a escrita de memoriais na formação docente 2
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A escrita autobiográfica naA escrita autobiográfica na
formação docenteformação docente
Profa Dra Eliane Greice Davanço NogueiraProfa Dra Eliane Greice Davanço Nogueira
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''Acho que o quintal onde a gente brincou é maior do
que a cidade. A gente só descobre isso depois de
grande. A gente descobre que o tamanho das coisas háque ser medido pela intimidade que temos com as
coisas. Há de ser como acontece com o amor. Assim, as
pedrinhas do nosso quintal são sempre maiores do que
as outras pedras do mundo. Justo pelo motivo daintimidade. (...) Se a gente cavar um buraco ao pé da
goiabeira do quintal, lá estará um guri ensaiando subir
na goiabeira. Se a gente cavar um buraco ao pé do
galinheiro, lá estará um guri tentando agarrar no rabo de
uma lagartixa. Sou hoje um caçador de achadouros dainfância. Vou meio dementado e enxada às costas cavar
no meu quintal vestígios dos meninos que fomos´
Manoel de Barros
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� As histórias de vida, há cerca de 20 anos,
tornaram-se material de pesquisa nas ciênciashumanas.
� Os autores, no campo da psicologia e daeducação, que mais contribuíram para que ointeresse biográfico se aproximasse de umaabordagem de formação e de pesquisa, foram:
Carl Rogers, Paulo Freire, Morin, Josso eNóvoa, entre outros.
� O uso das histórias de vida giram em torno de 2 eixos, como projetos de conhecimento e aserviço de lógicas de projeto.
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As histórias de vida como projetos deAs histórias de vida como projetos de
conhecimentoconhecimento
� Parecem indicar alguns tipos de objetivos:
1- Apontam um processo de mudança do posicionamento
do pesquisador.
2- Demarcam, através dessa opção metodológica, umnovo território de reflexão abrangendo a formação.
Referem-se, portanto, a tomadas de posição frente aosprocessos- projetos de formação do nosso estar nomundo de forma singular/plural, por meio dacomplexidade biográfica.
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As histórias de vida a serviço deAs histórias de vida a serviço de
lógicas de projeto.lógicas de projeto.
� São, necessariamente, adaptadas à perspectiva definidapelo projeto e nesse sentido não abarcam a globalidadeda vida em todos os seus aspectos.
� São, geralmente, propostas a pessoas que buscam umareorientação, uma reinserção, ou mesmo que desejamter uma nova ferramenta de trabalho.
�Essa narrativa experiencial serve de base parainventários de capacidades, de categorias, quer sejanum contexto de formação ou de pesquisa.
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Experiências
� Pesquisa
Porto Alegre, professoras que atuavam na década de 50, numadeterminada escola,, atualmente entre 60 e 80 anos.
Critério, ter tido uma longa carreira no magistério e acolher aproposta com disponibilidade para a escrita.
� Estágio
Curso de Pedagogia, UFBA, 33 alunos.
Eixos da construção da narrativa, infância (processo dealfabetização, vivência escolar (primeiro contato escolar),lembranças dos professores, a escolha do magistério e docurso de pedagogia, o significado de ser professor.
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A construção da narrativaA construção da narrativa
JossoJosso
� I mplica deixar-se levar pelas associações livres para
evocar as recordações- referências e organizá-las numa
coerência narrativa, em torno do tema da formação.
� A recordação-referência pode ser qualificada de
experiência formadora e são aquelas que podemos
utilizar como ilustração numa história para descrever
uma transformação, uma idéia,uma atividade ou um
encontro.
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A construção da narrativaA construção da narrativa
A narrativa de formação de cada sujeito conduz a
algumas reflexões que levam a questionamentos:
� ³Quem sou eu?´
� ³Quais são os eixos que orientam minha existência?´
� ³Quais são meus valores?´
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A construção da narrativaA construção da narrativa
� Os contos e as histórias da nossa infância são elementos quenos mostram que ser humano é criar as histórias quesimbolizam nossa compreensão das coisas da vida.
� As narrativas contam não o que a vida nos ensinou, mas oque se aprendeu nas circunstâncias da vida
� Atualmente estamos assistindo a morte das narrativas dianteda emergência do utilitarismo prático das nossas ações
sociais e humanas.� (conhecimento na forma de manual em detrimento a prática
reflexiva sobre si e seu fazer)
� Para que a narrativa seja considerada formadora, é neces-sário falarmos sob o ângulo da aprendizagem.
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A construção do memorial de formaçãoA construção do memorial de formação
Prado e SoligoPrado e Soligo
� A referência principal é sempre o lugar profissional queocupamos (professor, coordenador, diretor,formador etc).
� Lançamos mão, também, de memórias relacionadas aoutras experiências que foram relevantes para o processo
formativo.
� Basicamente, a questão que norteia esta escrita é: ³ pensar nos porquês das minhas atitudes diante das situações quevivo e nas capacidades que desenvolvo para certas coisase não para outras.´
� Escrever para tomar consciência do quanto sabemos e nemsabemos que sabemos. E do quanto ainda não sabemos,mas podemos aprender.
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Questões que orientam a escrita de umQuestões que orientam a escrita de um
memorial de formaçãomemorial de formação
JossoJosso� O que aconteceu para que eu viesse a ter as
idéias que hoje tenho?
(reconstituir rede de acontecimentos que marcaram a
existência do ser pensante e reflexivo)
� Como as experiências da minha vidacontribuem para os sentidos que dou àquilo que
vivi?(analisar algumas experiências que estruturaram umavisão de mundo)
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Experiência
� Pesquisa-formação
São Gabriel do Oeste
Professores do ensino básico, durante 9 meses, num grupocom encontros mensais, escrita do memorial.A motivação foi pensar e escrever: o que as constituiucomo professoras?
Os memoriais coincidiram em todos os pontos para estaconstiuição: as influências familiares, o primeiro contato
com a escola,a graduação, o primeiro trabalho e algumasformações continuadas.
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Escrita narrativa possibilita:Escrita narrativa possibilita:
� Escrever sobre nossas vivências docentes;
� Tematizar nossa prática;
� Refletir sobre nossos fracassos e sucessos;
� Documentar nossas reflexões;
� I nscreve-se como atividade formadora porque:
³ o aprendente questiona suas identidades a
partir de vários níveis de atividade de registro´
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Exemplo de escrita narrativaExemplo de escrita narrativa
³ Escrever minhas memórias é como escrever uma cartapara mim mesma:muito prazer em me conhecer´
³ Mexer, remexer no bau da vida é uma experiência que
sempre dói, machuca um pouco. Há sentimentos,atitudes, que preferíamos deixar lá, no tempo,guardados, intocáveis.´
³ Rever a escola que eu cursei, me fez perceber o quanto
ela me ficou devendo, pois apesar de ela não ter sidoperversa comigo, no sentido de punicões e castigos, abem da verdade me submeteu a aulas tipicamentetradicionais, tirando o prazer da experimentação, dadescoberta, da investigação e da pesquisa.Triste epobre escola, essa!´
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Escrita docente:Escrita docente:
� Permite compreender nossa atuação;
� Favorece a análise do trabalho docente;
� Ajuda no entendimento dos processos de
aprendizagens discentes;
� Possibilita o desenvolvimento da nossa
capacidade de produzir textos escritos;
� Sistematiza nossos saberes e conhecimentosdocentes;
� Possibilita desenvolvimento profissional;