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2a edição | Nead - UPE 2010

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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)Núcleo de Educação à Distância - Universidade de Pernambuco - Recife

Silva, Fabio Sergio Barbosa da

Metodologia científica / Fabio Sergio Barbosa da Silva, Maria do Socorro Tavares Cavalcante. - Recife: UPE, 2010. 40 p.

ISBN - 978-85-7856-076-8

1. Metodologia científica. 2. Conhecimento científico. 3. Normalização I. Maria do Socorro Tavares Cavalcante. II. Universidade de Pernambuco - UPE. III. Título.

CDU 001.8

S586m

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REITORProf. Carlos Fernando de Araújo Calado

VICE-REITOR

Prof. Rivaldo Mendes de Albuquerque

PRó-REITOR ADMINISTRATIVOProf. José Thomaz Medeiros Correia

PRó-REITOR DE PLANEJAMENTOProf. Béda Barkokébas Jr.

PRó-REITOR DE GRADUAÇÃOProfa. Izabel Christina de Avelar Silva

PRó-REITORA DE PóS-GRADUAÇÃO E PESqUISA Profa. Viviane Colares Soares de Andrade Amorim

PRó-REITOR DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL E ExTENSÃOProf. Rivaldo Mendes de Albuquerque

COORDENADOR GERALProf. Renato Medeiros de MoraesCOORDENADOR ADJUNTO

Prof. Walmir Soares da Silva JúniorASSESSORA DA COORDENAÇÃO GERAL

Profa. Waldete ArantesCOORDENAÇÃO DE CURSO

Profa. Giovanna Josefa de Miranda Coelho

COORDENAÇÃO PEDAGóGICAProfa. Maria Vitória Ribas de Oliveira Lima

COORDENAÇÃO DE REVISÃO GRAMATICALProfa. Angela Maria Borges Cavalcanti

Profa. Eveline Mendes Costa LopesProfa. Geruza Viana da Silva

GERENTE DE PROJETOSProfa. Patrícia Lídia do Couto Soares Lopes

ADMINISTRAÇÃO DO AMBIENTEIgor Souza Lopes de Almeida

COORDENAÇÃO DE DESIGN E PRODUÇÃOProf. Marcos Leite

EqUIPE DE DESIGNAnita Sousa

Gabriela CastroRafael Efrem

Renata MoraesRodrigo Sotero

COORDENAÇÃO DE SUPORTEAfonso Bione

Prof. Jáuvaro Carneiro Leão

EDIÇÃO 2010Impresso no Brasil - Tiragem 180 exemplares

Av. Agamenon Magalhães, s/n - Santo AmaroRecife / PE - CEP. 50103-010

Fone: (81) 3183.3691 - Fax: (81) 3183.3664

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METODOLOGIA CIENTÍFICA

Prof. Fabio Sergio Barbosa da SilvaProfa. Maria do Socorro Tavares Cavalcante | 60 horas

Objetivo geral

Apresentação da disciplina

Ementa

Leitura analítica. Documentação, anotações e fi-chamento. Organização do trabalho acadêmico. Conhecimento e seus níveis. Normas da ABNT. Relatório e artigo científico. Noções gerais sobre pesquisa.

Incentivar o interesse pela investigação científica, enfatizando a sistematização do estudo para o tra-balho de pesquisa na elaboração de projetos de conclusão de curso.

A construção de textos científicos para a pesquisa, o preparo de livros para o ensino e a organi-zação de documentos despertam a curiosidade de muitos estudantes. Eles querem saber o que é Metodologia Científica, qual é sua importância para o curso que estão fazendo e qual é o objetivo da disciplina. Procurando não ser prolixo nem polemizar sobre essas questões, é possível explicá-las de maneira clara e objetiva, apesar de os profissionais que lecionam ou escrevem sobre Meto-dologia Científica terem, muitas vezes, pontos de vista dife¬renciados sobre a disciplina.

O que é Metodologia Científica?

Etimologicamente, a palavra Metodologia vem do grego metá, que significa “na direção de”, hodós, que significa “caminho”, e lagos, que significa “estudo”.

A Metodologia consiste em estudar e avaliar os vários métodos e verificar suas limitações e as im-plicações de sua utilização. Em um nível aplicado, ela examina e avalia técnicas de pesquisa e gera ou verifica novos métodos que possam conduzir à captação e ao processamento de informações, objetivando a resolução de problemas de investigação. (BARROS; LEHFELD, 2000, p. 1)

Assim, pode-se dizer que a Metodologia Científica consiste no estudo, na geração e na verifi-cação dos métodos, das técnicas e dos processos utilizados na investigação e na resolução de

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problemas, com vista ao desenvolvimento do conhecimento científico, que se constrói por meio da investigação científica, da pesquisa, utilizando-se a Metodologia.

qual é a importância da Metodologia Científi-ca para seu curso?

No decorrer de seu curso, os professores so-licitarão diversos tipos de trabalhos acadêmi-cos (resumos, pesquisas bibliográficas, artigos científicos, fichamentos etc.), organizados me-todologicamente. É importante que esses tra-balhos sejam bem elaborados, com estrutura e fundamentação lógicas, objetivas, sistemáticas e analíticas e com rigor metodológico.

A Metodologia Científica deve, portanto, dar subsídios para que o aluno aprenda a estudar e a elaborar trabalhos acadêmicos, de acordo com os procedimentos metodológicos e as normas oficializadas por instituições especiali-zadas. E para que ele aprenda, ainda, a pensar de forma lógica, sistemática, analítica e critica. O aluno deve compreender que seu cotidiano social está inserido em um determinado espaço e em um dado tempo, bem como os fenôme-nos a serem estudados por ele. É importante que essa questão seja levada em consideração no momento da escolha de uma metodologia, para que ela seja coerente e possa ajudar o aluno a fazer uma leitura da realidade e tam-bém contribua para a solução dos problemas e para a transformação da sociedade.

A Metodologia Científica é, pois, uma discipli-na auxiliar na formação profissional, intelectu-al, social e instrumental do aluno.

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capítulo 1 7

Profa. Maria do Socorro Tavares Cavalcante

Carga Horária | 15 horas

INTRODUÇÃO Caso o homem não tivesse a capacidade de conhecer e de compreender, viveria submetido às leis da natureza, como os demais animais. “Os animais conhecem as coisas; já o homem, além de conhecer, investiga-lhes as causas. Os animais só conhecem por via sensorial; já o homem conhece e pensa, elabora o material de seus conhecimentos” (RUIZ, 1996, p. 90).

O sujeito, nesse caso, é o ser humano, que construiu a faculdade da inteligibilidade. O objeto corresponde ao mundo exterior ao sujeito, que é representado em seu pensamento por meio da manipulação desse objeto. Segundo Luckesi; Passos (1996), os conceitos não nascem de dentro do sujeito, mas da apropriação que ele faz do exterior.

Assim, a função do sujeito é desvelar o objeto. Nessa relação, o homem elabora o conceito que é a representação e a explicação do objeto. Portanto, o que se diz do objeto deve corresponder ao que de fato se passa no objeto. Todavia, nem sempre isso ocorre, tendo em vista as formas de conhecimento que o homem se utiliza para compreender o objeto.

No processo de apreensão da realidade do objeto, o sujeito cognoscente pode penetrar em todas as esferas do conhecimento: ao estudar o homem, por exemplo, pode-se tirar uma série de con-clusões sobre a sua atuação na sociedade, baseada no senso comum ou na experiência cotidiana; pode-se analisá-lo como um ser biológico, verificando pela investigação experimental, as relações existentes entre determinados órgãos e suas funções; pode-se questioná-lo quanto à sua origem e destino, assim como quanto à sua liberdade; finalmente, pode-se observá-lo como ser criado pela divindade, à sua imagem e semelhança, e meditar sobre o que dele dizem os textos sagrados.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Conhecerefundamentarosdiversosní-veis de conhecimento.

• Contribuir e propiciar a formação deum pensamento crítico e científico.

OS TIPOS DE CONHECIMENTO

HUMANO

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capítulo 18

Apesar da separação metodológica entre os tipos de conhecimento popular, filosófico, re-ligioso e científico, essas formas de conheci-mento podem coexistir na mesma pessoa: um cientista, voltado, por exemplo, ao estudo da física, pode ser crente praticante de determi-nada religião, estar filiado a um sistema filosó-fico e, em muitos aspectos de sua vida cotidia-na, agir segundo conhecimento proveniente do senso comum. Para melhor entender cada um desses tipos de conhecimento, vamos ini-cialmente traçar um paralelo entre o científico e o popular, para depois, sinteticamente, iden-tificar o que caracteriza cada um deles.

1. O CONHECImENTO CIENTÍFICO E OUTROS TIPOS DE CONHECImENTOAo se falar em conhecimento científico, o pri-meiro passo consiste em diferenciá-lo de ou-tros tipos existentes. Para tal, analisemos uma situação muito presente no nosso cotidiano.O parto no âmbito popular e o parto no âm-bito da ciência da medicina. Tipos de conhe-cimento que se encontram mesclados neste exemplo:

• Empírico, popular, vulgar, transmitido degeração em geração por meio da educa-ção informal e baseado na imitação e na experiência pessoal.

• Científico,conhecimentoobtidodemodo

racional, conduzido por meio de procedi-mentos científicos. Visa explicar “por que” e “como” os fenômenos ocorrem.

Correlação entre Conhecimento Popular e Co-nhecimento Científico

O conhecimento vulgar ou popular, também chamado de senso comum, não se distingue do conhecimento nem pela veracidade, nem pela natureza do objeto conhecido. O que di-ferencia é a FORMA, O MODO OU O MÉTODO E OS INSTRUMENTOS DO CONHECER. Aspec-tos a considerar:

• Aciêncianãoéoúnicocaminhodeacessoao conhecimento e à verdade.

• Um objeto ou um fenômeno podem ser

matéria de observação tanto para o cien-tista quanto para o homem comum. O que leva um ao conhecimento científico e outro ao vulgar ou popular é a forma de observação.

• Tantoo“bomsenso”,quantoa“ciência”

almejam ser racionais e objetivos.

Apresentamos abaixo, em linhas gerais, as características principais dos quatro tipos de conhecimento: popular, filosófico, teológico e científico.

2. CONHECImENTO POPULARÉ o conhecimento do povo, que nasce da ex-periência do dia a dia, por isso, é chamado também de empírico.

Superficial - conforma-se com a aparência, com aquilo que se pode comprovar simples-mente estando junto das coisas, não se pre-ocupando em investigar a essência, o porquê das coisas. Ou seja, não se preocupa em ana-lisar em profundidade o que provocou a ocor-rência de um fenômeno;

Sensitivo - referente à vivência, ao estado de ânimo e à emoção da vida diária.

Subjetivo - é o próprio sujeito que organiza sua experiência e seu conhecimento. As expli-cações para os fenômenos são baseadas em experiência de vida e em crença pessoal; os valores do sujeito impregnam o objeto conhe-cido. As explicações para os fenômenos são, portanto, produto de sentimentos e de opini-ões individuais e do grupo, variando de uma pessoa para outra e de um grupo para outro.

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capítulo 1 9

Sistemático - suas hipóteses e enunciados vi-sam a uma representação coerente da reali-dade estudada, numa tentativa de apreendê--la em sua totalidade; reflete sobre os dados concretos da realidade e desloca-se para a re-flexão, trabalha com ideias, relações concep-tuais coerentes não redutíveis a realidades ma-teriais. O método utilizado no conhecimento filosófico é racional; busca-se a sistematização das ideias.

4. CONHECImENTO RELIGIOSO OU TEOLÓGICOApoia-se em doutrinas que contêm proposi-ções sagradas, valorativas, por terem sido re-veladas pelo sobrenatural, inspiracional e, por esse motivo, tais verdades são consideradas infalíveis, indiscutíveis e exatas. É um conheci-mento sistemático do mundo (origem, signifi-cado, finalidade e destino) como obra de um criador divino. Suas evidências não são verifi-cadas. Está sempre implícita uma atitude de fé perante um conhecimento revelado.

O conhecimento religioso ou teológico parte do princípio de que as verdades tratadas são infalíveis e indiscutíveis, por consistirem em re-velações da divindade, do sobrenatural.

Inspiracional: os princípios subjetivos que di-recionam o fiel e o crente ocorrem com base na razão iluminada, elevada pelo dom sobre-natural e pela fé, fundamentada na palavra di-vina dos textos sagrados.

Sistemático: os textos sagrados consistem em um conjunto de verdades reveladas que não só explicam a ordem do mundo natural, como

Assistemático - a organização da experiência não visa a uma sistematização das ideias, nem da forma de adquiri-las nem na tentativa de validá-las. Não objetiva a uma sistematização das ideias que possibilitem uma formulação geral, explicativa dos fenômenos; o sujeito não elabora um conjunto sistemático de conceitos que explique e interprete os fenômenos.

Acrítico - verdadeiros ou não, a pretensão de que esses conhecimentos o sejam não se ma-nifesta sempre de uma forma crítica. O sujeito não se preocupa em ser crítico, em chegar à verdade: as verdades são aceitas por simples convicção ou crença. Não é utilizado rigor me-todológico na busca da verdade.

Falível – conforma-se com a aparência e as experiências vividas. O sujeito baseia-se em experiências casuais de erros e acertos para a solução dos problemas. Não se preocupa em compreender e explicar os fenômenos com profundidade.

3. CONHECImENTO FILOSÓFICOA filosofia encontra-se sempre à procura do que é mais geral, interessando-se pela formu-lação de uma concepção unificada e unificante do universo. Para tanto, procura responder às grandes indagações do espírito humano, bus-cando até leis mais universais que englobem e harmonizem as conclusões da ciência.

Valorativo - seu ponto de partida consiste em hipóteses, que não poderão ser submetidas à observação. As hipóteses filosóficas baseiam--se na experiência e não na experimentação.

Não verificável - os enunciados das hipóteses filosóficas não podem ser confirmados nem refutados. É uma postura de indignação e de reflexão para descobrir e compreender a natu-reza das coisas. Não utiliza a experimentação.

Racional - consiste num conjunto de enun-ciados logicamente correlacionados; trabalha com ideias, enunciados, conteúdos reflexivos. Procura compreender a realidade em seu con-texto universal.

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capítulo 110

também a ordem do mundo humano, como obra do criador, apresentando sua origem, seu significado, sua finalidade e seu destino.

Não verificável: é formado por um conjunto de verdades a que os homens chegaram median-te revelação divina. A adesão das pessoas pas-sa a ser um ato de fé decorrente da revelação de um criador. Não existe a preocupação de se colocarem à prova as verdades reveladas.

Acrítico: não há a preocupação da crítica de questionar o que foi revelado, de comprovar experimentalmente e de maneira controlada a verdade revelada: a verdade se dá pela fé e, ao aceitar os textos sagrados como expressão da revelação divina, o fiel abraça a doutrina da fé.

5. CONHECImENTO CIENTÍFICO Real, factual - lida com ocorrências, fatos, isto é, toda forma de existência que se manifesta de algum modo.

Contingente - suas proposições ou hipóteses têm a sua veracidade ou a falsidade conhecida por meio da experimentação e não pela razão, como ocorre no conhecimento filosófico.

Sistemático - saber ordenado logicamente, formando um sistema de ideias (teoria) e não conhecimentos dispersos e desconexos.

Verificável - as hipóteses que não podem ser comprovadas não pertencem ao âmbito da ci-ência.Falível - em virtude de não ser definitivo, abso-luto ou final.

Aproximadamente exato - novas proposições e o desenvolvimento de novas técnicas podem reformular o acervo de teoria existente.

6. mÉTODOS CIENTÍFICOSEtimologicamente a palavra ciência vem do la-tim scientia, que significa saber, conhecimento. Segundo Japiassu e Marcondes (1996, p. 43), a ciência é um saber constituído por um con-junto de aquisições intelectuais, cuja finalidade é propor uma explicação racional e objetiva da realidade. Pode-se dizer que a ciência consiste em um tipo de conhecimento racional, siste-mático, objetivo, obtido metodicamente e ca-paz de ser submetido à verificação.

A origem do conhecimento científico se con-funde com a da própria Filosofia. A ciência contemporânea, porém, mudou significativa-mente, rompendo com aspectos contempla-tivos da Filosofia e tem sido, principalmente operativa, busca conhecer a realidade para po-der intervir na natureza e dominá-la.

Como afirma Koche (1997, p. 29), o conheci-mento científico surge da necessidade de o ho-mem não assumir uma posição passiva, de tes-temunha dos fenômenos, sem poder de ação ou de controle sobre eles. Cabe ao homem, otimizando o uso de sua racionalidade, propor uma forma sistemática, objetiva, metódica e crítica de desvelar os fenômenos e dominá-los.Todas as ciências caracterizam-se pela utiliza-ção de métodos científicos; em contrapartida, nem todos os ramos de estudo que empregam esses métodos são ciências. Dessas afirmações, podemos concluir que a utilização de métodos científicos não é da alçada exclusiva da ciência, mas não há ciência sem o emprego de méto-dos científicos.

Conceitos de método

“Caminho pelo qual se chega a determinado resulta-do, ainda que esse caminho não tenha sido fixado de antemão de modo refletido e deliberado”. (Hegen-berg, 1976: II-115)

“Forma de selecionar técnicas e avaliar alternativas para ação científica”. (Ackoff In: Hegenberg, 1976: II-116)

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“Forma ordenada de proceder ao longo de um cami-nho”. (Trujillo, 1974 p.24)

Desenvolvimento histórico do método

A preocupação em descobrir e, portanto, ex-plicar a natureza vem desde os primórdios da humanidade, quando as duas principais ques-tões referiam-se às forças da natureza, a cuja mercê viviam os homens, e à morte. O conhe-cimento mítico voltou-se à explicação desses fenômenos, atribuindo-os a entidades de ca-ráter sobrenatural. A verdade era impregnada de noções supra-humanas e a explicação fun-damentava-se em motivações humanas, atri-buídas a “forças” e a potências sobrenaturais.

À medida que o conhecimento religioso se vol-tou, também, para a explicação dos fenôme-nos da natureza e do caráter transcendental da morte, como fundamento de suas concep-ções, a verdade revestiu-se do caráter dogmá-tico, baseada em revelações da divindade. É a tentativa de explicar os acontecimentos por meio de causas primeiras, os deuses, sendo o acesso dos homens ao conhecimento deri-vado da inspiração divina. O caráter sagrado das leis, da verdade, do conhecimento, como explicações sobre o homem e o universo, de-termina uma aceitação sem crítica deles, des-locando o foco das atenções para a explicação da natureza da divindade.

O conhecimento filosófico, por sua vez, par-te para a investigação racional na tentativa de captar a essência imutável do real, mediante a compreensão da forma e das leis da natureza.O senso comum, aliado à explicação religiosa e ao conhecimento filosófico, orientou as preo-cupações do homem com o universo. Somente no século xVI é que se iniciou uma linha de pensamento que propunha encontrar um co-nhecimento embasado em maiores garantias, na procura do real. Não se buscam mais as causas absolutas ou a natureza íntima das coi-sas; ao contrário, procuram-se compreender as relações entre elas, assim como a explicação dos acontecimentos, mediante a observação científica, aliada ao raciocínio.

O pioneiro a tratar do assunto, no âmbito do conhecimento científico, Galileu Galilei (1564-1642) foi o primeiro teórico do método ex-

perimental. Discordando dos seguidores do filósofo Aristóteles, considera que o conheci-mento da essência íntima das substâncias in-dividuais deve ser substituído, como objetivo das investigações, pelo conhecimento das leis que presidem os fenômenos. As ciências, para Galileu, não têm, como principal foco de preo-cupações, a qualidade, mas as relações quan-titativas. Seu método pode ser descrito como indução experimental, chegando-se a uma lei geral por meio da observação de certo número de casos particulares. Os principais passos de seu método podem ser assim expostos: obser-vação dos fenômenos; análise dos elementos constitutivos desses fenômenos, com a fina-lidade de estabelecer relações quantitativas entre eles; indução de certo número de hipó-teses; verificação das hipóteses aventadas por intermédio de experiências; generalização do resultado das experiências para casos similares; confirmação das hipóteses, obtendo-se, com base nelas, leis gerais.

Contemporâneo de Galileu, Francis Bacon (1561-1626) também partiu da crítica a Aris-tóteles, por considerar que o processo de abs-tração e o silogismo (dedução formal que, com base em duas proposições denominadas premissas, delas retira uma terceira, nelas logi-camente implicadas, chamada conclusão) não propiciam um conhecimento completo do uni-verso. Parte do pressuposto de que o conhe-cimento científico é o único caminho seguro para a verdade dos fatos, devendo seguir os seguintes passos: experimentação; formulação de hipóteses; repetição; teste das hipóteses, formulação de generalizações e leis.

Ao lado de Galileu e Bacon, no mesmo século, surge René Descartes (1596-1650). Com sua obra, Discurso do Método, afasta-se dos pro-

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capítulo 112

cessos indutivos, originando o método dedu-tivo. Para ele, chega-se à certeza por meio da razão, princípio absoluto do conhecimento humano. Postula, então, quatro regras: evi-dência, que diz para não acolher jamais como verdadeira uma coisa que não se reconheça evidentemente como tal, isto é, evitar a pre-cipitação e o preconceito e não incluir juízos, senão aquilo que se apresenta com tal clare-za ao espírito que torne impossível a dúvida; análise, que consiste em dividir cada uma das dificuldades em tantas partes quantas necessárias para melhor resolvê-las, ou seja, o processo que permite a decomposição do todo em suas partes constitutivas, indo sem-pre do mais para o menos complexo; síntese, entendida como o processo que leva à recon-stituição do todo, previamente decomposto pela análise, consistindo em conduzir ordena-damente os pensamentos, principiando com os objetos mais simples e mais fáceis de con-hecer, para subir, em seguida, pouco a pouco, até o conhecimento dos objetos que não se disponham, de forma natural, em sequências de complexidade crescente; enumeração, que consiste em realizar sempre enumerações tão cuidadosas e revisões tão gerais que se possa ter certeza de nada haver omitido.

Com o passar do tempo, muitas outras visões foram sendo incorporadas aos métodos ex-istentes, fazendo surgir também outros mé-todos, como veremos adiante. Antes, porém, cabe apresentar o conceito de método moder-no, independentemente do tipo. Para tal, será considerado que o método científico é a teoria da investigação e que esta alcança seus objeti-

vos de forma científica, quando cumpre ou se propõe a cumprir as seguintes etapas:

Descobrimento do problema - ou lacuna, num conjunto de acontecimentos. Se o problema não estiver enunciado com clareza, passa-se à etapa seguinte; se estiver, passa-se à subse-quente;

Colocação precisa do problema - ou ainda, a recolocação de um velho problema à luz de novos conhecimentos (empíricos ou teóricos e substantivos ou metodológicos);

Procura de conhecimento ou de instrumento relevante ao problema - ou seja, exame do conhecido para tentar resolver o problema;

Tentativa de solução do problema com auxílio dos meios identificados - se a tentativa resul-tar inútil, passa-se para a etapa seguinte, caso contrário, à subsequente;

Invenção de novas ideias - hipóteses, teor-ias ou técnicas ou produção de novos dados empíricos que prometam resolver o problema;

Obtenção de uma solução - exata ou aproxi-mada do problema, com o auxílio do instru-mental conceitual ou empírico disponível;

Investigação das consequências da solução obtida - em se tratando de uma teoria, é a busca de prognósticos que possam ser feitos com seu auxílio. Em se tratando de novos da-dos, é o exame das consequências que possam ter para as teorias relevantes;

Prova ou comprovação da solução - confronto da solução com a totalidade das teorias e da informaçào empírica pertinente. Se o resulta-do é satisfatório, a pesquisa é dada como con-cluída, até novo aviso. Do contrário, passa-se para a etapa seguinte;

Correção das hipóteses, teorias, procedimen-tos ou dados empregados na obtenção da solução incorreta - esse é, naturalmente, o começo de um novo ciclo de investigação.

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capítulo 1 13

FILME: O Conde de Monte Cristo

O Conde de Monte Cristo (The Count of Monte Cristo) é a clássica história de Alexandre Dumas sobre um jovem inocente que, erroneamente, mas deliberadamente, é preso e de sua brilhante estratégia para se vingar daqueles que o traíram.

1. Transformar o texto abaixo, filosófico, em um texto característico de conhecimento po-pular;

“Cada época histórica é marcada por luta pelo poder que pode ser a autoridade da tradição ou o poder manifesto do conhecimento filosófico, es-piritual ou o científico da criatividade artística, da produtividade tecnológica ou mercantil.”

2. Apreciação do filme O Conde de Monte Cris-to. Resumi-lo em três parágrafos de 900 to-ques cada. Totalizando uma lauda de 2700 toques

Saiba mais:

Atividades:

REFERÊNCIASANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2001.

KOCH, I. G. Villaça. Argumentação e lingua-gem. 3. ed. São Paulo : Cortez, 1993.

LAKATOS, Eva Maria & MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Científica. São Paulo: Editora Atlas, 1991.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia cientí-fica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2005.

RAMPAZZO, Lino. Metodologia científica. 2 ed. São Paulo: Loyola, 2002.

RODRIGUES, Auro de Jesus. Metodologia científica: completo e essencial para a vida uni-versitária. São Paulo: Avercamp, 2006.

SALOMON, D. V. Como fazer uma monografia: elementos de metodologia do trabalho cientí-fico. 5. ed. Belo Horizonte : Interlivros, 1997.

SANTOS, Gildnir Carolino; PASSOS, Rosemary Manual de organização de referências e cita-ções bibliográficas para documentos impres-sos e eletrônicos. Campinas, SP: Autores As-sociados, 2000.

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capítulo 2 15

Profa. Maria do Socorro Tavares Cavalcante

Carga Horária | 15 horas

INTRODUÇÃO As referências consistem em uma lista de fontes consultadas e aludidas no corpo do trabalho. Como os trabalhos acadêmicos são, em sua maioria, resultado ou utilização de material escrito, é necessário que neles constem as referências desse material.

Devem constar na lista somente os trabalhos que foram consultados e mencionados no texto. Assim, na elaboração das referências, é imprescindível que o autor do trabalho seja honesto, para não excluir da lista obras que foram utilizadas no texto e que não lhe pertecem. Convém ressaltar que uma lista de referências mal elaborada, desorganizada e incompleta é improcedente para aqueles que a utilizarão, como caminho de busca pela informação.

A lista de referências contribui para a avaliação do conteúdo do trabalho no que diz respeito à originalidade, ao confronto das ideias expostas com as dos autores citados, aos erros no emprego de citações e notas de rodapé e ao desenvolvimento intelectual do autor do trabalho.

A elaboração da lista de referências deve ser feita de acordo com a norma NBR 6023, da ABNT.

1. TRANSCRIÇÃO DOS ELEmENTOS DA REFERÊNCIA

1.1. AUTORIA

Indicar o(s) autor(es) pelo último sobrenome, em maiúsculas, seguido do(s) prenome(s) e outros sobrenomes, abreviado(s) ou não. Os nomes devem ser separados por ponto e vírgula, seguido de espaço. quando existirem mais de três autores, indica-se apenas o primeiro, acrescentando-se a expressão et al. As obras de responsabilidade de entidade (órgãos governamentais, empresas, associações etc.) têm entrada pelo seu próprio nome, por extenso. Em caso de autoria desco-

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Apresentar e aplicar as normas da Asso-ciação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT) na produção de trabalhos acadê-micos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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capítulo 216

nhecida, a entrada é feita pelo título, primeira palavra em letras maiúsculas.

Exemplos:

ALVES, Roque de Brito. Ciência criminal. Rio de Janeiro: Forense, 1995.

KRIEGER, Geraldo; NOVAES, Luis Antonio; FA-RIA, Teófilo. Todos os sócios do presidente. 3. ed. [S.l.]: Scritta, 1992.

URANI, A. et al. Constituição de uma matriz de contabilidade social para o Brasil. Brasília, DF: IPEA, 1994.

CENTRO UNIVERSITÁRIO FIEO - UNIFIEO. Ma-nual do funcionário. Osasco, 2000. 150 p. DIAGNóSTICO do setor empresarial. São Pau-lo: FIESP, 1998.

1.2. DOCUmENTOS REDIGIDOS POR DOIS OU TRÊS AUTORES:

Mencionar todos os autores, na ordem em que aparecem na folha de rosto, utilizando ponto e vírgula (;) para separá-los.

CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica para uso dos estudantes universitá-rios. 2 ed. São Paulo : McGraw-Hill do Brasil, 1978. 144 p.

1.3. DOCUmENTOS DE mAIS DE TRÊS AUTORES

Mencionar o autor que aparece em primeiro lugar, seguido da expressão latina et al. Em casos específicos, em que a menção do nome é indispensável para certificar a autoria, é fa-cultado entrar com todos os nomes.

VALLE, L. B. S. et al. Farmacologia integrada. São Paulo: Atheneu, 1991. 2 v.

1.4. TÍTULO E SUBTÍTULO

O título e o subtítulo devem ser reproduzidos tal como figuram na obra, separados por dois pontos.

Exemplo:FARIA, Alberto et al. Empresa multinacional face à questão ambiental: um estudo de caso no Brasil. São Paulo: Atlas, 1993.

1.5. EDIÇÃO

quando houver edição, esta deve ser transcri-ta, utilizando-se as abreviaturas dos numerais ordinais e da palavra edição, ambas na forma adotada na língua da publicação.

Exemplos:

BREALEY, Richard A.; MYERS, Stewart C. Prin-ciples of corporate finance. 4th. ed. New York: McGraw-Hill, 1991.

FRANÇA, Júnia Lessa et al. Manual para nor-malização de publicações técnico-científicas. 3. ed. rev. e aum. Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 1996.

1.6. LOCAL

O nome do local (cidade) de publicação deve ser indicado tal como figura na publicação re-ferenciada. No caso de homônimos de cida-des, acrescenta-se o nome do estado, país, etc.quando a cidade não aparece no documento, mas pode ser identificada, ela é indicada entre colchetes.

Não sendo possível determinar o local, utiliza-se a expressão sine loco, abreviada, entre col-chetes [S. l.].

Exemplos:

NEIVA, Raimundo Alelaf. Valor de mercado da empresa. São Paulo: Atlas, 1998. 992 p.

LAZZARINI NETO, Silvio. Cria e recria. [São Pau-lo]: SDF Editores, 1994. 106 p.

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1.7. EDITORA

O nome da editora é grafado tal como figura no documento, abreviando-se os prenomes e suprimindo-se as palavras que designam a na-tureza jurídica ou comercial, desde que sejam dispensáveis para sua identificação. quando houver mais de uma editora, indica-se a que estiver em maior destaque na página de rosto, ou a primeira se todas estiverem com desta-que igual. quando a editora não é identifica-da, deve-se indicar a expressão sine nomine, abreviada, entre colchetes [s.n.].

Exemplos:

BRAVERMANN, Harry. Trabalho e capital mo-nopolista: a degradação do trabalho no século xx. Rio de Janeiro: Zahar, 1977.

BERGER, Paul; LUCKMANN, Tomas. A constru-ção social da realidade. [S.l.: s.n.], 1979.

CASTRO, Nadya Araujo. qualificação, merca-dos e processos de trabalho: um estudo com-parativo no complexo químico brasileiro. Sal-vador: [s.n.], 1995.

1.8. DATA

A data da publicação deve ser indicada com algarismos arábicos. Por se tratar de elemen-to essencial para a referência, sempre deve ser indicada uma data, seja ela a de publicação, a de impressão, a de copirraite ou outra. Caso seja impossível determinar a data, colocar a mais próxima possível. quando existirem duas datas, ambas podem ser indicadas, desde que seja mencionada a relação entre elas.

Exemplos:

LAMBERT, Paul. Planejamento da empresa. São Paulo: Atlas, c1998. 452 p.

TIxIER, Daniel. A logística na empresa. Viçosa: Res, 1990 (impressão 1994). 334 p.

NEIVA, Raimundo Alelaf. Valor de mercado da empresa. São Paulo: Atlas [1993]. 992 p.

Data: Recomenda-se não deixar nenhuma refe-rência sem data. Registrar a data aproximada:

Data provável [1981?]Década certa [197-]Século certo [19--]

1.9. APRESENTAÇÃO DE AUTORES NAS REFERÊNCIAS SEGUNDO A ORIGEm

Nomes Brasileiros e Portugueses: entrar sem-pre pelo último sobrenome, exceto os nomes compostos. As partículas: da, das, de, do, dos não devem ser excluídas.

Nomes espanhóis: entrar pelo penúltimo so-brenome, que é o determinante do nome pa-terno.

Exemplos: PEREZ Y PEREZ, FrancoSANZ ENGAÑA, CarlosALEMAN VALDES, Miguel

Dados tipográficos: Na ausência de algum dado tipográfico, usar as abreviaturas: Sem local [s.l]Sem editora [s.n.]Sem data [s.d.]Sem notas [s.n.t.]

1.10. DOCUmENTOS ELETRÔNICOS (ABNT/NB-6023-02)

São documentos existentes em formato ele-trônico, acessíveis por computador. Podem enquadrar-se nessa categoria: bancos de da-dos, programas de computador, monografias, publicações seriadas, mensagens eletrônicas

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pessoais, documentos da WWW, arquivos va-riados de texto, som, imagem, arquivo FTP, documentos Gopher e outros.

Suportes dos documentos eletrônicos: on line (quando acessados diretamente das redes): CD-ROM, disquetes, tapes, fitas magnéticas, etc.

Exemplo de trabalho Online

BASTOS, Antonio Vergílio Bittencourt. A es-colha e o comprometimento com a carreira. São Paulo, 1997. Disponível em: <http://www.usp.br>. Acesso em: 8 mar.1998.

Exemplo de trabalho em CD-Rom

VIDA e obra de Luís de Camões. Porto: Porto Editora Multimedia, 1998. 1 CD-Rom. Produ-zida por Multimidia.

Exemplo de Periódico no Todo Online

JOURNAL OF BUSINESS STRATEGIES. Houston: San Houston State University, 1989-. Semianu-al. Disponível em: <http://www.coba.shu.ed> . Acesso em: 15 mar. 2005.

1.10.1. ARTIGOS DE PERIóDICOS ELETRÔNICOS

Exemplo de Artigo de Periódico Online

BITENCOURT, Claudia. A liderança no contexto de uma organização de aprendizagem. Revis-ta Eletrônica de Administração, v. 5, n. 3, nov. 1999. Disponível em:< http.//www.read.adm.ufrgs.br> Acesso em: 12 fev. 2000.

Exemplo de Artigo de Periódico em CD-Rom

CLARK, J. K. Complications in academia: sexu-al harassment and the law. Siecus Report, v. 21, n. 6, p. 6-10, 1994. 1 CD-Rom. SIRS/SIRS 1993, n. 05678.

1.10.2. ARTIGOS DE JORNAIS ELETRÔNICOS

Exemplo de Artigo de Jornal Online

PITTA se irrita ao ser questionado sobre agen-da entregue por Nicéia. Folha de São Paulo, São Paulo, ano 30, n. 39, jun. 2000. Disponível em: <http.//www.uol.com.br>. Acesso em: 17 maio 2000.

Exemplo de artigo de Jornal em CD-Rom

HOWELL, V. ; CARLTON, B. Growing up tough: new generation fights for its life. Birmingham News, v. 4, p. 29, 1993. 1 CD-Rom, SIRS.SIRS 1993, n. 87654.

1.11. ORDENAÇÃO DAS REFERÊNCIAS

Alfabetar letra por letra, autor por autor. Ha-vendo coincidência de autores, considerar para a ordem alfabética os seguintes elementos: tí-tulo, ano da publicação, volume e página. Se o confronto persistir, utilizar letras para a dife-renciação.

Exemplos:

FORNELL, Claes. A national customer satisfa-tion barometer: the swedish experience. Jour-nal of Marketing, v. 56, p. 6-21, 1995a.

FORNELL, Claes. Productivity, quality, and cus-tomer satisfation as Strategia success indica-tions at firm and national levels. Advances in Strategia Management, v.11, p. 217-29, 1995b.

2. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA POR TIPO DE mATERIAL

2.1. LIVROS

AUTOR.. Título; subtítulo. edição. Local: Edito-ra, data. No de páginas.

Exemplos:

RODROGUES, Auro de Jesus. Metodologia científica. 2. ed. São Paulo: Avercanp, 2006. 222 p.

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RANG, H. P. et al. Farmacologia. 4. ed. São Paulo: Elsevier, 2004.

2.2. CAPÍTULOS DE LIVROS

Autores diferentes

AUTOR DO CAPÍTULO. Título do capítulo. In: AUTOR DO LIVRO. Título do livro. edição. Lo-cal: Editora, ano. Cap., páginas inicial-final.

ANJOS, Márcio Fabri dos. Ética e clonagem hu-mana na questão dos paradigmas. In: PESSINI, Leo; BARCHIFONTAINE, Christian de Paul de (Orgs.) Fundamentos da bioética. São Paulo: Paulus, 1996. p. 124-137.

NIES, A. S. Princípios da terapêutica. In: HARD-MAN, J.G.; LIMBRID,L.E.(ED.) Goodman e Gil-man as bases farmacológicas da terapêutica. 10.ed. Rio de Janeiro: Mac GrawHill, 2003. p.35

Autores iguais

AUTOR DO LIVRO. Título do capítulo. In:______. Tìtulo do livro. Edição. Local: Editora, ano. Ca-pítulo. Páginas inicial-final.

AGROMONTE, Roberto. El hombre y la socie-dade. In:_____ Sociología. 5 ed. Havana: Ha-bana Cultural, 1949, v 1 cap. 2, p. 21-39.(partes de enciclopédias e dicionário – verbete)

PATER FAMILIAS. In:____ENCICLOPÉDIA Luso-Brasileira de Cultura Verbo. Lisboa: Editorial Verbo, 1971. p. 237

2.3. CONGRESSO, CONFERÊNCIAS, ENCONTROS

Evento no todo.

NOME DO CONGRESSO, no, ano, local de re-alização. Título. Local de publicação: Editora, ano. No de páginas ou volumes.

CONGRESSO DE qUÍMICA FINA NO BRASIL, 4, 1990, Rio de Janeiro. Anais ... Rio de Janeiro: ABIFINA, 1990. 110 p.

Trabalhos apresentados em congressos

AUTOR DO TRABALHO. Título. In: NOME DO CONGRESSO, no, ano, Local de realização. Tí-tulo. Local de publicação: Editora, ano. No de páginas.

CANÇADO, A. L. Toxicômanas de substituição. In: CONGRESSO FARMACÊUTICO E BIOqUÍ-MICO PAN-AMERICANO, 3, 1954, São Paulo. Anais ... São Paulo: Federação das Associações de Farmacêuticos do Brasil, 1958. p. 259-300.

2.4. ARTIGOS DE PERIÓDICOS

Artigos de revistas

AUTOR...Título do artigo. Título do periódico, Local de publicação, v., n., páginas inicial-final, mês e ano.

AMADO, Wolmir. Educação, igreja e moder-nidade: impasses históricos. Fragmentos de cultura, Goiânia, n. 19, ano 6, p. 23-26, ago, 1996.

quanto ao nome dos meses, aparecem todos abreviados com as três primeiras letras, exce-to “maio”, que se escreve por inteiro. Temos assim: jan – fev – mar – abr – maio – jun – jul – ago – set – out – nov - dez

Artigos de jornais

AUTOR.. Título do artigo. Título do jornal, Lo-cal, dia, mês, ano. Nº. ou título do caderno, seção ou suplemento, páginas inicial-final.NUNES, E. Retrato do nordeste. Estado de Mi-nas, Belo Horizonte, 20 ago.1980. Caderno Economia, p.8.

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capítulo 220

AZEVEDO, Dermi. Sarney convida cristãs para o diálogo sobre o pacto. Folha de S. Paulo, São Paulo, 22 de out. 1985. Caderno Econo-mia, p 13.

2.5. LEGISLAÇÃO

Portarias, resoluções

ENTIDADE RESPONSÁVEL PELO DOCUMENTO. Tipo do documento, n° e data. Ementa. Dados da publicação onde encontrou o documento.

BRASIL. Medida provisória n°1.569-9, de 11 de dezembro de 1997. Diário Oficial [da] Repú-blica Federativa do Brasil, Brasília, DF, 14 dez 1997. Seção 1, p. 29514.

SÃO PAULO (Estado). Decreto nº 42.822, de 20 de janeiro de 1988. Dispõe sobre a desati-vação de unidades administrativas de órgãos da administração direta e das autarquias do Estado e das outras providências correlatas. Lex: coletânea de legislação e jurisprudência, São Paulo, v.62, n.3, p.217-220, 1998.

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁ-RIA (Brasil). Resolução RDC 33 de 19 de abril de 2000: com alterações proposta pela AN-FARMAG e aprovadas pela ANVISA. São Pau-lo:2000. 62p.

3. TRABALHOS ACADÊmICOS

3.1. PARTES QUE COmPÕEm Um TRABALHO ACADÊmICO

Capa/Folha de Rosto - deve conter as informa-ções essenciais que identificam a Universidade, a Faculdade, o curso, (fonte 14, centralizadas e maiúsculas; o autor (a 5 cm do título, centrali-zado e maiúsculas; o título do trabalho (fonte 16), centralizado e maiúsculo), fonte 14), lo-cal, ano de curso (a 3 cm da borda inferior).

Na folha de rosto, as informações são quase as mesmas, acrescentando informação comple-mentar, como o exemplo: “Trabalho submeti-do como requisito para processo avaliativo da II Unidade, orientado pelo Professor x”.

Sumário – títulos e subtítulos do trabalho com a indicação da página inicial.

3.1.1. PARTES OBRIGATóRIAS OU CORPO DE TRABALHO

Introdução – apresenta o tema, assunto. Dá ideia, de forma sintética, do que se pretende fazer, objetivo do trabalho, evidenciando a re-levância do assunto a ser tratado.

Desenvolvimento – (corpo do trabalho) con-tém a análise ou descrição dos fatos, toda a argumentação pertinente a eles (parte mais extensa do trabalho).

Conclusão – consiste na síntese interpretativa dos argumentos ou dos elementos contidos no desenvolvimento.

Conclusão – dedução de várias conclusões enumeradas;

Considerações finais – caso o trabalho não seja conclusivo.

3.1.2. PARTE REFERENCIAL

Apêndices – documento da autoria de quem redigiu o trabalho, tais como entrevistas, ques-tionários, resumos, tabelas, fotografia.

Anexos – documentos que não são da autoria de quem redigiu o trabalho, ou seja: estatutos, transcrições de leis, gráficos, tabelas, recortes de jornais e revistas.

Bibliografia – lista de obras consultadas, em or-dem alfabética e conforme as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

São considerados ainda: dedicatória, agradeci-mentos e epígrafe.

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3.2. Apresentação dos trabalhos– aspectos exteriores

Folhas A4 – 21 x 29,7 cm.

Numeração arábica no alto da folha, centrada ou à direita a 2 cm da borda superior e a 2 cm acima da primeira linha do texto. As folhas começam a ser contadas desde a folha de ros-to, mas a numeração só aparece com a intro-dução. Não aparecem na conclusão nem nas referências bibliográficas

Margens – 3 cm superior, 2 cm inferior, 3 cm à esquerda, 2 cm à direita (Andrade)

Espaços

• Entreaslinhasdotexto:1,5 • Entreumparágrafoeoutro: trêsespaços

simples ou dois duplos • Entreaslinhasdenotas,referências,obras

consultadas ou rodapé é simples. • Emcitaçõeslongasésimples.

No sumário, deve ser o espaço simples ou 1,5. Entre um título e outro, usa-se o espaço duplo. Os títulos dos capítulos devem vir em letras maiúsculas e todas as demais seções, em letras minúsculas. Início do parágrafo – 5 toques. Ci-tação longa – 16 toques (4 cm). 8 cm da borda ao título (centralizado e maiúsculas). 3 espaços duplos entre o título e o texto.

Listas – início – listas de tabelas, quadros, figu-ras, abreviaturas, símbolos, unidades (título e paginação)

Lista de anexos – final do trabalho. Numa fo-lha com a palavra ANExO(S) – a seguir, noutra folha a Lista dos Anexos

Títulos dos capítulos

1.1 SEMPRE MAIÚSCULO; NEGRITO OU NÃO. (tamanho 14 ou 16)

1.1.1 Minúsculo; itálico ou não, ou negrito ou não, ou sublinhado ou não;

1.1.1.1 Minúsculo; normal, sublinhado ou não.

1.1.1.1.1 Minúsculo; normal.

3.3. Normas para redação dos trabalhos

Objetividade – linguagem denotativa, frases curtas e simples, com vocabulário adequado.

Impessoalidade – “o meu trabalho”, “eu pen-so”, “na minha opinião” devem ser evitadas. O emprego do pronome pessoal “se” é o mais adequado para os trabalhos de graduação.

Estilo – O excesso de adjetivação, as repeti-ções próximas e frequentes de determinadas conjunções ou expressões são procedimentos que precisam ser evitados. Termos de gíria ou expressões deselegantes jamais poderão fazer parte do vocabulário de um escrito científico. Simplicidade não exclui correção gramatical, que é requisito indispensável da redação cien-tífica.

Clareza e concisão – as frases demasiadamente longas tendem a comprometer a clareza, difi-cultando a concordância gramatical. É impres-cindível concatenar as ideias ou informações de maneira lógica e precisa, estabelecendo uma linha clara e coerente de raciocínio. Nun-ca é demais lembrar que um parágrafo deve apresentar apenas uma ideia principal, em tor-no da qual giram as ideias secundárias e os detalhes importantes.

Modéstia e cortesia – A modéstia evidencia o reconhecimento dos próprios limites, por parte do autor do trabalho. É fundamental que toda crítica seja feita com a mais absoluta cortesia, diplomacia.

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capítulo 222

3.4. CITAÇÕES

As citações são usadas para exemplificar, es-clarecer, confirmar ou documentar a interpre-tação de ideias contidas no texto. Fazer uma citação corresponde a transcrever no trabalho um trecho com a opinião de uma autoridade no assunto, retirado da bibliografia consulta-da. Vale lembrar que uma citação não substitui a redação do trabalho.

3.4.1. CITAÇÃO INDIRETA OU LIVRE

Expressamos o pensamento de outra pessoa com nossas próprias palavras. Após essa cita-ção, indica-se o nome do autor, ano da publi-cação da obra (entre parênteses).

Exemplo:

Depois de analisar a situação, Nóvoa (1993) chegou a afirmar que o brasileiro ainda não está capacitado para escolher seus governan-tes por causa da sua própria vocação política e da absoluta falta de escolaridade, já que o ho-mem do povo, o zé-povinho, geralmente não sabe nem sequer em quem votou nas últimas eleições, não sabe sequer quem são seus go-vernantes, não sabe sequer quem determina seu próprio meio de sobreviver.

3.4.2. CITAÇÃO DIRETA OU TExTUAL

quando se transcreve exatamente as palavras do autor citado. As citações breves (duas ou três linhas) devem integrar o texto, isto é, não precisam de destaque ou reentrada. As de-mais citações, mais de três linhas, são longas e devem receber um destaque especial, com reentrada de 4 cm ou dezesseis toques, da margem, mais cinco para o início do parágra-fo. A distância entre as linhas deve ser de um

espaço simples. Entre o texto da citação e o restante do trabalho, deve-se deixar um espa-ço de dois espaços duplos, antes e depois. To-das as citações devem ser transcritas sempre entre aspas, podendo, em citações breves, ser apenas sublinhadas, escritas em itálico ou em negrito, sempre indicando os dados da fonte de onde foram extraídas. Então, uma citação breve pode ficar assim:

Vimos que, para nosso esclarecimento, precisamos seguir os preceitos encontrados, já que Guimarães es-tabelece: “A valorização da palavra pela palavra en-cama o objetivo precípuo do texto literário” (1985, p. 32) e, se isso não ficar bem estabelecido, nosso trabalho será seriamente prejudicado.

Ou assim:

Vimos que, para nosso esclarecimento, precisamos seguir os preceitos encontrados, já que Guimarães estabelece que a valorização da palavra pela palavra encama o objetivo precípuo do texto literário (1985, p. 32) e, se isso não ficar bem estabelecido, nosso trabalho será seriamente prejudicado.

Já uma citação longa terá esta apresentação:

Há certa dificuldade quanto ao reconheci-mento de O, A, OS e AS como pronomes de-monstrativos, mas essa dúvida é muito bem dirimida por Fernandes:

Os pronomes O, A, OS e AS passam a ser pro-nomes demonstrativos sempre que numa frase puderem ser substituídos, sem alterar a estru-tura dessa frase, respectivamente, por ISTO, ISSO, AqUILO, AqUELE, AqUELES, AqUELA, AqUELAS. (1994, p. 198)

Numa citação longa, em que haja mais de um parágrafo, abrem-se aspas no início de cada parágrafo, fechando-as apenas no último. Ha-vendo supressão de trechos dentro do texto citado, faz-se a indicação com reticências en-tre parênteses (...) .

“Na comunicação diária, aquela comunicação que utilizamos no dia-a-dia, junto de nossos familiares e amigos, por exemplo, além da referencialidade da linguagem (...) há pinceladas de função conativa” (Chalhub, 1991).

No início ou no fim da citação, as reticências são usadas apenas quando o trecho citado não é uma sentença completa. (sentença comple-

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ta – sujeito, predicado e seus complementos gramaticais exigidos)

quando houver uma citação dentro de outra citação, as aspas da segunda transformam-se em aspas simples (‘) (apóstrofo). quando den-tro da citação transcrita houver aspas, estas também são mudadas para aspas simples.

“O termo ‘espaço’, de um modo geral, só dá conta do lugar físico onde ocorrem os fatos da história” (Vi-lares,1991, p. 23).

3.4.3. INDICAÇÃO DA FONTE

A indicação da fonte da citação pode ser feita, ou no próprio texto, ou em nota de rodapé, ou em lista no final do capítulo ou no fim do trabalho e recebe o nome de Referências Bib-liográficas, porque faz ‘referência”, menciona, identifica a bibliografia utilizada naquela oca-sião.

É importante entender que se faz a indicação em apenas uma forma, uma maneira.

Referências Bibliográficas fazem menção às obras uti-lizadas dentro do Trabalho. Outras obras que não são mencionadas no decorrer do Trabalho serão identifi-cadas no final, nas Obras Consultadas (Bibliografia).

Expressões ou palavras latinas utilizadas nas indicações bibliográficas:

idem – o mesmo, igual ao anterior (mesmo au-tor e mesma obra);

ibidem – no mesmo lugar, na mesma obra, na mesma página;

ed. – edição;

et alii (et al.) – e outros, e outras; (aliae – out-ras)

il. – ilustração, ilustrações;

infra (inf.) – abaixo;

loco citado (loc.cit.) – no lugar citado;

n. – número(s);

opus citatum (op. cit.) – obra citada;

p. – página(s);

passim (pass.) – aqui e ali, em vários lugares da obra;

sequentia (seq.)- seguinte, no que se segue;

sine loco (s.l.) – sem local definido;

sine nomine (s.n.) – sem nome, sem editor ou editora;

sic – assim mesmo, desse jeito, dessa forma mesmo que errada;

supra – acima;

trim. – trimestre;

v. – volume.

quando se tratar de dados obtidos por meio de informações orais – aulas, palestras, de-bates, comunicações, etc. devem-se, entre parênteses, colocar a observação ‘informação oral’.

Se for o caso de se fazer menção a algo con-tido em polígrafos, apostilas ou quaisquer materiais avulsos deve-se fazer a indicação do nome do autor, quando for possível sua iden-tificação, acrescentando-se a observação ‘polí-grafo’, ‘material de propaganda’, ‘panfleto’, etc. Procede-se da mesma forma com relação à data. Indica-se, se houver, caso contrário, registra-se s.d. (sem data).

3.4.4. CITAÇÃO DA CITAÇÃO

Se num trabalho for feita uma citação de algo já citado em outra obra, a autoria deve ser re-

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ferenciada pelo sobrenome do autor original, seguido da palavra latina ‘apud’ (que significa segundo, conforme) e o sobrenome do autor da obra consultada. Dessa última, faz-se a re-ferência completa.

“O sistema consiste em colocar o recém-nascido no berço, ao lado da mãe, logo após o parto ou algumas horas depois, durante a estada de ambos na materni-dade.” (Harunari apud Guaragna, 1992, p. 79).

3.4.5. NOTAS

São observações ou esclarecimentos cujas in-clusões no texto prejudicariam a sequência ló-gica do seu desenvolvimento. Dividem-se em dois tipos:

Notas Bibliográficas – quando servem para a indicação da origem de uma citação feita. São usualmente chamadas de Referências Biblio-gráficas.

Notas Explicativas - quando apresentam ob-servações, acréscimos ou comentários com-plementares para prestar esclarecimentos, comprovar ou justificar uma afirmação que não pode ser incluída no texto, ou, até mes-mo, para remeter o leitor a outras partes do trabalho.

quando houver os dois tipos, isto é, notas es-clarecedoras de qualquer natureza e notas re-ferentes à bibliografia, dão-se simplesmente o título de ‘Notas’.

A localização das Notas pode variar de acordo com critério escolhido pelo autor do Trabalho Científico, podendo aparecer em apenas uma das seguintes maneiras:

A) em rodapé;B) no final do capítulo;

C) no final do trabalho (se este não for muito extenso).

A chamada para as Notas pode ser feita de três maneiras:

a) por asterisco (*) quando não passar de três em cada página;

b) algarismos arábicos sequenciais, que po-dem ser recomeçados página por página ou capítulo por capítulo;

c) algarismos arábicos em sequência única até o final do trabalho, se for de pequeno porte.

3.4.6. RODAPÉ

As Notas, quando apresentadas no rodapé, devem estar separadas do texto por um traço de aproximadamente um terço da largura útil da página, começando da margem esquerda, o que corresponde a 20 toques (5 cm), além de limitarem-se ao mínimo necessário. A nota de rodapé deve iniciar com a chamada (o as-terisco ou o algarismo) com pequena entrada de parágrafo e escrita com espaço simples. 1

____________________________1 JUCÁ FILHO, Cândido. Dicionário das Dificul-dades da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: MEC/FAE, 1982. p. 385.

3.4.7. ILUSTRAÇÕES

Chama-se de ilustrações as tabelas e figuras. Elas poderão figurar no corpo do trabalho ou anexadas no seu final. quando forem utiliza-das no corpo do trabalho, deverão constituir-se num auxiliar para o esclarecimento das ideias que estão sendo apresentadas. Devem ser um elemento a mais e não uma mera repetição do que foi dito.

3.4.8. ANExOS

Aparecem após as obras consultadas e sua pa-ginação é progressiva. Sua identificação deve ser feita com letras maiúsculas, seguida do tí-tulo do anexo, podendo ser feita na página an-terior para não interferir na sua estrutura física.

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capítulo 2 25

Anexo A – Regulamento InternoAnexo B – Estatuto do CondomínioAnexo C – Ata da Reunião Inaugural

3.4.9. ERRATA

É um recurso que se destina a pequenos repa-ros relativos à apresentação física do trabalho em si, a erros ortográficos e não ao conteúdo propriamente dito. Deve ser colocada no final.

ERRATA

Pág. Linha Onde se lê Leia-se15 23 frustação frustração26 18 própio próprio

3.4.10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

É a identificação de toda publicação que foi mencionada no decorrer do trabalho e que po-dem aparecer em notas de rodapé, no fim do capítulo ou no final do trabalho.

3.4.11. OBRAS CONSULTADAS OU BIBLIOGRAFIA

Englobam todas as obras utilizadas pelo autor para a realização da pesquisa e que não foram, necessariamente, mencionadas no decorrer do trabalho.

3.4.12. AUTOR

Até três autores, deve-se nomeá-los todos. quando houver mais de três, pode-se proceder de três maneiras diferentes:

CORREA, Marcelo et al.CORREA, Marcelo, CASTRO, Venâncio et al.CORREA, Marcelo, CASTRO, Venâncio, OLIVEI-RA, Carlos et al.

quando há organizador, coordenador ou algo assemelhado acrescenta-se, após o nome e en-tre parênteses, a designação correspondente: (org.), (coord.), etc.

3.4.13. TÍTULO

SABINO, Fernando. O Grande Montecapto. 2 ed. Rio de Janeiro: Record, 1979. SABINO, Fernando. O Grande Montecapto. 2

ed. Rio de Janeiro: Record, 1979.SABINO, Fernando. O Grande Montecapto. 2 ed. Rio de Janeiro: Record, 1979.SABINO, Fernando. O GRANDE MONTECAPTO. 2 ed. Rio de Janeiro: Record, 1979.

3.4.14. NUMERAÇÃO

As Referências devem ser numeradas conse-cutivamente, em ordem crescente, alfabética. Para essa numeração, utilizam-se algarismos arábicos que serão separados do nome do autor por um espaço em branco. Não se usa ponto, travessão, etc. A margem, da segunda linha em diante, deve iniciar sob a terceira letra da entrada.

1 DAVIDSON, John. Energia Sutil. São Paulo: Círculo do Livro, 1987.2 GUIRAUD, Pierre. A Semiologia. Lisboa: Pre-sença, 1978.3 JAKOBSON, Roman. Lingüística e Comunica-ção. São Paulo: Cultrix, 1969.4 ____. Diálogos. São Paulo: Cultrix, 1985.5 LUFT, Celso Pedro. Novo Guia Ortográfico. Porto Alegre: Globo, 1974.

3.4.15. DADOS DESCONHECIDOS

quando algum dado é desconhecido e não há possibilidade de se fazer uma identificação positiva, registra-se abreviadamente, no caso da data: s.d., do local: s.l., do editor: s.n.(“sine nomine” ) ou s.ed.

1 VOLPATTI, Genoíno. A Influência Italiana na Cultura Regional Serrana do Rio Grande do Sul. São Vendelino: Expert, s.d.

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capítulo 226

REFERÊNCIAS ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2001

FURASTÉ, Pedro Augusto. Normas técnicas para o trabalho científico. 7 ed. Porto Alegre: Artmed, 1999.

ACESSE: www.abnt.org.br

FILME: Armagendon

Após uma chuva de pequenos meteoros que atin-gem a Terra (incluindo Nova York), a NASA se dá conta de que um asteroide do tamanho do Texas está em um curso de colisão com o nosso plane-ta. Restando apenas 18 dias para o choque entre a Terra e o asteroide, a única solução possível é enviar astronautas em um ônibus espacial até a superfície do asteroide e lá perfurar 800 pés para colocar uma bomba nuclear, detonando-a por controle remoto.

1. As referências abaixo não estão organizadas de forma correta. Coloque-as de acordo com as normas da ABNT:

Introdução à Metodologia do Trabalho Científico. S. Paulo : 2001Margarida Andrade, Atlas. 5ª edi-ção.

Associação brasileira de normas técnicas. NBR 10520 Rio de Janeiro.: Rio de Janeiro : 2001. Apresentação de Citações em Documentos

Aildil de J. P. de Barros e Neide Aparecida de Sou-za Lehfeld : Projeto de pesquisa: propostas me-todológicas. 1999 : 9ª edição. Vozes, Petrópolis.

Metodologia Científica. 3ª edição. CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. 3ª edição. Editora McGraw-Hill do Brasil, 1993 : São Paulo

Ademar Heermann e Leocádia Aparecida Vieira. Terceira edição. A Roupagem do Trabalho Cien-tífico: Estrutura, Citações e Fontes Bibliográficas : 2000. Curitiba, IBEPEx.

Fundamentos de Metodologia Científica. 3ª Edi-ção. LAKATOS, EVA MARIA ; MARCONI, MARINA. 1991 : São Paulo: Atlas,

RIO DE JANEIRO. Terceira Edição. Normas de Apresentação Tabular e Gráfica. 1993 : IBGE

ELIZABETH SCHNEIDER SÁ ET AL. Segunda Edi-ção. Editora Vozes. Manual de Normatização de Trabalhos Técnicos, científicos e culturais. 1996: Petrópolis

Saiba mais:

Atividades:

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capítulo 3 27

Profa. Maria do Socorro Tavares Cavalcante Prof. Fabio Sergio Barbosa da Silva

Carga Horária | 15 horas

INTRODUÇÃO quando se define o problema que irá nortear a pesquisa e a futura geração de conhecimento científico, devemos estabelecer o tipo de abordagem que iremos optar. Tal escolha é fundamental, pois direciona os caminhos metodológicos a serem percorridos. Nesse âmbito, podemos subdivi-dir as abordagens em qualitativa e quantitativa, que serão objeto de estudo desse nosso capítulo e de relevância na área de Pedagogia.

1. TIPOS DE PESQUISAAs pesquisas podem ser classificadas quanto aos objetivos e ao objeto de estudo de acordo com Gonçalves (2005). quanto aos objetivos, a pesquisa pode ser: 1) exploratória: considerada fase inicial do processo; 2) descritiva: baseada no registro e na descrição de fatos e 3) explicativa: di-recionada à explicação de fatos, baseando-se no registro, na análise e na interpretação de dados. quanto ao objeto de estudo, a pesquisa pode ser classificada em: 1) bibliográfica, em que são uti-lizadas fontes secundárias e o fichamento; 2) laboratorial, que é utilizada nas Ciências Biológicas e da Saúde e utiliza controles delimitados de modo criterioso.

Existem vários tipos de pesquisas que estão atrelados aos objetivos que se deseja alcançar. Neste capítulo, abordaremos os seguintes tipos: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, pesquisa experimental, pesquisa-ação, pesquisa descritiva e estudos de coorte.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Diferenciarosprincipais tiposdeaborda-gens em pesquisa;

• Conheceroselementosbásicosdapesqui-sa quantitativa e qualitativa;

• Reconhecer a importância do registro deprojetos com seres humanos junto ao Co-mitê de Ética em Pesquisa;

UMA INTRODUçãO àS ABORDAGENS

EM PESqUISA

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capítulo 328

1.1. PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

Etapa inicial de todo tipo de pesquisa, tendo-se como objetivo a revisão da temática pesqui-sada, evitando o ato de “re-inventar a roda”. Para o sucesso na pesquisa bibliográfica, se-guem alguns passos importantes:

a) Delimitação temática;b) Levantamento bibliográfico;c) Leitura do material;d) Fichamento;e) Organização de ideia para redação. Alguns Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) são apresentados na forma de revisão sistemá-tica de algum tema. Esse tipo de abordagem é válido, mas, ao contrário do que se pode pen-sar, a produção de uma revisão bibliográfica requer tempo e vasta experiência no assunto pesquisado.

quando o pesquisador lança mão de ferramen-tas estatísticas para avaliação criteriosa de uma temática, estamos diante de uma Metanálise. Tal tipo de análise surgiu após a década de 80 e tem o propósito de melhorar a qualidade do material sistematizado na revisão bibliográfica tradicional.

1.2. PESQUISA DOCUmENTAL

Do latim Documentarum, traduz qualquer fon-te escrita que foi produzida no tempo atual ou anteriormente ao tempo da pesquisa, conside-rando-se também fotos, filmes e demais ma-teriais audiovisuais como documentos. (Gon-çalves 2005, p. 60) Os principais locais para pesquisa documental envolvem arquivos públi-cos, que contêm coleções, documentos da Jus-tiça, material cartográfico e iconográfico, e os arquivos pessoais ou particulares. Nesse tipo

de pesquisa, faz-se necessária a confecção de fichas (em papel A4 branco), que contêm in-formações precisas e detalhadas sobre o docu-mento analisado. Após coletas desses dados, o fichário é organizado de modo cronológico e segue-se à avaliação do material. Basicamente, a avaliação do material passa por três níveis de crítica: 1) crítica de texto; 2) crítica de auten-ticidade do documento e 3) crítica de origem documental.

Um tipo bem difundido em trabalhos de con-clusão de curso é o uso de dados secundários. Segundo Vieira & Hossne (2001), os dados secundários foram anteriormente produzidos sem fins de pesquisa. O grande problema em utilizar dados disponíveis em determinadas ba-ses consiste nos tipos de erros que esse ma-terial pode ter. De modo geral, os erros estão ligados ao delineamento, a falta de resposta e ao erro de resposta. Na primeira situação, o mais comum é ter dados que não são re-presentativos da população estudada; no caso da falta de resposta, o documento gerado foi obtido com base em um questionário, por exemplo, que continha assertivas que o entre-vistado se recusou a responder. Por fim, o erro de resposta surge quando o entrevistado emite opiniões equivocadas, gerando um documen-to que reúne informações não precisas.

1.3. PESQUISA EXPLORATÓRIA Tipo de pesquisa que envolve a máxima explo-ração do tema sob diferentes prismas, cons-tituída por revisão sistemática da literatura, entrevistas que têm como base a vivência prá-tica dos entrevistados acerca da temática e ar-remate final para compreensão do problema inicialmente investigado.

1.4. ESTUDO DE COORTE

Conhecido como longitudinal, o estudo de co-orte tem como principal característica o acom-panhamento de um grupo de indivíduos que partilham de características em comum, sen-do amplamente usado em ensaios clínicos na área das Ciências da Saúde. Tal abordagem em pesquisa pode ser contemporânea ou históri-ca. Na maioria dos estudos, são estabelecidos os grupos, causal e controle, que são poste-riormente comparados com grupos controle

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capítulo 3 29

ou testemunhas, como acontece em delinea-mentos experimentais. Associado a esse tipo de abordagem, consideramos também os cri-térios de exclusão da amostra, que reúne os indivíduos que possuem características que impedem sua participação no estudo. Vejamos um exemplo: o objetivo de um estudo é de-terminar o efeito do uso de sapatos de salto sobre a postura corporal em gestantes; nesse caso, poderíamos definir dois grupos: gestan-tes que usam salto e as que normalmente não usam; o critério de exclusão seria o de mulhe-res que possuíssem patologias associadas à co-luna vertebral.

1.5. PESQUISA TEÓRICA, APLICADA E DE CAmPO Na pesquisa teórica, buscam-se estudar, mais profundamente, fenômenos e modelos teóri-cos, ao passo que na pesquisa aplicada são uti-lizados modelos teóricos com finalidade práti-ca na vida das pessoas. A pesquisa de campo, por sua vez, é amplamente usada nas Ciências Humanas e Sociais, sendo baseada na observa-ção de fatos, coleta e análise de dados. Nesse tipo de abordagem, pode-se optar pelo uso de enquete, que pode ser:

a) Estudo de caso: baseia-se na informação em profundidade de um elemento do gru-po; este tipo agrupa vários subgrupos, po-dendo ser empregado no estudo aprofun-dado de uma escola, por exemplo. Nesse tipo de abordagem em pesquisa estão in-clusos: histórias de vida e o estudo de caso de uma comunidade.

b) Observações controladas: consiste na ob-

servação criteriosa de fatos, observando-se o rigor na coleta, visando posterior avalia-ção. É imprescindível que o pesquisador seja imparcial e objetivo. Constituindo esse tipo de pesquisa, temos as observa-ções participantes, que acontecem quan-do o pesquisador participa das atividades cotidianas do grupo investigado, sendo considerada ferramenta indispensável em estudos de base qualitativa (Minayo 2008, p. 70).

c) Entrevista: amplamente usada em pesqui-

sa de campo, servindo para coleta de da-

dos. Para Minayo (2008 p.64), tal técnica pode ser considerada uma conversa, sendo definidas como conversas com determina-da finalidade. Tal instrumento é base para “histórias de vida” e “etnobiografias”, por exemplo, e serve para que o indivíduo en-trevistado reflita sobre a realidade em que ele está inserido. Podemos classificar as en-trevistas em:

Semiestruturada: associa assertivas fecha-

das e abertas; Sondagem de opinião: geralmente é cons-

tituída por questões fechadas, cujas res-postas foram previamente definidas pelo pesquisador;

Em profundidade: o entrevistado discorre

livremente sobre a temática; Focalizada: serve para esclarecer determi-

nado questionamento; Projetiva: é baseada na utilização de dispo-

sitivos audiovisuais (filmes, pinturas, fotos, entre outras) que servirão para a aborda-gem do tema.

Em qualquer situação de entrevista, devemos seguir os seguintes passos:

• Apresentaçãodapesquisaedogrupodepesquisadores;

•Exposiçãodoprincipalinteressedapesqui-sa;

• ApresentaçãodoTCLE(TermodeConsenti-mento Livre e Esclarecido), que indica que a pesquisa foi aprovada por algum Comitê de Ética em Pesquisa;

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capítulo 330

• Garantiadeanonimatodoentrevistadoede sigilo dos dados coletados.

d) Formulários: conhecido como uma lista que contém perguntas que são feitas dire-tamente ao entrevistado e pode ser atrela-da à entrevista, complementando tal abor-dagem.

e) questionários: diferentes dos formulários,

podem ser aplicados sem o entrevistador e não deve exceder de 20 a 30 perguntas. Além disso, o tempo para preenchimento não deve ultrapassar 30 minutos. Uma das falhas mais comuns na aplicação desse ins-trumento é a ausência da carta de apresen-tação, que deve conter informações como: objetivo, justificativa e a necessidade ou não de identificação do entrevistado. Viei-ra & Hossne (2201, p. 38-39) elencaram alguns dos cuidados durante a aplicação de questionários.

• Diagramarbemomaterial,deixandoespa-ço razoável para as respostas;

• Utilizaçãodelinguagemcompatívelcomopúblico-alvo;

• Nãoserambíguonaelaboraçãodasques-tões;

• Nãoconduziraresposta;

• Evitar a multiplicidade de questões emapenas uma assertiva;

• Serdireto,claro,objetivoepreciso.

Segue um exemplo de um questionário com questões “abertas” e “fechadas”:

1. Sempre estudou em escolas públicas?

___Sim ___Não

2. Se não, quanto tempo estudou em escolas privadas?______________________________________________________________________________

3. qual a vantagem de estudar em uma escola pública?______________________________________________________________________________

4. O ensino nas escolas públicas é bem avalia-do pela comunidade?

___Sim ___Não

5. Se não, quais as principais reclamações que você já ouviu?______________________________________________________________________________

6. Você acredita estar preparado para o vesti-bular?

___Sim ___Não

7. A formação na escola pública implicará o teu sucesso como vestibulando?

___Sim ___Não

8. Se há implicação no teu êxito no vestibular, qual a principal problema em estudar em es-colas públicas?______________________________________________________________________________

1.6. PESQUISA EXPERImENTAL

Tipo de pesquisa baseada na corroboração ou na refutação de hipóteses formuladas, estu-dando o tipo de relação entre variáveis para definição do binômio causa-efeito. Nesse tipo de abordagem, considera-se a experimentação que deve ser planejada criteriosamente, elimi-nando qualquer viés que invalide os resultados obtidos. Tal tipo de pesquisa é amplamente utilizada nas Ciências da vida (Biológicas, Saú-de e Agrárias). Além disso, é de suma relevân-cia a definição de controles ou tratamentos testemunha, que servirão como padrão para comparação.

Para condução da pesquisa experimental, deve-se considerar a repetibilidade, dos trata-mentos, ou seja, apenas poderemos afirmar que um novo medicamento é melhor que aquele utilizado rotineiramente quando fa-

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capítulo 3 31

zemos testes em vários indivíduos; a aleatori-zação do experimento, que consiste em não ser tendencioso na organização espacial dos tratamentos. Nesse caso, imaginemos que, se conduzíssemos um experimento com plantas, em que algumas são dispostas próximas à luz solar, e outras, mais distantes, estaríamos favo-recendo algumas em detrimento a outras; por fim, a definição de um controle experimental, que servirá como comparativo para os demais tratamentos estabelecidos. Em algumas situa-ções, como ensaios clínicos, os experimentos devem ser conduzidos pelo menos duas vezes.

Um dos aspectos mais relevantes da pesquisa experimental é a imparcialidade em relação à condução dos ensaios. Nesse sentido, em al-guns tipos de pesquisa, sobretudo as pesqui-sas clínicas, existe a condução de experimentos cegos ou duplamente cegos. Mas, afinal o que é experimento cego ou duplamente cego? No primeiro caso, o pesquisador sabe a catego-ria do participante da pesquisa, ou seja, se ele receberá ou não determinada droga em fase de teste. Por outro lado, no experimento du-plamente cego, ambos os pesquisadores e os voluntários da pesquisa não têm conhecimen-to de qual grupo os voluntários estão partici-pando. Tais cuidados no delineamento experi-mental garantem a idoneidade dos resultados obtidos, impedindo que eles sejam produzidos de modo tendencioso.

2. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE PESQUISAS COm SERES HUmANOSDevemos ter em mente que qualquer pesqui-sa, mesmo em escolas, deve ser submetida a um Comitê de Ética em Pesquisa. Tal comitê está ligado ao Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), que está associado ao Con-selho Nacional de Saúde (CNS), que, por sua vez, é órgão do Ministério da Saúde (MS). So-mente após aprovação pelo Comitê de Ética, a pesquisa pode ser iniciada.

Pesquisas com seres humanos devem ser orga-nizadas na forma de projeto com base na Re-solução 196/96 do CNS, gerando o protocolo

de pesquisa. É importante ressaltar que deve ser elaborado um termo de consentimento, que deve ser assinado por todos os participan-tes da pesquisa.

Nos protocolos de pesquisa, deve conter os seguintes elementos, de acordo com Viera & Hossne (2001, p.20), que está baseada na Re-solução 196/96:

• Descrição da pesquisa• Descrição do projeto• Material e métodos• Amostra• Resultados esperados• Bibliografia• Riscos e benefícios• Duração da pesquisa• Responsabilidade do pesquisador• Suspensão ou encerramento da pesquisa• Local da pesquisa• Infraestrutura para condução da pesquisa• Orçamento

O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) garante que o voluntário esteja enten-dendo sobre os propósitos da pesquisa e que, após a leitura de tal documento legal, o volun-tário poderá decidir se deseja ou não participar da pesquisa. Alguns requisitos são básicos e devem estar presentes no TCLE, como:

• Objetivo da pesquisa• Duração da pesquisa• Riscos envolvidos• Benefícios da participação na pesquisa• Esclarecimento sobre a desistência do vo-

luntário em relação à pesquisa• Contato para esclarecimento de dúvidas• O tipo de tratamento que o voluntário será

submetido, entre outros.

As formalidades acima mencionadas para a elaboração do TCLE e do protocolo de pesqui-sa é prerrogativa para a submissão de projetos ao Comitê de Ética em Pesquisa, que, como sabemos, aprova ou não a execução de pes-quisa envolvendo seres humanos e animais ex-perimentais.

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capítulo 332

3. ABORDAGEm QUALITATIVA VERSUS QUANTITATIVADe grande relevância nas Ciências Humanas e Sociais, a pesquisa qualitativa trabalha ques-tões peculiares que são difíceis de ser quanti-ficadas. Minayo (2008, p. 21) considera que esse tipo de abordagem trata de questões li-gadas aos significados, valores, crenças e ati-tudes. É importante salientar que os dois tipos de abordagens, quantitativa e qualitativa, têm o mesmo grau de cientificidade, mas utilizan-do instrumentos diferenciados.

No caso da abordagem quantitativa, utilizam-se técnicas para quantificação de dados e utili-zando ferramentas poderosas como a Estatísti-ca. Nesse sentido, diversas técnicas estatísticas são empregadas como: média, percentual, desvio-padrão, coeficiente de correlação, aná-lises de regressão simples e múltipla, entre ou-tros. Tal tipo de abordagem não é comum nas pesquisas qualitativas.

Mesmo trabalhando em pólos opostos, as pesquisas qualitativas e quantitativas não são incompatíveis (Minayo, 2008 p. 22). Cabe ao pesquisador, baseado na sua experiência e for-mação acadêmica, escolher o tipo de aborda-gem que mais se enquadra no esclarecimento de suas questões de pesquisa.

RESUMOPara produção de conhecimento científico é importante conhecer as principais abordagens em pesquisa. Os principais tipos de pesquisa são: bibliográfica, exploratória, descritiva, do-cumental, experimental, pesquisa de campo e estudos de coorte. A pesquisa bibliográfica é base para qualquer tipo de pesquisa, ao pas-so que a exploratória estuda em profundidade

determinada temática. quando se faz o uso de descrições detalhadas, estamos diante da pes-quisa descritiva, enquanto a pesquisa docu-mental relata, com base em documentos, fa-tos atuais ou do passado. Com a condução de experimentos com controles definidos, temos a pesquisa do tipo experimental e, por fim, a pesquisa de campo, amplamente usada nas Ci-ências Humanas, baseada na coleta e na inter-pretação de dados. Outro aspecto importante na abordagem em pesquisa é a necessidade de aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa de estudos, envolvendo seres humanos.

REFERÊNCIASGonçalves, Hortência de Abreu. Manual de Metodologia da Pesquisa Científica. São Paulo: AVERCAMP Editora. 2005. 142 p.

Minayo, Maria Cecília de Souza. O desafio de conhecimento – Pesquisa qualitativa em saú-de. São Paulo: Editora Hucitec. 2004. 269 p.

_______. Pesquisa social – Teoria, método e criatividade. Petrópolis: Editora Vozes. 2008. 108 p.

Vieira, Sonia; Hossne, William Saad. Metodo-logia Científica para a área de saúde. Rio de Janeiro: Elsevier. 2001. 192 p.

Em seu livro O desafio do conhecimento – Pesqui-sa qualitativa em saúde, Minayo (2004) descreve em detalhes os principais eixos edificadores da pesquisa qualitativa.

1. Cite os tipos de pesquisa, indicando quais podem ser utilizados em pesquisas na área de Pedagogia.

2. quais as diferenças entre pesquisa quantita-tiva e qualitativa?

Saiba mais:

Atividades:

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capítulo 4 33

Profa. Maria do Socorro Tavares Cavalcante Prof. Fabio Sergio Barbosa da Silva

Carga Horária | 15 horas

INTRODUÇÃO quando nos deparamos com a entrega de documentos acadêmicos, várias dúvidas surgem com relação à confecção de textos científicos. Tal preocupação é pertinente e devemos conhecer os principais tipos de material acadêmico-científicos, visando à correta elaboração desses textos. No curso de graduação, você será solicitado a entregar basicamente quatro tipos de material, que exigem técnicas específicas na sua construção: 1) Relatórios, 2) Projetos de pesquisas, 3) Trabalhos monográficos e 4) Artigos científicos. Neste capítulo, serão abordados os principais tipos de tex-tos produzidos por discentes universitários, que servirão de suporte para os demais componentes curriculares a serem vivenciados.

A importância do fichamento

Antes de sabermos as peculiaridades de cada texto acadêmico, é importante ler bastante sobre a temática e realizar anotações. Tal prática é conhecida como fichamento. Mas, afinal, o que é e para que serve o fichamento? Essa técnica consiste no armazenamento de informações impor-tantes em fichas para a elaboração dos textos acadêmicos. A reunião de fichas catalogadas irá originar o arquivo.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Reconhecer a importância das normas de elaboração de textos acadêmicos no coti-diano universitário;

• Perceber a diferença nos vários tipos de textos acadêmicos usados em cursos de graduação;

• Identificar os principais eixos edificadores de cada tipo básico de texto acadêmico.

ELABORAçãO DE TExTOS

ACADÊMICOS

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capítulo 434

As fichas contêm o cabeçalho, que menciona o título, o corpo da ficha e as referências. Para a confecção correta das fichas, que irão facili-tar o processo de pesquisa e de elaboração de material, segue o fluxograma abaixo:

Fluxograma 1. Passos para elaboração de fichas.

Para ter sucesso no seu fichamento e, conse-quentemente, na elaboração do seu texto, se-guem algumas dicas:

a) Folhear a fonte que está sendo consultada;

b) Organizar as fichas por tema, evitando confusões na hora da organização do ar-quivo;

c) Colocar a temática na parte superior da fi-cha, reservando a parte inferior para fazer a citação completa.

d) Estar atento durante a confecção da ficha, de modo a não distorcer as ideias dos au-tores.

Definição do tema da pesquisa

Arquivamento

Separação do material bibliográfico

Anotação das principais informações

1. RELATÓRIOS ACADÊmICOS DE ATIVIDADESO que seria um relatório no meio universitário? Tal texto acadêmico serve para descrever, de forma sistemática, determinadas atividades, em classe ou extraclasse, que você será solici-tado em diferentes componentes curriculares. Considerando a importância, é necessário que tenhamos em mente os seguintes passos bási-cos para elaboração de relatórios:

a) Anotação minuciosa de todas as atividades que aconteceram;

b) Ordenação cronológica e/ou concatenada dos fatos;

c) Leitura sobre o escopo do trabalho em questão;

d) Confecção do relatório.

Tendo esses passos em mente, o relatório deve ter uma breve introdução sobre o tema, os procedimentos utilizados na atividade, os prin-cipais resultados obtidos e ser finalizado com as considerações gerais. Tal sugestão é utiliza-da em trabalhos acadêmicos, valendo ressaltar que, em relatórios científicos, fica-se na de-pendência do modelo prescrito pelas agências de fomento, como o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Em algumas áreas do conhecimento, como as Ciências Biológicas e da Saúde, a descrição detalhada do material usado nas atividades é indispensável. Para exercitarmos a confecção de um relatório acadêmico, vejamos o exem-plo abaixo:

Suponhamos que você foi solicitado a observar e a descrever a atuação profissional da Coor-denação Pedagógica de uma escola estadual e que precise entregar ao final do semestre um relatório. Como proceder? Conforme men-cionado, devemos fazer todas as anotações pertinentes à atividade proposta, como as atribuições do Pedagogo, a desenvoltura no relacionamento com os demais profissionais, as dificuldades da equipe pedagógica, entre

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capítulo 4 35

outras. Paralelamente, as atividades registra-das devem ser dispostas de modo atrelado, fa-cilitando a concatenação dos fatos. Com esse material em mãos, devemos ler sobre a atua-ção profissional da equipe pedagógica escolar, garantindo a base teórica para elaboração do relatório. Por fim, o relatório será estruturado. Vale ressaltar que toda a bibliografia utilizada e demais aspectos da formatação devem se-guir as normas da ABNT.

2. PROJETOS DE PESQUISAO projeto de pesquisa é uma das ferramentas indispensáveis para a produção de conheci-mento, pois funciona como um documento com detalhes sobre as etapas para execução da pesquisa e obtenção de resultados. Nesse sentido, o projeto deve ser elaborado após ex-tensiva leitura sobre o tema a ser pesquisado e, no caso da graduação, deve ser desenvolvido sob a supervisão de um professor orientador qualificado. Em outro componente curricular, você aprenderá a confeccionar um projeto de pesquisa, que servirá de base para elaboração do seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

Inicialmente, o tema, ou seja, o assunto abor-dado no projeto, deverá ser definido e com base no delineamento temático, surge o título, que deve ser conciso e apontar para a questão a ser investigada. Títulos muito longos devem ser evitados, pois, ao final da leitura, geram problemas na compreensão do objeto de estu-do. Em linhas gerais, um projeto deve se valer de uma pergunta sobre determinado tema, ou seja, de alguma questão não totalmente es-clarecida sobre determinado assunto ou ainda uma nova abordagem sobre conceitos estabe-lecidos. Uma vez conhecido o problema, pas-samos a delimitar o objetivo da pesquisa que, por convenção, deve ser escrito com o verbo no infinitivo, como determinar, definir, estudar, entre outros. Nesse caso, podemos dividir os objetivos em Geral e Específicos. O primeiro trata da grande questão a ser abordada no es-tudo, ao passo que o segundo é a decompo-sição do objetivo geral, portanto, o somatório de objetivos específicos irá originar o objetivo geral.

Uma forma de nortear a pesquisa é pela defini-ção da hipótese ou da questão norteadora; na primeira, afirma-se inicialmente que um pro-cesso ocorre e pode ser comprovado (corrobo-rado) ou rejeitado (refutado) com a execução da pesquisa, enquanto na questão norteado-ra, parte-se de pressupostos que direcionam a pesquisa, sendo mais utilizada nas Ciências Humanas e Sociais.

Para alcançar o objetivo, deve-se delinear a metodologia a ser empregada. Na pesquisa qualitativa, opta-se pelo termo “metodologia”, enquanto na abordagem quantitativa, utiliza--se a seção “material e métodos”; a escolha vai depender da abordagem que se deseja dar na resolução do problema pesquisado, como vis-to no capítulo anterior. Em algumas situações, são requeridos os resultados esperados da pesquisa e que devem ter relação direta com os objetivos propostos. Propostas de projetos em agências de fomento também solicitam a enumeração das dificuldades que podem in-viabilizar a obtenção dos resultados esperados.

Por fim, solicita-se nesse tipo de texto um cro-nograma de atividades, que deve detalhar to-das as etapas do projeto atrelado aos meses/anos de realização da atividade. Tal organiza-ção é de suma importância na condução dos estudos, sobretudo naqueles de base experi-mental. Outro item é o orçamento da pesqui-sa, pois, em algumas situações, a execução de estudos onerosos pode inviabilizar o desenvol-vimento do trabalho.

De modo semelhante ao mencionado na ela-boração de relatórios, as referências utilizadas devem ser mencionadas, de acordo com as normas da ABNT. Tal aspecto é imprescindí-vel, pois não é desejável que o leitor observe a citação no texto e não a encontre na seção referências.

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Como podemos notar, o projeto de pesquisa pode ser resumido a um planejamento cir-cunstanciado e teoricamente embasado, que norteará a execução das etapas da pesquisa e esse instrumento será solicitado do acadêmi-co como pré-requisito à execução do seu TCC. Para concretizar o que foi explanado, segue um exemplo dos aspectos indispensáveis na elaboração um projeto, no entanto, vale res-saltar que são apenas eixos norteadores e não a confecção de um projeto, que tem em média 12 a 15 laudas:

Tema: Merenda escolar e desempenho acadê-mico em pré-escolares

Título: Associação de aprendizagem e meren-da escolar: uma abordagem do ponto de vista dos pais

questão norteadora: os pais de pré-escolares acreditam que a oferta de merenda escolar afeta a aprendizagem de seus filhos em idade pré-escolar?

Objetivo: verificar se os pais relacionam a aprendizagem dos filhos em idade pré-escolar com a oferta de merenda escolar.

Introdução: deve ser construída em três eixos: 1) dificuldade de aprendizado em crianças subnutridas; 2) a importância da merenda es-colar no contexto sócio-educativo; 3) a percep-ção da família, sobretudo os pais, a cerca do desempenho escolar atrelado à aprendizagem.

Metodologia: será usado questionário semies-truturado contendo dez assertivas sobre o tema, que será aplicado a 20 % dos pais de alunos em idade pré-escolar. É importante res-saltar que outras informações devem ser adi-cionadas a esse tópico, mas que foge ao esco-po dessa disciplina.

Resultados esperados: definir o percentual de pais que relacionam merenda escolar com de-

sempenho escolar e conhecer a opinião desses sujeitos sobre tal abordagem.

Cronograma de atividades

Atividade 1ºtrimestre

2ºtrimestre

3º trimestre

4ºtrimestre

Submissão do projeto ao Co-mitê de Ética em Pesquisa

x

Elaboração de questio-nários

x

Aplicação do instrumento de pesquisa

x

Compilação e análise de dados

x x

Apresen-tação dos resultados

x

Orçamento

Item quantidadeValor unit. (R$)

Valor total (R$)

Material permanente

Notebook 2Gb Ram, HD 250 Gb

01 1.200,00 1.200,00

Impressora Laser mono-cromática

01 700,00 700,00

Custeio

Resma de papel A4 02 15,00 30,00

Fotocópias 200 0,10 20,00

Deslocamento10 10,00 100,00

Total (R$) 2.050,00

Referências: deve seguir a normatização da ABNT.

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3. TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSOPodemos perceber desde o início deste capí-tulo, o nível de aprofundamento do texto aca-dêmico; ou seja, partimos de um simples re-latório de atividades, passamos pelas técnicas básicas de elaboração de projetos de pesquisa e agora discutiremos a elaboração do TCC. Esse documento é um requisito para a conclu-são de cursos de graduação e as normas de confecção devem ser conhecidas. Mas, afinal o que é o TCC? Tal texto acadêmico é o fruto da execução do projeto de pesquisa, sendo o reflexo de um bom planejamento e execução da pesquisa. Diferente do projeto, cujo tempo verbal utilizado é o futuro, nesse caso utiliza-se o tempo verbal no passado.

Basicamente, o TCC é organizado, do ponto de vista do conteúdo, da seguinte forma: 1) Revisão de literatura do tema abordado, 2) In-trodução (Fundamentação teórica); 3) Desen-volvimento, 4) Considerações finais e 5) Refe-rências. É importante ressaltar que tal formato pode mudar com a área do conhecimento e as exigências da IES (Instituição de Ensino Su-perior).

O texto da revisão de literatura, também co-nhecida com estado da arte, trata de todos os aspectos pertinentes ao tema estudado. Ini-cialmente, todo o material bibliográfico (livros, teses, dissertações, artigos científicos e outras fontes) deve ser separado. Após leitura do ma-terial, devem-se fazer apontamentos sobre as informações mais relevantes e o fichamento, que consiste em associar as informações do texto aos autores. Nessa etapa, o orientador irá delimitar sub-tópicos, que irão organizar a revisão do modo sistemático. Uma boa revisão de literatura é a base para o desenvolvimento do TCC e reflete o quão o autor está atuali-zado e com base teórica a cerca da temática pesquisada.

A introdução do TCC deve conter, de forma mais resumida, todos os eixos temáticos refe-rentes à pesquisa. Esse tópico tem a função de informar e situar o leitor sobre o tema estuda-

do. Ao final da introdução, mencionam-se os objetivos do trabalho, sendo recomendável in-serir também a questão norteadora do estudo ou a hipótese. Nesse tópico também podem ser apresentados os principais eixos metodoló-gicos do estudo.

O desenvolvimento engloba os resultados e a discussão dos principais achados da pesquisa. Nesse tópico, são feitas análises reflexivas e comparativas com outros trabalhos que utili-zaram ou não a mesma linha de pensamento. A capacidade de articulação de ideias do autor é bem representada nesse tópico.

Por fim, temos as considerações finais que, em algumas áreas do conhecimento, são referidas como conclusões. Em Pedagogia, nas conside-rações finais são feitas todas as amarrações do estudo, indicando as principais contribuições da pesquisa. A seção de referências segue o mesmo modelo de relatórios de atividade e de projetos de pesquisa, discutidos anteriormen-te.

Veja exemplos de TCC, depositados em bibliote-cas virtuais, em sítio s de universidades federais e estaduais, como exemplo o sítio da Universidade de São Paulo:

www.usp.br

Saiba mais:

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4. ARTIGOS CIENTÍFICOSA consolidação de todo o processo de pes-quisa, que vai desde a elaboração do projeto, execução de atividade e redação do TCC, cul-mina na elaboração do artigo científico. Mas, por que elaborar um artigo científico? qual a importância desse tipo de texto acadêmico? É importante, inicialmente, ressaltar que o artigo científico traduz, na maioria das áreas, a base para divulgação dos dados de pesquisa. En-tretanto, em algumas áreas do conhecimento, como as Ciências Humanas e Sociais, livros e capítulos de livro têm relevância na divulgação de achados científicos. De qualquer modo, o artigo científico tem a função de divulgar, em âmbito nacional e internacional, os principais resultados obtidos e tais artigos são publicados em revistas (periódicos) especializadas. No Bra-sil, a CAPES (Coordenação de Pessoal de Nível Superior) categoriza os veículos de divulgação de artigos científicos em níveis de excelência, conhecido com escala qualis. Nessa escala, temos em ordem decrescente de impacto, na comunidade científica, revistas A1, A2, B1, B2, B3, B4, B5 e C, sendo essa última considerada com peso zero (www.capes.gov.br).

Para divulgação do seu artigo científico, inicial-mente devemos entregá-lo para avaliação por outros profissionais; tal atitude garante que o texto está compreensível. Posteriormente, é necessário verificar as normas estéticas da re-vista que desejamos publicar, pois a formata-ção (ex. fonte, tamanho da fonte, espaçamen-to, margens, numeração de páginas e demais detalhes) varia com os periódicos e a não ob-servância desses detalhes pode gerar a recusa do trabalho. quando o trabalho é enviado, por meio eletrônico ou impresso, o editor da re-vista entrega o manuscrito a pelo menos dois

especialistas na área, também conhecidos com consultores Ad hoc. Tais revisores irão avaliar o trabalho e farão sugestões, quando necessá-rias, para melhorar a qualidade do material es-crito; em algumas situações o trabalho é rejei-tado. quando aceito, os autores devem fazer os ajustes sugeridos pelos revisores e re-enviar o manuscrito corrigido que, após aprovação pelo editor, será publicado na revista.

Em linhas gerais, o artigo científico é compos-to por: introdução, metodologia (materiais e métodos), resultados e discussão (desenvol-vimento), considerações finais (conclusões) e referências. Além disso, é solicitado um re-sumo do trabalho, que deve ser redigido em português e em outro idioma (geralmente, em inglês denominado Abstract); tal resumo deve conter todas as informações do trabalho, po-rém de modo sucinto, não ultrapassando 300 palavras. O caminho técnico de cada uma das partes do artigo científico foi discutido em ou-tras situações.

Baseado em Aquino (2007), nesse momento, iremos nos deter em algumas falhas que devem ser evitadas e que comprometem a publicação do seu artigo em uma revista de ampla circula-ção. Começando pelo título, que não deve ser muito longo. O resumo não deve conter infor-mações desnecessárias e frases longas, não se permitindo citações bibliográficas; além disso, não é permitido recuo do texto. No caso do Abstract, não é recomendado o uso de tradu-tores de internet, considerando que esse recur-so não garante a fidedignidade da tradução. No item introdução, não se deve fazer uso de frases longas e sem concatenação, devendo-se fazer uso de citação de citação (Apud) apenas quando estritamente necessário. O objetivo do trabalho não deve ser escrito em outro tempo verbal que não seja o infinitivo. A metodologia não deve conter figuras e tabelas (apenas em casos excepcionais), evitando-se o uso de téc-nicas ainda não consagradas na literatura cien-tífica. Os resultados não podem ser apresen-tados em ordem diferente daquela delineada nos objetivos do artigo científico; nesse tópico, o uso de figuras e de tabelas é recomendado, porém deve-se ficar atento para a duplicidade de informações, ou seja, não é recomendado que todas as informações contidas em figuras e tabelas sejam transcritas no artigo. Outro erro

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comum na elaboração de manuscritos é con-cernente à discussão, que geralmente é produ-zida utilizando número reduzido de bibliogra-fias, o que geralmente fragiliza o argumento apresentado. No caso da conclusão, elas não podem ser escritas com o verbo no passado e não devem ser orações extensivamente longas. As citações devem obedecer rigorosamente às normas da revista que o artigo será submetido.

RESUMOA elaboração de textos acadêmicos deve ser fei-ta seguindo normas bem estabelecidas, sendo imprescindível na vida acadêmica. Basicamen-te, em nível de graduação, temos quatro tipos de trabalhos: relatórios de atividades, projetos de pesquisa, trabalhos de conclusão de curso e artigos científicos. Os relatórios de ativida-des servem para descrever alguma atividade de forma sistemática. O projeto de pesquisa fun-ciona como uma planilha de planejamento do trabalho de pesquisa; nesse tipo de documen-to, é necessário bom embasamento teórico acerca da temática pesquisada. No TCC, temos o produto da execução da pesquisa, que deve ser redigido obedecendo às normas preconiza-das pela universidade. Com a finalidade de di-vulgar os achados científicos, são preparados artigos, que são publicados em veículos (perió-dicos ou revistas) de ampla circulação.

REFERÊNCIASAquino, Ítalo de Souza. Como escrever ar-tigos científicos – sem arrodeio e sem medo da ABNT. João Pessoa: Editora Universitária da UFPB. 2007. 101p.

www.cnpq.brwww.capes.gov.brwww.scielo.br

Acesse o site www.scielo.br e veja como as revistas publicam artigos científicos, com ampla circulação.

1. qual a importância dos diferentes tipos de textos científicos?

2. Faça um quadro comparativo, indicando as diferenças e semelhanças entre relatórios de atividades, projetos de pesquisa, trabalhos de conclusão de curso e artigos científicos.

Saiba mais:

Atividades:

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