a emigração como fenómeno social

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Escola Secundária Garcia de Orta Economia A, 2015/2016 A EMIGRAÇÃO COMO FENÓMENO SOCIAL

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Page 1: A emigração como fenómeno social

Escola Secundária Garcia de OrtaEconomia A, 2015/2016

A Emigração como fenómeno Social

Page 2: A emigração como fenómeno social

Índice:

Introdução. Emigração segundo o país de destino. Emigração segundo os grupos etários dos indivíduos. Emigração segundo o grau de instrução. Emigração por dimensão da família. Emigração segundo o Género. Leis da Emigração. Ciência às quais recorrer no estudo da emigração. Para saber mais…

Introdução:

Portugal, de um modo crescente ao longo dos últimos anos, viu agravada a sua tradição migratória de uma forma muito profunda. De facto, num passado recente, a realidade migratória portuguesa assenta sobretudo na emigração. Hoje, a emigração apresenta valores semelhantes aos dos anos 60, com saldos migratórios consecutivamente negativos, algo realizado pela última vez em 1970 (segundo o INE). Em 2014, registou-se um saldo migratório

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2000 2001 2002 2003 2011 2012 2013 20140

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

80000

90000

4692 53968813 6687

43998

51958 5378649572

16641 1482718545 20321

50980

6946074322

85052

Emigração Permanente e Temporária

Permanente Temporária

Anos

Popu

laçã

o

Fontes: INE e Pordata

Page 3: A emigração como fenómeno social

de -30100 indivíduos, sendo o valor total desde 2011 de cerca de -128000 indivíduos (valor semelhante ao apresentado em 1970). Segundo o INE, em Portugal, no ano de 2014 emigraram 134 624 indivíduos, valor superior em 5% ao ano anterior. Os dados do INE contemplam tanto os emigrantes permanentes como os temporários e pode constatar-se que o aumento registado foi, em termos absolutos, muito semelhante. Tendo ainda por referência estes dois tipos de emigração, a sua distribuição em 2014 foi de 36,8% (emigração permanente) e de 63,2% (emigração temporária); esta última, desde 1993, continua amplamente maioritária.

Emigração segundo o País de Destino:

Nos anos de 2001 a 2011, os países com maior número de emigrantes foram a França e os EUA, passando a Suíça a terceira classificada no ranking. Até 2011, verificam-se algumas surpresas no topo da lista (como o aparecimento de Espanha e do Reino Unido) e a decadência imigratória de países que outrora acolheram números estratosféricos de Portugueses, tais como a Alemanha e o Luxemburgo. No seu conjunto, os três principais países de destino dos emigrantes Portugueses, França, EUA e Suíça acolheram cerca de 56% do total de emigrantes. Podemos também afirmar que em 2011 existiam 1619685 Portugueses no estrangeiro. Vemos também, nesta lista de países, alguns com um longo passado histórico com Portugal, sendo que quer por partilharem a língua ou pela cooperação incentivada pela CPLP são escolhidos como destino migratório de muitos Portugueses, países tal como o Brasil. Também pelas relações comerciais entre esses países e acima de tudo pela forte emigração da década de 60 fixada

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Luxemburgo

Venezuela

Reino Unido

Alemanha

Brasil

Espanha

Canadá

Suíça

EUA

França

0 100000 200000 300000 400000 500000 600000 700000

41.690

53.477

84.000

92.343

139.973

146.298

150.390

164.691

166.583

580.240

10 Países com mais Portugueses emigrados 2001-2011

População

Paíse

s de

Desti

no

Fonte: Observatório da Emigração

Page 4: A emigração como fenómeno social

neles, a França, Suíça e Luxemburgo são destinos migratórios muito escolhidos por Portugueses, sendo a França o país que ainda tem mais emigrantes provenientes de Portugal (580240).

Emigração segundo os Grupos Etários dos indivíduos:

Em 2013, tal como nos anos precedentes, é nas camadas mais jovens da população que se concentra a maior parte dos emigrantes. Consequentemente, tem-se vindo a registar uma

importância crescente da população que se situa no grupo dos 20 aos 44 anos. De facto, neste grupo etário concentram-se 67% dos que emigraram em 2013.

Emigração segundo o Grau de instrução:

Da população emigrante por nível de escolaridade completo, em 2002, a que apresenta maior valor é do básico (81,1%), contando o 1º ciclo com 40,1% e os 2º e 3º ciclos com 41%, sendo que o valor mais baixo é o de 7,6%, correspondente aos emigrantes sem qualificações académicas. Quanto ao valor intermédio, correspondente aos graus académicos mais avançados, têm o secundário e o ensino superior 11,3%. Assim, verificamos o facto da quase totalidade da alfabetização da população, verificando-se uma maior escassez da população em cada extremo do gráfico.

3

<1515-19

20-24

25-29

30-34

35-39

40-44

40-49

50-5455-59 60-64 >65

Emigrantes Permanentes segundo o Grupo Etário, 2013

Fontes: Pordata e INE

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Ano Nível de Escolaridade Completo

Nenhum 1º Ciclo 2º e 3º Ciclos Secundário ou Superior

2002 7,6% 40,1% 41 % 11,3%

Notícia:

Fuga de cérebros custa 8,8 mil milhões aos cofres do Estado

De acordo com o estudo 'Exportar mão-de-obra qualificada a custo zero: quanto perde Portugal com a fuga de cérebros' em 2010 e 2011 vai custar pelo menos 8,8 mil milhões de euros aos cofres públicos ao longo dos próximos anos.

O valor foi calculado somando os custos de formação académica (uma média de 70 mil euros para os homens e 69 mil euros para mulheres, de acordo com a OCDE), os impostos não cobrados pelo Fisco e as contribuições que seriam feitas para a Segurança Social, esclarece o Diário Económico.

Os autores do estudo garantem que cerca de 43% dos emigrantes não pensam voltar durante os próximos dez anos, criando um "êxodo" que cria "um fenómeno de descapitalização

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Page 6: A emigração como fenómeno social

intelectual e profissional do país". A situação é agravada pelo impacto positivo criado nos países que recebem os jovens portugueses.

"A fuga de cérebros significa que os países recetores irão beneficiar de capital humano altamente qualificado a custo zero", conclui o estudo coordenado pelo investigador Rui Machado Gomes. Os dados serão analisados esta sexta-feira numa conferência internacional na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

Fonte: notíciasaominuto.com, 14/09/15

Emigração segundo a Dimensão da Família:

Cerca de 58% dos indivíduos que emigraram em 2002 pertenciam a famílias de maior dimensão (4 ou mais elementos) e cerca de 27% provinham de famílias com 3 elementos. Assim, podemos afirmar que as famílias menos aptas a emigrar são as de menor dimensão, correspondendo as

com 1 elemento (3,1 %) e de 2 elementos (12.1%) às percentagens mais pequenas, apenas igualadas com a emigração de famílias de muito larga dimensão (6-10 elementos) com cerca de 4% do total. Podemos ainda dizer que, ao longo dos últimos anos, esta tendência se tem vindo a alterar, sendo que os que mais emigram são os jovens (1/2 elemento(s)) que, finalizando um

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1 elemento3.1% 2 elementos

12.1%

3 elementos27.0%

4 elementos31.6%

5 elementos22.3%

6-10 elementos4.0%

Emigração por dimensão da Família, 2002

Fonte: INE

Page 7: A emigração como fenómeno social

curso superior, se veem apostos ao desemprego e forçados a emigrar na procura de melhores condições de vida.

Emigração segundo o Género:

Quanto aos emigrantes Portugueses em 2014, há um valor acentuado referente a predominância de emigrantes do sexo masculino (93101) correspondente a 69, 2% dos emigrantes. Quanto às emigrantes do sexo feminino, correspondem a 41523 pessoas, ou seja, 30,8% da população.

Leis da Emigração:

Quanto às leis da emigração, podemos dizer que estão facilitadas para a maioria, aqueles que vivem na Europa. Isto deve-se à existência do Acordo de Schengen que permite a livre circulação de pessoas e mercadorias.

Países pertencentes ao Acordo de Schengen:

Bélgica Países Baixos Luxemburgo Alemanha

6

Masculino Feminino0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

80000

90000

100000 93101

41523

Emigração segundo o género, 2014

Género

Popu

laçã

o

Fontes: INE e Por-data

Page 8: A emigração como fenómeno social

França Itália Espanha Portugal Grécia Áustria Dinamarca Finlândia Islândia Noruega Suécia Suíça República Tcheca Estónia Hungria Letónia Lituânia Malta Polónia Eslováquia Eslovénia

Ciência às quais recorrer no estudo da emigração:

Psicologia Social

Economia

Geografia

História

Psicologia

Sociologia

Política

Direito

Para saber mais:

Migração – Deslocação de uma pessoa através de um determinado limite espacial, com intenção de mudar de residência de forma temporária ou permanente. A migração subdivide-se

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Page 9: A emigração como fenómeno social

em migração internacional (migração entre países) e migração interna (migração no interior de um país).

Emigrante permanente - Pessoa (nacional ou estrangeira) que, no período de referência, tendo permanecido no país por um período contínuo de pelo menos um ano, o deixou com a intenção de residir noutro país por um período contínuo igual ou superior a um ano.

Emigrante temporário – Pessoa (nacional ou estrangeira) que, no período de referência, tendo permanecido no país por um período contínuo de pelo menos um ano, o deixou, com a intenção de residir noutro país por um período inferior a um ano. Nota: Excluem-se desta situação as deslocações com carácter de: turismo, negócios, estudo, saúde, religião ou outro de igual teor.

INE - O Instituto Nacional de Estatística (também conhecido pela sua sigla INE) é o organismo oficial de Portugal responsável por produzir e divulgar informação estatística oficial de qualidade, promovendo a coordenação, o desenvolvimento e a divulgação da atividade estatística nacional. O INE foi criado em 1935 por transformação da Direcção-Geral de Estatística. O Instituto Nacional de Estatística está sob a tutela da Presidência do Conselho de Ministros do Ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares.

Observatório da Emigração – O Observatório da Emigração foi criado em 2008, com base num protocolo entre a Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas (DGACCP) e o CIES/ISCTE - Centro de Investigação e Estudos de Sociologia, ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL). O Observatório da Emigração centra a sua actividade, em primeiro lugar, na recolha, análise e disponibilização de indicadores estatísticos e de outra informação documental, de diferentes origens, sobre a emigração e as comunidades portuguesas. Em segundo lugar, o Observatório realiza e promove estudos e sessões de debate público, e facilita e incentiva a realização de teses de mestrado e de doutoramento naqueles domínios.

Pordata - A Pordata é uma base de dados sobre Portugal contemporâneo com estatísticas oficiais e certificadas sobre o país e a Europa, dividida num amplo conjunto de temas como a população, educação, saúde, entre outros. Esta está disponível para todos os cidadãos, é gratuita, de informação rigorosa e isenta. Toda a sua informação provém de entidades oficiais, tais como o Instituto Nacional de Estatística ou o Eurostat. A Pordata, foi organizada pela Fundação Francisco Manuel dos Santos. Lançada ao público a 23 de Fevereiro de 2010, sob a direção da Prof. Maria João Valente Rosa, a Pordata incluía apenas conteúdos sobre Portugal, a nível nacional. Já a 3 de Novembro de 2010 a Fundação, lança um alargamento desta mesma base de dados para a Pordata Europa. Passa a incluir não só os dados para Portugal, mas também para a União Europeia, Espaço Schengen, Estados Unidos da América e Japão.

Tomás Pinto, 10ºH, Nº28

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