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A PEDOGEOMORFOLOGIA DO CARIRI PARAIBANO E A DESERTIFICAÇÃO Ailson de Lima Marques 1 ; Marco Aurélio Barbosa Alves 2 ; Raphael Moreira Beirigo 3 1.CCA-UFPB, [email protected]; 2.CCA-UFPB; 3. CCA-UFPB O Cariri paraibano localiza-se na região Nordeste do Brasil, perfazendo um vasto território, que equivale a pouco mais de 20% da área do estado. Dados de 2017, do Instituto Nacional do Semiárido (INSA), abonam que Paraíba apresenta a maior área em processo de desertificação no país, além de núcleos em estado avançado, com 94% de seu território comprometido pelos efeitos da degradação de terras, ocasionados pela própria paisagem natural e pelo o uso intensivo das terras. O Cariri configura-se como principal região de avanço do processo de desertificação no estado. Diante desse contexto, utilizando mapeamento orbital, através de variáveis geomorfométricas (TOPODATA) e cartas oficiais, essa pesquisa mapeou as unidades morfoestruturais e morfoesculturais, correlacionando-as com a pedogeomorfologia. Verifica-se que o Cariri paraibano se limita a Leste em direção ao entalhamento do rio Paraíba (192m a 453m), em áreas elevadas e escarpadas, formando parte da morfoestrutura depressão interplanáltica paraibana, onde está o vale do rio Paraíba, que se estende até a encosta oriental do Planalto da Borborema (Zona da mata- litoral). A oeste se estende até o limite das encostas ocidentais do pediplano sertanejo, que se defronta ao norte com o vale tectônico do Curimataú (501m a 778m), além de terrenos planos à suave ondulados do chamado peneplano granítico. Ao Sul, prolonga-se até a fronteira com o estado de Pernambuco, onde há cristas que se elevam a mais de 800m, como serras como Umburanas, Acaí e Jabitacá. Contempla-se no Cariri duas unidades morfoesculturais. “Unidade morfoescultural relevos residuais”. Na área há serras em meio a depressão e maciços isolados escarpados (662-883m), responsáveis pelos maciços residuais dos municípios de Assunção, Santo André, Gurjão, Parari, São José dos Cordeiros, São João do Cariri, Serra Branca, Sumé, entre outros sob domínio do complexo Jabitacá, sob influência dos Maciços Remobilizados do Domínio da Zona Transversal, que se situa entre os Lineamentos Pernambuco (ao sul) e o Patos (ao norte), sob domínio de Suítes intrusivas. Basicamente a pedogeomorfologia varia de neossolos litólicos aos neossolos regolíticos. “Unidade morfoescultural depressão intermontana”. As áreas mais deprimidas situam-se em torno 192 a 415 m, formando terrenos montanhosos a escarpados em torno de um vale profundo. As áreas mais perturbadas (S) ainda estão sob influência dos Cariris Velhos e as áreas mais dissecadas (N-NE) estão sob influência da depressão pré- litorânea, essa morfologia abrange municípios como Cabaceiras, Boqueirão, Barra de Santana, Alcantil, entre outros sob domínios dos Complexos Sertânia e Sumé. A pedogeomorfologia da área varia de luvissolos crômicos aos neossolos litólicos e neossolos flúvicos. O clima semiárido que origina a pedogeomorfologia, não permite o desenvolvimento do regolito, expondo os gnaisses, micaxistos e migmatitos (afloramentos) diretamente à superfície e acentua-se onde a drenagem se encaixa. Justifica-se então, a exposição do manto de alteração das rochas com lajedos, afloramentos e chão pedregoso em meio a solos pouco desenvolvidos que corroboram a paisagem semiárida. PALAVRAS CHAVE: TOPODATA, MORFOESCULTURAS, NEOSSOLOS.

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A PEDOGEOMORFOLOGIA DO CARIRI PARAIBANO E A

DESERTIFICAÇÃO

Ailson de Lima Marques1; Marco Aurélio Barbosa Alves2; Raphael Moreira Beirigo3

1.CCA-UFPB, [email protected]; 2.CCA-UFPB; 3. CCA-UFPB

O Cariri paraibano localiza-se na região Nordeste do Brasil, perfazendo um vasto território,

que equivale a pouco mais de 20% da área do estado. Dados de 2017, do Instituto Nacional

do Semiárido (INSA), abonam que Paraíba apresenta a maior área em processo de

desertificação no país, além de núcleos em estado avançado, com 94% de seu território

comprometido pelos efeitos da degradação de terras, ocasionados pela própria paisagem

natural e pelo o uso intensivo das terras. O Cariri configura-se como principal região de

avanço do processo de desertificação no estado. Diante desse contexto, utilizando

mapeamento orbital, através de variáveis geomorfométricas (TOPODATA) e cartas oficiais,

essa pesquisa mapeou as unidades morfoestruturais e morfoesculturais, correlacionando-as

com a pedogeomorfologia. Verifica-se que o Cariri paraibano se limita a Leste em direção ao

entalhamento do rio Paraíba (192m a 453m), em áreas elevadas e escarpadas, formando

parte da morfoestrutura depressão interplanáltica paraibana, onde está o vale do rio

Paraíba, que se estende até a encosta oriental do Planalto da Borborema (Zona da mata-

litoral). A oeste se estende até o limite das encostas ocidentais do pediplano sertanejo, que

se defronta ao norte com o vale tectônico do Curimataú (501m a 778m), além de terrenos

planos à suave ondulados do chamado peneplano granítico. Ao Sul, prolonga-se até a

fronteira com o estado de Pernambuco, onde há cristas que se elevam a mais de 800m,

como serras como Umburanas, Acaí e Jabitacá. Contempla-se no Cariri duas unidades

morfoesculturais. “Unidade morfoescultural relevos residuais”. Na área há serras em meio a

depressão e maciços isolados escarpados (662-883m), responsáveis pelos maciços

residuais dos municípios de Assunção, Santo André, Gurjão, Parari, São José dos

Cordeiros, São João do Cariri, Serra Branca, Sumé, entre outros sob domínio do complexo

Jabitacá, sob influência dos Maciços Remobilizados do Domínio da Zona Transversal, que

se situa entre os Lineamentos Pernambuco (ao sul) e o Patos (ao norte), sob domínio de

Suítes intrusivas. Basicamente a pedogeomorfologia varia de neossolos litólicos aos

neossolos regolíticos. “Unidade morfoescultural depressão intermontana”. As áreas mais

deprimidas situam-se em torno 192 a 415 m, formando terrenos montanhosos a escarpados

em torno de um vale profundo. As áreas mais perturbadas (S) ainda estão sob influência dos

Cariris Velhos e as áreas mais dissecadas (N-NE) estão sob influência da depressão pré-

litorânea, essa morfologia abrange municípios como Cabaceiras, Boqueirão, Barra de

Santana, Alcantil, entre outros sob domínios dos Complexos Sertânia e Sumé. A

pedogeomorfologia da área varia de luvissolos crômicos aos neossolos litólicos e neossolos

flúvicos. O clima semiárido que origina a pedogeomorfologia, não permite o

desenvolvimento do regolito, expondo os gnaisses, micaxistos e migmatitos (afloramentos)

diretamente à superfície e acentua-se onde a drenagem se encaixa. Justifica-se então, a

exposição do manto de alteração das rochas com lajedos, afloramentos e chão pedregoso

em meio a solos pouco desenvolvidos que corroboram a paisagem semiárida.

PALAVRAS CHAVE: TOPODATA, MORFOESCULTURAS, NEOSSOLOS.

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PEDOGEOMORFOLOGIA DA FORMAÇÃO SERRA DOS MARTINS

NOS BREJOS DE ALTITUDE DA PARAÍBA

Ailson de Lima Marques1; Marco Aurélio Barbosa Alves2; Raphael Moreira Beirigo2

1.CCA-UFPB, [email protected]; 2.CCA-UFPB

A Província da Borborema passou por três ciclos de pulsos de soerguimentos, onde estas superfícies passaram por vigorosos processos erosivos. O primeiro pulso

elevou o nível superior inicial de toda província de 650-700m para 800-1200m (domo) ou Planalto da Borborema. O segundo originou o ciclo do Baixo Sertão, de

cotas 100-300m. O terceiro pulso está associado às flexuras litorâneas, com formação das planícies litorâneas e seus terraços de cotas 0-100m. A Formação Serra dos Martins-FSM (PB/RN) é a única sedimentação fanerozóica preservada no

domo da Borborema, ocorrendo extremamente descontínua à leste do planalto, com remanescentes tabulares delgados, que se elevam sobre as bordas da superfície.

Os processos erosivos que originaram a FSM são do Oligoceno, sendo esses, testemunhos de etapas de sedimentação mais recentes, da chamada “Antéclise da Borborema”. Nesta fase houveram movimentos de arqueamentos epirogenéticos

lentos, atuantes desde o Paleozoico, que se manifestaram mais intensamente ao longo do Fanerozoico, que foram submetidos às fases de intemperismo,

responsáveis pela formação de regolito e sedimentos correlativos de ciclos de aplainamentos. O uso do conceito de antéclise permite diferenciar que há um núcleo cristalino elevado do seu entorno rebaixado, que configura a inversão do relevo

(soerguimento-exumação). Para o Planalto da Borborema enquadra-se o contexto das antéclises metamórficas rejuvenescidas. Dessa conjunção se originaram

maciços isolados com coberturas residuais, delimitados por escarpas orientadas nas direções dos trends estruturais, formados por suítes intrusivas que correspondem a um conjunto de rochas graníticas, sinorogênicas de idade brasiliana. Sobre as suítes

intrusivas, ocorre a unidade sedimentar FSM, que é formada por sedimentos siliciclásticos, principalmente quartzo-arenitos, arenitos conglomeráticos, arenitos

grossos a finos e síltico-argilosos. Eles são constituídos por grãos e seixos subangulosas de quartzo mono e policristalino, sustentado por uma matriz e cimentados pelos minerais caulinita, sílica ou óxidos de ferro. A coloração mais

vermelha e/ou laranjada, típica de algumas áreas dos sedimentos, indica que as matrizes estão comumente influenciadas pela hematita e/ou goethita. A FSM está

presente nos municípios de Areia, Pilões, Araruna, Cuité, Teixeira, Maturéia e Bananeiras (PB), que são ou apresentam áreas de brejos de altitude, formando mesetas homoclinais em platôs. Os brejos de altitude são regiões naturais

influenciadas pelo fator orográfico (barlavento), que refletem no desenvolvimento de comunidades vegetais úmidas (estacionais a ombrófilas) associadas da Mata

Atlântica e insuladas pelo semiárido. A pedogeomorfologia da FSM (mesetas homoclinais florestadas) mantem a sedimentação coluvial nos topos, originando paleossolos relictuais (latossolos) com horizonte plíntico. Já nos sopés das encostas

há ocorrência de depósitos sob a forma de leques colúvio-aluviais com presença de solos de deposição (cambissolos e gleissolos), em condições de brejos de altitude.

PALAVRAS CHAVE: ANTÉCLISE DA BORBOREMA, OLIGOCENO, TOPOS DE MORROS.

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IMPACTOS AMBIENTAIS DECORRENTES DA MINERAÇÃO NA

MINA BREJUÍ, EM CURRAIS NOVOS/RN. Alan Kellnon Nóbrega de Carvalho1; Cayo César Cortez Pontes2; Ana Karoline Ferreira da Silva3; Samara Ferreira de Araújo3; Anne Jamile Bezerra da Silva3; Bruna Layssa de Macêdo Silva3; Fernanda Maria da Silva3; Jairo Rodrigues de Souza4

1 IFPB; 2 UFCG; 3 EAJ/UFRN; 4 IFRN A definição de mineração e sua relação com o meio ambiente são de alta importância para a sociedade brasileira e mundial. A atividade mineraria é essencial para a vida na terra, bem como a sustentabilidade do meio ambiente. Porém, após uma área ser minerada é possível que nunca retorne a seu estado inicial. Os impactos ambientais da mineração podem ser diversos e apresentam-se em várias escalas, como alterações biológicas, hídricas, etc. A grande quantidade de rejeitos gerados é uma possível fonte de contaminação caso não atenda às medidas de proteção ambiental. Tendo isso em vista, decidimos analisar o caso da mineração Tomaz Salustino (Mina Brejuí), localizada na cidade de Currais Novos – RN, considerada a maior mina de Scheelita da América do Sul, a qual iniciou suas atividades em 1943. A mina Brejuí é uma importante mineradora que promove novas fronteiras econômicas e geográficas, proporcionando o desenvolvimento e gerando oportunidades econômicas. Os recursos minerais são essências para o crescimento socioeconômico da sociedade, porém, com o conceito cada dia mais forte de desenvolvimento sustentável, faz necessário um programa eficiente de controle de impactos ambientais identificados, dentre esses, a disposição de rejeitos gerados pela mineração, pois é necessário fazer uso dos bens minerais e conjunto com a ideia de um meio ambiente adequado para as futuras gerações. A identificação dos impactos ambientais se deu através de visitas técnicas realizadas na mina Brejuí em Currais Novos/RN, durante as operações diárias realizadas, tais como o transporte do rejeito até a área de despejo ou o parque de manutenção dos equipamentos. Outros impactos de grande relevância foram identificados na comunidade adjacente, como a geração de particulado em suspensão e o descarte de resíduos de lubrificantes líquidos diretamente no solo, o que fornece um bom indicador do grau de impacto sobre o meio ambiente local. Neste contexto, foi elaborada uma matriz de impactos ambientais e relação ao meio físico, bem como uma matriz de intensidade dos impactos identificados, com o objetivo de obter se um maior detalhamento das condições locais, o que servirá como embasamento para eventuais medidas mitigadoras a serem adotadas durante toda a operação da mina. PALAVRAS CHAVE: IMPACTOS AMBIENTAIS; MATRIZ DE IMPACTOS AMBIENTAIS; MINERAÇÃO E MEIO AMBIENTE.

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RECUPERAÇÃO DE ÁREA DEGRADADA POR EXPLORAÇÃO EM

PEDREIRA NO MUNICÍPIO DE SÃO RAFAEL/RN NO CONTEXTO DE

UM PROJETO INTEGRADOR.

Alan Kellnon Nóbrega de Carvalho1; Anne Jamile Bezerra da Silva2; Bruna Layssa de Macêdo Silva2; Fernanda Maria da Silva2; Cayo César Cortez Pontes3; Jairo Rodrigues de Souza4; Samara Ferreira de Araújo2; Ana Karoline Ferreira da Silva2 1IFPB; 2EAJ/UFRN; 3UFCG; 4IFRN; O PRAD é um importante instrumento da gestão ambiental para a mineração e outros tipos de atividades, sobretudo aquelas que envolvem desmatamento, sintetizando os recursos naturais das áreas de influência da jazida e os impactos ambientais provocados pela implantação do projeto, permitindo, juntamente com o EIA/RIMA traçar os objetivos da recuperação ambiental dentro de condições específicas para cada área degradada. Para um técnico em mineração, a compreensão destes aspectos geoambientais torna-se de grande importância no exercício de sua profissão. No contexto da conclusão de um curso técnico em Mineração na modalidade concomitante, ofertado pela Escola Agrícola de Jundiaí em parceria com a UFRN, dentro do PRONATEC, a integração da maior quantidade de disciplinas se torna o ponto central de um Projeto Integrador, capacitando o profissional em um perfil de trabalho versátil e ágil. A realidade da exploração de rochas ornamentais se mostra como um fator grande importância na economia de pequenos municípios, como São Rafael/RN, cuja área de estudos está localizada na Fazenda Jatobá, zona rural do município, e explora uma rocha de composição granítica, utilizando como método de desmonte a massa expansiva, fio diamantado e ar comprimido tendo seu destino final a produção de materiais para aplicação de revestimentos na construção civil, havendo a necessidade de implementação de um Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD). A execução de processos de recuperação ambiental de áreas degradadas assume grande importância no âmbito da mineração, levantando questões importantes acerca do planejamento da recuperação a ser realizada, onde a matriz de impacto ambiental exerce a função de guia sobre os impactos que a área deverá vir a sofrer ao longo da atividade, bem como às ações a serem tomadas. Diversas práticas podem ser elencadas como vitais para a construção de um plano multidisciplinar que aborde todas as ações necessárias para o estabelecimento de uma área ambientalmente viável após o fechamento da atividade mineradora, onde tais práticas visam minimizar os impactos visuais e a estabilidade geotécnica da área, atribuindo à geometria de bancadas o ponto central da estabilidade física da pedreira. A disposição dos estéreis e do rejeito produzido deve ser feita em duas fases, onde a priori deve-se alocar o material em uma área de depósito adjacente a pedreira, para em um momento posterior o mesmo material seja empregado no preenchimento das cavas geradas. A acomodação dos solos eventualmente retirados durante o decapeamento deve ser feita seguindo as bancadas e recobrindo a pilha de rejeitos, produzindo um local onde seja possível a fixação de espécies vegetais nativas seguindo as técnicas de plantio abordadas neste trabalho. No âmbito de um curso técnico em Mineração, a integração entre as disciplinas de Geologia Geral, Mineralogia, Petrografia, Desmonte de Rochas, Lavra de Minas à Céu aberto e Mineração e Meio ambiente forneceram as informações necessárias para a sugestão de correto emprego de técnicas de recuperação de áreas degradadas no que se refere especificamente ao Meio Físico na área estudada. PALAVRAS CHAVE: RECUPERAÇÃO DE AREAS DEGRADADAS; ROCHAS ORNAMENTAIS.

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ESTUDO LOCAL E REGIONAL DA CAVERNA CASA DE PEDRA

LOCALIZADA NOS MUNICÍPIOS DE ITATIRA E MADALENA Alan Liupekevicius Carnielli¹; Cesar Ulisses V Veríssimo¹; Sebastián Gonzáles Chiozza¹; Breno Pinheiro Carvalho¹; Jefferson Lima dos Santos¹; Vanusa Castelo Barbosa¹; Vinicius Araújo Alho¹; Ronaldo Pereira da Silva Filho1. 1 UFC A Caverna Casa de Pedra localiza-se entre os municípios de Madalena e Itatira, Ceará. A unidade geológica a qual se encontra associada corresponde aos metassedimentos de idade neoproterozóica da unidade Independência que ocorre na porção Setentrional da Província de Borborema dentro do Domínio Tectônico Ceará Central. Foram focalizadas duas frentes de estudo sendo uma na porção interna a caverna e outra abrangendo todo o contexto geológico regional a esta. No interior da caverna iniciou-se o mapeamento geológico-estrutural e a espeleometria, construindo uma planta baixa da caverna junto a seções transversais, além do levantamento de estruturas dúcteis, rúpteis e das direções dos principais condutos da caverna. Apartir da análise dos dados utilizando diagramas Schimidt-Lambert, nota-se que a orientação dos condutos e galerias obedece a um controle estrutural relacionado às estruturas rúpteis (fraturas) com direção principal NE. As outras direções de desenvolvimento estão associadas a estruturas dúcteis, como eixos de dobras e planos axiais. No estudo de espeleogênese interpretou-se dados mineralógicos, utilizando análises de DRX. Foram identificados minerais predominantes como a dolomita e calcita que compõem o mármore e a caverna, além de minerais associados a reações metamórficas de decarbonatação como a tremolita-actinolita e o diopsídio. Análises petrográficas permitiram a determinação de variações na composição dos carbonatos (fácies sedimentares) diferenciando porções originalmente mais puras e impuras, relacionadas à contribuições dominantemente química ou pelítica, anterior ao metamorfismo. Na área de estudo foi realizado o mapeamento litologico-estrutural regional, em escala de semi detalhe (1:40.000) acompanhado de estudos petrográficos. A pesquisa contribuiu para melhor compreensão dos processos envolvidos na gênese da caverna e para o conhecimento geológico da sequencia metassedimentar tipo QPC que compõe a Unidade Independência na área estudada. PALAVRAS CHAVE: ESPELEOGÊNESE, CAVERNA CASA DE PEDRA, MAPEAMENTO REGIONAL.

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CARACTERIZAÇÃO GEOMORFOLÓGICA DO LITORAL DE BAÍA FORMOSA - RIO GRANDE DO NORTE

Aline Silva da Costa Lopes1; André Giskard2; Helenice Vital13. 1Departamento de Geofísica/UFRN; 2 PPGG/UFRN; 3 Departamento de Geologia/PPGG/UFRN Os métodos geofísicos hidroacústicos consistem na utilização da propagação das ondas acústicas, em um meio aquoso, para obtenção indireta de informações a respeito da profundidade, geometria e composição dentre outros parâmetros de uma determinada região coberta por uma lâmina d'água. A partir desse princípio foi proposto um estudo da região de Baía Formosa que fica no litoral Sul do Rio Grande do Norte, à 94 km da capital Natal para caracterizar o fundo da baía localizada entre a cidade de Baía Formosa e o a foz do Rio Curimataú, a fim de compreender a geomorfologia da plataforma continental nessa região, a qual possui maré semi-diurna em regime de meso maré. Foram então levantados entre o período de 18 a 30 de outubro de 2015 o equivalente a uma área de 132,12 km2. No qual foi utilizado o sonar interferométrico EdgeTech 4600, instalado na lateral de embarcação, operando na frequência de 540 kHz, para aquisição de dados de batimetria e sonografia. A embarcação utilizada (Spirit of Noronha) tem 11 m de comprimento, 3,5 m de largura e calado de 1,5 m. A velocidade média de aquisição foi de 5 nós (aproximadamente 2,6 m/s), tendo os dados sonográficos uma resolução espacial de 0,2 m e os dados batimétricos de 0,5 m. Entretanto neste trabalho iremos abordar somente os dados batimétricos adquiridos na região, sendo os dados tanto adquiridos quanto processados no software Hypack 2014. Os dados de batimetria coletados mostram que a área de estudo tem uma profundidade média de 12,45 m, variando de um mínimo de 2,9 m à um máximo de 21,7 m. A profundidade aumenta com o aumento da distância da linha de costa, com um inclinação média de 0,24o. Um perfil perpendicular à linha de costa mostra que o declive da região aumenta consideravelmente após os 700 metros na direção costa afora. Foi possível observar também um alargamento da faixa mais rasa na porção sul do levantamento próximo ao limite da enseada em frente à cidade de Baía Formosa, aumentando o gradiente que variava entre 5 a 10 metros para a cota de 20 metros de profundidade. Devido a circulação controlada pelos "beachrocks" e o aumento da sedimentação na porção central da área insonificada, acreditamos que a enseada possivelmente contribui de forma efetiva para a deposição de sedimentos na desembocadura do rio Curumataú. PALAVRAS CHAVE: BAIA FORMOSA, BATIMETRIA, GEOMORFOLOGIA.

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AVALIAÇÃO DOS PRINCIPAIS IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS DA EXPLORAÇÃO DE QUARTZITOS NA REGIÃO DE QUEIMADA NOVA-PI, FAIXA RIACHO DO PONTAL DA PROVÍNCIA

BORBOREMA Alinne M. Martins Araújo1; Thaila Ravena S. Carvalho2; Lauro Cézar M. de Lira Santos 2; Rayla de Sá Macedo2

1UFPE; 2UFCG; O município de Queimada Nova, responde pela maior parte da produção mineral de quartzito ornamental do estado e Piauí. O presente trabalho teve como objetivo analisar os aspectos gerais da produção de quartzito e os principais impactos da atividade no município. A área de trabalho está inserida na Faixa Riacho do Pontal, Domínio Sul da Província Borborema. Localmente, é dominada por rochas do Grupo Casa Nova, sendo dividido nas formações Mandacaru, que compreende xistos e metagrauvacas em baixo grau metamórfico, exibindo estruturas associadas ao ambiente marinho profundo turbidítico tipo flysch e Barra Bonita, onde predominam os quartzitos investigados intercalados com metapelitos e mármores. Nesta região, o quartizito é utilizado na construção civil como revestimento, sendo sua lavra realizada a céu aberto. Adicionalmente, a extração de placas é feita de forma rudimentar e não mecanizada, principalmente por mão-de-obra familiar. A exploração de quartzito acumulou, ao longo dos anos, um grande passivo ambiental devido à falta de aprimoramento técnico da atividade, não acompanhando adequadamente o desenvolvimento de lavra para estes fins no restante do país. Conclui-se que os principais impactos ambientais da mineração de quartzito relacionam-se i) á disposição irregular de rejeitos atual e pretérita, ii) ao risco à saúde do trabalhador, nas diversas etapas de produção e iii) acumulação de resíduos sólidos. Como solução parcial para reduzir o impacto geo-ambiental causado, propõe-se trabalhos básicos de mapeamento geológico de detalhe com melhor definição de lentes de minério (espessura x profundidade) e rochas encaixantes, alinhados com aberturas de trincheiras e etapas sistemáticas de sondagem, de preferência regular quadrática. Tais atividades permitiriam além da redução da produção de rejeito, conseqüentemente ampliaria a relação estéril-minério, promovendo melhor aproveitamento da exploração de quartzito na região.

PALAVRAS CHAVE: QUARTZITO, EXTRAÇÃO, IMPACTOS AMBIENTAIS

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BALNEABILIDADE DAS LAGOAS INTERDUNARES DE ARITUBA E

PITANGUI, LITORAL LESTE DO RIO GRANDE DO NORTE. Ana Cláudia Batista da Silva¹; Magnus Kelly de Miranda Rocha Neto¹; Leão Xavier da Costa Neto¹. 1Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte-IFRN. Este trabalho reúne índices de balneabilidade das lagoas interdunares de Pitangui e Arituba, localizadas, respectivamente, nos municípios de Extremoz e Nísia Floresta, costa leste do Estado do Rio Grande do Norte. Estas lagoas são diariamente utilizadas por banhistas, sendo em grande parte turistas, o que afeta diretamente a economia da região e ressalta a importância de um constante monitoramento de suas águas. Segundo a Resolução CONAMA 274/2000, o conceito de balneabilidade é tido como a qualidade das águas destinadas à recreação de contato primário, onde há alta possibilidade de ingestão de quantidades significativas de água. Este estudo dá continuidade à análise realizada por Diniz, Lobato Júnior e Silva (2015) entre os meses de julho e setembro de 2014 e tem como base dados levantados semanalmente pelo Programa Água Azul, no período de outubro de 2014 a setembro de 2015. A classificação de balneabilidade dessas lagoas segue as categorias apresentadas na Resolução CONAMA 274/2000, que as divide em Próprias (subdivididas nas categorias Excelente, Muito boa e Satisfatória) ou Impróprias para banho, tendo como critério quantidades superiores a 1000 coliformes fecais-CF (termotolerantes) por 100 ml de água em mais de 20 % de cinco amostras semanais sucessivas ou mais de 2500 na última amostra coletada. As amostras contêm 100 ml de água e foram coletadas em frascos de amostragem esterilizados e fechados com papel alumínio, nos dias de maior afluência do público às lagoas, em locais que apresentam isóbata de um metro e maior concentração de banhistas, estando assim mais propícios à contaminação. Para a quantificação dos coliformes termotolerantes, seguiu-se o método de tubos múltiplos através de meios de cultura A1, de acordo com os métodos padrões para água e alimentos. Durante o período desse estudo, as águas da lagoa de Arituba permaneceram Próprias e sempre na subcategoria Excelente (< 250 CF/100 ml), as maiores frequências de usuários nas altas estações e ocasionais precipitações pluviométricas não as afetaram de maneira significativa, também não há ocorrência de despejo de esgoto proveniente dos restaurantes e conjuntos residenciais próximos, o que contribui para a manutenção da boa qualidade dessas águas. A Lagoa de Pitangui, com exceção da semana de 18 a 25/06/15 onde se mostrou Imprópria devido ao fluxo de visitantes acima do normal, permaneceu própria nas demais semanas, variando em sua maioria entre as subcategorias Excelente e Satisfatória (≤ 1000 CF/100 ml), principalmente nos períodos de férias. PALAVRAS CHAVE: BALNEABILIDADE; LAGOAS INTERDUNARES; MONITORAMENTO AMBIENTAL.

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ANÁLISE MORFOMÉTRICA APLICADA À ANÁLISE DE ÁREAS

SUSCETÍVEIS A ENCHENTES E INUNDAÇÕES NA BACIA DO RIO

JAGUARIBE, JOÃO PESSOA (PB).

Anselmo de Araújo Barbosa1; Paulo Roberto Medeiros Vasconcelos1; Caio Lima dos Santos1; Fernando Eduardo Borges da Silva1; Jucielho Pedro da Silva1; Jesiel Bezerra de Medeiros1; João Maria Gomes Sobrinho1; Jaedson Zeferino de Araújo1; Bruno Ferreira9; Saulo Roberto de Oliveira Vital1. 1GENAT/UFRN; 2 GENAT/UFAL Enchentes e inundações constituem um fenômeno geomorfológico que decorre do aumento da vazão das águas pluviais que escoam numa bacia hidrográfica. O primeiro fenômeno ocorre de forma sazonal, no período de maior pluviosidade, provocando o aumento dos níveis de água no canal fluvial. No segundo caso, as águas extravasam o canal, alcançando o leito maior, dito excepcional. Nesse caso, as causas desse fenômeno estão atreladas a interferência antrópica no sistema bacia hidrográfica, como resposta ao aumento da vazão e aumento da velocidade dos picos de cheias. Nesse contexto, tais fenômenos tornam-se uma situação de risco para a população, principalmente nas grandes cidades, que em geral, cresceram de modo acelerado e desorganizado, sendo a urbanização seu principal fator gerador. A análise morfométrica é uma importante ferramenta para a compreensão da dinâmica geomorfológica e para o planejamento das atividades socioeconômicas nas bacias hidrográficas. Os índices morfométricos podem fornecer importantes informações para o planejamento, como por exemplo, a suscetibilidade a ocorrência de enchentes e inundações. Tal abordagem permite conhecer o modo como os principais processos do ciclo hidrológico se comportam em determinada bacia, tais como a infiltração e escoamento superficial. O estudo morfométrico da bacia do rio Jaguaribe, localizada no contexto urbano da cidade de João Pessoa/PB, utilizou o índice de circularidade, a densidade de drenagem, o fator forma e o coeficiente de compacidade, cujos valores encontrados para o estudo indicam uma bacia com baixa suscetibilidade a ocorrência de enchentes. A caracterização física da área de estudo revela a ocorrência de um relevo esculpido sobre rochas sedimentares, semiplano e tabular, pouco dissecado, havendo poucas áreas de declives acentuados. Os canais fluviais apresentam poucas variações altimétricas, o que garante um fluxo laminar, de baixo poder erosivo. Essa relativa estabilidade encontrada na caracterização física da referida bacia, é perturbada pelo processo de urbanização observado nos últimos 35 anos, que tem se refletido na formação de acentuados processos erosivos na porção interfluvial da bacia e o consequente assoreamento dos canais fluviais. Some-se a esse aspecto o aumento do escoamento superficial, causado pela impermeabilização do solo e a construção de residências dentro da planície e do canal fluvial. A conjugação desses fatores resulta na formação de áreas de risco de enchentes e inundação, além do risco de movimentos de massa, que por sua vez, surgem como produtor do modo como ocorre o uso e ocupação da terra. Portanto, a ocorrência de áreas de risco na bacia do rio Jaguaribe é resultado da relação dos aspectos físico-naturais com o modo de uso e ocupação da terra. PALAVRAS CHAVE: MORFOMETRIA, RISCO, ENCHENTES.

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USO DA TERRA E DINÂMICA GEOMORFOLÓGICA NO NÚCLEO DE DESERTIFICAÇÃO DO SERIDÓ POTIGUAR

Anselmo de Araújo Barbosa1; Luana Carla Mariz da Silva2; Paulo Medeiros Vasconcelos2; Flávia Luana Dantas2; Jaedson Zeferino de Araújo2; Thiago Douglas Silva Medeiros2; Carla Beatriz Araújo de Oliveira2; Edson Helder Silva de Menezes2; Luiz Eduardo Pereira da Silva2; Saulo Roberto de Oliveira Vital2 1.GENAT/UFCG; 2. GENAT/UFRN A região do Seridó Potiguar tem uma grande importância para o estado do Rio Grande do Norte e para o Nordeste, uma vez que apresenta uma economia bastante diversificada e grande riqueza natural. Atualmente, a referida região tem enfrentando graves problemas ligados à desertificação e à escassez hídrica, sobretudo, em função da forma como se desenvolve o uso da terra. Nesse contexto, a desertificação emerge como uma preocupação para muitos países, dentre eles o Brasil, já que o clima e a intensificação do desmatamento têm favorecido a expansão deste problema, sobretudo na região semiárida. Uma das grandes consequências deste fenômeno tem sido a intensificação da erosão, resultando no assoreamento dos canais e reservatórios naturais e artificiais. O objetivo deste estudo, consiste em investigar os processos morfodinâmicos no núcleo de desertificação do Seridó Potiguar, a partir do resgate da história do uso e cobertura da terra e da análise dos processos superficiais. Nesta etapa da pesquisa, especificamente, foram utilizadas fontes bibliográficas e dados geoespaciais para o levantamento da atual cobertura da terra. Para produção do mapa, foram usadas as imagens do satélite OLI/LANDSAT, órbita 215, pontos 64 e 65 de 17 de julho de 2016, com resolução espacial de 30 metros e resolução radiométrica de 16 bits. Para a obtenção das informações pretendidas, primeiramente, foi realizado um processo de transformação radiométrica de 16 bits para 8 bits, visando a compatibilização da resolução radiométrica da atual imagem, com a resolução das imagens antigas, a fim de realizar futuras análises de mudanças do uso e ocupação das terras. Em seguida, foi gerado um mosaico a partir das imagens referentes aos pontos 64 e 65, visando abranger toda a área estudada, e, posteriormente, o recorte da área de interesse. Em seguida, foi realizada a composição R7G5B3, sobre a qual foi realizado um processo de classificação supervisionada. A princípio, foi atribuída uma legenda genérica, considerando quatro classes de cobertura da terra, a saber: caatinga densa, caatinga esparsa, corpos d’água e solo exposto. A fim de concluir a análise, foram realizadas verificações em campo, para testar o nível de acurácia do mapeamento. A partir de então, percebeu-se que grande parte dos solos expostos na região, se distribui em torno ou próximos aos reservatórios e cursos d’água, como consequência do desenvolvimento de atividades agrícolas extrativistas, tornando estas áreas suscetíveis à erosão, em períodos de maior intensidade pluviométrica. A caatinga esparsa, por sua vez, apresenta maior destaque em relação à caatinga densa, com elevada predominância em áreas de pastagem e, caatinga densa, próxima às elevações. Pode-se afirmar que este panorama de cobertura da terra se desenvolve em grandes parcelas do semiárido brasileiro, acarretando em alterações nos processos superficiais da paisagem, acarretando em prejuízos para a população local, tal como a escassez dos recursos hídricos.

PALAVRAS CHAVE: PROCESSOS MORFODINÂMICOS, DESERTIFICAÇÃO, SERIDÓ POTIGUAR.

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SELEÇÃO DE ÁREA PARA A INSTALAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS EM LENÇÓIS E LIVRAMENTO

Bruna Silva Santos2; Raiane Duarte de Oliveira2, José Ângelo Sebastião Araújo dos Santos1 1. UFBA/IGEO; 2.Geologia Ambiental. Os municípios de Lençóis e Livramento de Nossa Senhora possuem, atualmente, locais inapropriados de descartes de seus resíduos sólidos urbanos (RSU), sendo estes a céu aberto e próximos a estradas e centros urbanos. O presente trabalho procurou encontrar possíveis áreas para a instalação de aterros sanitários nesses municípios. Livros, mapas e artigos foram consultados, além de uma viagem de campo ter sido realizada. Aterros sanitários são locais normatizados onde o descarte de RSU pode ser realizado com a minimização dos impactos ambientais. Para ser projetado um aterro, deve-se realizar um adequado projeto geotécnico de modo a garantir a segurança ambiental e estrutural do local. A seleção de um local apropriado para a instalação de um aterro deve levar em conta o subsolo, que deve ser pouco permeável, além de outros aspectos como a proximidade a centros urbanos e estradas. Para isso necessita-se uma gama de dados a respeito do local, como a geologia, clima, hidrografia e topografia, bem como informações a respeito dos resíduos a serem descartados e dos materiais que serão empregados na construção do empreendimento. No caso do município de Lençóis, o lixão da cidade encontra-se próximo à estrada e a poucos quilômetros da cidade, além de ter acesso fácil e sem controle e possuir catadores trabalhando no local. A análise dos mapas de solos, vegetação, declividade, rodovias e hidrografia, em conjunto com as normas para a instalação de aterros, permitiu a sugestão de um local apropriado para um aterro sanitário, um pouco distante da cidade. Já no caso do município de Livramento de Nossa Senhora o lixão possui mais características problemáticas. Além de Livramento ser um município que produz cerca de quatro vezes mais lixo do que Lençóis, seu local de depósito de RSU é ao lado de uma rodovia, com indícios de queima a céu aberto, remédios, eletrônicos, pilhas e resíduos hospitalares expostos, bem como evidência de escavações para depósito de maior quantidade de resíduos. A análise dos mapas relevantes possibilitou a seleção de um possível local apropriado para a instalação de um aterro, levando-se em conta todas as normas exigidas. A consulta bibliográfica associada à viagem de campo e a análise de mapas tornou possível a interpretação de possíveis locais para a instalação de infraestruturas apropriadas para o descarte de RSU. Tais conclusões devem ser acompanhadas de mais estudos in situ a fim de confirmar os locais indicados, algo fora do escopo do atual trabalho. PALAVRAS-CHAVE: ATERRO SANITÁRIO. RSU. GEOTECNIA AMBIENTAL. LENÇÓIS. LIVRAMENTO DE NOSSA SENHORA.

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GEOLOGIA-GEOMORFOLOGIA DA ZONA COSTEIRA DO MUNICÍPIO DE ITAPORANGA D’AJUDA, SERGIPE

Bruno Alves Silva de Oliveira1, 2; Victor Spinola¹, Fabrício Passos Fortes1,2;

1UFS; 2GEOSIG A zona costeira de Sergipe teve sua evolução geológica-geomorfológica associada às variações do nível relativo do mar durante o Quaternário. O presente artigo tem como objetivo identificar, individualizar e caracterizar as unidades geológico-geomorfológicas da zona costeira do município de Itaporanga D'Ajuda, Sergipe. A metodologia consistiu em: (i) levantamento bibliográfico prévio, (ii) interpretação de fotografias aéreas e de imagens de satélite, (iii) geoprocessamento de dados e, (iv) confecção do mapa geomorfológico na escala de 1:75.000. As unidades geomorfológicas identificadas e individualizadas foram: tabuleiros costeiros, terraços marinhos internos, terraços marinhos externos, dunas internas, dunas externas/interdunas, terras úmidas, supramarés/intermarés (manguezais), praias e barra fluvial. PALAVRAS CHAVE: FOTOGRAFIAS AÉREAS, GEOPROCESSAMENTO, MAPA GEOMORFOLÓGICO

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ASPECTOS GEOLÓGICOS E APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS DE QUARTZITOS DA REGIÃO DE VÁRZEA E JUNCO DO SERIDÓ-PB

Dyane F. Lucena1; Iure Borges M. Aquino1; Lauro Cézar M. de Lira Santos1; Josecleide C. Araújo1 1UFCG; A atividade mineradora no estado da Paraíba é considerada significativa se comparada com o restante da região nordeste, pois é praticada em 98% do seu território, abrangendo uma diversidade de bens minerais, principalmente Minerais e Rochas Industriais – (MRI). Nas proximidades de Várzea e Junco do Seridó, quartzitos de tonalidades variáveis são explorados para o mercado interno voltado principalmente para construção civil. Essas rochas apresentam textura granoblástica, caracterizados por cristais anédricos de quartzo, intercalados com muscovita interstiscial e poucos minerais máficos agrupados na Formação Equador da Faixa Seridó. Mesoscopicamente, essas rochas apresentam textura maciça, mas em seção delgada, amostras coletadas á norte de Junco, revelaram complexas redes de microfraturas e zonas cataclásticas, preenchidas por clorita e minerais opacos, o que comprometem a qualidade do material. Durante a extração desse material são gerados refugos, placas e pedaços de quartzitos fora do tamanho comercial, que são descartados próximo a cava. O descarte inapropriado desse material pode gerar alguns prejuízos e danos ao meio ambiente. Desta maneira, foram coletadas amostras do refugo de quartzitos, separadas por cor, cominuídas e misturadas com reagentes. Realizou-se homogeneização e o material resultante colocado em moldes, onde foi aguardado o tempo de cura para posteriormente ser submetido a testes de compressão. Por meio dessa metodologia, verificou-se que os blocos produzidos são soluções para utilização como rochas ornamentais. Desta forma, se configura uma opção inovadora e ecologicamente correta, capaz de suprir necessidades do setor de construção civil em conjunto com desenvolvimento sustentável. PALAVRAS-CHAVE: MINERAIS INDUSTRIAIS, QUARTZITOS, REFUGO

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ÍNDICE DE INTENSIDADE DE INTEMPERISMO DA REGIÃO DE MORRO DE CHAPÉU-BA

Edgar Romeo Herrera de Figueiredo Iza1,3; Isabel Leonor Iza E. Herrera2; Adriana Maria Coimbra Horbe3; Marco Antônio Gomes Advíncula e Silva 1. 1CPRM/SUREG-SA; 2UNIR-PPGG-Coordenação de Pós graduação em Geografia; 3Instituto de Geociências/UnB Este trabalho destaca a aplicação e comparação de dois índices de intensidade de intemperismo (WII) em uma área localizada em Morro do Chapéu-BA. A aplicação de tais índices tem propiciado bons resultados e interpretações sobre o processo intempérico, por exemplo, na Austrália e na porção sudoeste da Amazônia Brasileira. Os referidos índices foram gerados a partir da integração de dados aerogeofísicos com dados altimétricos utilizando regressão múltipla. Os principais produtos usados foram a gamaespectrometria, com ênfase aos canais do eU, eTh e K, as razões eTh/K e eU/K, assim como, os dados de elevação gerados pelo SRTM. Dentre os dois índices de intemperismo aplicados, o que mais mostrou similaridade com os dados de campo foi aquele concebido para a Austrália. A aplicação do modelo australiano na área de estudo mostrou altos índices de intemperismo na porção sudeste e em algumas áreas no norte e oeste mostrando-se coerentes com a ocorrência de crostas lateríticas e latossolos. Notadamente na porção central da área, domínio com grande ocorrência de afloramentos de arenitos e conglomerados pouco ou nada alterados, o índice de intemperismo mostrou-se baixo ou muito baixo. Por outro lado, ao aplicar o WII desenvolvido para a Amazônia, destacaram-se mais áreas com maior índice de intemperismo, especialmente na porção centro-sul. Portanto, o referido modelo mostrou-se menos coerente com os dados de campo e inadequado para representar as condições de intemperismo da área. O WII considera, em sua concepção, aspectos relacionados tanto com a resposta gamaespectrométrica, quanto a altimetria, e pode variar de acordo com as características de cada área estudada. Outros fatores como geomorfologia, neotectônica, paleoclima, etc., podem também influenciar fortemente as variáveis envolvidas nos modelos e os respectivos resultados e interpretações. A aplicação dos índices de intensidade de intemperismo australiano e do SW da Amazônia, em outras áreas do nordeste brasileiro, deve ser considerada para que os resultados apresentados neste trabalho possam ser corroborados. Adicionalmente, sugerem-se estudos de campo integrados com dados gamaespectrométricos e altimétricos no intuito de desenvolver um WII específico para o nordeste brasileiro. PALAVRAS CHAVE: LATOSSOLOS, ALTIMETRIA, GAMAESPECTROMETRIA.

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PROPOSTA DE METODOLOGIA COMPLEMENTAR PARA ANÁLISE GEOMORFOLÓGICA EM MAPEAMENTOS COM ESCALA MENOR

QUE 1:100.000

Felipe Garrido Nery Falcão1; Matheus Andrade Nascimento2; Jean Carlos Santana Ferreira3; José Ângelo Sebastião Araújo dos Anjos4. 1UFBA/ University of Nevada; 2 UFBA; 3 UFBA/Boise University; 4 UFBA/UNIFACS Os estudos relacionados aos aspectos geomorfológicos são de suma importância para o entendimento dos processos que geraram e ainda modelam a superfície terrestre, e vêm sendo aprimorados ao longo do tempo no intuito de facilitar, além da compreensão genética sobre a formação dos relevos, as gestões ambientais, ocupacionais e econômicas que delineiam e/ou se associam com a vida e as atividades humanas na Terra. Por esses motivos é de suma importância a criação de um padrão analítico, a nível nacional, que facilite a classificação geomorfológica em mapeamentos com escalas menores que 1:100.000, preenchendo assim uma lacuna existente na metodologia proposta pelas referências de maior alcance no Brasil (IBGE-2009, RADAMBRASIL-1989). Este trabalho propõe uma classificação complementar àquelas já consagradas, fazendo modificações e adaptações à algumas terminologias existentes de modo a facilitar suas compreensões. Além disso, as análises aqui propostas sugerem a utilização de imagens de satélite de alta resolução e modelos digitais de superfície (MDS) no auxílio do mapeamento e caracterização de zonas geomorfológicas segundo os critérios analíticos da morfografia (descrição qualitativa das formas de relevo. Exemplos: Formato de vales e topos das elevações) e morfometria (caracterização do relevo por meio de variáveis quantitativas. Exemplos: Declividade e amplitude altimétrica), que por sua vez, têm sua essência marcada pelos processos genéticos dominantes que moldaram, e ainda moldam, o relevo (Exemplos: Processo de acumulação; Processo de dissecção; e Processo de aplainamento). É importante salientar que conceitos, tais como “Modelado” e “Unidade”, perderam o sentido taxonômico e foram substituídos por “Processos” e “Zonas”, mantendo assim o caráter processual (ligada à evolução/construção do relevo) do primeiro e territorial do segundo. Além disso, foi necessária a adaptação da denominação “Modelado de Dissecação em Ravinas”, utilizada pelo IBGE, que passou a se chamar "Processo de Dissecação em Voçorocas", visto que, as ravinas não são mapeáveis em escalas maiores que 1:50 pois possuem até 50cm de largura e profundidade (IPT -1989 ), tratando-se de um erro conceitual. PALAVRAS CHAVE: MDS; MOFORMETRIA; MORFOGRAFIA.

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MAPEAMENTO GEOLÓGICO COM APLICAÇÃO PARA SUSCETIBILIDADE A DESLIZAMENTO DE TERRA: EXEMPLO,

MUNICÍPIO DE ABREU E LIMA-PE.

Felipe Oliveira Tenório da Silva1, Marcelo Reis Rodrigues da Silva2, Roberto Quental Coutinho3, Daniela Josefa da Silva4

1.UFPE; 2. DEGEO-UFPE; 3. Eng. Civil UFPE; 4UFPE As maiorias dos espaços urbanos espalhados pelo Brasil desenvolveram-se de forma desordenada e muitas vezes caótica. A estabilidade dos perfis de solo, ou rochosos observados depende diretamente da natureza geológica e das características geotécnicas e geomorfológicas, conjugadas a outros fatores predisponentes da superfície. O estudo aqui apresentado refere-se ao Município de Abreu e Lima, Região Metropolitana do Recife-PE, que devido às características do substrato geológico, associadas às condições de uso e ocupação do solo, bem como condições climáticas, tem se tornado uma área potencial para a ocorrência de processos de deslizamentos. Esta pesquisa foi desenvolvida no âmbito do projeto: “Elaboração de cartas de aptidão à urbanização frente aos desastres naturais nos municípios de ABREU E LIMA; Camaragibe; Cabo de Santo Agostinho; Jaboatão dos Guararapes, localizados na Região Metropolitana do Recife, Estado do Pernambuco”, executado pelo Grupo de Engenharia Geotécnica de Encostas, Planícies e Desastres (GEGEP), com financiamento do Ministério das Cidades, sob a coordenação do terceiro autor deste resumo. O Município de Abreu e Lima assenta-se sobre um substrato geológico formado por dois ambientes: o embasamento cristalino, constituído pelo Complexo gnáissico-migmatítico-granítico e a Formação Barreiras. O primeiro é formado por gnaisses, migmatitos e, em menor proporção, granitos, que, por vezes, exibem sutis foliações. Já a Formação Barreiras é representada por conglomerados, arenitos estratificados e camadas argilosas. Do ponto de vista de susceptibilidade a deslizamentos e escorregamentos, ambos são favoráveis a tais fenômenos. Em colinas esculpidas sobre o embasamento cristalino, onde predomina o cultivo de cana-de-açúcar, foi possível observar blocos de rocha (matacões) alterada a sã, preservadas dentro do solo residual. A abertura de estradas vicinais utilizadas para transporte de cana-de-açúcar, associadas a períodos de enxurradas potencializa o desprendimento e queda desses blocos. A abertura de tais estradas também pode criar um caminho preferencial para o escoamento das águas da chuva, o que pode potencializa o processo de erosão ao longo delas. No que tange a Formação Barreiras, a alternância de camadas arenosas/conglomeráticas e argilosas pode afetar a estabilidade das encostas. Esse tipo de situação é comum no leste de Abreu e Lima, região do município mais densa populacionalmente. Os níveis arenosos, devido à sua permeabilidade, favorecem uma maior infiltração de água, principalmente quando ocorrem nos topos das encostas. Essas águas infiltradas uma vez encontrando camadas de argila de baixa permeabilidade formam surgências, tão comuns nas encostas. Esse fenômeno também pode facilitar escorregamentos em cortes de taludes; a evolução desse processo pode ocasionar a formação de voçorocas, em forma de anfiteatro, como observado em diversos pontos da cidade sede de Abreu e Lima. As descontinuidades entre os estratos analisados não apresentaram ângulos de mergulho concordantes com as encostas, o que diminui a suscetibilidade a deslizamentos. PALAVRAS CHAVE: MAPEAMENTO, DESLIZAMENTOS

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EVOLUÇÃO DA LINHA DE COSTA ENTRE A PRAIA DE

FLEICHEIRAS E DE GUAJIRU NO MUNICÍPIO DE TRAIRI, CEARÁ,

BRASIL.

Gabriel Aguiar Feitosa¹; George Satander Sá Freire¹; João Capistrano de Abreu Neto¹ 1- LGMA/UFC As regiões litorâneas foram e ainda são uma das zonas mais importantes para os seres humanos, tanto no aspecto de sobrevivência, que está fortemente relacionado aos pescadores locais, devido a estes fazerem uso da pesca de subsistência e residirem nessas áreas, quanto ao uso da região para o turismo, tendo um crescente número de empreendimentos nos últimos anos. Devido a esse processo de urbanização e ao forte aumento de ocupações urbanas nesses locais, se tornou necessário realizar uma gestão sócio ambiental destas zonas. Com o advento do geoprocessamento e das imagens de satélites, o sensoriamento remoto se tornou uma prática bastante eficaz para analisar as mudanças de posição na linha de costa. O mapeamento e o monitoramento da linha de costa são um dos mais importantes métodos utilizados pelo sensoriamento remoto e auxiliam bastante nessa gestão, por isso se tornaram ferramentas bastante utilizadas atualmente. O estudo foi realizado com o intuito de analisar a variação da linha de costa na região entre a praia de Fleicheiras e a praia de Guajiru no município de Trairi, litoral oeste do estado do Ceará (Brasil), utilizando imagens de satélites associadas a técnicas de geoprocessamento. Para uma melhor análise as imagens coletadas foram dos anos entre 1980 e 2015, mais precisamente nos anos de 1980, 1985, 1990, 1995, 2000, 2004, 2009, 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015. Foi utilizada a extensão DSAS (Digital Shoreline Analysis System) versão 4.3 para o software ArcGIS 10.3, dentro dessa extensão foram utilizados dois métodos de análise o LRR (Linear Regreation Rate) e o EPR (End Point Rate) para uma melhor obtenção de resultados em relação a movimentação da linha de costa. Os resultados mostram que o balanço da região é predominantemente erosivo, sendo média dos valores do LRR de -0.3 metros/ano para a área analisada e para o EPR a soma dos valores apresentados teve como média dos valores -0.79 metros/ano.. Com os dados relativos ao trabalho, concluiu-se que ao observar a região como um todo existe uma tendência a retrogradação no setor localizado entre as praias analisadas de acordo com o espaço de tempo utilizado. PALAVRAS CHAVE: EROSÃO, LINHA DE COSTA, SENSORIAMENTO REMOTO

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MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO DE SEMI-DETALHE DA

REGIÃO DE SUBAÚMA – BA

Gabriela Carvalho de Jesus; Roberto Rios Passos Filho; Tarsila Carvalho de Jesus; Henrique César Pereira Assumpção; Ricardo Galeno Fraga de Araújo Pereira; Liz Mariana de Brito Pires Lobo; Ramon Nascimento Jorge; Daniela Yumi de Almeida; Yuri Portugal e Souza; Gabriel Orge Orrico; Renan de Oliveira. 1UFBA As formas de relevo exibidas ao longo de uma paisagem estão diretamente ligadas aos processos modeladores, de caráter endógeno e/ou exógeno, ao longo do tempo geológico. Assim, os aspectos geológicos, hidrológicos, climáticos e fitofisionomias de uma região interconectam-se e atuam conjuntamente como agentes morfodinâmicos esculturais do relevo, promovendo processos de denudação, dissecação, transporte, acumulação etc. Este trabalho tem por objetivo o mapeamento em semi-detalhe das principais unidades geomorfológicas ocorrentes no Distrito de Subaúma, município de Entre Rios, localizado no Litoral Norte da Bahia, através da caracterização de seus aspectos morfológicos e morfodinâmicos. A área de estudos está inserida em uma zona dotada de um conjunto de complexos hoteleiros, que consistem em um importante atrativo turístico com alta relevância para a economia regional. Este mapeamento poderá auxiliar no planejamento territorial do distrito orientar diretrizes para uso e ocupação do solo protegendo os recursos geológicos da região. A realização deste trabalho consta de três etapas: i) Pré-campo com a Interpretação de doze fotografias aéreas, em escala 1:25.000, cedidas pela CONDER (1993), afim de delimitar a ocorrência de zonas homólogas de geomorfologia, relacionando-as com unidades formais; ii) Estágio de campo de 3 dias e meio no distrito de Subaúma, para a coleta de dados de campo e mapeamento da área em estudo com cerca de 70 km²; iii) Pós-campo com a análise e correlação de dados obtidos em campo para a elaboração do mapa geomorfológico da região de Subaúma. A compartimentação geomorfológica proposta no mapa foi feita com base em uma abordagem taxonômica que contém seis níveis para os modelados de relevo que abrangem respectivas unidades. Na área em estudo foram delimitadas sete unidades geomorfológicas, associadas aos modelados de acumulação e dissecação: Acumulação de Planície Fluvial, Acumulação de Planície Marinha, Acumulação de Depósitos Eólicos, Acumulação de Terraços Fluviais, Acumulação de Terraços Marinhos, Dissecação Homogênea de Topos Convexos, e Dissecação Homogênea de Topos Abaulados a Planos. Além das unidades também foram identificados tipos de formas de relevo individualizadas, tanto erosivas quanto de agradação, por exemplo topos de morro e voçorocas. Dessa forma, como resultado, obteve-se um mapa geomorfológico contendo unidades, modelados e formas, permitindo assim a visualização e compreensão da geomorfologia. PALAVRAS CHAVE: MAPA GEOMORFOLÓGICO; TERRENOS SEDIMENTARES; LITORAL NORTE DA BAHIA.

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ÁREAS DE RISCOS GEOLÓGICOS ASSOCIADAS A EVENTOS DEFORMACIONAIS DO NEOPROTEROZÓICO NA CHAPADA

DIAMANTINA/BA. Henrique César Pereira Assumpção1; José Ângelo Sebastião Araújo dos anjos¹. 1UFBA/IGEO Com o objetivo de relacionar os eventos deformacionais tectônicos do neoproterozoico e as áreas de riscos geológicos de movimentos de massa na Bahia, este trabalho tem como premissa o estudo multidisciplinar das diferentes áreas da geologia, tentando relacionar a geologia tectônica e estrutural a geologia ambiental. A área de estudo localiza-se no corredor deformacional do Paramirim, cuja geomorfologia atual é uma herança dos eventos tectônicos ocorridos no neoproteroizoico, a etapa final do ciclo Brasiliano. Esse evento envolveu a Plataforma Sul-Americana, e foi responsável pela formação, durante o Neoproterozóico, de extensas faixas dobradas no Brasil. Sua história inicia com a fragmentação do supercontinente Rodinia e termina com a aglutinação do Gondwana. Para a realização deste trabalho foram usados dados de campos que ocorreram em 4 municípios distintos na região da chapada diamantina (Abaíra, Rio de Contas, Livramento de Nossa Senhora e Jussiape), todos eles localizados no estado da Bahia. Foram visitados pontos estratégicos, onde era possível relacionar as feições de riscos geológicos com os eventos deformacionais. Realizou-se visitas a campo, onde descreveu-se as litolologias e tomou-se as medidas das atitudes, por meio da bússola, das estruturas rúpteis e dúcteis, como falhas, foliações, fraturas e outras estruturas potencializadores de riscos geológicos da região. Por fim, todos os dados coletados foram tratados e disponibilizados em uma tabela do tipo matriz e posteriormente eles foram relacionados com outros critérios, como clima e declividade, gerando um mapa de riscos geológicos de movimentos de massas. O resultado gerou a compartimentação das unidades em três grandes áreas: I) unidade dos grandes cisalhamentos, onde foram descritas cisalhamentos com atitude N270/77NE, essas zonas de cisalhamento, encontradas principalmente em cortes de estradas, são locais em que a rocha apresenta uma baixa coesão e por vezes bastante fragmentada (cataclasitos), foi observado que em áreas onde as estradas foram construídas paralelas a direção de mergulho o risco de movimento de massa era menor do que as estradas construídas perpendicularmente a direção de mergulho; II) Unidade das foliações sub-verticais, que foi caracterizada com risco moderado devido a zonas de fraquezas causadas pelos planos gerados pela foliação, foram identificados diversas cicatrizes de deslizamento de terra e de queda de blocos que seguem o mergulho dessa foliação, indicando assim que a foliação, nessa região, é um elemento potencializador nos movimentos de massa. III) Unidades das fraturas ortorrômbicas, localizadas em áreas de afloramento de metarenito cuja S1 trunca perpendicularmente a S0, formando estruturas ortorrômbicas, ocasionando intensas quedas de blocos. Portanto este trabalho destacou a importância do conhecimento da geologia tectônica e estrutural, para os estudos mais detalhados em áreas de riscos por movimento de massa, contribuindo para o conhecimento dos movimentos de massa em regiões cuja gênese esteja associada a eventos tectônicos colisionais, como o caso da área de estudo. PALAVRAS CHAVE: MOVIMENTO DE MASSA, TECTÔNICA E ESTRUTURAL.

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ÁREAS DE RISCOS GEOLÓGICOS ASSOCIADAS A EVENTOS DEFORMACIONAIS DO NEOPROTEROZÓICO NA CHAPADA

DIAMANTINA/BA. Henrique César Pereira Assumpção1; José Ângelo Sebastião Araújo dos anjos ¹. 1UFBA/IGEO Com o objetivo de relacionar os eventos deformacionais tectônicos do neoproterozoico e as áreas de riscos geológicos de movimentos de massa na Bahia, este trabalho tem como premissa o estudo multidisciplinar das diferentes áreas da geologia, tentando relacionar a geologia tectônica e estrutural a geologia ambiental. A área de estudo localiza-se no corredor deformacional do Paramirim, cuja geomorfologia atual é uma herança dos eventos tectônicos ocorridos no neoproteroizoico, a etapa final do ciclo Brasiliano. Esse evento envolveu a Plataforma Sul-Americana, e foi responsável pela formação, durante o Neoproterozóico, de extensas faixas dobradas no Brasil. Sua história inicia com a fragmentação do supercontinente Rodinia e termina com a aglutinação do Gondwana. Para a realização deste trabalho foram usados dados de campos que ocorreram em 4 municípios distintos na região da chapada diamantina (Abaíra, Rio de Contas, Livramento de Nossa Senhora e Jussiape), todos eles localizados no estado da Bahia. Foram visitados pontos estratégicos, onde era possível relacionar as feições de riscos geológicos com os eventos deformacionais. Realizou-se visitas a campo, onde descreveu-se as litolologias e tomou-se as medidas das atitudes, por meio da bússola, das estruturas rúpteis e dúcteis, como falhas, foliações, fraturas e outras estruturas potencializadores de riscos geológicos da região. Por fim, todos os dados coletados foram tratados e disponibilizados em uma tabela do tipo matriz e posteriormente eles foram relacionados com outros critérios, como clima e declividade, gerando um mapa de riscos geológicos de movimentos de massas. O resultado gerou a compartimentação das unidades em três grandes áreas: I) unidade dos grandes cisalhamentos, onde foram descritas cisalhamentos com atitude N270/77NE, essas zonas de cisalhamento, encontradas principalmente em cortes de estradas, são locais em que a rocha apresenta uma baixa coesão e por vezes bastante fragmentada (cataclasitos), foi observado que em áreas onde as estradas foram construídas paralelas a direção de mergulho o risco de movimento de massa era menor do que as estradas construídas perpendicularmente a direção de mergulho; II) Unidade das foliações sub-verticais, que foi caracterizada com risco moderado devido a zonas de fraquezas causadas pelos planos gerados pela foliação, foram identificados diversas cicatrizes de deslizamento de terra e de queda de blocos que seguem o mergulho dessa foliação, indicando assim que a foliação, nessa região, é um elemento potencializador nos movimentos de massa. III) Unidades das fraturas ortorrômbicas, localizadas em áreas de afloramento de metarenito cuja S1 trunca perpendicularmente a S0, formando estruturas ortorrômbicas, ocasionando intensas quedas de blocos. Portanto este trabalho destacou a importância do conhecimento da geologia tectônica e estrutural, para os estudos mais detalhados em áreas de riscos por movimento de massa, contribuindo para o conhecimento dos movimentos de massa em regiões cuja gênese esteja associada a eventos tectônicos colisionais, como o caso da área de estudo. PALAVRAS CHAVE: MOVIMENTO DE MASSA, TECTÔNICA E ESTRUTURAL.

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ESTUDO DA VULNERABILIDADE EROSIVA DO TRECHO DA PRAIA DE PONTA NEGRA A PRAIA DA REDINHA NOVA, NATAL/RN COMO

ELEMENTO DE MONITORAMENTO DA VARIABILIDADE DA MORFOLOGIA PRAIAL.

Henrique Clementino de Souza1,2. 1 CRNBIO; 2 Faculdade Estácio de Natal. Situado no litoral oriental do Estado do Rio Grande do Norte, o trecho compreendido pelas praias de Ponta Negra a Praia da Redinha Nova vem sendo estudado ao longo das duas últimas décadas com maior intensidade, principalmente no tocante a morfodinâmica praial. O principal objetivo desta pesquisa reside em estudar o comportamento de vulnerabilidade erosiva com vistas a monitorar a variabilidade do perfil praial no segmento inerente ao trecho compreendido desde a orla de Ponta Negra até a orla da Redinha Nova. Esta pesquisa foi conduzida com base em pesquisas bibliográficas, utilização de dados maregráficos, interpretação de imagens de satélite e levantamentos exploratórios de campo. Os primeiros levantamentos ocorreram desde a década de 1990 e determinaram inicialmente a distribuição espacial de três graus distintos de vulnerabilidade ao longo do litoral, de acordo com as características do respectivo trecho praial. O presente trabalho analisa o cenário da morfologia praial no período de 2007 a 2017 quanto aos riscos relacionados ao potencial erosivo da linha de costa. No período de quatro anos, a distribuição dos graus de vulnerabilidade registrados em 2007 foram substituídos por trechos maiores e dispersos, tendo havido um acréscimo de trechos com médio a alto grau. Em relação à distância percorrida durante o levantamento, os trechos com baixo grau, médio e alto grau correspondem a 35%, 35% e 30%, respectivamente. A ocupação aparentemente crescente da faixa de pós-praia por estabelecimentos comerciais diversos, principalmente de natureza hoteleira contribuíram para o agravamento do quadro de vulnerabilidade erosiva das praias compreendidas pelo segmento praial ora analisado. Objetivando promover um conhecimento mais aprofundado e sólido quanto à dinâmica sedimentar e morfológica praial em questão, este trabalho aponta a necessidade de monitoramento inicialmente de pelo menos 4 (quatro) perfis praiais ao longo do trecho pesquisado. PALAVRAS CHAVE: VULNERABILIDADE EROSIVA, MORFOLOGIA PRAIAL, TRECHO PRAIAL.

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AS ÁREAS DE RISCO GEOLÓGICO-GEOMORFOLÓGICO DA CIDADE DE JOÃO PESSOA: DIAGNÓSTICO, MAPEAMENTO, MONITORAMENTO DAS INTERVENÇÕES E IMPLICAÇÕES

GEOTÉCNICAS. Henrique Elias Pessoa Gutierres1; Thaiane Rabelo da Costa²; Aniele Souza de Andrade3; Daniel Barros Pinheiro² 1 Engenharia Civil (UNIPÊ)/Departamento de Geociências (UFPB); Pós-Graduação em Geografia (UFPE); 2 Engenharia Civil (UNIPÊ) A urbanização, na maioria das médias e grandes cidades brasileiras, se deu de forma intensa e desigual, à revelia do zoneamento urbanístico e do descumprimento das restrições impostas pela legislação ambiental. A ocupação de áreas impróprias para a moradia é a prova de como o meio físico pode impactar negativamente na vida dessa parcela da população. O município de João Pessoa possui vinte e sete áreas de risco, segundo a Defesa Civil Municipal. A maior parte do seu território tem a Formação Barreiras como a unidade litoestratigráfica predominante, caracterizada pela presença de sedimentos areno-argilosos pouco consolidados. Geomorfologicamente, a Baixada Litorânea e os Baixos Planaltos Costeiros são as principais unidades, estando os planaltos constituídos pelos sedimentos mal consolidados da Formação Barreiras. Logo, a topografia se apresenta como plana a suavemente ondulada, declividade média inferior a dez por cento, baixa altitude e solos profundos e com baixa fertilidade natural. O presente estudo tem o objetivo de apresentar o diagnóstico da situação atual das áreas de risco de ocorrência de processos geológicos e geomorfológicos na cidade de João Pessoa-PB. A partir do levantamento bibliográfico (trabalhos em congressos nacionais e internacionais; artigos em periódicos científicos; monografias, dissertações e teses), especialmente daqueles que tratem especificamente das áreas de risco de João Pessoa, tendo, posteriormente acontecido a coleta de dados junto a Defesa Civil (Municipal e Estadual), além da obtenção de dados primários resultantes das visitas as áreas de risco com a aplicação de fichas de campo visando a caracterização de cada processo de dinâmica externa identificado. Dessa forma, permitiu a caracterização dos principais processos geológicos e geomorfológicos que ocorrem nas áreas de risco no município de João Pessoa, dando subsídios para traçar um panorama das ações de monitoramento dessas áreas, que vem sendo desenvolvidas pela Defesa Civil (Municipal e Estadual) nos últimos anos. Sendo assim, constata-se a adoção de técnicas de investigação, de medidas preventivas e corretivas, principalmente com a implementação de obras de estabilização. A realidade de João Pessoa é a mesma em relação a muitas cidades, a exemplo da ocupação de terrenos ambientalmente frágeis, com ausência ou deficiência de infraestrutura urbana. Logo, os resultados obtidos visam contribuir com a gestão ambiental e territorial do município de João Pessoa, recomendando um maior controle em relação à expansão urbana, através de iniciativas que visem conter o avanço de tais processos. Desse modo, o alcance dos objetivos permite fornecer subsídios para o planejamento do meio físico, visando contribuir com futuras revisões do Plano Diretor Municipal de João Pessoa, no que se refere ao parcelamento do solo urbano, considerando ser possível minimizar os riscos através da adoção das intervenções da engenharia, como também buscando desenvolver ações de conscientização junto aos moradores, permitindo o empoderamento dos mesmos para a implementação de ações preventivas. Com isso, apesar de uma topografia relativamente plana na maior parte do município, os processos de uso e ocupação do solo tem deflagrado uma série de alterações geomorfológicas, favorecendo a ocorrência dos dois processos de dinâmica superficial mais recorrente – movimentos de massa e inundações. PALAVRAS CHAVE: ÁREAS DE RISCO; DEFESA CIVIL; PLANEJAMENTO DO MEIO FÍSICO.

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PROPOSTA METODOLÓGICA PARA AVALIAÇÃO DE IMPACTOS

AMBIENTAIS SOBRE A DINÂMICA GEOMORFOLÓGICA COM BASE EM ESTUDOS DE IMPACTO AMBIENTAL DAS BARRAGENS DE

SERRO AZUL E IGARAPEBA – PERNAMBUCO, BRASIL.

Henrique Elias Pessoa Gutierres1; Osvaldo Girão da Silva²;

¹ Programa de Pós-Graduação em Geografia (UFPE)/Departamento de Geociências (UFPB)/Engenharia Civil (UNIPÊ); ² Programa de Pós-Graduação em Geografia e do Departamento de Ciências Geográficas (UFPE). As barragens são empreendimentos que guardam relação direta com a Geologia e a Geomorfologia, considerando a existência de alguns processos inerentes as fases de construção e de operação (erosão, assoreamento, movimentos de massa e sismicidade induzida). Devido ao grau de impacto desse tipo de empreendimento, tanto no meio físico, como também no meio biológico e socioeconômico, tais empreendimentos necessitam do licenciamento ambiental com a apresentação do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). Obrigatoriamente, todo estudo necessita abordar conhecimentos relacionados ao meio físico (geologia, geomorfologia, climatologia, pedologia, hidrografia etc.), destacando-se, neste trabalho, a importância da geomorfologia, que se justifica pelo caráter de uso desse conhecimento para ocupação humana de novas áreas. Assim, entende-se que o EIA é um importante instrumento e que o seu aprimoramento metodológico é necessário, compreendendo que o emprego do conhecimento geomorfológico não pode ser subutilizado no âmbito dos estudos prévios e que, se for aplicado à solução/prevenção de problemas ambientais ao invés de somente descrever o ambiente, dará substância à tomada de decisão no processo de licenciamento de empreendimentos que causam grande impacto ao equilíbrio ambiental. O presente trabalho tem o objetivo de propor metodologias de abordagem geomorfológica para serem aplicadas nos EIAs de empreendimentos de barragens. O recorte espacial das áreas de estudo compreende as barragens de Serro Azul e de Igarapeba, localizadas no estado de Pernambuco, ambas licenciadas pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), com a apresentação do EIA/RIMA. A partir da escolha dessas duas áreas, buscam-se correlacionar as características das áreas das duas barragens e as recomendações presentes nos EIAs, de forma a propor metodologias voltadas para o meio físico através da aplicação de técnicas e modelos de prognósticos para determinação da probabilidade de ocorrência de processos geomorfológicos, associando as metodologias de avaliação de impactos ambientais. A Barragem Serro Azul encontra-se implantada na bacia do rio Una, considerada uma das principais do estado de Pernambuco, cobrindo uma superfície de 6.295,77 km², compreendendo as áreas totais ou parciais de 42 municípios. A barragem foi projetada visando o represamento de 303 milhões de metros cúbicos, com a finalidade principal de conter enchentes na região de Palmares, inundando uma área máxima de 907 hectares. Além de proteger as cidades contra as cheias, propõe regularizar uma vazão de 850 l/s para outros usos (abastecimento humano, irrigação, lazer e pesca). No EIA da barragem de Serro Azul, foram descritos alguns impactos de cunho geológico e geomorfológico (indução de movimentos de massa; degradação de áreas de empréstimo; instabilidade dos solos no entorno do reservatório etc.). Já no EIA da barragem de Igarapeba foram elencados os impactos: mudanças na paisagem regional; instabilidade dos solos no entorno do reservatório e a erosão das margens. No tocante à Avaliação dos Impactos, a proposta deverá incorporar os conhecimentos geomorfológicos às metodologias de avaliação de impactos ambientais existentes, a exemplo dos Métodos de Matrizes de Interação, Redes de Interação e a Superposição de Cartas. PALAVRAS CHAVE: BARRAGENS; GEOMORFOLOGIA; ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL.

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AVALIAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO POR NITRATO DAS ÁGUAS

SUBTERRÂNEAS NA ÁREA DO CAMPUS UNIVERSITÁRIO

CENTRAL/UFRN – NATAL/RN

Janaína Medeiros da Silva1; Jadson Gomes da Silva1; José Geraldo de Melo1.

1 Departamento de Geologia UFRN. Na contemporaneidade, não só as cidades menos favorecidas economicamente ou as mais distantes de fontes hídricas, como também os grandes centros urbanos do mundo enfrentam problemas relacionados à falta de água potável. Em um mundo onde a demanda de água extrapola a exploração de águas superficiais, o uso de água subterrânea se faz como um recurso natural vital para o abastecimento econômico e seguro de água potável nos meios urbano e rural, desempenhando papel fundamental para o bem-estar tanto dos seres humanos como de muitos ecossistemas. A situação de Natal/RN não é diferente: 65% da água que abastece a cidade provêm de fonte subterrânea (MELO & QUEIROZ (2000)). Inserido na zona sul de Natal/RN, o Campus Central da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) recebe atualmente mais de 30000 pessoas e desde inicio dos anos 2000 vêm enfrentando problemas com seu abastecimento hídrico próprio, o qual é dependente completamente de água subterrânea, principalmente devido à contaminação por nitrato. Segundo BAIRD & CANN (2011), excesso do íon nitrato pode causar em recém-nascidos a síndrome do bebê azul e em adultos, câncer de estômago, e aumentar a probabilidade de câncer de mama em mulheres. O objetivo desse trabalho é avaliar a contaminação das águas subterrâneas por nitrato dos Aquíferos Dunas/Barreiras e Carbonático, responsáveis pelo abastecimento hídrico total do Campus Central da UFRN, além de fazer um resgate bibliográfico de estudos anteriores permitindo constatar a evolução da contaminação na área de estudo. Para isso, foram devidamente coletadas amostras de seis poços tubulares bem distribuídos geograficamente e analisados os parâmetros de pH, condutividade elétrica (CE), sólidos totais dissolvidos (STD) e o teor de nitrato presente. As águas subterrâneas dos Aquíferos Barreiras e Carbonático na região do Campus Central/UFRN se caracterizaram como levemente ácidas (pH variando de 6,10 a 6,32, com média de 6,175) e com baixa salinidade. A partir dos resultados dos níveis de nitrato constatou-se aumento do teor de nitrato nas águas subterrâneas de todos os poços analisados em relação às análises realizadas em anos anteriores. Dos cinco poços estudados que captam água do Aquífero Barreiras, apenas um estava em conformidade com o nível estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) (45 mg/L de nitrato). A concentração de nitrato no Aquífero Carbonático (um poço) estava abaixo do nível proposto pela OMS, contudo foi constatado aumento da presença de nitrato em relação às análises realizadas em 2003, inferindo influência do Aquífero Barreiras nas águas do Aquífero Carbonático. Os níveis de nitrato e CE são maiores na porção oeste da área de estudo: tomando como base o sentido do fluxo subterrâneo regional (NW-SE) e a proximidade do setor oeste da área de estudo aos bairros vizinhos, é provável que a alteração da qualidade natural da água seja justificada principalmente pela infiltração de esgotos, proveniente da má disposição de efluentes (fossas e sumidouros), utilizado em quase totalidade das moradias/estabelecimentos dos bairros adjacentes. PALAVRAS CHAVE: AQUÍFERO, CONTAMINAÇÃO POR NITRATO, CAMPUS CENTRAL UFRN.

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DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DO MEIO BIOFÍSICO DA REGIÃO DE JUSSIAPE, BAHIA.

Jasmine Araújo da Cruz ¹; Tarsila Carvalho de Jesus¹; José Ângelo Sebastião Araújo dos Anjos². 1 UFBA O crescimento urbano de forma desordenada geralmente desencadeia uma degradação ambiental, além de promover uma exclusão territorial, muitas vezes proporcionando uma inserção precária e vulnerável à população em um determinado município. Sendo assim, o mapeamento geoambiental, tratado de forma sistemática e multitemático, é aplicado com intuito de definir unidades geoambientais, realçando seus principais conflitos e impactos potenciais, além de sugerir medidas mitigadoras, como feito neste estudo da região sudoeste da chapada Diamantina, no município de Jussiape, Bahia, resultando na confecção de um mapa geoambiental da Região Urbana de Jussiape e seu entorno, raio de 500 metros. A elaboração deste mapa contempla a fotointerpretação, analisando relevo, textura, drenagem e coloração para delimitar zonas homologas de geomorfologia, uso do solo e vegetação e geologia. As zonas foram vetorizadas no software ArcGIS®, onde o mapa foi construído. No estágio de campo, foram realizados registros fotográficos, entrevistas domiciliares abordando questões como abastecimento de água; esgotamento sanitário; limpeza urbana; atuação de instituições ambientais; qualidade de saúde e educação; atividades econômicas; cultura e lazer, além de tomada de coordenadas através de um receptor GPS dos principais conflitos e indicadores socioeconômicos e ambientais encontrados em Jussiape. O resultado foi à individualização de duas unidades geoambientais, delimitadas principalmente em função do relevo e do uso e ocupação do solo. A primeira corresponde a um relevo plano, levemente ondulado, de declividade inferior a 5°, tratando-se de uma porção deprimida, na qual se encontra instalada a sede de Jussiape, por isso é a mais urbanizada. A segunda unidade geoambiental é a planície fluvial, ocupando as porções mais deprimidas, com as cotas mais baixas da área de estudo, associado com vegetação de mata ciliar e pastagem, contemplando o solo mais fértil da região. Os conflitos ambientais mais recorrentes nas unidades individualizadas foram: (I) Lançamento de efluentes líquidos domésticos em superfície, resultado de um sistema de esgotamento deficitário que além de não atender todas as residências, possui problemas estruturais. (II) Lançamento e queima de resíduos sólidos em locais inadequados, consequências da ausência de um aterro sanitário adequado para o município, (III) Desmatamento e pecuária intensiva na circunvizinhança da área urbanizada, provocando o aumento da vulnerabilidade do solo com relação à erosão e a impermeabilidade devido à compactação, além do assoreamento de rios com a remoção da mata ciliar. E uso demasiado de agrotóxicos e fertilizantes, desencadeando contaminação do solo e do Rio de Contas, que corta o município. Dessa forma, o mapeamento geoambiental consuma em um subsídio técnico para os diversos ramos da infraestrutura, meio ambiente, exploração e saúde pública, tornando-se uma ferramenta de planejamento territorial, auxiliando no desenvolvimento dos Planos Diretores Urbanos, colaborando com gestores e prefeituras a efetuar as melhores decisões visando conciliar o uso do solo urbano e rural e a sustentabilidade. PALAVRAS CHAVE: DIAGNÓSTICO AMBIENTAL; JUSSIAPE, BA.

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MORFOGÊNESE DA FALÉSIA INATIVA NA PRAIA DE SAGI, BAIA FORMOSA/RN

Joanderson Batista Pereira Araújo¹; João Correia Saraiva Junior² ¹ Geologia – IFRN. Geologia – UFRN; ² Geografia/Técnicos Integrados – IFRN.

Os ambientes costeiros são descritos como transicionais por estarem situados no contato entre o continente e o oceano. No Nordeste brasileiro, as morfologias

associadas à dinâmica costeira resultam da ação eólica, deriva litorânea, ondas e efeitos da amplitude das marés que elaboraram feições morfológicas bastante complexas. Mudanças na paisagem são observadas em curtos intervalos de tempo

a exemplo de variações nos níveis de linhas de costa, migração de campos dunares, exumação de paleomangues, formação de barreiras litorâneas e assoreamento de

manguezais e lagoas. No Rio Grande do Norte, o litoral apresenta morfologias variadas que vem sendo intensamente ocupadas por atividades ligadas ao turismo, carcinicultura e construção civil. Tal contexto sugere maior investigação da dinâmica

litorânea, inclusive como forma de prevenção de danos ambientais. A praia de Sagi, última praia do Rio Grande do Norte, localizada na divisa dos municípios de Baia

Formosa/RN e o município de Mataraca/PB, é resultado da integração dos componentes geoambientais marcados por intensa dinâmica na elaboração da paisagem e que vem apresentando uso e ocupação crescentes. Nessa paisagem

costeira encontramos os segmentos do perfil praial, planície fluviomarinha, dunas frontais, paleodunas vegetadas por arbustos e uma falésia inativa. Assim, o objetivo

deste trabalho foi caracterizar a morfodinâmica responsável pela elaboração da falésia inativa como resultado das mudanças ocorridas no Quaternário. A metodologia é baseada na revisão da literatura, trabalhos de campo e técnicas de

laboratório (geoprocessamento). Os resultados apontam que a deposição da Formação Barreiras ao final do Terciário deu origem a paredões costeiros que foram

solapados em sua porção basal e intemperizados no topo por processos subaéreos. A tal morfologia possui escarpas de até 30 metros de altitude com declínio em direção ao oceano. Beach rocks localizados no segmento distal, evidenciam a

mudança de linha de costa associadas a períodos glaciais e interglaciais por meio dos vestígios como arenitos ferruginosos cimentados por carbonato de cálcio. Em

Sagi, a extensão da falésia no sentido N-S é de quase 1 km. Cabe destacar que essa escarpa está situada entre trechos de dunas limitadas por falésias ativas a 20km ao N e cerca de 30km ao S. A presença de dunas frontais de 1m de altura

entre a base da falésia inativa e o limite externo do pós-praia, indicam que há alguns milhares de anos a ação marinha cessou a modelagem na base da falésia. Outra

evidência encontrada foi a presença de grânulos originados da desagregação dos conglomerados e arenitos constituintes da Formação Barreiras, indicando um recuo da escarpa, deixando para trás sedimentos mais grosseiros que não são

transportados pela ação eólica. Por se tratar de um ambiente costeiro de clima tropical úmido, o intemperismo químico atua fortemente sobre as falésias, lixiviando

e transportando o material ferruginoso dos arenitos e conglomerados. PALAVRAS CHAVE: FALÉSIA INATIVA, SAGI/RN, DINÃMICA COSTEIRA

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A DINÂMICA GEOMORFOLÓGICA E A INTENSIFICAÇÃO DA EROSÃO EM UM TRECHO DA BACIA DO RIO SERIDÓ

José Luiz dos Santos1; Fernando Eduardo Borges da Silva1;; Paulo Roberto Medeiros Vasconcelos1; Flávia Luana Dantas1; Jucielho Pedro da Silva1; Jesiel Bezerra de Medeiros1;

Saulo Roberto de Oliveira Vital 1. 1GENAT/UFRN; O trecho da planície aluvial do rio Seridó, abarcado por este estudo, se localiza no município de Caicó-RN entre as coordenadas UTM 713336mE, 9286903mS e 716558mE, 9284852mS, zona 24 sul. Atualmente, esta área tem apresentado feições erosivas, demonstrando que o intemperismo não tem sido capaz de repor os solos perdidos, em função da constante intervenção antrópica, basicamente representada por atividades agrícolas (policultura) baseada em técnicas rudimentares. O presente estudo é motivado pela necessidade de diagnosticar os problemas ambientais da área em função da erosão, além de propor medidas mitigadoras para o problema exposto. Para a realização desta tarefa, foram realizadas visitas técnicas à localidade, no intuito de observar as feições erosivas e suas prováveis causas, onde foi elaborado um check list dos principais fatores causadores dos impactos na região. Além disso, recorreu-se a imagens do satélite para analisar as mudanças na estrutura superficial da paisagem. Com base nas observações da área estuada, foi possível perceber um determinado grau de desmatamento, tendo em vista a grande quantidade de solo exposto, onde a inexistência de técnicas de conservação e manejo do solo são as principais causas aparentes da erosão que se desenvolve no local. Além disso, percebe-se, também, que a retirada da vegetação nativa ocorreu em função do desenvolvimento de olarias e queijeiras locais, o que foi observado a partir da existência de cavidades formadas pelas atividades de extração de argila. Além disso, foram extraídas informações de declividade da bacia do rio Seridó, a partir do qual constatou-se que, cerca de 62% do relevo local é plano, 15% suave ondulado, 13% moderadamente ondulado, 9% ondulado, 1% forte ondulado e, menos de 1% escarpado. A partir de então, foi possível constatar que a área de contribuição do trecho, ou seja, a bacia do rio Seridó, em sua maior parte, apresenta um relevo plano, inclusive a localidade analisada, demonstrando uma baixa suscetibilidade do terreno à erosão. Porém, este é um primeiro fator, havendo necessidade de levar em consideração, também, outros. No entanto, a partir desta análise preliminar, levando em consideração que a declividade não é o principal fator de predisposição à erosão na área, corrobora-se o fato que o uso da terra seja o elemento central de intensificação dos processos erosivos. Tendo como base o referido diagnóstico, faz-se necessárias algumas proposições para mitigação dos referidos impactos sobre a localidade. Como medida urgente, sugere-se a inserção de obstáculos com rochas e sacos biodegradáveis preenchidos com areia e material orgânico, pretendendo conter a erosão nas áreas de maior atrito entre a água e o solo, proporcionando, assim, o crescimento de gramíneas em locais mais próximos ao rio. Posteriormente, nas áreas mais distantes da margem do rio, obedecendo ao Código Florestal, algumas porções recompostas, podem servir de apoio ao desenvolvimento do pastoreio e agricultura, de forma sustentável. PALAVRAS CHAVE: EROSÃO; USO DAS TERRAS; RIO SERIDÓ.

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ASPECTOS GEOMORFOLÓGICOS E PEDOGENÉTICOS NA BACIA DO RIACHO ENGENHO VELHO, MUNICÍPIO DE PITIMBU-PB

José Luiz dos Santos1; Flávia Luana Dantas1; Fernando Eduardo Borges da Silva1; Paulo Roberto Medeiros Vasconcelos1; Edson Helder Silva de Menezes1; Thiago Douglas Silva de Medeiros1; João Maria Gomes Sobrinho1; Anselmo de Araújo Barbosa2; Caio Lima dos Santos3; Saulo Roberto de Oliveira Vital1. 1 GENAT/UFRN; 2 GENAT/UFCG; 3 GENAT/UFPE A forma como se procedeu o desenvolvimento econômico no Brasil, baseado em inovações tecnológicas incapazes de aliar a otimização produtiva com a preservação dos recursos naturais nas últimas décadas, resultaram na degradação contínua do meio físico natural, sobretudo os solos. O uso das geotecnologias, por sua vez, pode subsidiar de forma muito eficiente o desenvolvimento de pesquisas nas áreas afins, uma vez que é possível gerar, processar e interpretar dados a partir de feições identificadas em fotografias aéreas, imagens de satélites, Modelos Digitais de Elevação (MDE), bem como outras bases. Esses recursos tecnológicos têm possibilitado maior agilidade e viabilidade nos trabalhos pedológicos, através das constantes inovações na área do geoprocessamento. Baseado nessas considerações, o presente trabalho teve como objetivo analisar os aspectos geomorfológicos e pedogenéticos na bacia do Riacho Engenho Velho, Pitimbu (PB), por meio de técnicas de análise espacial, no intuito de oferecer embasamento para o mapeamento de detalhe do solo. A área estudada está localizada no município de Pitimbu, na mesorregião da Mata Paraibana e microrregião do Litoral Sul, compreendendo uma área de 9,2 km2. Para tanto, a princípio, foi elaborado um Modelo Numérico do Terreno (MNT), baseado em informações extraídas através de cartas topográficas devidamente georreferenciadas e vetorizadas, que subsidiaram dados para a elaboração dos mapas de declividade, hipsometria e exposição de vertentes através de um Sistema de Informações Geográficas (SIG). O trabalho de campo foi dividido em duas etapas, o primeiro foi destinado apenas à observação e conhecimento do local, e o segundo, para a observação e interpretação de perfis de solo, bem como para a verificação das características pedológicas e geomorfológicas obtidas através da interpretação dos mapas. A partir do cruzamento dos dados obtidos nos mapas foi possível verificar com maior acurácia as características das variáveis topográficas primárias em cada área, devidamente identificadas por classes, bem como a dinâmica integrada dos processos morfológicos e pedogenéticos na referida área, compreendida através da análise do gráfico da curva hipsométrica, que apresenta uma relativa convexidade nas cotas inferiores e superiores, indicando maior ação da pedogênese, o que resulta em um setor com solos mais desenvolvidos. Todavia, entre as cotas 20 e 30 é possível observar uma concavidade acentuada, evidenciando maior ação da morfogênese, sendo uma área com solos menos desenvolvidos, gradativamente proporcionais a declividade do terreno. A aplicação de técnicas de geoprocessamento através de variáveis geomorfométricas para a identificação e mapeamento de solos na bacia do riacho Engenho Velho se mostrou bastante eficaz, uma vez que possibilita maior agilidade nos trabalhos de campo através da interpretação integrada dos dados em meio as variações da paisagem, além disso, foi possível observar que as referidas variáveis topográficas primárias estão influenciando a formação e evolução dos solos na região, embasado no conceito de catena. PALAVRAS CHAVE: GEOMORFOLOGIA, PEDOLOGIA, GEOPROCESSAMENTO.

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CARTA GEOTÉCNICA DE APTIDÃO À URBANIZAÇÃO DE TERESINA_PI: INSTRUMENTO DE PLANEJAMENTO PARA

PREVENÇÃO DE DESASTRES E GESTÃO DO USO DO SOLO

José Sidiney Barros1; José Milton de Oliveira Filho2. 1CPRM/RETE; 2CPRM/RETE Cartas geotécnicas são ferramentas de caracterização geológico-geotécnicas e aptidões dos terrenos frente à ocupação e probabilidade de ocorrência dos desastres naturais, em áreas não ocupadas no entorno daquelas já urbanizadas e que venham a representar possíveis vetores de expansão urbana ou com características favoráveis à ocupação e estarem contempladas nos planos diretores municipais. Essas cartas são elaboradas numa escala de 1:10.000, embasadas no pleno conhecimento das características do meio físico ocupado e a ser ocupado. A utilização das informações básicas, geológicas e geotécnicas, voltadas à caracterização do meio físico, além do entendimento das relações entre ocupação desordenada do solo e os riscos associados, subsidiam ações de planejamento e ordenação pública. O município de Teresina está localizado na Bacia Sedimentar do Parnaíba, sobre rochas sedimentares das formações Piauí, Pedra de Fogo e sedimentos recentes. Na zona urbana predominam litotipos da Formação Pedra de Fogo, arenitos, siltitos, argilitos, margas, silexitos e lentes de calcários, estes suscetíveis a fenômenos de dissolução e possíveis condicionantes dos processos de colapso e subsidência que ocorrem na região central da cidade, predominantemente. O objetivo desse trabalho é elaborar uma carta geotécnica com informações geológicas, geotécnicas, geomorfológicas e hidrológicas, além do entendimento dos fatores condicionantes e potencializadores de ocorrência de eventos destrutivos de natureza hidrológica (inundação, enchentes) e/ou provocados por movimentos de massa (deslizamentos, quedas ou rolamentos de blocos, rastejos, corridas de massa etc.), com orientações quanto às formas mais seguras de urbanização. Deverá indicar também as restrições de caráter legal existentes sobre as áreas estudadas, além daquelas relacionadas ao meio físico para além do zoneamento urbano com delimitações de áreas de alta, média e baixa aptidão a urbanização frente a desastres naturais, onde as de alta aptidão representam regiões sem restrição a urbanização do ponto de vista geológico-geotécnico, as de média aptidão àquelas com urbanização condicionadas a alguma intervenção estruturante e as de baixa aptidão com severas restrições para a ocupação, na qual se deve dá outro tipo de uso devido ao elevado custo para urbanização. O estudo permitirá uma melhor compreensão dos condicionantes Geológicos, Hidrogeológicos e Geotécnicos naturais e fatores deflagradores dos eventos de afundamento do solo na área central da cidade de Teresina, estabelecendo-se mapas de riscos e programas de monitoramento, bem como diretrizes para subsidiar normatização do aproveitamento das águas subterrâneas e do uso e ocupação do solo na área de interesse. A ocorrência de afundamentos de terreno na forma de subsidência ou colapso relacionado com a evolução de cavidades no subsolo se inclui como mais um dos problemas geotécnicos influenciados pelo processo de urbanização acelerada com ocupação de áreas de risco à inundação, invasão de áreas de preservação permanente e ocorrência de processos erosivos. A exploração de água subterrânea de forma intensa e prolongada, a infiltração de águas superficiais e/ou vazamentos de rede de abastecimento de água e a urbanização acelerada e sem planejamento, consistem nos principais fatores da deflagração e evolução de cavidades que, por colapso ou subsidência do solo ou rocha, podem refletir na superfície na forma de afundamentos. PALAVRAS CHAVE: COLAPSO. RISCO. CAVIDADES

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EROSÃO COSTEIRA: OBRAS ESTRUTURAIS E SEUS IMPACTOS

AO LONGO DA ORLA MARÍTIMA DE SÃO LUÍS – MA.

José Sidiney Barros1; Loury Bastos Mello2. 1CPRM/RETE; 2CPRM/SUREG_BE O litoral ocidental da Ilha do Maranhão apresenta problemas de erosão costeira provocados por fenômenos naturais e processos artificializados de contenção, potencializadores da intensa e diversificada modificação ambiental e antrópica do relevo e zona costeira. Este estudo básico e de campo reflete observações diretas sobre fontes primárias. A urbanização sobre extensas áreas de aterros, equipamentos urbanos e artificialização de trechos da linha de costa por meio de obras de engenharia costeira, nomeadamente enrocamentos, dissipadores de energia e espigão, refletem-se nos danos ambientais instalados com incremento na década de 1960, com ampliação dos riscos costeiros e destaque para a erosão, observada ao longo de toda a orla de São Luiz, onde o avanço do mar tem destruído muros, avenidas pavimentadas, barracas de praia e infraestruturas urbanas, como postes e sistema de drenagem. Intervenções estruturais foram introduzidas, com eficiência e adequabilidade discutida e controversa como obras rígidas de defesa, apresentando alto ou baixo nível tecnológico e índices de eficiência nem sempre proporcionais aos das tecnologias aplicadas para proteção dos equipamentos urbanos, recuperação do perfil de praia ou consolidação de infraestruturas urbanas. A região enquadra-se no típico caso de erosão costeira com intervenções de proteção de efeitos paliativos, que artificializam a linha de costa e não preservam valores ambientais diante das intervenções urbanísticas. A avaliação das obras de engenharia costeira, tipologias, dimensões, eficiência no combate à erosão costeira e impactos socioambientais, embasaram-se em dados de campo e imagens históricas do Google Earth com identificação, delimitação e georreferenciamento das obras de proteção costeira ao longo da orla, gerando um arquivo do tipo KML, inserido no software ArcGIS 10, como arquivo shapefile. Todos esses dados foram validados in loco, ressaltando o elevado índice de urbanização da linha de costa por infraestruturas urbanas, com valores acima dos 60%. Nesse processo, impulsionado pelo turismo e melhorias de infraestrutura, áreas de dunas e de praias foram incorporadas na malha urbana tornando esses ambientes frágeis e incapazes de resistir aos efeitos da erosão costeira. Em casos assim, as estruturas condicionam a dinâmica costeira dificultando o seu entendimento e controle através de estruturas rígidas de proteção, no geral mal planejadas e dimensionadas que não recuperam a areia da praia facilitando a destruição ou comprometimento da urbanização. O material de construção mais utilizado são blocos de rochas e espigão, aqueles distribuídos paralelamente à linha de costa e esta de modo perpendicular priorizando manutenção ou “engorda” da praia por trás da estrutura. De observação local e fazendo parte da literatura, o uso de espigões pode levar a um aumento da variabilidade costeira, com taxas de erosão maiores que as anteriores como resposta a nova condição de dinâmica costeira, com erosão das praias ou bancos adjacentes, na maioria dos casos. As estruturas mapeadas são 31 enrocamentos e 1 espigão, ambas de eficiência questionável quanto ao tipo, peso ideal, dimensionamento e localização. Essas intervenções têm apresentado efeitos de estabilização pontuais da erosão, transferindo os efeitos danosos para as áreas circunvizinhas, como no caso do espigão ou quando não completamente destruídos, como em alguns enrocamentos. PALAVRAS CHAVE: EROSÃO COSTEIRA. ENROCAMENTO. ESPIGÃO

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ANÁLISE DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NO ENTORNO DO RIO MARANGUAPINHO (CE) ENTRE 1985 E 2015

Joyce Shantala Fernandes de Oliveira Sousa1; Amanda Aragão Moraes Gadelha1; Cláudio Ângelo da Silva Neto1; Rafael Nascimento Paula1; Alice Sandra Carvalho Trindade1 1 Universidade Federal do Ceará (UFC).

O rio Maranguapinho está localizado na região metropolitana de Fortaleza, passando pelos municípios de Maranguape, Maracanaú, Caucaia e Fortaleza e

sendo o maior afluente do rio Ceará, apresentando 34 km de extensão total. O entorno do seu percurso sofreu intenso adensamento urbano nas últimas décadas, principalmente, à zona oeste de Fortaleza, apresentando altos índices de pobreza e

densidade populacional. Assim, suas margens foram ocupadas por moradores de baixa renda, que não contam com estrutura de saneamento apropriada e vivem em

áreas com risco de alagamento. Neste contexto, este trabalho visa avaliar a evolução urbana no entorno do rio Maranguapinho entre os anos de 1985 e 2015, de modo a caracterizar as áreas que mais foram alteradas. Uma análise multitemporal

foi realizada a partir de imagens fornecidas pelo satélite Landsat. Composições coloridas RGB foram geradas a fim de definir as seguintes regiões em cada cena:

Área Urbana; Vegetação; e Rio. A vetorização de cada uma destas imagens proporcionou a criação de um mapa temático da área em estudo para cada ano analisado. As áreas foram quantificadas e comparadas, constatando-se que ao

longo dos 30 anos analisados houve um progressivo aumento da Área Urbana e decréscimo da Vegetação, em especial a localizada nas proximidades do rio.

Verificou-se que a morfologia do rio, em geral, não sofreu modificações, com exceção da construção, em 2013, do Açude Maranguapinho, localizado no município de Maranguape, cujo objetivo é controlar o volume de água na época das chuvas,

minimizando o impacto em áreas de risco. Os resultados deste trabalho podem servir como base para a determinação de novos estudos sistemáticos nos pontos

mais críticos ao longo do rio Maranguapinho, como a análise físico-química da qualidade de suas águas e solo devido ao lançamento de efluentes no rio sem o devido tratamento.

PALAVRAS-CHAVE: RIO MARANGUAPINHO; ANÁLISE MULTITEMPORAL; EVOLUÇÃO URBANA

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DINÂMICA SEDIMENTAR DAS PRAIAS DE JATIÚCA, CRUZ DAS

ALMAS E JACARECICA, MACEIÓ/AL. Kedyna Luanna Tavares Bezerra1; Clyvia Roberta Gomes de Souza1; Rochana Campos de Andrade Lima Santos1

1CTEC/UFAL; O ambiente costeiro maceioense vem sendo ocupado desde a colonização para diversos fins, passando por modificações contínuas e progressivas e concentrando atividades econômica, industrial e de recreação e turismo, tendo como consequência, variações diversas inclusive na linha de costa. As condições geológicas e geomorfológicas, juntamente com a dinâmica costeira durante o quaternário, originaram as feições morfológicas presentes na planície costeira atual. Os recifes de arenito e os de coral e algas constituem feições morfológicas importantes na distribuição dos sedimentos e mudanças na morfologia costeira. Em 2004 foram realizados estudos, do Pontal da Barra, extremo sul do município de Maceió, até a praia de Jacarecica. Tem-se monitorados novamente os pontos das praias de Jatiúca, Cruz das Almas e Jacarecica. A necessidade do estudo se faz diante da importância do conhecimento sobre a interação sedimentológica entre a plataforma rasa e o ambiente praial para correto gerenciamento dos ambientes costeiros. A metodologia utilizada para análise consiste em duas etapas, de campo e laboratorial, que aconteceram trimestralmente de agosto de 2016 até maio de 2017. Na etapa de campo, as amostras foram coletadas em pontos previamente estabelecidos do pós-praia, praia e antepraia. Na laboratorial, as amostras passam pelos peneiramentos úmido e seco para que os dados coletados sejam analisados no software SysGran, que fornece grau de seleção das areias. Com isso, espera-se conseguir classificar os sedimentos das praias Jatiúca, Cruz das Almas e Jacarecica, relacionando os resultados com a dinâmica costeira, além de apresentar a caracterização morfodinâmica através da análise de perfis de praia, identificando: áreas de erosão e deposição e quantificar o volume de sedimentos transportados, considerando a dinâmica natural e as características das praias com o fim de avaliar os impactos produzidos pelo homem. PALAVRAS CHAVE: SEDIMENTOLOGIA, MORFODINÂMICA PRAIAL, GRANULOMETRIA.

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APLICAÇÃO DO PROCESSAMENTO DIGITAL DE IMAGENS LANDSAT- 8 OLI NA CARACTERIZAÇÃO PLATAFORMAL

ADJACENTE AO DELTA DO RIO PARNAÍBA Kaio Gurgel dos Passos Freitas¹; Helenice Vital¹,²; André Giskard Aquino da Silva²

1Departamento de Geologia - UFRN; 2Programa de Pós-Graduação em Geodinâmica e Geofísica - UFRN

O Rio Parnaíba é o segundo maior rio em descarga hídrica do nordeste brasileiro. Representado por 1400 km de extensão de drenagens se estendendo do interior do Piauí, percorrendo as bacias sedimentares do Parnaíba e Barreirinhas, até sua desembocadura no atlântico equatorial, em um delta assimétrico dominado por onda. O material depositado no oceano adjacente ao delta influência diretamente na morfo e hidrodinâmica plataformal, a qual carece de estudos morfodinâmicos. Uma forma de minimizar essa lacuna é o uso de imagens de satélite, ainda que a região apresente elevada turbidez. Com base nisso, o presente trabalho tem como objetivo apresentar um fluxo de processamento digital de imagens de satélites com ênfase no realce da geomorfologia de fundo. Apresentamos aqui uma forma de correção da reflectância que minimiza os efeitos da reflexão especular da radiação solar, decorrente da rugosidade da superfície do mar, provocada pelas ondas (ou efeito sun glint). A metodologia adotada utiliza o software ArcGIS 10.2 e consiste no processamento das bandas do visível, costeira e infravermelho próximo de satélite Landsat-8 OLI. A área de estudo corresponde à órbita 219/62, e a imagem utilizada é datada de 07 de julho de 2016. Inicialmente as imagens, de cada banda, foram transformadas de número digital para radiância, em seguida para reflectância e assim feitas as correções atmosféricas pelo método do pixel escuro e retirada do efeito sun glint. A manipulação das imagens corrigidas foi feita no ERMapper 7.1, onde foram efetuadas composições RGB 432 e balanço espectral das imagens, tanto processadas quanto brutas, a título de comparação. A composição das imagens brutas evidenciou algumas feições próximas à costa e forte influência da pluma de sedimentos, dificultando à caracterização das formas de fundo na plataforma adjacente a linha de costa e desembocaduras. A composição RGB utilizando as imagens processadas, também mostrou-se ineficiente quanto à caracterização de estruturas muito próximas à costa, além de ser bem mais afetada pelos sedimentos em suspensão nesta região. Por outro lado, as feições mais afastadas da costa e o desenvolvimento das plumas de sedimento sobre a plataforma foi melhor observado, sendo possível visualizar a quebra da plataforma e feições adjacentes. Os resultados indicam que a metodologia de fluxo de processamento utilizado se mostra eficiente no realce de estruturas afastadas da linha de costa, mesmo em águas plataformais com alta turbidez. Ou seja, a metodologia é capaz de subsidiar estudos inicias de reconhecimento da geomorfologia de fundo. Tendo em vista a repetição temporal do imageamento realizado pelo satélite, podem ser feitas análises multitemporais do comportamento da geomorfologia e entender como estão atuando os agentes morfodinâmicos ao longo do tempo.

PALAVRAS CHAVÊ: LANDSAT-8 OLI, GEOMORFOLOGIA PLATAFORMAL, PROCESSAMENTO DIGITAL DE IMAGENS.

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AVALIAÇÃO DOS CONFLITOS GEOAMBIENTAIS NA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DO LITORAL NORTE DA BAHIA, NA

REGIÃO DE BAIXIO (BA). Laís César Sacramento¹, Leonel Barros Galvão1, Hernan Sales Barreiro¹, Pedro Ricardo Cordeiro Silva¹, Flávio José Sampaio², Hailton Mello da Silva4, Henrique César Pereira Assumpção¹, Ricardo Pereira Fraga Galeno¹ ¹ UFBA – Universidade A criação da Área de Proteção Ambiental do Litoral Norte remonta à década de 1990, num contexto de crescimento socioeconômico e turístico da região, em função da implantação da rodovia BA-099 (Linha Verde). Para garantir a preservação do patrimônio natural da região e conciliá-lo às atividades antrópicas foi criada esta Unidade de Conservação através do Decreto Estadual n° 1.046/1992. Nos últimos anos, as localidades de Palame e Baixio e seus entornos, situados em Esplanada (BA) e inseridos nos limites da Área de Proteção Ambiental do Litoral Norte, têm sido objeto de especulação imobiliária e experimentado crescente atividade turística, especialmente no que diz respeito a exploração da geodiversidade. Deste modo, torna-se indispensável a análise dos conflitos resultantes da interação entre as ações humanas e os recursos naturais. Os objetivos deste trabalho são: (1) avaliar as condicionantes geológicas e sociais que direcionam o uso e ocupação da terra; (2) analisar o Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental e o cumprimento do zoneamento ecológico-econômico proposto; e (3) caracterizar os conflitos geoambientais identificados e os impactos relacionados. Para cumprir estes objetivos, foi realizado mapeamento geoambiental na escala 1:25.000. Geomorfologicamente, expõem-se as unidades dos Tabuleiros Costeiros e das Planicies Marinhas, caracterizadas por formas de relevo de morros e colinas e áreas planas, respectivamente, e sustentadas por litotipos sedimentares areno-argilosos neógenos e quaternários. Esse cenário geologico-geomorfologico favorece a ocupação antrópica, especialmente no trecho litorâneo do distrito de Baixio e no entorno da rodovia estadual BA-099. As atividades humanas realizadas na área apresentam potencial de degradação da paisagem, bem como de contaminação dos solos e dos recursos hídricos, devido principalmente à falta de ordenamento do uso e ocupação do solo. Os principais conflitos identificados foram: desrespeito ao zoneamento ecológico-econômico do Plano de Manejo; ocupação antrópica nos limites das áreas de preservação permanente e faixas de domínio; e construções irregulares. Como resultados destes conflitos, destacam-se a intensificação dos processos erosivos, o assoreamento e a contaminação dos recursos hídricos superficiais, e a supressão da vegetação. PALAVRAS CHAVE: MAPEAMENTO GEOAMBIENTAL, IMPACTOS AMBIENTAIS, OCUPAÇÃO ANTRÓPICA.

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A INCOMPATIBILIDADE ENTRE A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

VIGENTE E A REALIDADE DA GEODINÂMICA LOCAL: O CASO DAS

DUNAS DA REGIÃO DE PITITINGA E RIO DO FOGO – RN

Larize Bezerra de Melo1; Ricardo Farias do Amaral1; Leonlene de Souza Aguiar2; Larisse Barbosa da Cruz1; Cícero Rodrigo da Silva3; Cláudia Patrícia Araújo e Silva1 . 1UFRN/LEGEO; 2UFRN/LEGEO/GEOPRO; 3UFRN

As dunas são importantes feições na região costeira do estado do Rio Grande do Norte e exercem papel ambiental imprescindível para a manutenção do equilíbrio geodinâmico costeiro. A ocupação humana do espaço natural, no entanto, ocorre, usualmente, de forma desordenada, regida por interesses econômicos que, muitas vezes, estão em desacordo com a normatização ambiental proposta. Por outro lado, a legislação estabelecida pelos órgãos ambientais nem sempre apresenta uma fundamentação científica adequada e condizente com a diversidade da geodinâmica costeira, o que gera dúvidas e dá margem a uma má utilização dos recursos e espaços naturais costeiros. Este processo pode ser facilmente identificado na região de Pititinga e Rio do Fogo – RN. Municípios como estes surgem inicialmente como comunidades pesqueiras locais e, com o passar do tempo, expandem-se e desenvolvem-se em pequenos pólos turísticos exploradores dos recursos naturais ali presentes. Este trabalho apresenta uma discussão a respeito das feições dunares e seu uso, proteção e preservação, à luz da legislação vigente, utilizando-se de mapas, que caracterizam as unidades geomorfológicas presentes na área de estudo, conforme a bibliografia científica e o que é proposto pela legislação. PALAVRAS CHAVE: FEIÇÕES DUNARES, LEGISLAÇÃO AMBIENTAL, OCUPAÇÃO.

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ANÁLISE DAS DETERMINAÇÕES DE ERODIBILIDADE DOS SOLOS - O CASO DA MICROBACIA DO RIO GRANJEIRO, CRATO, CE.

Laura Gomes Girão Paiva1; Luís Carlos Bastos Freitas1, 2; Narjara Maria Araújo Carneiro1; Julia Coutinho Franco1; Cesar Ulisses Vieira Verissimo1; José Carlos de Araújo3; Jefferson Lima dos Santos¹. 1. Departamento de Geologia, UFC; 2 Serviço Geológico do Brasil - SGB/CPRM; 3. Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental, UFC. A resposta do solo à erosão varia devido as diferenças de suas propriedades físicas e químicas, que determinam sua capacidade em resistir ao desprendimento e transporte de suas frações, bem como influenciam na velocidade de infiltração. É possível medir o efeito de uma determinada combinação de propriedades do solo que se relacionam com a sua potencialidade de erosão, configurando a chamada erodibilidade do solo. O fato de erodibilidade do solo (k) é um componente da Equação Universal de perda de solo (EUPS), amplamente utilizado nesta através do nomograma de Wischmeier. O nomograma é uma representação gráfica que relaciona cinco parâmetros do solo e do perfil do solo: porcentagem de silte, porcentagem de areia, porcentagem de matéria orgânica, classes de estrutura e permeabilidade. Há outro método indireto e algébrico de inferência do fator k, proposto por Denardin (1990), que definiu uma equação de predição pela análise de solos do Brasil e dos Estados Unidos. A equação utiliza os mesmos critérios do nomograma, excluindo, entretanto, a estrutura do solo. Este trabalho comparou os resultados de erodibilidade das duas determinações aplicados na área de influência da microbacia do rio Granjeiro, que compreende a sede municipal do Crato, na região sul do Estado do Ceará. Foram analisadas nove amostras com distribuição de coleta de acordo com o mapa geológico, hipsométrico e pedológico da área. O padrão de variação de erodibilidade apresentou-se razoavelmente discordante dos contatos geopedológicos, onde índices de baixa e muito baixa erodibilidade se estendem ao sul e a leste da área, em Latossolos do Platô da chapada, Neossolos Flúvicos sobre stone-line e Litólicos da Escarpa, Pedimentos e da porção leste da Depressão periférica. Solos com erodibilidade moderada a alta foram identificados ao oeste e noroeste da área, com atenção aos Argissolos sobre stone-line do morro interflúvico onde há ocupação desordenada. O Neossolo Regolíticos, também do interflúvio oeste da bacia, apresentou maior índice de erodibilidade, corroborado pela existência de ravinas métricas. São estes os solos mais siltosos da região, que carecem de atenção no cálculo da equação de Denardin, pois erros de estimativa do fator k são menores em solos com valores do parâmetro M (granulometria) maiores que 3000. De modo geral, os valores da equação de Denardin são superestimados em relação aos do nomograma, comportamento já observado na literatura, numa diferença de 0,008 ton.MJ-1.h.mm-1, em média. Observou-se que a disparidade dos valores finais da equação com relação ao nomograma é proporcional a elevação do teor de matéria orgânica. Todavia, conclui-se que as determinações apresentam correlação forte, havendo, em alguns casos, mudança de classes próximas na classificação de erodibilidade de McKenzie. PALAVRAS CHAVE: NOMOGRAMA DE WISCHMEIER, EQUAÇÃO DE DENARDIN.

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MODELAGEM PREDITIVA DA PRODUÇÃO DE SEDIMENTOS DE UMA MICROBACIA PERIURBANA NO CRATO, CEARÁ.

Laura Gomes Girão Paiva1; Luís Carlos Bastos Freitas1, 2; Julia Coutinho Franco1; Narjara Maria Araújo Carneiro1; César Ulisses Vieira Verissimo1; José Carlos de Araújo3; Sônia Maria Silva Vasconcelos1 1. Departamento de Geologia, Universidade Federal do Ceará (UFC); 2. Serviço Geológico do Brasil – SGB/CPRM; 3. Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental, Universidade Federal do Ceará (UFC). Problemas causados pela perda de solo, como danos erosivos na agricultura e assoreamento de reservatórios, impulsionaram o desenvolvimento de métodos para definir os fatores e mensurar o processo de erosão. Assim, quantificar a produção de sedimentos de uma bacia hidrográfica, analisando os parâmetros influenciadores, torna-se relevante para a resolução dos casos citados anteriormente. Uma modelagem preditiva da produção de sedimentos foi aplicada para a bacia hidrográfica do rio Granjeiro (aproximadamente 19 km²), uma área que ocupa grande parcela da sede municipal do Crato, no Ceará. Essa estimativa foi obtida pela Equação Universal de Perda de Solo (EUPS), associada à taxa de aporte de sedimentos. A EUPS estima a perda média anual de solo através do produto de seis fatores, dos quais envolvem aspectos topográficos, climáticos, da física e do uso e ocupação do solo. Foi considerado o período das chuvas de 1974 a 2016 e a erodibilidade dos solos medida pelo nomograma de Wischmeier. A EUPS faz aproximações de erosão localizada que não se aplicam à ocupação urbana do solo. Portanto, calculou-se a contribuição da população em termos de material sedimentar para áreas urbanas, através do dado censitário da população local no período estabelecido, juntamente com uma constante per capita de contribuição para assoreamento de um açude urbano. Por último, foi utilizado o fator de depósito e retenção difusa dos sedimentos, pois até então os cálculos se limitavam em aproximações de erosão localizadas, por meio do chamado índice de transporte difuso (amplamente conhecido por sua sigla em inglês, SDR), em função das características morfológicas da bacia. Seus aspectos fisiográficos foram estudados numa resolução de escala de 1:50.000 e a análise de uso e ocupação definida na escala de 1:4.000. Para fins de modelagem, a área foi subdividida em quadrículas que abrangiam áreas específicas e homogêneas, onde foram calculadas as variáveis para cada célula para uma posterior integração e atribuição a toda bacia. A porção sul-sudoeste é característica de áreas rurais ou áreas preservadas, enquanto o núcleo urbano se aloca ao centro-norte. O fator de erosividade (R), com o valor de 8.597 MJ.mm.ha-1.h-1.ano-1, caracterizou-se como erosividade forte. A erodibilidade (K) do solo gerou valores entre 0,005 e 0,052 ton.MJ-

1.h.mm-1. O fator comprimento de rampa e declividade (LS), admitido por célula, obteve valores maiores para sul da área, onde os relevos escarpados estão presentes. O fator de uso e manejo do solo (C) obteve os menores valores para sul da área, onde está a Floresta Nacional do Araripe. Práticas conservacionistas (P) não foram observadas. A taxa (SDR) foi estimada em 29%, logo, pouco mais de um quarto da erosão bruta foi carreada para o exutório da bacia. Cerca de 4% dos sedimentos são de origem urbana. Esse valor é relativamente alto, provavelmente explicado pela configuração do relevo acidentado que confere alto fluxo para transporte de material, apesar de o comprimento máximo da bacia ser grande em relação à sua área, que proporcionaria mais ambientes de deposição à jusante. Avaliou-se, portanto, que a produção de sedimentos na bacia foi de 6,02 ton.ha-

1.ano-1. PALAVRAS CHAVE: EROSÃO, EQUAÇÃO UNIVERSAL DE PERDA DE SOLO, SEDIMENTOS URBANOS.

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IMPACTOS AMBIENTAIS NA REGIÃO DO GARIMPO DE ESMERALDA EM CARNAÍBA DE CIMA, DISTRITO DE PINDOBAÇU,

BAHIA Lizandra Susi Suzart Alves Bahiana1; Aldo Perroni de Queiroz1; Artur César de Oliveira¹; Gabriela Carvalho de Jesus¹; Jackson Elmo Costa Rodrigues 1; José Ângelo Sebastião Araújo dos Anjos¹; Matheus Tomim Tartari¹; Rivaldo Vieira Santos¹ e Samile da Silva Régis¹. ¹ UFBA; As atividades garimpeiras causam substanciais impactos ambientais, logo, é de extrema importância a análise destes e seus riscos, para assim, propor medidas de recuperação ambiental. O presente trabalho consiste em descrever o levantamento dos impactos ambientais da região de Carnaíba de Cima, distrito de Pindobaçu-Ba, situado na porção centro-norte do Estado da Bahia. O distrito de Carnaíba de Cima é conhecido pela intensa exploração de esmeralda, que ocorre associada a flogopita xistos e serpentinitos da Serra de Carnaíba, desde a década de 60, chegando a atingir 25% da exportação nacional na época. A visita técnica no local do garimpo de Carnaíba de Cima avaliou os principais impactos ambientais provocados por atividades potencialmente poluidoras, destacando: risco iminente de queda de blocos – impacto físico; poluição das águas - impacto químico, lixão nas proximidades do distrito - impacto biótico e socioeconômico. Os métodos utilizados para o desenvolvimento da pesquisa foram: a) entrevistas à população, por meio de roteiro pré-estabelecido; b) visita técnica na região de Carnaíba de Cima, que possibilitou a análise visual dos impactos. As entrevistas, que totalizaram 20, continham questionamentos associados aos aspectos ambientais da localidade. Estas identificaram como impactos na região a má instalação do lixão, as queimadas de origem antrópica para a criação de áreas de pastagem, o ineficaz esgotamento sanitário, onde boa parte dos dejetos é despejada no rio Itapicuru-Açu, que é o principal rio da região. Apontou-se como consequência da falta do esgotamento epidemias como de Schistosomose, doença que vem se alastrando pela comunidade. Além destes impactos, incluem-se as atividades do “Trecho”, como os habitantes denominam o garimpo, que provocam a contaminação das nascentes e por vezes afetam os garimpeiros com a doença do “pó da rocha”. Os impactos foram subdivididos em físico, químico, biológico e socioeconômico e os riscos classificados como baixo a alto. Os riscos relacionados à estabilidade de taludes de estéril foram classificados de acordo com os seguintes parâmetros: tamanho da área onde concentra-se o risco, composição do material/litotipo, grau de selecionamento do material (variação granulométrica), declividade da área, presença de escoamento ou infiltração, relevo associado, vegetação presente, frequência da presença humana e as detonações dos explosivos utilizados nas minas. A visita ao “Trecho da Cabra”, composto de vários segmentos de garimpo, permitiu a verificação das condições de trabalho dos “quijilas”- garimpeiros autônomos – que raramente fazem uso dos equipamentos de proteção individual (EPI’s) e a maneira como o estéril é descartado (formato de tálus), provocando um iminente risco de acidente, como há registros na Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Mineração. Outro fator apontado como atividade potencialmente poluidora foi o descarte da água que é utilizada nas minas. Diante dos fatos relatados conclui-se que: a disposição inadequada dos resíduos domésticos, próximo à população, proporciona risco à saúde, por meio de doenças vetoriais; as águas oriundas do processo de lavra garimpeira são disponibilizadas de forma rudimentar para a população, sem a análise dos seus potenciais poluidores (fezes e resíduo dos explosivos). PALAVRAS CHAVE: GEOAMBIENTAL, IMPACTOS, CARNAÍBA DE CIMA.

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CARACTERIZAÇÃO DOS NEOSSOLOS E CAUSAS DO SEU

PREDOMÍNIO NO ESTADO DO CEARÁ

Lucas Magalhães Arruda Linhares1; Francisco Dállyson Gomes Ribeiro1; Lawrence Barreto Sá1 1UFC O Estado do Ceará possui um embasamento predominantemente cristalino constituído principalmente por granitos, gnaisses e quartzitos, ocupando uma área correspondente a cerca de 85% do Estado (IPLANCE, 1995). Assim, no que tange à ocorrência dos tipos de solos, o Estado do Ceará possui três tipos preponderantes: os Neossolos, Argissolos e Luvissolos, sendo o de maior ocorrência os Neossolos com cerca de 53.525,5 km² ou 35,96% da área do Estado, ocupando principalmente o Domínio Ceará Central (DCC) notadamente marcado pelo clima semiárido (CEARÁ, 2007). Nessa perspectiva, o estudo busca identificar as causas que justificam a predominância dos Neossolos no Ceará, a partir da caracterização de seus aspectos genéticos. Pesquisa bibliográfica desenvolvida por acadêmicos de Geologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), em junho de 2017. Realizou-se a busca da produção científica, publicada entre 2007 a 2016, nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO), mais especificamente na Revista Brasileira de Ciências do Solo, bem como no livro Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS). Foi possível identificar na análise dos manuscritos que em relação à gênese dos Neossolos, estes são constituídos por material mineral e por material orgânico pouco espesso, que não apresentam grandes alterações quando comparados às suas rochas-fonte por conta da baixa intensidade dos processos pedogenéticos atuantes, seja devido às características do material de origem que respondem pela sua resistência ao intemperismo, por conta de sua composição químico-mineralógica, com grandes percentuais de sílica cristalizada como quartzo, ou ainda pela influência de outros fatores como o clima semiárido, dominante no Ceará, o qual é o principal agente de alteração das rochas para o desenvolvimento dos solos. A baixa pluviosidade da região não possibilita a grande atuação do intemperismo químico, um dos principais requisitos da pedogênese, que provoca a liberação dos cátions contidos nas estruturas dos minerais primários para o enriquecimento do solo com a formação de minerais secundários, que unido também ao relevo e ao tempo, constituem importantes fatores determinantes para a evolução de um solo (SiBCS, 2014). A partir da observação dos resultados foi determinado que tanto as características inerentes às litologias fonte para a geração de solos, geralmente de origem ígnea ou metamórfica, como principalmente os aspectos fisiográficos dominantes no Ceará, figuram como as maiores causas da grande ocorrência de solos jovens, pouco evoluídos, sendo os Neossolos o mais recorrente neste estado. PALAVRAS CHAVE: NEOSSOLOS; CEARÁ.

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AVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO DA PLATAFORMA NORTE DO RIO GRANDE DO NORTE.

Luísa Cardoso Marinho¹, Patrícia Pinheiro Beck Eichler² e Moab Praxedes Gomes³ 1 –Graduação da UFRN; 2 – Pós-Graduação em Geodinâmica e Geofísica, Departamento de Geologia, PRH-ANP22, UFRN. Pesquisador CNPq; 3 – Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais. UNISUL. O trabalho foi desenvolvido na área da Plataforma Norte do estado e visa caracterizar e monitorar a qualidade ambiental desta região, através do estudo de sedimentos de fundos e das associações de foraminíferos. Foram coletadas 10 amostras na Plataforma Norte do estado, assim também como os parâmetros abióticos. Os foraminíferos são amplamente utilizados em estudos ambientais como bioindicadores por terem um curto ciclo de vida, por ser abundantes, possuírem grande diversidade taxonômica e ainda por sua coleta gerar impacto quase insignificante ao meio ambiente (Debenay & Fernandes, 2009; Yanko et. al., 1994; Alves, 1995; Boltovskoy, 1965). Como bioindicador, os foraminíferos, também apresentam uma capacidade de sintetizar as características oceanográficas, sedimentológica e biológica do ambiente em que estão inseridos por meio de suas associações ou por características morfológicas das suas carapaças (Samir & El Din, 2001; Eichler, 2001; Todd & Brönniman, 1957; Debenay, 1996). Com base em outros trabalhos sobre foraminíferos Araújo & Machado (2008) relataram que a distribuição das assembleias está fortemente relacionada com a granulometria, contudo Havach & Collins (1997) expuseram que a distribuição pode ser controlada por outros fatores (como, por exemplo, profundidade e temperatura). Nossos dados corroboram os anteriormente expostos pois se observou a partir das análises estatísticas multivariadas, que a profundidade é a variável que se relaciona melhor com a distribuição das espécies, seguida pela temperatura de fundo. A fração silte por outro lado é a que menos influencia as assembleias de foraminíferos. Nossos dados são corroborados por Moura (2016) que apresentou o mesmo resultado para esta área. As estações se apresentaram divididas quanto a dominância das espécies, parte apresentou-se dominada por Q. lamarckiana enquanto as outras estações são dominadas por Amphistegina gibbosa. As estações com predomínio de Amphitegina gibbosa são caracterizadas por granulometria grossa, assim como no estudo de Moura (2016), tendo concluído que a dominância dessa espécie simbiôntica qualifica como um ambiente ecologicamente saudável de áreas recifais De acordo com estudos realizados no Caribe (Drooger e Kaasschieter, 1958; Wantland 1967, Brasier, 1975; Manning, 1985) a espécie Amphistegina gibbosa relacionado com a fração grossa como produto da separação e tamanhos decorrente da turbulência típica de áreas recifais (Brasier, 1975). O estudo possibilitou diagnosticar e compresnder a área em estudo, mostrando a eficiência da utilização de foraminíferos para a avaliação ambiental de uma região. Assim, pode-se concluir que a assembleia de foraminíferos na plataforma norte está sendo mais influenciada pela profundidade, a granulometria é o parâmetro que menos influencia essa distribuição. PALAVRAS CHAVES: FORAMINÍFEROS, BIOINDICADORES, MONITORAMENTO AMBIENTAL.

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AVALIAÇÃO E DIAGNÓSTICO DO ESTUÁRIO DO RIO PIUM, DA ZONA COSTEIRA ADJACENTE À ÁREA RECIFAL DA PRAIA DE

PIRANGI (RN)

Luísa Cardoso Marinho¹, Patrícia Pinheiro Beck Eichler²,³ e Moab Praxedes Gomes² 1 – Graduação/UFRN; 2 – Pós-Graduação em Geodinâmica e Geofísica, Departamento do Geologia, PRH-ANP22, ,UFRN, Brasil; pesquisador CNPq. 3 – Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais. UNISUL. O trabalho foi desenvolvido nas áreas adjacentes ao estuário do Rio Pium (Praia de Pirangi), município de Parnamirim – RN e visa caracterizar e monitorar a qualidade ambiental desta região, através do estudo de sedimentos de fundos e das associações de foraminíferos. O principal objetivo do estudo é a avaliar o grau da poluição da região a partir das associações de foraminíferos e suas respostas aos fatores abióticos em 12 estações na Plataforma Leste. Esses microorganismos tem a capacidade de assimilar e determinar o ambiente e, assim, seus processos (Rodrigues, et al., 2003). De acordo com Eichler, et al. (2001) os marcadores biológicos devam ser de manejo simples e barato, sem que interfira a capacidade de sintetizar as características gerais do ambiente, com enfoque principal nas variações ambientais em curto tempo. Além dessas características os foraminíferos são vantajosos por sua grande abundância e sua fácil amostragem (Eichler, et al., 2001). Através do estudo foi possível identificar que a espécie dominante nessa área é a Quinqueloculina lamarckiana que as áreas mais próximas do estuário do Rio Pium foram afetadas pela ação antrópica e, que a variável que melhor influencia a distribuição é a fração cascalho. O teor de oxigênio é o parâmetro com menor influência. Observando os dados abióticos pode-se notar que as estações mais próximas do estuário do Rio Pium apresentaram valores diferenciados da área circundante, que pode ser produto da influência das águas continentais, ou ainda de resíduos urbanos. Corroborado pela identificação da área como integrada ao estudo de Tinoco et al. (2012), o qual caracterizou a região com relevo suave e pouco ondulado favorecendo a ocupação e expansão da região, apresentando risco ambiental. O mesmo estudo ainda evidenciou a falta do tratamento dos resíduos urbanos da região, identificados como perigosos (pilha, lâmpadas fluorescentes, inseticidas, restos de tinta), não inertes (restos de alimento, folhas de jardim, papel) e inertes (vidros, plásticos, metais, componentes cerâmicos, concreto). Como a área de estudo encontra-se adjacente ao estuário do Rio Pium foi possível relacionar com o estudo realizado por Narayan & Pandolfi (2010) em ambiente estuarino e concluir que a dispersão das espécies está fortemente integrada a hidrodinâmica, que na área estudada se caracteriza por ser alta (Testa & Bosence, 1999; Vital et al., 2010; Vital, 2014). Como espécie dominante entre as estações foi heterotrófica Q. lamarckiana, com carapaça resistente e caráter cosmopolita, tolerante às variáveis físicas como a alta hidrodinâmica por estar exposto à ação das ondas. Foram encontradas testas com ocorrência de processos tafonômicos como desgaste e coloração escura. Pode estar também associado a poluição por dominar quase que absolutamente as estações. Tendo sido dominada pela espécie oportunista Q. lamarckiana, demostrando a possibilidade de poluição na região corroborado por Ferreira et al. (2015) que caracterizou a região como imprópria segundo a classificação do CONAMA nº 274/2000. Além disso, a dominância de testas antigas erodidas e escuras de Q. lamarckiana pode ser indicativo da presença de erosão em locais próximos. PALAVRAS CHAVES: FORAMINÍFEROS, BIOINDICADORES, MONITORAMENTO AMBIENTAL.

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MUDANÇAS TEMPORAIS RELACIONADAS A MINERAÇÃO NO

MUNICÍPIO DE PARAUAPEBAS-PA

Luiz Rafael Pereira dos Santos1; Jéssica Neres dos Santos2; Danilo Heitor Caires Tinoco3. 1UFBA; 2NEA/UFBA Desde muito tempo, a extração mineral é uma atividade importante para o desenvolvimento social e econômico. Ela é a base da formação da cadeia produtiva, do processo de transformação de minérios até os produtos industrializados e, na medida em que as cidades crescem, criam-se demandas por infraestrutura e serviços, o que induz a instalação de indústrias de transformação. Isto posto, a mineração é reconhecida internacionalmente como atividade propulsora do desenvolvimento, tendo grande participação no desenvolvimento econômico de muitas das principais nações do mundo. Nesse contexto, tomou-se como campo de estudo o município de Parauapebas no estado do Pará, o qual tem a mineração como uma das principais fontes de trabalho e renda, devido o mesmo estar assentado na maior província mineral do planeta, a Serra dos Carajás que se destaca principalmente na extração de minério de ferro, com certa relevância também na extração dos minérios de manganês e ouro. Entretanto essa atividade mineradora gera grandes impactos associados à expansão desordenada na área urbana, que sofreu grandes mudanças ao longo do tempo, bem como no aspecto ambiental e social. Diante disso, o presente trabalho tem por finalidade verificar as mudanças temporais produzidas pela mineração no município de Parauapebas, desde 1973 a 2016, utilizando dados de sensoriamento remoto, do software ARCGIS, a fim de gerar mapas de uso e ocupação do solo. Para tanto, foram utilizadas imagens de satélite LANDSAT 1,5,7 e 8, adquiridas nos anos de 1973, 1985, 1993, 2003 e 2016, aliada ao método de classificação supervisionada, onde foram coletadas 15 amostras de cada parâmetro, sendo estes: Canga (área de expressão mineral), cava, vegetação, zona antropizada e desmatamento/solo exposto. Os resultados indicaram um aumento de mais de 20% no desmatamento da área de estudo, de 2,5 % na Zona urbana, assim como um aumento de 1,91 % na cava e de 0,33% na área de rejeito. O resultado, por sua vez mais contundente é a diminuição da área de vegetação que em 1973 equivalia a 98,91% da área total e ao longo das décadas sofreu uma significativa mudança, indo para 90,27% em 1985, 85,73% em 1993, 79,82% em 2003 e chegando ao expressivo número de 74,19% da área total em estudo. Esses dados expressam o grande impacto ambiental e também social, proeminente da mineração neste município, assim como a importância e a grande eficácia do sensoriamento remoto como ferramenta na análise multitemporal do uso e ocupação do solo. PALAVRAS CHAVE: PARAUAPEBAS, MINERAÇÃO, GEOPROCESSAMENTO

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DESENVOLVIMENTO DE AMBIENTES RECIFAIS NA PLATAFORMA EXTERNA, BACIA POTIGUAR.

Luzia Liniane do Nascimento SIlva1; Kaio Gurgel dos Passos Freitas2; Moab Praxedes Gomes3,.

1PPGG/DG-UFRN; 2DG-UFRN; 3PPGG/DG-UFRN. Neste estudo, nós investigamos os ambientes recifais da plataforma externa, setentrional do Rio Grande do Norte, para entender sua evolução geodinâmica. Utilizamos dados de sonar de varredura lateral para mapear uma área de 500 km², entre os municípios de Macau e São Bento do Norte, paralelamente à quebra da plataforma. Além disso, 76 amostras sedimentares, fotografias subaquáticas e batimetria foram integradas aos dados acústicos. Assim sendo, os objetivos deste trabalho são compreender como a geomorfologia antecedente da plataforma interferiu no desenvolvimento dos recifes, e como eles se estabeleceram durante as variações holocênicas do nível do mar. Nós obtivemos como resultados, 7 padrões de retroespalhamento (P1 a P7) associados a 11 fácies sedimentares, que representam a sedimentação mista do ambiente (fácies bioclásticas e siliciclásticas), mapeamos recifes em montículos, por vezes, orientados na direção NW-SE, e identificamos a feição geomorfológica do paleovale do rio Açu. A fácies areia bioclástica com grânulos é predominante, e está relacionada ao padrão de retroespalhamento P6. Para as análises de matéria orgânica e carbonato, os teores mais elevados estão contidos nas areias bioclásticas com grânulos. Quanto aos recifes mapeados, eles se encontram em águas de 35 m de profundidade, apresentam valores médios para a altura de 4 m e 25 m para o diâmetro, podendo ter extensão de dezena a quilômetros de metros. A distribuição dos recifes aparece de forma expressiva em três grandes alinhamentos, que coincidem com os batentes e terraços da plataforma. Nós interpretamos essa evidência como sendo diferentes estágios de desenvolvimento dos recifes. A ausência de uma sedimentação intensa, nesse ambiente de Bacia faminta, e as rápidas variações do nível do mar no Holoceno foram os principais fatores controladores da evolução dos recifes. PALAVRAS CHAVE: RECIFES, PLATAFORMA, SONOGRAFIA.

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CARACTERIZAÇÃO GEOAMBIENTAL E TECNOGÊNICA ENTRE AS PRAIAS DE BARRINHA, REQUENGUELA E QUITÉRIAS, MUNICÍPIO

DE ICAPUÍ - CE. Olívia Carvalho Costa1; Bruna Rafaelle Silva Dantas1; Ana Beatriz da Silva Barbosa1 1 UFC O munícipio de Icapuí localiza-se próximo à divisa com o estado do Rio Grande do Norte, extremo leste do estado do Ceará e a área de estudo se encontro no entorno central da zona litorânea do município, abrangendo as Praias de Barrinha, Quitérias e Requenguela, encontrando-se inserida dentro da Bacia Potiguar. Este trabalho tem por objetivo o mapeamento e caracterização das Unidades Geoambientais da região, tendo como base a Resolução nº 01, de 24 de fevereiro de 2005, do Conselho Estadual do Meio Ambiente (COEMA), assim como analisar o contexto envolvendo o uso e ocupação do solo e delimitação dos Depósitos Tecnogênicos da área. Para isso, utilizaram-se ferramentas de sensoriamento remoto e geoprocessamento, trabalhos de campo para verificação e correção dos dados obtidos previamente além da realização de um levantamento e estudo dos elementos que compõe os sistemas geoambientais da região, tais como geologia, geomorfologia, climatologia, oceanografia, solo e vegetação. A presença de feições geomorfológicas resultantes da interação desses elementos com as variações do nível do mar durante o período do Quaternário permitiu individualizar seis Unidades Geoambientais: Tabuleiro pré-litorâneo, Falésias (caracterizada pelo topo da Bacia Potiguar, a Formação Potengi), Dunas, Terraços Marinhos, Planície Lagunar e Praia, e para uma melhor caracterização foram realizadas análises sedimentológicas de cada uma das unidades abrangendo a granulometria, teor de CaCO3 e identificação de minerais pesados. Também se classificou os depósitos tecnogênicos de acordo com dados da literatura, sendo o Porto da Barrinha e obra de contenção definida como depósito construído espólicos, e as salinas e taques de carcinicultura como construídos dragados. A realização deste trabalho permitiu a elaboração de três produtos cartográficos da região: mapa da geologia local, das Unidades Geoambientais e dos Depósitos Tecnogênicos, além da elaboração de um Modelo Digital de Terreno e três perfis. PALAVRAS CHAVE: GEOAMBIENTAL, ICAPUÍ, TECNOGÊNICO

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PROPOSTA DE REABILITAÇÃO DA ÁREA AFETADA PELA

MINERAÇÃO DE CHUMBO - BOQUIRA, BAHIA, BRASIL.

Queiroz A.P. de 1; Nascimento, D.C1; Santos R.L.R1; Costa B.F.1; Dultra B.L.1; Anjos J.A.S. A. dos1

1UFBA O passivo ambiental resultante da mineração de Pb-Zn localizada no município de Boquira, região central da Bahia, está centrado na disposição inadequada da bacia de rejeito associada a um depósito de resíduos sólidos domésticos e do estéril. Os taludes se apresentam instáveis e com processos erosivos acelerados gerando riscos e impactos ambientais, bem como aparentam ser possível fonte de contaminação do solo e água subterrânea. O passivo encontrado em Boquira faz parte da problemática comum a outras minerações do Estado, que possuem o cenário específico da vegetação caatinga associada a impasses político-administrativos. O objetivo desse projeto é propor soluções através da criação de um Programa de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) em três níveis hierárquicos de custo financeiro visando a recuperação ou reabilitação local, tendo como principais dados as observações com a visita de campo para caracterização da área, registro fotográfico e suporte bibliográfico. Estes dados foram compilados e analisados de maneira a se propor métodos viáveis para a região afetada diretamente com a mineração. O primeiro projeto é composto de cinco etapas que consistem no fechamento das cavas remobilizando o estéril e o rejeito, retaludamento, controle da drenagem total da área, reflorestamento e criação de um açude associado a bacia de rejeito, com intuito de evitar dissipação deste pela drenagem. O segundo projeto consiste no fechamento das cavas, estabilização dos taludes que foram dispostos de maneira inadequada, de modo a evitar deslizamento e erosão acentuada, posteriormente no controle da drenagem e reflorestamento. O último projeto consiste em estabilizar as encostas e no controle de drenagem, com reflorestamento visando buscar a vegetação original, uma vez que a reabilitação por esse método visa a possível extração futura de ferro nesse local. Em cada etapa, todos os custos de recuperação e reabilitação da área foram simulados através de pesquisa a outros PRAD’s que obtiveram sucesso no bioma caatinga, vegetação mais expressiva da região, juntamente com custos operacionais previstos de acordo com infraestrutura local. A estabilização dos taludes é um processo imprescindível para a recomposição do relevo e estabilização da vegetação, uma vez que controla a drenagem evitando fortes erosões e carreamento do material. Áreas como essas, que sofreram fortes impactos ambientais causados pela mineração a céu aberto e subterrânea, podem ser controladas e eventualmente reabilitadas, tanto para a criação de um açude, como espaço público de convivência, bem como para uma futura extração de ferro. PALAVRAS-CHAVE: PASSIVO AMBIENTAL NA MINERAÇÃO, ESTABILIDADE DE

TALUDES, PRAD.

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USO DE GEOTECNOLOGIAS NA ANÁLISE DA ÁREA DE RISCO DO MORRO SANTA TEREZINHA

Rafael Nascimento Paula¹; João Victor Frazão de Medeiros¹; Jéssica Lima Bezerra¹; Prof. Dr. César Ulisses Vieira Veríssimo¹. 1UFC. A ocupação irregular das dunas é um dos fatores que indica como a expansão urbana de Fortaleza se desenvolveu de maneira falha, ocasionando impactos nos ambientes costeiros e também na população local. Localizada na costa leste do município de Fortaleza, o contexto geológico da área de estudo é representada por dunas/paleodunas. O objetivo deste trabalho foi analisar e hierarquizar o grau de risco de movimento de massa das encostas do Morro Santa Terezinha. Durante o trabalho foi possível perceber que o bairro possui uma má gestão de uso e ocupação do solo e também alteração do equilíbrio geomorfológico das encostas. Com este trabalho verificou-se que a ocupação das zonas de encostas do Morro Santa Terezinha potencializou o desenvolvimento de condições que provocam situações de risco a população local. Os impactos ambientais aumentaram de forma acentuada nos últimos anos por conta do crescimento da população que acaba gerando remoção da cobertura vegetal e impermeabilização dos solos, podendo causar processos de erosão e favorecendo o escoamento superficial, ocasionando desestabilização das encostas ou até mesmo deslizamentos. Portanto o Morro Santa Terezinha precisa de monitoramento e fiscalização constantes, para evitar possíveis acidentes, como também mais obras de contenção ou até mesmo a realocação de famílias. PALAVRAS CHAVE: URBANIZAÇÃO, DUNAS, GEOPROCESSAMENTO.

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MAPEAMENTO GEOAMBIENTAL DA CIDADE DE ABAÍRA - BAHIA Raquel Lemos de Oliveira1; José Ângelo Sebastião Araújo dos Anjos1; Caio Aguiar Teixeira1; Júlia Ferreira Gonçalves1; José Alexandre Araújo Nogueira1; Wolflan Sodré Pimentel1

1UFBA – Instituto de Geociências O aumento progressivo da utilização dos recursos naturais demanda estudos voltados para o desenvolvimento sustentável, mostrando que o planejamento das cidades precisa transcender os aspectos sócio-econômicos e avaliar as características do meio físico afim de implantar medidas preventivas para a conservação do meio e adotar medidas para reverter ou minimizar danos em áreas já impactadas. O presente trabalho tem como objetivo a caracterização geoambiental da cidade de Abaíra, localizada no centro da Chapada Diamantina, a 592 km de Salvador. A precipitação média anual da região estudada é de 651 mm, com chuvas concentradas de novembro a março e temperatura média anual de 25ºC, podendo chegar a 10ºC no inverno. A área de estudo está inserida na bacia hidrográfica do Rio de Contas e tem solos classificados como argissolo vermelho amarelo eutrófico e neossolos litólicos distróficos, sendo que o primeiro representa cerca de 70% da região mapeada. A vegetação dominante na região é a caatinga arbórea ou arbustiva, degradada por conta de grande ocupação para agricultura principalmente da cana-de-açúcar, sendo a produção e comércio de cachaça uma das principais atividades do município. O mapeamento geoambiental compreendeu a cidade de Abaíra e seu entorno e é o resultado da análise integrada de dados geológicos, geomorfológicos, de vegetação e uso do solo, possibilitando elaboração de relatório e mapa geoambiental. A fase pré-campo representou a pesquisa de dados existentes na bibliografia, além de elaboração de mapas preliminares e análise de imagens do satélite Landsat 8. Durante a etapa de campo ocorreu a confirmação das informações previamente levantadas e aquisição de novos dados, incluindo entrevistas com os moradores da região. Em seguida, durante a fase pós-campo, foram gerados mapas temáticos como hipsométrico e clinográfico a partir de imagens do radar SRTM e o mapa geoambiental final foi executado com apoio de Sistema de Informações Geográficas (SIG) em escala 1:4000, com três unidades geoambientais de acordo com potencialidades e susceptibilidades aos processos do meio físico e ocupação urbana, sendo elas Planície fluvio-aluvionar, Pediplano retocado e Morros e colinas. Os principais conflitos ambientais da área envolvem poluição por efluentes de esgoto doméstico sem tratamento, lixo disposto em locais inadequados, distribuição de água irregular principalmente na unidade de Morros e colinas, assoreamento de rios, desmatamento para uso agrícola e queimadas. Este estudo serve como base para outros trabalhos na região e contribui com importantes informações para o planejamento da cidade. PALAVRAS CHAVE: MAPEAMENTO GEOAMBIENTAL; SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOFRÁFICAS; ABAÍRA.

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IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AO MEIO FÍSICO E ANÁLISE DE RISCO À SAÚDE DOS TRABALHADORES ASSOCIADOS À

MINERAÇÃO DE PEQUENO PORTE NA REGIÃO DE PICUÍ-PB

Samara dos Santos Fernandes1; Miguel Evelim Penha Borges1; Anderson de Medeiros Souza1; Vinicius Anselmo Carvalho Lisboa1 1NUGGAP/IFPB; O município de Picuí-PB e região possui condições geológicas favoráveis para o desenvolvimento extrativista mineral, principalmente por estar inserido geotectonicamente no contexto da Província Pegmatítica da Borborema, área com ocorrência de grandes corpos pegmatíticos e graníticos. Contudo, a extração mineral na região é realizada, na maioria das vezes, por pequenas mineradoras que atuam de forma irregular, apresentando condições de trabalho insalubres, além da falta de conhecimento técnico, o que torna esta atividade um enorme potencial poluidor do meio ambiente. Com base em dados socioambientais coletados e observados em três áreas de extração mineral de pequeno porte na região do município de Picuí-PB identificou-se os principais impactos ao meio ambiente físico e os principais riscos à saúde dos trabalhadores. Para a descrição dos principais impactos ao meio ambiente físico foi utilizado o método da listagem de controle (check list), enquanto a técnica da matriz GUT foi aplicada com objetivo de estabelecer prioridades na eliminação de riscos aos quais os profissionais estão submetidos. Os resultados indicam que dentre os diversos riscos identificados no ambiente de trabalho, os que apresentam maior gravidade e urgência para serem revertidos são os riscos de acidentes de trabalho. Já os impactos ao meio físico identificados foram agrupados em três categorias: impactos ao solo, que vão desde a descaracterização do relevo até feições que indicam a instabilidade e exposição do solo; impactos ao ar, como por exemplo poeiras e gases oriundos de explosão, e impactos a água que envolve o assoreamento de córregos próximos à área de extração e a eutrofização das águas superficiais. PALAVRAS CHAVE: IMPACTOS AMBIENTAIS, MINERAÇÃO, PROVÍNCIA PEGMATÍTICA DA BORBOREMA.

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ANÁLISE MORFOMÉTRICA DE DOLINAS E DEPRESSÕES FECHADAS NA REGIÃO DE JOÃO PESSOA (PB) APLICADA À

GESTÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS Saulo Roberto de Oliveira Vital1; William Sallun Filho2; Alcina Magnólia Franca Barreto3; Caio Lima dos Santos4. 1GENAT/UFRN; 2IG/SP; 3DGEO/UFPE; 4GENAT/UFPE Na Bacia da Paraíba ocorrem formas de relevo que chamam a atenção por serem frequentes e por apresentarem características que remetem a depressões originadas por processos cársticos, porém ocorrendo sobre sedimentos areno-argilosos. São depressões fechadas de aspecto circular a semicircular para onde converge o escoamento superficial, constituindo, em alguns casos, lagoas. O objetivo deste estudo, consistiu em utilizar variáveis morfométricas para a análise da gênese de dolinas e depressões fechadas na região de João Pessoa (PB). Para determinação dos valores morfométricos, foram utilizados dados do SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission), a partir do qual foram extraídas as drenagens em nível de detalhe e as curvas de nível do terreno, que também foi utilizada para identificar as depressões e delimitar seus divisores. Os dados morfométricos obtidos foram os seguintes: área, perímetro, profundidade, elipsidade, simetria interna, relação profundidade/diâmetro, eixo maior e eixo menor. A partir de então, foi possível inferir que os dados do SRTM se mostraram eficientes na extração de drenagens centrípetas, na delimitação das bacias fechadas e na caracterização morfométrica, o que foi corroborado pela verificação de campo. Além disso, a partir dos dados morfométricos percebeu-se que as depressões se apresentam bastante amplas e rasas, expondo divisores sinuosos, formas elípticas, com eixos maiores bem orientados segundo direções preferenciais de estruturas regionais e locais. As características morfométricas e estruturais apontam para uma forte participação do condicionamento estrutural na gênese das mesmas, reforçando a hipótese de dissolução nos planos de descontinuidades. Também foi possível identificar a ocorrência de feições dessa natureza em regiões de domínio urbano, denotando a certas condições de risco, uma vez que as referidas depressões se encontram em evolução. Desse modo, faz-se necessária a adoção de medidas de contenção do avanço urbano sobre essas áreas, evitando, assim, a ocorrência de subsidência do terreno em áreas habitadas. PALAVRAS CHAVE: DOLINAS; DEPRESSÕES FECHADAS; MORFOMETRIA

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ANÁLISE DA DINÂMICA DO RIO PARNAÍBA NO TRECHO URBANO DE TERESINA-PIAUÍ, NO PERÍODO DE 2010 A 2016.

Sidineyde Soares de Lima Costa1; Iracilde Maria de Moura Fé Lima2; Bethania Maria Santos Pontes3; Raissa Grazielle Melo da silva Barros4. 1PPGEOC/UFPE; 2UFPI; 3PPGEOC/UFPE; 4PPGEMINAS/UFPE Os depósitos de sedimentos em ambientes fluviais são comuns em trechos de maior sinuosidade e de menor amplitude altimétrica dos leitos dos rios. Partindo dessa premissa, este estudo teve como objetivo analisar a ocorrência de depósitos aluviais no canal fluvial do rio Parnaíba, no trecho urbano de Teresina-PI, para identificar a dinâmica desse rio nos últimos sete anos. Tendo em vista que este trecho do rio é intensamente ocupado pela população urbana da capital do Piauí em sua margem direita, e na sua esquerda pela cidade maranhense de Timon, torna-se importante o entendimento da dinâmica fluvial local, principalmente porque o Parnaíba guarda uma estreita relação com essas populações, desde o abastecimento doméstico a inundações urbanas em anos de elevada vazão. Os procedimentos metodológicos utilizados nesse estudo consistiram em levantamento de referenciais teóricos e dados de vazão do rio, disponibilizado pela Companhia Hidroelétrica do São Francisco (CHESF). A observação e registro da frequência dos depósitos aluviais na calha do rio Parnaíba, como forma de compreender a capacidade de transporte desse rio, entre os anos de 2010 a 2016, no trecho urbano de Teresina, fez-se através de imagens Google Earth e de observações diretas. Os resultados indicam que nesse trecho de 24 km do médio curso desse rio, mesmo apresentando baixa sinuosidade, as condições apresentadas pelo clima regional, que nos últimos sete anos foram de pluviosidade abaixo da média anual e se refletiram em suas vazões predominante reduzidas em relação à média, fazendo alterar assim a dinâmica do fluxo fluvial desse rio, no período estudado. Neste contexto, considerou-se que a energia de transporte habitual dos sedimentos por arrasto e em suspensão sofreu modificações, uma vez que nos anos 2012 a 2016 houve uma redução da vazão, em relação à de 2010 que ficou em 376,67 m3/s. Enquanto a vazão em 2011 subiu cerca de 19,20% acima da média de 2010. Assim, considerando o período de 2010 a 2016, observou-se que entre 2011 e 2012 a variação da vazão foi reduzida em 29,5%, aumento no número de depósitos aluviais no leito do rio foi de 33 para 41, refletindo a menor carga de energia e, consequentemente, a redução do transporte de sedimentos. Em 2013 houve o aumento da vazão que foi de 15,58% em relação à média de 316,67 m 3/s do ano anterior, enquanto em 2014 o aumento da vazão foi pouco significativo, apenas 1,34%. Em 2015 a vazão voltou a baixar ficando em cerca 20,29% aproximadamente da média do período estudado, reduzindo-se ainda mais em 2016, sendo de 2,48% em relação ao ano anterior, aumentando para 46 o número de depósitos aluviais. Esse balanço dos dados observados mostrou que associados às variações de vazão, no final de 2010 o número de depósitos foi de 23 e que no final do ano de 2016 esse número se elevou para 46. Diante desses resultados inferiu-se que o rio Parnaíba apresentou uma significativa variação na sua dinâmica no trecho urbano de Teresina, no período de 2010 a 2016. PALAVRA CHAVE: DINÂMICA FLUVIAL. VAZÃO. DEPÓSITOS ALUVIAIS.

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MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO DE SEMIDETALHE DA REGIÃO ENTRE ANTÔNIO GONÇALVES E CAMPO FORMOSO,

BAHIA, BRASIL.

Silas Alexandria Costa1; Letícia Rangel Dantas1; Caroline Assunção Ramos1; Vítória Costa Meirelles Góes1; Henrique César Pereira Assumpção¹ 1IGEO/UFBA Municípios de Antônio Gonçalves e Campo Formoso estão localizados na porção norte da Serra de Jacobina, no centro-norte do Estado da Bahia. Esta é uma região conhecida, principalmente pelas mineralizações de cromo, ouro e esmeralda. Sua formação geológica ocorreu durante a orogênese Paleoproterozoica, na qual os litotipos conglomeráticos, areníticos e pelíticos foram metamorfisados em condições de baixo a médio grau. Na área de estudo também são encontrados o Complexo Básico-Ultrabásico de Campo Formoso, intrusões de diques máficos e o Granito de Campo Formoso, além de depósitos sedimentares recentes. O presente trabalho consistiu no mapeamento geomorfológico de escala aproximada de 1:25.000 da região ao longo do Rio Água Branca que fica nas proximidades dos municípios supracitados. O objetivo principal foi promover a identificação dos tipos de modelados e dos processos morfodinâmicos assim como suas correlações relativas às unidades geológicas identificadas na área. A sistemática de trabalho envolveu etapas de levantamento bibliográfico e fotointerpretação na fase pré-campo. Durante a fase de campo foi realizada a identificação e caracterização dos modelados e processos geomorfológicos atuantes e na fase pós-campo foi realizada a integração e correlação de dados. Em todas as etapas foram utilizadas cenas orbitais, recursos aerofotogramétricos e softwares de SIG, incluindo ArcGIS® Basemap, imagens do satélite RapidEye e Google®Earth, para auxiliar nas interpretações. Através desta metodologia, verificou-se que o relevo se diferencia em áreas aplainadas e de serra, apresentando cobertura vegetal correspondente aos biomas Caatinga e Cerrado, levando em conta que a altitude varia entre 470 a 920 metros. Foram individualizados quatro modelados geomorfológicos, considerando fatores como a drenagem, os topos e as vertentes do relevo. Tais modelados foram divididos em: modelado de dissecação diferencial das serras, com vales bem encaixados, controlados por estruturas com vertentes retilíneas que perfazem boa parte deste relevo; modelado de dissecação homogênea de morros e colinas suaves, com vertentes convexas suaves que indicam escoamento laminar difuso; modelado de acumulação de planície fluvial, cujas áreas se mostram planas com grande volume de sedimentos trazidos pelos canais dos rios e modelado de acumulação de rampa coluvial que está localizado nos sopés das serras e apresenta baixas declividades. Esses modelados estão associados, respectivamente, às seguintes unidades geológicas: Fm. Rio do Ouro e Fm. Cruz das Almas (Serra de Jacobina); Granito de Campo Formoso e Complexo Básico-Ultrabásico de Campo Formoso; Depósitos Aluvionares Recentes; e Depósitos Coluvionares, ao longo das encostas da serra. Além disso, também foram identificados os principais processos morfodinâmicos, em parte, agravados por influência antrópica, gerando locais com diferentes níveis de vulnerabilidade à erosão e assoreamento. Dentre os processos erosivos mais notáveis estão os movimentos de massa e quedas de blocos, que são mais comuns em locais com maior declividade, como a Serra de Jacobina. O assoreamento é mais comum nas áreas de planícies e são agravados pela ocupação desordenada e uso do solo de maneira não sustentável, os quais removem a vegetação natural e aumentam a susceptibilidade à erosão. PALAVRAS CHAVE: FOTOINTERPRETAÇÃO; SERRA DE JACOBINA; MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO.

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IMPACTOS DA EXTRAÇÃO DO CAULIM A PARTIR DOS QUARTZITOS NO MUNICÍPIO DE EQUADOR - RIO GRANDE DO

NORTE Thales Silva Capistrano1; Gabriel Sparke Perez1; Arthur Victor Medeiros Francelino1; Igor Renoir Silva Vieira1; 1IFRN. Estudo com o objetivo de relacionamento das práticas mineradoras da extração do caulim a partir de quartzitos de origem primária no município alvo de Equador-RN, aos impactos ambientais, sociais e do âmbito da saúde da população local. Realização de análises factuais em detrimento das possíveis consequências desta atividade constando a alteração geomorfológica pela abertura de crateras e pelo desmonte de minas, contaminações da rede hidrográfica e da atmosfera provenientes do beneficiamento mineral e seus processos, desenvolvimento dos casos de silicose pelos trabalhadores diretos, pelos envolvidos na mineração e habitantes locais, enfocando o passivo ambiental e a sua área física de influência, tendo em vista as propriedades de fácil disseminação do material. Para o cumprimento dos objetivos, os métodos de aquisição de dados são a primeiro modo, os levantamentos de pesquisa bibliográfica, e logo após a identificação de um local onde ocorre massiva exploração mineral, para a obtenção desta área, está sendo selecionado um perímetro através de informações cedidas pelo Departamento Nacional de Pesquisa Mineral e pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos, similarmente, imagens de satélite atuais e antigas para a visualização da evolução das alterações realizadas pelas mineradoras e a sua situação de regularidade quanto a legislação mineral. Em um segundo momento, seguindo para a interpolação desses dados, realizando a produção de mapas de situação e de risco. Como resultados buscamos obter as relações descritas anteriormente e a comprovação dos impactos desenvolvidos pela mineração no local, tanto os negativos quanto os positivos e quantificá-los com o objetivo de classificar em benéficos ou maléficos de uma forma geral, para com todas as esferas, sociais, ambientais, econômicas e de salubridade, tendo em vista que se trata de uma atividade de evasão por onde atua, e também a busca de soluções para eventuais impasses e propostas para a amenização dos mesmos, junto ao auxílio das áreas da geologia ambiental, médica e de risco. PALAVRAS CHAVE: CAULIM, IMPACTOS AMBIENTAIS, MINERAÇÃO.

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O RADÔNIO ASSOCIADA A EVAPOTRANSPIRAÇÃO DAS PLANTAS E SUA INFLUÊNCIA NA FORMAÇÃO DE AEROSSÓIS

ATMOSFÉRICOS EM AMBIENTE FLORESTAL DUNAR E DE CAATINGA.

Thomas F da C Campos1; Valéria Pastura2; Júlio Navon1i; Susanna Sichel3; Reinaldo Petta1; 1 – UFRN; 2 – IEN; 3 –UFF

O clima é influenciado por diferentes factores que lhe provocam impactos, nomeadamente os aerossóis atmosféricos, partindo desse presuposto e excluindo-se a atividade humana, a produção desses aerossóis estão intimamente correlacionada à existência de íons na atmosfera. Estas moléculas ionizadas geram-se tanto pela ação dos raios Cósmicos proveniente do espaço, como pela radiação Gama terrestres, que juntamente com a radiação Alfa proveniente do gás Radon irão constituir os aglomerados iónicos com dimensões inferior a 1,5 nm. Esses aglomerados influenciam fortemente a quantidade de aerossóis atmosféricos numa dada Região, principalmente em áreas com densa cobertura florestal. Este fato encontrasse intimamente associado ao transporte de gás Radônio dissolvido nas águas subterrâneas para o atmosfera através da evapotranspiração das plantas. Visto que a radiação Alfa e Beta da desintegração de gás radônio emanado diretamente dos solos e rochas possuem pouco poder de penetração na atmosfera. Neste resumo apresenta-se um estudo sobre a correlação e a variação do gás Radônio com as partículas iónicas e os parâmetros atmosféricos em ambiente de floresta Dunar Atlântica equatorial e Caatinga, respectivamente, na planície costeira e depressão do interior do Rio Grande do Norte. Metodologia Para as medições dos íons atmosféricos usou-se o contador iônico do sistema AlphaLab®. Enquanto as medições ativo-passivas de radônio na atmosfera, solo e água foram realizadas através do emanômetro AlphaGuard® e RADELEC® e a radiação Gama regional por um espectrômetros de radiação Gama RS-230®. Resultados Os nossos resultados demonstram que além da diminuição dos aerossóis proveniente da atividade biológica de árvores, que tanto afetam a formação de nuvens, as mudanças climática proveniente do desmatamento também se encontra associada a redução do gás radônio na atmosfera baixa das florestas. Visto que a desintegração do Radônio atua como um indutor de formação e aglomerados de íons. PALAVRAS CHAVE: RADIOATIVIDADE NATURAL; RADÔNIO; FLORESTAS DUNAR E CAATINGA; NORDESTE DO BRASIL

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ESTUDO DA DEVASTAÇÃO DA PLANÍCIE DE MARÉ ENTRE MACAU

E PORTO DO MANGUE-RN DECORRENTE DE AÇÕES ANTRÓPICAS.

Vitoria Pereira Alexandre1; Anna Luisa Espínola de Sena Costa 2; Jéssica Priscila Silva de Sena3; Derick Giordano Feitosa Guerra4; Rogério Vidal Nunes Barbosa5.

1IFRN; 2UFRN; 3IFRN; 4UFRN; 5IFRN A Bacia Potiguar localiza-se na porção mais oriental da região nordeste do Brasil, estendendo-se pelos estados do Rio Grande do Norte e do Ceará. A bacia possui diversos tipos de depósitos sedimentares, dentre eles, os depósitos de planície de maré, os quais são essencialmente compostos por areia fina a silte, pobremente selecionados e com alto teor de carbonato de cálcio e matéria orgânica, onde se desenvolvem o ecossistema de manguezal, que por sua vez apresentam-se bioturbadas pela atividade de crustáceos e moluscos. Os manguezais situam-se na zona de intermaré e caracterizam-se por serem ecossistemas transicionais, tolerantes ao sal e que possuem alta diversidade e produtividade biológica. Tais características os tornam únicos e altamente adaptados ao ambiente de transição, que compreende estuários e estuários deltaicos. Além dessas características específicas, os manguezais são ecossistemas economicamente e socialmente de suma importância. São responsáveis pela distribuição de nutrientes na zona costeira, transmitindo matéria orgânica ao meio marinho, dessa forma sendo caracterizados como uma fonte relevante de recursos para os animais que habitam o ambiente marinho ou de estuário. Ademais, serve de suporte na economia de subsistência da região estudada, onde prevalece a venda de peixes e crustáceos. Salvo os inúmeros benefícios dos manguezais, estes não estão livres da ação antrópica de devastação, que busca usufruir de seus recursos principalmente para a produção de sal e carcinicultura. Essa devastação, na maioria das vezes descontrolada e extremamente prejudicial, é o objeto de estudo do presente trabalho, onde busca-se apresentar uma linha temporal da degradação do ambiente de manguezal entre os municípios de Macau e Porto do Mangue (RN). Dessa forma, o estudo subdivide-se em duas etapas principais. Na primeira, realizou-se um levantamento bibliográfico para averiguar o que há na literatura sobre mudanças geológicas em ambiente de manguezal e suas consequências negativas. A segunda etapa, focou o uso do Processamento Digital de Imagens (PDI) para descrever, visualizar e interpretar as ações antrópicas no sistema estuarino. Este processamento iniciou-se com a aquisição de imagens de satélites de anos distintos observando assim a linha temporal explorada no trabalho, foi feito o georreferenciamento das imagens e a confecção do merge. Posteriormente, estes produtos foram submetidos a manipulação em softwares específicos, como o ArcGIS, e realce de bandas em diferentes histogramas para enfatizar as características de cunho geológico. Com isso, a série temporal é capaz de evidenciar a degradação humana que ocorreu ao longo dos anos no ambiente de mangue da região dos municípios supracitados, e como esse processo vem ocorrendo de forma rápida e alarmante causando sérios danos de cunho ambiental e social. PALAVRAS CHAVE: SENSORIAMENTO REMOTO, MANGUEZAL, DEVASTAÇÃO.