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A FORMAÇÃO À DISTÂNCIA DE MEDIADORES DO MUSEU ITINERANTE PONTO UFMG
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A FORMAÇÃO À DISTÂNCIA DE MEDIADORES DO MUSEU
ITINERANTE PONTO UFMG
LA FORMACIÓN A DISTANCIA DE GUÍAS DEL MUSEO
ITINERANTE PONTO UFMG
Dra. Tânia Margarida Lima Costa
Ms. Jessica Norberto Rocha
Ms. Lara Mucci Poenaru
Museu Itinerante Ponto UFMG
A FORMAÇÃO À DISTÂNCIA DE MEDIADORES DO MUSEU ITINERANTE PONTO UFMG
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RESUMO
O presente trabalho busca apresentar o curso “Formação de mediadores do Museu Itinerante PONTO
UFMG”, suas especificidades, seu caráter dialético, bem como os desafios que esse nos apresenta a cada nova
oferta, além dos resultados já obtidos e aqueles que buscamos em breve alcançar. Desde 2013, o Museu
Itinerante PONTO UFMG promove esse curso, na modalidade a distância e que visa à formação e ao
aperfeiçoamento de mediadores para atuarem no próprio museu e em outros espaços científico-culturais.
Ministrado pela equipe pedagógica do Museu PONTO, o curso, em sua implementação, propõe aos docentes e
monitores desafios e questionamentos. Quais as expectativas dos futuros mediadores ao iniciar o curso?
Alguma lacuna formativa em seu curso de graduação pode ter motivado a busca pelo que esta perspectiva da
divulgação científica oferece? Como o curso contribui para a prática, não apenas da mediação, mas também
para a própria formação acadêmico-profissional dos participantes do curso? Essas e outras perguntas norteiam
as pesquisas que atualmente realizamos no Museu, assim como o trabalho que, neste artigo, apresentamos.
RESUMEN
El presente trabajo busca presentar el curso de formación de guías del Museo Itinerante PONTO
UFMG, sus especificidades, su carácter dialéctico, y también los desafíos que esta acción nos presenta a cada
nueva oferta y los resultados ya obtenidos y aquellos que buscamos alcanzar. Desde el 2013, el Museo
Itinerante PONTO UFMG promueve un curso a distancia de Formación de guías, que objetiva a la formación y
a mejoramiento de guías para actuaren en el propio museo y en otros espacios científico-culturales. Ministrado
por el equipo pedagógico del Museo PONTO, el curso en su implementación nos propone diversos desafíos y
cuestionamientos. ¿Cuáles son las expectativas de los futuros guías cuando inician el curso? ¿Alguna vacuna
formativa en su curso de graduación puede tener motivado la búsqueda por lo que esta perspectiva de
divulgación científica ofrece? ¿Cómo el curso contribuye para la práctica, no solo de la mediación, sino también
para la propia formación académico-profesional de los participantes del curso? Esas y otras preguntas serán
rectoras de las investigaciones que actualmente realizamos en el Museo y nos guiarán en este trabajo.
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1. INTRODUÇÃO
A partir do século XIX, o papel educacional dos museus se fortaleceu e levou essas
instituições a modificarem ou criarem estratégias para facilitar a comunicação com o público.
Desde então, a ação educativa é comum no mundo dos museus e outros espaços científico-
culturais, sejam eles de Arte, de Ciência e de Tecnologia, de História Natural, de História,
etc. Geralmente, as demandas desse setor são: a) organizar visitas explicadas/ guiadas; b)
realizar cursos, palestras e conferências, especialmente para professores e alunos de cursos
de formação; c) produzir materiais didáticos para uso do museu e das escolas; d) estruturar
sistemas de empréstimo de coleções e materiais para as escolas; e) articular-se com o
sistema formal de ensino de maneira a desenvolver atividades educativas para professores e
alunos que sejam coerentes com as necessidades curriculares; f) fazer pesquisas,
principalmente de público; g) participar da concepção e construção de novas exposições;
entre muitas outras.
Observa-se que, cada vez mais, os museus têm investido no compromisso público de
promoção da cultura junto à sociedade, visando à formação dos cidadãos ao longo de suas
vidas, além de um aumento na preocupação com a comunicação em exposições e na atuação
com os grupos escolares (professores e alunos). Assim, os mediadores, educadores,
monitores, anfitriões, animadores, guias, explicadores e várias outras denominações (essas
são apenas algumas das denominações que esse profissional de museus recebe em diversos
países) são a peça fundamental dessa nova área de atuação museológica.
Na prática, esses profissionais podem se dedicar a variadas tarefas no museu,
relacionadas ao atendimento ao público: dialogam com os visitantes e orientam o uso de
aparatos interativos nas exposições; são anfitriões, recebendo e organizando grupos
agendados; realizam atividades educativas específicas; participam de atividades artísticas,
como as teatrais, dentre outras atribuições (GOMES, 2013, p.35) Cada instituição,
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entretanto, adota uma filosofia particular, bem como estratégias diferenciadas para a
mediação e a capacitação dos mediadores, o que torna a ação bastante diversificada e
estratificada e, muitas vezes, dificultando a qualificação, a profissionalização e a valorização
dos trabalhadores desses espaços.
O projeto DOTIK (“dotik” significa “contato” em esloveno), desenvolvido na Europa
em 2007, tentou compreender o status dos mediadores em centros de ciência europeus e
delinear alguns parâmetros para avaliar seu papel. A partir de uma pesquisa preliminar com
60 mediadores de 24 países, ficou claro que, apesar de todos concordarem sobre a
importância crucial da “interface humana” em museus, muito pouco investimento é dedicado
à avaliação e à capacitação desses profissionais. Os próprios mediadores têm concepções e
sentimentos contraditórios em relação ao seu papel como profissional de museus. Por um
lado, eles são muito apaixonados pelo seu trabalho – o qual consideram extremamente
interessante, mas divertido. Por outro lado, eles se sentem subvalorizados econômica,
profissional e pessoalmente, pois percebem baixos salários; consideram (eles próprios e os
empregadores) o trabalho como temporário, principalmente, porque os mediadores, muitas
vezes, ainda são estudantes; consideram difícil definir seu trabalho para as pessoas diante da
falta de um nome comum para a função e atividade que exercem nas diversas instituições
onde atuam; e sentem-se subestimados, excluídos das discussões sobre metas e programas
dos museus (RODARI & MERZAGORA, 2007).
No Brasil, a realidade não é diferente. A presença de mediadores é muito frequente
em museus e esses profissionais têm importância estratégica (MARANDINO, 2008). No
entanto, percebe-se que ainda há pouca circulação de informação e cursos na área de
formação de mediadores no país e, principalmente, em Língua Portuguesa. Em um estudo
realizado por Carlétti & Massarani (2013) com 370 pessoas provenientes de 73 museus e
centros brasileiros, identificou-se que pouca importância é dada à formação inicial desses
mediadores. Apesar da maioria dos espaços oferecerem cursos de formação continuada, a
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maior parte deles não possui um sistema de capacitação antes de o mediador começar a
atender o público, ficando esse preparo a cargo dos mediadores mais antigos e durante a
atuação em serviço.
Consideramos que os mediadores são o ponto de conexão entre a instituição e os
seus públicos, por isso, o processo de mediação humana deve envolver a interação
interpessoal entre o conteúdo expositivo e o visitante. Como colocam Rodari e Merzagora
(2007, p.10), “mediadores são o único ‘artifício museológico’ realmente bidirecional e
interativo. De fato, nenhuma exposição interativa ou ferramenta multimídia pode realmente
ouvir os visitantes e responder às suas reações”.
Nessa perspectiva, acreditamos que o mediador deve ser ativo nos vários níveis de
diálogo: entre o público e as exposições; entre os sujeitos e o saber; entre a arte, a ciência, a
história e a sociedade. A natureza primordial dessa atividade é ser múltipla, ou seja, um
mediador mobiliza habilidades múltiplas para executar sua função de servir de interface entre
o público e a exposição, entre o público e o museu. Assim, quanto melhor informado o
mediador estiver sobre as características de seus públicos e mais instrumentos tiver para
trabalhar, mais efetiva será essa relação e a interação interpessoal com seus públicos e desse
com os objetos museológicos.
Adicionado a isso, eles mediam ainda a aproximação entre o público e a própria
instituição, seus discursos e objetivos. Muitas vezes os mediadores são considerados como
aqueles que têm o potencial de revelar ao seu público o que o museu idealiza, sendo a “voz”
ou o “rosto” da instituição (MARANDINO, 2008 e GOMES, 2013). Nesse sentido,
concordamos com Cabral (1997) quando afirma que: “Quem faz o museu é o profissional
que nele atua, e não [apenas] as coleções que ele guarda”.
A despeito da grande importância atribuída aos mediadores em museus, há pouco
investimento na sua capacitação e falta clareza na definição quanto a sua identidade
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profissional. Atesta isso a existência de várias denominações que expressam diferentes
concepções do papel ou função de um mediador de museus. Assim, a demanda por
formação está se tornando cada vez maior e se fazem necessárias a valorização e a
qualificação do trabalho desses profissionais.
Nessa perspectiva, desenvolvemos uma proposta de formação de mediadores
levando em consideração a capacitação desses para a compreensão e o exercício de
atividades desenvolvidas no museu e de qualificação acadêmica e profissional voltada para
ampliação de sua esfera de atuação em consonância com seu curso de graduação.
Diante desse quadro, considerando a importância do mediador para a relação com o
público e a complexidade inerente a sua função, o Museu Itinerante PONTO UFMG
promove, desde 2013, desenvolve um curso a distância de Formação de Mediadores, que
visa à formação e ao aperfeiçoamento de mediadores para atuarem no próprio museu e em
outros espaços científico-culturais. A partir dessa experiência o Museu vem refletindo sobre
o processo de formação de mediadores e sua formação profissional.
2. O Museu e o desafio de formar mediadores para a itinerância
O Museu Itinerante Ponto UFMG é um museu de ciência e tecnologia interativo e
itinerante da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Adaptado em uma unidade
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móvel que visita cidades de Minas Gerais e de
todo Brasil, ele é constituído de um caminhão
com seu espaço interior adaptado em seis
ambientes (Salas do Útero, Sentidos, Biomas, 3D,
Submarino e Cidades) apresenta uma proposta
inovadora no Brasil. O museu, além de
transportar artefatos e materiais para montagem
de exposições e oficinas externas, oferece
atividades que utilizam aparatos artísticos
tecnológicos nos ambientes internos do baú.
Existe uma especificidade do Museu
PONTO que é a itinerância. Essa característica nos
traz dois desafios inerentes à formação de
mediadores: a) a constituição e formação de uma
equipe que viaja e b) a formação de mediadores
voluntários das cidades visitadas, deixando um
legado para a cidade.
O primeiro desafio está diretamente
relacionado com a dinâmica de viagens do museu: pelo menos uma viagem por mês, por no
mínimo cinco dias. Isso traz como consequência a impossibilidade de compor uma equipe
fixa de mediadores que viajem, porque a maioria desses é caracterizada por estudantes e,
muitas vezes, esses têm outros empregos. Portanto, muitos deles não podem se ausentar
uma semana por mês para acompanhar o museu. Assim, se faz indispensável manter um
banco de mediadores atualizados, capacitados e formados que possam ser convocados para
viajar, segundo sua disponibilidade pessoal, acadêmica e profissional.
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O segundo desafio, também relacionado com a dinâmica das viagens, é preparar
mediadores voluntários das cidades e, consequentemente, contribuir com a formação de
pessoal especializado para o município e a comunidade local. Uma das contrapartidas da
cidade em receber o museu é selecionar de 20 a 30 pessoas da localidade, as quais podem
ser professores e alunos universitários, por exemplo, para fazer o curso de formação de
mediadores e, posteriormente, atuarem com a equipe da UFMG no atendimento ao público.
Essa estratégia está sendo realizada para que possamos integrar a comunidade visitada em
uma relação próxima – não apenas visando a sua atuação no Museu PONTO, e em demais
espaços científico-culturais –, bem como fomentar a construção de espaços museológicos e
de comunidades preocupadas com a divulgação da cultura e ciência e deixar um legado para
a cidade visitada, para que a visita do Museu não seja apenas uma passagem pontual, mas uma
ação que deixe uma herança para a população.
Diante desses dois desafios apresentados pela itinerância, a solução para atender o
público de mediadores que está em Belo Horizonte, mas que, também, têm diversos
compromissos com outros empregos e estudo, e o público da cidade a ser visitada pelo
museu, surgiu a proposta desse curso de formação de mediadores totalmente à distância,
implementado na plataforma Moodle do Centro Pedagógico da UFMG (CP/EBAP/UFMG).
Assim que lançamos a chamada para esse curso a distância, uma demanda a mais se
apresentou para nós: a formação de mediadores em exercício em outros espaços
museológicos de Minas Gerais e de todo o Brasil. Recebemos muitas inscrições não só de
mediadores, mas de educadores, coordenadores e diretores desses espaços que gostariam
de ter uma formação mais ampla na área e conhecer nosso trabalho. Isso reforçou o nosso
conhecimento prévio sobre a pouca oferta desses cursos no país e nos apresentou mais um
desafio: como formar e discutir ações não só do nosso próprio museu, mas também de
espaços tão diversos espalhados pelo país?
Ilustramos essa demanda com o texto de um profissional:
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“Olá, sou do Rio de Janeiro, formado em Comunicação e Licenciando em Geografia pela
UERJ. Atuei como mediador durante pouco mais de um ano e atualmente faço parte da
coordenação educativa do Museu Ciência e Vida em Duque de Caxias-RJ. A minha
expectativa e aprender um pouco mais sobre mediação em espaços não formais e trocar
experiência com pesquisadores de outras regiões.” (Comunicólogo e professor de Geografia, Rio de Janeiro)
3. O curso
Tendo esses desafios em mente, a equipe pedagógica do Museu PONTO, composta
por uma doutora, mestres, alunos de graduação e mediadores experientes, planejou o curso
para ser dinâmico e dialogar com diferentes realidades, não só das comunidades a serem
visitadas pelo museu, mas também daqueles que já atuavam em outros espaços.
O curso, então, é ministrado por uma equipe multidisciplinar do Museu Itinerante
PONTO UFMG, inteiramente online, com uma carga horária de 30h, divida em cinco
módulos semanais.
Ao longo do curso são trabalhados os saberes que marcam a mediação:
a) Saber de museus e exposições: Como é a oferta de museus nas diferentes
regiões do país? Quais são os museus, em especial de ciência, do Brasil e do mundo? Quais
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são suas concepções de educação, ciência, cultura e mediação? Quais são os museus
itinerantes do Brasil? Como eles se diferem e se aproximam? Como se deu, historicamente,
a evolução dos setores educativos dos museus? Como se relacionam com o público?
b) Saber da concepção da exposição e do próprio museu: quais são as
abordagens centrais nas concepções de exposições e de museus? Quais são as abordagens
centrais nas concepções de exposições e de museus para o Museu PONTO? Qual é a nossa
história e nosso percurso? Quem são nossos financiadores e parceiros? De onde vieram os
recursos? Quem são os principais agentes dessa implementação? Quem são os responsáveis
científicos e artísticos pela curadoria da exposição?
c) Saber do conteúdo da exposição: qual o principal assunto e conteúdo tratado
em cada exposição? Quais são os conceitos e a história de cada objeto na exposição? Qual
fenômeno científico ou teoria aquele objeto representa e ilustra? Existe alguma controvérsia
científica a respeito do assunto tratado? A presença dos saberes disciplinares está
relacionada às próprias finalidades dos museus e seus vínculos com a comunicação e
educação, portanto, espera-se que os mediadores se portem como facilitadores de um
diálogo com o público. Nesse sentido, concebe, nesse curso que um conhecimento
abrangente dos temas tratados se faz necessário, na medida em que permite aos mediadores
lidarem com questionamentos variados e imprevistos apresentados pelos visitantes.
c) Saber das conexões entre temas e roteiros: como é feita a transposição
didática do conteúdo para a exposição nos museus? Como um museu e suas exposições
saem do papel e passam a exibir objetos concretos sobre uma determinada temática? Quais
são os roteiros possíveis no Museu PONTO? Como fazer diferentes conexões entre as
temáticas da exposição? Qual o eixo norteador da exposição?
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d) Saber da ambientação: como é feita a ambientação de uma exposição? O que
os objetos e a disposição dos mesmos significam ou pode significar? Qual a importância
disso?
e) Saber da linguagem, da abordagem e da expressão corporal: qual a
linguagem mais adequada para utilizar com os diferentes públicos? Como se posicionar
durante a interação com os públicos e quando não estiver diretamente envolvido em uma
mediação? Como abordar os públicos? Como representar a instituição? Como não tornar a
fala tediosa? Como motivar a interação entre o visitante e os objetos museológicos? Como
fazer perguntas certas? Como agir se houver algum conflito, roubo, imprevisto na exposição?
A quem recorrer nessas e outras possíveis situações de interação social?
f) Saber da manipulação dos equipamentos e experimentos: como trabalhar
com cada objeto da exposição? O visitante pode ou não manipular o objeto? Como ligar e
desligar os diversos equipamentos e manipular os experimentos? Como limpar o acervo?
Como reparar ou retirar equipamentos e experimentos caso estraguem?
g) Saber da logística das visitas, das viagens e da montagem das
exposições: como funciona e se dá a logística de viagem? Quais são os processos da
montagem e desmontagem da exposição? Qual o público atendido por hora? Como realizar
os agendamentos de visitantes? Como agir com um público não agendado? Como agir com o
excesso de público? Como agir com públicos com especificidades diversas, como pessoas em
cadeiras de roda, gestantes, idosos, cegos, surdos e outros?
h) Saber do papel do mediador na instituição: qual o papel do mediador nos
museus? Qual o papel do mediador no Museu PONTO? O que se é esperado de um
mediador? Como representar a instituição? É importante conscientizar cada mediador que
ele representa a instituição e está imbuído de uma autoridade que o qualifica a falar por ela.
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Partimos da concepção de que esses saberes são concretizados nas suas atitudes e
ações de cada mediador, das suas relações com os objetos e com o contexto durante o
processo de socialização de experiências novas.
Além disso, cabe destacar que o curso investe na transdisciplinaridade dos saberes.
Nenhum saber é trabalhado isoladamente. Durante os cinco módulos, elementos de vários
saberes são trabalhados de forma conectada, com múltiplas conexões e interfaces, uma vez
que, durante a prática da mediação nos museus, o mediador evoca e envolve,
simultaneamente, todos esses saberes.
A título de exemplo, no módulo introdutório do curso, é solicitado que cada
participante faça um relato sobre o motivo do seu interesse pelo curso e de sua expectativa
quanto à participação nele. Também é solicitado que ele faça um texto, relatando e
refletindo sobre a sua experiência como visitante em museus. Assim, os alunos escrevem
sobre os museus que já visitou, com qual intenção o fez (lazer, saber mais sobre a temática
do museu...), se havia algum mediador na exposição, como foi a mediação realizada
(Interativa? Propiciou diálogo? Caracterizou-se como um monólogo?) e como a presença ou
não desse profissional afetou a visita. Dessa forma, evocando as memórias, a experiência
prévia e os sentimentos, é proposto que iniciem uma reflexão do papel do mediador nos
museus, pensando do ponto de vista do visitante. Assim, nessa atividade, os saberes sobre
museus e exposições, usos e formas de linguagem, formas (ou não) de interatividade com o
profissional dos Museus e o papel desse são trazidos à tona, propiciando uma reflexão sobre
o conjunto dessas experiências e ponto de partida para a leitura, discussão e reflexão de
textos teóricos sobre o que se espera desse profissional nos dias de hoje.
Os alunos são levados a conceber, pois, o mediador como um ser capaz de aguçar a
curiosidade do visitante mais do que expor conceitos científicos. Logo, perceber que o
mediador, assim como o museu, não deve ter como objetivo ensinar ciência, mas sim
dialogar sobre ciência, a partir dos questionamentos do visitante. Para isso é imprescindível
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o domínio dos saberes dos conteúdos abordados nas exposições e a capacidade de seduzir o
público, o que envolve inúmeras habilidades, tornando a mediação multifacetada e complexa.
Nesse sentido, a concepção do curso é fundamentada nas ideias de Gomes da Costa,
quando afirma que,
Na verdade, é muito mais fácil fazer um discurso que tenha sido anteriormente preparado do que
improvisar, no local, respostas às perguntas dos visitantes, a concepções errôneas ou dúvidas. Isso
requer conhecimento científico profundo e confiança para desafiar o visitante a expor suas ideias
para, então, construir a partir delas; requer uma familiaridade suficiente com a ciência e tecnologia
para ser capaz de ‘esquecer’ as equações e as formulações padronizadas e conversar sobre ciência
com o visitante – em vez de tentar ensinar ciência. Isso demanda uma boa formação científica e
tecnológica, embora na maioria das vezes isso não seja suficiente: são essenciais prática e
capacitação específicas para desenvolver a improvisação científica com precisão e as habilidades para
dialogar sobre ciência. (GOMES DA COSTA, 2007, p.31).
Outra preocupação durante a formulação do curso é que os mediadores não contam
com prévia formação acadêmica específica para a mediação. Ademais, o processo de
formação de mediadores tem dupla função: o curso exerce, ainda que de maneira não
exclusiva, um papel de formador de profissionais, não só para a atuação em museus. Ou seja,
existe a preocupação da capacitação dos mediadores para o trabalho nos museus e a
responsabilidade da formação acadêmica e profissional dos mesmos, de maneira mais
abrangente, no que se refere à complementação de sua formação pedagógica e/ou
universitária para atuação em outras atividades.
4. A experiência de formação de mediadores em 2013 e 2014
A primeira edição do curso, em 2013, contou com a participação de 69 alunos, de 04
universidades federais de Minas Gerais (UFMG, UFU, UFSJ e UFOP) e envolveu 22 cursos
das diferentes áreas de formação, notando-se relativa primazia de discentes das Ciências
Exatas. Do total, 74% eram provenientes das licenciaturas, havendo uma predominância de
alunos do curso de Pedagogia (23%). As Engenharias representam o curso de origem de 13%
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dos cursistas, seguido de outras graduações, como Turismo, Medicina, Arquitetura e
Museologia.
A partir dos bons resultados da primeira edição do curso, houve, em 2014, a
demanda de novas ofertas. Na primeira oferta do ano corrente, observou-se um
crescimento significativo de alunos inscritos, totalizando 102 cursistas residentes em Minas
Gerais, além de estudantes provenientes de instituições paulistas e cariocas. Do total, 78%
eram graduandos e o restante, 22%, estudantes de pós-graduação (Stricto Sensu e Lato Sensu).
Reflexo do caráter transdisciplinar das atividades realizadas pelo mediador do Museu, notou-
se uma maior variedade dos cursos de origem dos inscritos, como aqueles vinculados à
grande área de Ciências Sociais Aplicadas, que totalizaram 39% do total. Percebe-se, porém,
a manutenção da grande representatividade dos discentes das licenciaturas (55%) no perfil
acadêmico dos cursistas. A segunda oferta está em andamento, portanto, ainda não temos
dados analisados para apresentar.
Os dados coletados na oferta de 2013 e de 2014 nos permitem esboçar algumas
hipóteses sobre as motivações de um público tão diverso atraído pela área de divulgação
científica. Especialmente, nos interessa focar nos estudantes de licenciatura, que se
mantiveram de maneira constante e vigorosa nas duas ofertas do curso. Quais suas
expectativas ao iniciar o curso? Alguma lacuna formativa em seu curso de graduação pode
ter motivado a busca pelo que essa perspectiva da divulgação científica oferece? Como o
curso contribui para a prática, não apenas da mediação, mas também para a própria
formação acadêmico-profissional dos participantes do curso?
Historicamente os museus, em especial os de ciência, têm ligação estrita com a
educação e suas finalidades estão voltadas atualmente também para a divulgação da ciência.
Porém, mais do que isso, essas instituições têm se posicionado como espaços para o
desenvolvimento comunicativo, principalmente, a partir da mediação humana. Assim sendo,
o curso e a prática no Museu PONTO e em outras instituições estão proporcionando
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espaços para a mobilização de saberes práticos dos estudantes das licenciaturas. Desse
modo, se faz imperiosa, em estudos futuros, a compreensão de forma mais detalhada do
papel da formação de mediadores para as licenciaturas, tendo em vista que as ações da
universidade e do museu podem se complementar, como se vê a seguir nos depoimentos de
duas cursistas:
“Estou no 2º período de Pedagogia, sou de Ribeirão das Neves, MG. Espero com este curso ampliar
minha visão pedagógica para além da sala de aula. Meu maior interesse é me graduar com um
currículo aberto; qualificada não somente como a típica professora "quadro e giz", mas, sim,
capacitada a oferecer aos meus alunos uma educação mais letrada.” (Aluna de Pedagogia, UFMG)
“Sou graduanda de Pedagogia, estou no 3° período e moro em BH. Achei interessante participar
deste curso para aprender um pouquinho mais sobre a atuação em um museu, o que com certeza
irá acrescentar muito na minha formação. Vai ser bem interessante ter um olhar voltado para um
ambiente não escolar, já que quando se fala em pedagogia todo mundo pensa logo em escola e eu
quero ver um pouco mais da atuação em ambientes não escolares.” (Aluna de Pedagogia, UFMG)
A partir das experiências de formação, também foi possível perceber que o curso
proporcionou aos mediadores experiência, aprendizagem e reflexão além do conteúdo e dos
saberes elencados e previstos durante a idealização do curso. A formação, segundo os
mediadores, pode ajudar na modificação das concepções de museus, pode mostrar como
essas instituições podem contribuir para a educação formal e, também, influenciar
positivamente na sua formação profissional.
Para os mediadores, o que mais marcou na ampliação da concepção que traziam
sobre museus é a possibilidade de um museu trazer coisas novas e tecnologias. Eles
perceberam como um museu pode ser um local interessante, dinâmico e atual. Esse
aprendizado transformou a ideia prévia que possuíam de museu como “lugar de coisas
velhas”. Observa-se, portanto que passaram a ter uma ideia positiva sobre o conceito e a
função dessas instituições como um lócus interativo, dinâmico e capaz de propiciar, no caso
do aspecto itinerante do Museu Ponto UFMG, aos mediadores viajarem para diversas
cidades e, consequentemente, ter acesso a diferentes públicos e contextos sociais. Assim,
eram postas em prova a capacidade de interação desses estudantes com uma gama variada
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de pessoas e sua habilidade de lidar com situações imprevistas que lhe exigiam uma
autonomia para garantir o sucesso das visitas e da interlocução com o público.
Isso pode ser notado nos depoimentos a seguir:
“Mudou minha consciência de o que é trabalhar em um museu, de que o museu não é uma área
específica para o conhecimento histórico, podendo também ser de uso de várias outras áreas do
conhecimento.” (Aluno de História da UFMG)
“Para minha formação profissional, trouxe uma nova visão do que pode ser um museu. Antes tinha
em mente como algo chato, agora percebo que pode ser algo interessante, interativo, divertido e
muito instrutivo.” (Aluna de Pedagogia UFU)
“A interatividade deste museu quebrou toda a monotonia de todas as visitas que eu já fiz. Mesmo
sendo museus de antiguidades as imagens que ficaram do processo é de algo tedioso.” (Aluna de
Música UFU)
Complementar a isso, os mediadores puderam conhecer de perto como é a gestão,
organização e administração de museus. Além disso, relataram que é imprescindível um
museu não se esquecer de que é parte da sociedade e da comunidade em que vive e que
existe a necessidade de haver mais museus, uma vez que eles podem proporcionar uma
aprendizagem ampla de diversos conteúdos e despertar a imaginação. Os museus devem,
pois, se constituírem como espaços inter e multidisciplinares que devem ser, cada vez mais,
instituídos como espaços de formação – formal e informal – de todos que os visitem.
Em particular, conforme este depoimento,
“Se tratando da experiência adquirida, o Museu Ponto UFMG oferece uma estrutura e um acervo
que permite que as pessoas tenham experiências e despertem interesses na ciência e na tecnologia.
Quanto mais pessoas passavam por lá, mais eu tinha a sensação de ter ajudado a elas absorverem
coisas interessantes e de ter aprendido muita coisa com quem passava por lá. Na sala dos sentidos,
por exemplo, as próprias paredes já eram uma ilusão de ótica, convidativas ao visitante para explorar
a sala. O fato também de poder tocar, tirar fotos, mostrar ao colega o que viu também acrescenta
muito tanto para o visitante quanto para o mediador”. (Aluna de Artes Visuais da UFMG)
Outro papel fundamental desenvolvido pelo curso foi a sensibilização a respeito da
importância e da contribuição de espaços não formais de aprendizagem para a educação,
principalmente para os alunos que são professores ou que cursavam alguma licenciatura.
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Para eles, a experiência de visitação a museus é rica tanto para professores como para
alunos, pois para estes ajuda a enriquecer a prática pedagógica e para aqueles alia teoria e
prática vistas em salas de aula. A visitação a museus, além disso, é importante para
despertar afeto e interesse por essas instituições, fazendo com que diferentes públicos se
apropriem, valorizem e retornem ao espaço museal, conforme atestam os relatos de
cursistas:
“Pode influenciar no contato direto com a prática, através da teoria que é passada aos alunos nas
escolas. O aluno se diverte e interage muito mais com os artifícios que o museu proporciona,
expandindo sua visão do mundo em relação à ciência.” (Aluno de História UFU)
“Ao interagir e descobrir o meio que nos cerca, a curiosidade dos alunos é aguçada, o que o leva a
buscar mais conhecimento sobre determinado assunto. Para os professores, eles podem descobrir
outras formas de fazer o aluno gostar de aprender...” (Aluna de Eng. Química – UFSJ)
Os mediadores também realizam a transposição de conhecimentos adquiridos na
mediação para outras experiências acadêmicas e profissionais. Isso pode ser ilustrado pelo
relato de uma cursista:
“Na quinta-feira pela manhã acompanhei a visita de duas escolas do ensino fundamental, além de
alguns visitantes adultos e crianças com os pais. Realizei a apresentação da sala do útero. (...) Este
primeiro contato foi de grande aprendizado e experiência para mim, aprendizado este que já
apliquei através da apresentação de um trabalho em que utilizamos o recurso dos sons para
trabalhar a oralidade com alunos das três primeiras séries do ensino fundamental, trabalhando a
capacidade de ouvir e a atenção, trabalho este que só foi possível após o ter contato com a sala dos
sentidos.” (Aluno de Pedagogia, UFMG)
Destacam-se, também, os impactos da participação no curso para formação
profissional dos cursistas, não apenas daqueles que visam na mediação uma oportunidade
profissional tangível, quanto daqueles que buscam, com essa iniciativa, expandir os
horizontes de seu alcance profissional em sua respectiva área de atuação, adquirindo novos
conhecimentos e saberes que possivelmente não se concretizariam em uma matriz curricular
de um curso de graduação tradicional.
Para os mediadores em formação, participar do curso e, posteriormente, poder
atuar como mediadores permite o desenvolvimento de habilidades de relações interpessoais,
A FORMAÇÃO À DISTÂNCIA DE MEDIADORES DO MUSEU ITINERANTE PONTO UFMG
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um aperfeiçoamento do uso da linguagem e de estratégias de abordagem dos públicos e
contato com novas áreas do conhecimento e com um público diverso e plural.
Como visto, este curso está deixando legados importantes para além do previsto na
sua concepção inicial. Muitos mediadores relatam desejar continuar atuando na área de
museus a partir da experiência vivida no curso. Da mesma forma, voluntários das cidades
visitadas também dão continuidade ao trabalho, montam comunidades de prática e de
discussões sobre museus, ciência, cultura e educação em suas cidades; professores
aprimoram sua prática pedagógica, levando mais seus alunos a espaços científico-culturais e
preparando melhor a visita a esses espaços e suas técnicas e instrumentos de avaliação.
Em especial, destacamos o depoimento de uma aluna que já está planejando e
mobilizando autoridades na sua escola e comunidade para a criação de um museu em sua
cidade.
“Penso que se eu morasse numa cidade onde pudesse ter mais acesso a estes locais, passaria dias e
dias visitando-os com meus filhos! Moro em uma comunidade de zona rural e em minha cidade não
existe nenhum museu e nem temos expectativas de criação de algum. E é através do curso [...] que
um "geniozinho iluminado" começou a perturbar minhas ideias: por que não, eu, iniciar um
movimento neste sentido, partindo do espaço escolar pelo qual sou responsável? Tenho uma equipe
de professores engajada, alunos interessados, que têm um olhar carinhoso pelos museus. Gostaria
professora Jéssica, que se você tiver algum material de orientação no sentido de como dar início a
este processo, por favor, me passe! Ficarei muito grata!”
[Dias depois]
Minha ideia já contagiou o pessoal da escola. Já estou caminhando...sendo assim, o que você tiver me
envie. A ideia inicial é juntar acervo que retome a história da comunidade como, teares, rocas, peças
de barro, ferro, madeira, utensílios domésticos, e por aí vai... Abraço animador.” (Pedagoga e
Especialista em Gestão Escolar pela Escola de Gestores da UFMG).
5. Considerações finais
Concluímos que a formação de mediadores realizada pelo curso a distância,
intitulado “Formação de mediadores do Museu Itinerante PONTO UFMG”, caracteriza-se
A FORMAÇÃO À DISTÂNCIA DE MEDIADORES DO MUSEU ITINERANTE PONTO UFMG
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por ser uma oportunidade – teórica e prática - de os alunos nele matriculados, assim como
as pessoas das comunidades locais – atuarem como mediadores em museus e de
desenvolvimento profissional, considerando que um de seus produtos é a valorização desses
sujeitos mediadores, das instituições museológicas e do reconhecimento de outros espaços
de saberes. Em suma: a formação proporcionada por esse curso vai além dos conteúdos
disciplinares.
Na perspectiva dos mediadores, a sua formação é influenciada por múltiplos fatores:
pelos cursos promovidos pelos museus, pela sua formação acadêmica, pela prática e pelo
compartilhamento de ideias. Reconhecemos, contudo, que os mediadores desenvolvem
novas maneiras de agir e de pensar sobre o seu fazer. Adquirem uma consciência pessoal e
profissional sobre como ser mediador ao fazer reflexão sobre as situações práticas
vivenciadas.
A presente reflexão procurou contribuir para o desenvolvimento de um escopo
teórico que embase as ações de formação de mediadores realizadas por museus e espaços
científico-culturais. Dessa forma, entende-se que é necessário estimular estudos que
discutam temas relacionados e que busquem entender as especificidades da formação desses
profissionais.
Além disso, esperamos proporcionar aos mediadores, profissionais e futuros
profissionais de museus, uma experiência em espaços não formais de aprendizagem e em
atividades de difusão da ciência e cultura, favorecendo a atualização da discussão educativa
dos museus, da qualificação e da institucionalização e a valorização da mediação humana.
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6. Referências
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