a justiça da doutrina da eleição, doutrina eleição, cap. 5 - arthur walkignton pink.pdf

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  • Issuu.com/oEstandarteDeCristo

    Traduzido do original em Ingls

    The Doctrine of Election

    By A. W. Pink

    A presente traduo consiste somente no Captulo 5, Its Justice, da obra supracitada

    Via: PBMinistries.org

    (Providence Baptist Ministries)

    Traduo e Capa por William Teixeira

    Reviso por Camila Almeida

    1 Edio: Dezembro de 2014

    Salvo indicao em contrrio, as citaes bblicas usadas nesta traduo so da verso Almeida

    Corrigida Fiel | ACF Copyright 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bblica Trinitariana do Brasil.

    Traduzido e publicado em Portugus pelo website oEstandarteDeCristo.com, com a devida permisso

    do ministrio Providence Baptist Ministries, sob a licena Creative Commons Attribution-

    NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License.

    Voc est autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato,

    desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que tambm no altere o seu contedo

    nem o utilize para quaisquer fins comerciais.

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    A Justia da Doutrina da Eleio Por Arthur Walkington Pink

    [Captulo 5 do livro The Doctrine of Election Editado]

    Contrariando um pouco as nossas inclinaes decidimos sair novamente do mtodo lgico

    de exposio, e em vez de prosseguirmos com um desdobramento ordenado dessa doutri-

    na, fazemos uma pausa para lidar com a principal objeo que feita contra a mesma. To

    logo seja anunciada a verdade que Deus escolheu algumas das Suas criaturas para serem

    os sujeitos de Seus favores especiais, um grito geral de protesto ouvido. No importa o

    quanto a Escritura seja citada, nem quantas passagens claras so apresentadas para

    ilustr-la e demonstr-la, a maioria dos que professam ser Cristos objetam contra ela em

    alta voz, alegando que tal ensino calunia o carter Divino, tornando Deus culpado de injus-

    tia grosseira. Parece, ento, que essa dificuldade deve ser encontrada, a saber, que esta

    resposta deve ser feita a tal criticismo desta doutrina, antes de seguirmos em frente com a

    nossa tentativa de dar uma definio sistemtica para ela.

    Em uma poca como a nossa, em que os princpios da democracia, do socialismo e do co-

    munismo so to ampla e calorosamente defendidos, em dias em que a autoridade e o

    domnio humanos esto sendo cada vez mais desprezados, quando costume comum

    vituperar as dignidades (Judas 8), pouco surpreendente que muitas pessoas que no

    fazem nenhuma pretenso de se curvar autoridade da Sagrada Escritura devem se rebe-

    lar contra o conceito de Deus ser parcial. Mas indescritivelmente terrvel ver que a grande

    maioria dos que professam receber as Escrituras como Divinamente inspiradas, ranjam os

    dentes contra o Seu autor quando informados de que Ele soberanamente elegeu um povo

    para ser o Seu tesouro peculiar, e os ouamos acusando-O de ser um tirano odioso, um

    monstro de crueldade. No entanto, tais blasfmias somente mostram que a inclinao da

    carne inimizade contra Deus [Romanos 8:7].

    No porque temos alguma esperana de converter tais rebeldes do erro de seus caminhos

    que nos sentimos constrangidos a abordar o presente aspecto de nosso tema, embora

    possa agradar a Deus em Sua infinita graa usar estas fracas linhas para a iluminao e

    convencimento de alguns deles. No, pelo contrrio, mas porque algumas das pessoas

    queridas de Deus so perturbadas por esses delrios de seus inimigos, e no sabem como

    responder em suas prprias mentes a essa objeo, a saber, que se Deus faz uma escolha

    soberana entre as Suas criaturas e as predestina para as bnos que Ele retm de

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    incontveis milhes de seus companheiros, ento tal parcialidade O torna culpado de tratar

    estes ltimos com injustia. E ainda os espanta o fato que face tanto da criao e provi-

    dncia, Deus distribui as Suas misericrdias mui desigualmente. No h igualdade em Suas

    concesses tanto de sade fsica quanto de fora, capacidades mentais, status social ou

    dos confortos da vida. Por que, ento, devemos nos surpreender quando aprendemos que

    as Suas bnos espirituais so distribudas de forma desigual?

    Antes de prosseguirmos, deve ser salientado que o propsito de cada falso esquema e

    sistema de religio descrever o carter de Deus de tal maneira que seja agradvel ao

    gosto do corao carnal, aceitvel para a natureza humana depravada. E isso s pode ser

    feito por uma espcie de distoro: a ignorncia das pessoas sobre as Suas prerrogativas

    e perfeies que so objetveis, e a nfase desproporcional de Seus atributos que apelam

    ao egosmo deles, como o Seu amor, misericrdia e longanimidade. Mas, que o carter de

    Deus seja fielmente apresentado como Ele realmente retratado nas Escrituras no

    Antigo Testamento, bem como no Novo e nove em cada dez dos frequentadores da igreja

    francamente afirmaro que eles acham que impossvel am-lO. O fato , caro leitor, que

    para a gerao atual o Altssimo da Escritura Sagrada o Deus desconhecido.

    justamente porque as pessoas de hoje so to ignorantes sobre o carter Divino e to

    carentes de temor a Deus, que elas esto em grande escurido quanto natureza e glria

    da justia Divina, e ponto de terem a presuno de acus-lO. Esta uma poca de irreve-

    rncia flagrante, na qual pedaos de barro animado atrevem-se a prescrever o que o Todo-

    Poderoso deve e o que no deve fazer. Nossos antepassados semearam o vento, e hoje

    seus filhos esto colhendo tempestades. Os direitos Divinos dos reis, foram zombados e

    transformados em tabu pelos senhores, e agora sua prole repudia os direitos Divinos do

    Rei dos reis. A menos que os supostos direitos da criatura sejam respeitados, ento os

    nossos contemporneos no tero nenhum respeito pelo Criador, e se Sua alta soberania

    e domnio absoluto sobre tudo forem enfatizados, eles no hesitaro em vomitar sua conde-

    nao sobre Ele. E, as ms conversaes corrompem os bons costumes (1 Corntios

    15:33)! O prprio povo de Deus est em perigo de ser infectado pelo gs venenoso que

    agora infecta o ar do mundo religioso.

    No s a atmosfera miasmtica que se constitui, na maioria das igrejas, como uma sria

    ameaa para o Cristo, mas h em cada um de ns uma tendncia grave para humanizar

    Deus, vendo Suas perfeies atravs de nossas prprias lentes intelectuais em vez de atra-

    vs das lentes da Escritura, interpretando Seus atributos atravs de qualidades humanas.

    Foi isto mesmo que Deus se queixou no passado, quando Ele disse: Pensavas que era tal

    como tu (Salmos 50:21), esta uma advertncia solene para levarmos a srio. O que

    queremos dizer o seguinte: quando lemos sobre a misericrdia ou a justia de Deus ns

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    somos muito propensos a consider-los de acordo com as qualidades da misericrdia e da

    justia do homem. Mas este um erro grave. O Todo-Poderoso no deve ser medido por

    qualquer padro humano: Ele est to infinitamente acima de ns que qualquer compara-

    o totalmente impossvel e, portanto, o cmulo da loucura qualquer criatura finita julgar

    os caminhos do Senhor.

    Mais uma vez; precisamos estar muito atentos contra a loucura de fazer distines injustas

    entre as perfeies Divinas. Por exemplo, muito errado que suponhamos que Deus mais

    glorificado em Sua graa e misericrdia do que Ele em Seu poder e majestade. Mas este

    erro muitas vezes cometido. Quantos so mais gratos a Deus por lhes abenoar com a

    sade do que por Ele ter concedido Seu evangelho a eles, mas ser que, portanto, conclui-

    se que a bondade de Deus em dar coisas materiais maior do que a Sua bondade ao

    conceder bnos espirituais? Certamente no. A Escritura muitas vezes fala da sabedoria

    e do poder de Deus sendo manifestados na Criao, mas onde nos dito da Sua graa e

    misericrdia em fazer o mundo? Na medida em que os homens geralmente no glorificam

    a Deus pela Sua sabedoria e poder no se segue que Ele no to adorado por eles?

    Cuidado para no exaltar uma das perfeies Divinas em detrimento das outras.

    O que a justia? tratar cada pessoa de forma equitativa e justa, dando o que lhe devi-

    do. A justia Divina simplesmente fazer o que certo. Mas isso levanta a questo: O que

    devido criatura? O que Deus deve conceder a ela? Ah, meu amigo, cada pessoa sbria

    vai ao mesmo tempo opor-se introduo da palavra dever em tal conexo, e com razo.

    O Criador no tem obrigao, seja qual for, para com as obras de Suas prprias mos.

    Somente Ele tem o direito de decidir se tal e tal criatura deve existir. Somente Ele tem a

    prerrogativa de determinar a natureza, status e o destino daquela criatura; se dever ou

    no ser um animal, um homem ou um anjo; se dever ou no ser dotado de uma alma que

    existir para sempre, ou seja, no uma alma que subsistir apenas por um breve tempo; se

    ele ser vaso para honra e desfrutar de comunho com Ele, ou se ser um vaso para

    desonra, e ser rejeitado por Ele.

    Como o grande Criador possua perfeita liberdade para criar ou no criar, para trazer exis-

    tncia qualquer criatura que Ele quisesse (e uma visita ao zoolgico mostrar que Ele criou

    algumas que impressionam o expectador por serem extremamente estranhas); e, portanto,

    Ele tem o direito inquestionvel de decretar, concernente a eles, o que Lhe agrada. A justia

    de Deus na eleio e na preterio, ento, fundamentada em Sua elevada Soberania. A

    dependncia de todas as criaturas em relao a Ele completa. Sua propriedade de todas

    as criaturas indiscutvel. Seu domnio sobre todas as criaturas absoluto. Deixe esses

    fatos serem confirmados a partir da Escritura e sua demonstrao completa da uma

    questo muito simples: onde est a criatura que pode com a menor propriedade dizer ao

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    Senhor Altssimo: O que fazes?. Em vez do Criador estar sob qualquer obrigao Sua

    criatura, a criatura que est sob vnculos de obrigaes para como Aquele que deu exis-

    tncia e agora sustenta a sua vida.

    Deus tem o direito absoluto de fazer o que quiser com as criaturas da Sua prpria mo: Ou

    no tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e

    outro para desonra? (Romanos 9:21), esta a Sua prpria afirmao. Portanto, Ele pode

    dar a um e reter de outro, dar cinco talentos a um e somente um nico talento para outro,

    sem qualquer imputao de injustia. Se Ele pode dar graa e glria a quem Ele quer sem

    tal inocorrncia em injustia, ento Ele pode tambm decretar faz-lo sem qualquer nus

    adicional. Os homens so sujeitos cobrana de injustia quando escolhem os seus pr-

    prios favoritos, amigos, companheiros e confidentes? Ento, obviamente, no h injustia

    em Deus de escolher quem Ele quer para conceder Seus favores especiais, para entrar em

    comunho com Ele agora e viver com Ele por toda a eternidade. Um homem livre para

    escolher a mulher que ele deseja para sua esposa? E faz ele faz algo de errado para com

    as outras mulheres a quem ele rejeita? Assim o grande Deus menos livre para escolher

    aqueles que sero a Noiva de Seu Filho? Envergonhem-se! Envergonhados sejam aqueles

    que atribuem menos liberdade ao Criador do que criatura.

    [...]

    A menos que a perversidade de seus coraes cegue os seus julgamentos, os homens

    facilmente perceberiam que a justia Divina deve necessariamente ser imensamente de

    outra ordem e carter em relao justia do ser humano; sim, quo diferente e superior a

    ela, como o amor Divino do amor humano. Todos concordam que um homem age injusta-

    mente, que ele peca, se ele tolera as transgresses de seu irmo quando est em seu

    poder impedi-lo de comet-las. Ento, se a justia Divina fosse do mesmo tipo, embora

    superior em grau, se seguiria necessariamente que Deus peca cada vez que Ele permite

    que uma de Suas criaturas transgrida, pois muito certamente, Ele tem poder para impedi-

    las; sim, e pode exercer esse poder sem destruir a liberdade da criatura: Eu te tenho impedi-

    do de pecar contra mim; por isso no te permiti toc-la (Gnesis 20:6). Cessai, ento,

    rebeldes de acusar o Altssimo, tentando medir Sua justia por suas fitas mtricas mesqui-

    nhas, assim procuram entender Sua sabedoria ou definir Seu poder, bem como compreen-

    der a Sua justia inescrutvel. Nuvens e escurido esto ao redor dele e isto observado,

    e expressamente dito em relao a isto, justia e juzo so a base do seu trono (Salmo

    97:2).

    Para que alguns de nossos leitores no objetem a nossa citao de um alto Calvinista como

    o Sr. Twisse, ns adicionamos a seguinte de um Calvinista mais brando, James Usher. O

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    que a justia Divina? uma propriedade essencial de Deus, na qual Ele infinitamente

    justo em Si mesmo, de Si mesmo, para, de, e por Si mesmo, e nenhum para outro: Porque

    o Senhor justo, e ama a justia (Salmo 11:7). Qual a regra de Sua justia? Resposta:

    Sua prpria vontade, e nada mais, pois aquilo que Lhe aprouver justo, o que Ele deseja

    o que justo, e no porque isto justo que Ele o deseja (Efsios 1:11; Salmo 115:3). E

    aqueles dos fariseus, que estavam com ele, ouvindo isto, disseram-lhe: Tambm ns somos

    cegos? Disse-lhes Jesus: Se fsseis cegos, no tereis pecado; mas como agora dizeis:

    Vemos; por isso o vosso pecado permanece (Joo 9:40-41).

    Ento, mais uma vez justamente o renomado professor William Perkins: No devemos

    pensar que Deus faz uma coisa porque esta coisa seja boa e certa, mas a coisa boa e

    certa, porque Deus quer e pratica. Temos exemplos disto na Palavra. Deus mandou Abime-

    leque entregar Sara a Abrao, ou ento Ele iria destru-lo e toda a sua casa (Gnesis 20:7).

    Para a razo do homem isto pode parecer injusto, pois, por que os servos de Abimeleque

    seriam punidos por culpa de seu senhor? Ento, novamente Ac pecou, e toda a casa de

    Israel foi penalizada por ele (Josu 7). Davi contou o povo, e toda a nao foi ferida por

    uma praga (2 Samuel 24). Para a razo humana tudo isso pode parecer falta de equidade;

    contudo sendo estas as obras de Deus, devemos com toda a reverncia julg-las como

    muitssimo justas e santas. Ai, quo pouco dessa humildade e reverncia se manifesta nas

    igrejas de hoje! Quo imediatamente a gerao atual crtica e condena qualquer dos

    caminhos de Deus e as obras que no entendem adequadamente!

    To longe da verdade esto a maioria dos que agora so vistos mesmo como os campees

    da ortodoxia, de modo que at eles mesmos so muitas vezes culpados de virar as coisas

    de cabea para baixo, ou colocar a carroa na frente dos bois. Geralmente suposto por

    eles que o prprio Deus est sob a lei, que Ele est sob uma restrio moral para fazer o

    que Ele faz, de modo que Ele no pode fazer o contrrio. Outros o envolvem em termos

    mais sofisticados, insistindo que a Sua prpria natureza que regula todas as Suas aes.

    Mas isso apenas um subterfgio ardiloso. por uma necessidade de Sua natureza ou

    pelo livre exerccio da Sua soberania, que Ele concede favor s Suas criaturas? Deixe a

    Escritura responder: Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer

    (Romanos 9:18). Por que, meu leitor, se a natureza de Deus o obrigasse a mostrar miseri-

    crdia para a salvao de qualquer um, ento, por paridade de razo, isto iria obriga-lO a

    mostrar misericrdia para com todos, e assim, levar toda a criatura cada ao arrependi-

    mento, f e obedincia. Mas chega dessa insensatez.

    Vamos agora abordar este aspecto de nosso assunto por um ngulo totalmente diferente.

    Como poderia haver alguma injustia em Deus eleger aqueles a quem Ele elegeu, quando

    se Ele no tivesse feito isso todos teriam inevitavelmente perecido, anjos e homens? Isto

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    no nem uma inveno nem uma inferncia particular nossa, pois a prpria Escritura ex-

    pressamente declara: Se o Senhor dos Exrcitos nos no deixara descendncia, teramos

    nos tornado como Sodoma, e teramos sido feitos como Gomorra (Romanos 9:29). Nenhu-

    ma das criaturas racionais de Deus, seja celestial ou terrena, teria sido salva eterna e

    efetivamente parte da solene eleio Divina. Embora ambos os anjos e os homens foram

    criados em estado de santidade perfeita, contudo eles eram criaturas mutveis, suscept-

    veis de mudana e queda. Sim, na medida em que a sua permanncia neste estado de

    santidade dependia do exerccio de suas prprias vontades, a menos que Deus se agra-

    dasse de preserv-los de maneira sobrenatural, sua queda era certa.

    Eis que ele no confia nos seus servos e aos seus anjos atribui loucura (J 4:18). Os anjos

    eram perfeitamente santos, mas se Deus no lhes desse outra assistncia a mais do que

    aquela com que Ele os havia capacitado na sua criao, ento no h confiana ou

    segurana posta sobre eles, ou em sua posio. Se eles eram santos hoje, eles estavam

    sujeitos ao pecado amanh. Se Deus, os enviasse em uma misso para este mundo, eles

    podem cair antes de voltarem para o cu. A loucura que Deus imputa a eles na passagem

    acima a sua mutabilidade de criatura, pois, eles manterem a sua santidade imutavelmente

    at a eternidade, sem o perigo de perd-la, era totalmente alm da capacidade deles como

    criaturas. Portanto, para que eles sejam preservados imutavelmente deve haver uma graa

    sendo emitida a partir de outra e maior fonte do que o pacto das obras ou o dom da criao,

    ou seja, a graa da eleio, a superior criao da graa.

    Isto foi conhecido desde o princpio, a saber, que Deus tornaria manifesto o abismo infinito

    que divide a criatura do Criador. S Deus imutvel, sem mudana ou sombra de variao.

    Foi, ento, adequado que Deus retirasse Sua mo de preservao daqueles a quem Ele

    havia criado retos, de modo que pudesse parecer que a maior criatura de todos (Satans,

    o querubim ungido, Ezequiel 28:14) era mutvel e inevitavelmente cairia em pecado,

    quando saiu para o fazer sua vontade prpria. Somente sobre Deus pode ser dito que Ele

    no pode ser tentado pelo mal (Tiago 1:13). A criatura, embora seja santa, pode ser tentada

    a pecar, cair, e ser irremediavelmente perdida. A queda de Satans, ento, abriu caminho

    para evidenciar mais claramente a necessidade absoluta da graa eletiva, a comunicao

    criatura, da imagem da prpria santidade imutvel de Deus.

    Por causa da mutabilidade do estado da criatura, Deus previu que se todas as Suas cria-

    turas fossem deixadas para serem conduzidas pelas suas prprias vontades, elas estariam

    em risco contnuo de cair. Ele, ento, fez uma eleio da graa para remover todo o perigo

    de queda final e total no caso de Seus escolhidos. Isso ns sabemos ser o que revelado

    de sua histria. Judas nos fala de anjos que no guardaram o seu principado, mas deixa-

    ram a sua prpria habitao (v. 6), e o restante deles, mais cedo ou mais tarde, fariam isto

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    tambm, se fossem deixados mutabilidade das suas prprias vontades. Assim tambm

    se mostrou com Ado e Eva, ambos evidenciaram a mutabilidade de suas vontades por

    sua apostasia. Assim, Deus prevendo tudo isso desde o incio, fez uma reserva (Romanos

    11:4 explicado no verso 5 como eleio), determinando que Ele teria um remanescente

    que devia ser abenoado por Ele e que iria eternamente bendiz-lO em retorno. A eleio

    e preservao da graa nunca devem ser separadas.

    Temos mostrado, at agora, em primeiro lugar que a justia Divina de uma ordem e de

    um carter inteiramente diferentes dos da justia humana; segundo, que a justia Divina

    est fundamentada sobre o domnio soberano de Deus sobre todas as obras de Suas mos,

    sendo assim o exerccio da Sua vontade imperial. Terceiro, que o Criador no deve abso-

    lutamente nada criatura, nem mesmo aquilo que Ele se agradar em conceder, e que, lon-

    ge de Deus estar sob qualquer obrigao para ela, a criatura est sob obrigaes eternas

    para com Ele. Em quarto lugar, que tudo o que Deus quer e faz certo e devemos nos

    submeter a isto com reverncia, sim, e devemos ador-lO por isto. Em quinto lugar, que

    impossvel acusar Deus de injustia pelo fato dEle ter elegido algumas pessoas para serem

    os objetos de Sua maravilhosa graa, desde que, parte disso, todos teriam perecido eter-

    namente. Vamos agora descer a um nvel mais baixo e mais simples, e contemplar a eleio

    de Deus em conexo com a raa humana cada em Ado.

    Se no houve injustia em Deus por fazer uma escolha de alguns para receberem Seu favor

    especial e bno eternas medida que Ele via as Suas criaturas pelas lentes do Seu

    propsito de criar, ento, certamente, no poderia haver injustia no fato dEle ter determina-

    do mostrar-lhes Sua misericrdia medida que Ele os viu de antemo entre a massa dos

    arruinados descendentes de Ado; pois, se uma criatura sem pecado no tem direito algum

    sobre o seu Criador, estando totalmente dependente de Sua caridade, ento, com toda a

    certeza, uma criatura cada no tem direito a nada de bom vindo das mos de Seu juiz

    ofendido. E este o ngulo a partir do qual devemos agora ver o nosso assunto. O homem

    cado um criminoso, um fora-da-lei e se a pura justia deve ser dada a ele, ento ele deve

    ser deixado para receber a devida recompensa por suas iniquidades, o que no pode signi-

    ficar nada menos do que a punio eterna, por ter, por meio de suas transgresses, incor-

    rido em culpa infinita.

    Antes de ampliarmos o que acaba de ser dito, tambm precisa ser salientado que se a nica

    esperana para uma criatura santa est na graa eletiva de Deus, ento isso duplamente

    verdade em relao a uma criatura profana, totalmente depravada. Se um santo anjo estava

    em perigo constante, incapaz de manter a sua pureza, por causa da mutabilidade de sua

    natureza e da inconstncia de sua vontade, o que deve ser dito de uma criatura diablica?

    Por que o homem cado possui uma natureza que arraigada no mal, nada mais nada

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    menos do que isso, e, portanto, sua vontade j no tem qualquer poder de se voltar para o

    que espiritual, sim, ele inveteradamente endurecido contra Deus; portanto, seu caso

    absoluta e eternamente impossvel, a menos que Deus, em Sua graa soberana, tenha o

    prazer de salv-lo de si mesmo.

    Os pregadores podem tagarelar tudo o que quiserem sobre os poderes inerentes do ho-

    mem, sobre a liberdade de sua vontade, e sobre sua capacidade para o bem, mas intil

    e loucura ignorar o fato solene da Queda. A diferena e desvantagem entre o nosso estado

    e o estado de Ado antes de ter cado dificilmente podem ser concebidas. Em vez da posse

    de uma santidade perfeita das inclinaes de nossas mentes e vontades, como ele possua,

    no existe tal princpio vital deixado em nossos coraes. Em vez disso, h uma deficincia

    completa para o que espiritual e santo, sim, h inimizade, contrariedade e oposio em

    relao a estes. Os homens erram, no conhecendo o poder do pecado original, nem a

    profundidade da corrupo que est em seus prprios coraes. A vontade do homem ago-

    ra o principal e apropriado assento do pecado, o trono dele est estabelecido ali (Thomas

    Goodwin). Auxlios exteriores e subsdios so de nenhuma considerao, pois nada menos

    que uma nova criao de algum proveito.

    No importa a instruo que homens cados recebem, ou quais incentivos sejam oferecidos

    a eles, o etope no pode mudar a sua pele. Nem luz, nem convico, nem as operaes

    gerais do Esprito Santo, so de qualquer proveito, a menos que Deus sobre e acima deles

    d um novo princpio de santidade para o corao. Isto foi clara e plenamente demonstrado

    sob a Lei e o Evangelho. Leia xodo 20 e Deuteronmio 5 e veja a manifestao maravi-

    lhosa e inspiradora de Si mesmo que Deus concedeu a Israel no Sinai: isso mudou seus

    coraes e inclinou a vontade deles a obedec-lO? Em seguida, leia os quatro evangelhos

    e eis o Filho encarnado de Deus habitando no meio dos homens, no como juiz, mas como

    um benfeitor, que andou fazendo o bem, alimentando os famintos, curando os enfermos,

    proclamando o Evangelho, isto fez derreter seus coraes ou os ganhou para Deus? No,

    eles O odiaram e O crucificaram.

    Eis, ento, o caso da humanidade cada: alienados da vida de Deus, mortos em delitos e

    pecados, sem corao, sem vontade para as coisas espirituais. Em si o seu caso deses-

    perado, irremedivel, sem esperana. parte da eleio Divina ningum iria e nem poderia

    jamais ser salvo. Eleio significa que Deus se agradou em reservar o remanescente, de

    modo que toda a raa de Ado no perecer eternamente. E que aes de graas Ele

    recebe para isso? Nenhuma, exceto daqueles que tm seus olhos cegos pelo pecado

    abertos para perceber a bem-aventurana inefvel de tal fato. Obrigado? no; em vez

    disso, a grande maioria, mesmo daqueles que fazem parte da professa Cristandade quando

    ouvem desta verdade, ignorantes de seus prprios interesses e dos caminhos de Deus,

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    contendem contra Sua eleio, e O insultam por causa da mesma, O acusam de injustia

    e de ser um tirano impiedoso.

    Ora, o grande Deus no est em nenhuma necessidade de defender-se de ns: em devi-

    do tempo, Ele efetivamente fechar a boca de todos os rebeldes. Mas devemos fazer mais

    algumas observaes para aqueles crentes que esto perturbados por tais que insistem

    fortemente que Deus culpado de injustia quando Ele soberanamente elege alguns. Pri-

    meiro, ento, pedimos a esses caluniadores de Jeov para que faam boa a sua acusao.

    O nus da prova recai sobre aqueles que a fazem. Eles afirmam que um Deus que elege

    injusto, ento que eles demonstrem isto que afirmam. Eles no podem. Para isso, eles

    devem mostrar que os infratores merecem algo de bom vindo das mos do legislador. Eles

    devem mostrar que o Rei dos reis est moralmente obrigado a sorrir para aqueles que tm

    blasfemado o Seu nome, profanado Seus sabaths, menosprezado Sua Palavra, injuriado

    Seus servos, e acima de tudo, desprezado e rejeitado Seu Filho.

    H um homem em todo o mundo que teria a impertinncia de dizer que ele merece

    alguma coisa de seu Criador? Se assim for, seja conhecido de vs que ele dever ter

    todos os mritos! E sua recompensa ser as chamas do inferno, para sempre, pois

    esse o mximo que qualquer homem j mereceu de Deus; Deus no est em dvida

    para com nenhum homem e, no ltimo grande dia todo homem deve ter tanto amor,

    tanta piedade e tanta bondade como ele merece! At mesmo os perdidos no inferno

    tero o que todos eles merecem, sim, e ai do dia quando eles tero a ira de Deus, que

    ser o pice do que eles merecem! Se Deus d a cada um tanto quanto ele merece,

    Ele , por isso, acusado de injustia, porque Ele d a alguns infinitamente mais do que

    eles merecem? (C. H. Spurgeon [Sermo 303, Eleio e Santidade]).

    Muitos agora falam dele elogiosamente, e se referem a ele como amado Spurgeon, mas

    rangeriam os dentes e o execrariam se o ouvissem em sua maneira fiel e simples de pregar.

    Em segundo lugar, gostaramos de informar esses detratores de Deus que Sua salvao

    no uma questo de justia, mas de pura graa, e graa algo que no pode ser reivindi-

    cado por ningum. Onde est a injustia se qualquer um faz o que quiser com o que seu

    prprio? Se eu sou livre para fazer caridade como eu achar melhor, a Deus ser concedida

    menos liberdade para conceder Seus dons a quem Ele quer!? Deus no est em dvida

    com ningum, e, portanto, se Ele concede Seus favores de uma maneira soberana ningum

    pode reclamar. Se Deus passa por ti, Ele no te fez agravo; mas se Ele te enriquece, ento

    s um devedor Sua graa, e ento, tu irs cessar de tagarelar sobre Sua justia e injustia,

    e de bom grado te juntars com aqueles que surpreendentemente exclamam: No nos

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    tratou segundo os nossos pecados, nem nos recompensou segundo as nossas iniquidades

    (Salmo 103:10). A salvao dom gratuito de Deus, e, portanto, Ele a d a quem Ele quer.

    Em terceiro lugar, gostaramos de perguntar a essas criaturas arrogantes, a quem Deus

    alguma vez recusou a Sua misericrdia quando esta foi sincera e penitentemente buscada?

    Ser que Ele no proclama livremente o Evangelho a toda criatura? Sua Palavra no

    ordena que todos os homens derrubem as armas da sua guerra contra Ele e venham a

    Cristo para que recebam o perdo? Ser que Ele no promete apagar as suas iniquidades,

    se voc se converter a Ele da forma por Ele apontada? Se voc se recusa a faz-lo, se

    voc to profundamente ama o pecado, se voc est to apegado s suas concupiscncias

    de forma que voc est determinado a destruir sua prpria alma, ento de quem a culpa?

    Certamente de Deus no . Suas promessas do Evangelho so confiveis, e qualquer um

    tem a liberdade de prov-las por si mesmo. Se ele faz isso, ou seja, se ele renuncia ao

    pecado e coloca sua confiana em Cristo, ento ele descobrir por si mesmo que ele um

    dos eleitos de Deus. Por outro lado, se ele deliberadamente rejeita o Evangelho e rejeita o

    Salvador, ento, o seu sangue sobre a sua prpria cabea.

    Isso nos leva a perguntar, em quarto lugar: Voc diz que injusto que alguns devam ser

    perdidos enquanto outros sero salvos, mas quem causa a perdio dos esto perdidos?

    Alguma vez Deus fez algum pecar? Em vez disso Ele adverte, avisa e exorta contra ele.

    A quem o Esprito Santo alguma vez impeliu a uma ao errada? Em vez disso Ele unifor-

    memente o inclina contra o mal. Onde as Escrituras apoiam qualquer maldade Sua? Em

    vez disso, elas constantemente condenam sua maldade em todas as suas formas. Ento

    Deus injusto se Ele condena aqueles que voluntariamente Lhe desobedecem? Ele injus-

    to se Ele pune aqueles que desafiadoramente desconsideram os Seus sinais de perigo e

    expostulaes? Certamente que no. Para cada um destes Deus ainda dir: Tu destruste

    a ti mesmo (Osias 13:9 KJV). a criatura que comete suicdio moral. a criatura que

    rompe todas as restries e atira-se para o precipcio da desgraa eterna. No ltimo grande

    dia ser demonstrado que Deus justo quando Ele fala, e puro quando Ele julga (Salmo

    51:4).

    A eleio o tomar de um e o deixar de outro, e implica a liberdade por parte do eleitor de

    escolher ou recusar a escolher. Da a escolha de um no faz nenhum dano para o outro

    que no escolhido. Se eu escolher um s dentre cem homens para uma posio de honra

    e proveito, eu fao isso sem prejudicar os outros noventa e nove que no foram escolhidos.

    Se eu tomar duas dentre vinte crianas maltrapilhas e famintas, e adot-las como meu filho

    e filha, aliment-las e vesti-las, dar-lhes uma casa e educao, e eu fao-lhes um imenso

    bem; mas enquanto eu distribuo meus bens e escolho fazer aquelas duas crianas felizes,

    eu o fao sem prejudicar as outras dezoito crianas que foram deixadas. verdade, elas

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    permanecem em trapos, mal alimentadas e sem instruo, mas elas no esto em condio

    pior depois que o meu favor foi mostrado s suas duas companheiras, elas somente conti-

    nuam exatamente na situao em que elas estavam.

    Mais uma vez; se entre dez homens justamente condenados morte, o rei da Inglaterra se

    agrada de escolher cinco para receberem sua soberana misericrdia, e serem perdoados

    e libertados, eles devem a sua prpria vida ao seu favor real; no entanto, ao conceder bon-

    dade para com eles, nenhum dano feito para os outros cinco, eles so deixados a sofrer

    a pena de justia da Lei, que lhes decida por suas transgresses. Eles somente sofrem o

    que teria sofrido se a misericrdia do rei no tinha sido concedida para com os seus compa-

    nheiros. Quem, ento, pode deixar de ver que seria um mau uso dos termos, uma calnia

    grave do rei, acus-lo de injustia, porque ele se agradou de exercer sua prerrogativa real

    e mostrar seu favor a um e no a outro.

    Nosso Salvador definitivamente expressa essa ideia de eleio, quando Ele disse: Ento,

    estando dois no campo, ser levado um, e deixado o outro (Mateus 24:40). Se ambos fos-

    sem deixados, ento, ambos teriam perecido, da o ser levado de apenas um no causou

    nenhum dano ao seu companheiro. Estando duas moendo no moinho, ser levada uma, e

    deixada outra (Mateus 24:41). O fato de uma ter sido levada foi um grande favor a ela, mas

    isto no causou nada de errado para com sua companheira. A eleio Divina, ento, uma

    escolha a favor dentre aqueles que no tm direitos sobre Deus. , portanto, Ele no come-

    te injustia para os que so deixados, pois eles somente continuam como e onde eles esta-

    vam, e como e onde estariam se os eleitos no houvessem sido levados do meio deles. No

    exerccio de Sua graa eletiva Deus tem misericrdia de quem Ele quiser ter misericrdia,

    e na concesso de Seu favor Ele faz o que quer com o que Seu prprio.

    No difcil perceber a base sobre a qual o falso raciocnio de detratores de Deus descan-

    sa: por trs de todas as murmuraes dos opositores contra a justia Divina est o conceito

    de que Deus tem a obrigao de prover a salvao para todas as Suas criaturas cadas.

    Mas tal raciocnio (?) no consegue ver que se tal alegao fosse vlida, ento nenhuma

    ao de graas poderia ser dada a Deus. Como poderamos louv-lO por redimir aqueles

    que Ele tinha a obrigao de resgatar? Se a salvao uma dvida que Deus tem para com

    o homem por ter permitido que ele casse, ento a salvao no pode ser uma questo de

    misericrdia. Mas no devemos esperar que aqueles cujos olhos esto cegos pelo orgulho

    venham a entender algo sobre os demritos infinitos do pecado, ou de sua prpria indigni-

    dade absoluta e vileza; e, portanto, impossvel que eles formem um verdadeiro conceito

    da graa Divina, e percebam que quando a graa exercida, ela necessariamente exer-

    cida de forma soberana.

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    Mas, depois de tudo o que foi pontuado acima alguns estaro prontos a perguntar sarcasti-

    camente: A Bblia no declara que Deus no faz acepo de pessoas, ento, como Ele

    pode fazer uma seleo entre os homens?. Os caluniadores da predestinao Divina su-

    pem que, ou as Escrituras so inconsistentes entre si, ou que, em Sua eleio Deus leva

    em considerao os mritos. Vamos primeiro citar Calvino:

    A Escritura nega que Deus faz acepo de pessoas, em um sentido diferente daquele

    em que eles entendem; pois a palavra pessoa no significa um homem, mas essas

    coisas em um homem que, sendo visveis aos olhos, geralmente conciliam favor, hon-

    ra e dignidade, ou atraem o dio, desprezo e vergonha. Tais so as riquezas, poder,

    nobreza, magistratura, pas, elegncia da forma, por um lado; e, por outro lado, a po-

    breza, a necessidade, nascimento ignbil, desleixo, desprezo, e assim por diante.

    Assim, Pedro e Paulo declaram que Deus no faz acepo de pessoas, pois Ele no

    faz distino entre Judeu e Grego, para rejeitar um e receber o outro, apenas por conta

    de sua nacionalidade (Atos 10:34, Romanos 2:11). Ento, Tiago usa a mesma lngua-

    gem quando afirma que Deus, em Seu julgamento, no considera riquezas (2:5). No

    haver, portanto, nenhuma contradio em nossa afirmao, a saber, que de acordo

    com o que agrada Sua vontade, Deus escolhe quem Ele quer para ser Seus filhos,

    independentemente de todo o mrito, enquanto Ele rejeita e reprova os outros. No

    entanto, por uma questo de satisfao adicional, o processo pode ser explicado da

    seguinte maneira: Eles perguntam como isso acontece, isto , que duas pessoas que

    no se distinguem umas das outras por nenhum mrito, Deus, em Sua eleio, deixe

    uma e tome outra. Eu, por outro lado, pergunto a eles, se eles supem o que aquele

    que levado possui qualquer coisa que possa atrair o favor de Deus? Se eles

    confessarem que ele no tem, como de fato devero fazer, se seguir, que Deus no

    se baseia no homem, mas deriva Seu motivo para favorec-lo a partir de Sua prpria

    bondade. A eleio de um homem por Deus, portanto, enquanto Ele rejeita o outro,

    no procede de qualquer aspecto do homem, mas somente procede de Sua prpria

    misericrdia; que pode ser demonstrada e livremente exercida onde e quando Ele

    quiser.

    Fazer acepo de pessoas considerar e trat-las de forma diferente por causa de uma

    suposta ou real diferena em si ou suas circunstncias, que no possua base ou razo que

    seja justificvel para tal tratamento preferencial. As caractersticas de uma acepo de

    pessoas pertencem, sim, quele que avalia e reputa as outras pessoas de acordo com as

    suas caractersticas e obras. Acepo de pessoas acontece quando um juiz justifica e

    recompensa um ao invs de outro, porque este rico e o outro pobre, ou porque ele lhe

    deu um suborno, ou um parente prximo ou um amigo ntimo, enquanto o carter e a

    conduta do outro mais reta e sua causa mais justa. Mas tal denominao inaplicvel a

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    uma concesso de caridade, quem concedeu os Seus favores e deu gratuitamente dons

    imerecidos para um e no para outro o faz sem qualquer considerao de mrito pessoal.

    O benfeitor tem todo o direito de fazer o que quiser com o que lhe pertence, e aqueles que

    so negligenciados por ele no tm nenhum motivo vlido para se queixarem.

    Mesmo que esta expresso seja considerada em sua acepo mais popular, nada to im-

    pressionante evidencia que Deus no faz acepo de pessoas do que as caractersticas

    daqueles que Ele escolheu. Quando os anjos pecaram e caram Deus no providenciou

    nenhum Salvador para eles, no entanto, quando a raa humana pecou e caiu um Salvador

    foi providenciado para muitos deles. Deixe o crtico hostil pesar cuidadosamente este fato:

    se Deus houvesse feito acepo de acepo de pessoas Ele no iria escolher os anjos e

    deixar os homens? O fato de que Ele fez o inverso O livra desta calnia. Considere nova-

    mente a nao que Deus escolheu para serem os destinatrios de seus favores terrenos e

    temporais muito mais do que todos os outros povos durante os ltimos dois mil anos de

    histria do Antigo Testamento. Que tipo de pessoas eles eram? Por que, Deus escolheu

    um povo ingrato e murmurador, duro de cerviz e corao, rebelde e impenitente, desde o

    incio de sua histria at o fim? Se Deus tivesse sido uma acepo de pessoas Ele certa-

    mente nunca havia escolhido os judeus para tal favor e bno!

    O verdadeiro carter, ento, daqueles a quem Deus escolhe refuta essa objeo tola. O

    mesmo igualmente evidente no Novo Testamento. Porventura no escolheu Deus aos

    pobres deste mundo? (Tiago 2:5). Bendito seja o Seu nome, por isso ser assim, pois, tives-

    se Ele escolhido os ricos, isso passaria a prejudicar a muitos de ns, no iria? Deus no

    escolhe magnatas e milionrios, financistas e banqueiros, para serem objetos de Sua graa.

    Nem os de sangue real ou nobres do reino ou o sbio, o talentoso, o influente deste mundo,

    pois poucos deles tm seus nomes escritos no Livro da Vida do Cordeiro. No, o despre-

    zado, o fraco, a vil, os sem-nome deste mundo, a quem Deus escolheu (1 Corntios 1:26-

    29), e isto, a fim de que nenhuma carne se glorie perante ele. Os fariseus foram deixados

    e os publicanos e as meretrizes foram escolhidas! Amei a Jac: e o que havia nele para

    Deus am-lo!? E ainda ecoa pergunta: por que?. Se Deus fizesse acepo de

    pessoas Ele certamente nunca teria escolhido um intil como eu!

    Sola Scriptura!

    Sola Gratia!

    Sola Fide!

    Solus Christus!

    Soli Deo Gloria!

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    10 Sermes R. M. MCheyne

    Adorao A. W. Pink

    Agonia de Cristo J. Edwards

    Batismo, O John Gill

    Batismo de Crentes por Imerso, Um Distintivo

    Neotestamentrio e Batista William R. Downing

    Bnos do Pacto C. H. Spurgeon

    Biografia de A. W. Pink, Uma Erroll Hulse

    Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a

    Doutrina da Eleio

    Cessacionismo, Provando que os Dons Carismticos

    Cessaram Peter Masters

    Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepo da

    Eleio A. W. Pink

    Como Ser uma Mulher de Deus? Paul Washer

    Como Toda a Doutrina da Predestinao corrompida

    pelos Arminianos J. Owen

    Confisso de F Batista de 1689

    Converso John Gill

    Cristo Tudo Em Todos Jeremiah Burroughs

    Cristo, Totalmente Desejvel John Flavel

    Defesa do Calvinismo, Uma C. H. Spurgeon

    Deus Salva Quem Ele Quer! J. Edwards

    Discipulado no T empo dos Puritanos, O W. Bevins

    Doutrina da Eleio, A A. W. Pink

    Eleio & Vocao R. M. MCheyne

    Eleio Particular C. H. Spurgeon

    Especial Origem da Instituio da Igreja Evanglica, A

    J. Owen

    Evangelismo Moderno A. W. Pink

    Excelncia de Cristo, A J. Edwards

    Gloriosa Predestinao, A C. H. Spurgeon

    Guia Para a Orao Fervorosa, Um A. W. Pink

    Igrejas do Novo Testamento A. W. Pink

    In Memoriam, a Cano dos Suspiros Susannah

    Spurgeon

    Incomparvel Excelncia e Santidade de Deus, A

    Jeremiah Burroughs

    Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvao

    dos Pecadores, A A. W. Pink

    Jesus! C. H. Spurgeon

    Justificao, Propiciao e Declarao C. H. Spurgeon

    Livre Graa, A C. H. Spurgeon

    Marcas de Uma Verdadeira Converso G. Whitefield

    Mito do Livre-Arbtrio, O Walter J. Chantry

    Natureza da Igreja Evanglica, A John Gill

    OUTRAS LEITURAS QUE RECOMENDAMOS Baixe estes e outros e-books gratuitamente no site oEstandarteDeCristo.com.

    Sola Fide Sola Scriptura Sola Gratia Solus Christus Soli Deo Gloria

    Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a

    John Flavel

    Necessrio Vos Nascer de Novo Thomas Boston

    Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A C. H.

    Spurgeon

    Objees Soberania de Deus Respondidas A. W.

    Pink

    Orao Thomas Watson

    Pacto da Graa, O Mike Renihan

    Paixo de Cristo, A Thomas Adams

    Pecadores nas Mos de Um Deus Irado J. Edwards

    Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural

    Thomas Boston

    Plenitude do Mediador, A John Gill

    Poro do mpios, A J. Edwards

    Pregao Chocante Paul Washer

    Prerrogativa Real, A C. H. Spurgeon

    Queda, a Depravao Total do Homem em seu Estado

    Natural..., A, Edio Comemorativa de N 200

    Quem Deve Ser Batizado? C. H. Spurgeon

    Quem So Os Eleitos? C. H. Spurgeon

    Reformao Pessoal & na Orao Secreta R. M.

    M'Cheyne

    Regenerao ou Decisionismo? Paul Washer

    Salvao Pertence Ao Senhor, A C. H. Spurgeon

    Sangue, O C. H. Spurgeon

    Semper Idem Thomas Adams

    Sermes de Pscoa Adams, Pink, Spurgeon, Gill,

    Owen e Charnock

    Sermes Graciosos (15 Sermes sobre a Graa de

    Deus) C. H. Spurgeon

    Soberania da Deus na Salvao dos Homens, A J.

    Edwards

    Sobre a Nossa Converso a Deus e Como Essa Doutrina

    Totalmente Corrompida Pelos Arminianos J. Owen

    Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos

    Propsitos de Cristo na Instituio de Sua Igreja J.

    Owen

    Supremacia e o Poder de Deus, A A. W. Pink

    Teologia Pactual e Dispensacionalismo William R.

    Downing

    Tratado Sobre a Orao, Um John Bunyan

    Tratado Sobre o Amor de Deus, Um Bernardo de

    Claraval

    Um Cordo de Prolas Soltas, Uma Jornada Teolgica

    no Batismo de Crentes Fred Malone

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    2 Corntios 4

    1 Por isso, tendo este ministrio, segundo a misericrdia que nos foi feita, no desfalecemos;

    2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, no andando com astcia nem

    falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos conscincia de todo o homem,

    na presena de Deus, pela manifestao da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho est

    encoberto, para os que se perdem est encoberto. 4 Nos quais o deus deste sculo cegou os

    entendimentos dos incrdulos, para que lhes no resplandea a luz do evangelho da glria

    de Cristo, que a imagem de Deus. 5 Porque no nos pregamos a ns mesmos, mas a Cristo

    Jesus, o Senhor; e ns mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,

    que disse que das trevas resplandecesse a luz, quem resplandeceu em nossos coraes,

    para iluminao do conhecimento da glria de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porm,

    este tesouro em vasos de barro, para que a excelncia do poder seja de Deus, e no de ns. 8 Em tudo somos atribulados, mas no angustiados; perplexos, mas no desanimados.

    9 Perseguidos, mas no desamparados; abatidos, mas no destrudos;

    10 Trazendo sempre

    por toda a parte a mortificao do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus

    se manifeste tambm nos nossos corpos; 11

    E assim ns, que vivemos, estamos sempre entregues morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste tambm na

    nossa carne mortal. 12

    De maneira que em ns opera a morte, mas em vs a vida. 13

    E temos portanto o mesmo esprito de f, como est escrito: Cri, por isso falei; ns cremos tambm,

    por isso tambm falamos. 14

    Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitar

    tambm por Jesus, e nos apresentar convosco. 15

    Porque tudo isto por amor de vs, para que a graa, multiplicada por meio de muitos, faa abundar a ao de graas para glria de

    Deus. 16

    Por isso no desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o

    interior, contudo, se renova de dia em dia. 17

    Porque a nossa leve e momentnea tribulao

    produz para ns um peso eterno de glria mui excelente; 18

    No atentando ns nas coisas que se veem, mas nas que se no veem; porque as que se veem so temporais, e as que se

    no veem so eternas.