a manifestação da eleição, doutrina eleição, cap. 8 arthur walkignton pink

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Traduzido do original em Inglês

The Doctrine of ElectionBy A. W. Pink

A presente tradução consiste somente no Capítulo 8, Its Manifestation, da obra supracitada

Via: PBMinistries.org

(Providence Baptist Ministries)

Tradução por Camila Almeida

Revisão e Capa por William Teixeira

1ª Edição: Dezembro de 2014

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida

Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, com a devida permissão

do ministério Providence Baptist Ministries, sob a licença Creative Commons Attribution-

NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License.

Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato,

desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que também não altere o seu conteúdo

nem o utilize para quaisquer fins comerciais.

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A Manifestação da EleiçãoPor Arthur Walkington Pink

[Capítulo 8 do livro The Doctrine of Election • Editado]

Por Seu ato eletivo, Deus tomou a Igreja em uma relação definida e pessoal com Ele, de

forma que Ele reconhece e considera seus membros como Seus filhos queridos e povo.

Consequentemente, mesmo quando eles estão emumestado natural, antes de sua regene-

ração, Ele os vê e os possui como tal. Isso é muito abençoado e maravilhoso, embora,

infelizmente, seja uma verdade que é quase desconhecida na atual Cristandade. Agora é

comumente assumido que só nos tornamos filhos de Deus, quando nascemos de novo, que

não temos nenhuma relação com Cristo até que O abracemos com os braços da fé. Mas,

com as Escrituras em nossas mãos, não há desculpa para tal ignorância, e ai de quem

deliberadamente repudia o seu claro testemunho, ao Seu Divino Autor eles ainda terão que

responder por tal impiedade.

Parece estranho que os mesmos que são os primeiros na propagação (inconscientemente,

nós fingimos acreditar) do erro mencionado acima, são os que provavelmente disseram e

escreveram mais sobre o ensino típico do livro de Êxodo do que qualquer outra pessoa.

Gostaríamos de perguntar aos tais: Não eram os Hebreus definitivamente reconhecidos por

Deus como pertencentes a Ele antes que Ele enviasse Moisés para livrá-los da casa da

servidão, antes que o sangue do cordeiro pascal fosse derramado, sim, enquanto eles eram

totalmente idólatras (Ezequiel 20:5-9)? Verdadeiramente, pois a Moisés Ele declarou:

“Tenho visto atentamente a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu

clamor por causa dos seus exatores, porque conheci assuasdores” (Êxodo 3:7); e de Faraó

Ele exigiu, “Assim diz o SENHOR Deus de Israel: Deixa ir o meu povo, para que me celebre

uma festa no deserto” (5:1). E os Hebreus eram um tipo divinamente ordenado do Israel de

Deus, a espiritual eleição da graça!

É bem verdade que os eleitos de Deus são “por natureza filhos da ira, como os outros tam-

bém” (Efésios 2:3), no entanto, as suas pessoas foram amadas por Ele com um amor

eterno. Consequentemente, antes que o Espírito seja enviado para vivificá-los e fazer-lhes

andar em novidade de vida, o Senhor Deus contempla e fala sobre eles como Seus. Como

isso é agora tão pouco conhecido, vamos fazer uma pausa e ofereceremos provas da

Palavra. Em primeiro lugar, Deus os chama de filhos Seus: “Todos os teus filhos serão

ensinados do Senhor” (Isaías 54:13) — Seus filhos antes de [serem] ensinados por Ele; e

novamente: “[...] para reunir em um corpo os filhos de Deus que andavam dispersos” (João

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11:52) — Seus filhos antes de “serem reunidos” por Ele. Em segundo lugar, Ele os designa

o Seu povo. “O teu povo será mui voluntário no dia do teu poder” (Salmos 110:3) — Seu

povo antes de serem “feitos dispostos”, “Porque eu sou contigo, e ninguém lançará mão de

ti para te fazer mal, pois tenho muito povo nesta cidade” (Atos 18:10) — antes de Paulo ter

pregado o Evangelho naquele centro pagão. Em terceiro lugar, Cristo denomina os eleitos

de Deus [como] Suas ovelhas antes de serem trazidos ao rebanho: “Ainda tenho outras

ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas” (João 10:16) —

mas quem eram aquelas “outras ovelhas” senão aqueles Seus eleitos entre os gentios? Em

quarto lugar, os eleitos são mencionados como o tabernáculo de Davi, enquanto eles estão

nas ruínas da queda: “Simão relatou como primeiramente Deus visitou os gentios, para

tomar deles um povo para o seu nome. E com isto concordam as palavras dos profetas;

como está escrito: Depois disto voltarei, e reedificarei o tabernáculo de Davi, que está caído,

levantá-lo-ei das suas ruínas, e tornarei a edificá-lo” (Atos 15:14-16). Na era apostólica,

Deus começou a retirar dentre os gentios um povo para o Seu nome, e relativamente a

estes Amós profetizara no passado:

“‘O tabernáculo de Davi’, ou seja, os eleitos de Deus, que uma vez estiveram em Adão

com os não-eleitos, e com eles caíram; mas o Senhor reedificará o Seu eleito nova-

mente, não no primeiro Adão, mas no segundo Adão, em Quem eles serão habitação

de Deus através do Espírito” (James Wells).

O amor no coração de Deus era um segredo em Si mesmo desde a eternidade, sendo to-

talmente desconhecido antes do começo do mundo, a não ser para Cristo, Deus-homem,

ainda assim, ele tem sido exercido em relação à eleição da graça. Embora eles fossem

amados com um tal amor como contido no extremo da boa vontade de Deus por eles, e no

extremo da bênção, graça e glória, ainda assim, isso era de tal maneira e forma que, por

um período, eles estiveram completamente não familiarizados com o mesmo. Embora os

atos da vontade de Deus na Pessoa de Cristo a respeito deles e sobre eles eram tais que

jamais poderiam cessar, no entanto, eles deveriam estar em um estado, por um período,

em que nenhumdestes atos deveria ser desvelado a eles e conhecidos por eles. Tudo esta-

va na mente insondável de Jeová desde a eternidade, e o mesmo será para sempre; mas

a revelação e manifestação disto foramfeitasem momentos diferentes e emdiversosgraus.

As variadas condições em que os eleitos de Deus se encontram não somente exibem a

multiforme sabedoria de Deus, mas ilustram a nossa última observação acima. Os eleitos

deveriam estar na condição em que foram criados possuindo pureza e santidade; tal como

eles foram feitos naturalmente em Adão. Disto, eles caíram em um estado de pecado e mi-

séria, compartilhando a culpa e depravação de sua cabeça federal. Eles devem ser levados

dali a um estado redimido pela obra expiatória de Cristo, e conhecem isso através da vivifi-

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cação e operações santificadoras do Espírito. Depois de sua carreira terrena estar termina-

da são levados a um estado sem pecado, enquanto eles descansam dos seus trabalhos e

aguardam a consumação de sua salvação. No devido tempo, eles serão levados para o

estado de ressurreição, e dali para o estado de glória eterna e felicidade indizível.

Da mesma forma, existem diferentes fases do desdobramento do propósito eterno de Deus

a respeito de Seu povo. O princípio da eleição Divina tem operado desde o início da história

humana. Tão logo a Queda ocorreu, o Senhor anunciou a linha de distinção que foi traçada

entre a semente da mulher e a semente da serpente, primeiro exemplificado no caso evi-

dente de Caim e Abel (1 João 3:12). Em um capítulo anterior, somos chamados à atenção

para a operação contínua deste princípio eletivo, como foi visto nas famílias de Noé,

Abraão, Isaque e Jacó, e depois ainda mais conspicuamente na separação de Israel de to-

das as outras nações, como o povo escolhido de Jeová e os objetos de Seu favor especial.

Mas o que nós consideramos agora não é tanto a operação do eterno propósito da graça

de Deus, quanto a manifestação dele.

Em todos esses estados, através dos quais os eleitos são ordenados a passar, o amor de

Deus é exercido e exibido em direção a eles e sobre eles, segundo o beneplácito de Sua

vontade. O secreto e eterno amor de Deus por Seus eleitos e Sua aberta revelação do mes-

mo, embora em partes distintas, são um e o mesmo amor. O primeiro ato de amor de Deus

pelas pessoas daqueles a quem Ele escolheu em Cristo consistiu em conceder a eles que

estivessem em Cristo, o bem estar em Cristo desde a eternidade: este foi o ato fundamentalde toda a graça e glória, pois Deus, então, os “abençoou com todas as bênçãos espirituais

nos lugares celestiais em Cristo” (Efésios 1:3). O amor de Deus em Seu próprio coração

pela Pessoa de Cristo, a Cabeça de toda a eleição da graça, não pode ser expresso, e Seu

amor em relação às pessoas dos eleitos em Cristo é tão grande e infinito que as Escrituras

declaram “que excede todo o entendimento” (Efésios 3:19). Meditar na aberta expressão e

manifestação desse amor é, agora, nosso propósito.

1 – A encarnação e a missão de Cristo: “Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco:

que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos” (1 João 4:9).

Observem o conhecimento das pessoas a quem o amor de Deus foi assim manifestado,

expresso na palavra “conosco”. Este é um termo utilizado pelos escritores sagrados para

incluir e pelo qual expressam os santos de Deus. É uma excelência distintiva dos apóstolos

que eles trazem para casa os seus temas com toda a sua energia para as mentes dos

santos, e depois os aplicam, de modo que por isso a verdade seja sentida em toda a sua

vasta importância. Quer o assunto seja eleição, redenção, chamado eficaz ou glorificação,mui geralmente eles usam o termo “conosco”, incluindo, assim, eles mesmos e todos os

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crentes a quemescreveram. Isso serve adequadamente para evidenciar que todos eles são

igualmente participantes em todas as bênçãos e benefícios de graça, o que abre o caminho

para eles se apropriarem e desfrutarem do bem deles nas Escrituras.

Para ilustrar o que acaba de ser apontado: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus

Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em

Cristo; como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos

santos e irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para filhos de adoção por

Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, Para louvor da glória

de sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado” (Efésios 1:3-6). Nessa passa-

gem, o repetido “nós” mostra a participação que todos os santos têm em sua eleição eter-

na em Cristo. Com relação ao chamado eficaz, o apóstolo usa a palavra “nós” em Romanos

9:24. Assim, em conexão com a salvação (observe o “nos” em 2 Timóteo 1:9) e glorificação

(cf. Efésios 2:7; Romanos 8:18). Seja cuidadosamente observado que, enquanto esta repe-

tição de “nós” nas Epístolas inclui toda a eleição da graça, ainda assim, isso exclui todos

os outros e não pode com qualquer verdade ou decoro ser aplicado a qualquer um, senão

aos chamados de Deus em Cristo Jesus.

A seguir, consideraremos em que esta manifestação aberta do amor de Deus consiste, no-

meadamente, na encarnação e na missão de Cristo. Na mente infinita de Jeová, todo o Seu

amor sobre as pessoas dos eleitos foi concebido desde a eternidade, com as diversas

formas e os meios pelos quais o mesmo deve ser apresentado e feito conhecido em uma

condição de tempo, para que a Igreja possa mais claramente obtê-lo. Como aprouve ao

Senhor, não obstante o Seu amor eterno por Seu povo em Cristo, o querer a sua queda de

um estado de criatura pura para um estado de depravação, assim também a Sua redenção

do mesmo foi predeterminada. Uma transação da aliança eterna ocorreu entre o Pai e o

Filho, no qual este último comprometeu-Se a assumir a natureza humana e agir como seu

Fiador e Redentor. Sua encarnação, vida e morte foram estabelecidos como os meios da

salvação deles. Isto tornou-se o tema da profecia do Antigo Testamento, a saber, que Cristo

deveria ser manifestado na carne, com o que Ele deveria fazer e sofrer, a fim de tirar o

pecado e trazer a justiça eterna.

Aquilo que foi revelado nas Escrituras pelos profetas a respeito de Cristo tornou totalmente

evidente que era da parte de Deus, que tudo isso foi originalmente o conselho-transação

no Céu antes do tempo começar, o fruto da consulta entre Jeová e o Cristo, do qual o

Espírito eterno foi testemunha, Ele comunica o mesmo para os homens santos, que falaram

ao serem movidos por Ele, porque Ele penetra todas as coisas, mesmo as profundezas de

Deus. Na pessoa do Emanuel, Deus conosco, pela Sua evidente encarnação e a salvação

que Ele operou e mui honradamente consumou, todo o amor da Santíssima Trindade se

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reflete mais gloriosamente. Deus brilhou em toda a grandeza e majestade do Seu amor por

Sua Igreja, em Cristo e, portanto, exibiu Sua eterna boa vontade para com eles. Ele tanto

os amou a ponto de dar o Seu Filho unigênito. Isto está claramente estabelecido em Sua

Palavra, de modo que é totalmente suficiente para manter um senso vívido do mesmo em

nossas mentes, como o Espírito se agradar em manter-nos crentes neste conhecimento em

nossos corações.

Uma breve palavra sobre a finalidade desta manifestação do amor de Deus, como mencio-

nado em 1 João 4:9, é “para que por ele vivamos”. “É através da encarnação e da mediação

do Senhor Jesus Cristo que nós vivemos por meio dEle uma vida de justificação, paz, per-

dão, aceitação e acesso a Deus. Os eleitos de Deus em seu estado caído estavam total-

mente em pecado, corrupção, miséria e morte; nessas circunstâncias Deus recomendou o

Seu amor em direção a eles, na medida em que, enquanto eles ainda eram pecadores,

Cristo morreu por eles. Ele por Sua morte removeu os pecados deles. Ele os amou e os

lavou de seus pecados em Seu próprio sangue, e os trouxe para perto de Deus, de modoque aqui o amor eterno do Pai por eles é mais claramente evidenciado” (S. E. Pierce, de

quem o amável sermão em 1 João 4:9 nós aqui de bom grado reconhecemos nossa dívida).

Um paralelo mais marcante com a Escritura, nós vemos sobre a declaração feita pelo

Senhor ao Seu Pai em João 17:6: “Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me

deste; eram teus, e tu mos deste”. A manifestação do nome de Deus, ou o mistério secreto

de Sua mente e vontade, só poderia ser realizada por Cristo, que estava no seio do Pai

desde a eternidade, que Se encarnou, a fim de tornar visível Aquele que é invisível. Era o

ofício e obra do Messias desvelar a “sabedoria oculta” (1 Coríntios 2:7), desbloquear o santo

dos santos, declarar o que havia sido mantido em segredo desde a fundação do mundo; e

aqui em João 17, Ele declara que Ele havia fielmente cumprido isso. Mas observe bem

como o “conosco” de 1 João 4:9 é aqui definido como “homens que do mundo me deste”.

Sim, foi para eles que Cristo manifestou o inefável nome de Deus.

Em João 17, Cristo manifestou todo o coração de Deus, tornando conhecido o Seu amor

eterno, como nunca fora revelado antes. Ali, Ele expôs a boa vontade que o Pai concedeu

aos eleitos em Cristo Jesus, de forma suficiente para encher a mente espiritual com conhe-

cimento e compreensão, mesmo tal como foi projetado para conduzir a uma completa fé e

confiança no Senhor para todas as bênçãos desta vida e das que estão por vir. E quem

poderia dar essa informação, senão Ele mesmo? Ele desceu do céu com esta expressa

finalidade e propósito. Ele foi o grande Profeta sobre a Casa de Deus. Ele tinha a chave detodo o tesouro da graça e glória. NEle, pessoalmente, estão “escondidos todos os tesouros

da sabedoria e da ciência” (Colossense 2:3). Pelo “Nome” de Deus entende-se tudo o que

Ele é, em uma forma manifesta e comunicativa. É o Seu amor pela Igreja, Sua relação de

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aliança com o Seu povo em Cristo, o eterno deleite do Seu coração por eles, o que Cristo

Se agradou em revelar tão plenamente.

É pelo Senhor admitir-nos ao conhecimento de Si mesmo, que somos levados a conhecer

a nossa eleição de Deus. A verdadeira apreensão disto é um fundamento de alegria, por

isso Cristo disse: “alegrai-vos antes por estaremos vossos nomes escritosnos céus” (Lucas

10:20). Nós não podemos saber que somos os amados de Deus, a não ser por crer em Seu

Filho, de modo que este é o fruto do conhecimento espiritual. Cristo tem a chave do conhe-

cimento e abre a porta da fé, de modo que nós O recebemos como revelado na Palavra. É

Ele, que pelo Seu Espírito, tem o prazer de derramar o amor de Deus no coração. Ele con-

cede o Espírito para fazer uma revelação da aliança eterna para nossas mentes, e, assim,

somos levados a conhecer e sentir o amor de Deus como sendo a fonte e manancial de

toda graça e consolação eterna. Como Jeová fez toda a Sua bondade passar diante de

Moisés, e mostrou-lhe a Sua glória (Êxodo 33:19), assim Ele nos admite ao conhecimentode Si mesmo como “O Senhor, o Senhor Deus, misericordioso e piedoso” [Êxodo 34:6].

2 – Por um chamado sobrenatural. Nós antecipamos um pouco disso nos dois últimos

parágrafos, mas devemos agora considera-lo mais distintamente. O chamado de um santo

é o primeiro fruto imediato a irromper do propósito da eletiva graça de Deus. “O rio corria

sob a terra desde a eternidade e elevava-se e borbulhava ali primeiramente, e em seguida,

flui acima do solo até a eternidade. Esta é a diferença inicial e grandiosa que Deus coloca

entre homem e homem, a primeira marca que Ele coloca sobre Suas ovelhas, pelo que Ele

as possui e visivelmente significa que elas são Suas” (Thomas Goodwin). “E aos que

predestinou a estes também chamou” (Romanos 8:30). O benefício original foi o fato dEle

ter nos predestinado, e a próxima bênção é o Seu chamar-nos. A mesma ordem é observa-

da em “Que nos salvou, e chamou... segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi

dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos” (2 Timóteo 1:9). O propósito eterno

se torna evidente no tempo por meio de um chamado Divino.

Outra Escritura que apresenta esta mesma verdade são aquelas palavras bem conhecidas

“procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição” (2 Pedro 1:10). Não é a nos-

sa fé, nem a nossa justificação, que é aqui especificamente apontada, mas a nossa “voca-

ção”, a que nós somos ordenados a “fazer firme”, pois assim a nossa eleição será atestada

a nós, ou seja, confirmada à nossa fé. Não é que a eleição não seja firme sem isso, pois “o

fundamento de Deus [Seu decreto eterno] fica firme” (2 Timóteo 2:19) antes de nossa

vocação; mas aqui isso é certificado para nossa fé. Assim, os apóstolos falam uma língua

uniforme, e, portanto, ao escreverem aos crentes mostram que os dois termos são coex-

tensivos. Assim, Paulo “Àigreja de Deus que está emCorinto... chamados santos” —santos

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pelo chamado (1 Coríntios 1:2). Pedro “A vossa co-eleita em babilônia” (1 Pedro 5:13). Os

termos são equivalentes,osapóstolosnãoreconhecendo nenhumoutro verdadeiro “chama-

do” senão o que era a prova imediata da eleição, sendo coextensivos às mesmas pessoas.

É realmente abençoado observar — quão graciosamente o Espírito condescendeu em

inclinar-Se e ajudar a nossa enfermidade — quão frequentemente esta preciosa verdade é

repetida na Palavra, de modo que não pode haver espaço para qualquer dúvida sobre a

questão. “Há muito que o Senhor me apareceu, dizendo: Porquanto com amor eterno te

amei, por isso com benignidade te atraí” (Jeremias 31:3). Duas coisas são aqui afirmadas,

e a relação íntima e inseparável entre elas é enfaticamente atestada. Primeiro, o amor eter-

no de Deus pelos Seus; segundo, o efeito e a demonstração do mesmo. Pelo chamado

eficaz do Espírito os eleitos são trazidos do seu estado natural de alienação e atraídos para

Deus em Cristo. Esse chamado ou atração sobrenatural é aqui expressamente atribuído à

“benignidade” do Senhor, e o vínculo entre este e o Seu amor eterno por eles é assinalado

em “por isso”. Assim, é por meio de Deus nos reconciliar conSigo mesmo que obtemos a

prova da Sua eterna boa vontade em relação a nós.

O eterno amor e graça do Deus Triuno por Seus escolhidos são evidenciados para eles

neste mundo por meio do fruto ou efeitosimediatos dos mesmos: o que era secreto no cora-

ção de Jeová é gradualmente trazido à manifestação aberta através das Suas próprias o-

bras maravilhosas em relação à igreja. Não se pode esperar que o mundo dos ímpios tenha

qualquer participação nestas operações, mas para os regenerados elas devem ser uma

fonte de prazer inesgotável e sempre crescente. Como dissemos anteriormente, o amor

eletivo de Deus foi evidenciado, em primeiro lugar, na encarnação e na missão de Seu Filho

amado, que foi ordenado para realizar a redenção de Seu povo que havia caído em Adão.

Em segundo lugar, o propósito eterno da graça de Deus se revela no e através de um

chamado Divino que os eleitos recebem, enquanto estão aqui na terra. Nós devemos agora

considerar mais definitivamente o que este chamado Divino realmente é.

Em primeiro lugar, devemos distinguir cuidadosamente entre este chamado que é recebido

pelos eleitos e aquele que vem a todos os que estão sob o anúncio da Palavra: um é par-

ticular, o outro geral. Todo aquele que vem sob o som da Palavra, sim, todos os que a têm

em suas mãos em forma escrita, são chamados por Deus a abandonar seus pecados e

buscar a Sua misericórdia em Cristo. Este chamado geral é feito aos eleitos e aos não-

eleitos da mesma forma, mas, infelizmente, ele é recusado por todos eles. Isso é descrito

em passagens como: “A vós, ó homens, clamo; e a minha voz se dirige aos filhos dos

homens” (Provérbios 8:4), “Muitos são chamados, mas poucos escolhidos” (Mateus 20:16).

Sua rejeição do mesmo é descrita assim: “Entretanto, porque eu clamei e recusastes; e

estendi a minha mão e não houve quem desse atenção” (Provérbios 1:24), “E todos à uma

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começaram a escusar-se” (Lucas 14:18). Mas é em relação ao chamado especial e parti-

cular, do qual somente os eleitos são os sujeitos, que nos interessamos.

Em segundo lugar, então, este chamado dos eleitos é um chamado individual e interior, não

caindo sobre o ouvido exterior, mas penetrando aos seus próprios corações. É a Palavra

do poder de Deus, atingindo-os em seu estado natural de morte espiritual e vivificando-os

em novidade de vida. É o BomPastor buscando e salvando a ovelha perdida e restaurando-a ao Seu Pai, como está escrito: “A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz, e

chama pelo nome às suas ovelhas, e as traz para fora. E, quando tira para fora as suas

ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz” (João

10:3-4). Do lado legal das coisas, a salvação dos eleitos de Deus tornou-se um fato consu-

mado quando Cristo morreu e ressuscitou, mas não até que o Espírito do Filho de Deus

seja enviado aos seus corações — “pelo qual clamamos: Aba, Pai” — isso é bem realizado

emsua experiência real. É pelo Espírito somente que nos é dado umconhecimento salvífico

da Verdade, a somos guiados por Ele em uma apreensão correta do mesmo: O Espírito,

então, ilumina sobre o nosso entendimento de forma que somos capazes de ter o conheci-

mento espiritual de Deus e de Seu Filho Jesus Cristo.

Em terceiro lugar, então, é um chamado eficaz, sendo realizado pelas operações sobrena-

turais do Espírito. Isso é bem igualmente verdadeiro sobre a nova criação quanto sobre a

velha: “Porque falou, e foi feito; mandou, e logo apareceu” (Salmos 33:9). Em tais passa-

gens como: “O teu povo será mui voluntário no dia do teu poder” (Salmos 110:3), este cha-

mado eficaz é referido. Sua relutância natural para entregarem-se completamente às reivin-

dicações do Senhor é docemente derretida pela comunicação de um enorme senso de

graça e do amor de Deus por eles. Mais uma vez: “E todos os teus filhos serão ensinados

do Senhor” (Isaías 54:13), e tão ensinados que Ele “nos deu entendimento para que conhe-

çamos ao Verdadeiro” (1 João 5:20). Uma vez mais, este chamado eficazé Deus cumprindo

as promessas da nova aliança: “Porei as minhas leis no seu entendimento, e em seu

coração as escreverei; e eu lhes serei por Deus, e eles me serão por povo” (Hebreus 8:10).

Teólogos sabiamente chamaram isso de “chamado eficaz” de modo a distingui-lo do geral

e exterior que vem a todos os que ouvem o evangelho. Este chamado eficaz não é um con-

vite, mas é a real concessão de vida e luz. É o fruto imediato do maravilhoso e infinito amor

de Deus pelas nossas pessoas, quando ainda somos totalmente detestáveis, sim, os sujei-

tos de nada, senão do que nos torna repulsivos e odiosos (veja Ezequiel 16:4-8!). É nessa

ocasião que o Espírito Santo é dado aos eleitos, concedido para bem realizar neles o que

Cristo fez por eles. Que seja clara e gratamente reconhecido que o dom do Espírito para

nós é um dom tão grande e grandioso como o dom de Cristo por nós. Pelo Espírito habi-

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tando em nós, somos santificados e selados para o dia da redenção. Pela habitação do

Espírito em nós, nos tornamos os templos do Deus vivo, Sua morada na terra.

Não é suficientemente reconhecido que todas as misericórdias do pacto estão na mão do

bendito Espírito Santo, cujo ofício e obra é trazer os eleitos para casa, e (pelo chamado efi-

caz) a Cristo, e para dar a conhecer e aplicar às suas almas a salvação que o Senhor Jesus

consumou e realizou para eles. Ele vem do céu em consequência da expiação e ascensão

de Cristo e proclama a salvação do Senhor para os pecadores miseráveis. Ele entra em

seus corações pecaminosos e miseráveis e dá a conhecer a salvação de Deus. Ele os

coloca, pelo crer na pessoa e obra de Cristo, na posse das coisas que acompanham a

salvação, e então Ele se torna um Consolador para eles. Tais pessoas não oram para que

o Espírito venha e os regenere, pois eles já o receberam como Espírito doador de vida e

santificação. O que agora eles devem fazer é orar por graça para recebê-lO como o Espírito

de adoção, para que Ele possa testemunhar com o seu espírito que eles são filhos de Deus.

Agora, este chamado eficaz é uma consequência necessária e adequada, e um efeito da

eleição eterna de Deus, pois ninguém é o destinatário deste chamado sobrenatural, senão

os Seus eleitos. Onde quer que a predestinação para a glória eterna exista em relação a

qualquer pessoa, então o chamado eficaz para a fé e santidade infalivelmente a segue.“...por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito,

e fé da verdade” (2 Tessalonicenses 2:13). Os eleitos são escolhidos para a salvação pela

livre e soberana graça de Deus; mas como a salvação é realmente obtida? Como Seus

favorecidos são trazidos para a posse pessoal dela? Através da santificação do Espírito e

fé da verdade, e não de outra forma. O decreto da eleição de Deus é uma ordenação para

a vida eterna e glória, e é evidente pela santidade sendo efetivamente operada em seus

objetos pela regeneração e operações santificadoras do Espírito. É assim que o Espírito

comunica o que Cristo adquiriu para eles.

“Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia,

que para glória já dantes preparou, os quais somos nós, a quem também chamou, não só

dentre os judeus, mas também dentre os gentios?” (Romanos 9:23-24). Nos versículos

imediatamente anteriores, o apóstolo havia tratado do assunto indescritivelmente solene de

como Deus mostra a Sua ira e dá a conhecer o Seu poder em relação aos não-eleitos, mas

aqui ele retoma o bendito tema de como Deus desvela as riquezas da Sua glória nos vasos

de misericórdia. Isso ocorre pelo chamado eficaz, que é recebido individualmente por Seu

povo. Esse chamado é útil para fazer manifesta a graça eterna de Deus para conosco:como Romanos 8:28 o expressa, nós somos “chamados segundo o Seu propósito”; em

outraspalavras, o Espírito é dado a nós, a fimde cumprir o decreto de Deus, ou para expres-

sar isso de outra maneira, através de Seu chamado eficaz o crente pode olhar para o alto,

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para o eterno amor de Deus por ele, tanto quanto ele pode observar através de uma fenda

na parede o brilho do sol nos céus.

Como o amor de Deus, o Pai, é principalmente descrito como o ato da eleição e manifesto

pelo fato dEle ter dado o Seu Filho unigênito para ser nossa Cabeça e Mediador, e como o

amor de Deus, o Filho, é mais brilhante e resplandecente em Sua encarnação, obediência

e entrega de Sua vida por nós, assim o amor de Deus, o Espírito, é demonstrado em Seu

revelar, na Palavra, as transações eternas entre o Pai e o Filho, e por iluminar as nossas

mentes para umconhecimento verdadeiro, vital e espiritual do Pai e do Filho. É no chamado

eficaz que o Espírito se agrada de fazer uma revelação interior e aplicação da salvação de

Cristo para a alma, o que é de fato o céu raiando sobre nós, pois através disso ospecadores

mortos são vivificados, os corações duros são suavizados, as vontades obstinadas são

flexibilizadas, os grandes pecados são abertamente perdoados e a infinita misericórdia é

apresentada e magnificada. É nessa ocasião que o Espírito Santo, que é o Senhor e doador

de toda a vida espiritual, permite que grandes pecadores conheçam que Deus é amor.

Por Seu Espírito, Cristo tem o prazer de derramar o amor de Deus no coração, e por meio

do Evangelho Ele manifesta a nós o conhecimento do amor do Pai. Ele concede o Espírito

para fazer uma revelação deste às nossas mentes, e, assim, somos levados a conhecer e

sentir o amor de Deus como sendo o fundamento de toda a graça e consolação eterna. À

medida que o conhecimento de nossa eleição pessoal (obtido através de nosso chamado

eficaz) torna evidente para nós que somos íntimos e queridos por Deus, então segue-se

que nós percebemos que somos queridos por Cristo. À medida que o Espírito dá-nos um

conhecimento do amor do Pai por nós em Seu Filho amado, somos levados a examinar e

estudar este maravilhoso assunto da eleição, e quanto mais sabemos sobre ele, mais

somos maravilhados com o mesmo. Por este meio, sob a influência do Espírito Santo,

somos levados a tais percepções da graça do Senhor Jesus a ponto de encher o nosso

coração de santo contentamento e deleite.

3 – O propósito eterno da graça de Deus para conosco é manifesto por uma mudança

sobrenatural realizada em nós. Estritamente falando, isso não é um ramo distinto do nosso

assunto, pois o novo nascimento é um e o mesmo que o nosso chamado eficaz; no entanto,

por uma questão de clareza e para resolver essas dúvidas a que os regenerados estão

sujeitos, julgamos por bem considerar os dois separadamente. Quando uma alma sincera

aprende que há tanto um chamado geral e exterior quanto um chamado particular e interior,

ela fica profundamente preocupada para saber qual deles ela recebeu, ou melhor, se ela

foi favorecida com o último, pois é apenas o chamado sobrenatural do Espírito que é eficaz

para a salvação. É neste ponto que muitos que fazem parte do querido povo de Deus são

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tão profundamente perplexos e exercitados, a saber, verificar e certificar-se de que eles já

passaram da morte para a vida e foram levados a uma união vital com Cristo.

Na tentativa de esclarecer este ponto, o escritor tem de se proteger contra o muito infringir

do próximo ramo de nosso assunto, isto é, o conhecimento da nossa eleição. No momento

estamos tratando da manifestação da mesma, em especial no que se vê nessa mudança

sobrenatural que se manifestou em Seus sujeitos no momento emque receberamo chama-

do eficaz de Deus. Vamos, portanto, contentar-nos aqui com o esforço para descrever algu-

mas das principais características desta mudança sobrenatural. Essa mudança sobrenatu-

ral é descrita em termos gerais: “se alguém está em Cristo, nova criatura é” (2 Coríntios

5:17). Outra passagem tratando do mesmo: “Visto como o seu divino poder [Ele] nos deu

tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela

sua glória e virtude” (2 Pedro 1:3). Fica logo evidente que este último versículo é muito

objetivo, pois ele se refere especificamente ao nosso chamado eficaz e atribui o mesmo ao

Divino poder.

Esta mudança sobrenatural consiste, então, em sermos transformados em novas criaturas

em Cristo Jesus. Aquele que é objeto desta obra do Espírito, no novo nascimento, embora,

seja apenas um bebê fraco e pequeno espiritualmente falando, é, no entanto, “uma nova

criatura”. Uma nova vida foi comunicada, novos princípios comunicados a partir do qual no-

vas ações se seguem. É então que “todos nós recebemos também da sua [de Cristo] pleni-

tude, e graça por graça” (João 1:16), ou seja, toda a graça espiritual da Cabeça é transmi-

tida aos Seus membros; toda a obra da graça de Cristo no Cristão é agora completada em

suas partes por “graça sobre graça”, assim como uma criança recebe membro sobre mem-

bro de seus pais. No nosso chamado eficaz, o poder Divino nos dá “tudo o que diz respeito

à vida e à piedade”; o que eles compreendem consideraremos a seguir, brevemente.

Em primeiro lugar, a compreensão espiritual. O homem natural não pode perceber, nem

receber as coisas espirituais de uma forma espiritual (embora ele possa refletir sobre elas

de uma forma natural e intelectual), porque ele é desprovido de discernimento espiritual (1

Coríntios 2:14). Mas, quando somos chamados eficazmente Deus nos dá “entendimento

para que conheçamos ao Verdadeiro” [1 João 5:20]. Disso, 2 Pedro 1:3 declara que os

todas as coisas relativas à vida e à piedade nos são dadas “pelo conhecimento daquele

que nos chamou”. A primeira luz que a alma recebe, quando o Espírito entra em seu cora-

ção é uma nova visão de Deus, e nessa luz, nós começamos a ver o que é o pecado, como

ele é em si mesmo contra um Deus santo, e, assim, percebemos o que a santidade é. É

este novo e espiritual conhecimento do próprio Deus que constitui o âmago e a essênciada bênção e da obra da nova aliança da graça: “E não ensinará cada um a seu próximo,

nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece o Senhor; porque todos me conhecerão,

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desde o menor deles até ao maior” (Hebreus 8:11). Este conhecimento espiritual de Deus,

então, é a semente e a raiz da mudança espiritual que acompanha o chamado eficaz.

Em segundo lugar, um princípio de santidade é operado na alma. Deus escolheu o Seu po-

vo em Cristo de forma que eles devem ser “santos” (Efésios 1:4), e, portanto, Ele os chama

“com uma santa vocação” (2 Timóteo 1:9). Assim, nós somos feitos “idôneos para participar

da herança dos santos na luz” (Colossenses 1:12). O nosso título para o céu repousa sobre

o que Cristo fez por nós, mas a nossa aptidão para o céu consiste na imagem de Cristo que

está sendo formada emnós. Este princípio de santidade é plantado no coração pelo Espírito

Santo, e é chamada de “a nova natureza” por alguns escritores. Evidencia-se pela pondera-

ção da mente uma e outra vez que Deus é um Deus santo, cujos olhos puros não podem

suportar a iniquidade, e pelo apegar-se do coração a Ele sob esta apreensão dEle. Aqui,

então, está o teste pelo qual devemos examinar e medir a nós mesmos: eu, tanto em meu

coração quanto em minha vida me humilho e sou levado a lamentar o que em mim é con-

trário à santidade divina? Aprovo todos os mandamentos de Deus como sendo santos e

bons, embora possam ser contrários aos meus desejos? E o meu desejo constante é que

Deus me faça, cada vez mais, um participante dessa santidade?

Em terceiro lugar, um amor por objetos e coisas espirituais. Não apenas um “novo coração”

é comunicado a nós através de nosso chamado eficaz, mas há tal Divina renovação de

nossa vontade, que ela agora é habilitada a escolher o que é espiritualmente bom, uma

capacidade que o homem natural não tem em sua condição caída. É a conversão do

coração e o anelo por objetos santos que conduz a vontade a desejá-los. Quando o amor

de Deus é derramado em nossos corações não podemos deixar de amá-lO e de amar tudo

o que Ele ama. Um amor verdadeiro e sincero por Deus é o fruto e efeito da sua vocaçãoeficaz: as duas coisas são inseparáveis: “daqueles que amam a Deus, daqueles que são

chamados segundo o seu propósito” (Romanos 8:28). Infelizmente, os nossos desejos natu-

rais ainda anseiam o que é profano, no entanto, no coração renovado há um princípio que

se deleita em e procura pelo que é puro e santo: “Nós sabemos que passamos da morte

para a vida, porque amamos os irmãos” (1 João 3:14). Você não encontra (misturado com

outras obras em você) verdadeiros impulsos de amor em relação ao próprio Deus?

Em quarto lugar, um princípio espiritual de fé. Fé natural é suficiente para objetos naturais,

mas os objetos espirituais e sobrenaturais exigem uma fé espiritual e sobrenatural. Essa fé

espiritual é “o dom de Deus” (Efésios 2:8), operada no regenerado pelo “poder de Deus”

(Colossenses 2:12). Esta fé é o efeito e acompanhamento do nosso chamado eficaz: “com

benignidade te atraí” (Jeremias 31:3) significa, em primeiro lugar, que o coração é atraído

para o Senhor, de forma que ele repousa sobre Suas promessas, repousa em Seu amor e

responde à Sua voz. “Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que

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havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia” (Hebreus 11:8), as duas

coisas são inseparáveis, a fé responde ao chamado de Deus. Por isso é que lemos sobre

“a fé dos eleitos de Deus” (Tito 1:1), o que difere radicalmente da “fé” dos religiosos formais

e entusiastas extravagantes. Em primeiro lugar, porque esse é um dom divino e não a obra

de umprincípio natural. Emsegundo lugar, porque ele recebe comsimplicidade semelhante

à de criança tudo o que é afirmado na Palavra, sem tergiversar diante de “dificuldades”

encontradas na mesma. Em terceiro lugar, porque o seu possuidor percebe que só Deus

pode sustentar e manter a fé em sua alma, pois não está no poder da criatura exercitá-la

ou aumentá-la.

Em conclusão, destacamos que esta mudança sobrenatural operada nos eleitos em seu

chamado eficaz, por este efetuar neles uma compreensão espiritual para que eles conhe-

çam a Deus, a comunicação a eles de um princípio de santidade, de amor e de fé, são o

fundamento de todas as atuações da graça que seguem. Toda atuação da graça, até o fim

da vida do crente, evidencia esta primeira obra do chamado eficaz para ser são e salvo. Na

regeneração, Deus dota a alma com todos os princípios e sementes de todas as graças, e

a vida futura do Cristão, e seu crescimento na graça (através do conflito entre a “carne” e

“Espírito”) é apenas um chamado a colocá-los em operação e manifestação.

Trataremos agora sobre como Deus faz conhecido no tempo o efeito da graça que Ele for-

mou sobre a Igreja na eternidade passada. O amor eterno de Deus por Seu povo escolhido

é desvelado em uma variedade de formas e meios, o principal deles sendo os dons inesti-

máveis de Seu Filho por eles e de Seu Espírito neles. Assim, temos até agora permanecido

acima, primeiro, a encarnação e a missão de Cristo como a principal demonstração [da

afeição] do coração do Pai para como os Seus próprios, pois enquanto a glorificação da

Trindade era Seu desígnio principal nisso, ainda assim, inseparavelmente conectado com

o mesmo estava a bênção de Seus santos. Em segundo lugar, o gracioso propósito de

Deus manifesta-se pela comunicação do Espírito para os eleitos, segundo a que são feitos

ossujeitosdeumchamado sobrenatural.Emterceirolugar,issoéainda mais evidentemente

realizado pela mudança sobrenatural operada neles, pela regeneração e santificação do

Espírito.

4 – Pela preservação Divina. “E o Deus de toda a graça, que em Cristo Jesus nos chamou

à sua eterna glória, depois de havemos padecido um pouco, ele mesmo vos aperfeiçoe,

confirme, fortifique e estabeleça” (1 Pedro 5:10). Este versículo apresenta a maravilhosa e

poderosa graça de Deus dispensada aos Seus eleitos em efetivamente chamá-los, em

preservá-los da tentação e do pecado, em fortalece-los e habilita-los a perseverar até o fim,

e — não obstante toda a oposição da carne, do mundo e do diabo — trazê-los em seguran-

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ça, por fim, até a glória eterna; pois, como Romanos 8:30 declara: “E aos que predestinou

a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou

a estes também glorificou”. Mais uma vez extrairemos livremente do mais excelente dos

escritos do Puritano Thomas Goodwin, em primeiro lugar, porque suas obras não são im-

pressas atualmente e são desconhecidas para a nossa geração, e segundo porque temos

recebido pessoalmente tanta ajuda daí que queremos compartilhar o mesmo com os nos-

sos leitores.

Deve ser devidamente notado que, no contexto imediato (1 Pedro 5:8) o Diabo é retratado

em todo o seu horror: como nosso “adversário”, pela malícia; comparado a um “leão”, pela

força; a um “leão que ruge” pelo pavor; descrito como “andando em derredor”, pela diligên-

cia incansável, “buscando a quem possa tragar” a menos que Deus evite. Agora observe o

bem-aventurado e consolador contraste: “Mas Deus”, o Todo-Poderoso, o Autossuficiente

e Todo-suficiente Único “Deus de toda graça”: quão reconfortante é destacar este atributo

quando temos que lidar com Satanás no ponto da tentação. Se o Deus de graça é por nós,

quem será contra nós? Quando Paulo estava sob tentação um mensageiro (ou anjo) de

Satanás sendo enviado para lhe esbofetear, o que foi que Deus imediatamente colocou

diante dele para alívio? Isso: “A minha graça te basta” (2 Coríntios 12:9); a graça no coração

de Deus em direção a ele e a graça operando em seu próprio coração, ambas o ajudam

efetivamente.

Mas há algo ainda mais precioso aqui, em 1 Pedro 5:10: “O Deus de toda graça”, que faz

referência primeiramente às abundantes riquezas da graça que estão em Sua natureza, em

seguida, aos propósitos benevolentes que Ele tem pelos Seus próprios e, em seguida, aos

Seus graciosos lidares com eles. A graça em Sua natureza é a fonte, a graça de Seu

propósito ou conselhos é o manancial, e a graça em Suas dispensações ou lidares conosco

são os córregos. Deus é um Deus todo-misericordioso em Si mesmo, assim como Ele é o

Todo-Poderoso, o qual é um atributo essencial. Há um oceano ilimitado de graça em Si

mesmo para nutrir todos os fluxos em que os Seus propósitos e desígnios de graça devem

comunicar adiante. Nosso consolo a partir daqui é que toda a graça que existe na naturezade Deus está na promessa de Ele ser o “Deus de toda graça” para a Sua Igreja, declarado

estar tão envolvido como o suprir-lhes dela, sim, ao extremo das necessidades dessas

riquezas, como as suas dificuldades (faltas) requererão.

Deus não é assim conhecido por Seu povo somente na era do Novo Testamento. Davi, que

era o maior sujeito, bem como adorador desta graça que encontramos no Antigo Tes-

tamento, apreendeu e reconheceu a mesma. “[...] Segundo o teu coração, fizeste toda esta

grandeza, para fazer notória todas estas grandes coisas” (1 Crônicas 17:19). E observe o

que se segue imediatamente, “Senhor, ninguém há como tu, e não há Deus fora de ti”, ou

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seja, Tu és o Deus de toda a graça, pois esta era uma questão de graça, de elevada graça

que Davi está ali exaltando, ou seja, a aliança da graça de Deus com ele em Cristo, exata-

mente revelada a ele. “Que mais te dirá Davi?” (v. 18); tal favor divino está além dele; assim

como Paulo emRomanos 8:31, “Que diremos, pois, a estas coisas?”. Quando Deusperdoa,

Ele o faz à maneira de um grande Deus, cheio de toda a graça: Ele “grandioso é em per-

doar” (Isaías 55:7), e não de acordo com nossos pensamentos, diz Ele (v. 8), mas segundo

o Seu próprio.

A isso os antigos teólogos referiam-se quando falavam que a proposital graça de Deus era

o oceano dela em Sua própria natureza, do qual brotam aqueles propósitos benéficos que

Ele tem em direção ao Seu povo, desígnios que o profeta descreveu como “pensamentos

de paz” (Jeremias 29:11), que Ele teve sobre eles ou que Ele “pensa em direção a” eles.

Seria impossível falar de todos esses pensamentos, pois, como Davi declara: “Muitas são,

Senhor meu Deus, as maravilhas que tens operado para conosco, e os teus pensamentos

não se podem contar diante de ti; se eu os quisera anunciar, e deles falar, são mais do que

se podem contar” (Salmo 40:5). Devemos, então, resumi-los e nos alongar naqueles parti-

culares que servem diretamente à questão diante de nós, ou seja, a nossa preservação, ou

Deus nos transportando com segurança através de todas as tentações para a glória eterna.

1 Pedro 5:10 manifestamente fala sobre a proposital graça de Deus, aquela graça que

estava em Seu coração em relação ao Seu povo antes que Ele os chame, a partir do que,

de fato, este chamado procede e o que O leva a isso, como é expressamente afirmado em

2 Timóteo 1:9. O primeiro ato de Sua graça proposital estava em Seu escolher-nos, Seu

destacar aquelas pessoas a quem Ele designou para ser um Deus de graça. A escolha desuas pessoas é, portanto, denominada “a eleição da graça” (Romanos 11:5), sendo este o

ato fundamental da graça, sobre o qual todos os outros são construídos. Ser um Deus de

graça para a Sua Igreja é amar seus membros simplesmente porque Ele escolheu ama-los,

pois a graça é a gratuidade do amor. “Recebe-nos graciosamente” é a oração da Igreja

(Oséias 14:2); “Eu voluntariamente os amarei” (v. 4) é a resposta do Senhor. A graça divina

e os méritos humanos são tão distantes quanto os polos: como Romanos 11:6 mostra, um

mutuamente exclui o outro.

Deus ser o Deus de toda graça para o Seu povo é Ele resolver amá-los, e isso para sempre;

ser imutável em Seu amor e nunca ter o coração afastado deles. Isto é claramente indicado

na linguagem de 1 Pedro 5:10, pois Ele “nos chamou para a sua glória eterna.” Não é

simplesmente que Ele nos chamou para a Sua graça ou favor, mas para a glória, e essa,

“glória eterna”, ou seja, pelo chamado eficaz Ele nos apropria de todo e pleno direito disso

para sempre. O que isso pode significar, senão que Deus nos chamou para tal graça e

amor, como Ele fez e resolve ser o Deus de toda a graça para conosco pela eternidade,

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portanto, nos chama para além do arrependimento (Romanos 11:29). Isto é claramente

confirmado pelo que se segue imediatamente: “depois de havemos padecido um pouco, ele

mesmo vos aperfeiçoe, confirme, fortifique e estabeleça”.

Esta graça, assim, fixada na vontade Divina é o mais soberano e predominante princípio no

coração de Deus, acima de todas as outras coisas que Ele quer, de forma a realizar

eficazmente e efetuar a Sua resolução de livre graça. Graça, como é o mais resoluto, assim

é o princípio mais absoluto no coração de Deus; pois a ela pertence o domínio. O que mais

significa “trono da graça” (Hebreus 4:16)? Por que outra razão é a graça dita “reinasse ...

para a vida eterna” (Romanos 5:21)? A mesma coisa aparece no contexto de 1 Pedro 5:10:

“Humilhai-vos [ou submetam-se], pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu

tempo vos exalte” (v. 6); Ele “tem cuidado de vós” (v. 7); tudo isso é conduzido ao “Deus de

toda graça” no versículo 10; que é seguido por “a ele seja a glória e o poderio para todo o

sempre. Amém” (v. 11), ou seja, a ele como “o Deus de toda graça”.

Mas é como o Deus de toda a graça por meio da execução ou desempenho que agora

temos que contemplá-lO em Suas dispensações graciosas de todos os tipos, que são os

efeitos do oceano de graça em Sua natureza e o propósito da graça em Seu coração. Nós

podemos voltar, por um momento, para 1 Pedro 5:5: “Deus [...] dá graça aos humildes”, que

se refere à Sua concessão real de graça. De modo semelhante, Tiago declara: “Ele dá

maior graça” (4:6), onde ele cita a mesma passagem, como Pedro. Em Tiago isso é falado

em referência a subjugar as concupiscênciasde Seu povo, particularmente cobiça segundo

a inveja. Verdadeiramente isso é graça de fato, que quando a concupiscência se enfurece,

a graça de Deus deve movê-lO a dar mais graça pela qual Ele a sujeita; aos que se humi-

lham por suas paixões, Ele dá maior graça.

Ajudar-nos-á a uma melhor compreensão deste título Divino “o Deus de toda graça”, se o

compararmos com o “Deus de toda consolação” em 2 Coríntios 1:3. Agora, isso é falado

em relação aos efeitos do consolo: como o salmista diz: “Tu és bom e fazes bem” [Salmos

119: 68]; assim, imediatamente após Ele ser chamado como “o Deus de toda consolação”

segue-se, “que nos consola em toda a nossa tribulação”. Ele é o “Deus de toda consolação”

em relação a todos os tipos de angústias, que os santos emqualquer tempo têm; da mesma

maneira, Ele é o Deus de toda graça em relação aos seus efeitos graciosos. No entanto,

isso pode ser adicionado — para a devida magnificação da graça — que os dois não são

proporcionais, pois as dispensações de Sua graça são mais amplas do que as dispensa-

ções de Seu consolo. Deus muitas vezes dá a graça onde Ele não confere consolo, a fim

de que Ele seja o Deus de toda a graça em uma extensão maior do que Ele é Deus de toda

consolação.

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Agora, já que há uma plenitude, um oceano, toda a graça dispensatória a ser dada por

Deus, o que se segue necessariamente? Isto, em primeiro lugar, que não há tentação que

ocorra ou possa ocorrer a um santo que está sob o domínio da livre graça, a não ser que

Deus tenha uma graça preparada para ser aplicada quando sua hora chegar. Isso implica

claramente que Deus tem uma graça apropriada e adaptada quando cada necessidade e

ocasião surgirem. Não há dor no coração, a não ser que Ele tenha um unguento prontopara isso, para ser posto sobre ela no momento devido. A própria palavra “graça” é relativa

à necessidade e tentação, e por isso “toda a graça” deve ser relacionada a todos ou quais-

quer necessidades de qualquer natureza. Se houvesse qualquer falta nos grandes sujeitos

da livre graça de que lhes seja possível, e Deus não tivesse uma graça especial para isso,

Ele não seria o Deus de toda graça. Mas nunca se pode dizer que a miséria de Seu povo é

mais extensa do que o alcance da graça de Deus.

Como Deus tem graça para todas as múltiplas necessidades de Seu povo, de modo que

Ele é o Deus de toda graça em conceder ajuda conforme as ocasiões deles requerem, para

os tais, a temporada de graça deve ser demonstrada. “Cheguemos, pois, com confiança ao

trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos

ajudados em tempo oportuno” (Hebreus 4:16). Então, mais uma vez, “para que execute o

juízo do seu servo e o juízo do seu povo Israel, a cada qual no seu dia” (1 Reis 8:59), o que

deve ser visto como um tipo da intercessão do antítipo Salomão, o Príncipe da paz. Assim,

o favor de Deus se manifesta ao Seu povo em todos os momentos de necessidade e em

todos os tipos de formas. Se Deus falhasse com o Seu povo em qualquer época e não os

ajudasse em qualquer necessidade, então Ele não seria o Deus de toda a graça, pois é a

parte principal de ser gracioso o aliviar em tempo de maior necessidade.

O fato de que Ele é o Deus de toda a graça no que diz respeito à dispensação da mesma,

demonstra que Ele não leva este título sobre Si potencialmente, mas que Ele é assim em

verdade, é simplesmente que Ele tem em Si mesmo a graça suficiente para atender toda a

variada necessidade de Seu povo, mas também que Ele realmente o efetua. Para casos de

todos os tipos, Deus dá prova completa disso. No dia vindouro, Ele terá a honra de ser não

apenas o Deus de toda graça, potencialmente, mas será realmente assim no desempenho

disso, pois será visto, então, que Ele bem realizou totalmente essa palavra “Não veio sobre

vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que

podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar” (1

Coríntios 10:13). A maior e mais aguçada necessidade dos Cristãos advém de seu pecado

interior, ainda assim, ampla provisão é feita aqui, também, pois “onde o pecado abundou,

superabundou a graça” (Romanos 5:20).

Mas, aqueles que foramchamados eficazmente responderão: Ai de mim, os meus pecados,

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desde a conversão, têm sido maiores e mais densos do que qualquer outro que eu cometi

antes. Resposta: em primeiro lugar, você pode ter sido muito jovem quando convertido pri-

meiramente: desde então, como você tem se desenvolvido de acordo com o curso da natu-

reza, a cobiça também tem crescido, e você está mais consciente delas do que na moci-

dade. Em segundo lugar, as suas circunstâncias podem ser responsáveis por elas, embora

não as desculpem. Alguns pecam de forma pior após a conversão do que antes: Jó e Jere-

mias pecaram mais gravemente posteriormente na vida do que durante os anos anteriores,

pois suas tentações cresceram muito maiores. Em terceiro lugar, considere não apenas os

seus pecados terríveis, mas os seus arrependimentos sinceros também, seus clamores

fervorosos a Deus contra eles, que não foram ignorados por Ele; demonstrando mais umavez que Ele é “o Deus de toda graça”.

Uma outra coisa que se poderia supor obstruir o curso da graça de Deus que começou em

nós no chamado eficaz, fazendo com que o Seu coração se desviasse de nós, é o poder

do pecado e fúrias no interior do Cristão. Mas, se Ele nos santificou a princípio como o Deus

de toda a graça, então certamente isso proporciona umseguro fundamento de confirmação,

com o que, não obstante os perigos de nossas corrupções remanescentes pareçam nos

ameaçar, Ele certamente preservará a graça em nós, apesar de todas as tentações a que

estamos sujeitos. Em sua santificação, Deus colocou na alma do Cristão as sementes de

toda graça e disposição graciosa que ele alguma vez possuiu. Ele não é bem capaz de nu-

trir e preservar este jardim de Sua própria plantação? Ouça a Sua preciosíssima promessa:“Eu, o Senhor, a guardo, e cada momento a regarei; para que ninguém lhe faça dano, de

noite e de dia a guardarei” (Isaías 27:3).

“Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes? An-

tes, ele dá maior graça. Portanto diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humil-

des” (Tiago 4:5-6). Isto denota claramente que nossos conflitos mais ferozes e mais perigo-

sos são com algum desejo ou tentação particular, pois tal o exemplo do apóstolo aqui

transmite,aconcupiscênciadainveja.Masquandoumaalmaregeneradaéconsciente desta

corrupção e humilha-se sob ela e por ela, lamentando a mesma diante de Deus, isso mostra

que a graça contrária está trabalhando dentro dele, opondo-se às atividades daquela luxú-

ria, resistindo àquela inveja (e ao orgulho a partir do qual brota), e por isso é que ele busca

por humildade (a graça contrária ao orgulho); e o Senhor como o Deus de toda a graça dá-lhe “mais graça”.

Mas uma pobre alma responderá: infelizmente, temo muito que a minha condição seja muito

pior agora do que jamais fora anteriormente. Resposta: considere a pior condição em que

você já esteve após a conversão, e considere o quadro de seu coração nela e, em seguida,

compare-a com o melhor estado de espírito em que você alguma vez já esteve antes da

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conversão. Honestamente, você se atreve a trocar isso agora, por aquilo que era no passa-

do? Antes da conversão você não tinha o menor pingo de santa afeição em si, você não

visava a glória de Deus; mas, desde a conversão você tem (considere todo o curso da sua

vida Cristã) tido um olhar para Deus e procura agradar a Deus. É verdade, como Davi, você

deve dizer: “Desgarrei-me como [não porco, mas apenas] a ovelha perdida”, ainda assim,

você pode acrescentar com ele: “busca o teu servo, pois não me esqueci dos teus manda-

mentos” (Salmos 119:176).

Antes de sua conversão nunca invocaste a Deus sem uma formalidade; mas agora você

muitas vezes clama a Ele sinceramente. Antes, você não tinha verdadeiro ódio ao pecado

e não buscava a santidade; mas agora busca, embora muito aquém do que deveria. Você

fala sobre concupiscências assaltando-o com tentações; sim, porém uma vez você tinha o

diabo habitando em si, como em sua própria casa, em paz, e tendo-o cativo segundo sua

vontade. Você reclama da frieza no exercício dos deveres espirituais; sim, mas uma vez

você esteve totalmente morto. Pode ser que suas graças não estejam brilhando, e ainda

assim, há em você anseios por Deus, deseja temer o Seu nome. Há, então, uma criatura

espiritual vivendo em você, a qual, como a toupeira subterrânea, está se esforçando em

direção ao ar, levantando-se da terra.

A prova adicional (em 1 Pedro 5:10) que o Deus de toda a graça conduzirá com segurança

ao Céu, através de todos os sofrimentos e as tentações, aqueles a quem Ele chamou, está

contida nas palavras “nos chamou para a sua glória eterna”. Embora nós ainda não esteja-

mos na posse real e pleno gozo da mesma, no entanto, Deus já nos investiu com um direito

pleno e imprescritível dela. Esta “glória” foi o primeiro de todos os pensamentos e intenções

de Deus ao nosso respeito, pois era o fim ou resultado de Seus propósitos graciosos para

conosco. Disse o Senhor Jesus: “Não temais, ó pequeno rebanho, porque a vosso Pai agra-

dou dar-vos o reino” (Lucas 12:32), e Ele exclamará no dia vindouro: “Vinde, benditos de

meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo”

(Mateus 25:34), que se refere em si mesmo ao céu, onde Deus reina como Rei incon-

testado.

Agora o coração de Deus está tão posto sobre esta glória como Sua primeira e última fina-

lidade para o Seu povo que, quando Sua graça eletiva torna-se conhecida em nosso

chamado, Ele, então, nos concede o pleno direito à mesma. Embora Ele suspende o dar-

nos a plena posse dela por alguns anos, entretanto Ele não suspende o pleno título da

mesma, pois a totalidade da salvação é, então, conferida a nós. Um belo (e proposital) tipo

disso é encontrado em 1 Samuel 16:18. Aos olhos de seus irmãos, Deus enviou Samuel a

Davi, enquanto ele ainda era jovem, e o ungiu rei, investindo-o assim do seguro direito ao

reino de Israel, sendo esta unção o penhor e garantia de todo o restante. Mas, por muitos

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anos a posse do reino de Davi foi adiada e, durante esse tempo, ele sofreu muito nas mãos

de Saul; no entanto, Deus milagrosamente o preservou e trouxe-o com segurança para o

trono do reino.

Mas, observe bemque Deus não somente noschamou à Sua glória, mas para a “sua eterna

glória”, no que está implícito não simplesmente que a glória é eterna como umcomplemento

da mesma, mas que a nossa vocação e propriedade, assim, é para a eternidade daquela

glória, bem como para a própria glória. Isto implica em duas coisas. Em primeiro lugar,

aquele que é chamado de Deus tem uma vida ou glória espiritual iniciada em sua alma, que

é eterna; observe como a imagem de Cristo operada no crente nesta vida é chamada de

“glória” em 2 Coríntios 3:18. Esta glória da vida espiritual do Cristão é indestrutível: “quem

crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (João 11:25). Em segundo lugar, importa que,

quando um homem é chamado, ele é colocado na posse de um direito eterno de glória, e

não um direito presente de glória apenas, mas um direito perpétuo; uma dádiva segura, que

alcança a eternidade. “Para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitosherdeiros

segundo a esperança da vida eterna” (Tito 3:7).

Há ainda uma outra frase em 1 Pedro 5:10, que deve continuar a ser considerada: “Em

Jesus Cristo”. Há uma segurança que Jesus Cristo concedida, assim como a do Pai, para

confirmar a fé do crente que ele será fortalecido e capacitado a perseverar. Deus é o Deus

de toda a graça para nós por Jesus Cristo: todos os Seus atos de graça para conosco são

em e por meio dEle. Ele elegeu-nos em primeiro lugar e, em seguida, amou-nos apenas

enquanto considerando-nos em Jesus Cristo. Deus, tendo assim estabelecido Cristo como

Mediador, ou melhor, como o Fundamento de Sua graça, é uma base segura da continui-

dade desta para nós. Todos os propósitos de graça foram feitos em Cristo, e todas as Suas

promessas são estabelecidas e executadas em e por meio dEle.

Há duas Pessoas engajadas na preservação dos santos para a glória: Deus, o Pai e Jesus

Cristo. Nós temos visto que esta confirmação fornece à nossa fé os interesses de Deus o

Pai para conosco; igualmente pleno e forte é aquele suprido pelo interesse que Jesus Cristo

tem para com eles. A realização da nossa segura e firme salvação contra toda a oposição

está diretamente fundamentada sobre Ele e relacionada a Ele. A respeito de Jesus Cristo,

Deus diz: “Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; e quem

nela crer não será confundido” (1 Pedro 2:6). Nós somos “chamados para serdes de Jesus

Cristo” (Romanos 1:6). Temos “a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor” (Romanos

6:23). Deus “nos confirma convosco em Cristo” (2 Coríntios 1:21).

Pouco espaço nos resta para considerarmos a segurança que uma devida contemplação

que a Pessoa de Cristo, a Sua relação conosco, e ofício por nós fornecem à nossa fé, de

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forma que sejamos divinamente fortalecidos para perseverar até o fim. Assim, apenas

alguns detalhes podem ser mencionados. Em primeiro lugar, a Sua obra redentora. Esta é

de tal infinito valor que Ele não somente comprou para nós o nosso primeiro chamado para

a graça (Romanos 5:2), mas junto com isso, a nossa continuidade nesta graça. Cristo meri-

toriamente anulou todas as nossas tentações e há uma habilidade nEle mesmo para

socorrer-nos e nos firmar até o fim. “O qual se deu a si mesmo por nossos pecados, para

nos livrar do presente século mau” (Gálatas 1:4). “O qual se deu a si mesmo por nós para

nos remir de toda a iniquidade e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas

obras” (Tito 2:14). Enquanto Seu precioso sangue conservar o seu valor infinito na estima

de Deus, nenhuma de Suas ovelhas pode perecer.

Em segundo lugar, a terna compaixão de Cristo. “Porque naquilo que ele mesmo, sendo

tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados” (Hebreus 2:18). No versículo

anterior é declarado que Ele é “misericordioso Sumo Sacerdote”, para apiedar-se de nós,

de forma que Ele tem um coração e disposição de ajudar o Seu povo; mas no verso 18 é

adicionado que Ele é capaz de assim fazê-lo. E observe, não é afirmado que Ele é capaz

em relação ao Seu poder pessoal, como Ele é Deus, mas que há uma possibilidade além

e adquirida, dEle como sendo Homem. Ele ter sido feito um homem frágil, sujeito a tenta-

ções, e as dolorosas experiências pelas quais Ele passou nos dias de Sua humilhação,

atrai o Seu coração à piedade por nós quando estamos em perigo, e por causa dessa

ternura adquirida, Ele é capaz de nos socorrer na tentação.

Em terceiro lugar, a Sua intercessão. “Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados

com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos

pela sua vida” (Romanos 5:10), isto é, pela Sua vida por nós no Céu. “Portanto, pode tam-

bémsalvar perfeitamente os que por ele se chegama Deus, vivendo sempre parainterceder

por eles” (Hebreus 7:25). Se, então, tu vens a Deus por meio dEle, a intercessão de Cristo

efetivamente protege a tua salvação em extremo. Porque Ele tem te levado em Seu cora-

ção, Ele temte levado emSuas orações. Uma vez que Cristo nos conduz em Suas orações,

Ele nunca nos deixará, mas prevalece por nós, qualquer que seja a nossa situação, ou seja

no que for que caiamos (1 João 2:1), uma clara prova disso foi fornecida pelo caso de

Pedro. Um homem pode ser lançado fora das orações de um santo, como Saul foi lançado

fora das de Samuel; mas ninguém jamais foi expulso das orações de Cristo, tendo uma vez

estado em Suas orações. Suas orações prevalecerão para impedir-te de cair em tais

pecados como os que Deus não perdoará.

Em quarto lugar, o interesse de Cristo naquela glória para a qual somos chamados e nos-

sa participação na glória de Cristo, pois elas são uma. “Fiel é Deus, pelo qual fostes

chamados para a comunhão de seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor” (1 Coríntios 1:9); ou

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seja, somos participantes das mesmas coisas (em nossa medida) que Ele é participante.

“Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o

seremos na da sua ressurreição” (Romanos 6:5). O apóstolo declara que Deus “vos cha-

mou, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo” (2 Tessalonicenses 2:14). É

para a própria glória de Cristo — a recompensa dessa obra maravilhosa pela qual Ele de

forma tão ilustre magnificou o Pai — que o Seu povo é trazido, pois nada menos do que

isso satisfaria o coração de Cristo: “Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver,

também eles estejam comigo, para que vejam a minha glória que me deste” (João 17:24).

Aqui, então, é como a eleição secreta de Deus na eternidade passada é manifestada aber-

tamente ao Seu povo neste estado temporal: por meio de um chamado sobrenatural, e por

milagrosamente conduzi-los através do mundo, que é tão hostil às suas almas quanto a

fornalha da Babilônia era aos corpos dos três hebreus.

Sola Scriptura!

Sola Gratia!

Sola Fide!

Solus Christus!

Soli Deo Gloria!

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10 Sermões — R. M. M’CheyneAdoração — A. W. PinkAgonia de Cristo — J. EdwardsBatismo, O — John GillBatismo de Crentes por Imersão, Um DistintivoNeotestamentário e Batista — William R. DowningBênçãos do Pacto — C. H. SpurgeonBiografia de A. W. Pink, Uma — Erroll HulseCarta de George Whitefield a John Wesley Sobre aDoutrina da EleiçãoCessacionismo, Provando que os Dons CarismáticosCessaram — Peter MastersComo Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção daEleição — A. W. PinkComo Ser uma Mulher de Deus? — Paul WasherComo Toda a Doutrina da Predestinação é corrompidapelos Arminianos — J. OwenConfissão de Fé Batista de 1689Conversão — John GillCristo É Tudo Em Todos — Jeremiah BurroughsCristo, Totalmente Desejável — John FlavelDefesa do Calvinismo, Uma — C. H. SpurgeonDeus Salva Quem Ele Quer! — J. EdwardsDiscipulado no T empo dos Puritanos, O — W. BevinsDoutrina da Eleição, A — A. W. PinkEleição & Vocação — R. M. M’CheyneEleição Particular — C. H. SpurgeonEspecial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —J. OwenEvangelismo Moderno — A. W. PinkExcelência de Cristo, A — J. EdwardsGloriosa Predestinação, A — C. H. SpurgeonGuia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. PinkIgrejas do Novo Testamento — A. W. PinkIn Memoriam, a Canção dos Suspiros — SusannahSpurgeonIncomparável Excelência e Santidade de Deus, A —Jeremiah BurroughsInfinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvaçãodos Pecadores, A — A. W. PinkJesus! – C. H. SpurgeonJustificação,PropiciaçãoeDeclaração —C.H.SpurgeonLivre Graça, A — C. H. SpurgeonMarcas de Uma Verdadeira Conversão — G. WhitefieldMito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. ChantryNatureza da Igreja Evangélica, A — John Gill

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Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a —John Flavel

Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H.

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Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W.Pink

Oração — Thomas Watson Pacto da Graça, O — Mike Renihan Paixão de Cristo, A — Thomas Adams Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural —

Thomas Boston

Plenitude do Mediador, A — John Gill Porção do Ímpios, A — J. Edwards Pregação Chocante — Paul Washer Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado

Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200

Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M.

M'Cheyne

Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon Sangue, O — C. H. Spurgeon Semper Idem — Thomas Adams Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill,

Owen e Charnock

Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça deDeus) — C. H. Spurgeon

Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J.Edwards

Sobre aNossa Conversão a Deuse Como Essa Doutrinaé Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen

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Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de

Claraval

Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológicano Batismo de Crentes — Fred Malone

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2 Coríntios 4

1

2Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;

Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nemfalsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,

3

4

entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória5

Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus.6

Porque Deus,que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,

7

este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós.8

Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.9

Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;10

Trazendo semprepor toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus

se manifeste também nos nossos corpos;11

E assim nós, que vivemos, estamos sempreentregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na

nossa carne mortal.12

De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida.13

E temosportanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,

por isso também falamos.14

Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará

também por Jesus, e nos apresentará convosco.15

Porque tudo isto é por amor de vós, paraque a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de

Deus.16

Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o

interior, contudo, se renova de dia em dia.17

Porque a nossa leve e momentânea tribulação

produz para nós um peso eterno de glória mui excelente;18

Não atentando nós nas coisasque se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se

não veem são eternas.