a física e o carro de fórmula 1

27
Introdução A Fórmula 1 ( F1 ) movimenta milhões de dólares a cada temporada. Aliás, um único carro pode superar o valor de 1 milhão de dólares. E esse valor é apenas do carro. Soma-se a este valor o salário do piloto, as concessões de transmissão pela TV, propagandas, transporte para os vários circuitos espalhados pelo mundo. E marketing de empresas do automobilismo como: Brawn, Ferrari, McLaren, Honda, Renault, BMW entre outras. Porém, para que tudo corra bem durante a corrida, o carro precisa estar muito bem preparado. Afinal, as leis da física não podem tirar férias e nem favorecer a esta ou aquela equipe! A saída é procurar tê-las como aliadas. E isso é feito através do design do carro, das condições de temperatura e umidade no momento da corrida, direção e velocidade do vento, rendimento do motor, material utilizado na composição das peças, etc. O monobloco (habitáculo) se tornou uma célula de sobrevivência para o piloto. Feita de material resistente foi projetada para permanecer intacta e proteger o piloto em caso de acidente. Esta cabine inclui o banco, feito para acomodar as dimensões exatas do piloto. O banco deve ser posicionado de maneira que a cabeça do piloto não fique exposta e sujeita a traumas em caso de capotagem.

Upload: calneto

Post on 02-Jul-2015

1.478 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: A Física e o Carro de Fórmula 1

Introdução

A Fórmula 1 ( F1 ) movimenta milhões de dólares a cada temporada.

Aliás, um único carro pode superar o valor de 1 milhão de dólares. E esse

valor é apenas do carro. Soma-se a este valor o salário do piloto, as

concessões de transmissão pela TV, propagandas, transporte para os vários

circuitos espalhados pelo mundo. E marketing de empresas do automobilismo

como: Brawn, Ferrari, McLaren, Honda, Renault, BMW entre outras. Porém,

para que tudo corra bem durante a corrida, o carro precisa estar muito bem

preparado. Afinal, as leis da física não podem tirar férias e nem favorecer a

esta ou aquela equipe! A saída é procurar tê-las como aliadas. E isso é feito

através do design do carro, das condições de temperatura e umidade no

momento da corrida, direção e velocidade do vento, rendimento do motor,

material utilizado na composição das peças, etc.

O monobloco (habitáculo) se tornou uma célula de sobrevivência para o

piloto. Feita de material resistente foi projetada para permanecer intacta e

proteger o piloto em caso de acidente. Esta cabine inclui o banco, feito para

acomodar as dimensões exatas do piloto. O banco deve ser posicionado de

maneira que a cabeça do piloto não fique exposta e sujeita a traumas em caso

de capotagem.

O cockpit também é projetado com material ultra-resistente. Capazes de

suportar forças de até 25 toneladas lateralmente. Por isso, não é de se

assustar que um piloto saia caminhando naturalmente desta célula de

sobrevivência, após um choque violento. Aliado à proteção, outras tantas

partes do veículo são projetadas de tal forma a serem arremessadas

violentamente durante um choque. Isso garanta a dissipação da energia na

hora do impacto, evitando que essa energia tenha que ser recebida pelo

piloto, podendo provocar sua morte.

Page 2: A Física e o Carro de Fórmula 1

A Física e o Carro de Fórmula 1

A Física começa mostrar sua força na largada - quando a velocidade

dos carros é ainda muito baixa- pois eles partiram de um estado de repouso.

Enquanto a velocidade do carro é pequena, o ar que corre por baixo do veículo

é também muito lento. Como conseqüência, a pressão sobre o carro não é

suficientemente grande para mantê-lo estável na pista (esta pressão sobre o

carro é tratada comodown force pelos especialistas). Associado com a super-

tração fornecida pelo motor, o carro patina de um lado para o outro. Repare

esse efeito no momento da largada!

Isso poderia ser reduzido fazendo-se algumas adaptações no carro.

Porém as equipes precisam obedecer às normas impostas pela FIA. Essas

normas estabelecem algumas regras como (altura, peso, largura, distância

entre eixos...). Esses efeitos combinados nos levam a uma curiosidade: se a

distância entre os eixos, a massa, o comprimento do carro não forem

consideradas, o veículo poderia capotar durante uma curva ou no final de uma

grande reta devido a um efeito simples de transferência de massa!

Outra curiosidade, o carro "sofre ataque" de acelerações de até 5g no

momento em que faz uma curva a alta velocidade! Puxa!!! Este valor é tão

razoável, que na freada ao final de uma reta, lágrimas do piloto podem sair

espontaneamente e atingir o visor do capacete! A tontura e perda de sentido

são, também, reflexos de acelerações ou desacelerações intensas. Para

suportar tanta aceleração sem se movimentar, o piloto é preso por um cinto

especial apertado ao máximo suportável por ele.

Para manter esta grande bala com rodas, toda a atenção deve ser

voltada para a aerodinâmica do carro. Por isso, as suspensões têm um

desenho em forma de asa de avião invertida, aumentando a pressão sobre o

carro. Acredita-se que 2% da força aerodinâmica seja provenientes deste fato.

Tudo é verificado, a inclinação do bico e das asas são muito importantes. E

acredite, tal inclinação induz a presença de uma downforce muito grande. Tão

Page 3: A Física e o Carro de Fórmula 1

grande, que dentro do bico do carro temos uma terceira suspensão, mais

rígida e "inteligente" que as duas normais, responsável por entrar em ação

para evitar que o carro seja esmagado contra o solo! O termo "inteligente"

usado há pouco faz sentido. São conjuntos de molas, ligas, juntas e outras

"parafernalhas" que são segredo de cada equipe. Daí ficarem escondidas

dentro do bico do carro.

Embaixo dos carros, existe uma espécie de "ventoinha" – na verdade

muito mais que isso – cuja função é jogar o ar que passa por baixo do veículo

a uma velocidade ainda maior para trás. A pressão embaixo do carro diminui e

ele acaba sendo comprimido sobre o solo, estabilizando-se.

Os freios são acionados pelo próprio piloto e tem que ser feito com

muito cuidado para não travar as rodas. Pois, assim sendo, o coeficiente de

atrito com solo diminuiria. Estragaria o pneu e o carro poderia sair tangente à

um ponto na curva. Outro efeito: estando mais lisos, teriam menor aderência

pra arrancar, perdendo preciosos segundos ao longo da corrida. Para reduzir

a velocidade de um carro a 320Km/h, discos e pastilhas de fibra de carbono

são usados. Esse material é leve, resistentes e eficientes mesmo quando

submetidos a temperaturas superiores a 700ºC. Muitas vezes é possível ver o

sistema de freios avermelhados, frutos do aquecimento produzido durante a

corrida. Os pneus deixaram de ser absolutamente lisos desde 1998, por

determinação da FIA. Foi uma medida pra dar mais segurança nas curvas,

garantindo melhor aderência nas curvas. Essa aderência, complementando, é

melhor quando os pneus se encontram aquecidos. Por isso, é comum vermos

os pilotos "dançando" com o veículo nas pistas quando está em baixa

velocidade.

O cockpit também é projetado com material ultra-resistente. Capazes de

suportar forças de até 25 toneladas lateralmente. Por isso, não é de se

assustar que um piloto saia caminhando naturalmente desta célula de

sobrevivência, após um choque violento. Aliado à proteção, outras tantas

partes do veículo são projetadas de tal forma a serem arremessadas

violentamente durante um choque. Isso garanta a dissipação da energia na

Page 4: A Física e o Carro de Fórmula 1

hora do impacto, evitando que essa energia tenha que ser recebida pelo

piloto, podendo provocar sua morte.

Outra força muito importante é a força de arrasto. Essa força é aquela

responsável por "segurar" o carro enquanto ele se desloca. Uma duplicação

na velocidade do carro, implica numa força de arrasto quatro vezes maior. É

como se o ar possuísse mãos e segurasse o veículo. Como esta força é

proporcional à velocidade; é mais fácil que o carro atinja a velocidade de 150

Km/h do que vai daí à marca dos duzentos e tantos quilômetros horários.

Um carro de Fórmula 1 atinge, aproximadamente, 156 Km/h apenas de

primeira marcha! Gasta menos de 15,0 s para ir de 0 a 320 Km/h! Em algumas

equipes, a inclinação da asa traseira é ajustada automaticamente, para se

adaptar à força de arrasto e agir bravamente para que o carro não levante vôo

numa curva!

Mais uma curiosidade: as marchas são trocadas automaticamente,

através do comando do piloto num circuito eletrônico que fica sob o volante.

São pequenas alavancas e botões comandando uma Super- máquina. O piloto

deve ficar atento também ao sentido do vento. A equipe faz o monitoramento o

tempo todo. Se o vento estiver a favor do movimento do carro, o veículo pode

ter limite de rotações do seu motor atingido ao final de uma reta, o que é muito

arriscado. Deve-se evitar trabalhar na situação limite para reduzir o desgaste

das peças.

A massa carro + piloto + combustível também é limitada pela FIA.

Quando cheio, os carros da Fórmula 1 podem carregar algo ao redor de 115 -

125L, tendo um rendimento que dificilmente supera 1,9 Km/L. Também, para

produzir tanta potência! Durante períodos de chuva, em que um ritmo melhor é

exigido, esse rendimento aumenta um pouco.

O painel de controle é composto de algumas luzes indicadoras de

possíveis problemas em vários sistemas. Mais uma vez, molas, alavancas e

luzes auxiliam o piloto.

Page 5: A Física e o Carro de Fórmula 1

Podemos observar ainda durante uma corrida, que os olhos do piloto

ficam quase no nível da carroceria do carro. Não precisa mais, dizem os

pilotos. Eles têm como referência os contornos das pistas e os retrovisores.

     E assim um carro vai para a pista. Eletricidade, magnetismo, forças de

atrito, pressão, alavancas, molas, suportes, massas, ótica, inércia, etc..

Por essas razões que durante todo o ano os engenheiros ficam atentos

ao comportamento dos carros. Numa reta ou numa curva, em alta ou baixa

velocidade. O desprezo de uma dessas variáveis pode significar a perda

completa do controle do carro.

Segurança na Fórmula 1

A segurança nem sempre foi prioridade em corridas de Fórmula 1, o que

causou inúmeras tragédias, tanto com pilotos quanto com espectadores. No

entanto, nas últimas décadas, muito foi feito para evitar que pilotos e seus fãs

se machuquem seriamente. Vamos dar uma olhada nas principais medidas de

seguranças utilizadas na Fórmula 1.

O monobloco (habitáculo) se tornou uma célula de sobrevivência para

o piloto. Feita de material resistente foi projetada para permanecer intacta e

proteger o piloto em caso de acidente. Esta cabine inclui o banco, feito para

acomodar as dimensões exatas do piloto. O banco deve ser posicionado de

maneira que a cabeça do piloto não fique exposta e sujeita a traumas em caso

de capotagem.

Monocoque

Um enorme conjunto de medidas ativas e passivas tem vindo a ser

implementado, mas vamos centrar-nos apenas ao nível da estrutura do carro,

com a absorção de energia e o aparecimento do robusto monocoque, que inclui

a chamada "célula de sobrevivência", talvez a "chave" fundamental da

sobrevivência do piloto, claramente evidenciada no acidente de Kubica a

Page 6: A Física e o Carro de Fórmula 1

275km/h, que sofreu um impacto de 75 G's, algo verdadeiramente assustador,

se bem que a este nível não tenha sido o mais violento.

No que toca à dissipação de energia originada pelo embate, é

fundamental garantir que esta seja distribuída pelos vários elementos que se

vão deformando e "soltando", minimizando assim a sua transmissão ao piloto e

desacelerando gradualmente o seu movimento.

O embate frontal num obstáculo rígido e fixo a meros 50km/h é

semelhante a uma queda da ordem dos 10m, com uma força G equivalente a

20. Importa realçar que diversos estudos apontam uma resistência do corpo

humano a valores nunca superiores a 80G's durante o instantâneo momento de

3 mili- segundos, ficando-se a partir destes valores, sujeito a lesões cerebrais

que podem levar à morte. Os valores para a zona torácica são inferiores,

situando-se nos 60G's.

A criação do monocoque, vem do ano de 1923, quando o Lancia

Lamba foi criado. Mais tarde, em 1934, a Chrysler e Citroen iniciaram a

primeira produção em massa de veículos utilizando o chassi monocoque.

Mas Colin Chapman , extraordinário projetista e certamente um dos mais

importantes valores que passou pelo "Grande Circo", foi o grande criador do

monocoque na F1, em 1962, através do Lotus 25.

Já antes, tinha iniciado melhoramentos no chassi, inserindo painéis na

estrutura tubular que demonstravam melhor resistência a forças de torção.

No Lotus 25, fabricaria o chassi à medida do piloto, o qual passou a

estar numa posição mais reclinada, o que resultava num centro de gravidade

menor. Com estas inovações, não é, pois estranho que em 1963, tenha

conquistado o título de construtores e sagrado Jim Clark como campeão.

Mas o desenvolvimento da sua idéia de monocoque não ficaria por aqui,

pois contando com a colaboração dos engenheiros Frank Costin e Keith

Page 7: A Física e o Carro de Fórmula 1

Duckworth e com o patrocínio da Ford, desenharia em 1967 o Lotus 49 de

forma a incorporar o primeiro motor de F1 (Ford Cosworth DFV) como parte

integrante da estrutura do chassi, em conjunto com a transmissão e a

suspensão traseira, originando assim um princípio ainda hoje seguido pela

maioria dos construtores.

Chapman seria ainda responsável por revolucionar uma vez mais a F1,

ao transferir os radiadores para a posição lateral, permitindo a configuração de

bico achatado, bem patente no Lotus 72 de 1970 e ao usar o túnel de vento

para aferir da importância do fluxo de ar na dinâmica do carro. Iniciaria a partir

desta descoberta, a era dos "wing cars" onde o Lotus 79 é exemplo.

Mas, voltando ao monocoque, este é atualmente feito em fibra de

carbono, revestindo uma estrutura interna em favo-de-mel, extremamente leve

e forte e sujeito a exigentes crash tests, sendo avaliados 3 pontos dinâmicos e

12 estáticos, antes da sua aprovação (ver no fim do capitulo em Informação

adicional).

Page 8: A Física e o Carro de Fórmula 1

Elementos MonocoqueFonte: http://autosport.aeiou.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=as.stories/52716

A fibra de carbono é 5 vezes mais leve que o aço e 2 vezes mais forte,

podendo ser facilmente moldada. Os seus filamentos de puro carbono têm o

diâmetro de 1/5 do cabelo humano. São embebidos em resina epoxi com

orientação multiangular, conferindo-lhe rigidez em diversas direções. São

criados rolos visualmente semelhantes aos conhecidos rolos têxteis.

Page 9: A Física e o Carro de Fórmula 1

O primeiro passo na cadeia de construção é muito semelhante ao de

uma fábrica de tecido. Moldes em alumínio ultra leve com estrutura de favo-de-

mel, são revestidos em várias camadas por folhas de fibra de carbono, que na

fase inicial são muito flexíveis. Regra geral são colocadas entre 5 a 7 camadas

mas em zonas que requerem maior robustez e rigidez, podem chegar às 10

camadas.

Mas não se pense que este processo é simples. Pelo contrário, a sua

aplicação é longa e meticulosa, pois é importante respeitar a correta orientação

das fibras, de acordo com os requisitos do projetista, a partir das simulações no

modelo FEA, de forma a garantir a resistência estrutural.

Métodos de análise computadorizada, nomeadamente o FEA - Finite

Element Analysis são empregues com o objetivo de prever o comportamento e

características dos elementos estruturais do chassi em condições severas,

garantindo ao mesmo tempo um baixo peso e elevada rigidez. Com estes

métodos de cálculo, obtêm-se rapidamente várias soluções, podendo verificar-

se a necessidade de acrescentar o retirar uma das camadas de fibra de

carbono em determinada área ou modificar a direção da sua aplicação.

É assombroso como um chassis com cerca de 35 kg, se torna capaz de

resistir a cargas de 2 toneladas a velocidades superiores a 350 km/h, podendo

ser observado tudo isto de forma computadorizada, em gráficos 3D em que as

diversas cores correspondem aos diversos parâmetros de análise de

resistência.

Finalmente, os moldes obtidos são colocados sobre vácuo num

receptáculo especial de nylon e cozidos a alta pressão (100 psi) e temperatura

Page 10: A Física e o Carro de Fórmula 1

por mais de 3 horas, tornando o produto final rígido e inquebrável que

conhecemos.

O trabalho termina com criação dos pontos de inserção da suspensão,

passagem da transmissão, acoplagem dos canais de ar laterais, do motor e do

fundo plano.

Ainda longe da tecnologia de fabricação atual, foi em 1981 que surgiu o

primeiro F1 com monocoque em fibra de carbono, o McLaren MP4/1

desenhado por John Barnard , responsável também pela introdução da caixa

semi-automática.

Quase 3 décadas se passaram e na constante procura de soluções, no

que à segurança concerne, estamos provavelmente ainda a meio caminho de

soluções que permitam ter uma Fórmula 1 mais segura e, fora dela, nas nossas

estradas, a par de condutores mais civilizados, um parque automóvel também

mais seguro.

Informação adicional:

Page 11: A Física e o Carro de Fórmula 1

Crash Test (fonte automotor)

IMPACTO FRONTAL Um monolugar completo, com um "boneco" no

lugar do piloto e os depósitos cheios de água (um peso total de 780 kg),

é lançado contra uma parede a uma velocidade de 50,4 km/h. O

monolugar não pode apresentar qualquer dano estrutural e a

desaceleração medida ao nível do torso do "piloto" não pode

ultrapassar os parâmetros definidos regularmente. 

IMPACTO LATERAL O monolugar é atingido por uma massa de 780

kg a 36 km/h. As deformações não podem ir além da zona de impacto e

não podem afetar a célula de segurança. A desaceleração também é

medida.

IMPACTO NO VOLANTE O volante é atingido por um peso de 8 kg a

22,5 km/h. A direção deve continuar a funcionar e as deformações

admitidas apenas podem surgir ao nível da coluna de direção.

CAPOTAMENTO 1 (Teste estático) Uma força lateral de 50 KN

(KiloNewton), uma força longitudinal de seis toneladas e uma vertical de

nove toneladas são aplicadas na zona superior da estrutura.

CAPOTAMENTO 2 (Teste estático) É aplicada uma força de 7,5

toneladas no topo da estrutura.

IMPACTO LATERAL (Teste estático) Uma força de 2,5 toneladas é

aplicada na zona lateral da célula de segurança.

Page 12: A Física e o Carro de Fórmula 1

BASE DO DEPÓSITO (Teste estático) É aplicada uma força de 1,25

toneladas na plataforma sobre a qual surge o depósito de combustível.

IMPACTO LATERAL NO HABITÁCULO (Teste estático) É aplicada

uma força horizontal de 1 tonelada.

IMPACTO NO NARIZ (Teste estático) É aplicada uma força horizontal

de 4 toneladas.

PENETRAÇÃO LATERAL (Teste estático) Impacto com um cone de

metal.

IMPACTO TRASEIRO 1 (Teste estático) É aplicada uma força de 4

toneladas.

IMPACTO TRASEIRO 2 A estrutura por trás da caixa de velocidades é

atingida por um peso de 780 kg a 43,2 km/h. Os danos devem ser

limitados à zona posterior e às rodas traseiras.

MATERIAIS UTILIZADOS EM UM CARRO DE FORMULA 1

Titânio

Trata-se de um metal de transição leve, forte, cor branca metálica,

lustroso e resistente à corrosão, sólido na temperatura ambiente. O titânio é

muito utilizado em ligas leves e em pigmentos brancos.

Page 13: A Física e o Carro de Fórmula 1

É um elemento que ocorre em vários minerais, sendo as principais

fontes o rutilo e a Iemenita. Apresentam inúmeras aplicações como metal

de ligas leves na indústria aeronáutica, aeroespacial e outras.

O Titânio é um elemento metálico muito conhecido por sua excelente

resistência à corrosão (quase tão resistente quanto a platina) e por sua grande

resistência mecânica. Possui baixa condutividade térmica e elétrica. É um

metal leve, forte e de fácil fabricação com baixa densidade (40% da densidade

do aço). Quando puro é bem dúctil e fácil de trabalhar. O ponto de

fusão relativamente alto faz com que seja útil como um metal refratário. Ele é

tão forte quanto o aço, mas 45% mais leve. É 60% mais pesado que

o alumínio, porém duas vezes mais forte. Tais características fazem com que o

titânio seja muito resistente contra os tipos usuais de fadiga. Esse metal forma

uma camada passiva de óxido quando exposto ao ar, mas quando está em um

ambiente livre de oxigênio ele é dúctil. Ele queima quando aquecido e é capaz

de queimar imerso em nitrogênio gasoso. É resistente à dissolução nos

ácidos sulfúrico e clorídrico, assim como à maioria dos ácidos orgânicos.

Experimentos têm mostrado que titânio natural se torna

notavelmente radioativo após ser bombardeado por deutério, emitindo

principalmente pósitrons e raios gama. O metal é dimórfico com a forma

hexagonal alfa mudando para um cúbico beta muito lentamente por volta dos

800 °C. Quando incandescente ele se combina com oxigênio, e ao alcançar

550 °C é capaz de combinar com o cloro.

Quanto à fabricação do titânio metálico, existem atualmente seis tipos de

processos disponíveis: "Kroll", "Hunter", redução eletrolítica, redução gasosa,

redução com plasma e redução metalotérmica. Dentre estes, destaca-se

o processo Kroll, que é o responsável, até hoje, pela maioria do titânio metálico

produzido no mundo ocidental.

Na forma de metal e suas ligas, cerca de 60% do titânio são utilizados

nas indústrias aeronáuticas e aeroespaciais, sendo aplicados na fabricação de

peças para motores e turbinas, fuselagem de aviões e foguetes.

Page 14: A Física e o Carro de Fórmula 1

Propriedades Químicas do Titânio

Equivalente eletroquímico : 0.4468g/amp-hr

Electron função de trabalho : 4.33eV

Eletronegatividade : 1,54 (Pauling), 1,32 (Rochow Allrod)

Calor de Fusão : 15.45kJ/mol

Incompatibilidades:

Potencial de ionização

Primeiro : 6,82

Segunda : 13,58

Terceiro : 27,491

Valence Potencial Electron (eV) : 95,2

Propriedades físicas do titânio

Média de massa atômica: 47,88

Ponto de ebulição : 3560 K 3287 ° C ° 5949 F

Coeficiente de dilatação térmica linear / K -1 : 8.35E -6

Condutividade

Elétrico: 0,0234 10 6 centímetros Ω /

Térmica 0,219 W / cmk

Densidade : 4.54g/cc @ 300K

Principais Utilidades

Page 15: A Física e o Carro de Fórmula 1

1. Indústria química, devido à sua resistência à corrosão e ao ataque

químico;

2. Indústria naval: o titânio metálico é empregado em equipamentos

submarinos e de dessalinização de água do mar;

3. Indústria aeronáutica: é usado na fabricação das pás da turbina dos

turbofans, turbojatos e turbo-hélice;

4. Indústria nuclear: é empregado na fabricação de recuperadores de calor

em usinas de energia nuclear;

5. Indústria bélica: o titânio metálico é sempre empregado na fabricação

de mísseis e peças de artilharia;

6. Na metalurgia, o titânio metálico, ligado

com cobre, alumínio, vanádio, níquel e outros, proporcionam qualidades

superiores aos produtos. Outra aplicação, que se dá somente com o

rutilo, é no revestimento de eletrodos de soldar.

Outras Aplicações

1. Aproximadamente 95% de todo o titânio é consumido na forma

de dióxido de titânio (TiO2), um pigmento permanente intensamente

branco. Tintas feitas com dióxido de titânio são excelentes refletores

de radiação infravermelha sendo assim muito utilizadas por astrônomos;

2. Aplicações em produtos para consumo como bicicletas, óculos,

instrumentos musicais e computadores estão se tornando bem comuns.

As ligas mais comuns são com alumínio, ferro, manganês, molibdênio e

outros metais;

3. Tetra cloreto de titânio (TiCl4), um líquido incolor, é usado para

iridizar vidro;

4. Dióxido de titânio também é usado em protetores solares devido à sua

capacidade de proteger a pele;

5. Por ser considerado fisiologicamente inerte, o metal é utilizado em

implantes.

Page 16: A Física e o Carro de Fórmula 1

Fibra de Carbono

As fibras carbônicas sozinhas não são apropriadas para uso, porém, ao

serem combinadas com materiais matrizes, estas resultam num material com

propriedades mecânicas excelentes.

Estes materiais compósitos, também designados por Materiais plásticos

reforçados por fibra de carbono ("CFRP - Carbon Fiber Reinforced Plastic)"

estão neste momento a assistir a uma demanda e um desenvolvimento

extremamente elevados por parte da indústria aeronáutica, na fabricação de

peças das asas, na indústria das bicicletas na construção de todo o tipo de

peças desde quadros, guiadores, selins, rodas e até mesmo travões de disco

em fibra de carbono e transmissões; na formula 1 e nas superbikes a estrutura

principal das máquinas é de fibra de carbono; e basicamente em todos os

desportos de competição que a fibra de carbono tem dado resposta à

necessidade e procura constante de materiais cada vez mais leves e mais

resistentes.

Normalmente para se produzir componentes à base de fibras de carbono

são utilizados processos de modelagem ou moldagem, uma banheira de

compostos terão passado pelo departamento de fabricação de materiais

compostos, onde ela foi feita, curados em autoclave, aparados e limpos. Além

Page 17: A Física e o Carro de Fórmula 1

disso, os vários furos de montagem de precisão terá sido perfurado e tocou..

As peças que utilizam estes componentes têm sido utilizadas em equipamentos

de diversas tecnologias, desde a produção aeroespacial até a fabricação de

calçados.

A resistência das fibras de carbono à presença ou contato direto com

produtos químicos corrosivos, etc, e suas estruturas moleculares têm permitido

seu uso em peças móveis para a indústria automotiva. Dependendo de sua

composição, os componentes podem ser utilizados em condições adversas de

temperatura e pressão.

O uso da fibra de carbono avançou muito e agora corresponde a 80% do

carro, sendo empregada em itens como suspensão, assento do piloto, caixa de

pedais, embreagem e painéis que formam o chassi. Graças a este fantástico

material, a célula de sobrevivência do piloto pesa apenas 65 quilos e ainda é

capaz de resistir a impactos incríveis. O titânio também é muito empregado

(caixa de câmbio), assim como o alumínio (motor) e o magnésio (rodas).

Outro material avançado utilizado é o Metal Matrix Composite (ou

compósito de matriz de metal). Trata-se de um sofisticado coquetel de fibras

compósitas enriquecidas com metais que é empregado em usos específicos.

Mas o uso excessivo destas substâncias pode aumentar demais os custos de

se competir na F1. Assim, a FIA (entidade que organiza e regulamenta a F1)

impôs um limite na rigidez estrutural das peças utilizadas. Cada componente

mecânico é analisado em detalhes com o objetivo de identificar o limite tênue

entre poupar peso e comprometer a resistência do material por ter sido aliviado

demais.

Alumínio

Page 18: A Física e o Carro de Fórmula 1

O alumínio é um metal leve, macio e resistente. Possui um aspecto cinza

prateado e fosco, devido à fina camada de óxidos que se forma rapidamente

quando exposto ao ar. O alumínio não é tóxico como metal, não-magnético, e

não cria faíscas quando exposto a atrito. O alumínio puro possui tensão de

cerca de 19 megapascais (MPa) e 400 MPa se inserido dentro de uma liga.

Sua densidade é aproximadamente de um terço do aço ou cobre. É muito

maleável, muito dúctil, apto para a mecanização e fundição, além de ter uma

excelente resistência à corrosão e durabilidade devido à camada protetora de

óxido. É o segundo metal mais maleável, sendo o primeiro o ouro, e o sexto

mais dúctil. Por ser um bom condutor de calor, é muito utilizado em panelas de

cozinha. Sua leveza, condutividade elétrica, resistência à corrosão e

baixo ponto de fusão lhe conferem uma multiplicidade de aplicações,

especialmente nas soluções de engenharia aeronáutica. Entretanto, mesmo

com o baixo custo para a sua reciclagem, o que aumenta sua vida útil e a

estabilidade do seu valor, a elevada quantidade de energia necessária para a

sua obtenção reduz sobre maneira o seu campo de aplicação, além

das implicações ecológicas negativas no rejeito dos subprodutos do processo

de reciclagem, ou mesmo de produção do alumínio primário.

Principais Utilidades

Considerando a quantidade e o valor do metal empregado, o uso do

alumínio excede o de qualquer outro metal, exceto o aço. É um material

importante em múltiplas atividades econômicas.

O alumínio puro é mais dúctil em relação ao aço , porém suas ligas com

pequenas quantidades de cobre, manganês, silício, magnésio e outros

elementos apresentam uma grande quantidade de características adequadas

às mais diversas aplicações. Estas ligas constituem o material principal para a

produção de muitos componentes dos aviões e foguetes.

Page 19: A Física e o Carro de Fórmula 1

Quando se evapora o alumínio no vácuo, forma-se um revestimento que

reflete tanto a luz visível como a infravermelha, sendo o processo mais utilizado

para a fabricação de refletores automotivos, por exemplo. Como a capa

de óxido que se forma impede a deterioração do revestimento, utiliza-se o

alumínio para a fabricação de espelhos de telescópios, em substituição aos

de prata.

Devido à sua grande reatividade química é usado, quando finamente

pulverizado, como combustível sólido para foguetes e para a produção

de explosivos. Ainda usado como ânodo de sacrifício e em processos

de alumino termia para a obtenção de metais.

Outras Aplicações

Meios de Transporte: Como elementos estruturais em aviões, barcos,

automóveis, bicicletas, tanques, blindagens e outros; na Europa têm sido

utilizados com freqüência para formar caixas de trens.

Embalagens: Papel de alumínio, latas, embalagens Tetra Pak e outras.

Construção civil: Janelas, portas, divisórias, grades e outros.

Bens de uso: Utensílios de cozinha, ferramentas e outros.

Transmissão elétrica: Ainda que a condutibilidade elétrica do alumínio

seja 60% menor que a do cobre, o seu uso em redes de transmissão

elétricas é compensado pelo seu menor custo e densidade, permitindo

maior distância entre as torres de transmissão.

Como recipientes criogênicos até -200 °C e, no sentido oposto, para a

fabricação de caldeiras.

Observação: As ligas de alumínio assumem diversas formas como

a Duralumínio.

Descobriu-se recentemente que ligas de gálio-alumínio em contato com

água produzem uma reação química dando como resultado hidrogênio, por

impedir a formação de camada protetora (passivadora) de óxido de alumínio

e fazendo o alumínio se comportar similarmente a um metal alcalino como

o sódio ou o potássio. Tal propriedade é pesquisada como fonte de

Page 20: A Física e o Carro de Fórmula 1

hidrogênio para motores, em substituição aos derivados de petróleo e

outros combustíveis de motores de combustão interna.

http://www.webelements.com/webelements/elements/text/Al/index.html 01/04http://www.environmentalchemistry.com/yogi/periodic/Al.html 01/04

http://www.webelements.com/titanium/ 01/04www.dnpm.gov.br/assets/galeriadocumento/.../ aluminio .pdf 01/04

http://mais.uol.com.br/view/mtmv32w420ep/confira-como--o-processo-de-fabricao-de-um-carro-de-f1-0402366CD8B93346 22/03

http://mogambis.blogspot.com/2009/03/quanto-pesa-um-formula-1.html 22/03

http://autosport.aeiou.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=as.stories/52716 08/04