savana no leste daAmazônia. Além disso, prevê-se que a ve-getação Semi-Árida tenderá a ser subs-tituída por vegetação de terras áridas.

De forma global é esperado que asflorestas sejam afetadas também pelo au-mento da incidência de pragas, doenças eincêndios. No que se refere à biodiversi-dade, pela dificuldade de adaptação damaioria dos organismos e do ecossistemaà mudança do clima, um aumento da taxade extinção destes em torno de 20% a 30%é esperado.

Os prejuízos sociais da alteração dossistemas naturais pelas mudanças climá-ticas irão variar amplamente em função dolocal e escala, e os países em desenvolvi-mento tendem a ser os mais afetados, porcausa da restrita capacidade de adaptaçãoe da maior dependência de recursos sen-síveis ao clima, tais como oferta local deágua e alimento (INTERGOVERNMENTALPANEL ON CLIMATE CHANGE, 2007c).

Estrutura institucional da

questão climática

Cientes da problemática das possíveismudanças globais do clima, a OrganizaçãoMeteorológica Mundial e as Nações Uni-das, em 1988, estabeleceram o IPCC, quetem como objetivo prover de forma com-preensiva, objetiva e transparente as in-formações científicas, técnicas e socioeco-nômicas relevantes para o entendimentoda base científica das mudanças climáticasinduzidas pelo ser humano, os impactospotenciais disso e as opções para adap-tação e mitigação (INTERGOVERNMEN-TAL PANEL ON CLIMATE CHANGE,2007a).

O IPCC divulgou, em 1990, seu Primei-ro Relatório de Avaliação, onde foi apre-sentada a relação entre as emissões an-trópicas e as mudanças climáticas, além dedestacar a necessidade da criação de umtratado internacional que direcionasse oproblema, ponto que também foi destacadopela Conferência Mundial do Clima. Res-pondendo a esse chamado, a AssembléiaGeral das Nações Unidas estabeleceu oComitê Intergovernamental de Negociação(CIN) para a CQNUMC, cuja primeirareunião deu-se em 1991 (PEREIRA, 2002).O texto definitivo da CQNUMC só foi apro-vado em maio de 1992 e aberto a assinaturasum mês depois, durante a ECO-92, no Riode Janeiro.

O objetivo primordial da CQNUMC é aestabilização das concentrações de ga-ses de efeito estufa na atmosfera em umnível que impeça uma interferência antró-pica perigosa no sistema climático. Alémdisso, no texto da CQNUMC pode serdestacado o princípio da eqüidade comresponsabilidades comuns, mas diferen-ciadas, devido ao reconhecimento, porparte da Convenção, de que a maior partedas emissões históricas e atuais são ori-ginárias de países desenvolvidos. Diantedisso, os países foram divididos em países(Partes) Anexo I, que possuem compro-misso de redução de GEE, e países não-Anexo I, composto pelos demais paísesintegrantes da CQNUMC. Em 2004, 189

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países já a haviam ratificado (BRASIL,2007).

Nos anos que se seguiram à aprova-ção da CQNUMC, as negociações inter-governamentais prosseguiram por meiodas COPs, com encontros entre órgãossubsidiários e workshops. A COP é o órgãosupremo da Convenção, ou seja, a auto-ridade máxima para tomada de decisões. Éformada por todos os países que ratifica-ram a Convenção e os encontros ocorremtodos os anos, a não ser que algum paísdecida o contrário. De 1995 a 2006 ocor-reram doze COPs: COP-1, em Berlim (1995);COP-2, em Genebra (1996); COP-3, emKyoto (1997); COP-4, em Buenos Aires(1998); COP-5, em Bonn (1999); COP-6, emHaia (2000); COP-6,5, em Bonn (2001); COP-7, em Marraqueche (2001); COP-8, em NovaDeli (2002); COP-9, em Milão (2003); COP-10, em Buenos Aires (2004); COP-11, emMontreal (2005) e COP-12, em Nairobi(2006) (UNITED NATIONS FRAMEWORKCONVENTION ON CLIMATE CHANGE,2007b).

Paralelo a esses eventos, o IPCC con-tinuou elaborando relatórios, à semelhan-ça do primeiro relatório de avaliação, di-vulgado em 1990. O segundo relatório,apresentado em 1995, foi decisivo para asnegociações que culminaram com a adoçãodo Protocolo de Kyoto em 1997, durante aCOP-3. O terceiro relatório, finalizado em2001, foi submetido às Partes, durante aCOP-7, que concordaram com a contínuaelaboração de relatórios, a fim de seremusados como referência para decisõesfuturas. O quarto relatório organizado peloIPCC foi divulgado em maio de 2007(INTERGOVERNMENTAL PANEL ONCLIMATE CHANGE, 2007a).

Protocolo de Kyoto

Dentre todas as COPs, a terceira mere-ce destaque, pois foi quando se deu a ela-boração do Protocolo de Kyoto. O Pro-tocolo, firmado para atingir o objetivoprimordial da CQNUMC, estabelece me-tas para que as emissões antrópicas sejamreduzidas em, pelo menos, 5,0% abaixo

dos níveis verificados no ano de 1990 (anode inventário dos gases) (BRASIL, 2001).

As metas são distintas entre as Par-tes, em consonância com o princípio ado-tado pela CQNUMC, segundo o qual asresponsabilidades são comuns, porémdiferenciadas. Além disso, elas deverão seratingidas no período compreendido entre2008 e 2012, que corresponde ao primei-ro período de compromisso. As metas fo-ram atribuídas exclusivamente às PartesAnexo I da Convenção, que correspondemaos países desenvolvidos e aos países in-dustrializados da Antiga União Soviética edo Leste Europeu. Os países que não pos-suem meta de redução são países em desen-volvimento chamados Partes não-Anexo I(LOPES, 2002).

O Protocolo prevê, ainda, três me-canismos de flexibilização: ImplementaçãoConjunta (IC), Comércio de Emissões (CE)e MDL. Esses mecanismos permitem àsPartes terem acesso às oportunidades dereduzir suas emissões a um custo acessívelou a remover carbono da atmosfera em ou-tros países, ou seja, além de suas fronteirasnacionais. A IC permite o estabelecimentode projetos entre países do Anexo I com ageração de Unidades de Redução deEmissão (UREs). O CE permite aos paí-ses do Anexo I adquirir Unidades de Quan-tidade Atribuída (UQAs) de outros paísesdo Anexo I. Já o MDL possibilita aos paísesdo Anexo I a implementação de projetosde redução de emissões em países não-Anexo I, havendo a geração de ReduçõesCertificadas de Emissões (RCEs) e pro-movendo o desenvolvimento sustentávelnos países hospedeiros do projeto. Este éo único mecanismo de flexibilização noqual o Brasil pode participar (UNITEDNATIONS FRAMEWORK CONVENTIONON CLIMATE CHANGE, 2007b).

Mecanismo de

Desenvolvimento Limpo (MDL)

O MDL é uma proposta apresentadapelo governo brasileiro que tem como basea compensação de emissões de gases deefeito estufa, sendo o único mecanismo de

flexibilização do Protocolo de Kyoto quepermite a participação dos países não-Anexo I. No âmbito do MDL, pode-se ter ainclusão de projetos de reduções de emis-sões, cujas modalidades e procedimentosforam definidos na COP-7 (Marraqueche -2001), e de projetos de remoção de emis-sões, onde estão também incluídas asatividades de florestamento e reflores-tamento, únicas elegíveis nessa catego-ria, no primeiro período de compromisso(2008 - 2012). As modalidades e os pro-cedimentos para os projetos de remoçãode emissões foram finalizados durante aCOP-9 (Milão – 2003), constituindo anexoda Decisão 19/CP.9 (KRUG, 2004).

A participação em uma atividade deprojeto do MDL pode-se dar por governose entidades privadas de Partes Anexo I,que implementem projetos para reduçãode emissões nos países pertencentes àsPartes não-Anexo I, obtendo-se, assim, asRCEs. Esses certificados são contabi-lizados como créditos de abatimento emprol dos países que estiverem realizandoo projeto (UNITED NATIONS FRAME-WORK CONVENTION ON CLIMATECHANGE, 1997).

Para que sejam consideradas elegíveisno âmbito do MDL, as atividades do pro-jeto devem contribuir para o objetivo pri-mordial da Convenção, isto é, promover aestabilização das concentrações de gasesde efeito estufa na atmosfera em um nívelque impeça uma interferência antrópicaperigosa no sistema climático. Além disso,alguns requisitos fundamentais devemser observados. Um deles é o da adiciona-lidade, pela qual uma atividade de projetodeve, comprovadamente, resultar na re-dução de emissões de gases de efeito es-tufa e/ou remoção de CO

2, adicional ao que

ocorreria na ausência da atividade de pro-jeto do MDL (LOPES, 2002).

Outro requisito do MDL é que a par-ticipação deve ser voluntária para ambasas Partes e que a atividade de projeto con-tribua para o desenvolvimento sustentáveldo país no qual venha a ser implementada.Deve, ainda, ser capaz de demonstrar be-

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nefícios reais, mensuráveis e de longo pra-zo relacionados com a mitigação da mu-dança do clima (UNITED NATIONSFRAMEWORK CONVENTION ONCLIMATE CHANGE, 1997).

Além disso, uma atividade de projetodeve-se enquadrar dentro de um ou maisescopos setoriais, os quais perfazem quin-ze áreas (UNITED NATIONS FRAME-WORK CONVENTION ON CLIMATECHANGE, 2007a):

a) indústria energética (fontes re-nováveis/não-renováveis);

b) distribuição de energia;

c) demanda de energia;

d) indústria manufatureira;

e) indústria química;

f) construção;

g) transporte;

h) produção mineral;

i) produção de metais;

j) emissões fugitivas de combus-tíveis;

k) emissões fugitivas da produção econsumo de halocarbonetos e he-xafluoreto de enxofre;

l) uso de solventes;

m) manejo e disposição de resíduos;

n) florestamento e reflorestamento;

o) agricultura.

Conforme descrito, a participação deum projeto no âmbito do MDL exige quediversos requisitos sejam observados. Noentanto, apesar de exigente, o MDL é umagrande oportunidade que o Brasil tem dese inserir cada vez mais no mercado decréditos de carbono.

Etapas de um projeto de MDL

Para que um projeto seja aceito no âm-bito do MDL é necessário que siga umaformatação específica, a fim de explicitarde forma clara e precisa a mensuração, aquantificação e a manutenção da reduçãode emissões durante o período de duraçãodo projeto. Segundo Rocha (2004) e Lopes(2002), as etapas para elaboração e apro-

vação de um projeto de MDL são as se-guintes:

a) elaboração do documento de con-cepção do projeto (DCP): deveráincluir a descrição da metodologiada linha de base e a metodologiapara os cálculos da redução deemissões de gases de efeito estufa;para o estabelecimento dos limi-tes das atividades de projeto e parao cálculo das fugas. Além disso,deverá estar presente a descri-ção das atividades de projeto e dosrespectivos participantes. Outrasinformações essenciais no DCPsão: a definição do período de ob-tenção de créditos, o plano de mo-nitoramento, a justificativa paraadicionalidade da atividade de pro-jeto, o relatório de impactos am-bientais, os comentários dos atorese informações quanto à utilizaçãode fontes adicionais de financia-mento;

b) linha de base: para ingressar noMDL, todo projeto deverá apre-sentar uma linha de base. Esta(Baseline) é um cenário que re-presenta as emissões/remoçõesantropogênicas de CO

2 equiva-

lentes, que ocorreriam na ausênciado projeto. No DCP, dois cenáriosdeverão ser apresentados: o pri-meiro cenário deve descrever asemissões antes do projeto; o segun-do, as reduções das emissões apósa instalação do projeto. Para proje-tos florestais, pode haver umacontabilidade do conteúdo debiomassa (conseqüentemente docarbono nela retido) da parte aéreae subterrânea da floresta;

c) validação: é o processo de avaliaçãoindependente de uma atividade deMDL, por uma Entidade Operacio-nal Designada (EOD);

d) registro: é a aceitação formal, porparte do Comitê Executivo, de umprojeto validado como um projeto

de MDL. É um pré-requisito paraa verificação, certificação e pro-mulgação dos certificados desteprojeto;

e) monitoramento: deverá constar noesboço do projeto um plano demonitoramento, que ocorrerá se-guindo um plano estabelecido pelametodologia e terá como resultadosrelatórios que serão submetidos àEOD para a verificação do projeto.O plano de monitoramento poderáter como base uma metodologia demonitoramento já existente ou emuma nova metodologia propos-ta;

f) verificação: é a revisão indepen-dente, periódica e posterior de umprojeto de MDL pela EOD. Nesseponto, serão avaliadas as reduçõesmonitoradas das emissões antró-picas de gases de efeito estufa, porfontes que ocorreram em conse-qüência de uma atividade registradade projeto do MDL, durante o pe-ríodo de verificação;

g) certificação: é a garantia por escri-to, feita pela EOD, de que, duranteum período específico, o projeto deMDL atingiu as reduções de emis-sões de GEE a que havia se pro-posto, conforme verificado na etapaanterior;

h) emissão do certificado: o certifica-do é emitido pela EOD que gerenciao projeto, sob a autorização doComitê Executivo. Isto somenteocorrerá após o projeto ter sido ve-rificado, certificado pela EOD,afirmado que a atividade de MDLestá dentro das conformidades ve-rificadas e que seguiu o proce-dimento de monitoração acordadoentre a EOD e as Partes integrantesdo projeto. As RCEs serão relativasà quantidade reduzida e/ou re-movida, terão validade determina-da e, conforme o caso, poderão serrenovadas.

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Mercado de crédito de

carbono

Desde antes da entrada em vigor doProtocolo de Kyoto, em fevereiro de 2005,diversas empresas já buscavam os cha-mados créditos antecipados ou earlycredits.

Atualmente, o mercado emergente decarbono está consolidado e abrange a tran-sação de projetos com base na redução/remoção de emissões e a negociação deRCEs, considerando-se o âmbito do MDL.Neste mercado, o comprador pode adqui-rir RCEs de um projeto que promove a re-dução das emissões de GEE comparados acerta linha de base. Em relação à nego-ciação das RCEs ela é feita em algum dosdiversos mercados existentes, tais como oEsquema de Comércio de Emissões daUnião Européia – European Union Emis-sion Trading Scheme (EU ETS), Esquemade Comércio de Emissões do Reino Unido– United Kingdom Emissions TradingScheme (UK ETS), Bolsa do Clima deChicago – Chicago Climate Exchange(CCX), Esquema de Abatimento de GEEde New South Wales – New South Wa-les Greenhouse Gas Abatment Scheme(NSW) e, no caso do Brasil, na Bolsa deMercadorias e Futuro (BM&F).

Os valores das transações no mercadomundial de carbono, no ano de 2006, che-garam a US$ 21,5 bilhões, com destaquepara o grande volume de transações doEU ETS. No que se refere ao mercado combase em projetos, as transações atingiramum valor de US$ 2,41 bilhões, conforme oQuadro 1.

No caso do setor florestal, destaca-sea empresa Grupo Plantar que foi uma dasprimeiras do País a fechar uma venda decréditos no mercado de carbono, em umatransação de 5,3 milhões de dólares, com oBanco Mundial (GOMES, 2005). A empresaexecuta seu próprio projeto, enquadradocomo MDL, por meio do Fundo Protótipode Carbono (PCF). O projeto qualifica-se,em parte, como substituição energética e,em parte, como seqüestro de carbonoflorestal. Com isso, a empresa pretende re-

tirar mais de 12 milhões de toneladas deCO

2 do ar atmosférico, que serão nego-

ciados com países desenvolvidos que nãoconseguirem cumprir a meta de Kyoto deredução de emissões.

Uso da terra, mudança no

uso da terra e florestas

(UTMUTF)

No Protocolo de Kyoto, a categoriaque trata dos potenciais sumidouros, fon-tes e reservatórios relacionados com asatividades agropecuárias e florestais échamada Land Use, Land-Use Change

and Forestry (LULUFC) ou Uso da ter-ra, mudança no uso da terra e florestas(UTMUTF).

Dentre as atividades florestais,destacam-se o florestamento e o reflores-tamento, conforme definidos no anexo da

Decisão 11/CP. 7 (UNITED NATIONSFRAMEWORK CONVENTION ONCLIMATE CHANGE, 2002). Segundo esseanexo, o florestamento é a conversão in-duzida diretamente pelo homem, de terra

que não foi florestada por um período de

pelo menos 50 anos, em terra florestada por

meio de plantio, semeadura e/ou a pro-

moção induzida pelo homem de fontes

naturais de sementes. Já o reflorestamento

é a conversão, induzida diretamente pelohomem, de terra não-florestada, em terraflorestada por meio de plantio, semeadu-ra e/ou a promoção induzida pelo homemde fontes naturais de sementes, em áreaque foi florestada, mas convertida em terranão-florestada. Para o primeiro período decompromisso, as atividades de reflores-tamento estarão limitadas ao reflores-tamento que ocorra nas terras que não

QUADRO 1 - Redução de CO2, em milhões de toneladas de CO

2 (MtCO

2), e valores comercializados,

em milhões de dólares americanos (MUS$), nos mercados de créditos de carbono

nos anos de 2005 e 2006

FONTE: Capoor e Ambrosi (2006).

NOTA: EU ETS - European Union Emission Trading Scheme; NSW - New South Wales;

CCX - Chicago Climate Exchange; UK ETS - United Kingdom Emissions Trading Scheme;

MDL - Mecanismo de Desenvolvimento Limpo.

2005 2006

(até outubro)Esquema de negociação de créditos

de carbonoRedução CO

2

(MtCO2)

Valor

(MUS$)

Redução CO2

(MtCO2)

Permissões

EU ETS 324,31 8.204,48 763,90 18.839,79

NSW 6,11 59,13 16,19 184,07

CCX 1,45 2,83 8,25 27,15

UK ETS 0,30 1,31 2,26 9,27

Subtotal 332,17 8.267,75 788,34 19.051,00

Transações com base em projetos

MDL 359,08 2.651,44 214,26 2.260,96

Implementação conjunta 20,85 100,89 11,86 93,88

Outros 4,51 36,72 7,92 60,02

Subtotal 384,44 2.789,05 234,05 2.414,87

Total 716,61 11.056,79 1.022,39 21.465,87

Valor

(MUS$)

I n f o r m e A g r o p e c u á r i o , B e l o H o r i z o n t e , v . 2 9 , n . 2 4 2 , p . , j a n . / f e v . 2 0 0 8

96 Eucalipto

continham florestas, em 31 de dezembro de1989.

Para que sejam aceitas no âmbito doMDL, as atividades de florestamento e re-florestamento devem atender alguns prin-cípios básicos (SCARPINELLA, 2002):

a) essas atividades devem basear-seem ciência sólida já comprovada;

b) as metodologias usadas devem serconsistentes ao longo do tempo pa-ra a estimativa e relato de tais ati-vidades;

c) deve ser excluída da contabilidadeda redução das emissões a merapresença de estoques de carbono;

d) as atividades LULUCF imple-mentadas devem contribuir para amanutenção da biodiversidade e ouso sustentável dos recursos na-turais.

Além disso, para projetos florestais de-vem ser respeitados alguns valoresmínimos (UNITED NATIONS FRA-MEWORK CONVENTION ON CLIMATECHANGE, 2004):

a) um valor mínimo único de cobertu-ra de copa das árvores entre 10 e 30por cento;

b) um valor mínimo único de área deterra entre 0,05 e 1 hectare;

c) um valor mínimo único de altura deárvore entre 2 e 5 metros.

Indo mais além, as atividades elegíveisde projetos de uso e mudança no uso daterra e das florestas de uma Parte ou país,no primeiro período de compromisso doProtocolo de Kyoto (2008-2012), nãodevem exceder 1% das emissões do ano debase dessa Parte, multiplicado por cinco(UNITED NATIONS FRAMEWORKCONVENTION ON CLIMATE CHANGE,2002).

Geração de créditos de

carbono em LULUCF

As RCEs advindas de uma atividadede projeto de florestamento ou reflo-restamento (F/R), que são as modalidades

válidas no âmbito da LULUCF, serão equi-valentes à remoção antrópica líquida deGEE por sumidouros (KRUG, 2004).

Segundo a Decisão 19/CP. 9 (UNITEDNATIONS FRAMEWORK CONVENTIONON CLIMATE CHANGE, 2004), essas re-moções serão calculadas a partir da remo-ção líquida de GEE por sumidouros na linhade base e remoção líquida real de GEE porsumidouros e fuga, conforme a seguir:

a) remoção líquida de GEE por su-midouros na linha de base: cor-responde à soma das mudanças nosestoques de carbono em seus re-servatórios, dentro do limite doprojeto que teria ocorrido na au-sência da atividade de projeto deF/R, no âmbito do MDL;

b) remoção líquida de GEE por su-midouros: corresponde à soma dasmudanças verificadas nos estoquesde carbono em seus reservatórios,dentro do limite do projeto, menoso aumento das emissões de GEE,medidas em equivalentes de CO

2,

provenientes das fontes que so-freram aumento em conseqüência daimplementação da atividade deprojeto de F/R;

c) a fuga corresponde ao aumentodas emissões de GEE por fontes queocorram fora do limite de umaatividade de projeto de F/R, no âm-bito do MDL, e que seja mensurávele atribuível à atividade de projetode F/R.

O período de creditação de uma ati-vidade de florestamento ou reflores-tamento corresponde ao período em queuma atividade de projeto poderá gerarcréditos. No caso de projetos de flores-tamento ou reflorestamento, esse períodocomeça no início do projeto, podendo serde no máximo 30 anos, caso não se desejerenovar o projeto, ou de no máximo 20anos, tendo-se a opção de renová-lo porduas vezes (UNITED NATIONS FRA-MEWORK CONVENTION ON CLIMATECHANGE, 2004).

ACÚMULO DE BIOMASSA E

CARBONO EM FLORESTA

As florestas oferecem grande potencial,em curto prazo, para remoção de CO

2 da

atmosfera. Ao contrário de plantas de ciclode vida curto, que morrem e decompõem-se rapidamente, as árvores são indivíduosde ciclo de vida longo, que acumulamcarbono em sua biomassa (SEDJO et al.,1998).

Segundo Odum (1986), a biomassapode ser definida como a massa orgânicaproduzida por unidade de área, podendoser expressa em termos de peso seco, pesoúmido e peso em carbono. Sua mediçãoé um instrumento útil na avaliação deecossistemas, em virtude da aplicação naanálise da produtividade, conversão deenergia, ciclagem de nutrientes, absorçãoe armazenagem de energia solar, entre ou-tros (CAMPOS, 1991; CARBONERAPEREIRA et al., 1997).

O seqüestro de carbono por meio dasatividades florestais tem como base duaspremissas. Primeiro, o gás carbônico é umgás atmosférico que circula no mundotodo. Dessa forma, em primeiro lugar osesforços para a remoção dos gases doefeito estufa terão efeito igual, sejam elesaplicados próximos à fonte ou em locaisdistantes. Segundo, a vegetação clorofila-da retira o gás carbônico da atmosfera pormeio do processo de fotossíntese e o utili-za para produção de açúcares e outros com-postos orgânicos usados no crescimentoe metabolismo vegetal. As plantas lenho-sas armazenam o carbono na madeira e emoutros tecidos até a sua morte e decom-posição, fase na qual o carbono presentena madeira poderá ser desprendido naforma de gás carbônico, monóxido decarbono, metano ou, ainda, poderá ficarincorporado ao solo como substância or-gânica.

De acordo com Larcher (2000), na fo-tossíntese, a energia é absorvida e trans-formada em energia de ligações químicas.Para cada átomo-grama de carbono as-similado, obtém-se energia potencialequivalente a 477 kJ (144 kcal). A fotos-

I n f o r m e A g r o p e c u á r i o , B e l o H o r i z o n t e , v . 2 9 , n . 2 4 2 , p . , j a n . / f e v . 2 0 0 8

97Eucalipto

síntese envolve processos fotoquímicos,que ocorrem na presença de luz, processosenzimáticos, que não requerem luz, e pro-cessos de difusão, que provocam troca dedióxido de carbono e oxigênio entre os clo-roplastos e o ar exterior. Cada um dessessubprocessos é influenciado por fatoresinternos e externos e que pode limitar orendimento do processo total.

Segundo Sedjo (2001), as florestastrocam CO

2 com o ambiente por meio de

processos como fotossíntese, respiração,decomposição e emissões associadas adistúrbios como o fogo, desfolhamentopor diversas causas e exploração florestal.As mudanças nos estoques líquidos decarbono determinam se um ecossistema flo-restal será uma fonte ou um sumidouro docarbono atmosférico.

Uma floresta jovem, que esteja cres-cendo de forma acelerada, seqüestra maio-res volumes de carbono, quando com-parada à floresta madura. Já a florestamadura atua como um reservatório, esto-cando carbono, mesmo que não estejapassando por um crescimento líquido.Assim, uma floresta jovem estoca menoscarbono, quando comparada a uma flores-ta madura, mas seqüestra mais carbono daatmosfera ao longo do tempo. Já umafloresta madura, apesar de não capturar“novo carbono”, continua a estocar gran-des volumes de carbono em sua biomassaao longo do tempo (SEDJO, 2001).

Metodologia para

quantificação da biomassa e

carbono em floresta

Estudos sobre a quantificação do es-toque de carbono passam, necessariamen-te, pela quantificação da biomassa flores-tal, que pode ser definida como a massaorgânica produzida por unidade de área,podendo ser expressa em termos de pe-so seco, peso úmido e peso em carbono(ODUM, 1986).

Segundo Sanquetta (2002), o termobiomassa refere-se à massa de matéria deorigem biológica, viva ou morta, animal ouvegetal. Para esse mesmo autor, o termo

fitomassa também vem sendo empregadopara especificar que se trata de biomassade origem vegetal.

A biomassa presente em uma florestapode ser quantificada somando-se a bio-massa da parte aérea de cada árvore (tron-co, folhas, flores e frutos) à presente namatéria viva ou morta acima do solo (sub-bosque e manta orgânica) ou abaixo do so-lo (raízes), por meio de métodos diretos(destrutivos) ou indiretos (SALATI, 1994).

Método direto

Também conhecido como método des-trutivo, o método direto consiste na der-rubada de árvores-amostra, com posteriorcorte da vegetação viva e retirada da ma-téria orgânica sobre o solo (serapilheira),bem como a retirada do material sob o solo(raízes).

Conforme descrito por Salati (1994),esta metodologia, de forma simplificada,implica em corte de parte das árvores dafloresta, medindo-se o volume e a massados indivíduos. Por meio de amostragens,determina-se a umidade e estima-se a bio-massa seca total. A matéria morta acima dosolo é estimada por meio de amostragemem diversos locais. O sistema radicular émedido arrancando-se o material do solopor amostragens em áreas determina-das. O material orgânico do solo é medidopor meio de amostras do solo até certaprofundidade, geralmente até 1 m.

Método indireto

O método indireto é utilizado para esti-mar a biomassa de áreas florestais de gran-de extensão. Normalmente, são utiliza-das relações empíricas (equações), quecorrelacionam a biomassa com variáveis,como Diâmetro à Altura do Peito (DAP),altura e volume, para estimar a biomassade árvores individuais, as quais são uti-lizadas para obter estimativas por hectaree para a floresta toda em procedimentos deinventário florestal (SALATI, 1994).

O uso de modelos de regressão destaca-se dentre os métodos indiretos de quan-tificação da biomassa florestal. Porém, ou-

tros métodos de quantificação indiretatambém vêm sendo testados e aplicados,como por exemplo, o uso do sensoriamen-to remoto, que é uma técnica mais complexa,e o uso da modelagem do crescimento e daprodução, principalmente em florestasplantadas.

Dentre as tecnologias de sensoria-mento remoto, pode-se destacar o uso doLight Detection and Ranging (LIDAR),que é uma técnica de imageamento queutiliza o laser como fonte de energia. Taltécnica consiste na medição do tempo deida e volta da energia de um pulso laser(geralmente com o comprimento de ondano infravermelho próximo, em estudos devegetação) entre o sensor e o alvo. Estepulso incidente de energia interage com acopa da árvore (folhas, galhos e tronco) ea superfície do solo, retornando-o ao ins-trumento, o que possibilita a obtenção dasalturas das árvores. Assim, são geradasestimativas da altura da vegetação, estru-tura do dossel, do índice de área foliar, dovolume e da biomassa sobre o solo (PIRES,2005).

Com relação aos modelos de cresci-mento e produção, estes usualmente sãoajustados para propiciar estimativas daprodução volumétrica. Segundo Amaro eTomé (1997), estes modelos podem serclassificados em empíricos e de proces-sos.

Os modelos empíricos são desenvol-vidos com base em dados de mediçõesperiódicas de árvores, feitas em parcelaspermanentes, sendo caracterizados pordescrever as relações entre as variáveisenvolvidas sem levar em consideraçãofatores biológicos e físicos do crescimen-to. Dentre esses modelos têm-se os do ti-po povoamento total, os de distribuiçãodiamétrica e os de árvores individuais.

Os modelos de processos ou meca-nísticos têm como base fatores biológicose físicos que determinam o crescimentodas árvores. Logo, são mais usados em pes-quisas e pouco usados em manejo deflorestas, por causa de sua complexidade epor não permitir fazer predição.

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98 Eucalipto

Conversão da biomassa em

carbono

De posse das estimativas de biomassa,pode-se estimar o estoque de carbono pormeio da multiplicação dessa biomassa peloteor de carbono nas diferentes partes dasárvores.

Higuchi e Carvalho Júnior (1994), ao es-tudarem a biomassa e o conteúdo de car-bono de espécies arbóreas na Amazônia,encontraram valores do estoque de car-bono no tronco das árvores de, no mínimo,46% e, no máximo, 53%, os quais estão bempróximos das estimativas apresentadas naliteratura. Para outros compartimentos dafloresta, como plântulas (indivíduos comaté 50 cm de altura), mudas (indivíduoscom altura maior que 50 cm e DAP < 5 cm)e galhos finos, estes autores, encontra-ram valores de estoque de carbono iguaisa 46,5 %, 49,3% e 46,8%, respectivamente.

Segundo Paixão (2004), em vários tra-balhos desenvolvidos no estado de MinasGerais, foram encontrados teores médiosde carbono para tronco, galhos, folhas eraízes de árvores de Eucalyptus, de 46,8%,47,7%, 50,5% e 46,4%, respectivamente .

A partir dos valores apresentados, épossível observar que, para cada tonela-da de matéria seca (biomassa), cerca de0,5 tonelada é composta por carbono. Emvirtude disso, quando houver impedimen-to para determinação do carbono presen-te na constituição da matéria seca de di-ferentes partes da árvore, recomenda-seutilizar um valor de 50% na conversão dabiomassa para carbono.

Estimativa do estoque de

carbono em floresta nativa

O seqüestro de carbono pode ser quan-tificado por meio das estimativas da bio-massa vegetal, acima e abaixo do solo,assim como pela quantidade de CO

2 absor-

vida no processo de fotossíntese. Para seproceder à avaliação dos estoques decarbono dos diferentes componentes davegetação (parte aérea, raízes, camadasdecompostas sobre o solo, entre outros) e,por conseqüência, contribuir para estudos

de balanço energético e do ciclo de carbonona atmosfera, é necessário, inicialmente,quantificar a biomassa de cada componenteda vegetação.

Watzlawick et al. (2002) ressaltam queas estimativas do estoque de carbono de-vem ser obtidas em todos os estádios dedesenvolvimento, bem como nas dife-rentes partes que compõem uma árvore enos diferentes compartimentos do ecos-sistema florestal, já que, diferentes tiposflorestais, em diferentes estádios, arma-zenam quantidades distintas de carbono.Assim sendo, devem ser utilizadas me-todologias adequadas para que todos oscomponentes sejam quantificados e in-corporados nas estimativas do balançogeral de carbono fixado.

A obtenção de estimativas confiáveisde estoque de carbono da vegetação éessencial para estimar a quantidade decarbono emitida ou seqüestrada no tem-po e no espaço (HIGUCHI et al., 2004).Esses mesmos autores, em um trabalhosobre a dinâmica de uma floresta primáriada Amazônia Central, encontraram umincremento anual de 1,2 tC/ha/ano, o queestá de acordo com a média de acumu-lação de carbono na Amazônia, igual a0,97 tC/ha/ano, encontrada por Philips etal. (1998).

Fearnside e Guimarães (1996) con-cluíram que quanto mais inicial o estádiosucessional, maior será a taxa de incremen-to de carbono: uma floresta secundáriacom 10 anos de idade assimila de 6,0 a

10,0 tC/ha/ano; com 20 anos de idade, aassimilação da floresta secundária varia de4,0 a 7,0 tC/ha/ano e com 80 anos, a assi-milação anual média cai para 2,0 tC/ha/ano.

Segundo estimativas realizadas porpesquisadores do Experimento de GrandeEscala da Biosfera - Atmosfera na Ama-zônia, na Floresta Amazônica estão es-tocadas cerca de 70 bilhões de toneladasde carbono, o que representa um valor bas-tante significativo. Segundo dados apu-rados pelas medições de campo, realizadasno período de 2000 a 2001, a Floresta Ama-zônica absorve cerca de 0,4 a 1 gigato-nelada de carbono por ano da atmosfe-ra (REZENDE, 2002).

Brown e Lugo (1984), ao estudarem seistipologias florestais tropicais, encontra-ram valores de biomassa total que variamde 40 a 185 toneladas por hectare. Usandoum fator de conversão de 0,5 para de-terminar a quantidade de carbono presentena constituição da biomassa total das flo-restas, esses autores chegaram a um valorde 228 x 109 toneladas de carbono fixado.

Fearnside (1994) relata sobre as con-trovérsias encontradas sobre os valoresreferentes à biomassa das florestas natu-rais, principalmente na Floresta Amazôni-ca, como pode ser observado no Quadro 2.

Alguns estudos científicos conduzi-dos no Brasil, na Indonésia e no Peru apre-sentaram estimativas de estoque de carbo-no que variaram entre 100 e 450 toneladasde carbono por hectare, indicando altavariabilidade neste estoque em florestas

352,0 Brown e Lugo (1982)

155,1 Brown e Lugo (1984)

362,0 Fearnside (1985)

254,0 Fearnside (1986, 1987)

169,7 Brown et al. (1989)

QUADRO 2 - Valores de biomassa encontrados para a Floresta Amazônica

Biomassa

(t/ha)Fonte

FONTE: Dados básicos: Fearnside (1994).

I n f o r m e A g r o p e c u á r i o , B e l o H o r i z o n t e , v . 2 9 , n . 2 4 2 , p . , j a n . / f e v . 2 0 0 8

99Eucalipto

nativas, em função das tipologias estuda-das (KRUG, 2001).

Estimativa de biomassa e

carbono em plantio de

eucalipto e pinus

A avaliação do potencial produtivo deum sítio ou local por meio da produção debiomassa é fundamental no manejo e pla-nejamento das indústrias de base florestal,

especialmente quando se tem o conhe-cimento da distribuição de biomassa noscomponentes da árvore, em seqüência deidade (REIS et al., 1985; PEREIRA, 1990).

No Quadro 3, são apresentadas pro-duções de biomassa em florestas de eu-calipto, sob diferentes condições de plan-tio.

Reis et al. (1994) em florestas de eu-calipto no estado do Espírito Santo, de-

terminaram um seqüestro total de carbonode 10,32 t/ha/ano, sendo 65% provenientesda biomassa do tronco, 13% da copa e 22%das raízes. Ainda, segundo esses autores,podem-se acrescentar, pelo menos, 20% aesta estimativa, correspondentes à pro-dução média de matéria orgânica morta aolongo de uma rotação de sete anos,resultando em um potencial de seqüestrode carbono de 12,38 tC/ha/ano.

QUADRO 3 - Produção de biomassa para algumas espécies de eucalipto, em diferentes idades e espaçamentos

E. camaldulensis 1,3 Três Marias-MG 3,0x1,5 1,5 0,4 2,0 3,1 5,0 _ Ladeira (2001)

E. camaldulensis 1,3 Três Marias-MG 3,0x3,0 1,7 0,3 1,1 2,0 5,5 _ Ladeira (2001)

E. camaldulensis 1,3 Três Marias-MG 3,0x4,0 1,3 0,2 0,9 1,6 5,1 _ Ladeira (2001)

E. pellita 1,3 Três Marias-MG 3,0x1,5 1,9 0,6 2,4 3,7 4,9 _ Ladeira (2001)

E. pellita 1,3 Três Marias-MG 3,0x3,0 1,1 0,4 1,5 2,2 3,0 _ Ladeira (2001)

E. pellita 1,3 Três Marias-MG 3,0x4,0 1,0 0,3 1,3 1,9 2,9 _ Ladeira (2001)

E. urophylla 1,3 Três Marias-MG 3,0x1,5 3,7 0,7 3,8 4,6 6,3 _ Ladeira (2001)

E. urophylla 1,3 Três Marias-MG 3,0x3,0 2,4 0,5 2,7 3,0 4,2 _ Ladeira (2001)

E. urophylla 1,3 Três Marias-MG 3,0x4,0 2,1 0,4 2,2 2,5 3,9 _ Ladeira (2001)

E. camaldulensis 2,6 Três Marias-MG 3,0x1,5 12,5 2,0 5,3 3,2 13,8 _ Ladeira (2001)

E. camaldulensis 2,6 Três Marias-MG 3,0x3,0 10,9 1,6 3,8 3,0 15,5 _ Ladeira (2001)

E. camaldulensis 2,6 Três Marias-MG 3,0x4,0 9,3 1,4 3,1 2,4 15,7 _ Ladeira (2001)

E. pellita 2,6 Três Marias-MG 3,0x1,5 9,9 3,0 6,4 6,7 16,5 _ Ladeira (2001)

E. pellita 2,6 Três Marias-MG 3,0x3,0 6,8 2,0 4,7 5,3 11,1 _ Ladeira (2001)

E. urophylla 2,6 Três Marias-MG 3,0x1,5 20,7 3,1 7,1 7,9 15,7 _ Ladeira (2001)

E. urophylla 2,6 Três Marias-MG 3,0x3,0 12,7 2,1 5,4 6,2 11,7 _ Ladeira (2001)

E. urophylla 2,6 Três Marias-MG 3,0x4,0 11,5 1,9 5,1 6,3 _ _ Ladeira (2001)

E. urophylla 3,1 Bocaiúva-MG 3,0x5,0 18,34 _ 5,12 4,01 _ _ Assis et al. (1999)

E. urophylla 3,1 Bocaiúva-MG 3,0x4,0 18,31 _ 6,26 3,63 _ _ Assis et al. (1999)

E. urophylla 3,1 Bocaiúva-MG 3,0x3,0 24,29 _ 5,54 5,69 _ _ Assis et al. (1999)

E. urophylla 3,1 Bocaiúva-MG 3,0x2,0 38,48 _ 5,31 6,6 _ _ Assis et al. (1999)

E. urophylla 3,1 Bocaiúva-MG 4,0x2,25 23,78 _ 4,7 3,97 _ _ Assis et al. (1999)

E. urophylla 3,1 Bocaiúva-MG 5,0x1,8 25,53 _ 5,06 2,85 _ _ Assis et al. (1999)

E. urophylla 3,1 Bocaiúva-MG 6,0x1,5 28,8 _ 7,45 6,97 _ _ Assis et al. (1999)

E. urophylla 3,1 Bocaiúva-MG 9,0x1,0 21,81 _ 3,51 3,48 _ _ Assis et al. (1999)

E. torelliana 3,2 Timóteo-MG 3,0x2,0 30,58 4,37 4,1 2,76 _ 7,43 Molica (1992)

EspécieIdade

(anos)Região

Espaçamento

(m)

Biomassa

(t/ha)

(1)Tronco Casca Galho FolhaMatéria

orgânicaRaiz

Fonte

(continua)

I n f o r m e A g r o p e c u á r i o , B e l o H o r i z o n t e , v . 2 9 , n . 2 4 2 , p . , j a n . / f e v . 2 0 0 8

100 Eucalipto

EspécieIdade

(anos)Região

Espaçamento

(m)

Biomassa

(t/ha)

(1)Tronco Casca Galho FolhaMatéria

orgânicaRaiz

Fonte

(continuação)

10,0 anos

Idade entre 1,3 e

4,0 anos

Média _ _ _ 16,38 2,54 4,81 4,66 12,47 6,25 _

Parte aérea (%) _ _ _ 57,70 8,96 16,94 16,40 _ _ _

Geral (%) _ _ _ 34,76 5,40 10,21 9,88 26,47 13,27 _

E. citriodora 3,2 Timóteo-MG 3,0x2,0 23,81 4,69 3,23 2,59 _ 3,15 Molica (1992)

E. camaldulensis 3,4 Três Marias-MG 3,0x1,5 19,7 3,1 7,6 4,6 18,2 _ Ladeira (2001)

E. camaldulensis 3,4 Três Marias-MG 3,0x3,0 17,3 2,9 5,9 4 20,6 _ Ladeira (2001)

E. camaldulensis 3,4 Três Marias-MG 3,0x4,0 15,5 2,9 5,1 3,4 21,8 _ Ladeira (2001)

E. pellita 3,4 Três Marias-MG 3,0x1,5 20,7 5 8,8 6,8 25,2 _ Ladeira (2001)

E. pellita 3,4 Três Marias-MG 3,0x3,0 15,2 3,5 6,2 5,6 17 _ Ladeira (2001)

E. pellita 3,4 Três Marias-MG 3,0x4,0 14,6 3,2 5,6 5,6 14,1 _ Ladeira (2001)

E. urophylla 3,4 Três Marias-MG 3,0x1,5 38,8 5,6 9,8 10,1 19,9 _ Ladeira (2001)

E. urophylla 3,4 Três Marias-MG 3,0x3,0 22,9 3,6 7,8 8,3 16,7 _ Ladeira (2001)

E. urophylla 3,4 Três Marias-MG 3,0x4,0 21,6 3,4 7,3 10,3 18 _ Ladeira (2001)

E. maculata 3,5 Itamarandiba-MG 3,0x2,0 9,68 2,26 2,34 2,01 _ 5,06 Molica (1992)

E. grandis 4,0 Curvelo-MG 3,0x1,0 39,94 6,52 6,38 5,94 _ 7,93 Pereira (1990)

E. urophylla 4,0 Curvelo-MG 3,0x1,0 38,12 6,89 5,65 6,78 _ 7,7 Pereira (1990)

E. urophylla 4,1 Bocaiúva-MG 3,0x5,0 32,1 _ 8,2 3,89 _ _ Assis et al. (1999)

E. urophylla 4,1 Bocaiúva-MG 3,0x4,0 43,94 _ 9,29 4,8 _ _ Assis et al. (1999)

E. urophylla 4,1 Bocaiúva-MG 3,0x3,0 54,94 _ 8,8 7,58 _ _ Assis et al. (1999)

E. urophylla 4,1 Bocaiúva-MG 3,0x2,0 68,3 _ 8,1 6,05 _ _ Assis et al. (1999)

E. urophylla 4,1 Bocaiúva-MG 4,0x2,25 51,17 _ 6,54 5,01 _ _ Assis et al. (1999)

E. urophylla 4,1 Bocaiúva-MG 5,0x1,8 47,95 _ 9,47 5,73 _ _ Assis et al. (1999)

E. urophylla 4,1 Bocaiúva-MG 6,0x1,5 67,71 _ 9,52 6,29 _ _ Assis et al. (1999)

E. urophylla 4,1 Bocaiúva-MG 9,0x1,0 36,78 _ 6,08 3,43 _ _ Assis et al. (1999)

E. grandis 5,5 Carbonita-MG 3,0x2,0 22,94 5,3 3,47 2,35 16,01 8,64 Ferreira (1984)

E. grandis 6,0 Bom Despacho-MG 3,0x2,0 61,84 10,95 9,13 3,33 12,69 14,03 Ferreira (1984)

E. camaldulensis 7,0 Três Marias-MG 3,0x1,5 35,8 6,3 3,5 2,1 22,4 _ Ladeira (2001)

E. camaldulensis 7,0 Três Marias-MG 3,0x3,0 34,9 5,8 3,5 1,9 21,3 _ Ladeira (2001)

E. camaldulensis 7,0 Três Marias-MG 3,0x4,0 31,5 4,9 3,2 1,7 21,3 _ Ladeira (2001)

E. pellita 7,0 Três Marias-MG 3,0x1,5 32,6 8,3 5 2,8 19,9 _ Ladeira (2001)

E. pellita 7,0 Três Marias-MG 3,0x3,0 24,9 5,9 5,4 2,8 16,4 _ Ladeira (2001)

E. pellita 7,0 Três Marias-MG 3,0x4,0 24,7 5,4 3,2 2,3 14,8 _ Ladeira (2001)

E. urophylla 7,0 Três Marias-MG 3,0x1,5 69,2 11,5 9,5 4,4 19,1 _ Ladeira (2001)

E. urophylla 7,0 Três Marias-MG 3,0x3,0 49,1 8,8 7,8 5,2 23,9 _ Ladeira (2001)

I n f o r m e A g r o p e c u á r i o , B e l o H o r i z o n t e , v . 2 9 , n . 2 4 2 , p . , j a n . / f e v . 2 0 0 8

101Eucalipto

EspécieIdade

(anos)Região

Espaçamento

(m)

Biomassa

(t/ha)

(1)Tronco Casca Galho FolhaMatéria

orgânicaRaiz

Fonte

(conclusão)

10,0 anos

Idades entre 4,1 e

7,0 anos

Média _ _ _ 43,80 7,41 6,69 4,09 19,14 11,33 _

Parte aérea (%) _ _ _ 70,65 11,96 10,80 6,60 _ _ _

Geral (%) _ _ _ 47,37 8,02 7,24 4,43 20,69 12,26 _

E. urophylla 7,0 Três Marias-MG 3,0x4,0 41,9 8,4 7,5 6,1 22,7 _ Ladeira (2001)

E. citriodora 8,0 Paraopeba-MG 3,0x2,0 61,4 15,3 19,1 6,1 _ _ Morais(1988)A

E. cloeziana 8,0 Paraopeba-MG 3,0x2,0 71,9 30,5 11,8 5,8 _ _ Morais(1988)A

E. saligna 8,0 Paraopeba-MG 3,0x2,0 94,6 16,9 32,5 10,6 _ _ Morais(1988)A

E. grandis 8,0 Paraopeba-MG 3,0x2,0 78,5 11,9 30,5 _ _ _ Morais(1988)A

E. grandis 10,0 Itirapina-SP 3,0x3,0 160,3 23,3 _ _ _ _ Silva (1983)A

E. saligna 10,0 Itirapina-SP 3,0x3,0 168,7 15,5 _ _ _ _ Silva (1983)A

E. propinqua 10,0 Itirapina-SP 3,0x3,0 85,7 17,5 _ _ _ _ Silva (1983)A

E. dunnii 10,0 Itirapina-SP 3,0x3,0 125,6 24,9 _ _ _ _ Silva (1983)A

E. robusta 10,0 Itirapina-SP 3,0x3,0 117,4 16,7 _ _ _ _ Silva (1983)A

Idades entre 7,1 e

10,0 anos

Média _ _ _ 107,12 19,17 23,48 7,05 _ _ _

Parte aérea (%) _ _ _ 68,12 12,19 14,93 4,77 _ _ _

Paixão (2004), estudando a quantifi-cação do estoque de carbono em um po-voamento de eucalipto, verificou que ofuste é o componente da árvore que maiscontribui, em média, para o total de carbo-no da parte aérea (81,84%), seguido porcasca (8,05%), galhos (7,74%) e folhas(2,57%). Além disso, esse autor constatouque a maior quantidade de carbono es-tocada, em toneladas por hectare, está naparte aérea (47,7 t), seguida pelas raízes(14,71 t) e pela manta orgânica (8,72 t),totalizando 71,13 toneladas de carbono to-tal por hectare, aos 6 anos de idade.

Silva (2007) modelou o carbono esto-cado no fuste de árvores de Eucalyptusgrandis, plantados no espaçamento 3x2 m,com idades que variam entre 36 e 96 me-ses, em três classes de índice de local (S=20,S=26, S=32), localizados na região do Altoe Médio Rio Doce, obtendo as estimativasdescritas no Quadro 4.

Tsukamoto Filho (2003), ao estudar afixação de carbono em um sistema agros-silvipastoril com eucalipto, também con-cluiu que a maior quantidade de carbonofixada encontra-se na parte aérea das ár-vores, correspondendo a 73,26%.

Schumacher e Witschoreck (2004), emum inventário de carbono em povoamen-tos de eucalipto na Região Sul do Brasil,obtiveram um estoque de carbono aos oitoanos, igual a 97,86 Mg/ha.

O Ministério de Ciência e Tecnologia(MCT) apresentou algumas estimativassobre o carbono fixado pelas florestas plan-tadas, dos gêneros Eucalyptus e Pinus,para o período de 1990 a 1994 (BRASIL,2002). Os resultados mostraram um saldopositivo de 40,7 milhões e 3,04 milhões detoneladas de carbono fixado pelas florestasde eucalipto e pinus, respectivamente, nes-te período. O mesmo estudo tambémmostrou que o tronco das árvores foi o

componente que apresentou as maioresquantidades de carbono fixadas, em tornode 65%, para o eucalipto, e 63%, para pinus(Quadros 5 e 6).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O advento do mercado de créditos decarbono é aguardado com muita expec-tativa por parte dos responsáveis pelapolítica florestal brasileira, haja vista queas florestas têm um papel importante naestocagem de carbono na superfície terres-tre. A concretização da venda do carbonoflorestal poderá aumentar a viabilidade daatividade florestal e garantir a sua susten-tabilidade, por meio de um novo serviçoambiental. Por isso, deposita-se tanta espe-rança neste eminente mercado.

Especificamente, em relação aos plan-tios de eucalipto tem-se uma vantagemcomparativa dado o seu rápido crescimen-to e sua capacidade de estocagem de car-

FONTE: (A) Soares (1995).

(1) Tronco sem casca.

I n f o r m e A g r o p e c u á r i o , B e l o H o r i z o n t e , v . 2 9 , n . 2 4 2 , p . , j a n . / f e v . 2 0 0 8

102 Eucalipto

bono. Entretanto, por, geralmente, trata-rem de florestas produtivas, serão cortadasem uma rotação curta, o que traz maioresdificuldades para aprovação dos crédi-tos pelas regras de Kyoto. No entanto,está-se formando o chamado mercadoextra-Kyoto, no qual os projetos não ne-cessitam atender a todas suas regras, po-rém devem contribuir para minimização doefeito estufa. Estes projetos têm sido ne-gociados, principalmente na CCX, mas ospreços dos créditos de carbono têm sidoinferiores, quando comparados a projetosque se enquadram nas regras de Kyoto.

Os plantios de eucalipto encaixam-seperfeitamente nas regras de Kyoto, quan-do se dá um destino energético à madeira equando esta estiver substituindo um com-bustível fóssil. Neste caso, os créditos po-derão ser contabilizados tanto na áreaflorestal, quando se substitui, por exem-plo, uma pastagem com baixo estoque decarbono por uma floresta, quanto na áreaindustrial, quando se substitui, por exem-plo, o óleo combustível, pela lenha oucarvão.

Muitas barreiras ainda precisam servencidas. Resta a todos os envolvidos noprocesso encontrarem os caminhos da efe-tivação da venda de créditos de carbonorelacionados com o plantio de eucalipto,para que se possa aproveitar esta opor-tunidade de mercado.

36 6,71 9,63 0,27 12,37 23,17 0,64 15,84 36,88 1,02

48 10,26 18,00 0,37 16,56 37,22 0,78 20,33 56,48 1,18

60 13,25 26,19 0,44 19,73 49,46 0,82 23,62 72,94 1,22

72 15,71 33,63 0,47 22,18 59,79 0,83 26,11 86,50 1,20

84 17,74 40,20 0,48 24,11 68,46 0,81 28,04 97,70 1,16

96 19,43 45,96 0,47 25,67 75,78 0,79 29,58 107,05 1,12

QUADRO 4 - Tabela de produção para povoamentos de Eucalyptus grandis na região do Alto e Médio Rio Doce - Minas Gerais

NOTA: S - Índice; B - Área basal por hectare; CF - Estoque total de carbono no fuste por hectare; IMM - Incremento médio mensal.

IMM

(t/ha/mês)CF

(t/ha)

B

(m²/ha)

B

(m²/ha)

CF

(t/ha)IMM

(t/ha/mês)

IMM

(t/ha/mês)

CF

(t/ha)B

(m²/ha)

Idade

(meses)

S = 20 S = 26 S = 32

QUADRO 5 - Estimativa do carbono estocado em florestas de pinus no Brasil

1990 12,52 3,13 4,38 20,03

1991 13,11 3,28 4,59 20,98

1992 13,56 3,39 4,75 21,70

1993 14,22 3,55 4,98 22,75

1994 14,42 3,60 5,05 23,07

(1)Madeira + casca.

Milhões de toneladas

(1)Tronco Copa

Ano

TotalRaízes

(1)Madeira + casca.

1990 69,23 13,85 24,23 107,31

1991 75,87 15,17 26,55 117,59

1992 81,10 16,22 28,38 125,70

1993 87,45 17,49 30,16 135,55

1994 95,49 19,10 33,42 148,01

QUADRO 6 - Estimativa de carbono estocado em florestas de eucalipto no Brasil

Milhões de toneladas

(1)Tronco Copa

Ano

TotalRaízes

I n f o r m e A g r o p e c u á r i o , B e l o H o r i z o n t e , v . 2 9 , n . 2 4 2 , p . , j a n . / f e v . 2 0 0 8

103Eucalipto

No mercado de carbono florestal, alémde todos os questionamentos sobre a di-ficuldade de evidenciar a adicionalidade,que passa inclusive por problemas de mo-nitoramento do carbono, ainda há o pro-blema da participação de pequenos pro-dutores, o que é praticamente inviável,diante dos altos custos de transação, pa-ra que os projetos sigam todos os passosaté a obtenção dos créditos de carbono.Entretanto, como o mercado ainda é muitoincipiente, acredita-se que, com o tempo,esses custos sejam diminuídos, permitindo-se a efetivação de diversos projetos noBrasil, dado todo o potencial existente emtermos de terras disponíveis, tecnologia eclima adequados para o plantio de eucaliptoe, conseqüentemente, a venda dos créditosde carbono.

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