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A METODOLOGIA DE PROJETOS EM SALA DE AULA:

Uma experiência com educadores do Colégio Estadual Tancredo

Neves - EFM

Autora: Ivonete Barp Dias de Castro1 Orientadora: Profª. M.ª Solange Aparecida de O. Collares2

RESUMO Este estudo teve por meta discutir a metodologia por projetos e contribuir para a construção de atividades interdisciplinares de forma coletiva, bem como planejamento, execução e avaliação de projetos na prática escolar. Consta do curso de formação presencial “A práxis da metodologia de projetos na escola” que foi desenvolvido com docentes do Ensino Fundamental e Médio de várias Escolas Estaduais do município de São João e do curso online “Grupo de Trabalho em Rede” (GTR) e, também de entrevistas realizadas com docentes que participaram dessa formação, para levantamento da percepção desses docentes sobre a metodologia de projetos. O objetivo foi investigar as dificuldades sobre metodologia de projetos por alguns docentes nesta ação pedagógica educativa e proporcionar discussões a respeito da metodologia, assim como despertar o interesse dos docentes. A metodologia define-se como qualitativa. A teoria sustenta a prática docente de acordo com ALMEIDA (2000), BARBOSA (2008), BEHRENS; ZEM (2007), FREIRE (2002), MELLO (2008), MORIN (2003), NOGUEIRA (1998), PRADO (2004), que discutem a educação e o ensino desenvolvido com projetos pedagógicos, cuja metodologia inclui interdisciplinaridade, consideração com o contexto dos alunos, integração da equipe pedagógica da escola, entre outros aspectos. Como resultados encontramos a percepção de professores que reconhecem a efetividade da metodologia por projetos, mas também apontam obstáculos, tais como empenho redobrado de um número significativo de educadores; maior interesse de todos os envolvidos, integração da equipe pedagógica, escassez de recursos materiais, necessidade de engajamento da direção da escola.

Palavras Chave: Metodologia de projeto. Interdisciplinaridade. Aprendizagem.

Planejamento.

1. INTRODUÇÃO

O estudo sobre a metodologia de projetos tem como objetivo auxiliar e

conduzir os educadores na construção de projeto interdisciplinar no âmbito

educacional.

Assim, este artigo resulta da intenção de subsidiar os professores com

conhecimentos sobre a metodologia de projetos, de forma que os educadores

1 Professora PDE da área de Matemática do município de São João, Paraná. E-mail:

[email protected] 2 Professora do Dep. de Pedagogia da Universidade Estadual do Centro-Oeste, Paraná, Mestre em

Educação. E- mail: [email protected]

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tenham mais esse instrumento como opção de trabalho para fazerem frente às

diferentes demandas da escola.

No decorrer das atividades desenvolvidas que serão, a seguir, mencionadas,

foram elencadas as dúvidas encontradas pelos professores, bem como os passos

da metodologia de projetos na busca de contribuir para uma aprendizagem

significativa3 dos alunos.

Para elaboração desta pesquisa, foram realizadas atividades relacionadas ao

curso de intervenção pedagógica e Grupo de Trabalho em Rede (GTR), os quais

foram trabalhados junto a educadores da rede pública de ensino do estado do

Paraná, de modo a oportunizar reflexões acerca da prática docente, didática,

aprendizagem e as metodologias utilizadas, concomitante aos projetos

interdisciplinares e seus benefícios no processo contínuo de aperfeiçoamento

educativo.

Posto assim estes desafios, foi elaborado um projeto de implementação

integrando um conjunto de atividades, o qual resultou na oferta do curso para

educadores nas dependências do Colégio Estadual Tancredo Neves - EFM,

localizado no município de São João, jurisdição do Núcleo Regional de Educação de

Pato Branco/PR.

O curso, realizado de forma presencial, proporcionou oito encontros

totalizando uma carga horária de trinta e duas horas, do quais participaram dezoito

docentes do Ensino Fundamental e Médio de várias Escolas Estaduais do município

de São João. O curso de formação online “Grupo de Trabalho em Rede” (GTR),

ofertou vinte vagas para professores do quadro próprio do Estado do Paraná. Em

Ambos os cursos foram proporcionados momentos de leituras, participação nos

fóruns, dinâmicas e atividades visando conduzir os educadores à reflexão sobre a

pedagogia de projetos.

Registra-se ainda que, o conhecimento da pedagogia de projetos preconiza a

possibilidade de trabalhar conteúdos além do currículo escolar tradicional, de modo

a estabelecer a conexão com a realidade do aluno. Essa sistematização de novos

3 Aprendizagem Significativa é o processo pelo qual um novo conhecimento se relaciona de maneira

não arbitrária e não literal à estrutura cognitiva do estudante, de modo que o conhecimento prévio do educando interage, de forma significativa, com o novo conhecimento que lhe é apresentado, provocando mudanças em sua estrutura cognitiva (AUSBEL, 1973 apud SILVA; SCHIRLO, 2014, p. 38).

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saberes, além de fortalecer o cenário educacional, também visa auxiliar os

profissionais da educação e instituições de ensino, capacitando-os a interagirem

com a família e com a sociedade na qual o educando se insere.

2. GESTÃO DE PROJETOS

A gestão de projetos em si, pode ser elencada como ferramenta para auxiliar

o processo de ensino-aprendizagem. Tal ponderação pode ser evidenciada devido

ao constante emprego dessa metodologia no trabalho com interdisciplinaridade.

Correlacionar os saberes pressupõe a união de conteúdos e disciplinas, de

modo a promover a construção de novos conhecimentos. Desse modo, trabalhar de

forma segregada pode representar um obstáculo ao desenvolvimento da

metodologia de projetos. Tal individualidade entre as disciplinas é discutida, por

Morin (2003):

Em vez de corrigir esses desenvolvimentos, nosso sistema de ensino obedece a eles. Na escola primária nos ensinam a isolar os objetos (de seu meio ambiente), a separar as disciplinas (em vez de reconhecer suas correlações), a dissociar os problemas, em vez de reunir e integrar. Obrigam-nos a reduzir o complexo ao simples, isto é, a separar o que está ligado; a decompor, e não a recompor; e a eliminar tudo que causa desordens ou contradições em nosso entendimento (MORIN, 2003, p. 15).

Mas como trabalhar o projeto sem desvincular os conteúdos curriculares da

prática docente? Nessa perspectiva, a gestão de projetos se insere justamente para

nortear essa prática, a fim de ressignificar os conteúdos incorporados à realidade do

aluno e da comunidade escolar. Concomitante a esse processo, o educador deve

estar atento quanto à introdução de práticas pedagógicas que integrem as

disciplinas propostas e, investigar o interesse dos educandos e a viabilidade da

temática proposta.

Correlacionar conteúdos às próprias indagações dos educandos pode ser

uma das bases para elaboração de temas passíveis da execução de projetos. Unir

matemática a ciências para ensinar sobre a água, seu percentil na distribuição nos

biomas, seres vivos e sua importância para a vida, pode ser trabalhado junto à

unidade de captação local de água do município, onde podem ser feitas pesquisas

da qualidade dela, construção de gráficos, ou seja, abrir portas para uma infinidade

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de correlações, conectando o aluno a sua realidade, eis a relevância da prática dos

projetos quando adequadamente aplicada.

Embora os recursos sejam limitados, o curso referente à metodologia de

projetos resgatou o desejo de retomar essa prática junto aos educandos. Nogueira

(1998, p. 94), descreve o trabalho dos projetos junto aos educandos:

Um projeto temático não precisa ser desconectado da programação acadêmica. Ele pode e até deve ser programado e proposto juntamente com os alunos, de tal forma a intensificar o processo de aprendizagem dos conteúdos e, principalmente, possibilitar diversificação de ações, formas e vivencias que venham ainda propiciar uma amplitude de desenvolvimento das diferentes competências [...] Na realidade, os projetos temáticos são ferramentas que possibilitam uma melhor forma de trabalhar os velhos conteúdos de maneira mais atraente e interessante [...].

Diante da observação do resgate da prática dos projetos, algumas

considerações acerca do papel da escola e da situação da comunidade devem ser

levadas em conta, como explicita a educadora a seguir.

Com efeito, Moura et. al (2009, p. 49), descreve algumas modalidades de

projetos, elencando o ensino e a aprendizagem. Independente da sua classificação,

os projetos devem coexistir de acordo com algumas diretrizes, ou seja, suas

dimensões fundamentais: “o planejamento e a execução”. Essas condicionantes são

essências, pois projetos podem não ser bem sucedidos devido à falta de um

planejamento eficaz em relação às possíveis adversidades encontradas no seu

desenvolvimento.

Barbosa e Horn (2008, p. 31), explicitam acerca da execução dos projetos

educacionais:

A proposta de trabalho com projetos possibilita momentos de autonomia e de dependência do grupo; momentos de cooperação do grupo sob uma autoridade mais experiente e também de liberdade; momentos de individualidade e de sociabilidade, momentos de interesse e de esforço; momentos de jogo e de trabalho como fatores que expressam a complexidade do fato educativo.

As etapas estabelecidas em cada projeto presumem a interação entre os

partícipes, sendo essencial analisar as dimensões de cada um. Convém ponderar

que é difícil “medir” ou avaliar todas as etapas a serem vencidas. Nesse sentido,

Moura et al. (2009, p.51) propõem que coexistem “dimensões do tipo:

aprendizagem, conhecimento, habilidade, nível de satisfação desempenho

intelectual, valores éticos, morais, etc”.

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Para se estabelecer um projeto escolar, é preciso que o educador tenha em

mente a correlação deste com os conteúdos, além de adequá-lo ao contexto

sociocultural da instituição educacional ao qual será implementado. Nesse sentido,

observa-se que,

Sem conteúdo não há ensino, qualquer projeto educativo acaba se concretizando na aspiração de conseguir alguns efeitos nos sujeitos que se educam. Referindo-se estas afirmações ao tratamento científico do ensino, pode-se dizer que sem formalizar os problemas relativos aos conteúdos não existe discurso rigoroso nem científico sobre o ensino, porque estaríamos falando de uma atividade vazia ou com significado à margem do para que serve (SACRISTÁN, 2000 apud PARANÁ, 2008, p. 24).

Por tais razões, destaca-se a necessidade de entender como os resultados

serão avaliados, pois infindas sistematizações podem ser obtidas por meio das

atividades realizadas, pesquisas, apresentações, dentre outras atividades

desenvolvidas.

2.1. Planejamento na prática educacional

Um dos elementos preponderantes para o planejamento é que o professor

conheça os conteúdos e identifique as competências a serem desenvolvidas com

seus alunos.

Por esse motivo, a formação do docente deve ser contínua, isto é,

permanente. Ela “deveria contemplar valores, padrões de comunicação, relações,

modos de condutas, hábitos” (RIBAS, 2001, p. 46). Em alguns casos, o professor,

por ter uma formação em investigação científica, pensa que esse conhecimento é o

único elemento necessário a sua práxis, esquecendo-se de que o aluno já possui um

conhecimento prévio, o qual foi construído ao longo de suas vivências. Agrupam-se

nessa condicionante, dezenas de alunos com diferentes experiências, estratos

sociais e condições de vida também distintas, ou seja, as turmas, especialmente da

escola pública, são heterogêneas. Essa heterogeneidade pode se constituir um fator

que dificulta a relação professor-aluno, levando o docente, em determinada situação,

a agir com postura autoritária, obstaculizando, assim, o ensino-aprendizagem.

Por outro lado, sabe-se que o conhecimento científico é importante para a

formação do profissional da educação, porém, por si só, não é suficiente para

garantir o professor como um profissional com qualidade. Há necessidade de

estratégias diferenciadas, a fim de que ocorra o ensino e a aprendizagem nas

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instituições de ensino público. Nos cursos de formação, a teoria e a prática são

descontextualizadas do ambiente escolar, pois não levam a uma reflexão pelo fato

de a escola possuir diferentes realidades.

O professor que utiliza uma única estratégia de ensino-aprendizagem corre o

risco de não obter sucesso em seu trabalho, pois são múltiplas as opções que ele

pode utilizar para que viabilizar o diálogo entre as distintas formas de apreensão do

conhecimento por parte do aluno. Assim, a formação continuada possibilita a

construção do conhecimento, a apropriação dos saberes bem como uma reflexão

sobre sua prática coletivamente. Ela também vai enfatizar que o educador deve

sempre considerar a realidade social do aluno, conhecê-lo para melhorar o diálogo;

abrir-se para a afetividade e para a emoção no ato de ensinar e aprender, virtudes

que estão se perdendo nos cursos de formação e no trabalho do professor.

A ele também cabe organizar um trabalho envolvendo múltiplos “fatores”, para

pôr em prática o que foi planejado em cada aula, a fim de desenvolver

responsabilidade na utilização de ferramentas pedagógicas.

Para tanto, o professor deve se apropriar da criatividade com intuito de

potencializar as informações dos conteúdos por meio da metodologia de projetos,

aliando estes aos demais materiais utilizados, com o propósito de respaldar um

conjunto de condições necessárias para que o ensino e a aprendizagem se efetivem

“em processo”.

Estabelecer um roteiro com planejamento que designe os materiais, os

recursos humanos e físicos, além da infraestrutura adequada da entidade escolar,

bem como a disponibilidade de bibliografia e demais referências, representa uma

etapa fundamental para se estabelecerem estratégias na aplicação da metodologia

de projetos.

Dessa maneira, percebe-se a necessidade de o educador refletir sobre o

planejamento e a aprendizagem, procurando investigar sobre o conhecimento prévio

dos educandos relacionados à rotina escolar e, partir para a formulação de novos

desafios, tendo em vista a ampliação dos saberes e construção de novos conceitos

junto aos educandos.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998, p. 87), os quais

definem algumas das diretrizes para os projetos, “[...] o projeto educativo precisa ter

a dimensão de futuro, inerente ao ato de projetar, fazendo antecipações sobre as

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formas de inserção dos alunos no mundo das relações sociais, das culturas e do

trabalho”.

O mesmo documento reitera que todos os envolvidos devem estar atentos

para rejeitar uma postura conformista e optar por mudanças necessárias para uma

educação que contemple os sujeitos com saberes que façam sentido a sua vivência.

Para tanto, a equipe escolar deve ter uma postura política e pedagógica a fim de que

ações educativas constituam não apenas o Projeto Político Pedagógico da Escola

no papel, mas se efetivem por meio de ações concretas na busca pelo

conhecimento alicerçado pela realidade da comunidade escolar.

Nesse contexto, existem vários encaminhamentos sobre os passos para

elaboração de projetos. Estes servirão para realizar as atividades ou planejamento.

Em educação, o planejamento implica para além do desejo, uma sistemática do que se pretende. E a realidade é o primeiro aspecto a ser considerado quando se planeja. O entendimento do contexto real em que se encontra a disciplina, o curso, a escola é fundamental para o desenvolvimento do trabalho pedagógico. (MELLO, 2008, p.75)

No encaminhamento do trabalho com projetos, o planejamento poderá ser

alterado no decorrer de sua realização, considerando que mudanças podem ser

imprescindíveis para uma boa direção da metodologia.

De acordo com Nogueira (1998, p. 153), um planejamento de um projeto

interdisciplinar “possui etapas clássicas, por meio de indagações, tais como: O quê?

Por quê? Para quê? Quando? Quem? Como?”.

Ao fazer tais indagações, os integrantes responsáveis pelo planejamento

devem ter nítido o conhecimento sobre a temática abordada, para que os

questionamentos apontem o público a ser contemplado, quais objetivos devem ser

traçados, como e quando operacionalizar as metas estabelecidas. Além disso,

devem ser distribuídas as competências a cada componente do projeto intentado, a

fim de que não ocorra sobrecarga nas atribuições e a participação seja satisfatória.

Além de reconhecer a temática a ser trabalhado, o espaço da escola, bem

como seus sujeitos devem ser analisados para que o projeto contemple também sua

realidade:

Um projeto educativo, nessa direção, precisa atender igualmente aos sujeitos, seja qual for sua condição social e econômica, seu pertencimento étnico e cultural e às possíveis necessidades especiais para aprendizagem. Essas características devem ser tomadas como potencialidades para promover a aprendizagem dos conhecimentos que cabe à escola ensinar, para todos (PARANÁ, 2008, p. 15).

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Como já citado anteriormente, conhecer a realidade do aluno e da

comunidade escolar é elemento fundamental e, passo inicial para a organização dos

projetos, a fim de que a proposta tenha significado diante do universo do educando.

Na construção dos itens do projeto, o tema representa um dos passos iniciais,

o qual de deve ser coletivamente definido. Exemplificando essa assertiva, uma

escola do campo deve trabalhar com temas correlatos à sua realidade e não com “a

mortandade de golfinhos na praia y”, pois não condiz com o ambiente do aluno que

vive no campo. Seria plausível contemplar os problemas oriundos dos agrotóxicos,

ou a qualidade da água, por exemplo. Porém, a investigação sobre temas que

interessem o aluno, precisa ser levada em consideração para que este se dedique e

agregue conhecimento acerca da proposição intentada.

3. O QUE É O PROJETO?

De acordo com o Mini Aurélio (FERREIRA, 2001, p. 561), a palavra projeto

denota um “plano, intento, empreendimento, redação preliminar de lei, de relatório,

etc, plano geral de edificação”. A designação de projetos é empregada nas mais

diversas áreas do conhecimento, sendo frequentemente associado ao

empreendedorismo, ligado a instituições financeiras.

Alguns aspectos devem ser levados em consideração, na elaboração de um

projeto, segundo Hernández (1998, p.61):

Os projetos constituem um “lugar”, entendido em sua dimensão simbólica, que pode permitir: a) Aproximar-se da identidade dos alunos e favorecer a construção da subjetividade, longe de um prisma paternalista, gerencial ou psicologista, o que implica considerar que a função da Escola NÃO É apenas ensinar conteúdos, nem vincular a instrução com a aprendizagem. b) Revisar a organização do currículo por disciplinas e a maneira de situá-lo no tempo e no espaço escolares. O que torna necessária a proposta de um currículo que não seja uma representação do conhecimento fragmentada, distanciada dos problemas que os alunos vivem e necessitam responder em suas vidas, mas sim, solução de continuidade. c) Levar em conta o que acontece fora da Escola, nas transformações sociais e nos saberes, a enorme produção de informação que caracteriza a sociedade atual, e aprender a dialogar de uma maneira crítica com todos esses fenômenos.

Assim, reitera-se que, independente da terminologia utilizada no ambiente

escolar, o projeto precisa ser estruturado por meio de planejamento, delimitando

prioridades para que os resultados sejam satisfatórios e o processo de ensino-

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aprendizagem seja significativo. A escola, ao assumir a metodologia de projetos,

contempla uma gama de possibilidades de se trabalhar o currículo de forma

diferenciada.

Segundo Silva (2008, p.32), devemos pensar que,

[...] o currículo como portador, ao mesmo tempo, de uma razão que tem privilegiado a adaptação, mas que, contraditoriamente, anuncia a possibilidade de emancipação, permite tomar a escola como depositária das contradições que permeiam a sociedade. Possibilita localizar, nela, as relações entre indivíduos e sociedade como relações historicamente construídas e conceber, ainda, que as escolas não são simplesmente alvos das proposições externas, presentes, por exemplo, nas reformas educacionais. Desse modo, na análise das políticas educacionais em geral, e das políticas curriculares, em particular, é preciso considerar que a escola não está, tão-somente, à mercê dos interesses da economia ou do Estado, o que exige que as inter-relações entre diferentes instâncias (Estado, economia, escola) sejam consideradas a partir das inúmeras mediações que se interpõem entre elas.

Para tanto, o currículo possui atribuições que permitem a inserção de novas

metodologias, além de apresentar a realidade daquela comunidade escolar na qual

a instituição de ensino está inserida. Nessa linha de análise, ressalta-se que a

escola deve possuir um currículo que não se resuma ao acúmulo de disciplinas

fragmentadas.

Posta assim a questão, define-se que o currículo deve apresentar uma

conotação sociocultural que retrate a realidade onde o aluno está inserido. Almeida e

Fonseca Júnior (2000, p. 23) comungam do exposto, reiterando a abrangência dos

aspectos que estão envolvidas nessa modalidade de construção do conhecimento:

[...] Além da coerência própria de cada área do saber, necessita-se muito mais: são as dimensões além dessas lógicas que dão significado profundo do nosso trabalho. É preciso atribuir perspectivas políticas, estéticas, afetivas, e tecnológicas ao saber para que tenha significado de valores humanos.

Além dessas atribuições, os saberes escolares também necessitam imprimir um

caráter político junto ao currículo, sem que este se apresente resumido a apenas

uma lista de conteúdos, objetivos ou um mero documento impresso com fins

burocráticos. As Diretrizes Curriculares do Ensino Básico do Paraná, também

designam condicionantes ao currículo, “[...] Faz-se necessária, então, uma análise

mais ampla e crítica, ancorada na ideia de que, nesse documento, está impresso o

resultado de embates políticos que produzem um projeto pedagógico vinculado a um

projeto social” (PARANÁ, 2008, p. 16).

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Vincular o currículo à proposta de metodologia de projetos ambos

contextualizados realidade do aluno, quando são utilizadas práticas em que o

educando seja protagonista de sua aprendizagem, viabiliza a ressignificação dos

conteúdos. Correspondente ao exposto, Prado (2014), elucida:

Evidencia-se assim que o trabalho com projetos inverte a lógica do currículo definido em grades de conteúdos temáticos estanques, induzindo o professor a colocar em jogo as problemáticas que permeiam o cotidiano. As questões e os conceitos do senso comum que emergem no diálogo com o aluno são então transformados em questões e temas a serem investigados por meio de projetos. Porém, no trabalho com projetos há de se ir além da superação de desafios, buscando desvelar e formalizar os conceitos implícitos no desenvolvimento do trabalho para que se estabeleça o ciclo da produção do conhecimento científico que vai tecendo o currículo na ação (PRADO, 2014, p. 10).

Como se observa, em muitas áreas do conhecimento, já se desenvolvia a

metodologia de projetos, embora não se tenha uma compreensão clara de suas

atribuições e, muitas vezes, de seu significado. Dessa forma, considera-se

necessário o entendimento sobre projetos para que estes não sejam confundidos

com trabalhos realizados em ambientes fora da escola, como por exemplo, as

“Feiras de Ciências”, sem desmerecer a singularidade desta prática que também

agrega conhecimento e interação do aluno com os conteúdos.

Nesse sentido, os projetos podem ser designados com diferentes

nomenclaturas:

Com o passar dos tempos, o sentido de projeto foi tomando outros significados. No campo educacional, há uma série de termos que foram e estão sendo usados para designar o trabalho com projetos: projeto educativo, projeto pedagógico, pedagogia de projeto, metodologia de projetos, entre outros. Embora com uso diversificado, a focalização da metodologia é no projeto (BERHRENS; ZEM, 2007, p. 41).

Como parte da pesquisa, aplicamos um questionário a professores

participantes do Projeto de Intervenção realizado no Colégio Estadual Tancredo

Neves, município de São João, para coletar o entendimento deles sobre o trabalho

com projetos, uma sondagem, a fim de identificar e quantificar os resultados sobre a

seguinte questão: Enquanto educador, você trabalha com projetos? Qual o

significado desta metodologia?

Dessa forma, obtivemos as seguintes respostas fornecidas pelos cursistas4:

4 Para melhor compreensão das discussões acerca das atividades desenvolvidas junto aos

educadores, os respondentes serão designados por ordem alfabética.

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Professora (A): Para mim é um assunto totalmente novo, pois trabalhei pouco com

projetos e tudo que puder aprender será de grande importância.

Professora (B): Trabalhar de forma diferenciada evidenciando um tema.

Professora (C): Um trabalho significativo para o aluno se interessar e querer buscar

se aprofundar mais no conteúdo.

Professora (D): Trabalhar com projetos é algo interessante, pois construiremos junto

com os alunos algo novo. O trabalho com projetos é uma das metodologias estimulantes e

desperta nos alunos a vontade de aprender.

Professora (E): Maneira de aprender e desenvolver projetos.

Professora (F): Uma forma alternativa e eficaz de trabalhar um assunto/tema,

facilitando o aprendizado dos alunos.

Professora (G): Aprofundar os conteúdos, aprender melhor, ver como os alunos

estão aprendendo o conceito estudado.

De modo geral, as falas das educadoras designam os projetos como uma

ferramenta que estimula a construção do conhecimento. Reafirmando a ideia dos

cursistas, Almeida e Fonseca Júnior (2000, p. 22), salientam que

[...] Trabalhar com projetos é uma forma de facilitar a atividade, a ação, a participação do aluno no seu processo de produzir fatos sociais, de trocar informações, enfim, de construir conhecimento. O fundamental para a constituição de um projeto é a coragem de romper com as limitações do cotidiano, muitas delas auto-impostas, convidando os alunos à reflexão sobre questões importantes da vida real e a sociedade em que vivem; instigando-os a alcançarem vôo rumo aos seus desejos e às suas apreensões verdadeiras.

Para ampliar essa discussão sobre projetos, utilizamos as contribuições do

Grupo de Trabalho em Rede (GTR), que compõe as atividades do Programa de

Desenvolvimento Educacional (PDE), no qual o professor participa de cursos

concernentes a sua linha de pesquisa junto aos demais educadores da rede pública,

por meio da plataforma de curso online.

Nessa modalidade de capacitação, os cursistas contribuíram respondendo o

seguinte questionamento no “Fórum: Relacionando teoria e prática”, na qual o

cursista relata sua experiência com projetos, ressaltando as dificuldades que

encontrou em desenvolver essa metodologia. Para destacar as respostas, utilizou-se

novamente as letras do alfabeto com a inicial dos nomes para preservar a identidade

do respondente.

Cursista A: Já trabalhei e coordenei a realização de projetos. No ano da copa do

mundo no Brasil, coordenei o desenvolvimento sobre esta temática no colégio onde atuo. Os

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professores de Língua Portuguesa, Geografia, Arte, Educação Física e História

desenvolveram o tema em conjunto. A disciplina de Português e Educação Física ficaram

com o resgate da história das copas e das seleções; Geografia coordenou em suas aulas as

seleções que viriam ao Brasil e, juntamente com Artes fizeram a localização no mapa e o

estudo da cultura de cada país. Após estes levantamentos dividiram as atividades por

turmas: 1ª levantar e produzir as comidas típicas, 2ª apresentar danças de algum país, 3ª

apresentaram o mapa e o histórico de cada país. Foram dois meses de estudo e culminou

na última semana de jogos da copa do mundo. Os alunos estavam muito animados. Os pais

também participaram das apresentações. O trabalho foi muito proveitoso em termos de

envolvimento nas atividades e de produções nas várias disciplinas. A avaliação ocorreu

durante os dois momentos: primeiro dia nas apresentações das danças e costumes e no

segundo dia na amostra da gastronomia e da releitura de arte de alguns países, bem como

dos mapas dos países apresentados pelos participantes. No trabalho de integração das

áreas do conhecimento, houve a interdisciplinaridade, e o papel da coordenação pedagógica

foi de suma ajuda na definição de ações, na organização e fornecimento de material, na

ajuda e disponibilização dos locais para as apresentações. Nestes dois dias de

apresentação, os professores se envolveram na organização dos espaços e depois

conforme organizados iam passando nas equipes e fazendo anotações que correspondiam

a um item da avaliação, nota comum em todas as disciplinas. Alunos que não gostavam de

participar na realização de atividades em sala de aula, se envolveram em pesquisas,

atividade que deixou surpresos muitos professores. Os projetos trazem vida nova às

metodologias e enriquecem o processo de ensinar e de aprender.

Os apontamentos da cursista expressam a forma como ela trabalha com

projeto, ou seja, os educadores por meio da interdisciplinaridade conseguiram

desenvolver um trabalho colaborativo que possibilitou o envolvimento das diferentes

áreas do conhecimento. Almeida e Fonseca Júnior (2000, p. 41), designam a

relevância da interdisciplinaridade:

[...] A vida e o viver transcendem as disciplinas. É necessário ver a ciência como um constructo humano que, para construir conhecimento válido, precisa olhar a natureza como um todo. Portanto, nada mais razoável do que a busca de uma visão de conjunto, capaz de integrar as diversas dimensões disciplinares e transdisciplinares

5. Todo modo de agir

5 No que concerne à transdisciplinaridade, trata-se frequentemente de esquemas cognitivos que

podem atravessar as disciplinas, às vezes com tal virulência, que as deixam em transe. De fato, são os complexos de inter-multi-trans-disciplinaridade que realizaram e desempenharam um fecundo papel na história das ciências; é preciso conservar as noções chave que estão implicadas nisso, ou seja, cooperação; melhor, objeto comum; e, melhor ainda, projeto comum (MORIN, 2003, p. 115).

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responsável procura essa integração interdisciplinar, com a colaboração dos professores e dos alunos.

Nessa linha de análise, verifica-se a importância de um trabalho integrado que

rompa a fragmentação dos saberes. A metodologia de projetos educativos

interdisciplinar auxilia na mudança de paradigmas das disciplinas isoladas e, por

conseguinte, proporciona, ao aluno e ao docente, a ressignificação do

conhecimento.

De fato, a estruturação interdisciplinar dos projetos agrega novos

conhecimentos, conforme é proposta:

A metodologia de projetos pode auxiliar na ampliação da visão inter e transdisciplinar, pois representa um processo metodológico de aprendizagem que envolve níveis de integração, interconexão, inter-relacionamento de informações, agregação de informações, conteúdos, conhecimentos e saberes na busca de uma abordagem mais complexa. (BEHRENS, 2015, p. 102).

Embora verificada a relevância da metodologia dos projetos, algumas escolas

deixaram de desenvolvê-los, ou por desinteresse do grupo, ou “falta de tempo” na

atualização das temáticas abordadas. Verifica-se que a realização do curso

despertou o interesse por essa proposta de trabalho, como afirma a educadora

abaixo.

Cursista B: Quando falamos em desenvolver projetos na escola, a maior dificuldade

é mobilizar os professores, visto que estes têm muitos conteúdos para trabalhar.

Especialmente no Ensino Médio no qual a pressão pela preparação para os concursos e

vestibulares é grande. Além disso, desenvolver um projeto requer tempo, diálogo e

disponibilidade, recursos, fontes para pesquisa, coisas que nem sempre encontramos dentro

das escolas. No fim o que se têm, são pequenos projetos de curto prazo, envolvendo alguns

professores e que resultam em ações pouco significativas. O interesse por essa temática,

nesse curso, vem do anseio de resgatar práticas perdidas e de tentar, mesmo nos limites

impostos agora, aplicar uma metodologia de projetos nas turmas em que atuo.

É notória a angústia, no relato, quando a educadora ressalta a dificuldade de

pôr em prática a metodologia de projetos, ou pela falta de integração entre as

disciplinas, ou pela preocupação “conteudista” especialmente encontrada no ensino

médio, devido à preparação para o vestibular, seguida da etapa acadêmica.

Cursista C: A opção por trabalhar com o método de projeto, a meu ver, deve passar

por algumas considerações, como o papel da escola pública; que direcionamento são

colocados aos professores; que estruturas são fornecidas; que recursos estão disponíveis;

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em que contexto a comunidade está inserida; que resultados são cobrados nas avaliações

internas e externas. Pensar em desenvolver um aluno autônomo, crítico e reflexivo exige

que o seu mestre tenha também este desenvolvimento incentivado pelas instituições e

políticas no âmbito da educação.

Sobre a participação dos projetos para o desenvolvimento de autonomia e

criticidade, pode-se destacar que

O trabalho com projetos permite uma aprendizagem colaborativa

6 tornando

a relação ensino-aprendizagem um processo mais dinâmico, possibilitando a formação de sujeitos participativos e autônomos, criando a possibilidade de desfazer a forma de aula tradicional em que só o professor fala e apresenta os conteúdos e os alunos ficam restritos a escutar, copiar, memorizar e repetir os conteúdos (BEHRENS; ZEM, 2007, p, 47).

Da mesma forma, os projetos representam um desafio aos educadores, aos

educandos e à comunidade escolar. Desafios esses que podem ser elencados na

organização das diferentes disciplinas, materiais disponíveis, despertamento do

interesse do educando e, ainda, o tempo disponível do educador, bem como encaixe

do projeto junto aos conteúdos curriculares básicos. Além dos elementos citados, a

motivação também perpassa as condicionantes para o sucesso do projeto

elaborado, como designa a cursista a seguir.

Cursista G: A metodologia de projeto com certeza é um instrumento para a

construção do conhecimento de forma crítica, coletiva e socializadora. No entanto, vale

lembrar as dificuldades que os professores apresentam na própria compreensão de como

efetivar esse trabalho. O primeiro texto sugerido para leitura nos lembra o quanto, muitas

vezes, qualquer atividade que se distancia da prática costumeira das aulas em sala de aula

é vista como projeto. A dificuldade ao se trabalhar com projetos é grande porque requer todo

um planejamento e condições estruturais externas e internas, objetivas e subjetivas para

encaminhá-lo com a finalidade de alcançar o propósito desejado.

Frequentemente à distância referida pela educadora, está justamente na

disponibilidade de materiais ou no entrosamento entre os profissionais da educação

para a execução dos projetos.

Cursista F: O trabalho com projetos exige dos docentes a capacidade de

observação, ao mesmo tempo em que sua função é a de direcionar as atividades e

descobertas dos estudantes. Articulam-se os conhecimentos para atingir a todos da melhor

forma possível. A escola deve organizar-se em torno das atividades e do centro do tema

6 “Parte da ideia que o conhecimento é resultante de um consenso entre membros de uma

comunidade de conhecimento, algo que as pessoas constroem dialogando, trabalhando juntas direta ou indiretamente e chegando a um acordo” (BEHRENS; ZEM, 2007, p, 47).

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para atuar de forma interdisciplinar. Admiro a forma de trabalho através de projetos porque

percebo a intensidade das descobertas nos estudantes além do fato da aprendizagem

acontecer de forma mais significativa. Na escola em que atuo desenvolvemos anualmente

um projeto com tema específico que será trabalhado de forma sistemática, aproveitando

todas as oportunidades de aprendizado. De início, esta proposta exige um esforço maior dos

docentes, mas assim que se inicia sua prática, tudo se desenrola de forma mais tranquila.

Parece que há uma visualização dos passos até a sua conclusão. Acontece estímulo à

criatividade e facilita-se através da interdisciplinaridade o domínio dos conteúdos de maneira

integrada com um conhecimento mais eficaz. Acredito também que o trabalho em equipe

colabora para o sucesso do projeto, pois favorece que a forma com que um professor

aborda o tema seja aproveitada por outro e assim acontecem trocas importantes e bem

produtivas.

O papel da escola em relação aos projetos, também é elencado pelos

Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs),

A escola pode proporcionar aos adolescentes e jovens, momentos de reflexão de qualidade distinta daquela exercida no âmbito da família, da igreja, do clube, dos meios de comunicação. Todos, inclusive a escola, buscam reafirmar projetos e valores para o futuro dos jovens. Mas a escola pode diferenciar-se das outras instituições organizando-se para colaborar na vivência e clarificação dos momentos em que se encontram seus alunos, contribuindo para que percebam e reflitam sobre os diferentes projetos que se apresentam como possíveis naquele momento e, assim, instrumentalizem-se para estabelecer o seu próprio projeto (BRASIL, 1998, p. 128).

Assim posto, a escola possui inúmeras atribuições, especialmente quando

nos referimos à escola do campo que, por sua vez, possui um número menor de

alunos em relação às escolas urbanas, fator que contribui para o desenvolvimento

da metodologia de projetos, pois a integração professora-aluno-comunidade é mais

próxima. O relato a seguir, descreve justamente a definição de projetos a partir da

realidade de uma escola do campo.

Cursista M1: Sou Pedagoga de Escola do Campo. Nossa escola já desenvolveu

vários projetos e sempre bem-sucedidos. Minha experiência é de acompanhamento,

interação e integração. Na realização de qualquer projeto exige muita dedicação e

persistência, pois muitas vezes vamos com expectativas além das nossas possibilidades e

até desejamos desistir. Por isso a importância da nossa intervenção para que o idealizador

do projeto continue firme e forte. Uma atitude de algum pessimista faz com que a gente se

intimide em realizar. Mas precisamos sempre estar atentos à importância de ideias novas

para o aprendizado novo do nosso aluno. Encontramos dificuldades principalmente no que

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diz respeito à interdisciplinaridade para que possamos chegar num denominador comum,

mas mesmo com todas as dificuldades enfrentadas, sempre chegamos a uma integração

dos saberes incorporando a aprendizagem, tornando um trabalho dinâmico interligado com

as pessoas e os conteúdos, experiência e promovendo uma dinâmica na construção do

conhecimento favorecendo o ato de aprender.

Cursista M2: O Trabalho com projetos sempre me fascinou. Em nosso colégio

desenvolvemos vários projetos há alguns anos atrás. Os projetos eram realizados com

grupo de professores, após receber orientações da pedagoga da escola. A

maioria dos projetos teve grande êxito. Professores entusiasmados e alunos motivados no

desenvolvimento dos mesmos. Percebeu-se com esses alunos interessados no trabalho

e resultado positivo na aprendizagem. Porém no decorrer dos anos essa prática, em

nosso colégio, foi deixada de lado. Novos rumos foram tomados por falta de tempo, e quem

sabe por falta de interesse de nossa parte essa prática foi completamente

abandonada. Inscrevi-me justamente nesse curso para aperfeiçoar e

continuidade nessa prática. Acredito que esse possa melhorar o ensino e a aprendizagem

de nossos educandos.

Tornar o aluno protagonista no processo de ensino e aprendizagem é um dos

elementos preponderantes da metodologia de projetos, o qual incentiva a

criatividade, autonomia, senso crítico, partindo do pressuposto da integração de

disciplinas, trabalhos colaborativos por meio de práticas diferenciadas que instiguem

a pesquisa e o conhecimento do seu espaço e do novo.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais,

[...] para que os alunos possam desenvolver capacidades de diferentes naturezas, e desse modo, poder construir suas identidades e seus projetos de vida, de forma refletida e consciente, é importante levar em conta seus momentos de vida, suas características sociais, culturais e suas individualidades. Nesse processo, serão compartilhados saberes diferenciados, de professores e alunos, de adultos e crianças, adolescentes e jovens, ou seja, de indivíduos com histórias diversas, o que propicia a construção de conhecimentos diferenciados. Ao considerar essas diferenças e semelhanças, em seu projeto educativo, a escola colabora para aproximar expectativas, necessidades e desejos de professores e de alunos (BRASIL, 1998, p. 86).

A diversidade presente na escola não deve ser vista como um empecilho, mas

sim, como um estímulo à superação de dificuldades, bem como à proposição de

uma abordagem mais ampla dentro da pluralidade de culturas existentes nas

instituições de ensino.

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Cursista S: [...] O trabalho com projetos em sala de aula amplia nossas

possibilidades de construção de conhecimento de forma mais abrangente, tendo como eixo

a aprendizagem significativa. Possibilita ainda, o diálogo com a realidade dos alunos

ampliando seus conhecimentos com as diversas áreas de conhecimento e fomenta a

perspectiva de trabalho coletivo entre professores, alunos e comunidade escolar. Permite

ainda, uma avaliação processual do desenvolvimento escolar dos alunos envolvidos e da

reflexão permanente sobre a prática pedagógica, pois esta estratégia não se apoia em

regras rígidas. O grupo constrói seu processo de aprendizagem a partir do momento em que

sana dificuldades e busca aprofundamentos. Sendo assim, o aluno torna-se sujeito agente e

construtor de sua aprendizagem e não um mero e passivo expectador de conteúdos

passados pelo professor.

Por meio das respostas de alguns cursistas, os projetos podem ser vistos

como ferramentas que permitem melhorar a maneira de trabalhar o conteúdo de

forma interessante focado no aluno.

Com a metodologia de projetos, é possível fazer a interação professor, aluno

e comunidade visando a uma aprendizagem significativa, bem como a superação

das dificuldades. Nesse sentido, pode-se afirmar que projeto é a constatação,

constituída em torno de hipóteses e de práticas.

Assim sendo, a pedagogia de projetos oportuniza um trabalho interdisciplinar,

articulando diferentes áreas do conhecimento, por meio da investigação da

problemática e situações da realidade. Isso não significa que as disciplinas não

serão trabalhadas, mas sim, agregadas no desenvolvimento da pesquisa

aprofundando-as e estabelecendo articulações de reciprocidade entre ambas.

4. CRITÉRIOS AO PLANEJAR PROJETOS: PASSO A PASSO

O planejar em si envolve uma gama de elementos; na educação, essa ação

envolve, além da equipe escolar, os sujeitos com os quais a educação deve

acontecer - os alunos. Para tanto, o professor deve fazer uma escuta pedagógica

para verificar qual o assunto sobre o qual a turma tem interesse em pesquisar ou

aprofundar questões pertinentes à temática proposta. O diálogo e a percepção do

educador diante da necessidade dos seus alunos representa fator preponderante

na construção e significação do projeto, tendo por meta o aprendizado dos

discentes.

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Corroborando com o exposto, Freire (2002, p.12-13) relata sobre os caminhos

da aprendizagem,

[...] trabalhar maneiras, caminhos, métodos de ensinar. Aprender precedeu ensinar ou, em outras palavras, ensinar se diluía na experiência realmente fundante de aprender. Não temo dizer que inexiste validade no ensino de que não resulta um aprendizado em que o aprendiz não se tornou capaz de recriar ou de refazer o ensinado, em que o ensinado que não foi apreendido não pode ser realmente aprendido pelo aprendiz. Quando vivemos a autenticidade exigida pela prática de ensinar-aprender participamos de uma experiência total, diretiva, política, ideológica, gnosiológica, pedagógica, estética e ética, em que a boniteza deve achar-se de mãos dadas com a decência e com a seriedade.

A compreensão de como ensinar remete à complexa experiência que envolve

a educação e os sujeitos que dela participam, por meio da apreensão, troca e

moldagem do conhecimento. Dessa forma, também os projetos devem ser

aplicados, na construção dos saberes, sem que o conhecimento prévio dos alunos

seja descartado, considerando estes no planejamento de todas as etapas do

estudo programado.

Na fase do planejamento e elaboração de projetos educativos, pode ser

utilizado o passo a passo para a organização das fases, o que ajuda no registro

das atividades propostas para serem desenvolvidas no transcorrer da sua

aplicação. Para tanto, “A forma mais eficaz de elaboração e desenvolvimento de

projetos educacionais envolve o debate em grupo e no local de trabalho” (PCN,

1997, p. 9).

Após a seleção do tema, a problematização será proposta a partir de

pergunta chave, que deverá ser respondida no desenvolvimento do projeto.

Segundo Mello (2008, p.59), “A problemática pode ser colocada aos alunos como

um desafio a ser superado, desde que ele seja fruto da prática social, e não

desvinculado dela”.

Outra etapa do projeto contempla o resumo; este deve conter objetivos gerais

e específicos, encaminhamentos metodológicos, justificativa da escolha do assunto

e problematização.

A introdução tem por intuito comunicar o que será descrito no trabalho e

conterá resultados, bem como exposição dos assuntos de forma ordenada. Além

disso, esta etapa deve ser construída após a conclusão do projeto, para que a visão

de um todo do trabalho seja ali descrita.

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O objetivo geral concebe uma visão abrangente do assunto retratado, delimita

a finalidade do trabalho para que o objeto seja passível de execução. Para Mello

(2008, p. 80), “O objetivo geral, como o próprio nome já indica, é sempre mais

amplo, abrangendo o curso ou a disciplina na sua totalidade [...]” Exemplificado:

“Compreender as tarefas docentes e função do professor”.

Delimitando o objetivo geral, serão elencados os demais, ou seja, os objetivos

específicos, os quais representam as etapas para atingir o objetivo principal. Para

melhor compreender o seu significado, os objetivos específicos,

[...] dizem respeito às várias facetas ou especificidades do curso ou da disciplina que compõe a sua totalidade. [...] Analisar os diferentes momentos da organização do ensino: planejamento, execução e avaliação, e as implicações na sistematização do ensino; descrever, compreender e avaliar os procedimentos didáticos visando a interferência no cotidiano da sala de aula; sistematizar alternativas de práticas pedagógicas a serem implementadas no exercício da docência (MELLO, 2008, p. 80).

Tendo definido os objetivos, a justificativa contempla o próximo passo. Essa

parte deve responder a questionamentos sobre a problemática do trabalho, bem

como a relevância deste para a realidade do educando, além da construção do

conhecimento.

Todos os passos de um projeto devem estar contemplados no cronograma, no

qual serão descritas as atividades e o tempo despendido para a execução do

projeto. Segundo o Mini Aurélio (2001, p. 195), o cronograma pode ser definido

como “Representação gráfica da previsão da execução de um trabalho, com os

prazos em que se deverão executar as diversas fases”.

Também, no projeto, serão elencados os recursos humanos e materiais, bem

como a área e a especificidade das ações em que os diferentes profissionais

contribuirão para o desenvolvimento da proposta. Todos os materiais, ou seja,

computadores, multimídias, materiais de expediente e espaços físicos devem ser

descritos no escopo do trabalho, a fim de que imprevistos não onerem o esquema

inicial.

Finalmente, a avaliação deve analisar o desempenho que envolve “o aluno, o

professor e o contexto” (MELLO, 2008, p. 83), por meio das condições concretas

resultantes do trabalho. Lembrando que uma avaliação deve ser processual e

contínua, ou seja, não se deve levar em conta apenas o resultado final, mas sim

todo o processo de construção do projeto.

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De acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica do estado do

Paraná, “[...] a avaliação assume uma dimensão formadora, uma vez que, o fim

desse processo é a aprendizagem, ou a verificação dela, mas também permitir que

haja uma reflexão sobre a ação da prática pedagógica” (PARANÁ, 2008, p. 31).

Todas as atividades descritas devem ser referenciadas, haja vista a utilização

de autores que auxiliam na construção do projeto. Para tanto, é necessário observar

as regras estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT).

As etapas supracitadas são essenciais para descrever e organizar o projeto

educativo. Quando devidamente estabelecidos os itens, o projeto possui um

direcionamento e estrutura passível de execução.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A metodologia de projetos almeja construir um trabalho interdisciplinar,

fazendo com que o educando busque através da pesquisa, trabalhos colaborativos,

integração com os demais colegas, bem como a construção de novos

conhecimentos. Para tanto, ele deixa de ser um sujeito passivo que simplesmente

recebe informações prontas, para se tornar dinâmico diante da abertura possibilitada

por meio do projeto.

Considerando essa metodologia, que é à base da presente pesquisa em

curso do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), foram pospostos cursos

presencial e online, para professores efetivos da rede estadual de ensino do Paraná,

nos quais foi trabalhado o conhecimento sobre a metodologia de projetos. A partir

dessa experiência, foram observadas as relações dos educadores com os projetos,

suas angústias, frustrações, expectativas e dúvidas frente a essa temática,

momentos que oportunizaram a reflexão sobre a prática pedagógica.

De modo geral, observa-se que os professores possuem uma visão positiva

quanto à execução de projetos, pois julgam favorecer o processo de ensino-

aprendizagem de uma maneira prazerosa e instigante. Porém, foram citados alguns

obstáculos desde a integração entre os docentes das diferentes áreas do

conhecimento na modalidade interdisciplinar, até a limitação de recursos materiais

disponíveis nas instituições de ensino.

Por meio do contato com os professores cursistas, percebe-se também, que a

relação entre projeto e escola é uma metodologia valiosa para trabalhar conteúdos

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aliados a temáticas que agreguem conhecimento e interesse por parte dos

profissionais da educação e educandos. Os relatos descritos neste trabalho e

conversas informais no decorrer dos cursos aplicados, revelaram que a metodologia

de projetos exige maior esforço do professor e equipe pedagógica; a

interdisciplinaridade em teoria é uma excelente ferramenta, porém, demanda o

empenho de um número significativo de educadores; quando o grupo demonstra

interesse, os resultados positivos são mais viáveis. Esses foram os empecilhos,

levantados pelos educadores. A disposição de recursos e materiais também é uma

condicionante que varia muito de uma escola para outra, denotando, mais uma vez,

a relevância de a direção escolar estar também engajada nesse processo.

Em suma, todo o engajamento da equipe deve também prever o essencial:

trabalhar com assuntos condizentes com a realidade do aluno. Por isso, a

investigação junto aos estudantes e a sensibilidade do professor em delimitar e

selecionar uma temática viável também são fatores essenciais, bem como o diálogo

que deve ser técnica sempre presente em todas as fases de planejamento e

desenvolvimento do projeto.

Em meio a discussões de autores/teóricos citados e educadores

entrevistados, constatamos que a metodologia de projetos é uma valiosa ferramenta

disponível aos educadores. Embora sejam encontrados percalços, as vantagens

devem ser evidenciadas, pois essa metodologia promove aulas dinâmicas,

motivadoras que provocam e desafiam o educando a buscar novos elementos para

seu cotidiano, fato que agrega mais vida à escola, não a restringindo a um ambiente

conteudista.

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