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A lente capta o que o coração sente: permanências e transformações no patrimônio arquitetônico da cidade de Londrina.
Sandra Regina Ferreira de Oliveira (1), Andreia Maria Cavaminani Lugle (1), Lissandra Marques Martins Romagnolli (4),Sirlei Borrasca de Brito (3), Angélica Maria De Matos, Amanda Vanessa e Silva, Diva Riciolina Machado, Erica Mieko Motomura, Heloísa Helena Aparecida Chaves Duarte, Kenya Vieira de Souza, Silvana Muniz
Guedes, Tania Preto, Thamires Bettiol Tonholo, Vanessa Cristina Comar, Vanessa Duarte (2).
(1)Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) – Pedagogia/UEL/CAPES. (2)Departamento de Educação/CECA, Universidade Estadual de Londrina, Londrina – PR.
(3)Colégio de Aplicação - Campus UEL
(4) Escola Municipal Maria Irene Vicentini - Londrina – PR.
O empenho em desenvolver o trabalho de iniciação à docência voltado para o
ensino de História nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental alicerça-se na
certeza de que todo o conhecimento posterior a ser construído sobre nós
mesmos e os outros associar-se-á ―à História que nos ensinaram quando
éramos crianças‖ (FERRO, 1983, p.11). Entender tal assertiva a partir do
contexto escolar coloca-nos frente ao desafio de compreender as
especificidades do trabalho com a História nos Anos Iniciais com ênfase nas
especificidades que se apresentam quando lidamos com sujeitos que, mais do
que em qualquer outra faixa etária, precisam desenvolver a perspectiva de
futuro. Entendemos que a História, como área de conhecimento que se ocupa
do passado, desempenha papel central neste processo. (0LIVEIRA, 2011)
O trabalho do PIBID foca dois princípios pedagógicos importantes para o
processo de ensino e aprendizagem da História:
o processo de descoberta
a necessidade de significância que envolve o conhecimento histórico.
A primeira questão nos indica que trabalhar História com crianças, deve
considerar a curiosidade infantil. Essa curiosidade, mola propulsora que leva a
criança a indagar e a buscar explicações para a realidade em que vive, não está
limitada a tempos e espaços específicos.
A segunda, a necessidade de significância, nos convida a inferir que a criança
vive esse processo de conhecimento do outro, esteja esse outro em qualquer
lugar ou tempo, considerando sempre, ou, buscando sempre, o que confere
significado a nossa existência.
A partir da segunda metade da década de 1980, o ensino de História tem
passado por várias e importantes mudanças mas, ainda é recorrente
encontrarmos em algumas salas de aula permanências de um trabalho baseado
na apresentação de conteúdos de forma linear e sem problematizações; um
trabalho no qual as datas comemorativas são trabalhadas de forma desarticulada
de todo um contexto; um método de avaliação ancorado na memorização de
informações e, um trabalho no qual se coloca alunos, em ―posição de sentido‖
frente à Bandeira, para se cantar o Hino Nacional, ainda que os mesmos não
entendam o ―sentido‖ das palavras que cantam. Por que essas características
ainda permanecem no ensino da História?‖ (OLIVEIRA, 2009, p. 120).
Trabalhamos na perspectivas de romper com essa situação.
O projeto: A lente capta o que o coração sente: permanências e
transformações no patrimônio arquitetônico da cidade de Londrina. A partir do
trabalho de análise comparativa entre fotos constantes no acervo do Museu
Histórico Padre Carlos Weiss e fotografias retiradas pelos alunos
construiremos um acervo fotográfico sobre as permanências e transformações
na cidade de Londrina, permeado por construções de textos que expressem a
compreensão das crianças sobre os lugares fotografados e as imagens do
passado.
Objetivos: desenvolver metodologias para o ensino da História de Londrina
para crianças a partir da análise de fontes; construção de jogos pedagógicos
que foquem o deslocamento temporal (passado, presente, futuro); formar
acervo de fontes na escola de forma a possibilitar posteriores e diferentes
trabalhos a partir da mesma perspectiva teórico metodológica; construir jogos
pedagógicos que foquem o deslocamento temporal (passado-presente-futuro)
que possam potencializar o processo de ensino e aprendizagem da História;
montar caixas temáticas contendo o histórico do trabalho, os jogos
pedagógicos e o material necessário para desenvolvimento do mesmo em
outras escolas; possibilitar a troca de experiências entre os licenciandos e
professores do Colégio de Aplicação e da Escola Municipal Irene Vincentini
Theodoro.
Conteúdo: A reforma do calçadão de Londrina.
Figura 1—O que considerar ao ensinar História para crianças
Fonte: adaptado de Ensino Fundamental de Nove Anos: Orientações
Pedagógicas para os Anos Iniciais.
Agradecimentos
Agradecemos aos professores e funcionários da Escola Municipal Maria Irene Vicentini Theodoro e do Colégio de Aplicação —Campus UEL; à CAPES por possibilitar a realização do PIBID.
FIGURA 2— O jornal como fonte
Fonte: Folha de Londrina, 14/08/2011
O jornal como fonte
Obras no Calçadão revelam parte da história de Londrina
Ao retirar o petit pavê da Praça Gabriel Martins, operários descobrem o antigo piso com placas coloridas
07/08/2011 | 00:18 Telma Elorza A terceira etapa da remodelação do Calçadão, realizada no trecho compreendido entre a Rua Professor João Cândido e Avenida São Paulo, trouxe à tona uma parte esquecida da história de um dos maiores cartões postais de Londrina. Na retirada do petit pavê que cobria o trecho, os operários da Visatec –responsável pela obra – encontraram um dos pisos que revestiam a Praça Gabriel Martins, originalmente localizada naquela área.
O piso de cimento com placas coloridas em formato de flores foi aplicado no piso da praça na década de 1970, na gestão do então prefeito José Richa e recoberto pelo projeto arquitetônico do calçadão, de autoria do arquiteto, urbanista e ex-governador Jaime Lerner, em 1977. Segundo o engenheiro aposentado da Prefeitura Rodolfo Horner, Richa queria modernizar a praça, que já estava prevista na planta original da cidade, elaborada pela Companhia de Terras Norte do Paraná. ―Foi contratado um arquiteto grego, que projetou a aplicação destas placas de cimento. E causou polêmica, porque a maioria da população não gostou‖, disse.
A modernização programada por Richa acabou com o estilo tradicional da praça – idêntico à de outra também escondida pelo calçadão, a Willie Davis, localizada em frente ao Cine Ouro Verde. De acordo com o urbanista e professor da UEL Humberto Yamaki, as duas tinham traçado em forma de triângulo com três eixos formando os jardins. ―O piso era de petit pavê e datava do final da década de 1940. O mesmo desenho estava aplicado na calçada em frente ao Centro de Saúde, na esquina da Rua Souza Naves‖, explica. Em seu livro ―Labirinto da Memória –
Paisagens de Londrina‖, Yamaki diz que a Praça Gabriel Martins é posterior à Willie Davis, mas os dois projetos incorporam um tridente ou ―patte d’oie‖, ―uma linguagem que foi insistentemente utilizada pela Companhia de Terras nos projetos dos patrimônios, dando estrutura aos planos‖.
No livro, Yamaki diz que o desenho original do petit pavê das praças apresenta motivos geométricos em onda e pinheiros estilizados.
FIGURA 3— O petit pavê e suas tramas
Fonte: arquivo do projeto—Agosto 2011
FIGURA 4— As flores. Década de 1970.
Fonte: arquivo do projeto—Agosto 2011
Referências Bibliograficas:
FERRO, Marc. A manipulação da História no Ensino e nos meios de comunicação. São Paulo: IBRASA, 1983.
OLIVEIRA, Sandra R.F. História. In: Ensino Fundamental de Nove Anos: Orientações Pedagógicas para os Anos
Iniciais. SEED. 2009