a biodiversidade no estado do acre

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T&C Amazônia, Ano 1, n o 3, Dez de 2003 45 A Biodiversidade no Estado do Acre: Conhecimento Atual, Conservação e Perspectiva A BIODIVERSIDADE NO ESTADO DO ACRE: CONHECIMENTO ATUAL, CONSERVAÇÃO E PERSPECTIVAS Moisés B. de Souza * Marcos Silveira ** Maria Rosélia M. Lopes *** Lisandro Juno S. Vieira **** Edson Guilherme ***** Armando M. Calouro ****** Elder F. Morato ******* ACRE: UMA FRONTEIRA BIOLÓGICA E GEOGRÁFICA NO SUDOESTE DA AMAZÔNIA. O Estado do Acre está localizado no extremo oeste do Brasil, em uma área de transição entre a Cordilheira andina e as terras baixas amazônicas, e inserido, ou próximo, de um dos mais importantes Refúgios Florestais do Pleistoceno, o “Refúgio do Leste do Peru-Acre” proposto por HAFFER (1969, 1974), VANZOLINI & WILLIAMS (1970), PRANCE (1973), BROWN et al. (1974), contudo não corroborado por RANZI (2000). A Amazônia sul-ocidental, em território brasileiro é caracterizada pela presença de rios barrentos e meândricos, com cursos instáveis e terreno relativamente plano, exceto em partes da bacia do alto Juruá, cuja topografia mais acidentada revela morros, rochas, cachoeiras e pequenas montanhas de até 600 m, em função da proximidade dos Andes. O clima no Acre é caracterizado por uma média pluviométrica anual que varia entre 1.600 mm e 2.750 mm, e pela duração da sazonalidade. No Acre, o déficit hídrico pode se prolongar por

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T&C Amazônia, Ano 1, no 3, Dez de 2003 45

A Biodiversidade no Estado do Acre: Conhecimento Atual, Conservação e Perspectiva

A BIODIVERSIDADE NOESTADO DO ACRE:CONHECIMENTO ATUAL,CONSERVAÇÃO EPERSPECTIVAS

Moisés B. de Souza*

Marcos Silveira**

Maria Rosélia M. Lopes***

Lisandro Juno S. Vieira****

Edson Guilherme*****

Armando M. Calouro******

Elder F. Morato*******

ACRE: UMA FRONTEIRA BIOLÓGICA EGEOGRÁFICA NO SUDOESTE DAAMAZÔNIA.

O Estado do Acre está localizado noextremo oeste do Brasil, em uma área detransição entre a Cordilheira andina e as terrasbaixas amazônicas, e inserido, ou próximo, de umdos mais importantes Refúgios Florestais doPleistoceno, o “Refúgio do Leste do Peru-Acre”proposto por HAFFER (1969, 1974), VANZOLINI& WILLIAMS (1970), PRANCE (1973), BROWNet al. (1974), contudo não corroborado por RANZI(2000).

A Amazônia sul-ocidental, em territóriobrasileiro é caracterizada pela presença de riosbarrentos e meândricos, com cursos instáveis eterreno relativamente plano, exceto em partes dabacia do alto Juruá, cuja topografia mais acidentadarevela morros, rochas, cachoeiras e pequenasmontanhas de até 600 m, em função daproximidade dos Andes.

O clima no Acre é caracterizado por umamédia pluviométrica anual que varia entre 1.600mm e 2.750 mm, e pela duração da sazonalidade.No Acre, o déficit hídrico pode se prolongar por

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até cinco meses na região leste, diminuindoprogressivamente no sentido Sudeste-Noroeste(ACRE, 2001). Com uma estação secapronunciada, o leste do Estado revela afinidadesflorísticas fortes com o Brasil Central e asformações peri-Amazônicas mais secasinvestigadas por PRADO & GIBBS (1993),enquanto no extremo noroeste, mais úmido, háafinidades com os Andes e demais partesperiféricas da Amazônia ocidental.

Até hoje, o Acre ainda é considerado umEstado isolado do resto do país, onde omelhoramento das estradas é um sonhoregional, tanto do lado brasileiro como dos ladosperuano e boliviano na Amazônia Sul-Ocidental.Com os investimentos do Programa AvançaBrasil, o trecho acreano da BR-317, que ligaráo Brasil aos portos do Pacífico, está concluído(BROWN et al., 2002). No entanto, existe umapreocupação por parte da comunidade localsobre os possíveis impactos sociais eambientais que essas obras possam causar naregião, uma vez que a rodovia cruza um “hotspot”, e praticamente inexistem estudos sobreos possíveis impactos.

Embora as mudanças nos padrões de usoda terra venham provocando a fragmentaçãoflorestal, especialmente no leste do estado, dos152.581.388 km2 (NÃO SERIAM m2 ?), o Acreainda mantém 90% da sua cobertura florestal empé, e parte de sua área pertence à União, o quefavorece o estabelecimento de mecanismos deconservação (ACRE, 2001).

A FLORA E A FAUNA EM NÚMEROS

Resultados do Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Acre (ACRE, 2001), noseu componente “Indicativos para Conservaçãoda Biodiversidade”, apontam que mais da metadeda superfície do estado tem importância “extrema”

e “muito alta” para proteção da biodiversidade(ACRE, 2001). O Acre também é indicado comoregião prioritária para levantamentos biológicos, ecomo “hot spot” para diversos grupos, por causada alta diversidade e de endemismos estreitos(CONSERVATION INTERNATIONAL, 1991;DINNERSTEIN et al., 1995).

A alta diversidade biológica no Estado doAcre pode ser resultante da interação de umconjunto de fatores bióticos e abióticos, como:origem e história geológica da região; mudançasclimáticas no passado; mecanismos de geraçãodessa diversidade ao longo do tempo;heterogeneidade ambiental; características dascondições climáticas atuais (pluviosidade,umidade, temperatura, e sazonalidade).

As informações sobre diversidade florísticado Acre oriundam originam-se de levantamentosefetuados por especialistas botânicos, cujasamostras estão depositadas no Herbário daUniversidade Federal do Acre e, ainda, do Bancode Dados da Flora do Acre.

Estudos sobre o inventário taxonômico dabiodiversidade de algas no estado do Acre sãoincipientes, raros e estão concentrados nacomunidade fitoplanctônica. Embora suaficoflórula seja exuberante e extremamentediversificada, o que pode ser comprovado pelapresença de representantes de todos os filos algaise considerável número de classes (VAN DENHOEK et al., 1997), ainda é muito poucoconhecida.

No vale do Juruá, ARCHIBALD & KING(1985) identificaram 73 espécies para o rio Moa eLopes (dados não publicados), 56 espécies parao rio Juruá. No vale do rio Acre, KEPPELER et al.(1999a, 1999b), identificaram 35 espécies para olago Amapá, e LOPES & BICUDO (2003), 98espécies para o lago Pirapora. Além disso, LOPES(dados não publicados) vem realizando um

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inventário taxonômico apurado para o Estado e,até o momento, foram identificadas e catalogadas436 espécies de algas fitoplanctônicas e perifíticas,coletadas nos açudes e nos ecossistemas queformam a planície de inundação do rio Acre.

O conhecimento da composição florísticados ecossistemas do Acre, incluindo as coleçõeshistórias do botânico alemão Enest Ule, realizadasem 1901 e 1910, foi resgatado e estásistematizado no Banco de Dados da Flora doAcre (www.nybg.org/bsci/acre), gerenciado hámais de 13 anos pelo convênio entre aUniversidade Federal do Acre (UFAC) e o New YorkBotanical Garden (NYBG).

O banco de dados registra quase 20.000amostras botânicas incorporadas à coleção doHerbário da UFAC e, desse total, estima-se queexistam no Acre aproximadamente 4.000espécies vegetais, significando que a cada cincoplantas coletadas na região, uma representa umnovo registro para a base de dados.

O conhecimento da flora do Acre estádistribuído geograficamente de forma irregular,uma vez que a bacia do Rio Acre no leste, e a doAlto Juruá no noroeste, receberam maioresinvestimentos, sendo que esta última concentra amaioria das coletas botânicas efetuadas no estado(DALY & SILVEIRA 2002). Em função disso, existeuma lacuna, ou “buraco negro” (SILVEIRA et al.,1997) no conhecimento florístico na região dabacia do Rio Purus, que apenas recentementepassou a ser alvo de expedições botânicas.

Apesar da quantidade de coletas teraumentado nos últimos anos (SILVEIRA, 2003), amédia de 15 coletas em 100 km2 ainda érelativamente baixa quando comparada com maisde 85 plantas coletadas em 100 km2 na AmazôniaEquatoriana (RENNER et al., 1990), e mais de 30espécies em 100 km2 na região do Chocó, naColômbia (FORERO & GENTRY, 1989).

Na busca pelo aumento do número dascoletas botânicas e da qualidade dasdeterminações, especialistas mobilizados para oAcre nos últimos 30 meses, através do convênioUFAC/NYBG, coletaram cerca de 8.000 amostras.Isso representa um impacto notável para oconhecimento da flora regional, pois o herbáriolevou pouco mais de 20 anos para incorporar17.000 amostras, e cresceu quase 40% emmenos de três anos (SILVEIRA, 2003). Nessesúltimos 30 meses foram descobertas 32 espéciesnovas de plantas, o equivalente a mais de umaespécie nova por mês. Além da descoberta deum número crescente de espécies novas para aciência, análises de distribuições levantam umnúmero cada vez maior de espécies endêmicasestreitas (DALY, 2003).

O Acre abriga 75 espécies de briófitas, 152de pteridófitas e seis de gimnospermas (Zamia eGnetum), e constitui um centro de diversidadepara as palmeiras, abrigando mais espécies quea Bolívia inteira, e pelo menos 70% da flora depalmeiras da Amazônia ocidental (HENDERSON,1995). Para a Amazônia, o Acre também é ricoem Myrtaceae, Araceae terrestres, e Pteridófitas.

Além dos dados florísticos, informaçõesde 14 amostras de um hectare estabelecidas emdiferentes tipos de floresta no Acre (SILVEIRA &DALY, dados não publicados), também ajudam nacompreensão dos padrões de diversidade, e nodesenvolvimento de modelos sobre densidade ediversidade arbóreas para a Amazônia (TERSTEEGE et al., 2003). Para os padrõesAmazônicos, as florestas no Acre são pobres oupodem apresentar riqueza intermediária deespécies. A Floresta aberta com bambus dogênero Guadua, por exemplo, abriga um númeroinferior a 100 espécies arbóreas por hectare(SILVEIRA, 2001). Em determinadas Florestasabertas com palmeiras, no entanto, é possível

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encontrar até 201 espécies por hectare (SILVEIRA& DALY, dados não publicados), um valor não tãoelevado em relação àqueles encontrados emManaus (OLIVEIRA & MORI, 1999), Iquitos no Peru(BALSLEV et al., 1987), e Cuyabeno no Equador(VALENCIA et al., 1994), mas superior à riquezadocumentada em mais de 50% dos inventáriosrealizados na Amazônia.

No que diz respeito à fauna, o Acre tambémapresenta uma diversidade alta de espécies, e talconhecimento está associado às coleções dereferência mantidas pela UFAC (entomológica,paleontológica, herpetológica, fauna aquática eamostras taxidermizadas de espécimes daavifauna e da mastofauna), e às informaçõescongregadas em um Banco de ReferênciasBibliográficas sobre a fauna do estado (ACRE,2001).

Os animais da fauna regional somam3.581 espécies, com destaque para a avifauna,anurofauna e mastofauna. No Acre é possívelencontrar cerca de 30% dos sapos, rãs epererecas existentes no Brasil, 50% da avifaunae cerca de 40% dos mamíferos brasileiros. Emfunção da proximidade dos Andes, o Acre tambémé uma região de diversidade alta de borboletas.

O conhecimento sobre a ictiofauna deágua doce da região Neotropical, a menosconhecida entre as regiões zoogeográficas domundo (MOYLE & CECH, 1982), aponta para2.400 espécies (MENEZES, 1996; LOWE-McCONNELL, 1999), dentre as quais cerca de1.300 estão presentes na Amazônia, muitasdestas endêmicas. Os inventários no Acre sãopouco expressivos, uma vez que a região éconsiderada como “Área de muito altaimportância” para a conservação da biota aquática(cerca de 70% da área do estado do Acre),segundo o Seminário Consulta de Macapá(CAPOBIANCO et al., 2001). e o esforço de

amostragem é restrito a duas áreas (Alto rio Juruáe Bacia do rio Acre).

BEGOSSI et al. (1999) registraram 102espécies no Alto Juruá, sendo essas espéciesdistribuídas nos gêneros Characiformes (7famílias; 40 espécies), Siluriformes (9 famílias;51 espécies), Gymnotiformes (2 famílias; 3espécies), Perciformes (2 famílias; 6 espécies)e Pleuronectiformes (1 espécie). Baseados noconhecimento de populações tradicionais e emamostragens, CUNHA et al. (2002) registraramcerca de 130 espécies de peixes no Alto Juruá.Trabalhos realizados por BRITSKI et al.(informação pessoal) na bacia do rio Acreindicaram a existência de pouco mais de umacentena de espécies. Estudos de VIEIRA (2003)na bacia do Riozinho do Rola, afluente do rioAcre, revelaram 38 espécies de peixes, muitasdestas já incluídas nos inventários de BRITSKIet al. (op. cit.), BEGOSSI et al. (1999) e CUNHA& ALMEIDA (2001). Dados do ZoneamentoEcológico-Econômico – ZEE (ACRE, 2001)contabilizam 251 espécies de peixescatalogadas para o Acre, representando 8,4%do total de espécies de peixes registradas para oBrasil. Dada a grande variedade de ecossistemase habitats existentes no Acre, acredita-se que onúmero de espécies de peixes deve ser muitomaior do que aquele apresentado pelo ZEE(ACRE, 2001). O conhecimento da fauna deanfíbios do Acre ainda é muito incipiente, mas osuficiente para afirmarmos que este é um doslocais de maior diversidade de anfíbios doplaneta (SOUZA, 2003). Atualmente, sãoconhecidos em torno de 5.500 espécies deanfíbios no mundo (FROST, 2002). Mais de1.700 destas espécies vivem na América do Sule o Brasil é o país com a maior diversidade:517 espécies (LEWINSOHN & PRADO, 2002).Um grande número dessas espécies ocorre na

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floresta Amazônica. No Acre, foram registradasaté o presente momento 126 espécies, 32gêneros e 10 famílias representantes dasordens: Anura: Bufonidae (5), Centrolenidae (1),Dendrobatidae (10), Hylidae (57),Leptodactylidae (40), Microhylidae (8), Pipidae(2) e Ranidae (1); Caudata: Plethodontidae (1)e Gymnophiona: Caeciliidae (1). Destas, 19espécies ainda não tiveram a taxonomia a nívelespecífico precisamente definida, sendo quemuitas destas podem representar novosregistros para a ciência, três são tidas comoendêmicas para o Acre, e 14 espéciesrepresentam o primeiro registro para o Brasil(SOUZA, 2003).

A fauna de anfíbios do Acre é constituídapor espécies adaptadas a ambientes abertos eflorestados; apresentam ampla variedade deestratégias reprodutivas, sendo que a maioriadepende de corpos d’água para a reprodução. Háespécies com distribuição na região tropical dasAméricas, espécies com ampla distribuição naBacia Amazônica, espécies restritas à Alta BaciaAmazônica, espécies com distribuição nas regiõesandina e subandina, além de espécies comdistribuição nas regiões central e sudeste do Brasil(SOUZA, 2003).

Considerando que os levantamentosherpetológicos no Acre são preliminares e commaior esforço de amostragem na parte oestedo Estado (bacia do rio Juruá), espera-se que oconhecimento da riqueza de espécies deanfíbios no Estado possa aumentarsignificativamente nos próximos anos.

O território brasileiro, com todos os seusbiomas, possui cerca de 1.677 espécies de aves(LEWINSOHN & PRADO, 2002; SICK, 1997),sendo que destas, aproximadamente 1.000ocorrem na Amazônia (CAPOBIANCO, 2001;HAFFER, 1990). No Acre, que é considerado

um centro de endemismo avifaunístico,registra-se cerca de 723 espécies de aves, umnúmero expressivo que reflete a altabiodiversidade da Amazônia, se comparado, porexemplo, com o total de aves registradas parao cerrado sul-americano que é cerca de 759espécies (SILVA, 1995), bioma este que possuiuma área quase 10 vezes maior do que a doEstado do Acre. De acordo com D. C. ORENapud CAPOBIANCO (2001), na Amazôniaexistem 283 espécies de aves consideradasraras ou com distribuição geográfica restrita.Dentre estas observamos queaproximadamente 100 ocorrem no territórioacreano, ou seja, 35% de todas as espéciesconstantes na referida lista, sendo que asúnicas espécies da família Psophiidae eMomotidae, as três espécies da família Rallidaee quatro das cinco espécies da famíliaGalbulidae presentes, já foram registradas nasflorestas do Estado do Acre.

Considerando que os levantamentosornitológicos no Acre estão, a exemplo dosoutros grupos animais citados, tambémincipientes . Contudo , é provável que a riquezade espécies de aves no território acreanoaumente significativamente nos próximos anosa partir de novos estudos. Atualmente, estãodisponíveis na literatura dados de levantamentosrealizados na bacia do rio Juruá (NOVAES,1957, 1958; WITTAKER & OREN, 1999;WITTAKER et al., 2002) e na bacia do rio Acre(PINTO & CAMARGO, 1954; GUILHERME,2001), estando a região central, bacia dos riosPurus e Tarauacá, desconhecida em relação asua ornitofauna. Este fato levou ornitólogos eambientalistas, durante o Seminário Consultade Macapá/1999 a indicarem esta parte doEstado como uma área prioritária para futurosinventários deste grupo biológico (MMA, 2002;

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CAPOBIANCO, 2001).Os mamíferos do Acre foram pouco

inventariados, sendo a maioria das coletaspontuais e decorrentes de estudos que não tinhamcomo objetivo estimar a biodiversidade, mas simembasar estudos de auto-ecologia ou referentesaos efeitos da caça de subsistência (ACRE, 2001).Em conseqüência disso, determinados grupostaxonômicos foram negligenciados,especialmente aqueles que refletem a riquezafaunística, como os quirópteros e os pequenosmamíferos (marsupiais e roedores). No restantedo Estado, especialmente entre o Rio Tarauacá eo Rio Iaco, levantamentos faunísticos para avaliara biodiversidade são ainda necessários.

No Parque Nacional da Serra do Divisor,foi realizado um levantamento sobre a riqueza demamíferos, enfocando a mastofauna e aquiropterofauna (SOS AMAZÔNIA, 1998;CALOURO, 1999), e confirmada a ocorrência demais de 100 espécies, uma diversidade alta demamíferos em comparação com dados de outrasUnidades de Conservação da Amazônia,considerando-se o fato de que os pequenosmamíferos não foram inventariados.

De modo geral, a riqueza de mamíferosno Acre é elevada, estimada em 209 espécies(ACRE, 2001). Essa estimativa precisa ser revistacom levantamentos específicos, já que ela ébaseada em citações existentes na literatura.Tendo isso em vista, essas espécies se distribuempelos seguintes grupos taxônomicos: Artiodactyla(4), Carnivora (18), Cetacea (2), Chiroptera (103),Lagomorpha (1), Marsupialia (16), Perissodactyla(1), Primates (20), Rodentia (33), Sirenia (1) eXenarthra (10).

Dentre os invertebrados, atençãoespecial merece o Filo Arthropoda, e dentrodesse, a Classe Insecta. Eles constituem omaior agrupamento animal existente em termos

de diversidade e biomassa. Baseado emestudos nas América Central e do Sul, ERWIN(1982) estimou que o número de espécies deartrópodos existentes na região Tropical deveser aproximadamente 30 milhões. A biomassade insetos sociais nas florestas tropicais doBrasil, por exemplo, excede 7 vezes a de todosos vertebrados (LaSALLE & GAULD, 1995).

De interesse especial dentro da ClasseInsecta é a ordem Hymenoptera, que inclui asformigas, vespas, abelhas e formas diminutasdenominadas vespas parasitóides. Essesinsetos exibem considerável variação emforma, comportamento e função nosecossistemas terrestres.

Mais da metade das espécies de vespaspertence às famílias Pompilidae, Crabronidae eVespidae. Não existem estimativas do número totalde vespas para o Brasil, devido à carência deestudos taxonômicos e sistemáticos. SegundoAMARANTE (2002), devem existir no Brasil, só dasfamílias Crabronidae e Sphecidae, cerca de 633espécies; no Acre foram registradas 40 espéciesde Crabronidae e Sphecidae (AMARANTE 2002),porém, AMARANTE (informação pessoal), afirmaque existem na região 100 a 200 espéciesdescritas desse grupo.

Apesar das poucas coletas, os resultadospreliminares que começam a ser publicadosapontam para uma grande diversidade comelementos novos ou de ocorrência restrita. Porexemplo, AZEVEDO et al. (2002) citam o registro,em apenas 12 dias de amostragem, de 102espécies de vespas da família Bethylidae coletadasno Parque Nacional da Serra do Divisor (PNSD).Destas, a maioria deve ser constituída porespécies novas. Desse total, pelo menos 10espécies do gênero Apenesia foram recentementedescritas por AZEVEDO & OLIVEIRA (2002).Nesse mesmo levantamento rápido, MORATO &

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PASSOS (1998) coletaram cerca de 85 espéciesde 40 gêneros de vespas solitárias e sociais.

Outro grupo que merece destaque é aguilda constituída por vespas e abelhas solitáriasque nidificam em cavidades preexistentes.MORATO (em prep.) coletou 40 espécies naFazenda Experimental Catuaba, município de RioBranco, valor superior ao obtido por MORATO &CAMPOS (2000) nas áreas do projeto “DinâmicaBiológica de Fragmentos Florestais” (PDBFF) (24espécies), ao norte de Manaus. Foram coletadasna Reserva Catuaba, 29 espécies de abelhasdessa guilda, sendo algumas delas novas para aciência, e uma delas recentemente descrita(MOURE, 2003). Esse número é superior aosobtidos em outros locais da Amazônia (MORATO& CAMPOS, 2000).

Em se tratando de insetos, um outro grupode grande interesse são os Lepidoptera(borboletas e mariposas). BROWN & FREITAS (2002), registraram 1.620 espécies para a regiãodo alto rio Juruá, mas há indícios de que o númeropoderá chegar a 2.000. Esses primeiros resultadossugerem que a fauna desses grupos de insetostêm uma grande diversidade no Estado do Acre.

ÁREAS PROTEGIDAS

A aplicabilidade das informações sobre abiodiversidade redunda em voz ativa nas políticasambientais no Acre, uma vez que tais informaçõestêm causado um impacto positivo em açõesrelacionadas com o desenvolvimento deestratégias de conservação e de manejo dosrecursos naturais. Os levantamentos dabiodiversidade efetuados nos últimos anos no Acresubsidiaram a elaboração do ZoneamentoEcológico-Econômico, do Plano de Manejo doParque Nacional da Serra do Divisor, do Plano deDesenvolvimento das Reservas ExtrativistasChico Mendes e Alto Juruá e, mais recentemente,

da Peça de Defesa de Criação do ParqueEstadual do Alto Chandless e de uma Unidade deProteção Integral na região das Campinaranas doSudoeste da Amazônia.

Antes da implementação do ZEE, as áreasprotegidas no Acre representavam menos de 30%de sua superfície. Porém, com a criação das novasUCs, e incluindo as Terras Indígenas, o total deáreas protegidas passa a corresponder a 47,8%do estado, ou 7.825.035 hectares (5.657.889hectares em UCs).

Como resultado da implementação doZEE e do cumprimento dos indicativos do“Workshop Estudos da Biodiversidade no Âmbitodo ZEE/AC”, a expansão do atual Sistema deUnidades de Conservação (UCs) Estadualcausará um impacto no Sistema Nacional deUnidades de Conservação (SNUC). Uma parte doAcre forma o Corredor Biológico Oeste daAmazônia, considerado o de maior prioridade paraa conservação da biodiversidade e manutençãode serviços ambientais, e seu fortalecimentocomplementará o SNUC, possibilitando ainterligação com o corredor Norte. A criação deuma rede de áreas protegidas manterá amostrasrepresentativas da biodiversidade, podendo seestender para além das fronteiras nacionais.

Os dados básicos sobre os organismosnormalmente estão associados às coleçõescientíficas de referência, que oportunizam oacesso à identidade e às informações sobre alocalidade, ambiente, características morfológicas,hábitos, etc., das espécies amostradas, e aliincorporadas. Contudo, anos de investimento emrecursos humanos e financeiros podem estarcomprometidos, devido à falta de infra-estruturapara a manutenção, organização e criação decoleções científicas.

Considerando a imensa diversidade deecossistemas e habitats, pode-se afirmar que os

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esforços empreendidos na busca doconhecimento da biodiversidade no Acre sãopouco representativos. Tal fato decorreprincipalmente da falta de incentivos para a fixaçãode pesquisadores e para a pesquisa sobrebiodiversidade na região amazônica. BÖHLKE etal. (1978), por exemplo, afirmaram que o númerode espécies de peixes da América do Sul poderiaser elevado em mais de 40% se as amostragensfossem intensificadas e geograficamente melhordistribuídas. Para o Acre pode-se esperar umaumento significativo no número de espéciesconhecidas, caso haja a implementação deprogramas regulares de amostragem. Tal fatoindica a grande importância da aplicação derecursos para a pesquisa da biodiversidade doAcre e mais incentivos à fixação de especialistasnas instituições públicas de ensino e/ou pesquisa.

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Redes Solidárias e Mercado Justo: Alternativa para a Planetariedade Sustentável

****LISANDRO JUNO S. VIEIRA - PesquisadorVisitante com Bolsa do Programa Especial deEstímulo à Fixação de Doutores – PROFIX(CNPq) na Universidade Federal do Acre.Bacharel em Ciências Biológicas pelaUniversidade Federal do Rio Grande do Norte;Mestre em Ecologia e Recursos Naturais pelaUniversidade Federal de São Carlos; Doutor emCiências – Ecologia e Recursos Naturais pelaUniversidade Federal de São Carlos. Desde de1988 realiza pesquisas em ecologia de peixese ecologia de ecossistemas aquá[email protected]*****EDSON GUILHERME – Professor doDepartamento de Ciências da Natureza daUFAC. Licenciado em Ciências Biológicas pelaUniversidade Federal do Acre; Mestre emCiências Biológicas (ornitólogo) pelo Instituto dePesquisas da Amazônia – INPA / UniversidadeFederal do Amazonas – [email protected]******ARMANDO M. CALOURO - ProfessorAssistente do Departamento de Ciências daNatureza da UFAC. Mestre em Ecologia pelaUniversidade de Brasília - UNB. Doutorando emCiências – Ecologia e Recursos Naturais pelaUniversidade Federal de São [email protected]*******ELDER F. MORATO - ProfessorAssistente do Departamento de Ciências daNatureza da UFAC. Mestre em entomologia pelaUniversidade Federal de Viçosa, MG.Doutorando em ecologia, Conservação e Manejode vida silvestre pela Universidade Federal deMinas Gerais - UFMG. Desde 1988 trabalha combiologia e ecologia de vespas de comunidade sde vespas e abelhas na Região Amazô[email protected]

*MOISÉS BARBOSA DE SOUZA - Professor

Adjunto do Departamento de Ciências da

Natureza da UFAC. Graduado em Ciências

Biológicas com especialização em Ecologia da

Amazônia pela Universidade Federal do Acre

(UFAC); Mestre em Ciências Biológicas –

Zoologia, pela Universidade Federal do Paraná

(UFPR); Doutor em Ciências Biológicas –

Zoologia, pela Universidade Estadual Paulista

(UNESP) Campus de Rio Claro – SP. Desde

1987 realiza pesquisa sobre comportamento,

ecologia e sistemática de anfíbios e répteis na

Região Amazônica brasileira e de países

vizinhos.**MARCOS SILVEIRA - Professor Adjunto do

Departamento de Ciências da Natureza da

UFAC. Licenciado e Bacharel em Ciências

Biológicas pela Universidade Estadual de

Londrina, Mestre em Ciências Biológicas-

Botânica pela Universidade Federal do Paraná,

Doutor em Ecologia pela Universidade de

Brasília. Desde 1992 desenvolve estudos sobre

a diversidade florística e a dinâmica dos

ecossistemas florestais. Atualmente é

Coordenador do Programa de Pós-Graduação

em Ecologia e Manejo de Ecossistemas-

Mestrado da UFAC. [email protected]***MARIA ROSÉLIA M. LOPES – Professora

Adjunto do Departamento de Ciências da

Natureza da UFAC, Mestre e Doutora em

Ciências Biológicas (Área de Concentração

Botânica) pela Universidade de São Paulo.

Realiza pesquisas sobre Taxonomia de Algas

Continentais, Limnologia e Ecologia do

Fitoplâncton . É lider do grupo de pesquisas em

Ecologia e Manejo de Ecossistemas e Recursos

Aquáticos/CNPq. Vice-Coordenadora do

Programa de Mestrado em Ecologia e Manejo

de Recursos Naturais da UFAC. [email protected]