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Universidade Estadual de Maringá 27 e 28/04/2010 1 A CULTURA E A CONSTITUIÇÃO HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL MARTINELI, Telma Adriana Pacifico (UEM) AZEVEDO, Mário Luiz Neves (Orientador/UEM) INTRODUÇÃO O Brasil assiste, nesta primeira década deste novo milênio, o limiar de um movimento de grande euforia no âmbito da educação física, talvez nunca antes visto. Este cenário de entusiasmo emana dos meios: político, empresarial, social, científico e de comunicação e foi determinado por um processo que culminou com as eleições tão almejadas do Brasil e da cidade do Rio de Janeiro para sediar, respectivamente, a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. A “descoberta” de talentos esportivos, a formação de atletas e de profissionais como técnicos, treinadores físicos, fisiologistas, entre outros e, associados a ele, de uma cultura esportiva na sociedade brasileira, vem ganhando grande força e se disseminando por toda a parte por meio da mídia, de projetos “sociais”, de eventos políticos, esportivos, culturais e científicos financiados pelo governo e pela iniciativa privada. A este propósito de formação de uma cultura esportiva, alia-se a defesa da formação de uma cultura da qualidade de vida e da saúde, no qual entidades como o Ministério dos Esportes o Conselho Federal de Educação Física (CONFEF), bem como outras entidades da área, são porta-vozes. Esta perspectiva se faz transparecer na explicitação dos objetivos da política governamental, a saber: O Ministério do Esporte é responsável por construir uma Política Nacional de Esporte. Além de desenvolver o esporte de alto rendimento, o Ministério trabalha ações de inclusão social por meio do esporte, garantindo à população brasileira o acesso gratuito à prática esportiva, qualidade de vida e

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Universidade Estadual de Maringá 27 e 28/04/2010

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A CULTURA E A CONSTITUIÇÃO HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO

BRASIL

MARTINELI, Telma Adriana Pacifico (UEM)

AZEVEDO, Mário Luiz Neves (Orientador/UEM)

INTRODUÇÃO

O Brasil assiste, nesta primeira década deste novo milênio, o limiar de um movimento

de grande euforia no âmbito da educação física, talvez nunca antes visto. Este cenário

de entusiasmo emana dos meios: político, empresarial, social, científico e de

comunicação e foi determinado por um processo que culminou com as eleições tão

almejadas do Brasil e da cidade do Rio de Janeiro para sediar, respectivamente, a Copa

do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.

A “descoberta” de talentos esportivos, a formação de atletas e de profissionais como

técnicos, treinadores físicos, fisiologistas, entre outros e, associados a ele, de uma

cultura esportiva na sociedade brasileira, vem ganhando grande força e se disseminando

por toda a parte por meio da mídia, de projetos “sociais”, de eventos políticos,

esportivos, culturais e científicos financiados pelo governo e pela iniciativa privada.

A este propósito de formação de uma cultura esportiva, alia-se a defesa da formação de

uma cultura da qualidade de vida e da saúde, no qual entidades como o Ministério dos

Esportes o Conselho Federal de Educação Física (CONFEF), bem como outras

entidades da área, são porta-vozes. Esta perspectiva se faz transparecer na explicitação

dos objetivos da política governamental, a saber:

O Ministério do Esporte é responsável por construir uma Política Nacional de Esporte. Além de desenvolver o esporte de alto rendimento, o Ministério trabalha ações de inclusão social por meio do esporte, garantindo à população brasileira o acesso gratuito à prática esportiva, qualidade de vida e

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desenvolvimento humano (MINISTÉRIO DOS ESPORTES, 2010).

O incentivo a práticas esportivas, com vistas a tornar o Brasil uma potência esportiva mundial,

bem como, de atividades físicas e de lazer, objetivando a compensar os males causados

pela sociedade do novo milênio e formar uma geração mais saudável, tem sido o

discurso e a prática deste tempo

O fortalecimento de entidades como o CONFEF e suas regionais, o desenvolvimento de

projetos e programas nacionais, o incentivo a atuação do Terceiro Setor, bem como, o

fomento à produção de ciência e tecnologia na área esportiva e de atividade física são

estratégicos para os propósitos de circulação de idéias, mercadorias, enfim, de

reprodução do sócio-metabolismo do capital.

Entretanto, como o modo de produção capitalista tem existência histórica e que nasceu

de determinadas condições criadas pelo desenvolvimento social, a educação e, em sua

especificidade, a educação física, é uma atividade humana que se constituiu

historicamente a partir da ação dos homens. Está concepção de educação e de educação

física tal como conhecemos hoje foi determinada por um processo histórico que se

iniciou no século XIX. Mello (2009, p. 11) explica que:

[...] a Educação Física tal qual a conhecemos hoje expressa, de alguma maneira, a forma como os seres humanos se relacionam no modo societário capitalista. As modificações do seu conteúdo e da forma de aplicá-los, bem como as disposições legais dessa disciplina no âmbito escolar, tendem a obedecer à lógica das modificações dessa organização social. Neste sentido, sabemos que a Educação Física nasce antes da proposta da “escola para todos”, portanto fora do ambiente escolar. Ela foi nele incorporada, no final do século XIX, momento em que se tentava organizar os Sistemas Nacionais de Ensino em vários países, inclusive no Brasil.

A Educação Física ensinada na educação escolar nos finais dos oitocentos se constituiu

a partir de instituições médico-higienistas e do exército, e “o seu conteúdo esteve

pautado no paradigma das ciências biológicas, voltadas para a aptidão física, higiene e

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formação moral do trabalhador” (MELLO, 2009, p. 11). Como disciplina escolar,

atendeu a um pensamento imediatista, pragmático e utilitarista, durante o processo de

consolidação e perpetuação da sociedade capitalista no século XIX e XX.

Os primeiros escritos sobre a educação física e de sua defesa em uma perspectiva

médica e higienista no Brasil têm como principal referência um dos mais importantes

personagens da história brasileira: Rui Barbosa (1849-1923). O pensamento pedagógico

desse intelectual do final do Império e início da Primeira República foi marcado pelo

ecletismo e pela busca de transformar o ensino e a educação escolarizada como

condição para evoluir e modernizar a sociedade brasileira (FERREIRA NETO, 1996 e

1999; SOARES, 1994). Num contexto político e educacional de mudanças, Barbosa

veio em defesa do ensino da ginástica e da educação moral, como parte integrante do

projeto pedagógico de reforma do sistema educacional brasileiro de 1879. A inclusão de

seções de ginástica no programa escolar e a sua obrigatoriedade nos cursos de formação

de professores, idealizados por Barbosa, fizeram parte da proposta dessa reforma

redigida por ele (FERREIRA NETO, 1999).

Fernando de Azevedo (1894-1974) foi outro importante intelectual da educação

brasileira que, a partir dos anos de 1920, dedicou extensa e minuciosa atenção à

educação física. O pensamento médico higienista de vertente eugênica presente no

ideário pedagógico dos anos 20, influenciou a educação física (SOARES, 1994) e se

expressou de maneira contundente nos seus escritos, especialmente no livro de 1920 Da

educação física e Antinous: estudo de cultura atlética e a evolução do esporte no Brasil.

Os escritos de Rui Barbosa e Fernando de Azevedo marcaram a gênese das

argumentações em sua defesa da educação física no contexto educacional, da

implantação dos Métodos Ginásticos (moral, militar, higienista) advindos da Europa na

educação brasileira. Entretanto, como afirma Amarílio Ferreira Neto (1996), a produção

de textos especificamente dedicados ao estudo sobre a história da educação física no

Brasil e que nos fornecem subsídios para compreendermos como se deu a constituição

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da educação física no Brasil só se inicia efetivamente a partir da década de 1930, com

Inezil Penna Marinho (1915-1987).

Nascimento (1997) relata que Marinho se destacou a partir de 1943, quando da

publicação do seu primeiro texto: Contribuição para a História da Educação Física no

Brasil, posteriormente republicado com modificações entre os anos de 1952 a 1954 nos

quatro volumes de sua obra: História da Educação Física e Desportos no Brasil. Inezil

Penna Marinho ao longo de mais de 40 anos dedicados a educação física brasileira

deixou uma vastíssima produção teórica, que marcou uma concepção de História

Episódica (FERREIRA NETO, 1997) ou Documental-Factual (MELO, 1999).

Nos anos de 1940, Marinho (1944), no seu livro Curso de Educação Física, faz uma

crítica a Cultura Física, apresenta o Método Francês, em vigência na legislação

brasileira, e uma teorização até então inédita: o Treinamento Desportivo e as bases da

psicologia do treinamento. Nesta ocasião o autor faz uma defesa entusiasta, porém sem

muitos fundamentos teóricos, de uma perspectiva que acabou por nortear todo o

pensamento do Pós-Segunda Guerra Mundial, adentrando o período ditatorial (1969-

1985) no Brasil, objetivando a formação de uma nação esportivizada e de uma cultura

do Esporte de competição em nosso país.

O processo de crítica a esta forma de pensamento e de busca de novas perspectivas para

a educação física desencadeou-se em um momento em que a Ditadura Militar dava

sinais de esgotamento. Nesse período conturbado, abriu-se espaço fecundo para a

formação de movimentos sociais de luta, de críticas às instituições sociais e à ideologia

até então dominante e de possibilidades de uma transformação da ordem social,

forçando a abertura política. Esse processo incitou a produção teórica de críticas sociais,

políticas e econômicas que, por sua vez, abrangeram a educação e a educação física, na

busca por sua renovação.

Entidades ligadas à educação no Brasil iniciaram um amplo processo de debates que

marcaram os finais dos anos de 1970 e anos 80, nos quais ganhou destaque a

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Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED), fundada

em 1976, a Sociedade Brasileira para o Progresso da (SBPC), uma das mais

antigas entidades científicas do Brasil, em atuação desde 1948 e, o Centro de

Estudos Educação e Sociedade (CEDES), criado em março de 1979, na cidade de

Campinas – SP1.

Esse momento também foi marcado pela edição de periódicos na área de educação

como o próprio CEDES, que passou a editar a Revista Educação & Sociedade, e

atualmente edita também os Cadernos CEDES (CEDES, 2010). Outros periódicos

também se tornaram referência neste período.

A exemplo do que já vinha ocorrendo, os Encontros, Seminários, Congressos, Fóruns

continuaram sendo promovidos e organizados pelas mais diversas instituições

brasileiras ligadas a educação. O Fórum Nacional de Educação na Constituinte, um dos

mais importantes movimentos sociais da área após a queda da Ditadura no Brasil, foi

lançado oficialmente em 1987, recebendo, posteriormente, a denominação de Fórum

Nacional em Defesa da Escola Pública (FNDEP). Este movimento atuou durante o

processo de elaboração da Constituição Brasileira de 1988 e da Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional, que depois de um longo período de grandes impasses e

conflitos políticos, teve a sua promulgação somente em 1996, oito anos depois. O

lançamento deste Fórum, que foi inicialmente composto por 15 entidades, foi

acompanhado de um "Manifesto em Defesa da Escola Pública e Gratuita", seguindo

uma tradição dos educadores brasileiros desde a década de 30, e expressava a vontade

política de parcelas da intelectualidade brasileira engajada na luta pela redemocratização

do País.

1 O CEDES foi idealizado durante o I Seminário de Educação Brasileira, realizado em 1978, na Unicamp, e a realização sucessiva de duas edições desse Seminário levou a organização conjunta do CEDES, ANPED e ANDE das Conferências Brasileiras de Educação (CBEs), de movimentos sociais de reorganização do sistema educacional, congressos, encontros, seminários (http://www.cedes.unicamp.br/sobreocedes.htm).

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Concomitantemente a formação de movimentos sociais e políticos de discussões que

ocorriam no plano mais amplo da educação, configuravam-se na educação física

movimentos organizados, entidades e fóruns que debatiam, com efervescência, o

momento político em questão, e a necessidade de profundas mudanças. O Colégio

Brasileiro de Ciências do Esporte (CBCE), criado em 1978, foi uma das mais

importantes entidades científicas do Brasil nesse processo de transição, especialmente

nos últimos anos da Ditadura Militar, momento em que assumiu um caráter político e

uma vertente mais crítica.

Os fóruns de natureza científica, especialmente o Congresso Brasileiro de Ciências do

Esporte (CONBRACE) e o Encontro de História da Educação Física, criado em 1993,

se constituíram em espaços propícios ao debate acadêmico-científico e a socialização de

estudos na área. Periódicos nacionais, como a Revista Brasileira de Ciências do Esporte

e a Revista Paulista de Educação Física, configuraram-se em importantes meios de

divulgação das pesquisas sobre a história da educação física.

Nos primeiros anos do pós-Ditadura Militar no Brasil, a produção de conhecimentos

científicos na área da educação física ampliou-se gradativamente, materializando-se em

forma de livros, artigos, teses, dissertações, entre outros meios. Nessa conjuntura é que

os estudos e pesquisas sobre a história da educação física, metodologias de ensino,

teorias pedagógicas, entre outras temáticas passaram a veicular no contexto científico e

editorial de forma mais expressiva, revelando na segunda metade dos anos de 1980,

ainda que inicialmente, novos fundamentos. A necessidade que se colocava em pauta

era a superação do mecanicismo do pensamento positivista, predominante na

historiografia e nas discussões pedagógicas e metodológicas da educação física.

O desafio passou a ser a busca por novas perspectivas de compreensão da realidade,

alcançando dimensões intransponíveis ao método positivista de análise. As críticas que

já estavam presentes desde os finais da década de 1970 e início da década de 1980 por

Apolônio do Carmo (1982), João Paulo Medina (1983), Vitor Marinho de Oliveira

(1983 e 1985), entre outros, passou a ganhar reforço nas escritos de Lino Castellani

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Filho (1983 e 1988), Valter Bracht (1992), Celi Nelza Zülke Taffarel (1993). Nesse

período inaugurou-se uma tendência nos escritos de Vitor Marinho, Celi Taffarel e

outros teóricos a vincular a educação física à cultura.

O movimento de crítica que se manifestou de forma mais significativa a partir da

segunda metade dos anos de 1980 e marcou esse novo momento da pesquisa

historiográfica e pedagógica da educação física no Brasil, partiu da denúncia de uma

“crise de identidade” da área (CASTELLANI FILHO, 1988). Desta, entre outras

denúncias, suscitaram a necessidade de compreender os determinantes sociais, políticos

e econômicos que estavam na gênese e nos desdobramentos da sua história e,

engendradas nelas, de suas práticas pedagógicas.

Pesquisadores da educação física inseriram-se em programas de pós-graduação nas

ciências sociais e humanas no Brasil e no exterior. As pesquisas, especialmente no

exterior, mas também nas instituições brasileiras originaram a configuração de uma

multiplicidade de linhas teóricas e de teorias pedagógicas.

Autores como Castellani Filho (1997) e Albuquerque et al. (2007), entre outros,

esboçaram a configuração das concepções pedagógicas constituidas nos anos de 1980 e

1990. Estas novas perspectivas que emergiram desse momento histórico podem ser

sintetizadas nas concepções abertas de aulas ou Ensino Aberto, de autoria de

Hildebrandt e Laging (1986); a abordagem Desenvolvimentista de Tani et al. (1988), a

perspectiva Construtivista e Cognitivista de Freire (1989); a Cultural de Jocimar Daólio

(1994); a Sociológica, de Bracht (1992 e 1997) e, também, as consideradas de linha

crítica como a Crítico Emancipatória de Kunz (1994) e a Crítico Superadora do Soares

et al.(1992), conhecida como Coletivo de Autores.

Albuquerque et al. (2007, p. 130 ), explicitou as proposições epistemológicas da

educação física destas novas teorias pedagógicas, nas quais tomamos aqui as que

consideramos de maior projeção: “Educação física enquanto campo acadêmico e de

vivências sociais (Bracht)”; “Educação física enquanto campo acadêmico que estuda o

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se movimentar humano (Kunz) ou educação física enquanto campo acadêmico,

profissional, cultural, pedagógico cujo objeto é a cultura corporal de movimento (Kunz

e Bracht)”; “Educação física enquanto campo acadêmico, profissional, cultural,

pedagógico cujo objeto de estudo é a cultura corporal (Coletivo de Autores)”.

Considerando o nosso objeto de estudo, entendemos oportuno citar também, a Cultura

do Corpo de Jocimar Daólio.

Diante destas considerações históricas e culturais acerca da educação física emergem as

seguintes questões que balizam este estudo: Quais as concepções de cultura que

balizaram a constituição histórica da educação física no Brasil? Por que recuperar a

cultura e incorporá-la nas definições de educação física a partir de 1980? Quais as raízes

histórico-filosóficas de cultura das novas teorias pedagógicas da educação física e o que

as sustentam a partir da década de 1980? Como pode ser compreendida a cultura

corporal? A partir de que pressupostos teóricos ela foi idealizado? Quais as suas

implicações pedagógicas para a Educação Física?

Após um período promissor de crítica, de embate teórico e de busca de construção de

um novo pensamento, próprio dos anos de 1980 e da produção de teorias pedagógicas

instituídas que me induzem as seguintes hipóteses: 1) que a educação física vem

retomando, ainda que em uma nova configuração, os preceitos higienista/eugenista e

esportivista neste início de século e, engendrados nela, a concepção de cultura alienada,

opondo-se a uma cultura que promova o desenvolvimento das potencialidades humanas

e de sua emancipação; 2) que as concepções de cultura subjacentes às novas teorias

pedagógicas, embora muito frequentemente utilizadas e associadas como sendo

congruentes, em sua gênese, são divergentes no seu fundamento e no seu propósito para

a educação. 3) Que para as “novas” perspectivas pedagógicas da educação física

elaboradas a partir dos anos de 1980 “Era preciso mudar para que tudo permanecesse

como era antes”2. 4) Que a perspectiva da Cultura Corporal, ainda que apontando para

um perspectiva crítica e indicando um caminho metodológico, não promoveu mudanças

profundas na educação física, por carecer de elementos teóricos que dessem fundamento

2 Trata-se do romance de Giuseppe Tomasi Di Lampedusa (1896 – 1957) O Leopardo.

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aos seus principais conceitos (como, por exemplo, o de Cultura e de Cultura Corporal),

e superassem certas contradições teóricas que subsidiassem as transformações

necessárias.

Mello expressou muito bem a realidade da educação física no momento atual ao afirmar

que

Apesar dos avanços na década de 1980 em relação à educação física, muitas questões permanecem em aberto e desafiam o empenho de alguns pesquisadores da área. Diria mesmo que algumas questões precisam ser reformuladas ou redefinidas para que possamos avançar efetivamente não só em termos de uma compreensão mais ampla da educação física, mas tendo em vista uma ação historicamente fundamentada” (Mello, 2009, p. 17).

Em face desta realidade, considero que a pesquisa proposta no sentido de entender a

relação entre cultura e educação física, buscando redefinir conceitos que possam nos

ajudar nesta compreensão, como a própria cultura, suas diferentes concepções e

influências na educação física, mas fundamentalmente avançar no entendimento da

cultura corporal.

A partir destas considerações a pesquisa tem como foco central a relação histórica entre

cultura, educação e educação física. Nesta perspectiva, fundamentalmente nos

propomos a analisar a cultura na constituição histórica do campo da educação física no

Brasil e suas raízes filosóficas e conceituais, especialmente presentes nas novas

proposições teóricas constituídas a partir dos anos de 1980 e, a partir destas análises,

avançar na compreensão da cultura corporal no materialismo histórico, como

pressuposto para uma prática historicamente fundamentada na educação física.

Para tanto, entendemos ser necessário resgatar e contextualizar historicamente a gênese

da relação entre cultura e educação física, tomando como referência central o

pensamento pedagógico de intelectuais como Rui Barbosa, na defesa da formação da

cultura paralela e recíproca do corpo e do espírito, e Fernando de Azevedo, em sua

teorização sobre a Educação Física e cultura atlética, bem como, a oposição à Cultura

Física em Inezil Penna Marinho e sua relação com a formação das bases da cultura

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esportiva no Brasil; Identificar as raízes históricas e filosóficas das concepções de

cultura presentes nas novas teorias pedagógicas da Educação Física, elaboradas a partir

dos anos de 1980, em particular, a concepção Crítico-emancipatória que entende a

educação física como Cultura Corporal de Movimento; a Plural e sua concepção de

educação física como Cultura do Corpo; e, a Crítico-Superadora e a perspectiva da

Cultura Corporal; Estudar os pressupostos teóricos que fundamentam a perspectiva da

Cultura Corporal, resgatando o conceito de cultura no seu sentido mais amplo, a partir

dos estudos clássicos do materialismo histórico, especialmente dos debates de Marx e

em Lukács e Gramsci, que marcaram o início de uma tradição interessada pelas

questões culturais; Analisar, à luz deste referencial teórico do materialismo histórico, as

produções científicas mais relevantes acerca da cultura corporal, buscando contribuir

para avanços na compreensão desta perspectiva teórica e metodológica; e como síntese

final sistematizar alguns elementos que apontem para as implicações da cultura corporal

para o ensino da educação física

REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO

A constituição histórica da educação física brasileira como prática social e pedagógica

vem sendo objeto de estudos e pesquisas especialmente nas últimas décadas. Estas

pesquisas vêm se intensificando em face da necessidade de entender como se deu o

processo de sua incorporação na educação escolar, quais as suas determinações

históricas; a relação histórica entre a produção de concepções teóricas e a consolidação

e reprodução da sociedade capitalista; e, suas implicações na contemporaneidade.

Entre tantos desafios que se colocavam nos anos de 1980, um dos principais era a

necessidade de superar a perspectiva de história factual/documental, hegemônicas na

educação e na educação física, que se perpetuou desde os anos de 1930-40,

especialmente com Inezil Penna Marinho. Embora se considere inquestionável a riqueza

na compilação de dados deste tipo de pesquisa a ponto que chegou a homogeneizar as

abordagens no trato desse assunto na educação física brasileira (GOELLNER, 2009),

fez-se necessário buscar outra concepção de história, que se delineou a partir dos anos

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de 1980 a partir dos estudos de Castellani Filho (1988) e Ferreira Neto (1996, 1997,

1999).

A análise da história da educação física em uma perspectiva dialética possibilitou aos

pesquisadores da educação física que a tomaram como fundamento, captar o movimento

histórico e os seus determinantes, entendendo-a como uma produção social dos homens.

A adoção da lógica dialética na análise histórica tem possibilitado avanços na

compreensão das influências sofridas pela educação física na educação escolar no

Brasil, bem como, as implicações na formação da sua identidade. Entretanto, há um

caminho de grandes desafios a ser percorrido, especialmente para elucidar questões

manifestas na atualidade, que necessitam ser historicizadas e desveladas.

As pesquisas na área da história e da historiografia da educação apresentam muitos

desafios, tendo em vista que existe um debate das correntes teóricas das quais derivam

um conjunto de opções metodológicas. A existência desta diversidade de teorias e

métodos de investigação na área em questão pressupõe a necessidade de se definir qual

teoria servirá de referência ao estudo, o método de análise e as técnicas a ela

pertinentes, como condição essencial para se obter a necessária rigorosidade científica e

metodológica da pesquisa acadêmica.

Considerando o objetivo de analisar a cultura na constituição histórica do campo da

educação física no Brasil e suas raízes filosóficas e conceituais, a pesquisa trilha um

percurso metodológico orientado pelos pressupostos do materialismo histórico.

Recorremos à análise histórica por entender, segundo José Paulo Neto (2002, p. 12) que

“A história é um processo objetivo, real dotado de especificidade. [...] expressa

processos reais ocorrentes na sociedade dos homens. [...] é um conjunto, mais

exatamente uma totalidade de processos objetivos, que desfrutam e apresentam uma

efetividade própria”. É, portanto, um processo intelectual que reconstrói, que reproduz

um processo daquele processo objetivo anterior. É objetivo, porque “a história é feita

por sujeitos, os homens fazem a história” (p. 13) e nela “atuam, agem, intervêm com

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finalidades, com objetivos, com propósitos, enfim, com intenções” (PAULO NETO,

2002, p. 13).

Os anos de 1980 foi dotado de especificidades que se constituíram a partir da ação dos

homens e de suas relações sociais. É nesse período que se situam as raízes históricas de

um movimento, que se destacou no Brasil pelo propósito de renovação da

educação/educação física, impelidos por homens que fizeram sua história. Os alunos,

professores, pesquisadores, intelectuais, atuaram e agiram com finalidades e objetivos

próprios do seu contexto histórico, expressando essa intencionalidade na prática social,

seja ela manifesta na prática pedagógica ou em sua produção teórica.

Em face desta realidade, tomaremos como referência fontes primárias, fontes

secundárias e literatura de apoio (ARNAUT DE TOLEDO e GIMENEZ, 2009), para

entendermos, no plano da totalidade, as condições objetivas postas e as ações humanas,

expressas em uma forma de sociabilidade própria do modo de produção capitalista, que

acabou por determinar este movimento de renovação educacional, a reelaboração do

vínculo entre educação física e cultura e as proposições das novas teorias pedagógicas

da educação física, cujas bases epistemológicas se situam no âmbito das concepções de

cultura historicamente produzidas.

Esta tese será, preliminarmente, constituída em cinco seções. Na primeira seção nos

propomos a resgatar e contextualizar a história da educação física, tomando como

referência a discussão sobre cultura, explicita ou implícita no pensamento dos mais

importantes intelectuais do Império, da República e do Estado Novo que teorizaram

sobre a educação física, estabelecendo relações com o contexto social, econômico e

político destes períodos.

Vale destacar que nos estudos históricos e pedagógicos da educação física publicados

no Brasil, Rui Barbosa, Fernando de Azevedo e Inezil Penna Marinho se tornaram

referência sine qua non. Os primeiros foram intelectuais de grande referência no Brasil

e que tinham uma forte influência e envolvimento na sociedade e na política de seus

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tempos. O debate que norteou o pensamento dos pioneiros da Escola Nova no Brasil

como Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo, Lourenço Filho e a defesa da formação de

uma Cultura Nacional, tem sido fundamental para a compreensão da educação física nos

escritos, por exemplo, de Fernando de Azevedo e seu “Da Educação Física: estudo de

cultura atlética e a evolução do esporte no Brasil”. Inezil Penna Marinho é outro

estudioso brasileiro importante para a compreensão da história da educação física.

Estudar a cultura física nos anos de 1940 e a crítica a predominância desta cultura na

educação física é outra discussão que nos parece fundamental para os propósitos da

pesquisa em questão.

Castellani Filho (1988), Carmem Lúcia Soares (1994), Amarílio Ferreira Neto (1996,

1997, 1999), Silvana Goellner (2009) entre outros, destacaram a importância destes

teóricos do Império e da República na constituição histórica da educação física

brasileira. Estes estudos desenvolvidos deram contribuições muito significativas para a

historiografia da área. Por esta razão, não nos dedicaremos exaustivamente a esta

discussão, já que estes estudiosos o tem realizado com muita propriedade, ainda que

acreditemos que estudos originais estejam na eminência de serem desenvolvidos.

Partindo deste pressuposto, nos restringimos primeiramente a atestar que a relação entre

cultura e educação física está na gênese das discussões políticas e pedagógicas da

educação física desde o Império, se perpetuando na história educacional brasileira até o

momento atual. Para tanto, retomamos obras clássicas dos principais intelectuais que se

dedicaram a teorizar sobre a educação física e, também, fontes secundárias, como as

supracitadas.

Posteriormente nos dedicamos a estudar a cultura nas novas teorias pedagógicas da

educação física, buscando sua compreensão, a partir de suas raízes histórico-filosóficas.

A educação física cujo objeto é a cultura corporal de movimento de Elenor Kunz

(1994)”; a concepção antropológica de cultura do corpo entendendo “o corpo como

construção social e sede de signos sociais” de Jocimar Daólio (1994, p. 30) e, a

Educação física como “prática pedagógica que, no âmbito escolar, tematiza formas de

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atividades expressivas corporais como: jogo, esporte, dança, ginástica, formas estas que

configuram uma área de conhecimento que podemos chamar de cultura corporal”

(Soares, et al, 1992, p. 50, grifo nosso)”. Para tanto, tomamos como referência os

principais autores destas proposições teóricas, suas principais produções e as

concepções de cultura que as fundamentam.

A partir destes estudos, buscamos analisar as raízes históricas e filosóficas destas

concepções de cultura, explicitadas nas teorias pedagógicas da educação física, a saber:

cultura corporal de movimento, Teoria Crítica da Escola de Frankfurt, especialmente a

teorização de Jürgen Habermas; Cultura do Corpo, Antropologia Interpretativa de

Clifford Geertz; e, Cultura Corporal, Materialismo Histórico de Marx e Engels. Entendo

ser necessário apreender o entendimento de cultura a partir das obras clássicas que

fundamentaram as concepções de educação física relacionada à cultura.

A seguir nos dedicamos ao estudo dos pressupostos teóricos que fundamentam a

perspectiva da Cultura Corporal, resgatando o conceito de cultura no seu sentido mais

amplo, a partir dos estudos clássicos do materialismo histórico. Para tanto, tomamos

algumas das obras clássicas de Marx (1980, 1987; 1988; 1991; 1992; 1996),

especialmente os debates de Marx (1994, 2004) em O Capital, capítulos I e V; os

estudos sobre a Ontologia do ser social de György Lukács (1979); Friedrich Engels

(2010) Sobre o papel do trabalho na transformação do macaco em homem3, bem como,

os textos sobre as questões culturais de Antonio Gramsci (2006) nos Cadernos do

Cárcere, volume 2: Os Intelectuais, e O Princípio Educativo; e, ainda, a relação entre O

Homem e a Cultura, tratadas no livro O Desenvolvimento do Psiquismo de Alexei

Leontiev (1978).

Á luz deste referencial analisamos, no momento posterior as produções científicas mais

relevantes acerca da cultura corporal, fundamentalmente explicitadas no livro

Metodologia do Ensino da Educação Física (SOARES, et al., 1992), bem como de

3 Escrito por Engels em 1876. Publicado pela primeira vez em 1896 em Neue Zelt. Publica-se segundo com a edição soviética de 1952, de acordo com o manuscrito, em alemão. Traduzido do espanhol.

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outras produções: Soares, Taffarel e Escobar (1993); Castellani Filho (1997);

Albuquerque, Casagrande, Taffarel, Escobar (2007), com vistas a contribuir para

avanços na compreensão desta perspectiva teórica e metodológica.

Por fim, nos propomos a apontar, a partir dos estudos desenvolvidos, as implicações da

cultura corporal para o ensino da Educação Física.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

Após a delimitação do assunto a ser pesquisado, da seleção e ao cotejo das fontes

clássicas e dos documentos históricos, dedicamo-nos, neste momento, a leitura das

fontes clássicas, como pressuposto fundamental para as análises propostas.

Considerando o limite temporal institucionalmente estabelecido, a amplitude da

pesquisa, de perspectiva histórica, e a inquestionável necessidade de rigorosidade

científica, o trabalho de pesquisa até o momento tem se desenvolvido de forma

sistemática e as condições de execução tem sido bastante favoráveis.

Entretanto, ainda que o processo de busca por fontes esteja facilitado pela tecnologia,

especialmente o acesso a textos antigos que estão digitalizados e a aquisição de obras

tidas como clássicas via sites virtuais, as dificuldades no processo de acesso a

determinadas fontes ainda se faz presente. Diante disto, será necessário um esforço para

o acesso a textos originais, cuja tradução é parcial no Brasil, como a Ontologia de

Lukács, para exemplificar, bem como de outras fontes mais raras.

Os textos clássicos, ora em estudo, tem exigido grande esforço intelectual de

compreensão de seus pressupostos teóricos, entretanto, tem contribuído de maneira

singular para a apropriação de determinados conceitos como ser social, trabalho,

cultura, que são fundamentais tanto para as contraposições teóricas pertinentes a

pesquisa, quanto para o próprio entendimento de cultura corporal para a educação física.

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