a adolescência e seu significativo evolutivo fichamento 2

Upload: fabio-cury-guarani-kaiowa

Post on 05-Oct-2015

7 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

A Adolescência e Seu Significativo Evolutivo

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARABACENTRO DE CINCIASAPLICADAS E EDUCAOCURSO DE LICENCIATURA PLENA EM LETRASCAMPUS IV LITORAL NORTE MAMANGUAPE-PB

COLL, Csar. A adolescncia e seu significativo evolutivo. In: Desenvolvimento Psicolgico e Educao: Psicologia Evolutiva. V1, 2 ed. Porto Alegre: Artes Mdicas, 2004. p. 309-322.

Docente: Dra. Rossana PinheiroDiscente: Fbio da Silva

A Adolescncia e seu Significado Evolutivo

A adolescncia costumamos entender a etapa que se estende, grosso modo, desde os 12 ou 13 anos at aproximadamente os 20 anos de idade, uma etapa de transio em que j no se criana, mas ainda no se tem o status de adulto. (p.309)

No entanto, a adolescncia, tal qual a conhecemos no ocidente no comeo do sculo XXI, , at certo ponto, um produto do sculo XX. Muitos meninos e meninas ocidentais aos quais consideramos adolescentes podem caracterizar-se por ainda estarem no sistema escolar ou em algum outro contexto de aprendizagem profissional ou na busca de um emprego estvel, por ainda estarem dependendo de seus pais e vivendo com eles. (p.309).

Por estarem realizando a transio de um sistema de apego em grande parte centrado na famlia, passando por um sistema de apego centrado no grupo de iguais, a um sistema de apego centrado a uma pessoa de outro sexo, por se sentirem membros de uma cultura de idade que se caracteriza por ter suas prprias modas e hbitos, seu prprio estilo de vida, seus prprios valores. (p.310).

Os filsofos gregos da antiguidade, como depois os pensadores, j haviam identificado alguns anos de vida das pessoas que se caracterizam por que os que eram crianas comeam a ficar indisciplinados, a questionar a autoridade dos pais, a ter desejos sexuais. (p.310).

Os sujeitos aos quais esses escritores e pensadores se referiam constituam uma escassa minoria da populao entre 13 e 20 anos. (p.310).

Com a industrializao, a formao e os estudos passaram a ser importantes, foi se introduzindo nos diversos pases ocidentais o conceito de escolaridade obrigatria, que foi se prolongando at chegar na atualidade, na maioria dos pases europeus, aos 16 anos. (p.310)

Tudo o que foi dito anteriormente significa que, em nossa cultura ocidental, a incorporao dos adolescentes ao status adulto sofreu um atraso notvel, formando como consequncia um grupo novo que, conforme foi mostrado, desenvolve tambm seus prprios hbitos e maneiras e que se depara com problemas peculiares. (p.310).

Em sociedades menos desenvolvidas e/ou mais primitivas existe uma srie de rituais associados s mudanas fsicas da puberdade. Depois de passar por esses rituais, o individuo sai transformado em um adulto. (p.310).

Entende-se por puberdade o conjunto de mudanas fsicas que ao longo da segunda dcada de vida transformam o corpo infantil em um corpo adulto capacitado para reproduo. (p.311).

Chamamos de adolescncia a um perodo psicossociolgico que se prolonga por vrios anos e se caracteriza pela passagem entre a infncia e a idade adulta. Obviamente, a puberdade um fenmeno universal para todos os membros de nossa espcie, como fato biolgico que e como o momento de maior importncia em nosso calendrio maturativo comum. (p.311).

A adolescncia, por sua vez, um fato psicossociolgico no necessariamente universal e que no necessariamente adota em todas as culturas o mesmo padro de caractersticas que adota na nossa, e que tambm houve uma importante variao histrica que, ao longo de nosso sculo, foi configurando a adolescncia que conhecemos. (p.311).Alguns autores consideram que as mudanas biolgicas que acompanham a puberdade so as responsveis pelas transformaes psicolgicas prprias desse perodo, outros enfatizam os aspectos sociais e contextuais, essencialmente os novos papis e tarefas que a sociedade demanda aos jovens. (p.311).

Para Hall, a adolescncia representava um momento crtico no desenvolvimento humano por corresponder ao momento da evoluo da espcie humana que supunha a passagem da selvageria para o mundo civilizado. (p.311).

Essa sobreposio da adolescncia entre a infncia e a idade adulta tingiria esse perodo de tenses e sofrimento psicolgico, devido aos conflitos entre os impulsos do adolescente e as demandas feitas pela sociedade. (p.311).

Para Freud, esse perodo supunha o trmino do estgio de latncia e o ressurgimento dos impulsos sexuais aps a puberdade, com o que o desenvolvimento psicossexual alcanava sua meta final: a fase da sexualidade genital. (p.311).

O adolescente experimentava um retorno do complexo de dipo que deveria superar distanciando-se emocionalmente dos seus pais e voltando-se para seus iguais, entre os quais escolheria um objeto sexual aceito socialmente. (p.311).

Um desses mecanismos a intelectualizao, que uma consequncia das novas capacidades cognitivas adquiridas pelos adolescentes e que consiste nos frequentes pensamentos e reflexes filosficas sobre certos temas que podem ser conflituosos para o adolescente, como as relaes de casal ou a homossexualidade. (p.312).

Essa alternncia ou ambivalncia vai representar a caracterstica mais chamativa dos adolescentes, que vo demonstrar uma conduta pouco previsvel e uma ambivalncia entre a dependncia ou o carinho para com seus pais e independncia e a rejeio, entre a generosidade e o idealismo, ou entre a busca da identidade prpria e a imitao dos demais. (p.312).

Se durante a infncia precoce ocorria um processo de individualizao do lactante com relao aos seus progenitores, durante a adolescncia ocorre um segundo processo de individualizao que leva ao distanciamento emocional em relao aos pais e aproximao aos iguais, primeiro mediante as relaes de amizade, e posteriormente nas relaes de casal. (p.312).

Essa desvinculao afetiva deixa no adolescente um certo vazio emocional que justifica o aparecimento de certos comportamentos regressivos que lembram algumas condutas prprias da infncia. (p.312)

Entre esses comportamentos, encontramos a atrao incondicional ou a idolatria por alguns personagens famosos, a fuso emocional ou a sensao de estar completamente unido a um amigo, ou inconformismo e a rebeldia que contribui para o processo de desvinculao e seria um derivado da ambivalncia nas relaes e no conflito entre o amor e o dio para com os pais. (p.312).

Erikson considera a adolescncia um perodo fundamental no desenvolvimento do eu, j que as mudanas fsicas, psquicas e sociais levaro o adolescente a uma crise de identidade cuja resoluo contribuir para a consolidao da personalidade adulta. (p.312).

A adolescncia est marcada pela convergncia entre as necessidade do jovem e as demandas sociais: dessa combinao, surge uma srie de oito tarefas evolutivas que devem ser enfrentadas durante os anos da adolescncia. (p.313)

Entre essas tarefas, pode-se destacar a aceitao do prprio corpo resultantes das mudanas da puberdade, [...] o estabelecimento de relaes mais maduras com os companheiros de ambos os sexos, a independncia emocional dos pais. (p.313).

Existe um certo consenso entre pesquisadores em considerar que a porcentagem de adolescente que experimenta algum tipo de desajuste psicolgico no supera os 20%, o que vem a coincidir com a porcentagem de crianas que experimentam problemas parecidos durante a infncia. (p.314)

No entanto, ainda que no existam diferenas importantes entre essas duas etapas do desenvolvimento em relao porcentagem de meninos e meninas com dificuldades, talvez, pode-se encontrar uma significativa mudana qualitativa nas manifestaes comportamentais. (p.314).

O processo de transformao fsica colocado em andamento por vrios mecanismos hormonais que desencadeiam um longo processo de mudanas que apresentam um padro diferente para os meninos e as meninas. (p.315).

Esses mecanismos hormonais se iniciam devida a atividade do hipotlamo que envia sinais para hipfise para que esta comece a secretar importantes quantidades de hormnios gonadotrficos. (p.315).

Esses hormnios estimularo o desenvolvimento das gnadas sexuais masculinas e femininas, que comearam a produzir hormnios sexuais, cuja presena no sangue aumentar em relao aos nveis que existiam nos anos anteriores. (p.315).

Este alto nvel de hormnios sexuais, sobre tudo a testosterona nos meninos e a progesterona e o estrognio nas meninas, ser o responsvel pelas mudanas fsicas. (p.315).

Nos meninos, a primeira manifestao das mudanas o aumento do tamanho dos testculos, seguido de um tmido surgimento dos plos sic pubianos, sem pigmentao, o crescimento do pnis, sobretudo seu comprimento, e uma primeira mudana de voz. (p.316).

O plo sic pubiano ficar mais pigmentado e abundante, e o crescimento do pnis e dos testculos continuar, comeando a produo de espermatozides sic; por isso, podero ter as primeiras ejaculao, geralmente induzidas mediante a masturbao, ainda que possam ocorrer de forma espontnea em ejaculao involuntrias noturnas. (p.316).

Nas meninas, o desenvolvimento mamrio representa a primeira manifestao visvel da puberdade , embora possam levar at nove anos para chegarem ao tamanho definitivo, sendo sua durao mdia de quatro ou cinco anos. Tambm comeam a arredondar os quadris e a aparecer os primeiros plos sic pubianos. (p.316).

Embora muitas das mudanas da adolescncia ocorram nos primeiros anos, o final da adolescncia e o inicio da vida adulta precoce tambm esto associadas a importantes tarefas evolutivas, como terminar os estudos, procurar trabalho ou iniciar uma vida independente, que supe uma importante transio evolutiva, ainda que nesse caso as mudanas tenham um carter mais social do que o biolgico. (p.320).

( Fichamento compilado do material cedido pela Professora Rossana Pinheiro, para fins didticos)