a arca de noé
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Desde há muito tempo as pessoas contam esta
história: Deus criou a terra como se fosse uma casa.
Chamam ao telhado “céu” e ao chão “terra”.
Imaginam que à volta da casa há água e que a casa os
protege contra ela. Durante muito tempo as pessoas
viveram assim, juntas e felizes na sua grande casa.
Mas passado algum tempo,
algumas começam a duvidar.
“Vamos ser cada vez mais
pessoas aqui nesta casa. O
que é que acontece quando a
comida não for suficiente
para todos?”.
Deus teve de observar enquanto na
casa que criou começavam as
discussões e isso magoa-O. Pergunta-
se: “O que é que aconteceu às pessoas
que Eu criei?”. Então decide-Se: “Vou
começar tudo de novo com vocês.” E
nisto dirige-Se à única pessoa em quem
pode confiar e que também confiava
n’Ele: Noé.
Deus tem um plano para Noé:
ele deve construir uma casa
gigante de madeira, uma arca.
Deus diz-lhe o tamanho exato
que ela deve ter. Noé pergunta
porque é que tem de contruir a
arca e Deus fala-lhe das pessoas
que só discutem.
A casa feita do céu e da terra não irá protege-las
da água durante muito mais tempo. Apenas Noé,
a sua família e um macho e uma fêmea de cada
espécie animal devem salvar-se.
Noé não consegue acreditar
que uma inundação gigante vai
acabar com toda a vida na terra.
No entanto, ele e a sua família
dedicam-se à construção da
arca. Precisam de quantidades
enormes de madeira e de breu,
que usam para tapar as fendas
entre as tábuas.
Metro a metro, a arca cresce. Os vizinhos e conhecidos de Noé
ficam espantados ao ver aquela construção. Alguns até se riem
dele, quando lhes conta qual é a razão para estar a construir a
arca.
Em breve a arca está
terminada. Só falta recolher
alimentos e bebida suficientes
para a família de Noé e para os
animais.
Juntam cereais, bagas, raízes e
ervas. Noé está a terminar de
carregar a arca, quando atrás
de si aparecem os leões.
Noé assusta-se, mas os animais sentam-se e esperam. A seguir chegam
duas vacas, depois duas ovelhas e duas tartarugas.
Atrás delas aterram duas cegonhas. Noé conduz todos os animais à
arca, à medida que vão chegando.
Quando não avistam mais
nenhum animal, Noé e a sua
família entram também na
arca. Noé fecha a porta. Não
sabem quanto tempo terão de
ficar na arca e esperam,
ansiosos, pelo que irá
acontecer a seguir.
De repente ouvem alguma coisa a bater na madeira. Sentem primeiro
um leve empurrão e depois a arca começa a abanar. Nessa altura
percebem: a água chegou e a arca está a flutuar.
De lá de fora não ouvem
nada a não ser o barulho da
água. Não conseguem contar
quantas vezes nasce o sol, e
por isso não sabem há
quantos dias estão na arca.
Só podem imaginar que
entretanto toda a terra esteja
coberta de água.
Finalmente o barulho para.
Tudo fica silencioso. Apenas
de vez em quando conseguem
ouvir o que resta da água a
bater na madeira. Assim se
passam mais alguns dias.
De repente, ouvem ao longe
um silvo, primeiro calmo,
depois cada vez mais forte. A
arca começa a abanar.
Noé lembra-se: o que é que
Deus tinha dito? Iria chegar um
vento que levaria a água outra
vez embora.
Então sente novamente um empurrão e a arca para de
abanar. A água já se tinha afastado o suficiente para a arca
assentar em algum lado.
No entanto, Noé ainda não
abre as portas. Quer esperar
atá a sua família e os animais
conseguirem encontrar
comida e um sítio para viver.
Por três vezes, envia lá para
fora uma pomba.
Da primeira vez, a pomba regressa à noite, cansada. Não
tinha encontrado sítio onde descansar. Da segunda vez, traz
consigo um raminho verde.
Assim, Noé sabe: as árvores já estão a dar folha. Da terceira vez, a
pomba não regressa. “Encontrou um sítio para fazer o seu ninho”,
pensa Noé. Mesmo assim ele quer ter a certeza que a água desapareceu
toda, por isso espera mais alguns dias.
Finalmente, Noé abre as portas
da arca. Os pássaros voam pelos
céus, os elefantes anunciam com
as trombas a alegria de todos. É
uma verdadeira festa: Homens e
animais regressam à sua casa
que é a terra. Noé agradece a
Deus. E Deus fica feliz por
todos.
Promete-lhes: a Terra voltará a ser a casa de todos os seres. A vida
nela estará sempre protegida. E acrescenta, dirigindo-se a Noé:
“Quando virem um arco-íris, então saberão: podem confiar na
minha promessa.”