a doutrina da eleição - dr thomas paul simmons
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8/3/2019 A doutrina da Eleio - Dr Thomas Paul Simmons
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A DOUTRINA DA ELEIO
Dr. Thomas Paul Simmons
A eleio o princpio fundamental da graa salvadora de Deus. a soberania de
Deus em relao salvao do homem. Ela faz parte dos decretos de Deus. Ela uma
expresso de Sua providncia superveniente. Ela concerne somente a uma poro da raa
humana; todavia, ela a expresso do amor infinito de Deus para com a raa humana,
remindo o homem do pecado por meio de Cristo e trazendo-o pelo Esprito Santo ao seu
estado de redeno at onde for coerente com os interesses do final grande reino de
Deus. (Smith, System of Christian Theology, pg. 505). A eleio pressupe apecaminosidade inteira da raa humana e est baseada na expiao de Cristo.
I. ALGUMAS CONSIDERAES PRELIMINARES
1. A DOUTRINA BBLICA DA ELEIO NO POPULARMENTE ENTENDIDA E
RECEBIDA.
A doutrina bblica da eleio muito mal entendida, muito pervertida, muitoabusada e muito oposta. No obstante, aos adultos, que tem os sentidos exercitados em
razo do costume para discernirem tanto o bem como o mal (Heb. 5:14), ela uma
doutrina abenoada, gloriosa e proveitvel, uma verdadeira mina de riqueza espiritual.
2. EMINENTEMENTE ESCRITURSTICA.
Tem esta doutrina largo e fundo alicerce na Escritura, est tecida na prpria trama
e entremeio da revelao divina. Como um fio escarlate este gracioso propsito de Deusatravessa o edifcio da Palavra. A Bblia no s ensina a doutrina, mas f-la
proeminente, to proeminente que s podeis livrar-vos da eleio por livrar-nos da
Bblia (Bishop, The Doctrine os Grace). Leia-se a Escritura com referncia a esta
doutrina e marque-se toda passagem que indique a relao de Deus com os homens como
um soberano absoluto, tambm toda declarao que atribua a eleio ou os frutos dela
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Sua escolha e no vontade e aos atos humanos; toda a ilustrao fornecida de que isto
mtodo costumeiro de Deus; e resultar que escassamente qualquer livro da Escritura
deixar de fornecer testemunho ao fato que, nos atos da graa, no menos que naqueles
da providncia, Deus, faz segundo Sua vontade no exrcito do cu e entre os habitantes
da terra (Dan. 4:3-5) (Boyce, Abstract of Systematic Theology).
3. CONTUDO, ELA TEM MUITOS OPOSITORES.
Mas desde que esta doutrina to flagrante e humilhante para o homem natural,
to completamente agreste mente carnal, tem ela muitos opositores. mesmo como
disse o imortal J. R. Graves: Todos os homens so por natureza arminianos e a absoluta
soberania de Deus uma doutrina odiosa ao corao natural e depravado. Os falsos
mestres tm-se aproveitado deste sentimento natural e por sculos inflamaram os
preconceitos de homens e mulheres cristos contra o exrcito da soberania da parte de
Deus (The Seven Dispensations, pg. 95, 96). Muitas teorias falsas da eleio tm-se
levantado. Estas teorias surgiram atravs de um esforo para medir os mistrios
sobrenaturais com a vara torta da razo degenerada (Ness).
4. O SENTIDO DE ARMINIANISMO.
E qualquer sistema de doutrina que condiciona o propsito salvador de Deus em
atos ou mritos de homens essencialmente arminiano. Assim como qualquer sistema
que faz do soberano prazer de Deus base do Seu propsito salvador essencialmente
calvinstico. Se algum se apega ao primeiro, arminiano, ainda que no v a tudo com
Arminio; se ao ltimo, calvinista, ainda que no v a tudo com Calvino. No h meio
termo entre arminianismo e calvinismo no seu sentido aceito entre os telogos. Todo
aquele que adota qualquer idia da eleio, seja qual for, uma coisa ou outra. G. W.
Northurp, ele mesmo um arminiano, praticamente, diz, ao discutir se a eleio secondiciona em alguma coisa no homem: O arminianismo pode ser considerado como
representando todos os sistemas no calvinsticos quanto ao que respeita ao ponto sob
considerao (Sovereignty of God, pg. 48). E na segunda parte deste livro, escrito pelo
Prof. Robert Watts, de Belfast, Irlanda, em resposta primeira parte, temos os Esboos
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de A. A. Hodge citados como segue: Qual a base da eterna predestinao de indivduos
para a salvao? a f prevista e o arrependimento dos indivduos mesmos, no soberano
prazer de Deus? Todo cristo deve tomar um lado ou outro desta questo. Se ele tomar o
lado que faz da f prevista, fundamento, (ou se ele, como comum hoje, faz da f a causa
existente de uma eleio no tempo, o que essencialmente o mesmo como a precitada
proposio), ele arminiano, no importando o que ele mais sustente. Se ele tomar por
base o lado que faz o bom prazer de Deus, ele calvinista.
5. CALVINISMO E ARMINIANISMO TERMOS TEOLGICOS.
necessrio compreender que calvinismo e arminianismo so termos teolgicos.
No significam tudo quanto Calvino ou Arminio creram ou escreveram. Refere-se a dois
sistemas antitticos de doutrina, um tanto modificado na sua transmisso e tendo a
eleio incondicional e condicional, respectivamente, como seus pontos principais. De
modo que se tornou comum na discusso teolgica classificar homens e sistemas de
doutrinas como calvinsticos ou arminianos na base desses dois pontos principais.
6. O NOME CALVINISMO DEFINIDO E DEFENDIDO.
Alguns crentes na eleio incondicional rejeitam o nome de calvinismo, mas sem
boa causa. Ter a algum como calvinista no quer dizer que um seguidor de Calvino,
nem que concorda com tudo que Calvino escreveu, nem ainda que Calvino fosse o
originador do sistema de doutrina que traz o seu nome. Agostinho, muito antes de
Calvino, ensinou substancialmente o mesmo sistema. Quando algum se tem na conta de
calvinista, no quer nem mesmo dizer que ele creia, necessariamente, em todos os cinco
pontos de Calvino: pode significar que ele creia somente nesse sistema na sua maior
parte. Dizer que algum no calvinista, mas um paulinista, nada significa. No h
conflito entre calvinismo e paulinismo. Um paulinista necessariamente um calvinista. Ocalvinista no inclui expressamente tudo quanto Paulo ensinou a respeito de Deus, do
homem e da salvao; assim como no inclui expressamente tudo da f de qualquer
homem, em respeito a esses. Por exemplo, Calvino no trata expressamente do aspecto
subjetivo da salvao, mas isto no motivo para algum renunciar ao nome; porquanto,
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ao passo que ele no trata expressamente desse aspecto, tambm no antagoniza qualquer
verdade da Bblia com referncia a este aspecto. De maneira que algum pode ser
calvinista e ainda crer em toda a verdade da Bblia. De fato, se um homem cr em toda
verdade da Bblia, ele um calvinista, pouco importando quanto ele desgoste do nome,
nem quo altamente ele o renuncie.
7. O ESPRITO E A NATUREZA DO ARMINIANISMO.
O esprito do arminianismo o esprito do modernismo. O arminianismo um
sistema do racionalismo, que, como o modernismo, faz da razo, em vez da revelao
divina, o padro da verdade.
A igreja corrompeu-se e amaldioou-se em quase todo tempo pela confianaindevida dos homens nas suas faculdades raciocinantes. Eles empreenderam pronunciar
sobre a razoabilidade ou inrrazoabilidade de doutrinas infinitamente acima de sua prpria
razo, as quais so necessariamente matrias de pura revelao. Na sua presuno
buscaram compreender as coisas profundas de Deus e interpretaram as Escrituras no
segundo o seu sentido bvio, claro, seno segundo as decises de sua finita razo (Rice,
God Sovereign and Man Free, p. iii).
Acautele-se o leitor contra esse esprito soberbo que rejeita a verdade revelada
porque a mente torcida e viciada do homem no pode sond-la inteiramente. Isto a fonte
principal de atesmo e modernismo. Foi por meio do orgulho raciocinador que o homem
caiu, e podemos acrescentar que da mesma maneira hoje o homem est caindo para mais
longe de Deus. A razo um dom divino e, quando usada direito, uma prola de grande
preo. Sua prpria esfera na religio jaz na justa diviso da palavra; mas, quando ela se
afirma como um paradigma pelo qual se afere a credibilidade da revelao divina, ela se
torna em lao do diabo e em estrada segura para o inferno. A revelao constante ataca aarrogncia que mpiamente rebaixa a credibilidade da palavra divina, a menos que o
nosso msero intelecto possa compreender as coisas que compete glria de Deus
ocultar. O designo do Evangelho humilhar esta tempera e nutrir em ns o esprito de
uma criancinha, sem o qual a mente prosseguir tateando o seu caminho sombrio e
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perigoso, at que se perde em ddalos sem fim, desorientado e sem soluo inexplicvel
em labirintos escuros e interminveis (Richard Fuller, Baptist Doctrines, by C. A.
Jenkins).
O arminianismo a mentira mais ardilosa que o diabo jamais inventou emtoda a sua milenar oposio a Deus. o seu supermo esforo para apagar a deidade de
Deus. O arminianismo a religio do homem, que pode ser executada pelo homem. O
homem a fora principal: com o homem comea e com o homem perecer (Parks). Ele
eleva o homem e insulta a Deus. Ele nutre o orgulho humano e detrata da glria divina.
O arminianismo a chocadeira do papismo, de quem a quentura de favor pode
facilmente virar em sapos do abismo sem fundo (Rous). o Benjamin do Papa ... o
elixir de anticristianismo; o mistrio do mistrio da iniqidade; o gabinete do Papa; a
verdadeira quinta essncia do equvoco (Leighton). Pe a Deus na mesma extremidade
com Dario, que alegremente teria salvado a Daniel, mas no pode. Daniel 6:14 (Ness).
Arranca o grande Jeov mesmo do Seu trono, estabelecendo a dama Sorte para ser
adorada em Seu lugar (Ness). Reduz o governo do mundo a mera sorte, ao selvagem
capricho e desordem. Segundo este sistema a natureza, a providncia e a graa so s
sees do atesmo; Deus no tem ingerncia na terra e nos Seus negcios; ou se isto for
monstruoso e revoltante demais Deus exerce autoridade sobre a matria, mas no sobreas mentes e os coraes dos homens ... conseqentemente, a profecia um absurdo; a
providncia uma quimera; a orao uma zombaria; desde que Deus no interfere nos
eventos mortais, mas desampara tudo aos humores desenfreados e s paixes de mirades
de agentes independentes, de nenhum dos quais restringe os caprichos e impulso, por
quem sua vontade constantemente derrotada e impulsos, por quem sua vontade
constantemente derrotada e tripudiada (Richard Fuller, Baptist Doctrines, by C. A.
Jenkins).
No admira, ento que B. F. Riley diga: Whitfield foi um metodista calvinstico,
o que quer que isto seja, ainda que seja to perfeitamente fcil de definir como um batista
arminiano. Nem est livre de falcia e so claramente um ponto esquivo (The Baptist in
the Building of the Nation).
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II. A ELEIO DEFINIDA
Deus de Seu prprio propsito, determinou desde a eternidade salvar um nmero
definito da espcie humana, como indivduos, no por ou por causa de qualquer mrito ou
obra deles, nem de qualquer valor deles a Cristo, mas de Seu prprio beneplcito (J. P.Boyce, Abstract of Systematic Theology, pg. 347).
A eleio aquele eterno ato de Deus, pelo qual, de Seu soberano prazer e
devido a nenhum mrito previsto neles, Ele escolhe certos dentre o nmero de homens
pecadores para serem os recipientes da graa especial do Seu Esprito e feitos
participantes da salvao de Cristo (Strong A. H., Systematic Theology, pg. 427).
III. A ELEIO ETERNA
Com isto queremos dizer que a eleio sem origem atual: tem sido sempre,
assim como Deus tem sido sempre.
1. PROVAS ESTABELECIDAS
A eternidade da eleio se prova por:
(1) A imutabilidade de Deus.
Com isto queremos dizer que a natureza, os atributos e a vontade de Deus esto
isentos de toda a mudana ... Toda mudana deve ser para melhor ou para pior, mas Deus
a perfeio absoluta e nenhuma mudana para melhor possvel. Mudana para pior
seria igualmente incoerente com a perfeio (Strong, Systematic Theology). E porque
Deus possui sempre todo o conhecimento e todo o poder, no pode haver ocasio de
mudana nEle.
Para prova escriturstica e ulterior discusso da imutabilidade de Deus vide
captulo sobre A Natureza e Atributos de Deus.
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A imutabilidade de Deus nos ensina que o que quer que Deus queira em qualquer
tempo, Ele sempre quis. No pode haver mais um novo pensamento, um novo intento,
ou um novo propsito em Deus, do que haver um novo Deus (Ness). Conseqentemente,
quando Deus salva um homem, Ele deve ter sempre intencionado e proposto salva-lo. O
propsito e o intento de salva-lo envolve eleio dele para salvao; logo, a eleio
eterna. Afirmar doutra maneira negar a imutabilidade de Deus.
(2) A Prescincia de Deus.
Em Romanos 8:29 afirma-se que Deus pr conheceu os que Ele salva. Esta
prescincia envolveu um propsito de os salvar e este propsito de os salvar envolveu
eleio. Esta prescincia teve um princpio? Se teve, ento houve um tempo em que Deus
no foi onisciente e, portanto, nem perfeito e infinito. Sem perfeio e infinitude no
pode haver Deus. Logo, a prescincia de Deus eterna e, conseqentemente, eterna a
eleio; porque est envolvida na prescincia, como indicado supra.
Vemos assim quo deletrio o ensino que a eleio tem lugar no tempo. Todo
negador da eternidade da eleio um ateu, logicamente. Ele no tem Deus, realmente;
porque, tendo logicamente negado a imutabilidade, a perfeio e a infinitude de Deus,
teoricamente roubou-O de Sua divindade. Contudo, os que ensinam a eternidade daeleio, so acusados de erguer novos testes de amizade.
(3). Afirmaes plenas da Escritura.
Apelamos aqui para as duas passagens seguintes:
Como nos elegeu nEle antes da fundao do mundo (Efsios 1:4).
Por vos ter Deus elegido desde o princpio para a salvao (II Tessalonicenses2:13).
O que teve lugar antes da fundao do mundo teve lugar antes do princpio do
tempo, pois no princpio do tempo o mundo foi criado (Gnesis 1:1). A primeira
passagem supra, ento, pe a eleio definitivamente na eternidade. A segunda passagem
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quer dizer que, para sempre, desde o princpio, nossa eleio foi um ato completo. Assim
teve lugar antes do princpio e, desde que na eternidade no h antes nem depois, nunca
houve um tempo em que a eleio no tivera lugar. Este o sentido de eterno.
2. OBJEES RESPONDIDAS
A eternidade da eleio est objetada por alguns:
(1). Que a eleio tem lugar quando somos salvos, porque estamos eleitos em Cristo.
Isto est afirmado em Efsios 1:4, que citamos h pouco. Notai, porm, que esta
mesma passagem faz a eleio eterna. Por que invocaro os homens uma passagem
isolada da Escritura contra si mesma?
A afirmao que fomos eleitos em Cristo no quer dizer seno que Cristo foi o
fundamento de nossa eleio (sendo a eleio na base de Sua obra salvadora), e que ns
fomos pr-conhecidos como estando em Cristo no propsito de Deus. A linguagem aqui
a linguagem dAquele que no Seu propsito, chama as coisas que no so como se
fossem (Romanos 4:17). Temos um outro exemplo disto em Romanos 8:29,30, onde a
chamada, a justificao e a glorificao dos eleitos todas esto postas no passado. Ns
no estvamos atual e experiencialmente em Cristo na eternidade; nem fomos atual eexperiencialmente chamados, justificados e glorificados na eternidade; mas estvamos no
propsito de Deus e isto o significado da passagem h pouco citada.
(2). Que somos eleitos quando somos salvos na base que a Escritura nunca aplica o
termo eleito a ningum, exceto aos salvos.
Verdade que o termo eleito faz referncia exclusiva s pessoas salvas em
alguns lugares da Escritura. Tal uso do termo pode ser visto em Mateus 22:24; Lucas18:7; Romanos 8:23; I Pedro 1:2. Estas passagens se referem somente queles em que a
eleio se aplicou e se fez experimental; mas no a este s que se aplicou o termo
eleito e os seus equivalentes. Em Efsios 1:4 e II Tessalonicenses 2:13, como j vimos,
os eleitos dizem-se ter sido tais desde a eternidade. Ento o termo ovelha equivalente
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ao termo eleito e em Joo 10:16 temos a aplicao de Cristo do termo ovelha aos
gentios perdidos que ainda estavam para ser salvos. Diz essa passagem:
Tenho outras ovelhas que no so deste aprisco (a nao judaica): a elas tambm
devo trazer e elas ouviro a minha voz; e haver um rebanho e um pastor.
Mas, para maior destroo dos arminianos, achamos que II Timteo 2:10 aplica o
termo eleito na sua forma possessiva aos que no estavam salvos ainda. Diz esta
passagem:
Tudo aturo por amor dos escolhidos, para que tambm eles alcancem a salvao
em Cristo Jesus com glria eterna.
(3). Que somos eleitos quando somos salvos na base que a Escritura pe a chamada antes
da eleio.
fato que, algumas vezes, em se referindo tanto chamada como eleio dos
crentes, ou em aludindo aos chamados e eleitos, a Escritura menciona primeiro os
chamados. Vide Mateus 22:14; II Pedro 1:10; Apocalipse 17:14. Os chamados de
Mateus 22:14 (a palavra grega sendo um adjetivo usado substantivamente) so aqueles a
quem soa atravs de pregao do Evangelho a chamada somente geral, externa e, namaior parte, ineficaz. Esta classe se compe de muitos. Mas dos tais, apenas uns poucos,
comparativamente falando, pertencem aos escolhidos, como se evidncia pelo fato que
somente os poucos crem no Evangelho. As outras duas passagens citadas mencionam a
chamada e a eleio na ordem em que se realizam na experincia. Um conhece sua
eleio somente pela chamada (vivificao) que recebeu do Esprito Santo. Que as
passagens dadas supra no fixam a ordem cronolgica, ou mesmo a lgica, da chamada e
eleio, est evidente das provas que foram dadas da eternidade da eleio, e de Romanos
8:29,30, onde a ordem , manifestamente, a verdadeira ordem lgica. Ali a prescincia e
predestinao, que envolvem a eleio, se colocam antes da chamada. Ento Romanos
8:28 afirma que somos chamados (particularmente, internamente e eficazmente)
segundo o Seu (de Deus) propsito. E este propsito envolve eleio. De modo que a
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eleio deve preceder a chamada, tanto como o propsito de chamar deve preceder a
chamada atual, uma vez que a chamada segundo o propsito divino.
Os que foram esta objeo contra a eternidade da eleio carecem de notar que a
Escritura no nomeia sempre as coisas tanto na sua ordem lgica como na cronolgica;por exemplo, II Timteo 1:9 pe a salvao antes da chamada.
(4). Que a eleio tem lugar quando somos salvos na base que somos eleitos por meio da
santificao do Esprito e crena da verdade.
Esta objeo se baseia na traduo de II Tessalonicenses 2:13 e I Pedro 1:2
segundo a verso do Rei Tiago. A primeira passagem diz na referida verso que somos
eleitos para a salvao por meio da santificao do Esprito e crena da verdade. Asegunda, na mesma verso, diz que somos eleitos... pela santificao do Esprito para a
obedincia e asperso do sangue de Jesus Cristo. A preposio grega traduzida na verso
do Rei Tiago atravs de em. E um tanto desconcertante para os arminianos notar
que a Verso Revista traduz esta preposio por em em vez de atravs de. E a eles
ruinoso notar que N. M. Williams diz desta preposio: Ela expressa um estado, no um
ato; no atravs de, mas em. A preposio grega rara expressa instrumentalidade
(An American Baptist Commentary on the New Testament).
A preposio grega alude ao estado em que estava o povo no tempo em que se lhe
dirigiu e no significa o meio pelo qual se tornou eleito de Deus.
3. OUTRAS CONSIDERAES
Antes de passar adiante, desejamos indicar outras poucas passagens que so como
um dobre a finados teoria infiel de a eleio e a salvao terem lugar simultanemante.
(1). Tudo o que o Pai me d vir a mim (Joo 6:37).
Manifesto que esta passagem representa o Pai dando gente ao Filho como
precedendo sua vinda ao Filho. O ato de o Pai dar gente ao Filho (pelo qual aqui est
significada a eficcia divina em traze-la possesso atual do Filho por meio de
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arrependimento e da f, o verbo d estando no presente) envolve uma eleio daqueles
assim dados, porquanto todos no so dados. E desde que o dar precede a salvao, ento
a eleio deve preceder a salvao. Este dar, sem dvida, prova eternidade da eleio
luz da imutabilidade de Deus. Mas aqui s nos interessa mostrar que a eleio precede a
salvao. A divina eficcia em trazer homens a Cristo est aludida em Joo 6:44,65 e
Efsios 1:19,20.
(2). Creram todos quantos foram ordenados para a vida eterna (Atos 13:48).
Esta passagem pe a ordenao de vida eterna antes da f e, conseqentemente,
antes da salvao. Esta ordenao para a vida eterna envolve eleio sobre o mesmo
fundamento em que o dar da primeira passagem envolve eleio.
Tanto quanto a forma da palavra grega concerne, podia ser tanto mdia como
passiva, mas a preponderncia da opinio erudita considera-a como sendo
definitivamente passiva. Assim Hackett d a traduo: Tantos quantos foram nomeados
para a vida eterna creram e ajunta: Esta a nica traduo que a filologia da passagem
permite. Mais adiante diz Hackett: Alguns traduzem o particpio grego (tetagmenoi)
por disposto, inclinado; porm, estes termos como passivos, ainda que possam significar
disposto externamente como, por exemplo, traado, em ordem militar no eramusados como um ato da mente. Jamieson, Fausset and Brown no seu comentrio fazem
este significativo comento das palavras em foco: ... no podem ser interpretadas de algo
inferior a isto, que uma divina ordenao para a vida eterna a causa, no o efeito, da
crena de qualquer homem.
Alguns tm tentado reviver a passagem, fazendo com que ela diga: Todos
quantos creram foram ordenados para a vida eterna, o que maneira que teria de dizer
que para permitir mesmo a interpretao que eleio e salvao tm lugar ao mesmotempo. Mas a construo grega no consentir esta transposio. Thayer diz que a
passagem se refere a tantos quantos foram indicados para obter a vida eterna, ou a quem
Deus decretar vida eterna.
(3). Deus escolheu-vos ... para a salvao (II Tessalonicenses 2:13).
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Desde que os homens so escolhidos ou eleitos para salvao, sua eleio deve
preceder a salvao. Est isto manifesto a todos, exceto uma certa classe de arminianos
que so incapazes de entender portugus claro.
IV. A ELEIO FOI PESSOAL, INDIVIDUAL, PARTICULAR E DISCRIMINATIVA
Sendo obrigados a admitir que uma eleio de qualquer espcie teve lugar na
eternidade, alguns arminianos sustentam uma outra das seguintes noes:
1. QUE A ELEIO NA BBLIA TEM REFERNCIA S A ISRAEL COMO NAO
E AOS GENTIOS COMO UM TODO, E QUE SOMENTE UMA ELEIO A
POSIO E VANTAGEM, NO VIDA ETERNA.
Diz-se que Deus escolheu Israel como nao; ento, nos dias do Novo
Testamento, Deus o rejeitou e o substituiu pelos gentios como um todo. crido, pelos
que sustentam esta idia, que a discusso clssica da eleio em Romanos 9 e 11 no se
referem eleio individual para a vida eterna seno somente a tal eleio global como
estabelecida acima. O fato de qualquer homem poder sustentar uma posio tal como esta
apenas mostra a que extenso de loucura o preconceito o conduzir.
Nossa resposta:
(1). Que em Romanos 9 e 11 temos uma eleio individual de Judeus para a vida eterna,
bem como a eleio nacional de Israel a posio e vantagem, evidente de:
A. A declarao que Deus tem misericrdia de quem Ele quer e endurece a quem
Ele quer. Romanos 9:18.
Tal declarao inaplicvel a eleio e rejeio nacionais ou globais. Ela s podeser aplicada ao trato de Deus com indivduos. E que ela assim se aplica tornar-se mais
evidente ao passo que prosseguirmos alm na discusso de Paulo.
B. A objeo antecipada desta maneira de tratar com os homens. Romanos 9:19.
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Que esta objeo em palavras claras? isto, como apresentada por A. N.
Arnold: da vontade de Deus endurecer um homem, uma vez que a vontade de Deus
no pode ser resistida com vantagem; mas, se , como pode Deus culpar a pecadores
endurecidos? Pelo Prof. David Brown a objeo apresentada como segue: Esta
doutrina incompatvel com a responsabilidade humana; se Deus escolhe e rejeita,
perdoa e castiga a quem Lhe apraz, por que so culpados os que, se rejeitados por Deus,
no podem evitar pecar e perecer? E este mesmo comentador prossegue, a dizer que esta
objeo mostra a natureza real da doutrina objetada: que a eleio e a no-eleio
salvao eterna antes de qualquer diferena de carter pessoal a nica doutrina que podia
sugerir a objeo aqui apresentada.
C. A meno de vasos de misericrdia e vasos de ira. Romanos 9:21-23
Isto inaplicvel eleio nacional ou global a posio e vantagem. Numa tal
eleio as naes no-eleitas e grupos no podem ser justamente representados como
vasos de ira, porque tal eleio no os representa totalmente abandonados ira.
Durante os dias do trato especial de Deus com os judeus como a nao eleita, outras
naes no estiveram inteiramente excludas. Indivduos delas podiam participar das
bnos teocrticas de Israel por se submeterem e observarem os ritos de Israel.
D. A meno de uma poro de Israel como a eleio e um resto segundo a
eleio da graa. Romanos 11:5,7.
Neste resto eleito, ajuntando de uma nao eleita, temos uma eleio dentro de
uma eleio, uma eleio de indivduos para a vida eterna que pertenciam e um povo a
quem Deus elegera aos privilgios da graa (An American Commentary of the New
Testament).
(2) Que os gentios no substituram os judeus evidentes de:
A. O fato de Israel no ter sido rejeitado no sentido de sua eleio ser revogada.
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Israel foi temporariamente rejeitado de sua posio nacional no plano de Deus,
mas, quanto eleio, ainda benquisto e ainda ser restaurado ao seu lugar (Romanos
11:25-31). O chamado de Deus, se nacional, global, ou individual, imudvel (Romanos
11:29). Logo, todo falatrio de os gentios terem substitudo os judeus puro idiotice.
B. O argumento de Paulo em Romanos 9:6.
O argumento de Paulo que a incredulidade da grande massa de judeus no
abrogou a promessa de Deus a Abrao com fundamento que a promessa no se aplicou a
toda a semente de Abrao. Mas, se os judeus tivessem sido rejeitados como atinentes
eleio e os gentios os substitussem, o argumento de Paulo desenvolver-se-ia alguma
coisa como segue:
A escolha de Abrao e sua semente no falhou; porque, ainda que Israel tenha
sido rejeitado, os gentios tomaram o seu lugar e Deus tem o direito de escolher a nao
que ele quiser aos privilgios do seu reino visvel (Comentary Jamieson, Fauset, and
Brown).
(3) Que h uma eleio individual dos gentios, tanto como dos judeus vida eterna
evidente de:
A. Romanos 9:24.
Neste verso Paulo segue sua referncia a vasos de misericrdia ... que para gloria
j dantes preparou com a afirmao (V. 24): Mesmo ns, a quem tambm chamou, no
s dentre os judeus, mas dentre os gentios tambm. Isto mostra-nos claramente que os
vasos de misericrdia que so manifestante indivduos eleitos, constitem-se tanto de
judeus como de gentios. Temos assim uma eleio individual de gentios bem como de
judeus. Sobre este verso o Prof. Brown nota luminosamente: Aqui, pela primeira vez
neste captulo, introduz-se a chamada dos gentios; tudo antes dizendo respeito no
substituio dos judeus rejeitados pelos gentios chamados, mas escolha de uma poro
do mesmo Israel. Fora total a rejeio de Israel, a promessa de Deus a Abrao no se teria
cumprido pela substituio deles pelos gentios; mas sendo s parcial a rejeio de Israel,
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a conservao de um resto, no qual a promessa valeu, porm segundo a eleio da
graa. E agora, pela primeira vez, o apstolo nos diz que, a par com este resto eleito de
Israel, propsito de Deus tirar dos gentios um povo para Seu nome. (Atos 15:14).
B. Referncias eleio em outros livros do Novo Testamento.
Estas referncias aparecem nalgum lugar nesta discusso, pelo que no precisam
ser mencionadas aqui. Vire o leitor as pginas deste captulo e note estas referncias,
marcando quo certo elas se referem a uma eleio individual para a salvao. Note
especialmente II Tessalonicenses 2:13 em contraste com a teoria que a eleio s para
posio e vantagem e no para salvao.
C. Todos os argumentos que dirigimos agora segundo teoria, a qual nega que aeleio foi individual.
Esta segunda teoria :
2. QUE A ELEIO ETERNA SE APLICA SOMENTE CLASSE DOS QUEM
QUER QUE QUEIRA.
A falsidade desta teoria se prova por:
(1). A prescincia de Deus dos que Ele salva.
Romanos 8:29 afirma a prescincia de Deus dos que Ele salva. E desde que Deus
pr conhece os que Ele salva, Sua eleio deles no podia ter sido mera eleio de classe.
Eleger uma classe com total conhecimento prvio dos que ao certo ho de compor essa
classe igual a uma individual de cada um na classe.
(2). O fato de os nomes dos eleitos estarem escritos no livro da vida.
Que os nomes dos eleitos estavam escritos no livro da vida na eternidade est
provado por Apocalipse 17:8, que diz:
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A besta que viste, foi e j no , e h de subir do abismo e ir-se perdio. E os
que habitam na terra (cujos nomes no esto escritos no livro da vida, desde a fundao
do mundo) se admiraro vendo a besta que era e j no , ainda que .
Esta passagem, falando daqueles cujos nomes no estavam escritos no livro davida, implica distintamente que houve alguns cujos nomes estavam escritos no livro da
vida desde a fundao do mundo. Desde a fundao do mundo, diz Justin A. Smith,
o modo do Novo Testamento representar o que teve lugar no passado remoto, antes do
tempo, medido nos perodos deste mundo, existir (An American Commentary on the
New Testament).
Este escrever dos nomes dos eleitos no livro da vida certamente faz a eleio
individual e pessoal.
(3). O fato que Deus salva gente como indivduos
A imutabilidade de Deus, como j indicamos, leva-nos a crer que Deus props
eternamente fazer tudo o que Ele faz. Portanto, desde que Ele salva o povo como
indivduos, Ele deve ter tido um propsito eterno de os salvar como indivduos. Este
propsito eterno igual eleio, e assim est provado ser a eleio individual.
Tudo destes argumentos mostra tambm que em nenhum sentido a eleio
respeita a todos os homens: ela toca somente aqueles a quem Deus salva atualmente.
Todos os outros Ele passou, deixando-os sofrer a justa penalidade dos seus pecados no
inferno.
V. ELEIO NO SE BASEOU NA F PREVISTA DOS ELEITOS
Certo que Deus previu a f dos eleitos. E tambm certo que este pr-conhecimento no foi o fundamento da eleio. Prosseguimos a provar que a eleio no
se baseou na f prevista dos eleitos por induzir algumas objees teoria que baseia a
eleio na f prevista dos eleitos. Veremos ento que esta teoria no elimina algumas das
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objees mais fortes que os arminianos alegam contra a doutrina da eleio
incondicional. Primeiro tomaremos as:
1. OBJEES A TEORIA QUE A ELEIO SE BASEOU NA F PREVISTA DOS
ELEITOS
E, antes de dar essas objees, desejamos indicar o fato que elas se aplicam com
igual fora teoria que somos eleitos quando somos salvos, pois ambas as teorias
igualmente condicionam a eleio na f.
(1). Esta teoria nega que a f seja um dom de Deus e faz dela um exerccio do corao
natural.
Nenhum advogado judicioso desta teoria pode sustentar que a f seja o dom de
Deus, que se opera em ns pela fora regeneradora do Esprito Santo. O notvel
Agostinho, no seu livro das Retrataes, habilmente reconhece o seu erro em ter pensado
uma vez que a eleio se baseia na f prevista, dizendo: Eu nunca podia ter afirmado
que Deus, ao escolher homens para a vida, tivesse qualquer respeito sua f, tivera eu
considerado devidamente que a f o Seu prprio dom. A f a salvao em germe.
Portanto, dizer que Deus d a f e ento nos salva eletivamente por causa dessa f
prevista, equivale a dizer que Deus salva e ento, por causa disso, elege-nos para a
salvao. Da, a nica idia bvia que pode ser tomada pelos que crem que a eleio se
baseia na f prevista que a f precede a vivificao poderosa do Esprito Santo e que ,
portanto, um exerccio do corao natural. Isto implica as seguintes coisas que a Escritura
nega:
A. Que uma coisa limpa pode sair de uma impura.
Certamente que a f limpa e santa. O corao natural , certamente impuro e
mpio. Jeremias 17:9 ensina que o corao natural desesperadamente mpio. E em
Romanos 7:18 Paulo diz que na sua natureza carnal no havia bem algum. Mais ainda, a
doutrina de depravao total, como ensinada na Escritura e crida pelos batistas, afirma
que toda faculdade do homem est poluda pelo pecado, e, portanto, impura e mpia.
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Agora, pode a f, princpio limpo, proceder do corao natural, coisa impura?
Respondemos que no pode, e isso por duas razes, a saber:
(a) A lei inexorvel que igual gera igual. Isto uma lei universal. Opera em todas
as camadas. um axioma. Expressa-se esta lei figuradamente no brocardo que a gua nopode levantar-se acima do seu nvel.
(b) A afirmao de J. Referamo-nos aqui a J 14:4, que diz: Quem do imundo
tirar o puro? Ningum.
B. Que um que est acostumado a fazer o mal pode voltar a fazer o bem.
O pecador est acostumado a fazer o mal. A f uma boa coisa. Pode ento opecador exerce-la enquanto est no estado natural? Jeremias afirma fortemente a
impossibilidade de o pecador fazer isto. Ele diz: pode o etope mudar sua pele ou o
leopardo suas manchas? Assim podeis vs fazer o bem sendo acostumados a fazer o
mal? (13:23). Assim Jeremias diz que to impossvel ao homem natural fazer o bem e,
exercer a f, como ao negro fazer-se branco ou ao leopardo despir-se do seu manto
malhado.
C. Que o que est na carne pode agradar a Deus.
A f agradvel a Deus. A menos que algum seja vivificado pelo Esprito Santo,
est na carne, isto , est sob o poder dominador da natureza carnal. Pode ento algum
exercer a f antes de ser vivificado? No segundo Paulo, que diz: A mente da carne
inimizade contra Deus, pois no est sujeita lei de Deus, nem na verdade pode estar: e
os que esto na carne no podem agradar a Deus (Romanos 8:7,8).
D. Que o homem natural pode receber as coisas espirituais.
A f salvadora a recepo de Jesus Cristo como Salvador de algum. Cristo
como salvador certamente uma coisa espiritual. Receber a Cristo como salvador de
algum mais do que receber a verdade intelectualmente. Deve o tal ter um
convencimento cordial de sua condio perdida e de sua completa inabilidade para
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salvar-se a si mesmo. Deve o tal ter tambm uma convico cordial quanto ao poder
salvador de Cristo e de como o homem participa desse poder. Deve haver uma apreciao
real destas coisas. E estas coisas, quando devidamente apreciadas na sua profunda
significao, so certamente coisas espirituais. E foi com referncia a Cristo e Ele
crucificado que Paulo escreveu quando disse: O homem natural no recebe as coisas do
Esprito de Deus, pois so loucura para ele e ele no pode conhece-las, porque so
discernidas espiritualmente. (I Corntios 2:14).
(2). Esta teoria faz a eleio depender do correr e do querer do homem.
Contudo, ao discutir a eleio, diz Paulo: No do que quer, nem do que corre,
mas de Deus, que se compadece (Romanos 9:16).
(3). Esta teoria nega a salvao pela graa e d ao homem base para gloriar-se diante de
Deus.
Se Deus est representado como contemplando atravs dos sculos e prevendo
que uns certos creriam aparte de qualquer soberano propsito para traze-los f, tendo a
estes elegido por causa desta f prevista, no pode ser negado que Deus salva somente os
que esto melhores do que a parte comum da humanidade. A grande maioria dos homens
prossegue na incredulidade, o que indica neles um esprito muito pior do que seria
indicado neles se cressem. Da, os que crem, em princpios arminianos, so melhores em
si mesmos (porque a f, se for uma condio de eleio, deve, como j o mostramos,
proceder o poder vivificador do Esprito Santo e vem, portanto d corao natural) do
que os que no crem. Segue-se, conseqentemente, como a noite ao dia, que Deus salva
somente os que so melhor do que outros. E essa bondade, conquanto mesmo consista s
de f, no pode ser excluda da categoria de atos meritrios. A f o germe da santidade.
Sim, mas, a prpria expresso de uma disposio santa. De sorte que, o que cr queDeus elegeu homens sob condies de sua f, deve se ele for capaz de pensar, aceitar a
proposio que Deus elegeu salvar homens sobre o fundamento do seu prprio mrito
parcial. Nenhum crente de eleio condicionada na f pode sustentar coerentemente a
salvao pela graa.
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Os arminianos sustentam, comumente, que Deus no pode com justia passar
pelos cados, como os da eleio incondicional o representam passando pelos no-eleitos.
Mas, se Deus no pudesse com justia ter passado pelo homem quando ele caiu, Deus
lhe teria feito uma injustia ter passado por ele, e quando, em vez de passar por ele, o
visitou, Deus estava simplesmente executando para com ele um ato de justia. um
abuso crasso de linguagem, seguramente, chamar ato de graa uma semelhante
interposio. Os arminianos esto sempre reclamando que so os defensores da Livre
graa, mas os seus princpios ... provaram demonstrativamente que a pretenso est
absolutamente destituda de garantia, que pela natureza da economia, quer pela histria
de sua administrao (Watts, Sovereignty of God, pg. 13).
S h dois sistemas de teologia. Um deles d toda a glria a Deus; os demais adividem com o homem (J. W. Porter, Random Remarks on election pg. 41).
Segundo a teoria agora refutada, um homem salvo pode dizer: Pai, agradeo-Te
teres mandado a Cristo morrer por mim e agradeo-Te por me ofereceres a salvao,
porque, a menos que tivesses feito estas coisas, eu no podia me salvar. E agradeo-Te
que me influenciaste pelo Esprito. Mas, Pai, posso agradecer s a mim mesmo ter eu
aceitado Tua oferta de misericrdia. O crdito disso a mim pertencem, uma vez que nada
do que fizeste foi suficiente para causar irresistivelmente a minha aceitao de Tua livremerc. Fizeste tanto pelos outros que ainda esto perdidos como fizeste por mim antes de
eu crer; logo, eu a mim mesmo me fiz diferir dos demais. Pai, no pode com justia
negar-me o direito de gloriar-me nisto e jactar-me disso por toda a eternidade, como
ficarei especialmente movido a faze-lo quando penso na condio dos perdidos no
inferno e me lembro de que foi meu ato que me guardou de estar no inferno. De alguma
maneira, ou por hereditariedade, treino ou qualquer outra coisa, fui melhor do que eles,
porque me submeti a Ti e eles no. Assim, ainda mesmo que a salvao foi mais de Tua
graa, todavia no o foi inteiramente; porque Tu no me terias salvo se eu no fora
melhor do que aqueles que perecem.
Ao contrrio, -nos dito no santo escrito que Deus arranjou a dispensao de Sua
graa para que nenhuma carne se glorie perante Deus (I Corntios 1:29).
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(4). Esta teoria faz da eleio uma fara.
Se os homens fossem previstos como possudos de f e santidade, antes de sua
eleio e independentes dela, seria difcil conceber que ocasio houve para serem eleitos.
No haveria necessidade dela para garantir sua felicidade final. Porque o Juiz de toda aterra deve fazer justia e a misria eterna jamais foi designada para ser a poro de
qualquer um que creia e seja santo; que paz e salvao esto ligadas inseparavelmente a
um tal estado e a tais caracteres. Ter ordenado esses para a felicidade e glria, que foram
previstos estar assim qualificados, teria, portanto, sido em tudo desnecessrio (A. Booth,
Reign of Grace, pg. 63).
Assim o arminianismo faz da eleio um termo desnecessrio e sem sentido.
(5). Esta teoria representa-nos como sendo eleitos porque fomos previstos como santos
mais do que se devssemos ser santos.
O crente santo; isto , uma pessoa santificada. Assim, ensinar que fomos
eleitos porque fomos previstos como crentes ensinar que fomos eleitos porque fomos
previstos como sendo santo; mas a Escritura ensina que fomos escolhidos em Cristo
para que fossemos santos. (Efsios 1:4).
(6). Esta teoria faz a eleio por causa da adoo mais do que para adoo.
Todos os crentes foram adotados, porque a adoo por meio da f (Glatas
3:26). Assim, se a eleio tivesse sido baseada na f prevista, teria sido tambm baseada
na adoo prevista; mas a Escritura ensina que a predestinao (que envolve eleio)
para adoo (Efsios 1:5).
(7). Esta teoria destri a soberania de Deus.
Segundo o arminianismo, Deus est sem poder para salvar a qualquer pessoa,
exceto os que por si mesmos consentem em salvar-se. Assim, Deus est sem poder ante
a majestade da vontade arrogante do homem. Os pecadores tm a glria de sua prpria
salvao. Orar a Deus para converter um homem absurdo. Deus elege o homem porque
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prev que o homem eleger-se- a si mesmo (S. R. Mason, como citado aprovadamente
por A. H. Strong Systematic Theology, pg. 433).
2. A FUTILIDADE DA TEORIA QUE A ELEIO SE BASEOU NA F PREVISTA
DO ELEITO.
Os arminianos imaginaram esta teoria para eliminar certas objees que eles
inventaram contra a eleio incondicional. Objetam certeza que prevalece sob a eleio
incondicional, porque fantasiam que esta certeza abroga a livre agncia do homem. Mas a
teoria em considerao envolve nada menos um grau de certeza. Se Deus prev que uma
coisa vai ser, absolutamente certo ser. Nada o poderia fazer mais certo.
Eles no gostam de pensar de alguns homens nascidos no mundo sem nenhumapossibilidade de salvao. Mas a teoria em considerao envolve a mesma coisa; pois,
certamente, se Deus previu os que creriam, tambm previu os que no creriam, e no h
possibilidade destes jamais crerem.
Eles pensam que a eleio incondicional coloca a responsabilidade dos que
perecem sobre Deus, mas sua admisso da prescincia de Deus est igualmente aberta
mesma objeo, como mostrado na seguinte citao: Eu logo admito que a mera
previso de um evento que no podemos impedir e no temos a faculdade de realizar no
nos envolve em responsabilidade alguma. Mas, quando o Criador, de Seu prprio prazer
soberano chama a existncia um agente inteligente, amolda-o com certos poderes e
apetites e o coloca no meio de cenas em que eles vem claramente tentaes que o
sobrepujaro, num tal caso auto-evidente que as nossas dbeis faculdades no podem
separar prescincia de pr-ordenao. A negativa, portanto, de pr-ordenao no mitiga
qualquer objeo: apenas esconde a dificuldade aos ignorantes (Richard Fuller, Baptist
Doctrines, by C. A. Jenkins).
3. A NATUREZA DA PRESCINCIA DE DEUS.
Romanos 8:29 e I Pedro 1:2 tm sido invocadas em amparo da teoria que a
eleio est baseada na previso que Deus tem da f dos eleitos; mas, prescincia e
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previso no so idnticas no sentido. Ao comentar Romanos 8:29, diz o Prof. Brown:
No captulo 11:2 e nos Salmos 1:6 o conhecimento que Deus tem do Seu povo no
pode restringir-se a mera previso de eventos futuros ou familiaridade com o que se vai
passando aqui em baixo... A prescincia que Deus tem do Seu prprio povo quer dizer
Sua complacncia peculiar e graciosa para com ele povo. (Commentary, Jamieson,
Fausset e Brown). Dizer que Romanos 8:29 quer dizer que a quem Deus previu como os
que de si mesmos crem lanar sobre o texto o que contrrio a todo o esprito e
mesmo letra do ensino apostlico (ibid). A mesma palavra em Romanos 8:29 aparece
de novo na sua forma de particpio em I Pedro 1:20, onde ela se refere a Cristo na Sua
obra redentora. A ela certamente no pode limitar-se ao simples sentido se previso.
uma noo comum que I Pedro 1:2 representa a prescincia como logicamente
antecedendo a eleio, mas tal noo no se contm na passagem em foco: esta ensina,simplesmente, que a eleio agradvel prescincia de Deus. A expresso eleitos ...
segundo a prescincia de Deus tem o mesmo sentido que eleitos na prescincia de
Deus. Os referidos foram leitos em que Deus, antes que o mundo existisse, os olhou com
especial e graciosa complacncia. A palavra prescincia em I Pedro 1:2 est definida no
Lxico de Thayer como significado antepensamento, prearranjamento.
Qualquer prescincia que implique certeza, como o caso am ambas as passagens
em discusso, deve ser considerada como logicamente subseqente ao propsito ou
decreto de Deus. Vide Atos 2:23. Logicamente, ainda que no cronologicamente, o
decreto vem antes da prescincia, (Strong). Donde vem o conhecimento de Deus da
futurio de quaisquer eventos, exceto do conhecimento do Seu propsito de causar ou
permitir que eles viessem a acontecer? (Boyce). A prescincia de Deus descansa sobre
o Seu determinado conselho (Graves, The Seven Dispensations, pg. 100).
VI. A ELEIO PARA A SALVAO
Declara-se esta verdade em II Tessalonicenses 2:13, que diz: Deus vos escolheu
para a salvao desde o princpio.
Notai trs coisas desta passagem:
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1. ELEIO NO SALVAO
Os arminianos acusam que a eleio incondicional quer dizer salvao
incondicional e que ns ensinamos que os homens foram atualmente salvos na
eternidade. Ambas as coisas so sem fundamento, porque a eleio no salvao.Fomos incondicionalmente eleitos na eternidade para uma salvao condicional no
tempo. E quando falamos da salvao como sendo condicional, no queremos dizer que a
salvao dos eleitos seja de qualquer modo fortuita ou incerta, mas somente que certas
condies (arrependimento e f) devem cumprir-se antes que eles venham a possuir a
salvao. Uma condio alguma coisa que necessariamente precede um resultado,
MAS NO O PRODUZ. Na eternidade a salvao dos eleitos se props e os eleitos so
falados no propsito de Deus como chamados, justificados e glorificados (Romanos 8:29-30), mas isto simplesmente a linguagem dAquele que, no Seu propsito, chama as
coisas que no so como se fossem (Romanos 4:17). Muitas passagens ensinam
claramente que a salvao atual tem lugar no tempo e por isto contendemos fortemente.
No temos pacincia de espcie alguma com a teoria de a salvao que tem lugar no
tempo ser s salvao temporal, ou salvao no que ela respeita a esta vida.
2. A ELEIO PRIMARIAMENTE PARA A SALVAO MAIS DO QUE
MERAMENTE PARA O SERVIO
O diabo no se cansa de inventar noes contrrias verdade. Ele j levou alguns
a dizerem que a eleio da Bblia meramente para servio; mas a Palavra de Deus
posta-se de cara contra esta tola noo, revelando-nos que fomos escolhidos para a
salvao.
3. A ELEIO PARA A SALVAO MAIS DO QUE PARA PRIVILGIOS
EXTERNOS
Outra noo diablica que a eleio meramente para privilgios e
oportunidades externos; mas II Tessalonicenses 2:13 mata essa noo tambm.
VII. A ELEIO INCLUI TODOS QUE EM TODO TEMPO SE SALVAREM
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Alguns tm a idia que a eleio inclui somente tantos em cada gerao quanto
necessrio para garantirem que o Evangelho seja crido e proclamado. Outros tm a noo
que em adio aos eleitos faa-se espao para quem quer que queira. A afirmao supra
nega ambos estes pareceres. Certo que a eleio inclui a todos quantos forem salvos,
porque:
1. A IMUTABILIDADE DE DEUS O PROVA
O homem, na sua condio natural no pode vir a Cristo. Cf. Jeremias 17:9;
Provrbios 4:23; J 14:4; Jeremias 13:23; Joo 12:39,40; Romanos 8:7,8; II Corntios
2:14. A habilidade para vir a Cristo, por tanto, divinamente dada, como estabelecido em
Joo 6:35. Logo, ningum pode vir a Cristo e ser salvo a no ser aqueles a quem Deus
comunica a habilidade para virem. J notamos previamente que a imutabilidade de Deus
nos ensina que o que quer que Deus faa em qualquer tempo deve Ele ter sempre
proposto fazer. Conseqentemente, na eternidade Ele se props dar a habilidade para
virem a Cristo a todos quantos Ele atualmente a d no tempo. Este propsito igual
eleio. E desde que ningum pode vir exceto aqueles a quem esta habilidade dada,
todos includos no propsito de Deus, o que igual a eleio, segue-se que ningum
jamais se salvar exceto os eleitos. Os eleitos e os quem quer que queira so um, desde
que ningum pode querer virar-se para Cristo seno quando Deus neles opera o querer.
2. A ONISCINCIA DE DEUS O PROVA.
A salvao do Senhor. Desde que Deus onisciente, Ele soube exato a quem
salvaria. Este conhecimento envolveu um propsito de salva-los. Este propsito, como
observamos antes, iguala eleio. Assim a eleio inclui todos quantos em qualquer
tempo sero salvos, porque ela inclui a todos quantos Deus soube que salvaria.
3. O FATO QUE NINGUM EXCETO OS ELEITOS ENTRARO NA NOVA
JERUSALM PROVA-O
Apocalipse 21:27 diz-nos que os habitantes da Nova Jerusalm sero somente
aqueles que esto escritos no livro da vida do Cordeiro. Vimos que o escrever de nomes
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no livro da vida teve lugar no passado remoto, antes do princpio do tempo, como o
sabemos; e isso , portanto, equivalente a eleio. Ento Nova Jerusalm ser habitada
somente pelos eleitos. Se outros se salvam, fariam melhor carregando uma tenda com
eles, porque tero de acampar fora de Nova Jerusalm. S os eleitos entraro.
VIII. O FIM DA ELEIO EST INSEPARVELMENTE LIGADO COM TODOS
OS MEIOS NECESSRIOS PARA SUA REALIZAO
Ao mesmo tempo Deus escolheu o Seu povo e ordenou todos os meios
necessrios para realizar sua salvao completa e final. Tais meios estavam
inseparavelmente ligados eleio no decreto de Deus. No simpatizamos com o
cascadurismo, o hipercalvinismo. Dizer que os eleitos se salvaro se nalgum tempo
crerem ou no mal entender claramente a conexo entre a eleio e os meios que Deus
ordenou para o cumprimento do fim da eleio.
Salvao, espiritual, temporal e eterna pela graa por meio da f (Efsios 2:8-
10; Romanos 5:1; Glatas 3:26). Todos os pages que morrem sem ouvir o Evangelho
estaro perdidos (Romanos 1:19,20; 2:12). A f vem pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de
Deus (Romanos 10:17).
Onde quer que Deus tenha uma alma eleita, na plenitude do Seu prprio tempo
Ele de algum modo mandar o Evangelho chamar essa tal das trevas para a luz. Vide II
Tessalonicenses 2:14. Assim Filipe foi enviado ao eunuco eleito e assim se deu a Paulo
sofrer para que os eleitos obtivessem salvao eterna (II Timteo 2:10). Assim temos o
vnculo divino entre a eleio e as misses.
Alguns acusam que a eleio incondicional faz todos os meios inteis. Dizem que
se o caso tal com o homem que ele no pode por natureza receber coisas espirituais e
deve ser vivificado pelo Esprito antes de poder voltar do pecado, sendo certo voltar
quando vivificado, ento por que pregar-lhe? Ns lhe pregamos, primeiro que tudo,
porque Deus o mandou. Aceitamos a Palavra de Deus, quer possamos arrazoar porque ele
fala assim assado ou no. No fazemos de nossa razo o padro de obedincia ou de
verdade, como o caso com os arminianos. Mas, por outro lado, descobrimos a palavra
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de Deus ensinando que Deus chama os Seus eleitos pela Palavra, desde que a Palavra o
instrumento do Esprito na regenerao (Joo 3:5; Efsios 5:25, 26; Tito 3:5; Tiago 1:18;
I Pedro 1:23). No h mais inconveniente entre pregar o Evangelho aos espiritualmente
mortos do que houve em Cristo de p diante do tmulo de Lzaro, morto h quatro dias e
dizendo: Lzaro, sai para fora. Enquanto permaneceu morto, Lzaro no pode ouvir e
muito menos obedecer ordem; mas o poder doador de vida vindo de Deus acompanhou
a palavra de Cristo e Lzaro tanto ouviu como saiu. Cabe-nos a ns pregar o Evangelho a
toda a criatura, porque assim Cristo mandou. Cabe a Deus trazer os mortos vida. Vide
tambm a parbola dos ossos secos no vale, onde temos um quadro de convenso pela
pregao (Ezequiel 37). Os ossos estavam sem vida; todavia, pregar-lhes no foi em vo.
E os arminianos perguntaram: Porque orar pelos perdidos uma vez que todos oseleitos de Deus sero salvos e nenhuns outros podero salvar-se? Oramos pelos perdidos
pela mesma razo porque Paulo orou pelos homens, mesmo que ensinasse a eleio
incondicional. Oramos pelos perdidos pela mesma razo porque Cristo orou pela
segurana dos crentes, mesmo que essa segurana j estivesse certa. Vide Joo 17:11.
Orar pela salvao dos eleitos no mais irrazovel do que Cristo orar pela segurana
dos crentes. Cristo tambm orou pela restaurao de Sua primeira glria com o Pai. Vide
Joo 17:5. Foi isso em qualquer sentido incerto? A orao, bem como a pregao, um
meio de Deus executar Sua vontade. Os seus propsitos so fixos soberanamente e
imutveis eternamente, mas Ele no os fixou independentemente dos meios.
IX. A ELEIO NO CASCADURISMO
costumeiro aos arminianos censurar a doutrina bblica da eleio por se
referirem a ela como cascadurismo. Que Deus os perdoe, porque eles no sabem o que
fazem. Que a eleio no cascadurismo, prova-se pelos seguintes fatos:
1. A ELEIO EST INDISSOLUVELMENTE UNIDA AO EVANGELHO COMO
MEIO DE DEUS PARA CHAMAR OS SEUS ELEITOS SALVAO
Isto est provado pelas passagens dadas a cima, que mostram que a regenerao
por meio da Palavra. E tambm se prova por II Tessalonicenses 2:13,14. Os eleitos foram
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escolhidos para a salvao em santificao do Esprito e f na verdade. A isto Paulo
diz: so chamados pelo nosso Evangelho. Os cascaduras tpicos negam a indispensvel
necessidade do Evangelho na regenerao. Por esta razo mostram pouco interesse do
cumprimento da grande comisso.
2. OS CACADURAS E MISSIONRIOS NO DISCORDARAM A RESPEITO DA
ELEIO
(1). Discordam sobre misses, educao, sustento de pastores e outros
empreendimentos religiosos (Jarrel, pg. 431).
(2). No dividirem-se, apegaram-se eleio incondicional.
No serei desafiado a provar que os cascaduras apegam-se a esta doutrina. Que os
missionrios tambm o fizeram est provado pelo testemunho de Spencer, o qual diz que
os missionrios que abraaram o corpo principal da denominao sustentaram os
sentimentos doutrinrios de Andr Fuller, o qual creu na eleio incondicional, mesmo
que ensinasse um sacrifcio de suficincia universal. Vide History of Kentucky Baptist,
Vol. I, pg. 645.
3. NO H AINDA NENHUMA DIFERENA ENTRE OS MISSIONRIOS E OSCASCADURAS SOBRE A MATRIA DE ELEIO SER INCONDICIONAL
Isto se prova por:
(1). O fato de ambos aceitarem a deciso sobre eleio na Confisso de F de Filadlfia.
Os cascaduras ainda aceitam isto. E entre os missionrios esta confisso ainda
largamente usada, sendo no Sul, provavelmente, a mais influente de todas as confisses(McGlothin, Baptist Confessions of Faith, pg. 298).
(2). O fato de a eleio incondicional ser ensinada na outra grande confisso batista
americana, a de New Hampshire.
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Vide prova disto sob ulterior discusso de eleio incondicional como doutrina
batista.
(3). O fato de todos os nossos compndios teolgicos padres e todos os livros
doutrinrios escritos por batistas representativos reconhecidos ensinarem esta doutrina .
Para prova disto vide discusso referida imediatamente acima.
4. OS CRENTES BATISTAS NA ELEIO INCONDICIONAL, LIGADA COM O
EVANGELHO COMO UM MEIO INDISPENSVEL NA REGENERAO, TEM
SIDO SEMPRE AGRESSIVIDSSIMOS NA PROPAGAO DO EVANGELHO
A viso e o esforo missionrio originaram-se, no entre os batistas gerais(arminianos), nem ainda entre qualquer outra denominao arminiana, mas entre os
batistas particulares (calvinsticos) da Inglaterra. Vide os anais na maioria de quaisquer
histrias batistas. Robert Hall, Sr. Andrew Fuller e William Carey foram os lderes
luminares.
O esforo missionrios mundial americano originou na Associao de Filadlfia,
a qual adotou a detestada Confisso de F de Filadlfia. Vide The Story of Baptist,
Cook, pg. 327). A Associao de Filadlfia rapidamente se tornou a corporao lder debatistas americanos, posio que ela at hoje no perdeu inteiramente (1897). Muito de
toda a coisa boa em nossa histria, de 1700 a 1850, pode ser traado sua iniciativa ou
cooperao ativa (Vedder, Short History of Baptists, pg. 204).
X. A ELEIO NO DUPLO SEMENTISMO
Isto a outro epteto com que os arminianos se deliciam em aplicar doutrina
bblica de eleio. Em sntese, duplo sementismo sustenta que Ado e Eva geraram duassementes, uma de Deus e outra da serpente. Daniel Parker, que propalou esta doutrina,
ensinou que a semente de Deus foram os filhos atuais de Deus desde a eternidade e que
a semente da serpente foram gerados do diabo (Atas of General Association of Baptist
in Kentucky, 1837, pg. 11).
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Nenhuma doutrina semelhante a esta est envolvida em eleio incondicional.
Mostramos que a eleio para a salvao e, portanto, no salvao. A salvao tem
lugar no tempo. Todos os homens so filhos do diabo at que se tornem filhos de Deus
pela regenerao e pela f (I Joo 3:9,10).
XI. A ELEIO NO ENVOLVE FATALISMO
Os que no podem ver a diferena entre eleio e fatalismo carecem de consultar
um bom dicionrio. O fado pago uma fora irresistvel, irracional, determinando
todos os eventos com nenhuma conexo manifesta com a razo ou a justia. Pr-
ordenao e predestinao so crists, denotando a ordem racional e justa, ou o decreto
do Deus supremo e onisciente.
A. R. McGehee disse uma vez o seguinte concernente diferena entre fastalismo
e predestinao: Fatalismo aquela teoria da vida que ensina que todo o destino est
fixado desde o princpio, e que as circunstncias e atos intermedirios no afetam esse
destino fixado. O fim em vista, quer bom ou mal alando por simples fat ou capricho, e
pouca conta se faz de moralidade ou propsito, com escassa nfase na personalidade
divina ou humana. uma filosofia e no uma religio. Em contrate, o determinismo
sustenta que o fim ou destino em vista efetuado por uma combinao de todos os atos ecircunstncias precedentes. A eleio, por outro lado moral e pessoal e intencionada, e
os eventos so divinamente ordenados e controlados a produzirem certos valores morais.
Mas o arminianismo ou deve negar a prescincia de Deus ou trancar-se em vago
fatalismo. Se Deus previu o destino final de cada homem, esto o destino foi ajustado e
fixado na eternidade. Porque ento foi fixado? Os arminianos tm de um lado um trono
vazio e de outro um futuro fixado. Para eles s h duas sadas: ou eles podem prosseguir
com sua infidelidade na direo do seu trmino lgico e negar a prescincia de Deus, oupodem reconhecer a sorte como o determinador dos eventos humanos. Faa cada
arminiano sua escolha e ento escreva-nos a respeito.
Dissemos que h s dois caminhos para o arminiano. Isso verdade por tanto
tempo enquanto ele ficar arminiano. Mas h, depois de tudo, uma sada do dilema que
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seguro e feliz: reconhecer a verdade da soberania absoluta de Deus. Desejamos que todo
arminiano pudesse conhecer o conforto e o gozo que a aceitao dessa verdade traz.
XII. A ELEIO PERFEITAMENTE COERENTE COM A LIVRE AGNCIA DO
HOMEM
Para definio e discusso geral da livre agncia vide captulo XIX.
A doutrina bblica da eleio representa o homem na sua condio natural como
completamente escravizado pelo pecado, sem nenhuma habilidade nas coisas espirituais.
Tambm representa Deus como tomando a iniciativa na converso por vivificar o pecador
morto para a vida logicamente antes do seu arrependimento e da sua f. Mas para a prova
de que isto no envolve um conflito entre a livre agncia e a eleio vide no captulo XIXa discusso sob a epgrafe Livre Agncia do Homem Natural e Livre Agncia e
Converso.
XIII. A ELEIO NO DESTRI A RESPONSABILIDADE DO PECADOR
Quando Paulo escreveu a sua maravilhosa epstola aos Romanos, ele antecipou a
objeo que muitas vezes feita sabedoria de Deus tratando com os homens sobre o
fundamento que ela destri a responsabilidade do pecador. Diz Paulo: Tu ento medirs: Por que se queixa ele ainda? Pois quem resistiu Sua vontade? (Romanos 9:19).
Em outras palavras: Se Deus escolhe e rejeita, perdoa e pune a quem Lhe apraz, por que
so censurados os que, se rejeitados por Ele, no podem deixar de pecar e perecer? Ou,
se Deus salva a todos que Ele escolhe salvar, deixando o resto num estado de impotncia
espiritual, do qual no podem livrar-se, sendo certo persistir no pecado para sua
condenao eterna, por que Ele censura os que continuam no pecado? Isto mostra
claramente, como j indicamos, que Paulo ensinou a eleio incondicional e a total
inabilidade espiritual do homem natural. Uma objeo semelhante no seria sugerida por
qualquer outra doutrina.
1. ESTA OBJEO MPIA.
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Em resposta a essa objeo, diz Paulo: Mas antes, homem! Quem s tu, que
contesta contra Deus? Porventura a coisa formada dir ao que a formou: Porque me
fizeste assim? (Romanos 9:20). Paulo respondeu, assim como respondemos a
semelhantes objees, que o homem no tem direito, sob quaisquer circunstncias, de
discutir qualquer coisa que Deus faz. Deus no est sob obrigao alguma de dar contas
de Si mesmo ao homem. O arminiano no merece nenhuma considerao mais.
Mas o inquiridor reverente, que prontamente aceita tudo quanto Deus revelou e
deseja, para a sua prpria edificao espiritual, saber tudo que ele possa aprender da
Palavra de Deus a respeito dos caminhos infinitamente sbios e santos dAquele cuja
presena como chama de fogo e cuja glria Ele elevou sobre os cus, esse merece mais
considerao. Da, por amor de um tal inquiridor, notamos ainda:
2. AS DUAS FASES DA VONTADE DE DEUS
Dissemos que Deus salva a todos quantos ele escolhe ou quer salvar. Doutro lado,
Deus ordena que todos os homens em toda a parte se arrependam (Atos 17:30). Ele
tambm manda que o Evangelho seja pregado a toda criatura (Marcos 16:15). E o
Evangelho o chamado geral de Deus.
Por chamado geral e convite geral queremos dizer tais como os que se estendem a
outros tanto como os eleitos. Tomamos o convite de Cristo para incluir expressamente os
que lutam pela salvao por meio de observncias legais, estando assim sobrecarregados.
Demasiado presumir que todos desta classe que ouvem estas palavras vem a Cristo.
Assim, este convite foi geral.
Sendo tambm devidamente acompanhado do convite geral, tal como o que Cristo
fez (Mateus 11:28). Isto evidncia que deve ser feita uma distino em tratar com a
vontade de Deus. DEUS FEZ ESSA DISTINO PARA NS. Vs o achareis em
Deuteronmio 29:9. L se divide em vontade secreta e revelada. Esta distino ali se faz
porque est indicado nos captulos 29 e 30 que os israelitas seriam permitidos de Deus a
assim desobedece-Lo que lhes mandaria o cativeiro e finalmente os dispersaria pelos
quatro ventos da terra. Era Sua vontade secreta permitir isto; mas Sua vontade revelada
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foi que obedecessem. Isso fixou a responsabilidade deles, segundo Deuteronmio 29:9
indica claramente.
Esta distino entre a vontade secreta e a vontade revelada de Deus no pe,
como tem sido acusado, uma duplicidade intolervel entre o Ser de Deus, que O acuse sit vnia verbo de falsidade e engano (Schaff). Basea-se num fato da experincia
humana. A vontade revelada de Deus expressa Sua preferncia imanente nas coisas
consideradas em si mesmos e fora do Seu propsito perfeito e santo. Que houve uma
diferena imanente de Deus nas coisas abstradas do todo e o Seu propsito consumado
est imperfeitamente ilustrado no seguinte exemplo. Um pai amoroso no tem prazer no
sofrimento de um filhinho, todavia, para o bem e a felicidade futura do filhinho, o pai
inflige-lhe sofrimento a modo de castigo. O pai emprega assim uma coisa que desagradvel em si mesma para consecuo de um propsito. Deus no se agrada do
pecado, considerado em si mesmo; mas, na realizao do Seu propsito, agradou-lhe
permitir o pecado e domina-lo para Sua glria.
3. A ELEIO E OS NO ELEITOS
A eleio no impe nenhuma restrio aos no eleitos. Ela no os afeta
ativamente de modo algum. Ela deixa-os exatamente na mesma condio em queestariam se no houvesse nenhuma tal coisa com a eleio, a saber, uma condio de
impotncia espiritual e condenao, tal como todos os pecadores esto por natureza. Uma
eleio de alguns para a vida no implica uma eleio de alguns para a morte. A morte do
mpio no o resultado da eleio, mas dos justos tratos de Deus com ele como pecador.
o justo salrio daquele mpio (Romanos 6:23). Na eleio Deus simplesmente escolhe
dentre a massa inteira da humanidade depravada aqueles a quem Lhe apraz salvar por
justas e santas razes s dEle conhecidas. O resto ele simplesmente os deixa s justas
conseqncias do seu pecado. Se um homem rico escolhe um mendigo e lhe d riquezas,
pode isso ser dito que, em fazendo assim, o rico elege todos os demais mendigos para
sofrerem perptua pobreza?
4. RESPONSABILIDADE E INABILIDADE ESPIRITUAL
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O pecador est sem habilidade espiritual, mas isso no destri sua
responsabilidade. Que a responsabilidade depende da habilidade atual mxima furta-cor
teolgica que no pode suster-se na luz dos fatos escritursticos. O pago responsvel
por subsistir luz da conscincia que ele possui concernente Palavra de Deus. Compare
Romanos 2:12-16. Mas ele no pode fazer isto; porque se alguns pudessem, no haveria
base para sua condenao, segundo a passagem supra, e eles se salvariam pelas obras,
pelas quais a Escritura diz que ningum pode ser salvo. Ento aqueles que ouvem a Lei
so para ser julgados por ela. Quer isso dizer que eles so responsveis a obedecer a Lei:
mas eles no podem fazer isso, porque a voz da Lei fecha toda boca (Romanos 3:19).
Da, a responsabilidade no depende da habilidade presente e a inabilidade no destri a
responsabilidade.
5. O HOMEM RESPONSVEL POR SUA INABILIDADE ESPIRITUAL.
Mas ao passo que a responsabilidade no depende na habilidade presente, ela
apia-se na habilidade original. Originalmente tinha o homem habilidade nas coisas
espirituais. Esta habilidade ele malbaratou (perdeu) na queda de Ado. A raa inteira
participou desta queda. o ensino de Romanos 5:12. O pecaram da Verso do Rei
Tiago a traduo do tempo aoristo no grego. O tempo aoristo o modo indicativo (e
alguns outros modos), no qual expressa ao indicada no passado. Romanos 5:12,portanto, no alude a um curso de pecado seguido por cada individuo, mas a uma
apostasia, da apostasia de Ado todos participaram. O modo em que todos da raa de
Ado tomaram parte na queda est fortemente estabelecido por A. H. Strong como segue:
A vida total a humanidade estava ento em Ado: a raa tinha como ainda tem o
seu ser somente nele. Sua essncia ainda no estava individualizada; suas foras ainda
no estavam distribudas; os poderes que agora existem em homem separados estavam
ento unificados e localizados em Ado; a vontade de Ado era ainda a vontade da
espcie. No ato livre de Ado a vontade da raa revoltou-se contra Deus e a natureza da
raa corrompeu-se. A natureza que agora possumos vontade de Ado era ainda a
vontade da espcie. No ato livre de Ado a vontade da raa revoltou-se contra Deus e a
natureza da raa corrompeu-se. natureza que agora possumos a mesma que se
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corrompeu em Ado no a mesma em espcie meramente seno a mesma como que
fluindo dele continuamente para ns (Systematic Theology, pg. 328).
Tendo pecado em Ado, cada descendente de Ado responsvel pela depravao
e inabilidade espiritual assim incorrida.
XIV. A ELEIO PERFEITAMENTE CONSISTENTE COM JUSTIA DE DEUS
Paulo tambm antecipou esta objeo sua doutrina (Romanos 9:14), o que
mostra que ele ensinou a eleio incondicional pois nenhuma outra teoria da eleio teria
sugerida esta objeo. Se, por acaso, algum que mal entendesse sua doutrina tivesse
apresentado a objeo, este era o lugar para ele apresentar claramente que sua doutrina de
eleio no estava aberta a essa objeo porque ensinou que a eleio estava baseada naf prevista dos eleitos. Paulo certamente teria feito isto, se tivesse sido arminiano; mas,
em vez, despediu-a como sendo prepstera, dizendo: de maneira nenhuma. Ento ele
prosseguiu a responder objeo com a prpria declarao de Deus concernentes Seu
trato soberano com os homens.
Examinemos mais a objeo, notamos:
1. JUSTIA E PARCIALIDADE
Entre outras noes cruas e inescritursticas, merece lugar importante a idia que
a justia e a parcialidade so necessariamente antagnicas. Ns no somos mandados a
ser parciais, mas em nenhum lugar Deus diz que Ele no parcial. A sabedoria, a
independncia e a soberania do-Lhe direitos que a nossa ignorncia, sujeio e
dependncia nos negam. A Escritura mostra que Deus parcial. Ele parcial aos homens
cados em comparao com os anjos cados no sentido de, com alguns dos primeiros, ter
promovido redeno, ao passo que os ltimos todos esto reservados em cadeias eternas
e nas trevas para o julgamento daquele grande dia. (Judas 6). Ele foi parcial nao
judaica em comparao com as naes pags. Ele parcial gente das assim chamadas
terras crists em comparao com o povo das terras pags, em que a primeira tem a luz
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do Evangelho, enquanto a ltima, em muitos casos, vive atravs da vida na ignorncia do
Evangelho que o nico meio de salvao.
Quanto parcialidade ser injusta, depende das circunstncias. O ministro, no seu
trato com os que persistem no pecado, no para conceder que qualquer coisa o faadesculpar alguns onde todos so igualmente culpados (I Timteo 5:21). E no devemos
preferir alguns homens em favor ou honra por causa das riquezas ou qualquer coisa
semelhante (Tiago 2:4). Em outras palavras, devemos tratar com os homens conforme
com o que eles realmente merecem; mas, na salvao, Deus trata com os inteiramente
mal merecidos; porque a graa favor imerecido e favor no devido como obrigao.
Logo, Deus pode distribuir Sua graa entre os homens como Lhe ditem Sua perfeita
sabedoria e santidade. Em assim fazendo, Ele elegeu alguns para a vida e a outros deixouperecerem como a justa conseqncia dos seus pecados. Quem ousar negar-Lhe este
direito?
No pode o Deus soberano de tudo
Dispensar os Seus favores como Lhe apraz;
Escolher alguns para a vida, enquanto outros caem,
E ser justo e santo contudo ainda?
2. DEUS NADA DEVE AO HOMEM
Precisa isto de ser enfatizado. Se ao homem devesse Deus algo, ento a salvao
seria por dvida e no por graa. Diro alguns que Deus deve ao homem uma
oportunidade de se salvar. Deu Ele esta oportunidade aos pagos que morreram sem o
Evangelho? Uma oportunidade de se salvar no alcana nada para o homem. Podiaalgum falar igualmente de se dar a um homem totalmente paraltico a oportunidade de
andar. Todo homem que no est fisicamente tolhido tem toda a oportunidade possvel de
andar; mas a oportunidade de nenhum valor ao tal na ausncia de habilidade. Os
perdidos esto espiritualmente mortos. Eles devem ter habilidade de vir a Cristo (Joo
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6:65). Diro alguns que Deus deve esta habilidade ao homem, mas esta habilidade a
salvao em germe e da, se Deus deve esta habilidade, a salvao no por graa. E
supondo que Deus desse tal habilidade a todos os homens, como os arminianos por ela
contendem, e ento eles recusassem empregar esta habilidade; no ficaria Deus
desobrigado de qualquer compromisso de renovar essa habilidade? Esta a posio do
homem. Uma vez ele teve habilidade, mas veio um tempo em que ele a desperdiou e
assim a perdeu. Teve isto lugar em Ado, no qual diz Deus que todos pecaram. Est
agora Deus na obrigao de renovar essa habilidade?
3. DEUS PODE FAZER O QUE ELE QUIZER COM O QUE DELE
Deus assevera o mesmo direito sobre a humanidade que o oleiro tem sobre o barro
(Romanos 9:21-23). Vede, desprezadores, espantai e perecei (Atos 13:41). Contudo,
seja dito, para prevenir mal entendido, que o mtodo de Deus fazer vasos de ira
preparados para destruio diferente do Seu mtodo de fazer vasos de misericrdia.
Este ltimo um ato de graa soberana. O primeiro um ato de justia permissiva.
Executa Ele o ltimo pela operao eficiente de sua graa; o primeiro Ele no causa
eficazmente, mas s permite por sbias e santas razes conhecidas completamente s por
Ele.
XV. A ELEIO NO FAZ DE DEUS UM RESPEITADOR DE PESSOAS
Quando as Escrituras nos dizem que Deus no um respeitador de pessoas, elas
querem dizer que os tratos de Deus com os homens no se determinam pelas diferenas
externas de raa, riquezas, posio social ou coisa parecida. Isto a Escritura insinua
distintamente. Vide 2 Samuel 14:14; Atos 10:34; 1 Pedro 1:17. Ter respeito a pessoas
fazer uma diferena entre pessoas igualmente merecedoras, mas no envolve nenhum
respeito de pessoas para fazer uma diferena entre os inteiramente no merecedores.Deus assim tem feito em vrios casos como indicados na discusso supra de justia e
parcialidade.
XVI. A ELEIO NO IMPLICA QUE DEUS CRIOU OS NO ELEITOS
MERAMENTE PARA CONDEN-LOS
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Deus no tem prazer na destruio dos mpios, como uma coisa em si mesma.
Pela contrrio, a salvao dos homens coisa que , em si mesma, agradvel a Deus. Mas
Ele fez o homem para Sua glria. De algum modo, no inteiramente compreensvel
mente finita, subserve essa glria que alguns homens peream. Assim Deus quis permiti-
lo, mas no porque Ele seja algum que exulte com o sofrimento do homem. Podemos
ficar seguros que Deus salvar o maior nmero que Ele pode salvar sem detrimento
manifestao mais gloriosa do Seu carter como um todo. Finalmente, veremos por
completo a santidade do propsito de Deus.
O crente na eleio incondicional no est mais na obrigao de responder a esta
objeo do que o crente na prescincia de Deus que nega a eleio incondicional, que a
um tal ocorre a pergunta inevitvel: Porque Deus criou aqueles que Ele soube quepereceriam? Richard Fuller estava exatamente certo em dizer que a prescincia da parte
de Deus e a pr- ordenao no podem ser separados. (Voltai e lede outra vez suas
palavras pgina 54.) A negao da pr-ordenao s oculta a dificuldade ao ignorante
(Richard Fuller).
XVII. A ELEIO CONFORME AQUI EST EXPOSTA UMA DOUTRINA
BATISTA
Viemos agora mostrar que a doutrina da eleio incondicional uma doutrina
batista. Para prova disto chamamos a ateno para o seguinte:
1. A F DOS PROGENITORES BATISTAS
(1) Os paterinos.
Dos paterinos diz W. A. Jarrell: Eles apelavam para os textos do nono captulo
de Romanos, por outros usados, para prova da doutrina da eleio incondicional (Church
Perpetuity, pg. 139).
(2). Waldenses e Albingenses.
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Um artigo de uma velha confisso Waldense, segundo citada por C. H. Spurgeon,
diz o seguinte:
Que Deus salve da corrupo e da condenao aqueles a quem Ele escolheu
desde as fundaes do mundo, no por qualquer disposio, f, ou santidade que Elepreviu neles, mas por Sua misericrdia em Cristo Jesus Seu Filho, passando por todo o
resto, segundo a razo irrepreensvel de Sua prpria livre vontade e justia (Spurgeons
Sermons, Vol. 2, pg. 69).
O Prof. A. A. Hodge, do Seminrio de Princeton, diz: Os waldenses... eram
todos calvinistas.
Entre os crentes mais antigos no sistema de doutrina chamado calvinsticopodemos, com grande propriedade, mencionar os waldenses e albingenses, - aquelas
eminentes e honradas testemunhas pela verdade, durante o longo perodo quando a igreja
e o mundo foram assolados por erro grasso e imoralidade. (Rice, God Sovereign and
Man Free).
Gualtier, um monge jesuta, nas suas tbuas cronogrficas traou um catlogo
consistindo de noventa particulares, no qual Ele mostra que os princpios dos waldenses e
os dos calvinistas coincidem mutuamente.
Lidanus, bispo catlico da S de Ghent, que escreveu em defesa dos postulados
da Igreja de Roma, a por 1550, chama a Calvino o herdeiro das doutrinas dos
waldenses (Joness Church History, pg. 357).
NOTA O Prof. Hodge e os dois jesutas aqui citados esto, evidentemente, deslocados
de sua epgrafe Trad.
(3). Anabatistas.
A f dos anabatistas a respeito da eleio est estabelecida por um dos seus lderes
como segue:
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Cristo, o Cordeiro de Deus, foi desde o princpio do mundo um mediador entre
Deus e os homens, e ficar mediador at ao fim. De que homens? De vs e eu apenas?
No assim, mas de todos os homens a quem Deus o deu por possesso.
(4). Batistas particulares da Inglaterra.
Os batistas americanos descenderam diretamente dos batistas particulares da
Inglaterra, com os quais se associaram homens tais como John Bunyan, Andrew Fuller e
William Carey. Denominaram-se Particular porque creram numa expiao s para os
eleitos. Isto seria bastante para mostrar sua posio a respeito da eleio, mas temos
prova explcita desta posio na sua grande confisso de f, chamada a Confisso de
Londres. Esta confisso foi mais tarde adotada pela Associao de Filadlfia na Amrica
e o seu testemunho concernente eleio ser achado abaixo.
2. CONFISSES DE F BATISTAS
(1). A confisso de Filadlfia.
Diz a Confisso de F de Filadlfia: Conquanto Deus saiba o que possa ou venha
a acontecer sobre todas as supostas condies, contudo Ele no decretou o que quer que
seja porque Ele previu como coisa futura, ou como aquilo que viria a se passar em certascondies. Pelo decreto de Deus, para manifestao de Sua glria, alguns homens e anjos
esto predestinados ou preordenados para a vida eterna por meio de Jesus Cristo, ao
louvor de Sua gloriosa graa; outros sendo deixados a agir nos seus pecados para sua
justa condenao, ao louvor de Sua gloriosa justia.
(2). A confisso de New Hampshire.
A confisso de New Hampshire originou-se no meio de forte influnciaarminiana; conseqentemente, sua posio a respeito da eleio est benignamente
expressa. No obstante, ela fala da eleio como o propsito eterno de Deus. Aqui no
h eleio no tempo e o artigo sobre o arrependimento e a f liga esta confisso ao ensino
que o eterno propsito eletivo de Deus foi incondicional. Diz:
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Cremos que o arrependimento e a f so deveres sagrados e tambm graas
inseparveis operadas em nossas almas pelo Esprito regenerador de Deus.
Ento o artigo sobre a regenerao fala do arrependimento e da f como frutos da
regenerao.
Nenhum negador da eleio incondicional pode aceitar qualquer desse postulados,
os quais s se harmonizam com a eleio incondicional. Todos os negadores da eleio
incondicional crem que o arrependimento e a f so no mnimo, logicamente, se no
cronologicamente, anteriores regenerao.
(3). Outras confisses
Segundo o Prof. W. J. McGlohtniel, eleio incondicional est ensinada em
alemo, francs, belga, suo, dinamarqus, hngaro e confisses batista russas. Vide
Baptist Confessions of Faith, pg. 334.
3. PREGADORES E ESCRITORES BATISTAS REPRESENTATIVOS
J. W. Porter, pregador eminente, redator, autor e erudito: 1. A eleio teve lugar
na eternidade. 2. Foi uma eleio individual. 3. Baseou-se inteiramente na boa vontade deDeus e no no mrito previsto dos eleitos.
F. F. Gibson, evangelista e pastor da maior igreja batista de Kentucky, a igreja de
Walnut Street em Louisville: Primeiro, a eleio pessoal. Segundo, a eleio eterna.
Terceiro, a eleio no foi em vista de f ou boas obras previstas.
Roy Mason (Tampa, Fla.), redator de Faith and Life autor de The Church that
Jesus Built; - Deus, em graa soberana, agindo sobre fundamentos bons e justos,conhecidos s dEle, na eternidade, antes da fundao do mundo, escolheu certas pessoas
para Si mesmo dentre a raa humana. Ao mesmo tempo em que Deus elegeu
incondicionalmente esses para a vida eterna, da mesma maneira ordenou o meio
suficiente para trazer os eleitos no tempo a um conhecimento salvador dEle mesmo. Esta
eleio no aparte de Cristo, mas em Cristo e o fim (a salvao dos eleitos) est
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inseparavelmente ligado com os meios ordenados por Deus para fazer acontecer a coisa
ordenada. (De uma carta ao autor).
David Burris, redator de Baptist Sentinel Oakdale, Tenn.; O propsito da
eleio no pode ser condicionado sobre qualquer mrito ou f dos escolhidos, uma vezque no h tal mrito. Isto especialmente verdadeiro desde que a f do homem est
prevista somente como o resultado da obra da graa de Deus... A f, como efeito da
eleio, no pode ser ao mesmo tempo a causa da eleio (The Baptist).
R. A. Venable: - No posso concordar com eles (Metodistas) quanto doutrina
da eleio e predestinao. Eles sustentam que a eleio de Deus para a salvao baseou-
se na Sua prescincia; que Deus previu que alguns creriam e a todos quantos Ele soube
que creriam Ele elegeu para a salvao. A soberana vontade de Deus nada teve a ver em
decidir Sua graa elegente. Isto creio eu estar tanto contra a razo como contra a
revelao. (Why Baptist and Not Methodist, in Baptist Why and Why Not, pg. 123,
published by Baptist Sunday School Board, Nasville, Tenn).
Robert Watts, Belfast. Ire., em artigos escritos a pedido de T. T. Eaton, publicados
no Western Recorder durante a redatoridade de Eaton, publicados mais tarde em livro
pelo Baptist Book Concern: - A favor do calvinismo pode-se pretender que o sistemadoutrinrio deduzido das Escrituras. E mais alm, ao falar da noo arminiana de eleio
estar baseada na f prevista. No est manifesto que tal noo tira o governo de Seus
agentes morais fora das mos de Deus? e ela no o apresenta como ocupando a posio
de um mero espectador, cuja linha de ao se determina pelas criaturas de Sua criao?
(Sovereignty of God, pg. 63, 128).
J. B. Moody, autor de mais quarenta livros, aos noventa e cinco anos, disse: A
eleio para a salvao soberana, eterna, incondicional, com meios e agnciaspredestinados para assegurar os esponsais de uma noiva e torn-la esposa do Cordeiro,
vicariamente redimida (The Plan and Way of Salvation, pg. 5).
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D. F. Estes, em New Testament Theology, pg. 180: - Sobre que depende esta
escolha divina nunca se faz depender de uma escolha prvia do homem por Deus, mas
faz-se antecipar ao do homem.
D. B. Ford, ao comentar Romanos 8:29: Que... a eleio... no depende daprescincia de Deus de nossa f ou bondade tambm evidente da declarao do ...
apstolo, que somos escolhidos em Cristo antes da fundao do mundo para que
fossemos santos. Vide Efsios 1:4 (American (Baptist) Commentary on the New
Testament).
A. N. Arnold, ao comentar a mesma passagem: Esta prescincia no deve ser
explicada como a prescincia meramente do seu arrependimento e f futuros, porque isso
faria do seu arrependimento e f a causa e no, como verdadeiramente so, a
conseqncia de sua pr-ordenao. Vide 1 Corntios 4:7 (An American (Baptist)
Commentary on the New Testament).
Alvah Hovey, redator geral do mentrio supra, citado por Strong: As Escrituras
nos probem de achar razes para eleio na ao moral do homem antes do novo
nascimento e meramente nos enviam vontade e misericrdia sobe